Renováveis Magazine 5

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FICHA TÉCNICA renováveis magazine 5 1º trimestre de 2011

renováveis magazine

Director Cláudio Monteiro cdm@fe.up.pt

revista técnico-profissional de energias renováveis

Corpo Editorial Coordenador Editorial: Miguel Ferraz T. +351 225 899 628 m.ferraz@renovaveismagazine.pt Director Comercial: Júlio Almeida T. +351 225 899 626 j.almeida@renovaveismagazine.pt Chefe de Redacção: Helena Paulino h.paulino@renovaveismagazine.pt Assessoria Ricardo Silva r.silva@renovaveismagazine.pt Design Jorge Brandão Pereira em colaboração com Publindústria, Lda. Webdesign Martino Magalhães m.magalhaes@renovaveismagazine.pt Assinaturas T. +351 220 104 872 assinaturas@engebook.com www.engebook.com Conselho Redactorial Alexandre Fernandes (Adene) Álvaro Rodrigues (FEUP/Inegi) Ana Estanqueiro (LNEG) António Joyce (LNEG) António Sá da Costa (Apren) António Lobo Gonçalves (EDP RENOVÁVEIS) João Abel Peças Lopes (FEUP/Inesc) João Bernardo (DGEG) Joaquim Borges Gouveia (UA) José Carlos Quadrado (ISEL) Nuno Moreira (UTAD) Maria Teresa Ponce Leão (FEUP/LNEG) Rui Castro (IST) Colaboração Cláudio Monteiro, Eduardo de Oliveira Fernandes, Maria Manuel Costa, Jorge Mafalda, Nuno Branco, Manuel João Lopes Prates, Maria João Carvalho, Luís Carvalho, Szabolcs Varga, Armando C. Oliveira, Filipe Pereira, Hilário Dias Pereira, Roberto Poyato, Tiago Santos, Ricardo Faria, António Sérgio Silva, Miguel Ferraz, Helena Paulino Tiragem 5000 Exemplares Periodicidade Trimestral Redacção e Administração Publindústria, Lda. Praça da Corujeira, 38 . Apartado 3825 4300-144 Porto . Portugal T. 225 899 620 . F. 225 899 629 www.publindustria.pt geral@publindustria.pt Proprietário e Editor Publindústria, Lda Empresa Jornalística Registo n.º 213163 Impressão e Acabamento Publindústria, Lda. Publicação Periódica Registo n.º 125808

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editorial

Os novos paradigmas da “ineficiência”

72 Produção de colectores solares da Vulcano

visita técnica

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espaço opinião

Solar Térmico em Portugal

reportagem

76 Simpósio “Alta Concentração Solar“ e o

Instituto Português de Energia Solar (IPES)

80 Aposta nas energias do futuro na GENERA

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espaço qualidade

O “colo”

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coluna riscos renováveis

82 Solução ABB fornecerá água potável a

O Consultor de Seguros no Campo

informação técnico-comercial cidade no deserto

84 Sistemas de microprodução com seguidores 10 coluna vozes do mercado

86 Soluções solares térmicas vulcano

Solar térmico, sim, mas com qualidade

FF Solar

88 FLUKE: utilização da termografia na 12 notícias

manutenção de instalações fotovoltaicas

92 Weidmüller: Colector solar térmico

dossier solar térmico

94 smartwatt lança nova plataforma de

32 O insuspeitado potencial do solar térmico

96 testo apresenta duas novas câmaras

em Portugal

36 As obrigações solares térmicas na Europa

previsão de produção renovável termográficas

40 Assegurar a qualidade em sistemas solares

térmicos – certificação de sistemas solares

e seus componentes

46 Aspectos de dimensionamento de

instalações solares térmicas colectivas

52 mundo académico

98 produtos e tecnologias 118 renováveis em casa

Instalação e arranque de um sistema

solar-térmico de circulação forçada de

300 lts

Arrefecimento com sistemas solares

térmicos de ejecção

122 barómetro das renováveis

artigo técnico

124 bibliografia

58 O sol e a sua utilização como fonte

energética do futuro

126 calendário de eventos

66 Baterias de acumuladores – constituição

e princípio de funcionamento (parte II)

128 links

68 Componentes e dimensionamento do

circuito solar

INPI Registo n.º 452220 ISSN: 1647-6255 Os artigos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores.

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editorial

Os novos paradigmas da “ineficiência” a produção dispersa de electricidade e a produção centralizada de calor Cláudio Monteiro Director

Esperamos sempre que os novos paradigmas tecnológicos nos levem a soluções melhores. Mas melhores em quê? Podem ser vários os critérios: melhor aproveitamento do recurso endógeno; melhores na vertente económica; melhores na vertente ambiental; mais fácil de gerir, operar e manter. Será que todas estas vantagens são sinónimo de maior eficiência? Não necessariamente, actualmente assistimos à promoção de dois novos paradigmas de mudança tecnológica que, embora tenham vantagens inquestionáveis, são abordagens tecnológicas mais ineficientes.

A eficiência energética de um sistema energético pode ser medida pelo quociente entre a energia que este sistema entrega e a energia que o sistema recebe. Quanto maiores as perdas nesta transformação e transacção menor a eficiência. As perdas podem ocorrer na transformação da forma de energia ou no transporte dessa energia até ao local de consumo. Quando passamos para um paradigma de produção dispersa de electricidade estamos a reduzir as perdas de transporte, porque produzimos mais próximo do consumo. No entanto, em sistemas eléctricos temos a grande vantagem de conseguir transportar e distribuir electricidade a distâncias de 300 km com perdas inferiores a 5%. Por outro lado, a eficiência de produção de electricidade centralizada é cerca de 50% enquanto um sistema de produção dispersa, naturalmente de pequena dimensão, tem eficiências inferiores a 20%. Ou seja, com a mudança de paradigma, perdemos cerca de 30% de eficiência na produção para ganhar menos de 5% no transporte. Será que faz sentido a mudança? Curiosamente nos sistemas de calor passa-se precisamente o contrário. Os novos paradigmas, de produção centralizada e redes de distribuição de calor, apresentam-se como alternativa aos pequenos sistemas distribuídos de produção local. É verdade que estes sistemas têm maiores eficiências na produção do calor, mas a diferença é pequena, ganhamos menos de 5% em eficiência ao passar de pequenos sistemas para um sistema centralizado de grande dimensão. Por outro lado, as perdas de calor no transporte são tremendas, cerca de 15% para apenas 1 km de rede de distribuição. Ou seja, com a mudança de paradigma, perdemos cerca de 15% no transporte para ganhar menos de 5% na produção. Será que faz sentido a mudança? Sim, na maioria dos casos a mudança faz sentido porque existem outras razões que justificam estas mudanças de paradigmas. A mais importante é certamente a capacidade de utilizar novas formas de energia primária. É curioso observar que embora estes novos sistemas energéticos sejam mais ineficientes eles são geralmente mais sustentáveis. No entanto, não devemos deixar-nos enganar pela febre da mudança ou pelas modas tecnológicas. O contexto de cada país é diferente e as estratégias energéticas devem ser ajustadas às necessidades, aos recursos energéticos e recursos económicos de que o país dispõe. O solar térmico é um bom exemplo de mudança tecnológica adequada e necessária para o contexto energético português. O solar térmico traz mudança mas não de paradigma, continua a ser a forma de produção descentralizada de calor que melhor aproveita o recurso endógeno do edificado. É uma tecnologia sustentável de energia em alternativa aos convencionais sistemas “sustentados”, não confundir com sustentáveis, baseados em fontes externas. As soluções técnicas e a sua promoção para água quente sanitária já estão amplamente acessíveis, mas falta ainda dar alguns passos para a sua mais vasta utilização na climatização, tanto no aquecimento como no arrefecimento. Espero que este número possa trazer aos leitores mais informação, sobre o que se está a fazer em Portugal neste sector, não eléctrico, mas não menos importante como fonte de energia renovável. Cláudio Monteiro, Director

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espaço opinião

Solar Térmico em Portugal

A energia ou radiação solar é recebida pela Terra a uma taxa da ordem de 1 kW por m2. A radiação, presente na formação dos combustíveis fósseis na sequência de convulsões telúricas no planeta está, em cada instante, por detrás da dinâmica energética dos recursos hídricos, eólicos e florestais da biomassa primária geral e, num sentido mais amplo, dos reservatórios da energia que são a Atmosfera e os Oceanos sem esquecer a litosfera na sua camada pelicular de cerca de 1 metro de espessura.

Eduardo de Oliveira Fernandes, Professor da UP

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O uso da energia foi, ao longo da história do homem sobre a Terra, quase marginal até ao aparecimento da máquina a vapor no século XVIII e do motor de combustão interna e da electricidade, um século mais tarde. A segunda era industrial capitalizou nestas duas últimas frentes tecnológicas para criar a civilização e o quadro de vida que temos hoje quase generalizado a todo o planeta, à custa dos combustíveis fósseis baratos e da indulgência para os com malefícios ambientais de proximidade que os combustíveis comportavam, entre os quais a persistente má qualidade do ar em ambiente urbano. Mesmo a electricidade, que oferece condições de gestão e de serviço excepcionais, não escapa à síndroma do seu até aqui ‘dna’ negro de ser obtida maioritariamente a partir dos combustíveis fósseis ou, ainda pior, em termos de risco e de não sustentabilidade, a partir do nuclear. Agora, no século XXI, a energia solar emerge como a solução energética do futuro, seja pelas vias da hídrica e eólica, seja da biomassa mas, sobretudo, da própria radiação solar. Esta é a certeza e é razão de confiança no futuro. Entretanto, a radiação solar pode ser usada directamente sob a forma de radiação térmica (aquela que desencadeia o ciclo da água, a movimentação atmosférica e alimenta o metabolismo vegetal, entre outros, e que formata os climas); mas, também, e cada vez mais, pela via tecnológica mais sofisticada da produção de electricidade, pela via do vapor por concentração térmica ou da conversão fotovoltaica. Os cenários apontam para que a solar fotovoltaica e térmica de concentração venham a representar no seu conjunto mais de 50% de toda a energia final comercializável por volta de 2100 tornando a electricidade no vector energético da qualidade e da quantidade por excelência. Os restantes 50% serão a repartir entre fósseis (10%) e biomassa, eólica e hídrica (40%). Até lá, a repartição das necessidades energéticas (energia útil) tenderá a ser de cerca de 15% para electricidade específica e 40% de energia para transportes e 40% de energia - calor a médias e baixas temperaturas. Em 2100 poder-se-á ter invertido a proporção de 2000, isto é, ter-se-á 90% de energia de fontes renováveis contra 10% de fontes fósseis. Nessa altura, já não será questionável o uso da

