Especial
Full Time
Rogério Ceni fala sobre a despedida dos gramados
Turismo Caminho do Sol uma rota de auto conhecimento no interior de São Paulo
Fotógrafo
Juliano
Salgado
Para além das Câmeras
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Expediente
Editorial Nesta edição entrevistamos o fotógrafo, diretor
Ano 3 • Fevereiro 2016 • nº 37
e escritor Juliano Salgado, um dos diretores
Publisher e Diretora
do premiado longa metragem “O Sal da terra”,
Regina Imperatore regina@editoraimperatore.com.br Jornalista Responsável Juliana Martins - MTB 57.882 juliana@editoraimperatore.com.br Direção de Arte, Diagramação e Publicação Digital Cristiana Lacutissa - CLStudio clstudio82@gmail.com Fotografa: Giovanna Imperatore Fotos Complementares: Dreamstime | Google imagens
filme que conta um pouco da longa trajetória do renomado fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado e apresenta seu ambicioso projeto “Gênesis”, expedição que tem como objetivo registrar, a partir de imagens, civilizações e regiões do planeta até então inexploradas. Juliano trouxe detalhes sobre os bastidores da produção, e falou sobre seu relacionamento com o pai Sebastião Salgado. Confira!
Capa: Ivi Roberg Assessoria Jurídica Dra. Benicia Hiss | contato@editoraimperatore.com.br Comercial Carolini Del Gaiso
Na seção Turismo, conheça e desbrave o Caminho do Sol, rota no interior de São Paulo, um percurso de aventura e contemplação.
Atendimento ao leitor: 11-4374-5999 contato@editoraimperatore.com.br
Para os fãs de futebol, uma entrevista com Rogério Curculação: Granja Viana, Embu das Artes, Cotia, Caucaia do Alto, Vargem Grande Paulista, Ibiúna, São Roque, Raposo Tavares.
Ceni, ex-goleiro do São Paulo, o “Mito” como os são paulinos gostam de chamá-lo. Leia aqui um
Os conceitos emitidos nos artigos assinados e dos entrevistados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não expressam necessariamente a
pouco sobre sua história, recordes, e futuro.
opinião da Editora. O conteúdo dos anúncios são de inteira responsabilidade dos anunciantes. O conteúdo desta publicação não pode ser reproduzido ou utilizado para quaisquer finalidades e interesses, seja impresso, digital ou em formato de
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Boa leitura
A Revista FULL TIME é uma publicação mensal da Editora Imperatore Ltda
Regina Imperatore
Comportamento Junji Abe *
Trio do bem Perdão, gratidão e fé são palavrinhas simples
deria ser ruim. Mas com o privilégio do livre arbítrio,
de significado amplo e profundo. Praticadas com a
nem sempre a escolha é o caminho do bem. As op-
merecida frequência e intensidade, compõem o trio
ções erradas corroem a alma.
perfeito para 2016. Afinal, o que justifica um perdão
Da mesma forma, é possível fazer escolhas cer-
não pedido nem concedido? Ou um muito obrigado
tas. Para levar adiante essa revolução interior, vale
não dito? Ou a ditadura do pessimismo de que tudo
começar pelos pequenos acertos. Agradecer sempre,
ficará pior?
por tudo. Até as situações aparentemente adversas
Penso que nossos esforços precisam ser dirigi-
merecem gratidão. Trazem grandes lições e até o so-
dos à meta de sermos pessoas melhores. Não mais
frimento necessário para despertar a força interior,
ricas e nem mais poderosas. Apenas - e isto é de
passaporte para a superação. Sim, a capacidade de
nobreza ímpar - pessoas melhores.
se erguer e seguir em frente, sem sucumbir à au-
Sob a ótica do que é fundamental, estar no verde
topiedade.
ou no vermelho depende diretamente do bem que
Dentro dos pequenos acertos, está a necessida-
se faz ou se deixa de fazer a alguém. O ser humano
de do perdão. Em mão dupla. Ser indulgente e tam-
foi criado para ser bom. Nenhuma obra de Deus po-
bém pedir perdão. Nenhum mortal está imune aos erros. A regra é a mútua compaixão. Tome uma atitude de bem para 2016: limpe sua alma, derramando sobre todas as dores e sentimentos ruins o sagrado bálsamo do perdão. Perdoe quem lhe causou frustrações, reate os laços com familiares de quem você se afastou e restabeleça a harmonia no seu cotidiano. Por fim, mas não menos importante, está a fé. Fé em um novo dia, fé nas pessoas, fé no mundo, fé na vida. Não há perspectiva que se abra sem fé. Tudo pode ficar mais belo, menos doloroso e promissor quando se acredita em novas possibilidades. Falo de perdão, gratidão e fé em todos os sentidos, traduzidos em atos no dia a dia. Usemos direito o trio do bem: perdoar, agradecer e nutrir a fé. Tenhamos saúde, determinação, paz, coragem, sabedoria e bondade para fazer de nós mesmos pessoas sempre melhores. Feliz 2016! Feliz todo dia! *Junji Abe é líder rural, foi deputado federal pelo PSD-SP (fev/2011-jan/2015) e prefeito de Mogi das Cruzes (20012008)
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Gourmet
Receitas
É um prato fácil de fazer (leva algum tempo) e muito versátil, pois permite substituir o recheio, criando-se várias alternativas. No lugar do camarão pode-se usar frango, bacalhau ou carne, a seu exclusivo critério. Como já é massa, não aconselhamos a servir com arroz (até pode), mas, sim com uma bonita salada verde com tomate cereja, cebola, salsinha, hortelã, etc..., sendo, assim, um prato leve e light, tão apreciado nos dias de hoje.
Maria José da Silva, Chef e Proprietária do Chez Maria Restaurante, Granja Viana
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Conheça nosso site: www.chezmaria.com.br
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& Dicas Bolo de Batata Rosti com Camarão Bolo de Batata
Recheio
INGREDIENTES
INGREDIENTES
• 6 Batatas médias/grandes
• 400 g. de camarões médios
• 2 cubinhos de caldo de galinha
• ½ cebola
• Sal
• Sal e pimenta do reino
• 4 colheres de manteiga
• 4 colheres de sopa de azeite
• 4 colheres de azeite
• 4 colheres de sopa extrato de tomate • 2 colheres de sopa de farinha de trigo
MODO DE FAZER
• 200 g. de creme de leite
1. Lave as batatas e as leve a cozinhar em água com os cubinhos de caldo de galinha e sal
MODO DE FAZER
2. Tire-as do fogo um pouco antes de amolecerem (+ou- 8 minutos após a fervura)
1. Limpe os camarões, temperando-os com sal e pi-
3. Deixe esfriarem, descasque e leve ao freezer por no mínimo uma hora
menta. Reserve por 30 minutos. Depois, pique-os
4. Rale a batata no ralador grosso, delicadamente, e corrija o sal se necessário. Reserve
em 3 pedaços.
5. Use duas frigideiras de tefal com +ou- 20 cm. de diâmetro
2. Pique bem picadinha a cebola, levando-as ao
6. Leve ao fogo uma delas, com 2 colheres de manteiga e de azeite
azeite quente.
