FICHA TÉCNICA renováveis magazine 7 3º trimestre de 2011 Director Cláudio Monteiro cdm@fe.up.pt Corpo Editorial Coordenador Editorial: Miguel Ferraz T. +351 225 899 628 m.ferraz@renovaveismagazine.pt Director Comercial: Júlio Almeida T. +351 225 899 626 j.almeida@renovaveismagazine.pt Chefe de Redacção: Helena Paulino h.paulino@renovaveismagazine.pt Assessoria Ricardo Silva r.silva@renovaveismagazine.pt Design avawise em colaboração com Publindústria, Lda. Webdesign Martino Magalhães m.magalhaes@renovaveismagazine.pt Assinaturas T. +351 220 104 872 assinaturas@engebook.com www.engebook.com Conselho Redactorial Alexandre Fernandes (Adene) Álvaro Rodrigues (FEUP/Inegi) Ana Estanqueiro (LNEG) António Joyce (LNEG) António Sá da Costa (Apren) António Lobo Gonçalves (EDP RENOVÁVEIS) João Abel Peças Lopes (FEUP/Inesc) João Bernardo (DGEG) Joaquim Borges Gouveia (UA) José Carlos Quadrado (ISEL) Nuno Moreira (UTAD) Maria Teresa Ponce Leão (FEUP/LNEG) Rui Castro (IST) Colaboração Cláudio Monteiro, Rui Castro, Maria Manuel Costa, Luís Fernandes, Jorge Mafalda, Miguel Giménez, Lara Ferreira, António Sá da Costa, Hélder Teixeira, Andrea Schaan, Jorge Oliveira, Miguel Mascarenhas, Helena Coelho, Filipe Pereira, Carlos Sellas, Ralf Hartings, Thomas K. Larsson, Nuno Soutinho, Jürgen Geier, António Sérgio Silva, João Miranda, Miguel Ferraz, Helena Paulino Tiragem 5.000 Exemplares Periodicidade Trimestral Redacção e Administração Publindústria, Lda. Praça da Corujeira, 38 . Apartado 3825 4300-144 Porto . Portugal T. 225 899 620 . F. 225 899 629 www.publindustria.pt geral@publindustria.pt Proprietário e Editor Publindústria, Lda Empresa Jornalística Registo n.º 213163 Impressão e Acabamento Publindústria, Lda. Publicação Periódica Registo n.º 125808 INPI Registo n.º 452220 ISSN: 1647-6255 Os artigos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores.
renováveis magazine revista técnico-profissional de energias renováveis
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editorial Mini-hídricas – um recurso ainda com potencial de valorização
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espaço opinião As Opções Estratégicas da Política de Energias Renováveis em Portugal e os Desafios Tecnológicos
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espaço qualidade Comunicação, informação ou rumores… Melhorar ou não melhorar? (1.ª parte)
12 coluna riscos renováveis O Sol também se Segura? 14 coluna vozes do mercado Análise prévia de um projecto 16 notícias 38 40 44 48 52
dossier mini-hídricas Pequenas centrais hidro-eléctricas em Portugal: passado, presente e futuro Caracterização das Centrais Mini-Hídricas no território nacional Avaliação de potencial e viabilidade técnica e económica de Centrais Mini-Hídricas IFIM: metodologia para determinação do caudal ecológico
54 mundo académico “o sector energético apresenta uma grande vitalidade” – entrevista com Rui Castro, IST 58 60 64
artigo técnico Normas técnicas e legislação aplicável a sistemas fotovoltaicos Inversores fotovoltaicos – informações básicas sobre design e planeamento Instalações com bomba de calor com colectores horizontais enterrados
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Nova era da energia solar apresentada na Intersolar Europa Formação em minigeração na Weidmüller Encontro anual da APISOLAR Aproveitar ao máximo a força do sol
informação técnico-comercial 88 SCHOTT Solar: Suinicultura com energia solar 92 Soluções inteligentes de armazenamento de energia solar na IBC SOLAR 96 KOSTAL: como identificar a falha da minha instalação fotovoltaica? 100 Sundeck da SolarWorld – inovadora solução para instalações fotovoltaicas 102 SMA Solar Technology AG supera o seu resultado recorde registado no ano anterior 104 DEGERenergie: protecção contra o vento passível de aquecimento 106 MECASOLAR apresentou na INTERSOLAR o seu novo parafuso universal de cimentação MECASCREW 108 Krannich Solar aposta na distribuição de componentes para sistemas de energia solar fotovoltaica em Portugal 110 ABB – atingindo novos níveis 112 HYDREO/ENERGYTOP: microcentrais hidro-eléctricas 114 O universo da Bosch Solar Energy 116 FFONSECA: parques de energia eólica – medição . controlo . registo 120 Tecnologia de condensação da Buderus 122 RUTRONIK: componentes passivos em conversores solares 126 produtos e tecnologias 142 renováveis em casa Arranque do sistema solar fotovoltaico de ligação à rede 146 barómetro das renováveis
case-study 68 Pioneira na produção de energia renovável descentralizada
148 bibliografia 150 calendário de eventos
reportagem 70 Genera reafirma a sua posição no mercado energético
152 links
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editorial
Mini-hídricas – um recurso ainda com potencial de valorização
Cláudio Monteiro Director
ESTATUTO EDITORIAL Título “Renováveis Magazine” - revista técnico-profissional. O bjecto Tecnologias actuais e futuras de produção de energia através de Sistemas de Energias Renováveis. O bjectivo Difundir tecnologia, produtos, boas práticas e serviços, para profissionais com responsabilidades na concepção, execução e manutenção de instalações de Energias Renováveis. E nquadramento Formal A “Renováveis Magazine” respeita os princípios deontológicos da imprensa e a ética profissional, de modo a não poder prosseguir apenas fins comerciais, nem abusar da boa fé dos leitores, encobrindo ou deturpando a informação. C aracterização Publicação periódica especializada. E strutura R edactorial Director – Docente de reconhecido mérito científico. Director Executivo – Profissional no ramo de engenharia afim ao objecto da revista. Conselho Redactorial – Órgão de consulta e selecção de conteúdos. Colaboradores – Investigadores e técnicos profissionais que exerçam a sua actividade no âmbito do objecto editorial, instituições de formação e organismos profissionais. S elecção de Conteúdos A selecção de conteúdos é da exclusiva responsabilidade do director, apoiada pelo conselho editorial. O noticiário tecno-informativo é proposto pelo director executivo. A revista poderá publicar peças noticiosas com carácter publicitário nas seguintes condições: › identificadas com o título de publi-reportagem; › formato de notícia com a aposição no texto do termo publicidade. O rganização E ditorial Sem prejuízo de novas áreas temáticas que venham a ser consideradas, a estrutura de base da organização editorial da revista compreende: Editorial; Espaço Opinião; Espaço Qualidade; Notícias; Dossier Temático; Entrevista; Visita Técnica; Investigação e Tecnologia; Oportunidades de Negócio; Case-study; Reportagem; Publi-Reportagem; Mundo Académico; Informação Técnico-Comercial; Produtos e Tecnologias; Renováveis em Casa; Barómetro das Renováveis; Bibliografia; Eventos; Links; Publicidade. E spaço P ublicitário A publicidade organiza-se por espaços de páginas e fracções, encartes e publi-reportagens; A tabela de publicidade é válida para o espaço económico europeu; A percentagem de espaço publicitário não poderá exceder 1/3 da paginação; A direcção da revista poderá recusar publicidade nas seguintes condições: › A mensagem não se coadune com o seu objecto editorial; › O anunciante indicie práticas danosas das regras de concorrência, não cumprimento dos normativos ambientais e sociais.
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Pagamos pelas renováveis o que elas custam e não o que elas valem. Os aproveitamentos mini-hídricos são certamente o tipo de aproveitamento de energias renováveis com maior valor. Existe ainda potencial para a valorização deste recurso, que não estamos a aproveitar. Ultimamente, devido às pressões da crise financeira, tem-se levantado muito a questão sobre qual a melhor forma de remuneração das energias renováveis. Será melhor um sistema de tarifa, um sistema indexado ao mercado de electricidade ou um mercado de certificados verdes? Será melhor uma solução de tarifa fixa ou uma tarifa decrescente ao longo dos anos? Será melhor um sistema de tarifa pré-definida ou um sistema de negociação em concurso? Quem ganha e quem perde com as diversas opções? Na minha opinião, o mecanismo mais eficaz é aquele que consegue atrair o interesse dos promotores, com o menor sobrecusto para o sistema de remuneração e, retirando o melhor proveito do valor do recurso renovável. Ou seja, uma solução de compromisso, em que todos beneficiam apenas o necessário. Esta convergência de aspectos só depende das tecnologias, não deveria depender dos agentes envolvidos. A tecnologia mini-hídrica é um exemplo interessante, em que é possível encontrar sistemas de remuneração mais proveitosos para todas as partes. A mini-hídrica tem alguma capacidade de regularização de produção. Cerca de 25% da produção mini-hídrica nacional pode ser regularizada diariamente. Isso é evidente nas variações bruscas de produção mini-hídrica das 8 às 23 horas, variações devidas ao tarifário com coeficiente de modulação bi-horário. Estas variações rápidas são prejudiciais para a operação do sistema eléctrico, são variações artificiais que podem ser evitadas. Na verdade, as mini-hídricas têm uma significativa capacidade de produzir à hora em que a energia tem mais valor. Uma indexação da remuneração ao mercado de electricidade poderia ser um valor acrescentado interessante para a operação do sistema eléctrico. Para além disso, permitiria aumentar os proveitos dos promotores, com uma adequada gestão individual da produção baseada na resposta ao preço de mercado. Com uma indexação a mercado, a produção minihídrica nacional poderia ser valorizada em mais 3% sem aumentar o sobrecusto. Nas mini-hídricas o custo de produção varia de local para local, pelo que não é boa solução admitir um valor único de tarifa, seria mais interessante um sistema de concurso em que é negociada a tarifa lote a lote. Desta forma, conseguir-se-ia um melhor aproveitamento do recurso, promovendo aproveitamentos com custos de produção mais elevados. Também se conseguiria um melhor ajuste da tarifa ao valor mínimo. Um sistema de concurso garante que a tarifa seja a mais competitiva possível. Num momento em que muito se discute o sobrecusto das renováveis devemos tentar encontrar soluções criativas de remuneração, mais justas e sustentáveis. Na remuneração das renováveis, ainda pagamos o custo que elas têm, mas a tendência será pagar o seu real valor. Felizmente, em breve o seu valor, para o sistema e para a sociedade, será superior ao custo. Cláudio Monteiro, Director
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As Opções Estratégicas da Política de Energias Renováveis em Portugal e os Desafios Tecnológicos
Rui Castro, Professor do Instituto Superior Técnico
Portugal conta, desde o ano passado, com dois documentos de definição da estratégia energética nacional para o horizonte de 2020 – a Estratégia Nacional para a Energia 2020 (ENE2020) e o Plano Nacional de Acção para as Energias Renováveis (PNAER). O primeiro define as grandes linhas estratégicas para o sector da energia e foi aprovado em Abril de 2010; o segundo operacionaliza a estratégia definida no primeiro e foi apresentado à Comissão Europeia no final de Junho de 2010, surgindo na sequência de directivas europeias, relativas à promoção da utilização de energia proveniente de fontes renováveis. A ENE2020 definiu metas ambiciosas no sector da energia. Portugal propõe-se reduzir a dependência energética face ao exterior, passando de 83% em 2008 para 74% em 2020, para o que pretende incorporar 31% de energias renováveis no consumo de energia final, ao mesmo tempo que reduz em 20% esse consumo, relativamente às projecções num cenário BAU (Business As Usual). Um dos eixos em que assentam estes objectivos é o reforço da aposta nas energias renováveis, designadamente na componente de utilização para produção de energia eléctrica, onde se pretende uma participação de 60% no consumo de electricidade no horizonte 2020. Nesse horizonte, foi definida a meta de ter em Portugal uma potência instalada em unidades de produção eléctrica de base renovável da ordem dos 20.000 MW. Para efeitos de comparação, registe-se que a potência instalada em todas as unidades de geração eléctrica existentes em Portugal era, no final de 2009, próxima de 17.000 MW, sendo que apenas cerca de metade é de base renovável.
