Biennial Performative Arts Meeting – (Re)union 2022

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Coordenação e Programação Coordination and Programme Sezen Tonguz Assessoria à Programação Programme Assistance Marta Ramos Sara Martins Vitória Teles Grilo Assessoria à Coordenação e Design Gráfico Coordination Assistance and Graphic Design Marta Ramos Produção Production Sezen Tonguz Apoio Técnico Technical Assistance Artur Pispalhas Agradecimentos Acknowledgements Carla Nobre Sousa Carolina Gameiro Carolina Martins Daria Kaufman David Cabecinha Dora Carvalho Sinara Suzin Todos os apoiantes e voluntários da Rede More All supporters and volunteers of Rede More
Espaço Alkantara Espaço da Penha Polo Cultural Gaivotas Encontro Bienal de Artes Performativas Biennial of Performative Arts 30 set sep – 09 out oct 2022 4ª edição 4th edition
E agora, como nos movemos juntos? And now, how do we move together?

Após dois anos de complexas transformações mundiais e constantes rea daptações a larga escala, voltamo­nos para um novo Encontro. Ao longo deste tempo, temos vindo a constatar que o maior desejo permanece –o de continuarmos ligados, em redes de partilha e trocas, pela diversida de artística e cultural e seu cruzamento interdisciplinar.

O Encontro Bienal de Artes Performativas – (Re)union, atividade âncora do eixo Encontros e Colaborações da Rede More, tem­se es tabelecido enquanto um lugar onde se integra a prática, reflexão e projecção do trabalho artístico.

A programação da quarta edição do (Re)union assim o evidencia.

De 30 de Setembro a 9 de Outubro serão apresentados dois proje tos acompanhados pela Rede More nos últimos dois anos, workshops abertos ao público de artistas que trarão as suas pesquisas artísticas iniciadas nas Residência Temáticas Internacionais da Rede More (Faro 2019, Marselha 2021 e Almada 2022) e conversas com quatro iniciativas geridas por artistas sobre os modos de funcionamento em coletivo e as estratégias de sustentabilidade no meio de artes performativas.

Apesar da falta de recursos com que nos temos vindo a deparar continuamos a mover­nos juntas, com a mesma confiança e com o intuito de contribuir para uma comunidade artística cada vez mais conectada.

Assim, e sem mais demoras, sejam bem­vindos ao (Re)union!

After two years of complex global transformations and constant largescale readjustments, we are here for a new Meeting. Throughout this time, we have seen that the greatest desire remains – that of continu ing to be connected in networks of sharing and exchange, through artistic and cultural diversity and its interdisciplinary intersection.

Biennial Performative Arts Meeting – (Re)union, the anchor activ ity of the Meetings and Collaborations axis of Rede More, has been established under these circumstances as a space that combines the practice, reflection and projection of the artistic work.

The program of the fourth edition of (Re)union evidences this.

From September 30th to October 9th, this year’s program features performances of two projects accompanied by Rede More over the last two years, workshops open to the public by artists who will share their artistic research initiated at Rede More International Thematic Residencies (Faro 2019, Marseille 2021 and Almada 2022), and talks with with four artist­run initiatives to discuss modes of operating col lectively and strategies for sustainability in the performing arts sector.

Despite the lack of resources we have been facing, we continue moving together, with the same confidence, to elicit an ever more connected artistic community.

And so, without further ado, welcome to (Re)union!

workshops →

Criar Vestígios Creating Traces

Estamos rodeados de vestígios. Muitas vezes só ficamos com vestígios, com rastos, não com as coisas em si. Como cria mos vestígios e rastos com a dança – a dança que sempre é chamada a arte mais efémera? É possível “não deixar rastos”? O vestígio como possibilidade, como potencial. Fica o vestígio no corpo, no espaço. Fica o rasto da memória. Fica a memória como rasto.

Será um encontro em que cada corpo é bem­vindo, venha como estiver, há espaço para todas as capacidades. Trata­se de uma partilha e pesquisa de movimentos com pessoas sem necessidade de experiência na exploração de movimentos, especialmente para pessoas com mais de 60 anos de idade.

Vamos à procura dos vestígios no espaço, dos vestígios na memória, dos vestígios no corpo, sempre respeitando os li mites de cada um. Em conjunto, vamos explorar o campo da improvisação, acompanhados por música, pesquisando inspi ração em nós próprios e também nos outros.

We are surrounded by traces. Often times, we are left just with the traces of things, not with the things themselves. How do we create traces with dance – dance that has always been called the most ephemeral art? Is it possible to not leave trac es? How can we incorporate trace as a possibility, as a poten tial? What is left is the trace in the body, in space. The trace of memory. Memory as a trace.

