Produção de sementes e polpa da palmeira juçara

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Revista Tecnologia & Inovação Agropecuária

PRODUÇÃO

Dezembro de 2008

DE POLPA E SEMENTES DE

PALMEIRA JUÇARA: ALTERNATIVA DE RENDA PARA A MATA ATLÂNTICA

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Eduardo Antonio D. da Costa2; Charleston Gonçalves3; Silvia R. Moreira4; Luciano M. Corbellini5 1

Projeto financiado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) - Programa PDA Mata Atlântica. Eng. Agr., Doutor, Pesquisador Científico, APTA – Pólo Vale do Paraíba, Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Ubatuba, Rodovia Oswaldo Cruz nº 5061, Bairro Horto Florestal, CEP: 11680-000, Ubatuba – SP, eduardodrolhe@apta.sp.gov.br; 3 Eng. Agr., Mestre, Pesquisador Científico, APTA– Pólo Vale do Paraíba, Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Ubatuba; 4Bióloga, Mestre, Pesquisadora Científica, APTA – Pólo Vale do Paraíba, Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Ubatuba; 5 Biólogo, Coordenador, Instituto de Permacultura e Ecovilas da Mata Atlântica (IPEMA). 2

RESUMO Espécie nativa da Mata Atlântica, a palmeira juçara (Euterpe edulis Mart.) apresenta grande potencial em termos ecológicos e econômicos. Sua exploração extrativista contínua e desordenada para a produção de palmito representa opção de renda para as comunidades tradicionais de todo o litoral do Estado de São Paulo, acarretando risco de extinção da espécie. Recentemente, maior atenção vem sendo dada ao potencial de seus frutos para a produção de polpa, similar a do açaizeiro produzida na Amazônia. Embora se encontre ampla literatura sobre o manejo do palmiteiro juçara para produção de palmito, pesquisas relativas ao manejo de seus frutos para produção de polpa são inexpressivas, nem mesmo o código florestal estadual prevê regulamentação para essa atividade. O manejo dos frutos para obtenção de polpa e de sementes pode ser considerado como importante estratégia de conservação da espécie, das florestas nativas, de preservação do potencial socioeconômico de segurança alimentar e de geração de renda para as comunidades tradicionais que vivem na Mata Atlântica. O estímulo para o manejo dos frutos, ao invés do palmito, pode contribuir para reduzir a pressão antrópica sobre o palmiteiro juçara, além de contribuir para a resolução dos conflitos sócio-ambientais relacionados ao uso de recursos naturais por comunidades inseridas em áreas de conservação permanente ou em seu entorno. Outro fator relevante é que, após a retirada da polpa dos frutos, a grande quantidade de sementes viáveis que sobram como resíduo do processo de produção da polpa pode ser utilizada para incremento das populações da espécie, repovoamento de áreas onde houve extinção e que não apresentam capacidade de regeneração natural, bem como em sistemas de consórcio ou agroflorestais, objetivos desse projeto.

Palavras-chave: Euterpe edulis Mart., sustentabilidade ambiental, segurança alimentar.

