Rentabilidade da suinocultura Jonas Irineu dos Santos Filho Pesquisador da Embrapa SuĂnos e Aves jonas.santos@embrapa.br
Conhecendo o neg贸cio su铆no
O Mapa da Produção de Suínos
165,44
Italia
143,71 142,37 134,62 127,52 124,04 121,28 121,18 107,98 106,06 104,16 103,00 89,02 90% da produção mundial 88,11 85,67
Suecia Grã Bretanha Austria Alemanha França Dinamarca Irlanda Holanda Belgica China Russia EUA Brasil Canada
Fonte: Interpig
0
50
100
150
200
0,56% DAS EXP.
0,60% do PIB
COMO SE ESTRUTURA A INDÚSTRIA DE SUÍNOS NO BRASIL?
Regi達o Norte e Nordeste 113,4 mil matrizes 2.278 mil animais abatidos 173 mil toneladas de carnes 22,3 terminados porca ano
Regi達o Centro Oeste 216,9 mil matrizes 4.831 mil animais abatidos 406mil toneladas de carnes 24,5 terminados porca ano
Regi達o Sudeste (MG, SP) 310,4 mil matrizes 6.682 mil animais abatidos 553 mil toneladas de carnes 24,5 terminados porca ano Regi達o Sul 948,6 mil matrizes 21.174 mil animais abatidos 1.814 mil toneladas de carnes 24,5 terminados porca ano
Fonte: Abipecs/Embrapa
Independente, Produção Própria, Integrador, Atravessador 3-4 semanas Gestação
5-6 semanas
Desmame 4-6 kgs
16 semanas
Engorda 18-24 kgs
Abate 100-130 kgs
Ciclo Completo Unidade Produtora de Leitões Materneiro Crechario
Terminador/Parceiro (da saida de creche ao abate)
Terminador/Parceiro (do desmame ao abate)
Parceria, Comodato, Integrador-Parceiro
Figura 1 – Ambiente tecnológico e arranjos organizacionais na cadeia produtiva de suínos
Sistemas de produção avaliados nos diferentes estados.
Fonte: Martins et all, 2012
CUSTO DE PRODUCテグ DE SUINOS
Em 1978, surgiram os primeiros trabalhos com custos de produção de suínos. A primeira publicação da metodologia de custo de produção de suínos ocorreu em 1980 e posteriormente a mesma foi atualizada atualizada nos anos de 1989 e 2000 (PROTAS, 1980; GIROTTO; PROTAS, 1989; GIROTTO; SANTOS FILHO, 2000). Atualmente esta sendo utilizada uma nova modificação na metodologia.
Peranbuco – Ciclo Completo 1. CUSTOS VARIÁVEIS 1.1 - Alimentação 1.2 - Mão-de-obra 1.3 - Gastos veterinários 1.4 - Gastos com transporte 1.5 - Despesas com energia elétrica 1.6 - Despesas manutenção e conservação 1.7 - Despesas financeiras 1.8 - Despesas com aquisição de sêmen 1.9 - Funrural 1.10 - Eventuais TOTAL CUSTOS VARIÁVEIS 2. CUSTOS FIXOS 2.1 - DEPRECIAÇÕES 2.1.1 - Depreciação das instalações 2.1.2 - Depreciação dos equipamentos TOTAL DEPRECIAÇÕES 2.2 - OUTROS CUSTOS FIXOS 2.2.1 - Rem. do capital médio / inst. e equipto. 2.2.2 - Rem. sobre reprodutores e animais em estoque 2.2.3 - Reposição de reprodutores TOTAL OUTROS CUSTOS FIXOS TOTAL CUSTOS FIXOS CUSTO OPERACIONAL ( 1 + 2.1 ) CUSTO TOTAL ( 1 + 2 )
Abril 2012 1,89 0,13 0,05 0,09 0,02 0,02 0,01 0,00 0,08 0,04 2,33
0,03 0,04 0,07 0,00 0,05 0,07 0,05 0,17 0,24 2,40 2,57
CICLO COMPLETO
Abril
PARANA 1. CUSTOS VARIÁVEIS 1.1 - Alimentação 1.2 - Mão-de-obra 1.3 - Gastos veterinários 1.4 - Gastos com transporte 1.5 - Despesas com energia elétrica 1.6 - Despesas manutenção e conservação 1.7 - Despesas financeiras 1.8 - Despesas com aquisição de sêmen 1.9 - Funrural 1.10 - Eventuais TOTAL CUSTOS VARIÁVEIS 2. CUSTOS FIXOS 2.1 - DEPRECIAÇÕES 2.1.1 - Depreciação das instalações 2.1.2 - Depreciação dos equipamentos TOTAL DEPRECIAÇÕES 2.2 - OUTROS CUSTOS FIXOS 2.2.1 - Rem. do capital médio / inst. e equipto. 2.2.2 - Rem. sobre reprodutores e animais em estoque 2.2.3 - Reposição de reprodutores TOTAL OUTROS CUSTOS FIXOS TOTAL CUSTOS FIXOS CUSTO OPERACIONAL ( 1 + 2.1 ) CUSTO TOTAL ( 1 + 2 )
2012 1,73 0,12 0,06 0,12 0,01 0,02 0,01 0,01 0,05 0,04 2,16 0,04 0,02 0,06 0,00 0,05 0,03 0,03 0,11 0,17 2,22 2,33
CICLO COMPLETO
FATORES DETERMINANTES DO CUSTO DE PRODUCテグ