O investimento em centrais fotovoltaicas convencionais de grande dimensão (...) deve ser encarado com prudência, dada a economia duvidosa deste tipo de projectos. Será preferível apostar em projectos de menor dimensão
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Referiremos apenas aquelas fontes renováveis que terão uma participação com maior significado no mix energético português no horizonte de 2020. Assim, no que respeita ao sector hidroeléctrico, o PNAER prevê a passagem de 4.800 MW (em 2009) para 9.500 MW. A previsível duplicação da capacidade instalada constitui uma medida globalmente positiva que tira partido das condições naturais existentes, as quais potenciam o aproveitamento desta fonte de energia renovável. Mais importante do que isto é o incremento previsto da potência de bombagem de 1.000 MW (em 2009) para 4.300 MW. Trata-se de uma medida imprescindível para ajudar a integrar a componente eólica prevista para 2020. Infelizmente, esta integração não será total, dadas as limitações de capacidade de armazenamento de água dos novos aproveitamentos hídricos. Em relação à vertente eólica, o PNAER aponta para uma meta de cerca de 6.900 MW em 2020, contra 3.600 MW em 2009. O cumprimento desta meta, que deverá esgotar o potencial dispo-
nível em terra, devido a constrangimentos de ordem técnica e ambiental, deverá ser encarada com prudência e o respectivo licenciamento só deve ser autorizado, depois de garantida a capacidade hídrica reversível necessária para a integração harmoniosa desta componente eólica. Dado o grau de maturidade e competitividade que a tecnologia eólica já atingiu, o actual tarifário bonificado garantido, de que as instalações de produção eólica têm beneficiado intensamente, conduz a valores de remuneração pela energia injectada na rede algo inflacionados. Assim, uma revisão em baixa do tarifário bonificado garantido, ou até mesmo a sua extinção, deve ser equacionada para as novas instalações a serem licenciadas. Ao mesmo tempo, impõe-se a definição de um tarifário específico ajustado ao eólico no mar (offshore), para que possam ser criadas condições de desenvolvimento da tecnologia offshore (o PNAER aponta para um valor conservador de 75 MW em 2020). No que concerne ao fotovoltaico, o objectivo é ter, em 2020, 1.500 MW, dos quais 500 MW em solar termoeléctrico de concentração. Trata-se de multiplicar por quinze a capacidade fotovoltaica instalada em 2009, o que representa uma meta ambiciosa, mas razoável, dado que é opinião mais ou menos consensual que o fotovoltaico representa a terceira vaga de desenvolvimento nas tecnologias renováveis, na sequência do hídrico e do eólico. Será avaliado primeiro os resultados dos projectos de demonstração de solar termoeléctrico, actualmente a decorrer, antes de autorizar novos licenciamentos desta tecnologia. Por outro lado, o investimento em centrais fotovoltaicas convencionais de grande dimensão (de potência pico da ordem dos 50 ou mais megawatts) deve ser encarado com prudência, dada a economia duvidosa deste tipo de projectos. Será preferível apostar em projectos de menor dimensão, preferencialmente instalados junto
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comunicação, informação ou rumores…
Maria Manuel Costa, mane1976@hotmail.com
Em todos os contextos mundanos estamos perfeitamente habituados a ouvir falar de uma forma mais ou menos constante sobre os outros. Fala-se dos seus comportamentos, das suas atitudes, do que vivem, do que decidem, entre muitos outros. Em contexto organizativo também vivemos esta cultura do “rumor” ou, de forma mais directa a cultura do “cochicho”. Julgo que esta tendência natural e humana é também um traço cultural e, em particular dos “latinos”. Tudo começa quando acedemos a informações restritas, quando ouvimos conversas que interpretamos de forma descontextualizada e, pior que isso é, quando contamos a alguém alguma coisa que nós próprios não sabemos para que serve, sobre quem é e, porque é que o estamos a fazer. Uma lição curativa e pertinente para este mal “humano” é, o chamado “Teste do Filtro Triplo”, que julgo já ter referenciado num artigo anterior, o qual relembro como forma de “chamada de atenção”. Consiste na colocação de três perguntas simples e directas quando alguém vem ter connosco para nos contar algo sobre uma terceira pessoa. As perguntas são: 1 Tens a certeza absoluta de que aquilo que me vais dizer é verdadeiro? 2 O que me vais dizer é bom? 3 O que me vais dizer será útil para mim? Considerando o contexto do rumor, estas perguntas terão uma resposta negativa logo, quem tinha a intenção de me falar sobre alguém, para além de ficar sem vontade de o fazer, certamente lembrar-se-á da próxima vez que tencionar fazê-lo com qualquer outra pessoa. Um outro aspecto que me parece pertinente referir é, o papel dos gestores e chefias para “bloquear” esta “onda” de ineficiência. Este bloqueio, deverá ser feito através do “dar o exemplo”, filtrar alguns conteúdos que surjam com um aspecto aparente de informação útil e necessária, desmascarando-os com a colocação e interposição de algumas dúvidas ou questões, que vão fazer cair por “terra” a intenção “tóxica” do meu emissor. Com esta exposição não pretendo dissuadir os leitores para deixarem de opinar e “achar” algo sobre qualquer coisa, até porque se não fosse por mais nenhum motivo, vivemos num país democrático que nos concede esse direito como cidadãos. Contudo e isso sim, parece-me fundamental focar que, devemos ter uma consciência alargada sobre as críticas que tecemos aos mais variados assuntos, à forma como o fazemos, a quem nos dirigimos, e à intenção verdadeira das mesmas. Importa também salientar que todas as nossas acções (verbais, comportamentais, não verbais, entre outras) tem um impacto nas pessoas que nos rodeiam, por isso de hoje em diante, eu decido ter uma atitude Positiva, Evolutiva, Responsável e, o mais Justa possível sobre os tantos e tantos assuntos que nos invadem todos os dias, quer nos locais de trabalho, quer nos nossos lares ou em qualquer contexto em que nos encontremos!
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Uma lição curativa e pertinente para este mal “humano” é, o chamado “Teste do Filtro Triplo”, (...) o qual relembro como forma de “chamada de atenção”.
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melhorar ou não melhorar? (1.ª parte) Hoje em dia e todos os dias, nestes tempos turbulentos e de profunda crise, que teima em sibilar por cima das nossas cabeças, somos bombardeados com eventuais soluções para ‘todos’ os nossos problemas. Muitas delas são apenas superficiais, outras focam-se demasiadamente na parte genérica (o que fazer), outras parecem a cura milagrosa de todos os males que nos assolam.
Luis Fernandes, ProfitAbility Engineers luis.fernandes@ profitabilityengineers.pt
Arrisco-me a dizer que não existe, hoje em dia, uma única organização que não necessite de se reorganizar ou, pelo menos, repensar a forma como faz negócio. No entanto, a maioria das empresas aborda esta necessidade partindo do pressuposto que é possível “desenhar” o caminho futuro, de forma previsível, com base nas experiências do passado – na realidade, já não é suficiente eliminar os erros de ontem. Além do mais, foram muitas dessas experiências que nos colocaram neste estado. Algumas pessoas chamam a este processo ‘ver o filme todo’. Outras, que se trata de identificar oportunidades, descobrir novas direcções e redefinir mercados. Seja como for, tudo se resume à existência de uma Visão e de planos práticos e exequíveis para a tornar em realidade. O verdadeiro segredo está na implementação. Quem tem responsabilidades de gestão, todos os dias é confrontado com a necessidade de ‘cortar’, ‘corrigir’, ‘melhorar’, ‘mudar’ – procurar novos caminhos. Em cada um desses dias, esses profissionais, são bombardeados com as vantagens das metodologias de melhoria contínua (Lean Manufacturing, Lean Six Sigma, Six Sigma, Kaizen, entre outras) e o que podem fazer. No entanto, existe muito pouca informação de cariz prático sobre como implementar estas metodologias e, mais importante, sobre como liderar um projecto destes. Seja qual for o caminho escolhido, é importante pensar nos detalhes. A verdade é que cada empresa, que inicia este caminho, o faz em circunstâncias diferentes. Por isso, desde sempre que defendo que não há receitas mágicas, um único caminho correcto, uma só forma de fazer as coisas. Existem, isso sim, muitos factores a ter em conta e a considerar, antes de se iniciar o caminho da mudança. Seja em empresas, congressos, seminários ou acções de formação, sempre que pergunto: “Quantos de vós já ouviram falar do ’lean’?” Sem qualquer surpresa, quase todas as pessoas acenam positivamente. Quando pergunto: “E quantos estão a implementar?” o número de respostas positivas passa a cerca de metade. Muitas empresas não estão a fazer nada (ou quase nada), geralmente porque não sabem bem por onde começar! Além disso, as barreiras e dificuldades são muitas – e neste tempo de crise... têm muito mais em que pensar. A última questão, dirigida à metade que respondeu positivamente, é: “Quantos consideram os vossos esforços de implementação um sucesso extraordinário?”. Pois é... apenas uma resposta positiva (ou nenhuma, na maioria dos casos).
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Existe muito pouca informação de cariz prático sobre como implementar estas metodologias e, mais importante, sobre como liderar um projecto destes. Seja qual for o caminho escolhido, é importante pensar nos detalhes.
