EDIÇÃO 67 -FEVEREIRO DE 2015 - JORNAL O CONSOLADOR
INFORMATIVO MENSAL DO NEPT - NÚCLEO ESPÍRITA PAULO DE TARSO
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EDIÇÃO 67 - FEVEREIRO 2015
Orientação aos Trabalhadores
psicografia
Ontem, Hoje e Amanhã
Tudo de bom ou ruim que você fizer hoje, algo de força equivalente amanhã irá lhe beneficiar ou prejudicar, seja nesta ou em outra vida. “A cada um será dado de acordo com suas obras.” Não existe escapatória ou subterfúgios perante as Leis de Deus. Existe, sim, uma possível abreviação do “karma” - expressão herdada dos hindus, que tem a ver com ação e reação. Através da prática do bem e da caridade, um Espírito pode alterar ou diminuir sua dívida cármica. Cada consciência é uma criação de Deus e cada existência é um elo sagrado na corrente da vida em que Deus palpita e se manifesta. Responderemos por todos os golpes destrutivos que vibramos nos corações alheios e não nos permitiremos repouso enquanto não consertarmos, valorosos, o serviço de reajuste. Aquele que progrediu moralmente traz, ao renascer, qualidades naturais, como o que progrediu intelectualmente traz ideias inatas; iden-
tificado com o Bem, pratica-o sem esforço, sem cálculo e, por assim dizer, sem pensar. Aquele que é obrigado a combater as suas más tendências vive ainda em luta. O primeiro já venceu, o segundo procura vencer. Existe, pois, a virtude original, como existe o saber original, e o pecado ou, antes, o vício original. Conforme os princípios de causa e efeito que nos traçam a lei da reencarnação, cada qual de nós traz consigo a soma de tudo o que já fez de si, com a obrigação de subtrair os males que tenhamos colecionado até a completa extinção, multiplicando os bens que já possuamos, para dividi-los com os outros, na construção da felicidade geral. A Bondade Divina nos assiste, de múltiplas maneiras, amparando-nos o reajustamento, mas em todos os lugares viveremos jungidos às consequências dos próprios atos, de vez que somos herdeiros de nossas próprias obra. Colaboração: Carlos Rey
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DISTRIBUIÇÃO DE ROUPAS NA RUA Estamos Precisando de Doações de Roupas Masculinas para os Moradores de Rua: Calças, Moletons, Agasalhos, Bermudas, Chinelos, etc. Quem tiver interesse favor entrar em contato com Ivani “QUANDO VESTIRDES A UM DESTES PEQUENINOS PENSAI QUE É A MIM QUE O FAZEIS” JESUS NEPT (Núcleo Espírita Paulo de Tarso) Rua Nova Fátima, 151 – Vila Iza – Santo Amaro São Paulo – Fone: (11) 5694-0205
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SUPER LIQUIDAÇÃO DO BAZAR NA SALA ESTEVÃO
E X P E D I E N T E Jornal O Consolador é o órgão informativo do NEPT Núcleo Espírita Paulo de Tarso R. Nova Fátima, 151 – Vila Isa - Santo Amaro- SP Fone: (11) 5694-0205 • Peridiocidade Mensal Impressão: Gráfica Diário do Litoral - Tiragem: 3.000 exemplares
Colaboradores desta edição: : Carlos Rey, Edna Villaça Souza, Magnólia Mamede, Ygor Querino, Eduardo Filho, Santina Borba, Ana Clara Kaneko, Mônica Kraft, Igor da Silva Bispo, Audria Naomi Yamasaki, Augusto Tanaka, Guilherme Mota, Felipe Honikawa, Júlia Temer, Paula Hisano, Jonas Thierre, Raphael Kobayashi e Sergio Souza.
Mau humor para quê? O mau humor é estado de espírito que pode ser evitado se nos dedicarmos um pouco que seja, por dia, à prece e ao recolhimento íntimo. Abrindo o coração para as esperanças e para a disposição do trabalho, estaremos nos colocando em sintonia com pensamentos melhores e, assim, reduzindo a chance de nos deixar contaminar por vibrações endurecidas que nos transformem em pessoas de fisionomia taciturna
que inspire a sentimentos aversivos, por conta de quem nos acompanha. Orar, meditar e sorrir. A receita para uma boa vida. Tagore. Psicografia recebida pelo NEPT – 26/05/06 caminhar para os seus contrários, que são os vícios.
