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6.6 TRADUÇÃO O MISTERIOSO CASO DE STYLES
from Calafrios
by Rede Código
6.6 TRADUÇÃO O MISTERIOSO CASO DE STYLES
Apesar do livro O Misterioso Caso de Styles ter sido publicado no Brasil e ter tido várias traduções (sendo uma das mais conhecidas e uma das mais recentes, a edição 2014 da Editora Globo), nós fizemos a nossa própria tradução do livro. Aqui explicaremos o motivo: o livro em questão está em domínio público, mas a tradução brasileira dele não. Dessa forma, não seria possível utilizar nenhum livro já traduzido para o português, já que os direitos autorais pertencem às editoras, e mesmo se essas liberassem o uso para trabalho acadêmico, não poderíamos comercializá-lo. Encontramos uma solução: nós mesmos traduzimos o livro The Mysterious Affair at Styles (título do livro em inglês) para o português. Como essa tradução é nossa, os direitos também são, dessa maneira, após esse processo, podemos utilizar nossa tradução livremente. Foram divididos 4 capítulos para cada integrante do núcleo de tradução do projeto e por fim o capítulo 13 foi traduzido em conjunto. Os capítulos ao final da tradução, foram revisados, com o intuito de serem evitados erros gramaticais e/ou evitando uma frase sem sentido. Além disso, a revisão se manteve “de olho” em relação aos possessivos, que apesar de serem utilizados na linguagem literária, devem ser evitados na linguagem radiofônica. Explicaremos melhor essa questão de possessivos no próximo tópico.
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6.7 ADAPTAÇÕES DE LINGUAGEM
Como citamos anteriormente nos tópicos anteriores, cada meio tem sua própria linguagem e por isso tivemos que adaptar alguns aspectos para a linguagem radiofônica. O livro, seja ele impresso ou digital tem sua própria linguagem e seu próprio funcionamento, o rádio por sua vez também tem seu próprio dialeto que se difere da literatura. Livro e rádio têm algo em comum: instigam a imaginação das pessoas, entretanto no quesito linguagem e estrutura, são bem diferentes. E é exatamente por isso que algumas adaptações de linguagem foram necessárias. O primeiro ponto que tivemos que nos atentar foi evitar em muitos casos o uso de possessivos, como a palavra “seu”, “sua”. Isso porque o rádio é um meio
muito íntimo, onde o locutor fala diretamente com o ouvinte, esta relação é estreita e muito particular. Dessa forma as palavras “seu” ou “sua”, foram substituídas por “dele” ou “dela”. Falas como “Aquele é John e aquela é sua mulher, Mary” foram modificadas para “Aquele é John e aquela é a mulher dele, Mary”. Obviamente que em muitos casos, como em diálogos entre personagens, como por exemplo quando Hastings logo no primeiro capítulo fala “Como está sua mãe, John? ”, optamos por manter o possessivo, pois em ocorrências como essa não tinha como ser retirado ou substituído, entretanto no decorrer da narrativa 95% dos possessivos foram retirados, sendo os outros 5% mantidos em diálogos muito específicos. Já explicamos que adaptamos a linguagem, passando ela de linguagem literária para linguagem radiofônica, mas houveram outras adaptações que precisaram ser feitas. O livro por se tratar de um documento escrito, ele não possui fala, por isso, é muito comum vermos as seguintes frases após um diálogo: “disse fulano", ou mesmo “replicou ciclano irritado”. Como trabalhamos com o áudio essas informações foram retiradas, já que, como cada personagem foi interpretado por um ator, os ouvintes saberão qual personagem está falando e com qual entonação ou sentimento. Mantivemos somente as informações relevantes como por exemplo “fulano disse enquanto olhava pela janela para ver o que estava acontecendo no jardim”, como nessa frase há também uma ação do personagem, nesses casos mantemos. A última adaptação que fizemos, diz respeito à tradução de termos em inglês: há no livro as palavras “mister”, “misses” e “miss''. Preferimos ao invés de usar esses termos, usar os termos “senhor”, “senhora” e “senhorita”. Para concluir esse tópico foi exatamente isso o que adaptamos: 1- linguagem do livro impresso para livro sonoro, 2 - especificações redundantes após as falas dos personagens e 3 - termos em inglês para o português.
6.8 ADAPTAÇÃO DE LINGUAGEM - FIGURAS
Como o livro O Misterioso Caso de Styles de Agatha Christie não se trata apenas de um tipo de linguagem, por conter imagens que ilustram o ambiente e também peças importantes para o desenvolvimento da trama, foi pensado em como
poderíamos trazer a mesma experiência da leitura e análise das imagens do livro para o áudio. No próprio livro há iconografia - imagens, desenhos - sendo estas 2 plantas da casa: uma do primeiro andar e outra do quarto da pessoa supostamente assassinada; um pedaço do testamento, uma carta, um papel contendo frases desconexas da personagem assassinada e uma prova apresentada à corte. Todos estes elementos são anexados ao livro físico e compõem a narrativa, visto que o leitor pode, por exemplo, analisar as plantas do casarão Styles e tentar formular uma ideia de como o assassino poderia ter entrado no quarto da vítima e o que poderia ter acontecido na noite do crime. São detalhes estes que não podem ser perdidos, pois além de compor a narrativa, convidam ao leitor a tentar desvendar o mistério a partir de pistas que são dadas ao decorrer de toda história. O audiolivro pode ser considerado uma espécie de adaptação de linguagem, visto que ele em muitos casos descreve a linguagem literária, utilizando a sonora, entretanto, o que chamamos de adaptação aqui, se refere à transposição em áudio do conteúdo que no livro físico aparece como imagem e/ou anexo. Dessa forma cumpriremos com nosso objetivo que é imergir o ouvinte na narrativa, dando as ferramentas necessárias para sua imersão e até quem sabe participação na solução do misterioso caso de Styles.
6.9 PERFIL DOS PERSONAGENS
Antes de apresentarmos os personagens, é interessante citar que dividimos os personagens do livro em três categorias, e do conto em duas categorias a partir do grau de importância deles na história. Os personagens no livro foram divididos como: personagens principais, secundários e terciários. Essa divisão teve impacto direto no casting, visto que focamos mais nos personagens principais e secundários, enquanto que os terciários por não aparecerem muito e não terem tantas falas e/ou relevância na história estão sendo feitos por integrantes da própria produtora. Já o conto, com não tem muitos personagens, foi dividido entre: personagens principais e secundários. Explicado isso, podemos prosseguir.
6.9.1 PERSONAGENS DO LIVRO
Iniciaremos com os personagens do livro, descrevendo suas características psicológicas e físicas também, junto com as referências sonoras/ de voz que pesquisamos para a composição dos personagens:
6.9.2 PERSONAGENS PRINCIPAIS
Hastings -É o personagem principal e o narrador do livro. Não tem conexão com ninguém da Mansão Styles, porém é amigo de John, o enteado da dona. Tem por volta de seus 57 anos, é curioso e mais emocional que racional. Amigo de Poirot, o detetive, acompanha Poirot durante a investigação após o crime. Hastings é um homem que não consegue guardar muitos segredos, é um pouco impulsivo e muitas vezes suas emoções o guiam. Tem uma queda pelas mulheres jovens da história.
