Edição comemorativa de Aniversário de um ano do Pró Trabalhador Lançamento - Edição nº 0
Pró Trabalhador recebe prémio “Comunicção & Destaque 2014“
EMPREENDEDORISMO Você sabe o que significa ERP?
MUNDO DO TRABALHO Setor têxtil e de confecção têm a pior crise desde 2008-2009
anigerprotrabalhador
www.protrabalhador.com.br
QUALIFICAÇÃO Projeto social qualifica mulheres vítimas de violência doméstica para atuarem no ramo de hotelaria
ÍNDICE DIVERSIDADE
SINDICAL
Fator Previdenciário e desaposentação
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OPORTUNIDADES
Email, amigo ou inimigo da sua carreira?
Sert certifica empresa por valorizar a diversidade humana
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EMPREENDEDORISMO
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QUALIFICAÇÃO
Você sabe o que significa ERP? O corpo empreende
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NOSSOS DIREITOS
Projeto social qualifica mulheres vítimas de violência doméstica para atuarem no ramo de hotelaria
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Liderança se constrói com confiança
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A invasão de privacidade no trabalho Aprovado Supersimples Nacional
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OPINIÃO
MUNDO DO TRABALHO
Por uma reforma simplificadora Pró Trabalhador recebe Prêmio “Comunicação & Destaque 2014”
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Setor têxtil e de confecção têm a pior crise desde 2008-2009
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FALE CONOSCO Contato: e-mail-contato@protrabalhador.com.br Telefone: 011-4328-9551 (Redação e Comercial). Sede- Rua Jeronima Dias, 347, Mandaqui (Alto de Santana), São Paulo, SP. CEP-02407-000.
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EDITORIAL Regina Ramalho Jornalista Idealizadora do Portal Pró Trabalhador
Boa leitura! Expediente
A agência Pró Trabalhador foi idealizada, com base na experiência que adquiri ao longo de 15 anos, ao desenvolver as estratégias de comunicação e divulgação do Centro de Solidariedade ao Trabalhador, da Força Sindical e do Centro de Apoio ao Trabalho (CAT), da Prefeitura-SP. O Pró Trabalhador, acompanha o que as Prefeituras, os Estados e o Governo Federal, vem fazendo a favor do trabalhador e empresariados. Divulgando as oportunidades de trabalho e também experiência de empreendedores de sucesso, tais como Ernesto Haberkorn, fundador da TOTUS e também do Circuito Netas. Além de, cobrir e descortinar o universo sindical, valorizando suas lutas, reivindicações e conquistas, mostra para a sociedade, que por trás de cada um dos benefícios conquistados, estão todo o trabalho e a coragem das lideranças sindicais. O portal Pró Trabalhador foi desenvolvido em parceria com o programador Odair Andrade, o layout moderno e exclusivo é criação do designer digital, Richard Yukio e da Artista e generalista especializada em 3D, Renta Sayuri. As coberturas jornalísticas e ensaios fotográficos, são assinadas pelo fotografo, Edivaldo Sousa (Edi Sousa). Fabio Marques, responde pela área comercial da empresa. Nossa missão: Fornecer a informação certa, auxiliando na transformação e progresso da vida em sociedade. Em uma relação única de confiança e transparência, oferecendo sempre assuntos e fontes relevantes no âmbito do trabalho. A proposta da agência é respeitar os leitores, anunciantes e patrocinadores. Com independência na definição de pautas e produção de conteúdo. Independente de bandeiras políticas ou partidárias. Oferecendo oportunidade de espaço, para a divulgação de ações e exposição de pensamentos relacionados à geração de trabalho, qualificação profissional e geração de renda que possam contribuir para uma sociedade melhor. Os dados e informações divulgados ou constantes no Pró Trabalhador são sempre criteriosamente apurados e validados junto às fontes, seguindo todas as recomendações que rezam o código de ética de comunicação social. O método de divulgação e atendimento do Pró Trabalhador, fará com que está instituição até 2018, torne-se a maior referência em notícias sobre o mundo do trabalho. Você também pode participar enviando sugestões de pauta, releases ou artigos (sempre que possível acompanhados de fotos, gráficos, logos e banners) para o e-mail: contato@protrabalhador.com.br.
Proprietária e jornalista: Regina Ramalho MTB - 66558/SPW Sócia: Renata Sayuri Direção de Arte: Renata Sayuri e Richard Yukio Diretor de Tecnologia da Informação: Odair Andrade Revisores: Fabio Marques / Claudia Dias Servidor: Rachel Fornis, Wow Brazil Colunistas: Jornalista, coach e palestrante - Arismar Garcia; Palestrante e publicitária - Vania Arantes; Professor especializado em micro crédito e empreendedorismo - Wanderley Rodrigues Junior Colaboradora de jornalismo: Gabriela Marquez Gerente Comercial: Fabio Marques Colaborador de fotografia, filmagem e edição: Edi Sousa e Nalva Lima - Studio Artes Edição Nº- 0 (Comemorativa de 1 ano no ar) Tiragem: 1000 Impressão: XXXXXXXXXX Contato: e-mail: contato@protrabalhador.com. br Sede- Rua Jeronima Dias, 347, Mandaqui. São Paulo, SP. CEP02407-000. Telefone: 011-4328-9551 (Redação e Comercial). A agência de notícias sobre o mundo do trabalho “Pró Trabalhador” não se responsabiliza por opiniões e conceitos emitidoAs em artigos ou matérias assinadas, que expressam apenas o pensamento dos autores e não representam o pensamento da direção. As matérias e fotografias publicadas no portal www.protrabalhador.com.br e redes sociais, são de uso exclusivo.
SINDICAL
PRÓ TRABALHADOR
Fator Previdenciário e desaposentação A equipe de jornalismo do Pró Trabalhador entrevista, Carlos Andreu Ortiz, presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical, para entender de que maneira esses dois aspectos podem prejudicar ou melhorar a vida dos aposentados de todo país. Texto- Da redação do Pró Trabalhador Fonte-Assessoria de impresa Sindicato Nacional dos Aposentados Força Sindical Imagens- Edi Souza
Entre as principais reivindicações dos aposentados brasileiros, estão o fim do “Fator previdenciário”e a necessidade de se implantar o que os aposentados denominam como “desaposentação”. Para entender melhor estes dois aspectos o Pró Trabalhador entrevistou, o presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Carlos Andreu Ortiz.