DICA DE LEITURA
Estudando o Evangelho com Bezerra de Menezes Várias formas de distanciamentos podem ocorrer entre nós e nossos irmãos de jornada, no entanto convém estudarmos e entendermos, não somente nosso comportamento, mas a lógica divina para que tenhamos a compreensão dela e busquemos a nossa harmonia com os irmãos próximos e os distantes, tendo em mente que somos uma única família. Nesse sentido com a certeza O Evangelho segundo o Espiritismo é um acervo de orientações sublimes, imantadas do mais puro e delicado sentimento de amor, e nessa obra Dr. Bezerra de Menezes oferta inúmeros comentários a respeito da obra de Kardec, oferecendo valiosas reflexões. Servir-se dessas lições como o alimento mais sagrado de nossa alma é condição inequívoca para o amadurecimento do espírito, ainda recalcitrante e endurecido quanto às verdades eternas. Autor: Bezerra de Menezes (espírito), Alda Maria (médium) Colaboração: Eduardo Alvarez
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E para o resto da vida
O boneco Um dia vovó comentou que os doces – feitos por ela e minha mãe naquela manhã – haviam desaparecido do armário. E não sabia o que tinha sido feito deles. Embora nenhuma das duas parecesse de qualquer forma preocupada com a ocorrência, eu imediatamente disse: - Foram roubados. Elas me olharam surpreendidas, mas foi vovó quem estabeleceu conversação comigo. - Você tem certeza? ela perguntou. - Se tenho! Foi o Carlucho quem me contou. - Minha filha, disse ela tranquila, passando o seu braço pelo meu, venha até o meu quarto. Quero lhe mostrar uma coisa. No quarto ela abriu a gaveta de uma cômoda e tirou, lá de dentro, um boneco que eu nunca tinha visto. -Veja como está bem vestido! Eu não estava entendo. Aquilo nada tinha a ver com o caso dos doces. Ela prosseguiu: -Vá dizendo o que mais lhe chama a atenção neste boneco. -Tem uma bonita roupa, uma camisa linda! respondi ao observar os punhos, o peitilho e o colarinho impecáveis. Assim que terminei de falar, minha avó tirou o paletó do boneco. Caí na gargalhada quando vi que da impecável camisa só havia os punhos, o peitilho e o colarinho. Mas, de súbito, compreendendo, me tornei muito séria. E vovó, abraçando-me a sorrir, disse concluindo: -Veja você como são as coisas. A gente só pode crer naquilo que vê. E do que se vê, muitas vezes é preciso acreditar apenas na metade. Você percebeu por que? Já se passaram muitos anos. Mas, sempre que sou levada, por certa irreflexão - tão comum nos seres humanos -, a julgar fatos ou pessoas pelas aparências, vem-me à lembrança a impecável camisa daquele boneco da vovó... Fonte: E Para o Resto da Vida, Walace Leal. Colaboração: Audria Naomi Plaza Yamasaki
NO REINO DOMÉSTICO Habitualmente, renascem juntos, sob os elos da consangüinidade, aqueles que ainda não acertaram as rodas do entendimento, no carro da evolução, a fim de trabalharem com o abençoado buril da dificuldade sobre as arestas que lhes impedem a harmonia. Jungidos à máquina das convenções respeitáveis, no instituto familiar, caminham, lado a lado, sob os aguilhões da responsabilidade e da traição, sorvendo o remédio amargoso da convivência compulsória para sanarem velhas feridas imanifestas. E nesse vastíssimo roteiro de Espíritos em desajuste, não identificaremos tão somente os cônjuges infortunados. Além deles, há fenômenos sentimentais mais complexos. Existem pais que não toleram os filhos e mães que se voltam, impassíveis, contra os próprios descendentes. Há filhos que se revelam inimigos dos progenitores e irmãos que se exterminam dentro do magnetismo degenerado da antipatia congênita, dilacerando-se uns aos outros, com raios mortíferos e invisíveis do ódio e do ciúme, da inveja e do despeito, apaixonadamente cultivados no solo mental. Os hospitais e principalmente os manicômios apresentam significativo número de enfermos, que não passam de mutilados espirituais dessa guerra terrível e incruenta na trincheira mascarada sob o nome de lar. Batizam-nos os médicos com rotulagens diversas, na esfera da diagnose complicada; entretanto, na profundeza das causas, reside a influência maligna da parentela consangüínea que, não raro, copia as atitudes da tribo selvagem e enfurecida. Todos os dias, semelhantes farrapos humanos atravessam os pórticos das casas de saúde ou da caridade, à maneira de restos indefiníveis de náufragos, perdidos em mar tormentoso, procurando a terra firme da costa, através da onda móvel. Não tenha dúvida. O homicídio, nas mais variadas formas, é intensamente praticado sem armas visíveis, em todos os quadrantes do Planeta. Em quase toda a parte, vemos pais e mães que expressam ternura, ante os filhos desventurados, e que se revoltam contra eles toda vez que se mostrem prósperos e felizes. Há irmãos que não suportam a superioridade da-
