Andrew grey montanha 04 uma montanha estrangeira

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Disp. e Tradução: Rachael Revisora Inicial: Tina Revisora Final: Rachael Formatação: Rachael Logo/Arte: Dyllan

O cantor country Willie Meadows é uma farsa. Ele nunca andou a cavalo, e sua roupa de “cowboy” vem de uma loja de boutique de Los Angeles. Não admira que Wilson Edwards, o homem real naquelas botas falsas, esteja sofrendo de bloqueio criativo. Determinado a se conectar com a música, Wilson compra um rancho em Wyoming para aprender o estilo da vida rural, mesmo que ele não tenha a intenção de correr o negócio. Então Steve Peterson aparece desesperado, desamparado, e com fome, depois de ter acabado de escapar de um hospital para desprogramação de gay administrado pela seita de seu pai. Steve deveria treinar cavalos para o antigo proprietário da fazenda, mas o trabalho se foi junto com seu empregador. Felizmente Wilson tem uma solução temporária: Steve pode comandar o rancho enquanto Wilson faz negócios em Los Angeles. Mas quando ele volta, Wilson quase não reconhece o lugar. Há cavalos sendo treinados no paddock, e o rancho está em grande forma. De repente, ele se vê inspirado não pelo estilo de vida de cowboy, mas por Steve. Mas a seita ainda persegue Steve, e o medo de Wilson de um escândalo significa que ainda está no armário. Saindo poderia acabar com a carreira, mas Willie — negando seus sentimentos por Steve, poderia matar a única parte dele que era real. 3


Revisoras Comentam...

Tina: Gostei muito da história, um daqueles que você começa ler e não quer parar. Gosto da forma como o autor trata "a saída do armário" para artistas/músicos. Afinal são pessoas comuns como nós. Fico imaginando que na vida real deve ser exatamente como no livro a pressão por parte de empresários, gravadoras e o pior de tudo, a mídia e os fãs. Willie retrata bem isso. Outro ponto abordado no livro foi sobre seitas/cultos que não toleram os gays, onde a própria família não os apoia. Steve sofre com seu pai dirigente de uma seita, mas dá a volta por cima e faz um par maravilhoso com Wilson ou Willie. Uma história apaixonante.

Rachael: É um livro lindo! Ele me prendeu desde a primeira linha. Uma escrita muito sensível, romântica mostrando como cada um deles via a sua história. O Wilson e o Steve são perfeitos juntos. Realmente muito lindo, vocês vão adorar!

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Capítulo Um WILSON EDWARDS subiu ao longo da estrada em direção à casa que tinha acabado de comprar. “Não é ótima,” ele perguntou, com um sorriso enorme no rosto. Ele já podia sentir a tensão saindo fora de seu corpo. A grama marrom-esverdeada estendia pelas montanhas de Wyoming, e tanto quanto podia ver, não havia uma casa, um carro, ou qualquer evidência de outro ser humano. Na verdade, a única coisa que podia ouvir era o vento impetuoso passando em suas orelhas, e que era perfeito. Árvores e cercas pontilhavam no horizonte, mas principalmente o que viu era terra, terra e mais terra. “Não,” disse Howard carrancudo ao lado dele. “É sujo e não há nada aqui.” Howard de alguma maneira fez sua opinião soar como um pronunciamento de Deus. “Willie, vamos sair daqui e encontrar um hotel decente, de preferência com um bar.” Wilson virou-se para o outro homem, agitando seus punhos em impaciência afiada. “Willie não existe aqui. Ele é alguém que você fez para vender discos há dez anos, e estou realmente cansado de Willie. Estou cansado, Howard, e se eu ouvir outra multidão cantando o meu nome agora, vou torcer o seu pescoço. Preciso de férias, e é aí que vou tirá-la.” Wilson olhou para o seu empresário com exasperação total. Howard estava em botas de cowboy desgastadas, calça jeans com aparência de velhas, e até mesmo uma jaqueta de couro velha. Bem, na verdade, cada ponto de roupas de Howard era quase novo, apenas feita para olhar velha. Era uma fantasia, assim como as roupas que Wilson usava. Elas foram cortadas e feitas para olhar como do oeste, porque isso era a sua imagem, mas as roupas vieram de uma loja exclusiva da Rodeo Drive que faziam tudo nas medidas de Wilson, ao contrário da loja de artigos ou a JCPenney 1, onde pessoas

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Loja de departamento grande americana, possui 1.107 lojas em vários estados dos E.U.A. e em Porto Rico. Vende roupas masculinas, femininas, de cama, mesa e banho...

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reais compram suas roupas. “Eu não quero minha vida sendo falsa por mais tempo.” Wilson continuou caminhando até a unidade, ignorando Howard quando ele bufou atrás dele. “Nós não podemos pelo menos ter conduzido até aqui?” Wilson olhou por cima do ombro. “Não. Quero ver realmente o lugar,” ele retrucou, antes de voltar a olhar para a pequena casa da fazenda. Alguém tinha obviamente cuidado, porque até mesmo os arbustos ao redor da casa estavam bem aparados, e a casa estava pintada. Os celeiros e estábulos pareciam em bom estado. Não que ele realmente soubesse, mas as coisas não pareciam em ruínas ou quebradas. “É perfeito,” disse Wilson suavemente, um pouco mais da tensão subjacente deixou seu corpo. Durante meses, as costas tinham doído das camas de hotel e de dormir em um ônibus, uma vez que viajava de uma cidade para outra, mas tudo parecia o deixar com os pulmões sugados profundamente e precisando de ar limpo e fresco. A mente de Wilson limpou quando ele chegou mais perto do que seria sua casa. “É uma reserva,” Howard resmungou atrás dele. “Eu sei que não é Los Angeles, com suas casas nas colinas, piscinas, estrelas de cinema,” Wilson cantou o tema de Beverly Hillbillies. “Quanto tempo você pretende ficar aqui antes de voltar para casa?” Howard perguntou quando Wilson saiu para a varanda da frente vazia. Seu novo proprietário poderia vê-lo decorado com uma cadeira de balanço e mobiliário confortável. “Howard, a casa em Malibu foi vendida, e a casa em Brentwood está no mercado. Eu estou terminado com as corrida de ratos e todas as pessoas falsas que vivem em casas Mediterrâneas falsas em ruas que mais parecem Hollywood do que a vida real.” “E sobre os ensaios?” Howard olhou em volta. “E onde será a estadia da banda, assim como o resto da equipe?” “Eles não vão, e antes que você pergunte, nem você. Nós estamos unidos pelo quadril maldito por uma década, e é hora de eu estar sozinho.” “Você está me demitindo?” Howard quase gritou, e Wilson balançou a cabeça.

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“Não, eu não estou demitindo você. Estou chutando você fora da minha vida privada. Você tem vivido em minha casa, correndo minha carreira, minhas aparições pessoais, tudo, por uma década. Você vai continuar a correr a minha carreira, mas isso é tudo. Quero a minha própria vida, de forma que você precisa ter o seu próprio lugar para viver.” Wilson tinha se ressentido com seu amigo e empresário nas intrusões em sua vida recentemente. Ele sabia que Howard estava olhando por ele, mas Wilson era um menino grande, e podia cuidar de si mesmo. Wilson pegou a chave da casa que o corretor de imóveis lhe dera do bolso, destrancou a porta e abriu-a. Após pisar lá dentro, esperou por Howard, que seguiu logo atrás, como um cachorrinho chutado. “Se você realmente vai fazer isso, vai precisar de mim aqui,” disse Howard e começou a olhar ao redor, e Wilson podia ver a mente de seu empresário já girando. “Nós poderíamos explodir a parede de volta e ampliar o lugar, adicionar uma suíte master e uma grande sala com um estúdio fora dela.” “Howard!” Wilson levantou sua voz. “Você está aqui por apenas alguns dias, e então vai voltar para LA. Eu não estou o acrescentando para a casa de modo que você possa ficar aqui. Eu quero a minha própria vida, Howard. Por que é tão difícil você entender? Quero que faça o seu trabalho e continue fazendo isso, assim como tem feito. Você é um grande administrador, mas espero que você me escute.” “Você não pode estar falando sério sobre a vida... aqui?” Howard lhe perguntou quando estava no meio da sala, fazendo sinal ao redor dele. “Pelo menos é real aqui, e se sente bem.” “Mas você foi contratado para fazer esse filme em poucos meses, e lhe pagaram um monte de dinheiro já.” Howard voltou ao modo de negócio, o que foi um alívio para ver, porque isso significava que ele estava processando o que estava acontecendo. “Ainda vou fazer o filme, e depois voltar aqui. Pretendo viver aqui. Isto vai ser minha casa. Estou indo para criar raízes reais, longe das fãs e festas falsas, onde todos estão mais preocupados com o que você está vestindo do que a pessoa é por dentro.” Wilson foi até 3


onde Howard estava boquiaberto para ele, botas clicando no piso de madeira, o som ecoando nas paredes da sala vazia. “Eu preciso disso, e você também. Você tem vivido para mim por tanto tempo que não sabe como fazer alguma coisa diferente. Encontre alguém para amar. Acomode-se e tenha uma casa cheia de crianças, se é isso que você quer. Mas eu decido o que vou fazer.” Maldição, isso foi bom de dizer. Howard continuou olhando ao redor. “Enquanto nós estamos aqui, nós podemos também olhar ao redor. E depois podemos voltar para o carro e ao hotel? Eu tenho chamadas para fazer.” Wilson não deu atenção a Howard quando olhou ao redor da casa. Ele tinha comprado com base nas fotos da website e uma excursão virtual, o lugar parecia exatamente como esperava. A casa não era sofisticada, mas se sentia confortável. “Nós poderíamos trazer um decorador para fazer o lugar habitável,” disse Howard de toda a sala, e Wilson ignorou. Queria mobiliar a casa do seu jeito. Não de um decorador vistoso, e nenhuma porcaria fantasiosa como o lugar em Los Angeles. “Não, obrigado,” disse Wilson, com um toque de prazer. Queria que este fosse o seu lugar e se sentisse como ele, não como outra pessoa. “Eu vou fazer isso sozinho.” Howard riu, e Wilson se virou e olhou para ele. “Você está pisando em gelo fino, Howard,” disse Wilson muito severamente. “Vamos lá. Eu tive que fazer o lugar em Los Angeles para você. Ele tinha que se ajustar a sua imagem.” Agora era a vez de Wilson zombar. “Você quer dizer a sua imagem. Você mobiliou do jeito que queria, quando eu estava fora da cidade, lembra? Mas tudo bem, considerando que você ajudou a pagar o lugar.” Wilson esperava que o cérebro de Howard processasse o que ele tinha dito. “Não, eu não fiz. Aquela casa era sua... é sua.” “E você acha que eu deixei você viver lá todos esses anos de graça? Por favor. Meu contador deduzia o aluguel de seu percentual pela última década, a taxa de mercado, eu posso acrescentar. Seu percentual não incluía aluguel gratuito.” Wilson caminhou para Howard, olhando para baixo. “Quando começamos, você era meu melhor amigo, mas em 3


algum momento ao longo do caminho, você achou que tinha direito. Bem, eu achei que você não tinha. Você é um bom administrador, mas se transformou em um amigo de merda que só me disse o que eu queria ouvir. Nós crescemos em Oshkosh, Wisconsin, pelo amor de Cristo, você se aproveitou de todo o estilo de vida de LA que meu dinheiro podia pagar. Estou cansado disso, e preciso de um descanso.” Se possível, a expressão de Howard parecia um balão de ar quente vazio. “Jesus, Willie, eu—” “Não me chame de Willie aqui. É Wilson ou Will, como quando éramos crianças. Tivemos esses sonhos, e eles nunca pareceram a porcaria de Los Angeles, lembra-se? Nós estávamos indo para ajudar as nossas famílias e fazer boa música. Nós fizemos a música, mas nós não ajudamos a ninguém, além de nós mesmos.” Wilson olhou nos olhos do amigo. “Eu não quero mais fazer isso, e espero que você ouça, ou vou encontrar alguém que o faça. E se eu tiver o menor indício de que não posso confiar, vou puxar a tomada de você tão rápido que vai fazer a sua cabeça girar. Estou me tornando claro?” “Você não confia em mim?” Howard perguntou, olhando um pouco como o garoto que Wilson havia conhecido na oitava série, quando se conheceram. “Eu não sei,” Wilson respondeu honestamente. “Então, se você quer que eu faça, é melhor demonstrar isso. Sinto muito que tem que ser assim, mas acontece. Agora, amanhã eu quero que você volte para Los Angeles, e quero que você coloque a venda toda a porcaria horrível na casa de Brentwood. Vou estar de volta a Los Angeles, em alguns dias, e nós podemos falar então. Sugiro que você pense sobre o que realmente quer. Nós não somos mais crianças, e não quero viver como um.” “Acho que entendo.” Howard olhou sério e focado, um olhar que Wilson não tinha visto em algum tempo. “Espero que você faça.” Wilson caminhou em direção aos quartos. “E mais uma coisa. Você está proibido de dizer a alguém onde estou em todas as circunstâncias. Não quero jornalistas ou aspirantes batendo na minha porta. Quero uma casa. Você é bem-vindo aqui o tempo que você pode ser civilizado e, desde que respeite os meus limites.” 3


Howard assentiu. “Você foi bom comigo, mas tenho sido bom para você também.” “Eu nunca soube que você se sentiu assim,” disse Howard, com um toque de arrependimento. “Você teria se tivesse escutado. Venho dizendo há meses que não tenho sido feliz e queria sair de lá, mas você continuou a deixar passar isso.” Wilson sabia em seu coração que Howard não tinha sido mal-intencionado. Ele tinha estado focado nos negócios e na carreira de Wilson em vez do próprio Wilson. “Então vou viver aqui, e vou me deslocar quando for preciso.” Howard assentiu e soltou um grande suspiro. “Acho que eu não fui muito de um amigo, não é?” Wilson não respondeu. A pergunta de Howard foi o suficiente para Wilson saber que tinha finalmente chegado até ele. Wilson terminou a sua caminhada através da casa antes de sair para o sol de fim de tarde. “Podemos voltar para o hotel? Eu realmente preciso fazer as chamadas, e mais alguns agora.” “Isso é bom. Você pode fazer suas chamadas, e vou olhar em torno da cidade. Podemos ir jantar naquele lugar de bife que passamos no caminho. Estou no clima para jantar um bom bife à moda antiga, e uma vez que este é o país de carne, aposto que vai ser danado de bom. Vou até mesmo deixar você pagar.” Howard riu, e Wilson colocou seu braço ao redor dos ombros de seu amigo.

O RESTAURANTE estava movimentado quando entrou, e a recepcionista parecia exausta e desgastada. Ela devia ter estado correndo durante toda a noite. “Eu sinto muito. Vai demorar um tempo,” disse ela. “Acabamos de receber um grande grupo. Você se importaria de esperar?” Disse ela tão agradavelmente quanto podia. “Não tem problema, querida,” Wilson respondeu com sua voz grave, e ele viu seus olhos se arregalam e depois um leve rubor no rosto. Wilson tinha se acostumado a ter esse efeito sobre as mulheres, que era parte de como fez o seu dinheiro. “Sou Wilson, e você pode chamar-nos quando nossa mesa estiver pronta.”

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“Claro, senhor,” disse a ele, e Wilson viu seu olhar para ele quando algo no fundo de sua mente disse que ela deveria conhecê-lo, mas ela não podia identificá-lo. Isso foi bom. Wilson realmente não queria ser reconhecido ou receber um tratamento especial. Sempre que era reconhecido em Los Angeles, as pessoas bajulavam tudo sobre ele, tropeçando em seus próprios pés para chegar a ele e ao que queria. “Você sabe, se falasse a ela quem você era, não teria que esperar,” Howard sussurrou ao lado dele, uma vez que se sentou em um dos bancos. “Isso não é o que quero aqui, e esperar por uma mesa é bom.” Wilson descansou as costas contra a parede. Adorava ver as pessoas, mas era algo que ele raramente tinha que fazer. A porta se abriu e um grande grupo de homens entraram. “Você fez uma reserva?” Um homem atraente menor perguntou ao homem alto atrás dele. “É claro Wally,” o homem alto, de ombros largos, respondeu pacientemente antes de caminhar para a recepcionista. Ela deve ter dito a eles que demoraria alguns minutos, porque seis deles caminharam até onde ele e Howard estavam sentados, enchendo o banco em frente a eles. Eles começaram a conversar animadamente entre si, mas Wilson notou que o homem menor, Wally, olhava para ele a cada poucos segundos. Finalmente, Wally se levantou e andou. “Desculpe-me, mas você é Willie Meadows, não é?” Wally perguntou em apenas um sussurro. “Eu tenho todos os seus CDs, e nós simplesmente amamos a sua música.” “Obrigado,” disse Wilson. Ele encontrava isso o tempo todo, embora raramente se aproximavam tão educadamente. “Você está esperando por uma mesa?” Wally perguntou, e Wilson podia ver a emoção por trás dos olhos Wally parecendo uma bomba de cereja preste a estourar. “Temos reservas para oito, mas um casal não pode vir. Você e seu amigo seriam bem-vindos a se juntar a nós. Prometo que não irei babar sobre você... muito. Eles estão hoje ocupados, e a espera pode demorar um pouco.”

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O estômago de Wilson tinha estado resmungando um pouco, e ele sabia que Howard estava com fome também. “Se você realmente não se importa, mas só se você prometer que vai me tratar como qualquer outra pessoa.” “Dakota,” Wally disse, virando-se para o outro homem, “estes dois senhores estão se juntando a nós. Eles já estavam esperando algum tempo, e temos espaço extra.” Só assim, Wilson viu-se incluído. Ele não tinha certeza de que era uma boa ideia, mas Wally parecia agradável, e ao contrário de outras pessoas que o reconheceram, Wally não gritou seu nome ou fez uma cena. Também ocorreu a Wilson que se ele ia viver aqui, teria de ser uma parte da comunidade e fazer amigos. A recepcionista se aproximou e levou o grupo para uma mesa grande e redonda. “Sou Wilson, e este é Howard,” disse ele, agitando as mãos ao redor. “Sou Wally, e estes são Dakota, Phillip, Haven, Dan, e Mario. É bom conhecer você.” Saudações foram trocadas por todos ao redor da mesa, e então todos se sentaram. “Isso é um pouco de uma festa,” disse Wally do outro lado da mesa. “Dakota acabou sua residência, e ele está abrindo uma clínica médica aqui na cidade.” Wally olhou para Dakota, e Wilson imediatamente sabia que eles eram um casal. Era óbvio apenas pelo modo como olharam um para o outro. Wilson sentiu a tensão de Howard ligeiramente ao lado dele, mas Wilson ignorou. Enquanto observava os outros, Wilson percebeu que eram todos os outros casais. Wilson sabia que ele era gay, aceitou isso há algum tempo, mas por razões de carreira sempre foi muito cuidadoso, porque a fama e o sucesso eram passageiros. Wilson sabia que sair era uma coisa pequena para acabar com tudo o que ele trabalhou. Então, enquanto passava muito tempo em torno de pessoas gays — ele vivia em Los Angeles, depois de tudo — a sua própria sexualidade era um segredo muito bem guardado. Seu garçom se aproximou da mesa, e todos os pedidos de bebidas foram feitos. Quase todo mundo pediu uma cerveja, incluindo Wilson, mas Howard pediu um martini. Felizmente, ninguém além de Wally parecia tê-lo reconhecido, e Wally não disse uma palavra. “Então, o que o traz a nossa cidade?” Dakota perguntou do lado de Wally. 3


“Acabei de comprar um lugar e decidi mudar para cá. É um pouco ao norte da cidade.” “Isso não seria o lugar Henfield, não é?” Dakota deve ter visto a surpresa no rosto de Wilson, então, explicou a ele, “É uma cidade pequena. Pode haver lotes de terreno, mas não há muito mais gado do que pessoas, e todo mundo tende a conhecer todos os outros.” Dakota tomou um gole de sua cerveja. “Você comprou os cavalos também? Henfield tinha alguns animais surpreendentes.” “Não. O lugar está muito limpo, mas todos os animais já tinham ido embora na hora que olhei para isso. Eu teria gostado de ver o lugar com cavalos nos piquetes.” Wilson podia sentir um toque de emoção atirando por ele quando pensou em criar cavalos em sua terra. “Você já decidiu o que vai fazer com o lugar?” Haven perguntou. “Ainda não.” Ele realmente não tinha pensado muito além de encontrar um lugar com espaço para se espalhar e ficar longe da cidade. “Aconteceu de eu ver um anúncio do lugar em um site imobiliário, e a ideia de viver aqui me atraiu. Eu não fiz muitas decisões reais para além da compra.” Wilson esperava que ele não soasse como um grande tolo. Que tipo de pessoa compra uma pequena fazenda, sem planos sobre o que fazer com isso? Talvez Howard estivesse certo e ele estava sendo estúpido sobre essa coisa toda. “Você já pensou em criar cavalos? Essa terra é perfeita para isso, apesar de que a Sra. Henfield não pode manter-se com tudo, uma vez que seu marido morreu. É por isso que ela vendeu,” Wally explicou. Wilson acenou com a cabeça, mas não comentou. Dizendo qualquer coisa significaria revelar o fato de que ele não sabia nada sobre cavalos, ou qualquer outra coisa sobre a terra, para esse assunto. Felizmente, quando os nervos de Wilson começaram a aumentar, o garçom se aproximou da mesa e tomou seus pedidos. Depois que ele saiu, a conversa desviou em torno de outros temas. Wilson aprendeu que Wally, Dakota, Haven, e Phillip possuíam um grande rancho, e que eles tinham sido amigos e parceiros de negócios pelos últimos anos. Ele também aprendeu que Dan e Mario trabalhavam na fazenda também.

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Howard lhe deu uma cotovelada sob a mesa e olhou para o banheiro. Wilson sabia o que significava aquele olhar, ele tinha visto várias vezes antes, mas por enquanto Wilson escolheu ignorá-lo. O que quer que esteja incomodando Howard iria esperar até o passeio de volta para o hotel. “Então o que você faz?” Phillip perguntou, e Wilson ouviu um humph quando Wally pareceu acotovelar ao lado dele. “Está tudo bem,” disse Wilson a Wally, e Phillip olhou indignado para seu amigo. “Eu sou um cantor,” disse Wilson, em voz baixa, e ele esperou. Wally já tinha reconhecido, e pensou que Dakota poderia ter também. “Willie Meadows,” Wally sussurrou, e Wilson observou quando os olhos dos outros se arregalaram. Wilson estava pronto para oferecer uma retirada precipitada da mesa. “Wally escuta a sua música o tempo todo,” Dan disse. “Quase nos levou louco quando seu último CD saiu.” O tom verdadeiro de Dan, combinado com os olhares sem tolices que estava conseguindo em torno da mesa, permitiu a Wilson respirar um suspiro de alívio. “Então por que você está realmente aqui?” Dan perguntou. “Precisava de um tempo longe da cidade e tudo o que se passa lá. Comprei a fazenda porque precisava de espaço para respirar, sem gerentes e todos os parasitas que vêm com o que eu faço.” Dakota olhou para os outros ao redor da mesa. “Se você quer paz, é isso que vai conseguir. Nenhum de nós vai falar nada a ninguém. Rancho Holden está apenas a alguns quilômetros de distância do seu lugar, e você é bem-vindo a qualquer hora.” A comida chegou, e mais uma vez a conversa continuou e, felizmente, isso não centrou-se nele. Em vez disso, eles conversaram sobre o gado, cavalos, e de todas as coisas, o preço da ração e feno. Pela primeira vez em quase uma década, Wilson sentiu como uma pessoa normal, e maldição se isso não se sentiu bem. Uma vez que o jantar acabou, todo mundo pagou suas contas, o que era de abrir os olhos para Wilson. Ele estava tão acostumado a pagar a conta de todos quando saia que quase se engasgou quando a conta veio e foi de cinquenta mais a gorjeta. Ele não conseguia 3


se lembrar da última vez que tinha visto uma conta pequena ou tinha comido em companhia tão agradável. Saindo do restaurante, Wilson apertou a mão de cada um dos rapazes. “Foi ótimo conhecer todos vocês,” disse Wilson, sentindo-se surpreendentemente confortável. “Eu estava falando sério — se você precisar de alguma coisa, basta dar-nos uma chamada.” Dakota deu seu número de telefone a Wilson, apertou sua mão com firmeza, e os caras se dirigiram para seus caminhões quando Wilson foi para o Lexus alugado. “Tive um grande momento,” disse Wilson, uma vez que estava colocando o cinto no banco do passageiro ao lado de Howard. “Essas pessoas estavam apenas interessadas em você por causa de quem você é,” advertiu Howard. Em Los Angeles, a maioria das pessoas tinha que chegar até ele através de Howard. Ele estava acostumado a jogar de guardião de Willie Meadows, e ele tomava seu dever a sério. “Eu não penso assim. A maioria deles não tinha ideia de quem eu era, e uma vez que souberam, eles realmente não se importaram.” Wilson sorriu com o pensamento de que ele poderia ser capaz de realmente ter amigos — verdadeiros amigos. Ele mudou de posição no banco para que pudesse olhar para Howard. “Você tem alguma ideia de quanto tempo passou desde que eu tive amigos de qualquer tipo?” Uma onda de tristeza bateu no intestino de Wilson como um soco. “Eu sei, e eu não o culpo,” Howard disse quando ligou o carro. “Mas o que você tem vem com um preço. Você sabe disso e você tem que ter cuidado. Lembre-se de Calvin?” Wilson estremeceu e tentou afastar a humilhação de sua mente. “Eu sei,” disse Wilson em silêncio. Ele sabia muito bem disso. “Eu também estou preocupado com você andando com eles. Esta pode ser uma cidade pequena no meio do nada, mas é um mundo pequeno, e sua carreira esteve por um fio por um tempo. Tem sido esquecido agora e você quer que isso permaneça assim, especialmente aqui.” A voz de Howard segurava uma extremidade, e Wilson soube exatamente o que ele estava falando 3


Eles dirigiram para o hotel, e Wilson saiu do carro, indo direto para seu quarto. Assim que a porta foi fechada e ele sabia que ninguém podia vê-lo, abriu a bolsa e tirou a garrafa de uísque que parecia manter perpetuamente à mão. Ele abriu a garrafa, serviu um pouco em um desses copos descartáveis do hotel que vinham embrulhado em plástico, e bebeu de um só gole. O calor falso, falso como as roupas que ele usava, caiu em sua garganta antes de se estabelecer em seu estômago. Ele sabia que isso não lhe faria nenhum bem, e nunca fez a solidão ir embora por muito tempo. Pensou em beber mais, mas fechou a garrafa e olhou para isso por um tempo antes de abri-lo novamente e derramar o líquido na pia. Era hora de fazer algumas mudanças. Jogando fora o copo, estava preste a ir para a cama quando uma batida na porta foi rapidamente seguida por Howard entrando na sala, o seu telefone em seu ouvido. Isso ia ser uma noite longa e solitária. Wilson lembrou a si mesmo para não dar a Howard a chave do seu quarto.

WILSON sabia que Howard ia dormir por horas na parte da manhã, então ele se levantou, tomou banho, e se vestiu. Depois de deixar ao seu gerente uma nota, pegou o carro e dirigiu de volta para sua casa. Realmente queria ser capaz de dar uma boa olhada ao redor, sem Howard explicando o que havia de errado com tudo. Quando se virou para a unidade, Wilson ficou surpreso ao ver um velho caminhão parado no quintal perto do celeiro. E quando ele estacionou o carro, Wilson viu alguém sair do celeiro. “Bom dia, senhor,” disse o homem, enquanto caminhava em direção ao carro, Wilson viu que ele não poderia ter muito mais do que vinte anos, magro como um varapau, mas com uma expressão séria que Wilson encontrou cativante. “Sabe o que aconteceu?” Ele perguntou, apontando ao redor dele. “Era para eu vir aqui para um trabalho, mas tudo se foi.” Ele parecia quase com o coração partido. “Eu sou o novo proprietário,” explicou Wilson pela janela do carro aberta. “O que aconteceu com a Sra. Henfield?” O garoto perguntou, e ele começou a tremer um pouco. “Ela me escreveu há alguns meses, me oferecendo um emprego para treinar seus cavalos. Estive machucado e disse a ela que eu precisava curar-me, então ela me disse para 3


vir, quando eu estivesse melhor.” Caramba, se ele tivesse ficado doente, certamente não parecia que teve tempo para curar. Seu rosto estava ligeiramente desenhado e magro. Wilson também não podia evitar notar que o fim de seu cinto pendia um pouco ao longo, como se estivesse entalhando em muito mais o que costumava fazer. “Sinto muito, mas seu marido morreu, e ela vendeu a fazenda,” Wilson explicou. O garoto parecia definitivamente com o coração partido, e ele virou-se e caminhou de volta para seu caminhão velho. Wilson viu quando abriu a porta e entrou dentro, mas não fez nenhum movimento para ligar o motor. Em vez disso, Wilson o viu inclinar a cabeça contra o volante como se não soubesse bem o que fazer. Wilson puxou o carro para o que parecia ser um lugar decente para parar e saiu, vagando para o caminhão do garoto. O jovem não se moveu, e se Wilson não soubesse melhor, ele quase achava que o garoto estava dormindo, exceto quando ele olhou pela janela, Wilson o viu tremer. Wilson bateu de leve na janela, e o garoto levantou a cabeça. O medo que Wilson viu naqueles olhos castanhos profundos o chocou. “O que está acontecendo?” “Nada. Eu só precisava verdadeiramente desse trabalho, e agora ele se foi. Eu não tenho o dinheiro para encher o tanque para chegar em outro lugar, muito menos comer. Mas isso não é seu problema.” O garoto enxugou o rosto e ligou o motor. Wilson deu um passo atrás quando o garoto colocou o caminhão em marcha e começou a descer o caminho. Wilson ouviu o caminhão quando estava na estrada e acelerar antes cuspir algumas vezes. Wilson viu o garoto manobrar o caminhão para fora da estrada antes de morrer. Ele suspirou e caminhou de volta para seu carro. Depois de ligar o motor, dirigiu pela estrada e parou atrás de onde o caminhão do garoto tinha acabado a gasolina. Wilson saiu e caminhou até a porta do motorista. Ele viu o garoto mais uma vez caído sobre o volante, e desta vez, Wilson abriu a porta. O guincho do metal foi quase ensurdecedor, e ele percebeu que o caminhão estava apenas se segurando junto. “Vamos lá. Estou voltando para a cidade, e posso levá-lo comigo.” Não havia maneira de Wilson poderia deixá-lo aqui. 3


Quando ele não se moveu, Wilson estendeu a mão. “Está tudo bem.” “Não, não está,” o garoto disse quando saiu do caminhão. Ele olhava tipo com olhos vidrados, e Wilson estava começando a se perguntar quando ele iria durar sem comer ou dormir, para esse assunto. “Vá entrar no carro,” disse Wilson quando arrancou a porta do caminhão fechado. Ele viu quando o garoto caminhou ao lado do caminhão alcançando atrás para o que pareceu ser algum tipo de bolsa velha. Ele levantou-a e quase caiu quando o fez. Wilson abriu o porta-malas, e o garoto colocou sua mochila dentro. “Eu sinto muito sobre isso, senhor,” disse ele, olhando para o chão. “Não pense duas vezes sobre isso,” disse Wilson. Ele entendeu onde o garoto estava vindo. Não, ele não tinha estado fora encalhado no meio do nada sozinho. Em vez disso, ele ficou encalhado em Los Angeles, o que provavelmente era pior em uma série de maneiras. “Meu nome é Wilson, a propósito,” disse ele com um sorriso que esperava que fosse tranquilizador. “Steve,” disse o garoto, depois de fechar levemente o porta malas, ele deslizou para o banco do passageiro e fechou a porta, mantendo-se longe de Wilson quanto podia. “Eu não vou te machucar, eu prometo.” O olhar assombrado nos olhos do garoto disse a ele que não ia acalmá-lo. Algo muito ruim tinha acontecido com o garoto, e ele estava muito assustado e nervoso. Wilson colocou o carro em marcha e puxou para a estrada, voltando para a cidade. Quando entrou no estacionamento do hotel, Steve ficou muito nervoso, a princípio Wilson pensou que ele ia pular para fora do carro. “Este é o lugar onde estou ficando. Preciso ter certeza que meu amigo está acordado, e então nós podemos conseguir algo para comer.” Wilson saiu do carro, tomando as chaves com ele, só porque era prudente, e bateu na porta de Howard. “Estava imaginando onde você esteve. Estou morrendo de fome,” disse Howard quando fechou a porta e caminhou em direção ao carro. Ele parou quando viu o banco da

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frente já ocupado. “O que é isso?”, ele perguntou, olhando com curiosidade para Wilson. “Você pegou um garoto?” Howard assobiou. “Isso é suficiente,” Wilson rompeu, com os dentes cerrados. “Lembre-se de nossa conversa de ontem. Você trabalha para mim, e não o contrário. Eu não preciso me justificar para você.” Wilson olhou para Howard para ter certeza de que ele entendeu a mensagem. O que ele viu em retorno foi dor e preocupação. “Você pegou um garoto?” Howard perguntou novamente. “O que você estava pensando? Ele poderia ter roubado você ou pior.” Wilson riu um pouco quando olhou para onde Steve estava sentado no carro. “Ele provavelmente não come a um tempo, e não acho que ele está se sentindo bem. A Sra. Henfield lhe ofereceu um emprego algum tempo atrás, e ele apareceu hoje apenas para encontrar o lugar vazio.” Howard parecia cético. “Seu velho caminhão acabou a gasolina no final da unidade, e ele não tem dinheiro para ir a qualquer outro lugar. Eu não podia deixá-lo lá.” Wilson olhou para o carro, mais uma vez, surpreendido com a forma como os seus olhos foram atraídos para o homem sentado no banco do passageiro. O garoto realmente não era muito para olhar, bem, talvez não em comparação com os meninos de ouro que ele tinha visto na Califórnia, mas Steve era real. Wilson balançou levemente a cabeça, empurrando aqueles pensamentos de seu cérebro. Steve era alguém que não precisava de nenhuma ajuda, mais. Ele teria certeza de que Steve estava bem e enviá-lo em seu caminho. “Vamos pegar algo para comer. Steve pode vir conosco, e então vamos descobrir como obter o seu caminhão para a cidade. Então você pode voltar para LA para fazer as coisas em movimento. Estarei junto em alguns dias para fazer os arranjos finais.” Howard parecia cético, e Wilson teria dito mais, mas Steve abriu a porta do carro e saiu. Fechando-a, ele estava junto ao carro, parecendo que ia cair a qualquer momento. Wilson olhou para Howard e viu o resto de luta indo para fora dele. “Vamos comer alguma coisa,” disse Wilson, e Steve assentiu.

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“Vou pegar minhas coisas do porta mala,” disse Steve, dando alguns passos em direção à parte de trás do carro antes de suas pernas parecessem amolecer. Ele se firmou, e Wilson mudou-se em direção a ele, sem outro pensamento. “Segure. Você está bem.” Ele pegou o braço de Steve para mantê-lo de cair. “Eu quis dizer para você vir com a gente. Você precisa comer, e nós podemos descobrir o que fazer depois. Certo?” Wilson disse, e Steve virou o rosto para ele, os olhos grandes encontrando os seus em uma expressão de gratidão aliviada de tal forma que Wilson não pôde deixar de sorrir. “Vamos, vamos pegar sua mochila uma vez que coma.” Wilson podia ver um toque de reticência em Steve, mas ele suspeitava que sua fome, provavelmente, levava a melhor sobre ele, porque viu Steve se firmar em Wilson. Quando voltou para o carro, Howard deu uma espiada para o banco da frente antes de subir na parte de trás e fechar a porta. Wilson correu em torno do lugar do motorista e dirigiu pela rua a um restaurante que tinha visto na noite anterior. Wilson manteve um olho em Steve quando eles entraram no restaurante, lotado barulhento. Garçons corriam de mesa em mesa, os pedidos eram feitos ruidosamente de volta para a cozinha, e todo o lugar cheirava como se estivesse servindo alimentos fritos, nos últimos cinquenta anos. “Mesa para três,” Wilson disse quando alguém parou, e ela apontou para uma mesa na frente. “Alguém vai estar com vocês,” disse ela antes de pegar um pote de café de uma estação próxima e correr para longe. Eles fizeram o caminho para a mesa. Wilson entrou na cabine e Howard se sentou no outro lado. Steve olhou para ambos e depois se sentou ao lado de Wilson antes de olhar para ele, intrigado. “Peça o que quiser,” Wilson disse a ele, e Steve abriu o menu. Wilson fez o mesmo, e quando o garçom veio, ele fez um pedido de algumas frutas e torradas. Howard ordenou um grande café da manhã, e Wilson viu Steve olhar para ele, questionando silenciosamente, antes de pedir o maior café da manhã do menu, com panquecas. Que confirmou as suspeitas de Wilson que Steve não tinha comido a tempos, e quando a comida chegou, Steve se fixou para isso, comendo como se pudesse ser sua última refeição. 3


“Então, Steve, o que você pretende fazer agora?” Howard perguntou, e Wilson lançou-lhe um olhar que Howard ignorou. “Eu não sei,” respondeu Steve em torno da comida que estava comendo tão rapidamente quanto pode. “Eu treino cavalos. Isso é o que a Sra. Henfield me contratou para fazer, e realmente estava contando com esse trabalho.” A tristeza e o desespero nos olhos de Steve cortou o coração de Wilson. Sra. Henfield provavelmente tinha oferecido a Steve um trabalho, e enquanto não era culpa de Wilson de que ela não poderia fazer jus à promessa, ele ainda sentia um pouco culpado porque comprou o rancho. Steve voltou a comer, seus olhos nunca se desviando de seu prato. “O que você vai fazer com o rancho? Você vai criar cavalos? Porque eu poderia ajudá-lo...” Steve ofereceu. “Ele está indo só para viver no rancho,” explicou Howard antes de Wilson poder responder. “Eu duvido muito que... Willie Wilson vai realmente criar cavalos lá.” “Eu não decidi o que vou fazer ainda,” Wilson corrigiu, um pouco mais alto e com força do que pretendia, mas teve o efeito desejado, e Howard permaneceu quieto para o resto do café da manhã. Wilson não sabia o que tinha acontecido com seu amigo, mas ele não estava muito feliz com o seu comportamento. Eles comeram em silêncio a partir de então, com Howard e ele ocasionalmente trocando olhares. Steve parecia esquecido e só continuou a comer. As poucas vezes que olhou para cima, Wilson viu o mesmo olhar preocupado que tinha visto antes. Uma vez que terminaram, Wilson pagou a conta, e se dirigiram para fora e de volta para o carro. Eles pararam em um posto de gasolina, e depois de emprestar um galão e enche-lo de gasolina, eles levaram de volta para o rancho. Wilson derramou a gasolina no caminhão de Steve, e ele começou. “Isso deve levar de volta para a cidade,” disse Wilson. “Obrigado,” Steve disse a ele, e depois de pegar sua mochila no porta-malas, ele colocou na traseira do caminhão. Wilson observou Steve entrar no caminhão e ir embora.

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“Podemos ir agora? Eu preciso voltar para LA.â€? Howard parecia estar ficando agitado, entĂŁo Wilson concordou, e depois de tomar um longo olhar para o que seria sua nova casa, Wilson apontou o carro de volta para a cidade.

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Capítulo Dois Steve não conduziu muito — sabia que não podia, e não tinha para onde ir. Se ele voltasse para a cidade, não tinha um lugar para ficar, e não haveria ninguém para ajudá-lo. Estava sozinho, e precisava de um lugar para ficar. Wilson tinha sido gentil com ele, e ele era grato, realmente era, mas Steve estava desesperado e não tinha outro lugar para ir agora. Então, saiu da estrada e esperou até o carro de Wilson passar. Ele tinha ouvido falar no restaurante, e sabia que Wilson estava indo para ir para Los Angeles, por isso, uma vez que havia passado, ele voltou para a fazenda e estacionou do outro lado do celeiro para que ninguém visse o seu caminhão. Caminhando ao redor, Steve puxou sua mochila e levou-a para o celeiro. Ele não estava preste a invadir a casa de Wilson, mas esperava que Wilson não se importasse muito se ele ficasse no celeiro por alguns dias. Tinha comido, e agora estava cansado e precisava de um lugar para dormir e obter um pouco de sua força de volta. Ele saiu com pressa, querendo chegar aqui para iniciar o seu trabalho. Muito ruim que veio, também, juntamente com tudo o mais na vida. Steve sentiu quase como sua vida tivesse acabado, mas mesmo esses pensamentos foram substituídos pela necessidade de dormir. Quando ele esteve aqui antes, tinha visto que as baias estavam todas limpas e vazias, como estava a maior parte do resto do celeiro, mas em um dos quartos pequenos, ele encontrou alguns cobertores de selas antigas. Ele colocou-os no chão de uma das baias para fornecer algum estofamento no concreto. Steve desenrolou os cobertores que estava usando quando dormia na parte de trás do caminhão, e usando algumas de suas roupas como travesseiro, deitou em sua cama improvisada e fechou os olhos. Seu corpo estava tão cansado que Steve adormeceu quase instantaneamente. Dormia profundamente e não se moveu até que sentiu que alguém o sacudia no ombro. A mão estava quente e... espera, algo dentro da mente de Steve perguntou o que estava acontecendo, e ele forçou seus olhos abertos. 3


“O que você está fazendo aqui?” Steve levantou a cabeça e viu-se olhando para Wilson. “Eu...” Steve começou a responder, mas não podia. Tudo o que tinha acontecido com ele veio borbulhando para a superfície de uma só vez, e Steve colocou o rosto na roupa que estava

usando

como

travesseiro.

