Renováveis Magazine 6

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FICHA TÉCNICA renováveis magazine 6 2º trimestre de 2011 Director Cláudio Monteiro cdm@fe.up.pt Corpo Editorial Coordenador Editorial: Miguel Ferraz T. +351 225 899 628 m.ferraz@renovaveismagazine.pt Director Comercial: Júlio Almeida T. +351 225 899 626 j.almeida@renovaveismagazine.pt Chefe de Redacção: Helena Paulino h.paulino@renovaveismagazine.pt

renováveis magazine revista técnico-profissional de energias renováveis

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editorial O investimento na tecnologia e a colheita do seu valor

Assessoria Ricardo Silva r.silva@renovaveismagazine.pt

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espaço opinião Um lugar ao sol

Design avawise em colaboração com Publindústria, Lda.

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coluna ventos de bruxelas O porta-aviões de gaivotas

Webdesign Martino Magalhães m.magalhaes@renovaveismagazine.pt Assinaturas T. +351 220 104 872 assinaturas@engebook.com www.engebook.com Conselho Redactorial Alexandre Fernandes (Adene) Álvaro Rodrigues (FEUP/Inegi) Ana Estanqueiro (LNEG) António Joyce (LNEG) António Sá da Costa (Apren) António Lobo Gonçalves (EDP RENOVÁVEIS) João Abel Peças Lopes (FEUP/Inesc) João Bernardo (DGEG) Joaquim Borges Gouveia (UA) José Carlos Quadrado (ISEL) Nuno Moreira (UTAD) Maria Teresa Ponce Leão (FEUP/LNEG) Rui Castro (IST) Colaboração Cláudio Monteiro, Maria João Rodrigues, Ana Malheiro, Maria Manuel Costa, Jorge Mafalda, António Joyce, Paulo Silva, Leandro Bento, Rui Serra Lopes, Vítor Rodrigues, Manuel Lopes Prates, Rui Azevedo, Hélder Correia, Paulo Saraiva, Raphael Freire, Maria da Conceição Alvim-Ferraz, Joana Maia Dias, Manuel Fonseca Almeida, Manuel Simões, Helena Aguilar, Pedro Fonte, Filipe Pereira, Eduarda Carvalho, Jorge Carboila, António Sérgio Silva, Pedro Daniel Gomes, Pedro Gerardo Fernandes, Nelson Ferreira da Silva, Miguel Ferraz, Helena Paulino Tiragem 5000 Exemplares Periodicidade Trimestral Redacção e Administração Publindústria, Lda. Praça da Corujeira, 38 . Apartado 3825 4300-144 Porto . Portugal T. 225 899 620 . F. 225 899 629 www.publindustria.pt geral@publindustria.pt Proprietário e Editor Publindústria, Lda Empresa Jornalística Registo n.º 213163 Impressão e Acabamento Publindústria, Lda. Publicação Periódica Registo n.º 125808 INPI Registo n.º 452220 ISSN: 1647-6255

10 espaço qualidade Quando não gostamos do que fazemos! 12 coluna riscos renováveis As renováveis como suporte dos seguros 14 notícias 40 46 50 54 58

dossier solar fotovoltaico As tecnologias fotovoltaicas As renováveis e o fotovoltaico Solar Plus: know-how em tecnologia filme fino Fábrica de módulos fotovoltaicos da Martifer Solar Desenvolvimentos da tecnologia fotovoltaica a médio prazo

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entrevista “Queremos ser um player de referência no mercado das energias renováveis” – Pedro Torres, Vice-Presidente da Resul

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investigação e tecnologia Mais próximos da fotossíntese artificial: nova forma de captura e armazenamento da energia solar

70 mundo académico Energias renováveis: algumas rotas em desenvolvimento no lepae 74 78 84 88

artigo técnico A microprodução fotovoltaica As obrigações solares térmicas na Europa – 2.ª parte A miniprodução fotovoltaica em Portugal Tipos de tecnologias de turbinas utilizadas nas centrais mini-hídricas

reportagem 92 VI jornadas tecnológicas – o evento de referência no sector electrotécnico

94 Genera com propostas para as novas necessidades energéticas 96

publi-reportagem ERP – Energias Renováveis de Portugal, S.A. – novos módulos fotovoltaicos Mitsubishi Electric: nova geração premium

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informação técnico-comercial DEGERemergie: surpreendentes rendimentos com sistemas fotovoltaicos Krannich Solar estará presente na Genera e Tektónica Caixas de strings para instalações fotovoltaicas de média potência da weidmüller Schüco apresenta ProSol TF: a nova geração de fachadas solares SMA: inversores fotovoltaicos – informações básicas sobre design e planeamento energia vinda da luz: apresentação do primeiro inversor solar da abb Albasolar lança o seu kit fotovoltaico para o mercado português Chatron aposta na iluminação solar natural e lança “modelos plasma” de tubos solares REIMAN: soluções de movimento azimutal e zenital para seguidores solares FUTURSOLUTIONS: energia fotovoltaica… o passado, o presente e o futuro! Seguidores solares dasoluz líderes de venda em Portugal e Itália Miniprodução fotovoltaica com a KleanEnergy4Life

130 produtos e tecnologias 148

renováveis em casa Dimensionamento de um sistema autónomo híbrido FV e eólico para a iluminação de uma moradia unifamiliar

154 barómetro das renováveis 156 bibliografia 158 calendário de eventos 160 links

Os artigos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores.

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editorial

O investimento na tecnologia e a colheita do seu valor

Cláudio Monteiro Director

Todos os que trabalham no sector do fotovoltaico têm notado certamente a descida acentuada dos preços desta tecnologia. Temos observado descidas da ordem dos 40% por ano, tanto nas tecnologias do silício cristalino como nas tecnologias de filmes finos, com os preços em mercado Spot dos painéis a descer abaixo de 1,5€/Wp. Esta descida de preço é o resultado de processos tecnológicos mais eficientes e de um mercado de escala em desenvolvimento. Podemos dizer que o desenvolvimento do sector fotovoltaico tem sido um sucesso de escala mundial.

Quem ganha com o desenvolvimento tecnológico? Em menos de cinco anos os custos de produção do fotovoltaico atingirão a paridade com a rede eléctrica, ou seja conseguiremos produzir electricidade, em nossa casa, com fotovoltaico, mais barato do que o preço da energia que nos chegará da rede. Quando tal acontecer todos reconheceremos e usaremos da vantagem deste desenvolvimento tecnológico. Mas quem paga este desenvolvimento tecnológico? A Alemanha, o Japão e o EUA investiram em investigação durante várias décadas para agora serem os líderes mundiais das tecnologias. Mas foi necessário mais que a investigação, foi necessário criar um mercado, a Alemanha criou esse mercado interno que alimentou o seu próprio desenvolvimento tecnológico, mas actualmente 2 em cada 3 painéis vendidos no mundo têm tecnologia alemã. Ou seja, um sobrecusto para alimentar um mercado interno, lançado no momento certo, para agora ter o benefício do domínio tecnológico mundial. Hoje são muitos os países que pagam um sobrecusto da promoção do fotovoltaico, com a esperança de conseguir o “ouro” tecnológico, mas na verdade estão a pagar o esforço de investigação realizado pelos países pioneiros como a Alemanha. Mas não só, estes países estão também a pagar um sobrecusto para alimentar a produção da China, que não investiu em tecnologia nem instalou painéis, mas que hoje já tem a tecnologia e a capacidade industrial para num futuro próximo dominar este sector tecnológico. Existem empresas chinesas, com tecnologia própria e de grande qualidade, capazes de produzir painéis com um custo de produção de 0,2 €/Wp. Conseguem este feito por aliar à tecnologia a experiência de fabrico, o que lhe permite baixos custos melhorando ainda a qualidade. Como na maioria dos países, os esquemas de financiamento de renováveis que temos em Portugal são baseados em feed-in-tarifs. É um esquema que paga o que a tecnologia custa e não o que a tecnologia vale, eficiente para incentivar a instalação das renováveis mas completamente inútil para o desenvolvimento tecnológico e industrial. Por essa razão se justifica que pagamos mais do triplo pela energia limpa fotovoltaica relativamente à energia limpa eólica. Para as tecnologias imaturas a aplicação das feed-in-tarifs é uma péssima opção. Podemos argumentar que estamos a pagar o desenvolvimento tecnológico, mas esse investimento insistirá em escapar-se para outros países seguindo as leis do mercado e do domínio tecnológico. Existem outras formas de financiar o desenvolvimento tecnológico das renováveis, muito mais eficientes que as feed-in-tarifs. Pode ser um investimento directo na investigação ou pode ser através de mecanismos de incentivo às indústrias de fabrico do fotovoltaico. Reparem que o investimento na investigação produz riqueza na investigação, produz riqueza na indústria, resulta em painéis igualmente baratos para os consumidores nacionais e cria uma indústria competitiva para vender painéis a nível internacional. O investimento é como a água de um rio, se for injectada na nascente produz energia ao longo de uma cascata de centrais, mas se a água for injectada junto da foz de nada vale. No campo das políticas renováveis, Portugal é um país muito voluntarioso, o que é positivo, mas deverá ser algo mais inteligente a definir as suas estratégias. Cláudio Monteiro, Director

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espaço opinião

Um lugar ao sol

Maria João Rodrigues, Presidente da APISOLAR para a Energia Solar Fotovoltaica

De entre as energias renováveis, a electricidade fotovoltaica é a mais frequentemente atacada como sendo demasiadamente dispendiosa para ser promovida através de instrumentos de política pública como as tarifas bonificadas, em particular em Portugal, apesar de aqui o recurso endógeno ser um dos mais elevados da Europa. O estudo publicado no final de Março pelo BPI [1] é apenas mais uma dessas expressões, onde se defende que devem ser suspensos todos e quaisquer incentivos a esta tecnologia no território nacional. Esta recomendação é consubstanciada essencialmente nos graves problemas económicos e políticos que atravessamos, com precedentes apenas encontrados na década de 80. O regime de apoio à tecnologia fotovoltaica em Portugal temse demonstrado historicamente instável e revelador de falta de estratégia política concertada, pese embora o facto de na Resolução de Conselho de Ministros 29/2010, que aprova a Estratégia Nacional para a Energia 2020, o Governo Português ter dado à energia solar uma posição de destaque, nomeadamente pelo estabelecimento de uma meta de potência instalada até 2020 de 1.500 MW. A instabilidade constatou-se quer no regime do produtor independente (DL 339-C/2001, com revisões nos DL 33-A/2005 e DL 225/2007; DL 312/2001), que prossegue uma lógica de gestão da oferta (Figuras 1 e 2); quer mais recentemente no regime da microgeração (DL 363/2007, revisto pelo DL 118-A/2010). Já em Março de 2011 foi publicado o último e muito aguardado diploma, que estende a aplicação do regime da microgeração para instalações até 250 kW – o dito regime da minigeração (DL 34/2011). Quer a micro quer a minigeração prosseguem uma filosofia de gestão da procura. Em Dezembro de 2010, e em apenas menos de 2 anos de

Figura 1 Capacidade fotovoltaica requerida e aprovada de Janeiro de 2002 a Maio de 2004 no âmbito do Regime do Produtor Independente. Fonte: [2].

