Reverso 116 - Revista Humanize

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Edição 116

Saúde pública e autocuidado

VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA NO BRASIL Relatos de descaso, desrespeito e agressões


SAÚDE PÚBLICA E AUTOCUIDADO

Sumário 04

´ PREVENTIVA SAUDE

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´ SAUDE DA MULHER

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´ SAUDE SEXUAL

Ativistas contrários à vacinação contribuem para o avanço de doenças no Brasil

Violência obstétrica no Brasil

Saúde das mulheres lésbicas e bissexuais

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PERFIL

Dr. Maturino

14 MEDICINA ALTERNATIVA Você sabe o que é fitoterapia?

Edição 116

REITOR DA UFRB Fábio Josué Santos DIRETOR DO CENTRO Jorge Cardoso Filho ORIENTAÇÃO Prof. J. Péricles Diniz EDITOR-CHEFE Rafique Nasser DIAGRAMAÇÃO E DESIGN Dalila Bispo REVISÃO Rafique Nasser REPÓRTERES Dalila Bispo, Emilly Chaves, Mhayla Guimarães, Rebeca Falcão e Rebeca Mota FOTOGRAFIAS Emilly Chaves


EDITORIAL SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE NO BRASIL Defendê-lo é, ao mesmo tempo, salvaguardar a democracia Rafique Nasser No ano em que o Sistema Único de Saúde (SUS) completa 31 anos, o Supremo Tribunal Federal o isenta da obrigação de fornecer medicamentos de alto custo à população, o que deixa portadores de esclerose múltipla literalmente à deriva. Por sua vez, o Senado aprova o Projeto de Lei da Câmara 37/2013 que tramitou durante seis anos e permite a internação compulsória de dependentes químicos, como exclui a política de redução de danos em favor do tratamento por abstinência e também facilita a internação nas chamadas “comunidades terapêuticas” - envolvidas, diversas vezes, em denúncias por más práticas. Para entender qual é o problema envolvido nesta situação, é preciso conhecer as bases e as prerrogativas que deram origem ao SUS. Nascido junto à Constituição Federal de 1988, dita “cidadã”, o SUS foi, e é, considerada uma conquista civil da redemocratização brasileira. A partir da implementação do sistema, a saúde passou a ser tida como um direito de todos os brasileiros - e é um modelo para outros países. Prevista no artigo 196, faz parte do conjunto de deveres do Estado no que tange à seguridade social. Seu custeio deve ser compartilhado entre a União, estados e municípios. Como regra, o atendimento do SUS deve ser integral, todavia a prioridade tem que ser a do caráter preventivo. A partir da atuação do sistema, a expectativa de vida dos brasileiros aumentou, a mortalidade infantil diminuiu consideravelmente e ocorreu a democratização da vacina. Sendo assim, o serviço privado de saúde é entendido no documento como complementar do Sistema Único e a participação de capitais estrangeiros na assistência é vedada, assim como foi proibido o

investimento estatal em instituições que veem a saúde como mercadoria. Antes da criação do SUS, o que hoje é um serviço de saúde pública pretensamente universal, ou seja, disponível para todos os brasileiros, existia somente para trabalhadores de carteira assinada – o que não somava nem metade da população. Com o objetivo de defender o SUS, a revisão das práticas e a denúncia sobre a situação da saúde pública brasileira é importante e por isto iniciamos esta edição da Humanize com esse tema. O Sistema Único de Saúde não pode ser entendido como consolidado, porque isso acomodaria a sociedade. Atualmente atende milhões de brasileiros e não é incomum conversarmos com alguém que se sentiu desamparado pelo programa, mas também são corriqueiras as histórias de pessoas que conseguiram se curar e estão vivas por conta dele. Indivíduos portadores de HIV hoje conseguem se manter de pé e até mesmo zerar as chances de transmissão a seus parceiros sexuais por conta da gratuidade dos medicamentos antirretrovirais fornecidos pelo SUS. A tônica econômica do novo governo é a diminuição do Estado. Sendo assim, fica implícito que estruturas como o SUS está em constante ameaça. Recentemente o presidente anunciou a extinção do imposto DPVAT o que, segundo especialistas, retirará cerca de 3 bilhões de reais anuais da saúde pública. As promessas voltadas ao aperfeiçoamento do SUS estão sempre na pauta dos discursos eleitorais. Uma pergunta aos gestores: manter o SUS precarizado é uma estratégia eleitoreira?