queles que lhes partilham o nome e a experiência, e companheiros que apenas se alegram com a camaradagem nas horas de necessidade e infortúnio. Ninguém pode negar a existência do amor no fundo das multiformes uniões a que nos referimos. Mas esse amor ainda se encontra, à maneira do ouro inculto, incrustado no cascalho duro e contundente do egoísmo e da ignorância que às vezes, matam sem a intenção de destruir e ferem sem perceber a inocência ou a grandeza de suas vítimas. Por isso mesmo, o Espiritismo com Jesus, convidando-nos ao sacrifício e à bondade, ao conhecimento e ao perdão, aclarando a origem de nossos antagonismos e reportando-nos aos dramas por nós todos já vividos no pretérito, acenderá um facho de luz em cada coração, inclinando as almas rebeldes ou enfermiças à justa compreensão do programa sublime de melhoria individual, em favor da tranqüilidade coletiva e da ascensão de todos. Desvelando os horizontes largos da vida, a Nova Revelação dilatará a esperança, o estímulo à virtude e a educação em todas as inteligências amadurecidas na boa vontade, que passarão a entender nas piores situações familiares pequenos cursos regenerativos, dando-se pressa em aceitá-los com serenidade e paciência, de vez que a dor e a morte são invariavelmente os oficiais da Divina Justiça, funcionando com absoluto equilíbrio, em todas as direções, unindo ou separando almas, com vistas à prosperidade do Infinito Bem. Assim, pois, meu caro, dispense-me da obrigação de maiores comentários, que se fariam tediosos em nossa época de esclarecimento rápido, através da condensação dos assuntos que dizem respeito ao soerguimento da Terra. Observe e medite. E, quando perceber a imensa força iluminativa do Espiritismo Cristão, você identificará Jesus como sendo o Sociólogo Divino do Mundo, e verá no Evangelho o Código de Ouro e Luz, em cuja aplicação pura e simples reside a verdadeira redenção da Humanidade. Fonte: Cartas e Crônicas Ditadas pelo Espírito Irmão X, por Francisco C. Xavier Colaboração: Magnolia Mamede
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Blog do Nept
Educação Espírita
Carmas Alheios
Arte
A sensibilidade humana é uma característica bastante curiosa quando se trata de avaliar o sofrimento dos outros. Costumam as pessoas avaliar a dor dos outros e desenvolver no pensamento uma piedade inconsistente quando diante de pessoas que em verdade têm pouco a ver com a própria realidade usual. Não que as pessoas que sofrem não sejam dignas de compaixão: pelo contrário! São, sim, dignas de compaixão. Mas acontece que muitas vezes se tem a oportunidade de desenvolver este tipo de sensibilidade por pessoas que estão bem próximas, mas isso não acontece. Ao contrário, é bem comum observar que quem mantenha convívio bem próximo não receba qualquer traço de compaixão. Mesmo tendo algum familiar uma enorme carga de dor, a pessoa é tida a conta de cínica ou fingida. Há uma referência de que deveríamos endurecer o relacionamento com os parentes mais próximos, para impedir que abusem da liberdade e se acomodem com as situações. Há uma indisposição natural para com os doentes da família, que podem passar a ser verdadeiros obstáculos para o livre trânsito dos demais. Entretanto esquecem os intolerantes que aqueles que estão mais próximos são verdadeiramente o produto de suas vidas anteriores e é exatamente com eles que precisam desenvolver a compaixão e não para com aqueles mais distantes, não só do núcleo familiar como do convívio habitual.
É preciso desenvolver a compaixão dentro do lar. Dentro de casa. Na vida familiar. Para com os pais, com os filhos, com os irmãos, com os pares dos irmãos, com os sobrinhos, enfim, com quem esteja aí, ao seu lado. E compaixão leva sistematicamente ao perdão. Pois todos cometem falhas, sem exceção. Ter compaixão de quem não conhecemos pode até ser um erro, já que as aparências iludem. E muito, muitas vezes. Mas quem está aí ao seu lado, tem menor chance de lhe enganar. Você já sabe quem é. Sabe que não pode esperar mais do que a pessoa consegue oferecer. Afinal, cada um dá apenas o que tem. Cumpra com seu carma: este que está aí ao seu lado. Os outros, ajude sempre que possível, mas sem abandonar o seu, que lhe diz respeito e que você precisa cumprir para seu próprio desenvolvimento e evolução. Ângelo Lúcio Fonte: Blog do Nept Mensagem do dia 28/09/2011 Colaboração: Augusto Tanaka
