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COMÉRCIO DE ROUPAS EM FEIRA LIVRE FAZ SUCESSO

(Pág.11)

Curso de Jornalismo da UFRB é reconhecido com ótimo conceito VISITA DO MEC

Jornalismo foi o primeiro curso da UFRB a passar pelo processo de reconhecimento por parte do Ministério da Educação. Os avaliadores se declararam positivamente surpresos. (Confira nas páginas 6 e 7)

ESPECIAL SAUBARA:

Fonte da Gameleira está abandonada (pág. 8)

Conheça o município, o que rola na net sobre ele e a polêmica proibição às barracas de praia. (págs. 9 e 10)

RESTAURAÇÃO: Matriz da Cachoeira ainda em obras (pg. 3)

SAÚDE: É hora de malhar nas academias em busca de um corpo sarado (pg. 4)


Cachoeira e seus doces acordes Toni Caldas

* Raimundo Cerqueira

CARTA AO LEITOR Curso de Jornalismo da UFRB é conceito 4 pelo MEC A Edição 38 do Jornal Laboratorial Reverso tem como destaque o reconhecimento do curso de Jornalismo da UFRB, primeiro a ser avaliado na instituição, em recente visita de uma comissão do Ministério da Educação (MEC). Por conquistar nota 4 pelo curso, pontuação alta de acordo com os critérios avaliativos do MEC, que tem como nota máxima 5 - esse resultado revela o reconhecimento e importância do resultado obtido. É uma honra adquirida ao curso, é a conquista de uma vitória que demonstra o progresso positivo. Também representa uma reflexão àqueles que criticam e rotulam com indisposição e maledicência o esforço de todos os que deveriam estar e os que efetivamente estão envolvidos no processo. Ser estudante de jornalismo é compreender as dificuldades e, mais ainda, valorizar os avanços precisos já cultivados. Vamos ser menos pretensiosos, mais produtivos. Ora, afinal todos os estudantes caminham, juntos, em prol de uma profissão mais ética, valorizada. A pretensão não leva a lugar algum. Essa edição aborda também a intenção do MP de retirar as barracas de praia em Saubara, além das colunas Conheça Saubara e Tá na net Saubara. Acompanhamos o comércio de roupas na feira livre de Cachoeira, bem como o processo das obras de restauração da igreja da matriz. Temos ainda o movimento nas academias em busca de um corpo perfeito para o verão. Um texto sobre o tratamento dado e ao abandono em que se encontra a Fonte da Gameleira, em São Gonçalo dos Campos. E um ensaio fotográfico sobre o trânsito confuso de Cachoeira. O Reverso é um trabalho em conjunto, é o resultado de um esforço coerente em equipe. A satisfação e o resultado final trazem benefícios a nós mesmos, estudantes de Jornalismo. Críticas e elogios são aceitos, mais ainda se forem construtivas e não apenas reflexos de egos em conflitos. Sejamos menos imaturos, vamos exaltar o que temos de melhor a oferecer. Boa leitura!

Jornal Laboratório do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia Reitor: Paulo Gabriel Soledad Nacif Coordenação Editorial: J. Péricles Diniz e Robério Marcelo Coordenação de Editoração Gráfica: Juliano Mascarenhas Centro de Artes Humanidades e Letras (CAHL) Quarteirão Leite Alves, Cachoeira/BA - CEP - 44.300-000 Tel.: (75) 3425-3189

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Com empenho da diretoria e o surgimento dos festivais do Centro Cultural Dannemann, na década de 1990, a filarmônica foi campeã do grupo B no sexto Festival de Filarmônicas da Bahia, defendendo a mar-

cha “Airosa Passeata”, de Tranquilino Bastos. Após essa vitória a associação que presa pelos valores e a cultura cachoeirana passou a acumular vitórias, seja em gravações de discos ou em premiações nos festivais que participava. Ainda mais valiosos do que os belos troféus e medalhas são os olhares embotados de magia que os músicos da Lyra Ceciliana podem contemplar nas platéias em cada apresentação, não importando a sua magnitude. O trabalho de

A participação da Lyra Ceciliana em eventualidade ligadas a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia também é notável. Nesse sentido a universidade pública tem um papel crucial dentro da comunidade cachoeirana. Um papel que ultrapassa as fronteiras do conhecimento acadêmico, alavancando a cada apresentação a contemplação da comunidade local e o trabalho social realizado por essa entidade que tanto apóia e difunde as atividades promovidas por essa entidade do conhecimento que brota em meio a uma terra de fortes raízes culturais. Raimundo Cerqueira é presidente da Sociedade Cultural Orfeica Lyra Ceciliana, de Cachoeira

