Rastros de luz 01

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rastros L um olhar na história Despretensioso convite para o retorno às coisas simples, belas e profundas do Evangelho.

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de

uz

dezembro

2016

nº 1

a esperada

Chegada

Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida Jovem, ao encontro de Jesus!


História de um

povo sofredor

A história da Palestina é, antes de tudo, a história de um povo sofredor em luta angustiante pela sobrevivência e a paz.


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A Palestina, que literalmente significa “terra dos filisteus”, está encravada entre o Mediterrâneo, o Líbano, o deserto da Síria, na região denominada Oriente Próximo. Inicialmente, a sua localização geográfica a punha na encruzilhada das grandes e indispensáveis rotas comerciais que levavam, na Ásia Menor, ao Egito, à Mesopotâmia e à Arábia. Graças a isso, experimentou sucessivas invasões dos egípcios, mesopotâmios, persas, e, por fim, dos romanos, que a destroçaram por largos séculos...1

objetivo, encontramos Herodes, que houvera sido nomeado “rei da Judéia” pelos conquistadores romanos, no ano 40 a.C. Herodes governou com mão de ferro. Dissoluto e ambicioso quanto inclemente, mandou matar quantos projetavam sua sombra sobre a coroa. Afogou em sangue quantas conspirações foram ensaiadas. A história da Palestina é, antes de tudo, a história de um povo sofredor em luta angustiante pela sobrevivência e a paz. [...] Fazendo da defesa da fé espiritual a sua política e da religião o alicerce da vida nacional, viveu sempre em comunidade fechada sob a inspiração do monoteísmo, qual ilha num convulso oceano politeísta.2 A crença em Deus e na Sua justiça e a esperança da chegada de um Messias, portador de paz e felicidade para o povo, eram ambição de todo judeu. Foi neste clima que nasceu Jesus...3

Por volta do século XIV a.C. os hebreus ali chegaram e se impuseram, esmagando os filisteus, que a habitavam. Foram séculos e séculos de conflitos, que, de certo modo, assim permanece acontecendo naquela região até os dias de hoje. Bem mais próximo, no tempo, ao nosso 1 FRANCO, Divaldo. Pelos caminhos de Jesus. Ditado pelo Espírito Amélia Rodrigues. Cap.: Síntese histórica

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__________. Primícias do reino. Ditado pelo Espírito Amélia Rodrigues. Cap.: Respingos históricos. 3 Jesus (hebraico Yehoshú’a) significa “Iahweh salva”. Fonte: A Bíblia de Jerusalém, Edições Paulinas. P. 1284, Nota de Rodapé “i”.


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No segundo milênio antes de Cristo, a Faixa de Gaza foi invadida por povos de origem creto-micênica, os filisteus. Na mesma época, a Cisjordânia foi invadida por povos de origem suméria, os hebreus. Os dois povos lutaram entre si na disputa por território, porém ambos acabaram suplantados por impérios mais poderosos que dominaram sucessivamente a região: o Império Egípcio, o Império Assírio, o Império Babilônico, o Império Persa, o Império Macedônico e o Império Romano. O imperador romano Tito destruiu Jerusalém e expulsou os judeus da Palestina. Nessa fase os judeus se dispersaram (a Diáspora) que durou mais de dezoito séculos e meio. A Diáspora só se findou em 1948 quando a ONU criou o atual Estado de Israel onde antigamente era a Palestina.


Ele

chega silencioso

A sua glória não consiste em estar retirado da história; presta-se-lhe mais verdadeiro culto mostrando que toda a história é incompreensível sem Ele.