O que se oferta às crianças... (Cecília Meirelles) Quem se habilita a ofertar à criança uma página, um verso, um dizer - que o faça com a unção de quem deposita flores ao altar de uma alma... Quem se atreve a modelar os sonhos das novas gerações e projetar imagens que criarão atos e impulsos, pensamentos e outras criações, que o faça com a responsabilidade absoluta da Beleza e do Bem... Nada de oferecer um restolho de inspiração, o que sobrou nas prateleiras de idéias rejeitadas para o mundo dos adultos e que sob uma embalagem graciosa se dê empacotado para a pequena alma infantil - que pode encerrar uma grandeza oculta aos olhos da carne! É preciso doar à criança o que de melhor nos escorrer do espírito, em estado de graça e simplicidade! Algo que possa servir para a vida toda e até mais além, eternidade afora... A facilidade fútil com que os adultos costumam, sobretudo nesses tempos banais, confeccionar historietas e livretos, poeminhas e toda a multiplicidade de imagens televisivas, é um desrespeito à inteligência que torna ao mundo, na expectativa de arrojados progressos espirituais! Quanto cuidado é preciso para se extrair algo do escrínio da inspiração, que seja digno da pureza infantil e ao mesmo tempo substancial para o Espírito eterno, que habita o corpinho tenro! Comovo-me ao contemplar esses olhinhos espremidos de curiosidade e atenção, sequiosos de uma semeadura que povoe a mente de ideais promissores, de inspirações grandiosas... e quão criminosos não seremos se, ao invés do pão espiritual, apenas lhes lançarmos açucaradas guloseimas ou, ainda pior, o veneno disfarçado em prato apetitoso aos olhos ingênuos! A palavra semeada numa alma de criança pode
frutificar amanhãs radiosos, mas também pode se tornar um espinho indesejável, de que muitas vezes ela não conseguirá se livrar. Nunca serão excessivos os cuidados que tomarmos com o alimento de arte que possamos lhes oferecer. Quando escritores se debruçarem sobre a página em branco, para respingar ideias e metáforas para as crianças, que se elevem para o infinito, pois é de infinito que devemos fecundar o futuro. Quando pais e mestres buscarem as páginas já escritas, que escolham as que mais possam refletir ideias transcendentais e não as que se arrastam na miséria apenas do cotidiano. Não digo, com isso, que a literatura infantil deve ser preenchida de metafísica pedante e indigesta. Ao invés, é na simplicidade que moram as grandes ideias do Bem e do Amor e é na vida transpassada para a beleza das palavras que habitam os exemplos dignos de serem conhecidos e as aventuras mais excitantes da evolução espiritual. Que se transportem as jornadas interessantes a terras longínquas ou a outros planetas em metáforas da grande aventura que é o progresso do Espírito
em direção à luz das estrelas! Que se saiba traduzir o Bem e a Verdade sem o moralismo maçante das igrejas, mas com a poesia que o universo mesmo oferece aos olhos atentos e sensíveis do verdadeiro artesão das palavras! Há tantas fontes de inspiração inexploradas, há tantas belas palavras ainda não suficientemente bem arranjadas para carregarem no bojo mensagens eternas, que quase me sinto tentada a repetir meu ofício na próxima vida terrestre, e quiçá alcançar maior elevação do que me foi dado realizar, para escrever novamente a esses seres que adoro. Esses seres que, enquanto crianças, manifestam o que de melhor há na humanidade para ser amado. Enquanto isso, vou inspirando aqui e ali, anônima ou explicitamente, aqueles que se afinam com esses propósitos, mas esperando sempre que os adultos finalmente se convençam dos cuidados extremos que devem tomar no cultivo da alma infantil. (Mensagem psicografada pela médium Dora Incontri em 31/07/1992) Colaboração: Carlos Rey
Fonte Viva
Em Família
“Aprendam primeiro a exercer piedade para com a sua própria família e a recompensar seus pais, porque isto é bom e agradável diante de Deus.” Paulo (I Timóteo, 5:4) A luta em família é problema fundamental da redenção do homem na Terra. Como seremos benfeitores de cem ou mil pessoas, se ainda não aprendemos a servir cinco ou dez criaturas? Esta é indagação lógica que se estende a todos os discípulos sinceros do Cristianismo. Bom pregador e mau servidor são dois títulos que se não coadunam. O apóstolo aconselha o exercício da piedade no centro das atividades domésticas, entretanto, não alude à piedade que chora sem co-
ragem ante os enigmas aflitivos, mas àquela que conhece as zonas nevrálgicas da casa e se esforça por eliminálas, aguardando a decisão divina a seu tempo. Conhecemos numerosos irmãos que se sentem sozinhos, espiritualmente, entre os que se lhes agregaram ao círculo pessoal, através dos laços consangüíneos, entregandose, por isso, a lamentável desânimo. É imprescindível, contudo, examinar a transitoriedade das ligações corpóreas, ponderando que não existem uniões casuais no lar terreno. Preponderam aí, por enquanto, as provas salvadoras ou regenerativas. Ninguém despreze, portanto, esse campo sagrado de serviço por mais se sinta acabru-
nhado na incompreensão. Constituiria falta grave esquecerlhe as infinitas possibilidades de trabalho iluminativo. É impossível auxiliar o mundo, quando ainda não conseguimos ser úteis nem mesmo a uma casa pequena – aquela em que a Vontade do Pai nos situou, a título precário. Antes da grande projeção pessoal na obra coletiva, aprenda o discípulo a cooperar, em favor dos familiares, no dia de hoje, convicto de que semelhante esforço representa realização essencial. Fonte: Livro Pão Nosso- Emmanuel por Francisco C. Xavier- item 117 Colaboração: Guilherme Mota