Se o esforço não for bem pensado e sustentado, e não abranger as áreas de suporte, esses benefícios e melhorias têm tendência a deteriorar-se, voltando tudo ao estado inicial.
coluna riscos renováveis
por Jorge Mafalda jorgemafalda@joaomata.pt
O Sol também se Segura? Como todos nós sabemos o Sol é a fonte principal de todas as energias renováveis, através do qual e de uma forma mais ou menos directa, nos é possível aproveitar os vários recursos naturais que aí têm origem, tal como o vento, as marés, os recursos hídricos e o próprio sol através da sua radiação directa. Neste contexto, poderão muitos dos que estão a ler este artigo interrogarem-se: como é que se segura o Sol? Como será intuitivo concluir nunca conseguiremos segurar o Sol. Contudo e ao nível das energias renováveis, poderemos vir a conseguir obter coberturas para as perdas de produção inerentes à falta dos recursos naturais que atrás identifiquei e que são originários no Sol. Assim e de uma forma mais directa, passarei a enquadrar historicamente qual o meu conhecimento e expectativa sobre a evolução deste tema, que gostaria de ver traduzido em cobertura de seguro, isto é: — Até agora tem sido possível obter coberturas de seguro para as perdas de exploração, como consequência da paralisação dos equipamentos, em virtude de danos que estes sofram, tanto de origem interna como de origem externa, mas nunca por não existir matéria prima, entendendo-se aqui que o “não existir” significa o seu produtor não ter para fornecer por ter acabado na origem e não o facto de ter deixado de existir por força de dano que tenha sofrido numa fase intermédia; — Paralelamente e com um enquadramento diferente, tem existido no mercado segurador os chamados seguros de Contingência, com os quais se poderá, na sua génese, estabelecer alguma analogia, com o nosso tema; — Nos últimos anos, têm sido dados passos importantes, no sentido de podermos evoluir, no caso das energias renováveis, para um estágio mais avançado desta cobertura, nomeadamente através de garantias para perda de vento, que têm vindo a ser exploradas de uma forma, digamos, um pouco resguardada;
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— Estamos, assim, confiantes que o próximo recurso natural a entrar no leque dos recursos seguráveis seja o Sol na sua forma mais directa, nomeadamente a sua radiação para aproveitamento fotovoltaico, que no caso de Portugal poderá ter um reflexo importante devido à quantidade disponível deste recurso, em grande parte do nosso território. Como será fácil concluir, toda esta evolução tem que ter por base a existência de tecnologia própria, que, de uma forma rigorosa, nos permita: 1. Criar bases de dados estatísticos, que credibilizem o histórico do recurso e permitam a sua análise segundo um enquadramento sazonal; 2. Aferir a capacidade do recurso existente e a sua tradução em horas equivalentes, para que, de uma forma isenta, seja possível calcular as perdas. Acreditando que, por parte do mercado segurador existe vontade para evoluir e desenvolver coberturas para riscos de ponta, como são estes que temos referido e que, por outro lado, todos os tecnólogos, fabricantes e promotores, na área das energias renováveis, têm demonstrado interesse numa gestão de risco mais cuidada, contribuindo e fomentando o desenvolvimento da tecnologia, poderemos estar confiantes que num futuro próximo, as Perdas de Exploração por Falta de Recurso natural seja uma prática comum, como o são neste momento as Perdas de Exploração por Avaria de Máquinas.
acreditando que por parte do mercado segurador existe vontade para evoluir e desenvolver coberturas para riscos de ponta, (...) poderemos estar confiantes (...) num futuro próximo
coluna vozes do mercado por Miguel Giménez Departamento de Projectos da Krannich Solar
Análise prévia de um projecto No âmbito das instalações solares fotovoltaicas, e à semelhança de outras, o mais importante, depois do próprio motor gerador de energia – ou seja, módulos e inversores –, é o sistema de fixação que irá proporcionar um suporte seguro a toda a instalação. À estrutura cabe dar um óptimo rendimento aos módulos, com a sua inclinação ideal, e dar também um suporte que permita aos módulos resistir às inclemências meteorológicas; e, acrescentando elementos de segurança, pode ainda suportar outros tipos de inclemência – a dos amigos do alheio. Actualmente todos conhecemos os dois tipos de instalações que existem, tendo em conta o lugar onde se situam: solos rústicos e coberturas. As estruturas em solos rústicos, aquelas que, são as mais completas, como também o é o seu sistema de ancoragem. Há que ter em conta que não existem elementos onde possam ser fixadas, como nas coberturas, vigas, pórticos… E também não há elementos que possam ser aproveitados para se reduzir a estrutura, visando dar aos painéis a elevação prevista. Pode-se dizer que, neste caso do solo rústico, é necessário criar uma estrutura de suporte no seu sentido mais amplo. A concepção das estruturas de solo rústico carece de especial cuidado, dado que os fenómenos meteorológicos, tais como a neve e, sobretudo, o vento, as afectam mais por estarem mais expostas, em campo aberto. É conveniente avaliar bem os valores de carga de neve, a zona de vento, a altitude do terreno e, em certos casos que depois veremos, será necessário, também, fazer um estudo geológico do terreno. Existem inúmeros sistemas de montagem que oferecem soluções para este tipo de estruturas – podem ser de aço galvanizado ou de alumínio, mas o seu denominador comum é a utilização de perfis com grande resistência às cargas, que permitem a colocação dos módulos com pórticos ou pontos de apoio mais distanciados entre si. Conseguem-se, assim, por outro lado, montagens mais rápidas e com menos fixações. 14
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A forma clássica de fixar estas estruturas ao solo é as sapatas de betão, que se colocam ao longo de uma fileira de módulos, sendo os pórticos ancorados às mesmas. Por outro lado, temos a fixação através de hastes de ancoragem, que consiste em alguns elementos cilíndricos de aço galvanizado, de cerca de 1.500 mm, terminados em ponta e com uma rosca que ajuda a efectuar a sua ancoragem. É para este tipo de fixação que se torna necessário o estudo geológico do terreno, o que é óbvio, pois vamos cravar escoras de metro e meio de comprimento ao longo de toda a instalação. Este tipo de fixações tem proliferado nos últimos anos, graças à consciência ecológica que leva a não vazar betão em áreas não urbanizadas e, diga-se de passagem, também para cumprimento de normativas ambientais do tipo ISO 14001, entre outros. Prós e contras dos dois tipos de ancoragem: No caso do betão, poupa-se material de estrutura, mas a despesa em obra civil aumenta consideravelmente. Por outro lado, as hastes de ancoragem exigem a utilização de maquinaria especial para a sua cravação e um estudo geológico do terreno. E um ponto a considerar na colocação das hastes de ancoragem, é que estas são de aço galvanizado e, especialmente quando o resto da estrutura é de alumínio, torna-se necessário isolar ambos os materiais com fita adesiva de neoprene, por exemplo, para evitar o temível par galvânico. Abordamos agora as estruturas e ancoragens em coberturas. Aqui as soluções são inumeráveis, como também o são os tipos de telhado que é possível encontrar. À semelhança do solo rústico, as estruturas podem ser construídas em aço galvanizado ou em alumínio. O alumínio é 300% mais leve do que o aço, facto que deve ser bastante considerado para não se sobrecarregar a cobertura. Sem prejuízo de todas estas possibilidades que temos ao nosso alcance, distinguem-se dois grandes grupos, atendendo à tipologia do telhado: plano ou inclinado. No caso dos telhados planos, normalmente terraços transitáveis pavimentados
Miguel Giménez Responsável pelo Departamento de Sistemas de Montagem do Departamento de Projectos da Krannich Solar.
dossier mini-hídricas
pequenas centrais hidro-eléctricas em Portugal: passado, presente e futuro Lara Ferreira e António Sá da Costa, APREN
caracterização das Centrais Mini-Hídricas no território nacional Hélder Teixeira, Smartwatt
avaliação de potencial e viabilidade técnica e económica de Centrais Mini-Hídricas Andrea Schaan e Jorge Oliveira, Smartwatt
IFIM: metodologia para determinação do caudal ecológico Miguel Mascarenhas e Helena Coelho, Bio3
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dossier mini-hídricas
pequenas centrais hidro-eléctricas em Portugal: passado, presente e futuro
O presente artigo visa abordar a evolução das Pequenas Centrais Hidro-eléctricas em Portugal, facultando uma pequena resenha histórica, passando pelo presente enquadramento do sector, e terminando com uma breve perspectiva para o futuro. Lara Ferreira e António Sá da Costa APREN - Associação Portuguesa de Energias Renováveis. apren@apren.pt
Introdução A água é, desde há muito tempo, uma fonte de energia. Se no passado foi usada para moer cereais, para mover os pisões utilizados na indústria têxtil ou ainda para accionar as grandes serras das serrações de madeira, a energia da água é hoje em dia usada como fonte para produzir electricidade, nos chamados aproveitamentos hidro-eléctricos. Estes aproveitamentos, que se localizam nos cursos dos rios, integram um conjunto de elementos que vão desde a barragem, que barra o curso normal da água, ao circuito hidráulico, que conduz a água desde a barragem até à central propriamente dita, onde se encontram as máquinas geradoras de electricidade - os grupos turbina-gerador. A produtividade destes aproveitamentos muito depende da forma como a água corre naturalmente no rio, dependendo da esta40
ção do ano, variabilidade anual, e do facto do ano ser mais ou menos húmido - variabilidade interanual. Para poder garantir uma melhor distribuição deste recurso constroem-se barragens de maiores dimensões que permitem a criação de albufeiras que, em função da sua dimensão e do caudal de dimensionamento dos aproveitamentos, permitem fazer uma regularização do caudal dentro do ano ou entre anos. Os aproveitamentos hidro-eléctricos têm algumas características que lhes conferem propriedades únicas num sistema eléctrico moderno. Salientam-se, entre outros, o facto de produzirem electricidade fazendo uso de um recurso natural sem emissão de gases com efeito de estufa, a a possibilidade de armazenar energia, no caso de possuírem albufeira, e de poderem ser rapidamente accionados, atingindo a potência máxima em
menos de dois minutos. Enaltece-se ainda a sua capacidade de trabalhar numa gama muito alta de rendimento, em torno dos 90%, para uma grande variação de caudal, dependendo claro, do tipo de máquina usado. Das inúmeras classificações aplicáveis aos aproveitamentos hidro-eléctricos, refere-se a que diz respeito à potência. Assim, convencionou-se designar pequena central hidro-eléctrica (PCH) às que têm uma potência compreendida entre 1 e 10 MW. Esta é a definição de PCH aceite pela Comissão Europeia e pela European Small Hydropower Association (ESHA). Para as potências inferiores a 1 MW, aplicase a designação de micro-hídricas, e acima de 10 MW, grandes hídricas. Note-se, no entanto, que actualmente, se consideram grandes hídricas as que excedem 30 MW, e PCHs de transição as que se situam entre 10 e 20 MW.
dossier mini-hídricas
caracterização das Centrais Mini-Hídricas no território nacional As Centrais Mini-Hídricas (CMH) estão entre os recursos renováveis que ainda podem ser aproveitados em Portugal, sendo do conjunto de todos os recursos renováveis as mais difíceis de compreender, devido às características de cada central, tanto na vertente técnica como na vertente da envolvente e do próprio recurso. Estas encerram em si características técnicas, que são específicas e únicas e que, desta forma, lhe conferem um estatuto de singularidade. Tendo em conta que a energia hídrica é uma das prioridades das políticas energéticas nacionais existe interesse em traçar o perfil das CMH em Portugal, através da sua caracterização e tipificação em função de estereótipos técnicos, da sua produção e da avaliação do seu recurso hidrológico. Hélder Teixeira Smartwatt helder.teixeira@smartwatt.pt
A caracterização técnica das CMH depende das condições morfológicas do local de instalação da central hidroeléctrica, que fortemente influencia a altura de queda, especifica a bacia de drenagem e define o fluxo de água. Como é evidente, todos estes factores interferem significativamente no desempenho energético de uma CMH, e para além disso traçam o tipo de configuração e de equipamentos a dimensionar. Assim, devem considerar-se factores chave como: a queda, o caudal, a potência instalada, a área da bacia hidrográfica e o tipo de turbinas.
