A maquina (versao infantil)

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versรฃo especial para crianรงas



Adriana Falcão

versão especial para crianças

1a edição Rio de Janeiro, 2005


© 2005, Adriana Falcão Todos os direitos desta edição reservados à EDITORA OBJETIVA LTDA., rua Cosme Velho, 103 Rio de Janeiro - RJ - CEP 22241-090 Tel.: (21) 2556-7824 - Fax (21) 2556-3322 www.objetiva.com.br

Capa, projeto gráfico e manipulação de imagens Tita Nigrí Revisão Damião Nascimento Neusa Peçanha Umberto de Figueiredo Editoração Eletrônica Renata Vidal Produção Gráfica José Jardim Coordenação Editorial Isa Pessôa

A escritora Adriana Falcão, 44 anos, nasceu no Rio de Janeiro, mas foi criada em Pernambuco.

F178m Falcão, Adriana A máquina / Adriana Falcão. - Rio de Janeiro: Objetiva, 2005. 128 p.

ISBN 85-7302-691-X

1. Literatura brasileira - Romance. 2. Literatura infanto-juvenil. I.Título CDD B869.3 808.899282



Apresentação

Este foi o primeiro livro que eu escrevi e por isso, talvez, ele é tão querido. Tão querido que me faz querer que você goste dele também. Ele conta uma história de amor. E como onde há amor, há medo, desejo, tristeza, alegria, aventura, e até o que não dá pra imaginar, imagina só quanto sentimento tem nele. Antônio e Karina vivem numa cidadezinha lá no fim do mundo chamada Nordestina. Eles falam do jeito que o povo do Nordeste fala e pensam do jeito que o povo do Nordeste pensa. Que às vezes é preciso querer muito um querer até poder dizer um dia: “Eita, consegui o que eu queria.” Todas as pessoas de Nordestina estão indo embora pro mundo atrás de uma vida mais interessante.


Nada é mais interessante pra Antônio do que Karina. Por isso, quando Karina resolve ir embora, ele inventa de trazer o mundo pra ela. Dar o mundo de presente pra alguém não é tarefa fácil, nem pra quem tem um querer tão grande quanto o de Antônio por Karina. Mesmo assim ele vai lá, desafia a lógica, arrisca a vida, fantasia a realidade, realiza a fantasia, viaja no tempo e torna possível o que parecia impossível. Aí vai um segredo: foi com gente como Antônio que eu aprendi que o desejo da gente pode mover o mundo. E o que eu mais desejo, nesse momento, é que A Máquina, nesta versão escrita especialmente pra crianças, faça você viajar pelo mundo com Antônio. Afinal, esse mundo é seu, e você ainda tem muito o que fazer com ele.

Adriana Falcão




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Lá de onde Antônio vem é longe que só a gota. Longe que só a gota pra trás, o que é muito mais longe que só a gota do que longe que só a gota pros lados. Pois vir de longe pros lados é vir de longe no espaço e é só andar, nadar ou voar que se chega. Mas vir de longe pra trás é vir de longe no tempo, e parece meio impossível alguém conseguir pular as horas. Era o tempo de Antônio. E lá o tempo passava diferente. Era uma coisa agora, com um pouco já era outra e logo depois não era mais essa. Era aquela. O tempo de Antônio passava rápido demais. É ali por volta do ano 2000 que começa a história do tempo de Antônio. Mas o tempo de Antônio começou há mais tempo do que isso, vinte e tantos anos antes, quando Antônio veio ao mundo. A MÁQUINA

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Ou então ainda há mais tempo, bilhões de anos atrás, quando o mundo foi criado.

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ADRIANA FALCÃO



Sobre o livro que virou filme

As fotos que ilustram este livro foram feitas por Zeca Guimarães durante a filmagem de A Máquina. Pois várias vezes isso acontece: quando um livro é muito bom, também vira filme para cinema. Logo depois do lançamento, o livro foi adaptado para o teatro por João Falcão. Com o sucesso da peça em vários festivais do Brasil e acumulando sua experiência na direção de programas para tevê, João Falcão foi se sentindo mais próximo da linguagem audiovisual e seguro para realizar seu primeiro filme. A Máquina foi o texto escolhido. João trabalhou no roteiro com Adriana Falcão e, com o produtor Diler Trindade, definiram o elenco e a equipe. A Máquina começou a ser filmada em julho de 2004. Os atores que aparecem nas fotos deste volume são Mariana Ximenes, como Karina, Gustavo

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ADRIANA FALCÃO


Falcão, como Antônio, Paulo Autran, como Antônio no futuro, e Fernanda Beling, como Jéssica. Para criar Nordestina, a equipe de cenografia, liderada pelo diretor de arte Marcos Pedroso, construiu um cenário dentro de três estúdios no Rio de Janeiro, criando uma cidade com magia e surrealismo — a partir das lembranças do diretor pernambucano do que é o luar do sertão. A fotografia ficou a cargo de Walter Carvalho. O filme tem música especial. Parte da trilha sonora foi composta pelo DJ Dolores, e também foram incluídas regravações de clássicos da música popular brasileira, muitas delas arranjadas por Robertinho do Recife, além de uma música inédita de Chico Buarque, cantada por ele no filme, e um clip da banda The Sconhecidos, que se chama Os Condenados neste livro.

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