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INTRODUÇÃO A Mata Atlântica é considerada uma das cinco áreas prioritárias para ações de conservação ambiental no planeta denominadas internacionalmente “hotspots” (Consórcio Mata Atlântica, 1992). É considerada “hotspot” (ponto quente em tradução livre do inglês) toda área que contenha como endêmicas pelo menos 1,5 mil das 300 mil espécies de plantas do planeta que tenham perdido mais de três quartos de sua vegetação original (Conservação Internacional Brasil, 2005). Nesse particular, a Mata Atlântica apresenta cerca de 20 mil espécies de plantas, das quais oito mil são endêmicas e 2.300 espécies animais, sendo 725 endêmicas (Consórcio Mata Atlântica, 1992). Na época do descobrimento, a cobertura original de Mata Atlântica representava 12% do território nacional, chegando hoje a um nível alarmante de redução da cobertura florestal, ocasionado pelos ciclos econômicos agrícolas com exploração de grandes áreas, e a ocupação histórica das regiões litorâneas, com a construção de vilas e grandes cidades (IBAMA, 1997). Dessa forma, a maior parte das espécies ameaçadas de extinção no Brasil encontra-se na Mata Atlântica, onde menos de 5% da cobertura original que ainda resta apresenta-se na forma de remanescentes florestais pequenos e fragmentados (Alho, 1984; Consórcio Mata Atlântica, 1992). O Estado de São Paulo detém a maior área de Mata Atlântica e ecossistemas associados do país, cerca de 17 mil km2, representando aproximadamente 7% de sua cobertura vegetal original. As dificuldades de exploração das regiões litorâneas, impostas pelo relevo acidentado na encosta da Serra do Mar, fizeram com que algumas áreas sofressem menor impacto antrópico, estando hoje em melhor estado de preservação. Essas regiões que mantiveram suas características ambientais pouco alteradas ficaram sujeitas à criação de Unidades de Conservação (UC), como forma de garantir sua integridade, baseando-se na preservação dos recursos naturais (Diegues, 2004). Em uma dessas regiões, encontra-se o município de Ubatuba localizado no extremo leste do litoral norte do Estado de São Paulo, entre a latitude 23º26´13 S e longitude 45º04´08 O. No município, a cobertura florestal é caracterizada como Floresta Ombrófila Densa e ecossistemas associados, que apresentam variação em função do relevo e influência do mar, a exemplo das restingas, mangues, e demais áreas costeiras. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2007), Ubatuba ocupa uma área de 712 mil ha, sendo que aproximadamente 47.500 ha do território do município pertencem ao

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Parque Estadual da Serra do Mar (PESM) Núcleo Picinguaba, instituído em 1977 (Instituto Florestal, 2008). Também desse total, 46.235 ha (aproximadamente 6,5% da área do município) são ocupados por unidades de produção agrícola (IBGE, 2007). Segundo o último senso realizado pelo IBGE (2007) a população do município é de 75.008 habitantes e a população rural corresponde a aproximadamente 1.666 habitantes, dos quais a expressiva maioria ainda vive em comunidades que praticam o uso tradicional dos recursos naturais como um componente essencial da economia familiar e tem como base na sua forma de vida atividades de agricultura itinerante, como a pesca artesanal, o extrativismo vegetal e o artesanato. Nesse contexto, algumas espécies nativas da Mata Atlântica como a palmeira juçara (Euterpe edulis), também conhecida como palmiteiro, apresenta grande potencial em termos ecológicos e econômicos. Tradicionalmente essa palmeira era utilizada apenas para a produção de palmito e apesar da exploração extrativista desordenada, contínua e sem controle ter acarretado risco de extinção da espécie, ainda representa uma opção de renda para muitas famílias de agricultores de comunidades tradicionais, como caiçaras, quilombolas e principalmente, indígenas. Recentemente maior atenção tem sido dada ao potencial de seus frutos para a produção de polpa, bastante similar a dos frutos do açaizeiro (Euterpe oleracea), produzida na Amazônia. Ainda que exista literatura sobre o palmiteiro juçara, contemplando a ecologia da espécie e seu manejo para produção de palmito, são escassas as pesquisas direcionadas ao manejo dos frutos, nem mesmo o código florestal do Estado de São Paulo prevê regulamentação para essa atividade. Com a implementação de um programa de manejo adequado, os benefícios ambientais podem ser múltiplos, como a recuperação e conservação das florestas em corredores, fragmentos, nascentes de rios (proteção de corpos d'água) e maior abundância de alimento para a fauna polinizadora e dispersora, entre outros aspectos (Costa et al., 2006). A médio e longo prazos o desenvolvimento de agroflorestas, tendo a palmeira juçara como espécie-chave, pode alavancar a produção de frutos, integrando sistemas de cultivo mais diversificados, potencializando assim, acesso a mercados e geração de renda. Pelo exposto, o objetivo deste projeto é desenvolver a educação agroflorestal para o manejo sustentável dos recursos naturais, promovendo a conservação ambiental, a geração de renda e o fortalecimento das comunidades tradicionais que vivem no entorno e interior do Núcleo Picinguaba pertencente ao Parque Estadual da Serra do Mar localizado em Ubatuba, SP.