Tentou

parar

as

lágrimas,

mas

elas

vieram

espontaneamente. “Ei, está tudo bem,” disse Wilson suavemente, mas Steve mal o ouviu. Ele sentiu a mão de Wilson em suas costas e se encolheu um pouco, afastando-se, enquanto tentava conseguir falar. “Não tenho um lugar para ir,” respondeu Steve, quando conseguiu obter a sua voz para trabalhar. “Eu sinto muito.” Ele se levantou e começou a juntar suas coisas. “Eu pensei que você estava indo embora.” Steve precisava sair daqui o mais rápido que conseguisse antes de Wilson ficar bravo com ele. Não que pudesse culpá-lo de todo. Wilson tinha todo o direito de estar bravo com ele, e poderia chamar a polícia. Steve tinha esperança de que ele fizesse, pelo menos, na cadeia ele seria alimentado e teria um lugar para dormir. Realmente sentiu mais lágrimas correndo pelo seu rosto quando pensou em quão desesperado estava. “Howard ia voltar. Eu vou ficar por alguns dias para deixar as coisas em ordem aqui.” Wilson, na verdade, sorriu, e Steve se preparou para ser atingido do modo como seu pai sempre o atingiu. “Eu não vou machucar você, mas acho que você me deve algum tipo de explicação. Eu te ajudei, e você escapou de volta para minha propriedade. O que você ia fazer, viver no meu celeiro?” “Sim,” Steve respondeu com sinceridade. “Eu não tinha para onde ir, e estava quente e seco aqui.” Ele não sabia como ia chegar muito longe no caminhão com apenas a gasolina que Wilson lhe tinha dado e não tinha dinheiro para comprar mais. “O que você vai fazer para comer?” Wilson perguntou, e Steve encolheu os ombros. Ele realmente não tinha chegado muito mais longe do que um teto sobre sua cabeça. “Vamos lá,” disse Wilson, e Steve juntou suas coisas e seguiu Wilson fora. Um caminhão novinho em folha estava estacionado na frente da casa, e Steve olhou para isso de forma estranha. 3


“Onde está o carro?” Steve perguntou e segurou mais apertado para o saco quando Wilson tentou tirar isso dele. “Aquilo era alugado. Howard voltou para o aeroporto, e eu percebi que precisava de um caminhão por aqui, então comprei um.” Steve não podia deixar de assobiar. Wilson devia ser rico se poderia dar ao luxo de simplesmente comprar um caminhão assim. “Eu disse que não iria machucá-lo, e quis dizer isso.” Steve viu que Wilson teve a sua mão, para que ele lhe entregasse a bolsa, e Wilson colocou na parte de trás do caminhão. “Vá para dentro que vou levar você de volta para a cidade.” Steve não viu que ele tinha outra alternativa, por isso entrou e puxou o cinto de segurança antes de cruzar os braços sobre o peito, afundando de volta para dentro de si, onde ele não poderia ser ferido. Ele ouviu a outra porta abrir e fechar, em seguida o motor começou, e Steve viu quando saíram da fazenda. O cenário passou por eles, e Steve sentou-se calmamente, com medo de se mover ou fazer qualquer pergunta. Ele esperava ser deixado no escritório do xerife. Steve estava tão nervoso que mal podia suportar. Não tinha ideia do que ia acontecer com ele. Quando Wilson dirigia através da cidade, Steve observava cada edifício, uma vez que passou. Ele não tinha ideia onde o escritório do xerife era, mas tinham que estar perto agora. Steve sentiu a virada do caminhão e olhou para fora da janela da frente. O prédio parecia familiar, e Steve percebeu que Wilson o tinha levado para o hotel. Steve olhou para o banco e sabia que ele deveria fazer. Wilson estacionou e saiu do caminhão. Steve fez o mesmo, imaginando que ele poderia muito bem acabar com isso. Agarrando sua bolsa, seguiu Wilson até a entrada e através do corredor para o quarto que Wilson desbloqueou. Steve entrou e viu a cama de solteiro enorme na sala iluminada. Wilson já estava puxando as cortinas, e Steve deixou sua bolsa cair no chão. Ele imaginou que poderia muito bem fazer o que tinha que fazer. Deus sabe o que tinha feito quando precisou para sobreviver antes. Tirando a camisa, Steve pegou as calças quando viu Wilson virar. 3


“O que você está fazendo?” Wilson perguntou em voz alta, e Steve queria se esconder. “Eu pensei que você...” Steve gaguejou, e ele prendeu os olhos fechados. Ele era tão estúpido. Steve imediatamente tentou se cobrir e se abaixou para pegar sua camisa. “O que eu quero é que você para fale comigo por alguns minutos, e então pode ficar na cama e descansar. Você está obviamente exausto e, a julgar do café da manhã, eu estou supondo que você não tem comido regularmente.” Wilson se sentou na borda mais distante da cama, olhando para ele por cima do ombro quando Steve colocou a camisa de volta. “Você quer me dizer o que aconteceu com você?” Wilson perguntou, e Steve balançou a cabeça. “A lei está atrás de você?” “Não,” Steve respondeu suavemente. “Eu não sou um fugitivo.” Pelo menos ele era grato por isso. Steve esperava que Wilson não fosse pressioná-lo sobre o seu passado, porque isso era muito difícil para falar agora. Talvez pudesse, eventualmente, mas não agora. A dor e a mágoa estavam muito perto da superfície, e se tentasse colocá-los em palavras, nunca seria capaz de se controlar. Além disso, Wilson era quase um estranho total, e ele não estava preste a descarregar toda a bagagem sobre ele. “Você vai me dizer o seu sobrenome?” Wilson perguntou com um meio sorriso. “Peterson,” Steve respondeu com sinceridade. Wilson merecia saber muito. Ele tinha sido bom com ele até agora, mas Steve ficava imaginando quanto tempo iria durar. “Olha, Steve, seu passado é o seu negócio, e não vou forçar,” Wilson disse suavemente, e Steve deu um pequeno suspiro, seu alívio vindo em muitos níveis. “Descanse se quiser. Ninguém vai te machucar ou tirar vantagem de você.” Os olhos de Wilson endureceram, e por algum motivo estranho isso confortou Steve. Wilson levantou-se e puxou as cobertas sobre a cama. Os lençóis e cobertas suaves chamavam a Steve como um canto de sereia. Ele não tinha certeza de quanto tempo dormiu no celeiro, mas seu corpo estava gritando para o descanso. Tirando os sapatos, deitou-se, e Wilson apagou as luzes, exceto uma pequena perto da cadeira. Steve fechou os olhos, a roupa de cama e travesseiros moles em torno dele, e ele se sentia razoavelmente seguro. 3


Wilson mexeu-se em torno por alguns segundos, e depois disso, Steve ouviu o leve farfalhar ocasional de uma página que estava sendo virada de um livro e o leve zumbido do ar condicionado. Steve sentiu seguro e, quando quebrou os olhos abertos, viu Wilson olhando para ele com um leve sorriso antes de voltar para o seu livro. Quando Steve fechou os olhos novamente, podia ver o sorriso nos olhos em sua mente como uma imagem, e desta vez seus olhos ficaram fechados e Steve adormeceu. Quando acordou mais tarde, o quarto estava escuro e estava sozinho. Sentando-se, Steve olhou ao redor do quarto, mas a única evidência que viu de Wilson era sua mala deitada perfeitamente no banco e seu livro dobrado sobre o braço da cadeira. Todas as luzes estavam apagadas, mas ainda havia luz do sol que espreitava em torno da borda das cortinas, o que dizia que ele não tinha dormido o dia inteiro. Ele empurrou as cobertas e esticou antes de sair da cama e cuidadosamente ficou de pé. Sentiu-se melhor do que tinha em um longo tempo. Olhando em torno por um pedaço de papel, Steve acendeu uma luz. Quando encontrou um bloco e caneta em uma das gavetas, ele sentou-se à mesa e começou a compor uma nota para Wilson. Conseguiu isso meio escrito antes que a porta se abrisse. Wilson entrou no quarto carregando dois sacos de comida, e uma garrafa enfiada debaixo do braço. “Eu espero que você esteja se sentindo melhor.” “Estou, obrigado,” respondeu Steve quando olhou para a nota que estava escrevendo. Wilson foi até a mesa e colocou as coisas que estava carregando. Steve tentou arrancar a nota do caderno e escondê-lo, mas não teve tempo. “Você ia sair?” Wilson perguntou, fixando o bilhete de volta para baixo sobre a mesa. Steve balançou a cabeça lentamente. “Você tem sido tão bom, achei que você ia quereria fora. Aprecio o que você fez para me ajudar. É mais do que a maioria das pessoas faria, e sou muito grato, mas você não me quer por perto.” Steve viu Wilson viu olhá-lo duro e longo. A intensidade do olhar de Wilson o deixou desconfortável, porque sabia o que isso significava: era hora de ele pagar pela gentileza de Wilson.

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“Por que você não deixa me preocupar com o que eu quero,” disse Wilson com as sobrancelhas levantadas. Ele chegou à mesa e entregou a Steve um dos sacos. “Eu não tinha certeza do que você gostaria, então trouxe a você um hambúrguer e um sanduíche de frango.” Wilson mudou as coisas para o lado da mesa e sentou na cadeira antes de abrir seu saco e colocar para fora a comida. Steve se aproximou, perguntando o que estava acontecendo. Wilson estava sendo tão legal com ele, e cada vez que Steve achava que sabia o que o outro homem queria, era surpreendido. Ficou olhando para Wilson, tentando descobrir o que estava acontecendo. “Puxe a outra cadeira,” Wilson disse a ele depois de engolir uma batata frita. “Acho que você tem a ideia errada, e nós precisamos isso certo.” O toque de dureza na voz de Wilson fez Steve pausar, então puxou a cadeira e sentou-se em frente a Wilson. “O seu passado é seu, e não vou me intrometer. Se você diz que ninguém está atrás de você e não fez nada de errado, então eu acredito em você e não precisa me dizer qualquer outra coisa, a menos que queira. Mas nós precisamos deixar algo claro. Estou tentando ajudálo, e não espero nada em troca, pelo menos, não o que você parece pensar que quero em troca.” A expressão de Wilson suavizou, e quando ele sorriu, Steve viu o homem mais quente, mais belo que já tinha visto em sua vida. Claro, ele não estava interessado em dormir com alguém, porque tinha, mas parte dele desejava que Wilson tivesse levado sua oferta implícita. Wilson parecia bom, e tinha sido um longo tempo desde que alguém lhe havia mostrado qualquer bondade. “Entendo, e eu sinto muito.” Steve abriu a bolsa e tirou um sanduíche enrolado em papel. Ele não se importava o que era, estava com tanta fome que estava tentado comer o papel junto com o resto. “Não esteja. Você teve um período difícil, isso é óbvio.” Wilson continuou a comer, e Steve viu Wilson observá-lo de perto. Quando Wilson recusou, a princípio Steve pensou que talvez ele não fosse gay, mas os homens heterossexuais não olham para outros caras da maneira que Wilson estava olhando para ele, pelo menos não pensava assim. “Quero fazer uma oferta, no entanto. Eu tenho o rancho, e 3


enquanto não tenho certeza do que vou fazer com ele ainda, vou precisar de alguém para cuidar dele para mim, então queria saber se você gostaria do trabalho. Eu sei que você disse que treina cavalos, e não tenho nenhum agora, mas quando eu voltar, talvez possamos olhar para obter alguns.” Steve largou o sanduíche. Ele sabia que estava boquiaberto, mas não podia acreditar no que ouvia. “Você está me oferecendo um emprego depois do que eu fiz?” “O que você fez? Você dormiu no meu celeiro porque não tinha outro lugar para ir. Isso não é a pior coisa que alguém tentou fazer comigo. Sra. Henfield lhe ofereceu um emprego, e ela sabia das coisas, então se você estiver disposto, vou contratá-lo para tomar conta do lugar até que eu descubra o que eu vou fazer. Então você pode decidir se quer ficar ou não.” Steve continuou olhando. Ele mal podia acreditar na sua sorte. “Você está falando sério? Você está me dando um trabalho?” Steve engoliu todo o caroço enorme na garganta e olhou para longe. Ele não queria que Wilson o visse chorar. Isso já tinha acontecido uma vez, em um momento de fraqueza, e ele não ia deixar isso acontecer novamente. “E você não quer nada de mim?” “Exceto um trabalho limpo,” esclareceu Wilson e Steve pensou que iria dizer outra coisa. Havia um olhar estranho em seus olhos, como se quisesse dizer algo, mas parte dele não permitia isso, como se Wilson estivesse em guerra com ele mesmo. “Nós vamos chegar a um acordo sobre o salário semanal, e desde que eu tenho que voltar para a Califórnia em poucos dias, nós vamos fazer um quarto da casa para você ficar dentro. Vamos ter certeza de que tenha alimentos e tudo que você precisa. Quando eu voltar, vamos fazer planos sobre o que vamos fazer.” Enquanto Wilson estava falando, Steve tinha praticamente inalado sua comida. Ele sabia que sua mãe teria ficado horrorizada, ela sempre foi uma de boas maneiras, mas ele estava com tanta fome que não podia parar. “Você quer que eu te ajude a decidir o que fazer com o rancho? Você comprou e não sabe o que vai fazer com ele?” Steve perguntou. “É perfeito para criar e treinar cavalos. Já existe um anel e uma abundância de baias novas no 3


celeiro. Mesmo as pastagens e piquetes são perfeitos para os cavalos.” Steve parou de correr a conversa. Não era educado. Se Wilson queria fazer alguma coisa com a sua terra, que fosse ele a decidir. Steve faria o seu melhor para cuidar disso para ele, que era certo. Wilson riu. “Eu suponho que é. Conheci algumas pessoas na cidade no outro dia, e eles têm uma fazenda não muito longe da minha. Estava pensando que poderia parar em seu lugar. Eles conhecem esta área, e isso vai te dar a alguém para chamar, se tiver um problema enquanto eu estou fora.” Steve balançou a cabeça e continuou a comer. Parecia que Wilson tinha pensado em quase tudo, e Steve sorriu para o seu benfeitor. Ele não podia acreditar na sua sorte, ou que Wilson estava sendo tão bom para alguém que quase não conhecia. Steve sempre acreditou que havia pessoas amáveis neste mundo, mas apenas parecia que ultimamente não tinha a sorte de conhecer nenhum deles. Talvez a sua sorte estava finalmente começando a mudar. Ele queria acreditar nisso tão mal. “Por enquanto você só me quer para cuidar da casa e do celeiro até você voltar?” Steve queria ter certeza de que estava certo. “Esse tipo de coisa e todo o lugar. Eu não devo demorar muito tempo,” disse Wilson, e Steve assentiu uma vez, aliviado de que tinha um emprego e até mesmo um lugar para viver, pelo menos até que Wilson descobrisse o que ele tinha feito. Então, talvez, ele não teria isso. Ele não mentiu quando disse que não estava fugindo da lei, mas não tinha sido exatamente próximo, também. “Termine o seu jantar, e nós vamos seguir em frente.” Steve estava quase pronto, e terminou o último dos alimentos, sentindo-se mais vivo após o sono profundo e com a barriga cheia, que não tinha há algum tempo. Uma vez que ele terminou, Steve limpou os papéis e os jogou no lixo com os de Wilson. Wilson pegou a mochila de Steve e entregou a ele. Então, Steve seguiu para fora do quarto. Wilson fechou a porta atrás deles, e caminharam através do hotel e para fora no caminhão de Wilson.

A PRIMEIRA parada foi numa loja de ferragens antiga, onde Wilson comprou alguns suprimentos básicos de cozinha. Bem, na verdade, Steve que pegou as coisas fora. Era 3


engraçado, pois Wilson não parecia saber o que estava fazendo, e cada vez que Steve pegava alguma coisa, Wilson apenas colocava em sua pilha de coisas. O que disse que ele não tinha nenhuma ideia foi quando Steve pegou uma máquina de café expresso e Wilson acrescentou isso também. Steve fez questão de colocá-lo de volta. Uma vez que tinha pagado para a cozinha e material de banho, eles encontraram uma de five-and-dime 2, e Wilson comprou lençóis e algumas almofadas grossas para dormir. “Eu sei que não é um colchão, mas deve ser mais confortável do que o piso da baia até eu voltar e poder providenciar mobiliário real,” Wilson disse a ele, e Steve sorriu. Eles olhavam confortáveis para ele, e Wilson tinha comprado dois, só para ter certeza. “Obrigado,” Steve disse com um sorriso. Ele realmente não se preocupava com isso — ele tinha um emprego e um lugar para dormir. Sua última parada foi numa mercearia, e Wilson comprou comida suficiente para um exército. Uma vez que tinha terminado, a caçamba do caminhão estava quase cheia, e eles puxaram para o rancho. Wilson abriu a porta e mostrou a Steve dentro. Quando chegaram à cozinha, Steve viu que a porta da geladeira estava aberta. Ele verificou ao redor até conseguir ligá-la, e o motor começou a cantarolar. Então começou a puxar o alimento, colocando-o e as outras coisas a distância. Enquanto trabalhava, ele pensou em sua mãe e como ela tinha sempre gostado das coisas assim. Levou um tempo até que percebeu que tinha colocado tudo como sua mãe havia feito em sua cozinha, utensílios para a direita do fogão, em seguida, os talheres, com tachos e panelas no armário abaixo. Ele sentia tanta falta. Ela era tudo o que ele sentia falta de casa, mas cada vez que pensava nela, seu coração doía. Os passos pesados de Wilson o trouxeram de volta ao presente. “Eu coloquei o novo material em um dos quartos. Eu sei que não é muito, e gostaria que houvesse tempo para tudo, mas isso deve segurá-lo até eu voltar.” Steve fechou a porta do armário e se voltou para a voz profunda de Wilson. Seus olhos se encontraram, e talvez fosse o fato de que Wilson estava sendo tão gentil com ele, mas 2

Cinco e dez centavos - uma loja que vende uma variedade de bens que são não caro.

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nesse segundo, Steve pensou que viu algo que tocou seu coração. Wilson era realmente bom, e quando ele não desviou o olhar, Steve lambeu os lábios um pouco e seu coração começou a acelerar. Lentamente, levantou-se, e Wilson não se moveu. “Obrigado por tudo,” Steve disse suavemente, como se estivesse preso em um transe. Os olhos azuis de Wilson pareciam tão profundos como qualquer lago que ele já tinha visto, e os lábios de Wilson eram perfeitos para beijar. Steve deu um pequeno passo em frente, e Wilson não recuou. Steve queria os braços de Wilson ao redor dele, segurando-o, mantendo-o seguro. Os potes mexeram no armário, o que quebrou o feitiço. Wilson olhou para longe, e Steve fez o mesmo, sentindo-se um pouco tolo. Wilson já havia dito a ele que não estava interessado nele assim, e, além disso, estava apenas se sentindo sentimental sobre sua mãe e estava, provavelmente, vendo as coisas. Apesar de todo o seu corpo normalmente não reagir quando ele estava apenas “vendo coisas”. “Vamos pegar o resto das coisas do interior.” Wilson soou o mesmo de sempre, e Steve correu para o caminhão. A única coisa que estava no fundo era a sua mochila. Quando ele pegou, viu um caminhão em movimento na estrada, e seguiu-o com os olhos enquanto virava lentamente para dentro da garagem. Steve subiu na cabine do caminhão de Wilson e agachou-se, abrindo a outra porta, caso ele precisasse sair daquele lado. Seu coração acelerou um milhão de milhas por hora, e não havia dúvida o que estava causando isso neste momento. “Wally, Dakota,” ele ouviu Wilson chamar de casa. “O que o trazem aqui?” Havia um sorriso definitivo na voz de Wilson, e Steve fez como se estivesse procurando alguma coisa antes de sair do caminhão. Se Wilson viu o seu comportamento estranho, não disse nada enquanto ele caminhava para onde os outros estavam falando. “Steve, este é Wally e Dakota, que vivem a poucos quilômetros de distância. Pessoal, este é Steve Peterson. Sra. Henfield o contratou há um tempo atrás, e vai estar cuidando do lugar para mim.” “Prazer em conhecê-lo, Steve,” Wally disse, estendendo a mão.

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Steve apertou as mãos de Wally e Dakota, em seguida, olhou primeiro para um e depois o outro. “Tem alguma coisa errada?” Wally perguntou, e Steve viu Dakota tocar Wally ligeiramente para trás. Steve sorriu e balançou a cabeça. “Nem um pouco.” Ele mal podia acreditar. Wally e Dakota eram um casal. Eles eram como ele, e não pareciam estar se escondendo quem eram. Steve olhou para a estrada e percebeu que ele estava quase esperando que as pessoas viessem correndo com forcados ou algo assim. “Wilson disse que moravam muito perto.” “A poucos quilômetros de distância, na verdade,” disse Dakota. “Nós estávamos em nosso caminho e vimos seu caminhão. Nós pensamos em parar para ver se precisava de alguma coisa.” Dakota tinha um grande sorriso, e era muito bonito. Steve definitivamente poderia ver o que Wally viu nele, mas nenhum deles tinha uma vela para Wilson. Olhar de Steve viajou para Wilson, e ele sorriu, antes que pudesse se conter. Em seguida, desviou o olhar, percebendo quão inapropriado estava sendo. “Steve vai estar aqui enquanto eu estiver fora,” explicou Wilson. “Se você precisar de alguma coisa, venha nos ver. Estamos a poucos quilômetros a oeste,” disse Dakota, em seguida, ele explicou como chegar a seu lugar. “Venha em qualquer momento. Você provavelmente vai precisar de ferramentas, e podemos emprestar-lhe mais do que você precisa.” “Obrigado,” Steve disse com um sorriso. “Eu vou fazer isso.” Todo mundo começou a olhar como se tivessem acabado as coisas para dizer. Wally e Dakota, eventualmente, se despediram, e depois de outra rodada de aperto de mãos, eles entraram em seu caminhão e foram embora, deixando-o sozinho com Wilson mais uma vez. Steve levou suas coisas para a casa e colocou-as no chão do quarto que Wilson havia dito que poderia usar. “Eu vou voltar para o hotel, e provavelmente vou ver se consigo pegar um voo no dia seguinte ou assim. Você tem um telefone?” Wilson perguntou, e Steve balançou a cabeça. “Vou ver se consigo um em casa ligado.” Wilson apalpou os bolsos e veio com algum tipo de 3


cartão. “Aqui está o meu número. Você chama-me se precisar de alguma coisa ou ter algum problema.” Wilson entregou a ele, e Steve virou-o, olhando para o lado de Wilson não tinha escrito. “É você?” Steve leu o nome e olhou para Wilson, alargando os olhos. “Você é Willie Meadows.” “Merda,” disse Wilson sob sua respiração. “Tudo bem, sim. Sou Willie Meadows, mas não quero que você diga a ninguém, porque aqui sou simplesmente Wilson Edwards. Estou confiando em você com o meu segredo. Se todos souberem, então não irei receber qualquer paz, e haverá repórteres acampados na rua. Eu nunca obterei qualquer tranquilidade.” “Não vou contar a ninguém,” Steve disse calmamente, olhando mais uma vez para o número de telefone. Na verdade, ele tinha o número de telefone de Willie Meadows. Wilson zombou, e Steve olhou para cima a partir do cartão. “Não é uma relíquia sagrada, Steve, é apenas um cartão de visita, e sou apenas mais uma pessoa como você. É por isso que não lhe disse antes. Quando as pessoas se encontram com Willie, eles vão todos gosmentos e sonhadores.” Wilson virou-se e caminhou em direção à porta. Steve seguiu, ainda segurando o cartão. “Em LA, todos me tratam como se eu fosse algum tipo de gênio do caralho. 'Sim, Willie. Você está certo, Willie'.” Sua voz aumentou, e Steve riu baixinho. “Que tal 'Você está cheio de merda, Willie,” disse Steve, e Wilson virou. “Você tem uma grande vida, e está reclamando porque o seu sucesso vem com um preço.” Steve respirou fundo, mas não ajudou. “Tente estar assustado, com fome, e não ter lugar para dormir, exceto à parte de trás do seu caminhão ou uma baia no celeiro de alguém!” Steve realmente não sabia onde tudo isso estava vindo, mas uma vez que começou, não conseguia parar. “Então, você é Willie Meadows. Grande coisa. O que você faz, faz as pessoas felizes, e se o que você ama vem com um preço, então você paga.” Steve viu a raiva nos olhos de Wilson, e deu um passo para trás, esperando para ser dito para sair da terra de Wilson.

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“Tudo bem,” disse Wilson. “Você fez o seu ponto.” Então ele sorriu. “Acho que não tenho que me preocupar com você apenas me dizendo o que eu quero ouvir, não é?” “Não,” respondeu Steve, sentindo aliviado tiro fora de sua boca não tinha conseguido sendo demitido e expulso do rancho depois de apenas ter trabalho por algumas horas. “Certo, então. Tenho sua palavra de que vai ficar quieto?” Wilson perguntou, e Steve assegurou-lhe que o seu segredo estava seguro. Steve colocou o cartão no bolso e fez com que suas coisas estivessem lá antes de seguir Wilson pela casa e fora para o caminhão. “Eu vou te ver em poucos dias.” Wilson enfiou a mão no bolso, tirou algum dinheiro, e entregou a Steve. “Desta forma, você será capaz de encher o tanque e obter qualquer coisa que precisa.” Steve pegou o dinheiro, e Wilson entrou no caminhão. Steve o observou saltar para baixo da unidade antes de virar para a estrada. Steve olhou para a estrada até que Wilson desapareceu, pensando em sua boa sorte fabulosa. Uma vez que Wilson foi embora, Steve voltou a casa e fechou a porta. O sol estava se pondo e a luz no interior estava ficando vermelha e rosa. Depois de voltar para o seu quarto, Steve ligou a luz do teto e começou a fazer sua cama. Quando terminou, saiu do quarto, desligando a luz. Além das coisas em seu quarto, a casa estava totalmente vazia, e cada passo ecoava nos quartos vazios. Steve encontrou a porta do porão e acendeu as luzes. Descendo lentamente, olhou ao redor e ficou surpreso ao encontrar algumas velhas cadeiras de madeira encostadas em um dos cantos. Steve as verificou e as encontrou surpreendentemente firmes, então decidiu levá-las para cima e colocá-las na varanda. Agarrando uma, cuidadosamente a trouxe até as escadas. Ao se aproximar da porta da frente, Steve viu um caminhão puxar para a unidade. Abaixando a cadeira, Steve agachou-se e olhou ao redor da borda da janela. O caminhão parou na metade do caminho para baixo a unidade. A única luz vinha de dentro da porta do porão aberta, e Steve se arrastou até a porta e apagou a luz. Ele esperava que não houvesse 3


janelas do porão visíveis, mas já era tarde demais agora. Rastejando de volta para a janela, ele viu um homem sair do carro e olhar em torno do celeiro quase escuro. Steve sabia que se eles vissem a caminhonete atrás do celeiro, estava acabado. Steve viu um segundo homem sair do caminhão, e pensou que reconheceu, mas não podia ter certeza. Estava com medo de se mover ou fazer um som no caso deles ouvirem. Enrolado no chão, Steve manteve a cabeça baixa e foi mais do que grato quando a última luz do sol caiu do céu. A casa estava completamente escura, a única luz que vinha era de um poste de luz fora do outro lado do celeiro. Steve ouviu passos na varanda. Reboco-se contra a parede, ele poderia ver uma sombra na janela acima dele. Steve prendeu a respiração e esperou, sentindo a parede fria contra suas costas. Mas agora era de concreto, um pequeno recinto, onde seu pai o tinha colocado depois de um acesso de raiva. Steve estremeceu em seus shorts e camiseta finos, o concreto áspero machucando sua pele a cada movimento. Escuridão do breu cercava, e tudo cheirava a úmido e velho. Onde ele estava, não tinha ideia. Nunca tinha estado aqui antes, provavelmente porque nunca irritou seu pai como isto antes. Lentamente, Steve tentou sentar-se, e pelo menos não bateu com a cabeça em qualquer coisa. Puxando os joelhos perto, passou os braços em torno deles e tremeu incontrolavelmente. A espera era a parte mais difícil, e Steve sabia que ele estava sozinho e ninguém se atreveria a vir por ele. Sons de fora, às vezes fizeram seu caminho para ele, mas eram fracos, e Steve só poderia pegar trechos de algo sobre o som de seus dentes batendo. Seu próprio pai tinha feito isso com ele, o homem que pensou que o amava. Steve pensou que seu coração iria quebrar, e depois de um tempo, começou a desejar que estivesse morto. A sombra se moveu, e ele ouviu os passos retrocederem. Então, tudo ficou quieto. Cuidadosamente, se mexeu de volta para a sala, permanecendo no chão. Faróis ligados, brilhando na janela, e Steve afundou de volta para baixo, ouvindo quando o som do motor ficou mais suave. Steve deitou onde estava, respirando através de sua boca quando quis que seu coração abrandasse. Ele não tinha ideia de que seria capaz de encontrá-lo tão rápido. Mas

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pelo menos o lugar parecia vazio, e esperava que eles voltassem para casa ou procurasse por ele em outro lugar. Levantando-se, Steve verificou mais uma vez que eles tinham realmente ido antes de entrar na cozinha. Abrindo a geladeira, Steve nunca tinha estado tão grato por cerveja em sua vida. Depois de abrir uma, ele bebeu-a e estendeu a mão para outra antes de parar a si mesmo. Wilson só tinha comprado algumas, e Steve não precisava beber tudo de uma vez. Além disso, precisava manter o seu juízo sobre isso. Em vez disso, tomou um lanche e decidiu ir para a cama. Depois de comer, Steve silenciosamente caminhou pelo corredor para seu quarto. Ele sabia que estava sendo ridículo, e que eles foram embora, mas parte dele ainda estava com medo de fazer qualquer ruído. No banheiro, ficou contente de encontrar água quente, então imediatamente agarrou algumas das toalhas que Wilson tinha comprado para ele e desnudou-se, tomou uma ducha rápida na escuridão quase total antes de secar-se e escovar os dentes. Wilson tinha sido realmente bom para ele, certificando-se de que tinha tudo o que precisava. Com uma toalha na cintura, Steve entrou no quarto e colocou boxers e uma camiseta antes de subir na sua cama improvisada. Fechou os olhos e tentou não pensar nos homens que procuravam por ele. Em vez disso, encontrou as imagens de Wilson piscando em sua mente. Realmente desejava que Wilson estivesse aqui com ele. Inferno, o que ele realmente desejava era que Wilson estivesse na cama com ele, segurando-o nos braços fortes e dizendo-lhe em sua voz rica e profunda, que encantou milhões que tudo ia ficar bem. Ele sabia que não deveria estar tendo este tipo de pensamentos sobre seu chefe, mas não poderia evitar. Algo na bondade de Wilson o tocou. Ele nunca poderia ter o Wilson real segurando-o na escuridão, mas pelo menos poderia sonhar com isso.

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Capítulo Três “VOCÊ O quê?” Howard perguntou, sua voz ecoando pela sala de estar grande. “Você deixou o garoto... no seu rancho? Jesus, o que você vai encontrar quando voltar? Um buraco no chão onde a casa ficava?” Howard estava andando no chão, andando para trás e para frente e dirigindo Wilson louco. “Ele não vai fazer nada. Está cuidando da fazenda, e quando eu voltar vai ajudar a administrar o local. Não que isso seja da sua conta,” Wilson rosnou para seu gerente. “Você sabe que ele só está bajulando você por causa de quem você é,” advertiu Howard. “Você precisa ter cuidado. Sabe que as pessoas vão tentar tirar vantagem de você.” Wilson sabia que Howard estava preocupado com ele, e que foi a única razão para não acabar com ele lá. “Acalme-se. Wally e Dakota vão parar de vez em quando. Tudo está bem. Eu não sou impotente e não aprecio sendo esperado viver minha vida no ‘Mundo de acordo com o Howard'.” Wilson bloqueou seus olhos para seu gerente, e viu Howard voltar para baixo. “Agora, como estão os arranjos para a disposição de toda essa porcaria que vem junto?” Deus, ele odiava essa casa. Howard tinha decorado do jeito que ele pensava que iria caber na imagem de Wilson, no momento parecia uma boa ideia, mas agora, depois de ver um pouco de como as coisas eram feitas no Oeste real, este material era apenas gosto duvidoso. As cabeças dos animais mortos empalhados na parede eram o que mais lhe perturbava. Odiava essas coisas. A sala de estar, na verdade, tinha uma cabeça de búfalo na parede, e Howard gostava de dizer às pessoas que Willie o tinha matado. Agora, Wilson não poderia disparar uma arma, se sua vida dependesse disso. Havia alce e veados também, e um tapete de pele de urso com a cabeça ainda sobre ele na frente da lareira falsa. 3


“Não tinha certeza do que você gostaria de levar com você,” Howard explicou quando olhou em torno do quarto. “Nada neste quarto horrível. Estou tendo minha mobília do quarto enviado, bem como alguns dos móveis nos outros quartos, incluindo o seu, então você precisa estar fora amanhã, porque os carregadores estão chegando para embalar. O restante está sendo vendido.” Wilson não estava indo sentar-se sobre este assunto. Ele queria que tudo isso feito para que pudesse continuar com sua vida. “Você não pode vender as minhas coisas,” Howard protestou fracamente. Ele sabia que, assim como Wilson fez tudo Wilson também tinha pagado tudo em casa. “Então você pode comprá-lo. Mas você precisa colocá-lo para fora da casa e fazê-lo agora,” Wilson pronunciou. “E só para constar, ouvi você falando sobre uma festa esta noite. Se você estava pensando em tê-lo aqui, é necessário cancelá-lo agora. Não há mais festas, e não mais parasitas. Estou cansado de tudo isso.” “Nós precisamos ter uma festa de despedida,” disse Howard. “Não, você precisa conseguir suas coisas juntas e fazer o seu trabalho. Como está lidando com a gravação vindo junto?” Howard estava trabalhando em um negócio para o seu próximo álbum durante um mês, e não foi a lugar nenhum. “Eles querem um novo material,” explicou Howard quando baqueou sobre o sofá de couro de sela — o único pedaço de mobília no quarto que não era horroroso. “Tudo bem. Tenho algumas músicas escritas.” Embora ele não estava certo de que gostava. “E vou ser capaz de trabalhar uma vez que esteja instalado.” Wilson deslocou-se no sofá. “Você não entende? Estou me sentindo seco e torcido. A única vez que me senti bem foi quando eu estava em Wyoming. Posso escrever lá, e eu não posso aqui, não mais.” A verdade era, tinha estado fingindo por muito tempo e não estava certo de que poderia fazer algo mais. Mas tinha que tentar, porque o que estava fazendo não era mais trabalho. “Eu sei que você me quer para ser visto, mas não quero isso. Preciso de silêncio.” Wilson levantou-se sem dizer mais nada, sabendo que a qualquer minuto Howard iria puxar o telefone e começar a latir. 3


Wilson caminhou para as portas de correr, puxou-as abertas, e saiu da sala de pédireito alto e branco para uma varanda com vista para todo o vale de Los Angeles, com suas longas ruas e edifícios envoltos em fumaça. Depois de fechar a porta, que apareceu em torno do lado da casa. Ele tirou os sapatos, sentou-se na borda da piscina, e mergulhou os pés na água morna. Esta era provavelmente a única coisa que iria sentir falta — piscina que ele poderia usar o ano todo. Fechando os olhos deixou sua mente vagar, os sons da cidade desapareceram até que tudo o que ouviu foi o vento soprando por ele. Estava de volta em Wyoming, em sua terra, andando em sua casa, com Steve sentado em uma cadeira na varanda. Steve levantou-se, corpo magro deslizando até ele, balançando os quadris pequenos sedutoramente. Quando o alcançou, Steve colocou as mãos nas bochechas de Wilson antes de beijá-lo duro e forte. Wilson empurrou-se para fora de seu devaneio e quase caiu na piscina. Não devia estar pensando em Steve dessa forma, mesmo em seus devaneios. Steve era um empregado, e Willie Meadows não poderia ter um relacionamento com outro homem. Isso seria o fim de sua carreira, e Wilson sabia. Sim, ele era gay, sabia disso, durante anos, mas não poderia agir sobre isso. Não depois do que tinha acontecido antes. “Willie, você está bem?” Howard perguntou de trás dele, e Wilson acenou com a cabeça antes de se levantar, a água descendo das pernas e os pés para piscina sobre o concreto quente. “Eu estou bem.” “O corretor de imóveis precisa falar com você. Ela diz que tem uma oferta na casa, e parecia muito animada. Pessoalmente, acho que ela continua chamando apenas para ter a chance de falar com você.” Depois de entregar o telefone a Wilson, Howard se afastou e pegou seu próprio celular, e pelo tempo que Howard chegou à porta, ele já estava falando com alguém. “Olá, Helen,” disse Wilson. “Bom dia,” Helen disse ofegante, e Wilson revirou os olhos. 3


Ele fazia isso, às vezes nas mulheres. “Entendo que você tem alguma notícia para mim.” “Sim, tenho uma oferta para sua casa, e eles concordaram com o preço total sem questionar. Querem que esteja disponível em duas semanas, no entanto. Isso é possível? Essa foi sua única condição. Parece que um dos estúdios quer instalar sua mais recente estrela, e eles precisam de um local adequado.” “Isso é bom, Helen.” Ele já tinha os carregadores a caminho, e isso lhe daria uma desculpa para sair da cidade ainda mais rapidamente. “Quanto mais cedo melhor. Traga os documentos, esta tarde, e vou assinar o que você precisa, e nós podemos conseguir isto terminado.” “Você estaria disposto a autografar algo para mim quando eu estiver ai? Minha sobrinha é um grande fã.” “É claro, Helen. Eu vou ser feliz.“ Wilson desligou a linha e colocou o telefone sobre a mesa. Todos queriam algo aqui — mesmo as pessoas que você pagava para fazer coisas para você queriam um pedaço de você. Às vezes, Wilson sentia como se estivessem tomando mordidas minúsculas de sua alma a cada dia. Pegou os sapatos antes de entrar na casa e até seu quarto. Em seu caminho, passou por Maria, a mulher que tinha estado mantendo a casa para ele durante os últimos oito anos. “Maria, posso falar com você?” Ele entrou em seu escritório, e ela o seguiu, fechando a porta. “Sim, Sr. Meadows.” “É Wilson, e tenho algo que eu gostaria de lhe perguntar. Tenho certeza que você está ciente de que estou vendendo a casa. Estou planejando me mudar para um rancho em Wyoming. Vou escrever uma carta de referência esterlina e lhe fornecer um abono de demissão, se é isso que você gostaria.” Ele viu Maria empalidecer sob sua pele bronzeada. “Mas eu gostaria de perguntar se você consideraria se mudar comigo para Wyoming. Você iria manter a casa como você faz aqui, mas é muito menor.” “Você quer que eu cozinhe para você também? Eu sou uma excelente cozinheira.”

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A energia por trás sua pergunta tomou Wilson por surpresa. Ele realmente não esperava que Maria quisesse se mover com ele. Em seguida, com o rosto encoberto. “Você sabe que eu tenho uma filha, e não posso deixá-la.” “Claro que você não pode. Na propriedade, há uma pequena casa que o capataz ficava. Você e sua filha seriam bem-vindas para usá-la, se quiser. Você teria um lugar de sua preferência, e você pode estar perto da casa principal. Pense nisso e deixe-me saber logo, certo?” Wilson sorriu porque ele podia ver a emoção por trás dos olhos de Maria. Maria sorriu e disse em seu sotaque latino. “Obrigado, Senhor Wilson. Vou deixar você saber amanhã.” Wilson sabia que a filha de Maria, Alicia tinha cinco anos, e Maria estava tentando encontrar uma forma para a sua filha ir para uma escola melhor do que a que ela teria que frequentar, se permanecesse em seu bairro atual. Antes de decidir se mover, Wilson já havia estado contemplando pedindo-lhe para se mover em uma área da casa com Alicia, mas talvez isso iria funcionar melhor. “Ótimo. Se você se decidir vir comigo, vou providenciar para que as suas coisas sejam embaladas e sejam carregadas para você.” Wilson percebeu que era o mínimo que poderia fazer. “Será que o Señor Howard virá também?” Ela olhou para a porta e mordeu o lábio. Maria e Howard nunca tinham se dado bem, provavelmente porque Howard era um pateta e imaginava que era seu direito de tê-la limpando depois dele. “Não. Howard ficará aqui.” Basta dizer que trouxe uma certa quantidade de paz para a sua alma. Ele estava começando a perceber que ele passou muito tempo com Howard ao longo dos anos, e que era hora de alguma distância. Parecia que o resto da sua casa de acordo com ele, porque Maria deu um enorme sorriso. “Deixe-me saber amanhã, então.” Maria saiu de seu escritório sem dizer mais nada, mas Wilson tinha certeza que ela ia vir junto. Esse foi à última parte do negócio que precisava para atender aqui. Havia uma finalidade em seu pensamento, e acalmou alguns dos nervos que haviam estado tremulando dentro dele desde seu retorno. Wilson imaginou que teria de voltar para LA em algumas

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ocasião, mas que poderia ficar em um hotel para essas visitas, especialmente uma vez que seriam sessões de trabalho. Uma batida suave soou na porta, e então Howard entrou. “Acho que nós temos um acordo para o álbum.” Howard sentou em uma das cadeiras. “Eles estão dispostos a pagar até mais do que da última vez, mas querem um monte de material novo, assim como alguns padrões country jogado em continuidade.” “Certo,” Wilson concordou. “Qual é o problema?” Havia sempre um porém. Quando a gravadora pagava milhões de antecedência, em um acordo, eles sempre queriam algo. “No estúdio, gravação em três meses,” disse Howard. “Nove,” Wilson disse a Howard, e ele esperava que ele fosse para uma chamada, mas Howard não se moveu. “Eu respondi com um ano, e eles concordaram em seis meses,” Howard disse com um sorriso de satisfação, e Wilson o deixou ter o seu momento. Howard era um bom gerente, e ele sabia o que estava fazendo. “Você pode fazer isso?” Wilson deu de ombros. “Tenho muito pouco agora, então não sei. O que preciso é de inspiração, e não vou encontrá-lo aqui.” “Acho que estou começando a entender isso,” disse Howard. “É muito fácil ser pego no estilo de vida daqui e esquecer o que você está fazendo,” disse Wilson. “Pense nisso: sou um cantor country que não pode andar a cavalo e quem nunca realmente visto a zona rural real. Estive cantando sobre espaços abertos, água cristalina, rodeio, e vaquejada por quase uma década, e nunca vi nenhum deles. Eu sou uma fraude enorme e estou começando a me sentir como um no interior. É por isso que eu comprei a fazenda, porque preciso sentir o real. Deus sabe que eu posso odiar isto no final das contas, mas até mesmo os poucos dias em que estive lá foram calmantes para mim.” “Eu me preocupo com você estando lá sozinho,” disse Howard, e Wilson sabia de sua expressão que ele estava sendo sincero. “Não vou estar sozinho. Vou fazer amigos, e acho que Maria estará indo comigo. Sei que isso é difícil para você, também, mas eu preciso fazer isso.” 3


“Isso é parte do que me preocupa. Não quero que ninguém se aproveite de você. Goste ou não, eu estive olhando por você por um longo tempo, e não vou estar lá para cuidar das coisas. Como aquele garoto no rancho. Não é que eu não goste dele, só estou querendo saber o que ele quer.” “Howard—” A exasperação na voz de Wilson “—eu o encontrei dormindo em uma das baias do celeiro porque não tinha outro lugar para ir, lembra? Ele nem sabia quem eu era até que acidentalmente dei-lhe um dos cartões que fizeram para mim. Acho que Steve vai ficar bem.” Verdade seja dita, os temores de Howard tinha lhe perguntando um pouco o que ia encontrar quando ele voltasse. Queria acreditar no melhor das pessoas, mas as suas experiências lhe tinham dito que não era sempre o mais sensato. “Não se preocupe com as coisas aqui. Eu vou cuidar de tudo,” Howard asseguroulhe, e Wilson tinha certeza que ele faria. Falaram sobre negócio por um tempo, e então Howard deixou-o sozinho. Wilson ficou em paz até a hora do almoço. Depois de comer, o resto de sua tarde foi ocupado com a assinatura do acordo para vender a casa e fazer os preparativos finais para se mover. No momento em que estava pronto para a cama, Wilson estava exausto. Esperava que não fosse passar as noites pensando em um certo cowboy dormindo em um dos quartos em seu rancho, mas estava achando isso, enquanto podia ser capaz de reprimir principalmente o seu interesse durante o dia, à noite sua mente corria livre, e parecia continuar a correr de volta para Steve de maneira que o deixava pegajoso e querendo muito mais do que apenas sonhos.

A CASA foi vendida, e os carregadores tinham embalado tudo o que ele queria levar. Howard tinha encontrado um lugar para viver, mas estava hospedado na casa para se certificar de que tudo estava pronto e levado para a casa de leilões. Em dez dias, Wilson iria assinar os papéis finais, e depois essa parte de sua vida estaria terminada. Agora, tudo o que precisava era tomar o pequeno avião que ele estava viajando para descer no inferno da terra para que ele pudesse fazer a viagem para o rancho. O passeio tinha sido acidentado pela a última hora, e ele estava tão pronto para a pousar. 3


Maria e Alicia estavam na fila logo atrás dele, e ele podia ouvir Maria falando suavemente em espanhol, tentando manter Alicia calma. Dez minutos depois, bateu na pista e parou no terminal. Depois de pegar sua bagagem, Wilson os levou a seu caminhão e logo estavam em seu caminho, com Alicia andando na parte de trás da super cabine em seu assento. “Tudo é muito diferente,” disse Maria enquanto dirigiam. Ela passou toda a viagem olhando para fora das janelas ou olhando para trás em Alicia, que parecia cheia de perguntas. “Haverá cavalos? Posso montá-los? Haverá outras crianças para brincar? Quem são os animais de grande porte, ao lado da estrada?” Pergunta após pergunta a menina derramou um pouco animada, e Wilson respondeu as que ele podia. “Sim, vamos ter cavalos, e, provavelmente, um pônei que você possa montar. Não tenho certeza sobre as crianças, mas nós podemos perguntar aos vizinhos, embora você provavelmente vai conhecer alguns quando começar a escola. E aquelas eram vacas de corte.” Wilson respondeu às perguntas em uma rodada, sabendo que era apenas o começo. “Alicia, deixe Señor Wilson dirigir.” “Está tudo bem,” disse Wilson com um sorriso e uma piscadela para Alicia. “Estou feliz que ela esteja animada. Basta esperar até ver neve,” Wilson disse a Alicia, e ele ouviu as mãos batendo palmas e um grito de prazer feminino. Eventualmente, o passeio virou-se para perguntas como “estamos chegando,” e mesmo depois de um tempo até que eles passaram pela cidade. Tanto Alicia e Maria se animaram quando eles continuaram a andar. “Há muito espaço,” disse Alicia, que continuava olhando os campos apontando para o gado, ocasionalmente uma casa ou celeiro grande na distância e se aproximavam lentamente. Quando eles se aproximaram, Wilson sentiu-se nervoso e animado. Depois de ouvir Howard por quase uma semana, estava começando a se perguntar o que ele estava indo encontrar. “É aqui,” ele disse quando reduziu a velocidade e fez a curva na unidade. Ele enfiou o pé no freio, olhando em volta para se certificar de que estava no lugar certo. 3


“Cavalos!” Alicia gritou do banco de trás, e Wilson olhou. Havia de fato cavalos no paddock, dois deles, uma questão de fato. A casa parecia a mesmo, e de fato era dele, mas o que diabos estava acontecendo, e de onde tinha vindo os cavalos? Tirando o pé do freio, Wilson deixou o caminhão avançar. Quando ele entrou no estacionamento, espera ver em torno a Steve, mas não os cavalos, não havia movimento no quintal. Olhando em volta, Wilson viu uma cabeça em torno da porta do celeiro, e então Steve saiu, parecendo um pouco pálido. Wilson abriu a porta e saiu, olhando com curiosidade para Steve, que lentamente se aproximou do caminhão. “Será que os cavalos de repente se materializaram do nada?” Wilson tentou manter sua voz leve, mas estava realmente confuso e preocupado de onde os cavalos tinham vindo. “Wally e Dakota precisavam destes cavalos treinados, de modo que os trouxe,” disse Steve, recusando-se a encontrar os olhos de Wilson. “Eles estão pagando para mim para treiná-los, então pensei que estaria tudo bem. Eles também trouxeram feno e palha para eles, para que o celeiro estivesse todo pronto. Até agora eles ficaram felizes, e disseram que iam contar a outras pessoas sobre a minha formação, portanto, pode haver mais cavalos vindo. Posso dizer-lhes que não se é isso que você quer.” Steve mordeu o lábio inferior nervosamente, mas seus olhos, quando ele finalmente olhou para Wilson, tinha tal entusiasmo que não havia maneira de Wilson poder dizer não. Wilson sorriu, e Steve pareceu relaxar. “Isso está perfeito, mas não tome mais do que você pode segurar, porque precisamos ter um pônei e alguns bons cavalos de equitação nas próximas semanas.” Wilson estava determinado a aprender a andar, e talvez uma vez que ele montasse melhor, ele poderia pedir a Wally e Dakota para mostrar-lhe alguns dos prós e contras de se trabalhar com o gado.

