UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO
REQUALIFICAÇÃO URBANA PARQUE DO GATO
ALUNA: RENATA UNGARO VENITUCCI | 073666 ORIENTADOR: SIDNEY PIOCHI BERNARDINI
Foto 1.
Fonte: www.revivarte.com
ÍNDICE 1|
INTRODUÇÃO
2|
5
6|
LEVANTAMENTO:
38
LOCAL, SITUAÇÃO BREVE 7
6.1|
METODOLOGIA:
38
3|
OBJETIVOS 9
6.2|
MORFOLOGIA URBANA
4|
JUSTIFICATIVAS
6.2.1|
CRESCIMENTO
4.1|
CONCEITOS TEÓRICOS
6.2.2|
LEVANTAMENTO SÓCIO-ECONÔMICO
4.1.1|
OS ESPAÇOS RESIDUAIS 11
6.2.2.1| SÉ:
4.1.2|
MORADIA
6.2.2.2| BOM RETIRO:
4.1.3|
MEIO AMBIENTE
11 11
13 14
38
38 39
39 39
6.2.2.3| DIVISÃO SETORES DO TRABALHO (BOM RETIRO)
4.1.3.1| ÁGUA 15
6.2.2.4| GRÁFICO RENDIMENTO (BOM RETIRO) 39
4.1.3.2| MOBILIDADE 16
6.2.2.5| RENDA PER CAPITA MÉDIA (BOM RETIRO)
4.2|
CONCLUSÃO
17
5|
LOCAL19
5.1|
LOCALIZAÇÃO
5.2|
O LOCAL
20
6.2.3.3| MAPA GABARITOS
43
5.2.1|
HISTÓRICO BOM RETIRO 21
6.2.3.4| MAPA DE FLUXOS
44
5.2.2|
BREVE HISTÓRICO RIO TIETÊ E TAMANDUATEÍ 24
6.2.3.5| MAPA TRANSPORTES
LEVANTAMENTO FÍSICO
40
6.2.3.1| MAPA CHEIOS X VAZIOS (MAPA DE NOLLI)
5.2.2.1| RETIFICAÇÃO PRESTES MAIA
6.2.3|
19
DOS
6.2.3.2| MAPA USOS 42
RIOS
PLANO
DE AVENIDAS
24
45
6.2.3.6| MAPA TRANSPORTES - ÔNIBUS 46 6.2.3.7| MAPA EQUIPAMENTOS DIVERSOS
5.2.3|
HISTÓRICO FAVELA DO GATO
26
5.2.4|
PROJETO PARQUE HABITACIONAL PARQUE DO GATO
28
6.2.3.8| MAPA INFLUÊNCIA EMEI
48
6.2.3.9| MAPA INFLUÊNCIA EMEF
49
6.2.3.10| MAPA INFLUÊNCIA EE
50 51
5.2.5|
PROJETO REVIVARTE
32
6.2.3.11| MAPA INFLUÊNCIA UBS
5.2.6|
OCUPAÇÕES ATUAIS
34
6.2.4|
5.3|
ESTÁDIO DE BASEBALL MIE NISHII
36
40
LEVANTAMENTO GEORGE CULLEN
6.2.4.1| A SENSAÇÃO DO PEDESTRE:
52
47
52
41
39
ÍNDICE 52
7.5|
HAFENCITY 83
6.2.4.1.2|SENSORIAL: 53
7.6|
DOCKSIDE GREEN 84
6.2.5|
7.7|
HIGH LINE PARK
7.8|
BORNEO
7.9|
PRAÇA VICTOR CIVITÁ:
8|
BIBLIOGRAFIA
8.1|
BIBLIOGRAFIA VIRTUAL:
8.2|
VÍDEOS:
6.2.4.1.1| FÍSICA:
LEVANTAMENTO - KEVIN LYNCH 59
6.2.5.1| MAPA MENTAL: 6.2.6|
59
LEVANTAMENTO SOCIOECONÔMICO - PARQUE DO
GATO 61 6.2.6.1| PROFISSÕES 61 6.2.6.2| FAIXA ETÁRIA
61
6.2.6.3| MEMBROS POR FAMÍLIA
61
6.2.6.4| TEMPO DE MORADIA NO CONJUNTO 6.2.6.5| ESCOLARIDADE 6.2.7|
62
62
LEVANTAMENTO LEGISLATIVO:
62
6.2.7.1| PLANO DIRETOR SIMPLIFICADO 63 6.2.7.2| MAPA APP
64
7|
PROJETO
66
7.1|
PROCESSO DE PROJETO - EVOLUÇÃO DA ESCALA
7.2|
PROBLEMÁTICAS X PONTECIALIDADES: 67
7.3|
PROPOSTAS: 68
7.3.1|
HABITAÇÃO 70
7.3.2|
MOBILIDADE 75
7.3.3|
PARQUE
7.4|
REFERÊNCIAS PROJETUAIS:
7.4.1|
KRONSBERG:
66
78
81
81
85
86
91
87
89 90
“É neste espaço dialectizado (conflitual) que se realiza a reprodução das relações de produção. É este espaço que produz a reprodução das relações de produção, introduzindo nela contradições múltiplas, vindas ou não do tempo histórico”. - Henri Lefebvre
01
INTRODUÇÃO
1| INTRODUÇÃO Com a maior parte da população sendo urbana não existe hora melhor de se pensar as cidades e a forma como fazemos urbanismo do que agora. Nunca houve na história da humanidade um aglomerado tão grande de seres humanos vivendo em condições tão diversas do que era até então considerado natural. Grandes metrópoles em desenvolvimento, como São Paulo, sofrem com o desenfreado mercado imobiliário. O capital privado se mostra frequentemente mais importante que os compromissos éticos de direito com os cidadãos. Como sintoma, ocupações clandestinas se espalharam pelos centros urbanos mais importantes do país, que enfrentam o grave problema das favelas e ocupações em áreas de risco. A urbanização das favelas e a produção pública de moradias para a população de baixa renda realizadas pelo Estado na década de 80 e 90 muitas vezes fracassou com a falta de assistencialismo pós ocupação e de um planejamento de desenvolvimento sócioeconômico com as comunidades alvo. Como resultado, a população local enfrenta uma diversidade de problemas que compromete a qualidade de vida dessas pessoas principalmente na questão da segurança. É sobre esta discussão que este trabalho se desenvolve, buscando
Figura 1.
Fonte: http://www.anf.org.br/wp-content/uploads/2013/10/faces_of_the_favelas.jpg
resolver as complexas problemáticas encontradas no Conjunto Habitacional Parque do Gato - SP.
TFG 2014 | Requalificação Urbana - Parque do Gato|
5
“(...) arquitetura é a expressão física do desenvolvimento cultural e das preocupações sociais de uma sociedade urbana” - Richard Rogers
02
LOCAL, SITUAÇÃO BREVE
2| LOCAL, SITUAÇÃO BREVE
Branco, a margem do Rio Tietê, a margem e a foz do rio Tamanduateí e a conexão com a Av do Estado.
O projeto
localiza-se na área central da cidade de São Paulo,
Convém apontar que inicialmente, a proposta se limitava a revitalização
extendendo-se para o bairro do Bom Retiro. Desenvolve-se pelo quarteirão
do conjunto habitacinal Parque do Gato, porém com o estudo da área fez-se
análogo ao Conjunto Habitacional do Parque do Gato, onde encontram-se
necessária a ampliação da escala de atuação para os quarteirões adjacentes
o campo de baseball Mie Nishi, a nova ponte Orestes Quércia (conhecida
do bairro Bom Retiro.
como Estaiadinha), a Marginal Expressa do Tietê, a Av Presidente Castelo
1 SAMBÓDROMO
1 ZONA OESTE
2 ANHEMBI
2 ZONA OESTE
3 CAMPO BASEBALL 4 CONJ HAB PQ DO GATO 5 BOM RETIRO
CIDADE SÃO PAULO REGIÃO CENTRAL
3 ZONA NORTE 4 ZONA LESTE
BOM RETIRO
1 1
2
3
MARG. T
IETÊ
RIO TIET
RE
S.
CA
3
ST
EL
O
BR
4
AN
CO RIO TAMANDUATEÍ
5 2
Figura 2.
maps.google.com (editado)
AV
ES
TA D
O
AV. CRUZEIRO DO SUL
AV .P
AV. SA NTOS DUMO NT
Ê
4
TFG 2014 | Requalificação Urbana - Parque do Gato|
7
“(...) a arquitetura é uma arte aplicada e lida com a moldura da vida das pessoas. Os edifícios emolduram nossas vidas.” - Jan Ghel
03 OBJETIVOS
3| OBJETIVOS
físicos quanto nas entrevistas realizadas com os moradores. - Requalificação urbana do local
Propor um projeto de requalificação urbana que vise, principalmente:
A ideia inicial era fazer propostas somente para o conjunto habitacional,
- Reforçar conexões entre a população e a área de entorno
porém a necessidade de sugestões no entorno é iminente, mesmo que essas
Devido a fortes barreiras físicas, a área se encontra isolada,
intervenções não sejam o foco deste trabalho nesse momento
consolidando o local como uma ilha viária que prejudica o uso da população
- Integrar fragmentos degradados e espaços residuais
das áreas ao redor.
O intuito de se propor especificamente para espaços residuais tem
- Resgate do contato entre da cidade e do cidadão com o rio Mesmo com a importância inquestionável da água na vida do ser humano, a urbanização brasileira, principalmente paulistana, tem sua característica mais presente, em relação aos rios, a canalização. - Revitalização do conjunto habitação
como premissa demonstrar as possibilidades não vistas desse tipo de local. - Reforçar e concretizar a memória do local O bairro do Bom Retiro é de suma importância para a cidade de São Paulo e representa a celebração da diversidade e imigração tanto para a população brasileira, quanto paulistana.
A degradação do local é evidente, mostrada tanto em seus aspectos
Figura 3.
Fonte: vídeo revivarte
TFG 2014 | Requalificação Urbana - Parque do Gato|
9
“Não importa se são pequenas ou grandes, independentemente da localização geográfica, do poder econômico, as cidades são delicados ecossistemas que devem ser desenhadas para serem sustentáveis” - Richard Rogers
04
JUSTIFICATIVAS
4|JUSTIFICATIVAS O projeto do Parque do Gato apresenta uma complexidade sem igual.
Déficit de Moradia
O local escolhido é um espaço residual de importantes vias para a cidade de São Paulo, sendo ao mesmo tempo isolado e participante dos fluxos metropolitanos. Sua localização tem outro diferencial: é um dos únicos locais da cidade onde é possível encontrar-se com a margem do rio, no caso, a foz do rio Tamanduateí, sem a barreira de uma marginal entre o cidadão e o rio.
Espaços Residuais
Problemáticas
Sendo assim, é um local estratégico para restabelecer a conexão entre as
Conflito Meio Ambiente
pessoas e o meio ambiente. A concepção do programa foi pioneira na implantação do aluguel social, que devido ao alto índice de vendas ilegais, demonstra que se não houver uma presença frequentemente atuante do Estado a opção pode não ser válida. É importante ressaltar que os problemas decorrentes de trocas
meio-ambiente com a urbanização. Pretendo, que, ao analisar estes tópicos da problemática presente na área de estudo, seja possível apresentar a problemática dessa forma:
de inquilinos e inadimplência dos moradores não é devido a locação social, porém, ao ainda muito presente problema de déficit de moradia de interesse
4.1.1| OS ESPAÇOS RESIDUAIS
social. Graças a sua localização e pioneirismo - em relação a implatação do aluguel social, o conjunto demonstra uma importância para a cidade e para o estudo urbanístico sem igual. A população enfrenta diversos problemas de pós ocupação que seu entendimento e propostas feitas podem também servir como base para outros empreendimentos desse tipo.