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DISCUSSÃO Análise conjuntural Os frutos do açaizeiro constituíam uma parte importante da alimentação indígena antes da chegada dos europeus (Canto, 2001). O hábito de consumir a polpa dos frutos como alimento, manteve-se entre as populações rurais da região Norte do país e implantouse nas cidades, tornando-se um produto popular nos grandes centros urbanos e no litoral. Os maiores produtores de açaí do Brasil são: Estado do Pará, seguido pelo Amapá. As maiores ocorrências de açaizais nesses Estados localizam-se no estuário do rio Amazonas, com destaque para as ilhas. Nessas regiões as estimativas são de 12 toneladas de frutos por hectare por ano. No Estado do Pará durante os anos de 1985 e 1986, 141.500 toneladas de frutos/ano de açaizeiro foram coletadas e comercializadas, principalmente em Belém, onde o consumo é estimado em 180 mil litros de “vinho” de açaí por dia (Castro, 2000; Bacellar et al, 2006). Face à sua popularização como energético, o açaí passou a ser demandado em outras regiões do país, com destaque para o Rio de Janeiro, onde a polpa já é ofertada nas praias e faz parte de cardápios das academias de ginástica (Bacellar et al, 2006). Segundo Canto (2001), a Central de Abastecimento do Estado do Rio de Janeiro (CEASA) recebe 200 toneladas/mês de açaí congelado proveniente da região norte do país, principalmente do Estado do Pará. Além disso, o açaí é considerado uma excelente fonte de antocianinas, um grupo de pigmentos hidrossolúveis que quimicamente consistem de flavonóides glicosados e em muitos casos de grupo(s) acil (Iaderoza et al, 1992). Os radicais de açúcar são representados por unidades de glicose ou de outros monossacarídeos aumentando a estabilidade e solubilidade da antocianina (Martins, 2004). No organismo humano as antocianinas atuam como antioxidantes combatendo os radicais livres deletérios às membranas celulares, e, portanto prolongam a vida das células, retardando o envelhecimento. Esses compostos também aumentam as defesas imunitárias, melhoram a circulação sangüínea e protegem o organismo contra o acúmulo de lipídeos nas artérias, possuindo também a capacidade de retardar a perda de visão e diminuir os efeitos da doença de Alzheimer (Rogez, 2000). Considerando a similaridade no sabor da polpa e por se tratar de espécies do mesmo gênero, pode-se tomar como referencial para a polpa da palmeira juçara, a já estudada composição nutricional da polpa dos