7. Quando estiver quente coloque parte da batata ralada até que cubra todo o fundo e
3. Quando estiverem murchas, acrescente os cama-
parte da lateral da frigideira. Aperte com uma colher para ficar firme.
rões até que cozinhem. Em seguida coloque o ex-
8. Em seguida coloque o recheio por cima espalhando bem, evitando que ele chegue mui-
trato de tomate e depois, a farinha de trigo, mexen-
to perto da borda da frigideira.
do bem para não empelotar. Coloque o creme de
9. Em seguida, coloque por cima o restante da batata, ou o que for necessário para cobrir
leite, mexendo até que se forme um creme espesso.
o recheio, e aperte bem, fazendo com que as laterais de unam às batatas que já estavam
Corrija o sal, se necessário. Reserve.
na frigideira, fechando essa lateral. Dê forma 10. Deixe a batata dourar. Quando isso ocorrer, retire do fogo, pegue a outra frigideira, coloque a manteiga e o azeite e quando estiver quente despreze o excesso de gordura e coloque por cima da primeira frigideira, virando o bolo de batata com cuidado. Leve ao fogo para dourar esse lado. O prato estará pronto quando os dois lados estiverem dourados.
Modo de Servir
Sirva num prato redondo grande com a salada à volta.
LUGAR ONDE SE COME BEM
chez maria
RESTAURANTE
RUA JOSÉ FELIX DE OLIVEIRA 1025 GRANJA VIANA TEL: 47022306 E 47770247
ALMOÇOS TODOS OS DIAS JANTARES SEXTAS E SÁBADOS
Capa Capa Assim como o pai Sebastião Salgado, Juliano Salgado gosta de falar e contar suas histórias. Pode até ser que ele não tenha vivido os desafios intensos, mas já deu para perceber que sua relação com o mundo atualmente é outra. Deixando para trás uma carreira promissora como economista e advogado, Juliano decidiu seguir seu coração e trilhar outro caminho. Decidiu registrar a conexão de seu pai não só com a natureza, mas com tribos indígenas que nunca tiveram contato com o homem branco. Resultado desse trabalho? A reaproximação de pai e filho. O franco-brasileiro que tem “muito orgulho de ter duas identidades, duas culturas” é o documentarista de ‘Sal da Terra’ - que apresenta as histórias vividas pelo fotógrafo Sebastião Salgado, ao longo de sua carreira - e, nesta entrevista exclusiva, compartilha conosco suas experiências ao lado do pai para a criação dessa belíssima história que nos inspira a cada imagem vemos.
Seu pai, o fotografo Sebastião Salgado, lançou o livro ‘Gênesis’ que levou anos para ficar pronto. Ele já pensa em um novo projeto como este? O Sebastião não faz mais trabalhos como ‘Gênesis’, ‘Trabalhadores’ e ‘Êxodos’... Esses são projetos de vários anos. Hoje ele está com mais de 70 e se concentrando em projetos de curto prazo. Sei que ele está trabalhando com vários povos indígenas no Brasil e em volta da questão de limitação da terra desses povos, que com essas novas leis podem ser atacadas. Ele está misturando um pouco o que fez em ‘Gênesis’ e o que fazia antigamente dessa fotografia social, que na verdade é trabalhar um pouco mais com gente. Nós ficamos muito orgulhosos de estrear ‘Sal Terra’ no Brasil. Um filme que foi feito com dinheiro francês e brasileiro. Claro que o Sebastião é um artista 100% brasileiro e para gente foi muito importante mostrar aqui, até porque os problemas ecológicos são muito mais importantes no Brasil. O que o Se-
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Juliano Salgado Para alÊm das câmeras
Capa
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Eles brigam entre eles. Para resolver o problema, duas pessoas sobem no tronco de uma árvore, todo mundo fica em volta, e eles brigam uma vez e resolvem tudo. Essa situação contaminou a nossa relação. Foi fundamental e quando voltamos para Paris onde moramos, editei as imagens que eu havia feito, tornando-se um curta. O Tião (Sebastião) se emocionou muito. Saiu um plano que fala muito mais da pessoa que está filmando do que quem está sendo filmado. Os sentimentos são revelados. Quando o Tião viu o jeito que eu olhava para ele, foi um momento muito intenso para nós dois. Ele ficou com algumas lágrimas nos olhos e não conseguia nem falar. Esse momento foi importante na nossa relação, que permitiu ele olhar certos detalhes entre a gente, mas sobretudo abriu uma porta para fazer o filme. A partir daí eu sabia que ele ia aceitar a minha presença ao lado dele, e que a gente ia poder começar a filmar. Só não sabíamos como seriam feitas as filmagens. Foi uma reflexão muito longa do que poderia ser um filme sobre o Sebastião Salgado. Seguimos nossa intuição profunda de que poderia ser sobre as experiências dele. Todo mundo pode ver as fotos, comprar os livros, ir à exposição, mas as histórias eram algo único, um aprendizado sobre a humanidade que poucas pessoas têm e é capaz de transmitir do jeito que ele faz. Neste bastião e a Leila Wanick conseguiram fazer através
momento, o Wim Wenders - Diretor já tinha aparecido na nossa vida.
do ‘Instituto Terra’ é algo que a gente quer divulgar
Ele já era fã do Sebastião, como ele mesmo conta no filme, e já pensava
também. Este tipo de iniciativa pode mudar muito,
em fazer algum trabalho com ele, mas não sabia exatamente o que. O
apesar de não ser pública. Esperamos poder trazer
Wim já tinha se dado conta de que o Tião era um contador de histórias
este assunto para debate.
maravilhoso. A história do Sebastião e da Lélia tinha dramaturgia. Havia acontecido nesses 25 anos, entre Ruanda e o momento em que a gen-
Você diria que este documentário seria um
te estava escrevendo, uma quebra na maneira do Sebastião encarar as
encontro definitivo entre você e o Sebastião?
viagens e suas fotografias. Rolou uma espécie de depressão, o que fez
Como descreve a sua relação ao longo dos anos
se reinventar. O papel do Wim no início era fazer entrevistas sobre o
com o seu pai?
que foram essas experiências. O que foi fundamental. Na verdade, eu
Este filme serviu, do ponto de vista pessoal, para
não podia fazer por causa da nossa relação que era cheia de embates
nos reaproximarmos. Quando iniciamos este traba-
e momentos de tensões. Por isso, era necessária uma pessoa neutra.
lho, o Sebastião e eu tínhamos uma relação bem
Quem melhor que o Wim para fazer isso? O resultado é este trabalho
distante. Falávamos de futebol e só. Em 2009, ele
lindo e forte! Ele editou as imagens e fez a pré-edição de duas horas
insistiu muito para eu acompanhá-lo numa repor-
e meia. O momento de edição foi muito importante para mim, porque
tagem que faria com o Zo’é, no Pará. Seria um mo-
eu conhecia as histórias. As reportagens foram escolhidas para contar
mento muito importante, porque o Zo’é é um povo
esse arco dramático. Eram histórias que eu conhecia muito bem, porque
que vive como sempre viveu. O Sebastião falou que
cresci ouvindo. Mas vendo com olhar de outra pessoa, com esse filtro,
seria uma experiência muito bacana e que nós dois
o quanto o Sebastião aprendeu e sofreu pessoalmente com tudo que
deveríamos compartilhar. Eu tinha muito medo de
ele presenciou. O quanto ele cresceu, o quanto esses detalhes lindos
acompanhá-lo porque nós estaríamos com poucas
e terríveis ele tentou transmitir. Quando eu vi, foi o suficiente para que
pessoas que falavam o português. Graças a Deus, o
meu olhar mudasse, o que foi incrível. De repente, nos tornamos amigos.
povo Zo’é tem muita doçura e não são agressivos.