4.1| CONCEITOS TEÓRICOS Propõe-se separar as problemáticas principais da região em três aspectos principais: os espaços residuais, o déficit de moradia, o conflito do
Resultado das premissas modernistas, a funcionalização extrema da cidade resultou em locais nem sempre explorados em suas potencialidades. São espaços residuais, sobras entre os caminhos, entre funções que acabam por não auxiliar na contrução da cidadania dos habitantes. Segundo Marc Augé, essa é a definição dos não-lugares. “Se um lugar pode se definir como identitário, relacional e histórico, um espaço que não pode se definir nem como identitário, nem como relacional, nem como histórico definirá o não-lugar. A hipótese aqui defendida é a de que a supermodernidade é produtora de não-lugares, isto é, de espaços que não são em si lugares antropológicos e que, contrariamenteà modernidade baudelairiana, não integram os lugares
TFG 2014 | Requalificação Urbana - Parque do Gato|
11
antigos: estes, repertoriados, classificados e promovidos a “lugares de memória” ocupam aí um lugar circunscrito e específico” AUGÉ p. 73 (2012)
possibilidades inexploradas de um território cada vez mais adensados e
“Os espaços vazios, abandonados, nos que já sucederam uma série de acontecimentos parecem subjugar o olho dos fotógrafos urbanos. São os lugares urbanos, que queremos denominar com a expressão francesa terrain vague, os que parecem se converter em fascinantes pontos de atenção, nos indícios mais solventes para poder se referir à cidade, para indicar com as imagens o que as cidades são, a experiência que temos dela. Como em todo produto estético, a fotografia comunica não só as percepções que desses espaços podemos acumular, mas também as afeições, ou seja, aquelas experiências que do físico passam ao psíquico convertendo o veículo das imagens fotográficas no meio através do qual estabelecemos com esses lugares, vistos ou imaginados, um juízo de valor. (...) Em definitiva, lugares estranhos ao sistema urbano, exteriores mentais no interior físico da cidade que aparecem como contraimagem da mesma, tanto no sentido de sua crítica como no sentido de sua possível alternativa.” SOLÀ-MORALES, I. p. 125 (2002).
de valores cada vez mais altos, que merece tanto atenção dos habitantes
Mesmo com diferentes pontos de vistas e nomenclaturas, estes
Para Certau existe a diferença entre lugares e espaços. Os espaços seriam os locais físicos da cidade, já os lugares são os usos abstratos dos mesmos. Um espaço pode se tornar um lugar somente com a vivência e mudança através das ocupações do local. “[...] uma história múltipla, sem autor nem espectador, formado em fragmentos de trajetórias e em alterações de espaços”. CERTAU p. 171 (1998). Definidos por Koolhas como junkspace (KOOLHAS 2002), os espaços residuais da cidade são tão importantes quanto os edificados, são as
quanto dos teóricos do assunto.
autores concordam que os espaços residuais são análogos ao processo de urbanização modernista. Com o intenso adensamento das metrópoles e a
“Junkspace is the body double of space, a territory of impaired vision, limited expectation, reduce earnestness. Junkspace is a Bermuda Triangle of concepts, an abandoned petri dish: it cancels distinctions, undermines resolve, confuses intention with realization. It replaces hierarchy with acumulation, composition ith addition. More and more, more is more. Junkspace is overripe and undernourishing at same time, a security blancket that covers the earth in a stranglehold of seduction.” KOOLHAS (2002)
Outro autor que tratou desse assunto foi o arquiteto catalão Ignasi SolàMorales com o termo ‘terrain vague’. (SOLÀ-MORALES, 2002) foi utilizado em francês para representar os múltiplos significados de um conceito que é
cartacterização da população mundial como predominantemente urbana, os espaços residuais se tornam além de necessários para a compreensão da cidade e da vida urbana totalmente. Potenciais para utilização e celebração do espaço urbano e de toda sua complexidade. Assim nasceu o interesse no estudo da área do Parque do Gato. Nascido no encontro entre os fluxos intensos e ininterruptos do tráfego paulistano e das águas de dois dos três rios mais importantes da capital paulistana. A área demonstra espacialmente potenciais explorados, quanto outros ainda esquecidos.
ao mesmo tempo abstrato e paupável. Renata Ungaro Venitucci | 073666 |
12
4.1.2| MORADIA
possível, sem contar com o estigma da violência e do preconceito com o sua habitação. Ou seja, a exclusão se dá de forma total: econômica, urbanística,
O espaço urbano nada mais é do que a espacialização de relações
social e territorial. (MARICATO, 1996).
sócio-econômicas que entrelaçam-se temporal e fisicamente. O déficit
A legislação com relação a financiamentos habitacionais é igualmente
de moradia e as grandes ocupações de áreas ociosas da metrópole só
excludente revelando parâmetros de um Estado que, mesmo indiretamente,
demonstram o aspecto mais brutal do capitalismo, onde o direito a moradia
se mostrou por muito tempo conivente com as mazelas causadas pela
é exclusivo de quem pertence no topo da hierarquia social.
disparidade social.
Através de formas de legislação que priviliegiavam as camadas mais abastadas da população o déficit de moradia não somente cresceu como se espalhou por todo o território nacional. Os primeiros registros de favelas na cidade de São Paulo remota-se desde de antes de 1940, porém as mesmas não eram tão significativas até a déc 1970. (TASCHNER , 2000). A partir das décadas de 1970 e 1980 esse movimento de ocupação
“Ao definir formas de apropriação e utilização do espaço permitidas ou proibidas no contexto de uma economia de mercado extremamente hierarquizada e marcada por profundas desigualdades de renda, a legislação urbana brasileira termina por se- parar a“cidade legal”– ocupada pelas classes médias, grupos de alta renda e apenas por parte dos setores populares – da“cidade ilegal”destinada à maior parte das classes de baixa renda. Assim, a legislação “acaba por definir territórios dentro e fora da lei, ou seja, configura regiões de plena cidadania e regiões de cidadania limitada” - ROLNIK, 1997, p. 13
de território tornou-se característica marcante da paisagem da cidade. Localizadas em áreas geralmente de risco ambiental, encostas de rios,
Com a aprovação da Constituição 1988, as várias gestões municipais
morros, áreas de proteção ambiental, essa população fica à margem não
começaram os movimentos políticos de urbanização de várias favelas
somente do sistema econômico mas sofrem com toda e qualquer intempérie
juntamente com a intensa participação de movimentos sociais das
Gr fico Porcenta e
comunidades. Assim, importantes aspectos da infraestrutura urbana,
1,1%
4,4%
Po
i endo e 8,8%
Fa ela 9,2%
11,2%
principalmente saneamento básico, foram levados para favelas em vários municípios, melhorando, mesmo que em parte, a vida dos participantes dessas comunidades. (MARQUES, SARAIVA 2007). É importante ressaltar que as melhorias conquistadas nas favelas no âmbito espacial resolvem somente a superfície de um problema muito mais complexo e amplo. São necessárias medidas em vários âmbitos, de formas
1973 Gráfico 1.
1980
1987
1991
2000
interdisciplinares, onde o urbanismo é somente um dos agravantes e/ou raíz
Gráfico feito pela autora - fonte dados: http://revistas.pucsp.br/index.php/pensamentorealidade/article/viewFile/8306/6179
TFG 2014 | Requalificação Urbana - Parque do Gato|
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e a solução vem, primordialmente, da construção de uma consciência social,
sem possibilidade de produção com alto lucro sobre a terra, sobram nas
onde a falta da mesma é o gerador dos condicionantes antes citados.
cidades e se tornam focos de ocupações. (MARICATO 1996). Portanto, a solução desses dois paradigmas devem ser integrados e complementares
4.1.3| MEIO AMBIENTE
As ocupações em áreas ilegais não formam o único motivo pelo qual
Devido ao intenso descaso com o meio ambiente o processo de urbanização brasileiro construiu cidades/espaços onde a conexão do ser humano com a natureza se enfraqueceu muito. As novas premissas do urbanismo visam reverter esse quadro, a fim de melhorar as condições de vida do cidadão metropolitano. Premissas que buscam a conexão de locais através de massa vegetal de qualidade e locais públicos, em sua maioria residuais, que possibilitem esse contato há muito perdido. Como apontado anteriormente, as ocupações ilegais ocorrem, principalmente, em locais com alto risco ambiental e/ou zonas de proteção
essas duas esferas devem andar juntas. As novas formas de se pensar a cidade devem compreender a crise ambiental da atualidade e responsabilizar o antigo modelo urbanístico, por ser também ser gerador de altas demandas de consumo, bens materiais, resíduos sólidos (ROMERO, SILVA 2010) “A sustentabilidade urbana tem como foco, antes de tudo, a esfera social e de comunidade, já que os principais problemas urbanos têm sua origem nas relações humanas. Por outro lado, a expansão urbana nega os limites naturais impostos aos recursos finitos do planeta, colocando em conflito o sistema econômico vigente que promulga o desenvolvimento ilimitado do capital.“ ROMERO, SILVA, 2010
ambiental. Desde locais que sofrem com enchentes, deslizamentos de terras, encostas de morros, risco de soterramento. Essas áreas não são
Outro aspecto a ser observado é a relação do cidadão com o meio.
escolhidas por acaso, são áreas ignoradas pelo mercado imobiliário que
Uma cidade que possui um tecido urbano realmente integrado com o meio
Grafite obre
Figura 4.
oradia - cu ação
Grafite da ocupação estaidinha - artista Mundano
taidin a
ambiente apresenta melhores características para sua população e vivência cívica e física do habitante. (FALCÃO 2006) “O desenho urbano carece de representação do espaço e do meio ambiente, e esta deve expressar suas características intrínsecas quanto à apropriação do território, do ambiente e da edificação. A expressão do lugar nasce desse confronto de forças espaciais (naturais e artificiais) associadas à apropriação e uso pelo homem em âmbito social. Por outro lado, a expressão qualitativa do lugar se dá através da equidade socioambiental, no qual a cultura ambiental está inserida no processo de produção da paisagem urbana, dos espaços públicos, dos equipamentos urbanos, da diversidade morfológica edificada, mobiliário qualitativo, etc. “ ROMERO, SILVA p.7 (2010)
Renata Ungaro Venitucci | 073666 |
14
4.1.3.1|
ÁGUA “A água tem o curioso poder de estimular a imaginação e de nos conscientizar sobre as possibilidades da vida. É uma matéria monocromática, aparentemente pigmentada, mas de fato incolor: um mundo monocromático em que se distinguem gradações infinitas de cor que a própria água reflete, fazendo as vezes de espelho. Acredito que exista uma ligação profunda entre a água e o espírito humano.” ANDO, TADAO, p.72 (1991)
A história da humanidade sempre esteve ligada com rios e suas
porém com intensa vontade política, tempo gasto, ambos elevaram-se como pontos turísticos e a população da cidade retomou a sua afinidade com o rio. Ambos possuem margens canalizadas, o Sena, apresenta em sua orla ruas e avenidas importantes, o rio Han, por sua vez, tem novos parques e ciclovias em suas margens. O importante a ser destacado é que mesmo depois de perdida a sua função como atrativo dentro de uma cidade graças a sua poluição, o rio pode retornar com seu intuito inicial e fazer parte tanto da melhora da paisagem quanto um condicionante para elevar os potenciais
encostas. Todas as grandes civilizações que já existiram tiveram um rio
ambientais do local.
como aliado ou principal desenvolvedor, seja para agricultura, quanto para
Rio an - or ia do ul
transporte e/ou lazer. Como a civilização egípcia com o rio Nilo, ou os mesopotâmios com o encontro do Rio Tigre e Eufrates, o ser humano tem sua vida e história ligação profunda e inexorável com a água. Não seria diferente com São Paulo. A metrópole de São Paulo nasceu das expedições de bandeirantes ao longo do Rio Tietê e Tamanduateí. Atualmente, suas margens bloqueadas e suas águas impróprias para qualquer tipo de uso, os cidadãos não só ignoram as suas presenças, mas os veem como impecilho tanto na formação da paisagem como não percebem
Figura 5.
os grandes ganhos de se ter um curso d’água dessa magnitude cortando
Rio ena - França
Fonte: http://en.wikipedia.org
todo o território. Os rios são fonte de vida, lazer, podem ser usados como transporte, atributo paisagístico, são instrumentos que ajudam a amenizar e/ ou controlar a temperatura, servem como pontos turísticos. Há muitos exemplos de rios tratados ao redor do mundo, destaca-se aqui dois, pois demonstram volume d’água e comprimento similar aos rios Tietê e Tamanduateí. O rio Sena em Paris e o rio Han na Coréia do Sul. Ambos apresentavam níveis de poluição e descaso similares aos rios paulistanos, Figura 6.