It will be a meeting where every body is welcome – come as you are, there is space for all kinds of abilities. It is about creat ing an experience of sharing and an exploration of movement, especially for people 60 years and older. No experience in movement needed.

We will look for traces in space, traces in memory, traces in the body, always respecting everybody’s limits. Together, we will explore the field of improvisation, followed by music, searching for inspiration in ourselves and in others.

WORKSHOP

01.10 + 02.10 11h‑13h Espaço da Penha

Helena Dawin participou na Residência Temática Internacional Almada 2022, com o tema: “A Força do Invisível: poder no movimento” nos espaços Casa da Dança e BELA Associação onde iniciou este processo de pesquisa.

Helena Dawin participated in the International Thematic Residency Almada 2022 with the theme: “The Force of the Invisible: power in movement” at Casa da Dança Almada and BELA Association where she started this research process.

Helena Dawin

Entrou na dança profissional na Tanzfabrik Berlim, depois fez a formação PEPCC no Forum Dança e foi bolseira no Festival Impulstanz, Viena. Em colaboração criou “Falsos Positivos”, “Now­here­land” e “Contratempo” e lançou o projeto “Dança e Língua” com Beatrice Cordier. Em 2020, dançou em “Febres de Lisboa” da Cia João Garcia Miguel. Began as a professional dancer at Tanzfabrik, Berlin, then she did the course PEPCC at Fórum Dança and got a grant at Festival Impulstanz, Vienna. In collaboration, she created Falsos Positivos, Now­here­land and Contratempo and initiated the project Dance and Language with Beatrice Cordier. In 2020, she danced in Febres de Lisboa by João Garcia Miguel.

Danças Brancas, As Variações White Dances, Variations

Helena Martos + Jorge Gallardo

Propomos este encontro como prática paralela ao processo de criação do solo “Danças Brancas”.

O objetivo será partilhar com o grupo algumas das ferra mentas e práticas que têm formado parte desta pesquisa.

A partir da ideia de passo, gesto, sequência e trajetória, ire mos criar uma série de partituras individuais e coletivas que acolham as diferentes singularidades, identidades, códigos e desejos de cada um dos corpos.

Iremos posteriormente mergulhar na procura de uma experiência de dança coletiva e plural, atravessando concei tos como a reorientação, a repetição e a fugacidade, inspi rados pelas danças e músicas das Folías, a sua invisibilidade e transformação.

We propose this meeting as a parallel practice to the solo “White Dances”.

The aim is to share with the group some of the tools and practices that have been used in this research.

Based on the idea of step, gesture, sequence and trajectory, we will create a series of individual and collective scores em bracing the different singularities, identities, codes and desires of each body. Then we will dive into the experience of a collective and plural dance, going through concepts such as reorientation, repetition and swiftness, inspired by the dances and music of Folías, their invisibility and transformation.

WORKSHOP

01.10 + 02.10 14h‑16h Polo Cultural Gaivotas

Helena Martos iniciou o processo de pesquisa para este solo na Residência Temática Internacional Faro 2019, com o tema “Práticas: Criação e Pedagogia na Dança Contemporânea” no DeVIR/ CAPa Centro de Artes Performativas do Algarve.

Helena Martos participated in the International Thematic Residency Faro 2019 with the theme: “Practices: Creation and Pedagogy in Contemporary Dance” DeVIR/CAPa Centro de Artes Performativas do Algarve where she started the research process for this solo.

Helena Martos

Bailarina, coreógrafa e instrutora de Chi Kung. Em 2012 completou o Programa de Estudo, Pesquisa e Criação Coreográfica (PEPCC) no Forum Dança, em Lisboa. Atualmente combina o ensino e a criação, com o interesse de promover práticas e experiências coletivas a partir das potencialidades do corpo, do movimento e do pensamento. Dancer, choreographer and Chi Kung instructor. In 2012 she completed the Choreographic Creation, Dance Research and Training Programme (PEPCC) at Forum Dança in Lisbon. She combines teaching and creation, with the interest of promoting collective practices and experiences based on the potential of the body, movement and thoughts.

Jorge Gallardo

Dramaturgo e mediador cultural. Nos últimos anos tem vindo a trabalhar em criar contextos culturais com projetos que com binam arte, ecologia e micropolítica. Entre 2009 e 2019 participou em diversos projetos de dança e teatro a partir dos quais desenvolveu a sua tese de doutoramento. Playwright and cultural mediator. In recent years he has been working on creating cultural contexts, with projects that com bine art, ecology and micropolitics. Between 2009 and 2019 he participated in several live­arts projects, from which he developed his doctoral thesis.