A Revista HUMANIZE é uma extensão do Jornal Reverso e produto laboratorial do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia


Ativistas contrários à vacinação contribuem para o avanço de doenças no Brasil Fake News fundamentam argumentos pseudocientíficos sobre o tema Texto: Rebeca Falcão O movimento antivacinas explodiu no mundo após a publicação de um artigo científico na revista britânica “Lancet” no ano de 1998. No estudo, o médico inglês Andrew Wakefield associou o aumento do número de crianças autistas com a vacina tríplice viral, que atua contra o sarampo, rubéola e caxumba. Isso foi o suficiente para que pais assustados deixassem de vacinar seus filhos. Alguns anos depois descobriu-se a verdade. O médico recebia pagamentos de advogados em processos por compensação de danos vacinais. A Lancet foi obrigada a se retratar, mas o estrago já estava feito. O estudo gerou uma sequela terrível, pois muita gente, inclusive profissionais da saúde, ainda o citam. Reconhecido internacionalmente pelo programa de imunização gratuita, disponibilizada pelo SUS (sistema único de saúde), o Brasil é referência no combate a doenças infectocontagiosas. Em 1973 foi criado, pelo Ministério da Saúde, o Programa Nacional de Imunização (PNI), com o objetivo de coordenar ações de imunização, que teve início com apenas 4 vacinas e em 2017 já contabilizou 24 disponibilizadas gratuitamente. Em 2015 o Brasil ganhou certificado de livre do sarampo pela OPAS (organização pan-americana de saúde). Entretanto em apenas dois anos, foram registrados mais de mil casos de sarampo. Segun-

do pesquisas feitas pela jornalista Keila Guimarães, nos últimos 12 anos tem caído a eficácia do programa de vacinação do ministério público em relação à poliomielite, responsável pela paralisia infantil, por exemplo. A vacina contra a febre amarela é fabricada no Brasil desde 1937 e tem uma boa aceitação popular por sua eficácia. Porém, de 2017 pra cá, foram registrados mais de 700 casos da doença, o que ocasionou a morte de mais de 200 pessoas. No mesmo ano circulou na internet que a vacina seria uma farsa e internautas, tomados pelo pânico, recusaram a vacina. Outra consequência do pânico gerado nas redes sociais foi a morte de muitos macacos, já que são um dos infectados pela doença, sendo os primeiros a serem prejudicados pois o mosquito que transmite a doença prefere o topo das árvores onde vivem esses animais. A fake news se tornou uma tragédia. A notícia falsa divulgada foi que saguis, animais endêmicos da fauna brasileira, era um vetor de febre amarela. Além de não contribuir para parar a doença, a execução desses macacos constitui um crime ambiental. No início de 2018, dos 144 macacos mortos recolhidos pela Vigilância Sanitária e Controle de Zoonoses do Rio de Janeiro para testes de febre amarela, 69% foram executados, pois apresentavam várias fraturas ou veneno no organismo.

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´ SAUDE PREVENTIVA

Antivacina e Desinformação O poder de proliferação das ideias dos partidários antivacina nunca foi tão forte. As redes sociais possibilitaram o avanço desse ideais e compartilhamento de informações que, na verdade, desinformam nos mais diversos campos e lugares, a exemplo de localidades onde não há efetiva educação básica. Talvez por ignorância ou por maldade, há quem venha, rotineiramente, divulgando notícias fasas, compartilhando informações de sites inescrupulosos, a boa fé e pseudociência. Em tempos de internet, onde tudo é informação e o algoritmo controla o que o internauta deseja ver ou não, é quase que impossível encontrar informações realmente comprovadas. No mundo todo está em curso uma guerra contra as doenças infectocontagiosas. Nos Estados Unidos a plataforma do YouTube e Facebook, está desmonetizando e excluindo contas que espalham mentiras sobre as vacinas. O doutor em biotecnologia de microrganismos, Felipe Miranda, diz que os ativistas contrários à vacinação usam o método científico, mas a confirmação de tal hipótese não é valida pois há um viés deturpado. “Basicamente a pessoa tem uma ideia X, ela testa essa ideia mas já sabendo dos resultados que ela quer. Então ela vai forçar uma resposta”.

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VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA NO BRASIL Relatos de descaso, desrespeito e agressões

Texto: Rebeca Mota O parto normal na rede pública no Brasil está longe de ser como os partos emocionantes e românticos de novela. A gravidez, o parto e o nascimento são considerados como doença quando deveria ser expressão de saúde. As mulheres e os recém-nascidos são

desconfortáveis feitos por profissionais de saúde sem o consentimento em uma mulher durante a gestação, o parto e pós-parto são considerados violência obstétrica. A maioria das mulheres, por não conhecerem os seus direitos e serem intimidadas pelos profissionais, não se manifestam nestas ações. Embora não haja uma lei federal específica, o sistema jurídico brasileiro já possui legislação genérica estadual a respeito da violência obstétrica. O estado de Santa

expostos a altas taxas de intervenção, humilhação e negligência. Práticas que deveriam ser utilizadas apenas em situações de extrema necessidade acabam fazendo parte da rotina das maternidades. Nem sempre se considera os aspectos emocionais, humanos e culturais envolvidos no processo e a marca deixada do dia que certamente será inesquecível para as novas mães, muitas vezes, é a do trauma. Procedimentos constrangedores, agressivos e

Catarina editou a Lei 17.097, o estado de São Paulo tem o Projeto de Lei 1.130, de 2017, de autoria da deputada Leci Brandão, por exemplo. Os projetos de lei 7.633/2014, de autoria do deputado Jean Wyllys, o 8.219/1 , do deputado Francisco Floriano, e o 7.867/17, da deputada Jô Moraes, seguem em trâmite no Congresso Nacional e também dispõem sobre as diretrizes e os princípios inerentes aos direitos da mulher durante a gestação, pré-parto e puerpério.