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Nasceu, conforme o Evangelho de S. Mateus (2:1), em Belém da Judéia, no tempo do rei Herodes. Herodes reinou a Judéia de 37 a 4 a.C. Ignora-se a data fixa do seu nascimento. Sabe-se que foi no reinado de Augusto, pelo ano 750 da fundação de Roma. Estima-se o seu nascimento por volta do ano 5 ou 4 a.C.1 Dos historiadores contemporâneos, não mereceu registro, com exceção de Josefo, que lhe dedicou poucas linhas, mas o suficiente para o devido registro do fato para a posteridade. Para um exame histórico e entendimento da época e seus costumes, também se pode lançar mão dos Evangelhos e, em geral, os escritos do Novo Testamento; as composições a que se dá o nome “Apócrifos do Antigo Testamento; as obras de Fílon; o Talmude. Já nos tempos modernos, segundo Hain Cohn (1990), “somente neste

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A Bíblia de Jerusalém. Edições Paulinas. Nota de rodapé “n”, p. 1284


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século foram escritos 60 mil livros sobre Jesus”. Segundo Ernesto Renan2: A sua glória não consiste em estar retirado da história; presta-se-lhe mais verdadeiro culto mostrando que toda a história é incompreensível sem Ele. O que importa é que Ele nasceu... Ainda segundo Ernesto Renan, na obra citada, agora no Capítulo I: (...) é um fato que se deu nos reinados de Augusto e de Tibério. Viveu então um homem superior, que pela sua arrojada iniciativa, e pelo amor que soube inspirar, criou o assunto e estabeleceu o ponto de partida da futura fé para a humanidade. O Seu nascimento, predito séculos antes por diversos profetas, como, por exemplo, Isaías (7:14), no ano 758 a.C.: Pois sabei que o Senhor mesmo vos dará um sinal: Eis que a jovem concebeu e dará à luz um filho e por-lhe-á o nome de Emanuel. Aqui nos valemos da Bíblia de Jerusalém, Edições Paulinas. Outras traduções da Bíblia citam no lugar de “jovem”, “virgem”. No mesmo livro de que nos valemos agora, os organizadores fazem a ressalva: • A tradução grega traz “a virgem”, precisando assim o termo hebraico ‘almah’ que designa quer a donzela, quer uma jovem casada recentemente, sem explicar mais. Não há porque desconsiderar o modo óbvio de sua concepção, que adveio da natural e simples relação conjugal de seus pais, apenas para Lhe dar caráter divino, messiânico, distinto de todos. Ter sido concebido e ter nascido como todos no mundo, não Lhe diminui a grandeza moral e nem Lhe tira a condição de enviado de Deus. O que deu dimensão de grandeza e sublimidade à Jesus, não foi a pretendida condição excepcional de sua concepção ginecológica, mas foram Seus feitos, Seus ensinos, Sua vida. A vida exemplar e única dEle é que demarcou a História 2

RENAN, Ernesto. Vida de Jesus. Introdução.


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para antes e depois dEle. Aquele que afirmou (S. Mateus 5:17): Não penseis que vim revogar a Lei e os Profetas. Não vim revogá-los, mas dar-lhes pleno cumprimento... não faria tal afirmativa se estivesse Ele próprio por revogar a Lei da Reprodução, que é uma das Leis Naturais. O sexo faz parte da equação da vida. Ele chega silencioso... Aceitando como berço o reduto humílimo de uma estrebaria, no momento significativo de um senso, elaborou, desde o primeiro momento, a profunda lição da humildade para inaugurar um reinado diferente entre as criaturas, no justo momento em que a supremacia da força entronizava o gládio e a púrpura atapetava o solo, alcatifando o piso por onde passavam os triunfadores. E não se afastou, jamais da diretriz inicial assumida: a de servo de todos.3

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FRANCO, Divaldo. Primícias do reino. Ditado pelo Espírito Amélia Rodrigues. Cap.: As boas novas.


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estrela de Belém

Seja qual for a hipótese respeitável sobre a estrela de Belém, a união dos Espíritos de Luz que mantinham o intercâmbio entre as duas Esferas formou um facho poderoso que indicava o lugar da tradição, em que Ele deveria começar o ministério entre os homens.