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“Eu não vou,” Steve prometeu, e Wilson viu Alicia correr ao redor da frente do caminhão em direção à cerca do paddock, com sua mãe logo atrás dela. Steve seguiu-os, olhando Wilson cautelosamente. “Essa é Maria e sua filha, Alicia.” “Oh,” Steve disse baixinho olhando para a casa e depois na casa do capataz. “Eu vou pegar minhas coisas e sair da casa, então.” Steve caminhou em direção à casa. Wilson perguntou por alguns segundos o que estava acontecendo, e então percebeu o que Steve devia ter pensado estar vendo. “Espere,” disse Wilson, e Steve parou. Quando Steve virou, Wilson viu a dor nos olhos do jovem. “Você entendeu mal, eu acho. Maria está aqui para manter a casa. Ela e Alicia, vão ficar na casa do capataz. O seu quarto na casa é seu por tanto tempo quanto você quiser. Esperemos que no dia seguinte ou assim, o caminhão vai chegar com alguns móveis, incluindo uma cama que você pode usar, se quiser. Gostaria que viessem mais cedo, mas eu não poderia fazê-los correr mais rápido.” “Tudo bem,” Steve disse a ele com o que parecia um sorriso de alívio no rosto. “Você quer ver as outras coisas que eu fiz?” Steve parecia tão empolgado como um garoto quando conduziu Wilson em torno do rancho. “Limpei o anel. Estava muito bom, mas algumas ervas daninhas começaram a crescer, então os tirei de lá. Também andei nos piquetes e retirei todas as ervas daninhas que podiam ser prejudiciais. Até perto da casa, havia alguns canteiros de flores que não foram utilizados. Limpei também, caso você queria ter alguma coisa plantada, e nos fundos há um lugar para o que parece um jardim de cozinha. É muito tarde para plantar este ano, mas no próximo ano poderia ser usado, se quiser. Em seguida, quando conseguir um tempo, quero delinear a borda da unidade e obter o cascalho para fora do quintal.” “Você tem estado ocupado,” disse Wilson, impressionado com a iniciativa de Steve. “Houve algum problema? Você estava sozinho um pouco.”

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“Sem problemas,” Steve respondeu rapidamente, e Wilson viu que ele não iria encontrar seus olhos novamente. Ele sabia que algo estava acontecendo, mas a expressão de Steve endureceu um pouco antes de ele se virar, e Wilson soube que não ia conseguir muito fora dele, a menos que o pressionasse. Ele não tinha certeza de que valia a pena agora. “O que está sob a lona?” Wilson perguntou enquanto caminhavam ao redor da parte de trás do celeiro. “Meu caminhão,” disse Steve. “Eu queria manter a água fora da cama.” Steve continuou andando. “Ah, eu encontrei algumas cadeiras velhas no porão, e as tenho limpado. Podemos pintá-las, e elas vão ser muito legais na varanda.” Wilson sabia que estava sendo distraído, embora ele decidiu isso, por enquanto, ele daria a Steve sua privacidade, mantendo os olhos abertos. Algo não estava certo. Wilson tinha a ideia de que Steve estava com medo de alguma coisa. O telefone de Wilson tocou quando ele se aproximou da casa, e puxou-o para fora do bolso, à espera de ver o número de Howard. “Olá,” Wilson respondeu, vendo o número estranho. “É o Sr. Edwards? Estamos à cerca de meia hora de sua casa, e nós estávamos pensando se poderia entregar suas coisas.” “É claro, traga-os. Nós vamos estar à espera de vocês.” Wilson desligou, o pensamento, foi rápido. “O caminhão está em seu caminho, por isso temos de estar prontos para ajudar a descarregar.” Sabendo que ela estava indo cozinhar, Maria havia dirigido os carregadores para embalar a maior parte da cozinha de LA de Wilson. Wilson não esperava ter muito que carregar no caminhão, mas pelo tempo que Maria terminou, os carregadores tinham um fluxo constante de caixas na casa. “Suas coisas não vão estar aqui até a próxima semana, então você e Alicia vão ficar na casa principal se estiver tudo bem. Se você quiser ficar mais confortável, você é bem-vinda para ficar em um hotel da cidade.” Wilson não quis empurrá-la. “Quero estar perto dos cavalos,” Alicia pronunciou, e que parecia resolver para Maria. Todo mundo ajudou a descarregar o caminhão de Wilson, recebendo as suas coisas 3


colocadas nos quartos diferentes antes da van em movimento aparecer. Wilson mudou seu caminhão para fora do caminho, e os motoristas manobraram as vans para a parte traseira quase tocando a varanda da frente. Os homens saíram e começaram a descarregar. No início, eles transportaram caixas, com a cozinha se enchendo, e Maria começou a trabalhar para colocar as coisas fora, com Alicia ajudando. Então eles começaram a trazer os móveis. Os jogos de quarto saíram primeiro, e Wilson os dirigiu para os quartos adequados. Ele observou cair a mandíbula de Steve aberta quando uma cama queen size trenó3 foi colocada em seu quarto, com uma cômoda combinando. “Eu nunca tive nada tão agradável em toda a minha vida,” disse Steve, e ele começou a trabalhar recebendo os móveis no lugar e a cama feita. A cama de Wilson kingsize veio em seguida, seguido por outra para o que ele achou seria um quarto extra, mas onde Maria e Alicia iria dormir até que suas coisas chegassem. Ele estava feliz por Howard ter o convencido a levar todos. As peças de mobiliário da sala vieram em seguida. Não eram apenas os sofás de couro sela, juntamente com algumas lâmpadas, mas os carregadores colocaram antes de trazer o resto das coisas. A última coisa que eles trouxeram foi a imensa televisão de Wilson. Uma vez que eles terminaram, Wilson assinou a papelada, agradecendo-lhes pela sua ajuda, dando dinheiro aos dois homens pela realização do trabalho antes de enviá-los em seu caminho. “Señor Wilson, você vai precisar ter coisas adequadas,” Maria disse quando ela examinou o quarto com o que ele sabia que era um olhar crítico. “Mas estou feliz por todas as coisas mortas não vieram.” “Também estou,” concordou Wilson, sentado em um dos sofás. Maria partiu apressadamente, e Wilson a ouviu na cozinha. Alicia correu pelo corredor, voltando com um livro. Ela olhou em volta e se aproximou de Steve, chegando a entregar-lhe o livro. Wilson

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sorriu quando Steve sentou no outro sofá, levantando Alicia ao lado dele. Quando abriu o livro, seus olhos se arregalaram. “Eu sinto muito, eu não leio espanhol,” disse Steve, e Alicia olhou para ele com um olhar de pena. Steve abriu o livro e começou a ler o melhor que podia, com Alicia o corrigindo. Wilson não achava que já tinha visto alguma coisa mais adorável em sua vida, especialmente quando Steve iria estragar uma das palavras realmente mal e Alicia iria encher a sala com risos. Wilson não conseguia manter os olhos de Steve, mesmo que ele sabia que deveria, mas o sorriso e a alegria em seus olhos quando leu a Alicia foi maravilhoso demais para não assistir. Quando terminou, Alicia desceu do sofá, e Wilson a ouviu correr pela casa novamente, antes de voltar com um hipopótamo de pelúcia. Desta vez ela enrolou ao lado de Wilson, segurando o hipopótamo, e caiu no sono. “Señor Wilson,” Maria começou quando ela entrou na sala, e Wilson levantou o dedo aos lábios. Maria deu uma olhada e revirou os olhos. “Vocês dois vão estragar ela, não é?” Maria questionou, olhando alternadamente para Wilson e Steve. Wilson olhou para Maria, encontrando seus olhos. “Cada oportunidade que eu tiver.” Steve se levantou e seguiu Maria para a cozinha para remover as caixas vazias e leválas para fora. Pelas próximas horas, Wilson sentou-se com Alicia, enquanto os outros trabalhavam. Eventualmente, ela se mexia, e Wilson encontrou um cobertor e a cobriu e, em seguida, ele também começou a trabalhar. Maria era um modelo de eficiência — sempre tinha sido — mas Wilson viu agora desempacotando. Ela teve sua cozinha totalmente pronta em um momento, e então começou em seu quarto, fazendo as camas. Quando ele veio para desempacotar suas roupas, ela enxotou-o para fora do quarto. Alicia acordou quando ele entrou pela sala de estar, então a pegou em seu caminho e levou-a para fora no anel, onde Steve estava trabalhando com um dos cavalos.

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“Será que Maria o expulsou também?” Wilson perguntou quando ele ficou em cima da cerca, segurando Alicia para que ela pudesse assistir. A luz estava começando a desaparecer, mas Wilson podia ver que Steve tinha uma vantagem sobre o cavalo. “Eu posso ir com ele?” Alicia pediu Wilson suavemente. “Ainda não,” Wilson disse a ela enquanto observavam Steve trabalhar com o cavalo. “Ele ainda parece bastante selvagem.” Steve chamou o cavalo a um impasse e deu-lhe algo de seu bolso antes de ir para fora do ringue e deixar o cavalo solto no paddock. Ele, então, fechou a porta, e Wilson vagou com Alicia. “Por que Dakota trouxe estes dois?” Steve estava ao lado deles, e todos eles assistiram quando o cavalo andou ao redor de sua baia, procurando uma saída. “Ele é muito selvagem, e Dakota não teve sorte em acalmálo,” explicou Steve. “No começo, ele ficava tentando me morder, mas eu parei isso muito rápido. Agora ele parece testar o que está no recinto, à procura de uma saída.” “Por que você não os quebra como eles fazem nos filmes? Você sabe, montá-lo até que ele ceda?” Wilson perguntou, observando quando o cavalo se acalmou e começou a comer. “Isso é nos filmes. Prefiro ser gentil com eles na sela.” Steve levantou os olhos para Wilson e seu cabelo pegou o sol, brilhando quase vermelho. “Eu prefiro o cavalo aprendendo a confiar em mim do que ter medo de mim. Quero eles mantendo o seu espírito, que é parte do que os torna únicos e especiais. Quando você os quebra, você corre o risco de que eles vão perder um pouco desse espírito.” Eles assistiram os cavalos, e cada vez que ele inalou, Wilson cheirava cavalo e a terra. Ele também tinha o cheiro ocasional que levou sua mente louca, profunda de terra em cima de um almíscar, rico masculino que tinha Wilson inalando profundamente apenas para o menor sinal disso. E cada vez que o cheiro estava lá, enviou um arrepio pelo corpo inteiro. “O jantar está pronto,” disse Maria de trás deles, e Wilson virou quando ela tomou Alicia de seus braços. “Vá em frente e coma,” disse a ambos. “Obrigado,” disse Wilson, mas ele estava relutante em se mover. 3


Wilson sabia que tudo o que precisava fazer era mover a mão alguns centímetros e podia tocar os dedos de Steve. Parte de Wilson pediu-lhe para fazê-lo, mas sabia que não deveria, por muitos motivos. Sabia que ia ser mais difícil do que pensava mantendo-se de agir sobre o que queria, mas tinha que fazer. Steve trabalhava para ele, Willie Meadows não poderia ser gay, e estar com Steve isso poderia terminar sua carreira. Todos esses motivos jogavam em sua cabeça, embora não quisesse dizer um monte de feijão, quando medido contra o homem de pé ao lado dele. Wilson virou e Steve fez o mesmo. Eles se enfrentaram, os olhos bloqueando numa fração de segundo. Língua rosa de Steve mexeu-se ao longo de seus lábios cheios e a boca de Wilson relaxou, lábios separando por conta própria. “O jantar está ficando frio,” disse Maria da varanda, e Wilson se afastou, piscando para limpar sua cabeça enquanto silenciosamente repreendeu a si mesmo pelo que tinha estado a ponto de fazer. Steve virou-se para a casa, e Wilson ficou para trás por apenas um minuto, virando-se para que ele pudesse ajustar as coisas em suas calças e se acalmar. Olhando para as pastagens, viu um caminhão que descia a estrada e notou que ele diminuía quando se aproximava do rancho. Ele observou, já que continuava se aproximando, por condução de forma relativamente lenta, mas não puxando na unidade. Wilson pensou que viu o motorista ver o rancho, e ele fez certo de que o viu observá-los. Ele sabia que estava longe o suficiente que eles provavelmente não iriam reconhecêlo, então olhou de volta para o caminhão. Uma vez que passaram a unidade, o caminhão fugiu e acabou por desaparecer na estrada. Wilson esperou até que eles estivessem fora de vista antes de virar e entrar em casa. Maria montou uma mesa improvisada na sala de jantar, e Steve sentou-se com um prato na frente dele. Wilson entrou no banheiro para lavar-se, ainda tentando entender o comportamento do motorista do caminhão. Ele provavelmente estava imaginando coisas, e eles poderiam ter estado apenas procurando um lugar em particular. Wilson decidiu arquivar o incidente à distância e, como ele disse a si mesmo antes, para manter os olhos abertos.

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Quando ele se juntou a Steve à mesa, Maria colocou um prato no lugar de Wilson, e ele sentou-se no que era provavelmente uma das cadeiras antigas da varanda. As enchiladas de Maria cheiravam convidativamente. “Isto é o céu,” disse a Maria depois de dar sua primeira mordida. Ela continuou a agitação na cozinha. “Maria, sente e coma.” Ela balançou a cabeça. “Você e Alicia são parte da família aqui. Por favor, venha comer.” Ela olhou para ele com cautela, mas fez um prato para ela e um pequeno prato para Alicia. Steve devia ter achado um banco de algum lugar, porque o deslizou, e Maria sentouse com Alicia ao lado dela. “Vamos esclarecer uma coisa. Vocês todos sabem quem eu sou, e se me tratarem como Willie Meadows, vou demitir todos.” Wilson piscou e sorriu para os dois. “Aqui sou apenas Wilson, e nenhum de vocês está aqui para servi-me. Maria, você vai cuidar da casa. Este é o seu domínio. Se você quer algo, basta pedir, e vou tentar obtê-lo para você. O mesmo vale para você,” disse Wilson, virando-se para Steve. “Agora, existem alguns planos que precisamos fazer.” Ele olhou para Maria. “Amanhã vamos para a cidade para ver alguns móveis para este lugar, e podemos obter algo que você ache que precisa para a casa.” “Obrigado, Senhor Wilson, vou fazer uma lista,” Maria disse quando começou a comer. “Steve, eu preciso de você fazendo uma lista dos equipamentos e suprimentos de que precisamos para o celeiro e cavalos. Podemos obter isso nos próximos dias. Estou também pensando que precisamos saber quando será a próxima venda de cavalos estará sendo realizada porque devemos ter um cavalo para você montar e um pônei.” Na palavra pônei, Alicia suspirou e bateu palmas, esquecendo-se do garfo na sua mão. “Coma, não brinque na mesa,” Maria repreendeu levemente, e Wilson piscou para Alicia. “Não estou necessariamente interessado em fazer deste rancho totalmente autossuficiente, mas devemos descobrir o que vamos fazer com a terra, e que vou ouvir você,” disse Wilson a Steve. “Apresente um plano, e nós vamos passar por isso.” Wilson viu a emoção nos olhos de Steve. “Principalmente, eu quero que este seja o nosso lar.”

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Wilson olhou para cada um deles para ter certeza de que entendiam que ele não tinha a intenção de dizer sua casa. Havia sido cercado por pessoas toda a vida, mas nenhum lugar se sentiu em casa até que tinha comprado este pedaço de terra. Os outros sorriram e pareceram entender. Wilson continuou a comer, e uma vez que terminou, agradeceu a Maria pelo jantar maravilhoso. Levou seus pratos para a pia e lavou-os antes de colocá-los na máquina de lavar louça. Em seguida, andou pela casa para o seu quarto, pegando o violão. Levou-o fora para a varanda, mas não havia nada para se sentar. Ele pensou em ir para dentro para pegar uma das cadeiras velhas, mas então a porta se abriu e Steve trouxe uma para fora, colocando-a antes de voltar com outra, alguns momentos depois. Steve colocou a cadeira, e então foi para o celeiro, deixando-o sozinho. Wilson se sentou e colocou o violão no colo. Ele tocava o instrumento, deixando o som entrar em sua alma. Foi assim que sempre tinha sido capaz de escrever antes. Continuou tocando, deixando suas mãos fazer o que queriam. Acorde após acorde fluiu a partir do instrumento, mas nada falava com ele. Em vez disso, se acomodou em uma das músicas de seu último álbum. Ele fechou os olhos e começou a cantar. Ficou no meio da música e parou. Era um de suas músicas “Menino da cidade no campo”, e quando ele estava em Los Angeles, era assim que se sentia, e a música tinha tocado um monte de gente. Mas agora, sentado em sua varanda com a noite caindo ao redor dele, o céu cheio de milhões de pontos de luz, a música sentiu-se vazia e tão falsa quanto ele sentiu nos últimos meses. Wilson tentou a partir do início de novo, mas não havia nada lá, nenhuma inspiração em tudo. “Você sabe aonde as músicas country vieram?” Steve perguntou baixinho quando Wilson colocou seu violão de lado. Wilson podia vê-lo cortar o quadrado de luz que entrava pela janela. “Eles eram cantadas em volta de fogueira. Um dos homens estaria tocando gaita, ou se tivesse sorte, um violão, e eles todos cantavam e todo mundo sabia as músicas, porque tinha sido passado de homem para homem e acampamento em acampamento.” “Você está dizendo que eu preciso de uma fogueira?” Wilson perguntou quando ele olhou nos olhos brilhantes de Steve. 3


“Não estou dizendo que você precisa de alguma coisa,” disse Steve, gaguejando um pouco. “Está tudo bem. Não tenho sido capaz de escrever muito em três meses, e isso é parte da razão pela qual pensei que precisava de uma mudança de cenário.” Wilson tentou manter a frustração que vinha construindo esse tempo todo fora de sua voz. “Então é por isso que você comprou o rancho?” Steve perguntou, sentando-se em silêncio na outra cadeira. “Por inspiração?” “Parte disso, talvez.” Wilson recuou na cadeira, a madeira velha embalando-o. “Por uma década eu fiz a minha música, cantando a vida rural. Algumas das músicas que eu escrevi eram para mim mesmo, e outras são padrões que eu reformulei e atualizei para um novo público, e isto realmente funcionou. Mas sou uma fraude.” Wilson fechou os olhos para não ver o olhar decepcionado no rosto de Steve. “Sou apenas um garoto de Oshkosh que aconteceu de estar no lugar certo, na hora certa, com uma voz que alguém ouvia e pensava que seria perfeito para baladas country.” Wilson abriu os olhos, olhando para a escuridão como insetos zumbindo ao redor da janela, atraído pela luz. “Agora tenho que escrever uma dúzia de canções em pouco menos de seis meses e tê-las prontas para ir para o estúdio, mas não há nada dentro.” Wilson não se moveu enquanto ouvia os insetos fazerem suas chamadas noturnas. Ele podia ouvir os cavalos batendo o casco e, ocasionalmente, bufando em seus piquetes. Ele era uma fraude, e o medo tomou conta dele que o mundo inteiro iria saber. “Não sei como posso ajudar, mas vou tentar,” disse Steve próximo a ele, e Wilson sentiu tocar em seu braço. Ele sabia que deveria se afastar, mas o toque simples, de preocupação se sentiu bem. “Aprecio isso,” disse Wilson à noite, tentando manter-se e os seus sentimentos escondidos, apesar da mão que quase parecia que estava queimando o braço. Ele sabia o que Howard faria nesta situação. Simplesmente iria prendê-lo em algum lugar até que produzisse as canções. Isso é o que ele tinha feito antes, e que havia trabalhado, porque sem distrações, 3


Wilson tinha sido capaz de produzir. Mas isso não ia dar certo desta vez, e Wilson sabia. Pensando nisso última vez, Wilson começou a rir. “O que é tão engraçado?” Steve sussurrou, e Wilson se virou para ver Steve olhando para ele, a cabeça inclinada ligeiramente em que Wilson interpretou como curiosidade. “Dois anos atrás, eu não poderia vir com todas as ideias também,” Wilson explicou. “Howard me trancou no meu escritório com um jarro de água e um saco de sanduíches. Ele disse que eu poderia sair quando terminasse uma música. Bastardo me manteve lá por seis horas, mas saí com as palavras e melodia da 'Faixa LA'.” “O que você fez depois disso?” Steve perguntou, e Wilson desejou que pudesse ver sua expressão de forma clara. “Corri para o banheiro,” Wilson respondeu, e ele ouviu o riso de Steve se juntar ao seu. “Mas ele quebrou o problema e as músicas seguiram,” acrescentou Wilson uma vez que o riso morreu. “Não me sentia seco dentro, como faço agora.” A mão de Steve tinha escapado enquanto eles estavam rindo, e Wilson perdeu o contato. Sentaram em silêncio por um longo tempo, companheiros, ambos parecendo perdidos em seus próprios pensamentos. Conforme o tempo passou, Wilson tornou-se hiper consciente de cada movimento que Steve fazia. Seu aroma parecia se contentar em torno do ar quente da noite, ainda, Wilson estava muito contente com a escuridão, porque seu pau latejava em suas calças e estava pelo menos escondido da vista. Wilson repetia para si mesmo as razões por que agir sobre esta atração que estava sentindo era uma má ideia, mas esses argumentos estavam começando a soar tão vazio como ele se sentia. De pé, Wilson disse boa noite e foi para dentro, andando em direção ao seu quarto. A casa estava em grande parte escura, e voz suave de Maria caiu no corredor enquanto ela lia para Alicia. Wilson foi para o seu quarto e fechou a porta, se preparando para dormir e imaginando como ia dormir sabendo que Steve estava no quarto ao lado.

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Capítulo Quatro STEVE ficou sentado fora por um tempo pensando sobre as coisas... bem, principalmente pensando em Wilson. Quando tocou o braço de Wilson, Steve sentiu um formigamento subir por sua mão. Sabia que era provavelmente de emoção simples, mas Wilson não se afastou e Steve não quis. Wilson tinha sido muito bom para ele, e Steve estava começando a suspeitar que Wilson era gay ou pelo menos curioso. A maneira como eles quase se beijaram antes tinha sido uma oferta grande. Certo, isso poderia simplesmente ser sua imaginação, e Steve teria que aceitar isso. Wilson recusou-o duas vezes. Mesmo que Steve tivesse pensado que ele lhe devia, Wilson tinha ainda o recusado. Levantando-se da cadeira, Steve entrou pela casa agora calma, desligando as luzes quando se foi. Na porta do quarto de Wilson, Steve parou e ouviu, na esperança de ouvir algo de dentro do quarto. Pensou que poderia ter ouvido Wilson se mover, mas não podia ter certeza. Ele não estava preste a fazer uma outra oferta e ser recusado pela terceira vez, então calmamente abriu a porta do quarto, entrou, e fechou-a silenciosamente atrás dele. Depois de se despir, Steve subiu na cama que Wilson trouxe para ele. Os lençóis eram suaves e perfeitos no colchão. Ele mal podia acreditar que era para ele, e ainda a sua mente não estava realmente sobre a cama ou o mobiliário, mas sobre o homem no quarto ao lado. Ele se perguntou se Wilson estava dormindo ou se ele, também, estava deitado na cama olhando para o teto. Steve mexeu-se na cama, rolando em seu estômago e gemendo um pouco quando seu pau deslizou contra os lençóis macios, enviando uma emoção em sua espinha. Ele tinha estado duro o tempo todo que estava sentado ao lado de Wilson, e agora latejava enquanto sua mente imaginava o objeto de sua fascinação deitado em sua própria cama nu. O pensamento fez doer ainda mais. Rolando de costas, Steve deslizou as mãos para baixo de seu estômago antes de um golpe ao longo de seu comprimento. Fechando os olhos, ele 3


imaginou que era a mão de Wilson agarrando-o firmemente, acariciando do jeito que ele gostava. Steve quase podia ouvir Wilson cantando para ele em sua voz profunda e ressonante enquanto o tocava, e ele queria Wilson para tocá-lo tão maldito ruim. Acariciando mais duro, Steve afundou mais profundo em sua fantasia. Ele podia ouvir a voz de Wilson soando sobre ele do jeito que tinha feito ao ar livre quando o tinha ouvido cantar na varanda. Steve sabia que não era assim, mas no momento em que ele quase podia sentir como se tivesse estando cantando para ele. Era uma noção tola, mas um desejo trancou prontamente. Acariciando mais, ele perguntou com seria a sensação de Wilson pressionado nele, como sua pele se sentiria pele sob as mãos de Steve, como saboreava quando beijava ou quando Steve chupava seus mamilos rosados. Ele não sabia muito sobre o que estava sob a roupa de Wilson, mas a sua imaginação era muito boa, e ele preencheu todos os detalhes, incluindo o pau grosso de Wilson e qual seria a sensação quando entrasse em seu corpo. Essa ideia lhe enviou sobre a borda, e, apesar de Steve tentar manter a calma, não tinha certeza se tinha enquanto se contorcia na cama em um êxtase de sua própria criação, que sinceramente desejava que tivesse sido capaz de compartilhar. Acalmou e esperou para ver se alguém o tinha ouvido, mas não conseguiu ouvir nada no corredor, e depois limpou o peito e a mão em sua camisa suja, Steve se mexeu na cama, puxando as cobertas do ar frio do quarto. Ele gostava de dormir onde estava fresco, então ele se aconchegou e deixou a noite levá-lo. Steve esperava dormir profundamente, mas durante toda a noite, imagens de Wilson continuavam correndo por sua cabeça. Acordado ou dormindo, o homem parecia continuamente ocupar seus pensamentos. A última vez que acordou, Steve viu uma pequena quantidade de luz começar a colorir o céu. Desistiu de tentar dormir e se levantou, vestiu-se e calmamente deixou a casa, dirigindo-se para o celeiro. Havia tarefas a fazer e cavalos para cuidar. E um homem para tentar tirar de sua mente, embora como ele ia fazer isso estava além dele. Quando Steve caminhou em direção ao celeiro, ouviu um caminhão que descia a estrada, e correu para dentro do celeiro sem pensar nisso. Eles ainda estavam procurando por 3


ele, sabia disso. Tinha visto o caminhão algumas vezes, mas ele sempre conseguiu se manter fora da vista. Steve percebeu que muito em breve eles decidiriam que ele não estava aqui. Mas se eles sabiam onde ele estava? Se eles tivessem falado com pessoas da cidade e alguém o havia reconhecido, saberiam que ele estava na área. E se alguém falou que ele estava com Wilson — isso explicaria por que continuavam dirigindo pela fazenda. Afinal, Steve sabia que seu pai não iria contratar idiotas para tentar encontrá-lo. Por que não poderia o homem deixá-lo ir? Acabe com isso. Steve sabia a resposta para isso: David Peterson nunca deixava alguém ou alguma coisa fora de sua esfera de influência se pudesse ajudá-lo, e ele normalmente poderia. Steve ouviu o zoom do caminhão indo, e deu um suspiro de alívio quando os cavalos vagaram de seus piquetes, bufando quando eles notaram sua angústia. “Eu sei,” Steve disse a Chester, o garanhão cor de areia que estava trabalhando muito. Ele parecia estar respondendo mais do que a égua jovem castanho-escuro de Dakota, Lilly, que estava a ser extremamente teimosa. Ambos os cavalos estavam vindo a si, porém, só iria levar tempo. Chester bateu em seu peito em busca de um deleite, e Steve sabia que era o caminho para o seu coração. “Você acha que eu deveria dizer a Wilson, não é?” O cavalo sacudiu a cabeça para cima e para baixo, como se estivesse respondendo, e Steve pegou uma cenoura do pacote que tinha trazido de casa. Steve odiava a coisa com paixão, por isso, quando Wilson tinha acrescentado um pacote enorme para o carrinho de compras antes de ir embora, Steve havia trazido para o celeiro. Dando uma a cada cavalo, ele acariciou Chester por um tempo antes de cautelosamente caminhar para Lilly para ver como seu humor estava. Aproximou e deixou acariciar seu nariz. “Sei que você acha que eu deveria dizer a ele também,” disse Steve. “Talvez você tenha mais sentido do que eu faço, mas o que se ele não me quer por perto?” Lilly bateu a cabeça como se falasse que ele estava sendo um idiota. Afastando-se, Steve pegou a guia e prendeu no cabresto antes de abrir a porta da baia levando-a para fora através do celeiro e para o ringue. Ele poderia muito bem ter 3


conseguido algo, já que ele estava bem, e trabalhando com cavalos o que sempre o ajudou a pensar melhor. Uma vez no ringue, ele deu a Lilly algum exercício antes de amarrá-la a um piquete resistente. Voltando para o celeiro, pegou o cobertor e sela que Dakota e Wally tinham trazido para ela. Não fazendo movimentos bruscos, colocou-os sobre a cerca e colocou o cobertor em volta de Lilly. Ela virou-se para tentar ver o que estava acontecendo, mas não se recusou ao cobertor, então Steve decidiu tentar a sela. Seu plano era fazer com que ela se costumasse a ser selada antes mesmo de tentar montá-la. “Está tudo bem, menina,” Steve disse em seu tom mais suave, um pouco acima de um sussurro. Ele queria que ela se esforçasse para ouvi-lo — de forma que teria sua total atenção. Levantando a sela, cuidadosamente colocou em sua volta e se afastou. Lilly ficou lá e olhou para ele. Ela virou-se para olhar para a sela antes de olhar para ele de novo. Steve sorriu e aproximou-se com cuidado, observando-a atentamente para quaisquer sinais de agitação. Parecia um pouco tensa, mas seus músculos não estavam relaxados, e ela não estava batendo. “Essa é uma boa menina,” Steve sussurrou em sua voz mantendo o cavalo calmo. “Estou indo só para apertar a cintura um pouco.” Steve manteve um olho em Lilly e outro na cintura quando chegou nela para trazer as duas metades juntas. Um estalo do outro lado do anel fez Lilly saltar. Cascos bateram em torno dele. Steve tentou fugir, mas perdeu o equilíbrio e acabou no chão. Lutando, ele tentou pular para cima do muro, mas Lilly o impediu. A sela saiu voando, e um casco caiu bem ao lado de sua cabeça. Ele ouviu um baque quando a sela bateu no chão, o cobertor desembarcando em seu peito. Um casco raspou na lateral de sua perna. Steve continuou lutando a subir quando Lilly o impediu mais uma vez. Algo agarrou seu braço e puxou. Steve deslizou ao longo da terra e sob a cerca. “Você se machucou?” A voz profunda de Wilson cortou a necessidade sincera de Steve para fugir.

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“Sim,” respondeu Steve, antes que pudesse pensar a dor disparou sua perna. Steve pegou a pantorrilha, mas Wilson empurrou a mão dele e suavemente deslizou as calças para cima de sua perna. “Você vai ter uma contusão enorme, mas não há sangue,” Wilson disse. Não que Steve notasse mais a dor com Wilson tocando sua perna tão suavemente. Ele sentiu a mão de Wilson apalpar ligeiramente, e Steve abafou um gemido antes deslocar lentamente e levantar-se. Sua perna latejava, mas podia ficar em pé e se mover. Cautelosamente, ele pegou o cobertor e a sela. Lilly simplesmente olhou para ele, piscando os olhos grandes. Não ia desistir, Steve começou novamente com sua voz suave. “Por favor, certifique-se de que ninguém venha de fora,” Steve disse em sua voz calmante para o cavalo, e Wilson caminhou lentamente em direção à casa. Acalmando-a com a sua voz e as mãos, Steve colocou o cobertor e sela nas costas. Desta vez, ela deixou apertar a cintura, e ele desatou a sua guia e caminhou com ela ao redor do anel. Enquanto Lilly caminhava, Steve viu que Wilson tinha retornado e estava encostado na cerca, observando-os. Steve teve um tempo duro para desviar os olhos do outro homem, e depois de um tempo, ele não tentou esconder seu interesse. Ele era um homem, depois de tudo, e se Wilson realmente não estava interessado, iria deixá-lo saber. Mas Steve estava ficando um pouco cansado dos olhares furtivos, e sabia que a maneira como ele se sentiu quando Wilson o tocou, e do jeito que segurou o braço de Wilson na noite anterior, e como teve que se forçar para não alcançar e pegar a mão do outro homem. Portanto, a próxima vez que passasse por ele, Steve viu Wilson brilhar um sorriso enorme, e quando foi embora, fez questão de adicionar um toque de balanço para sua bunda. Tinha levado um pouco de tempo, mas Steve estava começando a se lembrar de quem ele era. Claro, sabia que os gorilas de seu pai estavam provavelmente ainda lá fora, olhando por ele, mas ele tinha fugido. Começou a andar um pouco mais ereto do que se lembrava disso. Poderia ter tido tempo e uma quantidade considerável de angústia e dor, para não mencionar o que fez para sobreviver, mas tinha feito isso. Tinha saído do supercontrole fanático do pai e fez o seu caminho aqui. 3


Ele não tinha que ter orgulho do que tinha feito para chegar até aqui, mas estava aqui, e isso tinha tomado coragem e determinação. Pelo menos foi o que disse a si mesmo. E se pudesse fazer isso, então poderia obter Wilson Edwards a notá-lo. Steve puxou Lilly a uma parada, e ela ficou onde Steve queria. Inclinando-se, fingiu olhar para algo no chão. Steve sorriu para si mesmo quando pensou ter ouvido um gemido atrás dele. Queria olhar e ver se Wilson estava reagindo, mas obrigou-se a manter sua mente na tarefa. Lilly parecia estar cooperando, mas sabia que poderia mudar em um instante com um cavalo teimoso como ela parecia ser. Endireitou-se e continuou em torno do anel, Lilly andando calmamente com a sela nas costas. “Agora, isso é algo que eu nunca pensei que iria ver.” Dakota estava de pé ao lado de Wilson quando Steve abordou essa área da cerca. “Você acha que alguém será capaz de montá-la? Ela tem sido uma média durante o tempo que a tivemos. Mesmo Wally estava desconfiado dela, e o homem mantém leões e tigres.” Steve notou Wilson que parecia surpreso com isso. “Ele corre um salvamento de gato grande,” Dakota explicou a Wilson. “Na verdade, corre um resgate para quase qualquer tipo de animal que ninguém quer, exceto répteis. Tive que colocar esse limite naquele viscoso.” Wally tinha mostrado a Steve os animais enquanto Wilson estava fora, e Steve tinha encontrado fascinante até Shahrazad, um dos tigres de Wally, que tentou dar um golpe contra ele. “Sim. Você vai ser capaz de montá-la,” Steve disse em resposta à pergunta de Dakota. “Chester é vem vindo muito bem. Eles precisam de algum tempo para confiar novamente. Onde você os conseguiu?” “Há um leilão mensal do outro lado da cidade. Seu anterior proprietário tinha a reputação de ser duro com os seus cavalos, e os consegui muito mais barato. Mas nenhum de nós parecia ser capaz de chegar até eles.” “Demorou uma semana para que ela permitisse uma sela para ser colocada em suas costas, e isso pode levar um mês antes dela vir permitir que qualquer um de nós a monte. Chester está provavelmente uma pouco à frente, mas não muito. Dê-lhes tempo e acho que

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vão ficar bem.” Lilly estava ficando impaciente, então Steve começou a caminhar de novo, e ela estabeleceu um ritmo muito fácil. Quando ele voltou, viu Wilson e Dakota falando sinceramente, com Wilson olhando fixamente para ele. Tinha a nítida sensação de que eles estavam falando sobre ele, e ele perguntou o que Dakota estava explicando tão sinceramente, mas quando se aproximou de novo, a voz de Dakota caiu, Wilson parecia embaraçado e parecia estar envergonhado. “Você gostaria que eu veja se ela vai me deixar levá-la?” Dakota ofereceu. “Claro,” ele disse com sua voz calmante de cavalo. Dakota se aproximou lentamente e tomou a guia, e Lilly o deixou. Steve se afastou lentamente, e Dakota caminhou com ela ao redor do anel. Steve mexeu-se para fora do ringue e ficou perto de Wilson. Observou Dakota por um tempo, mas depois teve a sensação de que Wilson estava o observando. “Há algo de errado?” “Não tenho certeza,” respondeu Wilson. “Dakota estava explicando algumas coisas para mim, e acho que ele está imaginando coisas.” Steve não poderia evitar um bufar pequeno. No pouco tempo que gastou perto de Dakota, Steve teve a impressão de que o homem não perdia nada e Wally era ainda mais perceptivo. “O que foi?” Wilson perguntou, com um toque de irritação na voz. “O que é que Dakota disse?” Steve virou-se para Wilson, deixando seus olhos se encontrarem. Desta vez, porém, ele não deixou nenhuma hesitação entrar, deixando seus desejos tão nus como o dia em que nasceu. Steve percebeu que ele só poderia obter esta oportunidade para deixar Wilson saber que ele estava realmente interessado. “Que eu,” Wilson começou, e Steve viu cair sua boca aberta, sabendo então que sua mensagem tinha provavelmente sido recebida. “Que você....” Steve continuou assistindo Wilson quando ele se aproximou. Steve recusou-se a fechar os olhos. Se Wilson realmente fosse beija-lo, Steve queria ver tudo e não perder um segundo. “Eu não posso,” Wilson sussurrou, e começou a se afastar. “Você pode,” Steve respondeu com voz rouca. “Você pode fazer o que quiser fazer sem se preocupar com mais ninguém.” 3


“Você trabalha para mim. Eu não deveria. Eu...” Wilson gaguejou. “Essas são desculpas.” Steve deu um passo adiante, e podia sentir o calor saindo do corpo de Wilson. Steve queria chegar a tocar no peito de Wilson. “O que você quer?” Steve perguntou. “Se você pudesse realmente ter o que você quer... o que é?” O ar estalou entre eles, e Steve não tinha ideia do que Wilson iria decidir. Dúvida e preocupação brilharam em seus olhos, e Steve começou a pensar que tinha empurrado longe demais. Mas em seguida, Wilson se aproximou. Steve inclinou um pouco a cabeça, e seus lábios se encontraram. Steve não sabia bem o que esperar. Fogos de artifício, sinos e assobios, que não aconteceram. O que conseguiu foi o beijo mais terno que poderia ter imaginado, a companhia ainda incrivelmente maravilhosa. Os sinos não começaram a tocar em seus ouvidos até que sentiu a mão de Wilson em seu cabelo, segurando a cabeça, aprofundando o beijo. “Eu passei a última semana perguntando como saboreava,” Wilson sussurrou quando puxou seus lábios longe. “Eu ficava vendo você toda vez que fechei meus olhos.” “Eu também,” disse Steve murmurando a Wilson antes de puxar de volta para um beijo. “Ooooh, se beijando.” Steve ouviu atrás dele, e ele saltou para trás. Alicia olhou para ele, rindo como uma louca. “Você estava beijando. Os meninos não devem beijar.” Ela continuou rindo e cantando como se tivesse pegado-os fazendo algo impertinente, e Steve quase podia sentir as paredes de Wilson voltar a subir. “Alicia,” Steve ouviu Maria dizer quando ela correu pelo quintal. “Você se comporte.” “Mas eles estavam se beijando,” Alicia disse indignada. “Sim, eles estavam, e isso é o que fazem alguns meninos quando gostam de outro rapaz,” explicou Maria quando levantou Alicia fora de seus pés. “Não há nada de errado em tudo, e você precisa ser boa. Lembre-se do que falamos ontem à noite? Se você quer montar um pônei, precisa se comportar e agir como uma boa menina.” Steve sorriu para Maria, e ela sorriu e piscou. 3


“Agora você diz que está arrependida.” Alicia olhou para os pés de sua mãe. “Sinto muito,” disse ela adoravelmente, e então olhou primeiro para Wilson e depois para Steve. “Vocês estavam se beijando,” disse ela novamente, e mais uma vez parecia superado com um ataque de risos. Maria parecia irritada e tentou o seu melhor para não notar. “Café da manhã estará pronto em meia hora. Será que ele vai ficar?” Maria perguntou quando Dakota se aproximou. “Maria, este é Dakota. Ele e seu parceiro, Wally, tem um rancho a poucos quilômetros daqui,” disse Wilson, e Steve observou para ver a reação de Maria, mas ela parecia levá-lo numa boa. “Dakota, você pode ficar para o café da manhã?” Wilson perguntou, e Dakota levou Lilly para fora do ringue e para o celeiro. “Não, obrigado. Wally está me esperando em casa.” Dakota parou com Lilly. “Você está fazendo um ótimo trabalho, Steve.” “Obrigado,” Steve disse com um sorriso. “Basta colocar ela na primeira baia, e vou tirar a sela dela mais tarde. Quero que ela se acostume a tê-la em suas costas.” Dakota e Lilly desapareceram no celeiro, e Dakota saiu alguns minutos depois. Dizendo adeus e acenando, ele caminhou até seu caminhão. Maria e Alicia entraram na casa, a menina ainda rindo, e virou-se para Steve e Wilson esperando. Ele realmente queria uma repetição daquele beijo, mas não estava certo de como perguntar para isso, ou se Wilson ia simplesmente fingir que não tinha acontecido. Em vez disso, começou a ir quando Wilson se abaixou e pegou sua mão. “Eu acho que você e eu precisamos conversar.” Steve não tinha certeza se gostava do tom, mas falar deveria ser melhor do que assistir e desejar silenciosamente um ao outro. Steve concordou, e eles caminharam juntos para a casa. Quando se aproximaram, Steve viu um pequeno rosto colado ao vidro, e ele quase podia ouvir Alicia dizendo para sua

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mãe que ele e Wilson estavam de mãos dadas. Quando se aproximaram da porta, Wilson deixou a mão escorregar, e Steve soltou um suspiro em silêncio antes de ir para a casa. Maria tinha colocado a mesa temporária com um grande café da manhã, e uma vez que ela chamou Alicia para comer, todos se sentaram. Não significando qualquer ofensa ao que Maria tinha cozinhado, Steve realmente não prestou muita atenção ao seu café da manhã. Ficou olhando para Wilson durante toda a refeição, e Wilson continuou a olhar para trás. O ar parecia crepitar entre os dois, e uma vez, quando olhou para Maria, ela revirou os olhos para eles. Quando terminou, Wilson levantou-se da mesa e teve o cuidado de seus pratos, deixando a casa sem dizer uma palavra. Steve estava preste a se levantar, mas Maria tocou em seu braço levemente. “Señor Wilson é um homem muito privado. Ele representa no palco o tempo todo, mas eles não sabem. Ele também teme que, se fizerem, ninguém vai gostar mais dele. Trabalho para ele por oito anos, e vejo que não estava muito feliz lá. Espero que ele seja mais feliz aqui. Mas ele deve deixar-se ser feliz, e para isso precisa de tempo para decidir por si mesmo.” Maria parecia ter dito o que queria, porque voltou sua atenção para Alicia. “Agora coma. Você está demasiado magro.” Ela colocou algumas panquecas adicionais em seu prato, e Steve começou a comer. Após o café acabar, Wilson levou Maria e Alicia com ele para a cidade, e Steve trabalhou com Chester. Ele mantinha um olho na estrada enquanto trabalhava com o cavalo, pensando mais de uma vez se estava à procura de Wilson ou os gorilas. Ele não tinha tempo para pensar muito sobre isso antes de ouvir uma abordagem de veículos e diminuir, puxando na unidade. Ele não o reconheceu, e não teve tempo de fugir. Se fosse os homens que o seu pai enviou, estava tão ferrado agora. “Haven,” disse ele, quando reconheceu o cowboy que tinha conhecido primeiro no restaurante e depois com Dakota e Wally. “Como vai?” “Muito bem,” Haven respondeu quando caminhou até a cerca. “É Chester? Ele está com boa aparência. Sempre pensei que tinha um toque com os cavalos, mas aquele deu a mim o que montar.” Haven estendeu a mão e deu um tapinha no 3


pescoço de Chester. “Às vezes ele correspondia e outras ele era tão teimoso como uma mula.” “O que o traz aqui?” Steve perguntou quando levou Chester de volta para o celeiro. Haven o seguiu, mas, Steve notou, não muito de perto, o que provavelmente foi uma boa ideia. “Dakota esqueceu de informar a todos o convite para o churrasco que eles estão tendo no rancho, em algumas semanas. Foi um dos motivos que veio, mas ficou enrolado nos cavalos e esqueceu completamente.” Steve colocou Chester em sua baia, e Haven colocou a mão no bolso e entregou a Steve um pedaço de papel de computador, uma vez que fechou a porta da baia. “Posso perguntar uma coisa?” Steve perguntou, e Haven assentiu. “Claro.” “É seguro por aqui? Você sabe, para ser gay?” Foi difícil fazer a pergunta, porque ele não estava acostumado a falar de coisas assim. Haven encolheu os ombros ligeiramente. “Eu suponho que nem mais nem menos do que qualquer outro lugar. Geralmente as pessoas aceitam, apesar de eu ter estado em algumas lutas para me proteger ou Phillip.” Haven sorriu maliciosamente. “O homem que você quer do seu lado em qualquer luta é Wally.” Steve plissou sua testa. “Você não quer dizer Dakota?” Ele podia ver o grande homem ser um terror em uma luta. “Não. Wally é uma espécie de mestre em autodefesa. Eu o vi derrubar homens três vezes o seu tamanho com muito pouco esforço.” A expressão de Haven relaxou. “Eu não quero dar a impressão errada. Embora tenhamos tido problemas, algumas vezes, a maioria das pessoas está entendendo e aceitando. Não é como se você estivesse sozinho. A maioria das pessoas na área sabem sobre Dakota e Wally, ou eu e Phillip, e eles sabem que estamos juntos. Dan e Mario são muito apreciados, e há outros também. Nós somos bons membros da comunidade, e temos certeza de que as pessoas saibam. Eu sei que Wyoming tem um pouco