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electricidade para gerar calor, uma vez que aquela não será produzida por combustão, geradora de CO2. Enquanto não for assim, a electricidade deveria ser estritamente usada para usos eléctricos específicos, incluindo nestes a mobilidade e o transporte. Note-se que, para além daquela que se designa energia final comercializável, há muita energia solar térmica que daqui até 2100 será utilizada, na senda da sabedoria da arquitectura milenar, associando a radiação solar ao ambiente construído no urbanismo e na arquitectura solar passiva ou de baixa energia. Isto, tirando partido da nova cultura ambiental pela sustentabilidade e beneficiando dos progressos científicos e tecnológicos e da adopção de novas boas práticas de que se faz paladino, nomeadamente, o movimento internacional PLEA (Passive and Low Energy Architecture) e que encontra uma expressão subtil mais consistente no RCCTE (Decreto Lei 80/2006 de 6 de Junho). O arreganho político em Portugal em prol das energias renováveis é, sobretudo, das renováveis para a electricidade, isto é, para substituir os combustíveis fósseis importados no aprovisionamento de electricidade. Sendo isso plenamente meritório, na sequência do programa E4 do governo do Eng.º António Guterres (RCM154/2001), e indo ao encontro das metas definidas pela UE, acaba sendo redutor e panfletário e,

Agora, no século XXI, a energia solar emerge como a solução energética do futuro, seja pelas vias da hídrica e eólica, seja da biomassa mas, sobretudo, da própria radiação solar. Esta é a certeza e é razão de confiança no futuro.


espaço qualidade

o “colo” Hoje quando começo a desenhar as primeiras palavras é inevitável o que me vem à cabeça, a figura simbólica de uma mãe que pega num filho ao colo, abraçando-o, significando com este gesto a protecção!

Maria Manuel Costa, mane1976@hotmail.com

Ao longo de toda a nossa vida fomos alvo de gestos simbólicos de protecção, uns mais do que outros, mas que, de alguma forma todos temos bem presente na nossa mente o registo e os códigos subtis de tais gestos. Quem promove ou promoveu esta atitude connosco, em princípio, tem ou tinha como principal objectivo proteger-nos, ou evitar que soframos. Hoje enquanto adultos, temos muitas atitudes e comportamentos que reclamam o “colo”, sim porque está socialmente instituído que o “colinho” é apenas para as crianças que não têm forma de se protegerem, e que, portanto precisam ou devem ter alguém que pratique essa protecção. Não sei porquê! E porquê? Perguntam vocês.

devo ver muito mais para além do que está à minha frente, e acima de tudo ver pela primeira vez na vida que todos os meus actos tem um impacto em quem está à minha volta

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Por um lado tenho bem claro que todos (seres humanos, adultos) apreciamos este acto de carinho e de cuidado que alguém possa ter com a nossa pessoa. Contudo a grande maioria dos seres humanos adultos não o faz, ou porque socialmente não será bem visto, ou porque se distanciaram tanto deste conceito que vivem a anos luz de apreciar ou sequer reflectir sobre este gesto. Quem precisa disso? Mas, a reflexão à qual vos quero levar é um pouco mais profunda! Questiono-me se, por um lado este acto possa ser um sinal de amizade, compreensão, preocupação com o outro, mas por outro, possa significar um “coitadinho” a quem se devem fazer todas as vontades. Qual é a medida certa? Será que como fomos toda uma vida levados ao colo, agora que não o temos, possuímos todos os recursos para vivermos. Será que quando chegamos ao estado de adultos, somos realmente adultos? Ou ainda, será que depois de sermos adultos ainda continuamos a reclamar colo, e a amuar? Não posso nem devo generalizar, apenas pretendo partilhar a minha experiência, e o que ela me diz hoje é que sim! Sim amuamos, sim fazemos “birras” e ficamos sentados a um canto à espera que o outro venha ter connosco. Como é que eu espero sobreviver num mundo que a todos os instantes se desmorona um pouco mais, com estas atitudes. E mais, como é que eu com estes comportamentos espero progredir e evoluir profissionalmente? Não faço qualquer ideia sobre a resposta de cada um, a minha é esta: eu tenho que ser capaz de enfrentar os meus fantasmas, sair da minha redoma (a minha concha), que me induz a acreditar que o mundo

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se resume ao que eu vivo, vejo ou penso, colocar-me numa posição desconfortável e enfrentar… Enfrentar acreditando sempre que vou ser capaz de solucionar a questão, que tenho naquele exacto momento todos os recursos internos que me vão permitir lidar com o dilema, transformar o meu orgulho, e agir! Não sei se vou resolver a questão à primeira, nem sequer sei se a minha resolução vai ser pacífica, apenas devo ver muito mais para além do que está à minha frente, e acima de tudo ver pela primeira vez na vida que todos os meus actos têm um impacto em quem está à minha volta, e que portanto o tempo de não reflectir, de não me importar, de nem querer saber já passou, a isso dou o nome de adolescência e essa, quer queiramos quer não, o tempo e o espaço já a levaram. Esta reflexão não serve porém para ficarmos apreensivos, desgostosos ou tristes com a realidade que nos envolve, apenas serve para crescermos porque esse processo de crescimento é maravilhoso e são estes pequenos marcos e passos na nossa existência que nos permitem evoluir e transformar as nossas dificuldades. Ao longo de toda a nossa vida, todos vivemos momentos de alegria, de tristeza, de revolta, de entusiasmo, todos estes estados e emoções, combinados e que nos permitem, no fim da linha reflectir o quanto mudamos. E quando mudamos por muito que isso nos incomode, passamos para outra fase, e subimos mais um degrau…. E perceber estes pequenos momentos é mágico, é sinal que estamos VIVOS! Quanto ao colo, tenho a certeza que a partir deste momento nunca mais será o mesmo. Quando o reclamarem, vão perceber claramente que o estão a fazer, e quando fizerem birras também vão pensar duas vezes no impacto que isso terá nas pessoas que vos rodeiam, e só por isso, tudo será diferente do dia de hoje…


coluna riscos renováveis

por Jorge Mafalda jorgemafalda@joaomata.pt

O Consultor de Seguros no Campo Sem pretender ser exaustivo e redundante, face ao meu último artigo, gostaria de reiterar o meu sincero agradecimento à Renováveis Magazine pelo convite que me voltou a dirigir, numa nova realidade profissional. Enquadrando esta “nova” realidade na óptica da gestão de uma carteira de seguros, isto é, identificando as funções do consultor de seguros, no seu todo, dado que na maioria dos casos algumas delas são minoradas, gostaria aqui de realçar o seguinte: — O trabalho de consultoria, em particular nesta nossa área, que são as energias renováveis, deverá ter uma actuação desde o projecto, passando pela fase de construção e mantendo-se durante toda a fase de operação, isto é, não deverá esgotar-se na fase de financiamento. Neste sentido, poderemos questionar-nos como é que se deverá fazer este acompanhamento e quais são as mais-valias que daí poderão advir para todos os envolvidos neste processo, em particular o promotor/proprietário da unidade de produção, o fabricante/fornecedor do equipamento e os seguradores. Assim e considerando que o objectivo final será a subscrição de um plano de seguros que vise uma transferência de riscos a custos justos, poderemos afirmar que no caso das Energias Renováveis a necessidade é redobrada, considerando que a informação a prestar deverá ser actualizada com fluidez e permanência, pelo que este trabalho terá por base dois princípios fundamentais: — Trabalho de campo; — Informação prática e realista; Assente nestes princípios, teremos claramente uma maior certeza que os riscos que se pretendem transferir estão devidamente identificados e quantificados, garantindo assim uma melhor mitigação dos mesmos e permitindo em simultâneo uma negociação focada e ajustada das coberturas a transferir para o mercado segurador. Numa base mais prática e não perdendo de vista o objectivo pretendido, o nosso trabalho de campo, deverá ter várias vertentes, de onde destaco aquelas que me parecem de maior relevo, mas muitas das vezes esquecidas,

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por parecerem tão básicas: — Conhecer o local da implementação dos equipamentos, a sua morfologia e enquadramento, isto é, pisar o local de risco; — Obter informação sobre a tecnologia em causa, primeiro, através do enquadramento com o tipo de recurso que está a ser considerado, Hídrica, Eólica, Solar ou Biomassa, seguido das especificidades inerentes ao seu funcionamento e manutenção; — Proporcionar o acompanhamento da montagem dos equipamentos, nas fases mais críticas, bem como assistir aos ensaios finais, nomeadamente para efeito de uma recepção provisória; Na posse do conhecimento referido nos pontos anteriores, terá com certeza o consultor, o seu trabalho facilitado, dado que lhe será possível transmitir, tanto internamente como externamente, nomeadamente para o mercado segurador ou financeiro, as características do risco de uma forma precisa. Reforçando um pouco o que já referi sobre o impacto desta informação junto de terceiros, realço dois pontos de particular interesse e que são reflexo directo, desta actuação: — Com este tipo de informação, junto do mercado segurador, minimiza-se a probabilidade da aplicação de penalidades nos prémios de seguro, que variadíssimas vezes ocorrem unicamente por falta de conhecimento/ informação que chega aos subscritores das apólices; — De igual forma e em simultâneo, cria-se um diálogo mais aberto e desmistificado que permitirá a todos os envolvidos e em particular aos proprietários dos equipamentos (segurados) e aos seguradores abordarem a fase de instrução de um processo, por força de eventuais sinistros, com uma maior eficiência traduzida numa maior rapidez na regularização da indemnização; Actualmente, quando todos nós já constatamos a dificuldade que existe em pôr em prática um projecto, é minha convicção que a informação prestada com sentido prático e suportada no trabalho de campo, será uma ferramenta facilitadora na relação entre os vários agentes intervenientes, que em muitos casos conhecem deficientemente o risco físico de uma unidade de produção de energia renovável.