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O Evangelho iniciou a primeira página viva da revelação nova na estrebaria singela. Cristãos decididos e sinceramente interessados na elucidação do fenômeno que produziu a estrela de Belém, à semelhança dos investigadores materialistas hão recorrido, através da História, a matemáticos e astrônomos capacitados, ansiosos por uma resposta perfeitamente lógica e racional sobre o inusitado aparecimento do astro a que se referem os escritores evangélicos. E de quando em quando fiéis às pesquisas feitas nos mapas celestes, aqueles estudiosos tentam traçar diretrizes que clarifiquem, em definitivo, o insuspeito acontecimento, na noite santa em que ocorreu o Natal de Jesus, e posteriormente vista pelos Magos do Oriente, que por ela foram guiados. Segundo alguns observadores, fora o Cometa de Halley que naquele dia e àquele período fazia-se visível por toda

a Galileia e parte oriental do país. Para outros era uma conjunção oportuna de astros que produziram refração na atmosfera, incidindo o facho luminoso sobre a manjedoura singela, que Ele dignificou com o Seu nascimento. Conquanto possamos admitir uma ou outra hipótese, Jesus é, em síntese, a constelação dos astros divinos ergastulados temporariamente na forma humana para conviver com os homens, deixando pela atmosfera envolvente do Planeta o rastro luminescente da sua imersão, como mensagem de advertência reveladora. [...]


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Seja qual for a hipótese respeitável sobre a estrela de Belém, a união dos Espíritos de Luz que mantinham o intercâmbio entre as duas Esferas formou um facho poderoso que indicava o lugar da tradição, em que Ele deveria começar o ministério entre os homens. ... Pastores e reis magos, todos videntes, convidados pelas Entidades Celestes, seguiram-na, cada um a seu turno, enquanto os cantores sublimes, proclamavam: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra entre os homens de boa vontade!”1 1 FRANCO, Divaldo. Luz do mundo. Ditado pelo Espírito Amélia Rodrigues. Cap.: A estrela de Belém.

Que é o que nos traz a inesquecível da narrativa de S. Lucas (2:8-14): Na mesma região havia uns pastores que estavam nos campos e que durante as vigílias da noite montavam guarda a seu rebanho. O Anjo do Senhor apareceu-lhes e a glória do Senhor envolveu-os de luz; e ficaram tomados de grande temor. O anjo, porém, disselhes: “Não temais! Eis que eu vos anuncio uma grande alegria, que será para todo o povo: Nasceu-vos hoje um Salvador, que é o Cristo-Senhor, na cidade de Davi. Isto vos servirá de sinal: encontrareis um recém-nascido


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envolto em faixas deitado numa manjedoura”. E de repente juntou-se ao anjo uma multidão do exército celeste a louvar a Deus dizendo: “Glória a Deus no mais alto dos céus e paz na terra aos homens que Ele ama!” Desde o momento em que os pastores maravilhados se movimentaram para vêLo, na hora da alva, começou Ele a receber os testemunhos de afeição dos filhos da Terra. Todavia, muito antes de ser homenageado com o ouro, o incenso e a mirra, expressando a admiração e a reverência do mundo, Ele se dignou acolher, em primeiro lugar, as pequeninas dádivas dos últimos! E somente Ele sabe os nomes daqueles que algo Lhe ofertaram, em nome do amor puro, nos instantes da estrebaria: A primeira frase de bênção... A luz da candeia que principiou a brilhar quando se apagaram as irradiações do firmamento... Os panos que O livraram do frio...


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A manta humilde que Lhe garantiu o leito improvisado... Os primeiros braços que O enlaçaram ao colo para que José e Maria repousassem... A primeira tigela de leite... O socorro aos pais cansados... Os utensílios de empréstimo para que não Lhe faltasse assistência... A bondade que manteve a ordem, ao redor da manjedoura, preservando-a de possíveis assaltos... O feno para o animal que devia transportá-Lo... O Natal por excelência, em sua pura origem e significado. Nascimento de Jesus para a Humanidade e para os que ali estavam, homenageando o recém-nascido, o nascimento dEle em seus corações, para sempre.