No rumo certo Quando, em agosto de 2006, realizamos uma primeira reunião dos professores aprovados no concurso para Comunicação da UFRB e decidimos que Jornalismo seria o curso a ser oferecido com certeza estavamos caminhando para obter, no futuro, o reconhecimento da comunidade baiana pela nossa decisão. E agora, com o aval da comissão do INEP/MEC, fica patente que acertamos o passo, que seguimos o rumo certo. Assim, todos os dias, neste longo tempo, muitas questões e desafios que pareciam não ter solução foram acontecendo e, cada um a seu tempo, foram devidamente resolvidos e passaram a contabilizar as experiencias vividas pelo colegiado do curso de Comunicação. É possivel, sim, superar todos os obstáculos, todas as carências quando o objetivo é maior que todas estas querelas - e assim, objetivando fazer realmente jornalismo, em todas as suas dimensões, professores e alunos abraçaram esta causa comum e o resultado esta aí. Nesta jornada, de muitos caminhos, vários personagens percorreram as muitas trilhas apontadas e, entre eles, estão o Paulo Miguez, Leandro Colling, Alexandra Carvalho e, daqui da casa, a Juliana, a Vera Fofa, e de lá da Prograd, a Dinalva, Janeth, Carolai, Dani Le Rouge e a Bené. Com toda sua fúria legislerante, o Anacleto não pode deixar de ser citado. Os pares do colegiado e da representação discente, o grande e inestimável Ted Boy, o beligerante Tiago e, agora, o inquieto Dioguito. Prof. Dr. Robério Marcelo Ribeiro, coordenador do curso de Jornalismo

A reforma foi solicitada ao Iphan em 2008, mas só no ano seguinte houve a concessão. está em reforma desde o dia 17 de setembro de 2009 e tinha previsão de entrega para a mesma data, este ano. Contudo, a obra não foi finalizada a tempo e não tem nova data prevista para entrega. A primeira etapa contempla o altar mor e os laterais A primeira etapa do proTexto de Mariana jeto, que contempla o altar Vilas Boas mor e os altares colaterais, A Igreja Matriz de Nossa não tem data prevista para Senhora do Rosário, padro- término. A segunda etaeira da cidade de Cachoeira, pa compreende a restau-

ração dos azulejos e paineis e terá início quando a primeira for concluída. Estima-se que levará mais tempo que a primeira, por ser um trabalho muito mais minuncioso e delicado. Cachoeira possui o segundo maior conjunto histórico preservado do Brasil, depois de Ouro Preto. Em 1971, foi tombada pelo Instituo do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e, por isso, contemplada pelo Programa Monumenta, do Ministério da Cultura, que tem o intuito de recuperar o patrimônio cultural urbano brasileiro.

O Programa está presente em Cachoeira desde 2002, quando foi assinado convênio com o governo estadual e a execução é de responsabilidade do Instituto do Patrimônio Artístico Cultural da Bahia. O investimento na cidade é de R$ 41,3 milhões. Neste período, já foram executadas cerca de 20 obras, entre elas o restauro do Conjunto do Carmo, da Igreja Matriz do Rosário, do Quarteirão Leite Alves (onde está instalado o campus da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia) e da Casa de Câmara e Cadeia, além do finan-

ciamento para a recuperação de imóveis privados. A obra faz parte do Projeto Monumenta, para o qual foram destinados, apenas na primeira parte do projeto, R$ 956.732,84. A empresa responsável pela restauração da igreja é a Restaurar´t. A Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário é um monumento da primeira metade do Século XVIII e foi tombado pelo Iphan em 1939. Os paineis de azulejos que recobrem as paredes laterais da nave principal alcançam altura de quatro metros e estão entre os de maior área do país.

São Félix cria canil público para recolher animais soltos nas ruas Texto de André Gustavo Cardoso A administração municipal de São Félix anunciou a criação do curral e canil público, com o objetivo de recolher a grande quantidade de animais soltos nas ruas da cidade. Segundo a veterinária Elisa Márcia Morais Dias, diretora da vigilância sanitária local, esta era uma das maiores queixas dos moradores, que reclamavam dos incô-

modos e perigos que os ani mais soltos nas ruas traziam. Em São Félix existe agora a figura do laçador público, que são funcionários da vigilância sanitária responsáveis pela captura dos animais. Eles, então, são

levados para o curral e ca nil, onde têm a assistência e contam com uma médica veterinária de plantão. A vigilância sanitária também promove feiras de animais, onde são expostos animais para adoção.

Foto: Divulgação

Cristiano Contreiras

Nascida em 13 de maio de 1870, a Sociedade Cultural Orfeica Lyra Ceciliana, fundada pelo autodidata na música, exímio clarinetista e combatente do sistema escravocrata, maestro Manoel Tranquilino Bastos. A Lyra Ceciliana era mantida pelos sócios e amantes da filarmônica, a qual teve um período de pleno funcionamento sempre presente nas atividades sociais, culturais e religiosas da cidade. Porém, por volta de 1980 passou por um período de dificuldade de instrumentos, fardamentos, e até mesmo músicos que se ausentavam da cidade devido à necessidade de sobrevivência.

capacitação dos jovens com a música tem possibilitado o ingresso de muitos destes nas exaltadas bandas das corporações militares por todo país.