É muito louco o que aconteceu.
Capa Até que ponto esse super herói, que é o seu pai, é para você? Como ele influenciou o seu trabalho?
doentes, da câmera que quebrou, da dificuldade de chegar a algum lugar... Mas ele fala das pessoas que
Na verdade, o Sebastião me influenciou muito. Quando comecei
encontrou. O Sebastião aprendeu muito observando
a trabalhar como documentarista, eu estava apaixonado pela minha
esses comportamentos, vivendo com essas pessoas.
namorada que ficou grávida e hoje nós temos um filho de 18 anos. Na
Ele passa meses morando com elas. Na Etiópia, mo-
época, eu tive que começar a trabalhar. Eu estudava economia e direi-
rou durante dois anos num tempo de crise. Passou a
to. Projetei-me nessa vida de economista e advogado... Não era para
maior parte do tempo lá. Essa relação era muito forte
mim! O que o Sebastião vivia era intenso, as viagens, as experiências
porque ele aprendeu muito sobre o comportamento
com o mundo, as aventuras que também me impressionavam. O tra-
deles. É essencial para sobrevivência de como as pes-
balho dele era estar na mediação entre um evento e fatos importantes
soas se revelam em momentos de crise. Na Etiópia,
que se tornaram histórico e público. Essa mediação tinha um papel
há uma humanidade incrível e, em Ruanda, nós vimos
político, mas subjetivo, de como você entende uma situação e coloca
coisas terríveis, mas o jeito que ele tem de fotografar,
sua visão de mundo, do que é certo e errado. É fascinante! Foi um
essa relação íntima quebra distâncias. Você não en-
ponto de partida para minha iniciativa com documentários. Claro que
xerga apenas uma foto que mostra um fato e sim al-
não seria fotografia, porque o Sebastião já era muito grande na época.
guém vivendo essa situação. Não está vendo alguém
Esse filme não é um making off... Decidimos desde o início que nós
com cultura diferente, mas uma pessoa que poderia
não íamos fazer um filme sobre o fotógrafo, mas de uma das grandes
ser seu vizinho, irmão ou você mesma.
testemunhas dos nossos últimos 40 anos. O que transcende são as
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experiências do Sebastião que são humanas. O jeito que ele tem de
Você comentou que o documentário foi mon-
viajar, de encontrar pessoas que fazem parte do enfoque dele, é muito
tado de uma maneira dramatúrgica. Como você
humano. Ele está fotografando uma relação íntima, mas ele conse-
encaixa o papel do ‘Instituto Terra’ no filme e na
gue estabelecer de uma maneira muito rápida e ter essa qualidade
vida do Sebastião?
de adaptação, que é incrível. Aliás, essa relação está no filme. Depois
O ‘Instituto Terra’ é fundamental e começou por
de dois dias caminhando pela floresta, nós encontramos este grupo.
acaso. Meu avô ficou doente mais ou menos quando
Menos de dez minutos, o Sebastião já estava fazendo contato. O incrí-
o Sebastião voltou de Ruanda da última vez. Come-
vel é que todas essas experiências, quando ele começa a falar, ele não
çaram a plantar algumas árvores em volta da casa,
fala dele. Muitos fotógrafos podem falar da luz, do dia em que ficaram
mas era um projeto pequeno. Transformou-se em
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algo maior. Aliás, continua porque o Instituto é muito
É claro que nem todo mundo tem o poder que a Lélia e o Sebastião têm.
maior do que a gente vê. Este projeto permitiu que
Mas nós todos podemos fazer pequenas diferenças. O filme tem uma dra-
o Sebastião e a Lélia encontrassem um jeito de atuar
maturgia, mas ele não foi dramatizado. Essa história aconteceu desse jeito
numa relação com a vida e o equilíbrio. Se eu não co-
e tivemos a sorte de poder contá-la de uma maneira que se encaixava no
nhecesse o Sebastião tão bem, diria que ele se trans-
cinema. Não precisamos esperar que políticos ou intelectuais tragam solu-
formou numa espécie de zen, budista... Ele entende
ções prontas. Nós, como cidadãos, podemos atuar e começar a transformar.
muito de equilíbrio, é capaz de encontrar empatia tanto com as pessoas que fotografa, como com os
Você comentou que a sua relação mudou com o Sebastião, mas e
animais, na sequência com o gorila, com a baleia e
com a natureza? O que mudou no seu modo de enxergar este univer-
também as paisagens que ele encontra. De repente,
so?
essa maneira de pensar, essa projeção pode ser uma
A minha relação mudou não só com a natureza, mas com as pessoas
proposta nova de encarar as questões ecológicas. O
também. Tem uma historinha marcante em uma dessas viagens com o Se-
‘Instituto Terra’ é incrível! Nossa maior batalha não
bastião. Chegamos numa tribo, que mora em um lugar super isolado. Eles
foi vencer a terra morta, mas as mentes. Meu próprio
vivem com a energia do sol, a água do rio e moram em umas casinhas. A
avô não acreditava que seria possível. Ele achava que
única tecnologia que têm são alguns porcos selvagens que conseguiram
gastaríamos um dinheirão para plantar árvores. Nun-
adestrar e batata doce para comer. É tão precioso que, quando eles vão
ca entendeu e, até morte dele, não conseguia fazer
dormir, e faz muito frio durante a noite, eles dormem com os porcos. Quan-
esse passo. É o caso da maioria das pessoas em volta
do você chega, se sente um estrangeiro e distante. Você está observando
do Instituto. Quinze anos depois, já estamos vendo os
algo que é muito distante. Um dia acompanhamos um grupo que prepa-
resultados. Além das árvores, tem também os animais
rava uma armadilha fora da aldeia. Nós saímos para caçar ratos enormes
e as águas que voltaram. Ficou óbvio para o mun-
para comer. É um trabalho duro! Meia dúzia de índios fazendo um buraco.
do que, plantando árvores e lidando com a terra de maneira diferente, você traz vida e valores que são bons para todo mundo. Muitos começaram a mudar.