Referências visuais: A maior referência visual seria das ilustrações do Dr. Watson de Sherlock Holmes. A personalidade de Dr. Watson e Hastings são similares. Watson também é narrador em alguns contos de Sherlock assim como Hastings.
Outro personagem que tem uma personalidade parecida com de Hastings seria o Sanji de “One Piece”. Ele se apaixona fácil por mulheres e sempre faz tudo por elas, diferente de Hastings, Sanji não tem 50 anos, e sim está nos seus 20. Pensando em vozes, Wendel Bezerra faz a dublagem do personagem do anime distribuído aqui no Brasil, por Wendel ser conhecido pela sua voz por diferentes protagonistas já dublado pelo mesmo, seria bom procurar uma voz com o mesmo impacto, por se tratar do narrador da história.
Referências sonoras: https://www.youtube.com/watch?v=ERMBMp4Vryc
Hercule Poirot - Detetive belga - tido como um dos melhores detetives de todos os tempos , fala muitas expressões em francês. Tem 40 anos de idade. É baixo e tem bigode, preocupado com a aparência, sempre quer aparecer impecável. Perfeccionista, um tanto misterioso e muito exótico, metódico e muito inteligente defende que cada caso é resolvido a partir de um método diferente - altamente perspicaz, sua cabeça parece funcionar como engrenagens e consegue enxergar nos detalhes (aqueles que passariam despercebidos por qualquer um) e tirar deles um enorme fato que contribui com a resolução do caso.
Referências visuais:
Além da referência do próprio ator em Agatha Christie's Poirot, a voz também é uma grande referência para o ator que irá interpretar o personagem em nossa adaptação.
Como a série não foi distribuída no Brasil dublada, pensamos no personagem Lumière de A Bela e A Fera que é dublado com sotaque francês, tanto pelo Ivon Curi (dublador da animação original em 1992), como também Ivan Parente (dublador do filme mais recente em 2017).
Referências sonoras: https://www.youtube.com/watch?v=ja5SaLJ0P2Q https://www.youtube.com/watch?v=CgDphVHl27A&list=PLQOMS9gtZ3CZeTBuMTtIB7Swqk 5KgjiUx&t=462s
John Cavendish - Por volta de 42 anos, filho mais velho do falecido Sr. Cavendish. Estudou advocacia, mas no momento da história não exerce a profissão, investindo no âmbito mais rural. É centrado, responsável e apresenta mais maturidade que seu irmão mais novo. É casado com Mary Cavendish.
Referências visuais:
O personagem Mr. Darcy de Orgulho e Preconceito e Hannibal Lecter de Hannibal são referências principais para John. Mr. Darcy mais em seu visual e sua personalidade, sendo britânico, reservado e rico, traz a essência de John.
Já Hannibal seria mais em seu visual, já que John não se trata de um serial killer. É referência também às vozes escolhidas como dubladores das distribuições no Brasil. Mr. Darcy foi dublado por Ricardo Schnetzer, e Hannibal por Alexandre Marconato.
Referências sonoras: https://www.youtube.com/watch?v=EaC_jz-02TU
Mary Cavendish - Esposa de John Cavendish. Descrita como alta e magra, tem temperamento forte e é muito impulsiva. É mestiça - metade russa, metade britânica - e tem olhos castanhos. É descrita por Hastings como uma mulher de espírito livre e indomável num corpo civilizado. Ela trabalha com o marido na parte rural.
Referências visuais:
Por Mary ser metade russa e com personalidade forte, duas referências seriam Natasha (ViúvaNegra, Marvel) e Anastasia (desenho animado do mesmo nome). Natasha é independente e vive querendo sobreviver, e Anastasia tem um espírito livre à procura de respostas sobre sua vida.
A dubladora de Natasha no Brasil, Fernanda Baronne em algumas cenas retratava a voz da mesma com seu sotaque russo. Já Anastasia, a referência visual seria mais presente em relação à Mary.
Referências sonoras: https://www.youtube.com/watch?v=K40RAN4oib8 https://www.youtube.com/watch?v=6QpLluhgU2k
Emily Inglethorp - É uma senhora de 70 anos de idade, com um tom autoritário, apesar de não ser muito amada pelos que estão a sua volta por ser egoísta, devido lembrar as pessoas a ajuda que ela prestou e por conta de seu gênio, ela sempre fez muitos trabalhos de caridade para os mais abastados. Dona de Styles, propriedade que herdou de seu primeiro marido. Referências visuais:
Minerva de Harry Potter seria mais uma referência visual com seu comportamento e roupas elegantes, o que pode remeter à Emily, com sua personalidade também um tanto quanto misteriosa. O trabalho da dubladora Melise Maia ajuda na criação do personagem em nossa mente e serve de inspiração para nossa adaptação. Referências sonoras: https://www.youtube.com/watch?t=31&v=dCUv-Un6ukw&feature=youtu.be
Senhor Inglethorp - Primo de Evelyn Howard, tem 50 anos (é 20 anos mais novo que a esposa), é alto e tem uma barba negra. Calmo, fingido, cínico e forçado. Tem uma voz grave e “pastosa” (palavras da autora), fala de maneira forçada, como se estivesse atuando. Referências visuais:
Por Inglethorp ser retratado como um tipo de “vilão” na história, não só por sua personalidade misteriosa, mas também seu visual, tiramos inspirações de vilões como Rasputin (Anastasia) e Snape (Harry Potter). Rasputin sendo a maior inspiração visual por sua grande barba preta e por ser o vilão, e também a voz de seu dublador Jorgeh Ramos que nos ajuda a temer e entender pela a entonação da voz que o personagem se trata de um vilão.
Snape necessariamente não se trata de um vilão, mas grande parte da história é retratado como um, não só em relação à sua personalidade, mas também vestimentas e voz, dublado por Jorge Vasconcellos.
Referências sonoras: https://www.youtube.com/watch?v=tVxupqDcUOI&feature=youtu.be https://www.youtube.com/watch?v=4aILZKBXG38&feature=youtu.be
6.9.3 PERSONAGENS SECUNDÁRIOS
Os personagens secundários exercem papel relevante na história, entretanto não tem tanta relevância como os principais, a seguir os listaremos com seus perfis e peculiaridades:
Lawrence Cavendish - Irmão mais novo de John, 40 anos de idade. Descrito como de aparência austera e melancólica. Ao contrário do irmão, é mais curioso e tem mais imaginação, estudou medicina, mas seu real interesse sempre foi a literatura. Além de ser apaixonado por literatura, é apaixonado também por Cynthia.