Restauração da Igreja Matriz sem previsão para ser concluída

Laís Oliveira

INEDITORIAL

“Segundo a veterinária Elisa Márcia Morais Dias, diretora da vigilância sanitária local, esta era uma das maiores queixas dos moradores.” Animais soltos estão sendo recolhidos das ruas de São Félix

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População busca mais saúde nas academias

Falando de Arte e Cinema Artistas de diversas regiões do país apresentaram conteúdos que vão da sétima arte até a poética eletrônica experimental

O cachoeirano está mais consciente ao procurar as academias e o objetivo principal agora é a saúde.

programação adequada para cada caso. Mas não receita dietas nem suplementos alimentares, lembrando que “não sou nutricionista, isso é coisa para um profissional da área”. A academia Cachoeira Fitness, por sua vez, conta com cinco profissionais especializados e oferece, além de mus- Nesta época do ano aumenta a procura culação, atividades por equipamentos de malhação. como boxe, jiu jitsu, ginásticas localizada e pos- horário de funcionamento tural, swing baiano e capo- vai das 5h30min às 10h e das eira. O custo é de R$ 30 e o 15h às 20h15min.

magras vivem de maneira mais saudável e por mais tempo do que as que têm excesso de peso. A auto-estima também interfere diretamente na forma de Para evitar cirurgia, Arlindo assumiu nova atitude. vida destas pessoas. As imprudentes dietas ditadas Texto de Juliana Barbosa pela moda e pela ignorância Um corpo belo e esbelto é, falham quase sempre. Por atualmente, o objetivo de isso, emagrecer de maneira muitos jovens. Segundo natural é a melhor e mais os especialistas, as pessoas segura alternativa hoje.

Exemplo disso foi dado pelo gerente administrativo Arlindo Neto, de 24 anos, que há cerca de um ano pesava 121,5 quilos. Forte candidato à cirurgia bariátrica, para redução do tamanho do estômago, ele lembra que chegou “ao meu limite, mas, não aceitava cair na faca, então tracei uma meta, optei por algo natural que obstante não apresentasse resultados imediatos era mais saudável, menos agressivo”. Começou a praticar esportes como muay thai, boxe, jiu jitsu e musculação, e logo nos primeiros 24 quilos perdidos notou a necessidade de estabelecer uma dieta

mais saudável, bem como horários regulares para ser alimentar. Hoje, com 97 quilos, comemora a proximidade do seu objetivo, que é chegar aos 80 quilos. “Pretendo continuar a levar um estilo de vida saudável, é claro que nos finais de semana abro exceções, mas comidas calóricas agora só em pequenas quantidades”, finalizou, com um sorriso estampado. Neto e sua obstinação incentivaram o amigo, Cláudio Júnior, estudante de 18 anos, a adotar outro estilo de vida. Há quatro meses, Júnior pesava 150 quilos. Sua saúde e auto-estima estavam prejudicadas pelo

O verão está se aproximando e logo começa a corrida às academias, com todos querendo garantir um corpo bonito para a estação preferida de muitos brasileiros. Na Espaço qualidade e vida, por exemplo, esse é o período em que o maior número de pessoas se matricula. Mas aos poucos isso vem mudando. Nos últimos anos, a população de Cachoeira tem cada vez mais

Juliana Barbosa

Mudança de hábitos alimentares transforma a vida de jovens

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excesso de peso. “Hoje faço uma hora de esteira, outrora em poucos minutos estaria exausto. Sinto-me mais disposto para sair, socializar, curti meu lado músico com mais agitação”, garantiu. Júnior também adotou a prática de esportes e dieta equilibrada. Cortou besteiras do cardápio, como frituras, excesso de açúcar, refrigerantes, salgados e vestiu a camisa verde. “Nunca fui amante de tantas folhas, mas me habituei e hoje faz parte da minha rotina”, disse. Hoje pesa 113 quilos, após dieta de apenas quatro meses. Sua meta é chegar aos 90 quilos.

Cachoeira ganha seu próprio festival de Cinema

Intervenções artísticas param o Recôncavo

Após ser contemplada por olhos e lentes de diversos países através da terceira edição do Bahia Afro Film Festival (BAFF), a cidade heróica se encontra mais uma vez como centro das atenções para a produção e difusão do seu conteúdo audiovisual. Trata-se do primeiro Festival de Documentários de Cachoeira (CachoeiraDoc), que ocorre entre os dias 05 e 11 de novembro o Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL) da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). O evento tem como principal propósito contribuir para a afirmação e a renovação da tradição documental, através da partilha, da reflexão e do encontro. Ao longo das atividades serão realizadas mostras competitivas de caráter nacional, composta por documentários de curta, média e longa-metragem que concorrerão à premiação concedida por um júri de especialistas. Segundo a idealizadora e coordenadora do CachoeiraDoc, Amaranta Cesar, a cidade tem muitos motivos para abraçar eventos que contemplem o audiovisual. “Cachoeira foi escolhida para sediar este momento de celebração e experimentação do documentário, uma vez que, desde a fundação do Curso de Cinema e Audiovisual da UFRB, este espaço histórico tem se transformado em um privilegiado terreno para a produção, a difusão e o pensamento do cinema, de um modo geral, e do documentário, mais especificamente”, afirma. Além das mostras de obras da sétima arte, conferências e minicursos, o CachoeiraDoc também oferecerá atividades especiais para estudantes e profissionais da área audiovisual, como oficinas que estimulam a busca por processos próprios de criação. Os professores de ensino médio dos colégios locais também terão espaço em oficinas que tem como propósito discutir as possibilidades de uso pedagógico do audiovisual no contexto escolar a partir da Coletânea Festas Populares de Salvador, material produzido pelo Núcleo Kabum Novos Produtores com o intuito de resgatar os múltiplos significados relacionados às festas populares.