a informação prestada com sentido prático e suportada no trabalho de campo, será uma ferramenta facilitadora na relação entre os vários agentes intervenientes


coluna vozes do mercado por Nuno Branco Administrador – ERP – Energias Renováveis de Portugal, S.A. administracao@erp.pt

Solar térmico, sim, mas com qualidade. Reparo com agrado que a Energia Solar Térmica em Portugal começa a ganhar a devida notoriedade. Uma excelente constatação num país maravilhoso com sol “para dar e vender”. Tornou-se por isso habitual ver painéis solares térmicos em construções de toda a natureza e esta é, sem dúvida, a melhor resposta à pergunta que ainda continua a ser feita pelo português comum, desconfiado que é dos poderes da Energia Solar, «mas, e isso funciona mesmo?». Sim, «funciona mesmo», e enquanto se assiste à verdadeira revolução dos Solares Térmicos, dos mais variados tipos, assistese também às mais variadas formas de executar uma instalação de um Sistema Solar Térmico. Com certeza que os instaladores que estão a ler este artigo sabem ao que me refiro: sistemas que se “penduram” em qualquer lado e que deixam muito a desejar no resultado do seu fim último. Instalar um Sistema Solar não é o mesmo que instalar um electrodoméstico que, de forma mais ou menos correcta, irá funcionar desde que esteja ligado à corrente eléctrica... Instalar um Sistema Solar implica, acima de tudo, obedecer a uma série de regras e procedimentos que são absolutamente determinantes para garantir o bom funcionamento dos equipamentos e do sistema no seu conjunto. Mais crítico ainda é o factor segurança, muitas das vezes seriamente comprometido, sem que o próprio “técnico” instalador disso tenha consciência e dos perigos inerentes a uma instalação mal executada. Não me interpretem mal, eu sou da equipa do sol, o solar térmico funciona e é absolutamente seguro, mas se a sua aplicação for feita com a “leviandade” com que calçamos uns sapatos, então temos de estar atentos porque os problemas vão surgir e a “má reputação” da Energia Solar virá com eles. Maus exemplos não faltam por este país fora e podem ser detectados presencialmente, sem grandes procuras, com a descontracção de quem desfruta de uma paisagem no alto de uma varanda mais elevada ou até em visita de fim-de-semana à família que vive mais distante, “lá na terra”. 10

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Flagrante mesmo, e que dá força a este tema, é a possibilidade de constatar facilmente estas más instalações nos websites e redes sociais de muitas empresas instaladoras que, orgulhosamente, ostentam os seus portfolios de obras. Neste esforço que representa ser bem sucedido nos tempos que correm e em lutar na grande batalha da promoção das energias limpas e da redução da dependência energética nacional, é de louvar a iniciativa que têm de apostar na sua promoção através de um veículo privilegiado, que chega a todo o lado, como é a Internet. Só que, exactamente por isso, por chegar a todos, é que o cuidado que temos de ter com o que disponibilizamos através do portfolio da empresa, no website, deve ser redobrado e a consciência do que é uma má instalação tem de existir, pois só assim estaremos a garantir ao consumidor a qualidade do investimento que está a efectuar. O portfolio serve para mostrar o que fazemos bem e o que fazemos mal, serve para aprendermos. Na Internet, no website de inúmeras empresas instaladoras, já vi de tudo, e é frequente visualizar fotografias onde os erros de uma instalação estão bem à vista: tubagens mal isoladas, colectores à sombra, inclinações mal calculadas, ligações deficientes e com falta de componentes essenciais, entre outros. Numa área tão recente, que até há bem pouco tempo nem existia, todos estamos a aprender e, errar, é um direito meu e de todos, e folgo em admirar quem, tão honestamente, expressa publicamente as suas instalações menos bem sucedidas. Só que todos temos o CAP de Instalador Solar Térmico e é nossa obrigação detectar e corrigir estes erros, nem que isso só aconteça quando estamos a visualizar as fotografias no momento em que nos preparamos para as exibir online, no portfolio da nossa, vossa empresa. A boa reputação dos Sistemas Solares Térmicos depende de todos nós e temos de zelar pela eficácia dos sistemas e, em última instância, pela sua notoriedade junto do público consumidor.

Nuno Branco tem formação em Energias Renováveis e é administrador da ERP - Energias Renováveis de Portugal, S.A. desde Junho de 2009.


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o insuspeitado potencial do solar térmico em Portugal

Eduardo de Oliveira Fernandes IDMEC-FEUP eof@fe.up.pt

Enquadramento Portugal está muito orgulhoso do seu protagonismo em termos de energias renováveis. E com razão. Só que, o que foi feito até aqui, nesta década de ouro das energias renováveis em Portugal (2001-2011), foi a parte mais óbvia e mais fácil: a das renováveis para a produção electricidade. No fundo, trata-se da parte visível do ‘iceberg’ que é o potencial das energias renováveis no nosso país com o desafio cultural que representa a exploração do vasto campo de utilização da energia solar em Portugal. Por isso, projectar 2020 na continuação do que se fez até aqui, é como abandonar a escola no fim da primária por incapacidade cultural de enfrentar mais amplos horizontes. Na verdade, explorar as energias renováveis é muito mais do que produzir electricidade, já que corresponde a usar as condições do próprio clima, nomeadamente, a temperatura da água, do ar e do solo e, naturalmente, a radiação directa do Sol para fins úteis, nomeadamente, no edificado e na indústria e, também, na agricultura.

Solar térmico, afinal O solar térmico representa toda a disponibilidade de recurso da radiação solar, par32

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ticularmente abundante em Portugal, para ser utilizada para fins úteis de calor pela via tecnológica. Sabemos que há outros usos tecnológicos da radiação solar, inclusive, da radiação directa (Sol sem nuvens) para a produção de electricidade pela via fotovoltaica. E sabemos que há um amplo espectro de utilizações naturais da radiação solar que molda o clima e a geografia de cada lugar e contribui para as condições de habitabilidade dos diversos lugares do Planeta. Sendo assim, o ponto de partida para o solar térmico em Portugal, agora e aqui, ao contrário do que temos visto ultimamente, não é tanto o colocar o enfoque catastrofista nas consequências das mudanças climáticas mas, sim na exploração das potencialidades excepcionais do clima que temos como reflexo da energia térmica solar e da própria radiação do Sol, directa ou difusa, para termos um perfil energético com menos importações e mais amigo do ambiente. A repartição da energia útil em Portugal não andará muito longe dos 15% para electricidade específica, ou ainda menos, e 40% para a mobilidade/transporte e 40% para o calor a alta, média e baixa temperatura. O consumo de electricidade (energia final) pode ser acima daquele valor porque a

electricidade tem alguma, ainda que pouca, expressão na mobilidade (até 3%) e no conforto ambiente (aquecimento, ventilação e ar-condicionado) e na cozinha, num total talvez superior a 5%. Mas, e então o calor? O calor, enquanto energia útil representará, portanto, cerca de 40% de toda a energia útil, ou seja, equivalente a cerca de quatro vezes toda a produção eléctrica renovável. Trata-se de calor de processo na indústria a alta (> 100º C) e média temperaturas, muito produzido em co-geração e na generalidade por caldeiras a combustíveis fósseis e a biomassa florestal, e está, particularmente, presente nos edifícios, a média e baixa temperaturas onde representa no seu conjunto (residenciais e de serviços) cerca de 60% da energia usada (25% para água quente sanitária, 10% para a cozinha, 25% para aquecimento/arrefecimento ambiente). Este calor deveria poder ser provido quanto possível pelo Sol e pelo ambiente tirando partido do clima excepcional para o conforto que é o nosso e, só depois, ser assegurado pelo gás natural ou outros, enquanto fóssil de transição, para além da biomassa de proximidade, infelizmente, ainda não suficientemente valorizada. Entretanto, uma parte significativa do calor vai sendo assegurada menos adequa-


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as obrigações solares térmicas na Europa

Manuel João Lopes Prates LNEG – Laboratório Nacional de Energia e Geologia lopes.prates@lneg.pt

O que são Obrigações Solares Térmicas Dizer que está em vigor uma Obrigação Solar Térmica (OST) significa dizer que uma autoridade pública (local, regional ou nacional) estaleceu em legislação própria (um Regulamento Municipal de Edificação aprovado por uma Câmara Municipal para um Plano Local de Urbanização ou para todo o seu território, um regulamento aprovado por uma Região Autónoma ou por um Estado, normalmente através de um decreto, decreto-lei ou lei) uma quota mínima das necessidades de energia, para o aquecimento de água sanitária ou para o consumo de calor total de um edifício, a serem satisfeitas por energia solar térmica. O estabelecimento desta quota mínima implica a definição qualitativa e quantitativa da OST, assim como a descrição do respectivo procedimento de cálculo.

O método de cálculo deverá: • ser compreensível, não ser demorado e ser de fácil aplicação por não-peritos; • referir-se, quando possível, a normas existentes ou valores com os quais os projectistas estejam familiarizados (por exemplo, ligar o mínimo requerido de m2 de solar aos m2 de área útil do edifício); • incluir uma ferramenta simplificada (por exemplo, uma folha Excel) para os interessados (projectistas, empresas de edificação e pessoal das municipalidades).”

Como se diz no Blueprint do projecto Europeu ProSTO [1] “São possíveis várias abordagens, por exemplo: • a obrigação estabelece uma quota minima das necessidades de água quente doméstica a satisfazer por solar térmico (por exemplo, de 40 % a 80 %). Esta quota mínima pode ter valores diferentes, em função de vários parâmetros (por exemplo, uso do edifício, necessidades de água quente, disponibilidade do recurso solar e área da cobertura). • Ligando a área minima de solar térmico a ser instalado a valores bem conhecidos e normalizados no sector da edificação, por exemplo, metros quadrados de área útil ou número de ocupantes. Além disso, podem ser estabelecidos outros valores, levando em conta o clima, a tecnologia do colector solar, entre outros.”

Um pouco de História A primeira proposta de criação de uma OST surgiu a nível local, na cidade de Berlim, nos anos (19)80. Na altura chegou-se a um estado avançado de elaboração do respectivo documento legislativo, mas este não chegou a ser aprovado por a ela se opôr a indústria de construção local e, entretando, ter havido uma mudança de governo da cidade [2].