Cynthia - Trabalha no hospital da cruz vermelha, é cheia de vida e energia. Tem cabelos castanhos, é jovem (por volta de 30 - 35 anos), alva, baixa e magra.
Doutor Bauerstein - Médico, sua especialidade são os venenos. É misterioso, uma figura mais “dark”, pois quando chega o ambiente fica mais tenso, não é uma figura amigável. Suas únicas amizades são com Mary Cavendish e com o Sr. Inglethorp.
Evelyn Howard - Protegida pela dona de Styles. É alta, tem olhos azuis, num corpo bronzeado. Tem por volta de 40 anos, voz profunda - quase masculina, tem uma estrutura corporal parecida com a do primo dela - o Sr. Inglethorp -, é descrita como encorpada. Sua conversa se dá em estilo telegráfico.
6.9.4 PERSONAGENS TERCIÁRIOS
Annie - Copeira da mansão Style. Jovem e muito curiosa, fica animada ao saber que pode ajudar com a investigação.
Dorcas - Tem por volta de 65 anos. É empregada de Styles, a que a Sra. Emily mais confia, descrita como “o retrato da antiga empregada". Atenta e desconfiada e leal à sua patroa.
Senhora Raikes - Esposa do fazendeiro que tem uma propriedade perto de Styles. É cigana e o Hastings a descreve como muito bonita.
Manning - Jardineiro de Styles, por volta de 50 anos de idade. Tem um ar de superioridade e inicialmente olhava Poirot com desdém.
Willum - Outro jardineiro de Styles, mais novo que Manning (provavelmente 20 anos mais novo), está num posto abaixo de Manning.
Senhor Mace - Farmacêutico novo na cidade. Um pouco atrapalhado e fofoqueiro.
Amy Hill - Vendedora, aparece somente no interrogatório.
Senhor Wells - Advogado da senhora Emily Inglethorp. Ele é sério, centrado e aparece um dia após a tragédia.
Doutor Wikis - Médico da família que reside em Styles, é um pouco inseguro, tem por volta de 60 anos.
Dois detetives da Scotland Yard - Aparecem após o primeiro interrogatório. São mais jovens que Poirot, porém menos competentes. O mais novo deles é mais impulsivo, irônico e trata o caso com um certo desdém, o outro detetive, o mais velho, tem mais seriedade e é mais centrado.
6.9.5 PERSONAGENS DO CONTO
E por fim, o conto por ser mais curto, não possui muitos personagens, apenas 3 principais e os familiares das crianças que não possuem falas. Dentro desses personagens secundários o pai do personagem principal tem apenas uma fala, e o cachorro (sendo essencial para a história, utilizando da sonoplastia para introduzir o animal no produto sonoro). Com isso os personagens do conto são:
6.10 PERSONAGENS PRINCIPAIS
Simon - narrador do conto, ele tem 13 anos e a história se passa no dia de seu aniversário. Simon é o irmão mais novo de Severo, seus únicos amigos são Severo e Mark, ele não gosta de seu aniversário. Seu sonho é ter uma festa de aniversário grande e iluminada.
Severo - mais velho que os dois amigos, e por ser mais velho tem o papel de líder do grupo, decide aonde eles vão e o que vão fazer. Ele é centrado e extrovertido.
Mark - tem a mesma idade de Simon, amigo de Simon e Severo, é meio avoado e tem uma irmã mais velha. Segue Simon e Severo para todos os lugares.
Referências visuais e sonoras:
Como o trio de amigos estão sempre juntos, e o irmão mais velho de Simon e Mark serem seus únicos amigos (além de seu cachorro Tobias), pensamos em diferentes trios de amigos que sempre estão juntos.
Edward, Alphonse e Winry de Fullmetal Alchemist. Além de Edward e Alphonse serem irmãos, e Winry, amiga dos dois, os três passam por muitas tragédias que mudam a trajetória de suas vidas. Edward também é o irmão mais velho de Alphonse e assim agindo como “líder” do trio.
Mônica, Cebolinha, Magali e Cascão de A Turma da Mônica: Laços. Por se tratar de um trio de crianças, a turma da Mônica também serve de grande referência por colocar 4 crianças com personalidades diferentes em um grupo só, Severo sendo o mais velho e assim agindo como o líder do grupo, lembra a personalidade de Mônica com seus amigos.
6.10.1 PERSONAGENS SECUNDÁRIOS
Tobias - cachorro do Simon e seu maior companheiro que foge no dia do aniversário de 13 anos do Simon para a floresta.
Pai do Simon - Sua esposa faleceu quando Simon nasceu há 13 anos atrás.
6.11 CASTING
O casting foi realizado com base nas características comportamentais dos personagens dentro das histórias, junto de alguns elementos físicos com relação a suas vozes descritos pelas autoras durante as narrativas. A escolha dos personagens tem papel fundamental na produção do projeto Calafrios visto que as vozes são o primordial em um audiobook, por conta disso fomos minuciosos na seleção dos atores, tendo como base em primeiro lugar suas vozes, mas também prática dentro do mundo de atuação, visto que eles utilizaram dessas peripécias para dar vida ao projeto.
6.11.1 CASTING LIVRO
6.11.2 CASTING CONTO
6.12 INTERAÇÃO NO AUDIOLIVRO E NO AUDIOCONTO
Além da linguagem, um livro impresso e um livro sonoro, tem também uma estrutura diferente. No caso do livro além da capa, sumário, e informações gerais, o leitor sabe quando o capítulo começa e quando termina. O audiolivro e o audioconto também terão uma divisão e estrutura própria. O audiolivro da Agatha tem (assim como o livro impresso) 13 capítulos. Cada capítulo começará com uma música tema. E terá por volta de 6 horas de duração. O audioconto por sua vez, não tem nenhuma divisão por capítulo e terá uma duração de 12-15 minutos em média. Tanto o audiolivro como o audioconto se iniciarão com especificações técnicas: como nome da produtora, nome das autoras, etc. e se encerrarão com os créditos. Assim como há a possibilidade de retroceder e avançar na leitura de um livro impresso ou digital, em ambos os nossos produtos sonoros, o ouvinte tem a liberdade de voltar ou avançar o quanto ele quiser a minutagem do nosso capítulo.
6.13 JUSTIFICATIVA DO PROJETO
O audiobook é um produto que vem crescendo no Brasil e já vem crescendo há muito tempo nos EUA e na Europa. Este produto tem uma grande importância para a sociedade visto que pode ser uma ferramenta versátil e flexível para os nossos dias cada vez mais corridos, um recurso educacional e também uma ferramenta de inclusão.
Os Estados Unidos saíram na frente em 1980 na popularização do formato e hoje possuem o maior mercado de audiolivros do mundo, com mais de 18 mil títulos disponíveis. Segundo a APA - Audio Publishers Association, o segmento vem crescendo a uma taxa de 10% ao ano e já movimenta mais de US$ 800 milhões anualmente. Na Europa, os audiolivros são sucesso principalmente na Grã-Bretanha e Alemanha. Desde a década de 90 surgiram inúmeras editoras especializadas nesse formato. As crianças são incentivadas à leitura, e em inúmeros locais pode-se ouvir um livro, como em bares, pontos de encontro e festivais de literatura falada. (...) No Brasil (...) a oferta começa a aumentar. (PALETTA, WATANABE, PENILHA, 2008. p. 3).