Caracterização Técnica – Queda A altura de queda de água numa CMH reveste-se de uma das principais características, dado que influencia directamente a capacidade de potência a instalar, ou seja, a queda é sinónimo de energia potencial gravítica que irá ser transformada em energia mecânica, após a sua passagem pelas turbinas hidráulicas. Em Portugal existem zonas geográficas que ostentam características morfológicas 44
Queda (m)
Caudal (m3/s)
0-40
0-10
40-100
10-20
100-200
20-30
200-350
30-50
350-520
50-100
Figura 1 Mapa da Distribuição das Quedas nas CMH em Portugal.
Figura 2 Mapa da Distribuição do Caudal nas CMH em Portugal.
dossier mini-hídricas
avaliação de potencial e viabilidade técnica e económica de Centrais Mini-Hídricas
Andrea Schaan, andreabrandelli@gmail.com Jorge Oliveira (Smartwatt), jorge.oliveira@smartwatt.pt
Sistemas de Informação Geográfica O termo Sistemas de Informação Geográfica (SIG) aplica-se a “qualquer conjunto de procedimentos manuais ou baseados em computador destinados a armazenar e manipular dados referenciados geograficamente” retirando informações não só das suas características alfanuméricas, mas também da sua localização geográfica onde toda a informação disponível sobre um determinado assunto está relacionada geograficamente, permitindo a sua análise e representação gráfica, com o objectivo de gerar novas informações. A principal característica dos SIG é a habilidade de lidar com informações de diversas origens e formatos, podendo estas ser imagens, tabelas ou gráficos com aplicações em diversos campos de estudo. As capacidades de processamento do SIG fazem deles uma potente ferramenta para o planeamento de sistemas energéticos e têm sido utilizados em inúmeros projectos de energias renováveis com o intuito de avaliar os recursos disponíveis e solucionar problemas referentes à sua localização. 48
Para um planeamento energético completo, muitas variáveis devem ser levadas em consideração e os SIG aparecem como uma ferramenta adequada para o tratamento destes factores uma vez que permitem a avaliação simultânea e integrada destes elementos. Através desta ferramenta podem ser simulados vários cenários, a fim de encontrar a solução ideal de uma forma visual, eficiente e global, com um esforço de análise reduzido quando comparado a outras ferramentas para avaliação de recursos.
Métodos clássicos Antes do aparecimento dos SIG, a forma clássica utilizada para determinação do potencial hidro-eléctrico era o estudo de mapas topográficos associados a trabalhos de campo com a finalidade de verificar as informações obtidas. Apesar da simplicidade do método, a sua utilização requer uma grande disponibilidade de tempo, sendo dispendiosa do ponto de vista financeiro e pode apresentar problemas referentes à resolução e qualidade dos mapas disponíveis para utilização.
Seguindo esta tendência, algumas metodologias já foram desenvolvidas referentes ao planeamento de centrais mini-hídricas. Contudo, as principais aplicações estão direccionadas para a prospecção individual dos factores essenciais à avaliação de recursos ou então para as avaliações de impactos ambientais.
No que se refere à avaliação de caudal disponível, são utilizadas basicamente duas metodologias. Uma das metodologias utiliza o modelo hidrométrico, que tem como fonte de dados as séries históricas de caudal fornecidas pelas estações hidrométricas. Através de análises estatísticas é possível estabelecer relações entre os dados fornecidos e outras variáveis, como área de contribuição, tipo de solo e precipitação. A outra metodologia utiliza o modelo pluviométrico para o cálculo do caudal e depende da pluviosidade média sobre a área de estudo através dos dados fornecidos pelas estações mete-
Existe a necessidade de uma metodologia global, que permita verificar de forma integrada todos os parâmetros técnicos e económicos de um curso de água para implementação de centrais mini-hídricas.
dossier mini-hídricas
IFIM: metodologia para determinação do caudal ecológico O aumento de impactes nos ambientes dulçaquicolas e a procura de medidas de minimização eficazes apresentam desafios consideráveis. De uma forma geral, as alterações ao regime hidrológico dos cursos de água a jusante dos aproveitamentos hidroeléctricos (AH) conduz a importantes modificações no ambiente, com consequências diversas e muito significativas ao nível dos ecossistemas e da estrutura e diversidade das comunidades bióticas. Com vista à minimização dos impactes têm sido definidos caudais ecológicos, que permitem assegurar a conservação e a manutenção dos ecossistemas aquáticos e ripícolas, bem como a produção das espécies com interesse comercial e/ou desportivo. Miguel Mascarenhas e Helena Coelho Bio3 - Estudos e Projectos em Biologia e Valorização de Recursos Naturais info@bio3.pt
IFIM Das várias metodologias disponíveis para a determinação de caudais ecológicos, distinguem-se o interesse pelos métodos cujos critérios se baseiam na relação entre o habitat e o caudal. É neste contexto que surge a metodologia incremental para determinação de caudais, IFIM (ou seja, Instream Flow Incremental Methodology). A metodologia
Figura 1 Identificação de várias fase do ciclo de vida.
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IFIM foi desenvolvida em 1982 pelo Cooperative Instream Flow Service Group do U.S. Fish and Wildlife Service, com vista à resolução de problemas de gestão ao nível dos recursos hídricos. Inicialmente implementada em 5 fases sequenciais (identificação do problema, planeamento, implementação do estudo, análise
Figura 2 Barbus bocagei.
de alternativas e resolução do problema), a base da sua utilização recorre à definição de critérios de aptidão de habitat de uma determinada espécie piscícola (podendo ser aplicada a outras espécies), a dada fase do seu ciclo de vida (alevim, juvenil ou adulto – Figura 1), com o intuito de determinar a variação do habitat disponível em função do caudal existente.
mundo académico
Rui Castro é já um português incontornável na investigação e ensino das várias fontes de energia renovável. Decidiu partilhar um pouco do que sabe e fazer o primeiro livro escrito em português sobre energias alternativas, focando-se sobretudo na eólica, fotovoltaica e mini-hídrica. A necessidade de aposta nesta área tornam esta obra como obrigatória para quem pretenda aprender um pouco mais sobre o assunto. O autor conta-nos como tudo começou...
“o sector energético apresenta uma grande vitalidade” por Helena Paulino
renováveis magazine (rm): De onde surgiu a ideia de escrever um livro como “Uma Introdução às Energias Renováveis”? Sentiu que havia uma lacuna na área académica de uma obra sobre este assunto? Rui Castro (RC): A história deste livro é muito fácil de contar. Ao longo da minha vida enquanto professor do Instituto Superior Técnico (IST) sempre estive ligado ao ensino de disciplinas com conteúdos no domínio das energias renováveis. Como material de apoio ao ensino, disponibilizado aos alunos, fui publicando um conjunto de fascículos, versando os tópicos abordados no âmbito dos conteúdos programáticos da disciplina “Energias Renováveis e Produção Descentralizada”, que faz parte do plano curricular do Mestrado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores. Nasceu assim a colecção com o mesmo nome da disciplina que foi sendo actualizada e melhorada ao longo dos anos, beneficiando das inúmeras sugestões de alunos e colegas professores. Tomando como base este acervo, decidi transformá-lo, adaptando-o, actualizando-o, acrescentando-o e melhorando-o, no livro recentemente publicado pela IST Press. rm: Considera o seu livro um manual de ensino imprescindível a qualquer estudante ou profissional? RC: O livro é, em primeiro lugar, um manual de ensino, testado ao longo de anos no IST, cujos destinatários privilegiados são os alunos das universidades onde são ministrados cursos de energias renováveis. Mas o livro tem interesse, também, para os engenheiros que, no exercício da sua profissão, tenham necessidade de recordar e aprofundar conhecimentos na área da engenharia das fontes de energia renováveis para produção de electricidade e da sua integração no 54
renováveismagazine
sistema de energia eléctrica. Numa perspectiva mais abrangente, o livro será, com certeza, útil a todos aqueles, e são cada vez mais, que se interessam, por dever de ofício ou por autodidactismo, pela temática das energias renováveis. rm: A Professora Ana Estanqueiro considera que o seu livro tem um ponto forte relativamente aos outros, a parte didáctica, presente através dos vários exemplos e problemas ilustrativos que auxiliam à compreensão. Quais são os outros pontos fortes do seu livro, e como se destaca dos outros? RC: Tanto quanto é do meu conhecimento, não existe, em Portugal, nenhum outro livro com o mesmo enquadramento do meu. As grandes linhas de força do meu livro são duas. Por um lado, o livro pretende ensinar a fazer o cálculo da energia que pode ser fornecida pelas instalações de produção baseadas em fontes renováveis, usando metodologias científicas. Por outro lado, o livro pretende dar uma visão sobre os problemas colocados pela integração destas fontes de energia no sistema de energia eléctrica existente, através de casos de estudo, usando modelos e ferramentas computacionais adequados. Estes objectivos são conseguidos com o auxílio de exemplos resolvidos e de problemas com indicação da solução. rm: Mas no cômputo geral, este livro pretende dar mais destaque às energias renováveis ou à sua aplicação directa na produção de electricidade, através das 3 fontes de energias alternativas? RC: O livro visa apresentar os conceitos fundamentais relacionados com a engenharia das fontes de energia de base renovável que se perspectivam com mais interesse para Portugal, no curto/médio pra-
artigo técnico
normas técnicas e legislação aplicável a sistemas fotovoltaicos As instalações eléctricas fotovoltaicas devem respeitar as RTIEBT (Regras Técnicas das Instalações Eléctricas de Baixa Tensão). Existe neste momento muito pouca informação específica sobre protecções para este tipo de instalações. Alguma da informação existente consiste em regras recomendáveis para instalações FV que constam na norma IEC 60364-7-712, que refere particularidades de instalações FV e também na norma EN 50438 que define regras de ligação da microgeração à rede de distribuição de baixa tensão. Apenas serão feitas referências a algumas recomendações sobre protecções de sistemas FV, dos componentes e dos seus utilizadores. Filipe Pereira Engenheiro Electrotécnico (ISEP) Professor na Escola Secundária D. Sancho I
Classe III, mas é recomendável a utilização de módulos com protecção Classe II.
de curto-circuito do gerador, e estar protegido contra falhas de terra e curto-circuitos.
Módulos fotovoltaicos • Os módulos deverão estar certificados de forma a garantir a protecção das pessoas contra choques eléctricos. Esta protecção deve ser garantida nos módulos através da protecção Classe II; • A certificação subentende a prova da conformidade do módulo à norma IEC 61215 em módulos cristalinos e IEC 61646 em módulos silício amorfo; • Para uma tensão inferior a 120 V, é possível instalar material eléctrico de protecção
Cablagem • Os cabos utilizados na parte posterior dos painéis devem suportar no mínimo uma temperatura de 80º C; • Os cabos devem ser resistentes à radiação UV e flexíveis; • Para uma eficaz protecção de terra e de curto-circuito, são recomendados cabos isolados monopolares para os condutores positivos e negativos; • Para as instalações fotovoltaicas localizadas em lugares onde existe o risco de descargas atmosféricas, deverão ser usados cabos com ecrãs/blindagens; • De acordo com a norma europeia IEC 60364-7-712, o cabo da fileira tem de ser capaz de transportar 1,25 vezes a corrente
Fusíveis de fileira • O circuito em DC deverá ter uma protecção com fusíveis. Para pequenos sistemas fotovoltaicos com menos de 4 fileiras, não se devem utilizar fusíveis, optando por dimensionar os cabos para suportar as correspondentes correntes de curto-circuito.