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frutos do açaizeiro da Amazônia (Costa et al., 2006). Segundo Bacellar et al. 2006, a parte comestível do açaí corresponde a 17% do fruto, sendo o restante composto pela semente (83%). A análise química da polpa apresenta umidade 59,7%; protídeos 2,5%; lipídios 7,0%; glicídios 25,5%; cinza 1,2%; cálcio 0,2% e fósforo 0,1%; o valor energético de 100 gramas é de 80 quilocalorias. Assim, o consumo diário de um litro de polpa de açaí, com 12,5% de matéria seca propicia em média 65,8g de lipídios, que corresponde a 66% da ingestão diária requerida; 31,5g de fibras alimentares totais, que corresponde a 90% das recomendações diárias e 12,6g de proteínas, que corresponde de 25% a 30% da quantidade diária necessária (Rogez, 2000). Dentre as vitaminas destaca-se a vitamina E, um importante antioxidante, e vitaminas do complexo B. Estudos com juçara indicam que “cada indivíduo” é capaz de produzir até cinco infrutescências (cachos) em um ano, sendo que cada infrutescência produz em média 3.330 frutos (Mantovani & Morellato, 2000). Os frutos pesam cerca de um grama e cada infrutescência pode atingir até 5 kg, sendo a média 3 kg (Reis, et al., 1994). Segundo Bovi et al. (1988), um mesmo indivíduo dessa palmeira não necessariamente floresce e frutifica todos os anos consecutivamente. Na prática, a produção de polpa artesanal de juçara tem apresentado rendimento em volume e concentração de polpa semelhantes ao do açaí. Um aspecto positivo do manejo da juçara para a produção de polpa do fruto, em relação ao manejo para palmito, é que a retirada do palmito implica na morte da planta, que leva de cinco a oito anos para chegar a um estágio de corte, enquanto a coleta de fruto pode ser feita aproximadamente ano após ano com a mesma planta, pois não é necessário cortá-la. Outro fator relevante é que os frutos depois de despolpados, fornecem como produto não só a polpa para ser consumida como alimento, mas também uma grande quantidade de sementes viáveis que podem ser utilizadas para incremento das populações da espécie, repovoamento de áreas onde já foi extinta e, portanto, sem capacidade de regeneração natural. Essas sementes podem também servir como fonte de renda na produção de mudas de palmeira juçara para venda a produtores e paisagistas, para produção de palmito e para uso em ornamentação, respectivamente (Costa et al., 2006). Além disso, o nível e complexidade de interação da palmeira juçara com a fauna, sugere que essa espécie apresenta grande potencial para mudar os rumos da dinâmica sucessional, quando presente na “comunidade florestal” (Reis & Kageyama, 2000).

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Etapas de projeto

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No início do projeto em 2006, por meio de um processo planejado de leitura crítica da realidade e intervenção nas comunidades envolvidas, foi realizado um Diagnóstico Rápido Participativo e Emancipador (DRPE), conforme proposto por Pereira (2001). O diagnóstico serviu de base para o desenvolvimento de um sistema de monitoramento participativo das ações e dos resultados obtidos, com a formação de um Conselho para coordenar as ações de monitoramento e planejamento, visando integrar e estabelecer um diálogo mais efetivo entre as comunidades, o poder público e as instituições de pesquisa e de extensão rural. Durante os três anos de vigência do projeto, foram realizadas oficinas modulares de manejo da palmeira juçara nas regiões norte e centro-sul de Ubatuba. Cada módulo tem a duração de dois dias, com 8h/aula/dia, oferecendo-se em cada oficina 50 vagas. Os conteúdos de cada módulo foram organizados de maneira seqüencial e acumulativa: no primeiro ano foram trabalhados tanto o manejo e beneficiamento artesanal da polpa como a comercialização de sementes. No segundo ano foram retomados os aspectos de manejo e trabalhado o beneficiamento agroindustrial da polpa, e no terceiro ano estão sendo trabalhadas questões relacionadas ao licenciamento da atividade de coleta de frutos e comercialização da polpa.

Resultados parciais Foram realizadas nas dependências da UPD-U três Oficinas Modulares de Manejo da Palmeira Juçara. Nessas oficinas foram apresentados de forma teórica e prática aspectos técnicos ligados à ecologia e manejo da espécie; coleta e beneficiamento dos frutos para obtenção da polpa como recurso alimentar e de sementes. As sementes são comercializadas para cultivo em viveiros e/ou plantios diretos e utilizadas na recuperação de áreas degradadas ou em sistemas agroflorestais (Figura 1). Nas oficinas, todas as etapas para obtenção da polpa e das sementes foram apresentadas de forma a qualificar os agricultores presentes, constando das seguintes etapas: 1. Apresentação teórica sobre a ecologia da palmeira juçara; 2. Prática de manejo para coleta dos frutos de juçara; 3. Boas Práticas de Fabricação (BPF); 4. Processamento do fruto (limpeza, despolpamento, etc.); 5. Envasamento e rotulagem; 6. Obtenção das sementes; formação de viveiros e sistemas agroflorestais. Para tanto, foi necessária