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No final do dia, todo mundo cansado, um deles pega
amigo das pessoas. A grande qualidade dele não é o preto e branco e
um graveto e começa a esfregar em outro e um mati-
nem a composição, mas a relação que consegue estabelecer. O fato é
nho que estava seco. Dali sairam algumas faíscas. Era
que ele intuitivamente passa para as pessoas a emoção que essa relação
um momento simbólico porque era uma passagem
está gerando. Não é um fato, mas pessoas. Algumas ficam incomoda-
da humanidade. Eu me senti muito distante porque
das porque é forte demais. Quando as pessoas assistirem ao filme e
havia pessoas que representavam uma imagem de
perceberem o jeito que ele tem de fotografar, perceberão que ele não
humanos muito antigos. A surpresa é que estou fil-
veio pela manhã, fotografou e foi embora, roubando essa notícia para
mando emocionado aquele momento. De repente
ganhar dinheiro. Ele se engaja de verdade com as pessoas. Inclusive, no
me dou conta de que os índios estão pegando um
filme tem um momento que a gente vê que ele descobre como a câmera
bagulho dentro da bolsinha deles, começam apertar
pode ser uma mediação entre ele e a pessoa. Porque elas vêm até ele
um cigarro e fumar. O que normalmente faço quan-
como se fosse um microfone e a partir desse momento essas fotografias
do estou editando um filme no final do dia... Acendo
tem valor muito maior do que a informação. Vira algo muito pessoal,
o cigarro ao lado de alguns amigos e bato um papo.
trazendo a história dessas pessoas para fora. A realidade e a existência
Dou-me conta de que muitos dos nossos comporta-
delas. Pessoas esquecidas que contam seus fatos. Essas fotografias têm
mentos, que até então eu achava que eram produ-
várias funções, mas realmente não acredito que essa crítica da estetiza-
to de uma cultura, ou milenar, mas na verdade esse
ção da miséria se aplique ao Sebastião, apesar dela ser aplicada de vez
povo, que não sabe ler, também faz... É uma cultura
em quando, a jornais e televisões.
totalmente oral. Vi com os Zo’és também. Aprendi que essa distância que nós sentimos não existe. Nós somos muito mais próximos do que a gente é.
O filme também foi indicado ao Oscar. Como você se sentiu quando recebeu a notícia? Foi incrível! Uma luz que foi projetada neste filme e, para um jovem
Existem algumas criticas em relação ao tra-
diretor como eu, é genial. Porque você tem um trabalho com uma men-
balho do seu pai de que ele seria mais estético
sagem forte e, de repente, a maior premiação do mundo decide trazer
do que preocupado com a mudança social. Como
este trabalho para um espaço midiático fantástico. Vai além de qualquer
você enxerga essas críticas?
coisa que a gente possa imaginar... A consciência é trazer essa mensa-
O Sebastião sempre acompanhou os movimen-
gem para fora. Nós estamos muito orgulhosos! Ficamos muito felizes!
tos sociais. No Brasil ele trabalhou muito com o movimento sem terra. No início com o pessoal da trilogia da libertação, inclusive nós colocamos no filme.
Seu pai há 40 anos sempre atrás das lentes e, dessa vez, sendo observado. Como foi ter essa percepção?
Aliás, na hora em que ele está voltando ao Brasil, vai
Foi super difícil filmar o Sebastião. Ele odiou a experiência. Quando
fazer fotografias no nordeste. Quando ele fez o li-
eu estava viajando com ele, eu queria trazer uma equipe, um câmera,
vro ‘Terra’, que saiu há uns quinze anos, os direitos
um cara para fazer o som ele cortou tudo. Tive que fazer sozinho. Nor-
foram para o movimento dos sem terra. Na verda-
malmente, a pessoa que você está filmando espera um pouquinho ou
de, ele sempre teve uma participação muito grande.
repete. O Tião saia correndo na frente e eu tinha que me adaptar. Mais
Ele foi criticado, sim, por estetizar a miséria. Quan-
tarde, quando Wim estava filmando no ‘Instituto Terra’, ele estava com
do você pensa na crítica que foi feita ao Sebastião,
uma equipe bem maior. O Sebastião não tinha paciência para esperar.
é que ele vai fazer foto bonita de pessoas que estão
Era incrível! Ele não entendia esse negócio de cinema. Para ele foi meio
vivendo situações ruins e sofridas. Acredito que são
sofrido, apesar da gente ter mudado a nossa relação, de ter sido algo
fotografáveis sim, porque é importante trazer essas
positivo no final. As filmagens caíram bastante mal para o Sebastião. Ele
informações para fora. O Sebastião sempre desen-
está acostumado a trabalhar sozinho, mas agora ele tem um assistente
volveu uma relação com as pessoas que ele fotogra-
que, na verdade, não é uma pessoa de fotografia, é um guia de monta-
fou. Ele passa muito tempo nas comunidades. Vira
nha que sabe andar em quaisquer condições.
Educação
Por Lais Fontenelle
” o d e u q n i “br irano t
Barbie: uma imagem que aprisiona. Esse é o título do meu trabalho de conclusão de curso de Psicologia, há quase duas décadas. Essa boneca sempre chamou minha atenção. Não
Nascida nos Estados Unidos, Barbie foi durante décadas a boneca mais vendida no planeta. Dona de um fã clube de mais de 18 milhões de colecionadores pelo mundo todo, exemplo de beleza para mulheres que tentaram reproduzir seu rosto com cirurgias plásticas, ela completou meio século de existência com direito a desfile de moda em Nova York, exposição em museu suíço e sem nenhuma marca do tempo – com os mesmos cabelos longos, lisos e loiros e olhos de estrela. A boneca, que não envelhece nas prateleiras, atravessou cinco décadas imbatível, com um sorriso no rosto e influenciando meninas do mundo inteiro com valores materialistas e ideais de beleza inatingíveis. E agora, mais uma vez, se reinventou
pelos modelitos que exibia ou
com o lançamento da versão Hello Barbie, a primeira da linha que fala e responde às
por seus 10 cm de quadril e
perguntas das crianças. Vale voltar um pouco no tempo para contextualizar alguns fatos. No final dos
12,5 de busto, mas pelo que ela
anos 50, o casal Ruth e Elliot Handler, fundadores da fábrica de brinquedos Mattel,
representa para várias gerações
encontraram um nicho de mercado ao observarem as brincadeiras de sua filha, de
de meninas ao redor do mundo.
7 anos, com bonecas de papel. Na época não existia uma boneca tridimensional de corpo adulto com a qual a criança pudesse fantasiar e realizar seus sonhos. Foi nesse momento que Ruth criou Barbie e seu mundo cor-de-rosa, revolucionando para sem-
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pre as brincadeiras de meninas que, até então, brin-
boneca também armazena outras informações e incorpora às conversas de-
cavam, exclusivamente, com bonecas bebês como
talhes como gostos, lugares e até nomes citados pela criança – o que pode
um exercício de maternagem.
ser extremamente perigoso.
Com a chegada da Barbie as meninas passaram
No início de 2015 a CCFC (Campaign for a Comercial-Free Childhood
a experimentar, em suas brincadeiras, a falsa ideia
– ONG norte-americana que luta contra a mercantilização da infância) lan-
de que as mulheres adultas podiam ser o que dese-
çou uma campanha para que a boneca não chegasse às prateleiras. Foram
jassem: médicas, astronautas, bailarinas – desde que
mais de 45 mil assinaturas apoiando a CCFC, que elegeu a boneca o pior
fossem magras e belas. A boneca parece ter virado
brinquedo de 2015, com 57 % dos votos. Notícias recentes me levaram a
o jogo, passando a ditar não só as regras das brin-
refletir sobre brinquedos que falam ou são ligados à web, pelo impacto
cadeiras como também os desejos das meninas, es-
que podem ter no desenvolvimento saudável das crianças.
gotando em seu corpo magro, oco e de plástico as
Depois disso me deparo com o resultado de uma pesquisa sobre o
possibilidades de ser e de brincar. A Barbie diz para
quanto os brinquedos que falam são piores para o desenvolvimento da
as meninas que para ser é preciso ter… carro conver-
linguagem das crianças. Segundo o artigo, se o brinquedo fala, filhos e
sível, coleção de sapatos, namorado sarado e muitos
pais se calam. E quando pais e mães usam menos palavras, geram menos
acessórios.
conversas e obtêm menos respostas das crianças – o que tem um enorme
Isso dito, fica claro que essa boneca e seu mundo
impacto no desenvolvimento de sua linguagem.
exercem uma forte influência nos ideais femininos.