DADOS

A pesquisa “Nascer no Brasil: inquérito nacional sobre parto e nascimento”, produzida pela Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), de 2014, realizou entrevistas com mais de 23 mil mulheres e evidenciou que 25% de brasileiras que deram a luz afirmaram que sofreram desrespeito na gestação ou no parto e 71% delas não tiveram direito a um acompanhante. Em relação às intervenções realizadas durante o parto, mais de 53,5% passaram pela episiotomia. O uso frequente de ocitocina contra a vontade da parturiente ou sem justificativa também é comum. Segundo o estudo, 38% receberam a substância para acelerar o parto, quando a prática deveria ser uma exceção pois causa muita dor e pode causar sequelas ao bebê e à parturiente. A posição de litotomia – deitada com a face para cima e de joelhos flexionados – foi utilizada em 92% dos casos; a manobra de Kristeller (aplicação de pressão na parte superior do útero) teve uma ocorrência de 37%.

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´ SAUDE DA MULHER chistas de toda ordem, como foi o caso de Leilane Rocha que teve seu primeiro filho aos 20 anos. “Eu estava em trabalho de parto tinha horas, e eu estava na sala gritando de dor, quando o enfermeiro chegou e me perguntou: na hora de fazer foi bom. Por que está fazendo esse escândalo agora? Eu me senti extremamente envergonhada”. Além de insultada, foi feita em Leilane a punção venosa com ocitocina, a episiotomia, e nenhuma atenção ou recomendação no pré-parto: “eles me botaram no soro, não me disseram o que estavam me dando, e me deixaram lá com a minha mãe”, relata. São as mulheres negras que mais sofrem violência obstétrica, pois são as que mais peregrinam na hora do parto, ficam mais tempo em espera para serem atendidas, têm menos tempo de consulta, estão submetidas a procedimentos dolorosos sem analgesia, portanto estão em maior risco de morte materna.

RACISMO OBSTÉTRICO Segundo dados do Ministério da Saúde, uma em quatro mulheres no nosso país são vítimas desse tipo de violência, e destas, 65,9% são negras. Além disso, a mesma pesquisa mostra que somente 27% das negras gestantes obtiveram acompanhamento durante a gestação. Um dado ainda mais alarmante dessa apuração: 62,8% das mortes maternas são das negras.

“O tempo da escravidão acabou, o tempo de parir nas baias acabou.” O estereótipo racista que julga negras como mulheres “fortes”, “que não adoecem” e “aguentam a dor”, pode trazer enormes problemas quanto ao atendimento e cuidado a estas gestantes. Quando se trata de parto normal é comum observarmos relatos de mulheres que são reprimidas ao gritarem pelas dores das contrações. Ainda há aquelas que são insultadas com xingamentos ma-

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“O tempo da escravidão acabou, o tempo de parir nas baias acabou. Os médicos também saíram de uma mulher, a diferença é que a maioria deles saíram de uma mulher ‘bonada’, que foram para uma maternidade onde elas podiam escolher quem e como as tocavam. Já as mulheres pobres e negras no Brasil, que têm seus filhos pelo SUS, e são tratadas como escravas de baia na maioria das vezes”. Tatiane Nunes, umas das mães entrevistadas, além de mostrar a sua indignação diante da situação da obstetrícia no Brasil, relatou também com foi traumatizante o parto do seu primeiro filho que ela teve aos 23 anos. “No fim, entrei em trabalho de parto só com três dedos de dilatação, com o útero alto e o bebê parecia estar em sofrimento. Foram mais de quarenta minutos com a enfermeira em cima de uma escadinha empurrando com as duas mãos para o bebê descer, ele não passava, pois eu e ainda estava com três dedos de dilatação. Sem me avisarem, ou pedirem a minha permissão, me anestesiaram e me cortaram, foram seis pontos que só percebi no outro dia. Acordei com a barriga toda roxa, dolorida. Meu bebê nasceu cansado, demorou para chorar e com uma leve deformação por causa da pressão de ter que passar por onde não cabia”, denuncia.