Com o objetivo de colaborar com a experimentação de linguagens artísticas e atividades voltadas para a produção cultural local, com ações de formação técnica para a produção artística e audiovisual, aconteceu entre os dias 7 e 16 de outubro, nas cidades de Cachoeira e São Félix, o Festival de Intervenções Audiovisuais do Recôncavo (FIAR). Durante o evento, sete projetos envolvendo performances, intervenções urbanas, arte eletrônica e grafite, foram realizados nas cidades irmãs. Tininha Llanos, curadora do evento, declarou que “a proposta do encontro é fiar uma rede nacional que conecte o público dos Performances, audiovisuais e música ao vivo marcaram o FIAR espaços urbanos do Recôncavo com todo o país”. Dessa forma, diversos artistas independentes como Peacetu, Jarbas Jácome e o grupo artístico e musical SambaGIA, foram convidados a desenvolver e divulgar seus trabalhos ao público do Recôncavo. Cada artista convidado apresentou o processo de criação de sua obra em uma sessão informativa ao longo dos nove dias do festival. O FIAR também promoveu gratuitamente workshops de arte urbana na cidade de Cachoeira. A programação incluiu as oficinas Circuit Bending, com o artista Cristiano Rosa; e Linguagens Poéticas Sonoras Contemporâneas, com o pernambucano Ricardo Brazileiro.

Praça da Aclamação vira palco para Mario Gusmão Iniciando as atividades do Cineclube Mario Gusmão, a mostra gratuita do documentário Mario Gusmão: O anjo negro da Bahia convocou todo público local para a Praça da Aclamação no último dia 16 de outubro, em homenagem ao ator. “O intuito é revelar à geração atual o trabalho do homem que revolucionou junto ao Cinema Novo, atou como um dos pilares na formação do Teatro Vila Velha e inspira artistas com sua interpretação ímpar, enquanto negro no cenário mundial”, declarou Cíntia Nogueira, coordenadora do cineclube e professora do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Em um debate aberto ao público, Márcio Meirelles, secretário de cultura do estado da Bahia, declarou que “frente ao padrão estabelecido pelo cinema americano os filmes nacionais enfrentam grandes dificuldades para entrar nas salas de exibição. O cinema brasileiro tende a ganhar adeptos com iniciativas como essa, e Cachoeira tem um histórico de produções que deve chegar aos olhos e ouvidos da comunidade local”. Após a exibição do trabalho de Mario Gusmão no cinema, a temática baiana continuará sendo destaque entre o clube de cinéfilos. Um exemplo é a sessão Quartas Baianas, dedicadas às produções audiovisuais do estado, com a intenção de promover a difusão e aproximação da comunidade com as obras e seus criadores, convidados ao longo das mostras para debates abertos ao público. As sessões do cineclube e os diálogos com os diretores acontecem todas as quartas e quintas-feiras, a partir das 19h, no auditório da Fundação Hansen Bahia, em Cachoeira. www.ufrb.edu.br/reverso

Lenise Farias

Quem quer resultado imediato acaba desistindo. “As pessoas têm preguiça de malhar, o resultado é gradativo tem que ter paciência”, garantiu. Para incentivar o aluno ela procura usar música, mudar periodicamente o programa de exercícios, orientar e provar que dá certo. Para quem ainda vai começar, ela alerta para o perigo de se fazer exercícios por conta própria. Reforça que é preciso acompanhamento de um profissional, realização de exames médicos e uma

Pollyanna Macêdo

procurado as academias em outras épocas do ano e não mais em busca de resultados imediatos. De acordo com os especialistas da área, a procura agora é por saúde. Para Cecília Thomas, professora de educação física e gerente da academia Cachoeira Fitness há três anos e meio, o ideal é “praticar esportes, fazer exercícios e consequentemente ter um corpo bonito e admirável. Ela afirma que as pessoas chegam à academia em busca de saúde e bem estar.

Texto de Larissa Araújo

Textos de Toni Caldas


Curso de Jornalismo da UFRB é reconhecido com nota 4 pelo MEC Lorena Morais

Texto de Lenise Luz e Marília Marques

Aluna grava material acadêmico em laboratório recém-implantado

é extremamente interessante porque somos avaliados por colegas e eles deixaram muito claro que os discentes daqui não tinham nada a invejar do corpo docente da USP”. ram de forma detalhada os sistemas de ensino e a estrutura física da UFRB. O diretor do Centro www.ufrb.edu.br/reverso

Os avaliadores estiveram reunidos com o reitor da UFRB, a direção do CAHL, com o coordenador e professores do curso de Jornalismo

de Artes Humanidades e Letras (CAHL), Xavier Vatin, disse que a visita: “é extremamente interessante porque somos avaliados por colegas e eles deixaram muito claro que os discentes daqui não tinham nada a invejar do corpo docente da USP”.