É uma ferramenta versátil e flexível nos dias atuais pois como pode ser ouvido num smartphone através de uma plataforma de streaming (pago ou gratuito) ou mesmo em um CD ou desktop, pode ser ouvido em qualquer lugar, desempenhando qualquer função, dessa forma, qualquer um que consuma o audiolivro e tenha uma vida corrida, cheia de compromissos e com pouco tempo de sobra, pode se beneficiar
desse livro em áudio, seja na academia, em casa realizando alguma tarefa doméstica, no transporte público, no carro indo para o serviço, etc. Pode também ser um auxílio educacional pelos seguintes motivos: em preparação para vestibulares, geralmente é requisita a leitura de certos clássicos da literatura, com um audiobook esse clássico pode ser ouvido em questão de horas ou poucos dias. Estudantes de outras línguas também podem se beneficiar ouvindo audiobooks na língua que eles estão estudando, assim eles treinam as habilidades de escuta e compreensão em outro idioma de forma lúdica. Além disso, o audiobook serve como ferramenta de inclusão para pessoas cegas, com baixa visão ou com algum tipo de deficiência ou limitação visual. Entretanto, o acervo ainda não é tão gigantesco, dessa forma o ideal seriam mais produções de qualidade tanto para inclusão, como também uma maior divulgação para atrair mais gente para esse mercado.
Todavia, percebemos que, a quantidade de audio-livros não atende à demanda das pessoas com deficiência visual. Embora muitas instituições venham se empenhando em melhorar esse acervo e disponibilizar mais obras que atendam às necessidades das mesmas, ainda há uma enorme carência de audio-livros no país. Sendo que, a produção dos mesmos não facilitaria apenas as pessoas com limitação visual, mas também aquelas que não possuam limitação alguma, como por exemplo, aquelas que na correria do dia-a-dia não tem tempo para ler um livro impresso, preferindo ouví-lo enquanto dirigem, malham, etc. (BEZERRA e RAMOS, 2015. p.5.)
Outro público que pode ser atingido é o infantil, dessa forma eles podem ter contato com literatura juvenil por meio de áudio, auxiliando assim na formação do imaginário, ampliação do vocabulário, incentivo à leitura, acesso à cultura, tudo isso de uma forma lúdica. Em 2020 segundo o artigo da APA, muitos pais perceberam e consideraram o audiolivro como uma alternativa para seus filhos durante a pandemia. Escolhemos a autora Agatha Christie para adaptar sua obra pelo fato de que no gênero romance policial, suspense e mistério, ela é uma das maiores autoras, já que escreveu por volta de 93 livros e 17 peças teatrais. Além de sua impressionante quantidade de livros publicados, é uma autora muito influente, visto que sua peça teatral A Ratoeira foi encenada mais de 13 mil vezes na Inglaterra, e seus livros já foram adaptados no cinema e na televisão. Agatha não escreve livros eruditos, sendo sua literatura mais próxima do popular, desta forma, muitos se agradam com sua forma de escrever, não só por esse ponto, mas também a maneira como ela desenvolve o suspense, fazendo com que as suspeitas caiam sobre todos os seus personagens.
A escolha de Ana Gabriela Pacheco, se deve pelo fato de também querermos fomentar a literatura brasileira. Entretanto, muitos dos autores brasileiros escolhidos para adaptações de audiobooks compõem uma literatura erudita e a escolha da Ana foi justamente por se alinhar ao agrupamento de gêneros - terror, mistério e suspense. O formato de arquivo sonoro que escolhemos foi o MP3, pois “o mp3 (Movie Pictures Expert Group nível áudio 3) é um sistema de som comprimido que pode gerar um arquivo de som de excelente qualidade, próxima à qualidade de CD, mantendo o tamanho do arquivo bastante pequeno” (PALETTA; WATANABE; PENILHA, 2012, p.6).
7 CAPTAÇÃO DE ÁUDIO E TRILHA SONORA
As falas de cada personagem foram gravadas no estúdio de rádio da Universidade Cruzeiro do Sul, já que o estúdio da universidade contém os materiais necessários para uma captação de áudio de qualidade: mesa de som, microfones, software específico e principalmente isolamento acústico. Além das falas dos personagens, gravaremos também os créditos e a abertura de cada capítulo. A abertura de cada capítulo será feita por uma outra pessoa falando o número do capítulo e o título dele. O mesmo ocorreu com o conto. A única diferença é que como se trata de um conto não há divisão por capítulos. Dessa forma, além dos atores gravando as falas do conto, uma outra pessoa também fará a abertura e encerramento (os créditos) do conto.
Efeitos sonoros foram escolhidos a partir de branco sonoros da internet que disponibilizam efeitos gratuitos, em domínio público, sem copyright, ou gratuito com atribuições, como o FreeSound, SoundBible e Mixkit.
7.1 IDENTIDADE SONORA
Como mencionamos anteriormente, nos inspiramos nas radionovelas para a elaboração do nosso projeto. As radionovelas causavam uma imersão nos ouvintes, visto que cada ator interpretava um personagem, utilizando suas vozes para que os diálogos do roteiro ficassem críveis, por isso passavam muita emoção utilizando somente a voz. Para situar o ouvinte na história e para criar uma paisagem sonora, eles também utilizavam o som: mais especificamente com músicas e também efeitos sonoros. Assim a radionovela explorava ao máximo a oralidade e a sonoridade. Como queremos produzir um audiobook e um audioconto utilizando também a linguagem radiofônica, definimos elementos sonoros que iremos utilizar para estruturar nosso trabalho, são os seguintes elementos: vinhetas, efeitos sonoros, música e silêncio. Dessa forma, teremos um pacote sonoro completo, tendo assim uma identidade sonora bem marcante.
Para que pudéssemos ter ideias para criar o nosso produto, começamos a pesquisar referências para assim nos nortearmos da melhor forma possível. A seguir listaremos nossas principais referências:
7.1.1 REFERÊNCIAS DE AUDIOBOOK
Para produzirmos o nosso audiobook e nosso audioconto, utilizamos como referência vários produtos sonoros, como outros audiobooks, contos sonorizados e radionovelas. Além disso, houveram trilhas sonoras de outros produtos audiovisuais que serviram como base e nos inspiraram para pensar na nossa identidade sonora.
Percy Jackson e os Olimpianos Livro 1: O Ladrão de Raios. Adaptado por: Canal da Fantasia.