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de má reputação, mas não acho que é pior aqui do que em qualquer outro lugar. Se alguma coisa, é melhor.” “Não poderia ser pior do que de onde venho,” comentou Steve, e ele desejou ter mantido a boca fechada porque podia ver a curiosidade nos olhos de Haven. “Algumas pessoas vão ter a sua opinião sobre o que é ser gay, e vão pensar o que quiser. Eu nunca disse ao meu pai, mas o filho da puta teria me matado se ele soubesse. Mas o pai de Dakota sempre foi favorável a isso.” “Meu pai nunca vai ser favorável, não disso,” disse Steve. “Mas isso não importa, eu acho, porque, como você disse, ele vai pensar o que quiser.” Steve sentiu-se afundando em seus próprios pensamentos por alguns segundos. “Sinto muito.” “Não há problema,” disse Haven com um sorriso e começou a caminhar em direção à porta mais uma vez. “Vou te ver no churrasco se não antes.” Haven acenou antes de sair, e Steve ouviu seu caminhão chiar os pneus no cascalho quando foi embora. Steve sentiu-se muito instável. Sabia que precisava dizer a Wilson sobre o que estava acontecendo. Gostava daqui, é sentia como uma casa para ele, e não queria ter de sair. Steve deixou o celeiro e logo em seguida entrou mais uma vez quando ele ouviu um veículo que se aproximava. Isso estava ficando ridículo. Estava com medo de sua própria sombra, e ele não poderia viver o resto de sua vida assim. Talvez fosse muito perigoso para ele, e para Wilson, Maria, e Alicia, se ficasse aqui mais tempo. A ideia de deixar rasgou o seu coração. Fugir de Wilson era a última coisa que queria fazer. O veículo se aproximou, e Steve esperou. Ele ouviu com calma e ligue para a unidade. Wilson puxou após a porta, e Steve lançou o fôlego que ele estava segurando. Isso era realmente ridículo, e que precisava parar. Steve ouviu uma porta bater duro de um caminhão. Ele estava ocupado no celeiro quando ouviu passos pesados se aproximando. “Steve,” Wilson latiu asperamente atrás dele. Steve não tinha ouvido falar nesse tom antes, e fez o seu coração cair em suas botas. “Acho que você me deve uma explicação.” Os olhos de Wilson brilhavam quente como fogo e Steve teria gostado de ver se não tivesse estado acompanhada por uma expressão dura e uma boca definida em raiva e mágoa. Steve 3


não sabia o que dizer, então permaneceu quieto. “Havia homens na cidade procurando por você. Eles estavam sendo discretos, e no começo pensei que eles poderiam ser jornalistas que procuravam por mim, mas quando me aproximei de um deles perto da loja de ferragens, não olhou para mim, exceto para me mostrar uma foto sua.” A boca de Steve ficou seca. “O que você disse a eles?” “Disse que tinha visto você há alguns dias e dei-lhe um local para o sul na interestadual da cidade. Eu não tenho certeza se eles compraram, mas com certeza pareciam.” As palavras de Wilson tornaram-se gelado. “Agora que eu menti por você, acho que mereço uma explicação de por que esses homens estão procurando por você.” Wilson tomou uma respiração profunda, e Steve queria afundar pelo chão. “Você me disse que não havia ninguém atrás de você, e agora descubro isso. Um monte de coisas se tornou clara, do jeito que você está escondendo o seu caminhão e do jeito que você parece se esgueirar longe sempre que alguém se aproxima. Ter estes homens aqui?” Steve balançou a cabeça, lembrando-se de se encolher sob a janela da sala para ficar fora de vista. Wilson parou de falar e olhou para ele. A primeira reação de Steve era para correr, entrar em seu caminhão, tinha um tanque cheio de gasolina agora e ficaria o mais longe que podia. “Eu tinha medo que você me mande embora se soubesse.” Os olhos de Wilson suavizaram, e Steve viu as linhas do rosto de Wilson tornar-se menos acentuada. “Por que você não me diz o que está acontecendo, e vou decidir o que quero fazer.” Wilson saiu do celeiro e voltou para a casa. Steve sabia que esse era o momento em que tinha para decidir se ele confiava em Wilson. Claro, o tinha cobiçado, e ele pensou que era quente e outras coisas, mas... Wilson tinha sido bom para ele quando ninguém mais parecia dar a mínima, nem mesmo as pessoas que pensava o amavam. Sentindo-se baixo, ele pensou que era hora de encarar a música, então Steve seguiu lentamente Wilson para a casa. Maria estava trabalhando na cozinha aprontando o almoço, e Alicia estava sentada no chão da sala brincando com seus brinquedos, então Steve seguiu Wilson e parou na porta de seu quarto. Wilson se sentou na cadeira e acenou para Steve ir em direção à borda da

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cama. “Eu sabia que precisávamos conversar, mas eu não achei que seria algo assim. Quem é que está atrás de você? Você deve dinheiro a alguém?” Steve balançou a cabeça. Isso seria tão fácil cuidar, em relação a isso. “Esses homens são contratados do meu pai, e acho que eles estão tentando me encontrar e me levar para casa.” Steve respirou fundo. “Olha, Wilson, eu nunca menti para você, nem uma vez. Nunca fiz nada de errado, exceto talvez ter beijado Kyle e admitindo para o meu pai que eu era gay.” “Então você está se escondendo desses homens por quanto tempo?” Wilson perguntou, sua voz mais firme. “Eu os vi pela primeira vez logo depois que você saiu. Escondi deles, e eles não me viram, então esperava que eles pensassem que eu estava em outro lugar. Alguém deve ter dito a eles que me viu pela cidade, porque os vi dirigir por algumas vezes.” Steve olhou para o chão, incapaz de olhar para Wilson. Ele tinha estado tão feliz depois que Wilson o tinha beijado, e agora que se foi, provavelmente nunca aconteceria novamente. “Acho que eu tenho visto também,” disse Wilson. “Por que eles continuam procurando por você?” “Porque meu pai está com medo pela minha alma, ou pelo menos é o que ele diz,” Steve tentou explicar, mas sabia que estava fazendo uma bagunça. “Então seu pai é um ministro?” Wilson perguntou, e Steve balançou a cabeça. “Ele é um líder de seita. Gosta de pensar que é um ministro cuidando de seu rebanho, mas controla a vida de todos no complexo. Vi uma reportagem sobre a notícia sobre nós uma vez quando escapei fora e assisti televisão. No começo pensei que o relatório era falsificado pelo governo e a “mídia liberal,” como meu pai diz.” Steve tentou manter sua voz no nível quanto podia. “Cerca de seis meses atrás, meu pai me pegou com outro rapaz. Nós só nos beijamos, mas ele ficou furioso e me trancou em uma sala pequena. Eu não sei quanto tempo estive lá, mas dormi no chão, e acordei no que diziam ser um hospital.” Steve sentiu a garganta começar a apertar. Lembrou-se do medo de acordar amarrado a uma cama e não saber de nada. “Eles devem ter drogado um pouco a comida que me deram, mas eu não me 3


lembro de nada entre a sala escura e o hospital. Depois que acordei completamente, um homem enorme entrou na sala, ele me desamarrou e ajudou sair da cama e no corredor para o que parecia uma reunião de oração.” Steve apertou os olhos fechados e sentiu-se começar a tremer. Para sua surpresa, sentiu mergulhar na cama, e Wilson passou os braços em volta dele. “Você não tem que ir em alguma coisa sobre isso, se não está pronto. Apenas me diga por que seu pai tem homens procurando por você,” Wilson pediu, e Steve tentou, mas ele continuou balançando quando o medo o engolfou. Ele sabia que se o seu pai conseguisse falar com ele, iria acabar em algum lugar pior desta vez, e o “hospital” tinha sido terrivelmente ruim. “Ele nunca permite que qualquer um de seus seguidores saia. Diz que é para o benefício de suas almas, mas agora sei que é só porque isso lhe dá o poder que tanto deseja. Ele controla completamente a vida de todos no complexo, e sua palavra é lei, tanto quanto seus seguidores estão em causa.” Steve parou de tremer, mas Wilson não o deixou ir. “Depois de cerca de uma semana nas instalações do hospital... o que você quiser chamá-lo, eu decidi ir junto com eles. Então respondi suas perguntas do jeito que queria e joguei seus joguinhos. Eu não lutei nem nada, e quando eles me permitiram mais liberdade, eu peguei. Depois de uma semana, fiz uma corrida para isso. Eu tinha um pouco de dinheiro que o pai não sabia que usei para comprar o caminhão, e vim até aqui. Eu queria ficar longe dos gorilas do pai por um tempo, então tinha escrito para um trabalho, e a Sra. Henfield me ofereceu um. Eles devem ter lido meu e-mail no hospital. Sei que os homens atrás de mim são alguns dos seguidores do meu pai, e eles não vão parar até encontrar-me, porque são tão fanáticos como o pai.” “Como você conheceu a Sra. Henfield?” Wilson perguntou. “Eu realmente não a conheci. Queria sair e isso significava um emprego, então escapei algumas vezes e fui para a biblioteca onde tinham computadores. Vi um anúncio em um site pedindo um treinador de cavalos e escrevi. Demorou um pouco, porque eu tinha que ter cuidado.” 3


Steve levantou-se, os braços de Wilson escapando. Ele não conseguia olhar para Wilson enquanto pensava sobre o que tinha feito para tentar manter alguma comida no estômago e gasolina no tanque para que pudesse chegar tão longe do Texas e do seu pai quanto podia. “De alguma forma cheguei aqui e estava sem comer por quase dois dias, e foi quando conheci você.” Steve caminhou para a porta, voltando para trás e abrindo a boca para dizer alguma coisa, mas teria soado mudo, então abriu a porta e atravessou o corredor. Dentro do quarto que Wilson tinha dado a ele para usar, Steve abriu a porta do armário e pegou sua mochila velha.

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Capítulo Cinco WILSON sentou-se na beira da cama, vendo Steve sair do quarto. O choque sobre o que Steve tinha dito a ele o tinha encerrado. Como poderia o pai de Steve, ou qualquer um para essa matéria, fazer isso? Realmente tinha jogado Steve embora porque não era bom o suficiente ou não estava a altura, porque ele era gay. Wilson olhou para a porta do quarto. Steve era maravilhoso, e seu pai o dispensou. Fechando os olhos, Wilson tentou olhar magoado e tirar Steve fora de sua mente. Os olhos de Wilson se abriram. Esse olhar, que não era de seu pai — que era para ele. Steve estava indo embora, e a noção de medo nele o estimulou a ação. Wilson pulou e correu para o corredor, viu quando Steve fechou a porta. Ouviu Steve dentro em movimento, e alívio inundou a mente de Wilson de que já não tinha ido. Wilson girou a maçaneta e abriu a porta. Steve estava perto do pé da cama com a sua mochila de lona velha em sua mão. Quando Steve olhou para ele, o coração de Wilson doeu. Steve parecia perdido, e levantou a mochila como se ele precisava para se cobrir. “Steve, não vá,” disse Wilson melancolicamente. “Você vai estar mais seguro se eu faço,” disse Steve, mas ele não fez um movimento para começar a embalar. “Eles não vão parar de procurar por mim. Papai colocou em sua cabeça que me encontrar é algum tipo de vocação religiosa, e eles vão olhar para sempre se tiverem que fazer.” Wilson moveu mais para dentro do quarto. “Eu não quero que você parta.” O pensamento de Steve o deixando fez seu coração bater e cada partícula de seu corpo não queria deixá-lo ir. Sobre o que era este homem que chegou a Wilson, que o fazia desejar se comprometer, mas ele definitivamente sabia que se deixasse Steve ir, não só iria se arrepender, mas estaria faltando algo vital em sua vida. Wilson ainda não tinha certeza do 3


que isso significava, ou se ele estava realmente pronto para um relacionamento com outro homem. Foda-se, ele não sabia de nada, e sabia disso. Wilson se sentiu perdido, e agarrou a uma pessoa que ajudou a fazê-lo sentir-se menos perdido. Sua música, a única coisa que o sustentava no meio de sua solidão, parecia estar em silêncio, e os desejos reprimidos que tinha há anos estavam chegando à superfície, deixando Wilson um pouco perplexo com tudo isso. “Eu não quero. Mas isso significaria que todos aqui estariam mais seguro.” Steve baixou a mochila e, finalmente, a deixou cair no chão. “Você foi bom para mim, e não quero que nada aconteça com você por causa disso.” “Nada vai. Mas acho que você precisa parar de se esconder. Se estes homens vêm de novo, nós vamos lidar com eles. Você não pode viver sua vida se escondendo no celeiro cada vez que um veículo vem da estrada.” Wilson viu Steve concordar, e ele se aproximou. “Quanto ao resto, não sei o que fazer.” “O resto?” Steve perguntou, e seus olhos se arregalaram e recuperaram um pouco de seu brilho quando Wilson se aproximou mais ainda. “Oh, aquele resto.” “Sim,” Wilson concordou, parando. “Você sabe quem eu sou e o que me custaria se todos soubessem que eu sou gay. Mas também é só uma questão de tempo antes que as pessoas descubram onde estou. Em seguida, começará ter repórteres bisbilhotando, e Deus sabe o que mais, especialmente se o que estou sentindo por um certo cowboy sair em campo aberto.” Wilson era solitário, sabia disso, mas pensou que o que sentia por Steve era mais do que isso, muito mais, ou pelo menos poderia ser. “Eu tenho medo e estou disposto a admiti-lo.” “Entendo sobre o medo. Eu vivi com isso durante meses. O tempo todo eu estava nessa facilidade, o meu pai me visitou uma vez, e que era apenas para me perguntar se eu estava pronto para ser um ser humano e parar de agir como um animal. Na verdade, eu estava na frente dele e disse-lhe que eu era gay, não um animal. Pensei que ele ia me bater, mas se virou em seu lugar. Ele ficou por um total de quinze minutos. Então, entendo o medo, 3


mas antes que eu corri, tinha que decidir se tomar minhas chances com o desconhecido era melhor ou pior do que passar meses em uma instalação onde tentaram me transformar em algo que eu nunca poderia ser. E você sabe o que descobri?” Wilson balançou a cabeça. “O medo é pior que a realidade. Eu não tinha ideia de como iria sobreviver longe da comunidade, onde eu vivia cercado por pessoas que tinha conhecido quase toda minha vida.” “Foi seu pai sempre que controlou?” Wilson perguntou, chegando para pegar a mão de Steve, áspera e forte do trabalho. “Piorou depois que minha mãe morreu, ou pelo menos é o que algumas das pessoas da comunidade me falavam. Estavam começando a se preocupar, mas não poderiam levantar-se para o meu pai. Tanto quanto sei, sou a primeira pessoa a realmente deixar a comunidade,” explicou Steve, e Wilson sentiu Steve apertar sua mão. “Bem, além de Kyle. Ele é o garoto que beijei, e não tenho ideia do que aconteceu com ele. Nunca mais o vi, nem mesmo na instalação.” A voz era definitivamente de tristeza de Steve. “Você o amava?” Wilson perguntou, surpreso quando uma pontada de ciúme passou por ele. Nunca tinha ocorrido a Wilson que Steve poderia amar alguém, e a ideia fez sua cabeça latejar. Sem pensar, ele apertou a mão de Steve. “Eu não penso assim. Conheço Kyle por um longo tempo, e ele era um amigo. Depois de um tempo, nós dois tipo descobrimos que gostávamos das mesmas coisas... se você sabe o que quero dizer. Nós fizemos juntos, várias coisas, mas ele estava sempre correndo, nos momentos roubados. Nós dois estávamos com tanto medo de ser pegos, mas é o que aconteceu mesmo.” Steve suspirou alto. Wilson sabia que Steve não lhe tinha dito tudo, mas foi o suficiente por agora. Steve parecia cansado, e ele estava, provavelmente, um pouco drenado. Uma batida suave na porta tirou sua atenção longe da história de Steve, que parecia aliviar o homem mais jovem. Wilson abriu a porta para encontrar Maria em pé na porta. “Eu sei que é tarde, mas fiz um almoço.” 3


“Obrigado, nós estaremos fora,” disse Wilson, e ele a viu olhar para Steve, ainda sentado na beira da cama. Ele sabia que ela queria perguntar, mas simplesmente assentiu, e Wilson fechou a porta mais uma vez. “Existe alguma coisa que você queira saber?” Steve perguntou, e Wilson foi até onde ele estava sentado, pegando sua mão. “Só se há algo que você quer me dizer. Sei que há mais, posso ver em seu rosto, mas se não está pronto para me dizer, tudo bem.” Wilson tinha chegado a informação que precisava de Steve para ajudar a protegê-lo e ao rancho, e isso foi tudo o que ele necessitava. “Você pode ter os seus segredos, se é isso que você quer.” Steve levantou os olhos de onde eles tinham vindo a estudar seus sapatos. “É justo, o...” Wilson não tinha certeza do que ele estava vendo — dor, vergonha, talvez uma mistura — nos olhos de Steve, mas quase o fez dar um passo atrás. “Está tudo bem. Quando estiver pronto, poderá me dizer.” Wilson se sentou na cama. Ele perguntou se Steve contaria a ele sobre seu passado, assim que Wilson imaginou que ele devia vir limpo também. “Eu conheci uma pessoa há alguns anos atrás. Seu nome era Clay, e eu achava que ele gostava de mim. Mas ele não o fazia. Tudo o que ele queria era estar com Willie Meadows e o que poderia obter.” Wilson sentiu a mudança de Steve, e então foi sendo abraçado, duro. “A única pessoa que me importa é Wilson. Tudo o que ele fez com você, este Clay era um idiota, se ele não pode ver quem você realmente é.” Steve trouxe seus lábios, e Wilson parou de pensar em qualquer outra coisa, nunca quis isso para terminar. E pensar que menos de meia hora mais cedo, quase deixou Steve ir. Steve deslizou sua língua ao longo dos lábios de Wilson como se estivesse pedindo para entrar, e eles se separaram quase por conta própria. Wilson queria Steve mal. Suas calças feriam, elas estavam tão apertadas, e ele sentiu seu pau latejar o tempo com o seu coração acelerando. Steve deslizou os dedos ao redor da parte de trás do seu pescoço, aprofundando o beijo para Steve ter o que queria, e Wilson deu, porque queria a mesma coisa. Todos os seus 3


problemas e preocupações momentaneamente escaparam enquanto se deleitavam uns nos lábios do outro, a cada ofego subiam para o ar, só para começar de novo. “Nós devemos comer e ter o caminhão descarregado,” disse Wilson durante uma pausa, respirando fundo e engolindo em seco quando Steve olhou profundamente em seus olhos. Steve balançou a cabeça, sorriu, e então começou a beijá-lo novamente. Wilson foi com ele. Eventualmente, eles comeram, com Maria olhando com punhais para ambos, mesmo quando Wilson podia ver os lábios dela ameaçando transformar-se em um sorriso.

PELA PRÓXIMA semana ou assim, a fazenda foi muito tranquila. As coisas de Maria chegaram, e eles ajeitaram tudo. A mobília que Wilson tinha comprado foi entregue, e a casa parecia ainda mais como uma casa. A parte mais difícil para Wilson era as noites, quando ficava acordado ouvindo a casa. Tantas vezes ele queria bater na porta de Steve, mas algo sempre o deteve. Eles se beijaram e tocaram muito, mas nunca tinha ido mais longe do que isso. Houve evidência visível de que Steve estava mais do que pronto para ir além, e Wilson sabia a razão que eles não tinham ido era por causa dele. Wilson sabia que estava com medo. Algumas pessoas na cidade sabiam quem ele era, e apesar de em grande parte o deixar sozinho e lhe dar a sua privacidade toda vez que ele veio para a cidade, Wilson sabia que estava sendo vigiado. Inocentemente, mas observado, no entanto. Então ficou em seu quarto e manteve as mãos em grande parte para si mesmo, que estava definitivamente começando a ficar um pouco velho. “Hoje é o leilão, certo?” Steve lhe perguntou quando estava levando Lilly do anel a sua baia. Ela estava completamente tomada com Steve, e tinha mesmo levado a ele inserir a cela sem muito barulho e apenas com uma marca de mordida. “Sim. Precisamos sair na próxima meia hora,” disse Wilson, e Steve terminou o que estava fazendo. Depois de ter certeza que tudo estava em ordem, Steve estava se tornando uma mãe galinha para os dois cavalos, ele ficou esperando pelo caminhão quando Wilson desceu os degraus da varanda.

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O passeio para o leilão demorou cerca de meia hora. Dakota e Haven concordaram em encontrá-los lá e tinha mesmo oferecido o uso de seu trailer para levar para casa qualquer de suas compras. Steve parecia ”Saltar fora de sua pele” animado, e logo que chegou, desapareceu nos celeiros para olhar sobre as baias. Wilson vagou pelo celeiro, alcançando Steve quando ele estava parado perto de uma das baias que mantinham um cavalo loiro que já estava fuçando o bolso de Steve, à procura de doces. “Este deve ser um cavalo grande. Ele é amigável e parece ter uma grande natureza.” “Que tal um pônei para Alicia?” Wilson perguntou, e Steve o levou a seção nos celeiros. Juntos, olharam para os pôneis, mas Wilson não tinha ideia do que procurar, e deixou Steve assumir a liderança. Steve escolheu dois pôneis que pensou que iria funcionar. O leilão estava começando, então seguiram o leiloeiro, quando começou em uma extremidade do celeiro. Ele falou tão rápido que Wilson mal conseguia entender enquanto tamborilava para os lances. Mas Wilson tomou o jeito antes de chegar ao primeiro dos pôneis que estavam interessados em comprar. Wilson comprou o pônei, e quase podia ouvir gritos de Alicia e risadinhas quando a visse. “Agora, temos aqui um cavalo maravilhoso. Ele é mais velho, mas perfeito para alguém aprender a andar. Grande disposição e adora atenção.” O cavalo tentou acariciar o chapéu do leiloeiro, e ele acariciou seu nariz com um sorriso. Assim que o leiloeiro começou, Wilson levantou a pá para ofertar. Steve cutucou. “Para quem é este cavalo?” “Temos alguém que precisa aprender a montar,” disse Wilson quando levantou a pá para dar outro lance, tentando dividir sua atenção entre o leiloeiro e Steve. Steve parou e se virou, olhando para ele de forma estranha. “Quem, Maria?” Wilson se inclinou para Steve. “Eu,” ele sussurrou, e os olhos de Steve arregalaram.

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“Você não sabe montar?” Steve perguntou em voz baixa, e Wilson balançou a cabeça. “Então, para quem é o outro cavalo?” Steve olhou de volta para onde o cavalo loiro tinha sido alojado. “Achei que você ia precisar de um cavalo para montar,” Wilson respondeu, e o sorriso que recebeu em troca foi quase ofuscante. Ele ouviu o leiloeiro chamando para outro lance e ele levantou o seu número. O leiloeiro pegou o lance, e não houve mais depois disso. O martelo desceu a um bom preço, e Wilson tinha acabado de comprar um cavalo que seria o seu próprio. Demorou um pouco, mas finalmente chegaram ao cavalo final que Steve havia escolhido, e ele parecia ser uma das estrelas do dia. “Um cavalo garanhão quarto de reprodução impecável,” disse o leiloeiro quando começou, “um recurso para qualquer estável.” Ele continuou e continuou, e Wilson estava começando a se perguntar o que este cavalo era. A oferta começou, e quando o leiloeiro mencionou o preço inicial, Wilson olhou para Steve e o viu engolir em seco. Obviamente, não esperava que ele começasse a esse preço tão elevado. Wilson levantou a pá e a oferta continuou. Um por um, os outros licitantes recuaram até que era apenas Wilson e um outro homem, que parecia igualmente determinado. A mulher ao lado do outro licitante cutucou o marido. A sala tinha ficado quieta quando todo mundo se perguntou o quão alto o preço iria. “Querido, você está oferecendo contra Willie Meadows!” A voz da mulher soou através da venda, e a pá do homem não ressuscitou após o último lance de Wilson, e em seguida, o cavalo era dele. Wilson estava tremendo um pouco de emoção, e Steve olhou para ele com admiração e espantado completo. “O que você vai fazer com ele quando chegar em casa?” Dakota perguntou quando ele e Haven se juntaram ao seu círculo. “Você certamente fez um salpico na cena cavalo aqui, comprando a estrela do dia.” Todos os três deles olharam para ele, e Wilson começou a rir. “Comprei ele para Steve, pois teria algo a montar. Eu não sabia que ele ia custar muito.” Isso devia ensiná-lo da próxima vez que deveria passar mais tempo em pesquisa. “Vou pagar a conta e concluir 3


qualquer papelada que seja necessária, e podemos obter os cavalos carregados.” O que ele ia fazer com um cavalo de trinta mil dólares estava realmente além dele, mas tinha acabado de comprar um. Wilson se enfiou através do povo e fez o seu caminho para a área do escritório do leiloeiro. O mar de pessoas que parecia à frente dele, e ele viu as pessoas cochichando e murmurando para si. Ele definitivamente deveria ter pensado nisto antes de fazer uma aparição assim. Manteve o perfil bastante baixo, mas agora ele ia estar na boca de cada pessoa na cidade. Wilson sabia que ia acontecer mais cedo ou mais tarde, mas esperava que fosse mais tarde. Alcançando a mesa, explicou quem era, e a mulher ergueu os olhos de sua papelada e imediatamente corando. “Está tudo bem, querida,” disse Wilson em sua melhor voz com sotaque. “Eu sou como qualquer outra pessoa.” Ela fez a papelada, e Wilson assinou antes de entregar seu cartão de crédito. Ela olhou para ele algumas vezes e depois para isso. “Eu não sei o que é isso,” disse ela suavemente. “Você aceita American Express?” Wilson perguntou, e ela balançou a cabeça. “Isso é um cartão preto. Será aprovado.” Inferno, Wilson poderia cobrar uma corrente do Golfo sobre ele e ele iria passar. Ela assentiu com a cabeça e correu o cartão através, e alguns segundos depois, o telefone tocou de Wilson. Era a empresa de cartão de crédito. Depois de fazer algumas perguntas, a compra foi aprovada, e Wilson assinou o recibo. Assim que ele possuía três cavalos, e pelo tempo que ele voltou, Dakota, Steve, e Haven estavam em processo de carregar os cavalos no reboque, juntamente com o que Haven tinha comprado, e logo estavam em seu caminho. “Não posso acreditar que escolhi o cavalo mais caro do lugar,” disse Steve, uma vez que estavam em seu caminho de volta. Wilson concordou e manteve os olhos no reboque do cavalo à frente deles. “Você viu a qualidade eu fui para isso,” disse a Wilson com um sorriso. “Então, onde você aprendeu a trabalhar com os cavalos?” “A comunidade começou como uma comunidade voltada à natureza, de modo que muito do trabalho era feito com cavalos. Não havia um monte de carros e equipamentos 3


pesados.” Steve olhou pela janela lateral. “Foi assim que começou. Ele sempre foi religioso, mas em algum momento o meu pai começou a assumir, e as coisas ficaram mais e mais fanáticas. Pelo que pude perceber, a mudança foi tão gradual que a maioria das pessoas não sabia que isso estava acontecendo, até que fosse tarde demais.” Steve virou-se para olhar para ele de novo. “Desculpe, eu sai fora da pista. Todos na comunidade tinha um trabalho a fazer, e a minha estava para trabalhar com os homens que cuidavam dos cavalos. Eu comecei quando tinha oito anos, e durei até o meu pai me jogar em que pequena, sala, de concreto fria.” Wilson pisou no freio, quase jogando ambos através do pára-brisa. “Ele o quê?” Wilson quase gritou, e Steve se encolheu e se afastou. “Seu pai fez o que para você?” Perguntou ele, uma vez que um pouco do choque passou. “Ele jogou você em um quarto minúsculo?” Steve balançou a cabeça, e Wilson tentou obter o controle de sua respiração. Seu pulso acelerou, e Wilson agarrou o volante com tanta força que os dedos machucaram. “Depois que meu pai descobriu que eu era gay, ele me trancou em um quarto subterrâneo de concreto. Eu disse a você sobre isso,” Steve disse em uma voz pequena. “Não havia luz, e eu estava com tanto frio, mesmo na primavera no Texas.” “Eu pensei que o tinha trancado no seu quarto, e não em algum buraco pequeno.” Wilson forçou-se a respirar. “Estou com raiva de seu pai, não de você. Nenhum pai nunca deveria fazer ao seu filho o que ele fez com você.” Wilson ouviu uma buzina atrás dele, e começou a se mover mais uma vez, um pouco de sua raiva se dissipando, mas não sua determinação de ver o homem punido de alguma forma. “E para isso que você acha que os homens que procuram você estão tentando arrastálo de volta?” Steve balançou a cabeça, seus olhos cheios de medo. “Eu acho que sim. Meu pai é um fanático, e então são eles.” Wilson não sabia o que dizer, mas não estava deixando ninguém tomar Steve aonde ele não quer ir. Os homens que Wilson tinha visto não tinham estado em torno de novo, e ele

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estava cautelosamente otimista, mas não totalmente pronto para declarar que eles se foram para sempre.

ELES CHEGARAM de volta ao rancho e descarregaram os cavalos com os gritos de prazer quando Alicia viu o pônei. “Quando eu posso montar nela?” Alicia perguntou, animada. “Temos que ter uma sela para ela e certificar-se de que ela está bem, antes que você possa montar,” Steve disse, olhando para Wilson. “Vou ter Wally vindo se certificar de que não há qualquer problema com qualquer um dos cavalos, mas todos eles parecem saudáveis para mim. Você pode ir para Spring’s Tack and Saddle — eles devem ser capaz de obter tudo que você precisa para todos os cavalos,” Dakota disse quando ele e Haven cuidadosamente descarregaram a última das compras de Wilson, e Wilson observou o cavalo que ele iria aprender a montar foi levado para o celeiro. “Você quer que eu te ensine a montar?” Steve perguntou de trás dele. “Estava esperando que você fizesse,” Wilson respondeu com um sorriso quando viu Alicia pulando para cima e para baixo perto do pônei. Haven ergueu em volta do pônei, e ela imediatamente abraçou o pônei. “É claro,” disse Steve. “Podemos começar assim que tivermos todo o equipamento.” Steve lançou-lhe um sorriso e, em seguida, entrou no celeiro para garantir que seus novos moradores estavam todos instalados. Maria tinha o almoço pronto logo depois. Dakota e Haven se juntaram a eles para o almoço, e todos tiveram um ótimo tempo falando em torno de sua nova mesa. Foi a primeira vez que a mesa estava cheia, e Wilson esperava que não fosse a última. “Estou pronta, mamãe,” disse Alicia após duas mordidas, levantando-se da mesa e correndo para a janela. “Você sabe que ela vai querer dormir no estábulo com o pônei,” Dakota disse a Maria, “porque eu fiz com o meu primeiro, e eu não era muito mais velho do que ela.” 3


Maria zombou e então olhou para Alicia, que tinha o rosto colado à janela. “Nem pense em dormir com aquele pônei,” Maria repreendeu suavemente, mas com firmeza, e Wilson poderia ver a queda no rosto de Alicia. Ele riu, e o resto dos homens fez também, porque todos sabiam que Dakota tinha razão. Após o almoço, todos ajudaram a limpar, com Dakota e Steve limpando os pratos. Maria só relutantemente deixou cozinha. Depois que tudo estava limpo, Dakota e Haven saíram, e Steve foi para o celeiro. Wilson pegou sua guitarra e sentou-se na varanda, mais uma vez, tentando sentir inspiração. Muita coisa tinha acontecido na semana passada, e cada dia ele estava sentindo mais e mais sensações em sua pele, mas por mais que tentasse, a música não vinha, então em vez disso ele começou a jogar alguns dos antigos padrões. Logo estava cantando, baixo e suave, quase para si mesmo. Não tinha percebido que Steve tinha se juntado a ele até que ouviu uma voz de tenor médio acompanhá-lo na canção. “Desculpe,” disse Steve a Wilson, quando parou. “Não, você parece muito bom,” disse Wilson antes de começar a tocar novamente. Apontando para a outra cadeira, viu Steve sentar ao lado dele, e começar a cantar. Steve estava hesitante no início, mas depois de um tempo, ficou mais forte e sua voz floresceu, mesclando com a de Wilson em uma bela harmonia. Quando a música terminou, Wilson começou outra, e Steve cantou o tempo todo. Isso se sentia tão bem, tão perfeito. A porta se abriu perto deles, e ele viu Maria e Alicia sentar juntos no banco, com Maria segurando sua filha no colo enquanto ouviam. Ele e Steve cantaram até Wilson ouvir a voz de Steve se cansar, e então ele trouxe a sua cantoria a um fim. “Foi divertido,” disse Steve com um sorriso, e Wilson acenou em acordo, colocando seu violão de lado. “Você conseguiu alguma ideia?” Wilson pensou por alguns segundos e depois deu de ombros. “Então, como sobre nós medimos os cavalos e buscar algumas selas? Eu até vou dirigir,” Steve disse com um sorriso. A loja de sela foi desconcertante para Wilson, mas Steve parecia saber exatamente o que precisavam, e chegaram de volta na fazenda na hora do jantar com o caminhão cheio e a 3


carteira de Wilson vazia. O homem da loja tinha caído por toda parte com Wilson para ajudálo e tinha mesmo o chamado de Willie algumas vezes. “Sou apenas mais um cara como você. Por favor, me chame de Wilson,” ele disse quando estendeu a mão depois de pagar por suas compras. “Aqui fora eu só quero ser eu.” O homem os ajudou, que tinha se apresentado como Jake, acenou com a cabeça uma vez. “Isso é legal. Nós nunca tivemos alguém famoso aqui antes.” Wilson sorriu seu sorriso habitual. “Só me trate como se fosse qualquer outra pessoa, nem melhor nem pior. Quero ser uma parte da comunidade,” disse Wilson, e que parecia se coaduna com Jake. Ele ajudou a carregar todas as suas compras no caminhão. “Eu suponho,” disse Jake, uma vez que tinham carregado, “tratá-lo como todos os outros não significa que eu não possa pedir um autógrafo. Minha irmã só iria morrer.” “Vou estar de volta, e se você quiser trazer um CD, vou autografar para ela.” Wilson apertou a mão de Jake, enquanto Steve verificou, para garantir que tudo estava seguro no caminhão. Com um aceno final, se afastaram, indo para o rancho. Nuvens chegaram, e no momento em que entraram no quintal, um trovão rolou por toda a geama. Wilson estacionou perto do celeiro, e Steve saltou para fora. “Eu preciso obter os cavalos para dentro,” disse Steve, agarrando uma sela nas costas e a levando para o celeiro. Como Wilson seguiu com outra sela, viu Steve levando os cavalos em suas baias. “Vai ser ruim.” “Como você pode dizer?” Wilson perguntou, fixando a sela ao lado do outro, antes de voltar para a terceira. “Os cavalos estão agitados e mais ou menos dois segundos de arremessar,” Steve disse, fechando a porta da baia e correndo de volta para fora. O vento estava pegando quando Wilson chegou ao caminhão e tirou a sela de cavalo pequena. Wilson ouviu Chester pisoteando e bufando em sua baia, e ele olhou para o horizonte, onde uma linha de preto parecia estar cada vez mais perto. Wilson correu para dentro com a sela antes de correr de voltar para fora para o resto das coisas. O vento continuou construindo, e ele teve que tirar o 3


chapéu para não voar. Conseguiu a última das coisas dentro quando Steve trouxe outro cavalo. “Há ainda duas para ir.” Wilson seguiu fora com Steve, abrindo o portão para a baia do pônei, e levou-a para o celeiro. Ele não tinha certeza de que baia era a dela, então esperou por Steve, que apontou, e guiou-a para dentro. Eles tiveram certeza que todos os cavalos tinham feno e água antes de correr de volta para fora. O céu estava negro como o carvão, e Steve continuava olhando para o oeste quando correu para a casa. Wilson entrou no caminhão, puxando-o para o seu lugar antes de correr para a varanda. O vento chicoteou, e Steve estava apenas sob o beiral do telhado, olhando para o oeste. “Fique dentro!” Wilson gritou quando ele abriu a porta, uma rajada de vento ameaçando levar a porta de sua mão. O som ensurdecedor diminuiu, uma vez que estavam lá dentro. Maria estava na sala de estar com Alicia, tentando manter a calma, mas não parecia estar funcionando. “Vai ser boa. A chuva vai estar aqui em breve,” Wilson acalmou quando ligou a televisão. Existiam todos os tipos de advertências avançando pela parte inferior da tela, mas Wilson não estava certo qual os afetava porque não estava certo que município estavam. “Ouviu isso?” Steve disse, e todos ficaram quietos. “Soa como um trem,” comentou Maria, continuando a balançar Alicia. “Isso não é trem! Isso é um Ciclone! Entre no porão agora!” Exclamou ele, agarrando Alicia de Maria e indo em direção ao porão. Maria seguiu, e Wilson ficou na traseira, fechando a porta atrás de si antes de descer as escadas. Ele foi para o fundo antes das luzes se apagaram e o som ficar mais alto. Alicia estava chorando, agarrada a Steve, e Wilson desejava que ele pudesse fazer a mesma coisa. Wilson escutou o som continuar. Ele ouviu o estrondo no andar de cima de algo e sentiu a vibração da casa inteira e um tremor em torno dele.

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Então o som começou a se dissipar, e depois disso, tudo o que ouviu foi o seu próprio coração batendo em seus ouvidos. Steve entregou Alicia a Maria e cuidadosamente fez o seu caminho até as escadas. Não havia quase nenhuma luz e, principalmente, Wilson só viu Steve como uma figura escura subindo as escadas. A luz aumentou quando Steve abriu a porta, mas esmaeceu novamente quando ele fechou. Wilson ouviu Steve movendo-se acima deles, e em seguida, a porta se abriu novamente. “A casa parece bem. As janelas parecem estar intactas, e no celeiro e seu caminhão ainda estão lá. Eu não sei o que foi danificado, mas está chovendo muito difícil para encontrar agora, e não há energia ou telefone.” Wilson pegou seu celular, e, felizmente, foi capaz de obter um sinal. Ele olhou através de seus números e fez uma chamada para Dakota, que respondeu. “Você está bem?” Wilson perguntou antes de dizer Olá. “Sim, parece que estamos. Você?” “Sim,” respondeu Wilson. “A casa, celeiro, e outros edifícios parecem estar de pé.” Algo bateu levemente no telhado, e Wilson olhou para fora da janela. Material branco estava caindo, a principio Wilson pensou que era granizo, mas depois foi acompanhado por pedaços rosa e marrom. “Acho que alguém não teve tanta sorte. Nós temos o que parece pedaços de material de construção descendo.” Wilson continuou assistindo, mas a chuva de detritos parecia ter parado. “Deixe-me chamar ao redor e ver o que está acontecendo. Ciclones podem levantar coisas no ar e joga-las a quilômetros de distância. Nós temos algumas coisas no chão também.” Dakota desligou. Steve já havia ajudado Maria e Alicia a subir as escadas. Wilson observava pelas janelas enquanto a chuva começava a desaparecer. Caminhando para seu quarto, Wilson vasculhou seu armário e encontrou um grande guarda-chuva. Ele e Steve fizeram seus caminhos sob isso para o celeiro. O quintal era uma bagunça enlameada, cheia de pedaços de detritos. Eles foram até o celeiro, e parecia seco. O vento tinha soprado abrindo uma das portas, e Steve começou a limpar a bagunça, mas os cavalos 3


estavam todos excelentes, mastigando longe em suas barracas. As selas e outras compras estavam onde havia deixado em sua pressa, e Wilson começou a guardá-las, sentindo-se extremamente aliviado. Uma vez que terminou, ficou na porta observando enquanto os quadris de Steve balançavam enquanto ele empurrava a vassoura, e da maneira que seu cabelo pegava na luz dos raios do sol que romperam das nuvens em retirada. Aproximando, Wilson viu Steve sorrir para ele enquanto trabalhava. Wilson abriu a porta na parte de trás do celeiro e olhou para fora. À distância, ele podia ver onde o terreno tinha sido rasgado, o pior da tempestade passou pelo norte. “Estão os cavalos bem?” “Eles estão bem,” disse Steve, atrás dele, e Wilson se virou para ver o cavalo que ele tinha comprado no peito de Steve antes de fazer um agrado. “É o lugar de Maria está bem?” “Parece estar. Parece que tivemos sorte.” Wilson viu pedaços de detritos espalhados nos campos tão longe quanto ele podia ver. “Nós vamos ter que limpar amanhã os piquetes. O lixo pode ser perigoso para os cavalos.” Steve estava tão perto que Wilson quase podia sentir o calor de seu corpo. Cheiro de Steve foi quase insuportável, e com cada respiração ficou mais forte. Steve sabia exatamente o que fazer e ele assumiu o comando. Se o ciclone chegasse mais perto, ele teria salvado a vida de todos com seu raciocínio rápido. Aproximando, Wilson acariciou o rosto de Steve, e quando Steve se virou para ele, Wilson provou os doces lábios que jamais poderia ter imaginado. O cabo da vassoura bateu no concreto com um estalo, e então Steve passou os braços ao redor dele, segurando firme quando o beijo se aprofundou. Wilson podia sentir o desejo de Steve rolando fora dele em ondas como evidência física pressionando contra o zíper de Wilson. “Eu queria você desde aquela primeira noite que te vi,” Steve disse suavemente, e Wilson parou, empurrando ligeiramente para trás. “Você não me deve nada, se é isso que você está pensando.” Ele não queria que isso fosse sobre o pensamento de Steve que estava pagando algum tipo de dívida. 3


“Eu sei. Você não vai me deixar fazer isso, e sou muito grato.” Steve puxou para perto mais uma vez. “Eu estava errado em fazer essa oferta antes, mas eu pensei...” Wilson pressionou o dedo aos lábios. “Eu sei,” disse Wilson, e os olhos de Steve arregalaram. “Não os detalhes, mas eu sei que você fez coisas para sobreviver que você não é feliz. Eu só quero ter certeza que essa não é uma delas.” “Não é. Nunca foi,” Steve disse a ele, e a garganta de Wilson começou a se fechar, e ele piscou algumas vezes porque seus olhos estavam ficando aguados. Em seguida, ele abraçou Steve apertado, seus lábios conectando mais uma vez. Wilson sentiu Steve vibrar em seus braços, e ele passou os dedos pelos cabelos sedosos de Steve. Quando eles fizeram uma pausa no beijo, Wilson enterrou o nariz nos cachos bonitos de Steve, inalando profundamente o cheiro de feno e do vento, assim como Steve. Wilson nunca quis deixá-lo ir, e quando Steve inclinou a cabeça, Wilson olhou em seus olhos profundos e, em seguida, beijou-o duro. Todas as suas dúvidas estavam quietas e suas preocupações em silêncio, pelo menos por agora. Wilson ouviu a porta de tela bate na casa fechada, e ele parou de beijar. Steve olhou para ele, e ambos começaram a sorrir, sorrisos enormes, como ambos sabiam que eles estavam indo para obter a única coisa que queriam mais. “Depois do jantar,” disse Wilson, e Steve balançou a cabeça, pegou a vassoura e começou a varrer novamente. Wilson sabia que precisava encontrar algo para fazer ou então provavelmente acabaria fazendo algo no celeiro que deveria estar fazendo com Steve em uma cama adequada. “O jantar estará pronto em uma hora,” disse Maria da porta do celeiro. “Está tudo bem? Parece que uma casa explodiu aqui fora.” “Parece estar,” disse Wilson. “Ótimo. A luz está de volta e os telefones também. Sr. Dakota chamou e disse que estavam bem também. Ele ainda está tentando descobrir de onde tudo isso veio para se certificar de que ninguém ficou ferido.”