“A obrigação quantitativa deverá: • ser inequívoca; • não misturar diferentes tipos de energia (por exemplo, estabelecer obrigações diferentes para água quente doméstica e para aquecimento ambiente); • ser razoável (por exemplo, não estabelecer uma contribuição solar de 80 % num país do Norte da Europa).

Ao falar-se de Obrigações Solares Térmicas deve começar-se por relembrar que, a nível mundial, foi Israel o primeiro país no mundo que estabeleceu, com a entrada em vigor em 1980, uma obrigação solar térmica na sua regulamentação. Ao tomar esta iniciati-

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assegurar a qualidade em sistemas solares térmicos – certificação de sistemas solares e seus componentes © Ritter Solar /ESTIF

Assegurar a qualidade dos componentes dos sistemas solares, nomeadamente dos colectores solares, é uma das formas de assegurar a qualidade dos sistemas. A outra é assegurar a qualidade da instalação. Os instrumentos utilizados para o efeito são a Certificação de Produtos e a Certificação dos Instaladores, respectivamente. Maria João Carvalho LNEG – Laboratório Nacional de Energia e Geologia mjoao.carvalho@lneg.pt

As aplicações de sistemas solares térmicos são múltiplas. Na gama das baixas e médias temperaturas as aplicações mais comuns são o aquecimento de piscinas, preparação de Água Quente Sanitária, Aquecimento ou Arrefecimento Ambiente. Estes sistemas podem ainda ser utilizados na indústria, quer para a preparação de água quente de processo ou aquecimento de outros fluidos térmicos para processos que requerem temperaturas mais elevadas. Em qualquer aplicação pretende-se que o sistema solar térmico tenha um tempo de vida suficientemente largo que permita rentabilizar o investimento inicial. Para esse efeito será necessário assegurar a qualidade do sistema, de modo a garantir o comporta40

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mento térmico do sistema e reduzir os custos de manutenção ao longo do seu tempo de vida. Neste artigo apresentamos o actual estado da Certificação de Colectores e Sistemas Solares pré-fabricados1. Fazemos primeiro uma introdução ao processo de elaboração das actuais normas de produto. Em seguida descrevemos o actual estado do sistema de certificação. Terminamos apresentando os trabalhos em curso para a melhoria das normas e esquema de certificação nos sistemas solares térmicos e seus componentes.

1. Normas aplicáveis a Colectores, Sistemas Solares térmicos e outros componentes A caracterização do rendimento de um colector solar térmico é um dado fundamental para o dimensionamento de sistemas solares térmicos. Normas de ensaio para a determinação do rendimento foram desenvolvidas ao longo da segunda metade do século passado [1, 2]. Também em Portugal foi desenvolvida a Norma 1802:1985 [3], posteriormente substituída pelas Normas Europeias que referiremos adiante. No entanto, desde os anos oitenta que se considerou que os colectores deveriam ser sujeitos 1 Os sistemas solares pré-fabricados são sistemas de configuração pré-definida em fábrica que podem ser tratados como um produto possível de ser ensaiado como um todo em Laboratório.


dossier solar térmico

aspectos de dimensionamento de instalações solares térmicas colectivas Segundo o Decreto-Lei 80/2006, de 4 de Abril, a “...obrigatoriedade da instalação de painéis solares para a produção de água quente sanitária abre um amplo mercado para o desenvolvimento da energia solar renovável…”. Efectivamente desde a entrada em vigor deste Decreto-Lei, temos vindo a assistir a um aumento considerável do uso de colectores solares térmicos para o aquecimento de água quente sanitária (AQS). As iniciativas do Estado Português contribuíram, e muito, para aumentar o uso deste tipo de tecnologia nas habitações dos Portugueses. Luis Carvalho Vulcano info.vulcano@pt.bosch.com

Apesar desta obrigatoriedade abranger todos os edifícios novos existentes em Portugal, unifamiliares e multifamiliares, tem-se notado uma maior dificuldade, por parte dos profissionais do sector, na aplicação desta tecnologia em edifícios multifamiliares. Um sistema solar térmico em edifícios multifamiliares apresenta, por si só, um desafio muito grande de aplicabilidade e rentabilidade, uma vez que existem aspectos, diferentes dos edifícios unifamiliares, que se têm de ter em conta para escolher a melhor opção.

Sistemas solares térmicos em edifícios multifamiliares O grande desafio é encontrar o melhor sistema para um determinado edifício, uma vez que existe a dificuldade inerente de gestão eficiente do mesmo. Uma correcta integração pode ser conseguida através dos seguintes tipos de sistemas: Sistema 1 – sistema centralizado: sistema solar e sistema de apoio comuns a todo o edifício. Utilização de contadores de água 46

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quente e contadores entálpicos por fracção autónoma. Este sistema apresenta como principais vantagens: • Bom rendimento sazonal da instalação; • Potência instalada por m2 mais baixa; • Melhor fiabilidade; • Custo de manutenção do sistema solar por fracção autónoma; • Melhor qualidade do ar interior nas fracções autónomas, (uma vez que não existem sistema de apoio individual) principalmente com equipamentos de queima de tiragem natural e forçado; • Menos perdas térmicas. Menor tubagem e temperaturas mais baixas. • Libertação de espaço no interior nas fracções autónomas pelos equipamentos de apoio. Como principal desvantagem: • Dificuldade de gestão por parte dos condomínios. Sistema 2 – sistema solar centralizado com apoios individuais: campo de colectores solares térmicos comum na cobertura do edifício, depósito solar comum (acumu-

lador de inércia), zona técnica centralizada e apoio individual por fracção autónoma. Este sistema apresenta como principais vantagens: • Libertação do espaço ocupado pelos equipamentos de apoio no interior da fracção; • Custo de manutenção do sistema solar por fracção autónoma; Como principais desvantagens: • Dificuldade de gestão por parte dos condomínios; • Instalação em edifícios existentes devido ao acumulador de inércia central; • Perdas térmicas pela tubagem; • Reforço da estrutura do edifício devido ao acumulador de inércia (se este for instalado na cobertura do edifício); • Maior potência do sistema de apoio por fracção autónoma. Sistema 3 – sistema solar centralizado: campo de colectores solares térmicos comuns na cobertura do edifício, zona técnica centralizada e com acumuladores de água e sistemas de apoio individuais por fracção autónoma.


mundo académico

arrefecimento com sistemas solares térmicos de ejecção Faz-se aqui uma breve apresentação dos principais tipos de sistemas de arrefecimento com recurso à energia solar térmica. Apresenta-se o caso particular de um sistema de ejecção de 5 kW de capacidade, usando água como refrigerante. Szabolcs Varga e Armando C. Oliveira Unidade de Novas Tecnologias Energéticas, IDMEC/FEUP, Porto {szabolcs, acoliv}@fe.up.pt

1. Introdução O estilo de vida urbano em Portugal e em outros países do Sul da Europa mudou significativamente nas últimas décadas, e tal foi acompanhado por um aumento muito significativo da utilização de energia eléctrica. Os equipamentos de ar-condicionado apresentam um peso crescente neste aumento do consumo de energia. No início do milénio, 15% foi a estimativa de contribuição dos sistemas de arrefecimento e ar-condicionado para o consumo de energia a nível mundial, significando aproximadamente 45% do consumo em edifícios. Em certos países o aumento anual do consumo de energia eléctrica ultrapassa os 5%. Considerando este contexto, as vantagens ambientais da utilização da energia solar para sistemas de arrefecimento, em vez de electricidade, são bastante claras. Adicionalmente, existe uma ligação intrínseca entre os períodos e disponibilidade da fonte de energia e da necessidade de arrefecimento. Consequentemente, estes sistemas terão um papel muito importante no futuro, mas a velocidade da sua difusão dependerá de três factores importantes: custos de instalação, rendimento e incentivos. As tecnologias existentes podem ser classificadas em dois grandes grupos, dependentemente do caminho de transformação da energia solar em energia útil: os sistemas em que a radiação solar é transformada em electricidade utilizando painéis fotovoltaicos (PV), e os sistemas em que a fonte de energia é calor fornecido por colectores solares térmicos. As tecnologias baseadas na aplicação de PV’s resultam da combinação dos painéis fotovoltaicos com máquinas frigoríficas de compressão de vapor. Apresar de terem um coeficiente de comportamento (COP) relativamente alto, o elevado custo da componente PV e o seu baixo rendimento representam uma barreira à sua disseminação. Os sistemas baseados em ciclos térmicos, em que o gerador do ciclo de arrefecimento funciona a baixas temperaturas, são considerados como os de maior potencial neste momento. Há várias tecnologias disponíveis para sistemas térmicos, como sejam os sistemas de ab52

renováveismagazine

sorção, os de adsorção e os de ejecção, que diferem no processo da conversão de energia térmica (calor) em arrefecimento útil. Um estudo levado a cabo pela European Solar Thermal Industry Federation [1], mostrou que, em 2006, havia apenas cerca de 100 sistemas solares de arrefecimento instalados na Europa. Destes, cerca de 2/3 baseavam-se na tecnologia de absorção, e mais de metade usava colectores solares planos. A sua capacidade de arrefecimento era tipicamente igual ou superior a 100 kW. Existe uma necessidade óbvia de desenvolver sistemas com capacidades inferiores, aplicáveis em edifícios residenciais, por exemplo. O número de sistemas solares de arrefecimento crescerá significativamente no futuro próximo, devido ao aparecimento de novas empresas na área. Hoje em dia estão disponíveis arrefecedores de absorção alimentados a água quente, com capacidades de arrefecimento a partir dos 4 kW. Isso torna possível a instalação de sistemas em edifícios de diferentes dimensões, desde edifícios mono-familiares até grandes edifícios comerciais. Nos últimos anos, a unidade de investigação em Novas Tecnologias Energéticas (NTE) do IDMEC – FEUP participou num projecto europeu do 6.º programa-quadro, com o objectivo de desenvolver um sistema de ar-condicionado por ejecção de baixo custo, assistido por energia solar (Solar Powered Ejector Cooling System - SPECS), e com armazenamento de frio em materiais de mudança de fase (micro-encapsulados). A capacidade de arrefecimento do sistema é de 5 kW. Neste texto, após a apresentação dos principais tipos de sistemas solares térmicos de arrefecimento, são referidas as características mais relevantes do sistema de ejecção desenvolvido, bem como do seu esperado comportamento.