Este audiolivro produzido e sonorizado pelo canal da Fantasia, apresenta muitas das coisas que queremos incluir no nosso audiolivros - muitos efeitos sonoros para ajudar a compor a narrativa, divisão por capítulos, entonação - passando os sentimentos dos personagens (como por exemplo, em um determinado momento o personagem fica nervoso e por conta disso o ator começa a falar mais rápido. Este audiolivro por seus efeitos sonoros e trabalho de ritmo e entonação vocal propicia uma imersão na história e em certos momentos, parece se assemelhar a uma radionovela ou radioteatro.
1984. Audiobook adaptado por Steve Parker.
O ponto forte deste audiobook é a paisagem sonora, nele não só são utilizados efeitos sonoros, como há a criação de todo um ambiente por meio do som, por exemplo, em um determinado momento queriam que o ouvinte entendesse que o personagem principal estava num ambiente externo e urbano, mais precisamente uma rua, assim foi incluído som de buzinas ao fundo, algo mais distante do personagem, mas ainda sim presente naquela cena e naquele local. Quando o personagem está em um ambiente interno, a acústica muda. Esse cuidado com o áudio em todas as etapas, mas principalmente na pós-produção é o que queremos trazer para o nosso trabalho. Esse audiolivro, ao contrário do outro, não traz outros atores para narrar vários personagens, dessa forma a única voz é a de Steve (o criador do canal, é ele que narra o livro inteiro).
Batman - O Despertar
Audiossérie da DC Comics, transmitida exclusivamente pelo Spotify. Apesar de não ser um audiolivro, como as duas referências anteriores, é uma ótima referência de ambientação sonora. Além dos efeitos sonoros, as músicas nesta série em áudio, deixam alguns momentos mais calmos, mórbidos, mais misteriosos. A atmosfera criada pela sonoplastia dessa série da DC é muito bem elaborada, utilizando magistralmente a linguagem sonora.
Além da trilha sonora, Batman O Despertar nos serviu de inspiração também na veiculação - já que a plataforma onde ele foi veiculado, pretendemos também veicular nossos produtos.
7.1.2 REFERÊNCIAS CONTOS
O canal do Youtube “Conto um Conto” produz diversas narrativas de diferentes obras literárias focando mais precisamente em produções de contos, como, por exemplo, os de Machado de Assis, contos africanos, contos de terror de Edgar Allan Poe, e também contos educativos. A narração dos audiocontos é feita pelo criador do canal Marcelo Fávaro, com a iniciativa de que “a literatura deve chegar a todos os lugares, lembrando que nem todos têm condições de comprar o livro, disponibilizar parte de uma obra sem fins lucrativos não tira a importância e o charme de se ter o livro em mãos e poder ler quando quiser.” como o mesmo disse na descrição do canal do Youtube.
como nossa trilha sonora será composta. Apenas o narrador se faz presente durante todo o áudio lendo o conto
inteiro, alterando sua voz para dar dimensão e criar o clima para o ouvinte de acordo com o tipo de conto narrado.
Uma vez explicadas as referências, seguiremos explicando
7.2 VINHETA
Segundo o dicionário Michaelis vinheta é “qualquer filme, texto ou música de curta duração que abre, encerra ou reinicia um programa radiofônico ou televisivo”. Podemos dizer que além de abrir ou encerrar ela está diretamente ligada à identidade do produto (seja ele televisivo ou radiofônico), já que é um dos primeiros elementos a aparecer numa obra audiovisual, esta já dá ao telespectador, ou ao ouvinte, como é no nosso caso, uma ideia de como é a identidade do produto. Teremos vinhetas para o audiolivro e para o audioconto. No audiobook, a vinheta servirá especialmente para indicar o início e o final de cada capítulo. Seria uma espécie de identidade e marcação sonora, pois assim que a música tema tocar, o capítulo está se iniciando ou está no final. No audioconto também teremos uma música tema, entretanto essa será mais macabra, visto que é um conto de terror. Diferentemente do audiolivro, a vinheta não servirá para demarcar o tempo dos capítulos, visto que o conto não possui essa divisão. A função será para fazer a abertura e finalização do conto, na abertura, sendo tocada junto com algumas especificações (como nome da produtora, nome da autora, etc) e posteriormente no encerramento do conto junto com os créditos finais.
7.3 VOZ
Diferentemente do livro físico, no livro sonoro contamos com os sons para a transmissão da história. A voz é um elemento extremamente importante no audiobook, já que é por meio dela que a narração vai ser feita e os diálogos dos personagens irão ser transmitidos. Cada ator interpretará um personagem, diferentemente das radionovelas onde todos os atores se juntavam no estúdio para que houvesse uma interação entre eles e as falas fossem gravadas, no nosso projeto os atores gravarão sozinhos, ou em alguns casos em duplas. Dessa forma, cada ator no seu respectivo dia irá comparecer ao estúdio e gravará sua respectiva fala. O diretor dará as deixas e assim o ator consegue saber qual fala antecede e sucede a sua e entende também o contexto, podendo assim atuar com mais naturalidade.
Os personagens principais e secundários terão cada um deles um ator específico e único, enquanto os terciários não precisam receber tanta atenção. Nosso objetivo é que a voz dos atores possa ser convincente ao ouvinte, por isso no trabalho de direção nos preocupamos com duas coisas: ritmo e entonação. Ritmo porque uma fala mais rápida, pode passar o nervosismo ou espanto do personagem, enquanto que uma mais calma pode indicar reflexão, ponderadamente, tudo depende do contexto, entretanto o ritmo da fala é muito importante. A entonação está vinculada com a interpretação do roteiro, o que a cena “pede”, o que aquele momento deve passar ao ouvinte. É isso que queremos: vivacidade, interpretação e não uma mera leitura de roteiro. A voz é extremamente importante pois ela que passa a principal mensagem e era por ela que antes das histórias escritas as histórias orais eram passadas.