OVNI Objeto Visível Não Identificado

OVNI Unidentified Visible Object

Dally Schwarz com with Marcos Aganju

Um convite para todas as pessoas migrantes e que têm o desejo de construir um abrigo temporário a partir do seu próprio corpo, memórias pessoais e objetos que podem transportar consigo.

Neste workshop vamos trabalhar com procedimentos utiliza dos pela artista no seu processo de criação que envolvem a pes quisa de movimento a partir do input relacional do objeto para a criação coreográfica e do universo particular da performance.

Cada participante vai trazer um objeto/material para traba lhar ao longo do workshop.

Num dos dias do workshop teremos a colaboração do artis ta e músico Marcos Aganju para orientação sobre som, pala vra e tecnologias.

An invitation to all migrants who wish to build a temporary shelter from their own bodies, personal memories, and objects that they can carry with them.

In this workshop, we will work with procedures used by the artist in her creative process that involve the research of movement from the relational input of the object to the choreograph ic creation and the particular universe of the performance.

Each participant will bring an object/material to work with during the workshop.

On one day of the workshop, we will have the collaboration of the artist and musician Marcos Aganju for an orientation on sound, words, and technologies.

WORKSHOP

07.10 + 08.10 + 09.10 10h‑13h Espaço da Penha

Dally Schwarz participou na Residência Temática Internacional Marselha 2021 com o tema “CORPOCABANA”. Foi realizada no espaço de La Déviation, contexto onde iniciou este processo de pesquisa.

Dally Schwarz participated in the International Thematic Residency Marseille 2021 with the theme: “CORPOCABANA” at La Déviation where she started this research process.

Dally Schwarz, 1987, de Niterói, vive e trabalha em Lisboa. Artista criadora trabalha nas fronteiras entre artes visuais e dança com interesse em novas linguagens nas artes performativas. Graduada e Mestre em Artes, Mídias e Dança, é idealizadora da Plataforma Artística e Associação Cultural Zona Limítrofe em parceria com o artista Marcos Aganju desde 2014. Foi premiada pela Fundação Calouste Gulbenkian, DGArtes, GDA, FMH para fazer criações. A sua pesquisa corporal está relacionada às suas práticas de dança e movimento, kung fu e yoga, às quais se dedica há mais de 20 anos.

Dally Schwarz, 1987, Niterói, lives and works in Lisbon. Artist and creator working on the borders between visual arts and dan ce with interest in new languages in performing arts. She holds a Masters degree in Arts, Media and Dance. She is the idealizer of the Artistic Platform and Cultural Association Zona Limítrofe in partnership with the artist Marcos Aganju since 2014. She has received support from Calouste Gulbenkian Foundation, DGArtes, GDA, FMH to make creations. Her corporal research is related to her dance and movement practices, kung fu and yoga, to which she has been dedicated for over 20 years.

Marcos Aganju é músico/performer, pesquisador de tecnologia e educador com formação em Pedagogia. Pesquisa tecnologia e música desde o início dos anos 2000. Produzindo trilhas sonoras para Teatro, Dança e Cinema desde 2006. Aganju interessase pela música como ambiente sonoro e paisagem, investigando as camadas musicais com pedais de guitarra, delays, fuzz’s, loops station, material reciclado, circuito bending e toda a possibilidade da relação entre alta e baixa tecnologia. Idealizador da Plataforma Zona Limítrofe junto da artista Dally Schwarz desde 2014. Tem 3 álbuns gravados e toca na banda “Puta da Silva”. Marcos Aganju is musician, performer, and technology researcher and educator with a background in Pedagogy. He researches te chnology and music since the early 2000s and produced soundtracks for Theater, Dance and Cinema since 2006. Aganju is interes ted in music as sound environment and landscapes, investigating musical layers with guitar pedals, delays, fuzz’s, loops station, re cycled material, bending circuit, and all the possibility of the relationship between high and low technology. Idealizer of the Border Zone Platform together with the artist Dally Schwarz since 2014. Has 3 recorded albums and plays in the band “Puta da Silva”.

Danças Brancas, As Variações White Dances, Variations OVNI –Objeto Visível Não Identificado OVNI –Unidentified Visible Object Criar VestígiosCreating Traces
performances →

Las Lagunas Emilie Philippot

Tener lagunas, em espanhol, significa ter uma branca, passar por um instante de vazio.

Na natureza, as lagoas podem ser abertas ou fechadas. Nas lagoas abertas, as correntes do mar e dos rios criam um flu xo contínuo. Protegida por um único banco de areia, a lagoa, aparentemente calma, encontra­se sempre sujeita aos assaltos do mar.