Pró Trabalhador- Como e porque surgiu o Sindicato dos Aposentados? Ortiz- Criado em 2002, após um Congresso realizado na Praia Grande, o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical, foi inspirado em modelo utilizado por uma central sindical Italiana. Na Itália a entidade é um dos principais canais de pressão junto aos poderes. Mesmo enfrentando muita resistência e gozação, a Força Sindical foi pioneira ao abraçar está bandeira.Por perceber que a cada ano que passava a renda dos aposentados estava sendo corroída em razão da inflação. Um bom exemplo é o que ocorria com os salário mínimo que eram corrigidos em maio e o trabalhador só passava a receber em junho. Pró Trabalhador- Sem o recurso da greve, como sensibilizar os aposentados a se filiarem e também o patrão (neste caso o Governo), a ceder às reivindicações? Ortiz-Foi necessário unir as centrais sindicais em defesa do salário mínimo, da melhora do poder de compra. Demonstrar e esclarecer a sociedade, que diferentemente das categorias organizadas que possuem um piso melhor, algumas categorias e também entre os trabalhadores aposentados ainda existe muita gente que vive de um salário mínimo. Como resultado em 14 anos de existencia do Sindicato dos Aposentados, obteve muitas conquistas: a recuperação do salário minimo, a correção dos beneficios que era em maio e junho, para
serem pagos em janeiro. O pagamento da primeira parcela do 13º que não existia antes, sem falar nos processos de revisões na previdência em muitas aposentadorias que tinham sido calculadas erradas. Neste país somos a maioria, temos que ter nos poderes pessoas comprometidas com os aposentados. Mais 80% da arrecadação das cidades vem dos aposentados. Imagina se eles deixarem de gastar, muitos destes municípios vao acabar deixando de existir. Por isso, as cidades devem tratar melhor seus aposentados. Investir em acessibilidade e qualidade de vida, pode ser um negócio melhor que os incentivos fiscais para empresas. Pró Trabalhador-Quantas pessoas são aposentadas hoje no país? Ortiz- No Brasil inteiro, somos 28 milhões de aposentados e pensionistas. Só em São Paulo 6 milhões de aposentados e se incluirmos os pensionistas, isso vai para mais de 8 milhões. 125 mil associados que contribuem com o sindicato. É importante ressaltar que muitos querem se associar, mas se estão com empréstimos consignado que atinge os 30% de seus benefícios, estes não podem,por não ter margem para se associar. Outros porque os filhos impedem, por não perceber o quanto importante é a filiação. Pró Trabalhador- Explica para os leitores do Pró Trabalhador de que maneira o “Fator Previdenciário” pode
influir nos rendimentos dos aposentados? Ortiz-Vamos pegar como exemplo um trabalhador que, com 35 anos de colaboração e 60 de idade, decide se aposentar. Pela equação do fator previdenciário, ele receberia em torno de 85% do valor total que ganharia sem a medida. Já alguém com o mesmo tempo de contribuição e cinco anos a mais de idade, a aposentadoria tem um incremento de 6%, conforme a tabela de 2014. O cálculo gera perdas para quem deixa o serviço mais cedo, ele supostamente produz ganhos para quem trabalha por mais tempo. Mas a questão mais importante a ser discutida é que o trabalhador da ativa não se prepara para o momento da aposentadoria, o que deveria ser feito de dois a três anos antes. A maior parte planeja comprar uma casa na praia ou chácara para descansar. Ou ainda sonha em virar empreendedor, mas sem se planejar. Esquecem que quando estavam na ativa recebiam “X”, mais transporte gratuito, alimentação, uniforme e plano de saúde da empresa e que após a aposentadoria todos estes custos passam a sair do rendimento deles. Fora isso, seu benefício, não recebe aumento real. Desta forma o primeiro mês vira férias, do segundo para o terceiro, a situação vai piorando. Os homens passam a se sentirem um estranho dentro de casa, um estorvo. O problema aumenta, quando o aposentado volta para empresa onde atuava, ganhando a metade do que ele ganhava antes, precarizando a mão de obra.
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SINDICAL A fórmula é essa:
f=
Tc x a Es
[
x 1+
(Id + Tc) 100
]
f = fator previdenciário Tc = tempo de contribuição do trabalhador a = alíquota de contribuição (0,31) Es = expectativa de sobrevida do trabalhador na data da aposentadoria Id = idade do trabalhador na data da aposentadoria
Pró Trabalhador-De que maneira o sindicato pode interferir e mudar esse cenário?
Ortiz-Dar um curso e orientar as pessoas de dois a três anos antes da aposentadoria. Conscientizando para este momento e se ele tiver um perfil para ser um micro empreendedor, preparando ele, para gerar emprego e renda. Com esta finalidade estamos trabalhando para buscar o sindicatos patronais e governos para fazermos parcerias e ajudar essas pessoas. Pró Trabalhador-O que é, e qual a importância da “desaposentação”? Ortiz-Vamos pegar como exemplo. Tenho 65 anos, há 17 anos continuo trabalhando e contribuindo para previdência pelo teto e lutando para conseguir a desaposentação.A desaposentação consiste no ato do segurado de renunciar a aposentadoria que recebe a fim de que possa requerer uma nova aposentadoria (reaposentação), desta vez mais vantajosa, no mesmo regime previdenciário ou em outro. Em alguns casos como o meu, a desaposentação seria mais justa e vantajosa. Pois hoje como sou aposentado e retornei a ativa, contribuo, mas se algo me acontece, um acidente como a perda de um dedo, ou algo mais grave que me impessa de andar por exemplo e eu necessite de um cuidador. Como já estou aposentado, não posso pleitear um benefício especial que auxilie no pagamento de um cuidador por exemplo. Com a desaposentação poderia pleitear valores mais justos. Outro caminho seria o direito de poder aplicar na previdência privada esses valores. Imagina se durante estes 17 anos tivesse aplicado uma parte de meus rendimentos neste tipo de previdência, poderia até me aposentar de fato mais cedo. Pró Trabalhador-Qual o cenário para os próximos anos? Ortiz-Até 2025 vamos ter mais pessoas acima de 60 anos, que jovens com 16. O que o nosso governo está fazendo para lidar com esta questão, que está avançando rapidamente? Como ficará a mobilidade destas pessoas?
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Temos que começar a pensar, o que vamos fazer para melhorar a acessibilidade das cidades. Ouve-se falar em construir creches, mas também devemos começar a pensar, onde vamos deixar as pessoas da terceira idade. Um exemplo interessante é a “Casa Dia”, criado pelo governador do estado. Onde o idoso, vai de dia e volta para casa a noite. Mas vão ter casos de pessoas que vão ter que morar mesmo, ou se hospedar em algum lugar. Também é precária a questão dos medicos. São 600 médicos geriatras, no Brasil todo. Sendo a maior parte deles em São Paulo e Minas Gerais. Uma das propostas que estamos levando para governo é para incentivar os jovens estudantes de medicina a se interessar pelos cuidados com os idosos e a criação e hospitais voltados para atender a terceira idade. Pró Trabalhador- Como funciona a filiação? Quem ganha R$ 1.000,00 paga R$ 5,00 por mês e R$ 724 paga R$ 3,62 por mês. 20% do arrecadado vai para uma cooperativa de crédito que empresta crédito, a juros mais baixos para este publico. Entre os benefícios o SINDNAPI oferece planos de saúde de qualidade e com baixos preços, assessoria jurídica, convênios farmácia, colônia de férias, bailes, lazer, cursos e palestras. Pró Trabalhador-Qual a sua mensagem para o leitor do Pró Trabalhador? Ortiz-Venha participar do sindicato, não só os aposentados, mas os jovens também. Muitas pessoas morreram para hoje termos direitos ao 13º, férias semanais entre outros benefícios. Hoje se a relação capital e trabalho é ruim com o sindicato, imagina só como seria sem sindicato. Por isso, procurem participar e dar ideias. Se o jovem não vir, não há como renovar. O nosso sindicato foi criado, para estarmos nas esferas lutando para que os aposentados e os idosos sejam tratados com dignidade. Tenham o direito a um final de vida melhor. Atualmente, a pessoa depois de aposentada ainda vai ter mais de 20 a 30 anos de vida e não dá para ficar esperando a morte chegar. Se mesmo depois de aposentado, o trabalhador, descobrir a força que ele tem. Esse país vai realmente mudar. O voto é poder! Juntos podemos eleger sozinhos praticamente quase toda a bancada de deputados estaduais e federais, isso demonstra que temos força para continuar lutando, principalmente esse ano que é ano de eleição.
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OPORTUNIDADES
PRÓ TRABALHADOR
Email, amigo ou inimigo da sua carreira?
Foto-Edi Souza e Nalva Lima
Na coluna desta semana Vania Arantes explica os cuidados para que os e-mails e redes sociais sejam aliados e não inimigos do bom rendimento do seu trabalho e da construção de sua imagem (confira).
Pense nas seguintes situações: Você recebeu uma mensagem irritante de um cliente e no calor da emoção você responde na hora com muita raiva, sem pensar o que está escrevendo e envia o email hostil. Já pensou o desastre? - Ou, você recebe uma piada escrachada, acha engraçada e resolve repassá-la para seu colega, mas ele tem o mesmo nome do chefe e na hora de enviar, bum! Caixa de correio errada! - E aquela história de ficar falando mal de alguém por email e envia a mensagem, por engano, para o dono de seus comentários? Já pensou se a pessoa em questão for seu chefe? O email, meus caros, é uma ferramenta importante dentro da comunicação empresarial. É um meio de aperfeiçoar o trabalho e tornar a comunicação rápida e eficaz. A má utilização desse recurso poderá causar vários danos e prejuízos, para a empresa e principalmente para você. Pode custar o seu emprego, já pensou? Portanto pessoal, evite enviar piadinhas, correntes religiosas, fofocas, fotos, links ou qualquer outro assunto que não seja inerente ao trabalho.