Salários médios pagos nas mesorregiões brasileiras em dezembro de 2010 Mesorregião Oeste Catarinense Sudoeste Paranaense Metropolitana de Porto Alegre Sul Goiano Sudoeste de Mato Grosso do Sul Norte Mato-grossense Agreste Pernambucano Extremo Oeste Baiano Nordeste Baiano
Fonte: MTE/CAGED
Criação de suínos 891,80 801,21 876,17 910,95 844,23 939,18 527,13 807,37 632,85
A suinocultura versus a produção vegetal
4,0 Sacos de milho 8,8 milhões de ton. de milho
2,15 Saco de Farelo de Soja 4,66 milhões de ton. de Farelo de Soja
1 Suíno terminado com 115 kg 36.000.000 Suíno terminado com 115 kg Fonte: Adaptado da CONAB
Efeito do Preรงo do Milho sobre a Rentabilidade da Suinocultura 600
60,00% 50,00% 40,00% 30,00% 20,00% 10,00% 0,00% -10,00% -20,00% -30,00% -40,00%
500 400 300 200 100
Milho Paranรก
Lucro Liquido
0 2008
2007
2006
2005
2004
2003
2002
2001
2000
1999
Fonte: Santos Filho (1999), Girotto (2008)
Faixa de flutuação do preço do milho no mercado brasileiro
Fonte: CONAB, IPEADATA, Santos Filho (2008)
Salários médios pagos nas mesorregiões brasileiras em dezembro de 2010 Mesorregião Oeste Catarinense Sudoeste Paranaense Metropolitana de Porto Alegre Sul Goiano Sudoeste de Mato Grosso do Sul Norte Mato-grossense Agreste Pernambucano Extremo Oeste Baiano Nordeste Baiano Fonte: MTE/CAGED
Criação de suínos 891,80 801,21 876,17 910,95 844,23 939,18 527,13 807,37 632,85
Custo de produção em função do peso de abate
2,60
2,563
2,55 (R$/ Kg)
2,50
100,71
118,59
134,07
143,9
2,475 2,454
2,45
2,427
2,40 2,35
Custo Unitário
O aumento do peso de abate dos suínos é um pratica economicamente viável (Pinheiro et all., 1983 e Santos Filho et al., 2001).
Efeito do peso de abate sobre o peso dos cortes comerciais
Diminui o custo de de produção e o custo industrial de abate. Possibilita ao setor o desenvolvimento de novos cortes para comercialização (coxão-mole, a picanha suína e o file mignon de suínos) que ira aumentar as possibilidades de oferta do produto hoje restrito a cortes como a costela, lombo, paleta e pernil.
Efeito do peso de abate sobre o peso dos cortes comerciais
Efeito do peso de abate sobre o peso dos cortes comerciais
QUESTÕES TECNOLOGICAS
1999
1998
1997
1996
1995
1994
1993
1992
1991
1990
1985
1980
1975
20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0
1973
Evolução Tecnológica na Suinocultura Catarinense (terminados porca ano)
26
Item Matrizes produtivas (cabeças) Fêmeas/macho (cabeças) Nascidos vivos por parto Leitões desmamados/parto Idade de desmame (dias) Peso após maternidade (kg) Mortalidade - maternidade (%) Peso na saída da creche (kg) Mortalidade na creche (%) Leitões na saída de creche/parto Período de terminação (dias) Idade de abate (dias) Peso para o abate (kg) Mortalidade na terminação (%) Taxa de retorno ao cio (%) Partos por matriz/ano Suínos vendidos (matriz/ano) Reposição matrizes (% ao ano) Reposição machos (% ao ano)
PR MT GO 60 1.200 150 60 100 75 11,5 11,6 11,6 10,58 10,63 10,66 28 28 28 7,5 7,5 7,5 8,00 8,40 8,10 23 23 23 2,00 2,00 2,00 10,37 10,41 10,45 100 105 112 163 168 175 110 115 120 3,00 3,00 3,00 7,77 8,55 8,55 2,37 2,37 2,37 23,84 23,94 24,02 45% 45% 45% 50% 50% 50%
MG 1.500 100 11,9 10,95 28 7,5 8,00 23 2,00 10,73 112 175 120 3,00 7,37 2,37 24,66 45% 50%
PE CE 60 150 20 21 11,00 11,00 10,07 10,09 28 28 7,0 7,0 8,50 8,30 22 22 2,00 2,00 9,86 9,89 112 105 175 168 120 110 3,00 3,00 8,57 8,10 2,37 2,37 22,68 22,73 45% 45% 50% 50%
Questões para pensar • Qual o indicador ideal = desmamados porca ano ou total de peso desmamado porca ano? • Conversão alimentar ou gasto de racão para produzir um kg de suíno • O coeficiente da fase de lucro é diferente do coeficiente da fase de prejuízo. • O custo fixo é menos que 5% do custo de producão. A racão hoje representa 79%.