E quando a Toytalk, assim como a Mattel, afirma que não farão uso das
Se, de alguma maneira, nós mulheres nos libertamos
gravações feitas pela Hello Barbie para contatar as crianças ou assediá-las
dos espartilhos de nossas bisavós, parecemos estar
com apelos de marketing, só nos cabe desconfiar e ficar atentos.
hoje aprisionadas no culto ao corpo e busca incansá-
Então me pergunto: por que estamos permitindo que uma boneca es-
vel da magreza. A estética “Barbie” disseminada pelo
pie as brincadeiras de nossas crianças? O brincar é a linguagem universal
mundo todo é imposta pela cultura da moda, princi-
das crianças. Através de suas brincadeiras elas elaboram conflitos, exerci-
palmente pelas imagens publicitárias. Vendido como
tam comportamentos adultos, se socializam e usam sua imaginação e cria-
passaporte para a felicidade, influencia também no
tividade. É uma atividade sagrada que merece nosso respeito e proteção.
desenvolvimento de transtornos alimentares.
As crianças ficam concentradas em suas brincadeiras e, na maioria das
Já com a Hello Barbie, o último lançamento da
vezes, não gostam de ser invadidas ou interrompidas. Através do brincar,
Mattel em parceria com a Toytalk brinquedos, outros
as crianças travam diálogos imaginários e perguntam e respondem de
sonhos de infância serão aprisionados, melhor, arma-
acordo com sua subjetividade, maturidade, medos e angústias. Como será
zenados numa nuvem. Nesse Natal a Mattel, na ten-
para elas receber respostas prontas de uma boneca? Não seria muito mais
tativa de retomar seus lucros com a venda da boneca,
interessante e benéfico darmos espaço à imaginação?
inovou colocando à venda no mercado a Barbie que
Deixo aqui essa reflexão na esperança de que esse tipo de brinquedo
usa um aplicativo Toytalk, que transmite as conver-
não aterrisse por aqui e comece a hackear dados de crianças expostas e
sas das crianças com a boneca via wifi e as armazena
vulneráveis em suas brincadeiras. Façamos valer o artigo 12 da Declaração
num servidor da empresa. A Hello Barbie usa inteli-
Universal dos Direitos Humanos, que diz: “Ninguém sofrerá intromissões
gência artificial e reconhecimento de voz, sendo ca-
arbitrárias na sua vida privada, na sua família, no seu domicílio ou na sua
paz de armazenar mais de 8 mil diálogos das crianças.
correspondência, nem ataques à sua honra e reputação. Contra tais intro-
Não só as falas da criança – e também as de outras pessoas da casa ou amigos da criança – são captadas pela boneca e enviadas ao servidor da empresa. A partir da análise desse material, novos dados são enviados à boneca, que poderá responder perguntas e travar diálogos com a criança. Vale destacar que a
missões ou ataques toda a pessoa tem direito a proteção da lei.” Lais Fontenelle Pereira, mestre em Psicologia Clínica pela PUC-Rio e autora de livros infantis, é especialista no tema Criança, Consumo e Mídia. Ativista pelos direitos da criança frente às relações de consumo, é consultora do Instituto Alana, onde coordenou durante 6 anos as áreas de Educação e Pesquisa do Projeto Criança e Consumo. http://outraspalavras.net/destaques/barbie-brinquedo-tirano/
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Educação
Educando com amor
NOSSA MISSÃO a Oferecer ensino de qualidade, proporcionando ao aluno a ampliação de seu conhecimento, respeitando sua individualidade e criatividade. NOSSA VISÃO a Ser reconhecido como um colégio de educação de qualidade, uma escola acolhedora, onde a criança desenvolve seus potenciais. NOSSOS VALORES a Respeito ao próximo e à família; a Disciplina; a Honestidade; a Transparência
OBJETIVOS O COLÉGIO URBANO LEITE tem como objetivo ampliar a construção do conhecimento de metodologias, didáticas e tecnologias no atendimento às características individuais de aprendizagem, interesses, motivações ou necessidades dos alunos através de um acompanhamento pedagógico e psicopedagógico. Oferecemos uma sede própria, arejada e ampla sem degraus, construída especialmente para escola. Estamos desde 2012 no mercado de trabalho em Vargem Grande Paulista. Contamos com Mini Zoo, Quadra Coberta, Parque Coberto, Parque Descoberto, Horta, Pomar, Amplo Refeitório, Berçário Estruturado, Sala de Estimulação e Estacionamento Exclusivo para os Pais. Cursos de LIBRAS (linguagem de sinais), Karatê, Ballet, Culinária, Educação Financeira, Inglês, Informática e atendimento Psicopedagógico.
CARACTERÍSTICAS A escola tem como principal característica o estímulo à criatividade, por meio de uma programação orientada. Criam-se condições para que o conhecimento seja construído pelo aluno, respeitando-se seus interesses e motivações, seu ritmo e estilo de aprender como também encaminhá-los à descoberta das diversas possibilidades de escolha, desenvolver capacidades e qualidades para o exercício autônomo, consciente e crítico da cidadania.
Metas Para que as metas estabelecidas sejam alcançadas, o Colégio Urbano Leite mantém parceria com o Sistema Universitário de Ensino , além disso conta com profissionais competentes e comprometidos com essas metas. Educar é realizar a mais bela e complexa arte da inteligência. Educar é acreditar na vida e ter esperança no futuro. Educar é semear com sabedoria e colher com paciência.
