Funk

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Júlia Bezerra • Lucas Reginato

FUNK A batida eletrônica dos bailes cariocas que contagiou o Brasil

Realização:


© Júlia Bezerra e Lucas Reginato Diretor editorial Marcelo Duarte Diretora comercial Patty Pachas Diretora de projetos especiais Tatiana Fulas Coordenadora editorial Vanessa Sayuri Sawada

Diagramação Elis Nunes Preparação Beatriz de Freitas Moreira Revisão Carmen T. S. Costa Impressão Loyola

Assistentes editoriais Mayara dos Santos Freitas Roberta Stori Assistente de arte Mislaine Barbosa

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ Bezerra, Júlia Funk: A batida eletrônica dos bailes cariocas que contagiou o Brasil / Júlia Bezerra, Lucas Reginato. – 1. ed. – São Paulo: Panda Books, 2017. 160 pp. ISBN: 978-85-7888-623-3 1. Música. 2. Funk (Música) – Rio de Janeiro (RJ) – História. 3. Música popular – Brasil – História. I. Reginato, Lucas. II. Título. 16-36243

CDD: 782.42164098115 CDU: 78.067.26(811.5)

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SUMÁRIO Introdução, 7 James Brown O rei do funk invade o Rio, 15 Michael Jackson Uma criança no trono do pop, 31 Rio de Janeiro Leonel Brizola estava de volta, 37 Grandmaster Raphael Melôs no estúdio em Inhaúma, 45 Marlboro Campeão das picapes, 59 Cidinho e Doca Amigos e irmãos na Cidade de Deus, 75 Mr. Catra Entre o morro e o asfalto, 93 Tati Quebra-Barraco Improvável rainha, 115


Marcinho Funkeiro também ama, 133 Guimê Pouco dinheiro e muita ambição, 147 Referências bibliográficas, 157 Agradecimentos, 159


INTRODUÇÃO A comunhão de povos das mais diversas origens fez do Brasil no século XX um fantástico laboratório de ritmos e melodias. Dos sambas de escravos recém-libertos na Bahia à colorida música eletrônica de indígenas no Pará, canções tristes e alegres narraram a vida nacional para quem quisesse ouvir. Nos anos 1960 e 1970, em São Paulo, egressos da bossa nova carioca agitaram uma nova cena que daria origem ao termo MPB. Na década de 1980, a periferia do Rio de Janeiro foi invadida pelo funk norte-americano de James Brown e acabou recriando o estilo por completo. Os anos 1990 ficaram marcados por testemunharem o encontro do rock e do hip-hop com o maracatu no Recife, resultando em uma mistura que ficou conhecida como manguebeat. Esses três movimentos foram escolhidos para compor uma coleção de livros que homenageia a riqueza e a diversidade da música brasileira. Neste volume, você irá conhecer a história do Funk, ritmo carioca que, apesar de altamente popular em diversas camadas sociais, é constantemente depreciado por preconceitos de todo tipo, resquícios de nossas desigualdades. *** FUNK

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Existe o funk e existe o funk. Em qualquer lugar do mundo, funk é James Brown, George Clinton, Sly Stone. No Brasil é Guimê, Catra, Valesca Popozuda. Lá é elétrico; aqui, eletrônico. Quem escuta uma coisa e outra sabe logo que são bem diferentes. O funk gringo tem arranjos sofisticados e instrumentos orquestrados; no Brasil o funk é batidão e a crua melodia dos MCs. Como uma coisa se transformou na outra? Como essa palavra, uma gíria para mau cheiro no século XVIII e um estilo de música nas jam sessions da década de 1950 em Nova Orleans, se transformou nessa batida que se ouve por todo o país, em qualquer boate de subúrbio, na trilha sonora da novela, nos carros que incomodam os mais velhos pela madrugada afora? Essa transformação se deu no Rio de Janeiro. Não de uma só vez, nem por uma só pessoa, como as páginas deste livro pretendem demonstrar, e também não no Rio de Janeiro que algum desavisado possa imaginar, como Leblon ou Copacabana. Pense no gigante Rio de Janeiro, no subúrbio infinito de gente trabalhadora, na Baixada Fluminense, nas comunidades que abraçaram os morros da cidade. Os brasileiros estavam sob as rédeas de um governo autoritário enquanto James Brown alcançava seu auge no fim da década de 1960. Com a promessa de evitar uma revolução comunista, tal qual Cuba em 1959, os militares derrubaram João Goulart com o apoio de grande parte 8 Júlia Bezerra e Lucas Reginato