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adequação de uma planta piloto de processamento artesanal na UPD-U, com a adaptação e locação dos equipamentos necessários à obtenção da polpa. Após a coleta e a derriça, os frutos bem maduros (de coloração preta) devem ser separados dos frutos vermelhos e verdes, que são descartados. A primeira etapa do processamento para obtenção da polpa é o processo de lavagem, com os frutos sendo colocados em recipiente plástico com capacidade de 100 L, com água previamente tratada e clorada em proporção de 5 a 10 ppm e posteriormente lavados em água tratada para retirar o excesso de cloro. Após nova seleção, na etapa seguinte, denominada de maceração, os frutos são colocados em um recipiente com água tratada e morna a uma temperatura de 40 oC, durante 20 minutos, para amolecer o mesocarpo. Na seqüência os frutos são levados para a etapa de despolpamento, em que são colocados em despolpadora elétrica, com capacidade de processamento de 4 kg de frutos por batida, adicionando-se água potável na proporção de 3 L de água para 4 kg de frutos, para facilitar a separação da polpa da semente e da casca, obtendo-se (segundo a instrução normativa N° 01, de 7 de janeiro de 2000, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que estabelece regulamentação para fixação dos padrões de identidade e qualidade para polpa de açaí) o açaí médio ou regular tipo B com a polpa apresentando entre 11 a 14% de sólidos totais. Em seguida procede-se ao envasamento, acondicionando a polpa em sacos plásticos com capacidade de 1 kg e selados a quente com seladora manual. A seguir, procede-se o congelamento de forma lenta, com utilização de freezeres comuns para conservar as características organolépticas da polpa. A temperatura adequada para conservação do produto é de 40 oC negativos, que permite a armazenagem por um período de um ano (Figuras 1 e 2). Durante o desenvolvimento do projeto, estabeleceu-se um diálogo mais efetivo entre pesquisadores e funcionários do Instituto Florestal, responsável pela implementação do plano de manejo do Parque Estadual da Serra do Mar Núcleo Picinguaba e a Fundação Florestal, cujos pesquisadores propuseram à instituição um projeto de “Repovoamento do Palmiteiro Juçara (Euterpe edulis Mart.) no entorno de Unidades de Conservação”. Os participantes provocaram a formação de Grupo de Trabalho para revisão da Resolução SMA Nº 16, de 21 de junho de 1994 (Processo FF 0639/07), que estabelece normas para exploração da palmeira juçara em todo o território do Estado de São Paulo, com objetivo de nela inserir e regulamentar o manejo dos frutos.

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Figura 1. (A) Aspecto geral dos frutos da palmeira juçara; (B) Aula teórica realizada na UPDU; (C) Coleta dos frutos de palmeira juçara; (D) Derriça e seleção dos frutos de palmeira juçara; (E) Lavagem e seleção dos frutos de juçara; (F) Despolpamento dos frutos de juçara; (G) Envasamento e selagem da polpa de juçara; (H) Sementes obtidas no processamento de polpa de juçara; (I) Formação de viveiros de mudas com sementes de juçara provenientes do processo de obtenção de polpa; (J) Utilização das mudas dos viveiros em sistemas consorciados (Ubatuba, UPDU, 2006-2008).

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Extração da biomassa Coleta/transporte dos frutos Derriça Seleção dos frutos

Beneficiamento da biomassa Pré-lavagem em água tratada Lavagem em água clorada Seleção dos frutos Lavagem em água tratada Maceração Despolpamento Esvasamento e rotulagem Congelamento e armazenamento Distribuição/transporte da polpa Figura 2. Fluxograma representativo do processo de obtenção de polpa de juçara (Ubatuba, UPDU, 2006-2008).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS O manejo dos frutos da palmeira juçara para obtenção da polpa alimentar e de sementes pode ser considerado como uma importante estratégia de conservação dessa espécie e das florestas nativas, além do potencial socioeconômico da segurança alimentar e geração de renda das comunidades tradicionais na Mata Atlântica. O estímulo para o manejo dos frutos, ao invés do palmito, pode contribuir consideravelmente para a redução da pressão sobre essa espécie, além da resolução dos conflitos sócio-ambientais relacionados ao uso de recursos naturais por comunidades inseridas em áreas de conservação permanente ou em seu entorno.

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