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Eliana Urbano – Colégio Urbano Leite- www.colegiourbano.com.br
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Construindo o conhecimento
a Berçário a Educação Infantil a Educação Fundamental I a Período Integral, Meio Período e Intermediário
PROMOÇÃO - até 22/01/2016 Mensalidade R$ 450,00 (meio período Ensino Fundamental I)
Tel: (11) 4159-8061/4158-3874 (11) 9 9633-8784
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Educação
Inovação e criatividade na educação O Ministério da Educação divulgou em dezembro uma lista com 178 instituições educacionais a nível Brasil, que foram reconhecidas como exemplo de inovação e criatividade na educação básica. Entre esses exemplos está a Escola Oficina Pindorama que fica localizada em Vargem Grande Paulista. Os critérios de avaliação do Ministério Público foram as práticas inovadoras que atingem todos os níveis da educação básica, ou seja, são propostas criativas para estimular o desenvolvimento de crianças desde a educação infantil até jovens e adultos aprendiz. O MEC, órgão responsável pela educação brasileira, atuou em monitoramento e avaliações dessas instituições. O foco dessas avaliações foi acompanhar estratégias voltadas para produção de conhecimento e cultura, conectando os estudantes nos interesses socioambientais e a integração de práticas que promovam a sustentabilidade. Como uma instituição de exemplo na região, a Escola Oficina Pin-
Projeto sobre vikings e arqueologia realizado pelos educandos
dorama valoriza uma educação mais humanizada, voltada às questões de respeito e valores, unindo o estímulo da criatividade individual com o impacto na sociedade onde esse estudante convive. Através de atividades pedagógicas de incentivo às pesquisas, com intuito de experimentarem, dominarem e ampliarem seus conhecimentos, os alunos debatem e realizam novos projetos de forma coletiva e de interesse da comunidade. O processo educacional é desenvolvido dentro de uma visão holística da educação, por meio da pedagogia de projeto. A Escola Oficina Pindorama trabalha de forma integral e integrada, a relação do ser humano em harmonia com o mundo e o cosmo: natureza, sociedade, o outro e si próprio. As atividades pedagógicas, por meio da pedagogia de projetos, são realizadas com incentivo às pesquisas, que permitem que os estudantes façam descobertas, experimentem, dominem e ampliem seus conhecimentos com conteúdos significativos e estímulos que os façam ter interesse e prazer em aprender. Educandos e educadores fazem debates, desenvolvem e realizam projetos de forma coletiva e de interesse do grupo. O currículo dos conteúdos propostos é trabalhado em aulas teóricas, aulas práticas e experiências. Para tanto, há um espaço lúdico onde os conteúdos abordados nas atividades são desenvolvidos nas salas oficinas de conhecimento: oficina literária, de multimídia, ciências. Mais informações veja mapeamentono site do MEC: http://criatividade.mec.gov.br
• Robótica • Inglês • Espanhol • Yoga • Capoeira • Música • Judô • Ballet • Projetos Do Berçário ao Ensino Médio Rua Maria A. de Oliveira, 83 – Jardim Floresta Vargem Grande Paulista
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11-4158-4634 / 4559-0363
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Especial
Rogério
“Acredito que eu tenha feito o meu melhor, durante muito tempo” Assim, ele define sua carreira. Foram 25 anos, 1.237 jogos, 131 gols, muitos títulos e glórias, recordes incontáveis... Sobram números na sua histórica carreira e faltam palavras ao são-paulino para definir o sentimento vivido em 11 de dezembro de 2015, quando pendurou as chuteiras, ou melhor, as luvas. Durante essa entrevista, ele comenta de sua aposentadoria e fala dos planos para o futuro.
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Ceni
Especial Você acabou de se aposentar, mas participou
Em homenagem aos seus 25 anos de carreira,
de um jogo no Morumbi. Daqui a pouco vai lançar
você lançou uma linha de relógios para comemo-
um livro. Ou seja, continua trabalhando bastante.
rar. Como surgiu a ideia de juntar a sua imagem a
Como serão seus próximos dias de aposentado?
uma empresa de relógios, justamente numa épo-
Na realidade foram dias puxados fisicamente, porque eu já estava cansado devido aos jogos, ainda
ca em que o tempo é importante pra você? Como você lida com o tempo?
mais na sequência de dias inativos. Eu tenho treina-
É um privilégio participar dessa parceria com a
do muito pouco, mas o pessoal do futebol me matou
Tchecos. Fui procurado no início de 2015, para que
de tanto que corri atrás. Mas foi um evento muito
esse projeto fosse realizado. É uma empresa especia-
bacana, muito legal. Todos estes acontecimentos já
lizada que tem parceria com o São Paulo. E no futuro
eram compromissos pré-agendados, há um ou dois
deve lançar relógios com o símbolo do time, ao lon-
meses. Eu fico feliz que tudo esteja acontecendo,
go deste ano muito provavelmente. Alguns relógios
porque é uma forma, de uma maneira ou de ou-
terão a minha assinatura, mesmo eu não participan-
tra, ficar na memória das pessoas. Daqui a al-
do ativamente do clube como atleta. Fico muito con-
guns dias eu paro de vez, vou apenas cumprir
tente de aliar a minha imagem junto a essa empre-
a agenda que já estava pronta.
sa. Na verdade, eu tento não pensar muito (sobre o tempo). Acredito que eu tenha feito o meu melhor,
Você vai parar machucado ou vai continuar o tratamento da lesão?
durante muito tempo. Tive o privilégio de trabalhar num clube do tamanho do São Paulo, como titular
Vou continuar tratando, mas num
durante 19 anos. Sinto-me realizado com a minha
período, porque depois preciso
carreira! De certa forma ameniza, porque quando
deixar os caras descansarem
você se frustra, é mais difícil. Parar por uma interrup-
no CT (Centro de Treina-
ção, ou um pouco mais cedo por causa de uma le-
mento). Eu já conheço bas-
são, ou de qualquer outro problema que você possa
tante do que tem que ser
ter. Mas sinto-me privilegiado de ter chegado aos 42
feito, como por exemplo,
anos, jogando no clube do meu coração.
fortalecimento que é algo que eu consigo fazer numa
O Aidar (Ex-Presidente do São Paulo) comen-
academia. A parte de gelo e
tou numa entrevista que você impedia lideranças
choque, eu já tenho toda apa-
no time. Como você analisa esta crítica?
relhagem, que eu adquiri ao
Eu não li na íntegra, mas escutei algumas coisas.
longo dos anos. Eu também
Honestamente, eu ouvi do Osório e do Rodrigo Caio
tenho o acompanhamento dos
também. Com relação ao presidente Aidar, eu de-
fisioterapeutas da equipe. Mas
sejo que, primeiro, ele possa esclarecer todos esses
pelo amor de Deus eu me apo-
fatos. Eu acho que é uma pessoa que talvez precise
sento, não conseguindo jogar
de um pouco de ajuda neste momento, sabe? É um
com uma bota cheia de espa-
momento depressivo para a pessoa, que às vezes se
radrapo momentaneamente,
encontra numa situação difícil. Eu por exemplo, que
mas essa foi uma lesão que
estou parando, preciso do auxílio de amigos. Acho
em 30 dias no máximo
que é mais neste sentido. Eu não vou polemizar ab-
devo
solutamente nada. Eu ouvi do Osório que deveria
estar
curada.
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totalmente
ter mandado embora, como o Rodrigo Caio, enfim...
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Foto: Airton El Adas
Eu não li porque foi uma semana muito intensa. Eu acho que as pessoas que estão ao redor dele, são amigos e o que podem fazer por ele é ajudá-lo neste momento. Você comentou que está apenas cumprindo alguns compromissos que já estavam previstos, mas quando eles acabarem o que você pretende fazer? Você já havia comentado sobre algum projeto relacionado com o futebol... Não é nenhum trabalho para treinador, o que eu me propus a fazer é tentar entender sobre o futebol dentro e fora de campo. Mas é algo que, se acontecer, será mais para frente e não agora. Por enquanto, eu tenho outros compromissos para resolver. Mas o que eu pretendo é descansar, melhorar o meu tornozelo para me manter razoavelmente em forma, porque o tempo passa e vai ficando cada vez mais difícil se manter bem. Você é um supercampeão, com mais de mil jogos, mais de cem gols, e outro dia o jogador Chilavert comentou que você é uma lenda vida.