da população e a bênção indelével dos norte-americanos, para quem o território era estratégico ao projeto de capitalismo globalizado. Como foi de praxe nos regimes ditatoriais do século XX, a propaganda exercia grande influência no território brasileiro. Sem a legitimidade da escolha do povo, eram necessários mecanismos sociais, da censura oficial às aulas de moral e cívica, para consolidar o senso comum de aceitação das ordens hierarquicamente superiores e valorização de um nacionalismo liberal e antissoviético em tempos de Guerra Fria. Os produtos culturais são poderosos nesse contexto. James Bond era certamente mais conhecido que Macunaíma ou Antônio das Mortes, e Os Beatles só não eram reis das paradas porque a Jovem Guarda tratou de abrasileirar o pop rock branco. Esse vetor cultural trouxe ao Brasil o funk de James Brown em um momento agitado nos Estados Unidos, em que líderes como Martin Luther King lutavam por direitos civis. Nas rádios e nos programas de televisão do Rio de Janeiro o soul brother number one estava à altura de demais popstars da música e de Hollywood, mas a intensa produção de outros soul brothers, dispersos em tantos guetos e selos independentes no vasto território norte-americano, não constava no catálogo que as gravadoras multinacionais ofereciam em poucas lojas de discos da zona Sul carioca. FUNK

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Mesmo assim, a música negra derivada do jazz e do rock estimulou uma cena surpreendente: por toda a periferia urbana, e com muita força na Baixada Fluminense, festas de garagem durante a década de 1970 evoluíram para espaços comunitários, quadras de futebol e de blocos carnavalescos, até reunir milhares de pessoas em concorridos bailes promovidos por equipes de som cada vez mais numerosas. O funk se tornou negócio não de engravatados no centro da cidade, mas de jovens entusiasmados a fim de curtir mais um fim de semana. Garotos com vinte e poucos anos, no máximo um diploma de segundo grau na mão e parcos recursos familiares – que poder de investimento havia para realizar essa cena? Um gravador doméstico de fitas cassete poderia armazenar as músicas que as ondas de rádio traziam, mas no mercado concorrido que se formou a qualidade sonora dos discos era uma exigência do consumidor. Proprietários de equipes de som, e principalmente os primeiros DJs, tinham de apertar os bolsos para comprar um disco. Discos importados vinham em pequena quantidade para as discotecas mais privilegiadas e se tornavam objeto de cobiça por toda a cidade. Alguns DJs guardavam todo o ganho de uma noite para investir em um disco novo, outros trocavam os ônibus por longas caminhadas a fim de engordar o cofrinho. Ali estava a velha lei da oferta e da demanda. Não seria mais barato eles mesmos importarem os discos? 10 Júlia Bezerra e Lucas Reginato


Quem tinha amizade com comissários de bordo em rotas para Miami, Nova York ou Los Angeles certamente levou vantagem. Dez discos que viessem na pequena bagagem deles valiam uma fortuna. Ou então poderiam ir alguns deles mesmos à terra do Tio Sam. Tony Minister, produtor da equipe Super Quente, e o DJ Carlos Machado, de Niterói, foram alguns dos que arrumaram as malas para caçar futuros hits. As primeiras viagens foram difíceis. Conversar em inglês era um desafio e tinham pouca informação para encontrar as lojas que valiam a pena frequentar. Distribuidoras que ficavam em subúrbios das grandes cidades, sobrados escondidos no centro, lojas especializadas em música soul, enfim, endereços valiosos foram conquistados, um a um, pelos jovens desbravadores. Algumas dessas vezes trouxeram de trezentos a quatrocentos discos na bagagem, a multa na alfândega sempre valeu a pena. No contato com outros agitadores da cidade acabavam por ditar moda, pois canções pouco conhecidas mesmo nos Estados Unidos se tornavam sucessos no Brasil. Os encontros na casa de alguém, normalmente às segundas-feiras, serviam para que os DJs soubessem das novidades, discutissem os bailes mais quentes do fim de semana e, principalmente, transacionassem os discos. O escambo envolvia escalas de valores subjetivos. O entusiasmo do povo que frequentava os bailes determinava o que era mais barato ou mais caro, e se um disco FUNK