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implementação, a microgeração foi responsável pela instalação de 35 MW de capacidade fotovoltaica, contrastando claramente com o regime do Produtor Independente na sua eficiência e eficácia de realização. No total, estava ligada à rede no final de 2010 uma capacidade de cerca de 130 MW [3]. Se se mantiverem as premissas da ENE 2020, serão instalados até 2020 250 MW de capacidade no âmbito da microgeração e 500 MW no da minigeração. Qual a valia então desta capacidade instalada e da respectiva electricidade gerada? Como referido, a análise comparativa entre tecnologias renováveis faz-se comummente no balanço entre o investimento público e a competitividade do sistema eléctrico – isto é, no limite, analisa-se qual o investimento necessário para se atingir a paridade de rede e de que modo é que esse investimento se reflecte nas tarifas ao consumidor final, que suporta o referido investimento. A paridade de rede não pode ser apenas avaliada numa lógica de gestão da oferta – tem de ser analisada numa lógica de gestão da procura se os instrumentos de apoio estiverem desenhados nesse sentido, comparando assim com o preço ao consumidor. Segundo análise da APISOLAR que será tornada pública brevemente, o impacto da potência já instalada

O regime de apoio à tecnologia fotovoltaica em Portugal temse demonstrado historicamente instável e revelador de falta de estratégia política concertada, pese embora o facto de (...) o Governo Português ter dado à energia solar uma posição de destaque


coluna ventos de bruxelas

O porta-aviões de gaivotas

Ana Malheiro Advogada

Certo dia, estava eu com a minha família de visita a uns amigos no Porto que recentemente instalaram painéis solares no telhado da sua nova casa. Enquanto os nossos amigos nos explicavam pacientemente as vantagens de investir em painéis solares em Portugal, a minha filha fitava com enigmático interesse aquelas grandes placas, cheias de sol, coladas ao telhado. Depois de ter estudado cuidadosamente o assunto, a miúda corre a buscar o avô, e diz-lhe: “Olha avô, um porta-aviões de gaivotas” ! Foi a pensar no porta aviões de gaivotas que eu li, há algumas semanas, a Comunicação da Comissão (COM(2011) 31 final) sobre os progressos feitos até à data na implementação da Directiva Energias Renováveis (Directiva 2009/28/CE). Como é sabido pelos leitores desta Revista, de acordo com a Directiva Energias Renováveis, os Estados-Membros estavam obrigados a notificar à Comissão Europeia os seus Planos de Acção Nacionais para as Energias Renováveis até 30 de Junho 2010. Tendo por base os Planos Nacionais, a Comissão nesta Comunicação dá conta ao Conselho e ao Parlamento Europeu dos progressos feitos até à data no sector das energias renováveis, identificando os principais desafios que se colocam ao desenvolvimento do sector. No que respeita aos progressos feitos e expectáveis, as conclusões da Comissão são animadoras. Quase metade dos Estados-Membros planeiam superar os seus próprios objectivos e poder fornecer excedentes a outros Estados-Membros. Em dois Estados-Membros (Itália e Luxemburgo), uma pequena parte das energias renováveis necessárias para atingir o seu objectivo deverá provir de “importações” sob a forma de transferências estatísticas a partir dos Estados-Membros com excedentes ou de países terceiros. A Comissão estima que, a serem cumpridas as previsões dos Estados-Mem-

Apesar da conclusões da Comissão serem promissoras para o sector das energias renováveis, a Comunicação da Comissão não corresponde àquilo que seria de esperar de um relatório europeu sobre o estado, perspectivas e principais desafios do sector das energias renováveis.

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bros, a quota global de energias renováveis na União Europeia deverá exceder o objectivo de 20% em 2020. Em termos de consumo, a Comissão prevê que os Estados-Membros aumentem para mais do dobro o seu consumo total de energias renováveis, passando de 103 Mtep em 2005 para 217 Mtep em 2020 (consumo bruto final de energia). No que diz respeito aos futuros desafios do sector, a Comunicação da Comissão aponta essencialmente para a necessidadade de aumentar o nível de investimento no sector. A Comissão estima que, para que os objectivos da União em matéria energética sejam cumpridos, os Estados-Membros devem duplicar o valor do investimento em energias renováveis para, pelo menos, 70 mil milhões de Euros por ano. A Comissão nota, porém, que o apoio financeiro por parte da União Europeia para o sector das energias renováveis é reduzido, salientando a necessidade de os Estados-Membros desenvolverem mecanismos de cooperação entre si, tendo em vista nomeadamente o co-financiamento de projectos de interesse comum. Apesar das conclusões da Comissão serem promissoras para o sector das energias renováveis, a Comunicação da Comissão não corresponde àquilo que seria de esperar de um relatório europeu sobre o estado, perspectivas e principais desafios do sector das energias renováveis. A análise dos Planos Nacionais e dos vários instrumentos de financiamento utilizados pelos Estados-Membros para a promoção de energias renováveis é pouco conclusiva. Para além disso, apesar de o texto identificar áreas de actuação relevantes para o sector das energias renováveis, a Comissão fá-lo de forma pouco estruturada, quase acidental, limitando-se a elencar na conclusão um conjunto de recomendações dirigidas aos EstadosMembros, que pouco acrescentam aquilo que já resulta da Directiva Energias Renováveis. É inquestionável que a União Europeia fez progressos exemplares no sector das energias renováveis nos últimos anos. Porém, não basta pintarmos a nossa paisagem de painéis solares ou moinhos de vento, para que as energias renováveis conquistem o seu lugar na factura energética da União Europeia. Se as políticas da União Europeia e dos Estados-Membros não forem eficazes na criação de mecanismos que permitam a médio prazo uma integração eficiente das energias renováveis no mercado energético, assim que os apoios do Estado findarem, corremos o sério risco de começar a ver mais gaivotas no ar...


espaço qualidade

quando não gostamos do que fazemos! Curioso ter conseguido escrever este título, porque muito francamente são tantos os temas emergentes que não consigo destacar um no meio de todos. Mas, ontem li um artigo muito interessante, breve e claro sobre quais as possibilidades que temos quando não gostamos do que fazemos (profissionalmente falando). Basicamente existem duas grandes hipóteses, ou mudamos o cenário onde nos encontramos, e notem que esta mudança se restringe ao âmbito de actuação e liberdade de cada um, ou nos mudamos e nos transformamos a nós mesmos. Pessoalmente prefiro a segunda escolha! Maria Manuel Costa, mane1976@hotmail.com

Na prática quando não estamos felizes com as tarefas e actividades que nos são adstritas, podemos sempre mudar de empresa, propor no local onde trabalhamos uma mudança de função (devidamente contextualizada), ou fazermos outra escolha de vida! Quando optamos por nos mudarmos a nós mesmos, existe uma quantidade considerável de hipóteses, das quais destaco: 1 Passamos a ver com outros “olhos” o que nos rodeia; 2 Encontramos em qualquer situação um lado bom, e através dele impactamos menos o lado menos bom; 3 Mudamos o ambiente de trabalho que nos rodeia, escolhendo estar alegres, bem dispostos, entusiasmados, com bom humor; 4 Optamos por aligeirar as situações que nos vão acontecendo e a forma como elas nos tocam; 5 Adoptamos uma atitude diferente face à empresa onde estamos a trabalhar e perante os nossos colegas de trabalho; 6 Escolhemos ser melhores pessoas, mais flexíveis e com vontade de partilhar com quem nos rodeia o que vai “na nossa alma”. Estes tópicos podem mudar significativamente o modo como percepcionamos tudo o que nos envolve. Obviamente não estou a assumir que com estas medidas todos os problemas e constrangimentos se resolvem, mas a pergunta que coloco é: se mantivermos uma atitude inflexível, se estivermos depressivos e pouco entusiasmados, se tivermos “4 pedras na mão sempre prontas a tirar”, e se acharmos permanentemente que o mundo conspira contra nós, o que é que ganhamos? Mudamos alguma coisa? Os problemas resolvem-se? Bom, parece-me que a resposta é Não! Contudo muda a forma como escolhemos estar, a disponibilidade que podemos ter para com os outros, e naturalmente a forma como nos sentimos, na vida e no trabalho! Quando isto acontecer então podemos estar cientes que a vida é pura magia, que o nosso emprego é só uma forma de sobreviver, que podemos fazer o que verdadeiramente nos inspira e apaixona, e que ainda assim estamos a fazer a “nossa parte” para a construção de um mundo melhor! É bem melhor assim não…

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quando não estamos felizes com as tarefas e actividades que nos são adstritas, podemos sempre, mudar de empresa, propor no local onde trabalhamos uma mudança de função (devidamente contextualizada), ou fazermos outra escolha de vida!


coluna riscos renováveis

por Jorge Mafalda jorgemafalda@joaomata.pt

As Renováveis como Suporte dos Seguros Muito provavelmente a grande maioria de nós já foi confrontada com um sinistro, do qual resultou uma relação pior ou melhor com uma seguradora. Acredito que na maioria dos casos a resolução do processo não tenha sido tão célere quanto desejaríamos, nem o valor da indemnização, o esperado. Acredito, contudo, que também a grande maioria das pessoas ou empresas não tenha a noção do reflexo que as seguradoras têm na nossa economia, isto é, o montante das indemnizações pagas ou por outras palavras, o reembolso junto da sociedade dos “prémios” que foram recebidos pela assumpção dos riscos que transferimos. A titulo de curiosidade e para ilustrar o que referi no ponto anterior, segundo as fontes oficiais (A.P.S. - Associação Portuguesa de Seguradores e I.S.P. – Instituto de Seguros de Portugal), a produção dos ramos Vida e Não Vida em 2009, foi de aproximadamente 15 mil milhões de Euros, dos quais cerca de 13,5 mil milhões de Euros, foram pagos aos beneficiários sob a forma de reembolso/indemnização. Com esta referência é meu objectivo realçar a importância que os seguros têm para a sociedade em geral e através de uma relação biunívoca, a igual importância que o tecido empresarial tem para o mercado segurador. É neste último ponto, que a área de actividade correspondente às energias renováveis tem tido, nos últimos 2 anos, uma importância bastante relevante para o mercado segurador, dado que, como todos nós sabemos e independentemente dos diversos enquadramentos possíveis, uma grande parte do novo tecido empresarial que tem surgido em Portugal e um pouco por todo o Mundo, tem estado directa ou indirectamente relacionado com a produção de energia, por fontes de origem renovável. Também neste ponto será conveniente ilustrar como é estabelecida esta relação, que de uma forma cruzada entre as várias actividades que as energias renováveis envolvem, tem reflexo em todos os ramos de seguro e que vão desde a construção civil, a metalomecânica, a electrotecnia e os sistemas e comunicações, aos transportes e movimentação de cargas em altura, passando pela arquitectura paisagística e ambiente. Para uma análise mais fácil, farei o enquadramento segundo a clássica divisão das áreas de seguro, a seguir identificadas:

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— Nos patrimoniais, através dos seguros de construção e transportes, durante a primeira fase (construção) e posteriormente, na segunda fase (operação), através dos seguros de Riscos Múltiplos e Quebra e Avaria de Máquinas, ambos complementados pela cobertura adicional de Perdas de Exploração, cujas garantias permitem aos proprietários / credores dos vários bens envolvidos na unidade de produção, tais como, edifícios, equipamentos de produção e auxiliares, ficarem protegidos em grande parte, quanto aos custos de reparação/substituição, por força de danos de origem externa e interna, bem como às perdas de produção que daí possam advir. — Nas responsabilidades, o apelo aos seguros, far-seá sempre transversalmente às duas fases, incidindo desde a simples cobertura de responsabilidade civil exploração da actividade, passando por garantias de complexidade intermédia como são a ambiental e qualidade do produto, até às conhecidas responsabilidades profissionais, que permitem dar mais conforto a clientes e fornecedores, ao nível da qualidade de execução dos projectos. Neste âmbito não poderemos esquecer a mais usual e recorrente fonte de conflito, que é o seguro Automóvel. — Nos pessoais, também transversal às duas fases, verifica-se a solicitação massificada de seguros, nomeadamente pela obrigação legal do seguro de Acidentes de Trabalho, o qual todas as entidades envolvidas terão de subscrever, mas também através de determinadas regalias sociais dadas aos colaboradores, que se reflectem em planos de Saúde e Poupança, muitas das vezes complementados ou substituídos por coberturas de Acidentes Pessoais, nomeadamente para os proteger durante as constantes deslocações aos vários locais, de diferentes países, onde se encontram as unidades de produção. Desta forma poderemos a título conclusivo, constatar que, como em quase tudo na vida, a auto-suficiência é um paradigma que muitos de nós gostaríamos de alcançar, mas que em muitos casos, como aquele que analisamos, o seu custo é demasiado elevado, pelo que a partilha dos riscos de uma forma equilibrada e consciente, será certamente a melhor solução de mitigação de muitos problemas inerentes à actividade das energias renováveis.

a área de actividade correspondente às energias renováveis tem tido, nos últimos 2 anos, uma importância bastante relevante para o mercado segurador


dossier solar fotovoltaico

as tecnologias fotovoltaicas

Dificilmente se poderá encontrar, dentro do campo das Energias Renováveis, área de maior desenvolvimento tecnológico que a dos sistemas Fotovoltaicos. Com efeito, desde as diferentes gerações de tecnologias de conversão directa de energia solar em electricidade, passando pelo desenvolvimento dos chamados componentes BOS (Balance Of System), designação que se refere a todos os outros componentes para além dos módulos Fotovoltaicos, terminando com a própria topologia dos sistemas adequada a diferentes tipo de aplicações, toda a área Fotovoltaica está no topo das aplicações dos avanços que se têm feito ao nível da Física do Estado Sólido, dos Materiais, da Electroquímica, da Óptica, da Electrónica de Potência, da Robótica e Automação e das Tecnologias de Informação, entre outros domínios tecnológicos. António Joyce Investigador Principal da Unidade de Energia Solar, Eólica e dos Oceanos do LNEG Professor Catedrático Convidado da Universidade de Évora Vice Presidente da Sociedade Portuguesa de Energia Solar antonio.joyce@lneg.pt

Este desenvolvimento tecnológico tem sido acompanhado por uma diminuição nos custos de produção, de tal forma, que economias como as dos Estados Unidos da América, do Japão, da Europa e as emergentes da China e da Índia consideram o Fotovoltaico como um dos principais contribuintes para o seu futuro Energético. A nível mundial e em 2010 foram efectivamente instalados 15 GW de sistemas Fotovoltaicos perfazendo um total acumulado de 40 GW. Neste domínio Portugal tem também um objectivo de cerca de 1.5 GW para o Fotovoltaico em 2020 no âmbito da nova Directiva das Energias Renováveis (Directiva 2009/28/CE). Tem sentido, por isso, que, neste número da Renováveis Magazine, dedicado expressa40

mente ao Fotovoltaico, se ocupem algumas páginas com o desenvolvimento das tecnologias da conversão Fotovoltaica, sabendose de antemão que, dada a amplitude e rapidez com que estes desenvolvimentos se fazem, qualquer linha que sobre eles se escreva hoje está desde logo desactualizada.

1. Introdução Muito se tem escrito e dito sobre a conversão directa (sem passar pelo calor) da Energia Solar em Electricidade, nomeadamente sobre a conversão Fotovoltaica, baseada no Efeito Fotovoltaico descoberto pelo físico francês Edmond Becquerel em 1839. Trata-se basicamente de um processo quântico em que fotões associados à radiação

incidente (Solar ou outra) são absorvidos num material semicondutor e possibilitam a excitação de electrões desde a Banda de Valência para a Banda de Condução, criando pares Electrão/Buraco que, se forem mantidos separados por um campo eléctrico que se gera numa junção de dois materiais semicondutores (junção pn), poderão estar disponíveis para produzir uma corrente eléctrica que se estabeleça num circuito entre os dois extremos da junção e desta forma, “alimentar” equipamentos eléctricos (as cargas) que se insiram naquele circuito. Na Figura 1 representa-se de uma forma esquemática este processo. Deste processo nascem as primeiras células Fotovoltaicas em 1954 e continua a ser


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as renováveis e o fotovoltaico

As energias produzidas através de fontes renováveis têm vindo a conquistar o seu espaço em pouco tempo por todo o mundo. A título de exemplo no ano de 2009 sessenta e quatro países apresentaram políticas de apoio à energia produzida através de recursos renováveis. A tecnologia fotovoltaica tem sofrido um desenvolvimento substancial nos últimos 10 anos, sendo que vários países adoptaram o fotovoltaico como uma das principais soluções à produção de energia eléctrica através de recursos renováveis. Vítor Rodrigues Engenheiro Químico, Universidade de Aveiro Gestor de processo na TÜV Rheinland Portugal vitor.rodrigues@pt.tuv.com

Os desafios O desenvolvimento tecnológico e a procura global das soluções fotovoltaicas apresenta diversos desafios aos principais fornecedores destas soluções. Os fabricantes, projectistas, instaladores e promotores e até entidades credoras deparam-se com um mercado Global com exigências próprias, mas ao mesmo tempo com imposições locais, normalmente impostas pela legislação específica de cada país. O acesso aos diferentes mercados e a exigência de Qualidade e Segurança dos consumidores impõem aos diversos “players” capacidade e competitividade que vão muito para além de um preço competitivo. Os consumidores estão mais exigentes do que nunca e as empresas têm de fazer face a esta exigência com inovação, preço e qualidade. O preço é passível de comparar de forma objectiva, mas como se compara a qualidade? 46

Para ter mais qualidade o produto deverá ter mais eficiência do que o dos concorrentes, satisfazendo melhor as necessidades e exigências dos utilizadores. No caso concreto dos painéis os factores essências à sua diferenciação são a garantia de potência e fiabilidade ao longo do tempo de vida útil. A potência gerada por um painel fotovoltaico e o seu comportamento ao longo do tempo é essencial, uma vez que este tipo de produto tem sobretudo um carácter financeiro, ou seja, o investimento em fotovoltaico (FV) está directamente ligado à oportunidade de retorno do mesmo. Este retorno é garantido pela energia gerada pelos painéis em plantas FV, logo a grande preocupação dos consumidores é adquirir painéis que vão produzir uma determinada potência ao longo de 25 a 30 anos sem falhas e sem decréscimos inesperados na sua capacidade de produção.

A solução Na maior parte dos casos, a solução passa por recorrer a uma entidade externa que teste, certifique e inspeccione os produtos e a sua instalação. Por outro lado, para as empresas «que querem, ou são obrigadas, a proteger o ambiente e as pessoas, bem como a combinar isso com desenvolvimento tecnológico» os testes laboratoriais aos seus produtos são uma boa ferramenta. Apesar da certificação de produtos ser voluntária na maioria dos mercados internacionais é a única solução para um fabricante aceder aos mesmos e transmitir confiança em relação aos seus produtos. Como referido a certificação de produtos é na maioria dos casos voluntária, no entanto no caso concreto dos painéis FV podemos afirmar que o mercado tornou a certificação de produto obrigatória. Após algumas experiências menos felizes com produtos


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solar plus: know-how em tecnologia filme fino Constituída em Dezembro de 2005, a Solar Plus arranca com a sua linha de produção de painéis solares fotovoltaicos no primeiro trimestre de 2008. Com uma aposta arrojada numa tecnologia emergente no mundo da energia solar, a Solar Plus torna-se na única empresa portuguesa a desenvolver e produzir painéis solares fotovoltaicos através da deposição de micro camadas de Silício Amorfo (a-Si) directamente em vidro (tecnologia de Filme Fino). Esta tecnologia permite a produção de energia, mesmo em condições adversas (luz difusa, sombreamento parcial e altas temperaturas). Como as camadas de material semicondutor são extremamente finas, é possível obter uma relação Potência/Transparência muito interessante, característica diferenciadora, num mercado cada vez mais exigente e competitivo, fazendo dos nossos produtos materiais de construção, como por exemplo, janelas. Paulo Silva Solar Plus, Produção de Painéis Solares, S.A. paulo.silva@solarplus.pt

Figura 1 Fachada fotovoltaica no Edifício da Solar Plus.