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“Obrigado, Maria,” disse Wilson, e ela deu um passo adiante, olhando para Steve trabalhando dentro do celeiro e depois para ele. “Você merece ser feliz, Senhor Wilson,” Maria disse, e então ela se virou para caminhar de volta para a casa. Wilson a assistiu ir, agradecendo suas estrelas da sorte que ele pediu-lhe para vir junto. Seu olhar viajou de volta para o celeiro, e ele viu as portas se abrindo e Steve saindo nos piquetes, curvando-se para pegar os pedaços de coisas. Uma vez que tinha a baia limpa, ele levou Lilly para fora do celeiro. Ela parecia feliz por estar de volta para fora, e mostrou se intrometendo no seu peito com a cabeça. Steve tinha um jeito com os cavalos, não havia nenhuma dúvida sobre isso, e Wilson estava começando a perceber que ele tinha um jeito com o seu coração também. Sem pensar, Wilson se viu caminhando em direção a seu quarto. Mão em seu violão, ele encontrou o seu caminho de volta para a varanda, observando enquanto Steve trabalhava com os cavalos. Antes que ele percebesse, o violão estava em seu joelho e os dedos dedilhavam nas cordas. Música fluía por sua mente enquanto observava Steve levando Chester fora do celeiro, o grande cavalo empinado feliz. O ar cheirava tão fresco e limpo como Wilson já tinha conhecido, a luz da noite brilhava fora à grama brilhante. Linhas de música encheram sua mente, que fluía diretamente para suas mãos enquanto ele dedilhava o violão. “Luz brilhante na grama, bunda de cowboy apertado,” Wilson cantava. Ele sempre trabalhou em um fluxo de consciência, então às vezes ele tinha apenas tolices, bobagem. “Fugindo de mim.” Wilson gostou da maneira que soou. “Fugindo de mim,” ele cantou uma e outra vez quando a música começou a tocar em sua cabeça. “Indo embora, indo embora, pernas longas a pé de mim.” Wilson sorriu quando o refrão jogou em sua mente. Parecia perfeito, e ele continuou jogando. “Eu vejo você todos os dias, cuidando de tudo o que vejo, mas a única coisa que mais quero, nunca poderia ter? Você me ama, você precisa de mim, é o destino? Ou sou eu que sempre apenas vejo, suas longas pernas andando longe de mim? Fugindo, se afastando, se afastando de mim.” Wilson cantou algumas vezes e então tentou adicionar mais. Melodias tocadas jogadas fora, e, eventualmente, a mente de Wilson concordou com um, e ele cantou o verso e 3


refrãos juntos. Uma mão tocou em seu ombro, e ele olhou para Maria de pé ao lado dele. “O jantar está pronto, Señor Wilson.” Ele acenou com a cabeça e piscou. O sol se foi, e a escuridão estava caindo ao seu redor. “Eu não queria perturbá-lo.” “Obrigado, eu vou estar bem,” ele disse, ouvindo a música que tinha vindo a trabalhar. Às vezes, elas vinham a ele e, em seguida, desapareciam de novo, mas este parecia ficar. De pé, Wilson seguiu Maria dentro, e depois de colocar seu violão em uma cadeira, ele se juntou aos outros, já comendo, na mesa. Wilson não estava com humor para falar de tudo, ele estava muito profundo dentro de sua cabeça. Os outros falavam, e a conversa foi toda em torno dele com nada sendo registrado quando sua música começou a tocar mais uma vez. Ele comeu automaticamente, e uma vez que a fome foi satisfeita, deixou a mesa. Depois de recuperar seu violão, Wilson foi para o seu quarto e encontrou um caderno de música. No pequeno balcão que sempre usou, Wilson se sentou e escreveu sua canção. Os versos vieram juntos, e na hora que olhou por cima de seu trabalho, as janelas estavam escuras, como estava o resto do quarto, com apenas um feixe de luz da pequena lâmpada que estava trabalhando. Wilson mal registrou que alguém tinha aberto a porta, e só quando, na verdade, Steve entrou no quarto que a neblina musical que o havia engolido finalmente levantasse o suficiente para ele estar ciente do que estava acontecendo ao seu redor. “Você é sempre assim?” Steve perguntou, e Wilson piscou, obrigando-se a compreender as palavras. “Eu acho que sim. Quando eu realmente sinto a música, ela tende a tomar conta de tudo,” explicou Wilson, de pé com as pernas que pareciam um pouco vacilantes. “Ouvi dizer que você cantou,” Steve disse a ele em um sussurro quando chegou mais perto. “Você escreveu isso, por causa de mim?” Wilson acenou com a cabeça. Ele não ia mentir. Estava assistindo Steve quando tudo se encaixou. Steve se afastou, e Wilson viu o balanço da bunda na Wrangler de Steve encaixando um pouco quando ele se moveu pelo quarto. A porta do quarto fechou com um clique, e Steve se virou para ele, os olhos arregalados e brilhando na luz baixa. Wilson piscou algumas vezes, pensando que isso era uma miragem que a música fez em seu cérebro aturdido que estava servindo para ele, mas o beijo não era sua imaginação, ou 3


o calor em seu sangue. Steve chupou seus lábios, os beijos intensos e quase brutais. Wilson passou os braços ao redor da cintura de Steve, inclinando a cabeça para mais beijos, que tinha suavizado na sensação, mas incrementada em sua necessidade intensa. Steve ergueu Wilson da cadeira, ou ele tinha simplesmente ido de bom grado? Wilson não sabia ou se importava quando Steve levou-o para a cama. Steve tirou a camisa, deixando-a no chão antes de puxar para cima a de Wilson sobre sua cabeça. Uma vez que isso se juntou a de Steve, os beijos retomaram, tão profundo que Wilson podia senti-los em seus dedos do pé. “Deus, Steve,” Wilson murmurou antes que ele começasse a cair de costas na cama. Uma vez que parou de saltar, Steve subiu em cima dele. Escarranchando na cintura de Wilson, ele vagou suas mãos sobre o peito. Os olhos de Wilson tinham caído fechados, mas a hesitação do contato com Steve os tinha deslizado aberto. Ele foi saudado por belos olhos azuis cheios de insegurança. “O que foi?” “Eu nunca tinha feito isso antes,” disse Steve, desviando o olhar. Wilson estendeu a mão e acariciou o rosto de Steve quando alívio lavou por meio dele. Wilson sabia que Steve tinha feito coisas para sobreviver, e estava feliz que ele não tinha... “Eu não tenho certeza do que eu deveria fazer.” “O que você quiser. Faça o que você sempre sonhou que podia fazer quando estava sozinho na cama.” Steve sorriu e inclinou-se, passando a língua ao longo de peito de Wilson. “Eu amo que você é um pouco peludo,” Steve disse a ele antes que sua língua circulasse um de seus mamilos. Wilson arqueou sob a sensação, tentando mostrar a Steve que ele estava fazendo com ele seu amante surpreendente jovem. “Estou fazendo isso direito?” Wilson gentilmente tomou as mãos de Steve nas suas, trazendo-as para frente até que seus lábios se encontraram. “Você não pode fazer nada de errado, eu prometo.” Quando eles se beijaram, Wilson mudou-os na cama, reposicionando Steve até que sua cabeça repousava sobre os travesseiros, deixando suas mãos fazer uma festa sobre a pele bronzeada dourada. 3


Era óbvio que Steve trabalhava fora: onde quer que o sol o beijasse, ele era dourado, e onde a pele tinha estado escondida, Steve era quase tão branco como o leite. Wilson levemente beliscou o pescoço de Steve, para ouvir os pequenos gemidos que lhe dizia que Steve gostava. Wilson ouviu, macio e longo vindo do fundo do peito de Steve. “Isso está certo?” Wilson perguntou, mergulhando sua cabeça para lamber um dos mamilos de Steve, descobrindo rapidamente que eles eram extremamente sensíveis, se a reação de Steve era qualquer indicação. Steve choramingou, e Wilson o vislumbrou mordendo o lábio inferior. “Deixe-o ir. Você pode fazer barulho, tanto quanto quiser.” Wilson sugou em um botão, e Steve começou a chorar baixinho. “Willie,” Steve gritou, e Wilson fez uma pausa, tendo o olhar feliz nos olhos de seu amante. Por um segundo, pensou que Steve estava fazendo o que outros fizeram, chamando por Willie Meadows durante o sexo, mas Steve não estava. “Por favor.” Wilson lançou o mamilo entre seus lábios, beijando seu caminho pelo estômago plano de Steve, lambendo e saboreando a pele quente e deliciosa. Um rastro de luz de pelo levou a partir do botão de Steve para a barriga e acima de suas calças, e Wilson seguiu para baixo, abrindo o cinto, e dividindo o tecido da calça jeans que quando seguiu o rastro de luz mais e mais. “Alguém já?” Wilson aninhou o bojo de Steve através do algodão de sua cueca, e Steve resistiu à sensação, fazendo pequenos gritos carentes. “Vou tomar isso como um não.” Wilson riu, e ele sentiu Steve tremer sob ele e depois ainda mais. “Eu não posso fazer isso,” Steve disse suavemente, e Wilson parou. “Eu pensei que eu poderia, mas não é justo com você. Quando eu estava na estrada tentando chegar aqui...” Steve começou a puxar para longe dele, e Wilson observou Steve puxar as pernas para o peito, enrolando em uma bola apertada. “Eu não acho que faria diferença, mas faz.” “Eu sei que você teve que fazer coisas que não são motivo de orgulho. Lembre-se, você se ofereceu para fazer essas coisas comigo? Você estava tentando sobreviver.” Wilson mudou na cama, sentando ao lado de Steve, segurando-o. “Não achei que isso importava. O passado é passado e tudo isso, mas faz,” Steve disse-lhe em uma voz quebrada. 3


“Não, isso não acontece. Eu não estou com você do jeito que eles estavam, e não vou estar. Eu me importo com você, e é por isso que estou aqui. Espero que você goste de mim também.” Wilson estava começando a perceber o quão inocente Steve realmente era, e que a bravata e paquera eram apenas um disfarce. “Você não me deve uma explicação para o seu passado. Tudo que precisa se preocupar é no agora. O passado não pode ser alterado por qualquer um de nós, não importa o quanto desejamos que pudéssemos.” Havia coisas que Wilson desejava que pudesse mudar em seu passado, como a argila, mas ele aprendeu com a experiência. “Isso não te incomoda?” Steve perguntou calmamente. “É claro que faz. Que as pessoas iriam fazer isso para outra pessoa em troca de ajudálos é atroz, e se eu pudesse chegar minhas mãos sobre eles, torceria seus pescoços. Então, sim, isso importa, mas não da maneira que você está pensando que faz. Você era muito inocente antes de tudo isso começar com o seu pai, você aprendeu que o mundo pode ser cruel. Todos nós aprendemos que em um momento ou outro. E, infelizmente, você aprendeu isso quando não havia ninguém por perto para assistir a sua volta.” Wilson tocou o queixo de Steve, inclinando a cabeça antes de beijar seus lábios. Quando Steve não respondeu, ele fez de novo, e desta vez Steve abriu os lábios para ele. Wilson sentiu Steve desenrolar-se sob ele, e enfiar seus braços em volta do pescoço frouxamente em Wilson. Wilson adorava a maneira como Steve respondia a ele, mas ao invés de pegar onde parou, Wilson acalmou e acariciou, tentando mostrar a Steve que estar com alguém que você se importa era diferente do que tinha feito na estrada. Wilson deslocou-se na cama, abrangendo os quadris de Steve, uma vez que ele estendeu. “Quero que você se deite e deixeme mostrar-lhe como grande ser amado pode ser,” Wilson ronronou em sua voz profunda, e Steve acenou ligeiramente, arregalando os olhos quando mais uma vez Wilson lambeu um de seus botões do peito. Assim como antes, Steve reagiu, mas desta vez ele empurrou o peito para frente, e Wilson deu-lhe mais como o polegar e o indicador puxando o outro. Os sons suaves que 3


Steve fez encheu a sala com gemidos e choradeiras que iam direito ao pau de Wilson. Ele queria Steve tanto que mal conseguia pensar direito, mas a necessidade de tomar seu tempo para Steve manteve em cheque. Beijando o seu caminho até a barriga de Steve, Wilson começou a cantarolar a melodia que tinha correndo por sua cabeça. Quando esfregou o pau de Steve através do algodão, o zumbido em sua cabeça aumentou, tornando-se as palavras da canção que ele tinha acabado de escrever. Tinha os gemidos de Steve como um acompanhamento, e quando puxou para baixo do tecido, caíram em harmonia. O pau de Steve saltou contra seu estômago, e quando Wilson acariciou o comprimento grosso, o acompanhamento se tornou a melodia quando a música em sua cabeça recuou, tendo no fundo a música que Steve estava fazendo. Ele bateu nos quadris de Steve e puxou as calças, e Steve chutou para fora. Wilson sorriu maliciosamente antes de lamber o seu caminho até o eixo. Quando sua língua passou sobre a cabeça, o sabor de Steve explodiu em sua língua, e ele tomou a cabeça entre os lábios, sugando mais quando Steve deslizou em sua boca. “Willie!” Steve gritou e começou a resistir. Wilson colocou a mão na cintura de seu amante, abrandando de volta para a cama. Steve ofegou duro e longo quando Wilson levou-o até a raiz. Wilson chupou e balançou a cabeça, amando o modo que Steve se sentia quando deslizou sua língua, ouvindo os sons carentes que Steve fazia quando provocou a parte inferior com a ponta da sua língua. Levantando os olhos, ele podia ver os lábios de Steve tremendo, suas mãos fechando em punhos quando se apoderou da cama. Ele poderia dizer que Steve não ia durar muito mais tempo, e que estava bem. Wilson queria explodir a mente de Steve, por isso ele colocou um dedo próximo ao pau de Steve, deixando-o bem molhado antes de deslizar entre as pernas de Steve, provocando a sua abertura antes de deslizar o dedo dentro do apertado calor que ele já sentiu em sua vida. O pau de Wilson pulou e latejou em suas calças, e quase gozou quando Steve uivou. E quando Wilson descobriu aquele ponto, Steve parecia perdê-lo, resistindo e ofegante quando gozou forte e rápido na garganta de Wilson. 3


Steve caiu de costas na cama, e Wilson continuou chupando por alguns segundos antes de deixar deslizar o pau de Steve de sua boca. Quando trouxe seus lábios, Wilson ouviu Steve gemer um pouco. “O que é isso?” Steve perguntou, lambendo os lábios. “Isso é você,” Wilson respondeu com uma piscadela antes de beijá-lo novamente. “E você?” Steve perguntou, se contorcendo na cama para sair de debaixo dele antes de pressionar Wilson de volta no colchão. “Eu quero fazer o mesmo com você.” Steve já estava abrindo as calças de Wilson, e não havia nenhuma maneira que ele ia discutir. Ele tinha imaginado os lábios de Steve em torno dele tantas vezes que a chance de sentir a coisa real o fez nervoso. Steve puxou as calças, jogando-as ao chão com um floreio antes de puxar para baixo sua cueca. Eles se juntaram a pilha, ou mais precisamente, pousou em algum lugar sobre a cômoda, mas Wilson não se importou — Steve estava lambendo e chupando todo pedaço de pele que podia conseguir em seus lábios. Era como se Steve não soubesse aonde ir e resolveu que queria tudo de uma vez. “Eu não vou a lugar nenhum, querido, então você tem todo o tempo do mundo.” Wilson deitou na cama, e Steve enrolou ao lado dele, todas as mãos, os lábios e a língua. Os mamilos de Wilson foram lavados e chupados e acariciados sua pele de forma que o fez tremer. Steve certamente parecia ter um dom para dar prazer. Quando os beijos de Steve arrastaram para baixo de seu estômago, Wilson sentiu o pênis pulsar com cada toque, mas Steve nunca tocou lá. Em vez disso, arrastou os lábios e as mãos para baixo em uma de suas pernas, antes de viajar até a outra. Cada vez que Steve chegava perto de seu pau, Wilson ficava imóvel, disposto a Steve para levá-lo, fazer algo para lhe dar alívio. “Você é uma provocação,” disse Wilson entre os dentes. “Não quero ser,” Steve disse suavemente, e Wilson acariciou o rosto de Steve quando ele, mais uma vez foi para um de seus mamilos, sugando forte suficiente para que Wilson pensasse que ele poderia ficar com uma marca, não que ele se importasse, no mínimo. Wilson

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queria isso tão mal desde que tinha visto pela primeira vez Steve, por isso, enquanto Steve estava o tocando, Wilson era um homem feliz. Para alívio e prazer de Wilson, Steve finalmente fechou os dedos ao redor de seu pênis. Wilson quase pulou para fora de sua pele, o toque agora tão inesperado. Os golpes de Steve eram lentos, mas firmes, e Wilson observou seu amante mais jovem com muita atenção, fazendo tudo o que podia para não implorar por sua liberação. Quando os lábios de Steve juntaram-se timidamente a mão, Wilson estava no céu. Não importava que Steve estava hesitante. Wilson não esperava que Steve quisesse levá-lo por via oral depois do que parecia que ele tinha feito até chegar aqui. Mas quanto mais Steve tentava, mais confiante ele parecia ficar, e logo Wilson estava se contorcendo na cama, equilibrando-se sobre o fio da navalha da paixão. Steve puxou sua boca longe, acariciando rapidamente, e Wilson caiu sobre o abismo, chegando duro em seu estômago. Tudo parecia calmo quando ele desceu de seu pós-clímax, e a primeira coisa que Wilson fez foi puxar Steve para ele. A casa estava em silêncio, exceto para o que soava como chuva no telhado, desta vez suave, em vez da tempestade que tinha vindo antes. “Por que nós não nos limpamos? Você já tomou banho com alguém?” Steve balançou a cabeça e sorriu. “Então será um prazer.” Sua chuveirada acabou usando a maioria da água quente, e no momento em que subiram juntos na cama, eles estavam muitos relaxados. Steve parecia cair direito para dormir, mas Wilson ficou acordado. A casa estava completamente tranquila, e mesmo a chuva parecia ter parado. Levantando-se, Wilson abriu a janela do quarto para deixar entrar o ar fresco. Quando ele olhou para fora, faróis desciam da estrada, o veículo desacelerou na calçada, antes de continuar. Wilson sabia que, eventualmente, esses faróis iriam continuar, e ele se perguntou o que faria em seguida.

ALGUMAS NOITES depois, Wilson acordou com o som de seu telefone tocando. Alcançando através de Steve para a mesa, ele sorriu em seu amante dormindo.

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O homem podia dormir por qualquer coisa, a menos que tivesse a ver com os animais. Se havia algo de errado, o menor grito parecia tê-lo acordado quase que instantaneamente. “Olá,” Wilson respondeu, olhando para o relógio. “É Howard. Tenho tentado entrar em contato com você por dois dias. A gravadora amou sua música, e eles estão me perguntando quando você vai ter o resto.” “Howard, é quatro da manhã. As pessoas trabalham aqui, e você poderia ter acordado toda a casa.” Bem, ele já tinha acordado a metade, e Steve trabalhou duro o suficiente para que ele precisava de seu sono. “Como eu disse, tenho tentado te pegar de dia, então decidi tentar antes da sua bunda se levantar.” Howard levou um segundo para respirar, e Wilson saiu do quarto, andando pelo corredor até o banheiro para que não fosse perturbar Steve. “O estúdio também enviou o contrato final para a sua aparição no filme. Seu personagem não é o principal, mas nós sabíamos disso. O roteiro parece muito bom. A peça é interessante, e eu acho que você pode fazer um grande trabalho com isso. Você pode até roubar a imagem se jogar direito.” Howard parecia tão contente. “Então, como é que tudo está em Wyoming?” “Tudo bem. Comprei alguns cavalos, e estou aprendendo a montar. Este fim de semana nós vamos a um churrasco no estilo bom e velho de um rancho. Por que você não sai por alguns dias em algumas semanas, e nós podemos passar por cima de alguns negócios e verificar o roteiro,” Wilson ofereceu. Qualquer coisa para conseguir Howard desligando o telefone para que ele pudesse voltar para a cama. “Eu também gostaria de ouvir as músicas que estamos trabalhando,” disse Howard. “Enviei-lhe o que está feito. Isso vai ter que ser o suficiente por agora.“ A verdade é que essa música era a única coisa que tinha escrito ou sentido enquanto escrevia, mas ele não ia dizer isso a Howard. “Boa noite, e vou vê-lo em algumas semanas.” Wilson desligou antes que Howard pudesse protestar.

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Capítulo Seis “RELAXE e vire Rudy para a direita,” disse Steve do lado do ringue quando Wilson se sentou no seu cavalo. Wilson tinha tido algumas lições, e já estava começando a pegar o jeito de montar. Claro, que ajudou que o seu cavalo, Rudy, era o mais doce, animal de melhor índole que Steve já tinha visto em sua vida. “Perfeito, agora o leve em todo o anel.” Eles estavam trabalhando no controle para as últimas aulas, e Wilson foi bem. “Faça mais um circuito e provavelmente já terá o suficiente por agora.” Steve sabia que gastar muito tempo na sela imediatamente poderia fazer qualquer ferida, e a última coisa que Steve queria era que Wilson fosse ferido lá. Wilson fez um circuito a mais antes de desmontar cuidadosamente de Rudy e levando-o de volta para o celeiro. “Será que vamos fazer trilha montando em breve?” Wilson perguntou quando tirou a sela de seu cavalo. “Só de estar no ringue é um pouco chato.” “Eu sei, mas quero que você seja capaz de controlar o cavalo, se algo acontecer. Uma vez que aprender a controlar, podemos fazer trilhas montando tudo o que você quiser,” Steve respondeu com um sorriso. “Talvez amanhã nós podemos montar em volta do rio, perto da base das montanhas. Não é muito longe, e deve ser um bom dia.” Steve se aproximou, e Wilson inclinou-se sobre a sela que estava carregando e deu-lhe um beijo. “Tem alguma coisa errada?” Steve perguntou depois do beijo incomum casto. “Não com você, mas acho que as pessoas que procuram você estão de volta.” Wilson pendurou o cobertor no quarto de aderência para secar. “Eu os vi também,” admitiu Steve. “Esperava que eles tivessem ido para sempre. Somente vi o caminhão vindo pelo rancho uma vez, mas peguei um vislumbre deles da última vez que eu estava na cidade. Eu não sei com certeza que eram eles, e eu não tenho certeza que eles me viram, mas...” Steve não sabia o que pensar, mas odiava a ideia do que eles queriam e o que aconteceria se eles o encontrassem sozinho. 3


“O que você quer fazer?” Wilson parecia muito preocupado, e Steve não tinha dúvidas de que pela primeira vez ele realmente tinha alguém que estaria lá para ele. “Antes, você disse para parar de se esconder, e eu fiz isso. Estou pensando se não devemos enfrentá-los. Talvez ver se podemos obter alguns amigos para ajudar. Gostaria de saber se uma demonstração de força vai levá-los a me deixar em paz.” Steve estava ficando cansado de estar com medo o tempo todo, e estava cansado de se esconder. Talvez os gorilas de seu pai o deixariam se soubessem que ele tinha amigos e estava disposto a colocar-se numa luta. “Se é isso que você quer fazer, vou estar lá com você,” disse Wilson, e Steve sentiu um calafrio deslizar pela espinha acima. “Você não pode. Você é famoso, e meu pai vai usar isso contra você. Se ele fica sabendo que você está comigo, vai espalhar para o mundo que você é gay. Mesmo que não estejam vendo um com o outro dessa forma, você seria culpado por associação.” Steve se aproximou de Wilson para que ele pudesse olhar em seus olhos suaves. “Eu sei que você quer ajudar, e aprecio isso mais do que você pode imaginar, mas não vou permitir que o meu pai ou a sua intolerância possa te machucar.” Seu coração doía ao pensar que ele ou seu passado feriria Wilson. Wilson tinha sido bom para Steve, e não queria pagar Wilson com problemas. Pela primeira vez desde que ele tinha conhecido, Steve viu um toque de medo nos olhos de Wilson. Steve sabia, assim como Wilson que esses tipos de rumores por si só seriam suficientes para prejudicar sua carreira, deixando os fatos por si só com prova. Ele conhecia artistas, alguns bastantes famosos, tinha saído do armário há anos, mas não no mundo machista da música country. “Não vou deixar você enfrentá-los sozinho.” O medo nos olhos de Wilson ainda estava lá, mas foi acompanhado por determinação de aço. “Certo.” Steve sorriu com alívio. “Mas você tem que prometer me deixar lutar contra a minha própria batalha. Eu vim a perceber que nunca vou me livrar de qualquer um deles, a menos que me levante por mim. Você me disse para parar de me esconder, e que era a coisa certa, mas é apenas metade da batalha,” Steve explicou com mais confiança do que sentia. 3


Wilson acenou com a cabeça, mas com alguma relutância. Steve sabia que ele estava certo, mas o dizer e o fazer eram duas coisas diferentes. E o pensamento de aproximar os homens que seu pai tinha enviado para trazê-lo de volta fez a gravata no estômago em nós, mas as coisas não podiam continuar como estavam, não se queria ficar na fazenda e Steve queria isso mais do que algo que já tinha querido em sua vida. O rancho simplesmente se sentia como uma casa, que o fez verdadeiramente feliz. “Você não tem que enfrentá-los agora, porque devemos estar nos preparando para a festa,” Wilson lembrou a ele, e caminhou em direção à porta do celeiro. “Dakota disse para chegar cerca das duas horas e que o jantar estaria pronto cerca das seis.” Wilson vagou para a baia, onde Hunter, o cavalo caro que Wilson tinha comprado no leilão, estava comendo grama. “Você vai deixar os cavalos em seus piquetes?” Wilson sempre perguntava a Steve por seu julgamento quando ele veio para os cavalos, e se sentiu bem para ser confiável assim. O pai de Steve raramente confiava em ninguém, mas Wilson era muito diferente de seu pai, de muitas formas. “A maioria deles,” explicou Steve. “Mas vou passar Hunter para sua baia, pouco antes de sair. Descobri da pior maneira que se ele tiver um bom começo em corrida, ele pode saltar uma cerca maior do que essa.” Steve olhou para Wilson com um sorriso. “Enquanto estamos na festa, estou esperando para conversar com algumas pessoas sobre a possibilidade de treiná-lo como um saltador. Ele tem altura, velocidade e incrível. Poderia ser um grande saltador, mas esse tipo de treinamento é um pouco fora da minha experiência.” “O que você acha que é melhor,” Wilson disse a ele com uma cutucada no ombro leve. “Eu confio em você para saber o que está fazendo.” Wilson sorriu para ele, e Steve sentiu quente por dentro. Depois de assistir o cavalo por mais alguns minutos, ambos dirigiram-se para a casa silenciosa. Wilson começou o chuveiro, e Steve se juntou a ele, afastando a cortina e entrando por trás de seu amante nu. Steve passou os braços ao redor da cintura de Wilson, o peito pressionando à sua volta, aninhando o pau entre as bochechas de Wilson. Ele adorava a

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sensação da pele de Wilson quando deslizavam um contra o outro. Steve gemeu quando Wilson pressionou contra ele. “Foda-me, Steve,” Wilson gemeu, apertou suas mãos para o azulejo para se firmar. Steve queria muito mal, e seu pau pulsava. Mas eles não tinham feito isso ainda, e ele não tinha certeza de que estava pronto para isso, apesar de seu corpo parecer mais do que pronto. “Realmente quero sentir você,” disse Wilson quando virou a cabeça, e eles se beijaram. Estava relaxado quando Wilson moeu sua bunda no pau de Steve, fazendo a visão de Steve borrar. “Como esta noite quando eu chegar em casa?” Steve perguntou quando Wilson continuou se movendo suas bochechas para cima e para baixo do eixo de Steve. Steve começou a empurrar os quadris quando deslizou a mão para baixo da virilha de Wilson, acariciando seu pau com a água em cascata ao redor deles. “Será que está bom?” Steve sussurrou no ouvido de Wilson antes de sugar nele. “Foda-se, sim,” Wilson gemeu quando ele empurrou na mão de Steve e Steve apertou, correndo o polegar sobre a cabeça no próximo impulso de Wilson. Eles continuaram movendo-se juntos, enchendo o banheiro com gemidos de prazer. Steve nunca se cansaria desses sons que Wilson fazia. Sabia quando ele estava feliz, porque cantarolava baixinho. Mas, quando seu desejo construiu, os hums viraram profundos, guturais gemidos que levou Steve selvagem, porque quando os ouviu, sabia que Wilson estava alcançando as alturas de prazer. “Eu quero que você venha comigo,” Steve gemeu quando beijou o ombro de Wilson, na construção de seu clímax, as bolas já apertadas ao seu corpo. Steve apertou mais duro, o pau latejante de Wilson na mão, a sua interposição se tornou irregular, pois ambos se aproximavam de seu pico. Steve sentiu o pau de Wilson pulsar e ouviu-o gritar quando a liberação ultrapassou seu amante, e Steve seguiu logo atrás, empurrando contra a bunda de Wilson. Seu clímax aumentou nele, e Steve agarrou-se a Wilson, que vinha duro entre seus corpos, sua libertação pintou a pele de Wilson antes que a água lavasse embora. 3


Steve apoiou a cabeça no ombro de Wilson quando prendeu a respiração. Ele sentiu Wilson girar, e então estava sendo aconchegado e abraçado, com beijos salpicando seu pescoço. “Você é incrível,” disse Wilson sussurrando em seu ouvido, e Steve teria rido se Wilson não tivesse transferido diretamente abaixo do spray. Eles passaram algum tempo lavando e se tocando juntos antes de desligar a água. “Se você continuar olhando para mim desse jeito, nunca vamos estar pronto para a festa,” disse Steve a Wilson, que estava em sua porta observando-o puxar em suas roupas. Wilson rosnou, e Steve riu, abotoando as calças. Depois de puxar a camisa, Steve sentou-se na beira da cama, arrastando as botas enquanto Wilson continuava observando-o. Ele pegou a camisa suja do chão e jogou para Wilson, que se esquivou para fora do caminho. “O que foi isso?” Ele perguntou, indignado, jogando-o para trás. “Se você não parar de dar a mim aqueles olhares, vou rasgar suas roupas, e nós nunca vamos ir para a festa. E os seus vizinhos e amigos vão pensar que você os desprezou.” Steve colocou sua bota no chão, quando Wilson o apressou. Steve deitou na cama, rindo enquanto se recuperava. “Eu definitivamente vou explodir alguma coisa,” Wilson demorou em seu ouvido, e o jeans de Steve foi dois tamanhos muito apertados. Wilson chupava seu ouvido, e Steve gemeu, já segurando as roupas de Wilson. Seus jeans se separaram, e Wilson puxou para baixo de suas pernas. Antes que Steve pudesse dizer qualquer coisa, seu cérebro foi sendo sugado para fora através de seu pau, mesmo quando o ar encheu seus pulmões. “Willie,” Steve ofegou quando a cabeça de Wilson balançou em seu pênis, fazendo aquela coisa com a língua que o levou completamente selvagem. Ele gozou no chuveiro quinze minutos mais cedo, e já tinha suas bolas apertando e sua respiração vindo nas calças. Apertando os olhos fechados, sentiu seu clímax começar a construir, e antes que percebesse, Wilson chupou a um orgasmo de tirar o fôlego que o deixou caído sobre a cama e incapaz de se mover.

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Steve sabia que ele devia parecer totalmente devasso, e olhando apenas confirmou. Suas calças estavam em torno de seus tornozelos, camisa levantada e seu pau fora, ele não se importou, no mínimo. Steve viu o olhar de auto satisfação no rosto de Wilson enquanto lambia os lábios. “Você está pronto para ir agora?” Wilson perguntou a ele com um levantar de sobrancelhas. Steve não estava pronto para se mover, mas a porta da frente se abriu, e ele ouviu a voz de Alicia animada perguntando se ela poderia montar seu pônei para a festa. Steve apressadamente levantou as calças e teve apenas o cinto fixo quando Alicia correu para o quarto, atirando-se para ele. Steve a pegou e girou-a para o ar. “Eles têm os seus próprios cavalos na festa, e eu suspeito que haverá alguém disposto a lhe dar um passeio.” Seu grito era ensurdecedor, e Steve levou-a para a sala de estar, onde Maria esperava por todos eles. Wilson acompanhouos todos para fora da porta, e antes de partir, Steve mudou Hunter no celeiro. A cabine do caminhão estava cheia de emoção enquanto dirigiram os poucos quilômetros a casa de Dakota e Wally. O quintal estava cheio de caminhões em sua maioria, e Alicia segurou em sua mãe quando eles saíram e os sons de quase uma centena de vozes os varreram. “Estou feliz por vocês terem vindo.” Wally os cumprimentou com um sorriso enorme e os levou para onde a festa estava em plena atividade ao longo do lado da casa. Música tinha sido instalada, e as crianças estavam brincando no gramado da frente. “Por que a festa não está atrás?” Wilson perguntou, e os olhos de Steve se arregalaram. “Você não esteve aqui antes, não é?” Steve sorriu e virou-se para Wally. “Tudo bem se eu mostrar a ele e Alicia os gatinhos?” Wally sorriu. “Vou com vocês, esperem um minuto.” Wally saiu correndo e entrou na casa, retornando com um recipiente de metal coberto. “É tempo de alimentação.” Steve viu a surpresa no rosto de Wilson quando Wally levou em torno da volta da casa e pelo quintal numa área sob as árvores. Um rugido soou quando eles se aproximaram, 3


e Alicia pulou para trás e tentou subir nele. Ele a pegou, e se aproximou lentamente. “Ay Dios mio,” Maria disse debaixo de sua respiração enquanto se aproximavam das gaiolas. “Esta é Shahrazad,” Wally disse, enquanto apontava na direção do tigre impressionante rondando. “Ela pode ser protetora de sua toca, portanto, fique longe.” Wally abordou com cuidado e colocou o que parecia carne crua em uma rampa, e caiu dentro da jaula. O tigre imediatamente se lançou sobre isso. “Este é Manny. Ele é menos agressivo, desde que ele se cansa.” Wally colocou a comida em uma calha de escoamento, também. “Eu costumava ter um leão que gostava de ter sua barriga acariciada. Sempre que ele me via, ele rolava e ronronava mais alto do que um avião.” “O que aconteceu com ele?” Alicia perguntou em voz baixa, mãos ficando perto do seu corpo. “Ele morreu. As maiorias destes animais são velhos. Tento encontrar bons lares para todos eles, se eu puder, mas alguns ficam aqui para viver o resto de suas vidas. Shahrazad está sendo enviada a um zoológico na próxima semana. Levei algum tempo, mas achei alguém que estava disposto a levá-la porque ela é jovem e extremamente rara. Então, vai seguir em frente, e um outro animal vai tomar o seu lugar.” “Por que você os mantêm aqui?” Wilson perguntou, mantendo sua distância, mas claramente fascinado. “A maioria seriam sacrificados se não o fizesse. As pessoas tentam mantê-los como animais de estimação e descobrem que não pode. Circos os doam se eles são incontroláveis ou ficam muito velhos para correr. Shahrazad atacou um treinador em um circo, e ela estava completamente incontrolável. Então concordei em levá-la.” Wally continuou falando enquanto ele alimentava os animais. “Ela é um tigre de Bengala, que são extremamente ameaçados e raros, portanto, o zoológico está esperando para usá-la para reprodução. Espero que isto aconteça. Tive uma série de outros tentando lidar com ela, mas falharam, pois ela é muita difícil de controlar.”

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Wally olhou para o tigre, que olhou para cima de sua comida e inclinou a cabeça como se ela soubesse que Wally estava falando sobre ela. Ela miou e depois voltou a comer. “O que são aqueles ali?” Alicia apontou para mais algumas longe dos outros. “Por vezes, tenho outros animais exóticos que precisam de casas, e essas são as gaiolas para eles. Eu lido principalmente com gatos agora, mas não gosto de deixar os animais sofrerem se eu posso ajudá-los.” Steve viu Wilson olhar tudo em volta dele. “Como você paga por tudo isso?” “Os circos, muitas vezes fazem uma doação para ajudar com os cuidados, mas na maioria, sou eu que pago por isso. A mercearia na cidade salva ossos e pedaços para mim, o que eles vendem a um preço muito razoável.” Wally acenou de volta para a casa, e todos começaram a caminhar em direção a festa. “Dakota pensou que eu estava louco para começar, mas na maioria dos aspectos, o abrigo se paga. Shahrazad não está sendo enviada para esse zoológico de graça. Ela é um animal muito caro, e o que eles estão me pagando sustentará o abrigo por um ano. Tudo o que recebo é para alimentos, suprimentos e os custos dos cuidados. Qualquer coisa acima disso, uso para tentar expandir as instalações.” Eles se aproximaram da festa, e Steve colocou Alicia em seus pés. As outras crianças pareciam gravitar em direção a ela, e Steve viu Maria observando quando a sua menina saiu correndo para brincar. Maria se aproximou de um grupo de mulheres, e ele sorriu quando começou a conversar em seu grupo. Steve continuava querendo abraçar e tocar Wilson, mas sabia que era algo que provavelmente não deveria fazer em público, não quando metade das pessoas na festa reconheceu Wilson. “Willie Meadows,” um grande homem chamou quando fez o seu caminho, enquanto eles estavam na área da bebida pegando algumas cervejas. “Sou Harold Thompson, prefeito de nossa pequena cidade, é uma honra ter você vivendo em nossa comunidade. Eu confio que nós podemos contar com você para suporte bastante cívico.” O homem escoou “político,” e Steve assistiu Wilson, perguntando-se o que ele faria. 3


“Bem, Harold, aqui sou simplesmente Wilson. E, claro, pretendo fazer o meu dever cívico, mas principalmente estou aqui para correr a minha fazenda e desfrutar da paz e sossego. Tenho que partir para fazer um filme em poucos meses, e em seguida, uma turnê de concertos em cerca de um ano. Quero que este seja um lugar de refúgio e de paz, onde as pessoas respeitem a minha privacidade.” Wilson tomou um gole de sua cerveja, e Steve viu o rosto do prefeito cair um pouco. “Harold,” uma voz frágil o chamou. Steve virou-se, vendo Dakota empurrando um homem em uma cadeira de rodas. Ele estava inclinado para trás para uma posição ligeiramente reclinada e coberto com um cobertor, mesmo em um dia quente. “Deixe o homem em paz. Ele não precisa servir em um de seus comitês ridículos. O que você está trabalhando agora, o comitê de espalhar estrume?” “Pai,” disse Dakota, e o prefeito encontrou alguém com quem conversar. “A única razão que o homem foi eleito prefeito é porque ninguém mais queria o trabalho,” o pai de Dakota acrescentou. “Wilson, eu gostaria que você conhecesse meu pai, Jefferson,” disse Dakota, e Steve viu Wilson chegar e apertar a mão de um homem enrolado em cadeira de rodas. “É um prazer conhecê-lo, Sr. Meadows,” disse Jefferson, com um meio sorriso. “Por favor, me chame de Wilson, e o prazer é todo meu.” Wilson inclinou-se um pouco mais. “Obrigado por se livrar do prefeito. Nunca gostei de políticos,” disse com uma piscadela, e Jefferson acenou levemente em troca. “Este é Steve. Ele está treinando cavalos para mim.” Steve apertou a mão do homem, do modo que Wilson fez. Jefferson parecia tão frágil, e ainda havia uma força nele que surpreendeu Steve. Seus olhos estavam brilhantes, e era óbvio que havia inteligência e espírito dentro do corpo torcido. Steve sentiu-se surpreendentemente decepcionado com a forma como Wilson o tinha introduzido, mas tentou manter o sorriso no lugar. Racionalmente, sabia que ele era mais a Wilson do que apenas o cara que treinava e cuidava de seus cavalos, e que Wilson estava simplesmente sendo cauteloso, mas ainda doía. Após desculpar-se, Steve afastou para onde alguns dos homens estavam lançando ferraduras, e os assistiu por um tempo, mas seus olhos 3


ficavam vagando para onde Wilson estava falando com um grupo de pessoas agrupadas em torno dele como se estivesse segurando uma platéia. Steve suspirou para si e tentou assistir o jogo, mas não o interessou. “Tudo bem?” Steve virou-se e viu Haven de pé atrás dele. “Eu acho.” Steve tomou um gole de sua cerveja para cobrir sua distração como ele, mais uma vez escapou uma olhada no seu amante. “Eu só estou sendo tolo.” Ele estava, sabia disso. Wilson se preocupava com ele, ou pelo menos Steve pensou que fazia. “Você gostaria de ir para um passeio? Nós temos cavalos selados, e alguns de nós iremos dar as crianças mais jovens a oportunidade de passar algum tempo em um cavalo. Você pode se juntar a nós, se você gostar, há espaço.” Steve terminou o último de sua cerveja. “Eu gostaria, e assim como Alicia.” “Bom,” disse Haven, e ele levou Steve sobre o lugar onde os cavalos selados estavam à espera, com um número de crianças em torno moendo em espera de uma chance, Alicia entre eles. Quando ela viu Steve, Alicia correu. “Vou montar um cavalo de verdade,” disse ela quando Steve levantou-a do chão. “Sim. Você e eu vamos montar juntos,” Steve disse a ela, e ela riu quando Steve colocou-a para baixo. “Você precisa dizer a sua mãe onde você vai estar para que ela não se preocupe.” Alicia correu pelo quintal para Maria, e Steve a viu falar por um minuto, e então Alicia correu de volta com um enorme sorriso no rosto. “Mamãe disse que estava bem,” Alicia disse feliz, com as mãos atrás das costas, seu corpo balançando com entusiasmo. “Esta senhora vai trabalhar para você,” disse Haven quando indicou a égua castanha esperando pacientemente em uma das cercas. Steve subiu para a sela, e depois Haven entregou Alicia a ele. Steve virou, sentando Alicia na frente dele. Ela vibrou com a energia, estava tão animada, que se inclinou para frente para dar um tapinha no pescoço do cavalo com as mãos pequenas.

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“Você é um cavalo bom,” disse ela mais e mais quando continuou a esfregar o pescoço da égua. “Qual é seu nome?” Alicia perguntou, olhando para Steve. Felizmente, Haven estava nas proximidades. “O nome dela é Lulu,” disse Haven com um sorriso enquanto ele também montava em um dos cavalos e um dos garotos foi passado para ele. “Está todo mundo pronto?” Havia quatro cavalos e oito cavaleiros em seu grupo, e Haven conduziu para fora do pátio e para baixo ao longo de uma trilha. “Nós vamos montar para o rio e para trás. Isso não deve ser muito longo.” Steve olhou novamente para o grupo reunido, e viu Wilson ainda no centro do seu grupo. Steve quis acenar, mas ele não olhou como se Wilson ainda tinha percebido que ele se foi. Alicia falou e falou, ao comentar sobre tudo, desde as árvores, do calor, do sol para a forma como o cavalo andou. Steve manteve-se atento e respondeu todas as perguntas de Alicia melhor que pôde, mas sua mente parecia vagar de volta para Wilson. Talvez ele estivesse simplesmente enganando a si próprio por acreditar que um homem famoso como Wilson realmente poderia cuidar de um cara como ele. Steve não tinha nada para lhe oferecer, não realmente. Além disso, Wilson estaria em torno de outras pessoas famosas e bonitas quando estava filmando o filme, e poderia ter quem quisesse, enquanto estivesse em turnê. “Não fique triste,” disse Alicia quando ela se virou para olhar para ele. Steve sorriu para ela, e ela parecia satisfeita. Quando eles se aproximaram do rio, Alicia queria descer, e Steve podia ouvir as outras crianças pedindo também, mas eles continuaram. Steve sabia que os pais não gostariam de receber seus filhos molhados. Sem mencionar em coisas piores do que uma sela molhada e mole. Enquanto cavalgavam ao longo da água cintilante, a brisa resfriou um pouco na sombra de grandes árvores que ladeavam os morros. “Podemos fazer um piquenique aqui algum dia?” Alicia pediu quando sua cabeça virou para olhar para a copa das folhas acima deles. “Eu nunca vi árvores como estas antes. Onde é que eles mantêm as palmeiras?”

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Steve riu suavemente. “Não existem palmeiras aqui. Fica muito frio no inverno. Portanto, há diferentes tipos de árvores. Veja,” disse Steve, apontando “as árvores perdem suas folhas no inverno, então tudo que você vê são os ramos. Mas antes que elas fazem, a Mãe Natureza pinta as folhas de todos os tipos de cores diferentes. É muito bonito.” Steve usou a explicação que sua mãe tinha dito a ele quando era jovem, e Alicia parecia fascinada. “Quem é a Mãe Natureza? Podemos visitá-la e dizer-lhe para pintar as folhas agora? Eu quero ver as cores,” disse Alicia dessa forma as crianças tinham que fazer o impossível parecer totalmente razoável. “Mãe Natureza cuida de todos os animais e plantas. Ela é muito ocupada, e precisamos deixá-la fazer as coisas em seu próprio tempo. Vai ficar mais frio em breve, e então as folhas vão mudar. Você não vai perder isso, eu prometo.” Steve sorriu, e Alicia passou a falar de outra coisa, quando eles fizeram a sua vez de volta para o rancho. Quando chegaram, Steve entregou Alicia para Dakota, e ela correu para sua mãe antes de derrapar para uma parada. “Obrigado, tio Steve,” ela chamou antes de correr animadamente com sua mãe. Steve viu um menino perto dos seis anos em pé perto de seu cavalo, e Dakota o levantou. “Eu sou Steve, qual é o seu nome?” Steve perguntou ao jovem. “Sou Carl,” ele respondeu, acariciando o pescoço de Lulu da mesma maneira que Alicia tinha feito. “Quantos anos você tem?” Steve perguntou enquanto esperavam os outros para ficarem prontos. Steve olhou para a aglomeração, e foi imediatamente aparente aonde Wilson estava por causa da multidão em torno dele. “Eu tenho cinco,” disse ele, segurando uma mão cheia de dedos, piscando a Steve um enorme sorriso. “Você veio com Willie Meadows?” “Sim. Eu cuido de seus cavalos,” disse Steve com um toque de sarcasmo que obviamente passou desapercebido por Carl.