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que viesse em pouca quantidade se tornasse um sucesso era logo tachado como “artigo de luxo”. A crescente intensidade do mercado forçou os comerciantes a saírem de suas salas de estar para se posicionarem em locais públicos, no centro da cidade: esses locais eram conhecidos como malódromos. Há quem diga que eram chamados assim porque os vendedores colocavam as malas com os discos no chão, mas outra versão diz que é pela presença de muitos “malas” mesmo, no sentido popular do termo, gente que falava muito mais do que comprava ou vendia, até porque os discos, na maioria das vezes, estavam em sacolas de papel de supermercados, não em malas... O importante é que o comércio informal tomou calçadas da cidade e se tornou ponto de encontro e distribuição da música funk que vinha dos Estados Unidos. O primeiro malódromo nasceu na década de 1980 diante da galeria Maçom, na rua Sete de Setembro, capitaneado por figuras de relevo na efervescente cena black como os agitadores Funk Gil e Peixinho. A chegada de novos curiosos e empreendedores, como Tony e Machado, fez do largo da Carioca, a cem metros apenas, indo pela rua Uruguaiana ou pela Gonçalves Dias, o novo point. Aos pés do convento de Santo Antônio, o largo ganhou esse nome graças ao rio Carioca que passava por ali, tendo sido esta a primeira fonte de água potável para os cariocas. O largo foi o coração da então capital federal por 12 Júlia Bezerra e Lucas Reginato


quase um século, centro nervoso de uma paisagem que cresceu sem limites, subindo o morro e cobrindo a baía de Guanabara. Na década de 1980 esse ponto do centro era um alvoroço, percurso de trabalhadores engravatados, comerciantes informais, desempregados com a CLT nas mãos. Assim, a confusão do malódromo foi naturalmente acolhida pelo caos da praça pública. Os comerciantes de discos também tinham suas estratégias de marketing. Luis Carlos “Garotinho” Nascimento, produtor musical da Tropical FM, rádio pioneira a se dedicar exclusivamente à black music, recebia com exclusividade algumas cópias que chegavam do exterior. Se ele anunciava no ar que tal música era lançamento, logo estava alguém no malódromo atrás daquele disco... A fama do malódromo não demorou a extrapolar os limites do Rio de Janeiro. De norte a sul do país, jovens apaixonados por música negra passavam dias na estrada atrás das canções. Na Baixada Santista os discos faziam sucesso estrondoso, e mesmo da cidade de São Paulo, onde o hip-hop teve mais aceitação que o Miami bass, vinham garotos interessados em atualizar o repertório. No Rio de Janeiro essa agitação cultural foi apelidada de Black Rio. As reuniões dançantes de gente humilde, com enormes cabeleiras e roupas mirabolantes, não eram exatamente vistas com bons olhos por órgãos como o Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) do FUNK

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governo militar e a Secretaria de Segurança do Estado, que por mais de uma vez intervieram em bailes da cidade. Havia um quê de subversivo naquela música de graves fortes, refrãos cantados em coro, intrinsecamente politizada. Mesmo à margem, o funk evoluiu no Rio de Janeiro para se tornar o funk do Brasil. A inesperada história de como uma coisa se transformou na outra é o que vem a seguir.

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JAMES BROWN O rei do funk invade o Rio


James Joe Brown Jr. nasceu no dia 3 de maio de 1933, no único cômodo do casebre onde Susie, então mãe aos 16 anos, morava com o marido Joe na área rural de Barnwell, no estado norte-americano da Carolina do Sul. O casal não suportou a dureza da vida em família em plena época da Grande Depressão e rompeu relações quatro anos depois. No calor do momento, o menino foi mandado para Augusta, na Geórgia, para morar com uma tia. Passou a infância usando roupas feitas de sacos velhos de linho, perambulando pelo bordel da tia Honey e raspando as migalhas que lhe chegavam da mesa. Ainda garoto, James começou a engraxar sapatos na rua. A concorrência era grande, o que o obrigava a cobrar barato: para juntar um dólar, tinha que ter a sorte de atender vinte clientes. Aos nove anos voltou orgulhoso para casa, pois naquele dia havia conseguido comprar uma cueca em uma loja de verdade. Mas isso não foi o suficiente. Três anos mais tarde a escola o expulsou por “não usar roupas adequadas”, e nesse momento ele teve de se tornar adulto. Para sobreviver, trabalhou na colheita de algodão e lavou carros até que, aos 16 anos, foi parar onde muitos 16 Júlia Bezerra e Lucas Reginato


negros e pobres como ele estacionavam: na prisão. Acusado de ter roubado um carro, James foi condenado a três anos de detenção. Por ironia, lá descobriu o talento que o levaria da miséria ao estrelato. Antes de ser preso, James havia começado a frequentar a igreja e se juntara ao coral. Sentiu falta da atividade e organizou um coral gospel entre os presos. Um deles era Bobby Byrd, cantor e pianista de rythm & blues (R&B), com quem ele formaria uma das mais produtivas parcerias da história da música norte-americana. James já estava em liberdade quando, em 1955, recebeu o convite de Byrd para se juntar ao seu grupo vocal The Gospel Starlighters. Não demorou muito para que, com seu talento musical e a presença de palco, assumisse a liderança. O grupo passou a se chamar Famous Flames, gravou um álbum e fez uma turnê pelo sul dos Estados Unidos. Mas aquilo ainda era pouco para o tamanho de James. Em 1958 o jovem de 25 anos se mudou para Nova York, determinado a investir em sua carreira. Gravou mais um disco e entrou em uma rotina incansável de shows, o que lhe rendeu o apelido de “o maior trabalhador do showbusiness”. Em meados da década de 1960, depois de muito suar a camisa, James Brown finalmente se tornou um popstar. Dotadas de uma qualidade rítmica excepcional, suas músicas inauguravam um novo gênero, pois era mais do que soul, que groove, que rock, que rythm & blues: era o funk. FUNK