Questões para pensar • Custo fixo pode levar a falência? • Salario baixo é razão de competitividade? • Ser high tech é a base do sucesso?
CONHECENDO A DEMANDA DO SEU PRODUTO
Cereais 70 60 50 40
Frutas e Vegetais
Leguminosas
30 20 10 0
Açúcar
Óleos e Gorduras
Animais Brasil
Fonte: Santos Filho, 2008
EUA
França
China
India
Matriz de elasticidades Marshallianas para os dados da POF de 2002-2003 - modelo NL-AIDS.
Suínos
Frangos Bovino 1ª Bovino 2ª
Suínos
-0,889
0,053
0,081
0,08
Frangos
0,067
-0,723
ns
ns
Bovino 1ª
0,132
ns
-0,898
ns
Bovino 2ª
0,143
ns
ns
-0,899
Economia Aplicada, v. 13, n. 2, 2009, pp. 231-255 - ESTIMAÇÃO DO SISTEMA QUASE IDEAL DE DEMANDA PARA UMA CESTA AMPLIADA DE PRODUTOS EMPREGANDO DADOS DA POF DE 2002-2003. José Adrian Pintos-Payeras
Elasticidades-dispêndio para os três grandes estratos selecionados Produto
Estrato I
Estrato II
Estrato III
Bovino 1ª
1,086
1,069
1,091
Bovino 2ª
0,740
0,576
0,089
Frangos
0,685
0,548
0,172
Suínos
0,755
0,703
0,509
Economia Aplicada, v. 13, n. 2, 2009, pp. 231-255 - ESTIMAÇÃO DO SISTEMA QUASE IDEAL DE DEMANDA PARA UMA CESTA AMPLIADA DE PRODUTOS EMPREGANDO DADOS DA POF DE 2002-2003. José Adrian Pintos-Payeras
Características sociais ou ambientais que podem afetar a procura de produtos agrícolas. Desta forma: (a) nível de educação das famílias; (b) tamanho da unidade de consumo ou família; (c) composição na unidade familiar; (d) origem étnica do consumidor; (e) variações climáticas ou variações estacionais e (f) participação da mulher no mercado do trabalho são importantes definidores da demanda agregada
Resultados dos efeitos marginais do Modelo Probit para os produtos: carne bovina, carne suína e frangos
RENTABILIDADE O QUE DIZEM OS ESTUDOS?
Taxa Interna de Retorno (TIR) do investimento na terminação de suínos
R$ por suíno
TIR
12,00 15,00 18,00 20,00
Impossível Impossível 8,5% 13,7%
mai/09
jan/09
set/08
mai/08
jan/08
set/07
SuĂno Vivo c / Bonus
mai/07
jan/07
set/06
mai/06
jan/06
set/05
mai/05
jan/05
set/04
mai/04
jan/04
set/03
mai/03
jan/03
(R$/kg peso vivo)
3 2,8 2,6 2,4 2,2 2 1,8 1,6 1,4 1,2 1
predito SuĂno Vivo
(meses)
Tabela 3 - Estatística descritiva das variáveis de lucratividade Somatório Total Média Mensal Desvio Padrão Maximo Mínimo
Lucro Real 5,2500 0,0673 0,3413 0,9600 -0,5700
Fonte: Cálculos dos autores
Predito A -0,2999 -0,0038 0,0575 0,1203 -0,1256
Predito B -0,2192 -0,0028 0,0564 0,1154 -0,1461
Predito C -0,1480 -0,0019 0,0546 0,1252 -0,1552
Custos Embrapa –UPL, Paraná(2011) Coeficientes Técnicos (500 matrizes)
Martins et al, 2011.
Custos Embrapa – UPL e UT (2011) Santa Catarina - Coeficientes TÊcnicos
Santos Filho et al, 2011.
Custos Embrapa – UPL e UT (2011) Santa Catarina
Santos Filho et al, 2011.
11,21/Leitão 15,21/Leitão
13,12/Leitão
Regressão da variação do preço recebido pelo integrado de suinos em relação ao preços dos principais insumos.
COEFICIENTES DE CORRELACAO
ICP SUINOS O método utilizado para obter índices de custos é conhecido como Índice de Laspeyres, que adota uma base de ponderação fixa (valores do ano base) e considera a evolução de preços num período, computada da seguinte forma:
P1 *Q0 IL = *100 P0 *Q0
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