Agropec Bahia 2012 Silagens

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AGROPEC 2012 REsERvAs EstRAtéGiCAs dE AlimEntOs PARA O PERíOdO sECO dO AnO

silAGEm PROf. dR. EdmundO bEnEdEtti GERAlEitE/sEnAR - ufu sAlvAdOR bA 2012


Definição: Silagem é um alimento volumoso, energético, conservado em meio acidulado decorrente da fermentação lática ocorrida em vegetais picados ricos em hidratos de carbono fermentecíveis em ambiente anaeróbico.


Terminologias  Silo: Reservatório que receberá a matéria a ser ensilada  Silagem: Produto final do processo de ensilagem (alimento)  Ensilagem: Todo o processo de preparação da silagem


Qualidade da forragem Valor nutritivo da massa de forragem x consumo efetuado pelo animal x potencial de desempenho do animal.


As análises de MS, pH, Nitrogênio Amoniacal e Nitrogênio Insolúvel dão uma idéia apropriada da qualidade fermentativa da silagem. A análise de PB, FDN, FDA e NDT avaliam a qualidade nutricional da silagem para um correto balanceamento das dietas.

Análises físicas, como a análise de Massa Específica da silagem (quilos de matéria verde por metro cúbico determinada pelo tamanho médio de corte aplicado na planta forrageira utilizada.) e da distribuição do Tamanho das Partículas podem ser um excelente indicativo da qualidade fermentativa da silagem e da qualidade da compactação efetuada.


O Tamanho Médio de Partículas (TMP) influencia a porosidade na massa de forragem colocada no silo e a resistência da planta à compactação. 

Partículas de tamanho elevado reduzem a taxa de passagem ruminal de sólidos, reduzindo assim o consumo voluntário de MS 


Como forma de atenuar os efeitos prejudiciais de uma compactação inadequada no silo, aumenta-se a espessura da camada de silagem retirada diariamente.

Sugere-se o valor de 30 cm/dia como forma de minimizar as perdas no painel do silo.


Capacidade Tampão (CT): depende basicamente da composição da planta no que se refere ao teor de proteína bruta, íons inorgânicos (Ca, K, Na) e combinação de ácidos orgânicos e seus sais.

Determinação do pH (acidez) Determinação de microrganismos: Lactobacilos homo e heterofermentativas Enterobactérias


ClostrĂ­deos

Leveduras e Fungos

ListĂŠrias


Tipos de silo:  Trincheira  Superfície ou torta  Bolsas plásticas  Cincho  Tambores  Sacos plásticos  Poço  Aéreo




SILAGEM DE PRE SECADOS



Matérias primas da ensilagem:  Devem contar uma alta produtividade, e no mínimo 12% de hidratos de carbonos fermentecíveis: milho, sorgo, milheto, capim elefante, capins em geral, leguminosas, girassol e cana-de-açúcar.


Bioquímica do Processo Fermentativo Pode ser dividido em: - Respiração; - Início da Fermentação Anaeróbica; - Fermentação Anaeróbica Plena; - Diminuição da Fermentação Anaeróbica; - Estabilidade


Bioquímica do Processo Fermentativo  Respiração: Começa na Picagem do Material 1 C6H12O6 + 6 O2 6 CO2 + 6 H2O + 677kcal Esta reação quando estendida leva a Indigestibilidade da Proteína pela alta quantidade de calor liberada

Reação de Maillard


Bioquímica do Processo Fermentativo  Início da Fermentação Anaeróbica: -Ação

de bactérias homofermentativas (Streptococcus sp.)  rápida produção de ácido levando o pH de 6,0 para 4,2.  Fermentação Anaeróbica Plena:

-Atuação de bactéria produtoras de ácido láctico (Lactobacillus sp.)


Bioquímica do Processo Fermentativo  Diminuição da Fermentação Anaeróbica: - Continuidade da produção de ácido Láctico  inibição gradativa das bactérias em pH abaixo de 4,0 e a temperatura já se estabilizou.  Estabilidade: - A temperatura já está fria e o pH está entre

3,5 a 4,2; não ocorre atividade biológica expressiva após 21 dias da vedação do silo, quando não inoculado.


Colheita  Ponto de corte na prática: - Milho: 30 a 35% de MS grãos farináceo-duro. Quando a linha do leite estiver com 1/3 do grão até 2/3.

Linha do leite


Colheita  Sorgo/Milheto: 30 a 33% de MS, grãos pastosos a farináceos. Quando os grãos são facilmente amassados com os dedos, com escorrimento branco viscoso ou até a mesma ação sem escorrimento;  Cana de açúcar - Grau Brix de 18;  Capins tropicais - 22 a 25% de MS. Com 50 a 60 dias pós corte (Lavezzo, 1985;Patel et al. 1967), pouco antes da sementeação.