2. Principais tipos de sistemas térmicos de arrefecimento A Figura 1 representa um sistema solar de absorção, que recorre a um arrefecedor de absorção (“chiller”), alimentado por água quente parcialmente aquecida com colectores solares térmicos.


artigo técnico

o sol e a sua utilização como fonte energética do futuro A ponderação de aproveitar a energia solar para fins práticos e em benefício da humanidade, já vem de tempos longínquos. É um facto que esta reflexão tem acompanhado a história desde o início dos tempos. Deste modo, as próprias casas eram construídas desde então pensando no aproveitamento solar, prática que foi evoluindo com a total liberdade no que diz respeito aos equipamentos e à forma como devem ser utilizados no aproveitamento solar, combatendo as acções devidas ao rigor climático e complementando-se com outras energias de consumo. Hilário Dias Nogueira

A crise das energias fósseis que todos temos constatado não só pelos aumentos constantes com que quase todos os dias nos deparamos, assim como pela progressiva deterioração sistemática do nosso planeta, chega-se à conclusão de que há necessidade de evitar e reduzir drasticamente esta forma de produzir energia, e aumentar com segurança e ao máximo as radiações provenientes do sol. O nível de vida a que ninguém quer renunciar, obriga a um crescimento do consumo de energia artificial. Esta procura e necessidade tende a encarecer o produto energético cada vez mais e a destruir a natureza, provocando a sua alteração ambiental. Como resposta a este flagelo desenvolveram-se movimentos ecologistas que defendem que temos de utilizar novas fontes de energia que, além de terem sido pouco conhecidas foram também pouco exploradas, mas que já existem há milhares e milhares de anos. O sol é uma dessas fontes inesgotável de radiações caloríficas e eléctricas que, tecnicamente, bem aproveitada pode fornecer a energia necessária ao desenvolvimento do nosso actual nível de vida, e sustentá-lo com melhor segurança e qualidade. Podemos afirmar seguramente que este tipo de energia é gratuita, não gera resíduos e não é poluente. 58

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No entanto, actualmente os custos de aplicação são elevados porque os investimentos nos equipamentos só recentemente estão a ser intensivamente investigados, para que ocorra um melhor aproveitamento e rentabilidade. Desta forma tornam-se mais acessíveis economicamente e isso já é notório actualmente. Nas construções isoladas, em pequenas aglomerados urbanos e em zonas rurais, há algumas exigências no que diz respeito ao espaço necessário para a instalação dos equipamentos escolhidos como: • Captação do calor, através dos colectores solares; • Produção de electricidade, através da luz solar emitida pelo Sol. Estas são práticas correntes que se estão a tornar numa realidade inegável. Muitas das formas energéticas que consideramos renováveis ou de sustentabilidade estão dependentes das radiações do sol, que é a principal abordagem de esclarecimento deste artigo. Pretende-se sobretudo sensibilizar e esclarecer os leitores da aplicação das energias renováveis, em detrimento da problemática utilização das tecnologias na obtenção e uso das energias convencionais. Muitas das formas energéticas, que consideramos como renováveis ou de sustentabilidade, estão dependentes das radiações solar, tais como:

Assim, categoricamente, podemos afirmar que a energia Térmica, Eólica e Fotovoltaica, além de outras, são aproveitamentos da energia solar, que denominamos como alternativas ou


artigo técnico

baterias de acumuladores – constituição e princípio de funcionamento ( ) parte ii

Filipe Pereira Engenheiro Electrotécnico (ISEP)

Tensão Nas baterias de chumbo - ácido são definidas quatro tensões importantes na sua operação: • Tensão nominal: O valor de tensão nominal, para um elemento ou para a bateria, é a definida pelo sistema electroquímico utilizado vezes o número de unidades elementares ligadas em série, e geralmente está impressa na carcaça da bateria. No caso de um elemento de bateria de chumbo - ácido, este valor é 2,0 V e no caso de uma bateria de 6 elementos, este valor é de 12,0 V. • Tensão de flutuação: É a tensão aplicada ao banco de baterias para evitar a auto-descarga. Nas baterias submetidas à tensão de flutuação correcta, circula uma corrente denominada de corrente de flutuação, que compensa as perdas devida às reacções da autodescarga. A maioria das baterias de chumbo - ácido possuem uma tensão de flutuação da ordem de 2,20 a 2,25 V/elemento a uma temperatura ambiente de 25° C. • Tensão de carga: A tensão de carga é a tensão que se aplica nos casos em que há um conjunto de baterias interligadas em série/ paralelo (banco de baterias) com tensões individuais que diferem. A finalidade da carga é a de nivelar individualmente as tensões de cada bateria e também o seu estado de carga. • Tensão final de descarga: É o menor valor de tensão em que é permitido a um elemento da bateria chumbo – ácido atingir durante uma descarga. Normalmente, o valor da tensão final de descarga é de 1,75 V/elemento. Se este valor baixar existe o risco de se danificar a bateria irreversivelmente, devido à sulfatação das placas ou a inversão de polaridade das mesmas, podendo até inutilizar a mesma.

(continuação da última edição)

Modelo

Características • Bateria monobloco tubular chumbo-ácido • 12 Volt • 105 Ah (C 100) 95 Ah (C 20) 75 Ah (C 5) • Ciclo de vida é 1200 • Dimensão em mm: L308, I174, h220

3 TG 12 NH Figura 6 Bateria solar (Fonte: Movitrom Lda.).

Descarga em função da temperatura As baterias de chumbo-ácido operam melhor a temperaturas moderadas. O funcionamento das baterias em locais com temperaturas elevadas, contribui para diminuição da sua vida útil. Embora as baterias chumbo-ácido forneçam uma maior capacidade a temperaturas acima de 30° C, o prolongado uso sob tais condições diminui a vida útil da bateria devido aos fenómenos de corrosão.

Efeitos da temperatura na longevidade das baterias A tensão de saída da bateria, aumenta com o aumento da temperatura, devido à ocorrência de reacções químicas que originam a redução da densidade do electrólito. Por outro lado, as altas temperaturas causam a destruição das placas e diminuem a vida das baterias. A baixa temperatura tem o efeito oposto, isto é, o ácido torna-se mais denso, o que vai provocar uma descida da tensão.

Na Figura 6 é apresentada uma bateria com as características mais importantes do fabricante.

Perda de capacidade Com o passar dos anos, devido ao número de cargas e descargas, ocorre naturalmente a perda da capacidade do banco de baterias. Quando a perda de capacidade, ou seja, a diferença entre a capacidade inicial e a actual chega aos 20%, considera-se que a bateria chegou ao fim da sua vida útil. 66

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Temperatura ºC Capacidade %

50

40

30

20

10

0

-10 -20 -30 -40

112 108 104 100 94

86

78

67

56

45

Tabela 2 Capacidade versus Temperatura (Fonte: http://geopubs.wr.usgs.gov/ open-file/of00-128/).


artigo técnico

componentes e dimensionamento do circuito solar São cada vez mais claros os sinais de um renovado interesse pela energia solar. Não se observava nada de semelhante desde os anos setenta, isto é, desde a primeira grave crise petrolífera. Nessa altura foram muitas as esperanças depositadas nesta forma de energia limpa, facilmente disponível e praticamente inesgotável. No entanto, os resultados obtidos foram uma desilusão, não só devido a expectativas teóricas demasiado optimistas, mas também devido a erros técnicos. De facto, a construção destes sistemas é fácil e simples apenas aparentemente. CALEFFI Portugal

Hoje em dia, estamos em condições de evitar os erros do passado. Todavia, isto não basta para assegurar um ressurgimento correcto e estável da energia solar, já que os seus custos são ainda bastante elevados. São também necessários incentivos adequados, justificados pelo facto que a energia solar pode limitar o consumo de combustíveis fósseis, que cada vez mais comprometem os delicados equilíbrios térmicos e biológicos do nosso planeta. Devemos considerar que a defesa do meio ambiente e da saúde pública não pode ser deixada unicamente às leis de mercado, já que o mercado ignora estas realidades de tão grande importância. As novas disposições dos regulamentos em relação à eficiência energética definem que “O recurso a sistemas de colectores solares térmicos para aquecimento de água sanitária nos edifícios abrangidos pelo RCCTE é obrigatório sempre que haja uma exposição solar adequada” (Decreto-Lei n.º 80/2006 de 4 de Abril, Capítulo III, Artigo 7.º, n.º 2). Antes deste regulamento não existiam quaisquer obrigações legais e a escolha de se realizar um sistema solar era facultativa. Portanto, do nosso ponto de vista, podíamos realizá-lo caso fosse conveniente e existissem espaços técnicos disponíveis à sua realização. Com tal liberdade, normalmente estávamos limitados à escolha de uma das soluções tradicionalmente propostas para sistemas solares. 68

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Por seu lado, com as novas obrigações legais teremos de adoptar um sistema solar em cada tipo de habitação. Por exemplo, teremos de adoptá-lo em casas em banda, unifamiliares e de vários pisos onde nem sempre é fácil encontrar soluções válidas, ou seja, soluções eficientes do ponto de vista energético, que não prejudiquem os espaços internos e cuja realização não seja extremamente dispendiosa nem difícil de gerir. Nas próximas páginas iremos abordar os principais componentes das instalações solares e respectivas formas de dimensionamento. Para escolher e dimensionar os principais elementos de um circuito solar pode proceder-se do seguinte modo:

Líquido solar Onde existir o perigo de formação de gelo, devem utilizar-se misturas anticongelantes no circuito solar, com protecção até uma temperatura de 10° C inferior à temperatura mínima considerada para o cálculo das dispersões térmicas.