Quanto às instalações e ao conceito divulgado pelo MEC, Vatin afirmou que “estamos conquistando aos poucos os laboratórios e estamos caminhando muito bem. Para mim, é uma honra, mas uma honra compartilhada com os estudantes, professores

e o coordenador do curso”. E complementou lembrando que o “conceito quatro, onde o máximo é cinco, é excelente. É uma vitória de todos”. Para a estudante do oitavo semestre de jornalismo, Camila Moreira, “a nota pode ser um anúncio que daqui pra

frente o curso pode melhorar, já que as exigências foram cumpridas” e complementa, no entanto, “que para a turma que está se formando e a que já se formou não representa muita coisa. Com certeza a nossa formação não tem nota quatro”.

O reitor da UFRB, Paulo Gabriel Nacif, acompanhou o último dia da visita, no qual os avaliadores já encontraram as salas destinadas à edição de áudio e vídeo com ar-condicionado, isolamento acústico e outros equipamentos instalados. Perguntado sobre o motivo das instalações não terem ficado prontas antes, o reitor justificou que foi devido à burocracia. Segundo ele, os equipamentos foram comprados há mais de seis meses e foi uma coincidência os laboratórios estarem em fase final de implantação no mesmo período em que o MEC visitou o curso. Ainda segundo Nacif, a universidade avançou muito quanto à quantidade e qualidade dos docentes, na criação de espaços de convivência e na construção de uma identidade institucional.

Pontuou, no entanto, que ainda existem deficiências quanto à infraestrutura externa, como a qualidade da energia que a universidade recebe e a conexão com a internet. “Mesmo contratando um engenheiro elétrico top de linha, só resolveríamos 50% dos problemas. É o preço que se paga por se ter uma universidade situada na região Nordeste e, principalmente no interior da Bahia”, disse, acrescentando que “é preciso ampliar nossa eficiência, já que o processo de avaliação começou, para podermos ter referências e sermos bem sucedidos”.

Foi uma coincidência os laboratórios estarem em fase final de implantação no mesmo período em que o MEC visitou o curso, afirma reitor.

Para os avaliadores do MEC estudantes e professores contribuem para o sucesso Sobre o curso de Jornalismo, os representantes do MEC destacaram aspectos como a preocupação da instituição em ter projetos para o futuro, sua inserção na região, o compromisso e o impacto gerado na comunidade. A organização didático-pedagógica, a atuação do coordenador, o corpo docente e as instalações físicas foram alguns dos critérios de avaliação. Além do ensino, foram analisados também a gestão da pesquisa e da extensão, bem como os alunos do curso, que foram descritos pelos avaliadores como participantes da construção da universidade e parte integrante do crescimento e reconhecimento

da instituição. A atuação do corpo docente também foi um critério citado como ponto positivo.

“O processo de reconhecimento de curso é cada vez mais transparente, eficaz e ágil”. Quanto às instalações físicas, os avaliadores ressaltaram a importância dos laboratórios de rádio, vídeo e edição para o curso de jornalismo e do processo de conclusão dessas instalações. Contudo, como esses itens já estão em fase final

de entrega, não comprometem a avaliação do curso de jornalismo. Ainda de acordo com os avaliadores, o processo de reconhecimento de curso é cada vez mais transparente, eficaz e ágil. Depois de uma semana do término da avaliação in loco, é enviada para a instituição, através do MEC, a nota referente ao conceito conquistado pelo curso. A professora Rita Ribeiro, explicou: “Somos os olhos do MEC”. Neste sentido, lembrou que tanto ela quanto Ricardo Ferreira não são funcionários do Ministério da Educação, mas que os avaliadores possuem a função de olhar e verificar o curso e também a instituição. Lorena Morais

A visita in loco dos representantes do MEC aconteceu nos dias 14 e 15 de outubro último. Os dois representantes, Ricardo Alexino Ferreira, professor do Departamento de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (USP); e Rita Ribeiro, do Programa de Pós-Graduação em Design da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG), analisa-

Lorena Morais

Recém visitado pelos avaliadores do Ministério da Educação, o curso conquistou nota 4, considerada muito boa numa escala que tem o 5 como o conceito máximo.

Reitor também esteve no CAHL e comentou sobre implantação dos laboratórios

Os professores Ricardo e Rita foram os olhos do MEC

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Símbolo religioso da cidade de São Gonçalo dos Campos encontra-se em situação de total esquecimento

Texto de Valdelice Santos

br), onde a notícia foi bastante comentada por internautas.

O município de Saubara também possui informações na Internet. A primeira delas, que surge quando você digita o nome Saubara, é a sua localização no mapa, seguida da origem de seu nome e as suas primeiras construções. Depois surgem endereços de pousada, restaurantes, pontos turísticos e fatos que ganharam destaques na cidade. A cassação do mandato do prefeito reeleito, Antônio Raimundo de Araújo, o Bolinha, e seu vice Osvaldo Costa e Souza Filho, foi uma das notícias que mais apareceram nos endereços eletrônicos recentemente, a exemplo do blog do Valente (www.blogdovalente.com.