Figura 1 Instalação de módulo fotovoltaico sobre superfície.
Figura 2 Modelo conceptual de um sistema fotovoltaico (Fonte: Jiro Ohno).
Sabendo de antemão que este tema necessita de mais informação e esclarecimentos, apresentam-se aqui algumas normas mais importantes a reter aquando de um projecto e de uma instalação fotovoltaica. A íntegra das normas consta do livro que irá ser publicado sobre instalações solares fotovoltaicas.
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Díodos de bloqueio • Estes díodos só devem ser utilizados para módulos que não cumpram a protecção Classe II. Normalmente estes díodos são introduzidos na caixa de junção geral do gerador, juntamente com dissipadores de calor.; • A norma IEC 60364-7-712, diz-nos que os díodos de bloqueio de cada fileira não são
artigo técnico
inversores fotovoltaicos – informações básicas sobre design e planeamento
O inversor é o coração de qualquer sistema fotovoltaico: converte directamente a corrente dos módulos fotovoltaicos em corrente alternada compatível, alimentado-a na rede pública. Simultaneamente, controla e monitoriza todo o sistema. Desta forma, assegura por um lado que os módulos fotovoltaicos funcionam sempre na sua potência máxima em função da sua radiação e temperatura. Por outro lado, monitoriza continuamente a rede de energia e é responsável pelo cumprimento de diversos critérios de segurança. SMA Ibérica Tecnologia Solar, SL
O inversor certo para qualquer sistema Está disponível no mercado um grande número de inversores fotovoltaicos – mas os aparelhos estão classificados com base em três importantes características: potência, design relacionado com a corrente contínua, e topologia do circuito.
1. Potência A alimentação de potência disponível começa com dois kilowatts e estende-se até aos megawatt. As alimentações mais comuns são de 5 kW para sistemas domésticos privados instalados em telhados, 10-20 kW para sistemas industriais (por exemplo, fábrica ou telhados de celeiros) e 500-800 kW para a utilização em centrais de energia fotovoltaica. 60
2. Cablagem do módulo O design relacionado com a CC diz respeito à cablagem desde os módulos fotovoltaicos ao inversor. Nesta ligação, distinguem-se o string, o multi-string e os inversores centrais, em que o termo “string” se refere a uma série de módulos ligada em série. Os inversores multi-string possuem duas ou mais entradas string, cada uma com o seu próprio MPP tracker (Ponto de Potência Máximo, ver em baixo). Estes são uma escolha particularmente lógica quando o gerador fotovoltaico é composto por diferentes sub-áreas orientadas de formas diferentes ou parcialmente à sombra. Os inversores centrais apenas possuem um MPP tracker apesar da alimentação de energia relativamente alta. Eles estão especialmente bem equipados para centrais de larga escala com um gerador homogéneo.
3. Topologia do circuito Relativamente à topologia do circuito, fazse a distinção entre inversores unifásicos e trifásicos e entre aparelhos com ou sem transformador. Inversores unifásicos são geralmente usados em pequenos sistemas; em sistemas fotovoltaicos maiores tem de ser usada uma rede de vários inversores unifásicos ou trifásicos devido à carga desequilibrada de 4.6 kVA. No entanto, os transformadores destinam-se ao isolamento galvânico (necessário em alguns países) e permitem a ligação à terra do módulo fotovoltaico (necessário para alguns tipos de módulos). Sempre que possível, contudo, são usados inversores sem transformador. São um pouco menores e mais leves do que os aparelhos com transformador e funcionam com maior eficiência.
artigo técnico
instalações com bomba de calor com colectores horizontais enterrados No subsolo encontra-se acumulada uma quantidade considerável de energia, sobretudo de origem solar e geotérmica. A energia solar encontra-se acumulada a baixa profundidade, ao passo que a energia geotérmica está predominantemente acumulada nas zonas mais profundas. A energia do subsolo pode ser utilizada com a ajuda dos seguintes meios: águas de furo ou de poço, colectores horizontais concebidos com tubos em plástico e que recolhem o calor a baixa profundidade, sondas verticais concebidas através da introdução de tubos em material plástico em furos profundos com 100 a 200 metros, e postes energéticos concebidos através da inserção de tubos em material plástico nos postes de cimento das fundações. Iremos, de seguida, abordar as instalações com colectores horizontais. CALEFFI Portugal
São instalações que utilizam o calor que se encontra acumulado nas camadas mais superficiais da terra: calor que, até a uma profundidade de 5 metros, se encontra disponível a temperaturas variáveis entre 8 e 13° C (ver diagrama apresentado em baixo). Este calor deriva, sobretudo, do sol e da chuva. De facto, até uma profundidade de 5 metros, a energia geotérmica não dá qualquer contribuição significativa, pois produz menos de 1 caloria por cada 10 metros quadrados de terreno.
Portanto, é necessário instalar estes colectores em zonas onde pode chegar, sem qualquer impedimento, o calor proveniente do sol e das chuvas.
bra significativas. Estes colectores podem ser concebidos com tubos em polietileno, polipropileno ou polibutileno, colocados a uma profundidade variável entre 0,8 e 2,0 m.
Para tal, não se deve cobrir o terreno, debaixo do qual estão colocados os colectores, com construções (garagens, pré-fabricados, arcadas), nem com pavimentos impermeabilizados ou terraços.
Nos tubos é feito circular um fluido composto por água e anti-gelo.
– 2,0 m das zonas de sombra causadas por edifícios em redor, muros, árvores, sebes ou outros obstáculos; – 1,5 m das redes das instalações enterradas de tipo não hidráulico: redes eléctricas, de telefone e de gás; – 2,0 m das redes das instalações enterradas de tipo hidráulico: redes de água sanitária, de águas de esgoto e de águas pluviais; – 3,0 m das fundações, poços de água, fossas sépticas, poços de escoamento e afins.
Deve-se também evitar que plantas, sebes ou outros arbustos possam criar zonas de som64
A disposição dos colectores pode ser do tipo de serpentinas ou anéis e deve respeitar as seguintes distâncias mínimas:
Ao projectar os sistemas de captação do calor, é necessário evitar não só os subdimensionamentos, como também os sobre-
case-study
pioneira na produção de energia renovável descentralizada A instalação fotovoltaica da central eléctrica Schwäbisch Hall GmbH, continua a manter o seu recorde de produção após quase uma década. Desde o ano de 2001 que a central eléctrica Schwäbisch Hall GmbH é pioneira na produção de energia renovável, mediante uma instalação fotovoltaica na sua cobertura com módulos policristalinos da IBC SOLAR. De facto, a central produz 60% da energia consumida na região de Schwäbisch Hall.
A instalação solar sobre cobertura tem uma produção média anual de 851 kWh/KWp e evita a emissão de 700 g de CO2 por kWh, além de permitir abastecer 27 fogos, tendo em conta um consumo anual por fogo de 3.272 kWh. O projecto foi executado chave-na-mão pelo especialista em energia fotovoltaica, IBC SOLAR, que em 2001 já contava com 19 anos de experiência no sector. Para optimizar o rendimento da instalação, a IBC SOLAR optou pelo que então eram os novos inversores sem transformador da SMA. Além disso, optimizou-se a distribuição dos módulos na cobertura para evitar perdas de potência geradas por sombras. Os 840 módulos solares, modelo IBC-120S MEGALINE, que desde Dezembro de 2001 continuam a funcionar a pleno rendimento, foram instalados sobre a cobertura da empresa mediante um sistema de fixação que garante a manutenção da função impermeabilizante e de protecção da cobertura. Martin Menschl, director da instalação, afirmou que “tendo em conta a regulação de energias renováveis na Alemanha, podemos afirmar que estamos satisfeitos com os benefícios obtidos durante estes anos. A instalação é um exemplo de produção de energia renovável descentralizada e funciona bem, especialmente se considerarmos que se trata de uma instalação pioneira sobre cobertura, que foi construída há quase 10 anos. Como é
normal, desde a entrada em funcionamento em 2001, ocorreram alguns incidentes, mas contámos sempre com o apoio da IBC SOLAR, que sempre nos deu uma solução satisfatória para garantir o nosso investimento.” Em resposta à declaração de Martin Menschl, Markus Maier, actual responsável pelo departamento Service & Engineering da IBC SOLAR AG, engenheiro de projectos encarregado da monitorização da instalação, afirmou: “é com muito agrado que verificamos que a central eléctrica Schwäbisch Hall está satisfeita com o trabalho que a IBC SOLAR executou durante quase 10 anos. Graças à alta qualidade dos produtos utilizados, estamos convencidos de que a instalação continuará a funcionar perfeitamente durante toda a sua vida útil.” Markus Maier adicionou: “uma grande vantagem de uma fonte de energia descentralizada, como uma instalação fotovoltaica sobre cobertura, é que se evitam as perdas de energia associadas ao seu transporte, já que a electricidade produzida é consumida praticamente no mesmo local onde é obtida. Na Alemanha, este tipo de instalações já existem há muitos anos. Em Espanha, há um ano que o segmento das grandes instalações sobre solo está em crescimento. A IBC SOLAR tem uma enorme experiência neste segmento de mercado, o que constitui, sem dúvida, uma grande vantagem para os nossos clientes.” Projecto inicial
Localização: 74523 Schwäbisch Hall País: Alemanha Tecnologia: policristalino Entrada em funcionamento: 31 de Dezembro de 2001 Potência nominal: 100,80 kWp Tipo de módulo: IBC-120S MEGALINE Número de módulos: 840 Tipo de inversor: SMA CA 2000 Número de inversores: 42 Tipo de instalação: sobre cobertura Ângulo de inclinação: 15 ° Orientação: Sul (25º Oeste) Leituras: Sunny Boy Control Plus
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renováveismagazine
reportagem
Na sua 14.ª edição, a GENERA, Feira Internacional de Energia e Meio Ambiente, reuniu de 11 a 13 de Março de 2011 na Feria de Madrid, 635 empresas participantes oriundas de 33 países e registou uma afluência de 23.762 visitantes. A revista “renováveis magazine” marcou presença e solidificou a sua posição no mercado internacional.
Genera reafirma a sua posição no mercado energético
© Sebastian Marjanov
por Helena Paulino
Com 635 empresas participantes e mais de 23 mil visitantes vindos de cerca de 60 países de todo o mundo, a GENERA comprovou ser o principal ponto de encontro das energias renováveis e eficiência energética no mercado espanhol, com um panorama mais abrangente, a nível internacional. Estiveram presentes empresas e organizações de importantes sectores como a cogeração, gás, petróleo, carbono, energia, geotérmica, eficiência energética, hidráulica, solar térmico e solar fotovoltaico, biomassa e resíduos, biocombustíveis, hidrogénio, células de combustível, solar termo-eléctrico, serviços energéticos e outras energias alternativas. Organizada pela IFEMA e promovida pelo Instituto para a Diversidade e Poupança de Energia, a GENERA voltou a confirmar a sua importância como cenário de encontro
a GENERA comprovou ser o principal ponto de encontro das energias renováveis e eficiência energética no mercado espanhol, com um panorama mais abrangente, a nível internacional
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renováveismagazine
e intercâmbio de experiências e conhecimentos na indústria das fontes alternativas de produção e poupança energética. Além disso, graças à complementaridade da ampla oferta empresarial e à troca de conhecimento das últimas tendências e inovações, a GENERA reafirmou-se mais uma vez, pela 14.ª edição, como uma plataforma de referência no sector das energias renováveis e eficiência energética.