“Eu tive a minha primeira filha de parto normal,na hora do parto o médico fez um corte do lado da minha vagina (episiotomia), e eu tive meu bebê. Levei quatorze pontos e um deles inflamou e deu queloide. Eu lutei mais de um ano com esse problema, e ainda hoje, 24 anos depois eu sinto desconforto. Depois de 10 anos eu tive outra filha, passei uma gravidez tranquila. No trabalho de parto, enquanto estava na sala de pré-parto, quando a enfermeira aparecia eu dizia para ela que a minha bebê iria nascer, ela dizia que não, que era pra eu aguentar mais um pouco. Aí quando eu senti que o bebê já estava coroando, eu chamei a enfermeira, então ela chamou o médico e ele não apareceu. Me botaram em uma maca e entramos no elevador para subir para a sala de parto, e no elevador mesmo o meu bebê nasceu. Quando chegamos lá as enfermeiras terminaram o processo, limparam tudo. No outro dia pela manhã o médico apareceu lá, eu vi ele conversando com as enfermeiras que eu tive uma roptura do lado do clitoris, a enfermeira perguntou se ia suturar, ele disse: pra que? se já está tudo inflamado mesmo .” - Sônia Lima, 53 anos, Bahia “Dei entrada na sala de parto era 3:00 da manhã já com os 10cm de dilatação. Era um parto prematuro de 35 semanas e minha bolsa não tinha rompido. Na maca de parto o obstetra rompeu a bolsa e pediu pra que eu fizesse força na primeira contração. Fiz o que ele pediu, mas o bebê não passou. Então ele disse que iria fazer episiotomia para evitar lacerações e eu concordei. Fiz força e passou a cabeça do bebê. Aí sem avisar nem nada a enfermeira colocou o braço na altura do meu estômago e forçou com tudo pra baixo, senti uma dor horrível como se fosse uma pancada seguida de uma queimação.” - Jeniffer Xavier, 22 anos, Mato Grosso. No parto da minha segunda filha que foi uma cesariana, eu estava muito nervosa porque minha filha já havia sido diagnosticada com microcefalia por conta do zika vírus. Entramos para o centro cirúrgico, a anestesista me colocou na posição, mas eu estava muito nervosa e ela não estava acertando o lugar para anestesia,então ela virou pra mim e disse: “se você não ficar quietinha eu vou escolher se te deixo paraplégica ou te dou uma anestesia geral e mato seu filho porque ele é doente não vai resistir”. Quem é da zona oeste do Rio de Janeiro conhece essa maternidade, o índice de morte de mães e bebês é enorme, eu tive meu medo de falar algo e eles azerem algo comigo. - Suelen Macedo, 30 anos, Rio de Janeiro. “Eu estava com 5 dedos de dilatação, não conseguia dilatar e fiquei sozinha no pré-parto, minha mãe não pôde ficar comigo, então eu chorava bastante e as enfermeiras ficavam falando pra mim: “para de chorar”, ”você só sabe chorar”, “na hora de fazer ninguém chorou e nem chamou pela mãe”, isso me machucou bastante. Eu já estava no hospital desde de segunda, eles não deixavam eu tomar banho nem me alimentar, porque eles falavam que se fosse preciso fazer a cesariana tinha que estar de estômago vazio. Eu já estava fraca e já tinha três dias sentindo dor, fome e estava muito cansada. Da quarta pra quinta minha bolsa estourou, mas mesmo assim a dilatação não evoluiu. Me colocaram pra fazer alguns exercícios e nisso fui conseguindo dilatar, e finalmente minha bebê nasceu... Só que por conta disso tudo ela já nasceu sem conseguir respirar. Por conta de toda essa demora e por ela ter passado da hora de nascer ela sofreu uma fenda no nariz e não consegue respirar direito.” - Ingrid Castro, 20 anos, São Paulo.

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´ SAUDE DA MULHER

DÁ PRA TER UM PARTO HUMANIZADO PELO SUS?

passou da hora de nascer e faltou oxigênio. Minha filha hoje tem 30 anos, tem paralisia cerebral e com 17 anos começou a desenvolver epilepsia. Foi um dos dias mais traumáticos da minha vida”, descreve. Foi instituída no Sistema Único de Saúde (SUS) também, A Rede Cegonha que visa assegurar à mulher o direito ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como à criança o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e ao desenvolvimento saudáveis. A Rede, inaugurada no âmbito do SUS em junho de 2011, tem entre os seus objetivos o de “fomentar a implementação de novo modelo de atenção à saúde da mulher e à saúde da criança com foco na atenção ao parto, ao nascimento, ao crescimento e ao desenvolvimento da criança de zero aos vinte e quatro meses”.