Isso possibilita a oportunidade de conhecer a localidade virtualmente. Outra coisa que pode ser encon-

Outra notícia destaque na net foi o encalhamento da baleia jubarte no último dia 23 de setembro, na praia de Saubara, (http://g1.globo.com/ brasil/noticia/2010/09/encalhede-baleias-bate-recorde-no-litoraldo-pais.html). Ao navegar pelo site ferias.tur. br o internauta pode ler opiniões e impressões sobre Saubara e também deixar seu próprio comentário.

é saubara.ba.gov.br, encontra-se fora do ar e nenhuma informação foi passada sobre o problema pelo órgão. Também não tem nenhum endereço eletrônico com notícias locais, mas isso não deixa de colocar Saubara no âmbito da net, basta acontecer algo de relevante para o município que vai parar direto na internet e na maioria das vezes ganha repercussão em diferentes lugares do Brasil.

Larissa Araújo

Muitas lendas sobre o local

TÁ NA NET - Saubara

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trada também na net sobre Saubara é uma gama de fotos de diversos pontos de todo o município, sobretudo de suas praias e de seus artesanatos, como as rendas. Há uma pequena porcentagem de temas sobre questões ligadas ao trabalho político do município. O site da prefeitura, cujo endereço

Segundo a lenda local, ainda no século XVII pescadores encontraram nas águas da fonte uma imagem de São Gonçalo, santo português. A devoção pelo santo fez nascer um arraial ao redor das águas. O arraial cresceu e hoje, tem mais de 30 mil habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As águas da velha fonte são cercadas por histórias místicas. Milagres que a medicina jamais teria conseguido explicar aconteceram ali. O coveiro Paulo Sérgio, 52 anos, por exemplo, conta a história do paralítico que veio numa romaria de muito longe, bebeu e banhou-se da água e voltou para casa andando. Muitos outros casos de curas, principalmente de doenças de pele, eram relatados por populares.

Muitas não têm sanitários e fossas sépticas, funcionando como bares, restaurantes e até mesmo como residências dos comerciantes Texto de Leomir Santana O Ministério Público Federal na Bahia (MPF) e a Advocacia Geral da União (AGU) entraram com uma ação contra o Município de Saubara e a Associação dos Barraqueiros do município (ABPMS) devido à ocupação irregular e desordenada da orla marítima por parte das barracas de praia. Segundo os autores da ação civil pública, as barracas se encontram em terreno da União, sem a licença ambiental do órgão competente e em desacordo com as exigências legais de tutela do meio ambiente. O MPF e a AGU pedem à Justiça Federal a determina-

A maioria das barracas terá que ser removida do local e a questão da ocupação irregular da orla marítima do município está sob apreciação da GRPU/BA.” ção de que o município retire as barracas construídas em áreas irregulares; não despache novas permissões para construção e funcionamento das barracas; tome medidas para paralisar a construção de outras barracas de praia e realize a limpeza e retirada de escombros acumulados no local. Segundo Jair Sarmento de Souza, secretário de Turismo e Meio Ambiente de Saubara, a maioria das

O secretário Jair Sarmento disse que a maioria das barracas terá que ser removida

barracas terá que ser removida do local e a questão da ocupação irregular da orla marítima do município está sob apreciação da Gerência Regional do Patrimônio da União na Bahia (GRPU/ BA).

Janaína Carine

O secretário de Agricultura e Meio Ambiente do município, Murilo Costa Ferraz, disse que estava participando de Uma placa alerta que a água um curso em não é própria ao consumo outra cidade e ainda não foi informado oficialmente sobre a interdição. O padre local, Aristóteles Silva, desaconselhou o consumo da água, mas disse que a tradicional Romaria do Ouvinte continuará acontecendo sempre no segundo domingo do mês de janeiro e os fiéis que desejarem poderão visitar a fonte do milagre, desde que não entrem em contato com a água.

Larissa Araújo

ção de abandono desde que uma análise laboratorial detectou em sua água substâncias impróprias para o consumo humano. De uma hora pra outra, o que era local de devoção dos religiosos se tornou caso de saúde pública. A água da Gameleira foi classificada imprópria para o consumo, por conta da sua proximidade com o cemitério. Desde então, o Antes local de romaria, a fonte hoje está abandonada lugar que atraia romarias de diversas Texto de Eliandson Santos regiões da Bahia está vazio. Mesmo estando recém restaurada, a fonte A Fonte da Gameleira, ponto de agora não passa de um local propício origem da cidade de São Gonçalo à ação de vândalos e a foco de mosdos Campos, encontra-se em situa- quitos aedes aegypti.