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“Minha mãe acha que ele é encantador. Disse que ouviu que ele ia estar aqui. Ela disse que estava indo para tentar o ensacar, mas não sei o que isso significa.” Carl lhe deu um olhar engraçado, mas Steve manteve seu rosto suave. Desejava-lhe sorte. Os outros cavaleiros estavam prontos, e eles começaram a sua caminhada lenta, seguindo a mesma trilha que eles tinham antes. As crianças pareciam ter um grande momento, mas Steve manteve sua atenção sobre onde eles estavam indo enquanto seus pensamentos giravam em torno de Wilson e que realmente estava acontecendo entre eles. Quando eles voltaram, Steve entregou Carl para baixo e, em seguida, deslizou para fora do cavalo. Ajudou a Haven a tirar as selas antes de soltar os cavalos em seus piquetes. Steve então voltou para a festa. Não se aproximou do grupo de pessoas ao redor de Wilson, em vez caminhou para a área de bebidas. Ele definitivamente precisava de uma cerveja ou seis. Bebendo da sua garrafa, olhou para a multidão e teve um vislumbre de Wilson. Ele tinha um sorriso no rosto, mas parecia forçado. Seus olhos se encontraram por um segundo antes de uma loira magra com cabelo comprido passar no caminho. Ele viu Carl se aproximar dela, e Steve balançou a cabeça para si mesmo. Se ela queria tentar ensacar Wilson, ela pelo menos tinha munição — mas era de calibre errado. Pessoas fluíam em torno dele. Ele não sabia, e eles quase pareciam não reconhecê-lo. Tomando outro gole de sua cerveja, Steve olhou na direção de Wilson mais uma vez. Isso estava se tornando ridículo, e Steve sabia, mas não podia tirar os olhos de Wilson por muito tempo. Ele desejava tocá-lo, abraçá-lo, e empurrar todos os parasitas a distância. Ele viu a mãe de Carl jogar a cabeça para trás e rir de alguma coisa, balançando os cabelos, como uma rameira demente. Os homens ainda estavam jogando ferraduras, e o tilintar de metal contra metal soou à distância. Steve estava pensando em encontrar alguém com quem falar quando os olhos de Wilson encontraram os seus. Steve viu o sorriso estampado, mais uma vez, e até mesmo a esta distância, ele podia ver as linhas cansadas e sem brilho do olhar em seus olhos. Quando Steve voltou seu olhar, o sorriso de Wilson animou um pouco. Ele acenou para as pessoas ao seu redor antes de caminhar em direção a Steve.

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Steve sorriu, mas depois deixou desaparecer. Ele não precisava anunciar o quão feliz estava olhando para seu amante. Chegando até uma cerveja gelada, Steve puxou uma garrafa e abriu, entregando-a a Wilson. “Deus, eu preciso disso,” disse Wilson antes de tomar um gole da garrafa. “É quase tão ruim quanto aparecer pessoalmente em Los Angeles, só que é mais agressivo, se isso é possível.” Wilson olhou de volta para o grupo. “Essa loira realmente agarrou minha bunda.” Steve rosnou e tentou encobri-lo, tomando uma bebida, mas não funcionou. “Essa mulher é agressiva como o inferno.” “Eu dei a seu filho um passeio, e ele me informou que sua mãe queria 'ensacar' você.” Steve tentou não rir, mas não conseguiu. “Há apenas uma pessoa que quero me ensacando, e ele vai ter que fazer isso depois que chegar em casa.” Wilson piscou, e Steve sorriu, antes de olhar para longe, cobrindo sua expressão com um puxão em sua garrafa. “Aí está você.” Os seios grandes da loira que só poderia ser a mãe de Carl para ensacar um homem babando até Wilson, tomando seu braço no dela. “Eu adoraria cozinhar para você,” disse ela ofegante, e Steve revirou os olhos atrás das costas, afastando-se da mesa. “Isso seria muito bom, mas não estou disponível por um bom tempo. Eu tenho uma grande quantidade de trabalho a fazer,” explicou Wilson suavemente, mas a loira não estava aceitando nada disso, puxando o peito para frente para Wilson saber exatamente o que estava oferecendo. “Cheryl, acredito que Carl precisa de você. Ele está perto do celeiro,” Wally disse quando se aproximou, e Steve a viu hesitar antes de relutantemente liberar o braço de Wilson, indo embora com um balanço de seus quadris nos, saltos altos, deixando um rastro de buracos enquanto ia. “Essa mulher é uma ameaça,” Wally disse suavemente. “A única razão para convidá-la é porque Carl ama os cavalos, e não posso puni-lo por causa de sua mãe vadia.” Wally olhou para seu traseiro recuando e estremeceu. “Ela realmente foi atrás de Dakota do ano passado. Ela e eu tivemos uma pequena conversa, e expliquei a ela que se não 3


deixasse o meu homem sozinho, eu usaria um de seus sapatos de salto alto para picar-lhe os olhos.” Wally continuou brilhando antes de estourar em um sorriso. “Você sabe, depois disso, ela provou que é possível correr de salto.” Steve viu Cheryl fazendo o caminho de volta em sua direção. “Parece que as ferraduras estão livres, vamos jogar.” “Eu não sei como,” disse Wilson, mas Wally foi imperturbável. “É isso ou passar a próxima hora com Cheryl,” Wally advertiu. “Eu vou aprender,” disse Wilson, e eles fizeram o seu caminho para o campo. Steve nunca tinha jogado ferraduras. Seu pai não aprovava tais jogos. Inferno, ele encontrou depois de estar fora da comunidade por um tempo relativamente curto que havia um monte de coisas que seu pai não aprovava. Wally explicou as regras, e Steve viu que Cheryl fez seu caminho e os assistiu jogar por um tempo, mas eventualmente perdeu o interesse. Nem ele, nem Wilson eram bons, mas se divertiram bastante com alguns dos outros homens, que foram úteis. A tarde avançava, e, eventualmente, todos foram chamados para o jantar. O pai de Dakota sentou-se à cabeceira de uma das mesas, e ele e Wilson se juntaram a ele, efetivamente deixando Cheryl fora. “Não se surpreenda se ela aparecer na sua casa,” disse Dakota quando se sentou em frente a eles. “A mulher é uma dor.” Steve riu. “Wally disse-nos.” “Ela também é uma grande fofoqueira e uma intrometida, por isso tenha cuidado, se você sabe o que quero dizer,” Dakota advertiu. Felizmente, a conversa se voltou para algo mais agradável. “Você gostaria de cantar uma canção mais tarde?” Jefferson perguntou baixinho da cabeceira da mesa, e Steve viu Wilson hesitar antes de concordar. Ele sabia que Wilson realmente queria tentar ser uma pessoa normal, disse isso muitas vezes o suficiente, mas em uma reunião como esta, Willie Meadows ia ser forçado a fazer uma aparição. “Eu não tenho meu violão, no entanto,” explicou Wilson e Steve cutucou levemente.

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“Está atrás do assento no caminhão. Achei que você ia ter que se apresentar, assim que o coloquei e você não teria que voltar para pegá-lo.” Steve não tinha certeza se Wilson ficaria feliz com ele ou não. Steve o ouviu suspirar suavemente antes de dizer-lhe calmamente obrigado. Uma vez que eles terminaram de comer o churrasco, Dakota disse algumas palavras e, em seguida, foram para as sobremesas, o que causou uma grande euforia com as crianças se alinhando para comer a sua parte no sorvete. Steve teve que admitir que ele quase o fez também. Uma fogueira foi acesa em um enorme buraco, e os adultos se reuniram em torno enquanto as crianças continuavam brincando no gramado. Eventualmente, Steve viu Wilson chegar com seu violão, e quando tomou o seu lugar, o silêncio caiu, com apenas o crepitar do fogo para quebrar o silêncio do crepúsculo que chegava. Steve sentou em uma cadeira onde podia observar Wilson sem os outros realmente percebendo onde ele estava olhando. A luz do fogo dançava no rosto de Wilson quando ele colocou o violão no colo e começou a dedilhar. Steve sabia que ele estava simplesmente se aquecendo e deixando sua mente vagar. Sem qualquer explicação, Wilson cantou um padrão antigo sobre o Oeste: terra, montanhas, água e... água fria, claro. A voz de Wilson jogou na mente de Steve da maneira que sempre fez. Ele podia ouvir o amor na voz de Wilson. Steve teria gostado de pensar que estava cantando para ele. Fechando os olhos, deixou a música e a voz de Wilson lavar sobre ele. Steve sabia que todos os outros ao redor da fogueira ouviam Willie Meadows, exceto Steve, que ouvia Wilson, o homem que ele queria desesperadamente ser capaz de pensar como seu. A música terminou e outra começou. Abrindo os olhos, viu que todos ao redor da fogueira estavam encantados com a voz de seu amante. Steve tinha ouvido Wilson cantar, ambos gravado e ao vivo, e sabia exatamente por que ele era tão popular. Sua voz parecia suave, chocolate, creme escuro para Steve. Uma vez que você tomava uma mordida, queria mais e mais.

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Ele podia ver todos os outros ao redor do fogo lentamente deslizando sob o feitiço de Wilson. Ninguém se moveu enquanto Wilson cantava. Inferno, Steve mal podia respirar, e tudo o que ele queria era mais. Wilson tocou sua última, e depois tudo estava quieto. Steve viu as pessoas piscarem quando começaram a se mover e mexer em seus assentos. Aplausos irromperam e Wilson disse obrigado antes de se afastar da fogueira. “Só mais uma,” Cheryl perguntou quando ela se aproximou inclinando em Wilson, a cabeça indo para ele. Steve podia ver que Wilson estava cansado, e agora sabia exatamente por que Wilson havia se afastado e comprado o rancho. Todos pareciam querer um pedaço dele: um autógrafo a mais, cantar mais uma música, escrever mais uma música, servir em mais um comitê porque com você, podemos levantar mais dinheiro. Apenas mais uma coisa... Steve levantou-se. Ele andou em torno da volta do anel de cadeiras, levou o violão de Wilson, e sem uma palavra, levou-o através do pátio escuro para o caminhão. Ele não estava deixando ninguém torcer tudo o que podiam para fora de seu amante. Wilson era uma pessoa dada, Steve tinha visto isso em primeira mão, e sabia que Wilson iria adiante. Ele abriu a porta, colocou o violão no seu estojo, e depois o guardou no banco de trás. O coração de Steve sentiu leve. Tinha visto o olhar agradecido no rosto de Wilson, e ele sabia que estava destinado apenas para ele. Fechando a porta, Steve foi cercado pela escuridão total. Andando através da escuridão, ele caminhou de volta para o riso que fluía em toda a gama, com uma brisa leve de verão. Uma mão tocou em seu ombro, e Steve virou-se, olhando em olhos familiares. “Nós estamos procurando por você.” O coração de Steve pulou numa batida, e ele sabia que deveria gritar, mas não podia. Tudo o que ele podia fazer era olhar.

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Capítulo Sete WILSON não parava de olhar para onde Steve tinha ido, e depois de um minuto, ele se levantou também. Depois de fazer um desvio na tenda de bebida, vagou em direção ao caminhão. O que viu o parou em seu caminho. Ele conheceria Steve em qualquer lugar apenas pelo modo como se levantou e mexeu-se, mas certamente não conhecia os dois homens perto dele, e pareciam estar um pouco perto demais. Algo lhe dizia que Steve estava em perigo. Wilson atravessou o quintal e se aproximou de Steve. “O que está acontecendo?” “Estes homens são os que meu pai enviou,” Steve disse a ele, e Wilson colocou a mão nas costas de Steve para tranquilizá-lo. “Você tem dois segundos antes de eu gritar, e haverá muita gente aqui que não tomarão muito gentilmente vocês tentarem sequestrar Steve.” Wilson não estava permitindo que qualquer pessoa levasse Steve para qualquer lugar que ele não queria ir. Os dois homens deram um passo para trás. “Quem falou em sequestro? Nós estamos tentando encontrar Steve pelos últimos meses, desde que ele fugiu do hospital.” “Então por que vocês estão aqui? O que o meu querido pai obcecado e maluco quer?” Steve disse, e Wilson podia sentir a tensão rolando fora de seu amante. “Porque eu não tenho nenhuma intenção de voltar lá, nunca, de modo que vocês podem dizer ao meu pai para me deixar em paz.” Steve olhou para os homens, e Wilson sentiu seu peito encher de orgulho. “Espere,” um dos homens disse: “você acha que seu pai nos enviou?” Ele balançou a cabeça. “Nem um pouco. Fomos enviados por alguns dos outros membros da comunidade para certificar de que estava tudo bem. Eles não estavam felizes com a maneira que seu pai tratou você e outras pessoas da comunidade. Eles nos pediram para encontrá-lo e ver se você voltava e os ajudava a expulsar o seu pai.”

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Wilson olhou para Steve e depois para os dois homens, cada um dos quais acenou vigorosamente. “Eu realmente não me importo,” disse Wilson. Um dos homens se aproximou. “Você é o cara que nos enviou nessa perseguição de ganso selvagem algumas semanas atrás.” Wilson viu a carranca e depois o olhar para trás, em Steve. “Seu pai não sabe onde você está. Ele teve Rose lendo suas mensagens, mas ela nunca lhe contou sobre a oferta de emprego que você teve. Não estamos felizes com a maneira como seu pai corre a vida de todos, e não foi justo o jeito que ele estava correndo a sua.” “Olha.” Wilson levantou a mão. Ele já teve o suficiente falando no escuro, onde não podia ver o rosto de ninguém. “Esta é uma festa, e duvido que vocês de alguma forma foram convidados. Vocês já sabem onde Steve vive; vocês dirigiram por várias vezes. Então sugiro que vocês parem amanhã de manhã, tarde,” acrescentou com ênfase, ”e vamos conversar. Mas nós também temos amigos por perto, só no caso.” Eles acenaram e se afastaram. Wilson observou quando eles atravessaram o pátio e para a estrada. Suas formas recuaram para a escuridão, e alguns minutos mais tarde, ele viu um caminhão sair e ir embora. Wilson não tinha ideia o que pensar sobre esse encontro. “Aqueles eram os homens atrás de você? Será que você os reconheceu?” “Sim. Acho que eles chegaram à casa logo depois que você partiu para Los Angeles, e me escondi deles,” Steve disse-lhe num tom que soou como uma confissão. “E pensar que eles estavam tentando me encontrar, porque estavam preocupados comigo.” Wilson não estava comprando sua história, pelo menos não totalmente. “Quando falarmos com eles amanhã, poderemos ver se a sua história segura. Até então, você não está deixando a minha visão. Há algo de podre na Dinamarca, e quero ver o que é.” Wilson sentiu um calafrio correr pela espinha acima. E se o que eles disseram é a verdade? Que eles queriam Steve voltando com eles para ajudar a se livrar de seu pai. E se Steve partisse? Ele cresceu na comunidade, e todos o conheciam lá. Se o que estes homens disseram era verdade, então talvez um monte de pessoas não pensava da mesma forma que o pai de Steve faz, e talvez Steve pudesse ir para casa. O pensamento deu medo nele, porque havia se tornado muito ligado a Steve. Inferno, seu coração saltou cada vez que Steve sorriu, e a ideia dele 3


partindo deixou uma sensação de vazio em Wilson. Wilson não iria ficar em seu caminho se Steve quisesse partir — porém, ele se importava muito para fazer isso. “Vamos encontrar Alicia e Maria,” disse Wilson na escuridão, desejando que ele pudesse ver a expressão de Steve para qualquer indicação, não importando quão pequena, do que ele estava pensando. “Talvez seja a hora de ir para casa.” “Sim,” Steve concordou distraidamente sem virar a cabeça para olhar para longe de onde o caminhão dos dois homens tinha desaparecido. Deixando Steve sozinho, Wilson voltou para a fogueira e viu que Alicia subiu no colo de sua mãe e parecia estar quase dormindo. Maria parecia pronta para ir, então ele pegou Alicia de seus braços e a levou para o caminhão, afivelando-a no banco. Depois que todo mundo estava no caminhão, ele começou a dirigir para casa. Todo mundo estava quieto, e Wilson simplesmente dirigiu. Todos eles tiveram um dia maravilhoso, mas foi um dia longo. Durante o passeio relativamente curto, Wilson encontrou-se olhando para Steve a cada poucos segundos, tentando obter uma dica sobre o que ele poderia estar pensando, mas não descobriu nada. No rancho, ele puxou perto da casa do capataz. Depois de dizer boa noite, Maria e Alicia entrou, em seguida, ele puxou para o seu espaço de estacionamento normal. Wilson não sabia o que dizer, e até abriu a boca para pedir para Steve ficar, mas sabia que não era justo. Se Steve queria partir, ele adicionaria mais pressão e não ajudaria. “Eu preciso verificar os cavalos,” disse Steve a Wilson, uma vez que desligou o motor. “Entrarei em breve.” Steve correu para o celeiro, e Wilson pegou seu violão e caminhou em direção à casa. Ele nunca fez isso dentro. Na varanda, começou a ouvir a música flutuando através de sua mente. Sentando em uma das cadeiras que Steve tinha encontrado e pintado, Wilson colocou o instrumento no joelho e começou a tocar. Ao contrário da última vez, essa música surgiu totalmente formada, e reconheceu como o medo e a incerteza que vinha à superfície. Uma vez que a música parou, tocou de novo e de novo, imprimindo a música no seu cérebro. Então ele abriu a boca, e as palavras saíram — suaves e lentas, tristes e assustadas, quando vieram. Ele cantou sobre a noite, a noite só, e com apenas 3


as estrelas por companhia. Cantou o que a fazenda seria para ele se Steve o deixasse, com apenas longas noites solitárias. Wilson fechou os olhos e imaginou os cavalos e até os grilos ficariam em silêncio por causa das longas noites solitárias. Quando a música terminou, Wilson olhou para o pátio escuro. Ele ouviu um pequeno som vindo do celeiro. Ele sempre se perguntou quanto tempo levaria para a inspiração bater assim, embora que desta vez ele parecia ter acontecido muito rapidamente. Wilson abriu a porta e correu para dentro. Sentando à mesa em seu quarto, escreveu a música e as palavras em um turbilhão de atividade criativa. Uma vez que tinha escrito, a música parou normalmente, mas não desta vez. As longas noites solitárias continuaram jogando na cabeça de Wilson. Largou a música no scanner, fez uma cópia, e enviou um email para Howard. A porta bateu fechada, e Wilson olhou para cima onde ele tinha vindo a trabalhar, olhando para o relógio, surpreso que tinha passado apenas um pouco mais de uma hora desde que eles chegaram em casa. Wilson ouviu os passos de Steve descendo o corredor e entrando em seu quarto. A porta se fechou, e Wilson voltou para sua mesa, olhando para a canção que tinha escrito, já que continuava jogando em sua cabeça. Uma mão tocou levemente em seu ombro, e então os lábios tocaram seu rosto, logo abaixo da orelha. “Você se levantou por mim,” disse Steve, e Wilson virou. É claro que ele levantou-se por Steve, cuidou dele. Wilson ingeriu. Ele o amava. Nesse segundo, Wilson sabia o que ele estava sentindo. Abriu a boca para realmente dizer as palavras, mas Steve beijou-o com força, tomando posse de sua boca, e Wilson avançou. Levantando-se, guiou Steve para a cama, já puxando a camisa de seu amante. Sua própria camisa seguiu rapidamente, e então caiu sobre a cama em um emaranhado de pernas, mãos exploraram desenfreadamente.

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Wilson sentiu Steve em cima dele, os dedos desabotoando o cinto, e Wilson tentou fazer o mesmo. Depois de um pouco de energia desajeitada, o resto de suas roupas se juntou as suas camisas no chão. Cada um deles beijou a parte de pele que podia chegar enquanto ambos se contorciam na cama, avidamente tentando obter um sabor a mais ou acariciar seu amante um pouco mais. Sua energia irregular rapidamente virou mais significativa quando os lábios saboreavam e as mãos exploravam. Em algum momento durante a sua frenética desajeitada, o coração de Wilson se comprometeu, e assim, eles não estavam fazendo sexo, estavam fazendo amor, pelo menos para ele. Wilson queria pensar que Steve sentia o mesmo, mas não podia ter certeza. E mais uma vez, ele estava muito perto de deixar essas três pequenas palavras cruzarem seus lábios, mas conteve-se. Em vez disso, deixou seu corpo falar por ele e esperava que Steve entendesse a mensagem. Wilson não tinha certeza se Steve entendeu ou não. Ele parecia selvagem e quase conduzido pelo medo. Quando Steve levou-o profundamente, era como se ele tinha que tê-lo de uma só vez, a energia combinada com o olhar quase selvagem em seus olhos levou Wilson selvagem quando deixou Steve tirar tudo o que precisava. Inferno, quase parecia como se Wilson fosse para um passeio, e que passeio. Wilson chegou em um impacto ofuscante com Steve logo atrás dele. Depois disso, eles se estabeleceram na cama, e Steve pressionou tão perto de Wilson que podia sentir seu coração batendo e o sangue correndo sob sua pele.

ELES NÃO dormiram muito. Durante a noite, Steve lançou e virou, e Wilson segurou. Ele não podia culpar seu amante. Ele não estava pronto para acreditar completamente nos homens da comunidade de Steve, ainda não, mas se o que falaram era verdade, isso poderia ser quase tão perturbador para Steve como se tivessem tentado levá-lo de volta. E, para Wilson, o que eles ofereceram o assustou até a morte. Poderia lutar contra eles se fossem de seu pai, mas não podia lutar contra a sua oferta para permitir que ele fosse para casa. 3


“Está tudo bem, eu estou aqui,” Wilson sussurrou na escuridão quando Steve lançou mais uma vez. Aconchegando-o em seus braços, Wilson ouviu Steve fazer ruídos desesperados e depois acalmou mais uma vez quando Wilson começou a acariciar o braço. Eventualmente, Wilson adormeceu assim, acordando ao som de Maria na cozinha e risos de Alicia. Steve não se mexeu, e Wilson cuidadosamente saiu da cama e caminhou calmamente até o banheiro. Depois de se vestir, saiu do quarto, fechando a porta sem fazer barulho. “Señor Steve está bem?” Maria perguntou quando Wilson foi para a cozinha, entregando-lhe uma caneca de café fumegante. Wilson acenou com a cabeça enquanto bebia timidamente, e Maria voltou para o seu cozimento. “Há alguns homens que pararão esta manhã,” Wilson disse como tentativa, perguntando-se como iria explicar essas coisas para ela. “São estes os homens de ontem à noite? Eu vi você falar com eles, e Señor Steve não parecia feliz,” disse Maria sem olhar para cima da panela. A mulher tinha os olhos de um falcão — era a única explicação. “Alicia e eu, vamos para a nossa casa depois de comer, mas você promete ligar se precisar de nós.” Foi só depois que ele prometeu pedir ajuda que ela entregou-lhe um prato. Steve se juntou alguns minutos mais tarde olhando um pouco como “cervo em faróis” quando ele, também, sentou-se à mesa. Comeram em silêncio, apenas com o tilintar de talheres de prata contra os pratos. Wilson notou que Steve só mexeu em sua comida por um tempo antes de se levantar e sair da mesa, levando sua caneca com ele quando saiu pela porta da frente. Wilson observou-o ir e decidiu que Steve precisava de algum tempo a sós com seus pensamentos. O telefone de Wilson tocou quando ele terminou de comer. “Bom dia, Howard.” “Isso é uma foda incrível!” Tocou através do telefone. “Essa música que você enviou é incrível. Eu ia dizer que é melhor do que a passada, mas elas estão entre as melhores que você já escreveu.” O entusiasmo do outro lado da linha era inesperado e muito gratificante. “Eu vou passar isso para a gravadora, esta manhã. Eles estão indo para ficar feliz.” Por um segundo, Howard quase jorrou. “Assim como estão as coisas?” 3


“Você viu a música,” Wilson respondeu, levantando a caneca para mais um gole de café. “Sim, mas eu suspeito que não são os lugares abertos que estão alimentando este surto de criatividade.” Havia cautela e preocupação na voz de Howard. “Eu não posso discutir com os resultados, mas você precisa ser muito cuidadoso. Se tudo o que está acontecendo entre você e aquele garoto sai...” “Howard, por favor...” Ele ouviu uma respiração profunda. “Não é besteira, Wilson. Eu soube assim que eu vi que a primeira música, nas longas pernas que você estava escrevendo.” Um grande suspiro soou quando Howard sumiu. “Você merece ser feliz, eu sei disso, e porra, quero que você seja. Você merece. Eu só não quero que a felicidade venha com um preço que não estamos dispostos a pagar.” A linha ficou em silêncio, e por alguns segundos parecia que Wilson estava ouvindo seu velho amigo. Em seguida, ele se foi como se uma bolha estourasse. “Então, quanto tempo você espera mandar o resto?” “Vou tê-los quando eu os tiver. A música está chegando agora, e vou para onde isso me levar.” Isso foi tudo o que ele poderia fazer. A maioria das pessoas não entendia que ele não poderia simplesmente ligar a sua capacidade de escrever música. Quando isso acontecia, acontecia. Tentar forçá-lo e sempre saia uma porcaria, então parou, e depois disso sempre foi com sua inspiração. Até agora não o guiou a nada errado. “Vou enviar-lhe alguma coisa quando tiver isso.” “Ótimo. Vou estar ai neste fim de semana, e podemos discutir mais este roteiro e os outros negócios que estou trabalhando para você.” Howard parou de falar, e Wilson esperou para ouvir o que viria a seguir. “Eu sei que você está feliz ai, mas tenho recebido um número de ofertas. Vamos analisá-los, embora, e você pode me dizer o que quer fazer.” Era este o Howard mesmo? “O que há com você? Não empurrando?” A linha ficou muda. “Acho que entendo como você está se sentindo. Desde que você saiu da cidade, tive mais tempo desde que não estou cuidando de você.” 3


“Muito engraçado, Howard,” brincou Wilson sem jeito, mas era bom ouvir a felicidade na voz de Howard. “Conheci alguém. Nós tivemos alguns encontros, e ela é muito legal. Bonita, mas realista e real.” Howard soou quase alegre. “Você merece ser feliz também, Howard, e vou vê-lo neste fim de semana. Ela vem com você?” “Não. Linda tem que trabalhar. Então vai ser só comigo por alguns dias. Vejo você depois.” Howard desligou, e Wilson colocou seu telefone em cima da mesa. Depois de terminar o café, estava preste a vagar até o celeiro, mas Steve voltou para dentro, e Wilson ouviu a televisão ligar. Maria estava limpando, e Wilson levou seus pratos para ela antes de ir para Steve na sala de estar. Maria trouxe duas canecas de café fresco antes de ela e Alicia saírem de casa, deixando-os sozinhos para esperar. Uma leve batida na porta fez Steve saltar tão rápido que quase derramou sua caneca, e Wilson tocou em seu braço para tranquilizá-lo antes de se levantar para atender. Os mesmos dois homens da noite passada estavam em sua varanda, e à luz do dia Wilson teve de admitir que parecia muito menos intimidador. Ele não tinha certeza de que estava esperando algo como os Homens de Preto, sem dúvida, mas não calça cáqui e camisas polo. “Entrem e sentem-se,” disse Wilson, e ele se sentou ao lado de Steve. Wilson quis tomar Steve e o segurar perto para tranquilizá-lo, mas sem saber o que estes homens estavam atrás... Então se sentou no sofá e esperou enquanto Steve olhava através deles sem dizer uma palavra. “Acho que você deveria dizer-nos para o que você veio aqui,” disse Wilson, e ele quase estendeu a mão para segurar a mão de Steve, mas manteve-se mais uma vez. “Então, assim como você pode começar no início e fazer as apresentações.” “Sou Gilbert, e este é meu irmão, Jerry. Conhecíamos Steve da comunidade, mas não tivemos juntos muita interação. De qualquer forma, depois que o pai de Steve, David, enviou-o para o hospital, nós meio que tentamos manter um olho nele, mas não fomos capazes de chegar a ele, e desde que ele fugiu, estamos tentando encontrá-lo,” Gilbert 3


explicou antes de girar para Steve. “Seguimos aqui através da carta que você recebeu. Seu pai não sabe onde você está. A carta original foi entregue a Rose, e ela teve certeza de que seu pai não a visse. Ela, então conseguiu isso e passou para você.” Steve acenou em acordo. “Eu me perguntava como alguém sabia onde eu estava.” A voz de Steve soou plana, como se não tivesse certeza do que fazer de tudo. “Então, o que está acontecendo e por que estão aqui?” Gilbert olhou para Jerry e depois de volta para Steve, que cruzou os braços sobre o peito. “Nós lhe dissemos ontem à noite que há pessoas na comunidade que não estão felizes, mas a maioria deles estão com muito medo de seu pai.” Steve balançou a cabeça lentamente. “Eles têm razão de estar. Acho que ele está começando a perder a sua sanidade mental.” Jerry acenou em acordo, e Gilbert continuou. “Quando você fugiu do hospital, isso deu esperança às pessoas. Eles começaram a falar em voz baixa que talvez você voltasse e que poderia significar o fim de seu pai. Mas você se afastou. Jerry e eu saímos para tentar encontrá-lo.” “O que o meu pai pensa sobre vocês saindo?” Steve perguntou, e Wilson podia ver o olhar duro nos olhos de Steve. “Não que seja particularmente importante,” Steve continuou, sem deixá-los responder. “O que eu realmente quero saber é onde estavam todas estas pessoas assustadas e notoriamente quietas quando meu pai me jogou em um porão por dias? O que fizeram então?” A voz de Steve ficou maior, mais urgente e com raiva. “Ele é seu pai,” disse Gilbert, como se isso explicasse tudo. A paciência de Wilson estava começando a se desgastar. “Você percebeu que Steve é adulto, e ninguém, nem mesmo este todo-poderoso, pai-todo-poderoso,” disse ele, deixando o gotejamento de sarcasmo sair de sua língua, “tem o direito de prender alguém contra a sua vontade.” Que tipo de pessoas eram eles? “Nós não sabíamos a princípio o que tinha acontecido. David manteve tudo em segredo, dizendo-nos que Steve estava doente. E na opinião de David, ser gay é uma doença. 3


Nós não sabíamos sobre o quarto trancado e Steve sendo mandado embora até quase uma semana depois que foi embora.” Gilbert engoliu em seco e olhou para Steve suplicante. ”Nós sinceramente não sabíamos.” Steve não relaxou sua postura nem um pouco. “O que aconteceu com Kyle?” “Sua família saiu no meio da noite. Heather os viu embalar as coisas realmente calmamente, e desde que ela ouviu falar sobre o que aconteceu, pensou que eles estavam com vergonha no começo, mas nós—” Gilbert olhou para Jerry em apoio, e ele sorriu levemente. “Achamos que eles deixaram para sair de baixo do polegar do seu pai. Eu não sei para onde foram, mas se foram. Todos nós costumávamos acreditar na mesma coisa, ajudando uns aos outros, vivendo numa boa, limpa, vida cristã de fraternidade e irmandade. Parece simples, mas é assim que todos nós queríamos viver, e as coisas tem ocorrido muito errado.” Gilbert parecia muito cansado, como seu o mundo desmoronasse ao seu redor. “Nós ainda não tínhamos percebido o quão ruim tinha ido até que ouvimos o que aconteceu com você.” “Você vai nos ajudar?” Jerry perguntou, inclinando-se em sua cadeira. “É por isso que queríamos desesperadamente encontrar você. Nós precisamos da sua ajuda.” Wilson encontrou seu olhar viajando entre os dois homens e para Steve e de volta para eles, e em um momento de lucidez, viu que Gilbert e Jerry eram ovelhas. Eles seguiriam Steve por semanas e mais de mil milhas, porque precisavam de alguém para guiá-los. Onde, Wilson não tinha ideia, e ele duvidava que Gilbert e Jerry fizessem, também. Steve não disse nada e parecia estar perdido em seus próprios pensamentos. “Parece-me que estão esperando que alguém resolva seus problemas, é como vocês chegaram a esta bagunça em primeiro lugar,” disse Wilson. Ambos Gilbert e Jerry se viraram para ele quase em uníssono. “Você não entende,” eles repetiram juntos. Wilson se afastou deles e olhou para Steve, e podia ver o conflito e confusão em seu rosto. Ele queria ajudá-los — isso era óbvio para Wilson. “Eu acho que eu faço,” disse Wilson, respondendo o seu comentário, mas endereçou para Steve. “Você não deve a eles ou alguém nada. Eles entraram nessa confusão por seguir cegamente seu pai. Eles nunca questionaram o 3


que ele queria fazer. Confiaram plenamente que ele sempre teve os seus melhores interesses no coração e nunca verificaram. Eles foram sobre suas vidas no esquecimento feliz, imaginando que alguém estava cuidando deles assim não tinham que fazer, e agora que seus olhos estão abertos, querem alguém para vir e fazer tudo melhor.” Wilson olhou para ambos homens, desafiando-os a contradizê-lo. Ele sabia que estava certo. “Como você pode ter tanta certeza?” Steve perguntou-lhe em voz baixa. “Porque eu já vi isso antes,” Wilson respondeu. “Eu tive um... amigo.” Na verdade, um membro da banda, mas Gilbert e Jerry não pareciam reconhecê-lo, e Wilson queria mantê-lo dessa maneira. “Tudo sempre era problema de outra pessoa. Se ele cometesse um erro, havia sempre uma desculpa. Desde que eu era o líder, geralmente era meu. Depois de um tempo, a pressão começou a construir, e ele começou a fazer mais erros e mais. Ele não apareceu quando deveria. Estava fazendo muito dinheiro, e descobrimos que gastava quase tudo indo para cima do nariz.” Wilson olhou para os outros para ter certeza de que todos entenderam. “O dia em que o demitimos por uso de drogas, não era culpa dele, mas minha.” “Nós não usamos drogas,” disse Gilbert indignado. “Talvez não. Mas você não está tomando conta de sua própria vida, também. Tudo ainda é culpa de alguém, e se pode simplesmente pegar o líder certo, que vai fazer todas as decisões, então você pode voltar a esquecer completamente mais uma vez. Dessa forma, quando as coisas vão mal, não é culpa sua, mas de outra pessoa,” disse Wilson, as palavras saindo dele com mais força do que pretendia. “Steve não é o seu salvador, e ele não lhe deve nada. Sua vida é sua, e ele pode viver onde quiser e fazer o que quiser.” Os olhos de Wilson pousaram em Steve, esperando que ele estivesse lendo nas entrelinhas. Wilson sabia que ele ficaria arrasado se Steve partisse, mas tinha que ser a decisão de Steve. Por mais que Wilson quisesse pedir-lhe para ficar... inferno, ele queria leválo para o quarto, segurá-lo com força, e nunca deixá-lo ir, mas não podia fazer isso. Steve tinha que fazer a sua própria escolha. 3


“Está tudo bem,” Steve disse suavemente. “Na comunidade, sempre cuidamos um do outro, mesmo quando era difícil.” Wilson sentiu como se pudesse sentir Steve afastando-se dele, que estava sendo puxado de volta para a vida que tinha passado tanto tempo e energia tentando fugir. Ele estava passado fome quando Wilson o encontrou, e ainda assim ele parecia disposto a voltar com eles. Wilson cruzou os braços sobre o peito protetoramente, sentindo que era a única maneira de manter seu coração de quebrar. “Você vai com eles?” Ele finalmente perguntou. Steve se virou, sua expressão vazia até que o entendimento parecia despontar. “Não. Não tenho interesse em ir para lá. Meu pai teve um excesso de controle por um longo tempo.” Steve virou-se para Jerry e Gilbert. “Se vocês acham que posso levar a comunidade, então estão enganados. Estou feliz aqui, e tenho uma vida e pessoas que se preocupam comigo e não me julgam.” “Ninguém te julgou,” disse Gilbert fracamente, e Steve balançou a cabeça. “Você deixou meu pai me julgar, porque não fez nada. Kyle e sua família perderam uma casa que amavam porque nenhum de vocês se levantou para eles.” Steve mexeu-se no sofá, e Wilson sentiu o calor onde Steve tocou em seu braço. “O que você quer fazer a respeito com meu pai está bem para mim, mas você e os outros membros da comunidade têm de fazê-lo. Eu não vou. É hora de vocês se levantarem para o que querem, ou rolarem e fingirem de morto novamente, da maneira que vocês têm há anos.” Steve levantou-se e caminhou em direção à porta. “Aprecio você ter vindo, se não por outra razão do que me deixar saber que Kyle está bem. Ele é uma boa pessoa que não merece ser tratado da maneira que você fez. Nenhum de nós fez. Eu sei que você não faz essas coisas mesmo, mas as toleravam.” Steve parecia forte quando olhou para os dois homens maiores. “Desejo-lhes sorte.” “Isso é tudo?” Gilbert perguntou. “Você não vai mudar de ideia?” Steve balançou a cabeça definitivamente. “Não. Tenho minha própria vida agora, e não lá atrás.” Steve piscou para Wilson com um sorriso rápido, e o estômago de Wilson desatou o nó. “Dirija com segurança de volta, e espero que vocês sejam capazes de fazer o 3


que precisam. Quero pedir que você não diga ao meu pai, onde estou. Não quero vê-lo, não importa o que aconteça.” Gilbert se levantou com um suspiro, e Jerry seguiu logo atrás dele. “Nós entendemos,” disse Gilbert, olhando para Wilson e depois de volta para Steve. “Eu ainda estou feliz por ter encontrado você. Pelo menos sabemos que está bem. E não temos a intenção de contar nada para seu pai.” Gilbert saiu em direção à porta, e Jerry seguiu junto. Steve apertou as mãos de ambos, enquanto caminhavam para fora. Wilson observou Steve quando permaneceu na porta. Através da porta de tela, ele ouviu as portas do caminhão fechando e então o som dos pneus no cascalho quando eles se afastaram. “Você realmente acha que eles vão embora?” Steve perguntou sem olhar para Wilson. “Se eles estão dizendo a verdade, que parecia estar, então sim. Não há nada para eles aqui,” disse Wilson quando o alívio tomou conta dele. Steve iria ficar aqui com ele. “Você está indo realmente para ficar?” Steve fechou a porta e deu um passo para o sofá, sentando-se ao lado dele. “Sim. Eu gosto daqui, e não importa o que possam pensar, não há nada para mim de volta na comunidade, além de tristeza e dor. Viver com meu pai, gay ou não, nunca foi um piquenique, e agora que fui longe dele, sinto que sou livre.” Steve sorriu, e Wilson puxou para um beijo, que rapidamente se aprofundou. Eles estavam apenas indo para a parte onde camisas estavam fora e calças, assim, que alguém bateu na porta. Wilson suspirou e olhou para fora. Um carro estava estacionado na garagem. Gemendo, ele deu um beijo final a Steve, e eles separaram rapidamente. “Só um minuto,” Wilson gritou, e então ele abotoou a calça jeans. Com um último olhar para se certificar de que ambos estavam apresentáveis, abriu a porta. Cheryl estava sorrindo, o rosto muito maquiado o cumprimentando, e estendeu o que parecia ser uma torta. Wilson pensou ter ouvido Steve rosnar atrás dele, mas quando olhou, 3


tudo o que viu foi Steve caminhando em direção à parte de trás da casa, e então ele ouviu o som de uma porta se fechando soando pela casa. “Pensei que nós poderíamos conhecer um ao outro, então assei um bolo de cereja. Você gosta de cereja, não é?” Cheryl disse em uma voz sussurrada, e foi tudo Wilson podia fazer para não começar a rir. Ao invés disso ele levou o bolo. “Obrigado,” ele disse hesitante, e deu um passo atrás para que ela pudesse entrar. Senhor sabia o que ele ia fazer com ela. Ela tinha o olhar em seus olhos que um pescador fica quando acha que fisgou o maior peixe, Wilson tremeu com o pensamento de que, neste caso, ele era o peixe. “Eu tenho um pouco de café, gostaria de uma xícara?” “Adoraria,” disse ela, usando ainda a imitação da voz de Marilyn Monroe que soou cômico se não fosse tão completamente determinado. E Wilson sabia que tinha que tratá-la bem, porque sem dúvida, esta era uma mulher que não gostava de ser desprezada. Era quente e esperava que cada homem respondesse a ela. Se assim não fosse, tinha de haver uma razão, e ela descobriria o que era. Wilson foi para a cozinha, ainda com o bolo, colocando no balcão antes de derramar duas xícaras e as levar de volta para a sala de estar. Cheryl estava meio reclinada no sofá, com as pernas longas e saia curta em exibição. Cheryl estava certamente com toda a munição em seu arsenal, mas tudo o que estava fazendo era fazer Wilson desconfortável. Ele sabia que tinha que ser cuidadoso em ser amigável, mas não tão amigável. “Então, o que você faz, Cheryl?” “Eu sou uma garçonete na churrascaria da cidade,” ela respondeu com um sorriso enorme, batendo os olhos pintados ligeiramente. “Eu sou uma das favoritas de lá.” Wilson poderia apostar que ela era. Metade dos homens da cidade, provavelmente, solicitavam sua área, e as mulheres dirigiam seus maridos longe dela. “Eu amo sua música,” disse ela, inclinando-se um pouco, ostensivamente ao estabelecer seu café, mas Wilson podia ver que ela estava lhe dando uma boa olhada em seu decote. 3


Ele teve que parar de revirar os olhos, e olhou rapidamente em torno de algum tipo de distração ou desculpa para que pudesse fugir, mas não havia nada. “É tão quente e sugestivo,” Cheryl acrescentou. “Entendo que você tem um filho,” disse Wilson, tentando mudar de assunto. Afinal, que mãe não gostava de falar sobre seus filhos? “Sim. O pai de Carl não ficou por aqui por muito tempo depois que ele nasceu. Criei ele sozinha e tem sido difícil, e ele precisa de um homem em sua vida. Talvez ele pudesse vir e jogar com a filha de sua empregada, Alicia. Ela parecia uma menina maravilhosa.” Cheryl pegou seu copo e levantou lentamente aos lábios intensamente vermelhos, todos os seus movimentos exagerados. Wilson conhecia muitas mulheres como esta, em Los Angeles, mas Cheryl parecia mais intensa e definitivamente mais perigosa. Esta mulher era selvagem, e o olhar intenso que ela jogou sobre ele tinha um ”Não mexa comigo” mensagem logo abaixo da superfície. Wilson ouviu a porta dos fundos abrir e a próxima coisa, foi Alicia entrando na sala. A expressão de Cheryl ficou amarga por uma fração de segundo, depois o sorriso estampou no lugar. Alicia abriu a cesta perto do final do sofá e tirou um livro. Ela mostrou para Wilson, que sorriu para ela, e ela foi até onde ele estava sentado e o entregou. “Alicia, venha aqui,” Maria chamou da cozinha. “Não incomode o Señor Wilson.” Alicia parecia desapontada, mas saiu da sala correndo. Ela voltou alguns minutos depois, sentando em uma das cadeiras, folheando as páginas do livro, olhando como se tivesse sido repreendida. Wilson estendeu a mão para ela, e ela se arrastou para o seu colo, ainda carregando o livro. “Eu amo um homem que gosta de crianças,” disse Cheryl, e Wilson usou isso como uma abertura. “Aprecio isso. Eu costumo ler para Alicia uma história de manhã, antes de ir para um passeio. Você está convidada a se juntar a nós, se você quiser,” Wilson ofereceu, e ele viu o olhar de mudança nos olhos de Cheryl.

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Ela olhou para o relógio e levantou-se, escovando as rugas imaginárias de seu vestido minúsculo vermelho. “Eu deveria estar indo. Aproveite o bolo, e pare na churrascaria alguma noite. Talvez possamos conversar um pouco mais.” Ela sorriu brilhantemente e saiu para a porta. Acenando adeus, ela lançou-lhe outro sorriso que não chegou a ir para os olhos antes de sair. Wilson nunca tinha estado tão aliviado de ver alguém saindo de sua casa, em sua vida. “Você ganhou sorvete esta tarde,” disse a Alicia antes de fazer cócegas em sua barriga. Ela se contorceu e riu animadamente, e Maria entrou na sala. “Eu pedi para deixar o Señor Wilson sozinho com sua convidada,” Maria disse, e Wilson perscrutou nela de sua cadeira. Maria piscou nele, e Alicia deu uma risadinha mais uma vez como se estivesse jogando um jogo. “Cheryl trouxe o bolo em cima do balcão,” Wilson disse a Maria, que zombou baixinho. “Seios falsos, nariz falso, e bolo falso,” murmurou Maria. “Ela comprou na mercearia.” Maria parecia aborrecida, e ela virou-se e saiu da sala, ainda resmungando sobre loja e comprando bolos. Wilson não tinha ilusões sobre onde o bolo ia acabar. Ele também sabia que Cheryl poderia ter o deixado no momento, mas ela definitivamente iria ser um problema. Tomando o livro de Alicia, Wilson abriu a capa e começou a ler. Uma vez que ele terminou a história, Wilson levou Alicia para o celeiro. Selando dois cavalos e um pônei, Wilson e Steve passaram algum tempo andando com Alicia no ringue. Estar ao ar livre parecia limpar algum do nevoeiro persistente da visita de Cheryl, e na hora do almoço, Wilson sentiu-se lúcido e a música começou a fluir novamente.