Colunista-Vania Arantes, publicitária com mais de 10 anos de experiência na área de marketing em instituições financeiras e agência de comunicação. Atualmente sócia de uma clínica de psicologia e coaching. Ministra palestra sobre marketing pessoal, postura, ética profissional e início de carreira.
Por mais tentador que seja, evite! Assunto de trabalho trata-se de trabalho! Tenha bom senso e não prejudique sua carreira enviando emails desconexos. Email de empresa não é para bater papo. Pense nisso! Abraços Vania Arantes
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QUALIFICAÇÃO
Projeto social qualifica mulheres vítimas de violência doméstica para atuarem no ramo de hotelaria Do dia 10, até o dia 17 de fevereiro, a Associação Paulista de Apoio à Família (Apaf ), está com inscrições abertas para capacitação de profissionais no segmento de hotelaria. A ONG desde 2007 qualifica mulheres carentes nas funções de camareira, auxiliar de cozinha e de limpeza e também nos cargos de passadeira e auxiliares de lavanderia. O curso possui certificação e carga horária de 200 horas, o equivalente a dois meses e 10 dias, sendo 4 horas de aulas diárias. Inclui, além da parte teórica, vivências práticas nas redes de hotéis e lavanderias parceiras da Apaf. Após a formatura, as alunas que se destacam são contratadas pelas redes parceiras. Segundo assistente social da Apaf, Sueli Alves Viana, a maior parte das alunas nunca trabalharam com registro em carteira, sem contar as que são vítimas do abandono, depressão e violência doméstica. Por isso, a instituição também oferece atendimento psicológico e jurídico gratuito. Lucilene Mandu de Oliveira, 48 anos, sofria de depressão “Quando voltei dos Estados Unidos para o Brasil com minha família, mesmo falando outro idioma, não conseguia emprego e entrei em depressão, até que uma prima me falou do curso”, conta Lucilene. “Após fazer o curso e receber todo apoio do pessoal da Apaf, consegui um emprego em um hotel e já estou lá ha oito meses e feliz com possibilidades de crescer na carreira”, afirma. Faltam creches e atividades para ocupar as crianças Outra grande dificuldade é o fato de muitas delas não terem com quem deixar seus filhos. “Além da falta de vaga em creches para crianças de 0 a 3 anos, as mulheres gostariam de poder contar com atividades dirigidas no que chamamos de “pós-aula” para deixarem seus filhos, com idades entre 4 a 16 anos, em segurança enquanto trabalham”, explica Sueli. A jovem mãe Tawane Alexandre Gomes, 18 anos, se formou em 2013. “Fui levada para fazer o curso na Apaf por minha mãe que já tinha feito e tra-
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balha na área há dois anos”, diz. “Estou gostando muito, é uma área muito promissora, mas minha maior dificuldade é ter com quem deixar minha filha de três anos, pois os horários são por escala. Muitas vezes trabalhamos nos finais de semana e feriados e, infelizmente, a creche só funciona de segunda a sexta, das 7h ás 17h, o que me leva a ter que pedir a ajuda do pai ou até de minhas irmãs menores”, reclama Tawane. Para mãe de Tawane, dona Joseline Alexandre Gomes, não é muito diferente. “Além de Tawane, tenho os gêmeos com 13 anos e outro de 12 anos. Eles estudam uma parte do dia, mas depois estão entregues à própria vontade”, desabafa. “Gostaria que na escola existissem outras atividades pós-aula para deixá-los em segurança enquanto trabalho”, reivindica a camareira Joseline. O outro lado Josiane Magalhães é encarregada de governança de uma grande rede de hotéis. “Já trabalho neste ramo faz tempo. A área é muito boa, pois permite que façamos um plano de carreira, mas em razão dos trabalhos em horários diferenciados, finais de semana e feriados, muitas mulheres desistem da vaga, mesmo gostando, por não terem onde deixar seus filhos”, explica. “Eu mesma tenho dois filhos pequenos. Além de ter que pagar por uma creche, ainda tem os gastos com transporte e com uma pessoa para ficar com eles enquanto não chego”, afirma.
Inscrições Perfil- Para participar do curso, é necessário ter no mínimo 18 anos, ensino fundamental, estar desempregada há no mínimo quatro meses, não estar recebendo o seguro-desemprego e ter rendaper capitafamiliar de meio salário mínimo. A interessada deve apresentar no ato de inscrição na sede da Apaf - rua Avanhandava, 485, Centro - das 9h às 15h, cópias do RG, CPF, comprovante de residência e das páginas de identificação e cópia do último registro da Carteira Profissional, caso já tenha trabalhado registrada.
Como ajudar a Apaf Quer contribuir com a Apaf? No caso de donos de estabelecimentos comerciais é só deixar disponível junto aos caixas, uma urna da Apaf para que seus clientes possam depositar o cupom fiscal. A mesma corrente do bem também pode ser feita em empresas como forma de incentivar os funcionários a contribuir para uma ação social, depositando suas notas pessoais, sem identificar o CPF. Os créditos de ICMS dos cupões serão revertidos em projetos de atendimento à criança e a capacitação de mulheres carentes. Outras informações acesse o site www.apafsp.org.br
QUALIFICAÇÃO
Liderança se constrói com confiança coach Arismar Garcia, no artigo desta semana trabalhou um ‘case’ de uma experiência pessoal, que prova que é possível exercercer a lideranaça com atitudes simples, plantando a confiança e integração entre os colaborades, indepemdente da organização.
nhas dificuldade teve total empatia e compaixão para comigo. Ou seja, se colocou no meu lugar e deu a mim, exatamente, o que ele gostaria de receber. Seu entusiasmo pelo trabalho me marcou muito. Ele adorava o que fazia, era nítido o prazer que sentia em estar ali. Sua positividade e determinação eram contagiante. Eu me sentia motivada só de vê-lo atuar.