7.4 EFEITOS SONOROS
Como não utilizaremos imagens por se tratar de um produto sonoro, um dos nossos maiores recursos será o efeito sonoro. Utilizaremos os efeitos de acordo com o que a história “pede”. Esse recurso ajudará a ambientar a história e causar imersão no ouvinte. O que vamos captar? Será captado os sons que representam ações humanas, ações da natureza. Elementos que possam ser representados por efeitos sonoros, tais quais: sons de passos, sons portas abrindo ou fechando, cadeiras ou mesas sendo puxadas ou arrastadas, xícaras caindo e se quebrando, janelas sendo abertas, chuva, barulho do motor de carro etc., iremos baixar em banco sonoros gratuitos. A partir do roteiro de do livro e do conto, começamos um processo de decupagem, onde analisamos o que pode ser convertido de palavra escrita para efeito sonoro, ou um efeito sonoro que possa enfatizar algo que está sendo falado ou mesmo ilustrar algo que está acontecendo a partir daí criaremos ou buscaremos na internet todos os sons necessários. Há uma momento nos primeiros capítulos do livro, onde há uma espécie de piquenique e muitos personagens estavam reunidos, para sonorizar isso, pensamos em além de utilizar a voz dos personagens principais para sonorizar os diálogos, usar também efeitos como sons de pratos, de copos e além disso para passar a sensação que eles estão mesmo em um piquenique, colocar outras vozes ao fundo, para
sinalizar que haviam mais pessoas e que no evento havia obviamente interação entre outros personagens, fora aqueles que estão conversando entre si no diálogo principal. Para que isso dê certo, essas outras vozes não podem sobrepor as do diálogo principal, nem devem ser mais audíveis que o diálogo, eles devem aparentar estar mais distantes e por isso em um volume mais baixo. Caso necessário, utilizaremos também sons que não representam algo presente na nossa realidade, mas que podem servir para ilustrar uma situação, exemplo: o som de uma lâmpada ligando quando alguém tem uma ideia – quando temos ideias, não aparece uma lâmpada em cima de nossas cabeças e muitos menos acompanhada por algum som, entretanto este surgimento de ícone e som servem para ilustrar que algum personagem teve uma ideia ou conseguiu achar alguma solução para um problema. Para resumir, os efeitos sonoros podem contar também a história e/ou indicar o ouvinte o que está acontecendo na história, o auxiliando a formar uma imagem mental ou mesmo auxiliando-o a compreender ou associar o que está acontecendo durante a história.
7.5 SILÊNCIO
Sabemos a importância do uso das vozes, dos efeitos sonoros e também da trilha, entretanto outro elemento muito importante (quando bem usado) é o silêncio. Após uma trilha de suspense ou de terror e antes da revelação de um monstro ou de personagem, usar o silêncio no meio desses dois elementos pode causar uma tensão ainda maior do que ir da trilha diretamente para um monstro. O silêncio também pode simbolizar um sentimento de suspense, de ansiedade, então em alguns momentos ao personagem adentrar uma sala para realizar uma investigação, por exemplo, é muitas vezes mais interessante usar a voz e algum efeito sonoro, sem trilha, para criar uma tensão, antes de apresentar um fato espantoso ou aterrorizante. Dessa forma, muitas vezes um silêncio total ou parcial (com voz ou com efeitos, ou com os dois) pode causar um efeito maior até do que uma trilha assombrosa –como por exemplo, ao anteceder um momento de tensão, gotas de água caindo devagar pode ser mais angustiante que uma trilha -, tudo depende da história e do que queremos causar ao ouvinte naquele momento.
Como percebemos, o silêncio tem sua importância, e que só adicionar trilhas e efeitos pode deixar o projeto sobrecarregado, então a ideia é manter o equilíbrio. Pretendemos usar também o silêncio como elemento sonoro para compor a estrutura sonora de nosso audiobook, principalmente por se tratar de um produto sonoro do gênero suspense, terror e mistério onde o objetivo é proporcionar ao ouvinte situações de curiosidade, medo e até quem sabe, calafrios.
7.6 MÚSICA
A música quando bem dosada, desempenha um papel muito importante nos produtos audiovisuais: ela é responsável por criar um clima, e também é por meio dela que a identidade sonora da obra fica bem marcada. A partir da música, pretendemos criar a atmosfera de suspense, terror e mistério nas nossas adaptações sonoras. No audiobook, pretendemos utilizar a sonoridade do piano, do violino, chorus e até do xilofone – entre outros que adicionaremos futuramente – no instrumento teclado, para garantir uma atmosfera com suspense e mistério. Fora isso pretendemos também trazer uma vibe da década de 1920, já que foi mais ou menos nessa época que o livro foi publicado. A ideia é passar não só mistério e suspense, como também alívio, vivacidade, alegria, curiosidade, etc. O objetivo é, a partir do livro escrito, entender o que a autora queria passar por meio de palavras e tentar passar (ou mesmo reforçar) a atmosfera criada no livro físico por meio da trilha. Serão utilizadas em média. Fora a questão da atmosfera, alguns dos personagens - como Alfred Inglethorp, Mary, Poirot, entre outros terão músicas temas. No caso do conto, o gênero é terror, e como há muitas crianças na história, pensamos em utilizar xilofones e até a acústica de canções de ninar tocadas no violino ou no órgão para criar uma atmosfera mais assustadora. O objetivo da trilha no conto é passar um ar de suspense, angústia e terror. A seguir listaremos algumas trilhas sonoras que nos inspiraram.
7.6.1 REFERÊNCIAS - TRILHAS SONORAS
Jogo (VideoGame) Alice Madness Returns:
Uma de nossas inspirações para a concepção da nossa trilha sonora é a soundtrack do jogo Alice Madness Returns. Ele é um jogo que tem uma vibe mais vitoriana, mais gótica e por meio dessa trilha o jogo ganha sua ambientação, neste jogo, há momentos em que a trilha identifica a presença de um “boss” ou chefe, de inimigos que estão presentes na área e marca momentos de suspense e também de calmaria. Tem muita a presença de violino, piano e outros instrumentos e foi uma das trilhas que usamos para termos uma base.
Mogeko Castle - Trilha sonora
Mogeko Castle é um jogo de rpg maker de fantasia/terror, no qual é protagonizado por uma menina. Esta trilha apresenta momentos de calmaria e tranquilidade, com uma sonoridade que remete à um lado até mais infantil e em muitos outros momentos, a música é muito mais tensa, trazendo suspense. A trilha nesse jogo passa os momentos que a protagonista vive: alívio, curiosidade, medo, suspense, apreensão, etc.
Trilha Sonora do Jogo Hercule Poirot - The First Cases
Trilha sonora muito pautada no suspense, apresenta muitas vezes músicas tocadas no piano ou mesmo no violino, além tem uma ambientação (sonora) que lembra o século XX.
Abertura da série: Agatha Christie's Poirot.
Série televisiva que adaptou vários dos casos que Poirot (um dos personagens mais famosos de Agatha Christie) solucionou. A introdução da abertura tem a presença do saxofone, e nos remete a um ambiente como Scotland Yard. Inspiração para os créditos finais.
8 ACESSIBILIDADE
O audiolivro e o audioconto podem ser considerados um produto acessível e inclusivo, já que podem beneficiar pessoas cegas ou de baixa visão. Apesar do nosso principal intuito não ter sido esse (já que queríamos alcançar um outro público), acabamos no meio do caminho nos deparamos que além de ser algo comercial, o audiolivro também poderia ser um produto inclusivo. Um exemplo disso é a Fundação Dorina Nowill para cegos, que além de ofertar livros em braile, oferta também audiobooks. Existem outras instituições que fazem um trabalho similar, ofertando audiobooks de maneira gratuita para pessoas cegas e de baixa visão, entretanto, esses audiobooks disponíveis em sua maioria não tem trilha sonora. A partir disso percebemos que o audiobook além de ser um mercado viável, pode também ser um produto inclusivo. Nosso intuito é produzir audiolivros de ótima qualidade que possam incluir e cativar a todos.