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Capítulo Oito “VOCÊ AINDA está trabalhando?” Steve perguntou da porta, assim que Wilson apertou o botão de enviar em seu e-mail. A música havia tocado em sua cabeça, e as músicas tinham vindo pelos últimos dois dias. Algo sobre a visita de Cheryl tinha esclarecido para ele exatamente o que queria, e era o homem de pé na porta olhando para ele com adoração em seus olhos. “Estou quase terminando,” Wilson respondeu com um sorriso. Tanto Howard e a gravadora ficaram emocionadas com suas novas músicas. O verdadeiro teste virá quando eles tocarem diante de uma plateia. Então verão o que o público pensa deles. Isso sempre foi à parte mais difícil do processo. “Eu vou para o celeiro, e nós podemos—” o telefone de Wilson começou a tocar, e o agarrou de onde colocou sobre a mesa. “Bom dia, Howard.” Wilson levantou um dedo, pedindo a Steve para esperar um minuto. “O que diabos está acontecendo ai?” Howard perguntou em um tom de pânico. “Desculpe-me,” Wilson perguntou, um pouco surpreso. “O que você está falando?” “Há fotos de você na primeira página dos supermercados farrapos. O título diz 'Willie Meadows em festa ‘gay' para 'Atribuição de Meadows’ entre carros. O que diabos você está fazendo?” “Eu fui a um churrasco dado por vizinhos, nada demais. Esta é a pesca de alguém,” disse Wilson, mesmo quando seu estômago apertou. Ele não tinha feito nada publicamente em tudo, mas alguém tinha derrubado fora da mídia, provavelmente por dinheiro, e que tinha que ser alguém que tinha estado na festa de Wally e Dakota. Não que ele nunca será capaz de descobrir quem era. “Você sabe que não precisa de nada para acontecer. O menor item está fora de proporção. Ah, e agora você pode esperar que todo repórter entre aqui e em Nova York está a 3


caminho. Posso arranjar alguma segurança, se quiser. Pelo menos podemos evitar que eles fiquem em sua propriedade,” Howard ofereceu, e Wilson podia sentir a paz e tranquilidade que estava desfrutando pelas últimas semanas escorregando por entre os dedos. “Vá em frente, mas tenha certeza de que eles sabem que estão a ser o mais discreto possível,” disse Wilson, e Steve olhou com curiosidade, claramente querendo saber o que estava acontecendo. “Obrigado.” “Vou te ver este fim de semana, e podemos avaliar as coisas. Enquanto isso, não lhes dê qualquer munição, do que você faz. Corra sua fazenda e os deixe ver você fazendo coisas normais. Deixe vê-lo montar e sentar na varanda com seu violão, coisas assim. Talvez possamos neutralizar este antes de chegar muito longe.” Howard estava nervoso, e Wilson sabia melhor do que interromper, porque não faria nenhum bem de qualquer maneira. “Eu vou ligar para a gravadora e tê-los colocando para fora em alguma publicidade sobre você passando o tempo tranquilo trabalhando em seu próximo álbum.” Wilson imaginou que ele pudesse desligar o telefone e Howard nem iria notar. “Já acabou?” Wilson perguntou, exasperado. “Você viu as músicas que eu enviei a você. Escrevi aquelas por causa da paz e tranquilidade que tenho aqui. Com o fim disso acabou a música,” alertou Wilson, mas Howard não pareceu notar. “Podemos também tirar o maior proveito disso,” disse Howard. “Não se preocupe, vou cuidar de tudo e chamá-lo mais tarde. Se jogarmos certo, isso pode trabalhar a nosso favor.” Howard quase parecia alegre quando desligou, e Wilson desligou, deixando cair o telefone para a área de trabalho antes de descansar o rosto nas mãos. Isto era um pesadelo. Ele comprou o rancho para ficar longe de repórteres e os cães da mídia. Ele precisava da calma e um pouco de paz para que pudesse escrever. Pelo menos era o que dizia a si mesmo, mas sabia melhor. Enquanto as pessoas se afastavam e as coisas estavam quietas, ele poderia prosseguir com Steve em relativa segurança com pelo menos a imagem externa sendo o que realmente queria. Agora, com todo mundo olhando e, possivelmente, tentando perscrutar em suas janelas, não poderia sequer tocá-lo, a menos que as luzes estivessem apagadas. Isso não era justo com Steve. 3


“Você está bem?” Steve perguntou, movendo-se para a sala, com as mãos sobre os ombros fortes de Wilson, amassando os músculos. Wilson rolou seu pescoço, gemendo com o toque bem-vindo. “Eu não sei. Howard diz que algumas coisas ofensivas estão sendo escritas sobre mim. Parece que alguém vendeu cerca de meias verdades sobre a festa de Wally e Dakota para os tabloides, e agora eles escreveram um monte de porcaria que tem Howard girando em cima.” Wilson virou-se lentamente na cadeira. “Ele está organizando segurança para o rancho, e acha que pode esperar um monte de repórteres para descer sobre nós.” Wilson sabia que soava como derrotado, mas era como se sentia. Queria alcançar e segurar Steve perto, mas conteve-se, sabendo que precisava se acostumar a estar sozinho novamente. Com todos os tipos de olhos, ao redor, ele tinha que ser ainda mais cuidadoso. As mãos de Steve caíram longe dele, descansando em seus lados. “Oh, eu vejo.” Sem outra palavra, Steve foi embora, deixando Wilson sozinho em seu escritório.

STEVE dirigia o caminhão de Wilson em torno dos veículos estacionados perto da calçada. Um homem entrou na frente dele, em pé no meio da calçada, olhando para ele. Steve suspirou e puxou o caminhão para uma parada na frente dele antes de lentamente rolar a janela. “Eu não me importo com quem você é,” Steve começou, “em dois segundos eu acelerar o motor, e se você ainda estiver lá, vou passar por cima. Você está invadindo uma propriedade e, portanto, cometendo um crime, então o que acontece com você não é da minha conta.” Steve rolou a janela para cima, e depois de colocar o caminhão em ponto morto, ligou o motor, e o homem pulou para fora do caminho. Steve colocou o veículo em marcha e acelerou o caminhão para a casa. Durante dois dias, ele havia estado correndo o desafio sempre que precisava de alguma coisa da cidade. Wilson tinha estado em grande parte escondido na casa, exceto quando ia montar ou sair para trabalhar no celeiro. Algumas vezes, Wilson tinha sentado na varanda ao entardecer com seu violão. Steve sabia que ele deveria estar escrevendo músicas, mas isso não estava acontecendo, porque

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tudo o que Wilson fez foi dedilhar as cordas. Ele não cantou, e Wilson sempre fazia isso, quando estava realmente funcionando. Na verdade, não havia muito que estava acontecendo ao redor do rancho. Pior, ao longo dos últimos dias, Steve podia sentir Wilson se afastando mais e mais, retirando-se para si mesmo, e Steve não sabia o que fazer sobre isso. O que mais doía era que na hora de dormir a porta de Wilson estava fechada agora. A primeira noite que tinha acontecido, Steve tinha ido tão longe a ponto de levantar a mão para bater, mas parou e foi para seu próprio quarto. Steve sabia que toda essa atenção tinha Wilson nervoso, mas ele não tinha que afastálo. Steve saiu do caminhão e bateu a porta, olhando para baixo da unidade para onde os caminhões ainda esperavam. Alcançando atrás, pegou uma caixa de suprimentos e entrou na casa. Maria estava na cozinha, e ele colocou a caixa sobre o balcão, e voltou para outra. Wilson tinha deixado a ela um carro para usar, mas ela se recusou a conduzir através da “linha de locos,” como ela dizia. Steve pegou as outras caixas da parte de trás do caminhão, sem olhar para o grupo pela estrada. Depois de largar o resto delas na cozinha, ele voltou para o lado de fora do celeiro. Havia muito trabalho a fazer, e ele precisava permanecer ocupado ou tudo o que fazia era pensar... ansiar sobre Wilson. Sentiu falta de seu toque e o modo como Wilson o segurava à noite. Sentiu falta das outras coisas também, mas principalmente sentiu falta do modo como Wilson o fazia sentir. Ele abriu a porta do celeiro e, depois de selar Hunter, levou-o para fora do ringue. Depois de instalar os saltos, Steve montou e começou a levar o cavalo através de seus passos. Ele tentou encontrar alguém para ajudá-lo a treinar, mas até agora não tinha tido muita sorte. Então, pesquisou e conversou com as pessoas on-line, e tinha usado seus conselhos para começar. Hunter se destacou no salto, tanto que ele poderia facilmente saltar para fora do ringue. Depois do treino, ele estimulou Hunter e pularam a cerca com Hunter correndo pela terra, com um andar suave fluindo. Este cavalo era espetacular, e Steve precisava de algum tempo para pensar e se sentir livre novamente. Os repórteres fizeram o rancho parecer 3


fechado, mas em Hunter, Steve sentiu seu coração e espírito subir. O cavalo parecia amar, também, e Steve estava relutante em controlá-lo. Mas teve, eventualmente, para que eles virassem e trotassem de volta para o celeiro, Hunter bufando seu prazer. Havia um carro estranho na unidade quando voltou, e Steve sabia que isso significava que Howard devia ter chegado. Olhando para a estrada, viu o homem falando com os repórteres com luzes e microfones empurrando em direção a ele. Ele era bem-vindo para eles. Steve continuou levanto Hunter ao celeiro, tirou a sela e o escovou cuidadosamente antes de levar o magnífico animal para fora em sua baia. Depois de se certificar que os outros estavam bem instalados, Steve caminhou até a casa. Enquanto fazia o seu caminho, percebeu que alguns dos repórteres pareciam estar fazendo as malas, e enquanto outros circulavam, havia menos atividade e a maioria das pessoas estavam falando em seus celulares. Dentro da casa, ouviu as vozes de Wilson e Howard descendo o corredor. Em seguida, o som foi abafado como Maria ligando o aspirador de pó. Steve se perguntou o que estava acontecendo, mas decidiu dar-lhes privacidade em seu lugar. O zumbido da máquina durou algum tempo e depois morreu. Pouco depois, as vozes Howard e Wilson ficaram mais altas quando eles se aproximaram, e se juntou a ele na sala de estar. “Parece que alguns deles estão saindo,” disse Steve, olhando pela janela, como o que parecia ser o último dos repórteres indo embora. “Conversei com eles, e depois de dois dias de não conseguir ver nada, além de Willie montando cavalos e sentado em sua varanda, eles foram crescendo entediados,” disse Howard quando se virou para Steve. “Então, você ainda está aqui.” Steve estreitou os olhos, olhando para Wilson e depois de volta para Howard. “Eu estou cuidando dos cavalos.” “Você percebe que quase conseguiu Wilson tirado do armário.” Steve cruzou os braços na frente do peito. “Para sua informação, ele é gay, e teria vindo ser uma coisa ruim? Qual a pior coisa que poderia acontecer? Seu pai prendê-lo em um porão e depois enviá-lo para um hospital para mudá-lo? Jesus, é parte de quem ele é, e tudo 3


que você quer fazer é fingir que parte dele não existe.” Steve olhou carrancudo para Wilson. “Isso é o que você tanto quer fazer. Você é quem você é, Wilson. Claro, você tem direito à privacidade, mas o seu comportamento afeta mais do que apenas você.” Steve alternava seu olhar de Wilson para Howard e depois de volta novamente. Howard parecia extremamente desconfortável, e Wilson pareceu envergonhado. “Eu sinto muito. Vou deixar vocês com seus negócios.” Steve levantou-se e caminhou pelo corredor para seu quarto. Atrás da porta fechada, ele se sentou na beira da cama. Talvez ficar aqui não foi uma boa ideia, afinal. Steve tinha quebrado longe sob o controle de seu pai, e agora precisava ser capaz de viver livre e feliz. Ele já tinha escondido os seus sentimentos antes, e não estava disposto a fazê-lo novamente. Steve pensou que amava Wilson, mas queria alguém que o amasse de volta, sem reservas, como a maneira que Wally e Dakota agiram em direção um ao outro. Steve podia ouvir vozes viajando corredor abaixo — verbalizando o que parecia estar discutindo sobre algo, e então eles pararam. Steve não sabia o que ia fazer. Talvez Wally e Dakota iriam aceitá-lo por um tempo? Dessa forma, Wilson poderia viver sua vida sem qualquer ameaça ou interferência. Steve ouviu uma batida suave na porta e levantou-se para abri-la. Wilson estava no corredor olhando para baixo e, francamente, cansado. “O que você vai fazer?” Steve perguntou. “Eu não sei,” respondeu Wilson e Steve caminhou ao redor da cama. “Eu não sei o que posso fazer.” Steve ouviu Wilson andando em direção a ele. “Entendo como você se sente, realmente faço, mas estou com medo de como as pessoas vão reagir. Estar saindo poderia terminar com minha carreira.” “Iria ser assim tão mau? Você deve ter mais dinheiro do que pode gastar, e as pessoas gostam da sua música. Você não pode ficar em paz a menos que compre uma fazenda no meio do nada.” Steve virou-se para Wilson. “Eu não me importo se você é Willie Meadows ou apenas Wilson, quero que você seja feliz e ver você realmente sorrindo. Você não tem feito isso em dias, e sinto falta. Estou com saudades. Claro, adoro quando você está cantando e escrevendo músicas, porque faz você feliz. Se você saísse, seria capaz de viver sua vida por si mesmo... e talvez para mim.” 3


Quando Wilson não respondeu de imediato, Steve descobriu que já tinha a resposta. Tinha sido insensato em dar o seu coração para Wilson. Mas tinha, e podia sentir a dor ao pensar que Wilson não se importava com ele da mesma forma. “Eu entendo. É difícil enfrentar o que você mais teme, e pode ter consequências que você nunca esperara.” Steve sabia disso em primeira mão, mas não mudaria nada. Independentemente da dor, do medo, ele sabia que ser honesto era a coisa certa a fazer. Wilson se sentou na beira da cama, mas Steve não olhou para ele, olhando para a parede em seu lugar. “Estou com medo,” admitiu Wilson suavemente. “E sei quem eu sou, evapora tudo que eu fiz?” Steve virou-se lentamente. Wilson parecia que ele estava preste a enrolar em si mesmo. Ele torceu as mãos em seu colo mais e mais. “Eu não sei o que fazer. Eu não quero perder a carreira que construí, porque eu amo a música, e me apresentar é quase a maior sensação que já tive.” A cama saltou ligeiramente quando Wilson se virou para ele. “Eu nunca precisei de drogas ou qualquer coisa assim, porque a pressa e euforia de ter dez mil pessoas todas chamando por você, gritando o seu nome, foi a maior alta que eu jamais poderia imaginar.” Excitação brilhou nos olhos de Wilson, e momentaneamente Steve desejava que a excitação fosse para ele. Mas ele não poderia competir com dez mil pessoas ou a adoração de multidões. Ele era apenas um garoto tentando ficar longe de seu pai, que Wilson assistiu porque ele precisava de ajuda. “Acho que posso ver isso,” Steve murmurou, quase surpreso com a profundidade que as palavras de Wilson tinha o ferido. Ele não conseguia olhar para Wilson, e seu olhar caiu para a parede. “Eu costumava pensar que a apresentação era a melhor coisa sempre. Que não havia nada melhor do que ouvir seu nome gritado por milhares,” disse Wilson, e Steve sentiu os dedos tocar em sua bochecha. 3


Piscando os olhos lacrimejantes, Steve permitiu que seu olhar mudasse. “Mas isso não se compara a um homem chamando o meu nome quando fazemos amor. Milhares de pessoas gritam durante cada show para uma pessoa que realmente não existe, mas isso significa mais para mim quando você diz meu nome verdadeiro apenas uma vez.” Wilson segurou seu rosto em sua mão, e Steve inclinou-se para o toque, necessitando muito. “O que Howard acha?” Steve perguntou, sabendo que ele estava empurrando-o e provavelmente deveria apenas manter a boca fechada. “Ele acha que eu deveria voltar para Los Angeles e tudo iria ficar bem do jeito que estava, mas não posso fazer isso. Não quero fazer isso. Minha casa não está em LA mais — está aqui. Mas o que Howard quer não importa. Ele é meu empresário, e embora o seu trabalho seja se preocupar, no final eu tomo as decisões.” Steve balançou a cabeça lentamente. “Então o que você vai fazer?” “Eu não sei. Mas não vou mentir para ninguém, e não quero. Quero viver a minha vida honestamente. Eu...” a voz de Wilson parou, e Steve se aproximou. “Eu sei que não é fácil, e você não tem que tomar uma decisão hoje, mas precisa descobrir o que quer, porque você me machucou,” disse Steve. “Os jornalistas mostraram-se, e de repente eu não era bom o suficiente ou importante o suficiente mais. Você me congelou para fora, com medo de olhar para mim. Você até me excluiu do seu quarto, e eu estava começando a pensar que estava fora de seu coração também. Tudo por causa do que alguém soltou sem provas.” Steve suspirou alto. “Você os deixa ganhar.” Os olhos de Wilson se arregalaram de surpresa, mas Steve continuou. “Meu pai pode ter me jogado em um porão e depois me colocado em um hospital para me mudar, mas eu lutei pelo que eu era e fui embora, porque não ia viver uma mentira. Você, por outro lado, têm vivido tantas mentiras,” disse Steve, engolindo em seco. “Não tenho certeza de que você é capaz de viver qualquer outra coisa.” “Dê-me algum tempo,” Wilson confessou baixinho. “Eu preciso de uma chance para pensar nisso.”

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Steve pensou por alguns segundos antes de se inclinar perto, plantando um leve beijo nos lábios de Wilson. “Eu vou dar-lhe algum tempo, mas não vou esperar para sempre. Eu quero viver aberto e honestamente com o homem que amo, e eu te amo, Wilson. Mas se não é isso que você quer, então precisa ser honesto comigo.” Steve podia sentir suas entranhas rolando e virando. Ele disse a Wilson que ele amava e queria desesperadamente ouvir essas palavras de volta, mas Steve sabia que ele era apenas uma criança, e Wilson era, bem, Wilson. “Sempre fui honesto com você,” disse Wilson, “e estou sendo honesto com você agora.” Wilson se aproximou, trazendo seus lábios perto mais uma vez. “Eu também te amo, e não quero perder você. Entendo como você se sente, ou pelo menos acho que faço, e preciso de algum tempo para colocar minha cabeça em torno de tudo isso.” O beijo retomou e rapidamente se aprofundou, com ambos caindo de costas na cama, com as mãos à procura de pele quente. Uma batida insistente interrompeu-os, e ambos bufaram baixinho antes de se levantar. Wilson abriu a porta, e Steve o viu encarar seu gerente. “O que foi?” “Desculpe, mas Maria disse que o almoço estava pronto,” disse Howard timidamente, e Steve sentiu seus olhos mudarem para ele. Steve sentiu Wilson tomar sua mão e viu os olhos de Howard ampliar, mas não disse nada enquanto caminhavam pelo corredor até a cozinha. A maior parte da conversa no almoço centrou em roteiros de cinema e do cronograma de filmagem, junto com prazo para terminar o próximo álbum de Wilson. Steve ouviu, mas ficou de fora da conversa. “A coisa boa sobre o filme é que está sendo filmado em Dakota do Sul, com algum trabalho de estúdio. Sua parte não é enorme, por isso você deve ficar no local por cerca de um mês,” Howard estava explicando, e a realização bateu em Steve que Wilson estava indo ficar fora por um mês inteiro. Steve sentiu Wilson deslizar a mão na sua debaixo da mesa, e ele apertou. “Isso é bom, mas que tipo de acomodações eles vão oferecer?” Wilson perguntou. ”Um trailer próximo, bem como um quarto de hotel na cidade. Eu já tive certeza que ambos tenham internet de alta velocidade, para que você possa ser capaz de se comunicar.” Howard 3


ficou olhando para Steve desconfiado. “Você terá que montar neste roteiro. Há cavalos, e você está encenando um cowboy de rodeio. O trabalho real de rodeio será feito por um dublê, mas você precisa ser capaz de montar. Essa estipulação está no contrato.” Steve falou antes de Wilson pudesse dizer qualquer coisa. “Ele pode. Está trabalhando sobre isso regularmente, e nós vamos continuar até que ele esteja pronto para sair.” Não havia nenhuma maneira que Steve ia deixar Wilson parecer ruim, e ele sentiu sua mão sendo espremida quando Wilson deu-lhe um largo sorriso. “Ele vai ser capaz de montar no filme,” acrescentou Steve, retornando o sorriso de Wilson antes de girar para Howard. “Talvez ele pudesse usar seu próprio cavalo. Eles são grandes juntos, e eles estão acostumados um ao outro.” “Eu não sei nada sobre isso. Talvez devêssemos contratar um treinador de montaria,” Howard disse quando despejou alguns dos tamales 4 fabulosos de Maria. Ele guinchou de surpresa — e Steve sorriu — quando Maria pegou o prato de Howard fora da mesa. “Você mostra o devido respeito para o Señor Wilson e o Señor Steve ou você não come a minha comida.” Maria levou o prato para o balcão, colocando-se diante olhando para Howard. Tomou cada grama de autocontrole para Steve não rir, e que durou dois segundos antes de ele quebrar de qualquer maneira. “Ela está certa,” disse Wilson. “Howard, relaxe. Tudo vai ficar bem. Eu gosto de montar e faço duas ou três vezes por dia. Isso ajuda com as canções.” Wilson sorriu, e Maria devolveu o prato, dando a Howard uma repreensão no olhar que a Medusa teria ficado orgulhosa. “Agora, você me disse que a gravadora gostou das canções que escrevi até agora.” “Sim.” Howard começou a comer de novo, mas continuou olhando para Maria, de vez em quando. “Eles adoraram o que você escreveu até agora. A banda já está trabalhando em arranjos experimentais, e uma vez que você tiver o resto e terminar de filmar, você vai vir para Los Angeles e começar os ensaios.”

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Comida mexicana. Massa feita a base de milho.

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Wilson balançou a cabeça. “Absolutamente não. Os ensaios serão feitos aqui. Podemos gravar em Los Angeles, mas não vou passar semanas fora só para ensaiar. Os caras podem ficar na cidade, e tenho certeza que podemos arranjar espaço para o ensaio.” Wilson largou o garfo, o utensílio batendo no prato. “Eu não tenho nenhuma intenção de voltar para Los Angeles, a menos que precise. Os espaços abertos são melhores para fazer música.” Howard abriu a boca, e Steve viu o olhar de Wilson para ele. “Não diga nada, porque isso é apenas a maneira que vai ser.” Howard olhou para trás. “Eu estava a ponto de dizer que você pode estar certo.” Howard sorriu levemente. “Eu não posso negar que as músicas que você escreveu aqui estão em algumas das melhores que você já fez. Vou mandar a banda vir aqui, e vou ver os lugares para eles ficarem. Você precisa encontrar um espaço de ensaio. Então, quando acha que vai ter o resto do material pronto?” Wilson deu de ombros e suspirou, balançando a cabeça. “Eles vão estar feito, quando tiverem feito.” “Nós provavelmente poderíamos ter a banda por aqui na próxima semana ou assim para trabalhar no que está pronto. Você sempre tem grandes ideias quando está fazendo música,” Howard ofereceu, e Steve desviou o olhar para Wilson, vendo-o assentir. Steve não tinha tanta certeza sobre ter um monte de gente descendo sobre eles, mas era preferível a ter Wilson saindo. Eles terminaram o almoço, e Steve foi para fora. Por enquanto, ele teve tudo o que poderia aguentar de Howard e seus olhares para os lados. Escovaria Hunter até que ele brilhasse, Steve escovou e estava pronto para exercitá-lo. “Você quer alguma companhia?” Wilson perguntou de trás dele, e Steve saltou ligeiramente, Hunter se assustou. Steve acalmou o cavalo quando respondeu. “Isso seria ótimo. Te encontro no quintal.” Steve terminou e esperou por Wilson. Olhou para o carro e viu o carro preto do homem de segurança que Howard havia contratado. Ele esperava que eles fossem embora 3


em breve. Wilson se juntou a ele, e depois de montar, andaram de volta pelo pátio e em toda a pastagens atrás da casa. “Você está animado em fazer um filme?” Steve perguntou, enquanto caminhavam lentamente em direção às árvores que cercavam o riacho. “Na verdade, eu estou. É uma espécie de como fazer uma das minhas fantasias de infância em realidade. Quando criança, sempre assistia a filmes de faroeste e queria ser um cowboy. Agora eu começo a encenar um nos filmes.” Wilson olhou para ele, sorrindo de orelha a orelha. “Eu sei que nunca vou ser um de verdade. Tem que estar no seu sangue, e há música na minha, mas tenho que fingir por um tempo.” Steve adorava ver o sorriso em Wilson. “Eu estive pensando. Há um monte de terra que você não está usando. Talvez você pudesse alugá-lo para Dakota. Haven me disse uma vez que eles estão olhando para expandir, e nós não precisamos de toda a terra para criar cavalos. Aposto que eles até o deixariam trabalhar com eles, por vezes, se você quisesse. Dessa forma, você poderia fazer as coisas de cowboy de verdade.” Wilson mexeu seu cavalo para mais perto e puxou-o a parar. Steve fez o mesmo, seus cavalos ficaram lado a lado em pé. “O cowboy que eu preciso fazer é beijar um.” Wilson se aproximou, a sela rangendo quando seu peso mudou. Steve mexeu-se para encontrá-lo, e eles se beijaram, levemente no início, mas depois Steve sentiu a mão de Wilson em sua cabeça e o beijo se aprofundou. Os lábios de Wilson sugaram levemente os seus, e eles continuou até Hunter ficar impaciente e começar a se mover por conta própria. “Você tem alguma ideia de como é difícil montar com tesão?” Steve perguntou, mudando ligeiramente na sela, tentando encontrar uma posição confortável e falhando. Wilson parecia estar fazendo a mesma coisa. “Acho que nós dois vamos descobrir,” brincou Wilson, e Steve mexeu mais uma vez antes de guiar Hunter de volta para o córrego. O ar estava mais frio debaixo das árvores, e a brisa ligeira sentiu-se celestial. Steve sentou-se em Hunter, olhando a água que se movia em seu caminho para encontrar o rio. 3


“Quando a banda chegar aqui, o que você vai dizer a eles?” “Então é por isso que você ficou quieto no passeio,” comentou Wilson. “Eu vou dizer-lhes a verdade. Conheço esses caras há anos, e se não posso confiar neles, então não há ninguém que eu possa.” Steve ouviu o medo na voz de Wilson. “Eu sei que é a coisa certa a fazer. Eu só preciso deixar a ideia assentar.” Wilson mudou ligeiramente na sela. “Somente queria que isso fosse fácil e que não houvesse tanto em jogo.” “Aprendi quando me levantei para o meu pai que a única coisa que realmente estava em jogo era a minha própria auto estima. As coisas que meu pai fez para mim eram nada comparado com as coisas que fiz para mim mesmo quando escondi quem eu era. Claro, você provavelmente vai perder alguns amigos e alguns de seus fãs, mas você vai fazer novos, e eles vão gostar de você por quem você é, não quem você finge ser.” Eles continuaram montando seus cavalos pela trilha sob a sombra das árvores. “Como você consegue ser tão inteligente?” Wilson perguntou com um sorriso na voz. Steve puxou seu cavalo a uma parada. “Perder tudo e todos que você pensou amar você vai te tornar sábio rapidamente. Aprendi muito nos últimos meses. Encontrei alguém que sabe quem eu sou e me ama por isso. Também descobri quem são meus verdadeiros amigos, e você também.” Steve olhou para a casa à distância. “Howard é uma dor completa na bunda, mas ele está lá para você, não importa o quê. Parte da razão dele ser um babaca é porque ele realmente se importa.” Steve cutucou seu cavalo para frente. “Acho que é difícil quando você é famoso para saber quem realmente se importa e quem te bajula, por quem você é.” “Eu sei quem são meus amigos e quem se importa,” disse Wilson com firmeza, e Steve virou-se, sorrindo para ele. “Você, por exemplo, nem sabia quem eu era e não se importou.” “E eu não faço agora,” disse Steve. “Para mim, Willie Meadows é alguém que eu não conheço. Ele é um estranho. Wilson, por outro lado, é alguém que eu aprendi a amar e cuidar de um grande negócio.” Steve falou com o coração, pensando que era hora de colocar as cartas na mesa. “Eu não quero nada de você, agora ou no futuro, a não ser...” 3


“Eu sei o que você quer,” Wilson disse quando seu cavalo passou Steve, “e eu quero a mesma coisa.” Wilson esporeou o cavalo para frente, e eles apanharam um pouco de velocidade. Steve estava confiante de que Wilson não iria muito rápido ou muito longe. Voltando para a casa, eles aceleraram para um galope rápido, diminuindo à medida que se aproximavam da casa. Steve viu um carro estacionado perto da casa e uma mulher estava perto dos piquetes. Ele olhou para Wilson e depois de volta para ela. “Se essa mulher colocar a mão em você, eu vou cutucar seus olhos para fora,” Steve rosnou. “Eu sei o que ela quer, e não vai conseguir isso,” disse Wilson. “Mas eu também não quero que o nosso negócio seja transmitido em todo o município. E Cheryl vai fazer exatamente isso, eu não tenho nenhuma dúvida.” Steve esporeou o cavalo para frente, correndo para o quintal, e Cheryl saltou para trás, quase caindo. Steve manteve o sorriso do seu rosto quando desmontou e levou Hunter para dentro. Ele não queria vê-la, e não sabia o que Wilson iria fazer, mas deixou seus sentimentos claros, o que o fez se sentir muito melhor. Ela era problema de Wilson, e ele estava indo para deixá-lo lidar com isso, mas também manteria os olhos sobre ela. Depois de cuidar de Hunter, colocou-o em sua baia e deu a volta para onde tinha visto pela última vez Wilson. O que viu colocou um sorriso enorme no seu rosto: Cheryl pisando em todo o quintal, arrancando aberto a porta de seu carro antes de acelerar fora em uma nuvem de poeira. “Não acho que nós temos visto o último dela,” explicou Wilson enquanto caminhava em direção ao celeiro. “O que você disse a ela?” Steve perguntou quando assistiu ela puxar para a estrada. “Que o seu tempo seria melhor gasto com seu filho do que tentando me perseguir.” Wilson olhou seriamente para a estrada. “Ela não estava feliz, como você pode ver, e não tenho ilusões que ouvimos o último dela.” Steve teve dúvida de que era verdade. Ele seguiu Wilson de volta para o celeiro e limpou as baias enquanto Wilson escovava seu cavalo e o mandava para sua baia. Uma vez 3


que eles terminaram de cuidar dos cavalos, Steve continuou trabalhando até que suas tarefas foram concluídas antes de ir para a casa. O resto do dia passou normalmente, e à noite, uma vez ele verificou que o celeiro estava certo e os cavalos se estabeleceram para a noite, Steve caminhou para a sua cama. No interior, a casa estava quase tranquila, exceto para o que soou como música suave. Ficou um pouco mais alto quanto mais perto ele chegava ao seu quarto. A porta de Wilson estava aberta, e quando ele olhou para dentro, Steve ficou parado, olhando para o homem nu deitado sobre a cama. Wilson deu um tapinha na cama em frente a ele. Steve estava preste a dizer algo sobre o encontro de uma porta fechada pelos últimos dias, mas as palavras saíram de sua cabeça quando Wilson se levantou, balançando o pau enquanto ele caminhou até onde estava Steve. Tomando-o pela mão, Wilson chamou-o para o quarto, e a porta se fechou silenciosamente atrás deles. Steve só tinha olhos para Wilson, e no quarto escuro, podia ver a forma que seu amante o puxou para frente, espalhando calor através de seu corpo enquanto o coração de Steve correu e seu pulso zumbiu através dele. “Não faça isso de novo,” disse Steve murmurou enquanto sua camisa caia sobre sua cabeça e o peito de Wilson pressionava ao dele. “Você cortou-me por causa do medo.” “Eu sei, e sinto muito.” Wilson deslizou as mãos pelas costas de Steve, enviando um tremor através de seu corpo quando continuou sua caminhada inferior, deslizando os dedos por baixo do cinto de seu amante. “Eu tive um monte de tempo para pensar enquanto olhava para o teto, e percebi que eu te amo.” Wilson beijou-o, e Steve segurou seu amante como apoio quando os joelhos ameaçaram vergar sob o ataque abrasador. Steve recuou sob a intensidade e bateu a porta. O corpo de Wilson pressionou ao dele, tomando o peso. A cabeça de Steve tencionou de volta contra a madeira, e Wilson não desistiu. A mente de Steve desligou e o instinto assumiu. Wilson abriu o cinto, e o tecido da calça jeans se separou, depois deslizou por suas pernas, reunindo em torno de seus tornozelos. A cueca se juntou a eles, o ar frio fluiu ao redor de seu pênis, mas não por muito tempo. 3


Dedos fortes o envolveram agarrando e acariciando. “Jesus Deus,” Steve gemeu, pressionando-se contra a porta para que ele não deslizasse para baixo, suas pernas tremiam tão mal com o desejo reprimido. “Fique onde você está,” Wilson sussurrou, e Steve balançou a cabeça, rolando a cabeça contra a porta, incapaz de formar palavras. Ele mal podia fazer um som quando sentiu os lábios de Wilson em seu pescoço, chupando e beliscando, então em seu peito, língua quente girando em torno de seus mamilos, barriga para baixo, beijando uma trilha que tinha os joelhos de Steve tremendo. “O que você vai...?” O sopro sibilou em seu peito quando Wilson engolfou em um movimento de sucção suave que trouxe os quadris de Steve longe da porta. Wilson segurou sua bunda, apertando seu rosto quando foi sugado para dentro de uma polegada de sua vida. “Porra...” Steve lamentou, levantando a cabeça para ver o que Wilson estava fazendo, e ele entreabriu as pernas quando Wilson balançou a cabeça e fez pequenos círculos com o dedo em sua entrada. Steve tentou segurar seus quadris, mas acabou empurrando, e quando ele trouxe os quadris para trás, Wilson deslizou um dedo dentro dele. “Você gosta disso? Você gosta quando eu chupo você e transo, ao mesmo tempo?” A voz de Wilson era profunda e ressonante e pingava sexo, e Steve tentou responder, mas acabou numa respiração ofegante. Ele fez um som patético, mas Wilson pareceu entender, e quando Steve moveu seus quadris novamente, Wilson deslizou o dedo mais fundo e passou os lábios em torno de seu pênis, sugando mais duro. Steve abriu os olhos, mas não viu nada, então fechou novamente. Wilson acrescentou um segundo dedo, e Steve assobiou baixinho enquanto seus músculos esticavam para acomodar os dedos de Wilson tocando o lugar dentro dele. Os joelhos de Steve cederam, e ele deslizou para baixo da porta, caindo no chão em um montão. Os dedos de Wilson saíram de dentro dele, e Steve estatelou de costas no chão. Todo o movimento parou. “Eu estou bem,” Steve engasgou, e Wilson segurou seu pênis antes de chupar profundamente mais uma vez. 3


O chão deu-lhe melhor agarre, e Steve empurrou para frente duro. Wilson o deixou mover-se enquanto o corpo e o instinto de Steve assumia. Wilson acariciou sua pele, e cada toque o impeliu para frente. O piso frio estava em forte contraste com o calor da boca de Wilson. Os olhos de Steve se fecharam enquanto cavalgava em ondas de sensações que ameaçavam dominar seu cérebro. “Willie,” Steve chamou, engolindo em seco, enquanto tentava respirar. “Não pare.” Steve podia sentir o início de formigamento na base da sua espinha. Grudou seu corpo no chão, os dedos abrindo e fechando, tentando encontrar algo para segurar a pressão enquanto continuava a construir. Wilson chupou duro, agitando a língua ao redor do eixo, e Steve viu estrelas. “Willie, por favor, mais, só um pouco mais.” Wilson cumpriu, sugando-o com força e profundo. Steve apertou os olhos fechados enquanto seu corpo todo enrijeceu. Então começou a tremer quando seu corpo entrou em sobremarcha. Ele sabia que deveria estar vindo, mas algo em seu cérebro o fez adiar, e Wilson empurrou ainda mais alto, dirigindo Steve ao pináculo do corpo em prazer e destruição. Quando Steve não podia tomar outro segundo, gritou e caiu no abismo, com a libertação entorpecente passando por ele. Olhos fechados, boca aberta, respiração superficial, Steve lentamente voltou a si. Ele não se moveu, e Wilson parecia imobilizado também. Lentamente, Steve sentiu o retorno da sensação de seus braços, e cuidadosamente pegou Wilson, segurando a cabeça com as mãos. “Eu te amo,” Steve murmurou na escuridão. Wilson mexeu e o beijou, e Steve provou seu próprio sabor salgado na língua de Wilson. “Você me chamou de Willie.” Demorou na mente de Steve alguns segundos para entender o que Wilson estava dizendo. “Eu não quis dizer ele,” disse Steve, referindo-se a Wilson, a personalidade Willie Meadows. “Você é meu Willie, e meu Wilson, e se eu implorar por Willie, é você, sempre você.”

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Wilson beijou novamente e depois se levantou, puxando Steve aos seus pés. Eles não tinham muitos a fazer e, em seguida, foram caindo novamente, só que desta vez em um colchão macio. Wilson vibrou com entusiasmo quando Steve sentiu o peso de seu amante pressioná-lo contra o colchão. Então parou, e Steve ouviu uma gaveta abrir e fechar. “Eu quero você, amor,” Wilson gemeu com renovado entusiasmo. “Vire, vai ser mais fácil para você.” Steve obedeceu e sentiu os beijos quentes arrastar para baixo de suas costas e sobre as bochechas da sua bunda. Mãos quentes repartiram as suas bochechas, e Steve arqueou as costas, fazendo suaves sons de choramingando quando a língua de Wilson deslizou sobre ele, sondando a sua entrada. Steve mal tinha recuperado de um alucinante orgasmo a cinco minutos mais cedo, e Wilson já estava fazendo seu corpo cantar novamente. Um dedo escorregou em seu buraco, e Steve gemeu, amando o modo que Wilson sentia e do jeito que ele tocou dentro dele. O quarto estava cheio de todos os tipos de sons, e levou Steve alguns segundos antes de perceber que todos estavam vindo dele. Steve se contorcia na cama, seu pau já duro novamente, enviando choques de desejo por ele a cada vez que se movia. “Você está pronto para mim?” Wilson sussurrou em seu ouvido antes de sugar, seu corpo cobrindo Steve. “Deus, sim. Foda-me,” Steve chorou, implorou, suplicou, dane-se se as palavras saíram de sua boca antes que pudesse pensar sobre elas. Steve sentiu a mudança do peso de Wilson e ouviu um pacote abrindo. Suas mãos escorregaram debaixo do travesseiro, tocando a cabeceira da cama, balançando os quadris ligeiramente em antecipação doce. A cama balançou um pouco, e o calor de Wilson escapuliu. Steve gemeu baixinho, e então sentiu Wilson pressionar contra sua entrada. No começo, não tinha certeza se poderia levá-lo, mas depois seu corpo abriu e Wilson pressionou dentro. Steve assobiou entre os dentes enquanto seus músculos alongavam. Quase pediu para ele parar, mas a queimadura logo se transformou em felicidade, e Wilson afundou mais nele.

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Ele podia sentir cada cume, cada pulsar do pau de Wilson enquanto deslizava em seu corpo. Steve sentiu tão cheio, e quando Wilson enterrou seu comprimento grosso dentro dele, a sensação ameaçou dominá-lo. “Respire, querido,” Wilson sussurrou em seu ouvido enquanto se acalmava. Steve sentiu Wilson imprensar o peso sobre ele, seu calor cobrindo-o. A bunda de Steve latejava e pulsava quando foi usado para a invasão. Então, lentamente, Wilson começou a se mover, retirando, seu pau arrastando mais de um local que enviou um tremor a espinha de Steve. Igualmente lentamente, Wilson pressionou para dentro, e Steve gemeu do fundo de sua garganta, puxando-o para fora até que Wilson acalmou novamente. “Eu quero vê-lo,” disse Steve gemendo baixinho entre as respirações ofegantes, e Wilson se retirou antes de ajudar a Steve virar de costas. Wilson levantou as pernas de Steve, posicionando-os para que seus tornozelos repousassem sobre os ombros de Wilson, e entrou novamente. Desta vez foi com um movimento único e longo. Os olhos de Steve tinham se acostumado à escuridão, então agora ele podia ver o rosto de Wilson, e ele se concentrou em Wilson enquanto se moviam juntos. Wilson acariciou o peito e os lados enquanto ele se movia dentro dele. O desejo de Steve tinha diminuído por alguns minutos, mas voltou com força total, e ele acariciou-se como o ritmo de sua vida amorosa construída. “Você se sente incrível em volta de mim,” Wilson disse a ele quando se inclinou para frente, encontrando seus lábios em um beijo. “Você é como uma fornalha, apertado e surpreendentemente quente.” Steve sorriu e beijou-o novamente enquanto Wilson dirigia dentro dele. Segurando seu amante apertado, Steve deu-se por inteiro aos cuidados de Wilson, confiando em seu amante, e que sensação incrível que era. Ele sabia que Wilson iria cuidar dele, e assim que se deixou ir, ele sentiu Wilson dirigindo seu clímax mais e mais. O ritmo de Wilson tornou-se irregular e sem coordenação. Steve sentiu seu próprio clímax construindo quando seu corpo começou a formigar. Obrigando-se a manter os olhos abertos, Steve gritou o nome de Wilson, quando gozou em seu estômago, sensação do pau de Wilson saltando e pulsando dentro dele. 3


Steve engasgou para o ar, caindo de costas na cama uma vez que seu orgasmo tinha passado, o brilho quente ainda formigando através de seu corpo, enquanto seus corpos separaram. Wilson escorregou para fora da cama e, em seguida, retornou rapidamente e abraçou-o apertado enquanto os efeitos de sua vida amorosos ficaram entre eles. Steve sentiu mole e flexível como um macarrão, e tão feliz quanto poderia se lembrar. Wilson disse a ele que o amava, e como se lembrava, ele apertou seu amante apertado. “Hum, Steve, eu não consigo respirar,” Wilson disse a ele com um sorriso em sua voz, e Steve afrouxou seu aperto, mas ainda segurou Wilson firmemente, apreciando a rugosidade peluda de suas pernas entrelaçadas, o calor do peito de Wilson, e a lisura das bochechas da bunda de seu amante enquanto ele acariciava-as com os dedos. Steve fechou os olhos, totalmente contente e feliz. Um toque soou no quarto, e Steve piscou os olhos abertos. Wilson empurrou e então acalmou quando Steve respondeu. “Olá.” “Steve, é Wally. Acabamos de receber um telefonema muito estranho de alguém que te conhece. Eles não conseguiram encontrar o seu número, de modo que nos chamou, por algum motivo. Eles disseram que viram você na nossa festa e que eles conhecem você da comunidade.” “Será que eles deixam um nome?” Steve perguntou, movendo-se para sair da cama para não perturbar Wilson, mas uma mão em seu ombro o impediu, e ele sentiu a mudança da cama e em seguida, os braços fortes em volta do seu peito, um rosto com barba por fazer descansaram em seu ombro. “Ele disse que era Gilbert e deixou um número.” Wally disse isso a ele. “Ele disse que era urgente e pediu o seu número, então eu dei a ele. Espero que esteja tudo bem.” “Obrigado,” disse Steve, agora acordado. “Está tudo bem.” Wally disse boa noite e desligou. O telefone tocou novamente, quase imediatamente, e Steve respondeu, apenas gostaria que não tivesse.

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Capítulo Nove DESDE a chamada ao telefone que Steve recebeu tarde da noite, eles estavam em alfinetes e agulhas por quase uma semana. Adicionando a isso o fato de que sua banda estava sendo esperada para chegar a qualquer hora, e Wilson não podia ficar parado, não importando o quê. Ele tentou escrever, mas o pouco que vinha soava completamente deprimente. Ele e Steve continuaram a montar, mas ficaram perto da casa e, apesar de Wilson ter a esperança de deixar a segurança que Howard havia contratado ir, depois da chamada, ele pediu-lhes para ficar por um tempo. Ele tinha que dar crédito — John e Marty eram bons em seus trabalhos. Estavam por perto, mas nunca ficavam no caminho, e houve momentos em que até os esquecia. Isto é, até que via um deles surgindo do canto da casa ou saindo do celeiro. “Quando eles vão chegar?” Steve perguntou, saindo da casa para ficar ao lado dele na varanda. “A qualquer hora,” respondeu ele quando seu telefone começou a tocar. Ele viu o número de Howard e atendeu. “Eles não estão aqui ainda.” “Eu não estou ligando sobre a banda, mas para dizer que a merda está preste a bater no ventilador. Parece que alguém vendeu uma foto de você e Steve para uma das revistas de entretenimento da cidade, e eles estão indo para correr a história. A única razão que eu sei sobre isso é porque fui chamado para uma citação, que me recusei a dar. Eu não vi a foto, mas está sendo anunciado como vocês dois a cavalo juntos se beijando.” Howard soou furioso. “Eu lhe disse para ter mais cuidado!” O estômago de Wilson virou, e por um segundo pensou que ia ficar doente. Então a mão de Steve tocou em seu ombro, e as nuvens que cobriam seu humor limparam e ele conseguia pensar direito. “Quando você acha que eles vão publicar?”