Especial
Com tantos títulos qual o sonho que ainda falta para o Rogério Ceni? Sou uma pessoa que não faz planos em longo prazo. Procuro viver o presente, porque o passado nós não conseguimos mudar. O futuro acaba sendo incerto, mas o presente é algo muito bacana de viver, porque é uma oportunidade de, a cada dia, você escrever sua história. Penso muito no próximo jogo, na próxima oportunidade de vencer, na próxima chance de ser campeão. Não faço planos a longos prazos e aprendi que na vida, você pode pensar em coisas muito distantes, mas acaba fugindo de metas. Meu tempo é o de hoje, é o espaço curto, é a próxima partida. Acredito que a maior vitória, na minha carreira, foi eu conseguir jogar pelo São Paulo, durante todos esses anos. Essa é a minha maior vitória, o meu maior sonho que realizei em toda a minha vida. As pessoas acham que o fato de eu ter recebido para jogar no São Paulo muda, mas tenho muito orgulho, porque eu não tratava como meu emprego. Tratava como se fosse a minha casa! Eu dormi no mesmo quarto no CT (Centro de Treinamento) por 23 anos. Você imagina o tamanho do impacto que existe numa saída do clube. Por isso eu evito pensar, mas os meus sonhos como profissional, acredito que eu tenha realizado, fazendo com que a minha carreira, paralela ao São Paulo Futebol Clube durasse tanto.
São Paulo lança site em homenagem a Rogério Ceni No dia em que Rogério Ceni completou 43 anos (22/01/2016), o São Paulo Futebol Clube lançou o site www.prasemprem1to.com.br, um memorial que registra a carreira do ídolo são-paulino. A página é ilustrada com quase 200 fotos memoráveis e estruturado em quatro grandes tópicos: a despedida, o jogo da vida, os feitos como goleiro-artilheiro e as façanhas mitológicas, além de todos os números e títulos conquistados por Rogério em 25 anos de Tricolor e também a playlista favorita do goleiro.
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Eco Caderno Turismo
Caminh
No interior de São Paulo, os peregrinos também têm um trajeto para desbravar. Não tão longo como o conhecido “Caminho de Santiago”, mas que exige preparação física e espiritual de quem decide cruzá-lo. São 240 km entre Santana do Parnaíba e Águas de São Pedro. Trilhado a pé ou de bicicleta, o passeio atravessa centros urbanos, fazendas históricas e plantações a perder de vista. A programação foi criada pelo empresário José Palma, há quase uma década. O trajeto completo de 240 km pode ser feito a
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pé, em 11 dias, ou de bicicleta, em três dias. No entanto, os interessados devem, primeiro, participar de uma palestra de orientação. Para participar da caminhada, o peregrino deve pagar, também, uma taxa de inscrição de R$ 155,80 (além de 5 kg de mantimento para doação) e arcar com os gastos diários de hospedagem e alimentação, que ficam em torno de R$ 130, incluindo diárias e todas as refeições. Os preparativos começam em um casarão do século 17, localizado no centro de Santana do Parnaíba, onde José Palma revisa o peso das mochilas e
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ho do Sol O trajeto desbrava o interior paulista em percurso de aventura e contemplação. Da histórica Santana do Parnaíba até Águas de São Pedro, são 240 km para serem percorrido a pé ou de bicicleta em meio a centros urbanos, fazendas históricas e plantações a perder de vista.
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dá as últimas recomendações sobre a peregrinação.
amarelas, encontradas ao longo da viagem. Durante
Entre uma explicação e outra, o caminhante é rece-
o trajeto, o peregrino encontrará pontos de apoio
bido por Emanuel, um historiador que contextualiza
em pousadas, pequenos hotéis e casas residenciais.
historicamente os aventureiros. Dali para frente, his-
Esses hospedeiros recebem os caminhantes com a
tória e cultura caipira serão elementos presentes em
mesma expectativa de uma família que aguarda um
todo o trajeto. O roteiro passa por cidades do Alto
parente que não vê há anos. Após tantas horas de
e Médio Tietê, que foram rota de bandeirantes du-
caminhada, essa hospitalidade é o melhor remédio
rante o período de colonização e fundação de vilas
para o corpo e para a mente, ainda que a instalação
no interior de São Paulo, como Pirapora, Cabreúva,
seja uma simples casa afastada do centro da cidade.
Itu e Salto.
Esse caminho não se trilha apenas com os pés,
Os centros urbanos vão ficando para trás. Lon-
mas com a mente também. O caminhante exercita
gos trechos de terra, em meio a fazendas, vão subs-
o corpo em caminhadas sobre terrenos com altitu-
tituindo rodovias e o peregrino se dá conta da carga
des que variam de 473 a 845 metros. Porém, o maior
emocional que deverá encarar nos próximos quilô-
esforço com o qual o peregrino tem que lidar talvez
metros. A introspecção vai aumentando e, defini-
seja administrar as inquietudes e questionamentos
tivamente, descobre-se que esse não é apenas um
que o caminho desperta nos participantes. Afinal,
roteiro turístico pelo interior de São Paulo. Mais do
certos caminhos da vida nos ensinam que o “ser” é
que uma caminhada, é um encontro consigo mesmo.
mais valioso do que o “ter”..
O “Caminho do Sol” oferece um roteiro fechado, com saídas às quartas-feiras e apoio técnico aos peregrinos. Basta seguir as indicações das setas
Telefones: (11) 2215-1661 ou (11) 9 5001 8267 Site: www.caminhodosol.org
Espaço animal
Escabiose ou Sarna Sarcóptica A escabiose
A sarna causada pelo Sarcoptes scabei var.
canina é uma
canis afeta principalmente os cães, pois esses áca-
infestação
ros são hospedeiros específicos, isto é, cada tipo
cutânea
de sarna preferencialmente afeta uma espécie. Mas eventualmente, se houver um contato mais íntimo
provocada pelo
com o cão infectado, poderá haver a transmissão
ácaro Sarcoptes
para outros hospedeiros (gatos, animais silvestres,
scabei var. canis. Esse ácaro pertence
por exemplo) e também para o ser humano e por essa razão a escabiose é considerada uma zoonose. A cópula dos ácaros adultos ocorre num tipo de bolsão, na superfície cutânea. A fêmea, depois de fertilizada, escava uma galeria, na qual vai colocando
à família
os ovos enquanto caminha. As larvas que eclodem
Sarcoptidae, da
desses ovos cavam uma saída para a superfície cutâ-
mesma forma que o Notoedres cati, o agente
nea onde se alimentarão até se transformarem nas
ninfas e depois na forma adulta e o ciclo vital desse ácaro microscópico se fecha em apenas 3 semanas. É uma doença parasitária altamente contagiosa e a transmissão pode ocorrer por contato direto com animais infectados ou também indiretamente através de gaiolas, caixas de transporte e canis mal lavados, escovas, panos, cobertores, toalhas, caminhas, etc. Pode acometer qualquer raça de cão, de todas as idades e em qualquer época do ano. A maioria dos casos observados nos atendimentos clínicos de escabiose é de filhotes de diversas raças, recém adquiridos e frequentemente outros animais da casa e até as pessoas também acabam se contaminando. Essa sarna prefere as regiões do corpo do cão com menos pelos, assim como as orelhas (principalmente suas bordas), abdômen, membros, cotovelos e região periocular, provocando perda dos pelos com lesões avermelhadas e crostosas. Dissemina-se
etiológico da
rapidamente por todo o corpo e o animal passa a
escabiose felina.
apresentar um odor mais forte e característico. Esse extremo desconforto que a escabiose produz no animal costuma causar perda de apetite e muitas vezes devido à insuportável coceira, o animal
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acaba se automutilando, provocando ferimentos
dos no microscópio através de raspagens da pele do
mais profundos e infecções bacterianas secundárias.
animal infectado.