9 MECÂNICA DO FORMATO
Para ambos os produtos sonoros estruturamos uma ordem, a seguir listamos a estrutura do audiolivro e do audioconto.
A estrutura definida para o audiolivro é:
1 - Música tema e nome da produtora 2 - Nome do livro, da autora e ano de publicação 3 - Nome dos responsáveis pela tradução 4 - Conteúdo do livro: (13 capítulos, em média 6 horas de duração) - Vinheta específica do capítulo - Conteúdo do capítulo - Música de encerramento de cada capítulo 5 - Vinheta de encerramento (com nome do livro e autora e convite para escutar o próximo livro da autora a ser adaptado) 6 - Créditos
A estrutura definida para o audioconto é:
1 - Vinheta de abertura e nome da produtora 2 - Nome do conto, nome da autora e ano de publicação 3 - Resumo de quem é a autora 4- O conto - Música de abertura com narração do título - Em média 12 minutos de duração (o conto inteiro) 5 - Créditos e convite para escutar o próximo conto que futuramente adaptaremos
10 MÉTODOS DE PRODUÇÃO
Antes do início da pré-produção, no primeiro semestre de 2022, foi necessário escolher o que iríamos fazer - no caso audiobook e audioconto, posteriormente o grupo escolheu o subgênero literário (mistério, terror e suspense), depois as autoras - Agatha e Ana e, por fim, quais obras das autoras adaptaríamos. E agora nesse segundo semestre de 2022, demos início a produção do Trabalho de Conclusão de Curso realizando a adaptação sonora do livro para roteiro radiofônico, casting para a escolha dos atores que iriam dar vida às vozes dos personagens, e separação de tarefas como marketing, técnicos de produção, para dar conclusão na produção para assim prosseguir com a pós-produção editando o áudio captado nos estúdios. Estas escolhas foram feitas por meio de reuniões online por meio do Discord e durante as orientações realizada presencialmente com o Prof. Me. Luis Carlos Soares. No final desse segundo semestre de 2022 a pós-produção foi iniciada onde as gravações dos atores foi enviada para os editores, para que fosse feita a equalização e limpeza dos áudios e assim estar pronta para a montagem, a procura de efeitos sonoros também ocorreu durante esse período assim como a finalização e alterações na bíblia de produção.
Pré-produção: a etapa de pré-produção, antes de fazer a adaptação, é necessária a fundamentação teórica para sabermos o que devemos saber, então se inicia a pesquisa. Com o livro e o conto já lidos, se inicia a descrição dos personagens (perfil físico e psicológico) para que o diretor de casting possa já ir pesquisando quais atores tem a voz que mais se encaixa no perfil dos personagens. (O casting se inicia no nosso caso antes do roteiro, visto que não estamos criando os personagens do zero, eles já foram descritos no livro e no conto). A partir desse momento o livro e o conto tomam rumos diferentes, já que para que seja possível adaptar um texto para som é necessário o roteiro. No caso do conto os roteiristas responsáveis por ele já iniciam o roteiro no formato lauda radiofônica, enquanto que o livro, além de ser adaptado, precisa ser traduzido. Como a equipe de tradução é a mesma equipe de roteiro, esse trabalho de traduzir e adaptar será
realizado de forma simultânea, fazendo assim a mudança dos termos como “sua”, “olha aqui” que serão adaptados para a linguagem radiofônica. Antes mesmo do roteiro ser finalizado, se inicia o trabalho de casting para começarmos a procurar os atores que a voz mais combina com os personagens. Para isso enviaremos a eles, uma página de diálogo dos personagens para que possam interpretar, como é áudio não importa a aparência do ator, somente sua voz. Com o roteiro em andamento e com as especificações do que se torna fala, trilha, efeito sonoro e silêncio, é iniciado o trabalho de captação de efeitos sonoros e a composição de trilha sonora. Os primeiros capítulos serão logo enviados ao sonoplasta para que ele já possa ir pensando como fará essa narrativa sonora, já o conto (por ser curto) será entregue na íntegra. Com o roteiro finalizado e a trilha quase pronta é hora de começar a marcar reunião com os atores para a realização de um ensaio de mesa (de maneira virtual). Após o ensaio e as orientações do diretor, marcamos o dia e ordem das gravações. Para isso, a equipe de produção deve reservar o estúdio e montar um cronograma, enquanto que o assistente de direção deve montar a ordem do dia, além disso, a produção deve passar aos atores data das gravações e local e lembrar de levar lanches no dia da gravação para os atores não passarem fome.
Produção: Feita no estúdio de rádio, as vozes estão sendo gravadas pelo Software Reaper. Gravaremos primeiro as falas dos personagens, em seguida com um narrador faremos a gravação dos nomes e números dos capítulos. As gravações dos livros não seguirão uma ordem linear, e serão divididas da seguinte forma: Primeiro a gravação dos personagens terciários sendo interpretadas pelos integrantes do grupo. Personagens principais, por obterem mais falas irão gravar com uma diária maior, e por fim os dois últimos personagens principais irão intercalar nos dias de gravações com os outros personagens por terem mais falas. Como os atores terão uma diária um pouco puxada, a produção sempre deixará um copo d’água perto para que eles possam se manter hidratados.
Pós-Produção: Nas mãos do editor de áudio, é na pós que todos os arquivos de áudio são colocados juntos, assim as vozes gravadas separadamente serão unidas para que dê a impressão que os atores estavam juntos e que realmente houve um diálogo entre os personagens. Serão adicionados também os efeitos sonoros, as
trilhas e as vinhetas. É importante nessa fase cortar também o momento no qual os atores respiram e esse som é captado no microfone. É na pós-produção que o editor dividirá o livro em capítulos, já que esses não serão gravados na ordem. Além da edição será feita também a masterização do som. Após a edição e masterização finalmente vem a distribuição.
11 ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
A seguir, listamos os equipamentos e softwares que utilizamos nas mais variadas etapas de realização do nosso projeto. Para começar, o roteiro. Para o roteiro de áudio utilizamos o programa Celtx - programa esse muito conhecido para criação e formatação de roteiros. Nele escolhemos o formato de roteiro audioplay. Como se trata de um produto sonoro, todas as gravações estão sendo realizadas no estúdio de rádio da Universidade Cruzeiro do Sul. As vozes são captadas por microfones Shure Sm58, conectados na mesa de som modelo Behringer Xenyx 1222 FX. As vozes estão sendo gravadas pelo Software Reaper Para a pós-produção utilizaremos o software: Audacity. O Audacity parte do ponto que além de ser um bom editor de áudio, também é intuitivo e gratuito. Em relação ao formato de áudio, pretendemos trabalhar com MP3. Já nas publicações para redes sociais, o programa escolhido foi o Canva, visto ser gratuito e bem intuitivo.