Em “Las Lagunas”, os nossos corpos basculam na dualidade equilíbrio/desequilíbrio para tomar o lugar de encontro e de relação com o outro. Compreender o outro significa levá­lo consigo, criando um espaço de jogo conjunto. Demoramo­nos nestes lugares de passagens, transições, perdas, sem nunca saber de antemão para onde iremos.

“Las Lagunas” são agitadas, furtivas, digressivas – procuram juntas – e “transformam­se nas suas trocas”. Os performers negociam rupturas, fluxos, fracassos; tentam agarrar­se, per dem referências. Reúnem­se com o que os separa: discordân cias, limites, e incompreensões.

Tener Lagunas, in Spanish, means forgetting everything, hav ing a moment of emptiness, a memory lapse.

In the environment, lagoons are either closed or open. In open lagoons, sea and river currents create a continuous flow. Protected by a single sandbank, even if the lagoon seems calm, it is still vulnerable to the onslaught of the sea.

In “Las Lagunas”, our bodies come to express the incessant shifts that we adopt in order to take the place of an encounter, of a relationship. Because understanding the other means tak ing them with you, grasping together. We take time in these places of passage, transitions, losses, without ever knowing in advance where it will go.

“Las Lagunas” are restless, furtive, digressive, they search together, “change by exchanging”. The performers negotiate with ruptures, flows, failures, attempts to hold on, losses of references. We come together with what separates us: our limits and our disagreements.

PERFORMANCE

work in progress

30.09 20h Conversa após espetáculo Talk after performance + 01.10 20h Espaço Alkantara

Direção artística Artistic direction Emilie Philippot

Interpretação Interpretation

Beatrice Cordier, Ana Paula Gusmão, Luis Odriozola, Emilie Philippot

Criação sonora Sound design Artur Pispalhas

Coprodução Coproduction Compagnie Heim Apoio à administração e produção Administration and production support Rede More Associação Cultural

Apoio à criação Creation support OPART | Estúdios Victor Córdon, Polo Cultural Gaivotas | Boavista

Apoio Support Temporada Cruzada France‑Portugal 2022

Emilie Philippot

Iniciou o seu percurso artístico na Escola de Belas Artes de Nantes, paralelamente, praticou disciplinas como Aikido e Ashtanga yoga. Em seguida, dedicou­se às artes performativas e frequentou no Programa de Estudo, Pesquisa e Criação Coreográfica no Forum Dança onde conheceu Sofia Dias e Vítor Roriz, Vera Mantero, Joana Craveiro, Loïc Touzé, Marlene Monteiro Freitas, Paula Caspão, entre outros.

Emilie dá workshops em várias estruturas de criação como a Escola de Belas Artes de Nantes e a Villa Carmélia de St Brieuc. Em 2021, criou o solo “Vincere” e encontra­se na fase de criação do seu projeto atual, “Las Lagunas”. É fundadora da Compagnie Heim e colabora com artistas visuais e performativos. Em 2019, foi convidada pela artista Mathilde Denize para ser coreógrafa e intérprete na sua performance “Haute peinture” para a Nuit des Musées e Fondation Ricard. Trabalha enquanto intérprete para Cédric Cherdel (Cie Uncanny) e Eli Lecuru (Cie Nour). Began her artistic path at The Nantes School of Fine Arts. In parallel, she practiced Aikido and Ashtanga yoga which have influenced her as an artist. She participated in Choreographic Creation, Dance Research and Training Program (PEPCC, Forum Dança) where she met Sofia Dias e Vítor Roriz, Vera Mantero, Joana Craveiro, Loïc Touzé, Marlène Monteiro Freitas, Paula Caspão among others.

She gives workshops in various structures such as the School of Fine Arts in Nantes, Villa Carmélie in St Brieuc Conservatory. In 2019, she was invited as choreographer and performer by the artist Mathilde Denize in her performance “Haute peinture” for Nuit des Musées and at the Fondation Ricard. In 2021, she created her solo Vincere and is in the creation phase of her current project, Las Lagunas. Founder of Compagnie Heim, she collaborates with visual and performing artists. She works as an performer for French artists like Cédric Cherdel (Cie Uncanny) and Eli Lecuru (Cie Nour).

© Alípio Padilha

Meteorologia: tempo para matar

Vitória Teles Grilo

Pode ser que um dragão venha trazer à superfície as entra nhas de corpos desfeitos. O daquela mulher, por exemplo, que leva pedaços do corpo para cena, um a um. Como nos sonhos, em que qualquer pedaço de carne das figuras e formas que aparecem fica dividido entre o ser humano e o animal, ambos gravitando entre um polo que é a vida e outro que é a morte, como dois espaços de imaginação e criação.