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“Nos próximos três dias, por quê?” Se ele não soubesse melhor, Wilson teria pensado que Howard tinha bebido. “Preciso pensar sobre as coisas. Eu te ligo amanhã e deixarei você saber o que eu quero fazer.” Wilson esperava uma réplica de Howard, e ele não teve que esperar muito tempo. “Não há nada para decidir. Precisamos negá-lo e em seguida, manter a boca fechada. Talvez possamos encontrar uma mulher que você pudesse ser visto em Los Angeles por algumas semanas.” Howard parecia estar em um agito, e Wilson não conseguia ter uma palavra com sabedoria. “Howard!” Wilson finalmente estalou. “Como eu disse, vou decidir o que quero fazer. Dê-me até amanhã, e vou deixar você saber o que quero fazer. Até então, mantenha a calma e não diga nada.” Wilson suavizou o tom. “Eu sei como você se sente, Howard, mas esta é a minha vida, e preciso decidir como vou viver isso.” Howard permaneceu em silêncio por alguns segundos. “Eu sei. Você leva o seu tempo. Você sabe que estou com você, não importa o que. Eu te ligo amanhã. Deixe-me saber se precisar de alguma coisa.” Howard desligou, e Wilson colocou o telefone de volta no bolso. Ele suspirou e olhou para os celeiros e os cavalos em seus piquetes. “O que há de errado?” Steve perguntou baixinho depois de um tempo, e Wilson debatia se lhe iria dizer qualquer coisa. Não queria perturbá-lo, e isso era algo que ele precisava decidir sobre si mesmo. Mas sabia que não era justo para nenhum deles. “Alguém está preste a publicar uma foto de nós a cavalo, beijando, e contatou Howard para uma verificação, que ele se recusou a dar,” explicou Wilson, cansado. “O que você vai fazer?” Steve perguntou, e Wilson estava preste a responder quando um carro, seguido por outro, puxou para dentro da unidade. “Não estou totalmente certo ainda, mas as ideias estão se formando.” Wilson virouse para Steve. “Eu não vou me esconder, isso posso te dizer. Mas preciso de um pouco de tempo para pensar nisso.” Os carros puxaram para uma parada e as portas abriram.

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“Você conseguiu, Hammer,” Wilson chamou quando viu o baterista. Ele o reconheceria em qualquer lugar. O homem era calvo, e do membro do grupo que ele sempre foi mais próximo. Peter, o baixista vinha em seguida, puxando Wilson para um abraço, e depois seguiu seu guitarrista, Freed. Estes eram os principais membros. Quando eles estavam em turnê, havia dezenas de outros que tomavam conta de tudo a partir da configuração e instalação e da mixagem de som. Mas neste momento, tudo o que precisava eram desses três homens. Antes de ir para dentro, Wilson virou. “Gente, este é Steve. Ele cuida da maioria das coisas por aqui.” Cada um apertou sua mão, e Wilson levou todos lá dentro. “Maria tem o almoço, e este pacote de energia é a filha de Maria, Alicia.” Wilson a jogou para cima, e ela riu antes de correr para os seus brinquedos quando ele a colocou de volta em seus pés. A mesa estava posta e todos se sentaram. Wilson observou Steve parado longe dos outros, olhando para ele interrogativamente, e Wilson fez-lhe sinal para a mesa. “Willie, há algo que preciso te perguntar,” Hammer começou logo que ele se sentou. “Há um monte de boatos...” Hammer olhou para os outros, que assentiram. “Eu sei,” Wilson começou. Ele olhou para Steve, que acenou com o incentivo, e os outros pararam, seus olhos virando para Steve. “Então é verdade?” Peter comentou. “Você é gay.” Wilson assentiu. Ele já tinha determinado que não ia mentir, então esperou para ver qual seria a reação dos homens. Ele esperava que eles fossem aceitá-lo e ficarem feliz que ele estava feliz, mas não tinha certeza. Conhecia todos eles por muitos anos, e esperava que ficaria bem com isso agora. “É Steve seu amante?” “Ele é meu namorado, sim,” Wilson respondeu honestamente, olhando de pessoa a pessoa por algum tipo de indicação sobre como se sentiam. Mas não podia ver nada em seus olhos, o que o perturbou. Talvez isto não estava indo tão bem quanto esperava que seria.

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“Então isto é quem você realmente é?” Hammer perguntou, e Wilson concordou lentamente. “Vou entender se você não puder aceitar isso.” “Aceitar isso,” Hammer ecoou. “Fiquei me perguntando quando você estava indo para enfrentá-lo sozinho.” Hammer encarou duro. “Nós todos sabíamos há anos, mas não dissemos nada, porque você nunca disse nada.” Wilson olhou ao redor da mesa, e os outros dois homens assentiram. “Nós queremos que você seja feliz, homem,” disse Freed, o rosto cinzelado quebrando em um sorriso. “E todos nós já vimos à música que saiu de você nos últimos meses. É incrível, e nós achamos que você tinha que estar feliz em estar escrevendo coisas assim.” Wilson soltou o fôlego que estava segurando e sorriu, fechando os olhos quando Steve sorriu também. “Mas,” continuou Freed, “enquanto isso não importa para nós, não podemos falar pelos fãs. Suspeito que uma certa parte da base de fãs vai evaporar.” Os outros encolheram os ombros, e Wilson mordeu o lábio inferior. “Não há nada a ser feito sobre isso, no entanto. Acho que todos nós estamos melhor sendo verdadeiros.” Maria colocou pratos de sanduíches para a mesa. “Se você quer minha opinião,” disse Maria calmamente, e Wilson sorriu e acenou com a cabeça. “Você pode conseguir novos fãs que não tiveram antes.” “Isso é verdade,” disse Peter concordando. “Se você me perguntar, o que você deve fazer, tenha certeza de fazer isso de uma foram que deixe claro que você não tem vergonha de quem você é.” Peter levou uma mordida de seu sanduíche e em seguida, colocou o resto em seu prato. “O que Howard pensa de tudo isso?” “Você conhece Howard — ele quer que tudo permaneça como está,” Wilson disse, e os outros concordaram.

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“Bem, ele não pode,” comentou Steve, e todos olharam para ele, inclusive Wilson. “Só de termos esta conversa significa que as coisas mudaram. Os segredos tem uma maneira de sair.” “Ele está certo,” Hammer disse. “É melhor controlar a mensagem do que deixar alguém fazer isso.” Cabeças assentiram ao redor da mesa. “Mas você tem que fazer o que acha que é certo. Podemos dar-lhe conselhos, mas é a sua vida e a sua decisão.” “Isso afeta a todos nós, porém,” Wilson explicou, sabendo que qualquer decisão que tomasse teria um efeito sobre todos sentados ao redor da mesa. Se fosse só ele, a decisão seria mais fácil, mas não era. O sustento de cada pessoa ao redor da mesa dependia dele. “Sim, é verdade,” disse Freed, “mas isso não significa que você não deve fazer o que é certo. Nós temos vindo a fazer música muito tempo, e eu, não quero fazer mais nada com qualquer outro. Temos feito tudo bem que nós vamos sobreviver ao que você decidir.” Cabeças assentiram mais uma vez, e então todo mundo ficou em silêncio. Wilson tentou respirar uniformemente e com calma, mas seu coração estava a mil por hora. Ele mal podia acreditar no que os caras lhe tinha dito. Olhando para Steve, ele viu o sorriso do seu amante e então sentiu Steve apertar sua perna tranquilizando. Sempre que tinha imaginado essa conversa, sempre imaginou todos gritando e decepcionados, e realmente esperava que os caras pulassem em cima dele. Assim, a sua aceitação significava mais do que poderia dizer. Sabia que sua surpresa estava escrita em seu rosto, mas felizmente os caras ignoraram e continuaram a comer. “Então, que tipo de lugar você tem para nós ensaiar?” Freed perguntou quando terminou outro sanduíche. O homem era alto, magro, e comia como um cavalo. “A VFW concordou em nos deixar usar o seu salão. A acústica não é ruim, e há muito espaço para nós instalar e trabalhar.” Wilson terminou seu sanduíche antes de se levantar para levar seus pratos para a cozinha. Os outros seguiram o exemplo e então foram para fora para os veículos. “Eu vou estar com vocês em um minuto.”

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Os caras saíram, e Wilson ficou com Steve. “Estou contente que parece estar tudo bem”, disse Steve, mas havia pouca alegria em sua voz, as linhas de preocupação ao redor dos olhos ficando mais profunda. “Eu também,” concordou Wilson. “Você quer vir com a gente?” Ele odiava a ideia de deixar Steve para trás. Na semana passada, ele manteve um olhar atento sobre seu amante, e eles tinham ambos estado no limite, desde que Steve tinha recebido aquele telefonema. “Não. Tenho coisas que preciso fazer aqui. Maria e Alicia vão estar aqui, e os homens da segurança estão sempre por perto. Vou ficar bem,” Steve disse a ele. Wilson não achava que ele parecia bem, e estava preste a discutir, mas sabia que não iria fazer nenhum bem. “Eu ligo para você, eu prometo,” disse Wilson. Steve puxou para um abraço e beijouo antes de sair de casa. Wilson seguiu, e Steve acenou enquanto caminhava para o celeiro. Wilson observou enquanto ele caminhava, a bunda de cowboy apertada balançando enquanto ele se movia. Uma vez que Steve desapareceu dentro, Wilson entrou em seu caminhão e levou os rapazes para a cidade. Ele teve o cuidado de não perdê-los enquanto conduzia a sua pequena caravana para o salão. Eles desceram e começaram a descarregar os seus instrumentos. “Eu não consigo me lembrar da última vez que puxei minhas próprias coisas,” Hammer comentou quando puxou um grande tambor do banco traseiro. “Aqui nós fazemos por nós mesmos,” comentou Wilson quando puxou seu violão e amplificador de trás de seu assento. “Eu mesmo limpei as baias.” Quando Wilson fechou a porta, ele encontrou três pares de olhos olhando para ele com ceticismo. “Certo, uma vez, eu fiz isso uma vez,” Wilson confessou com um sorriso. “Mas aprendi a montar, e neste outono vou ajudar os vizinhos a movimentarem o gado.” Wilson pegou seu instrumento e abriu a porta, levando-os para dentro. “Como eu disse, não é ruim.” “Você realmente se tornou um local, não é mesmo?” Peter perguntou quando carregava uma carga de equipamentos, colocando-o antes de começar a configurar. Eles trouxeram instrumentos acústicos em grande parte para a sua sessão de trabalho. “Eu acho,” Wilson respondeu quando ajudou a preparar as coisas. 3


“Para ser honesto, estou provavelmente com um pouco de inveja,” Peter disse-lhe, antes de voltar sua atenção para o que ele estava fazendo. Em um período relativamente curto de tempo, eles se instalaram, ficaram prontos, e começaram a aquecer. Eles começaram com algumas de suas normais canções, tão familiares como velhos amigos. Uma vez, que estavam confortáveis, eles mudaram para uma do novo material. Eles trabalharam com uma música começando com “Longas noites solitárias” quando Wilson pediu para parar. “Não está funcionando,” explicou. “Isso não parece certo.” “É o que você escreveu,” Hammer rebateu. “Eu sei,” Wilson concordou. “Mas eu posso ter deixado escapar alguma coisa.” Wilson começou a andar no chão ainda carregando seu violão. “Parece chato, e eu não sei por quê.” Wilson fechou os olhos e bloqueou tudo, pensando na noite que havia escrito esta canção sentado na varanda. A escuridão caiu em torno dele, e podia ouvir a música tocando em sua mente. “Ele precisa de acompanhamento da natureza,” disse ele em voz alta e, em seguida, virou-se para os caras. “O que diabos isso significa?” Hammer perguntou com um sorriso. “Quando escrevi, estava sentado na varanda. Havia grilos e o som de cavalos pisando, a brisa soprava ao redor da casa. Isso é o que a música precisa.” Wilson sorriu. “Como vamos fazer isso?” Peter perguntou ceticamente. “Você quer gravá-los e adicionar os sons no caminho?” “Não. Estou pensando em trazer um violinista neste número, deixá-lo aproximar o som, e Hammer, você pode adicionar o pisoteando de um cavalo com a bateria.” Wilson largou o violão e caminhou de volta para ele. Tomando o lugar de Hammer, ele começou a brincar com o tambor grande. “É a forma como os cavalos pisam e depois raspam o casco no chão. Isso não tem que ser exato, porque a maioria das pessoas não vai entender, mas é parte do sentir. Esta canção deve ser sentida como se estivesse sentado na varanda pensando sobre quem você ama.” Wilson podia ouvir a música tocando em sua cabeça do jeito que queria, e depois de explicar o melhor que conseguiu, começaram a tocar. Os instrumentos, cobriram a música em 3


sua cabeça, e tudo se encaixou. Havia peças faltando, mas estava trabalhando, e então ele começou a cantar as palavras que tinha escrito ao imaginar não ter Steve em sua vida por mais tempo. Ele cantou do cabelo escuro e olhos brilhantes, e como se sentiu quando se assentaram nele. Tudo se encaixou enquanto tocavam, e uma vez que a música terminou, a sala ficou em silêncio quando a última nota desvaneceu. Ninguém se moveu, e Wilson perguntou o que estava errado. Em seguida, ele ouviu três vozes murmurar, “Foda...” Wilson sentiu um arrepio subindo pela espinha, e freneticamente fez anotações em sua música. “Isso foi incrível,” comentou Freed a Wilson que terminava suas notas. Os outros estavam fazendo o mesmo. “Vamos tentar de novo,” acrescentou alegremente, e eles começaram a tocar. Eles terminaram a canção, e Wilson sentiu um formigamento o mesmo que tinha antes. Adicionando algumas notas, estava preste a sugerir seguir em frente, quando seu celular vibrou no bolso. Puxando-o para fora, viu o número da casa e atendeu. “Está tudo bem?” Wilson perguntou imediatamente, e ele ouviu a risada de Maria. “Tudo está bem. Señor Steve me pediu para ligar. Ele disse que estava indo para exercitar Hunter e que iria chamá-lo quando voltasse.” “Obrigado,” disse ele e desligou, empurrando o telefone de volta no bolso. Ele desejou que Steve tivesse chamado, porque ele teria gostado de ouvir sua voz. “Pronto para Fugindo de Mim?” Wilson perguntou quando caminhou até aonde os sujeitos esperavam. “Imaginei este ser íntimo e suave, uma espécie de lamento por algo precioso que está fora de seu alcance.” Os caras olharam um para o outro. “Isso não é o que Howard disse quando enviou para nós. Ele disse que a gravadora quer tocar este grande. Eles acham que é o sucesso do álbum,” Freed disse a ele. “Acho que é o que acabamos de fazer, mas você sabe, eles têm que meter o nariz.” Wilson sabia, e, no passado, tinha razão, mas Wilson não achava que eles estavam neste momento. “Vamos tentar as duas coisas. Nós fazemos de seu modo primeiro e vemos qual funciona para nós. Então vou ter Howard sobre a gravadora, se necessário.” Eles 3


concordaram, e fizeram a música da maneira que a gravadora queria. Parecia bom e deu certo, mas Wilson realmente não sentia isso. Em seguida, Wilson puxou um banquinho do bar no canto e começou a dedilhar seu violão. Os outros se juntaram, desacelerando o ritmo, e Wilson cantou através da música, terminando com: “Suas pernas longas andando longe de mim, se afastando, se afastando, se afastando de mim.” Formigamentos dispararam em sua espinha. Wilson mal conseguia ficar parado enquanto tocava os acordes finais e deixando a música desaparecer. “Você escreveu isso, para Steve, não é?” Freed perguntou de trás dele, e Wilson acenou com a cabeça uma vez. “Eu escrevi todas para ele,” explicou Wilson antes de se virar. Freed enxugou os olhos, e Hammer olhou para sua bateria, recusando-se a olhar para alguém. Peter brincou com as cordas de seu baixo. “Ok, o que vocês acham?” Wilson perguntou, mas ninguém lhe respondeu. “Tenha Howard sobre a gravadora,” Freed disse finalmente, assentindo com a cabeça e os outros concordaram. Wilson sabia que era o que queria fazer, também, mas se sentiu bem pensando a mesma coisa. Wilson fez anotações em ambas versões da canção. “Acho que nós tivemos o suficiente por hoje,” sugeriu, e os outros concordaram prontamente. Normalmente eles iriam trabalhar por horas, mas Wilson podia ver que eles estavam cansados. “Nós podemos deixar algo aqui que precisarmos. Tenho certeza de que ninguém vai estar aqui até este fim de semana.” O telefone de Wilson vibrou novamente, e ele puxou para fora. “Señor Wilson.” Maria parecia em pânico. “O cavalo do Señor Steve voltou sem ele. Pedi aos homens da segurança para ver se eles poderiam encontrá-lo. Eles estão procurando por ele, mas estou preocupada que algo aconteceu.” Ela parecia à beira das lágrimas. “Nós estamos em nosso caminho de volta agora.” Wilson desligou e enfiou o telefone no bolso, já indo em direção a porta. “Steve sumiu, e preciso voltar agora.” Ele estava na porta, em busca de suas chaves, pelo tempo que tinha acabado de falar. Os caras seguiram-no para fora. 3


“Tranquem a porta,” disse a Hammer quando eles correram para os carros. “Nós vamos ficar bem atrás de você.” Wilson subiu dentro, ligou o motor e saiu, chamando a polícia enquanto dirigia. Ele não tinha muito a fornecer, além do que Maria tinha dito, mas eles disseram que ia mandar alguém direto para lá. Wilson dirigia como um morcego fora do inferno, voando pelas estradas rurais. Um caminhão passou por ele, quando virou uma esquina, dirigindo na mesma velocidade. Wilson teve um vislumbre de uma cabeça encostada na janela do passageiro através do pára-brisa do caminhão e pisou no freio. Ele era maldito sortudo que o caminhão não sacudiu quando chicoteou isto ao redor e decolou. Ele reconheceria essa cabeça em qualquer lugar, e era foi positivo que Steve estava naquele caminhão. Passou os caras e continuou, pegando o telefone e chamando a polícia novamente. “Estou indo em direção à cidade, na Estrada Velha Cheyenne,” Wilson disse ao oficial. Ele tentou explicar ao atendente o que achava que estava acontecendo, mas deu-se, atirando o telefone no assento, e continuou dirigindo. Aproximando-se da cidade, o caminhão na sua frente retardou quando o tráfego engrossou. O motorista desviou em torno de um outro carro e fugiu. Seu telefone tocou, e Wilson apertou o botão de alto-falante, enquanto tentava contornar o carro mais lento. “Sr. Edwards, é o Oficial Carlston, onde está você?” O oficial pareceu chateado, mas Wilson não se importava. Se este era Steve, ele estava ferido e com problemas. Isso era tudo o que o preocupava. “Estou me aproximando da cidade pela Velha Cheyenne. Posso ver o caminhão azul girando no cruzamento principal. Ele parece estar indo em direção a rodovia. Acredito que meu namorado foi sequestrado e está nesse caminhão.” As palavras saíram de sua boca antes que pudesse pensar sobre elas, e continuou dirigindo. “Nós vamos buscá-lo, não se preocupe. Estou chegando em cima dele.” A linha desligou, e Wilson desacelerou, mas continuou dirigindo na direção que tinha visto o caminhão. Continuou pela cidade e em direção à rodovia. Quando chegou perto, viu luzes e

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começou a respirar mais fácil. Parando atrás dos carros, Wilson saiu e se aproximou de um dos oficiais. “Você o parou?” Wilson perguntou sem preâmbulos. “Sim, mas não acho que eles são quem nós pensamos que fossem. É um homem levando seu filho para o hospital,” explicou o oficial. “Nós chamamos uma ambulância, e eles estão em seu caminho.” Wilson tinha tido tanta certeza que era Steve nesse caminhão. Ele estava preste a virar, mas sabia que precisava ver por si mesmo. Passando o carro de polícia, ele se aproximou do caminhão e viu Steve deitado sobre o banco. Ele correu para ele. “Você fica longe do meu filho!” Wilson voltou e encontrou os olhos do pai de Steve. O homem olhou para trás, e Wilson soube imediatamente que estava olhando para um homem acostumado a ser obedecido e exercia o poder sobre os outros. Era perturbador e mais do que um pouco intimidante, mas Wilson sabia como lidar com homens como ele e não abaixou. “Senhor,” um dos oficiais disse com firmeza. “Você precisa se afastar.” “Esse é o meu namorado, Steve,” disse Wilson, olhando para o carro. “E esse homem é um sequestrador. Ele pode ser seu pai, mas Steve não quer ir a qualquer lugar com ele.” Os oficiais do xerife olharam um para o outro, confusos. “Quando Steve disse a seu pai que ele era gay, o idiota o jogou em um porão e então o enviou para algum hospital de maluco para que eles pudessem mudá-lo. Ele não quer ir com ele, e aposto que você vai achar o que está errado com Steve, foi ele que fez.” Wilson podia sentir sua agitação aumentando, e ele pressionou o oficial, aproximando de Steve, limpando suavemente os cabelos de sua testa. “Você vai ficar bem. Prometi que não iria deixá-lo levá-lo, e não vou.” “Senhor,” o oficial ao lado dele disse. “Não posso fazer muito sem ouvir o homem ferido.” “Você certamente não pode deixar Steve ir a qualquer lugar com ele,” Wilson disse quando cuidadosamente segurou a mão de Steve, tendo muito cuidado para não mover Steve 3


no caso dele estar machucado. Steve parecia tão pálido, e quando o pai de Steve se aproximou, Wilson se moveu para ficar entre ele e Steve. “Não se aproxime. Eu sei o que você fez, e não vou deixar você machucá-lo mais.” “Ele é meu filho, e sei o que é melhor para ele,” o pai de Steve rosnou. “Isso inclui prendê-lo em um porão e jogá-lo em um hospital, porque ele era gay?” Wilson tentou manter seu nível de voz, mas não estava funcionando. “Ele está doente e precisa de ajuda. Eles poderiam curá-lo.” “Então você admite isso,” Wilson pressionou, olhando para os policiais. “A última vez que ouvi, a AMA5 não classifica a homossexualidade como uma doença, e desde que eu duvido que você seja um médico, você não pode tomar essas decisões.” Wilson voltou-se para os oficiais. “Este homem confessou o sequestro. Seu filho é um adulto, e não pode tomar decisões por ele.” O oficial abordou o pai de Steve. “Coloque suas mãos onde eu possa vê-las.” “Não vou a lugar nenhum,” o pai de Steve protestou, e os dois oficiais agarraram suas mãos, forçando-o para o chão. “Parece que você vai agora,” comentou Wilson, antes de voltar sua atenção para Steve, que parecia estar se mexendo. “Steve, sou eu,” disse Wilson, pegando sua mão, observando quando a cabeça de Steve levantou do assento. “Acalme-se, a ajuda está a caminho.” Sirens soavam, rapidamente ficando mais alto. “Você vai ficar bem.” “Meu pai me levou,” Steve disse com voz rouca, e Wilson observou Steve mexer-se para a borda do assento, vomitando violentamente no chão. Wilson segurou sua mão até que os paramédicos chegaram e tomaram conta da situação. Wilson observou Steve ser ajudado para fora do caminhão e depois carregado para a ambulância. Wilson deu um passo para trás quando as portas fecharam, e depois de alguns minutos a ambulância se afastou. Wilson os assistiu ir, antes de voltar sua atenção para os oficiais. “O que vocês precisam saber?” Ele perguntou, e em seguida, as perguntas começaram. Wilson disse-lhes tudo o que sabia sobre a relação entre Steve e seu pai, sua 5

Associação Americana de Médicos.

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ansiedade aumentando a cada segundo que passava, até que o deixaram ir e ele foi capaz de dirigir de volta para a cidade e ao hospital.

“VOCÊ precisa de ajuda?” Wilson perguntou a Steve antes de abrir a porta e correr para o lado de Steve, abrindo a porta e pegando sua mão. “Eu não sou impotente,” Steve disse a ele, embora Wilson ignorasse seu protesto leve o ajudou em direção à porta da frente. No interior, tanto Maria e Alicia exageraram em cima de Steve, com Alicia sentada ao lado de Steve, logo que se sentou no sofá. “Eu estou bem,” disse Steve a Alicia, mas ela não parecia convencida, rastejando em seu colo, e Steve abraçou a menina com ele. “Eu realmente estou,” disse ele a todos. “O que aconteceu?” Freed perguntou, e Steve disse aos membros da banda o que seu pai tinha feito para ele. “Cerca de uma semana atrás, recebi um telefonema de Gilbert, um dos homens da comunidade onde cresci, e ele me disse que eles tinham removido o meu pai como líder. Gilbert também disse que o meu pai me culpou por sua saída e que o pai tinha saído e que não sabia onde tinha ido. Estavam com medo que ele viesse atrás de mim.” Steve tossiu, e Wilson pulou para obter-lhe um copo de água. Entregou o copo a Steve e se sentou ao lado dele no sofá. Steve sorveu a água e, em seguida, colocou o copo em cima da mesa. “Gilbert me disse que não tinha dito a meu pai onde me encontrar, mas ainda estavam preocupados.” “O que aconteceu hoje?” Wilson perguntou nervosamente. “Eu estava andando com Hunter de volta para o rancho quando fui retirado dele. Lembro-me de cair e bater no chão. Então meio que veio alguém e me deu algo para beber. Tinha um gosto frutado, e não pensei muito sobre isso. Minha mente não estava funcionando bem. Depois não me lembro muito, até que ouvi sua voz discutindo com o meu pai e os policiais.” Maria levantou Alicia do colo de Steve e levou-a para fora do quarto. Steve virou-se para ele, e Wilson viu uma expressão que não sabia ler. “Eu ouvi o que você disse. Não podia me mover, mas eu ouvi. Você disse que eu era seu namorado.” 3


“Você é,” disse Wilson. “Eu sei. Mas você disse a eles e todos os outros.” Steve descansou a cabeça contra o peito de Wilson. “Se você sabe disso ou não, você veio para mim.” “Eu amo você,” sussurrou Wilson. Ele ouviu de longe os outros se levantarem e deixarem a casa em silêncio, para lhes dar privacidade, e mal ouviu os motores de automóveis ligarem quando os caras foram embora. “Eu estava tão preocupado com você. Não parei para pensar no que estava dizendo. Tudo o que sabia era que não podia deixar seu pai levá-lo a qualquer lugar.” Os batimentos cardíacos de Wilson aceleraram enquanto pensava no que poderia ter acontecido com Steve se ele não tivesse o visto e ido atrás dele do jeito que fez. E se ele tivesse estado passando apenas alguns minutos mais tarde? Ou se tinha ido por uma rota para casa um pouco diferente? Os pensamentos o assustaram. “Você se arrepende do que disse?” Steve levantou a cabeça, os olhos cheios de preocupação. “Não. Eu já tinha decidido que não ia me esconder mais. Você é o meu namorado, amante... qualquer que seja o termo apropriado, e não vou negar você novamente.” Wilson acariciou o cabelo macio de Steve, sua mão delicadamente segurando a cabeça de Steve. “Eu quase perdi você hoje, e percebi que você é mais importante do que a minha carreira ou legiões de fãs. Não importa o que, ainda posso fazer música, e é isso o que eu realmente amo. Se você é o único em torno para ouvi-lo, então tenho todo o público que realmente quero.” Wilson se aproximou, tocando seus lábios em Steve. Uma vez que ele se afastou, Steve piscou para ele antes de sorrir. “Você sabe o que vai acontecer com o meu pai?” Steve perguntou baixinho, e Wilson balançou a cabeça. “Ele foi levado em custódia, mas isso é tudo que sei. Pedi que eles prosseguissem com possíveis acusações de sequestro, e eles pareciam pensar que poderiam tomar essas acusações, mas para as outras coisas que ele fez, não há muitas provas além da sua palavra.”

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Wilson viu a dor bem nos olhos de Steve. “De qualquer forma, ele não vai estar em torno por um bom tempo.” Wilson conseguiu dar um sorriso, e Steve parecia aceitar suas garantias. Wilson tinha a intenção de ter certeza que o pai de Steve não seria capaz de aterrorizar seu filho novamente. “Você provavelmente deve deitar por um tempo.” Wilson se levantou e estendeu a mão, ajudando Steve a levantar. “O que seu pai colocou em sua bebida precisa sair de seu sistema.” Wilson ajudou Steve pelo corredor até seu quarto, orientando-o sobre a cama grande. “Você está com fome?” Steve balançou a cabeça, e Wilson ajudou a despi-lo antes de colocá-lo debaixo das cobertas. Wilson se inclinou sobre Steve, beijando seu rosto antes de deixar a sala em silêncio. Steve já estava meio adormecido pelo tempo que saiu da sala, e uma vez que Wilson estava no corredor, tirou o telefone e ligou para Howard. “Tenho algumas coisas que preciso que você cuide,” disse, assim que Howard respondeu. “Estou pedindo que fale com a gravadora para conseguir o arranjo que quero para 'Fugindo de mim'. Nós todos concordamos que a acústica é melhor, para dar-lhes o inferno.” “Eles estavam determinados na última vez que falei com eles, mas vou tentar.” “Ótimo. E quero que você me consiga um programa de entrevista diurno solidário antes que o artigo seja publicado. Quero contar a minha história.” Wilson socou as borboletas que ameaçavam em seu estômago. “Quero controlar a mensagem. É hora de eu parar de me esconder. A banda e eu já conversamos sobre isso, e eles concordaram.” Wilson ouviu o suspiro de Howard. “Se você tem certeza sobre isso,” Howard começou. “Tenho certeza. As fichas podem cair aonde podem, mas tenho certeza que quero viver minha vida de uma maneira honesta com o homem que eu amo. Ele merece isso, e eu também.” Wilson sorriu para si mesmo. “Sei que você tem suas preocupações, e eu também — mas pense nisso assim, toda a nossa vida será mais fácil.”

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A principio Howard não disse nada, então falou: “Estou com você o tempo todo. Também vou deixar a gravadora saber o que está acontecendo. Eles têm o direito de saber, e tenho que advertir você, podem querer renegociar o seu contrato, e o papel no filme pode evaporar, também.” “Eu sei, e se o fazem, então tudo bem. Mas não acho que ser gay é como um grande problema como era antes. Há atores abertamente gays na televisão, e músicos foram abertamente gays por anos. Diga a quem você precisa, mas também lhes diz que não vou renegociar contratos. Se eles me querem fora, então vamos deixá-los fora e vamos pegar outra gravadora. Eles vão recuar.” A risada de Howard flutuou através do telefone. “Se eu tivesse sido o único com o seu talento, você teria feito um inferno de um gerente. Deixe-me fazer essas chamadas, e vou deixar você saber o que eu descobri.” “Obrigado,” disse Wilson antes de desligar. Ele vagou em torno da casa, preocupado com Steve e as outras decisões que fez. Pela primeira vez, que podia se lembrar, estava duvidando dele mesmo. “Señor Wilson, ele vai ficar bem,” Maria disse quando ele entrou na cozinha. “Você é um bom homem e está fazendo a coisa certa. Mentiras nunca são boas. Elas só machucam e fazem você infeliz.” Wilson acenou com acordo e beijou-a de leve no rosto antes de caminhar de volta pelo corredor para seu quarto. Steve estava dormindo, e depois de observá-lo por um longo tempo, Wilson fechou a porta atrás de si, a sua mente mais tranquila e à vontade. Ele tinha feito a coisa certa, sabia disso em seu coração. Indo para fora, pegou seu violão de seu caminhão e sentou-se na varanda. Sentado em uma das cadeiras que Steve tinha consertado, Wilson tocou seu instrumento e deixou seus sentimentos soltos. Lágrimas de alegria e alívio brotaram em seus olhos, e felicidade floresceu em seu peito. Em seguida, a música começou a tocar em sua cabeça, e Wilson a deixou livre. Até agora, tinha sido suave e reconfortante, mas o que vinha agora era estrondoso e forte, alimentando-se do tumulto da emoção que tinha passado nas últimas horas. A energia 3


a partir da música veio em ondas e correu através de seus dedos e mãos. Em seguida, ele se acalmou, enchendo-o de uma forma que era difícil de descrever, estabelecendo-se em seu coração e ficando lá, mudando para uma canção de amor. Wilson havia escrito muitas canções em sua vida, e algumas tinham mesmo se aproximado de canções de amor, mas esta roubou o seu fôlego. Cantou a Steve, mesmo que ele ainda estivesse dormindo, e depois cantou de novo, as palavras mudando um pouco até que ele as tinha corretamente. Em seguida, cantou uma última vez, sua voz flutuando no ar no início da noite. Cantou para os cavalos e qualquer outra coisa viva dentro da distância de gritar. Ele amava Steve, e ele queria que o mundo soubesse. “Isso é para mim?” Wilson acalmou, os sons desaparecendo quando se virou e viu Steve de pé atrás dele. Wilson concordou lentamente. “Sim, isso é para você.” “É lindo,” disse Steve sussurrando, mas não se mexeu, e Wilson o ouviu fungar um pouco. “Ninguém na história do mundo já disse a alguém o quanto eles são amados de uma forma mais bonita.” Steve fungou novamente, mas ainda não se moveu. “E eu nunca me senti mais amado por alguém na minha vida.” Steve ainda não se mexeu, e Wilson largou o violão. Ele se levantou e aproximou-se, e, finalmente, Steve mexeu-se em seus braços. Eles se abraçaram apertado, de pé na varanda de frente a Wilson, e Wilson nunca tinha sentido nada tão certo em sua vida. Não importando se alguém os visse, e não se importando o que os outros pensassem. Steve o amava, Wilson sabia disso, e podia sentir com cada respiração e cada batimento cardíaco. “Eu quase perdi você,” Wilson murmurou baixinho o suficiente pois ele mal conseguia ouvir a própria voz. “Eu não quero nunca mais que isso aconteça novamente.” “Não vai, não se eu posso evitá-lo,” disse Steve, de onde sua cabeça repousava no ombro de Wilson. “Eu vou ficar com você enquanto você vai ter-me.” Steve levantou a cabeça, e seus olhos se encontraram. “Você salvou a minha vida, e não só isso, você me deu

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esperança, um lugar para viver, e então virou esse lugar para viver em uma casa. Devo-lhe mais do que eu posso imaginar.” Wilson balançou a cabeça lentamente. “Você não me deve nada. Tudo o que você sente que pode ter devido, foi pago há muito tempo. Você é a pessoa mais amável e mais carinhosa que já conheci, e sou maldito sortudo de ter você em minha vida.” Wilson inclinouse, encontrando os lábios de Steve quando uma brisa fresca agitou a relva, soprando através da varanda aberta. “Acho que é melhor ir para dentro. Maria vai ter o jantar pronto em breve, e se você estiver melhor, eu gostaria de mostrar a você o quanto significa para mim esta noite.” Steve escapuliu e pegou a mão de Wilson, levando-o para dentro. O jantar estava realmente pronto um pouco mais tarde, e depois, Wilson e Steve deram um passeio tranquilo na noite em torno da propriedade. Eles passaram pelo caminhão velho de Steve, ainda estacionado onde o havia deixado depois de chegar. “Você sabe, nós devemos conseguir um novo caminhão e encontrar um bom lar para este,” Wilson disse quando passou a mão pelo lado da banheira velha enferrujada, lembrando quando tinha acabado a gasolina. “Talvez não,” disse ele, mudando de ideia. “Nós vamos manter este, afinal, ele trouxe você para mim.” Steve riu e pegou sua mão. Atravessaram o celeiro, acariciando o nariz quando cumprimentaram cada um dos cavalos. “Eu preciso enviar Chester e Lilly de volta para Wally e Dakota em breve. Eles estão indo muito bem. Queria saber se você se importaria se eu abrisse uma escola de treinamento.” “Você pode fazer o que quiser. Eu meio que achei que você gostaria de reproduzir e criar cavalos, mas se quiser treiná-los, isso é perfeitamente bom.” Wilson colocou seu braço ao redor da cintura de Steve e o guiou para casa. Ele sabia que haveria manchas ásperas, e havia bastantes coisas desconhecidas pela frente, mas eles eram felizes, e isso era o que importava.

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Epílogo WILSON passeou no camarim da primeira parada em sua turnê. No ano passado, ele filmou sua parte no filme, e eles gravaram o álbum com todas as músicas novas de Wilson. O lançamento tinha sido poucos dias atrás, e agora Willie Meadows e a banda iriam apresentar todas as músicas na frente de uma plateia ao vivo pela primeira vez. Howard tinha sido bem sucedido a partir de uma perspectiva de apoio e contrato. Ele conseguiu reservar-lhe no The Oranda Show, onde encontrou um público receptivo e favorável para dizer ao mundo que ele era gay. Em geral, as coisas tinham trabalhado melhor do que se esperava, e muitas vezes perguntou por que ele tinha se escondido por tanto tempo. “Você parece grande,” disse Howard enquanto Wilson mexia com a camisa pela milionésima vez. “Mas ainda acho que você devia vestir o casaco. É uma espécie de marca registrada.” Wilson pegou a jaqueta de couro e, em seguida, a colocou novamente. “Não. Isso é parte de quem eu era, e esta excursão inteira é sobre deixar todo mundo ver quem realmente sou.” Ele ouviu uma batida suave e, em seguida, a porta se abriu. Steve caminhou para dentro carregando uma grande caixa e fechou a porta atrás de si. “Trouxe algo a você,” Steve disse, colocando a caixa na penteadeira. Abriu-a e tirou um chapéu de cowboy velho. “Encontrei isso em um brechó de volta para casa. O limpei, mas é velho e gasto e é um chapéu de cowboy de verdade.” Steve deu um passo para ele e o colocou na cabeça. Wilson olhou no espelho e sorriu. O chapéu era perfeito. “Eu sei que você vai ser ótimo.” Steve aproximou-se e abraçou-o. Wilson viu Howard dar um passo para trás e depois calmamente sair do camarim. “Você está nervoso?” “Aterrorizado,” Wilson respondeu quando seu estômago fez uma cambalhota. “Você vai ser incrível. Eu sei disso.” Steve beijou duro e profundo, não se importando se alguém pudesse vir a qualquer segundo. “Não há nada para se preocupar. Os 3


cavalos e a fazenda ainda vão estar lá quando você chegar em casa, e ainda te amo, não importa o que, então só quero que você se divirta.” Wilson acenou com a cabeça e beijou Steve novamente quando a porta se abriu ligeiramente. “Três minutos.” A porta se fechou de novo, e Wilson teve um último beijo para dar sorte antes de se verificar no espelho. Ele parecia exatamente do jeito que queria: como um cowboy de verdade, e não o que ele tinha quando a principio chegou a Wyoming. Agora ele usava Wranglers e uma camisa simples, com suas botas favoritas que havia usado em torno do rancho. “Eu vou te ver lá fora,” Steve disse antes de beijá-lo mais uma vez e, em seguida, correu para a porta. Wilson esperou mais alguns segundos, e depois o segurança chegou à sua porta e o escoltou para o palco. Ele tomou seu lugar, e depois a banda começou a tocar, as luzes surgindo ao seu redor. Ele já estava com o microfone, por isso em sua deixa, ele começou a cantar, e a multidão foi à loucura. Esperou que a multidão diminuísse antes de continuar a canção. Com todas as luzes, ele não conseguia ver muito além do palco, mas podia ouvir a plateia com vinte mil pessoas enchendo o salão de show. A multidão silenciou enquanto cantava, e depois gritos quase ensurdecedores quando ele terminou. “Obrigado!” Willie disse estando à beira do palco. “Este é um novo!” A banda começou a tocar a versão completa de “Fugindo de Mim”. Enquanto ele cantava, a iluminação mudou, e Wilson podia ver Steve de pé perto do palco, sorrindo para ele. As luzes mudaram de novo e ele se foi, mas foi o suficiente para saber que ele estava lá, e Willie cantou a primeira música que escreveu para Steve com toda a energia e carisma que conseguiu reunir, e a multidão mostrou seu apreço tão entusiasticamente que Willie podia sentir a vibração através de seus pés. “Essa música foi inspirada por alguém muito especial.” Outro grito atravessou a multidão e depois acalmou. “Agora, o que nós tocamos é a versão que a gravadora gostou. Mas há outra. Gostariam de ouvi-la?” Willie ficou entusiasmo pela multidão como o sim. Ele apontou para o lado do palco, e um dos homens entrou no palco carregando um violão e um banquinho. Um microfone foi 3


colocado perto do violão, e Willie sentou. As luzes no palco escureceram e estreitaram até que ele se sentou em uma piscina de luz em um palco de modo silencioso. Então, ele começou a tocar. Era apenas Willie e seu violão, cantando a música que tinha escrito quando tinha visto Steve todos aqueles meses atrás. “Eu vejo você todos os dias, cuidando de tudo o que vejo, mas a única coisa que mais quero, nunca poderei ter? Você me ama, você precisa de mim, é o destino? Ou sou eu querendo ver suas pernas longas fugindo de mim? Fugindo, se afastando, se afastando de mim.” O último acorde morreu a distância, e o salão ficou em silêncio. Wilson esperou um segundo e então se levantou, pensando que não era o que eles queriam. Em seguida, a sala de concertos irrompeu no som mais alto que Wilson já tinha ouvido. O edifício inteiro sacudiu quando todos bateram palmas, gritaram e pularam para cima e para baixo. Parecia um mar de pessoas se movendo e ondulando enquanto o som continuou. Uma vez que morreu, Willie, comentou: “Então, a gravadora estava errada?” E o som começou de novo.

NO MOMENTO em que o show estava quase no fim, Wilson estava tão alegre e exausto. Apresentar-se sempre fez isso por ele. A multidão dava-lhe energia, mas demorava muito para entreter vinte mil pessoas. Até o momento da última nota da última música desaparecer e Willie tomar a sua saudação final, ele mal podia suportar mais. A caminhada para o vestiário parecia incrivelmente longa, e caiu em uma cadeira, logo que chegou. Haviam bebidas sobre a mesa, e Wilson cegamente pegou uma. Willie Meadows estava terminado para a noite, e agora era só ele. Wilson esperava o desfile habitual de pessoas que sempre paravam depois de um show, então bebeu a Diet Coke em alguns goles e esperou. Howard foi o primeiro a correr. “Eu já estive no telefone, e eles vão lançar a sua versão de “Fugindo de você” como solo. Parece que você provou seu ponto.”

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Wilson acenou com a cabeça e deu um sorriso a Howard quando os membros da banda entraram, todos eram sorrisos e energia. “Parece que nós conseguimos de novo. Eles adoraram o novo material,” disse Freed quando puxou Wilson para um abraço. “E você viu todos os caras na plateia? Nós nunca tivemos muitos homens antes.” Wilson sorriu e acenou com a cabeça. Desde que ele saiu, o grupo demográfico de seus ouvintes havia mudado um pouco. As mulheres ainda o escutavam, mas haviam levantado um monte de gays ouvintes, também. Foi muito legal. “Você ouviu a multidão?” Peter perguntou quando quase saltou fora das paredes. “Isso foi incrível!” Ele cutucou Hammer, e os dois riram e sorriram, seus sorrisos felizes, quase infantilmente excitados. “Vamos torcer para que continue assim,” disse Wilson. “Temos nove cidades mais e quase vinte shows para ir.” Então poderei voltar para o rancho para um pouco de paz e tranquilidade. Ele só tinha ido embora uma semana ou assim e já sentia falta. Ele trocaria o rugido da multidão para os sons dos cavalos pisoteando e os grilos à noite todo o dia. Os caras estavam agitados, e correram para se divertir um pouco, provavelmente em um bar local, onde havia muitas mulheres que poderiam impressionar. Quando saíram, Steve enfiou a cabeça na porta. Wilson sorriu, e Steve veio para frente. Wilson levantou-se e puxou-o para um abraço. “Você foi incrível,” disse Steve sussurrando no ouvido de Wilson, apertando o abraço, e tudo o mais escapuliu — a fadiga, o cansaço, tudo isso pareceu deixá-lo. “Quanto tempo você precisa para ficar?” “Podemos ir a qualquer hora,” disse Wilson, e ele olhou em torno do quarto de vestir, surpreso ao descobrir que eles estavam sozinhos. “Eles vão estar recebendo tendo tudo pronto para o show de amanhã, e então posso fazer tudo de novo.” Turnê era assim. Uns dias em um local, e então você mudava. O show era o mesmo, mas se apresentando noite após noite era desgastante. “Quando você marcou para voltar?”

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“Vou estar aqui até que você parta. Então vou para casa para esperar por você,” Steve disse a ele. “Vamos tirar você daqui e voltar para o hotel.” Steve pegou sua mão e o levou para fora do quarto de vestir e através das pessoas que trabalhavam por ali. Segurança reuniu-se ao lado deles e, conduziu os dois para uma limusine à espera que os levaria para o hotel. Em seu quarto, a última energia de Wilson falhou, e ele desabou sobre a cama. Steve deitou ao lado dele, e Wilson mexeu-se em seus braços. Sendo segurado por um tempo era maravilhoso. “O que vou fazer pelo resto da turnê, quando você estiver em casa?” Steve riu suavemente. “Você vai pensar em nós e saber que estamos esperando por você. Maria prometeu o seu jantar favorito, e pelo tempo que você chegar lá, a adição estará terminada e podemos batizar nosso quarto principal enorme novo.” Steve acariciou atrás da orelha de Wilson. “Eu tive uma conversa com o empreiteiro e providenciei uma surpresa especial para você.” Wilson virou. “Que tipo de surpresa?” Ele levantou a cabeça e olhou nos olhos lindos de Steve, desejando que não tivesse que partir ou que Steve pudesse ficar com ele, mas também não era possível agora. “Você vai descobrir quando chegar em casa,” Steve disse a ele. Wilson teria tentado tirá-lo dele, mas estava muito cansado, então em vez disso fechou os olhos e ficou nos braços de Steve, o calor de seus corpos se misturando, respiração suave de Steve em seu ouvido, pensamentos de montado em seu cavalo e tempo gasto na varanda tocando música, da calma e tranquilidade trabalhando nele. A cena em sua mente mudou, e ele imaginou deitado em sua cama grande, a casa aberta, os sons da noite vagando pelas janelas enquanto esperava seu amante. Ele podia ouvir seus passos vindo pelo corredor. Então a sombra de Steve encheu a porta, e Wilson o viu nu, o querendo, e dessa vez, essas longas pernas caminharam em direção a ele.

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