Tubagens Devem resistir, com as respectivas peças especiais, às temperaturas e pressões que se verificam nas instalações solares. Por isso, não podem ser utilizados tubos de plás-

tico nem multicamadas. Não podem igualmente ser utilizados tubos zincados, já que a mais de 60° C ficam expostos a fenómenos de deszincagem, especialmente na presença de substâncias anticongelantes. As dimensões das tubagens podem ser efectuadas com o método das perdas de carga lineares constantes, considerando: (1) caudais iguais a 40 l/h por cada metro quadrado de painéis, (2) perdas de carga lineares variáveis de 10 e 15 mm c.a./m. O valor dos caudais é obtido pela relação entre a potência específica de projecto (q = 400 (kcal/h)/m2) e o salto térmico do líquido solar (Δt = 10 ºC). Se se utilizarem misturas anticongelantes, deve ter-se em consideração que as perdas de carga são ligeiramente superiores às da água (ver 1º Caderno CALEFFI ou Tabelas de perdas de carga da água no website da Caleffi).

Isolamento térmico das tubagens Nas secções de percurso externo, o material isolante deve ser protegido (1) das infiltrações de água, (2) do possível envelhecimento prematuro provocado pelos raios solares e (3) da degradação que pode ser provocada por ratos e aves. Pode, por exemplo, recorrer-se a protecções em chapa zincada ou em alumínio.


visita técnica

Em 1977 a Vulcano iniciou a sua actividade em Cacia, em Aveiro, e 30 anos mais tarde começou a produzir colectores solares no mesmo local. A equipa da revista “renováveis magazine” quis conhecer, in loco, como é feita a montagem dos colectores solares de uma das maiores marcas de soluções solares a nível nacional. O layout da produção é feito de forma contínua, organizada e estruturada.

produção de colectores solares da Vulcano por Helena Paulino

A Vulcano oferece várias soluções na área dos sistemas solares, seguindo os melhores padrões quanto à eficiência, segurança e ambiente. Com estes sistemas, os especialistas da Vulcano garantem ao consumidor, poupança de energia térmica. E este é um facto importante, no Inverno, quando esta energia térmica é mais necessária e, no Verão, quando a energia fornecida pelo sistema solar cobre totalmente as necessidades energéticas de aquecimento de água. Assim o aproveitamento da energia solar através de um sistema de água solar é praticamente o ideal, reduzindo-se a necessidade de se utilizar sistemas de apoio de aquecimento de águas quentes. Numa altura em que o aproveitamento energético é sobejamente importante, este é um facto que deve ser levado em linha de conta. Na fábrica de colectores solares da Vulcano em Cacia, o Coordenador de Produção, Vítor Simões, explicou à equipa da revista “renováveis magazine” que os painéis ali fabricados se adaptavam a qualquer tipo de telhado, quer fosse inclinado, plano, sobre uma fachada vertical ou num telhado inclinado. E para que nada falhe são complementados por versáteis e leves estruturas de suporte, como comprovamos, fabricadas 72

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em alumínio de forma a facilitar a instalação e reduzir os custos de transporte. Dentro da fábrica foram-nos referidos e explicados minuciosamente os vários passos para o fabrico dos sistemas solares da Vulcano. Este é composto por uma cobertura de vidro meticulosamente colocada em cima da caixa onde assentam todos os compostos deste sistema, debaixo desta cobertura está uma placa absorvente de energia que possui um permutador em forma de ômega, sem esquecer a importante cobertura do painel que serve de protecção.

um calçado apropriado: botas ou sapatilhas com biqueira de aço. Neste local os colectores apenas são montados porque todos os seus componentes já estão preparados para serem utilizados.

Tudo isto é montado nesta fábrica de colectores solares em Cacia, através de uma linha de montagem contínua e de onde resultam cerca de 600 colectores diários, somando 200 mil painéis anuais. Tudo é feito de forma contínua por várias equipas no local, cada uma delas responsáveis por uma fase de produção destes painéis. Como num trabalho de grupo reparamos que todas estas equipas sabiam o que tinham de fazer, e com a ajuda de uma complexa mas organizada montagem, o processo tornavase contínuo. E a segurança não é descurada em nenhum destes projectos. Aliás, uma das regras desta fábrica de colectores é que apenas é permitida a entrada a quem tiver

Manipulação do painel já embalado. <

O princípio de funcionamento dos sistemas de energia solar térmica da Vulcano é muito simples, como explicou Vítor Simões, e baseia-se no efeito de estufa. A radiação solar incide sobre a cobertura de vidro que compõe a parte superior do painel, e esta


reportagem

Simpósio “Alta Concentração Solar“ e o Instituto Português de Energia Solar (IPES) por Helena Paulino

A “Alta Concentração Solar para a Produção de Electricidade” foi o tema do Simpósio realizado no dia 28 de Janeiro, no auditório do Colégio Espírito Santo na Universidade de Évora (UE). Este Simpósio, onde estiveram presentes cerca de 4 centenas de participantes, foi organizado com o objectivo de proporcionar a todas as empresas/consórcios a quem foram atribuídos PIPs de Demonstração pela DGGE e Universidade, uma oportunidade de apresentar e ver discutidos os seus projectos nesta área, e permitir o lançamento do Instituto Português de Energia Solar (IPES), em sessão especial. O evento, organizado pela UE e a recentemente criada Cátedra BES – Energias Renováveis, contou com o apoio da DGGE – Direcção Geral de Geologia e Energia, da FCT – Fundação da Ciência e Tecnologia, do Diário do Sul, com o patrocínio das empresas MagPower e Open Renewables, e com a presença do Secretário de Estado da Energia e Inovação, Carlos Zorrinho. Numa primeira sessão estiveram presentes o Director Geral de Energia e Geologia, José Perdigoto e o Catedrático na Universidade de Sevilha e Presidente do Centro Tecnológico Avanzado de Energias Renovables y da Protermosolar, Valeriano Ruiz. José Perdigoto falou das 76

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metas de 2010 até 2020 da Electricidade Solar de Alta Concentração, ditando que uma das vantagens da Energia Solar é que é produzida nas horas de maior consumo, sendo que a mesma produz consumo e também energia térmica (aquecimento e arrefecimento). Referiu que deve ser construído em Portugal um mix energético, que combine as vantagens dos vários tipos de energia, de forma a alcançar até 2020 uma capacidade de instalação de 1.500 mghts. Valeriano Ruiz falou da sua experiência e das várias formas que existem para aprovar a energia solar, sobretudo ao construir Centrais de Altas Temperaturas.

Aposta nas novas tecnologias de alta concentração solar No que diz respeito ao PIPs de Demonstração (CPV) foram apresentadas as tecnologias SOLFOCUS (da RECICLAMAS/ DREEN/SOLFOCUS), MAGPOWER (da Magpower, SAPEC, Química), OPEL (da Tecneira) e EMCORE (da Glintt). No final da sessão sobre CPV foram apresentados vários aspectos relacionados com o Project Finance da BES Venture. Sobre os PIPs de Demonstração CSP – Motores Stirling/dish foram referidas várias tecnologias inovadoras da Ramada, Hyperion Energy, da SelfEnergy, e da Bragalux. O Solmass 4MWe


reportagem

aposta nas energias do futuro na GENERA

A 14.ª edição da GENERA, Feira Internacional de Energia e Meio Ambiente, confirma a sua posição de destaque, de 11 a 13 de Maio, no sector energético espanhol e uma referência a nível mundial. A GENERA 2011 será, mais uma vez, um ponto de encontro preferido no âmbito das energias renováveis e eficiência energética em Espanha.

por Helena Paulino

Os sectores que estarão representados na GENERA são a cogeração, gás, petróleo, carbono, energia geotérmica, eficiência energética, hidráulica, o solar térmico e o solar fotovoltaico, a biomassa e os resíduos, biocombustíveis, hidrogéneo e células de combustível, solar termoeléctrica, serviços energéticos e outras energias. Os visitantes esperados na GENERA 2011 são os profissionais de consultadoria, engenharias, construção e comércio; utilizadores industriais de energia; fabricantes e distribuidores de equipamentos; instaladores e empresas de manutenção; promotores de projectos energéticos; universidades e centros de investigação; promotores imobiliários; administração pública em geral e todos os profissionais relacionados com o mundo da eficiência energética e meio ambiente. A GENERA contará com um programa extenso e importante de Jornadas Técnicas que

complementarão a actividade da feira, assim como a Foro GENERA, um espaço para a apresentação de produtos e serviços. Para além disso ainda terá uma Galeria de Inovação, onde estarão em evidência os esforços sectoriais da investigação e desenvolvimento através da mostra de projectos com avanços importantes na área da eficiência energética e protecção do meio ambiente, num esquema de elevada aplicabilidade e funcionalidade. Uma peça chave para o sucesso destas actividades tem sido as importantes associações e entidades do sector na organização deste evento.

Implentar o carro eléctrico em Espanha Com o objectivo de fomentar a divulgação do Plano de Acção do Veículo Eléctrico 2010-2012 (Plano MOVELE), o Instituto

para a Diversificação e Poupança de Energia (IDAE) organizou a ZONA MOVELE na GENERA 2011. Este projecto, que será desenvolvido pela IFEMA, reunirá o sector da mobilidade eléctrica à volta das feiras referentes à energia renovável e à eficiência energética. A ZONA MOVELE irá articular-se através de um espaço físico diferenciado no seio da GENERA, uma área reservada às empresas, organismos e instituições participantes no desenvolvimento deste Plano, cuja alternativa tecnológica oferece um grande potencial a curto e médio prazo. A ZONA MOVELE reunirá fabricantes e importadores de veículos, empresas especializadas na instalação de centros de recarga, empresas de serviços energéticos, entidades especializadas no financiamento de frotas de automóveis, assim como a representação de variadas instituições públicas e privadas Os dados da edição 2010 comprovaram o papel primordial da GENERA como evento anual do sector das energias renováveis e eficiência energética.