Como resultado dos dados alarmantes, da opinião pública dos consumidores de serviços de saúde, principalmente nos países mais desenvolvidos, a prática obstétrica tem sofrido mudanças nos últimos anos, tentando resgatar as características naturais e fisiológicas do parto e nascimento. Com isto, vários procedimentos hospitalares têm sido questionados pela carência de evidências científicas que os suportem. A partir da existência de evidências que os contraindiquem e por trazerem desconforto à mulher, já é possível notar as práticas que estão sendo adotadas em algumas maternidades do SUS, principalmente no momento do pré

COMO PROCEDER EM CASOS DE VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA?

parto. “Todo processo hoje é em comum acordo com a mulher, se ela disser que não quer tomar aquela ocitocina para adiantar o trabalho de parto, ela não tomará”, conta a enfermeira obstetra Márcia Santana. Santana também fala sobre as mudanças na Maternidade do Hospital Geral de Camaçari, onde trabalha e age para contribuir com o novo cenário. “Se a mulher quiser parir de cócoras no chão, ela vai parir. Não intervimos mais. E é assim que a mudança acontece. Deixando as coisas acontecerem naturalmente, sem trazer malefícios a paciente.” Lá as pacientes já estão desfrutando das novas técnicas para aumentar a dilatação sem o uso da ocitocina, como os exercícios em uma bola grande, no cavalinho (cadeira obstétrica para estimulação pélvica) para o aliviar as dores, como os banhos de água morna. As Diretrizes Nacionais de Assistência ao Parto Normal de 2017 dizem que “uma mulher em trabalho de parto não deve ser deixada sozinha, exceto por curtos períodos de tempo ou por sua solicitação.” Esse tipo de ocorrência foi o que ocasionou a perda de uma das gêmeas de Márcia Flores. “Ao chegar no hospital em trabalho de parto, já não fui bem atendida pelo médico presente, foi muito humilhante a forma como ele me tratou. Fui atendida, ele estourou a minha bolsa que não tinha estourado ainda, e então me levaram para a sala de pré-parto e nessa sala eu tive que deitar na cama com outra paciente porque os leitos estavam cheios. E me deixaram lá. Quando as minhas filhas já estavam para nascer, coroando, foi que uma funcionária da limpeza viu que já estavam nascendo e correu para chamar o médico. Quando chegaram, me levaram para a sala de parto, fui andando até lá, subi os degraus para subir na cama e fui ter meus bebês. Com três minutos nasceu a primeira, que infelizmente nasceu morta, porque

A vítima de violência obstétrica terá que reúnir toda a documentação possível, principalmente o seu prontuário e do bebê, o prontuário é um direito da mãe. Escrever um relato do que aconteceu, detalhando a violência sofrida e como ela se sentiu principalmente. Deve tirar cópia de tudo, fazer um protocolo e enviar para à Ouvidoria do Hospital, à Ouvidoria do SUS, à Secretaria Municipal de Saúde e ao Ministério da Saúde. Deve ser denunciado ao 180, pois se trata de violência contra mulher. É possível entrar com uma representação administrativa junto ao CRM contra o médico e equipe. Também é possível denunciar o hospital junto ao Ministério Público, pedindo averiguação de instituição. Esses procedimentos desrespeitosos nesse momento delicado trazem consequências semelhantes aos de mulheres que são vítimas de estupro, como a rejeição ao próprio corpo, medo de relações sexuais, complicações de saúde, ansiedade e medo de outra gestação e a tão temida depressão pós-parto. Fazer um plano de parto, participar de rodas de conversas sobre parto humanizado e estar ciente dos seus direitos é muito importante para ajudar a evitar esse tipo de situação.

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Saúde das mulheres lésbicas e bissexuais: Uma questão relevante no Brasil Texto: Mhayla Guimarães Nas relações sexuais entre mulheres também existem riscos de se adquirir as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s), entre elas as vaginoses, tricomoníase, HPV, herpes genital, candidíase e hepatite B e C. Indivíduos do sexo feminino têm maior vulnerabilidade através dos líquidos da lubrificação vaginal quando o sexo digital é feito com masturbação alterada com os dedos ou acessórios e quando praticam o tribadismo, popularmente conhecido como “colar velcro” ou “tesoura”. De 10 bissexuais e 10 lésbicas entrevistadas por meio do Instagram, 100% e 20%, respectivamente, fazem teste rápido anualmente. Segundo a enfermeira Luana Souza, as mulheres lésbicas se sentem menos vulneráveis por manter relações sexuais com outras mulheres, bem como noção de adquirir IST’s ainda está fortemente ligada à penetração do órgão masculino, e, por este motivo, “as bissexuais fazem mais testes em relação às homossexuais”. A ginecologista Jaqueline Neves não aprendeu na academia sobre saúde sexual de mulheres que se relacionam com mulheres, mas ela se atualiza sobre orientação sexual, gêneros e sexualidade. Ao atender qualquer paciente, a médica pergunta qual a parceria sexual da paciente. “Bissexuais têm mais consciência da prevenção de infecção porque possuem um leque maior de relacionamentos”, afirma. As bissexuais e lésbicas sofrem preconceitos todos os dias, isto não é nenhuma novidade no país que registra uma morte por homofobia a cada 23 horas. Entretanto, não existem estatísticas fixas sobre quantas mulheres brasileiras já foram vítimas de bifobia e lesbofobia. Mas o que é certo é que esta é uma minoria social que merece serviços públicos de saúde característicos, já que tem que lidar com uma sociedade devidamente despreparada para atender suas demandas. Neste sentido, o Ministério da Saúde desenvolveu a Resolução Nº 2, de 6 de dezembro de 2011. O primeiro artigo do texto trata sobre o seu objetivo geral. “Institui o Plano Operativo da Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais no âmbito do SUS, com o objetivo de apresentar estratégias para as gestões federal, estadual, distrital e municipal do SUS no processo de enfrentamento das iniquidades e desigualdades em saúde, com foco na população de LGBT”.