Colheita - Afiação de regular de facas para que corte a planta e não a rasgue.

Luis Keplin






Compactação  Deve ser feita em todo o seu comprimento, e nas transversais quando silo superfície.  Peso do Trator: - O trator deve ser o mais pesado da frota, e seus pneus não devem ser muito largos ou duplos, pois necessita-se que a pressão na massa seja a maior possível. - Não levar terra para dentro do silo  Clostridios




DESENVOLVIMENTO FÚNGICO EM SILOS Localização da presença de fungos.

Penetração Penetraçã o do do ar. ar.

FASE I : Primeira

semana após a abertura do silo: infestação fúngica discreta e as vezes invisível.

Segunda e terceira semana após a abertura do silo: infestação fúngica se alastra. Fase II :


FASE III – 4º semana após a abertura do silo: infestação fúngica toma conta do ¼ final do silo . CONCLUSÃO : Uma silagem com MS superior a 30% , considerada como boa no momento da abertura, pode se degradar no decorrer do consumo e proporcionar perdas elevadas (geralmente superiores a 20%).


Flora Ăştil Flora Nociva

Tempo (hs)

24

48


Flora o prĂŠ-existente Flora inoculante

Tempo (hs)

24

48




.



Aditivos e Inoculantes  Melhoria da fermentação e valor nutritivo (Kung, 2009)  ADITIVOS: alto valor de MS - Mais utilizados: fubá de milho, uréia (1%), milheto, sorgo, farelo de trigo, babaçu (em média: 4,7 a 7,6% da massa a ser ensilada); - Farelo de mandioca (14,2%), farelo de cacau (26,3%), casca de café (30%) (Andrade et al.,2010 RBZ).


Aditivos para silagens: Melaço : 2 a 3% p/capim – 6% leguminosa Ácido fosfórico: 0,5 a 0,9% - 0,9 a 1,5% Ácido fórmico: 0,8 a 0,9% Metabissulfito de sódio: 0,3% Cloreto de Sódio: 0,2 a 0,3%


Aditivos e Inoculantes INOCULANTES: diminuição do pH - 100.000 a 500.000 UFC/g de forragem  TIPOS DE INOCULANTES:

- Bactérias homofermentativas (produtoras de ácido lático) Ex. Lactobacillus plantarum - Bactérias heterofermentativas (produtoras de ácido propiônico e ácido acético) Ex. Lactobacillus buchneri


Aditivos e Inoculantes

Foto: Interural

Foto: Luis Keplin

Foto: Luis Keplin

Maneiras de Aplicação de Inoculantes:


Aditivos e Inoculantes

 Resultados a campo têm demonstrado que na ensilagem de capins tropicais, milheto e cana-de-açúcar é essencial o uso de inoculantes para melhorar o perfil fermentativo.


Vedação:  É essencial para uma boa silagem: geralmente utiliza-se lonas plásticas de forma a cobrir todo o silo e impedir a entrada de água e oxigênio favorecendo assim o processo fermentativo, e menores perdas nutricionais.









Material (PEBD) constituído 100% de polímero virgem aditivado contra os raios UV com garantia de 12 meses contra as degradações solares, por escrito, através de Certificado que acompanha cada bobina. Durabilidade média de 20 meses. Reduz a camada de perdas (por incidência dos raios UV).

Não necessita cobrir com terra. Pode ser utilizada por 2 ou 3 anos.


Fórmula para o cálculo da espessura da lona: Peso da bobina/ m² da bobina / 0,923 = micras

Exemplo: 55,38kg/(8 x 50) 400m²/0,923= 150 micras


Cálculo de silagem:  Deve haver uma avaliação do consumo total de silagem considerando –se: n.de animais x cons.dia x n.de dias e estimando-se perdas de 10 a 20%.  Depende do tipo (formato de silo quer será adotado.


Trincheira:  B = b+ ½ h expressa a área total do silo.  V = S x c expressa o volume que o silo irá comportar.  S= B + b/2 x h


UMA BOA SILAGEM DEVE APRESENTAR:  32 A 35% DE MATÉRIA SECA  7 A 10% DE PB NA MS  60 A 75% DE NDT  COLORAÇÃO AMARELO CAQUI  CHEIRO ÁZIMO-DOCE  PALATÁVEL  BAIXO CUSTO


Fatores limitantes para o consumo de silagem:  Substâncias tóxicas como aminas;  Acidez elevada; pH normal de 4,0 a 5,0 diminui percentagem de gordura no leite e aumenta a prevalência de laminite.  Diminuição de carboidratos solúveis, (energia para mo)


OBRIGADO!

Prof. Dr. Edmundo Benedetti (34) 8818-6453/97975354 edmundobenedetti@yahoo.com.br


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