Este dragão, um animal que vive tão banalmente nos sonhos e fantasias, chega sob a forma de uma armadura que a figu ra central evoca, potenciando a textura da pele daquele lugar antropozoomórfico.

Esta é uma peça construída inicialmente a partir de mate rial autobiográfico sobre a capacidade de desdobramento da figura humana num contexto de crise. Nasceu da memória de vários sonhos repetidos onde a figura animal, como ins trumento de transformação, teve um papel fundamental no exorcismo do imaginário ou naquela realidade em particular. Aborda temas como o género e as suas polaridades e a preca riedade da figura social sob a expressão de Abgioia, um con ceito de Pasolini que junta a alegria e o sofrimento em simultâneo. É uma montagem contínua: de pessoas, de estados, de intenções, de corpos – numa única unidade.

It may be that a dragon will bring the entrails of shattered bod ies to the surface. That of that woman, for example, who brings pieces of her body to the scene, one by one. As in dreams, in which any piece of flesh of the figures and forms that appear is divided between the human being and the animal, both gravi tating between a pole that is life and another that is death, like two spaces of imagination and creation.

This dragon, an animal that lives so trivially in dreams and fanta sies, arrives in the form of armor that the central figure evokes, en hancing the texture of the skin of that anthropozoomorphic place.

This project started from autobiographical material about the unfolding capacity of the human figure in a crisis context. It was born from the memory of several repeated dreams where the animal figure, as a tool for transformation, had a funda mental role in the exorcism of the imaginary. It approaches themes such as gender and its polarities and the precariousness of the social figure under the expression of Abgioia, a concept by Pasolini that joins joy and suffering at the same time. It is a continuous montage: of people, of states, of intentions, of bodies – in a single unit.

PERFORMANCE

08.10 20h + 09.10 17h

Conversa após espetáculo Talk after performance

Espaço Alkantara

Direcção artística, criação e interpretação

Artistic direction, creation and interpretation

Vitória Teles Grilo

Texto original Original text

Vitória Teles Grilo

Assistência artística Artistic assistance Nuno Lucas

Direcção técnica Technical direction João Teixeira

Sonoplastia Sound design Aurélien Lino

Figurinos Costumes Sara Zita Correia

Vídeo e fotografia Video and photography Alípio Padilha

Produção executiva Executive production Ana Lobato

Apoio à produção e administração

Production support and administration Rede More Associação Cultural

Apoio à criação

Creation residencies

Centro de Teatro de Cabeceiras de Basto (no âmbito do programa da FICHA TRIPLA – Produção d’Fusão), OPART | Estúdios Victor Córdon, DeVIR/ CAPa, Centro Cultural Malaposta, Pólo Cultural Gaivotas, Companhia Olga Roriz e Forum Dança

Apoio Support Fundação Calouste Gulbenkian

Vitória Teles Grilo

É performer e coreógrafa. Formou se pelo Programa de Estudo, Pesquisa e Criação Coreográfica (PEPCC) no Forum Dança e pelo PED – Projeto de Estudo em Dança na EIRA. Como artista e criadora, tem vindo a desenvolver trabalho desde 2016 com coletivos multidisciplinares desde o cinema à música jazz e coreógrafos das artes performativas. “Now Here Land” (2017), “Contratempo” (2018) e “Meteorologia: Tempo Para Matar” (2022) são algumas das suas criações. No Rio de Janeiro colaborou na Escola Livre Dança da Maré da coreógrafa Lia Rodrigues. Integra a Rede More desde a sua fundação. Fez parte da equipa editorial da publicação “My background is now: memórias e processos de uma formação em dança contemporânea” e coordenou uma Residência Temática Internacional em Lisboa 2021, para além de workshops em torno da improvisação como prática pedagógica e de criação. Is a dancer and choreographer. She participated in Choreographic Creation, Dance Research and Training Program (PEPCC, Forum Dança) and from PED – Projeto de Estudo em Dança (Dance Study Project) at EIRA.

As an artist and creator, she has been developing work since 2016 with multidisciplinary collectives from film to jazz music and performing arts choreographers. “Now Here Land” (2017), “Contratempo” (2018) and “Meteorologia: Tempo Para Matar” (2022) are some of her creations.

In Rio de Janeiro, Grilo collaborated with choreographer Lia Rodrigues’ Escola Livre Dança da Maré. She has been part of Rede More since its foundation. She was part of the editorial team of the publication “My background is now: memories and processes of a contemporary dance training” and coordinated an International Thematic Residency in Lisbon 2021, in addition to workshops around improvisation as a pedagogical and creative practice.