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O LIVRO DOS ESPÍRITOS
Espíritos que podem ser evocados Entre as causas que podem opor-se à manifestação de um Espírito, umas estão nele mesmo e outras lhe são estranhas. Devemos colocar entre as primeiras as suas ocupações ou as missões que desempenha, das quais não pode se afastar para atender aos nossos desejos. Nesse caso a sua manifestação fica apenas adiada. Mas há também a sua própria situação. Embora a encarnação não seja um obstáculo absoluto, pode constituir um impedimento em certas ocasiões, principalmente quando se passa em mundos inferiores e quando o próprio Espírito é pouco desmaterializado. Nos mundos superiores, naqueles em que os liames que prendem o Espírito à matéria são muito frágeis, a manifestação para o Espírito, é quase tão fácil quanto no estado de erraticidade, e em todos os casos mais fáceis do que nos mundos em que a matéria corpórea é mais compacta. As causas estranhas ligam-se principalmente à natureza do médium, à condição da pessoa que evoca ao meio em que faz a evocação e, por fim, ao fim que se propõe. Certos médiuns recebem mais facilmente as co-
municações de seus Espíritos familiares, que podem ser mais ou menos elevados; outros são aptos a servir de intermediários a todos os Espíritos. Isso depende da simpatia ou da antipatia, da atração ou da repulsão que o Espírito do médium exerce sobre o evocado, que pode tomá-lo por intérprete com satisfação ou com aversão. E depende ainda sem levarmos em conta as qualidades pessoais do médium, do desenvolvimento de sua mediunidade. Os Espíritos se apre-
sentam com maior boa vontade e sobretudo são mais precisos com um médium que não lhes oferece obstáculos materiais. Quando há igualdade no tocante às condições morais, quanto mais apto seja o médium para escrever ou exprimir-se, mais se ampliam as suas relações com o mundo espírita. Fonte: O Livro dos MédiunsAllan Kardec- Cap XXV, itens 274-275 Colaboração: Guilherme Mota
obras básicas
Caráter da Revelação
Os Espíritos não se manifestam para libertar do estudo e das pesquisas o homem, nem para lhe transmitirem, inteiramente pronta, nenhuma ciência. Com relação ao que o homem pode achar por si mesmo, eles o deixam entregue às suas próprias forças. Isso sabem-no hoje perfeitamente os espíritas. De há muito, a experiência há demonstrado ser errôneo atribuir-se aos Espíritos todo o saber e toda a sabedoria e supor-se que baste a quem quer que seja dirigir-se ao primeiro Espírito que se apresente para conhecer todas as coisas. Saídos da Humanidade, eles constituem uma de suas faces. Assim como na Terra, no plano invisível também os há superiores e vulgares; muitos, pois, que, científica e filosoficamente, sabem menos do que certos homens; eles dizem o que sabem, nem mais, nem menos.
Do mesmo modo que os homens, os Espíritos mais adiantados podem instruir-nos sobre maior porção de coisas, dar-nos opiniões mais judiciosas, do que os atrasados. Pedir o homem conselhos aos Espíritos não é entrar em entendimento com potências sobrenaturais; é tratar com seus iguais, com aqueles mesmos a quem ele se dirigiria neste mundo; a seus parentes, seus amigos, ou a indivíduos mais esclarecidos do que ele. Disto é que importa se convençam todos e é o que ignoram os que, não tendo estudado o Espiritismo, fazem idéia completamente falsa da natureza do mundo dos Espíritos e das relações com o além-túmulo. Fonte: Livro A Gênese, Allan Kardec, Capitulo 1- Caráter da revelação, item: 60. Colaboração: Felipe Horikawa
O LIVRO DOS ESPÍRITOS
Parentesco e Filiação 204. Desde que tivemos muitas existências, o parentesco remonta às anteriores? — Não poderia ser de outra maneira. A sucessão das existências corpóreas estabelece entre os Espíritos liames que remontam às existências anteriores; disso decorrem freqüentemente as causas de simpatia entre vós e alguns Espíritos que vos parecem estranhos. 205. Segundo certas pessoas,
a doutrina da reencarnação parece destruir os laços de família, fazendo-as remontar às existências anteriores? — Ela os amplia, em vez de destruí-los. Baseando-se o parentesco em afeições anteriores, os laços que unem os membros de uma mesma família são menos precários. A reencarnação amplia os deveres da fraternidade, pois no vosso vizinho ou no vosso criado pode encontrar-se um Espírito que
foi do vosso sangue. 205 – a) Ela diminui, entretanto, a importância que alguns atribuem à sua filiação, porque se pode ter tido como pai um Espírito que pertencia a uma outra raça, ou que tivesse vivido em condição bem diversa? — É verdade; mas essa importância se baseia no orgulho. O que a maioria honra nos antepassados são os títulos, a classe, a fortuna.