Fonte: http://en.wikipedia.orgre
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15
Considerando que a margem do Tietê em quase sua totalidade tem as
No movimento moderno a apropriação de um automóvel era tida como
barreiras das marginais e do intenso trânsito, o local de estudo apresenta a
algo não só necessário a todos os cidadãos mas como um meio de vida.
chance única do encontro do cidadão com a margem do rio sem os impecílios
Esse tipo de pensamento serviu de influência para moldar os investimentos
encontrados em outros locais.
governamentais por décadas no país resultando na herança automobilística
Fa ela do Gato - li ação co
o rio
que encontramos atualmente: descaso com o transporte público e com outros modais, investimentos em sua máxima totalidade em ligações rodoviárias pelo território. Com isso a intensa automobilização dos cidadãos torna-se um problema no nível nacional. As relações entre a quantidade de automóveis por pessoa é sempre crescente, por todo território brasileiro Não somente perdas ambientais e urbanísticas, a qualidade de vida de um cidadão que depende quase que exclusivamente do automóvel indivisual para se locomover tende a ser baixa. O exercício físico é comprovadamente uma forma de se prolongar e melhorar a vida de qualquer pessoa, possibilitando que o cidadão utilize a bicleta como meio de transporte permite que se observe uma população mais saudável.
Figura 7.
Fonte: PowerPoint de Apresentação do projeto Conjunto - arq Wagner Germano
4.1.3.2|
MOBILIDADE
O stress no trânsito é algo facilmente observado, o que gera aumento de acidentes e brigas, elevando o risco de vida de todos os cidadãos ao participar do tráfego. A lentidão do trânsito é apontada como 31% das
É impossível discutir os problemas ambientais apresentados
respostas em relação aos fatores responsáveis por acentuar a agressividade.
atualmente sem se discutir a questão da mobilidade urbana. A urbanização
[fonte revista http://www.apatru.org.br/arquivos/%7B2A8F9EAD-10B9-
muitas vezes sem estratégia de muitas cidades brasileiras combinadas
4B92-9AB2-2594D4496AE9%7D_32.pdf]
com o monopólio do modal rodoviário proporcionaram cidades divididas em
O congestionamento de São Paulo em 2013 bateu recorde mundial
centros e periferias cujas únicas ligações são os automóveis. Estes, por sua
de lentidão, com 300 km de vias congestionadas. Isso demonstra a falha do
vez, apresentam diversos problemas, poluição, grande quantidade de água
transporte viário como solução única e ainda , a circulação de uma capital
para sua fabricação, consumo de bens naturais elevados sem contar nos
sendo comprometida por causa do excesso de carros.
grandes congestionamentos.
O espaço urbano perde sendo sua parte majoritária transformada em Renata Ungaro Venitucci | 073666 |
16
ruas e avenidas. Numa cidade cada vez mais densa e cara, os locais públicos
on e tiona ento Record
devem ser mais exaltados e utilizados. Além da grande imperbeabilização de terra perdida, o encontro com o diferente deve ser feito em locais apropriados e em geral na escala física e temporal do pedestre, sendo assim o automóvel deve ficar numa hierarquia abaixo da dos automóveis. “A cidade é um fluxo, um movimento.” a frase do jornalista Heródoto Barbeiro exprime exatamente os desafios de se criar e pensar a cidade contemporânea. Não somente os fluxos estão prejudicados com a grande quantidade de carros, como a diminuição dos mesmos só trazem benefícios para os cidadãos, portanto, a questão da mobilidade urbana não é além de necessária, urgente.
Figura 8.
Fonte: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2013/07/sao-paulo-registra-congestionamento-recorde-com-300-km-de-filas.html
Tr n ito
ar inal Tiet
4.2| CONCLUSÃO Os problemas de mobilidade, déficit de moradia e ambientais são interligados e exigem medidas compatíveis, complementares assim conseguirão solucionar simultaneamente e conseguirão se alinhar de forma satisfatória a melhorar a cidade como um todo.
Pre i a Urbani ECOSSISTEMA SAUDÁVEL
o u tent el ECONOMIA SAUDÁVEL
PESSOAS SAUDÁVEIS
CIDADE RESILIENTE Figura 9. pl-av.jpg
Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/36665-apos-chuva-sp-tem-o-recorde-de-transito-do-ano.shtmlcom/2011/04/
TFG 2014 | Requalificação Urbana - Parque do Gato|
17
“(...) atribuo um grande valor para as especificidades do lugar, ao clima, às condições atmosféricas e ao background histórico e cultural de cada contexto. Todo o conjunto de circustâncias constitui o ponto de partida da arquitetura (...)” - Tadao Ando
05 LOCAL
5| LOCAL 5.1| LOCALIZAÇÃO
pedestres e ciclistas da região. O fluxo intenso de carros na Av Presidente
A área de intervenção estudada neste presente trabalho abrange os
Castelo Branco é um perigo constante para os habitantes do conjunto, que
quarteirões laterais do Conjunto Habitacional do Parque do Gato. A região
ilhados dentro do local só contam com um semáforo para atravessar a
situa-se entre a Marginal Tietê e Av Presidente Castelo Branco que apesar
avenida e o local isolado do restante da comunidade do bairro é dominado
de ligarem a região a todos os pontos de São Paulo, limitam a locomoção de
pelo tráfico de drogas.
a a erde
Figura 10.
t ec lia
maps.google.com
antana
o
Retiro
l Guil er e
Pari TFG 2014 | Requalificação Urbana - Parque do Gato|
19
5.2| O LOCAL
Nos arredores, o tráfego de carros das duas marginais que limitam o conjunto auxiliam a perder a relação tanto com o bairro quanto a comunidade
Há uma diversidade de problemáticas apresentadas nesse local. Dentro
local. A segurança do conjunto seria mais presente se o mesmo estivesse
do conjunto habitacional há uma atmosfera de medo criada pelos traficantes,
num local mais permeável com maior participação da comunidade dos
os moradores se sentem aprisionados e constantemente observados, com
arredores.
isso, o sentido de comunidade foi enfraquecido quase que completamente
respeito de segurança e permeabilidade são perfeitos para caracterizar-se.
e os espaços de lazer não são usados por medo. Há uma crescente
Ilhados no complexo do Parque do Gato, os meliantes tornaram-se donos do
descrença sobre o poder público e a sua influência, que piora ainda mais
espaço, os habitantes do conjunto não podem reagir por medo e a população
as condições do local, uma vez que a sua manutenção e organização é de
do bairro ao redor não interfere por causa da barreira da Avenida Castelo
poder municipal. Há lixo e despejos espalhados por todas as áreas públicas,
Branco.
falta iluminação externa e presença mais marcante de trabalho social para auxílio e reintegração dessa população.
É possível perceber como as observações de Jane Jacobs1 a
Na lateral leste, há um local de despejo e triagem de materiais para serem reciclados - é importante ressaltar a fragilidade desse trabalho num local despreparado sem infraestrutura adequada. Uma série de ocupações
Foto do ocal e radado
na praça lateral por catadores e moradores de rua. A construção da ponte Orestes Quércia (Estaiadinha) representa a continuação do modal rodoviário sobre o restante dos meios de transporte. O campo de baseball encontra-se ao lado, é proibida a entrada de pessoas no campo, porém as
no a ocu aç e tria e e e aração de ateirai reciclado Figura 11. Figura 12.
Fonte: vídeo Revivarte 2013 Fonte: vídeo Revivarte 201
Foto 2.
acervo autora
Renata Ungaro Venitucci | 073666 |
20
suas extremidades são bem utilizadas pelos habitantes locais. O córrego é quase esquecido e os rios que margeiam representam as históricas decisões
a a Terreno cara ulle - 1 04 ori inou o bairro
urbanísticas de ignorar a hidrologia da cidade.
5.2.1| HISTÓRICO BOM RETIRO A região do Bom Retiro – hoje bairro do município de São Paulo – localizada entre os rios Tietê e Tamanduateí, tem sua origem como área de lazer para a população abastada da cidade. Os sítios e chácaras, propriedades das elites paulistanas que formavam a região – como a
Figura 13. Fonte: Arquivo Aguirra do Museu Paulista da USP IN: MANGILI, L. Fig I.2 p.52
“Chácara do Bom Retiro”, que nomeou o bairro – eram usadas como “retiros” de fim de semana. Os limites da região foram formados ao norte pela várzea
a a
cara que ri inara
o airro
do rio Tietê, em uma das pontas, pelo antigo Horto Botânico, que vira Parque da Luz no final do século XIX, e ao sul, pela ferrovia, inaugurada em 1867. No ano de 1883 alguns bairros, se nucleavam completamente isolados nos campos, servidos apenas por longos caminhos pontuados, de longe em longe, de chácaras verdes e solitárias. Assim, a Luz, o Bom Retiro, a Lapa, o Brás, a Penha, Santana e outros se enquadraram nessa situação. Durante o século XIX a região era considerada área intermediária entre a zona rural e urbana e dava acesso do centro da cidade ao rio. Porém a área era considerada inapropriada para investimentos imobiliários por ser região de inundações constantes da várzea do rio. Com a chegada de olarias na região, que se instalam a partir da metade do século XIX, o Bom Retiro perde um pouco de sua caracteristica de área de lazer, mas é a inauguração da Estrada de Ferro São Paulo Railway (hoje Santos-Jundiaí), que transforma de vez a região, trazendo depósitos e indústrias, assim como a primeira Hospedaria dos Imigrantes, que foi construída para atender a grande
Marquês e Marquesa Três Rios - Bom Retiro Manfred Mayer Dulley Outros Figura 14. 12, p. 87
Fonte: MANGILI, L. mapa
TFG 2014 | Requalificação Urbana - Parque do Gato|
21
quantidade de imigrantes que chegava à cidade vindos do Porto de Santos.
Truzzi as ruas região também abrigavam alguns pequenos estabelecimentos
Segundo o Inventário de Referências Culturais “Pode-se dizer que o
de serviço especializado, como sapatarias, e pontos de encontro entre a
Bom Retiro estava no coração de uma rede mundial de comércio na segunda
população. Em “A indústria no estado de São Paulo em 1901”, Antonio Bandeira
metade do século 19, pois era pela ferrovia Santos-Jundiaí e por meio da
Jr descreve também a existencia de “tendas de sapatarias, marcenarias,
Estação da Luz que o café era transportado do interior paulista para o porto
fábricas de massas, de graxa, de óleos, de tintas de escrever, fundições,
de Santos e de lá para os mercados mundiais (Projeto IPHAN, 2005, p.03).
tinturarias, fábricas de calçados, manufaturas de roupas e chapéus, que
Essa concentração de indústrias e imigrantes, que acabavam
funcionam em estalagens, em fundos de armazéns, em resumo: em lugares
permanecendo no bairro pela possibilidade de emprego e pelos preços
que o público não vê. É incalculável o número de pequenas marcenarias,
baixos dos terrenos recém loteados, moldou a identidade do bairro. Nas
nas quais às vezes trabalha um só homem (...) e das fábricas de bebidas e
últimas décadas do século XIX, este processo de loteamento e urbanização
de massas, vulgarmente conhecidas por macarrão” .
se intensificou, e o bairro chega ao século XX já essencialmente operário.