Tecnologia filme fino – Processo Os painéis solares fotovoltaicos produzidos na Solar Plus, são constituídos por um vidro Low Iron onde é depositada uma camada de TCO (Transparent Conductive Oxide). Esta camada, servirá de contacto eléctrico anterior do módulo e permitirá simultaneamente a passagem da radiação solar. Sobre a camada de TCO, é depositada, através do Processo PECVD (Plasma Enhanced Chemical Vapor Deposition), uma camada de a-Si (Silício Amorfo) que é designada por zona activa e onde ocorre a Fotogeração Eléctrica. A ca50

Figura 2 As diversas camadas do processo do módulo Solar Plus.

mada seguinte de Óxido de Zinco (ZnO) é a responsável pela melhoria das propriedades ópticas da célula fotovoltaica, reflectindo a radiação solar que atravessou a zona activa de silício amarelo, promovendo uma maior fotogeração através do reaproveitamento desta radiação. A última camada, constituída por Alumínio (Al), tem como função o contacto eléctrico posterior do módulo. O acabamento do módulo é feito com uma camada de material polimérico adesivo de EVA (Ethylene Vinyl Acetate), um selante periférico botílico e um vidro de fecho que servem de

encapsulamento, isolando e protegendo as células solares e o módulo do meio ambiente. A tecnologia de película fina em PECVD (Plasma Enhanced Chemical Vapor Deposition) permite a deposição de filmes de Silício (dopados e não dopados) directamente em vidro. Nesta tecnologia é utilizado o gás Silano que é “excitado” por rádio frequência (RF) para o estado de plasma. As partículas assim “activadas” vão-se depositar nos vidros. Por variação da concentração e/ou compo-


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fábrica de módulos fotovoltaicos da Martifer Solar

A Martifer Solar, empresa do grupo Martifer SGPS, responsável pelo sector solar fotovoltaico do grupo, detém uma das fábricas mais avançadas do mundo na produção de módulos fotovoltaicos. Foi uma das primeiras empresas do sector a avançar para o desafio de produzir, de forma completamente automatizada, módulos fotovoltaicos e a colocá-la em funcionamento com êxito. Leandro Bento Martifer Solar leandro.bento@martifer.com

Parceiros Técnicos O projecto deu os primeiros passos no início de 2007, altura em que a Martifer Solar efectuou um estudo de mercado sobre potenciais fabricantes de equipamento, capazes de fornecer a solução pretendida. Dentro da curta lista de fornecedores, foram seleccionados os que, pela sua experiência e histórico, davam à Martifer Solar maiores garantias de sucesso no desenvolvimento do projecto. A equipa criada para desenvolver o projecto contava com a participação de três empresas.

das actividades de transporte e manuseamento das matérias-primas no processo produtivo, com recurso a robots. É também a empresa responsável pela integração e comunicação de todos os equipamentos da linha de produção.

Spire Solar, INC, empresa norte-americana, fornecedora de equipamentos para produção de módulos fotovoltaicos, com mais de 25 anos de experiência no mercado, que assumiu a gestão do projecto.

Desta forma a Martifer Solar consegue aliar a experiência americana em equipamento de produção fotovoltaico, com a experiência alemã nas soluções de automação e robótica.

KUKA Systems, empresa alemã, fornecedora de soluções robóticas, com larga experiência na indústria automóvel, e que neste projecto assume todo o desenvolvimento

Capacidade da Linha de Produção A linha de produção tem capacidade para produzir diariamente cerca de 660 módulos fotovoltaicos, o que representa cerca de 150

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Martifer Solar, S.A., que assume funções de construtor e preparador do edifício que acolhe a linha de produção, assim como de todas as utilities necessárias ao bom funcionamento da mesma.

kW/dia. No final de uma semana, e num regime de 24/7, acumula a produção de 1 MW. Apesar de ter neste momento uma capacidade de produção anual de 50 MW, a linha foi desenvolvida para que a duplicação da sua capacidade fosse possível, de uma forma simples e sem ser necessário proceder a alterações significativas. Apenas os elementos de estrangulamento da linha de produção, que limitam a capacidade da mesma, necessitarão de ser compensados com equipamentos extra. Esta compensação poderá ser feita com a colocação de equipamentos ou simplesmente através da optimização de processos, sempre que seja possível. As infra-estruturas de suporte da linha de produção, como as redes de electricidade, ar comprimido e água, bem como a climatização da nave fabril, foram igualmente projectadas para poderem responder a uma expansão da capacidade da linha.


dossier solar fotovoltaico

desenvolvimentos da tecnologia fotovoltaica a médio prazo

A tecnologia fotovoltaica tem mostrado uma evolução sustentável, sendo hoje uma tecnologia madura. Espera-se que nos próximos anos existam mais progressos que nas últimas 3 décadas. O mundo mudou e as energias renováveis também. Não se esperam grandes revoluções mas é imperativo que a energia fotovoltaica assuma o papel que lhe é devido e que conquiste um lugar de destaque no mix energético à escala Global. Rui Serra Lobo CEO Open Renewables, S.A. ruilobo@openrenewables.com

1. Enquadramento Histórico da Tecnologia Fotovoltaica Desde a década de 80 que os módulos fotovoltaicos apresentam configurações padronizadas, cujos pressupostos têm-se mantido válidos até à actualidade. Efectivamente a esmagadora maioria dos produtos introduzidos no mercado, apresentam-se sob um formato rectangular, células quadradas ou pseudo-quadradas encapsuladas entre um superstrato de vidro e um substrato à base de Polyester e Tedlar, um caixa de ligação equipada com diodos de bypass e conectores polarizados, envolvidos num perfil de alumínio anodizado à cor natural. O módulo fotovoltaico foi um componente puramente passivo, desprovido de quaisquer funcionalidades adicionais. A evolução dos módulos fotovoltaicos tem 58

sido, quase sempre, ditada por imperativos quantitativos do mercado, nomeadamente pela escassez de matérias-primas. A Indústria e os profissionais de I&D desenvolveram, proactivamente, soluções inovadoras e que se adequam aos requisitos individuais de cada projecto e preferência de cada cliente. No entanto, a contínua pressão sob a Indústria para minimizar os deficits de capacidade de produção em função da elevada procura acabaram por relegar para segundo plano a implementação e aceitação destas tecnologias. Neste cenário tornou-se extremamente difícil a um consumidor sem conhecimentos específicos do sector, escolher o modelo e fabricante que melhor correspondem às suas expectativas. Esta realidade é ainda agravada pela furiosa concorrência asiática, patrocinada pelos respectivos governos, que desde sempre tentam limitar a diferenciação ao preço. Importa no entanto

elucidar o consumidor final que a liderança do sector sempre foi detida pelos fabricantes europeus ao nível tecnológico e que essa tecnologia resulta em soluções mais fiáveis, duradouras, esteticamente agradáveis e financeiramente mais interessantes a médio prazo.

2. Evolução tecnológica Apesar da proliferação tecnológica no sector fotovoltaico ao nível da I&D, as tecnologias cristalinas, nomeadamente monocristalino e policristalino deverão continuar a dominar o mercado. Os filmes finos, apesar de serem cada vez mais sofisticados e eficientes, ainda se encontram bastante distantes da tecnologia cristalina, com eficiências a rondar os 11%. Por outro lado, a eficiência na tecnologia policristalina situa-se por volta dos 16,0% enquanto o monocristalino ronda os 17%.


investigação e tecnologia

mais próximos da fotossíntese artificial: nova forma de captura e armazenamento da energia solar Decorreu entre os dias 27 e 31 de Março de 2011 em Anahein, Califórnia, a 241ª reunião nacional da American Chemical Society onde foi apresentado um estudo que segundo os autores irá revolucionar a forma como se encara a energia solar tanto ao nível da produção de energia eléctrica bem como do seu armazenamento. Sendo um assunto acerca da produção renovável, caminho que muitos consideram ser a única alternativa energética com futuro, reforçada pelo crescente preço do petróleo e pela má imagem que o desastre de Fukushima está a passar acerca da energia nuclear, faz aumentar o interesse por este tipo de notícias. Pedro Fonte Docente do ISEL pfonte@deea.isel.ipl.pt

Apesar de ter sido apresentada em Março de 2011, já em meados de 2008, apareceu na publicação online MITnew, uma notícia acerca de uma descoberta que supostamente iria revolucionar o modo como poderíamos armazenar energia solar, descoberta esta feita pelo professor Daniel Nocera, res-

Figura 1 Professor Daniel Nocera (fonte: http:\\web. mit.edu).

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ponsável pelo Nocera’s Laboratory e um dos seus membros, Matthew Kanan. Segundo o seu artigo, “Solar power has always been a limited, far-off solution. Now we can seriously think about solar power as unlimited and soon”, inspirados no processo da fotossíntese das plantas, criaram um processo revolucionário para fazer a separação da água em Oxigénio e Hidrogénio e desse modo “armazenar energia eléctrica para quando não há Sol”. Segundo ele, a energia solar tem maior potencial do que qualquer outra fonte de energia para resolver os problemas energéticos mundiais. Numa hora a totalidade da radiação solar que atinge a Terra seria suficiente para abastecer as necessidades energéticas mundiais durante um ano. Para os leitores familiarizados com o tema, e numa primeira análise, aparentemente este processo não trazia nada de novo, hoje em dia já é possível armazenar energia produzida através do Sol, na forma de Hidrogénio e Oxigénio produzidos através de um electrolizador, para mais tarde ser consumido numa pilha de combustível e, desse modo, obter-se energia eléctrica mesmo quando não há Sol. No entanto, se pensarmos que os sistemas fotovoltaicos apresentam rendimentos entre

os 6 e os 17% e os electrolizadores industriais entre 65 e 80%, o rendimento total da conversão cifra-se entre os 5 e os 14%, valores muito baixos e com custos proibitivos. Assim, torna-se interessante analisar a euforia que esta descoberta está a despertar. Por exemplo James Barber, professor de bioquímica no Imperial College of London e líder no estudo da fotossíntese caracterizou a descoberta de Nocera e Kanan como “um salto gigante para a produção de energia, limpa, livre de Carbono e numa escala maciça”.