Este coraria de haver tido por avô um sapateiro honesto, e se vangloriaria de descender de um nobre debochado. Mas digam ou façam o que quiserem, não impedirão que as coisas sejam como são, porque Deus não regulou as leis da Natu-
reza pela nossa vaidade. Fonte : O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec - Livro Segundo - Cap IV – item VII Colaboração: Igor da Silva Bispo
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Casos do Chico
mocidade
Mãe Cidália
Receita de acertar • Cornélio Pires
Cidália, assim se chamava na Terra a segunda mãe de Chico Xavier, a criatura amorosa e boa, que dissera ao seu noivo João Cândido: ─ Somente me casarei com você se permitir que ajunte, em nosso lar, para os criarmos, os filhos de sua primeira mulher, nossa santa irmã Maria João de Deus, os quais vivem por aí distribuídos e criados ao léu da vida. O Sr. João Cândido, homem sensato e bom, concordou. Casou-se e, graças à Mãe Cidália, voltaram as aves ao ninho antigo, saudosas, alegres e felizes. Foi essa mãe por vocação, missionária do amor, que ensinou Chico a orar, que o encaminhou na vida, que lhe orvalhou a alma dorida e pura de ensinamentos cristãos e que realizou com ele e seus demais irmãos, Neuza, Luíza, Lucília, Geralda, Gina, José Raimundo e outros, uma tarefa educacional. Mas o que é bom dura tão pouco! Sua vida foi curta, como curtos eram seus débitos. Mas mesmo assim, realizou muito,
algo que comove. Desencarnou, deixando uma tristeza funda, uma enorme saudade nos corações dos filhos de sua alma. Antes, chamara Chico Xavier à beira de seu leito e lhe dissera, entre lágrimas e num misto de saudade e consolação: ─ Sei que vou morrer, meu querido filho. Mas, antes, desejo que me prometas que não permitirás que teus irmãos sejam, de novo, distribuídos, semeados por aí, entregues a terceiros. Desejo que tomes conta da casa, que ajudes teu pai, que veles por todos, como fiz. Lá de cima, ajudar-te-ei sob a bênção da Divina Mãe, a fim de que triunfes na missão grandiosa que tens e que agora vai ser iniciada! Chico prometeu-lhe atender, entre saudades e prantos. E, num halo de angelitude, respeito e proteção espiritual, Mãe Cidália desencarnou feliz! Do livro: Lindos Casos de Chico Xavier - Ramiro Gama. Colaboração: Santina
Palestras de Divaldo
Mediunidade Zoológica A saudade é o liame resistente entre o ontem e o hoje, apresentando-se nos sentimentos como força da afetividade que nada interrompe. Em certos momentos parece uma corrente poderosa que aprisiona aos acontecimentos transatos, respondendo por inomináveis aflições, quando não alucina, degenerando em desespero, amargura e revolta. Invariavelmente, é semelhante a um delicado fio de seda constituído de luz, trazendo a permanente memórias dos sucessos que assinalaram a existência, adornando de lembranças felizes o presente que se enriquece de gratidão e esperança. A saudade é a “presença do ser ausente”, no coração e na memória, evocando a “ausência do ser presente” na vida. Emoldurando-se de ternura e melancolia, colore-se de bênçãos pelo que sucedeu, assinalando as belezas que compõem os variados quadros da vida e ajudando a superar os apegos, as fixações. Em um mundo impermanente, no qual a transitoriedade é a marca dos fatos e dos desejos, a saudade é o meio pela qual se pode reviver o que se fruiu e considerar com sabedoria como prolongar os momentos felizes, que logo cessarão na estrutura em que se apresentam. A saudade assinala a existência do sentimento do amor, sendo profunda ou superficial conforme a intensidade da emoção vivida. Nos seres elevados ela se reveste de paz,
dulcificando as dores e sussurrando um hino de coragem com promessas de retorno, de reencontro. Nos indivíduos fragilizados, primitivos e egoístas, ela dilacera as entranhas do grotesco para aí instalar-se preparando-os para renovação interior. Enquanto houver saudade do bem experimentado se apresentarão anseios de crescimento intimo. Certamente existem as saudades truanescas decorrentes de prazeres perturbadores, das dominações arbitrárias, dos gozos ardentes das vitórias infames...Essas, amarguram e desgastam graças às cargas tóxicas que encharcam as lembranças. As saudades dos momentos de estesias e paz, de amor e ventura, de auto-realização e plenitude, de afetos que se transferiram de lugar e de faixa vibratória, são estímulos que propelem ao desenvolvimento dos valores éticos e das qualidades morais. As saudades, nesses casos, estimulam o coração e o luarizam, acentuam a percepção mental e acuram, tornando-o o ser mais sensível, mais elevado. Foi a saudade que conduziu à sepultura de Jesus, Maria de Magdala, na busca do amigo querido, que ressuscitado, voltou atenuar-lhe as lembranças tristes e consolidar-lhe a certeza da imortalidade. Fonte: Livro Perfis da Vida, Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Guaracy Paraná Vieira Colaboração: Edna Villaça Souza
Recebi o seu bilhete, Meu prezado Felisberto. Você nos pede um roteiro, A maneira de andar certo. Difícil a indicação De como pensar e agir. Sabe você: cada um Tem uma estrada a seguir. Toda pessoa na vida Caminha tal qual se vê; Aquilo que me auxilia Talvez não sirva a você. Posso afirmar-lhe, no entanto, Pelo “sim” ou pelo “não”: Tranquilidade por dentro Decorre de aceitação. Não a inércia que enregela O que encontra em derredor, Mas sempre a conformação De quem procura o melhor. Em corpo são ou doente, Não adote fantasia; Trabalhe quanto puder, Não faça hora vazia.