O bairro, majoritariamente italiano, abrigava também atividade
A própria cidade estava se transformando. Com o desenvolvimento das
comerciais que ainda segundo Truzzi, não eram exercidas pelos italianos e
lavouras de café, a população de cerca de 65 mil habitantes praticamente
sim por imigrantes portugueses e, às vezes, por turcos, sírios ou libaneses.
quadruplica, dez anos depois, para 240 mil. Junto com a Luz e o Brás,
“A antiga rua dos Imigrantes era passagem obrigatória para quem vinha do
o Bom Retiro forma o primeiro conjunto de bairros operários da capital, e
centro da cidade, o que propiciou o estabelecimento deste tipo de atividade
assim a zona urbana se desdobra, incorporando o cinturão de chácaras do
na rua.” Truzzi lembra ainda a fundação do Sport Club Corinthians Paulista,
período anterior.
em 1910 na mesma rua, por operários, tendo como primeiro presidente o
A ocupação com construções fabris, ao longo das linhas férreas,
alfaiate Miguel Bataglia.
provocou o estreitamento das margens do Tamanduateí, ampliando no
A partir de 1900, a implementação de algumas obras públicas, tais
século XX a dimensão das inundações, já comuns, na região. Em 1929
como a nova Estação da Luz, criou condições para que o bairro se expandisse
ocorre uma grande enchente, “as chuvas de fevereiro fizeram os córregos
comercialmente. A partir dos anos 20, muitos judeus começaram a chegar
e rios transbordarem, inundando as ruas situadas nas áreas baixas.” A
ao bairro e passaram a exercer aqui o comércio. No final dos anos 30 o
ocupação urbana, nesta época já se estendia entorno dos rios Pinheiros e
número de imigrantes judeus aumenta, em decorrência da 2ª Guerra Mundial.
Tietê, amplificou a dimensão das enchentes demandando uma nova escala
Os italianos abandonam o bairro preferindo se instalar em outras regiões
de resgate e atendimento às vítimas.
da cidade, e o bairro do Bom Retiro passa a ter a maioria dos moradores
A maior parte das casas era simples ou mesmo cortiços. Segundo,
de origem judaica, abrigando uma grande comunidade que contava com Renata Ungaro Venitucci | 073666 |
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sinagogas e escolas judaicas.
o
Retiro 1 4
Foi observado em um estudo sobre as as características da emigração polonesa a partir dos anos 20, que “uma porção significativa de judeus polacos dirigiu-se a áreas urbanas, enquanro polacos não-judeus (que também emigraram) rumaram para áreas agrícolas. Dos primeiros, boa parte acabou se dirigindo ao Bom Retiro.” Além do comércio, ainda tímido na região, esses novos moradores iam principalmente para a indústria textil, trabalhando em oficinas ou a prestação, isto é, algum comerciante lhes dava uma quantidade de tecido que deveria ser vendida de casa em casa e paga posteriormente. A cidade continuou passando por tranformações, e as enchentes constanstes da área dos rios Tietê e Tamanduateí foram motivo de atenção
Figura 15. html#fotos
Fonte:http://noticias.r7.com/sao-paulo/fotos/exposicao-em-sao-paulo-mostra-enchentes-do-seculo-passado-20100818-11.
para as administrações da cidade. O plano embrionário da retificação e canalização do Rio Tietê,
praticavam aluguéis baratos e eles podiam se misturar ao já consolidado grupo
desenvolvido pela Comissão de Saneamento das Várzeas, surgiu no século
de imigrantes japoneses, diminuindo assim o choque cultural), os imigrantes
XIX, sendo posteriormente assumido pela Comissão de Saneamento
coreanos buscam trabalho na região do Bom Retiro, em confecções, como
do Estado. Sucederam vários estudos e projetos até 1923, quando foi
costureiros, seja em oficinas, seja em trabalhos domiciliares realizados sob
criada a Comissão de Melhoramentos do Rio Tietê. Após 1940, o projeto
encomenda, ou ainda como vendedores de roupas. Aos poucos, à medida
de retificação do Tietê foi associado ao plano viário de Prestes Maia, que
que alguns coreanos prosperavam, acabavam transitando para um negócio
previa a interligação das regiões norte e sul por meio de grandes avenidas. A
próprio, seguindo um caminho parecido com o dos judeus
construção da Ponte das Bandeiras marca o início da implantação do projeto
Hoje o bairro é tido como exemplo de bairro multicultural por essas
de retificação que se estendeu até a década de 1960, com a abertura das
diversas levas de imigrantes de diferentes origens que tomaram a região
vias expressas marginais.
transformando a identidade do bairro de tempos em tempos, mas sempre
Na década de 60 se inicia outra mudança na identidade da região com a
deixando marcas de sua participação na formação do Bom Retiro
chegada de coreanos ao Bom Retiro. Se instalando em outras áreas centrais
Bom Retiro, Bó Ritiro dos italianos, o “pequeno shtetl” dos judeus,
da cidade para morar (como a Vila Coreana, no bairro da Liberdade, onde se
bairro dos letreiros em coreano, do foot-ball dos ingleses, dos sinos da igreja TFG 2014 | Requalificação Urbana - Parque do Gato|
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armênia, da identidade sul-americana dos bolivianos, da “Acrópole” dos
Os dois caminhos, abasteciam a cidade de pessoas e mercadorias e
gregos, dos nordestinos, dos comerciantes e dos sacoleiros, do café e da
com o passar do tempo essas pequenas vilas e fazendas deram origem à
ferrovia que tornaram São Paulo uma metrópole – o Bom Retiro é um mapa-
cidade de São Paulo.
mundi encravado na cidade de São Paulo.
P tio do ol
Esta característica multiétnica do bairro tem sido valorizada pela mídia,
io
sempre associada à imagem de um lugar de vivência harmônica entre os povos, como sugere o título da matéria publicada no Diário Popular em 02/08/1996: “O Bom Retiro se identifica com a trajetória dos imigrantes” . As marcas de múltiplas identidades/etnicidades presentes no bairro são vistas como sinais claros da “‘São Paulo dos mil povos’, a metrópole que acolhe a todos aqueles que venham em busca do trabalho feito com dedicação.” Não podemos, porém, ignorar a ideologia implícita de valorização do trabalho, que é típica de um bairro operário de origens imigrantes.
5.2.2|
BREVE HISTÓRICO RIO TIETÊ E TAMANDUATEÍ
A colonização da cidade de São Paulo está intrinsecamente ligada a aos rios Tietê e Tamanduateí, assim faz-se necessário um breve panorama
Figura 16.
revelafacilpb.blogspot.com
da colonização para compreensão da importância histórica e geográfica dos mesmos para a cidade. Em São Vicente os colonizadores chegavam e se deparavam com as
5.2.2.1| RETIFICAÇÃO DOS RIOS PLANO DE AVENIDAS PRESTES MAIA
nascentes do Rio Tamanduateí, sendo o mesmo utilizado para comércio e transporte ao longo dos anos.
Com o intuito de higienização da cidade, especulava-se retificar os rios
Com o tempo foi feito um caminho que seguia o trajeto do rio até o
desde o início do século XX, pois ambos apresentavam os mesmos regimes
córrego Anhangabaú onde foi fundado Pátio do Colégio pelos jesuítas, que
de cheias - o rio transbordava, causava enchentes e depois mudava-se o
deu início a colonização da cidade e um secundário na serra pelo Padre
curso. Em 1849 inicia-se as obras no rio Tamanduateí, enquanto os registros
Anchieta.
de drenagem das várzeas remontam desde de 1866. (FALCÃO 2006). Renata Ungaro Venitucci | 073666 |
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a a Rio Ta anduate
Foto Rio Ta anduate Retificado d c 1 0 Rio retificado
Figura 17.
eito ori inal
Fonte: DPH Figura 18.
Fonte: DPH
Foto Rio Tiet Retificado co
ar inal 1
É importante ressaltar que essas obras eram mais de conveniência para a Light (empresa de energia elétrica da época) do que para a cidade. A legislação do momento juntamente com a alta carga tributária acabavam por inviabilizar acúmulo de terrenos não edificados pelo mesmo proprietário. Com a retificação das margens e drenagem das várzeas os terrenos lindouros tornaram-se altamente valorizados e a Light além de ganhar com um curso mais veloz - na produção hidroelétrica de energia - adquiriu vários terrenos de encostas. A Prefeitura utilizou a encosta do Rio Tietê para equipamentos urbanos, comprando os terrenos novamente, beneficiando a Light de mais uma maneira. (FALCÃO 2006)
Figura 19.
Fonte: DPH
TFG 2014 | Requalificação Urbana - Parque do Gato|
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As obras de retificação do rio Tietê iniciaram somente na déc de
lu tração Plano de
enida Pre te
aia
1950, porém a questão de insalubridade da área já eram críticas há muito mais tempo. Durante as obras já se fizeram necessárias o processo de desassoreamento em seu leito, pois havia um grande volume de sólidos no rio. Juntamente com o processo de retificação dos rios, iniciou-se o plano de avenidas Prestes Maia, onde a ligação da cidade seria feita por largas avenidas tendo como principal modal o rodoviário. A industrialização do país acabou por ser tardia, desordenada e concentrada em São Paulo, tendo como principal forma de escoamento o transporte rodoviário feito através das avenidas. (FALCÃO 2006) A consequência é que atualmente a cidade enfrenta engarrafamentos quilométricos que batem recordes e o rio num traçado retilíneo não natural é sufocado e ignorado por causa disso.
5.2.3|
HISTÓRICO FAVELA DO GATO
A ocupação teve início na década de 1990 com aproxidamente 350 barracos sustentados por palafitas numa área de risco, tanto por ser na beira de rios já poluídos, quanto por encontrarem-se exatamente no caminho de um gasoduto da Comgás que chegou a causar um incêndio no começo dos anos 2000. Com o incêndio, a prefeitura construiu um alojamento que abrigava aproximadamente 145 unidades, servindo também para os que estavam em cima do gasoduto. Figura 20.
Fonte:http://tetomodarock.files.wordpress.com/2011/04/pl-av.jpg
Diferente de outras ocupações, a favela do gato não apresentava liderança formal, era somente um aglomerado de pessoas, em sua maioria Renata Ungaro Venitucci | 073666 |
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catadores de materiais reciclados, sem infraestrutura para achar local melhor
i ta a rea ocu ação
para se abrigar e recolhiam materiais pela região. Dentre tantos problemas, o local apresentava uma boa localização para se arranjar trabalho e se locomover pro mesmo. Após intensa disputa entre a C ompainha de Engenharia de Trânsito e a Secretaria de Habitação foi decidida que a favela do gato não teria remoções forçadas e o conjunto habitacional seria feito no local da ocupação mesmo. Corresponde a 9 blocos residenciais com 486 unidades no total. O projeto inicial não foi completamente implantado não contemplando a construção do parque linear na margem do rio Tietê. O aluguel social no conjunto não foi tão bem recebido quanto idealizado, houve muitas vendas ilegais das propriedades e o nível de inadimplência é alto. Existe um conflito latente entre prefeitura e um projeto de reintegração de posse e atual moradores ilegais que não faziam parte do programa inicial. Estima-se que pelo menos 40% dos moradores são ilegais dentro dos termos estabelecidos incialmente.
Foto ocu ação
Figura 22. Figura 21.