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´ SAUDE SEXUAL Já em 2013, o governo federal lançou a cartilha “Mulheres Lésbicas e Bissexuais Direitos, Saúde e Participação Social”, em que descreve como as mulheres devem participar dos Conselho de saúde e como o SUS deve cuidar delas. O problema é que a cartilha não se popularizou como deveria e não tratou de métodos preventivos, contrariando as diretrizes da Política Nacional de Saúde Integral LGBT. Além disso, outra diretriz negligenciada foi a “produção de conhecimentos científicos e tecnológicos visando à melhoria da condição de saúde da população LGBT”. O fato de não existirem métodos preventivos para a saúde sexual desse público é negar direito à saúde gratuita e de qualidade de cidadãs brasileiras. Sendo assim, as mulheres lésbicas estão mais distantes de tratar HPV, caso estejam contaminadas, por exemplo, porque a infecção pelo HPV não apresenta sintomas na maioria das pessoas. Em alguns casos, o HPV pode ficar latente de meses a anos, sem manifestar sinais visíveis a olho nu, ou apresentar manifestações subclínicas. Das 20 mulheres entrevistadas, uma sinalizou ter sofrido preconceito no consultório ginecológico e ouviu que tem sua orientação sexual “porque não encontrou o homem certo ainda”. Uma das razões desse público não procurar atendimento com mais frequência do que já procura e, consequentemente, se prevenir, é se sentir desconfortável ao relatar sua orientação sexual não heteronormativa ao profissional que tem o dever de prestar serviço sem distinções. Este é o reflexo da sociedade que ainda não está preparada para atender demandas específicas das mulheres.

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Dr. Maturino amor e serviço à saúde pública

Texto: Emilly Chaves Médico há cinquenta e dois anos, morador do recôncavo, educador no campo da saúde pública, Dr. Maturino é um personagem conhecido pelas ruas de Cachoeira. Quem anda pela cidade vez ou outra se depara com o médico. Ele coleciona um histórico de atuação no serviço público. No perfil desta edição, Dr. Maturino fala sobre sua trajetória e a paixão à função do cuidado por meio da ciência médica

Bom dia. Para começar, nos conte quando você se formou e começou a exercer seu trabalho aqui no recôncavo. Eu me formei em 1967 pela Faculdade de Medicina Federal da Bahia, Escola Máter do Brasil. Logo depois que me formei, vim a Cachoeira, onde eu fui guindado à posição de diretor clínico e médico da Santa Casa de Misericórdia de Cachoeira, entidade que tem 190 anos, primeiro hospital público do Brasil. Trabalhei como diretor por trinta e poucos anos. Em que área o senhor atuou na Santa Casa de Misericórdia de Cachoeira? Atuei na área de clínica médica, tocoginecologia e cirurgia geral durante esses cinquenta e dois anos, que vai fazer no dia primeiro de janeiro de 2020.

Já recebeu homenagens aqui no recôncavo durante sua trajetória de trabalho? Nessa minha arrancada de trabalho fui condecorado várias vezes, fui condecorado com o título de cidadão cachoeirano, cidadão sãofelista, honra ao mérito da câmara de vereadores por duas vezes, tiro de guerra de Cachoeira, onde eu prestei serviço de médico durante dez anos, concomitantemente a isso eu fui no dia 18 de outubro de 2017 condecorado com título de re-diploma do método ético profissional pelo conselho regional de medicina, no dia 27 de outubro de 2017, fui condecorado por 50 anos de atividade médica pela Santa Casa de Misericórdia de Cachoeira, onde recebi uma condecoração toda especial.

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“Eu sou apaixonado por clínica médica, se tem uma pessoa apaixonada por clínica médica, seu amigo aqui é um deles”

Como havia dito que amava estudar, e é fascinado em aprender cada vez mais, como é a sua relação com os estudos? Estou constantemente me atualizando, prestando serviços. Para você ter uma ideia, ano passado fui a quatro congressos, e esse ano já fui a três. Tenho feito curso de pós-graduação durante dez anos. Onde fiz 4 anos em homeopatia, 3 anos de ortomolecular, fitoterapia e hormoniologia, e a três anos passados eu fiz medicina interativa, que dentre os 29 alunos da américa do sul, um deles que fez esse curso, que ainda não chegou ao Brasil. Além de ter estudado há dois anos, medicina por evidência. Eu fiz o que gosto, sou apaixonado por clínica médica.