Elevada representação internacional No que diz respeito ao impacto da feira a nível profissional em toda a Espanha, é de destacar a ampla afluência de visitantes de outros países, que alcançou 47% no total. Os profissionais espanhóis vieram sobretudo da Catalunha, Andaluzia, Castilla-Léon, Valência e
reportagem
A Intersolar Europa, a maior exposição do mundo da indústria solar, decorreu de 8 a 10 de Junho em Munique, e contou com números surpreendentes de expositores e visitantes. Para 2012 o evento já tem data: de 13 a 15 de Junho, com a sua conceituada conferência a ser realizada de 11 a 15 de Junho.
por Helena Paulino
nova era da energia solar apresentada na Intersolar Europa Cerca de 77 mil visitantes de 156 países e 2.280 expositores estiveram presentes na Intersolar de 8 a 10 de Junho e ficaram ambos muito satisfeitos com os temas abordados e as novas tecnologias apresentados na Intersolar Europa. Este ano a exposição centrouse essencialmente na revolução energética, e por isso, apresentou soluções tecnológicas para um futuro movido a energia solar. Os expositores apresentaram as suas novas tecnologias e serviços nas áreas de energia fotovoltaica, tecnologia de produção PV e tecnologia solar térmica, num espaço de exposição que abrangeu os 168 mil metros quadrados no novo Centro de Exposições de Munique, com 15 salas de exposição e uma área de exposição ao ar livre. A Intersolar comemorou mais uma vez este ano um crescimento significativo em todas as áreas de exposição, contando com números significativos de expositores internacionais, oriundos de exactamente 47 países. Os visitantes e expositores apreciaram sobretudo a Exposição Especial “PV ENERGY 74
renováveismagazine
WORLD” que demonstrou claramente a mistura de energia do futuro em desenvolvimento na Alemanha. As quatro áreas temáticas de “Rede Inteligente de Energia - Smart Grid”, “Edifícios Inteligentes e E-Mobilidade”, “Cidades Inteligentes” e “Tecnologia Inteligente PV e Economia” mostraram como a quota de energia solar no total de energia consumida pode ser aumentada no futuro para valores surpreendentes. Markus Elsässer, CEO da Solar Promotion GmbH, de Pforzheim, ditou que “graças ao aumento crescente da consciencialização em torno do abastecimento energético, a Intersolar Europa cresceu mais uma vez – como organizador, esta é uma boa notícia obviamente. No entanto é a qualidade do evento que é mais importante para nós. Acredito que conseguimos responder a muitas questões sobre a oferta futura de energia e, ao fazê-lo, mostramos os últimos desenvolvimentos da tecnologia, com o brilho e poder da luz presente em muitas soluções de energia solar. Muitos expositores e visitantes concordam com o nosso sucesso. Queremos discutir e desenvolver ainda mais
esta temática no futuro e, assim, realçar possíveis soluções de tecnologia solar.” A Solar Promotion GmbH é um dos organizadores da Intersolar Europa e trabalha em cooperação com a Freiburg Wirtschaft Touristik und Messe GmbH (FWTM). Klaus W. Seilnach, CEO da FWTM, está igualmente muito satisfeito com a exposição da Intersolar: “para nós, como organizadores,
Este ano a exposição centrou-se essencialmente na revolução energética, e por isso, apresentou soluções tecnológicas para um futuro movido a energia solar.
reportagem
por Helena Paulino
formação em minigeração na weidmüller Na sequência do sucesso dos seminários realizados em 2009 e 2010 sobre Energias alternativas e Energia Fotovoltaica – microgeração da teoria à prática, a Weidmüller organizou três seminários dedicados à Minigeração, um tema cada vez mais actual e discutido.
Com a entrada em vigor do novo DecretoLei n.º 34-2011, de 8 de Março, a Weidmüller decidiu organizar um seminário sobre minigeração, de forma a esclarecer todas as dúvidas legislativas e técnicas que possam surgir aos profissionais do sector. Isto porque, desde a entrada em vigor deste novo Decreto-Lei, a minigeração apresenta-se como uma oportunidade de uma empresa ou particular produzir energia para ser vendida à rede, com um regime jurídico que permite a injecção na rede. O produtor poderá mesmo vender energia à rede através de dois regimes remuneratórios: regime bonificado (com 3 escalões) e regime geral (a electricidade produzida é vendida em condições de mercado). A minigeração tem algumas vantagens que passam pela criação de uma fonte de rendimento para o futuro, taxas de rendimento acima de 10% para a maioria dos projectos , um risco reduzido do investimento para além de uma menor dependência face aos aumentos do custo de energia. Perante tudo isto, a Weidmüller sentiu que havia uma enorme necessidade do mercado em saber mais sobre as novas leis relativas à minigeração, e por isso realizou 3 seminários em 3 cidades distintas: 16 de Abril no Palace
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Hotel Monte Real em Leiria, 30 de Abril no Grande Real Villa Itália em Lisboa, e no dia 7 de Maio estiveram presentes na Invicta, no Sheraton Porto Hotel & SPA. Para os cerca de 300 participantes estes foram dias de muita formação, resposta a muitas dúvidas, esclarecimento de muitos factores na teoria enquanto lei, e na prática com exemplos concretos.
Produção de energia por Fontes de Energia Renovável Deodato Vicente, Director Geral da Weidmüller Portugal abriu o seminário explican-
reportagem
por Helena Paulino
encontro anual da APISOLAR A APISOLAR – Associação Portuguesa da Indústria Solar realizou o 1.º encontro anual de associados no passado dia 28 de Junho, no Hotel Vip Executive Zurique, em Lisboa. Este foi um dia preenchido por um workshop sobre minigeração, uma reunião geral da APISOLAR e um debate sobre o sector em Portugal.
Da parte da manhã decorreu um workshop dedicado à apresentação do regime de incentivos à minigeração, onde se falou sobre o Decreto Lei 34/2011, os esquemas de interligação com a rede eléctrica e ainda as estatísticas e certificação de equipamentos (DGEG). No final os participantes debateram os temas apresentados, e algumas dúvidas foram respondidas por parte dos oradores. Na reunião geral da APISOLAR, a Direcção desta associação apresentou resumidamente o relatório intercalar de actividades e de contas de 2011. Os associados da APISOLAR receberam os seus respectivos Cartões de Associados e foram ainda apresentados todos os protocolos já estabelecidos e os que ainda estão em negociação. A parte da tarde deste encontro foi marcada por um debate alargado sobre o sector solar em Portugal e a sua evolução ao longo dos anos, nomeadamente tendo em conta o actual contexto político e económico nacional. Nesta reflexão alargada estiveram todos os participantes no evento, desde os associados da APISOLAR bem como representantes da ADENE, ISQ, APREN, RNAE, AFIC, APIRAC e YUNIT. As políticas públicas direccionadas para o sector solar foram amplamente discutidas, segundo diferentes ângulos e perspectivas, e a colaboração entre associações e instituições foi evidencia-
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renováveismagazine
da como facilitadora da criação de massa crítica e reforço da representatividade e visibilidade do sector. Em simultâneo e durante todo o dia, a APISOLAR promoveu uma mostra de serviços e produtos de empresas associadas e não associadas ligadas ao sector solar como a Baxiroca, Donauer, IBC Solar e Mprime.
reportagem
aproveitar ao máximo a força do sol por Helena Paulino
A Sputnik Engineering aproveita a energia do sol há cerca de 20 anos, contribuindo de forma significativa para a protecção do meio ambiente e a geração de energia renovável. Tudo isto através dos inversores SolarMax, de elevado rendimento e destinados a instalações solares ligadas à rede.
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renováveismagazine
“Chegámos à conclusão há muitos anos de que a energia solar pode e deve contribuir de forma significativa para a produção de energia eléctrica. Por isso fundamos em 1991, a Sputnik Engineering, de forma a comercializarmos a energia solar em benefício da protecção do meio ambiente. Desde o início que nos concentramos no desenvolvimento e produção de inversores solares ligados à rede eléctrica”, explicou Christoph von Berger, e terminou garantindo que “como engenheiros e pioneiros temos contribuído de forma decisiva para o êxito na utilização da energia solar. E como as nossas ideias e acções obedecem a um conceito sustentável, já estamos à procura de solução para o dia de amanhã.” Os princípios da Sputnik passam pela valorização do cliente e ainda pela liberdade dada aos
funcionários de agirem e pensarem de forma independente, o que significa que cada profissional da Sputnik pode contribuir de forma individual com os seus pontos fortes. Desta forma garantem uma equipa motivada e em constante desenvolvimento através de formações, o que permite à empresa crescer de forma sustentável. As sugestões são encaradas, nesta empresa, como um processo natural. A Sputnik Engineering foi fundada em 1991 e tem a sua sede em Biel, na Suíça, uma província sobejamente conhecida pela sua tradição no fabrico de relógios. Actualmente, a Sputnik é conhecida por desenvolver, produzir e colocar à prova de forma exaustiva os inversores de elevado rendimento SolarMax, destinados a instalações solares ligadas à rede.
renováveis em casa
arranque do sistema solar fotovoltaico de ligação à rede Neste artigo explicar-lhe-ei, passo a passo como instalar e efectuar o arranque de um sistema fotovoltaico ligado à rede (com uma potência de 4,14 kWp), num telhado inclinado (a 15º, necessitando de uma estrutura que aumente essa inclinação para cerca de 35º) numa vivenda de dois andares. Filipe Pereira Engenheiro Electrotécnico (ISEP) Professor na Escola Secundária D. Sancho I
Serão instalados 18 módulos, com uma potência individual de 230 Wp. Poderiam ser instaladas duas fileiras de 9+9 módulos do nosso gerador FV, mas, devido à falta de área e também a possíveis sombreamentos que poderiam ocorrer se houvessem mais fileiras, teremos de dividir o gerador em dois campos de 11+7 módulos. Será usado um inversor da SMA, o Sunny Boy 3800.
Figura 2 Estrutura de montagem.
Figura 1 Pormenor do gerador FV (Fonte: KleanEnergie4Life, LDA.).
1. Fixação dos ganchos no telhado A fixação do gerador poderá ser feita recorrendo a um sistema de montagem da Intersol, como mostra a Figura 2.
2. Montagem das secções horizontais de fixação dos módulos As secções horizontais de fixação dos módulos (calhas) são furadas nos pontos onde devem ser aparafusadas às secções verticais 142
(diâmetro mínimo dos parafusos: 6 mm). O comprimento standard destas secções é de 4 m. As secções que forem demasiado compridas são cortadas para a dimensão apropriada, enquanto que as demasiado curtas são combinadas com as secções que referimos a seguir, usando fixações especiais (juntas de expansão de aproximadamente 6-7 mm). Todos os materiais usados para a assemblagem da subestrutura do gerador (secções, ganchos do telhado, entre outros), assim como os grampos e outros materiais de fixação, devem ser resistentes à corrosão e conciliáveis com os restantes materiais. O espaçamento entre os ganchos do telhado e as dimensões dos parafusos será escolhido conforme as especificações do fabricante (Figura 3).