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renováveis em casa

instalação e arranque de um sistema solar-térmico de circulação forçada de 300 lts A energia solar térmica consiste no aproveitamento da radiação solar para produção de calor através da utilização de colectores ou painéis solares térmicos. Nos últimos anos temos assistido a um aumento notável de instalações de energia solar térmica devido, quer a uma maior sensibilidade social e política em termos ambientais, quer à melhoria contínua e redução de custos neste tipo de equipamentos. Filipe Pereira Engenheiro Electrotécnico (ISEP) Professor na Escola Secundária D. Sancho I

Introdução Actualmente podemos afirmar que o aproveitamento da energia solar térmica é uma tecnologia madura e fiável, como comprova o período de garantia de seis ou mais anos actualmente oferecido pelos principais fabricantes (superior à dos equipamentos convencionais de aquecimento de águas sanitárias), e que adequados investimentos nesta área obtém um rápido retorno sem necessidade de apoios estatais. A energia solar térmica consiste no aproveitamento da radiação solar para a produção de calor através da utilização de colectores ou painéis solares térmicos. O funcionamento de um sistema solar térmico é bastante simples: a água que provém do sistema de abastecimento é desviada para um depósito acumulador que, por sua vez, fornece o colector. Este capta a radiação solar e transfere essa energia em forma de calor à água que é posteriormente armazenada no acumulador, e colocada à disposição em qualquer ponto de consumo sem necessidade de alterar o sistema de distribuição de água quente existente.

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Em função da aplicação utilizam-se diferentes tipos de colectores solares térmicos, variando também a complexidade da instalação. Após a aquisição de conhecimentos sobre energia solar e a forma como esta pode ser aproveitada no aquecimento de águas sanitárias, através da instalação de painéis solares, poderse-á efectuar a instalação de um sistema de circulação forçada. Simbologia utilizada

Objectivos do trabalho • Instalação e arranque de um sistema de circulação forçada de 300 Lts.


barómetro das renováveis

barómetro das renováveis Janeiro 2011 O barómetro das energias renováveis pretende manter informados os nossos leitores sobre a evolução das potências instaladas e das correspondentes produções de energia. A informação apresentada sobre potências instaladas tem como fonte as estatísticas rápidas da DGEG de Novembro de 2010 e a informação sobre produção tem como fonte a informação de produção diária desagregada disponibilizada no website da REN até 31 de Janeiro de 2011. Cláudio Monteiro, com a colaboração de António Sérgio Silva

cerca de 2,9% (522 GWh para os 4 meses), mas a produção de renovável aumentou 6,5% (722 GWh). este aumento deve-se essencialmente a 8,6% de aumento de produção hídrica (443 GWh), e 17,7% (386 GWh) de PRE térmica. A fracção de energia eléctrica não renovável reduziu 3,0% (201 GWh). Na eólica, apesar de um aumento de 13% (450 MW) da capacidade instalada, a produção foi 3,1% (118 GWh) inferior à produção do período homólogo do ano anterior.

Nos últimos meses de inverno, voltamos a A potência instalada de Fontes de Energia assistir a uma elevada produção de renováRenovável (FER), somou 9.453 MW no final vel (65%) (incluindo térmica PRE). No ende Novembro de 2010. Crescendo relativatanto, a percentagem de penetração mensal mente a Julho de 2010, mais 100 MW de eónão foi tão significativa como no ano antelica, 9 MW de fotovoltaica, 5 MW de biogás rior, ficando abaixo dos 80% enquanto em e 6 MW de mini-hídrica. Existem ainda 1.096 Janeiro de 2010 atingiu os 84%. Este ano esMW licenciados por instalar, distribuída da tamos a observar mais recursos hídricos e seguinte forma: 611 MW de eólica, 335 MW menos recursos eólicos. de biomassa e 153 MW de mini-hídrica. Não Nos quatro últimos meses, de Outubro a Jaestão incluídos os últimos concursos de fotoPotência Instalada FER (MW) neiro, o consumo de electricidade aumentou voltaica e mini-hídrica.

(Julho 2010)

Potência Instalada (MW)

Potência Licenciada (MW)

Potência Instalada FER (MW)

16

(Novembro 2010)

Potência Instalada FER (MW Potência Instalada FER (MW) (Outubro 2009)

188

621

135

Licenciada Licenciada (Outubro 2009)

4497

360

334

5,6

3802

119,4

88

5000

84 106

58

Eólica

Biomassa (c/ cogeração)

4,2

22

5000 Grande Hídrica (>10 MW)

4500

4500 PCH (<= 10 MW)

Resíduos Sólidos Urbanos

Fotovoltaica

instalada

Instalada instalada

Licenciada

Biomassa (s/ cogeração)

Biogás

Ondas/Marés

787 787 Figura 1 Potência instalada da Fontes de Energias Renováveis (FER) em Novembro 2010. Fonte: baseado nas estatísticas rápidas da DGEG. 3500 3500

4000 4000 3000 3000

4515 4515

2500 2500

3455

2000 2000

3455

Consumo Mensal

1500

1500

1000

1000

(GWh)

500

500

0

Produção PRE Onda Produção Mensal ( PRE Fotovoltaica PRE Eólica Produção Mensal (GWh) (>10 MW) PRE Fotovoltaica Produçao não renovável PRE Ondas PRE Fotovoltaica PRE Hidráulico Produção Mensal (GWh) PRE Hidráulico Produçao não renovável PRE Ondas PRE Fotovoltaica PRE Hidráulico Albufeira SEP PR 5500 44% FER 5500 PRE Hidráulico Produção Mensal (GWh) Albufeira SEP Produçao não renovável PRE Ondas PRE Fotovoltaica Albufeira SEP PRE Térmico Fio Á 5000 44% FER Produção Mensal (GWh) 5000 PRE Térmico Produçao não renovável PRE Ondas PRE Fotovoltaica 5500 PRE Hidráulico Albufeira SEP PRE Térmico Fio Água SEP 44% FER 60% FER PRE E 4500 47% 5500 Produção Mensal (GWh) 5000 Albufeira SEP 60% FER 4500 Fio Água sep Produçao não renovável PRE Ondas PRE Fotovoltaica PRE Hidráulico PRE Térmico Fio Água SEP PRE Eólico 47% FER 44% FER Produção não renovável Produçao não renovável

0 Grande Hídrica Eólica (>10 MW) Grande Hídrica

PRE Ondas PRE Ondas

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40% FER 38% FER 35% 33% FER 38% FER 40% FER 3500 5500 35% FER 5000 60% FER 4000 3500 47% FER 44% FER 35% FER 35% 33% FER 40% FER 38% FER 3000 68% FE 5500 35% FER 5000 40% FER 60% FER 47% FER 3500 4500 35% FER 4000 3000 84% FER 44% FER 35% FER 33% FER 40% FER 38% FER 68% FER 5500 35% FER 40% FER 5000 mensalmente4500 55% FER 60% FER 2500 4000 3500 Fonte: baseado na 47% FER Figura 2 Energia produzida pelas Fontes de Energias Renováveis (FER). informação de produção diária35% FER disponível 35% FER no website 84% FER da REN. 3000 44% FER 40% FER 38% FER 33% FER 2500 68% FER 35% FER 5000 40% FER 55% FER 60% FER 47% FER 4500 35% FER 4000 3500 2000 3000 35% FER 2000 33% FER 2500 40% FER 38% FER 35% FER 60% FER 47% FER 4500 35% FER 40% FER 55% FER 4000 3500 3000 2500 35% FER 1500 2000 33% FER 1500 38% FER 40% FER 122 renováveismagazine 4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 1000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500 500 3000 2500 2000 1500 1000 500 0 0 2500 2000 1500 1000 500 jan‐09 Fev Mar jan‐09 Abr 0 Fev Mai M

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bibliografia

Manual das Energias Renováveis (contém CD Multimédia)

€ 26,50

Autor: Hilário Dias Nogueira ISBN: 978-972-81-9719-3 Editora: AECOPS Páginas: 123 Edição: 2010 Obra em Português Venda online em www.engebook.com

De forma muito sintética pode-se afirmar que este manual difunde conhecimentos fundamentais e aprofundados acerca das Fontes de Energias Renováveis (FER). A metodologia de exposição adoptada faz deste manual um valioso instrumento de transmissão de conhecimentos técnico-científicos, e permite a aquisição de competências de aplicação prática na concepção, instalação e manutenção de sistemas de energia Foto voltaica, Térmica Solar e Eólica. O presente manual é acompanhado de ferramentas multimédia, configuradas para um desenvolvimento rápido e simples dos cálculos dos três sistemas de energia em destaque. Índice: 1. A Energia e o futuro do planeta: Os ciclos da Natureza; O ciclo do oxigénio; O ciclo da água. 2. O Planeta e as ameaças do sec XXI: Consequências do desenvolvimento; O aquecimento global; Influências no clima; O efeito de estufa e o aquecimento global. 3. Energias convencionais: Carvão; Petróleo; Gás Natural; Urânio. 4. Energias Renováveis ou FER (Fonte de Energias Renováveis): Biomassa; Hídrica; Marés; Geotérmica; Eólica; Solar. 5. Energias eléctricas fotovoltaicas: A energia solar e o efeito fotovoltaico; Associação de módulos; Díodos de protecção; Exemplos práticos. 6. Aproveitamento de energia térmica das radiações solares: Tipologia da instalação; Aplicações; Sistemas Termodinâmicos; Descrição sumária dos Sistemas; O que é o frio solar; Associação de colectores e aplicações práticas; Análise sobre a associação de colectores; Outras aplicações; Jardins de Inverno; Os efeitos de estufa; Como fazer um forno solar; Aquecimento das piscinas; Aquecimento de piscinas em circuito aberto; Aquecimento de piscinas em circuito fechado. 7. Energia Eólica: Análise de um gerador para uma moradia; 8. Eficiência Energética: Conjugação dos 3Rs; Poupança de Energia. 9. A microprodução e o seu enquadramento. 10. Estatísticas: Portugal e a contribuição de CO2 no mundo; Evolução em fontes de energia alternativa (FER) entre 1999 e 2007. Anexo I: Radiação em kWh/m2 por dia em Portugal.