Para falar de Liderança e Confiança poderia usar muitos recursos, buscar técnicas e dicas sobre o assunto. Mas, vou fazer diferente. Prefiro contar uma história que aconteceu comigo, aliás, uma das passagens mais importantes da minha da vida profissional. Tenho certeza que servirá, tanto para aqueles que já lideram pessoas, como para quem almeja transformar-se num líder. Nos ano 80 fui contrata para trabalhar como escriturária em um hospital público. Fui admitida por meio de concurso, mas sinceramente, não tinha um pingo de experiência na área administrativa. Por isso, estava apavorada. Temia como o que poderia acontecer quando descobrissem que eu não sabia fazer “nada”. Mas o que eu não imaginava é que encontraria um anjo para me ajudar nessa jornada. E ele era justamente o chefe da seção. Não vou citar o nome da instituição onde trabalhei, nem do meu ex-chefe por questões éticas. A tentação de divulgar sua identidade foi grande, pois creio que ele mereça ser reconhecido como um exemplo de líder e gestor. Infelizmente, não consegui pedir autorização para divulgar seu nome neste artigo. Então, vou chamá-lo de Osvaldo. Como já disse, cheguei ao hospital sem experiência profissional, o que me deixou complemente insegura. Nesse estado perdi a energia, a graça, a criatividade, a iniciativa, etc. Obviamente, Osvaldo percebeu. Mas ele conduziu a situação de uma maneira muito leve, e tão humana que, em pouco meses eu já era outra pessoa. Além de aprender o trabalho rapidamente, me sentia muito confiante. Assim, recuperei a força interior e a garra que todo profissional precisa para crescer. E o que ele fez para conseguir esse resultado? Vamos ver. Osvaldo me recebeu com respeito profissional e sempre me tratou com educação. Percebendo mi-
Com Osvaldo também aprendi que precisamos planejar metas diárias e cada um deve estar ciente do seu verdadeiro papel dentro da equipe. Quando ele notava que eu estava um pouco perdida, me alertava: “volte para o foco”. Sua generosidade foi outro aspecto fundamental durante meu processo de treinamento e aprendizado. Transmitia seus conhecimentos com tranquilidade. Em nenhum momento senti nele dificuldade em dividir tudo que aprendeu, não era mesquinho. Me ensinou o serviço com boa vontade e, principalmente, me incentivou a buscar mais conhecimento e aprimoramento pessoal. Muitas vezes me desafiava com novas tarefas. Além de me deixar cada vez mais animada, era uma forma de fazer com que eu desenvolvesse outras competências profissionais. Meu ex-chefe também sabia ouvir seus subordinados. Todas as ideias e sugestões eram aproveitadas. E quando alguém pedia um tempinho da sua atenção, ele parava tudo, sentava e ouvia atentamente. Não tinha um que deixasse a sala descontente ou decepcionado. Osvaldo estava sempre disponível para quem o solicitasse. Mas ele tinha algo que para mim era fundamental, e ainda é. A inteligência emocional. Imaginem a pressão que existe num ambiente desse. Tudo deve funcionar de forma impecável dentro de um hospital. Uma falha pode custar uma
vida. É muito sério. Osvaldo, sempre avaliava cada pedido de forma objetiva. Me chamava atenção quando me via apressada para atender as demandas que chegavam sem parar. “Calma, preste atenção no que está fazendo. Raciocine, antes de reagir. Só assim vai tomar a decisão correta”. Quando havia conflito entre os funcionário sua postura era imparcial. Ouvia os dois lados, apresentava suas considerações e fazia com que todos se entendessem. Você deve estar se perguntando: Esse cara não tinha defeitos? Claro que tinha, e muitos. Mas, no quesito liderança, era nota 10. Seu departamento era produtivo, organizado e obtinha sempre os melhores resultados. E, nessa época ninguém falava em Coaching e esse homem já era um Líder Coaching nato. Faz quase trinta anos que essa história aconteceu. Osvaldo tornou-se a minha referência de líder. Agradeço a esse por ter me ensinado tanto, com tanto carinho. Foi a partir dai que adquiri autoestima e vontade de ser alguém na vida. E ele nem imagina o que despertou em mim. Conseguiram entender o que liderança e confiança! Deixo aqui um pensamento de Dalai-Lama, para reflexão da semana. “Compreendo que o significado de “uma pessoa aberta” seja igual ao de “uma porta aberta”: pode ser aberta facilmente, sem problemas. “Livre” quer dizer o mesmo. Uma pessoa livre e aberta, quanto mais absorve novas ideias , mais se entusiasma em passar adiante novas energias. Dessa forma, as pessoas se ajudam mutuamente, o que é muito útil e bastante necessário, especialmente nos dias de hoje.” Feliz semana! Arismar Garcia é jornalista, coach e palestrante Contatos pelo e-mail: arismargarcia@arismargarcia.com site: www.arismargarcia.com
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MUNDO DO TRABALHO
MATERIA DE CAPA
Pró Trabalhador recebe Prêmio “Comunicação & Destaque 2014”
Quarta-feira, dia 10. A proprietária da agência de notícias, Pró Trabalhador, Regina Ramalho, foi laureada com o prêmio “Comunicação & Destaque 2014”, na categoria Jornalista, juntamente com outras personalidades que se destacaram este ano.
O
prêmio “Comunicação & Destaque 2014”, acontece desde 2008 e em outras edições, homenageou jornalistas como os apresentadores: Luciano Faccioli, Marcos Hummel e Luciana Liviero, entre outros.
Este ano o evento foi realizado com o apoio da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, a Casa do Jornalista de São Paulo, a Ordem dos Parlamentares do Estado de São Paulo e a Revista, Mundo da Fama. A cerimônia foi idealizada por Romildo dos Santos, mais conhecido como Billy e organizada por Viviane Alves, no auditório Franco Montoro. O evento contou com a presença de personalidades de comunicação, empresários, autoridades públicas e jornalistas. Os destaques de 2014 foram escolhidos por pesquisa de opinião realizada entre profissionais de comunicação. Além da jornalista, Regina Ramalho, proprietária do Pró Trabalhador; também foram agraciados os jornalistas Marcelo Bittencourt, Jorge Wilson (mais conhecido como Xerife do Consumidor), Miriam Petrone, da Abrajetsp e o advogado e apresentador, Jorge Lordello.
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PRÓ TRABALHADOR
Entrevista ping-pong: Em entrevista exclusiva a redação do Pró Trabalhador, Regina Ramalho falou sobre a homenagem. Pró trabalhador- Qual o motivo da escolha do nome Pró Trabalhador? Regina Ramalho- O nome de início pode gerar ainda algumas dúvidas sobre qual público que pretendemos alcançar. Mas pelo visto para os profissionais de comunicação, que acompanham meu trabalho, há mais de 15 anos e nos escolheram para receber o prêmio de “Comunicação & Destaque de 2014”, a proposta de nossa equipe já ficou bem clara. Pró trabalhador-Qual a meta do portal? Regina Ramalho- Até 2018, pretendemos ser reconhecidos como a maior e a mais respeitada agência de notícias sobre o mundo do trabalho, sempre que a pauta for qualificação profissional, geração de empregos, trabalho e renda. Pró trabalhador-Como pretende alcançar esta meta? Regina Ramalho- Abrindo espaço para conversar e divulgar as ações dos poderes legislativo, executivo e judiciário, entidades de classe, sindicatos, empresários, ong´s, a população, sempre que a pauta for qualificação profissional, emprego e geração de renda. Afinal somos todos trabalhadores e cada um na sua esfera tem a sua parcela de contribuição a sociedade.
Entre as personalidades estava, o presidente do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores nas Empresas de Táxi no Estado de São Paulo, Antonio Matias (o Ceará), que além do título de Destaque foi eleito também “O Homem do Ano”, em razão das ações sociais realizadas com o Simtetaxis.
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MUNDO DO TRABALHO
Setor têxtil e de confecção têm a pior crise desde 2008-2009 A equipe do Pró Trabalhador entrevista o superintendente da Abit, Fernando Valente Pimentel, para entender quais os fatores que impactam no crescimento ou na queda da oferta de empregos no setor de confecções. O superintendente também fala sobre competitividade e a mão de obra imigrante e convida os leitores para uma reflexão da falta de regulamentação dos modos globais de fabricação (Confira).
Pró Trabalhador- Quanto o setor desempregou em São Paulo? Pimentel- 1.314 empregos foram perdidos no mês passado em São Paulo. Pró Trabalhador- Quais os fatores impactaram para essas demissões? Pimentel- São fatores como falta de investimento em infraestrutura, falta de mão de obra, tributação e concorrência global desigual. Mas para entender é necessário resgatarmos um pouco a história. Não é de hoje que a nossa moeda vem servindo como âncora da inflação, sem falar nas taxas de juros elevadas. Em 2003, quando o presidente Lula assumiu, a indústria vinha numa expectativa boa e as relações internacionais trouxeram um bônus em 2003-2004, como os termos de troca “commodities”. No entanto, o superávit em 2008 causou um apagão nas indústrias brasileiras, com o Produto Interno Bruto (PIB) caindo. A mudança no patamar de câmbio fez com que os juros começassem a ficar mais acomodados. O setor deu uma arrancada no final de 2009. Em 2010, último ano de crescimento da produção até os dias de hoje, ocorreu um aumento positivo do consumo da sociedade, aliado ao crescimento da importação de matérias-primas, tais como fios e tecidos, além de um ritmo forte de exportação. Permitiu que a sociedade ganhasse poder aquisiti-
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vo, mas não em ganhos de produtividade compatíveis, em razão da inflação acima da meta e com índices de serviço acima da inflação. É fato que o Brasil tem que interagir com o mundo, mas de forma competitiva, para não acontecer o que está acontecendo hoje. Pró Trabalhador- Quais as previsões da geração de emprego no setor até o final do ano? Pimentel- No ritmo que está, as previsões são de que, até o final do ano, 5 mil postos de trabalho sejam perdidos em São Paulo e 30 mil nacionalmente. Pró Trabalhador- Quais os fatores contribuem para este quadro de desemprego? Pimentel- A grande preocupação é com o ‘Ciclo dos Importados’ começa na matéria- prima, vai para o fio, depois para o tecido cru, depois para o tecido acabado e termina tudo na importação da roupa. Este estágio de importação da roupa é o mais perigoso, porque quando existe este ataque frontal, aquele que transforma a matéria-prima, obviamente estas indústrias findam deixando de existir ou reduzem o seu tamanho, como está acontecendo. O setor perde a capacidade de reação para uma mudança de cenário. Pró Trabalhador- De que maneira o governo pode contribuir para que o setor ganhe condições globais de competividade?