Método proposto por Nocera e Kanan inspirado na fotossíntese Segundo a publicação ”Solar Energy Supply and Storage for the legacy and Nonlegay Worlds”, apesar de o Hidrogénio ser considerado o combustível, a dificuldade de obtenção do Oxigénio a partir da água tem sido a principal barreira para uma electrólise mais eficiente. Nesse sentido, os componentes chave, do processo proposto por Nocera e Kanan, são os catalisadores que produzirão o Oxigénio. Quando apresentaram alguns resultados em


mundo académico

energias renováveis: algumas rotas em desenvolvimento no lepae Actualmente é da maior importância a investigação e o desenvolvimento nas áreas da energia fotovoltaica e da bioenergia, razão pela qual vários estudos estiveram e estão em desenvolvimento no Laboratório de Engenharia de Processos Ambiente e Energia (LEPAE). As actividades de investigação procuram obter avanços científicos significativos, para simultaneamente usar este novo conhecimento no apoio ao desenvolvimento de processos e produtos inovadores. A cooperação com a indústria e instituições governamentais e a formação avançada de jovens investigadores são também objectivos centrais do LEPAE. Maria da Conceição M. Alvim-Ferraz, Joana Maia Dias, Manuel Fonseca Almeida, Manuel Simões, Helena Aguilar LEPAE Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

Actualmente, o consumo mundial de energia é cerca de 1,3 x1013 W (correspondente à energia que seria necessária para evaporar 6 t s-1 de água), estimando-se que para satisfazer as necessidades futuras o consumo aumente cerca de 60% nos próximos 25 anos; a Humanidade parece, assim, ser insaciável em termos energéticos (Rittmann, 2008). Cerca de 80% do consumo actual tem sido assegurado pela queima de combustíveis fósseis, que, sendo uma forma condensada de energia, têm características ideais de transporte, permitindo uma transformação relativamente eficiente nas formas de energia que a sociedade necessita: calor, electricidade e força motriz. No entanto, a queima dos combustíveis fósseis tem transferido para a atmosfera anualmente cerca de 6x109 toneladas de carbono na forma de CO2 (Rittmann, 2008), tendo sido acumulado na atmosfera em pouco mais de 100 anos muito do carbono que se tinha armazenado nos combustíveis fósseis durante centenas de milhares de anos. O aumento da concentração de CO2 na atmosfera é consequência directa deste fenómeno. A nível Mundial, 43% da energia produzida por combustíveis fósseis provém do petróleo, 40% do carvão e 17% do gás natural (Rittmann, 2008). Tudo leva a crer que as reservas mundiais de petróleo com extracção eficiente irão diminuir preocupantemente nos próximos 20 a 40 anos, mas existem ainda disponíveis grandes reservas de carvão, que têm vindo a ser intensivamente usadas sobretudo pelos países em vias de desenvolvimento, tais como a China e a Índia. O salto do petróleo para o carvão conduzirá, no entanto, a um aumento significativo da concentração de CO2 na atmosfera, pois as emissões associadas à queima de carvão são cerca do dobro das associadas à produção equivalente de energia a partir de produtos de petróleo. Portugal é um país sem recursos próprios de petróleo, 70

renováveismagazine

carvão e gás natural; sendo totalmente dependente das suas importações, tem uma elevada dependência energética do exterior, com os consequentes desequilíbrios na balança económica externa; em média, 84% da energia primária consumida provinha de combustíveis fósseis entre 1990 e 2007; os restantes 16% provinham de energia de fontes renováveis (CCDRN, 2009). Em termos relativos, o petróleo representava 61,5% do consumo total de energia primária em 2000, contra 58,7% em 2005; note-se que esta percentagem é significativamente superior aos 43% correspondentes à energia Mundial produzida com base no petróleo, o que evidencia a dependência de Portugal relativamente ao petróleo. No que diz respeito à dependência das fontes de energia, a sociedade, tal como hoje está estruturada, confronta-se com três gigantescos riscos: i) a exaustão das reservas de recursos; ii) a luta geopolítica pela competição no controlo das reservas de recursos; e iii) as alterações climáticas associadas ao aumento das emissões de GEE, nomeadamente de CO2. Se a concentração de CO2 não estabilizar nos 550 ppmv, como se pretende, e as concentrações continuarem a subir até 2100, as previsões são alarmantes: relativamente a 19801990, no fim do século XXI estimam-se aumentos na temperatura média global que variam de 1,8 a 4° C, dependendo do cenário considerado (USEPA, 2009); a já perceptível diminuição do volume dos glaciares de montanha, dos icebergs e da espessura das calotes polares poderá conduzir a uma subida do nível médio do mar até 80 cm, o que acarretará o desaparecimento de grande parte dos lagos e reservas aquáticas; ocorrerão comportamentos extremos no clima (furacões, secas e cheias) com muito maior frequência, bem como alterações dos regimes de precipitação que levam à alternância de períodos prolongados de seca com períodos de precipitação


artigo técnico

a microprodução fotovoltaica A microgeração segue o seu caminho, com a nova lei 118-A/2010, após uma interrupção, de alguns meses. Existem actualmente cerca de 10 mil microprodutores, o que corresponde a aproximadamente a 35,3 MW. É pouco, mas é a expressão de uma nova perspectiva do que serão os sistemas energéticos do futuro, a nova perpectiva “power from the people”. Rui Azevedo e Hélder Correia Smartwatt rui.azevedo@smartwatt.pt, helder.correia@smartwatt.pt

A História começa aqui… Ainda me lembro do dia em que saiu o Decreto-Lei 367/2007, era uma realidade nova para nós, desconhecida, cheia de dúvidas, não tínhamos histórico para sustentar os nossos argumento técnico-comerciais junto dos clientes, não tínhamos a certeza do comportamento das instalações, se produziriam na realidade aquilo que os programas de simulação nos diziam. em termos técnicas as dúvidas eram muitas e subsistiam. a própria entidade Reguladora/Certificadora, Certiel, tinha as mesmas dúvidas, como se iria efectuar o pagamento da energia produzida ao Produtor, e pagavam? Quando? Como? Por quanto tempo? Que segurança tinha o produtor? O investimento na altura de uma Microgeração (±25.000 €) dava para comprar um bom carro por exemplo, era este o tipo de questões com que fomos confrontados juntos dos nossos clientes! O Português é desconfiado...está escaldado, a história muitas vezes têm-lhe dado razão, mas neste caso felizmente que não teve. Mas como bons Portugueses que somos, demos a volta, no bom sentido, claro, a todas estas questões. com o tempo fomos refinando a nossa oferta, a nossa qualidade de serviço, o pós-venda, que é muito importante nestas situações. Em 2008 o valor por kWh com que o Microprodutor era remunerado no ano zero (desde a data de ligação até 31 Dezembro desse ano) até aos cinco seguintes foi de 0,65 €/kWh, tinha de ser para o investimento ser economicamente atractivo, investimento versus receita. O registo (licenças) era obtido através do SRM 74

(Sistema Registo Microgeração) na página, www.renovaveisnahora.pt, com dia e hora a publicar no website, onde era disponibilizada uma cota, normalmente 3 MW. Com o evoluir da situação, as primeiras instalações a funcionarem em pleno, algumas até a produzirem acima do projectado, os Microprodutores a serem remunerados pelo Comercializador de energia a tempo e horas, a rentabilidade do investimento era da ordem dos 12%, a própria Banca a criar produtos financeiros específicos para a Microgeração financiando as instalações a 100%, ou seja, a conjectura técnica/económica/financeira e a confiança por parte dos clientes subiu em flecha o que originou um aumento exponencial da procura em relação à oferta das licenças disponíveis. Em síntese no final de 2009 assistiu-se a uma situação que era contra o princípio com que o Decreto-lei foi pensado, que era pagar uma tarifa bonificada por cada kWh injectado na rede pelo Produtor de forma a que este amortizasse o investimento num período razoável (8 a 9 anos) em que vigorava o contrato (15 anos), passando a ser visto como um produto financeiro, devido ao abaixamento dos preços de aquisição quando a tarifa ainda estava em níveis altos, 0,6175 €/kWh, tudo isto levou e bem, a que a Legislação fosse alterada. Como principais alterações, aumentaram-se as cotas anuais disponíveis, 25 MW por ano durante dez anos, com uma tarifa base anual de 0,40 €/ kWh nos primeiros oito anos e 0,24 €/kWh nos restantes sete em 2010, mas em cada ano decresce 0,02 €/kWh em cada um dos períodos. Este ajustamento permitiu que o “princípio” com que o Decreto de Lei foi pen-

sado voltasse à primeira forma, o número de instalações (cota disponível) anuais fosse aumentado, o processo de obtenção do registo por parte do Produtor fosse feito de uma forma menos burocrática e simples. agora é possível a qualquer momento efectuarmos o registo no SRM ficando apenas a aguardar a publicação mensal da atribuição das licenças, e quais os player´s que podem operar no mercado, tudo isto está a acontecer…

A nova lei n.º 118-A/2010 A produção de electricidade para venda à rede até 11,04 kW para condomínios, e até 5,75 kW para as restantes instalações, permite a ligação em monofásico ou trifásico de acordo com a potência de ligação. A potência de ligação de cada unidade está limitada a 50% da potência contratada para a instalação, contudo o regime bonificado limita a potência a 3,68 kW. Para, os condomínios acederem ao regime bonificado é necessária uma auditoria energética, e implementar as medidas de eficiência identificadas na auditoria com um tempo de retorno inferior a dois anos. Para os restantes edifícios é necessário possuir pelo menos 2 m2 de colector solar térmico ou caldeira a biomassa. Mas a grande diferença do presente Decreto-Lei para o anterior prende-se com a remuneração da energia. Este documento fixa a tarifa de referência em 400 €/MW para os primeiros oito anos e 240 €/MW para os 7


artigo técnico

as obrigações solares térmicas na Europa – 2.ª parte (continuação da última edição)

Manuel João Lopes Prates LNEG – Laboratório Nacional de Energia e Geologia lopes.prates@lneg.pt

Desenvolvimento do Mercado Solar Térmica a nível Europeu e Mundial A nível mundial já existem, pelo menos, 66 países, incluindo os 27 da União Europeia, com objectivos globais da política de energias renováveis de algum tipo. Um desses tipos (MRET – Mandatory Renewable Energy Target) diz respeito ao estabelecimento de requisitos mínimos obrigatórios em termos da quota de electricidade de fontes renováveis de energia em relação à electricidade global vendida, incluindo-se a contribuição do solar térmico como poupança de gasto de energia eléctrica. É o caso da Austrália, que veremos com mais detalhe num ponto seguinte. No caso da União Europeia, esses objectivos globais obrigatórios, para cada Estado-Membros, foram estabelecidos pela chamada Directiva das Renováveis [1], no seu Anexo I, sob a forma de quota de energia proveniente de fontes renováveis no consumo final bruto de energia em 2020, coerentes com uma quota global de, pelo menos, 20%. Os Estados Unidos da América não têm uma meta global definida, mas 29 dos seus Estados já têm a sua meta estadual definida. O mesmo se passa com o Canadá, em que 9 dos seus Estados já a definiram. De um modo geral os objectivos globais são defini78

dos em termos de quotas de produção de energia eléctrica, mas nalguns casos são definidos em termos do fornecimento de energia primária, noutros em termos de capacidade instalada, e noutros de forma diversa. Naturalmente, estes objectivos globais são estabelecidos por cada Estado em função do nível de desenvolvimento das suas tecnologias energéticas renováveis e dos seus respectivos mercados. A Agência Internacional de Energia define essas tecnologias como pertencentes a três gerações, cobrindo um período de mais de 100 anos: • Tecnologias da primeira geração, que surgiram desde o evento da revolução industrial até final do Século XIX, e que incluem a produção de electricidade por via da energia hídrica (hidroelectricidade), a produção de calor por combustão da biomassa, e a produção de electricidade e/ou calor por via da energia geotérmica; • Tecnologias da segunda geração, incluíndo o aquecimento e o arrefecimento solar, a energia eólica, os biocombustíveis e o solar fotovoltaico, desenvolvidas por ID&D desde os anos 80, por força das crises do petróleo de 1973 e 1979, e dos benefícios ambientais em termos da diminuição da emissão para a atmosfera de gases com efeito de estufa; • Tecnologias da terceira geração, que es-