Se você tolera provas Nas lutas de parentela, Em qualquer dificuldade, Mais vale aguentar com ela. Pais e mães, esposo e esposa, Afeições, almas queridas, São provas renovadoras Que trazemos de outras vidas. Encargo suposto humilde? Não se importe, nem de leve... Seu esforço é nobre e grande Se você faz o que deve. Varando os mares da vida, Amigos são nossos remos; Se forem bons ou se são falhos, São sempre os que merecemos. Esqueça qualquer ofensa, Não guarde mágoa ou pesar; Trabalhe, sirva e prossiga, Deixe o barco navegar... Eis a receita correta De acertar, seja onde for: Mais amor e paciência, Paciência e mais amor.
PROBLEMAS DE PARENTELA J. Herculano Pires (Irmão Saulo) Bem ao gosto do poeta de Musa caipira, essas quadras de sete sílabas, em tom ao mesmo tempo de conversa jocosa e conselheira. E quem o diz é um primo e amigo do poeta, que conviveu com ele e esteve ao seu lado pouco antes da sua passagem. Conheci de perto o poeta caipira, com seu jeito bonachão de conversar e escrever que toda a sua obra atesta. E não tenho a menor dúvida em identificá-lo, nesses versos de quase conversa. Os problemas de parentela são sempre os mais difíceis da vida cotidiana, para quem tem o senso do dever e das obrigações em família. O egoísta se desfaz deles com facilidade, mas com isso apenas adia obrigações desta existência para outras, naturalmente agravadas com os juros da indiferença comodista que representa uma infração, à lei de amor ao próximo. Aguentar parentes-problemas não é mais do que reparar os danos que lhes causamos no passado. Daí a afirmação do poeta, no tocante à parentela: “Mais vale aguentar com ela.” Trata-se de um princípio doutrinário que nem todos aceitam. Os que não conhecem a lei da reencarnação, tão clara, em várias passagens evangélicas, rejeitam esse princípio por ignorância. Mas há os que a conhecem e nem por isso aceitam o princípio. É fácil alegar que parentes, amigos e conhecidos que nos oneram nesta vida, com suas dificuldades, são criaturas irresponsáveis. Mas convém lembrar que nada acontece por acaso. Se essas criaturas estão hoje ligadas a nós, existe para isso algum motivo sério. O espiritismo nos mostra que esse motivo provém de existências anteriores. Os que hoje pesam sobre nós, estão simplesmente cobrando afeição e atenção que lhes
negamos ontem. O remédio eficiente é o que Cornélio receita, na última quadra: "mais amor e paciência / paciência e mais amor." Por outro lado, convém lembrar que a lei evangélica de amor ao próximo supre, de maneira perfeita, a falta de conhecimento da lei de reencarnação. Embora não aceitando a reencarnação, toda pessoa de formação evangélica deve saber que o seu dever para com as dificuldades e deficiências do próximo é mandamento divino e, ao mesmo tempo, norma de conduta humana. Espiritualistas enfrentam nesse campo obrigações inalienáveis, embora em posições diferentes. Artigo publicado originalmente na coluna dominical "Chico Xavier pede licença" do jornal Diário de S. Paulo, na década de 1970. Colaboração: Ana Luiza Vergueiro
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O Evangelho
prece
Senhor Jesus Não nos retires dos ombros o fardo das responsabilidades com o qual nos ensinas a praticar entendimento e cooperação, mas auxilia-nos a tranportá-lo, sob os teus desígnios. Não nos afastes dos obstáculos com que nos impeles à aquisição da confiança e não avalias as dimensões da fé, no entanto, ampara-nos Senhor, para que possamos transpô-los. Não nos desligues dos problemas com que nos impulsionas para o caminho da elevação das nossas próprias experiências, contudo, dá-nos a tua bênção, a fim de que venhamos a resolvê-los com segurança. Não nos deixes sem o convívio com os irmãos irritadiços ou infelizes, que se nos fazem enigmas no cotidiano, junto dos quais nos convidas ao aprendizado da serenidade e da paciência, mas protege-nos os corações e ilumina-
-nos a estrada de modo a que nos transformemos para todos eles em refúgio de apoio e socorro de amor. Enfim, Senhor, dá-nos, a cada dia, o privilégio de servir, entretanto, infunde em nossas almas o poder da compreensão e da tolerância, do devotamento e da caridade
para que possamos estar contigo, tanto quanto permaneces conosco, hoje e sempre. Fonta:"Estradas e Destinos". Ed. CEU Psicografia: F. C. Xavier – Médium Colaboração: Monica Kraft
Coluna Meimei