Pimentel- Algumas medidas foram bem-vindas, como a desoneração da folha de pagamento, devolução de impostos, linhas de crédito para compras de equipamentos, o ‘Reintegra’ para devolver impostos acumulados. Mas existem outras agendas de ação, entre elas a redução da carga tributária, por meio da reforma. Outra ação seria incluir o setor têxtil e de confecções no rol de atividades de alto interesse nacional, entre outras que pretendemos discutir passada as eleições. Pró Trabalhador- O Brasil tem recebido muitos trabalhadores imigrantes. Existem muitas notícias sobre atuação de bolivianos no setor de vestuário. Como a Abit vem tratando a questão? Pimentel- Vou colocar para o leitor alguns pontos que também expus na CPI. Quando discutimos o trabalho escravo ou análogo, não da para colocar o dedo na cara de um setor e dizer que o problema está só com ele. O setor de costura é um dos que mais emprega no Brasil, ao mesmo tempo há carência de profissionais. Os imigrantes que chegam ao nosso país são muito bem-vindos, mas não da forma como estão atuando. Mas não pode demonizar um setor com 1.700.000 pessoas que trabalham formalmente em confecção e dizer que um setor inteiro trabalha com mão de obra análoga. O conjunto da questão não é apontar o dedo para A, B ou C; é uma questão que deve ser tratada de forma ‘Global’.
Os números divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego/ Caged revelam que o mês de junho deste ano foi o pior junho para o setor têxtil e de confecção desde a crise de 2008-2009.
Pró Trabalhador- Como impedir o trabalho escravo ou análogo? Pimentel- A questão do trabalho escravo é grave, tem que ser combatida. Deve haver fiscalização, denúncias, investigação, comprometimento público com as melhores práticas de trabalho. Mas não é uma questão que pode ser tratada dizendo “é com vocês”. É com o governo federal, é com o governo estadual e com o município. Se o Brasil crescer, que é o que todos queremos, será um país que atrairá mão de obra de muitos países vizinhos, principalmente os africanos que falam a nossa língua. Mas aqui vale nosso lema “Fora da legalidade não há competividade sustentável”. Necessitamos de mão de obra documentada para que as empresas possam oferecer vagas para eles trabalharem com a carteira assinada e as instituições governamentais podem contribuir para isso.
Nota Pró Trabalhador (Fonte Ministério da Fazenda)- Desoneração da Folha de Pagamento. O governo está eliminando a atual contribuição previdenciária sobre a folha e adotando uma nova contribuição previdenciária sobre a receita bruta das empresas (descontando as receitas de exportação), em consonância com o disposto nas diretrizes da Constituição Federal. Em segundo lugar, essa mudança de base da contribuição também contempla uma redução da carga tributária dos setores beneficiados, porque a alíquota sobre a receita bruta foi fixada em um patamar inferior àquela alíquota que manteria inalterada a arrecadação – a chamada alíquota neutra. Nota do Pró Trabalhador- Commodities são produtos padronizados, não diferenciados, cujo processo de produção é dominado em todos os países (o que gera uma alta competitividade). Nestes casos, o preço não é definido pelo produtor, dada a sua importância para o mercado. Geral-
Pró Trabalhador- Podemos dizer que trabalho escravo ou análogo é uma questão governamental? Pimentel- A questão é “Global”. Estamos importando a ilegalidade. Nós temos relações com o mundo. Estamos importando mercadorias de países que não tem - nem de perto, nem de longe - um regramento trabalhista, previdenciário e ambiental que nós temos. Não podemos deixar o cidadão chegar até aqui e não ter onde morar, ter custo para se legalizar. Isso sim é estimular o trabalho de forma análogo. O trabalho escravo deve ser coibido, com toda a força da lei, desde a fronteira. Fico me perguntando: como a Bolívia está tratando deste tema? Será que ela não está estimulando essa vinda ‘de lá, para cá e cá e para lá’, levando dinheiro? Como nós competimos com isso? Estamos num mundo que é global, mas os modos de fabricação não são
mente são negociados em Bolsa de Valores internacionais, e seu valor é definido pelas condições do mercado, daí a impossibilidade de o produtor definir seu preço. Nota Pró Trabalhador (Fonte Código Penal Brasileiro)- De acordo com o artigo 149 do Código Penal brasileiro, são elementos que caracterizam o trabalho análogo ao de escravo: condições degradantes de trabalho (incompatíveis com a dignidade humana, caracterizadas pela violação de direitos fundamentais coloquem em risco a saúde e a vida do trabalhador), jornada exaustiva (em que o trabalhador é submetido a esforço excessivo ou sobrecarga de trabalho que acarreta a danos à sua saúde ou risco de vida), trabalho forçado (manter a pessoa no serviço através de fraudes, isolamento geográfico, ameaças e violências físicas e psicológicas) e servidão por dívida (fazer o trabalhador contrair ilegalmente um débito e prendê-lo a ele). Os elementos podem vir juntos ou isoladamente. O termo “trabalho análogo” deriva
globais. Esse é nosso mantra na Abit: “Se os produtos são globais, os modos de fabricação também devem ser globais”. Tem que existir um marco regulatório e essa é uma discussão para termos com a OIT juntamente com a ONU, com os poderes, com os órgãos de fiscalização, com as entidades de classe trabalhistas e patronais. Pró Trabalhador- Qual a mensagem a Abit quer deixar sobre trabalho escravo ou análogo para o leitor do Pró Trabalhador? Pimentel- Seja empreendedor, empregador, trabalhador, seja o que for, existe uma competição mundial. O Brasil, se quiser desenvolver e elevar o nível da sociedade e também competir, terá que se esforçar muito, contar com investimentos, inovação e tecnologia. Isso também demanda pessoas qualificadas, bem informadas e com espirito empreendedor. ‘Não haverá emprego sem empresa’ e ‘nem empresa sem mão de obra’. Até mesmo o sindicalismo não sobreviverá sem sua base. Por isso, é necessário que os sindicatos laborais e sindicatos dos empregadores discutam essas duas agendas: “a agenda da competividade e a agenda da produtividade”. Caso contrário, nós perderemos a nossa indústria se não nos unirmos em busca destas agendas.
do fato de que o trabalho escravo formal foi abolido pela Lei Áurea em 13 de maio de 1888. Até então, o Estado brasileiro tolerava a propriedade de uma pessoa por outra não mais reconhecida pela legislação, o que se tornou ilegal após essa data. Não é apenas a ausência de liberdade que faz um trabalhador escravo, mas sim de dignidade. Todo ser humano nasce igual em direito à mesma dignidade. E, portanto, nascemos todos com os mesmos direitos fundamentais que, quando violados, nos arrancam dessa condição e nos transformam em coisas, instrumentos descartáveis de trabalho. Quando um trabalhador mantém sua liberdade, mas é excluído de condições mínimas de dignidade, temos também caracterizado trabalho escravo. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, através de sua relatora para formas contemporâneas de escravidão, apoiam o conceito utilizado no Brasil.