Fonte: Apresentação Projeto Pq do Gato - Acervo: Arq Wagner Germano
Fonte: Apresentação Projeto Pq do Gato - Acervo: Arq Wagner Germano
TFG 2014 | Requalificação Urbana - Parque do Gato|
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5.2.4| GATO
PROJETO PARQUE HABITACIONAL PARQUE DO
Em vista de abrigar os ocupantes da favela do Gato, o projeto foi concebido pelo arquiteto Wagner Germano, até então funcionário da
roqui Pro eto
COHAB, feito para ocupar 594 unidades em 3 tipologias diferentes (inserir dimensões). As tipologias são dispostas lateralmente, contando com um corredor de acesso pequeno entre as unidades. Os prédios são em fita, levemente deslocados, procurando mostrar a preocupação do arquiteto com o uso e apropriação do espaço público do conjunto. Nesse conjunto de dois prédios, um deles tem o térreo sem tipologias de habitação, um deles tem o térreo sem habitação para permitir a formação de uma praça interna.
Figura 23. Fonte: Apresentação Projeto Pq do Gato - Acervo: Arq Wagner Germano
O conjunto conta com uma creche, quadras abertas e playground. É importante ressaltar a falta de cuidados com o espaço ali apresentados. A manutenção fica a cargo da prefetitura que não consegue dar conta da frequencia dos pedidos abertos. O tráfico talvez seja o problema mais devastador da área, todos os moradores entrevistados se dizem com medo dos traficantes que permanecem nas áreas públicas constantemente observando a movimentação. O isolamento do conjunto ajuda nesse quesito, uma vez que a participação popular ativa com uma comunidade forte ajudam a inibir a predominância
Figura 24. Fonte: Apresentação Projeto Pq do Gato - Acervo: Arq Wagner Germano
no tráfico.
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28
aquete Pro eto
Ti olo ia
itnet
1 dor it rio
2 dor it rio Figura 25.
Fonte: Fonte: Relatório Diagonal 2010
Figura 26.
Fonte: Apresentação Projeto Pq do Gato - Acervo: Arq Wagner Germano
TFG 2014 | Requalificação Urbana - Parque do Gato|
29
lantação
Figura 27.
Fonte: acervo autora
Renata Ungaro Venitucci | 073666 |
30
Parque do Gato
Figura 28. Figura 29. Figura 30.
Figura 31. Figura 32. Figura 33.
Figura 34. Figura 35. Figura 36.
Fonte: Apresentação Projeto Pq do Gato Acervo: Arq Wagner Germano
TFG 2014 | Requalificação Urbana - Parque do Gato|
31
5.2.5|
PROJETO REVIVARTE
O grafite se consolida como uma expressão quase totalmente urbana mostrando que não somente uma cidade necessita de espaços cuja sua
Nas empenas dos prédios do conjunto habitacional encontram-se
urbanidade seja planejada e digna, mas também formas de apropriação do
painéis de grafite realizados pelos artistas do projeto Revivarte. Através da
cidadão com o local e a como a cultura urbana tem a sua própria expressão
arte, esses grafites transformaram os prédios do conjunto em verdadeiros
individual. “(...) a cidade é o habitat natural do homem civilizado. Por essa
marcos urbanos, tanto para a cidade de São Paulo, quanto para o grafite
razão ela é uma área cultural caracterizada pelo seu próprio tipo cultural
como forma de arte. Assim, torna-se necessário um breve histórico do grafite
específico peculiar. (...)” (PARK 1967). O grafite faz esse intermédio
para a melhor compreensão do poder transformador da arte urbana.
transpassando as diversas dimensões no qual uma cidade está subjulgada;
O consenso sobre o nascimento do grafite não é definido. As duas hipóteses apresentadas são: que os humanos pintando em cavernas sobre
a dimensão temporal, física, movimento e a artística.
Pain i de Grafitte
as várias formas de vida que os cercavam já podem ser consideradas uma forma primitiva de grafite (LARA 1996). Porém, outra hipótese apresentada é que essas primeiras representações são somente uma forma de comunicação do ser primitivo, não se caracterizando como grafite, mas como arte em geral, sendo assim, o grafite se inicia por volta dos anos 70 nos EUA onde era mal visto tanto pelas autoridades, quanto pela população como ainda uma forma de pixação. Atualmente, o grafite já ganhou status de movimento artístico. É estudado por quem é teórico do assunto e a população em geral já consegue compreender melhor as expressões artítiscas.
Pain i de Grafitte
Figura 37. Figura 38. Figura 39. facebook.com/ projetorevivarte
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O projeto Revivarte busca através do grafite transformação social e
Os artistas participantes foram Fel, Rmi, Subtu e Mundano, com
do espaço urbano (retirado do site Revivarte) e a primeira edição foi feita no
idealização inicial do Subtu. Realizaram as pinturas em conjunto oficinas
Parque do Gato. Os painéis constituíram-se das paredes laterais dos prédios
de arte e de recreação junto com outro projeto que ali acontecia, o Oásis
do conjunto com 15 m de altura cada uma se tornando uma galeria a céu
do Gato em meados do ano 2013. O resultado foi bem recebido tanto pela
aberto com temas do cotidiano urbano. Representam não somente um ganho
população quanto pela comunidade artística.
para a cidade de São Paulo mas uma caracterização única do conjunto em que foi realizado. Isso ajuda na construção de identidade da população ali
Nesse ano os artistas voltaram com novos painéis, novamente bem vistos pela população e pela crítica artística.
residente, retirar o estigma negativo de favela valorizar o espaço e seus cidadãos.
Pain i de Grafitte
Figura 40. Figura 41. Figura 42.
Figura 43. Figura 44.
facebook.com/projetorevivarte
TFG 2014 | Requalificação Urbana - Parque do Gato|
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5.2.6|
OCUPAÇÕES ATUAIS
cu ação taiadin a e ocu ada
Na confluência formada entre a foz do Tamanduateí e a união das marginais Tietê e Av do Estado, encontrava-se uma ocupação iniciada durante a mesma época da ocupação da Favela do Gato. No projeto esse quarteirão seria feito mais moradias, porém com a construção da ponte Estaiadinha, em 2013 as famílias foram forçadas a se removerem ocupando novamente o leito do Tietê, onde inicialmente era a Favela do Gato. Depois muitas famílias dispersaram-se em outros assentamentos com ajuda do MTST. Estima-se a quantidade de 200 famílias, atualmente restantes dessa ocupação, encontram-se no fim da Av Estado, sem abrigo decente, contando
Figura 45.
maps.google.com - foto aprox 2013
somente com o auxílio de programas como bolsa-aluguel. Essa remoção não só representa um retrocesso na luta por moradia como demonstra que o setor imobiliário, assim como de mobilidade, não apresenta nenhum apreço ético pelos cidadãos que ali constavam. Demonstra que o capital privado ainda é mais importante do que compromissos éticos
ituação atual - terreno e
barraco
de direito com os cidadãos ali locados. Em novembro houve um protesto, pouco divulgado na mídia, entre moradores e polícia. É importante ressaltar a agressividade da polícia mesmo com um problema tão delicado. Outra ocupação ocorre aonde era a ocupação inicial do Parque do Gato, e nas praças ao redor. Essa ocupação possui menos pessoas, aproximadamente de 20 a 30 núcleos (é difícil ver núcleos familiares ali, há mais pessoas sozinhas ou em casais - o registro fotográfico dessa área também foi comprometido devido a advertências de segurança feitas a autora). Essa ocupação possui outra raíz, é de catadores que trabalham em
Foto 3.
foto tirada sob ângulo similar - Fonte: acervo pessoal - 2014foto tirada sob ângulo similar - Fonte: acervo pessoal - 2014
Renata Ungaro Venitucci | 073666 |
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conjunto com o depósito de materiais recicláveis da orla do Parque do Gato.
cu ação
de alo ada 201
Os barracos encontram-se na margem do Tietê e oferecem riscos a saúde e as barracas das praças ao redor não oferecem abrigo real contra intempéries. No local é possível perceber o intenso uso de drogas dos ocupantes e a degradação em que os mesmos encontram-se. Os habitantes do Parque do Gato deixam de usufruir das praças por causa dessa população.
cu aç e recente atadore de ateriai recicl ei Figura 46. Figura 47.
www.facebook.com/Ocupação-Estaiadinha www.facebook.com/mtstbrasil?fref=photo
Pq do Gato no a ocu aç e
Fonte: - 2014
Acervo
nte rante re ane cente aca
ado 201
Pessoal
tria e e e aração de ateirai reciclado
Figura 48.
www.facebook.com/mtst
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5.3| ESTÁDIO DE BASEBALL MIE NISHII
a
o de a eball
Inaugurado em meados da déc de 50 nas comemorações do Cinquentenário da Imigração Japonesa no Brasil, o campo abrigou os jogos Pan-Americanos de 1963 e a vinda do time da Universidade de Keio em 1988 - no ano de comemoração dos 80 anos da imigração japonesa. Em 1998, os dois times universitários disputaram no estádio entre si, pela primeira vez, fora do Japão. O campo também abriga um pequeno campo de Gateball, utilizado pelos imigrantes orientais do bairro , um campo de softball e um ginásio de sumô - o primeiro ginásio exclusivo para prática de sumô fora do Japão.1
Gin io de u
Figura 49. Figura 50. Figura 51. Figura 52. www.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/ esportes_mie_nishi
Figura 53. Figura 54. Figura 55. Figura 56. Figura 57. Figura 58. www.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/ esportes_mie_nishi
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36
“A arquitetura é ligada à situação. Diferente da música, da pintura, da escultura, do cinema e da literatura, uma construção (imóvel) se entrelaça com a experiência de um lugar - Steven Holl
06
LEVANTAMENTO
6|LEVANTAMENTO:
a a etore do o
Retiro - 1 0
6.1| METODOLOGIA: O presente trabalho foi feito através de visitas realizadas no local, acompanhadas da assistente social dentro do conjunto Parque do Gato e no bairro Bom Retiro sozinha. É importante ressaltar que o registro fotográfico
Rio
ficou comprometido pela segurança do local. Tanto moradores quanto a assistente social foram enfáticos em proibir as fotos do local temendo represálias dos meliantes do conjunto que se encontram nas áreas públicas e constantemente observam os movimentos das pessoas, principalmente pessoas de fora, nessas áreas. O mesmo ocorreu no depósito de materiais para triagem e nos arredores onde o raio de influência é exercido.
6.2| MORFOLOGIA URBANA 6.2.1| CRESCIMENTO Como dito anteriormente, o bairro do Bom Retiro estruturou-se como um bairro tipicamente industrial com intensa imigração. Como o bairro do Bom Retiro foi um dos primeiros de São Paulo a sofrer loteamento, seus
Ferrovia
lotes tem testada menor e são mais cumpridos. Apresentam características similares até os dias atuais. Os maiores condicionantes para o crescimento do crescimento do Bom Retiro foram a ferrovia e o Rio. Enquanto a ferrovia atraía população e se adensava, o rio com as suas enchentes ‘expulsavam’.
1
Área mais próxima do centro Maior adensamento
2
Área mais próxima da várzea Menor adensamento
3
Área ocupada pós retificação
Figura 59.
Sara Brasil IN: MANGILI, L. Mapa 7, p.63
Renata Ungaro Venitucci | 073666 |
38
6.2.2| 6.2.2.1|
T
T
-
6.2.2.3|
T R
TR
R TR
SÉ:
Dados Habitacionais Sé: Cortiços 1357 Favelas 2 Loteamentos Irregulares: 0 Núcleos Urbanizados: 1
6.2.2.2| BOM RETIRO:
Gráfico 2.
Dados IBGE
6.2.2.4| GR F
R
T
R TR
Dens. Demográfica: 44hab/Ha Média de moradores por domicílio: 3,25 Dimensão: 140,91 Ha População Absoluta: 6.202
Fonte: Habisp
*SM = Salário Mínimo
Número de domicílios: 1910
Gráfico 3.