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século da Boa Nova É que os historiadores ainda não perceberam, na chamada época de Augusto, o século do Evangelho ou da Boa Nova.


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Os historiadores do Império Romano sempre observaram com espanto os profundos contrastes da gloriosa época de Augusto. Caio Júlio César Otávio chegara ao poder, não obstante o lustre de sua notável ascendência, por uma série de acontecimentos felizes. As mentalidades mais altas da antiga República não acreditavam no seu triunfo. Aliando-se contra a usurpação de Antônio, com os próprios conjurados que haviam praticado o assassínio de seu pai adotivo, suas pretensões foram sempre contrariadas por sombrias perspectivas. Entretanto, suas primeiras vitórias começaram com a instituição do triunvirato e, em seguida, os desastres de Antônio, no Oriente, lhe abriram inesperados caminhos. Como se o mundo pressentisse uma abençoada renovação de valores no tempo, em breve todas as legiões se entregavam, sem resistência, ao filho do

Imperador Otávio


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soberano assassinado. Uma nova era principiara com aquele jovem enérgico e magnânimo. O grande império do mundo, como que influenciado por um conjunto de forças estranhas, descansava numa onda de harmonia e de júbilo, depois de guerras seculares e tenebrosas. Por toda parte levantavam-se templos e monumentos preciosos. O hino de uma paz duradoura começava em Roma para terminar na mais remota de suas províncias, acompanhado de amplas manifestações de alegria por parte da plebe anônima e sofredora. A cidade dos Césares se povoava de artistas, de espíritos nobres e realizadores. Em todos os recantos, permanecia a sagrada emoção de segurança, enquanto o organismo das leis se renovava, distribuindo os bens da educação e da justiça. No entanto, o inesquecível Imperador

Mecenas


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era franzino e doente. Os cronistas da época referem-se, por mais de uma vez, às manchas que lhe cobriam a epiderme, transformando-se, de vez em quando, em dardos dolorosos. Otávio nunca foi senhor de uma saúde completa. Suas pernas viviam sempre enroladas em faixas e sua caixa torácica convenientemente resguardada contra os golpes de ar que lhe motivavam incessantes resfriados. Com frequência, queixava-se de enxaquecas, que se faziam seguir de singulares abatimentos. Não somente nesse particular padecia o Imperador das extremas vicissitudes da vida humana. Ele, que era o regenerador dos costumes, o restaurador das tradições mais puras da família, o maior reorganizador do Império, foi obrigado a humilhar os seus mais fundos e delicados sentimentos de pai e de soberano, lavrando um decreto de banimento de sua única filha, exilando-a na Ilha de Pandatária, por efeito da sua vida de condenáveis escândalos na Corte, sendo compelido, mais tarde, a tomar as mesmas providências em relação à sua neta. Notou que a companheira amada de seus dias se envolvia, na intimidade doméstica, em contínuas questões de envenenamento dos seus descendentes mais diretos, experimentando ele, assim, na família, a mais angustiosa ansiedade do coração. Apesar de tudo, seu nome foi dado ao século ilustre que o vira nascer. Seus numerosos anos de governo se assinalaram por inolvidáveis iniciativas. A alma coletiva do Império nunca sentira tamanha impressão de estabilidade e de alegria. A paisagem gloriosa de Roma jamais reunira tão grande número de inteligências. É nessa época que surgem Vergílio, Horácio, Ovídio, Salústio, Tito