© Alípio Padilha
conversas talks →

Uma série de duas conversas com quatro iniciativas lideradas por artistas com bases em Portugal que desenvolvem atividade local e internacionalmente.

Com curadoria de Sezen Tonguz, estas conversas visam abrir um espaço de troca e reflexão através das visões e experiências dos artistas convidados.

As investigadoras Cláudia Madeira e Vânia Rodrigues irão moderar essas conversas em torno dos seguintes temas: práticas coletivas, estruturas alternativas de apoio, equilíbrio entre criação artís tica e produção laboral, descentralização, engaja mento comunitário, entre outros.

A series of two talks with four artist­run initiatives based in Portugal functioning locally and inter nationally. Curated by Sezen Tonguz, these talks aim to open a space for exchange and reflection through the perspective and experiences of invited artists.

Investigators Cláudia Madeira and Vânia Rodrigues will moderate these talks around the following themes: collective practices, alternative support structures, the balance between artistic creation and production labor, decentralization, community engagement, among others.

AADK – Portugal

A Actual Arquitectura da Cultura – AADK Portugal é uma ex tensão de Aktuelle Architektur Der Kultur, um colectivo de três artistas fundado em Berlim em 2006 por Abraham Hurtado (ES), Jochen Arbeit (DE) e Vânia Rovisco (PT) para desenvolver um projecto que estabelecesse novas relações entre criação, curadoria e recepção da arte contemporânea. Durante seis anos, desenvolveu eventos e ações em diferentes pontos de Berlim e na Europa, ativando novos espaços por meio da in tervenção artística.

Em 2010, Vânia Rovisco fundou a AADK Portugal, que tem enquadrado a produção dos seus multifacetados projectos ar tísticos, bem como projectos de outros artistas.

A visão anti­sistémica de AADK Portugal, em constante ajuste e formação, privilegia uma abordagem intuitiva e crí tica aos campos que decide visitar, ocupar, utilizar, dissecar, transformar ou fraturar, através de uma rede autogerada de relações que vai acomodando diversas pessoas.

No final de 2020 ficou praticamente concluída a reabilita ção daquela que passa a ser a sede da AADK Portugal: The Plot, uma propriedade com cerca de meio hectare perto de Azeitão. Um lugar para ser experienciado, não resolvido. O lu gar onde o processo permanece.

PISCINA

Somos um coletivo de artistas (Julián Pacomio, Letícia Skrycky, Márcia Lança, Romain Teule, Bibi Doria, Bruno Brandolino, Filipe Caldeira, Daniel Pizamiglio, Carolina Campos e Adaline Anobile), vindes de diferentes contextos (como Brasil, Espanha, Portugal, Uruguai e França) mas radicades em Lisboa, com um trabalho centrado nas artes performativas. Somos criadores, performers, desenhadores e curadores na área das artes vivas. Temos, de uma maneira ou outra, uma relação estreita com o Espaço da Penha, que habitamos há alguns anos e onde realizámos apresentações dos nossos trabalhos, assistimos às de outres companheires de ofí cio, participámos nos programas de formação como alunes e somos formadores, realizámos residências de criação e trabalhámos em projectos que se têm desenvolvido nestas salas com diferentes coreógrafes. PISCINA é um espaço de trabalho para dar continuidade aos projectos que já realizamos entre nós, mas também aos que desenvolvemos individualmente, entre espetáculos, perfor mances ou contextos de formação/orientação/mediação.

02.10 17h Espaço Alkantara

Actual Arquitectura da Cultura –AADK Portugal

PISCINA moderação moderation Cláudia Madeira

— PISCINA
CONVERSAS TALKS

Actual Arquitectura da Cultura – AADK Portugal is an extension of Aktuelle Architektur Der Kultur founded in Berlin in 2006 by a collective of three artists, Abraham Hurtado (ES), Jochen Arbeit (DE) and Vânia Rovisco (PT), with the intention to develop a project that es tablishes new relationships between creation, curation and reception of con temporary art. For six years, events and actions in different parts of Berlin and Europe were developed, activating new spaces through artistic intervention.

In 2010, Vânia Rovisco founded AADK Portugal, which has framed the production of her multifaceted artistic projects, as well as projects by other artists. The anti­systemic vision of AADK Portugal, in constant adjustment and formation, favors an intuitive and critical approach to the fields it decides to visit, occupy, use, dissect, transform or fracture, through a self­generated network of relationships that accommo dates different people. At the end of 2020, was practically completed the rehabilita tion of what becomes the headquarters of AADK Portugal: The Plot, a property of about half a hectare with Arrábida moun tain in the background. A place to be expe rienced, not resolved. The place where the process remains and continues.