3. Montagem dos módulos Depois de terem sido montadas as calhas de fixação dos módulos, estes são inseridos no seu interior. O formato e a assemblagem destas estruturas garantem que os módulos assentam firmemente e sem vibrações.
renováveis em casa
Arranque do sistema solar fotovoltaico de ligação à rede
(+) e o terminal negativo da string (–) com a entrada negativa do inversor (–); VERIFICAR A CORRECTA POLARIDADE!!! 4 Conectores de fichas CC na parte inferior da caixa não utilizadas fechadas com tampões de fecho; 5 Verificar a correcta conexão do cabo AC ao inversor; 6 Fechar o interruptor DC incorporado no inversor; 7 Conectar o circuito AC ligando o disjuntor do quadro eléctrico fotovoltaico; 8 Olhar para o display, de modo a verificar se o inversor está a dar algum tipo de erro ou se está no modo de funcionamento.
Figura 8 Pormenor do contador e portinhola (Fonte: KleanEnergie4Life, LDA.).
10. Inspecção da unidade de microgeração Aquando da inspecção do sistema são feitas as seguintes medições eléctricas: Figura 6 Etapas para colocação da instalação FV em funcionamento (Fonte: SMA).
Nota: Jamais desconectar o inversor da instalação fotovoltaica antes de isolar a tensão alternada (no quadro eléctrico de instalação fotovoltaica desligar o disjuntor)!
Desligar o sistema fotovoltaico O sistema fotovoltaico deve ser manipulado por um técnico qualificado. Para desconectar o inversor do gerador fotovoltaico deve-se: 1 Desligar o disjuntor do quadro eléctrico AC; 2 Desligar o interruptor de corte DC; 3 Desconectar as strings do inversor.
Figura 7 Etapas para desconectar o inversor do gerador fotovoltaico (Fonte: SMA).
9. Interligação à rede eléctrica pública A saída do inversor AC deverá ser ligada à rede principal através de aparelhos de protecção (fusíveis, disjuntores de linha) e através do contador.
• Resistência de terra; • Resistência de isolamento do gerador fotovoltaico – Curto-circuito no lado DC, isolar o descarregador de sobretensões, medir entre um condutor e a ligação equipotencial; • Resistência do isolamento da linha principal DC; • Tensão de circuito aberto do gerador – Isolar o sistema, medir a tensão entre os condutores positivo e o negativo; • Tensão de circuito aberto de cada fileira; • Corrente de curto-circuito de cada fileira; • Queda de tensão em cada díodo (para os sistemas com díodos de fileira) – Provocar um curto-circuito no sistema, medir a corrente paralela ao díodo; • Queda de tensão em cada fusível (para os sistemas com fusíveis de fileira) – Isolar o sistema, retirar os fusíveis de fileira e medir a corrente em cada uma das fileiras. Diferenças das tensões das fileiras: • Para sistemas com díodos de fileira – Isolar o sistema, medir a diferença de tensão antes do díodo; • Para sistemas sem díodos de fileira – Remover os fusíveis de fileira e medir a diferença de tensão na fileira 1.
Bibliografia
No nosso exemplo, existem duas caixas (Figura 8). Uma é para a caixa do contador de consumos de energia eléctrica com modem de dados, e a outra é a portinhola, de acordo com as Condições Técnicas de Ligação. 144
• Curso Técnico Instalador de Energia Solar Fotovoltaica, Filipe Pereira & Manuel Oliveira, 2011-07-06 • Kleanenergie4Life, LDA. • SMA
barómetro das renováveis
barómetro das renováveis Junho 2011 O barómetro das energias renováveis pretende manter informados os nossos leitores sobre a evolução das potências instaladas e das correspondentes produções de energia. A informação apresentada sobre potências instaladas tem como fonte as estatísticas rápidas da DGEG de Março de 2011 e a informação sobre produção tem como fonte a informação de produção diária desagregada disponibilizada no website da REN até 30 de Junho de 2011. Cláudio Monteiro, com a colaboração de António Sérgio Silva
mo períodos, observa-se um incremento da produção fotovoltaica de 46% e da PRE térmica de 10%. Uma boa notícia é que o consumo, no último semestre, relativamente ao semestre homólogo de 2010, desceu 1,4%. É também de salientar que, pela primeira vez, no dia 15 de Maio, pelas 7h00 registou-se uma produção PRE superior ao consumo.
das grandes hídricas. No último semestre, de Janeiro e Junho, apesar dos incrementos de potência instalada, continua-se a assistir a uma menor fracção de produção renovável, relativamente ao semestre homólogo do ano anterior, devido essencialmente a menos 28% de produção na hídrica e menos 7% de produção na eólica. Por outro lado, comprando os mes-
A potência instalada de Fontes de Energia Renovável (FER), somou 9.784 MW no final de Março de 2010. Crescendo relativamente a Dezembro de 2010 mais 292 MW de eólica. Surge actualmente 2.952 MW de potência licenciada por instalar, distribuída da seguinte forma: 301 MW de eólica, 332 MW de biomassa, 139 MW de mini-hídrica, MW de fotovoltaico e 2.180 MW adicionais
Potência Instalada FER (MW) (Julho 2010) Potência Instalada (MW)
Potência Instalada FER (MW)
Potência Licenciada (MW)
(Março 2011)
Potência Instalada FER (MW Potência Instalada FER (MW) (Outubro 2009)
16
Licenciada Licenciada (Outubro 2009)
188
621
135
instalada
Instalada instalada
Licenciada
4497
360
5000
3802
334
5,6
5000
4500
88
4500
4000 4000
Grande Hídrica (>10 MW)
Eólica
Biomassa (c/ cogeração)
119,4
PCH (<= 10 MW)
Resíduos Sólidos Urbanos
58
Fotovoltaica
4,2
22
787
787
3500 3500
84 106
Biomassa (s/ cogeração)
Biogás
Ondas/Marés
3000 3000 Figura 1 Potência instalada da Fontes de Energias Renováveis (FER) em Março 2011. Fonte: baseado nas estatísticas rápidas da DGEG. 2500 2500 4515 4515 3455
2000 2000
3455
1500
1500
Consumo Mensal
1000
1000
500
500
(GWh)
0
0 Grande Hídrica Eólica (>10 MW) Grande Hídrica
Produção PRE Onda Produção Mensal ( PRE Fotovoltaica PRE Produção Mensal (GWh) PRE Fotovoltaica Produçao não renovável PRE Ondas PRE Fotovoltaica PRE Hidráulico Produção Mensal (GWh) PRE Hidráulico Produçao não renovável PRE Ondas PRE Fotovoltaica PRE Hidráulico Albufeira SEP PR 5500 44% FER 5500 PRE Hidráulico Produção Mensal (GWh) Albufeira SEP Produçao não renovável PRE Ondas PRE Fotovoltaica Albufeira SEP PRE Térmico Fio Á 5000 44% FER Produção Mensal (GWh) 5000 PRE Térmico Produçao não renovável PRE Ondas PRE Fotovoltaica 5500 PRE Hidráulico Albufeira SEP PRE Térmico Fio Água SEP 44% FER 60% FER PRE E 4500 47% 5500 Produção Mensal (GWh) 5000 Albufeira SEP 60% FER 4500 Fio Água sep Produçao não renovável PRE Ondas PRE Fotovoltaica PRE Hidráulico PRE Térmico Fio Água SEP PRE Eólico 47% FER 44% FER Produção não renovável Produçao não renovável
Eólica
(>10 MW)
PRE Ondas PRE Ondas
Produçao não renovável
4000
40% FER 38% FER 35% 33% FER 38% FER 40% FER 3500 5500 35% FER 5000 60% FER 4000 3500 47% FER 44% FER 35% FER 35% 33% FER 40% FER 38% FER 3000 68% FE 5500 35% FER 5000 40% FER 60% FER 47% FER 3500 4500 35% FER 4000 3000 84% FER 44% FER 35% FER 33% FER 40% FER 38% FER 68% FER 5500 35% FER 40% FER 5000 mensalmente4500 55% FER 60% FER 2500 4000 3500 Fonte: baseado na 47% FER Figura 2 Energia produzida pelas Fontes de Energias Renováveis (FER). informação de produção diária35% FER disponível 35% FER no website 84% FER da REN. 3000 44% FER 40% FER 38% FER 33% FER 2500 68% FER 35% FER 5000 40% FER 55% FER 60% FER 47% FER 4500 35% FER 4000 3500 2000 3000 35% FER 2000 33% FER 2500 40% FER 38% FER 35% FER 60% FER 47% FER 4500 35% FER 40% FER 55% FER 4000 3500 3000 2500 35% FER 1500 2000 33% FER 1500 38% FER 40% FER 146 4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 1000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500 500 3000 2500 2000 1500 1000 500 0 0 2500 2000 1500 1000 500 jan‐09 Fev Mar jan‐09 Abr 0 Fev Mai M
GWh
PRE Térmico Fio Água SEP 4000 60% FER 47% FER
GWh
4500 Albufeira SEP
GWh
5000 PRE Hidráulico 44% FER 4500
GWh
5500 PRE Fotovoltaica
GWh
PRE Ondas
GWh
GWh
GWh
Produçao não renovável
PRE Eólico PRE Eólico
bibliografia
Laboratórios de Energia Solar Fotovoltaica
€ 16,20 inclui 10% desconto
PVP € 18,00
Autores: Filipe Pereira, Manuel Oliveira ISBN: 9789728953775 Editora: Publindústria Páginas: 164 Edição: 2011 Obra em Português Venda online em www.engebook.com
Este manual é direccionado para os formandos dos cursos profissionais de energias renováveis, aos ministrados no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) e aos formadores/professores, facilitando – aos primeiros –, a sistematização das ideias a transmitir, simplificando a comunicação entre ambos, e oferecendo – aos últimos –, a garantia da uniformização das acções de formação e resposta às necessidades colectivas ou individuais. A obra é também dirigida aos alunos do Ensino Superior, a engenheiros, empresas e técnicos do sector, sob uma óptica de resolução de problemas. O objectivo principal continua a ser a existência de um livro que integre permanentemente os conhecimentos do saber fazer, através de uma prática experimental em consonância com as restantes disciplinas inerentes a esta área de formação. Para o efeito, procurou-se uma estruturação em 13 trabalhos laboratoriais, contemplados nos programas dos cursos profissionais de Técnicos de Energias Renováveis (variante de Sistemas Solares), e ainda no Curso Técnico de Instalador de Sistemas Solares Fotovoltaicos. Índice: Trabalho Prático N.º 1 - Célula solar fotovoltaica. Trabalho Prático N.º 2 - Ligações de células solares fotovoltaicas. Trabalho Prático N.º 3 - Manuseamento de um solarímetro ou medidor de radiação solar. Trabalho Prático N.º 4 - Ensaio de um módulo fotovoltaico. Trabalho Prático N.º 5 - Ligação de módulos fotovoltaicos em série, paralelo e misto. Trabalho Prático N.º 6 - Baterias para sistemas fotovoltaicos. Trabalho Prático N.º 7 - Trabalhos com reguladores de carga digitais. Trabalho Prático N.º 8 - Onduladores (inversores) de onda quadrada modulada. Trabalho Prático N.º 9 - Bombeamento fotovoltaico. Trabalho Prático N.º 10 - Instalação de um sistema solar fotovoltaico a 12V em DC numa vivenda. Trabalho Prático N.º 11 - Instalação de um sistema solar fotovoltaico a 230 V em AC numa vivenda. Trabalho Prático N.º 12 - Instalação de um sistema de iluminação pública com um candeeiro solar. Trabalho Prático N.º 13 - Instalação de um sistema de microgeração fotovoltaica com uma potência de ligação de 3,68 kW à rede eléctrica.