Energía Termosolar € 34,10

Autor: Antonio Creus Solé ISBN: 978-849-69-6051-0 Editora: Ceysa Páginas: 196 Edição: 2010 Obra em Espanhol Venda online em www.engebook.com

A preocupação mundial pela redução da dependência energética procedente das energias não renováveis (petróleo e gás), seja pelo seu esgotamento futuro ou pelas suas consequências no meio ambiente, obrigou ao estudo e desenvolvimento de todas as suas formas possíveis de energia. Este livro centra-se na energia termosolar ou energia de concentração da energia solar, uma tecnologia com uma grande expectativa e desenvolvimento. O livro desenvolve a energia termosolar, desde um comparativo com as restantes energias renováveis, o estudo do ciclo de Rankine aplicado, os componentes que compreendem o ciclo, o desenho, estudo e custos de plantas termosolares para diferentes potências instaladas (modelo experimental de 1 kW, planta protótipo de 10 kW e planta industrial de 10 mW). A obra está dirigida a engenheiros, instaladores, operadores de plantas, estudantes e todas as pessoas interessadas no conhecimento e a aplicação da energia termosolar. Índice: Generalidades; Aprovechamiento de la energía solar; Prototipo; Planta piloto de 10 kW; Planta industrial termosolar; Apéndice.

Vehiculos Electricos y Redes para su Recarga – Impacto en la Sociedad y en la Industria

€ 14,75 PVP €16,39 (-10%) Autor: Pedro Arsuaga Chabot ISBN: 978-849-96-4005-1 Editora: Ra-Ma Páginas: 146 Edição: 2010 Obra em Espanhol Venda online em www.engebook.com

Se uma bateria de um carro eléctrico tem uma capacidade média de 30 kW, um milhão de veículos eléctricos teriam uma capacidade conjunta de 30.000 mW e 3 milhões, que são os estimados para 2020 em Espanha. Isto irá supôr uma disponibilidade teórica de 90.000 mW, o que equivale à quantidade de energia eléctrica que se produziu em Espanha em 2008 aproximadamente, os quais poderão ajudar a aplanar a curva de consumo de energia eléctrica durante o dia. A mudança que supõe passar dos carros actuais a outros, cujos componentes básicos se reduzem a um motor eléctrico (ou 2, ou 3, ou 4), uma grande bateria e muita electrónica. Não esperamos vê-los pelas ruas em quantidades significativas até dentro de um par de anos, pelo menos. Mas acabarão por se impôr na Sociedade e na Indústria. Índice: 1. Tipos de Automóviles Eléctricos: Híbridos, Eléctricos. 2. Componentes: Motores, Baterias. 3. Interacción de los Vehículos con la Red de Energía Eléctrica. 4. Infraestructura para Redes de Recarga y sus Componentes: Tipos de Recarga, Redes de Recarga, Estrategias de Instalación. 5. Impacto de la Llegada del Vehículo Eléctrico: En la Industria, Turismos, Visiones de Futuros. 6. Proyectos Internacionales y Nacionales: Internacionales, Nacionales.

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biblografia

Energia Solar Passiva

€ 27,00 PVP €30,00 (-10%) Autor: Francisco Moita ISBN: 978-972-84-7973-2 Editora: Argumentum Páginas: 223 Edição: 2010 Obra em Português Venda online em www.engebook.com

O recurso a fontes de energia renováveis e a utilização de técnicas e materiais tradicionais nos edifícios, visando uma arquitectura ambientalmente mais responsável é, actualmente, uma obrigação técnica e ética do Arquitecto actual, face à futura (in)sustentabilidade do planeta. O livro Energia Solar Passiva demonstra como a Natureza, neste caso, o Sol – a principal fonte de energia da Terra! – pode ajudar a reduzir as necessidades energéticas diárias dos edifícios, permitindo o pleno desempenho das suas múltiplas funções. A Primeira Parte deste livro apresenta ao leitor os processos térmicos, as regras de construção e as tecnologias solares passivas, mais aconselháveis para o nosso clima, a aplicar nos edifícios, com vista à optimização do conforto higrotérmico e ao mínimo consumo de energia. A Segunda Parte expõe, através de vários exemplos, um método simplificado de cálculo do contributo de energia solar passiva no aquecimento muito aprofundado, pode recorrer num acto de consulta prática e expedita. Um livro técnico e pedagógico de fácil entendimento, indispensável para a formação profissional de técnicos e estudantes. Índice: Primeira Parte: 1 - O sol e a terra. 2 - Pressupostos exteriores ao edifício. 3 - Pressupostos constituintes do edifício. 4 - Tecnologias solar passivas. Apêndice A. Segunda Parte: 1 - Apresentação do método. Exemplos. Apêndice A. Apêndice B.

Instalaciones Termosolares

€ 25,35

Autor: Tomás Perales Benito ISBN: 978-849-27-7975-8 Editora: Copyright Páginas: 168 Edição: 2010 Obra em Espanhol Venda online em www.engebook.com

Actualmente existem três tecnologias para o aproveitamento da energia solar, que são claramente uma alternativa aos combustíveis de origem fóssil: a fotovoltaica, a eólica e a térmica; esta última é utilizada em aplicações domésticas a baixa temperatura e em centrais termosolares a altas temperaturas. Esta obra estuda as instalações termosolares, e o seu principal objectivo é formar técnicos para a instalação e manutenção das instalações termosolares. A base das instalações termosolares é a concentração mediante espelhos dos raios do sol. Existem diversos sistemas para conseguir esta concentração. Neste livro estudam-se os mais importantes: sistema cilindro-parabólico, sistema de torre, sistema de disco e chaminé solar. Analisam as dez instalações termosolares mais importantes. As instalações termosolares encontram-se actualmente em pleno auge porque: fornecem energia eléctrica limpa, podem conectar-se às redes públicas de distribuição, os seus geradores possuem potências maiores de 64 mW e, na maioria dos casos, é possível o armazenamento da energia em fluidos e materiais com boa capacidade térmica para facilitar o fornecimento em horas nocturnas e dias nublados. Índice: El papel de las energías renovables. Fundamentos de los sistemas solares termosolares. Sistema cilindro-parabólico. Sistema de torre. Sistema de disco. Chimenea solar. Componentes y funciones básicas. Instalaciones industriales. Anexo I - Glosario de términos técnicos. Anexo II - Unidades de energía. Anexo III - Web relacionadas con el procedimiento termosolar. Anexo IV – Bibliografía.

Eficiencia en el uso de la energía eléctrica

€ 25,35

Nestes anos, os microprocessadores multiplicaram a sua capacidade de cálculo por um factor aproximado a 1.000. Este salto tecnológico permitiu incorporar novas funções aos instrumentos de medida e controle da rede eléctrica, aos contadores de energia e ao melhoramento dos equipamentos de eficiência energética. O objectivo comum de todos é a melhoria da eficiência dos sistemas de distribuição de energia eléctrica. Índice: Eficiencia energética y uso racional de la energía eléctrica. Conceptos básicos de los circuitos de C.A. Compensación de potencia reactiva en

Autores: J. Balcells, J. Autonell, V. Barra, J. Brossa, F. Fornieles, B. Garcia, J. Ros ISBN: 978-842-67-1695-8 Editora: Marcombo Páginas: 334 Edição: 2011 Obra em Espanhol Venda online em www.engebook.com

redes no distorsionadas. Perturbaciones en la red. Medida y registro de magnitudes eléctricas. Medida de energía y calidad de suministro. Herramientas de medida y análisis de la red eléctrica. Seguridad en la red: protección diferencial. Técnicas de compensación y filtrado de perturbaciones. Filtros para convertidores estáticos.

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calendário de eventos

SEMINÁRIOS E CONFERÊNCIAS Designação

Temática

Local

Data

Contacto

6th Workshop on Market Potential and Production Capacity

Workshop sobre o potencial da Energia Solar

Paris, França

18 Março 2011

EPIA www.epia.org v.kabo@epia.org

7th Annual Int. Hydrogen Fuel Cells Conference

Conferência sobre Pilhas de Combustível

Birmingham, Reino Unido

30 Março 2011

Climate Change Solutions Ltd. www.climate-change-solutions.co.uk

Offshore Wind in Europe Conference 2011

Conferência sobre Energia Eólica Offshore

Copenhaga, Dinamarca

14 a 15 Abril 2011

Wind Energy Update www.windenergyupdate.com tom@windenergyupdate.com

1st SiliconPV – Int. Conference on Silicon Photovoltaics

Conferência sobre Painéis Solares Fotovoltaicos

Friburgo, Alemanha

17 a 20 Abril 2011

PSE AG www.pse.de info@pse.de

VI Jornadas Tecnológicas

Evento de Informação/ Formação no Sector Electrotécnico

Oeiras, Portugal

25 a 27 Maio 2011

Revista “o electricista” www.jornadastecnologicas.pt inscricao@jornadastecnologicas.pt

Designação

Temática

Local

Data

Contacto

EWEC 2011

Evento Europeu de Energia Eólica

Bruxelas, Bélgica

14 a 17 Março 2011

EWEA www.ewea.org ewea@ewea.org

New Energy Husum 2011

Feira de Energias Renováveis

Husum, Alemanha

17 a 20 Março 2011

Messe Hussum info@messehusum.de www.messehusum.de

Tektónica

Feira de Construção e Obras Públicas

Lisboa, Portugal

3a7 Maio 2011

FIL www.fil.pt fil@aip.pt

Renexpo Central Europe

Feira de Energias Renováveis e Eficiência

Budapeste, Hungria

5a7 Maio 2011

REECO www.renexpo-budapest.com demeter@reeco.hu

Genera

Feira de Energia Renovável e Ambiente

Madrid, Espanha

11 a 13 Maio 2011

Ifema www.ifema.es genera@ifema.es

tony@climate-change-solutions.co.uk

FEIRAS

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links

Institut für Solartechnik É a página do Instituto de Técnica Solar SPF, da Universidade de Rapperswill HSR. Nesta página podemos encontrar uma completa base de dados de ensaios realizados a colectores térmicos, tanto planos como tubos de vácuo.

www.solarenergy.ch

European Solar Thermal Industry Federation A ESTIF (European Solar Thermal Industry Federation) tem por missão criar condições de promoção da indústria de tecnologias de Solar Témico. O website, para além de descrever as actividades da ESTIF, apresenta documentação, estatísticas, descrição de tecnologias e projectos relacionados com sistemas de tecnologia solar térmico.

www.estif.org/home/

Plataforma de previsão Smartwatt A Smartwatt, empresa portuguesa com serviços nas áreas da previsão, lançou uma nova plataforma onde se podem consultar gratuitamente as previsões de produção nacional agregada, para os próximos sete dias, de produção: mini-hídricas, eólica e solar fotovoltaica.

http://swi.smartwatt.net

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