Dados IBGE
TFG 2014 | Requalificação Urbana - Parque do Gato|
39
6.2.2.5| R
P R
PT
R TR
6.2.3|
LEVANTAMENTO FÍSICO
A seguir serão apresentados mapas dos levantamentos físicos da região, feitos através de visitas da autora ao local. Com os mesmos a intenção é apresentar uma compreensão profunda de todos os aspectos que a região possui, contribuindo assim para um projeto completo e completamente embasado na realidade.
Gráfico 4.
Dados IBGE
Através dos dados apresentados é possível concluir que o bairro do Bom Retiro é um bairro central de renda baixa, com grande número de cortiços e quase totalmente no setor secundário e terciário, com alta densidade demográfica e economicamente homogêneo. Renata Ungaro Venitucci | 073666 |
40
6.2.3.1|
P
P
0 Através desse mapa é possível notar a intensa ocupação da área, as poucas áreas vazias encontram-se próximas ao conjunto estudado.
Legenda: vazio cheio
100 Santana
Lapa Sé
Mooca
6.2.3.2| MAPA USOS
0 Através desse mapa é possível notar que a maior parte das Legenda: ocupações tem seu uso comercial e/ou misto, caracterizando a residencial área com boa oferta comercial. res + comércio comércio
Legenda: institucional lazer
100 Santana
Lapa Sé
Mooca
6.2.3.3| MAPA GABARITOS
0 Através desse mapa é possível notar que a maior parte dos Legenda: gabaritos encontrados estão entre 3 a 4 pav. térreo 2 pav 3 a 5 pav
Legenda: 6 a 7 pav 8 a 10 pav > 10 pav
100 Santana
Lapa Sé
Mooca
6.2.3.4| MAPA DE FLUXOS
0 Através desse mapa é possível notar as intensidades dos Legenda: fluxos, a Castelo Branco junto com a Av do Estado e a marginal fluxo intenso apresentam os maiores fluxos da região. fluxo médio fluxo baixo
Legenda: fluxo local local de estudo direção
100
200
Santana Lapa Sé
Mooca
6.2.3.5| MAPA TRANSPORTES
Marginal T ietê
GAVIÕES DA FIEL
Av d
oE
sta
ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA SP
do
ESTÁDIO OSWALDO TEIXEIRA DUARTE
Av Santos Dumont
CLUBE DE REGATAS
e
est
lL dia
Ra ESTÁDIO PACAEMBU
0 Mapa na escala da cidade para a região do Bom Retiro. Legenda: Legenda: A região encontra-se bem servida de modais de transporte e é bairro vias marginais ligada por principais avenidas para todas as regiões de São Paulo. estação metrô vias estruturais conexão linha azul + vermelha
500 Santana
Lapa Sé
Mooca
6.2.3.6|
P TR
P RT
-
U
M
0 A região apresenta-se com boa oferta de transporte público.
Legenda: linhas existentes metrô magenta metrô azul
M armênia
ponto de ônibus corredor ônibus planejado
100
200
Santana Lapa Sé
Mooca
6.2.3.7| MAPA EQUIPAMENTOS DIVERSOS
SUMARÉ ACULDADE
ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA SP
GAVIÕES DA FIEL CLUBE DE REGATAS
UBS VILA ROMANA UBS BORACÉIA
DESINFETÓRIO CENTRAL
ESTÁDIO OSWALDO TEIXEIRA DUARTE LIGA DAS ESCOLAS DE SAMBA
UBS BOM RETIRO SENAI
HOSPITAL ALBERT EISNTEIN
HOSPITAL MILITAR
UBS BOM RETIRO
SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA
INST. FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SP INTER HOSPITAL PARI
OFICINA CULTURAL OSWALD DE ANDRADE INST. NACIONAL DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
PA NS. SENHORA DO PARI
PINACOTECA
SENAC
FACULDADE SANTA MARCELINA PUC
ETE CARLOS DE CAMPOS
HOSPITAL SAMARITANO
HOSPITAL SANTA ISABEL SANTA CASA DE SP
SENAI
SENAC
SENAI
FAAP TEATRO MUNICIPAL UNIVERSIDADE ANHEMBI MURUMBI
INSTITUTO MACKENZIE ESTÁDIO PACAEMBU
INST. TRATAMENTO DO CÂNCER INFANTIL FACULDADE PAULISTA DE PESQUISA E ENSINO SUPERIOR
Mapa na escala da cidade para a região do Bom Retiro. A região encontra-se bem servida de equipamentos diversos.
0 Legenda: ens. superior saúde
cultura lazer/esporte patrimônio tombado
500 Santana
Lapa Sé
Mooca
6.2.3.8| MAPA INFLUÊNCIA EMEI
500
0 Mapa mostrando as EMEIs por perto e seu raio de influência, é Legenda: possível perceber a falta desse equipamento na região. EMEI
Santana Lapa Sé
Mooca
6.2.3.9| MAPA INFLUÊNCIA EMEF
500
0 Mapa mostrando a quantidade de EMEFs pelo bairro, a região Legenda: encontra-se bem servida desse equipamento. EMEF
Santana Lapa Sé
Mooca
6.2.3.10| MAPA INFLUÊNCIA EE
500
0 Mapa na escala da cidade para a região do Bom Retiro. Legenda: A região encontra-se bem servida de modais de transporte e é ligada por principais avenidas para todas as regiões de São Paulo.
Santana Lapa Sé
Mooca
6.2.3.11| MAPA INFLUÊNCIA UBS
PA PAULO RIBAS BRAGA
UBS VILA ROMANA UBS BORACÉIA
UBS BOM RETIRO HOSPITAL ALBERT EISNTEIN
UBS BOM RETIRO HOSPITAL MILITAR
INTER HOSPITAL PARI
PA NS. SENHORA DO PARI
HOSPITAL SAMARITANO
HOSPITAL SANTA ISABEL SANTA CASA DE SP
500
0 Mapa mostrando somente os equipamentos de saúde da região, Legenda: demonstra boa quantidade desse tipo de equipamento UBS
Santana Hospital
Lapa Sé
Mooca
6.2.4|
LEVANTAMENTO GEORGE CULLEN
vários imóveis vazios, abandonados ou para locação, sugerindo que mesmo sendo um bairro central, a procura por locações ali não é tão grande.
O levantamento do bairro foi feito através dos moldes do Gordon Cullen - “A Paisagem Urbana”. Foi percorrido um caminho a pé (mostrado pela linha
6.2.4.1|
A SENSAÇÃO DO PEDESTRE:
vermelha no mapa abaixo) documentando a experiência através de fotos,
6.2.4.1.1| FÍSICA:
escrita e croquis. O passeio pelo bairro do Bom Retiro permite-nos observar com precisão um bairro antigo se modernizando. Apesar do restante de São Paulo apresentar
As calçadas são precárias em todos os percursos, são poucos os
uma alta verticalização, no Bom Retiro o gabarito é majoritariamente entre 2 e
locais que apresentam espaço suficiente para uma pessoa passar e muitas
4 pavimentos. O maior uso das tipologias é mista, com térreo comercial e/ou
vezes as árvores encontram-se quebrando a calçada existente. Cadeirantes
industrial e segundo pavimento voltado para habitação.
e pessoas com mobilidade reduzida são obrigados a se locomover pelas
Apesar do gabarito ser praticamente constante, as tipologias apresentamse de forma heterogênea. As cores, os padrões, as formas não são uniformes não caracterizando o bairro com uma estética própria. É
Figura 60.
Mapa de percurso - metodologia George Cullen
possível
perceber
ruas, pois é impossÌvel fazer esse percurso pelas calçadas. A vegetação não é abundante, não exerce sua função de proteger o pedestre, são insconstantes e plantadas em locais inóspitos, muitas vezes
Renata Ungaro Venitucci | 073666 |
52
atrapalham mais do que ajudam. Em sua maioria são árvores há pouco tempo plantadas que não fazem sombra.
Há muitos catadores de materiais reciclados pelo bairro e moradores de rua, apesar do indício d favelização ser quase nulo.
É possÌvel ver um pouco de ciclistas próximos ao Parque do Gato,
A sensação é de um bairro nem um pouco atraente que necessita
porém o restante do bairro as ruas pertencem aos carros, percebe-se poucos
uma revitalização urgente.Há muitos catadores de materiais reciclados pelo
ciclistas que andam ao lado das bicicletas demonstrando a insegurança que
bairro e moradores de rua, apesar do indício de favelização ser quase nulo.
sentem. Em todas as ruas foram observados carros estacionados em ambos
A sensação é de um bairro nem um pouco atraente que necessita uma
os lados, um trânsito além de confuso, que serve para expulsar qualquer outro
revitalização urgente.
meio de transporte, sem contar que a maior frequencia de estabelecimentos comerciais serem estacionamentos. O mobiliário urbano é ineficiente e esteticamente indesejável, as ruas são mal iluminadas, a fiação é externa e demonstra várias ligações indevidas. A sinalização urbana é deficiente, porém acaba por cumprir o seu papel. A pixação é algo constante na região mostrando o descaso com o sentido de lugar. Há muitos dejetos e lixos espalhados pelas calçadas, além da falta de lixeiras.
6.2.4.1.2|SENSORIAL: Percebe-se que é um bairro com muita história, apesar de serem pouco cuidadas. O bairro tem sua configuração populacional bem diversificada, é possível andar pela rua e ouvir vários idiomas falados. Dentre os quais mais se nota atualmente é o espanhol. Pessoas de diversas etnias convivem juntas mostrando que a maior riqueza do bairro È exatamente a diversidade. O trânsito é caótico, amedontrador, mesmo porque a sinalização do bairro é precária e confusa. Sendo um bairro comercial é de extrema importância a melhoria dos percursos para os pedestres. Não existe uma única rua onde isso acontece. TFG 2014 | Requalificação Urbana - Parque do Gato|
53
01
02
03
04
05
07
06
08 09
10
11
12
13
15
14
-CALÇADAS: péssimas, quebradas, pequenas demais, poucos lugares possuem passeio contínuo
A
- VEGETAÇÃO: dispersa, não protegem o pedestre do sol
AV PRE S
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01
-PADRÕES OBSERVADOS: Visão serial, conceito de lugar nas ruas Carmo Zaccur, Adoração, Irradiação
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estacionamento
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-MOBILIÁRIO URBANO: esparço, em locais inadequados, descuidados, a ão aparente
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Legenda: * imóvel industrial e/ou comercial sem uso determinado ** residencial & imóvel residencial abandonado
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-MOBILIÁRIO URBANO: esparço, em locais inadequados, descuidados, a ão aparente
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- VEGETAÇÃO: dispersas, não protegem o pedestre das intempéries
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07
-CALÇADAS: medianas, caminhos muitas vezes quebrados, porém com tamanhos bons de calçadas
*
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01
05
** **
**
-PADRÕES OBSERVADOS: visão serial em alguns locais, mas em geral, o caminho se apresenta de forma muito heterogêna
Legenda: * imóvel industrial e/ou comercial sem uso determinado ** residencial & imóvel residencial abandonado 0
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-CALÇADAS: medianas, caminhos muitas vezes quebrados, porém com tamanhos bons de calçadas
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- VEGETAÇÃO: dispersa, não protegem o pedestre do sol
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-PADRÕES OBSERVADOS: justaposição, no começo das ruas Cristina e Sérgio Tomás, há encontro com vegetação e “elementos ligados ao campo”.