tão actualmente em desenvolvimento, a nível de ID&D, tais como gaseificação da biomassa, da biorefinação, do solar térmico concentrado, do solar fotovoltaico concentrado, da energia geotérmica designada de rochas-secas-quentes (hot-dry-rock), e da energia dos oceanos. Por outro lado, atingindo a nova tecnologia o estado de maturidade, há que criar as condições necessárias para as lançar no mercado: criar um esquema de certificação dos produtos que as utilizam e dos instaladores que vão dar corpo à sua utilização, tornar esses produtos conhecidos dos utilizadores, dos fornecedores, dos projectistas, entre outros, ou seja criar um mercado que se possa auto sustentar, através de um pacote integrado de políticas, com medidas concretas bem definidas. De entre os tipos de política mais usados a nível mundial, distinguem-se os seguintes [2]: • Subsídios em função da área dos colectores instalados: o subsídio directo é o tipo de política mais utilizada para promover as energias renováveis, designadamente na Áustria, Alemanha, Suécia, Holanda e Austrália. Na maior parte dos casos o subsídio é atribuído em função quer da área quer do rendimento dos colectores solares térmicos. Contudo, conforme é


artigo técnico

a miniprodução fotovoltaica em Portugal Dia 8 de Março foi publicada em DR a Lei da Minigeração. Esta lei vem preencher um espaço de aplicação do fotovoltaico há muito solicitado. Consiste em definir os procedimentos que regulam a instalação de sistemas fotovoltaicos com potências superiores ao regime de microprodução e inferiores a 250 kW. Os procedimentos são muito semelhantes aos da microprodução: fáceis, rápidos e orientados para a instalação de fotovoltaico no edificado. No entanto existem algumas diferenças, tais como a sua vinculação a medidas de eficiência energética, a bonificação mais reduzida e o critério de aprovação do registo. Embora a lei da miniprodução esteja aberta a várias tecnologias será certamente a fotovoltaica aquela que mais interesse despertará nos promotores e será também sobre esta tecnologia que concentraremos as nossas atenções neste artigo. Paulo Saraiva, Smartwatt Raphael Freire, FEUP paulo.saraiva@smartwatt.pt, ee04166@fe.up.pt

I. Enquadramento O incentivo à produção de energia a partir dos recursos renováveis faz parte da política energética da União Europeia e Nacional de forma a combater a dependência da UE da energia externa, nomeadamente do petróleo e gás natural.

Em Portugal foi aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 29/2010 a Estratégia Nacional para a Energia (ENE 2020), com o horizonte de 2020. Esta estratégia definiu objectivos muito claros para as produções de energia a partir das diversas fontes renováveis.

O combate a esta dependência passa pela promoção da geração endógena (renovável), que faz parte do item da segurança e abastecimento da UE, sendo uma das três vertentes da política energética europeia.

Inicialmente a aposta foi efectuada na energia hídrica e eólica, mas agora a energia solar posicionou-se como o recurso com maior potencial de desenvolvimento, desde já pela sua complementaridade com as restantes. Foi assim que se passou para a concretização de diversos programas, inicialmente microprodução com capacidades de instalação até 3,68 kW.

Figura 1 Base da Política Energética Europeia. Fonte: ERSE.

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Mais recente é a novidade do programa da miniprodução que através do novo decreto-lei n.º 34/2011 permite a produção de energia eléctrica até 250 kW. A quota de potência a alocar anualmente no âmbito do regime bonificado é de 50 MW sendo a sua atribuição escalonada ao longo do ano, de

acordo com a programação a estabelecer pela DGEG.

II. Decreto-Lei N.º 34/2011 A. Introdução A produção de electricidade a partir de recursos renováveis em sistemas de pequena potência – miniprodução – vem completar o regime de microprodução já existente e legislado pelo decreto-lei nº 118-A/2010. A miniprodução permite ao produtor consumir a energia que produz mas também, dentro de certas restrições, vender toda a energia que produz à RESP (Rede Eléctrica de Serviço Público). Para se ser produtor, no regime de miniprodução, é necessário que o produtor detenha um contrato de fornecimento de electricidade com consumos que sejam significativos, e que a instalação do sistema seja no local servido por esse contrato. No seguimento deste ponto, é também obrigatório que a miniprodução a ser


artigo técnico

tipos de tecnologias de turbinas utilizadas nas centrais mini-hídricas De todos os elementos que constituem uma central minihídrica as turbinas e os geradores são os que mais dizem respeito à engenharia electrotécnica. Este artigo pretende apresentar os tipos de turbinas utilizadas nas centrais mini-hídricas. Estas podem ser classificadas por duas tecnologias distintas: turbinas de acção ou turbinas de reacção. As turbinas de acção podem ser do tipo Pelton ou Banki-Mitchell. As turbinas de reacção podem ser do tipo Francis, Kaplan ou Hélice. Pedro Gomes(1), Pedro Fernandes(2), Nelson Silva(3) Instituto Superior de Engenharia do Porto (1)

1071106@isep.ipp.pt; (2)1070172@isep.ipp.pt; (3)1070169@isep.ipp.pt

1. Introdução De entre os elementos constituintes de uma central mini-hídrica, as turbinas são dos equipamentos que mais dizem respeito à área da engenharia electrotécnica. A escolha da turbina é crucial para o bom rendimento da central e deverá ter sempre em conta três parâmetros: a queda, o caudal e a potência. As turbinas podem ser divididas em turbinas de acção (ou impulso) ou de reacção, consoante o seu princípio de operação. Estas são máquinas primárias que têm por missão converter a energia potencial gravítica e/ou cinética em energia mecânica e necessitam de uma grande manutenção periódica uma vez que sofrem um grande desgaste devido à acção da água. A turbina hidráulica corresponde a uma parcela muito significativa do custo de uma central mini-hídrica pelo que se torna essencial e se reveste de particular interesse estudar criteriosamente qual o tipo de tecnologia de turbina a implementar em cada solução [1].

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2. Turbinas de Acção ou Impulso Como turbinas de acção para aproveitamentos hidroeléctricos de pequena escala, referem-se as turbinas Pelton e Banki-Mitchell, as quais se adequam a uma utilização caracterizada por quedas relativamente elevadas e baixos caudais [2]. Nestas, a roda é actuada pela água à pressão atmosférica. As turbinas de acção em comparação com as de reacção apresentam um maior número de vantagens: são mais tolerantes a areias e outras partículas existentes na água; a sua estrutura permite uma maior facilidade de fabrico e melhor acesso em caso de manutenção; são menos sujeitas ao fenómeno de cavitação (embora em aproveitamentos com grandes quedas torna-se difícil evitar tal fenómeno).

2.1. Turbinas Pelton As turbinas Pelton são turbinas de acção porque utilizam a velocidade do fluxo da água para provocar o movimento de rotação. A sua constituição física consiste num rotor, em torno do qual estão fixadas as conchas, por uma tubagem forçada de adução contendo um ou mais injectores e por blindagens metálicas. O jacto de água que incide nas conchas é tangencial, motivo que leva a que estas turbinas se denominem tangenciais. Os injectores podem ser reguláveis. A Figura 1 apresenta o esquema e uma fotografia de uma turbina Pelton no seu campo de trabalho.

Aquando a existência de um dispositivo regulador de fluxo ou variador do número de jactos, estas possuem um rendimento mais elevado e uniforme.

As vantagens deste tipo de turbinas são a facilidade com que se pode trocar peças, a facilidade de reduzir as sobrepressões nas tubagens e a exigência de pouco caudal. A potência mecânica fornecida por estas turbinas é regulada pela actuação nas válvulas de agulha dos injectores [5].

A maior desvantagem das turbinas de acção é que são, na maioria dos casos, desadequadas para aproveitamentos de pequena queda [4].

As turbinas Pelton podem ser de eixo vertical ou horizontal e são utilizadas em aproveitamentos hidroeléctricos caracterizados por pequenos caudais e elevadas quedas úteis.


reportagem

por Helena Paulino

Genera com propostas para as novas necessidades energéticas A Feira Internacional de Energia e Meio Ambiente – Genera – celebra a sua 14.ª edição de 11 a 13 de Maio na IFEMA – Feria de Madrid. Numerosas propostas de elevado interesse para o actual contexto das energias renováveis e poupança energética serão apresentadas neste evento. A revista “renováveis magazine” não podia deixar de marcar presença neste importante certame.

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renováveismagazine

A Genera – Feira Internacional de Energia e Meio Ambiente, organizada pela IFEMA e promovida pelo Instituto para a Diversidade e Poupança de Energia (IDAE), reunirá no próximo mês de Maio nos Pavilhões 8 e 10, empresas do sector das energias renováveis e de optimização do consumo de energia. Na sua 14.ª edição o destaque vai para o veículo eléctrico, estando reservado uma zona para organismos e instituições participantes no Plano MOVELE, o correspondente espanhol ao português Mobi.E. Na Genera estão representados outros sectores importantes como a cogeração, gás, petróleo, carbono, energia, geotérmica, eficiência energética, hidráulica, solar térmico e solar fotovoltaico, biomassa e resíduos, biocombustíveis, hidrogénio, células de combustível, solar termoeléctrica, serviços energéticos e outras energias alternativas.

A 14.ª edição da Genera contará com uma ampla representação nacional e internacional das principais empresas e fornecedores do sector das energias renováveis. Pelo quarto ano consecutivo, a Galeria de Inovação reunirá as propostas mais vanguardistas criadas pela indústria e pelos centros de investigação no que diz respeito ao material energético, do meio ambiente e de impulso das fontes renováveis de produção e poupança de energia, convertendo o evento no epicentro das principais tendências de investigação e desenvolvimento neste campo. A ampla oferta que apresenta a feira e a sua capacidade como cenário de encontro e intercâmbio de experiências para os profissionais, já consolidou a Genera como uma referência na indústria das fontes alternativas de produção e poupança energética. Um facto confirmado pelos bons resultados


renováveis em casa

dimensionamento de um sistema autónomo híbrido FV e eólico para a iluminação de uma moradia unifamiliar

A Energia Fotovoltaica é uma alternativa ao problema da dependência energética, dado que o país possui em abundância energia solar, eólica, biomassa e ondas. Com a utilização de equipamentos de energias alternativas, apenas advém custos de manutenção, instalação e compra de equipamentos. O presente artigo apresenta os passos para um correcto dimensionamento de um sistema autónomo para uma habitação. Filipe Pereira Engenheiro Electrotécnico (ISEP) Professor na Escola Secundária D. Sancho I

A nossa economia, actualmente, tem uma elevada dependência das energias tradicionais. Estas têm um impacto que é prejudicial ao equilíbrio ecológico do planeta. Os preços do petróleo, carvão e gás natural não param de subir, uma vez que as reservas destes estão cada vez mais a diminuir. O nosso país gasta imenso dinheiro na importação de energia, o que faz com que não invista noutras áreas que são muito mais benéficas para o país. A Energia Fotovoltaica é sem dúvida uma alternativa a este problema, dado que o país possui em abundância energia solar, eólica, biomassa e ondas. Com a utilização de equipamentos de energias alternativas, apenas advém custos de manutenção, instalação e compra de equipamentos. No caso do solar fotovoltaico, esta é uma fonte de energia, que através das suas células, converte directamente a radiação solar em energia eléctrica. Esta fonte de energia, (tendo como base as células fotovoltaicas) para produção de electricidade, apresenta as seguintes vantagens: • É uma fonte de energia renovável e inesgotável; • Não é poluidora; • É economicamente competitiva e permite períodos de retorno de investimento rápidos; • Contribui para a redução da dependência energética externa de Portugal; • A tecnologia existente no mercado já está suficientemente madura e fiável; • Não exige grandes manutenções; • Outros. 148

Neste artigo pretendo apresentar, passo-a-passo, como se deve proceder a um correcto dimensionamento de um sistema autónomo híbrido FV e Eólico para a iluminação de uma moradia familiar.