Naqueles casos de animais abandonados e sem os
Quanto mais precoce for o diagnóstico, mais rá-
cuidados necessários dos ferimentos é comum ocor-
pida será a recuperação do animal. Dependendo do
rer a presença de miíases ou bicheiras.
caso, o tratamento costuma ser relativamente fácil
A presença desse ácaro provoca uma hipersensi-
com a utilização de medicamentos acaricidas ade-
bilidade no cão que dura por volta de 3 a 4 semanas
quados, banhos terapêuticos, loções, boa higiene do
após a contaminação e o prurido pode persistir até
ambiente e tratamento dos animais contatantes para
2 semanas após a eliminação do agente. O prurido
que haja a completa erradicação do parasita.
é constante e muito intenso, mas agrava-se quan-
Convém lembrar que não há vacinas preventi-
do a pele está aquecida, como na cama à noite, por
vas para sarnas, apenas tratamento curativo e que
exemplo.
a maioria dos produtos acaricidas podem ser tóxi-
Nos felinos acometidos pela escabiose ou sarna
cos se não estiverem na dosagem correta ou se não
notoédrica os sintomas são muito semelhantes aos
forem os produtos adequados. Por isso, dependen-
dos caninos, porém as regiões mais atingidas nos
do da gravidade da escabiose, não é seguro que os
felinos são as orelhas, cabeça e pescoço e as lesões
proprietários se aventurem a tratar dos seus animais
apresentam crostas bastante espessas.
sem a orientação de um veterinário.
O diagnóstico dessa doença é feito pela história clínica e pelas lesões observadas. O ácaro, seus ovos ou seus detritos fecais podem ainda serem observa-
Dr. Gerson Bertoni Giantini – CRMV 5189/SP www.policlinicaveterinaria.com.br
Região
Futebol também é pra mulher O futebol feminino divide opiniões entre os fãs do esporte. Uns julgam a falta de investimento. Alguns alegam que é um esporte masculino e outras opiniões batem na tecla que devido ao físico das mulheres, o futebol deveria se adequar.
Os investidores não valorizam essa categoria, apesar do futebol ser um dos esportes com mais investimentos pelo mundo. Há ainda a falta de iniciativa da própria FIFA para adequar o esporte ao sexo feminino. Por exemplo, no vôlei, a altura da rede varia da masculina com a feminina. Se no futebol feminino certas mudanças acontecessem, ajudariam e muito. O futebol é um esporte admirado e praticado por milhares de pessoas, tanto homens como mulheres. No Brasil, oficialmente existem cerca de 30 times profissionais femininos contra mais de 783 clubes masculinos. A diferença é absurdamente gigantesca. Porém, mesmo com poucos times, o futebol feminino está aos poucos caindo nas graças do povo brasileiro.
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Em Vargem Grande Paulista, na Escolinha Chute Inicial Corinthians, existe um time de 22 garotas dispostas a enfrentar o machismo de amigos, companheiros e familiares para aprimorar, na prática, o esporte que gostam. É um time pequeno, mas que já conta com um patrocínio: do laboratório Biovet, que dá nome à equipe. Cleidiane Chaves é a responsável pela equipe de jogadoras e cuida para que os treinos aconteçam rigorosamente toda semana, exige disciplina e garra das garotas. Batalha desde 2008 para manter a equipe sempre motivada, mas diz que não é fácil. “Como não é remunerado, a maioria das que saíram foi por causa do trabalho, já que as folgas não coincidiam com os treinos. Outras se afastaram por se machucarem”, conta.
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O time, no momento, não participa de campeo-
pratica e para quem
natos pela falta de disponibilidade de horários das
acredita que pode
garotas. Mas faz amistosos locais e apresentações
mudar através de um
em campeonatos regionais. “Ressalto que, quando
projeto tão bacana.
iniciamos o time, o intuito maior era lazer, entretenimento e engajamento dessas meninas com o esporte. Pois através dele, estaríamos evitando que o tempo livre das mesmas pudesse ser utilizado de uma forma ruim para a nossa sociedade”, completa Cleidiane. Apesar das dificuldades em manter viva a paixão pelo esporte, é emocionante assistir essas meninas em campo, dando o seu melhor. Não é à toa que esse projeto já tem 8 anos e elas querem mais. Têm garra e vontade de jogar futebol. “Para mim, futebol é uma das melhores coisas que eu incluí na minha vida. Além de esporte que pratico, alimento minha mente, me ajuda a entender e me aproxima mais das outras pessoas. Amo, amo muito futebol”, resume Fran, uma das jogadoras. Esporte faz bem para todo mundo, para quem
Por Carolini Del Gaiso
Reflexão
Feliz livro novo! Quando 2015 começou, ele era todo seu!
petir as boas coisas que escreveu e evitar repetir as
Foi colocado em suas mãos... Você podia fazer dele
ruins. Para escrever o seu novo livro, você contará
o que quisesse. Era como um livro em branco, e nele
novamente com o instrumento do livre arbítrio e
você podia colocar um poema, um pesadelo, uma
terá, para preencher, toda a imensa superfície do seu
blasfêmia, uma oração... Podia! Hoje, não pode mais,
mundo.
pois já não é seu. É um livro já escrito. Concluído!!!
Se tiver vontade de beijar seu velho livro, beije-o.
Como um livro que tivesse sido escrito por você,
Se tiver vontade de chorar, chore sobre ele. Ainda
ele um dia lhe será lido, com todos os detalhes e
que tenha páginas negras, entregue e diga apenas
você não poderá corrigi-lo. Estará fora de seu alcan-
duas palavras: obrigado e perdão!!!
ce. Tome seu velho livro e o folheie com cuidado.
E, quando 2017 chegar, lhe será entregue outro
Deixe passar cada uma das páginas pelas mãos e
livro, novo, limpo, branco todo seu, no qual você irá
pela consciência. Faça o exercício de ler a você mes-
escrever o que desejar...
mo... Leia tudo! Aprecie aquelas páginas de sua vida
Valorize tudo de bom que você tem hoje, porque
em que você usou seu melhor estilo e leia também
a vida é como um livro, cada página uma história... E
as páginas que gostaria de nunca ter escrito. Não,
não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje,
não tente arrancá-las... Seria inútil. Já estão escritas!
porque ao virar a página pode estar escrito: “FIM”.
Mas você pode lê-las enquanto escreve o novo livro (2016) que lhe foi entregue. Assim, poderá re-
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FELIZ LIVRO NOVO !!! (Autoria desconhecida)
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