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*** Não é nas belas imagens dos cartões-postais que o Rio de Janeiro realmente aparece. Às costas do Cristo Redentor é que a vida carioca acontece, lá onde os ônibus capengas conduzem o povo trabalhador – o Rio de Janeiro tem muito mais gente que mar, e não é isso o que as novelas televisivas mostram. Durante a década de 1970, enquanto palacetes da zona Sul brindavam o milagre econômico da ditadura militar, os “outros lados” suplicavam por um milagre que tirasse a população da miséria. Na primeira metade do século XX reinou na favela a figura alvinegra do sambista. O surdo, o pandeiro e o tamborim eram instrumentos do jovem sobrevivente que teimava em sorrir para a vida difícil. O cair da tarde na favela recebia com festa os trabalhadores exaustos pela jornada diária, e no fim de semana a rapaziada era atraída para as lajes e os botecos pela fumaça da carne tostando ao som das melodias de Ismael Silva, no Estácio, ou do Cartola, na Mangueira, entre tantos brilhantes compositores que esse povo formou. O rádio mudou muita coisa na vida das pessoas e principalmente a partir da década de 1950 aproximou moradores dos subúrbios do que era produzido no centro da indústria cultural. A tradição e as raízes heterogêneas do brasileiro encontraram o som elétri18 Júlia Bezerra e Lucas Reginato


co que viajava do hemisfério Norte. O rock de Chuck Berry e Elvis Presley teve seus seguidores no subúrbio, mas a grande revolução foi plantada na década seguinte pelo lendário radialista Big Boy em seus ouvintes da rádio Mundial. – Hello, crazy people! Aqui quem fala é Big Boy! A Mundial é show musical! O entusiasmo ligeiro e esganiçado contrastava com as vozes graves e pomposas dos demais narradores de então. As ondas de longo alcance da rádio AM, na frequência 860 MHz, espalhavam pela cidade as novidades da música pop. Muita gente na volta para casa ouvia a animação de Big Boy às 18:00 horas, que rapidamente se transformou no principal programador musical da cidade. Os Beatles eram seu grande fascínio, “começo e final de tudo”, e a eles dedicava um programa inteiro aos sábados. Em 1967 Big Boy havia conseguido acompanhar e transmitir simultaneamente o lançamento mundial das faixas que compunham o disco “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”. Atento ao que rolava no mercado dos Estados Unidos, e cada vez mais frequente nas lojas de lá, trazia e mostrava novidades para um grande número de ouvintes do rock, como resumia a música elétrica da época, que aos poucos passou a incluir o soul e o funk. James Brown foi um ídolo que ele teve o prazer de conhecer após um show em 1972 no teatro Olympia, em Paris. FUNK

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A simplicidade com que foi recebido impressionou o gorducho radialista, que levou ao cantor a notícia de que era amado também em terras brasileiras. Na volta ao Brasil, anunciou com ainda mais entusiasmo aos ouvintes da Mundial: – Get up, kids! Time for mr. Soul, brother number one, James Brown! Assim importava para o Rio a febre da black music que invadiu os Estados Unidos na época áurea da gravadora Motown e do programa televisivo Soul Train, entre tantos símbolos pop da cultura negra que ganharam força após o movimento de direitos civis liderado por Malcom X, Dr. King e os Panteras Negras. No Brasil, uma das cabeleiras black power mais eminentes era a do disc jockey da boate Le Bateau, em Copacabana. Ademir Lemos era o próprio showman. Craque em encher a pista, se o pessoal não estivesse suficientemente animado, ele mesmo colocava o esguio corpo para balançar, atraindo os demais jovens como um ímã para o meio do salão. Para Ademir, a pequena casa na zona Sul era exclusiva demais para abrigar uma massa de jovens ansiosos em provar no salão os passos ensaiados com os amigos ao pé do rádio. Vasculhou a cidade em busca de um espaço maior e levou essa ideia para o amigo Big Boy. Assim foi iniciada uma das mais importantes parcerias da história musical no Brasil. 20 Júlia Bezerra e Lucas Reginato


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