Tipos de sistemas fotovoltaicos Os sistemas fotovoltaicos podem-se classificar em dois tipos: • Sistemas de ligação à rede de distribuição eléctrica nacional; • Sistemas isolados. Sistemas isolados Os sistemas isolados são sistemas constituídos por um conjunto de painéis, um regulador de carga, uma ou mais baterias e um inversor. Os reguladores de carga são os responsáveis pelo controlo da carga das baterias. Por sua vez as baterias deverão ter capacidade suficiente para alimentar as cargas durante a noite ou durante dias com baixos valores de radiação. Aos sistemas isolados podemos ter associada outra fonte de energia, e nesse caso estamos perante um sistema híbrido. Esta energia é considerada muita das vezes como uma energia de apoio. A grande desvantagem destes sistemas para grandes potências reside na utilização de imensas baterias, o que vai elevar o custo da instalação e também da própria manutenção das mesmas. Os módulos solares fotovoltaicos produzem energia eléctrica em corrente contínua, a partir da energia obtida pela exposição solar.


barómetro das renováveis

barómetro das renováveis Março 2011 O barómetro das energias renováveis pretende manter informados os nossos leitores sobre a evolução das potências instaladas e das correspondentes produções de energia. A informação apresentada sobre potências instaladas tem como fonte as estatísticas rápidas da DGEG de Dezembro de 2010 e a informação sobre produção tem como fonte a informação de produção diária desagregada disponibilizada no website da REN até 31 de Março de 2011. Cláudio Monteiro, com a colaboração de António Sérgio Silva

vel, bastante mais acentuada do que no ano A potência instalada de Fontes de Energia anterior, em especial na produção hídrica. Renovável (FER) somou 9.490 MW no final Comparando o ano anterior (de Abr. 2009 a de Dezembro de 2010. Crescendo relativaMar. 2010) com o ano actual (de Abr. 2010 a mente a Novembro de 2010, mais 35 MW Mar. 2011), concluímos que o consumo aude eólica, 1,3 MW de fotovoltaica e 1 MW mentou 2,6% (1.327 GWh) e a fracção de de Biogás. Existe ainda 1.080 MW licenciarenovável aumentou 15,5% (4.183 GWh). A dos por instalar, distribuída da seguinte forprodução térmica anual, excluindo a PRE, desma: 593 MW de eólica, 332 MW de biomasceu de 47% para 40%. Nos últimos 12 meses sa e 139 MW de mini-hídrica. tivemos muita produção hídrica, cerca de 22% Nestes últimos meses de Fevereiro e Março Potência Instalada FER (MW) mais do que nos 12 meses anteriores. Apesar assistimos a uma descida da fracção renová-

da capacidade eólica ter aumentado cerca de 13% (450 MW), o incremento de produção nos últimos 12 meses foi apenas de 1,6% (138 GWh), indiciando um ano com um recurso eólico 4,5% inferior ao ano anterior. A produção térmica PRE aumentou 20% apesar da sua capacidade instalada aumentar apenas 7,7%. A produção fotovoltaica aumentou 33,1% apesar da capacidade instalada ter aumentado 54%, mas com a maior produção do verão certamente estes valores ficarão mais equilibrados.

(Julho 2010)

Potência Instalada (MW)

Potência Licenciada (MW)

Potência Instalada FER (MW)

16

(Dezembro 2010)

Potência Instalada FER (MW Potência Instalada FER (MW) (Outubro 2009)

188

621

135

Licenciada Licenciada (Outubro 2009)

4497

360

334

5,6

3802

119,4

88

5000

84 106

58

Eólica

Biomassa (c/ cogeração)

4,2

22

5000 Grande Hídrica (>10 MW)

4500

4500 PCH (<= 10 MW)

Resíduos Sólidos Urbanos

Fotovoltaica

instalada

Instalada instalada

Licenciada

Biomassa (s/ cogeração)

Biogás

Ondas/Marés

787 787 Figura 1 Potência instalada da Fontes de Energias Renováveis (FER) em Dezembro 2010. Fonte: baseado nas estatísticas rápidas da DGEG. 3500 3500

4000 4000 3000 3000

4515 4515

2500 2500

3455

2000 2000

3455

Consumo Mensal

1500

1500

1000

1000

(GWh)

500

500

0

Produção PRE Onda Produção Mensal ( PRE Fotovoltaica PRE Eólica Produção Mensal (GWh) (>10 MW) PRE Fotovoltaica Produçao não renovável PRE Ondas PRE Fotovoltaica PRE Hidráulico Produção Mensal (GWh) PRE Hidráulico Produçao não renovável PRE Ondas PRE Fotovoltaica PRE Hidráulico Albufeira SEP PR 5500 44% FER 5500 PRE Hidráulico Produção Mensal (GWh) Albufeira SEP Produçao não renovável PRE Ondas PRE Fotovoltaica Albufeira SEP PRE Térmico Fio Á 5000 44% FER Produção Mensal (GWh) 5000 PRE Térmico Produçao não renovável PRE Ondas PRE Fotovoltaica 5500 PRE Hidráulico Albufeira SEP PRE Térmico Fio Água SEP 44% FER 60% FER PRE E 4500 47% 5500 Produção Mensal (GWh) 5000 Albufeira SEP 60% FER 4500 Fio Água sep Produçao não renovável PRE Ondas PRE Fotovoltaica PRE Hidráulico PRE Térmico Fio Água SEP PRE Eólico 47% FER 44% FER Produção não renovável Produçao não renovável

0 Grande Hídrica Eólica (>10 MW) Grande Hídrica

PRE Ondas PRE Ondas

Produçao não renovável

4000

40% FER 38% FER 35% 33% FER 38% FER 40% FER 3500 5500 35% FER 5000 60% FER 4000 3500 47% FER 44% FER 35% FER 35% 33% FER 40% FER 38% FER 3000 68% FE 5500 35% FER 5000 40% FER 60% FER 47% FER 3500 4500 35% FER 4000 3000 84% FER 44% FER 35% FER 33% FER 40% FER 38% FER 68% FER 5500 35% FER 40% FER 5000 mensalmente4500 55% FER 60% FER 2500 4000 3500 Fonte: baseado na 47% FER Figura 2 Energia produzida pelas Fontes de Energias Renováveis (FER). informação de produção diária35% FER disponível 35% FER no website 84% FER da REN. 3000 44% FER 40% FER 38% FER 33% FER 2500 68% FER 35% FER 5000 40% FER 55% FER 60% FER 47% FER 4500 35% FER 4000 3500 2000 3000 35% FER 2000 33% FER 2500 40% FER 38% FER 35% FER 60% FER 47% FER 4500 35% FER 40% FER 55% FER 4000 3500 3000 2500 35% FER 1500 2000 33% FER 1500 38% FER 40% FER 154 4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 1000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500 500 3000 2500 2000 1500 1000 500 0 0 2500 2000 1500 1000 500 jan‐09 Fev Mar jan‐09 Abr 0 Fev Mai M

GWh

PRE Térmico Fio Água SEP 4000 60% FER 47% FER

GWh

4500 Albufeira SEP

GWh

5000 PRE Hidráulico 44% FER 4500

GWh

5500 PRE Fotovoltaica

GWh

PRE Ondas

GWh

GWh

GWh

Produçao não renovável

PRE Eólico PRE Eólico


bibliografia

Edifícios Existentes - Medidas de Melhoria de Desempenho Energético e da Qualidade do Ar Interior

€ 33,34

ISBN: 978-972-86-4616-5 Editora: Verlag Páginas: 120 Edição: 2011 Obra em Português Venda online em www.engebook.com

Este livro é uma avaliação técnico-económica de medidas de melhoria da eficiência energética. Um dos pontos do Certificado Energético, de preenchimento obrigatório, é a apresentação de medidas de melhoria do desempenho energético e da qualidade do ar interior de edifícios. Estas medidas visam a correcção de patologias, a redução das necessidades de energia útil e a utilização de energias renováveis e sistemas energeticamente eficientes. O presente guia propõe uma abordagem técnico-económica das propostas de medidas de melhoria para edifícios existentes no âmbito do SCE. A sua estrutura procura dar uma resposta progressiva às perguntas: “Onde intervir?”, “Como intervir?” e “Quais os benefícios?”. A ADENE e os autores desta obra pretendem que este documento contribua para que peritos e profissionais das áreas da engenharia e arquitectura encontrem uma via fundamentada para propôr melhorias adequadas a cada caso específico. Porque não é possível efectuar uma escolha tecnológica das medidas de eficiência energética sem uma avaliação técnica e económica, disponibiliza-se para o efeito o programa OPTITERM-LFC, desenvolvido pelo Laboratório de Física das Construções da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, que permite, com base na solução inicial e final, quantificar a redução anual da factura energética, o custo estimado do investimento e o respectivo período de retorno. Este instrumento fornece também informação para o preenchimento do campo 4 do Certificado Energético.