MPF pede retirada das barracas de praia em Saubara

Janaína Carine

Fonte da Gameleira segue em estado de abandono

Cobrança de taxas Os autores da ação afirmam que nos últimos 20 anos o município cobrou taxas aos barraqueiros pelo uso dos equipamentos. Jair Sarmento de Souza explicou que essa cobrança de taxas foi realizada em gestões anteriores e atualmente muitos barraqueiros pagam anualmente uma taxa à Receita Federal pela utilização do imóvel. “Quando a Receita Federal diz que o município cobra taxa, primeiro eles têm que mostrar e dizer que eles cobram também uma taxa de barracas e construção feita em cima das lages”, explicou o secretário de Turismo e Meio Ambiente. Por sua vez, Valério Antônio da Cruz, secretário da Associação de Barraqueiros de Saubara, afirmou que todos os barraqueiros, associados ou não, pagam uma taxa de R$ 20,00 por semana ao município pelo uso do solo. Segundo ele, em fiscalização realizada pela prefeitura, muitos barraqueiros teriam apresentado documentos que comprovariam o pagamento de ta-

Saubara tem atualmente cerca de 150 barracas de praia

xas à Receita Federal. O município ainda não tomou nenhuma atitude nesse sentido, pois, segundo o secretário, os barraqueiros que possuem esses documentos podem entrar na Justiça provando que pagam à Receita Federal por usarem aquela área. Após a emissão dessa ação por parte do MPF/BA e da AGU, não houve nenhuma construção nova no local, segundo afirma Jair. Ele explicou também que a prefeitura já está fazendo um levantamento da situação atual das barracas de praia do município e que está sendo encaminhado para o Gerenciamento do Patrimônio da União (GRPU). Impactos ambientais A maioria das barracas edificadas no município possui uma estrutura de alvenaria, com paredes de bloco e pilastras. Muitas delas possuem sanitários e fossas sépticas, funcionan-

do como bares, restaurantes e até mesmo como residências dos comerciantes. Conforme a ação proposta, esse tipo de barraca da praia infringe as normas de proteção do meio ambiente, o que compromete o equilíbrio ecológico do meio ambiente e a saúde pública, além da degradação de manguezais, obstrução e desvio do leito dos rios e contaminação do solo. Saubara possui atualmente em torno de 150 barracas de praia, das quais 81 estão associados junto à ABPMS. Segundo o secretário da associação, eles possuem hoje um mandado de segurança para impedir uma possível demolição das barracas. “Estamos com um mandado de segurança, mas não sabemos como vai ficar essa situação”, explica ele. Enquanto isso os barraqueiros de Saubara seguem sem saber qual o destino de seus empreendimentos comerciais localizados nas praias do município. www.ufrb.edu.br/reverso


Saubara: Encantos da Baía de Todos os Santos Texto de Lorena Morais

História O município teve sua constituição como povoado a partir da construção de uma igreja dedicada a

Roberval Santana

O nome Saubara significa, na língua tupi, comedor de formigas, costume alimentício no Brasil de outrora. Localizada a 94 km de Salvador, no interior da Baía de Todos os Santos e próxima à foz do Rio Paraguaçu, segundo o livro Roteiros Ecoturísticos da Bahia, sua região apresenta

rações urbanas que deram origem ao município de Santo Amaro. Seu desmembramento ocorreu em 13 de junho de 1989, quando foi emancipada, agregando vilarejos e praias da região. São eles: Cabuçu, Bom Jesus dos Pobres e o povoado de Araripe.

A praia de Cabuçu tem areias cristalinas e é ótima para banho.

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São Domingos de Gusmão da Saubara, construída pelos moradores da Ponta de Saubara – região a beiramar fundada pelo fidalgo português Braz Fragoso em 1685. Conta alenda que a igreja seria constituída por pedras e óleo de baleia, trazidos por jesuítas espanhóis da Ilha de Itaparica, junto com a imagem do santo. Ela serviu como ponto de observação e vigília, além de quartel-general nas lutas pela Independência da Bahia, pois do seu alto podia-se avistar os portugueses vindos do mar para o ataque.

Devido à presença de distritos praieiros – Bom Jesus dos Pobres e Cabuçu – o município movimenta sua economia com o turismo na época do verão e abriga um grande número de pessoas vindas de Feira de Santana, Salvador e região do Recôncavo Sul da Bahia. São pequenos povoados, de estrutura simples, mas que também têm mansões localizadas na área costeira, que pertencem a artistas, empresários e políticos. A praia de Bom Jesus dos Pobres fica próxima à foz do Rio Paraguaçu e ganha destaque pela localização a beira mar da igreja do Senhor Bom Jesus dos Pobres. Ela é datada do século XVII e fundada pelo clérigo Francisco de Araújo. Cabuçu tem águas apropriadas para a prática de esportes náuticos, como windsurf, esqui e vela. Localizada entre o mar e desembocadura de rios, em determinados meses do ano a praia torna-se um berçário marinho, produzindo desde aratu (crustáceo) a sururu (marisco). É conhecida popularmente como Praia do Oi, por ser a mais frequentada do município – geralmente por pessoas das cidades vizinhas que se conhecem. Seu nome na língua tupi significa marimbondo.

zes são as mesmas que mariscam - produzem bolsas, tapetes e utensílios caseiros artesanalmente, utilizados com palha ou a própria renda. A Sociedade Filarmônica São Domingos – primeira entidade do município, formada em 1916 – e as Caretas de Saubara são também fortes registros da cultura local. As caretas são originárias das lutas pela Independência da Bahia, quando as pessoas usavam o disfarce de careta para levar alimentos aos combatentes e não serem pegos pela tropa portuguesa. Com final da guerra, o costume virou brincadeira e é tradição até os dias de hoje. Culinária e economia Por ser uma cidade litorânea, a culinária típica de Saubara e região é a produção de mariscos, peixes e crustáceos, que são vendidos de porta em porta ou nas feiras livres de cidades vizinhas, como Santo Amaro, Feira de Santana e Sal-

Eliandson Santos

vador. A região também concentra criadouro de camarões, redutos de produção do marisco em cativeiro. Como chegar Para quem vem de Salvador, pela BR-324, são 59 km até o entrocamento da BR–420. Em direção a Santo Amaro, segue-se 5 km até o entrocamento com a BA– 878. Seguindo mais 20 km e passando pelo distrido de Acupe, chega-se ao município de Saubara. A sede é distante de Cabuçu 6 km e 9 km de Bom Jesus dos Pobres.