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DIVERSIDADE
Sert certifica empresas que valorizam a diversidade humana
‘Quando a ideia é boa, o mundo deve copiar’, diz o ditado popular. Empresas apresentam projeto e ‘cases’ de sucesso, voltados para implantação de ações afirmativas que valorizam a diversidade humana nos ambientes de trabalho e recebem certificação do Selo Paulista da Diversidade. Criado em 2007, pelo Governo do Estado de São Paulo, o “Selo Paulista da Diversidade”, e dividido em duas categorias: Selo de Adesão e Selo Pleno. No Selo Pleno as empresas recebem certificação por terem implantado dentro de suas organizações, políticas afirmativas de respeito à diversidade humana em questões étnico-raciais, gênero, idade e orientação sexual. As entidades certificadas nesta categoria podem exibir este título por um período de dois anos consecutivos, para renovar é necessário passar uma nova avaliação das ações. Durante esta semana, sete empresas receberam o Selo de Adesão por estarem implantando em suas instituições, ações afirmativas de políticas de inclusão e respeito à diversidade. Entre o grupo certificado para integrar esta primeira etapa do programa gerenciado pela Secretaria estadual do Emprego e Relações do Trabalho (SERT), estão as empresas Pfizer, KPMG, Sodexo, Dell, Central Nacional Unimed, Atento Brasil e Odebrecht todos com ações inclusivas. O destaque vai para as empresas KPMG e Sodexo. Entre as muitas ações de valorização do ser humano, optamos por fazer um recorte sobre o trabalho de atração, retenção e valorização das profissionais “mulheres”.
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Eliane Momesso, gerente da KPMG, conta com orgulho que 80% das mulheres que retornam de licença maternidade, continuam trabalhando na KPMG, mesmo vencido período de estabilidade. “Entre os atrativos para continuarmos na KPMG, estão os planos de carreiras para ocupar posições de liderança, e a possibilidade de participação no comitê internacional de mulheres (KNOW), que permite o networking e a integração de suas executivas em diversas ações de respeito aos princípios do empoderamento da mulher pelo mundo”, conta. Outro diferencial é o suporte prestado às mulheres antes, durante e após a gestação. “Na KPMG contamos com uma sala de amamentação”, revela.
O secretario estadual do Emprego e Relações do Trabalho, Tadeu Morais, ressalta que é necessário dar o primeiro passo. “Em todas as questões de inclusão, seja do egresso do sistema prisional, seja nas questões do trabalho decente ou do respeito à diversidade humana, o importante é querer e dar o primeiro passo, feito isso, os profissionais da Sert, como a Nalva Cruz e a Gleice Salgado estão aqui para ajudar”, explica. “Além disso, é necessário reconhecer e valorizar todas as iniciativas nesta direção, pois é através de exemplos como esses que vamos estimular as instituições o respeito a diversidade”, conclui.
A gerente de projetos e recursos humanos, da Sodexo, Denise Reis, explica que a empresa busca oferecer qualidade de vida para seus funcionários. “A Sodexo é reconhecida como uma empresa onde as pessoas gostam de trabalhar, por isso, respeito a diversidade humana, para nós envolve questões de inclusão da pessoa com deficiência, gênero e etnias, como resultado disso temos 70% dos nossos cargos ocupados por mulheres”,afirma.
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Você sabe o que significa ERP? A equipe do Pró Trabalhador esteve no Circuito Netas e entrevistou um dos fundadores da TOTVS, o empreendedor, Ernesto Haberkorn. Durante a entrevista Haberkorn, conta um pouco da sua trajetória empresarial e explica a importância de contar com ferramentas de T.I., mais conhecidas como “ERP” para planejar e gerir de maneira integrada os recursos empresariais e obter lucro (Confira).
EMPREENDEDORISMO
PRÓ TRABALHADOR
Pró Trabalhador- A entrevista começa com Haberkorn explicando que o segredo do empreendedor de sucesso é simples: Haberkorn- O sucesso do empreendedor está no lucro. O que só é possível com uma receita, maior que a despesa. Pró Trabalhador- Simples assim! Haberkorn- Aqui entram as ferramentas de Tecnologia da Informação (TI). Hoje mais conhecidas como Enterprise Resource Playnning (ERP) ou Planejamento de Recursos Empresariais. Elas abrangem as diversas etapas de uma empresa, conhecidas como rotinas administrativas, auxiliando os empreendedores terem uma visão do todo. Fluxo de caixa, compras, vendas, legislação, tributos, etc. Porem é necessário ser proativo, sair do mundo das ideias e ir para ação. Com organização e metas diárias realizadas no prazo e com prazer. Pró Trabalhador- Quais os atributos deve ter um empreendedor? Haberkorn- Para empreender é necessário equilíbrio. Ser calmo, persistente, mas também ousado. Uma pessoa positiva e de ação. Trabalhar fazendo dele um prazer. Pró Trabalhador- No seu livro “Dicas de como Chegar lá!” e também em suas palestras você fala que seu lema é “Dividir para depois multiplicar”. De que maneira dividir pode fazer a diferença no mundo dos negócios? Haberkorn- Dividir faz toda a diferença. Os homens de sucesso cedo apreendem os benefícios de dividir. Uma relação de negócio, como todas as outras só é boa, quando todos os lados, saem ganhando. Deste modo o empreendedor de sucesso, compartilha experiências, conhecimento, inclusive ganhos. Um bom exemplo de divisão possível e que gera a multiplicação de trabalho proativo, são a divisão dos lucros, com os seus funcionários. Em minhas empresas sempre tivemos está política.
Pró Trabalhador- A maior parte das pessoas tem dificuldades em cumprir metas e até mesmos defini-las. Qual a dica para o empreendedor aprender a trabalhar desta maneira? Haberkorn- Não adianta apenas aplicar dinheiro. O mais importante é conhecer o que vai fazer. Outro caminho é trabalhar durante alguns anos em uma multinacional e observar os processos dos diversos setores. Em grandes organizações você aprende a cumprir normas, respeitar prazos, regras, legislação. Aprende que é uma peça de uma enorme engrenagem. Pró Trabalhador- Começamos nossa conversa falando de lucro e na sequencia que não basta injetar dinheiro. De que maneira o empreendedor pode encontrar este equilíbrio? Haberkorn- Conhecendo um pouco de tudo, de todas as rotinas da empresa incluindo a legislação. Além de, conhecer é necessário acompanhar a concorrência porque ela sempre irá existir.
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EMPREENDEDORISMO
Pró Trabalhador- Você afirma categoricamente, que é possível empreender ou seguir carreira e ao mesmo tempo, com qualidade de vida, baseado em dez princípios. Pode explicar para o leitor do Pró Trabalhador de maneira breve quais são e como funcionam cada um desses princípios? Haberkorn1º Atividade Física todos os dias: nosso corpo é como uma máquina fazendo uma analogia. Super frágil, com prazo de validade e necessidade de manutenção. É necessário mexer o esqueleto, expelir os tóxicos, eliminar o stress para ter foco nas metas. 2º Alimentação... equilibrada e orgânica: Comer um pouco de tudo e tudo de pouco. De preferencia orgânica, com vitaminas, proteínas, carboidratos e fibras. 3º Dormir... o suficiente para sentir-se descansado: Luz apagada, silêncio... sem TV ligada. 4º Trabalho...fazer dele um lazer, um prazer: Acordar de manhã e lembra: legal, hoje vou cumprir mais uma meta. 5º Ler, Estudar, estar sempre bem informado: Assista palestras, leia, faça cursos. Hoje temos muita coisa boa e gratuita na própria internet. Veja algo que te interessa e pesquise a fundo. 6º Espiritualidade...Viver a própria: Não importa a religião, somos todos iguais. O importante é acreditar, ter fé. 7º Amar... a família, os amigos: É aquele sentimento eterno, mesmo depois de 30 anos de casado. Não é fácil, mas é possível. 8º Inimigos...jamais tê-los: Reconcilie, evite o stress que a inimizade provoca. 9º Agir, com ousadia, calma e persistência: Na dúvida, faça. Isso é ousar. É melhor manter a calma, do que não alcançar o objetivo. De várias coisas que fazemos dificilmente, conseguimos fazer de primeira, na maior parte das vezes é necessário persistência. 10º Cumprir...as metas estabelecidas: A vida sem metas é monótona e estagna. Quem não tem metas passa a vida matando o tempo. Mata a vida, e não passa o tempo. Mas a meta necessita ser realista, desejada e viável. Se não vira sonho e nunca se realiza.
