trago seu amor
paula costa
-Pesquisa
-Diário de bordo
-Projeto
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Minha pesquisa teve como tema principal a fotoperformance em um contexto poético e ilustrado por artistas mulheres.
A escolha da fotografia digital, parte de uma pesquisa própria sobre esse meio, entrando em contato com outras artistas que usam seus corpos como plano de fundo de suas performances, consegui vislumbrar a presença do corpo feminino como uma maneira de existir no espaço, um registro quase autobiográfico, um registro de tempo, momento, um desdobramento da palavra e do ser mulher.
As artistas que utilizei no meu estudo e como referência são a cubana Ana Mendieta, a recifense Irma Brown, a mineira Sara Não Têm Nome, as paulistanas Lia Chaia e Leonora de Barros.
A artista Ana Mendieta, utiliza de seu corpo performático para tratar temas como feminismo, land art e arte conceitual.
Irma Brown é artista visual, comunicadora e articuladora cultural e consta com diversas performances e fotografias discorrendo o corpo como matéria de estudo e criação.
Sara Não Tem Nome, é uma multiartista que trabalha muito com o audiovisual em seus processos e possui diversas fotoperformances que partem de sua interação com o mundo externo.
A obra de Lia Chaia, transita em diversos suportes e linguagens e tem interesse na percepção do cotidiano, corpo e natureza.
Os trabalhos de Leonora de Barros, tem a presença marcante da imagem e palavra escrita. Na performana artista brinca com os significados que a
Tendo como partida um processo pessoal sobre término de ciclo, o agir do tempo e de uma espécie de ritual para dar fim essa passagem, me vem à tona os anúncios de trago seu amor de volta, penso então em um exercício oposto, um feitiço do fim, tragar como fazer o outro virar fumaça e sumir. Consumir de alguma forma e transformar em outra matéria, mesmo que o gosto continue na boca. Contaminada por feitiços infantis, ou não, de escrever o nome da pessoa que se ama e enterrar no jardim, ou sussurrar o nome do amor quando uma joaninha pousa em você. A performance surge como uma mistura de todas essas lembranças e desdobra-se na possibilidade de escrever um nome de amor em um cigarro e tragá-lo, algo que não se limita ao começo ou ao fim, mas mora na vontade de realizar um encanto.
Inicialmente a fotoperformance foi pensada para ter o público como gerador do discurso e do nome que seria escrito no cigarro, acabei percebendo que por razões subjetivas, o experimento poderia não ser tão objetivo como imaginei, podem fugir do registro de escrita, tragada e fumaça, acabei adaptando para um vídeo feito por webcam, com colchão ao fundo e eu como geradora da preposição. Acabo não escrevendo, mas mentalizando esse nome enquanto trago.
Acredito que meu interesse maior foi no meu registro quase autobiográfico, de tempo, amor&feitiço, através de um ato mal visto e proibido, levanta questões contaminantes do ser mulher e se macular de alguma forma, expor a marca de uma relação.