PERFIL O Senhor atende apenas em Cachoeira? Então, Eu atendo ao recôncavo baiano, atendo a várias cidades do interior da Bahia. Aqui na clínica é uma média de 30 cidades que convergem. Onde a gente dá atendimento. Além da minha especialidade, eu tenho outros colegas de trabalho que trabalham aqui, tem cardiologista, exames complementares, preventivos e eletrocardiograma, psicólogos, psicanalistas, temos um atendimento multifacetado.

O senhor foi um dos fundadores do Hospital Irmã Dulce e trabalhou com ela durante cinco anos - de 1963 a 1967 -, o que tem a falar sobre sua recente canonização? Ela era edificante como pessoa, de coração grandioso, absorvi e aprendi muita coisa, ela tinha um carinho todo especial quando chegava lá. Fiquei deslumbrado e estou muito gratificado com essa posição de canonização da irmãzinha, uma figura formidável.

“É uma cidade que eu gosto, que eu estou ligado através de laços importantes de amizade”

O senhor atuou somente na Santa casa durante esse período? É bom lembrar que durante esse trabalho na Santa Casa, prestei serviço de assistência pedagógica para médicos doutorandos da Universidade Baiana de Medicina e da Universidade Federal de Medicina durante pouco mais de 30 anos. Eu, durante a vida toda, fui do ministério da Saúde, onde me aposentei em 2002. Anteriormente eu trabalhava aqui na Santa casa de Cachoeira, trabalhei também na Santa Casa de São Félix, onde reabri o hospital em 1968 e trabalhei durante 5 anos, trabalhei também no hospital de Muritiba, durante 10 anos, e em Conceição da Feira. Há dois anos passados, recebi os alunos da Pan-americana, de Santa Cruz de la Sierra e de Cochabamba, onde vieram fazer estágio na Santa Casa de Misericórdia de Cachoeira por um ano cada turma. Este ano de 2020 estarei com cinco doutorandos fazendo estágio e sou chefe do setor da Pan-americana, também coordeno o curso de cirurgia geral e a parte de clínica médica.

Qual sua relação com a medicina e os moradores do recôncavo? Eu sou apaixonado pela medicina, e indivíduo que faz medicina tem de ser apaixonado, tem de ser atualizado, e tem de ter um setor de comunicação bem muito bem postado com a região. É falando, é se comunicando, é interagindo com os problemas da cidade, veja bem, que isso é altamente importante, que tem de traduzir uma imagem, um conhecimento, uma verbalização muito bem postada diante das pessoas que convivem na cidade.

Explica um pouco sobre essa medicina interativa. Medicina interativa é uma medicina que precisa de muitos ensinamentos, da ortomolecular, da homeopática, hormoniologia, medicina que vai conhecer muito bem todas as abas atinentes ao preparo disso tudo, conheci bem aminoácidos, microalimentos e também a alimentação. Hoje nós sabemos que no Brasil tem 54,4% de obesos, a obesidade é um fator importantíssimo para estar ao lado, ensinando, comentando, pois pode causa muitas doenças como hipertensão, problemas cardíacos, diabetes, problemas na coluna.

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Você já ouviu falar sobre

Fito tera pia? Popularmente conhecida pelo uso de plantas e frutos com propiedades medicinais, a fitoterapia resgata raízes da ancestralidade brasileira em estudos sobre a medicina alternativa. Texto: Dalila Bispo Fitoterapia é uma palavra de origem grega, composta por Phito, que significa plantas, e Therapia, que significa tratamento. Logo, a prática da fitoterapia se encaixa na aplicação de todo tratamento com o uso de plantas medicinais. O uso das plantas na cura de enfermidades data mais de sessenta mil anos. Aqui no Brasil, a prática deve-se ao conhecimento indígena que era – e ainda é – popularmente conhecido pela ancestralidade do tratamento natural. No Brasil, cerca de 100 mil espécies foram catalogadas, mas apenas duas mil destas tem sua eficácia cientificamente comprovadas. A fitoterapia trabalha o uso dessas plantas de diversas formas, da raiz até o fruto. A aplicação varia de pessoa para pessoa. É como nos conta a irmã Antonieta da Conceição, fitoterapeuta mineira e especializada no método bioenergético a mais quarenta anos. “Eu chamo o tratamento natural de personalizado. Cada corpo precisa de uma coisa, ainda que duas pessoas tenham a mesma doença, o tratamento é diferente. É como o processo de dosagem de medicação.” Irmã Antonieta é freira, terapeuta holística e realiza seu atendi-