Representações Culturais As rendeiras fazem parte do acervo cultural de Saubara, famosas pela construção das rendas de birro, as mulheres – que muitas ve-

Antes realizada somente nos dias de quarta, sexta e sábado, a feira funciona hoje por quase toda a semana, tendo como destaque as barracas de roupas

“A culinária típica de Saubara e região é a produção de mariscos, peixes e crustáceos”

Rogério Lacerda

uma paisagem diversa, composta por praias, falésias, áreas de manguezais e de Mata Atlântica com rios e cascatas. Com o tipo climático úmido, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sua área é de 158 km² e a população composta por 11.871 habitantes (censo 2006). A freguesia de São Domingos de Saubara foi uma das primeiras aglome-

Distritos de veraneio

Comércio de roupas em feira livre atrai a população de Cachoeira

Prédio onde fica sede da administração municipal

Seja no trabalho, no colégio, em festas, ou mesmo no dia-a-dia, as suas últimas tendências invadem a vida das pessoas

Texto de Pollyanna Macêdo Localizada próxima a cidades como Santo Antônio de Jesus e Feira de Santana, famosas pelo comércio em geral e principalmente pelo de roupas e acessórios, Cachoeira também se destaca pelo comércio de moda, que é feito inclusive na feira livre. Ao nascer do sol, já é possível ouvir os primeiros anúncios de mercadorias e promoções, juntamente com o som que vem das barracas vizinhas.

Poucas horas depois vem o Como o preço não é tabelaresultado: dezenas de pessoas ocu- do e nele não é inserido imposto pando um peque– como aconteno espaço, olhance em lojas – a “Aqui tem short do, mexendo, quantia a ser experimentando, curto, médio, com- paga pelo propechinchando o duto vai variar prido e até aquela valor seja de uma de acordo com blusa, calça ou bi- calça mais folga- a habilidade do juteria. Aliás, seconsumidor e da que tá muito na gundo a maioria até com a sua dos clientes, essa moda” amizade com o já é uma das vandono. Os ventagens de comprar dedores vêm roupa em feira livre, a pechincha. não só da cidade, mas de diversos

lugares como Conceição da Feira, Maragogipe, Conceição do Coité e da vizinha São Félix. Nos dias de sábado, por exemplo, o movimento de pessoas de fora da cidade, tanto compradores e vendedores é grande. O colorido dos shorts e calças de pano e malha é visto de longe, e quase que domina todo o cenário. As barracas de lingerie têm destaque e vêm crescendo ultimamente. As vendedoras afirmam que a variedade de sutiãs e tops atraem o público feminino, já que as blusas hoje em alta têm decotes variados. Mas as barracas com foco no jeans são ainda hoje uma das mais requisitadas pela população. Vendendo produtos de tamanhos e modelos variados, costumam juntar duas ou três barracas em um espaço só e contam até com um provador improvisado para que o cliente não precise voltar e trocar a peça. “Aqui tem short curto, médio, comprido e até aquela calça mais folgada que tá muito na moda”, diz uma das ambulantes que ficam próximas ao Mercado Municipal. A famosa saia alta, ícone da ultima estação - e ao que parece veio pra ficar - virou febre, principalmente entre as mulheres mais jovens, e é facilmente encontrada na feira, inclusive pela metade do preço das lojas. As barracas de calçados são outro ponto forte na cidade. Sandálias rasteiras de diversos modelos e cores podem ser encontradas até por R$ 10,00 cada. Quando um produto novo chega, não demora muito em exposição e já é comprado por alguém, pois o público costuma sempre conferir novidades. O sucesso nas vendas acaba sendo também auxiliado pelo tipo de pavimento da cidade, já que é preciso sandálias e sapatos confortáveis para caminhar através dos paralelepípedos. www.ufrb.edu.br/reverso


Flagrantes do trânsito Texto e fotos de Diogo Oliveira Atualizar as possibilidades de ida e vinda, tanto para pedestre quanto em carros, é um desafio para a maioria das cidades atuais. Cachoeira, que no último censo contava cerca de 30 mil habitantes, enfrenta esse problema. Os passeios da época colonial são pequenos, assim como as vias para carros, motos e caminhões. A população ainda enfrenta o desafio de espaços legais de estacionamento nas ruas principais, em frente aos mercados mais movimentados. Fica uma mistura de gente, bicicleta, animais para carregar, pessoas com carrinhos-de-mão...


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