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-MOBILIÁRIO URBANO: esparso, em locais inadequados, descuidados, a ão aparente
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Legenda: * imóvel industrial e/ou comercial sem uso determinado ** residencial & imóvel residencial abandonado
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-CALÇADAS: péssimas, muitas vezes inexistentes, local mais impróprio para pedestre do passeio inteiro
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01
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- VEGETAÇÃO: quase nula -MOBILIÁRIO URBANO: esparso e somente especializado para carros -PADRÕES OBSERVADOS: nenhum
Legenda: * imóvel industrial e/ou comercial sem uso determinado ** residencial & imóvel residencial abandonado
0
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08 -CALÇADAS: medianas, apresentam caminhos descontínuos, porém de todos os locais observados são as melhores calçadas
RIO TIETÊ
AV PRES CASTELO BRANCO RIO
TAM
- VEGETAÇÃO: razoável -MOBILIÁRIO URBANO: esparço, descuidados
AN
EGO
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SUMÔ
-PADRÕES OBSERVADOS: aqui e além, dentro do campo de baseball, há a contraposição de um local esparso e da cidade no entorno.
08 04 01
03
07
DU ATE Í
GATEBOL
CAMPO BASEBALL MAIOR
05
05
CRECHE
06 02
CEN T R O COMER CIAL
CAMPO BASEBALL MENOR
USINA DE TRIAGEM MATERIAIS RECICLADOS QUADRAS
Legenda: * imóvel industrial e/ou comercial sem uso determinado ** residencial & imóvel residencial abandonado
0
100
6.2.5|
T
T -
O segundo levantamento, mais sensorial, teve como conceito o passeio do pedestre pelas vias seguindo as premissas contidas no livro “A Imagem da Cidade” do autor Kevin Lynch. O mapa mental, apresentado na próxima página, foi desenvolvido através de passeios pela área e observando aonde acontecem encontros, marcos do local, etc.
6.2.5.1|
MAPA MENTAL:
É possível notar as barreiras muito presentes, no caso, as vias de tráfego intenso, a Marginal Tietê e a Castelo Branco. Os nós acontecem, geralmente nos encontros das mesmas com outras ruas, e no caso no encontro das ruas Sólon, com a Rua da Graça, Rua Leonardo Pinto e Rua do Areal. A área não apresenta uma arquitetura muito distinta, portanto, os marcos assinalados são os grafittes feitos nas empenas do conjunto Parque do Gato que chamam atenção tanto dos motoristas da marginal, quanto da Castelo Branco. O “setor” assinalado é um quarteirão que apresenta uma estética bem diferente das demais, sendo assim, necessário o seu destaque. É formado por um conjunto de casas de dois pavimentos, estritamente residencial, com calçadas estreitas e ruas sem saída.
TFG 2014 | Requalificação Urbana - Parque do Gato|
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MAPA MENTAL
500
0 Mapa mental na escala do bairro.
Legenda: n贸s barreiras percursos
Legenda: marcos setor
Santana Lapa S茅
Mooca
6.2.6| DO GATO
T
T
-P R U
6.2.6.2| FAIXA ETÁRIA
O levantamento socioeconômico do conjunto é feito pela Diagonal de 2010. É possível observar que a população encontra-se fragilizada por falta de oportunidades tanto de estudos, quanto de trabalho, As famílias não são, em sua maioria, numerosas, apresentam renda baixa e com membros em distribuição similares entre as faixas etárias.
6.2.6.1|
PROFISSÕES
6.2.6.3| MEMBROS POR FAMÍLIA
TFG 2014 | Requalificação Urbana - Parque do Gato|
61
6.2.6.4| TEMPO DE MORADIA NO CONJUNTO
6.2.7|
LEVANTAMENTO LEGISLATIVO:
Como apontado anteriormente, a legislação paulistana é muito conhecida por privilegiar, indireta e diretamente, o espaço privado sobre o público e a negação de diretrizes que procurem aliviar as mazelas da desigualdade social no território (MARICATO 2006). Tem no seu novo plano diretor diretrizes que busquem a reversão de algumas consequencias que estão caracterizadas no território. É possível perceber diretrizes com premissas do novo urbanismo, como diversificação de espaços, várias centralidades, privilegiar o transporte público, entre outras. É importante ressaltar, que as diretrizes do antigo plano diretor foram bastante ignoradas, com uma nova administração e um novo plano ressurge
6.2.6.5| ESCOLARIDADE
a esperança de se reverter processos para a criação de uma cidade mais participativa onde o direito ao urbano seja realmente universal. Embora o plano diretor estratégico de São Paulo de 2014 ainda não esteja vigente é importante ressaltar as modificações presentes na área para futuras modificações. O local pertence a macroárea de reestruturação e requalificação, ou seja, parcelamentos, edificação e utilização de compulsórios, IPTU progressico no tempo, desapropriação com pagamento em títulos, transferência do direito de construir. A ZEIS 3, estabelece a prioridade com habitação de interesse social no local. O Ecoponto é um local para entrega voluntária de pequenos volumes de entulho e há a central de processamento de coleta seletiva de materiais secos próximo a Av Estado, ambos demonstram uma preocupação crescente do Estado para melhorar as questões de resíduos do local. Toda a área estudada está projetada para continuar com CA 4, permanecendo a característica de gabarito baixo da área. (Fonte: www.prefeitura.sp.gov.br). Renata Ungaro Venitucci | 073666 |
62
6.2.7.1|
PLANO DIRETOR SIMPLIFICADO
300
0 Mapa mostrando as intervenções do plano diretor para a área. Legenda: ZEIS 3 (HIS) Percebe-se a preocupação com a parte ambiental do local com o Ecoponto ecoponto previsto junto da central de processamento de coleta Corredor de ônibus seletiva secos.
Central de proces. coleta seletiva secos.
Santana Lapa Sé
Mooca
6.2.7.2| MAPA APP
RIO TIETÊ
RIO TIETÊ RIO TIETÊ
RI O
TAM AN D
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TA MA N
DU AT E
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500
0 Mapa mostrando as faixas de APP que pegam o local. Apesar de Legenda: apresentar muita área contemplada pela APP, todas encontramAPP se completamente comprometidas.
Santana Lapa Sé
Mooca
“Arquitetura é arte, mas arte bastante contaminada por muitas outras coisas. Contaminada no melhor sentido da palavra - alimentada, fertilizada por muitas outras coisas.” - Renzo Piano
07 PROJETO
7| PROJETO
01
Através de todo o estudo anteriormente apresentado nesse memorial, foi desenvolvido uma série de propostas para multiplicidade de problemas apresentados.
7.1| PR
PR
T -
U
Inicialmente a ideia do projeto era propor melhorias somente para o
02
local que atualmente serve de triagem para materiais recicláveis, porém foi necessária essa expansão em vista das complexidades apresentadas pela área. O info-gráfico ao lado ajuda a ilustrar o processo de desenvolvimento. 1 - Área incial - Usina de coleta de materiais recicláveis - Propor um projeto que desse mais condições para o desenvolvimento dessa atividade tão necessária e subjulgada. 2 - O conjunto habitacional foi adicionado a área de intervenção para a
03
recuperação e reconexão do mesmo com o bairro. 3 - Adiciona-se a ponte estaidinha e as quadras laterais ao campo de baseball. Ambas áreas encontram degradadas demais, a ponte pelo fato de expulsão do acampamento que ali acontecia, as quadras laterais ao campo de baseball pelo abandono do bairro (pelo menos dessa parte). 4 - As partes lindouras da área escolhida foram adicionadas para melhor conectar todos os locais, quebrando a barreira da Av Castelo Branco.
04
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66
7.2| PROBLEMÁTICAS X PONTECIALIDADES: A partir de todo o diagnóstico levantado anteriormente é possível levantar algumas características da área que servem como potencialidades e problemáticas a serem solucionadas e assim serviram de guia para as propostas apresentadas:
TFG 2014 | Requalificação Urbana - Parque do Gato|
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7.3| PROPOSTAS: As propostas em escala macro são: Ligação dos pontos diversos do bairro tornando-o mais unido e diverso, celebração da diversidade encontrada
lazer
sustentabilidade
esportes
reciclagem
meio ambiente
cultura
Aumento da segurança da área com aumento da densidade
mobilidade
educação
habitação
natureza
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Desenho novo das vias preocupando-se com desenho universal Parque conectando as áreas completamente e aumentando a área de lazer, área verde e espaço público e reconectando os habitantes com o rio. As propostas se dividem na nível físico da seguinte forma:
parque habitação barreira
TFG 2014 | Requalificação Urbana - Parque do Gato|
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7.3.1| HABITAÇÃO
Inicialmente o tipo de ocupação das HIS foi pensado no tipo de edifícios em fita, porém, viu-se que com a densidade desejada e com o desenho das
Devido ao local do bairro encontrar-se muito inóspito e abandonado, alguns lotes foram escolhidos para desapropriação e criação de lotes para
quadras o ideal seria outro tipo de implantação, no caso de forma a respeitar os lotes existentes e propiciando maior diversidade arquitetônica.
habitação de interesse social. Essa proposta engloba tanto as famílias expulsas da ocupação estaiadinha quanto o déficit de moradia que existe na
tual
cidade de Sâo Paulo. Com essas áreas livres, foi pensado o desenho novo das quadras seguindo uma forma de se ocupar o espaço sem destinar muita área aos automóveis.
DO GATO -
quadras que sofreram intervenção eixos novos
Pro o ta Lotes desapropriados
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70
Partido abitação
Recuo aiore enor cone ão co a rua enor e ibilidade Ti olo ia não condi ente co entorno au a ro eita ento do e aço
Recuo enore el or cone ão co a rua aior e ibilidade Ti olo ia condi ente co entorno o a ro eita ento do e aço Pq do Gato 2 hab/ m2 200 hab/ha
Proposta 3,5 hab/ m2 350 hab/ha
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Foram pensados 3 tipos de lotes, com testadas menores para condizer
17
8 4
10
4
n o ti olo ia lote
12
12
17
12
com a realidade existente do bairro.
4
ote co rido ti olo ia e i tente uintal Te tada enor Gabarito bai o
ote ara obrado uni a iliare - 2 a 1 unidade
ote ara ca a obre o ta t rreo co ercial - a 1 lote - 2 0 ca a
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bertura enitai ilu inação natural
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i er idade de ti olo ia
uintal cone ão nature a
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Com o aumento da densidade são necessários equipamentos urbanos para a população nova e melhora dos que já existem na região:
Moradia: HIS casas sobrepostas + comércio térreo HIS sobrabos HIS casas sobrepostas
27.000 m2
Equipamentos Públicos: Creches Escola Ensino Fundamental Centro de Apoio Morador de Rua Centro de Triagem de Materiais Recicláveis
4.300 m2
Parque: Parque
125.000 m2
Barreira Acústica: Barreira Vegetal Barreira Vegetal + Barreira Mecânica Barreira Mecânica
TOTAL:
6.300 m2 162.600 m2
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74
7.3.2|
MOBILIDADE tual
Pro o ta
As modificações na parte de mobilidade se deram, primordialmente, com a transposição de fluxo da Castelo Branco para uma nova alça na Av Santos Dumont deixando a Castelo Branco livre para se ter um novo desenho privilegiando outros modais e com trânsito mais leve, tirando-a de caráter de barreira entre o bairro e o conjunto habitacional.