We are a collective of artists (Julián Pacomio, Letícia Skrycky, Márcia Lança, Romain Teule, Bibi Doria, Bruno Brandolino, Filipe Caldeira, Daniel Pizamiglio, Carolina Campos and Adaline Anobile), coming from different contexts (such as Brazil, Spain, Portugal, Uruguay and France) but based in Lisbon, with our work centered in the Performing Arts. We are performers, makers, de signers and curators. We have in many ways a close relationship to Espaço da Penha where we’ve been for a few years either performing, sharing our work pro cesses, attending those of others, participating in training programs as students or teachers, working in residency and developing projects in these spaces with different choreographers. PISCINA is a workspace that provides continuity to the projects that we have either already carried out together or individually, and will continue to develop, whether these are in the context of shows, performances or training/orientation/mediation.

Cláudia Madeira

É professora auxiliar e investigadora no ICNOVA (onde é vice­coordenadora do Grupo de Performance & Cognição) na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Colabora também no Centro de Estudos Teatrais (CET/FLUL) como investigadora no projeto PERPHOTO – Performing the Gaze: Crossings Between Photography and Theatre in Portuguese and International Context. Cláudia concluiu um programa de pós­doutoramento, “Arte Social. Arte Performativa?” (2009­12) e é doutorada em Sociologia com a tese “Hibridismo nas Artes Performativas em Portugal” (2007) pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Além de vários artigos sobre novas formas de hibridismo e per formatividade nas artes, é autora de “Arte da Performance made in Portugal” (ICNOVA 2020). “Híbrido. Do Mito ao Paradigma Invasor?” (Mundos Sociais 2010) e Novos Notáveis: os Programadores Culturais (Celta 2002). Cláudia leciona nos cursos de Licenciatura e no Mestrado em Artes Cénicas do Departamento de Ciências da Comunicação da NOVA FCSH. Is an assistant professor and researcher at ICNOVA (where she is vice­coordinator of the Performance & Cognition Group) at Faculty of Social and Human Sciences of the New University of Lisbon. She also collaborates at the Center for Theatre Studies (CET/FLUL) as a researcher in the project PERPHOTO – Performing the Gaze: Crossings Between Photography and Theatre in Portuguese and International Context. Cláudia has completed a postdoctoral programme, “Arte Social. Arte Performativa?” [“Social Art. Performative Art?”] (2009­12) and holds a PhD in Sociology on “Hibridismo nas Artes Performativas em Portugal” [“Performing Arts Hybridity in Portugal”](2007) from the Institute of Social Sciences of the University of Lisbon. In addition to several articles on new forms of hybridism and performativity in the arts, she is the author of “Arte da Performance made in Portugal” (ICNOVA Ebook 2020). “Híbrido. Do Mito ao Paradigma Invasor?” (“Hybrid. From myth to the new invasive para digm?”) (Mundos Sociais 2010) and Novos Notáveis: os Programadores Culturais (New Dignitaries: The Cultural Programmers) (Celta 2002). Cláudia teaches in the Performing Arts degree and Master´s courses at the Department of Communication Sciences at NOVA FCSH.

A APNEIA COLECTIVA é uma associação cultural sediada em Lisboa e fundada em 2019. A Apneia opera um modelo cooperativista de produção e gestão de práticas artísticas e atividades conexas que pretende assegurar um futuro laboral sustentável para as suas associadas, assente na partilha de re cursos e na construção coletiva de um património imaterial de criação e investigação artística e de sistemas de organização.

PARASITA

PARASITA é nome da Associação criada em 2014, sem fins lu crativos, com sede no concelho de Santarém, cuja ocupação se traduz na produção e realização de objectos artísticos e eventos culturais onde se privilegia a experimentação e o dis curso crítico através de propostas de investigação onde pro cessos e produtos interagem sem distinção.

Hoje, a PARASITA funciona como uma cooperativa de artis tas que compartilham recursos e objectivos para atender às características de um ambiente profissional em que a dança se torna cada vez mais um suporte fluido, cruzado por estu dos práticos e teóricos, práticas expandidas, discussões sobre fronteiras entre fazer e curar, problematizações da respon sabilidade cultural dos artistas e agentes conexos. Pensada como uma estrutura de artistas, feita por artistas e para ar tistas, a PARASITA é composta por Ana Rita Teodoro, Carlos Manuel Oliveira, João dos Santos Martins e Rita Natálio, e gerida pela Lysandra Domingues.