Lívio e Mecenas, como favoritos dos deuses. Em todos os lugares lavravamse mármores soberbos, esplendiam jardins suntuosos, erigiam-se palácios e santuários, protegia-se a inteligência, criavam-se leis de harmonia e de justiça, num oceano de paz inigualável. Os carros de triunfo esqueciam, por algum tempo, as palmas de sangue e o sorriso da deusa Vitória não mais se abria para os movimentos de destruição e morticínio. O próprio Imperador, muitas vezes, em presidindo às grandes festas populares, com o coração tomado de angústia pelos dissabores de sua vida íntima, se. surpreendeu, testemunhando o júbilo e a tranquilidade geral do seu povo e, sem que conseguisse explicar o mistério daquela onda interminável de harmonia, chorando de comoção, quando, do alto de sua tribuna dourada, escutava a famosa composição de Horácio, onde se destacavam estes versos de imorredoura beleza: Ó Sol fecundo, Que com teu carro brilhante Abres e fechas o dia!... Que surges sempre novo e sempre igual! Que nunca possas ver Algo maior do que Roma. É que os historiadores ainda não perceberam, na chamada época de Augusto, o século do Evangelho ou da Boa Nova. Esqueceram-se de que o nobre Otávio era também homem e não conseguiram saber que, no seu reinado, a esfera do Cristo se aproximava da Terra, numa


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vibração profunda de amor e de beleza. Acercavam-se de Roma e do mundo não mais espíritos belicosos, como Alexandre ou Aníbal, porém outros que se vestiriam dos andrajos dos pescadores, para servirem de base indestrutível aos eternos ensinos do Cordeiro. Imergiam nos fluidos do planeta os que preparariam a vinda do Senhor e os que se transformariam em seguidores humildes e imortais dos seus passos divinos. É por essa razão que o ascendente místico da era de Augusto se traduzia na paz e no júbilo do povo que, instintivamente, se sentia no limiar de uma transformação celestial. Ia chegar à Terra o Sublime Emissário. Sua lição de verdade e de luz ia espalhar-se pelo mundo inteiro, como chuva de bênçãos magníficas e confortadoras. A Humanidade vivia, então, o século da Boa Nova. Era a “festa do noivado” a que Jesus se referiu no seu ensinamento imorredouro. * Depois dessa festa dos corações, qual roteiro indelével para a concórdia dos homens, ficaria o Evangelho como

o livro mais vivaz e mais formoso do mundo, constituindo a mensagem permanente do céu, entre as criaturas em trânsito pela Terra, o mapa das abençoadas altitudes espirituais, o guia do caminho, o manual do amor, da coragem e da perene alegria. E, para que essas características se conservassem entre os homens, como expressão de sua sábia vontade, Jesus recomendou aos seus apóstolos que iniciassem o seu glorioso testamento com os hinos e os perfumes da Natureza, sob a claridade maravilhosa de uma estrela a guiar reis e pastores à manjedoura rústica, onde se entoavam as primeiras notas de seu cântico de amor, e o terminassem com a luminosa visão da Humanidade futura, na posse das bênçãos de redenção. É por esse motivo que o Evangelho de Jesus, sendo livro do amor e da alegria, começa com a descrição da gloriosa noite de Natal e termina com a profunda visão da Jerusalém libertada, entrevista por João, nas suas divinas profecias do Apocalipse.

Humberto de Campos1 1

XAVIER, Francisco C. Boa nova. Humberto de Campos, Cap. 1.


nosso

cartĂŁo de Natal

NinguĂŠm sabe atĂŠ hoje quais tenham sido os tratadores de animais que te ofertaram esburacada manta, por leito simples, e ignora-se quem foi o benfeitor que te arrancou ao desconforto da estrebaria para o clima do lar.


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s Senhor Jesus!

Quando vieste ao mundo, numerosos conquistadores haviam passado, cimentando reinos de pedra com sangue e lágrimas. Na retaguarda dos carros de ouro e púrpura com que lhes fulgia as vitórias, alastravam-se, como rastros da morte, a degradação e a pilhagem, a maldição do solo envilecido e o choro das vítimas indefesas. Levantaram-se, poderosos, em palácios fortificados e faziam leis de baraço e cutelo, para serem, logo após, esquecidos no rol dos carrascos da Humanidade.

simples, e ignora-se quem foi o benfeitor que te clima do lar.