Tran er ncia do u o
TFG 2014 | Requalificação Urbana - Parque do Gato|
75
ia
A Av. Castelo Branco foi redesenhada de modo que possua 3 faixas principais, 1 corredor exclusivo para ônibus, 1 para automóveis e a última faixa destinada para a ciclofaixa. Com seu novo desenho, os diversos tipos de modais tiveram seu local apropriado. O pedestre possui local propício e
ciclofaixa
seguro para poder caminhar em paz. Os pisos e caminhos foram pensados
faixa automóveis
para que portadores de dificuldades locomotoras pudessem seguir livremente
faixa ônibus
sozinhos. A ciclofaixa possui 2 sentidos e em trechos onde não há canteiro entre
oo
a telo ranco
a pista de automóveis e a ciclofaixa há uma distância generosa impedindo quaisquer tipos de acidentes. O corredor de ônibus possui pontos de ônibus distribuídos livremente com acessos através de faixas de pedestres que possibilitam a ligação entre os dois lados de forma segura.
faixa de ônibus
ciclofaixa
faixa automóvel
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Rua Particulare Como o bairro apresenta quadras maiores do que o comum, o desenho permitiu um uso um pouco diferenciado e, para que as distâncias percorridas não sejam muito maiores do que os pedestres possam caminhar, ruas particulares foram criadas. As mesmas servem de apoio para as casas e para os comércios e possibilitam ocupação arborizada com mobiliário urbano que possibilita a integração social da área.
n o r fico - Rua Particulare
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oo
-
oorne
01
03 05
06
07
04 02
01 - mesinhas 02 - bicicletรกrio 03 - vagas PNE 04 - jardim de chuva 05 - mesinhas 06 - floreiras 07 - quintal compartilhado
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78
7.3.3|
PARQUE
O parque foi pensado como forma de ligação entre os dois extremos do local unindo as necessidades de integração do Conjunto Habitacional, conservar o que resta da APP, reconectar os habitantes com a orla dos rios e projetar um local apropriado para reciclagem de materiais aproveitando a temática com o meio ambiente. Teve como partido, além da ligação com o bairro, a natureza envolver o cidadão de várias formas para que o caráter de sustentabilidade seja não só algo abstrato, mas vivido na ambiência do parque.
n o r fico - one
n o r fico -
aciço
e etai
e Parque
conexões propostas
principais maciços vegetais APP
n o r fico - i o Pro o to
eixos propostas
TFG 2014 | Requalificação Urbana - Parque do Gato|
79
BARREIRA ACÚSTICA Devido ao intenso barulho vindo da Marginal Tietê foi pensado uma barreira acústica que privilegia tanto a visão do motorista quanto de quem se encontra no parque. Pensada de modo que seja como um “gradiente” vegetal, a barreira tem 3 divisões, a primeira, somente vegetal, onde o raio da vegetação tem 15 metros, a segunda, mista entre barreira mecânica e vegetal e a terceira, pela falta de espaço, somente vegetal.
n o r fico - arreira e etal 01
02
tual barreira somente vegetal barreira mecânica + vegetal barreira somente mecânica
01
02
Renata Ungaro Venitucci | 073666 |
80
lantação Geral
7.4| REFERÊNCIAS PROJETUAIS:
As diversas medidas aliadas geraram como resultado uma diminuição de 45% no consumo energético (com sistemas de aquecimento) e redução
7.4.1| KRONSBERG:
de 74% em emissões de CO2 Área Total: 12 km2 Localização: Hannover - Alemanha
O distrito de Kronsberg é um ótimo exemplo de planejamento urbano e
Arquiteto - Grupo: uma rede de parceiros foi desenvolvida, consistindo
construtivo visionarios. O distrito possui padrão ecológico excepcionalmente alto, edifícios com padrão de moradia acima da média, com design em
de:
espaço aberto, semi-natural. O distrito representa um dos maiores e mais
•
Municipalidade de Hannover;
avançados planos diretores deste tipo na Europa. [1]
•
Departamento da Baixa Saxonia ;
A idéia do projeto é criar um distrito ecologicamente amigável,
•
Comite Consultivo de Kronsberg ;
sustentando em três bases principais:
•
Kronsberg Environmental Liaison ;
Casas de baixo gasto energético, com métodos construtivos de
•
Centro de Meio Ambiente e Energia ;
garantida qualidade;
•
Intituto de Pesquisas em Construções ;
Aquecimento fornecido por usinas de cogeração descentralizadas,
•
Associação dos Consumidores ;
aliadas a um programa de economia de energia elétrica;
•
Centro de Proteção Ambiental ;
Fontes renováveis de energia (solar e eólica) e tecnologias
•
Diversos investidores como agências imobiliárias, arquitetos locais
•
•
•
•
inovadoras
Rua de ron ber
e a sociedade civil;
Pontos Positivos: Transporte: o transporte é bem planejado, sendo que há linhas de trem expresso até o centro da cidade (Hannover), com curto tempo de viagem (17 min). Na área residencial o acesso a carros é proibido, exceção feita a moradores, mas, apesar disto, o acesso a pontos de transporte public localizam-se de modo que ninguém deva andar mais de 600m para acessá-los. Energia: o projeto é sustentável, apresentando prédios com
Figura 61.
Fonte: www.quazoo.com
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característica de consume baixa. Como exemplo, podemos citar que mais de 5000 lâmpadas de baixa potência foram subsidiadas, representando uma economia de mais de 350MWh/ano. Água: todas as áreas pavimentadas possuem sistema de absorção de água, liberando-a gradualmente posteriomente; além disso todos os apartamentos contam com dispositivos de economia de água. Tratamento
Resíduos:
sistemas
de
coleta
inovadores
foram
implementados; assim, o bairro atinge indices de reciclagem de Dockside.
lantação
que
tica
Figura 62.
Fonte: www.ecobine.de
Figura 63.
Fonte: www.quazoo.com
Figura 64.
Fonte: www.quazoo.com
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7.5| HAFENCITY O projeto HafenCity é bastante peculiar, pois ocupa a area portuária de Hamburg, na Alemanha, valendo-se da reduzida importância que os portos possuem atualmente. A criação da area HafenCity gerou um aumento de 40% na área da cidade de Hamburg, aumentando significativamente a oferta residencial no local. Área Total: 1,5 km2
Figura 66.
Fonte: www.haffencity.com
Figura 67.
Fonte: www.haffencity.com
Figura 68.
Fonte: www.haffencity.com
Localização: Hamburg, Germany Arquiteto / Grupo: ASTOC, Kees Christiaanse, and Hamburgplan Pontos Positivos: • Sistema de aquecimento ecológico; Pontos Negativos: __
Figura 65.
Fonte: www.haffencity.com
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7.6| DOCKSIDE GREEN
Como o projeto contempla um gerador elétrico por biomassa, há uma redução de emissão de gases equivalente a 3460 toneladas;
Dockside Green é um bairro multiuso localizado em Victoria, Canadá, e
Com sistemas para uso eficiente de água, o projeto pode economizar
é reconhecido por sua estrita aderência a princípios de arquitetura sustentável
aproximadamente 270 m3 nas áreas públicas, uma redução de 65% em
e construção verde – a certificação LEED é uma de suas grandes conquistas.
relação aos projetos convencionais;
Área Total: Aproximadamente 47mil m2
O projeto também tem seu lado social: ao menos 10% das unidades
Localização: Victoria, British Columbia - Canada
serão destinadas a pessoas com renda de até $15.000 (a renda média no
Arquiteto / Grupo: VanCity Credit Union, Windmill West, Three Point
Canadá é superior a $27.000);
Properties
Sistema de tratamento de resíduos com bioreactor de membrane;
Busby Perkins+Will Architects Conquistas: mais de 30 prêmios em design
A água tratada retorna as residencies para ser utilizada em descargas e para irrigação de jardins;
Pontos Positivos:
Pontos Negativos:
Certificado LEED;
--
50% da primeira fase (Synergy) é dedicada a espaços abertos; Synergy é o projeto com pontuação mais alta (63 pontos) na certificação LEED;
Figura 70.
Figura 69.
Fonte: www.docksidegreenenergy.com
Figura 71.
Fonte: www.docksidegreenenergy.com
Fonte: www.docksidegreenenergy.com
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7.7| HIGH LINE PARK
Área Total: Localização: Manhattan / New York City - USA
O HighLine é um parque linear urbano implantado sobre uma linha
Arquiteto / Grupo: Diller Scofidio + Renfro
férrea elevada (construída em 1930 e posteriormente desativada), no lado
Ano: 2008
oeste de Manhattan. É um dos espaços públicos mais visitados na cidade
Pontos Positivos:
nos últimos tempos, tornando-se uma referência mundial pela qualidade do
Reuso de espaço residual
desenho urbano e pelas suas estratégias de renovação de áreas centrais
Aumento de espaço público
degradadas.
Pontos Negativos:
A idéia do Parque surgiu em 1999 diante ameaças de empreendedores
--
que pretendiam demolir o elevado. Para evitar esta ameaça, a comunidade local criou a ONG Friends of the High Line, com a missão de transformar a estrutura elevada e até então abandonada, em um espaço público repleto de áreas verdes e passeios. A intenção dos projetistas era que a natureza recuperasse um pedaço vital na infra-estrutura urbana, transformando um espaço degradado pela vida pós-moderna em uma área de lazer, vida e crescimento. Assim, o elevado foi transformado em um espaço público para a circulação de pedestres, repleto de verde.
Figura 72.
Fonte: www.archdaily.com
Figura 73.
Fonte: www.archdaily.com
Figura 74. Figura 75.
Fonte: www.archdaily.com Fonte: www.archdaily.com
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7.8| BORNEO O plano de Borneo-Sporenburg consiste em um dos mais compactos da década de 90, consiste de um conjunto de bairros planejados na zona portuária de Amsterdã que propõe diversidade cultural, arquitetônica e de programas. As casas com testadas estreitas são marcos arquitetônicos consolidados. Com suas plantas bem resolvidas, procurando maximizar o uso da luz solar e de pavimentos intermediários, demonstram que é possível ambientes bem aproveitados mesmo com espaço limitado. Área Total: 0,25 km2 Localização: Amsterdã, Holanda Arquiteto / Grupo: MVRDV Pontos Positivos: Diversidade arquitetônica Conexão com construções locais Pontos Negativos:
--
Figura 76.
Fonte: http://www.mvrdv.nl/
Figura 77. Figura 78. Figura 79.
Fonte: http://www.mvrdv.nl/ Fonte: http://www.mvrdv.nl/ Fonte: http://www.mvrdv.nl/
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7.9| PRAÇA VICTOR CIVITÁ: Por 40 anos o incinerador Pinheiros funcionou incinerando boa parte do lixo de São Paulo, na década de 90 passou a abrigar 3 cooperativas de de triagem de materiais reciclados, uma delas se tornou a sede do Centro de Integração, Informação e Preparação para o Envelhecimento, ainda hoje ativa no local. Em 2001 a prefeitura de São Paulo firmou um acordo com a Abril para recuperação da área transformando-o num local para arborizado com lazer e atividades físicas e culturais. O projeto foi premiado pelo prêmio Greenbest em 2012 como um dos melhores projetos de arquitetura que englobam sustentabilidade, mostrando o reconhecimento da população para o projeto. Área Total: 13.648 m2 Localização: São Paulo, Brasil Arquiteto / Grupo: Levisky Arquitetos e Julia Dietzsch Pontos Positivos: Recuperação de uma área contaminada e degradada Invesimento em conhecimento para repensar questões sustentáveis Aumento de área pública e degradada Pontos Negativos: --
Figura 80. Figura 81. Figura 82.
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“A arquitetura deve permanecer experimental e se abrir a novas ideias e aspirações. Diante das forças conservadorasque constantemente a empurram para aquilo que já foi experimentado, construído e pensado, a arquitetura deve explorar o que não foi testado ainda(...) é preciso manter-se aberto e experimental, e talvez marginal.“ - Steven Holl
08 BIBLIOGRAFIA
8|BIBLIOGRAFIA ALBUQUERQUE, Maria José de. Verticalização de favelas em São Paulo: balanço de uma experiência (1989 a 2004). Tese (Doutorado em arquitetura e urbanismo), FAU/USP, São Paulo, 2006 ALEX, Sun. Projeto da praça: convívio e exclusão no espaço público. São Paulo, SP: SENAC, 2008. 291 p., il. ISBN 9788573596748 (broch.).
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Renata Ungaro Venitucci | 073666 |
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