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Pró Trabalhador- Para todos os leitores do portal. Qual a sua meta hoje? Sobre Ernesto Haberkorn- Filho de imigrantes alemães refugiados no Brasil, Haberkon, sempre foi um estudante dedicado e começou a vida profissional no laboratório de fotografia de seu pai. Mas isso durou pouco. Formado em programador pela FGV e mestre em Engenharia da Computação. Haberkon não seguiu os passos do pai, em 68 escreveu, o primeiro livro escrito em Língua Portuguesa, sobre Sistema de Gestão, hoje mais conhecidos como ERP. Pegou o gosto por escrever, e apoiado na sua filosofia de vida ‘dividir para multiplicar’ escreveu mais sete títulos. Dentre eles “Dicas de como chegar lá!”, que inspirou e motivou essa entrevista. Também baseado na filosofia do ‘Dividir para multiplicar’, fundou a Microsiga e a TOTVS. Paralelamente, ministrou aulas de Administração de Empresas e Sistemas de Informação em varias universidades. Atualmente, aos 70 anos, também presta consultorias e ministra palestras, em paralelo ao comando da Circuito NETAS. Para quem pensa que pretende parar ele avisa: “Ouvi dizer que o homem vai viver 800 anos, graças aos avanços da ciênica e da tecnologia!”, diz Haberkorn, com grande sorriso nos lábios.
EMPREENDEDORISMO
O corpo empreende O corpo fala. Na coluna sobre empreendedorismo do professor Wanderley, confira as dicas e avalie se suas expressões corporais estão de acordo com a mensagem que você deseja transmitir para os clientes e nas negociações com parceiros e fornecedores.
rá gerar uma resposta positiva àquilo que se espera. Mas vá com cuidado! O importante é ser natural e você mesmo. Evite os abusos e a artificialidade. 3. Um ponto muito importante e de extrema valorização durante uma conversa de negócios, principalmente se futuramente poderá vir como rentabilidade a você, é demonstrar interesse na conversa. Deixar os braços livres, olhar diretamente na pessoa e pelo menos acenar com a cabeça de vez em quando, mostrará claramente que você está disposto a ouvir a proposta, que está prestando atenção e aberto a negociações.
Colunista-Wanderley Rodrigues Junior, bacharel em Letras/Tradutor/Intérprete, coordenador pedagógico da Academia de Microfinanças do Banco São Paulo Confia, realizando cerca de 27 mil capacitações em Empreendedorismo, Microfinanças e Marketing Pessoal. Atualmente ministra palestras sobre Empreendedorismo,
Muitos já ouviram (ou até leram) sobre a influência e a importância dos movimentos de nosso corpo enquanto nos comunicamos. A seguir, seis ponderações importantes para que sejam observadas durante uma negociação, reunião importante ou tratativas com colaboradores. 1. Braços cruzados e expressão facial, com sorriso não tão largo, poderão ajudar a demonstrar certo poder e determinação naquilo que se discute ou se pensa, durante conversas nas quais você se encontrar em pé. É uma pose clássica de confiança e que expressa poder. “É possível que, quando você fingir ser poderoso, seja mais provável que você se sinta mais poderoso na realidade”, Amy Cuddy, psicólogo social, pesquisador da linguagem corporal. 2. Demonstrar que está de acordo ou simplesmente em sintonia com a pessoa com quem você esteja conversando, gera uma aproximação positiva. Portanto, tentar imitar (ou aproximar-se disso) a gestualidade com quem se fala, pode-
4. Manter um olhar positivo e em direção à pessoa, durante uma conversa, demonstra genuinamente que você está interessado na discussão. Por outro lado, evite manter os olhos cerrados por certo tempo, isto pode ser interpretado como certo desinteresse e até como agressividade. O bocejo também soa terrivelmente negativo. Não se esqueça de que um sorriso é sempre bem-vindo. A demonstração de se estar em alto astral ajuda a deixar o ambiente descontraído, reduzindo o estresse e o nervosismo. 5. Não é bom e agradável manter uma conversa com quem esteja à vontade conosco? Pernas descruzadas e deixar os braços e mãos livres para se gesticular com moderação é indício de calma, descontração e tranquilidade na conversa, além de fazer parecer que você está realmente atento ao que o outro diz. 6. Ser claro nas palavras, no que se diz, é essencial para a fluência de um bom diálogo, principalmente quando se trata de negócios. Antes da reunião tente conhecer um pouco mais sobre a pessoa (ou a empresa) com quem vai se encontrar. A internet hoje é uma fonte inesgotável de informações que lhe fornecerá o material necessário para o enriquecimento de argumentos e prerrogativas durante uma reunião. Apenas concordar e respostas curtas é indício de despreparo e desinteresse. E evite falar mais que o necessário e devido. Forçar algo que não se domina pode criar armadilhas para você mesmo. Uma outra dica é falar pausadamente e com calma, assim não há engasgos, palavras cortadas ou gagueira repentina. A fluência na vez da emissão do falante é essencial para que o ouvinte entenda perfeitamente as propostas e crie confiabilidade no que está sendo exposto. Como dizem “o corpo fala”... mas também empreende.
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NOSSOS DIREITOS
A invasão de privacidade no trabalho “Nossos Direitos”, a colunista Sônia Mascaro. Com vasta experiência em consultoria jurídica Trabalhista, junto às empresas e sindicatos. A advogada especializada em “Assedio Moral” atua em direito preventivo, ações Cíveis e Públicas e reclamações trabalhistas na justiça do Trabalho e representações sindicais. são utilizados de forma abusiva, como são os casos, por exemplo, de instalação de câmeras de vídeo no banheiro dos empregados ou de revistas íntimas. Situações abusivas como estas expõem o trabalhador a situações humilhantes e constrangedoras, tratando-se de verdadeira invasão de privacidade. Muitas vezes, esse tipo de controle exacerbado se torna uma forma de assédio, pois faz com que o empregado se sinta ameaçado e constrangido todo o tempo em que está trabalhando. Assim, por exemplo: caso o monitoramento ou revista se torne repetitivo, reiterado e prolongado no tempo, expondo o trabalhador a situações vexatórias e humilhantes, inclusive, discriminando-o, tal conduta abusiva pode ser caracterizada, como uma forma de assédio moral. Nesse sentido, é possível observar que há um choque de direitos: de um lado, o direito do empregador de proteção da sua propriedade – seja pela proteção do patrimônio da empresa, seja pela promoção da segurança do ambiente de trabalho; manifestado pela utilização de mecanismos tecnológicos para exercício de seu poder diretivo; e, de outro, o direito do trabalhador à intimidade e à privacidade no ambiente de trabalho.
Sônia Mascaro, Autora do livro: Assédio Moral, coautora do livro Iniciação ao Direito do Trabalho (Ed. LTr). Mestre e Doutora em Direito do Trabalho pela USP; Sócia de Mascaro Nascimento Advogados; Membro do Instituto Ítalo-Brasileiro do Direito do Trabalho e Presidente do Comitê São Paulo do Instituto Ítalo-Brasileiro do Direito do Trabalho. Diretora Geral do Núcleo Mascaro – educação em Direito e Treinamentos in company..
A
questão do direito do trabalhador à intimidade e à privacidade no ambiente de trabalho ganha cada vez mais importância em razão dos avanços tecnológicos e da maior modernização das relações de trabalho.
Tais avanços e mudanças, o empregador possui a seu dispor novos e mais potentes mecanismos para fiscalizar e monitorar os empregados, exercendo, assim, seu poder de direção. São exemplos desses mecanismos: o monitoramento de e-mails corporativos, a utilização de câmeras de vigilância no ambiente de trabalho, o controle de uso da internet, dentre tantos outros. No entanto, há situações em que esses mecanismos de “controle”
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Tal impasse jurídico não possui solução simples. Mas, diante do exposto, é possível tecer as seguintes considerações: Pode-se concluir que o empregador tem o direito de fiscalizar as atividades de seus funcionários. Todavia, é necessário que o faça com cautela, parcimônia e sem abusos. É recomendável que tome medidas preventivas, apresentando regras claras para o uso da internet, telefone, e-mail, dentre outras ferramentas de trabalho, bem como, jamais discrimine pessoas no momento da revista, que seja mantido o respeito à intimidade do empregado, à sua dignidade, sem jamais constrangê-lo ou expô-lo à situações humilhantes. Em contrapartida, ao empregado cabe zelar pela sua própria imagem, evitar e, se possível, não utilizar ferramentas de trabalho para tratar de assuntos pessoais. Nesse sentido, contrabalançando essas duas posições, é possível chegar a um meio ambiente do trabalho sadio e equilibrado, no qual empregado e empregador consigam conviver em harmonia.
