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Detalhes: Nada é para Sempre
from Relvado #9
Atemporada 2013-14 se desenha. Mudanças são esperadas em Manchester. Seu mais histórico clube, o United, acaba de colocar fim a uma das mais longas dinastias da história do futebol. Sir Alex Ferguson, o mítico treinador escocês, agora curte sua aposentadoria, após dedicar os últimos 27 de sua vida à comunidade mancuniana que veste vermelho. O cenário para tanto foi perfeito, já que os Red Devils se despediram da Premier League com o título. Mas, agora, quem dá as cartas é David Moyes e ele precisa superar a sombra de seu antecessor.
Para tanto, o novo comandante quer contratações de impacto. Acaba por privilegiar o setor de meio-campo, mesmo porque já não pode contar com a referência de Paul Scholes, outro que se aposentou. Anderson já não era confiável. Darren Fletcher convive com problemas de saúde e Michael Carrick vê a implacabilidade do tempo afetar sua forma. Tom Cleverley e Shinji Kagawa, apesar da juventude, não oferecem certeza, com atuações inconsistentes.
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Moyes traz alguém de confiança. Marouane Fellaini, seu excomandado no Everton, segue o treinador rumo a Manchester. Mas ainda é preciso contratar uma nome de peso. O clube faz suas tentativas e acaba chegando até Daniele De Rossi, um dos dois grandes líderes da Roma, ao lado de Francesco Totti. A proposta é excelente, mas chega em um momento em que o volante, formado no clube da capital italiana, já reafirmou sua lealdade à sua equipe e ao treinador Rudi García. Meses depois, reconhece que a mudança teria sido um erro. “Graças a Deus eu não acertei com o Manchester United. Caso contrário, eu teria cometido suicídio. Não conseguiria assistir aos jogos da Roma”, disse ao Corriere dello Sport. Era uma mostra do inegociável e pulsante amor de De Rossi pela Loba, sua casa há 13 anos e o clube de seu coração. Essa foi apenas uma das várias vezes em que Daniele pôde deixar sua cidade natal.
O tempo passou. Totti se foi e De Rossi assumiu o posto de referência maior da equipe. Em 2018-19, os 35 anos não ameaçaram seu lugar. Nem a presença do campeão mundial Steven N’Zonzi. As lesões, em parte. Ao final, a Roma decidiu não renovar seu vínculo, entendendo que já não valia a pena contar com o jogador para o próximo ano — mesmo que estivesse em jogo um amor posto à prova inúmeras vezes. Clube e atleta trocaram palavras simpáticas, mas a verdade é que, contra a sua vontade, o jogador seguirá sua carreira em outro lugar. O que reforça a ira da torcida Giallorossi, órfã de grandes momentos e ídolos. E o amor por De Rossi.