O exemplo da árvore Dizem que quando a primeira árvore apareceu na Terra, trazia do Pai Celestial a recomendação de alimentar o homem e auxiliá-lo em nome do Céu, por todos os meios que lhe fosse possível. Resolvida a cumprir a ordenação do Senhor, certo dia foi visitada por um ladrão, perseguindo pela Justiça. Ele sentia fome e, por isso, furtou-lhe vários frutos. Em seguida, decepou-lhe muitos galhos, deles fazendo macia cama para descansar e refazer-se. A árvore não se agastou com o assalto. Parecia satisfeita em ajudá-lo e até se mostrava interessada em adormecê-lo, agitando harmoniosamente as folhas, tangidas pelo vento. Erguendo-se, fortalecido, o pobre homem ouviu o ruído dos acusadores que o buscavam e, angustiado, sem saber que rumo tomar na várzea deserta, notou que o nobre vegetal, em silêncio, como que o convidava a asilar-se em seus ramos. Imediatamente, à maneira de um menino, o infeliz escalou o tronco e escondeu-se na copa farta. Os guardas vieram e, desistindo de encontrá-lo em razão da busca
infrutífera, retiraram-se para lugarejo distante. Foi então que o desventurado desceu para o solo, impressionado e comovido, reparando que se achava à frente de humilde mensageira do Céu. Roubara-lhe os frutos e mutilara-lhe as frondes: entretanto, oferecera-lhe, ainda, seguro abrigo. O homem infeliz começou a meditar no exemplo da árvore venerá-
vel, incumbida por Deus de cooperar na distribuição do alimento de cada dia na Terra, e, nela reconhecendo verdadeira emissária do Céu, que lhe saciara a fome e lhe dispensara maternal proteção, abandonou o mal em que se havia mergulhado e passou a ser outro homem. Fonte: Livro “Pai Nosso” – Memei/Chico Xavier; item 23 Colaboração: Igor da Silva Bispo
Perda de pessoas amadas e mortes prematuras
Quando a morte vem ceifar em vossas famílias, levando sem consideração os jovens em lugar dos velhos, dizeis frequentemente: “Deus não é justo, pois sacrifica o que está forte e com o futuro pela frente, para conservar os que já viveram longos anos, carregados de decepções: leva os que são úteis, e deixa os que não servem para nada mais; fere um coração de mãe, privando-o da inocente criatura que era toda a sua alegria”. Criaturas humanas, é nisto que tendes necessidade de vos elevar, para compreender que o bem está muitas vezes onde pensais ver a cega fatalidade. Por que medir a justiça divina pela medida da vossa? Podeis pensar que o Senhor dos Mundos queira, por um simples capricho, infligir-vos penas cruéis? Nada se faz sem uma finalidade inteligente, e tudo o que acontece tem a sua razão de ser. Se perscrutásseis melhor todas as dores que vos atingem, sempre encontraríeis nela a razão divina, razão regeneradora, e vossos miseráveis interesses representariam uma consideração secundária, que relegaríeis ao último plano. Acreditai no que vos digo: a morte é preferível, mesmo numa encarnação de vinte anos, a esses desregramentos vergonhosos que desolam as famílias respeitáveis, ferem um coração de mãe, e fazem branquear antes do tempo os cabelos dos pais. A morte prematura é quase sempre um grande benefício, que Deus concede ao que se vai, sendo assim preservado das misérias da vida, ou das seduções que poderiam arrastá-lo à perdição. Aquele que morre na flor da idade não é uma vítima da fatalidade, pois Deus julga que não lhe será útil permanecer maior tempo na Terra. É uma terrível desgraça, dizeis, que uma vida tão cheia de esperanças seja cortada tão cedo! Mas de
que esperanças quereis falar? Das esperanças da Terra onde aquele que se foi poderia brilhar, fazer sua carreira e sua fortuna? Sempre essa visão estreita, que não consegue elevar-se acima da matéria! Sabeis qual teria sido a sorte dessa vida tão cheia de esperanças, segundo entendeis? Quem vos diz que ela não poderia estar carregada de amarguras? Considerais como nada as esperanças da vida futura, preferindo as da vida efêmera que arrastais pela Terra? Pensais, então, que mais vale um lugar entre os homens que entre os Espíritos bem-aventurados? Regozijai-vos em vez de chorar, quando apraz a Deus retirar um de seus filhos deste vale de misérias. Não é egoísmo desejar que ele fique, para sofrer convosco? Ah! Essa dor se concebe entre os que não tem fé, e que veem na morte a separação eterna. Mas vós, espíritas, sabeis que a alma vive melhor quando livre de seu invólucro corporal. Mães, sabeis que vossos filhos bem-aventurados estão perto de vós; sim, eles estão bem perto; seus corpos fluídicos vos envolvem, seus pensamentos vos protegem, vossa lembrança os inebria de contentamento; mas também as vossas dores sem razão os afligem, porque revela uma falta de fé e constituem uma revolta contra a vontade de Deus. Vós que compreendeis a vida espiritual, escutai as pulsações de vosso coração, chamando esses entes queridos. E se pedirdes a Deus para os abençoar, sentireis em vós mesmas a consolação poderosa que faz secarem as lágrimas, e essas aspirações sedutoras, que vos mostram o futuro prometido pelo soberano Senhor. Fonte: O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, Cap. V – Bem-Aventurados os Aflitos Colaboração: Raphael Kobayashi
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