Protecção das Redes Eléctricas de Distribuição, Transporte e Interligação
€ 27,00 inclui 10% desconto
PVP € 30,00
Autor: Manuel Delgado ISBN: 9789728953867 Editora: Publindústria Páginas: 500 Edição: 2011 Obra em Português Venda online em www.engebook.com
Este livro põe à disposição um conjunto de conhecimentos, métodos e ferramentas necessários a uma abordagem teórica e prática na solução de diversos problemas ligados à Protecção das Redes Eléctricas de Distribuição, Transporte e Interligação. Ao longo dos seus 19 capítulos são examinados os seguintes temas: Necessidade de protecção nas redes eléctricas, Noções de relé de protecção e de sistema de protecção, Tipos de ocorrências anormais nas redes eléctricas, Repercussões das correntes de curto-circuitos, Características que asseguram a qualidade dos sistemas de protecção, Comparação técnico-económica do ponto de vista da protecção entre as diferentes redes, Evolução histórica dos equipamentos de protecção das redes eléctricas, Transformadores de corrente e o seu interesse para as protecções, Protecção de tensão, Protecção de frequência, Protecção de máxima intensidade, Protecções dos transformadores de potência, Protecção diferencial longitudinal para linhas aéreas e cabos subterrâneos, Protecção de barramentos, Protecção contra as falhas dos disjuntores, Protecção de distância, Sistema de teleprotecção, Protecções das baterias de condensadores e uma série de funções de protecção especiais tais como, Protecção contra a ligação manual ou automática de um disjuntor sobre defeito, Protecção contra uma mínima pressão de disjuntor, Protecção contra um condutor rompido, caído ao solo do lado AT de um transformador de distribuição passivo em antena, Protecção de bloqueio do disparo da protecção do painel de inter-barras durante a transferência de um painel de um barramento para um outro, Protecção de bloqueio da ligação do transformador de potência em caso de defeito interno, Protecção contra o retorno de potência activa numa rede sã, Protecção de disparo por discordância dos pólos de um disjuntor, Protecção relativa à mudança de barramento de um painel, Protecção com a limitação da corrente de defeitos à terra e, finalmente, Protecção e Religação automática. A obra termina com vários apêndices contendo diversos exercícios resolvidos que se revestem de um grande interesse didáctico para os leitores. Índice: Introdução. Exigências para um bom comportamento funcional das redes eléctricas. Qualidades dos sistemas de protecção contra os defeitos. Considerações económicas sobre os sistemas de protecção das redes de distribuição e de interligação e de transporte. Realização da selectividade nos sistemas de protecção. Evolução histórica nos dispositivos de protecção. Normas. Alimentação das protecções. Protecção de tensão. Protecção de frequência. Protecção de máxima intensidade. Protecção dos transformadores de potência. Protecção diferencial longitudinal para linhas aéreas ou cabos subterrâneos. Protecção de barramentos. Protecção contra as falhas dos disjuntores. Protecção de distância. Sistemas de teleprotecção. Protecção das baterias de condensadores. Funções de protecção especiais das redes eléctricas.
148
biblografia
Uma Introdução às Energias Renováveis: Eólica, Fotovoltaica e Mini-hídrica
€ 40,00
Autor: Rui Castro ISBN: 9789898481016 Editora: IST Press Páginas: 470 Edição: 2011 Obra em Português Venda online em www.engebook.com
O livro em referência constitui uma obra de inegável interesse e importância no actual contexto energético-ambiental português, que se traduz por uma forte aposta na promoção da melhoria da eficiência energética e no aproveitamento das fontes de energia renováveis, em particular as três que no livro são tratadas mais detalhadamente: eólica, fotovoltaica e mini-hídrica. O livro aborda a temática das energias renováveis de uma forma metódica, rigorosa e, regra geral, bastante aprofundada, preenchendo uma lacuna em termos da bibliografia técnica de autores portugueses nesta matéria. É de realçar ainda a importância do livro do ponto de vista académico, orientado para um público-alvo bem caracterizado – o engenheiro electrotécnico – constituindo uma obra de referência para os estudantes deste ramo da engenharia, quer a nível da licenciatura ou pós-graduação, quer a nível de mestrado e doutoramento. O seu carácter didáctico está bem patente na profusão de exemplos práticos, em cada um dos capítulos do livro, bem como na proposta de problemas a resolver pelos leitores/estudantes, permitindo aferir o grau de conhecimento e compreensão adquiridos. A extensa, adequada e actual lista de referências bibliográficas é outro aspecto a salientar, contribuindo para a credibilização da obra quanto ao rigor científico e orientando para o aprofundamento de determinadas matérias, quando necessário (conteúdo elaborado por Pedro Paes, Direcção de Sustentabilidade e Ambiente da EDP). Índice: Introdução. Avaliação Económica. Energia Mini-Hídrica. Recurso Eólico. Energia Eólica. Equipamento Eléctrico dos Geradores Eólicos. Recurso e Tecnologias Solares. Energia Solar Fotovoltaica. Energias Renováveis e Co-geração.
ABC das Regras Técnicas – Inclui CD com tabelas de cálculo
€ 22,50 inclui 10% desconto
PVP € 25,00
Autor: Hilário Dias Nogueira ISBN: 9789728953836 Editora: Publindústria Páginas: 112 Edição: 2011 Obra em Português Venda online em www.engebook.com
O conteúdo deste livro, que se baseia nas Regras Técnicas de Instalações Eléctricas de Baixa Tensão (RTIEBT), pretende elucidar e transmitir os conhecimentos essenciais e necessários para que, tanto os estudantes como os profissionais principiantes, encarem o mundo do trabalho com realidade e confiança. Tendo como objectivo essa aplicação (RTIEBT), foi concebido por forma a contemplar de um modo prático os assuntos que se consideraram como os mais interessantes, principais e indispensáveis à realização futura de pequenos projectos de execução das instalações eléctricas de utilização. Índice: Aplicação das RTIEBT (Decreto-lei n.º 226/2005, de 28 de Dezembro e que estabeleceu a sua aprovação pela Portaria 949/A 2006 de 11 de Setembro). As RTIEBT no aspecto de mais interesse e com algumas aplicações práticas: Instalações eléctricas que carecem de projecto. Características das instalações eléctricas: As influências externa; Atribuição de indices de protecção. Regras para instalações em locais especiais: Locais contendo banheiras ou chuveiros; Piscinas e semelhantes; Radiadores para sauna; Estaleiros; Instalações eléctricas em estabelecimentos agro-pecuários; locais condutores exíguos; Ligação à terra de instalações de equipamentos de tratamento de informação. Tipo de canalizações, métodos de referência e tabelas de correntes admissíveis. Cálculo das secções segundo as condições estipuladas pelas RTIEBT: Noções sobre quedas de tensão; Cálculo das canalizações; Cálculo das quedas de tensão; Protecções contra sobreintensidades; Coordenação entre a secções dos condutores e os dispositivos de protecção. Localização e definição de instalações: Quadro de entrada; Corte geral; Habitações. Protecções: Selectividade e fiabilidade; Diferenciais na origem da instalação; Secção dos condutores. Instalações colectivas: Ducto para as instalações colectivas e entradas; Derrogação; Protecção contra contactos indirectos; Entrada estabelecida a partir de instalação colectiva. Ligações à terra e condutores de protecção: Esquemas de ligação à terra; Protecção contra contactos indirectos por corte automático no sistema TT; Escolha de eléctrodos de terra; Quadro das resistividades do solo; Valores médios da resistividade do solo. Inspecção de instalações: Modos e suportes de verificação; Ensaios e medições. Ficha de verificação. Índice remissivo das RTIEBT (n.º 949-A/2006, de 11 de Setembro de 2006 - Diário da República, 1.ª Série – n.º 175).
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calendário de eventos
SEMINÁRIOS E CONFERÊNCIAS Designação
Temática
Local
Data
Contacto
WavEC
Energias Renováveis Offshore e o seu Potencial em Regiões Ultra-Periféricas
Madeira, Portugal
15 Setembro 2011
WavEC www.wavec.org mail@wave-energy-centre.org
Green Cities
Conferência sobre Eficiência Energética em Edifícios e Espaços Urbanos
Málaga, Espanha
6a8 Outubro 2011
FYCMA www.fcyma.com info@fycma.com
Expo Energia
Conferências sobre Novos Mercados na Energia
Lisboa, Portugal
8 a 10 Novembro 2011
About Media www.expoenergia2011.about.pt conferencias@about.pt
VI Jornadas Tecnológicas
Evento de Informação/ Formação no Sector Electrotécnico
Torres Novas, Portugal
16 a 18 Novembro 2011
Revista “o electricista” www.jornadastecnologicas.pt inscricao@jornadastecnologicas.pt
SusTEM 2011
Conferência sobre Gestão Sustentável de Energia Térmica
Newcastle, Reino Unido
25 a 27 Novembro 2011
PRO-TEM www.research.ncl.ac.uk/pro-tem j.l.chin@ncl.ac.uk
Designação
Temática
Local
Data
Contacto
Power Expo
Feira sobre Energia Eficiente e Sustentável
Saragoça, Espanha
27 a 29 Setembro 2011
Feria de Zaragoza www.feriazaragoza.es info@feriazaragoza.com
Concreta/Endiel
Feira Internacional de Construção e Obras Públicas
Porto, Portugal
18 a 20 Outubro 2011
Exponor www.concreta.exponor.pt info@exponor.pt
Zero Emission Rome 2011
Feira dedicada às Energias Renováveis
Roma, Itália
14 a 16 Novembro 2011
Fiera Roma www.zeroemissionrome.eu artenergy@zeroemission.eu
Enersolar
Feira de Energias Renováveis
Milão, Itália
16 a 19 Novembro 2011
Fiera Milano www.enersolar.biz info@enersolar.biz
Expobioenergía
Feira sobre Bioenergia
Valladolid, Espanha
18 a 20 Novembro 2011
Expobioenergía www.expobioenergia.com tania.duro@expobioenergia.com
FEIRAS
150 renováveismagazine
links
The European Small Hydropower Association É o website de referência europeu da pequena produção hidro-eléctrica. Apresenta notícias, publicações e eventos sobre o tema.
www.esha.be
Guide to Mini-Hidro Developments Excelente guia online da British Hydro Association, contendo procedimentos e tecnologia associados a mini-hídricas.
www.british-hydro.org/mini-hydro/
Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos É um website essencial para quem trabalha em projectos de mini-hídricas em Portugal. Contém informação detalhada e bem organizada de séries históricas de registo de recursos hídricos.
www.snirh.pt
152 renováveismagazine