06.10 18h30

Espaço da Penha

APNEIA COLETIVA

PARASITA moderação moderation

Vânia Rodrigues

APNEIA COLECTIVA
CONVERSAS TALKS

PARASITA is the name of the nonprofit Association created in 2014, with headquarters in the municipality of Santarém, the activity of which translates into the production and realization of artistic objects and cultural events where ex perimentation and critical discourse are privileged through research proposals where processes and products interact without distinction.

Today, PARASITA works as an associa tion of artists who share resources and objectives to meet the characteristics of a professional environment in which dance becomes more and more a fluid support –crossed by practical and theoretical stud ies, expanded practices, and discussions about boundaries between doing and curating –, to problematize the cultural re sponsibility of artists and related agents. Designed as an artistic structure, made by artists and for artists, PARASITA is cur rently composed by Ana Rita Teodoro, Carlos Manuel Oliveira, João dos Santos Martins and Rita Natálio, and managed by Lysandra Domingues.

APNEIA COLECTIVA is a cultural asso ciation based in Lisbon and founded in 2019. Apneia operates as a cooperative model of production and management of artistic practices and related ac tivities that aim to ensure a sustainable working future for its members, based on the sharing of resources and the col lective construction of an intangible her itage of artistic creation, research, and production systems.

Vânia Rodrigues

Gestora Cultural e investigadora. Doutorada em Estudos Artísticos – Estudos Teatrais e Performativos pela Universidade de Coimbra (2022) e Mestre em Políticas Culturais e Gestão Cultural pela City University of London (2009). Tem trabalhado como gestora, curadora e consultora para diversas organizações culturais, tanto na esfera institucional como junto de estruturas independentes. Participa regularmente em iniciativas profissionais e/ou científicas de debate e formação nos domínios da gestão e produção cultural, políticas culturais, planeamento estratégico e gestão de projetos de cooperação transnacional. Publicou em 2020 “AS PRODUTORAS – Produção e Gestão Cultural em Portugal. Trajectos Profissionais (1990­2019)”.

Atualmente, é Investigadora Integrada noCEIS20 – Centro de Estudos Interdisciplinares | Universidade de Coimbra onde co­dirige, com Fernando Matos Oliveira, o projeto de I&D ‘Modos de Produzir – Artes Performativas em Transição’ e lidera o projeto exploratório Green Production – Performing Arts in Transition dedicados à reflexão acerca das intersecções entre os regimes de produção e criação, bem como às transformações discursivas e práticas da produção artística face às crescentes exigências de sustentabilidade social e ambiental. Cultural manager and researcher. PhD in Artistic Studies – Theater and Performative Studies from the University of Coimbra (2022) and Master in Cultural Policies and Cultural Management from the City University of London (2009). She has worked as a manager, curator and consultant for several cultural organizations, both in the institutional sphere and with independent structures. She regularly participates in professional and/or scientific debate and education initiatives in the fields of cultural management and production, cultural policies, strategic planning and transnational cooperation project management. She is the author of two books on production and management in the performing arts.

Currently, she is a Principal Researcher at CEIS20 – Centre for Interdisciplinary Studies |University of Coimbra where she leads the R&D project “Green Production – Performing Arts in Transition”, dedicated to analysing the ways in which the field of performing arts perceive and act upon the growing demands of social and environmental sustainability.

Informações Informations

Todas as atividades são de entrada livre. Donativos com base na sugestão de uma contribuição financeira consciente e variável, consoante a programação escolhida, são bem­vindos! Os donativos possibilitarão a continuidade das atividades da associação Rede More.

Para a participação nas performances, workshops e conversas sugerimos que seja realizada reserva através do formulário disponível em: https://linktr.ee/redemorept

Programação sujeita a alterações.

All the activities are free of charge. Donations based on a conscious and variable financial contribution, depending on the amount of activities you choose to attend, are welcome! The donations will make it possible to continue the activities of the Rede More association.

To reserve your place in the performances, workshops and conversations, we suggest you make a reservation through the following link: https://linktr.ee/redemorept

Program is subject to changes.

Espaços Venues

Espaço Alkantara

Calçada Marquês de Abrantes 99, Lisboa Metro

Cais do Sodré Autocarros Buses 15E, 706, 713, 714, 727, 728, 760 Eléctrico Tram 25 Comboio Train Santos

Espaço da Penha Travessa do Calado 26B, Lisboa Metro Arroios Autocarros Buses 706, 718, 730, 735, 742, 797

Polo Cultural Gaivotas Rua Gaivotas 8, Lisboa Metro

Cais do Sodré Autocarros Buses 714, 727, 760 Eléctrico Tram 28

Comboio Train Cais do Sodré

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