Cresceste sem nada pedir que não fosse o cu

Escolheste vilarejos anônimos para a moldura companheiros de tua obra homens rudes, cujas pensamento. E conversaste com a multidão, sem

No entanto, ninguém conhece o nome das cri nem das mãos fatigadas a quem te dirigiste na v

Entretanto, Senhor, nasceste nas palhas e permaneceste lembrado para sempre.

A História, que homenageava Júlio César, disc Virgílio e admirava Mecenas, não te quis conhece o povo te guardou a presença divina e as person Bartimeu”, “o homem de mão mirrada”, “o servo Cananéia”, “o gago de Decápolis”, “a sogra de Pe

Ninguém sabe até hoje quais tenham sido os tratadores de animais que te ofertaram esburacada manta, por leito

Ainda assim, Senhor, sem finanças e sem cob venceste os séculos e estás diante de nós, tão v espírito ao amor e à humildade que exemplificas


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sem violência, o trabalho e a riqueza, a tranquilidade e a alegria, com bênção de todos. É por isso que, emocionados, recordando-te a manjedoura, repetimos em prece: - Salve, Cristo! Os que aspiram a conquistar desde agora, em si mesmos, a luz de teu reino e a força de tua paz, te glorificam e te saúdam!...

Emmanuel1

e arrancou ao desconforto da estrebaria para o

ulto à verdadeira fraternidade.

a de tua palavra sublime... Buscaste para mãos calejadas não lhes favoreciam os voos do m propaganda condicionada.

ianças que te pousaram nos joelhos amigos, via pública!

cutia Horácio, enaltecia Tibério, comentava er em pessoa, ao lado de tua revelação, mas nagens de tua epopeia chamam-se “o cego o do centurião”, “o mancebo rico”, a “mulher edro”, “Lázaro, o irmão de Marta e Maria”.

bertura política, sem assessores e sem armas, vivo hoje quanto ontem, chamando-nos o ste, para que surjam, na Terra, sem dissensão e

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XAVIER, Francisco C. Antologia mediúnica do Natal. Diversos. Cap. 75.


com a

honra de cooperar Parafraseando o Benfeitor Espiritual Emmanuel, em mensagem constante no livro Antologia mediúnica do Natal, ditada pela luminosa mediunidade de Francisco Cândido Xavier, encaminhamo-nos ao final deste fascículo:


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Parafraseando o Benfeitor Espiritual Emmanuel, em mensagem constante no livro Antologia mediúnica do Natal, ditada pela luminosa mediunidade de Francisco Cândido Xavier, encaminhamo-nos do final deste fascículo: Hoje, Senhor, mais de vinte séculos transcorreram, sobre o Seu nascimento, nós, os pequeninos obreiros, com a honra de cooperar em Seu Evangelho Redivivo, pedimos vênia para algo Lhe ofertar... Nada possuindo de nós, trazemos-Lhe as páginas simples que colhemos daquelas que o Seu próprio coração inspirou através de outras mãos, os pensamentos de gratidão e de amor que nos saíram do coração, em forma de letras, em louvor de Sua infinita bondade!

Recebe-os, ó Divino Benfeitor! Com a benevolência com que acolheu as primeiras palavras e respeito e os primeiros gestos de carinho com que as criaturas rudes e anônimas Lhe afagaram na gloriosa descida à Terra!... E que nós – espíritos milenares fatigados do erro, mas renovados na esperança – possamos rever-Lhe a figura sublime, nos recessos do coração, e repetir, como o velho Simeão, após acariciá-Lo na longa vigília do Templo: - “Agora, Senhor, despede em paz os teus servos, segundo a tua palavra, porque os nossos olhos viram a salvação!...”.


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PRÓXIMO FASCÍCULO: A infância de Jesus

CRÉDITOS DESTE FASCÍCULO:

rastros L

Imagens: acervo próprio ou baixadas da Internet: Google Imagens e The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints

um olhar na história

de

uz

Revista eletrônica de circulação dirigida e gratuíta Redação, organização e diagramação: Maurício Silva Contato: redator@resenhaespiritaonline.com.br Curitiba - PR

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