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mento no consultório que tem em casa na cidade Feira de Santana (BA). Durante uma missão para Moçambique, onde viveu por 13 anos, ela se dedicou aos estudos da medicina alternativa e realizou diversos cursos de especialização na área, sendo registrada e habilitada pelo Conselho Brasileiro de Fitoterapia (CONBRAFITO) para exercer a profissão. Também existe o tratamento bioenergético, que utiliza de exercícios físicos, chás, tinturas, argilas, banhos com ervas, óleos essenciais e outras funcionalidades. “O tratamento bioenergético trabalha com o corpo como um todo, é essa questão do holístico. Na medicina tradicional temos as especializações, cada parte do corpo é referente a uma área, mas aqui é diferente. A partir do que precisa ser tratado, nós analisamos o corpo daquela pessoa para saber o que ela precisa, da dosagem até o tempo que o tratamento vai ser aplicado. Então temos a avaliação, que é como uma consulta e, após o encaminhamento, realizamos as revisões para saber como e se está funcionando.”, conta Antonieta.


MEDICINA ALTERNATIVA Ela também deixa claro que nenhum profissional que aplique o tratamento fitoterápico pode desrespeitar uma decisão da medicina convencional. Fitoterapeutas não realizam cirurgias ou retiram medicações de seus pacientes. Mesmo com resgate as práticas ancestrais, a fitoterapia acompanha o desenvolvimento científico de forma paralela, os profissionais da área e terapeutas holísticos precisam ser credenciados e habilitados para aplicar o tratamento da forma correta. Ademar Menezes Junior é engenheiro agrônomo, terapeuta há quase 20 anos e é integrante da farmácia de manipulação Oficina das Ervas, em Ribeirão Preto (SP). Enquanto estava na faculdade, Ademar se identificava muito com a agricultura orgânica, que foi o que lhe levou a se especializar em produção vegetal com foco em plantas medicinais. “Eu trabalhava em uma universidade em Ribeirão Preto (UNAERP) na área de pesquisa de plantas medicinais. Foi nesse período que percebi uma carência muito grande de informações na área para profissionais da área de saúde. Nesse momento, organizei alguns cursos livres dentro da universidade que, em pouco tempo se transformou em um curso de pós-graduação em fitoterapia.” A farmácia de manipulação Oficina das Ervas trabalha com óleos essenciais, essências, florais, produção de chás e temperos orgânicos, além de

A revista Humanize traz cinco opções de atendimento alternativo aqui na região.

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produtos em capsula. O tratamento com esses produtos também passam pela prescrição do terapeuta que define dosagem e tempo de utilização. “Eu utilizo a técnica de avaliação da radiestésica. Essa técnica permite descobrirmos possíveis desequilíbrios (energéticos, físicos, mentais, emocionais, espirituais) no corpo. O nosso trabalho é identificar esses desequilíbrios e entrar com os remédios para trazer o equilíbrio novamente. E, para isso, entro com as plantas medicinais e com os remédios vibracionais, como os florais e homeopatia.” O uso das práticas alternativas tem persistido pela dificuldade no acesso à assistência de saúde para parte da população que não tem suas demandas e necessidades atendidas e que são parcialmente supridas pelo uso das terapias alternativas e também por opção pessoal. A fitoterapia está aberta para todos interessados, sem restrições. Atualmente, a prática é reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde que é responsável pelo Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicas, que visa garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso sustentável da biodiversidade.


Você conhece a medicina alternativa ou interativa?

Diversos profissionais da área da saúde estudam e se especializam em práticas terapêuticas não convencionais. A Revista HUMANIZE traz alguns exemplos para você conhecer.

ACUPUNTURA Terapia milenar originária da China, que consiste na aplicação de agulhas em pontos específicos do corpo para tratar doenças, estimular a circulação sanguínea e promover saúde.

HOMEOPATIA Tratamento que utiliza as mesmas substâncias que provocam os sintomas

para tratar ou aliviar vários tipos de doenças, desde asma até depressão, seguindo o princípio geral de que “semelhante cura semelhante”.

REIKI Técnica japonesa de relaxamento do corpo e da mente que, segundo seus adeptos, também promove a cura. Baseia-se na ideia de que uma “energia da força vital” flui através de nós. Desta forma, os adeptos do Reiki consideram que a energia possa ser canalizada através da imposição de mãos realizada sobre determinada pessoa.

BIOENERGÉTICO O método bioenergético analisa seu corpo como um todo e, através de determinados pontos do corpo localiza enfermidades. Utiliza de exercícios físicos, chás, tinturas, argilas, banhos com ervas e óleos essenciais para o tratamento. Esse tipo de técnica tem como princípio oferecer um tratamento personalizado, cuidando de cada indivíduo da forma que o corpo daquela pessoa necessita.


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