12 CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA
A classificação indicativa serve como auxílio para pais e tutores escolherem quais tipos de conteúdo podem ser acessados pelas crianças. O conteúdo de um determinado produto ou obra é levado em consideração para avaliar quais obras são ou não recomendadas para uma determinada faixa-etária, a fim de evitar que crianças e/ou adolescentes tenham contato com conteúdos prejudiciais ao desenvolvimento delas.
Com base na 4ª edição do documento Classind - lançado em 2022 classificamos tanto o audiolivro como o audioconto a partir do conteúdo presente nos dois produtores sonoros. Segue abaixo a classificação indicativa de cada um.
12.1 CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA LIVRO
O audiolivro O Misterioso Caso de Styles não é recomendado para menores de 10 anos. Segundo a quarta edição do documento Classind de 2022, é admissível nessa faixa (a partir dos 10 anos) os seguintes conteúdos: angústia, ossada ou esqueleto com resquício de ato de violência, linguagem depreciativa (com baixo ou nenhum poder ofensivo), medo/tensão, entre outros. Como se trata de um livro sonoro, não há a presença de imagens projetadas por meio de uma tela, e por isso o impacto causado no ouvinte pode ser menor por esta falta de imagem, luz e enquadramentos de câmera, ficando no campo da imaginação. Entretanto por se tratar de um livro que fala sobre assassinato, crime e investigação, preferimos manter na faixa etária dos 10 anos. Na classificação livre, pode-se falar de morte desde que essa seja sem violência, não envolvendo dor ou lesão. Isso inviabilizaria a classificação no nosso caso, visto que a morte no livro apesar de não ter se dado de forma violenta, ocasionou dor na personagem. Por conta desse motivo, e também do quesito medo/tensão (causado no nosso caso pela sonorização) mantemos essa faixa etária de 10 anos.
12.2 CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA CONTO
O conto O Brado da Floresta não é recomendável para menores de 12 anos. Segundo a quarta edição do documento Classind de 2022 é admissível nessa faixa os seguintes conteúdos: ato violento contra animal, linguagem depreciativa, morte, ossada, exposição de cadáver, exposição ao perigo, angústia e medo/tensão. Por conta disso nossa classificação é diferente do audiolivro, já que o conteúdo do livro é um pouco mais leve, enquanto o do conto um pouco mais dark, já que se trata de um conto de terror, enquanto o audiolivro se encaixava mais em mistério e suspense.
13 SEGMENTAÇÃO
Percebemos que um projeto é viável quando temos a certeza que ele tem a possibilidade de ter uma segmentação. E acreditamos que o nosso projeto tem muitas possibilidades de extensão futuras. Com o projeto Calafrios, estaremos lançando, por enquanto, dois produtos sonoros (audiolivro e audioconto). Porém, existe uma grande possibilidade de futuramente sonorizarmos outros livros e outros contos dos gêneros terror, mistério e suspense. Especialmente os que se encontram em domínio público. Citaremos alguns exemplos de livros como poderemos sonorizar futuramente: a série de livros de Sherlock Holmes, A Ilha do Dr. Moreau, Frankenstein, Drácula, O Médico e o Monstro, entre outros. Dessa forma o projeto Calafrios teria em sua biblioteca, vários outros títulos do gênero. Em relação aos contos que poderiam ser adaptados, podemos citar aqui contos de Edgar Allan Poe, contos de H.P. Lovecraft, contos da própria Agatha Christie, entre outros. Percebemos a viabilidade de segmentação de livros sonoros nos gêneros terror, mistério e suspense, entretanto, futuramente, temos a pretensão de dramatizar e sonorizar livros de outros gêneros literários. Para que isso fosse possível, manteríamos o projeto Calafrios e criaríamos também outros, com outras nomenclaturas, para podermos assim trabalhar com a ficção científica, romance, ficção fantástica, livros infantis, entre outros, já que existe uma infinidade de livros dos mais diversos gêneros em domínio público.
14 PÚBLICO ALVO
No início do mês de agosto de 2022, liberamos um formulário utilizando o Google Forms com o meio de levantar dados sobre o perfil do público que consome audiolivros. A partir dos dados que colhemos, sendo então o majoritário público é composto por pessoas da faixa etária de 20 a 39 anos, 70% desses que consomem literatura diariamente e 20,9% desses que consomem audiolivros frequentemente, optamos por focar na distribuição do audiolivro para o público dos jovens adultos e adultos.
14.1 FORMULÁRIO DE PESQUISA
O formulário foi elaborado no começo das pesquisas do projeto com o meio de conhecer o público que iria ser ofertado a proposta do audiolivro. Foi composto por 13 perguntas sendo elas 9 obrigatórias para que fosse possível conhecer mais do público geral em que poderíamos ofertar o projeto do audiolivro. São perguntas relacionadas à escolaridade, classe social, gênero, hobbies e naturalidade. Fora isso também perguntamos se esse público consome audiolivro e podcasts e se sim em qual meio. O objetivo é saber onde nosso público vive, quais são seus hábitos e qual suas preferências, a fim de podermos oferecer um produto que eles gostem, consumam e sintam uma imersão e também se identifiquem. O formulário foi encerrado no começo de Outubro, onde a produção do audiolivro já havia começado e assim poderíamos usar os dados coletados para melhor veiculação do mesmo. Por fim, os dados coletados:
15 VEICULAÇÃO
Nossa pretensão é divulgar o audiolivro e o audioconto em plataformas online: o Spotify que é amplamente utilizado, inclusive por pessoas da mesma faixa etária do nosso público-alvo (de 20 a 39 anos) e pretendemos divulgar também no YouTube. A primeira veiculação do audiolivro e do audioconto será realizada a partir do YouTube para posteriormente postar todos os capítulos no Spotify. Estamos criando um aplicativo para divulgar nossos produtos sonoros e assim podermos vincular os mesmos em outras plataformas, esse aplicativo servirá como uma espécie de biblioteca de áudio, onde todos os nossos produtos sonoros serão disponibilizados, divididos por categoria (no caso gênero literário). Sua interface é semelhante a aplicativos de música, tipo o Spotify. A ferramenta oferece um extenso acervo gratuito de audiolivros em português, ouvir os audiolivros em qualquer lugar mesmo sem conexão à Internet, e receber mais novidades em resumos por mês. Ouvir os audiolivros em qualquer lugar mesmo sem conexão à Internet, e receber mais novidades em resumos por mês. A ideia do aplicativo surgiu pela praticidade e inovação. Praticidade no sentido que as pessoas poderiam ter na palma de suas mãos audiolivro que elas quisessem escutar e que estivesse dentro do nosso acervo. Inovação porque são poucas as empresas que disponibilizam um aplicativo para download de audiobooks. Estamos ainda no início de tal etapa, entretanto pretendemos terminar o aplicativo um pouco antes do término da edição. A veiculação escolhida foi postar primeiramente os primeiros 4 capítulos do audiolivro O Misterioso Caso de Styles e do audioconto completo O Brado da Floresta na segunda semana de novembro (dia 8), e após postar semanalmente os capítulos restantes do audiolivro (no total 13).