NOSSOS DIREITOS
Aprovado Supersimples Nacional A equipe do Pró Trabalhador, entrevista o presidente da Comisão de Direito Tributário, da OAB, Drº Jarbas Andrade Machioni, para explicar para os leitores, o que mudou com a aprovação do Supersimples e de que maneira a legislação pode contribuir e incentivar a formalidade e a atuação empreendedora. Entre as categorias beneficiadas os advogados conquistam economia tributária da ordem de 70% .
Pró Trabalhador- De que modo Supersimples pode contribuir para o empreendedorismo e a geração de trabalho e renda no país? Machioni- O Simples Nacional é um regime tributário diferenciado, simplificado e favorecido, previsto na Lei Complementar nº 123, de 14.12.2006. A diferenciação na tributação com alíquotas que variam entre 4,5% a 16,75%, e a simplificação da informação, através do recolhimento simplificado de vários impostos em uma só guia de recolhimento, a titulo de exemplo, tenta atrair para a formalidade atividades que não tem estrutura física e financeira para atender a legislação fiscal e tributária tão complexa como a brasileira. O estimulo criado a partir da Lei Complementar 123, vem se traduzindo na redução gradativa de empreendedores na informalidade, criando empregos e gerando renda, a trabalhadores que anteriormente sequer tinham a garantia de uma relação de emprego. Via de consequência, o aumento de arrecadação também é uma realidade. Pró Trabalhador- Quais os principais benefícios? Machioni- Há uma economia importante para os que optam pelo regime do Simples Nacional, como exemplo teríamos a redução no cumprimento de obrigações acessórias, informação ao fisco, entrega de declarações, etc... . Na tributação, se levarmos em conta por exemplo, a atividade de advocacia, beneficiada com a extensão de cobertura pelo regime simplificado, na faixa inicial de tributação do enquadramento do Anexo IV da Tabela do Simples, temos uma economia tributária da ordem de 70% quando comparado com o regime de tributação pelo lucro presumido, opção existente anteriormente à aprovação da lei. Pró Trabalhador- Quais as categorias abrange? Advogados estão enquadrados? Machioni-Resumidamente, os pequenos negócios, que podem ser inseridos no Simples Nacional, são divididos da seguinte maneira: Microempreendedor Individual - Faturamento até R$ 60 mil; Microempresa - Faturamento até R$ 360 mil; Empresa de Pequeno Porte - Faturamento entre R$ 360 mil e R$ 3,6 milhões; Pequeno Produtor Rural - Propriedade com até 4 módulos fiscais ou faturamento de até R$ 3,6 milhões Abrange todas as categorias, desde que não exerça uma atividade vedada pela LC 123/2006.
Sim, os advogados foram contemplados com a aprovação da medida, e foram incluídos no rol de serviços, tributados na tabela do Anexo IV da Lei, dentre muitas outras atividades na prestação de serviços que foram incluídas. Pró Trabalhador- Como fazer a inscrição? Machioni-Primeiramente, a opção é feita através do site da Receita Federal, e deve ser exercida até o dia 31 do mês de janeiro de cada ano. Uma vez efetuada a opção, no transcorrer do ano de opção, não se pode retratar ou voltar atrás. O limite para a inscrição é que a empresa não tenha faturamento maior do que R$ 3,6 milhões no ano da tributação, ou proporcionalmente a este valor quando a opção for efetuada por empresa nova, aberta no ano em curso. É preciso cautela na opção. O site da Receita Federal, reserva um capitulo a parte totalmente dedicado ao Simples Nacional, disponível para consulta e esclarecimento de duvidas. Todavia é recomendável a consulta a um profissional habilitado que possa auxiliar o contribuinte na feitura de sua opção. Pró Trabalhador- Os empreendedores podem buscar orientação gratuita? Algum órgão para indicar para nossos leitores? Machioni- Além do site da Receita Federal, outras organizações podem prestar informação ao contribuinte interessado e são elas: Sebrae através do site sebrae.com, Simpi Sind. Micro e Pequena Empresa, Governo do Estado de São Paulo através do site www.viarapidaempresa.com, dentre outros.
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OPINIÃO
Por uma reforma simplificadora Em artigo enviado a redação do Pró Trabalhador, Marcos Cintra, reforça a necessidade de buscar simplificar o sistema tributário, fala sobre como o formato atual é um entrave para o desenvolvimento do país. Um exemplo citado por Cintra é tempo gasto pelas empresas com tributação: “em média 2600 horas no ano para ficar em dia com suas obrigações tributárias” (confira).
Uma empresa no Brasil gasta em média 2600 horas no ano para ficar em dia com suas obrigações tributárias. Na América Latina e Caribe o tempo médio anual é de 369 horas e nos países da OCDE o empreendedor despende em média 175 horas por ano para atender as exigências do fisco. A burocracia fiscal brasileira exige um sacrifício descomunal do empreendedor e inibe investimentos. Muitas vezes, a sonegação acaba sendo a saída para uma empresa sobreviver em meio a tanta insanidade fiscal. O Brasil tem enorme dificuldade em empreender ações voltadas à racionalização de seu sistema tributário. Alguns avanços isolados foram realizados nos últimos anos, como o Simples e a CPMF, mas em seguida o vício burocrático se impôs e a estrutura retrocedeu.
Artigo enviado por-Marcos Cintra, doutor em Economia pela Universidade Harvard (EUA) e professor titular de Economia na FGV (Fundação Getulio Vargas). Foi deputado federal (1999-2003) e autor do projeto do Imposto único. É Subsecretário de Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo.
E
m evento na Amcham Brasil (Câmara Americana de Comércio), o candidato á presidência da República, Aécio Neves, repetiu que, caso eleito, irá criar uma secretaria temporária para, em seis meses, apresentar um projeto visando uma “profunda simplificação do nosso sistema tributário”. Cumpre lembrar que, o senador mineiro é um admirador do imposto único e em 2001, quando era presidente da Câmara dos Deputados, instalou uma Comissão Especial de Reforma Tributária para discutir a PEC 474/01, que cria o Imposto Único sobre a movimentação financeira. A proposta foi aprovada por unanimidade pelos 35 componentes daquela comissão em dezembro de 2002 e, desde então, está parada no Congresso. Aécio Neves tem razão quando diz que vai priorizar a simplificação da estrutura tributária. Afinal, o Brasil tem o sistema de impostos mais burocrático do mundo. Tal fato implica em desembolsos da ordem de R$ 37 bilhões por ano para as empresas no país. São gastos administrativos referentes à necessidade de cumprimento das complexas normas fiscais brasileira. Em um ambiente pautado pela simplificação, esses recursos poderiam ser redirecionados para investimento na produção, gerando eficiência e melhorando a competividade das firmas.
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O Simples foi um passo importante para facilitar a vida do empreendedor quando ele foi implantado, em 1997, mas anos depois essa forma simplificada de tributação foi significativamente alterada. Foram criadas várias tabelas, novas alíquotas e outros penduricalhos que fizeram o imposto único das micro e pequenas empresas se tornar confuso e de custo mais elevado quando comparado ao sistema original. A CPMF foi outro caso que expôs o poder da burocracia fiscal no país. O “imposto do cheque”, o mais simples e mais barato tributo que o Brasil já teve nos últimos anos, foi alvo de repugnante campanha política e acabou sendo extinto em 2007. Mesmo com as qualidades desse tributo sendo evidenciadas, como sua simplicidade e seu baixo custo, ele foi colocado para a sociedade como um vilão a ser combatido. É um caso emblemático para mostrar que a complexidade na área dos impostos predomina frente às medidas simplificadoras. A proposta de Aécio Neves e sua simpatia pelo Imposto Único servem de alento a todos que lutam pela racionalização dos impostos e pela eficiência produtiva no país. Se omitir em relação à reforma tributária, como faz o atual governo, aprofundaria a já crítica situação da competitividade da produção brasileira.
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