Instalaciones Solares Fotovoltaicas € 39,52

Autores: Tomás Diaz Corcobado, Guadalupe Carmona Rubio ISBN: 978-844-81-7169-8 Editora: McGraw-Hill Páginas: 199 Edição: 2010 Obra em Espanhol Venda online em www.engebook.com

Desenvolvimento dos conteúdos e procedimentos vinculados com a realidade de trabalho em forma de casos práticos, passo a passo. Este é um texto didáctico com uma boa parte gráfica, onde as imagens apresentadas servem como exemplo do conteúdo, explicado e propondo perguntas, e ainda convidando a proceder a uma documentação. Recolhe os conceitos essenciais que o aluno deve saber ao terminar cada Unidade de Concorrência: UC0836_2 – Montar instalações solares fotovoltaicas e UC0837_2 – Manter instalações fotovoltaicas. Em cada unidade propõe-se uma aula prática para realizar no laboratório. Inclui material multimédia que permite visualizar e analisar situações quotidianas na prática profissional, e foca a segurança e a prevenção de riscos no trabalho. Índice: Componentes de una instalación solar fotovoltaica. Configuración de instalaciones solares fotovoltaicas autónomas. Diseño de instalaciones solares fotovoltaicas sin conexión a red. Montaje a instalación de paneles solares. Montaje de instalaciones fotovoltaicas. Mantenimiento de instalaciones solares fotovoltaicas. Instalaciones fotovoltaicas conectadas a red. Medidas de seguridad en las instalaciones fotovoltaicas. Anexo I - Gestión de residuos de las instalaciones fotovoltaicas. Anexo II - Índice de prácticas.

Edifícios Existentes - Método de Cálculo Simplificado

€ 25,24

ISBN: 978-852-16-1742-6 Editora: Verlag Páginas: 58 Edição: 2009 Obra em Português Venda online em www.engebook.com

156

Esta obra é uma nota técnica SCE 01 comentada, e destina-se a todos aqueles que tenham interesse na área da eficiência energética e do Sistema de Certificação Energética e da Qualidade do Ar Interior, em vigor desde o dia 1 de Julho de 2009. Este sistema aplica-se a edifícios já existentes, habitação e serviços, aquando da celebração de contratos de venda e de locação, incluindo o arrendamento, casos em que o proprietário deve apresentar ao potencial comprador, locatário ou arrendatário o certificado emitido no âmbito do SCE. Através de comentários, exemplos e figuras ilustrativas são explicados os diferentes pontos da Nota Técnica NT-SCE-01, publicada através do Despacho n.º 11020/2009, que contém as regras de simplificação necessárias para a emissão de um Certificado Energético de um Edifício Existente, seguidas pelos Peritos Qualificados. Esta publicação foi elaborada por um grupo de trabalho supervisionado pela ADENE, e contou com a colaboração do Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico em Ciências da Construção (ITeCons), do Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG), do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), entre outros.


biblografia

Energía Solar Fotovoltaica – 6.ª Edición – Inclui CD

€ 20,90

Autores: Javier Méndez Muñiz, Rafael Cuervo García ISBN: 978-849-27-3558-7 Editora: FC Editorial Páginas: 312 Edição: 2010 Obra em Espanhol Venda online em www.engebook.com

A utilização da energia por parte do homem foi uma necessidade e um repto, e as energias renováveis representam um papel importante desde que este descobriu o seu grande potencial. A água e o vento, sem ir mais longe, inspiraram a criação de “talentos” capazes de mover rodas, moinhos, martelos mecânicos, entre outros. O desenvolvimento da tecnologia e a descoberta de novos vectores energéticos permitiram que, com o passar do tempo, as energias renováveis tenham um peso dentro deles, pelo que agora é possível aproveitá-las com outros fins, como é a produção de electricidade. A ideia de aproveitar a energia solar para produzir electricidade passou, em poucos anos, de uma mera experiência de laboratório ou utilizada na tecnologia espacial, a integrar-se entre as soluções energéticas actualmente ao dispôr da sociedade para o seu abastecimento, crescendo de uma forma considerável o número de instalações em funcionamento durante os últimos anos. Este interesse pela energia solar fotovoltaica é a razão de ser desta publicação, na que se pretende dar uma visão deste sector, desde o processo de fabricação descrevendo diferentes tecnologias existentes e os elementos que fazem parte, passando pelo seu desenho e execução até chegar ao processo de exploração das mesmas. Com esta publicação pretende-se mostrar os aspectos mais importantes destas instalações, de forma a que o leitor adquira conhecimentos sem necessidade de dispôr de grandes conhecimentos prévios, o que conjuntamente com a aplicação informática incluída, que facilita o processo de cálculo, faz com que se possa considerar como uma boa ferramenta formativa para todos os níveis. Índice: Energía solar fotovoltaica. Conversión de energía solar en electricidad. Sistemas fotovoltaicos aislados. Cálculo de instalaciones aisladas. Instalaciones conectadas a red. Ejecución de la instalación. Anexo I - Tabla de irradiación. Anexo II - Glosario de téminos. Anexo III - Enlaces recomendados. Anexo IV - Entidades relacionadas con la energía solar.

Distúrbios da Energia Elétrica

€ 17,47

O objectivo do livro é fornecer uma visão dos diversos distúrbios que a energia eléctrica pode produzir ou sofrer e dos impactos que causam, bem como mostrar o conceito do fenómeno, equacionamento, efeitos, algumas soluções e formas de tratar cada um dos assuntos, com exemplos práticos e linguagem acessível. Traz também as principais considerações e órgãos que regulamentam as práticas e a monitorização da qualidade de energia. Esta é uma obra indispensável a estudantes, profissionais da área e a todos os que procuram conhecimentos actualizados sobre a qualidade de energia. Índice: Interpretação da Qualidade de Energia – Questões. Qualidade da Energia por Segmento - Segmento Industrial; Segmento Comercial; Segmento

Autor: Edson Martinho ISBN: 978-853-6502-31 Editora: Érica Páginas: 144 Edição: 2010 Obra em Português do Brasil Venda online em www.engebook.com

Residencial; Instalações Elétricas Especiais; Geração, Transmissão, Distribuição e Uso da Energia Elétrica; Geração de Energia Elétrica; Transmissão de Energia Elétrica; Distribuição de Energia Elétrica; Uso de Energia Elétrica; Questões. Conceito dos Distúrbios que Influenciam na Qualidade de Energia - Variação de Tensão; O Que Causa a Variação de Tensão; Os Efeitos da Variação de Tensão; Variação de Tensão de Curta Duração; Afundamento de Tensão de Curta Duração (SAG ou DIP); Elevação de Tensão de Curta Duração (SWELL); Variação de Longa Duração; Interrupção; Interrupção Momentânea; Interrupção Temporária; Interrupção Sustentada ou Longa Duração; Ruído; Flicker; Notching; Transitório ou Transiente; Transitório Impulsivo; Transitório Oscilatório; Surto de Tensão ou Spike; Variação de Freqüência; Desequilíbrio de Tensão; Redução do Fator de Potência; Harmônica; Inter-Harmônica; Questões. O Cuidado com a Qualidade de Energia - Segurança da Qualidade de Energia; Economia ao Cuidar da Qualidade da Energia; Como Medir e Identificar os Problemas de Qualidade da Energia; Questões. Mais Algumas Soluções para a Qualidade da Energia Elétrica – UPS; Reguladores de Tensão; Condicionador de Energia; DPS; Transformadores Isoladores; Transformadores com Fator K; Geradores de Energias Alternativas; Filtros; Passivo; Ativo; Compensador Estático de Reativos; Questões. Normalização - EN 50160 - Power Quality Standard; IEEE-519 - Recomendação da IEEE para Práticas e Requisitos no Controle de Harmônicas no Sistema Elétrico de Potência; IEEE-1159 - Recomendações para Monitoramento da Qualidade da Energia; IEC 61000-3-2 - Limites para Emissão de Harmônicas de Corrente (16A/Fase); IEC 61000-3-4 - Limites para Emissão de Harmônicas de Corrente (16A/ Fase); IEC 61000-3-3 - Limites de Flutuação de Tensão e Flicker Gerados por Equipamentos com Corrente 16A por Fase; IEC 61000-3-11 - Limites de Variação, Flutuação de Tensão e Flicker Gerados por Equipamentos com Corrente 75A; CBEMA; NBR 5410/04 - Anexo F; Regulamentação Brasileira; Considerações Finais; Questões.

w w w. e n geboo k . com 157 a s u a l i v r a r ia t é c n ica !


calendário de eventos

SEMINÁRIOS E CONFERÊNCIAS Designação

Temática

Local

Data

Contacto

Fuel Cell Europe Workshop

Workshop sobre o Desenvolvimento do Mercado das Pilhas de Combustivel

Bruxelas, Bélgica

11 Maio 2011

FuelCellEurope www.fuelcelleurope.org secretariat@fuelcelleurope.org

VI Jornadas Tecnológicas

Evento de Informação/ Formação no Sector electrotécnico

Oeiras, Portugal

25 a 27 Maio 2011

Revista “o electricista” www.jornadastecnologicas.pt inscricao@jornadastecnologicas.pt

CSP Yield Optimisation Conference

Conferência sobre CSP

Sevilha, Espanha

31 Maio a 1 Junho 2011

CSP Today www.csptoday.com bea@csptoday.com

Third International Conference Thin-film Photovoltaics

Conferência sobre Painéis Fotovoltaicos de Filme Fino

Munique, Alemanha

7 Junho 2011

OTTI www.otti.de leonore.nanko@otti.de

Convencion Eólica 2011

Convenção sobre Energia Eólica

Madrid, Espanha

7a8 Junho 2011

AEE www.aeeolica.org eventos@aeeolica.org

Designação

Temática

Local

Data

Contacto

Tektónica

Feira de Construção e Obras Públicas

Lisboa, Portugal

3a7 Maio 2011

FIL www.fil.pt fil@aip.pt

Solarexpo

Feira de Energia e Sustentabilidade

Verona, Itália

4a6 Maio 2011

Expoenergie www.solarexpo.com info@solarexpo.com

Renexpo Central Europe

Feira de Energias Renováveis e Eficiência

Budapeste, Hungria

5a7 Maio 2011

REECO www.renexpo-budapest.com demeter@reeco.hu

Genera

Feira de Energia Renovável e Ambiente

Madrid, Espanha

11 a 13 Maio 2011

Ifema www.ifema.es genera@ifema.es

Intersolar

Feira de Energia Solar Fotovoltaica

Munique, Alemanha

6 a 10 Junho 2011

Solar Promotion GmbH www.intersolar.de dufner@intersolar.de

FEIRAS

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links

PV-tech Daily News É uma página subsidiária da Semiconductor Media Ltd. Tem como objectivo proporcionar uma actualizada e independente cobertura da evolução da indústria fotovoltaica num formato facilmente acessível.

www.pv-tech.org

PV Resources Excelente ponto de partida para pesquisa de links sobre fotovoltaico. Contêm alguns textos simples sobre a essência de diversos assuntos deixando links para documentos e websites mais especializados. Apresenta também uma interessante base de dados sobre as maiores centrais FV do mundo.

www.pvresources.com

PVGIS Não poderíamos deixar de indicar de novo este importante link que disponibiliza mapas de recurso solar. O website dispõe de uma secção de mapas interactivos onde o utilizador escolhe o local e pode simular a radiação diária, horária e produção para um sistema especificado pelo utilizador.

http://re.jrc.ec.europa.eu/pvgis/

160 renováveismagazine


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