O lojista agosto

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Ano XXXVIII | www.cdlniteroi.com.br

Edição 568 | Agosto 2017

Segurança em destaque na CDL Niterói Entidade apoia novo projeto de patrulhamento implantado na cidade

Dia dos Pais

Histórias de pais e filhos que trabalham juntos no comércio

Seminário SPC

Encontro contou com a participação de representantes das CDLs de todo o Estado

NITEROI

O LOJISTA



De Utilidade Pública: Estadual, Lei no 5579/65 / Municipal, deliberação no 2539/65

EDITORIAL

CONSELHO SUPERIOR Presidente: Joaquim Manuel de Sequeira Pinto Vice-presidente: Ademir Antunes Carvalho MEMBROS DO CONSELHO SUPERIOR Antonio Carlos Costa Pires, Domingos de Carvalho Rodrigue, Elida Gervásio Gouvêa, Ithamar Torres Mancen, José Dornas Maciel, Lúcio Ferreira de Azevedo, Manoel Alves Junior, Orlando Cerveira Francisco, Roberto Mauricio Rocha, Salomão Guerchon. Suplentes: Gentil Moreira de Sousa e Marina Espósito Haddad. DIRETORIA ADMINISTRATIVA Presidente: Fabiano Gonçalves Vice-presidente: Luiz Vieira Diretores: Fausto Regis de Oliveira Reis, Graciele Davince Pereira, Jorge Gentile, Mauricio Nassib Moita Zarife, Oswaldo Rodrigues Vieira, Rogerio Rosetti Mendes, Ruan Carlos Teixeira de Oliveira, Sidney Moyses Vianna Freire Suplentes: Alberto Guilherme Magalhães Ducan e Felipe Reis de Almeida Gerente: Ermano Santiago CONSELHO EDITORIAL Fabiano Gonçalves e Joaquim Pinto

O LOJISTA

NITEROI

SERVIÇOS DA CDL Serviço de Proteção ao Crédito, Serviço de Relações com Usuários, Central de Informações, Central de Cadastro, Central de Processamento de Dados, Assessoria Técnica, Consultoria Jurídica, Serviço de Documentação e Divulgação e Serviço de Administração

Coordenação: Kelly Goldoni - MTE: 34527/RJ Redação: Goldoni Comunicação Diagramação e Arte: Alyne Gama Jornalistas: Paula Valviesse e Suzana Moura Consultoria: Priscila Oliveira Fotos: Divulgação CDL Niterói

Publicação dirigida da CÂMARA DE DIRIGENTES LOJISTAS DE NITERÓI, contendo legislação, índices econômicos e condensado de notícias e informações de interesses do comércio lojista. Distribuição: Câmaras de Dirigentes Lojistas, Associações Comerciais, Federações do Comércio, Sindicatos e demais entidades de classe do País, identificadas com as atividades do comércio, bem como empresários e executivos especialmente cadastrados. O LOJISTA utiliza as seguintes fontes para editar o condensado de notícias: O Globo, Jornal do Commercio, A Tribuna, O Fluminense e Diários Oficiais. Os índices, estatísticas e projeções são cuidadosamente compilados, de acordo com os últimos dados disponíveis no fechamento da edição. O uso dessas informações para fins comerciais e de investimentos é de exclusiva responsabilidade e risco dos seus usuários. IMPORTANTE: As matérias assinadas são de respnsabilidade de seus autores. ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA Rua General Andrade Neves, 31, Centro, Niterói, RJ CEP: 24210-000 / Tel.Fax: (21) 2621-9919

Segurança em pauta

A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Niterói reitera mais uma vez seu compromisso com os comerciantes e a população, apoiando o projeto Niterói Mais Segura. A proposta, que segue os moldes do projeto implantado em vários bairros do Rio de Janeiro e que ganhou espaço de discussão no Conselho Comunitário de Segurança, realizado mensalmente na sede da entidade, sendo trabalhada de acordo com as características do nosso município, chega como uma alternativa para ampliar o patrulhamento na cidade e aumentar a sensação de segurança. Junto com outras entidades representativas do comércio, estabelecemos as bases para trazer para Niterói mais 200 policiais, atuando, a princípio, no Centro e em Icaraí, locais de grande movimentação de pessoas e concentração de lojas. E quem ganha com isso somos todos nós. Com o aumento da presença policial e a repressão a assaltos e demais crimes, a população poderá retomar a sua rotina, sair às ruas com mais segurança e dignidade. E, em contrapartida, essa movimentação reflete no comércio e diretamente na economia do município. Esse projeto se inicia em um momento importante de celebração, já que em agosto comemoramos o Dia dos Pais. Em reconhecimento a data, a CDL traz nessa edição da revista O Lojista, histórias de pais e filhos que trabalham juntos. No setor varejista da cidade, esses exemplos mostram as vantagens e as experiências de gerenciar os negócios com o apoio da família, compartilhar a profissão e o aprendizado com os filhos e buscar se destacar no mercado. Trataremos também de uma conquista importante para os lojistas, a aplicação da “Lei de diferenciação de preços”. Uma solicitação antiga do setor e que já está em vigor, beneficiando empresários e consumidores e, ainda, podendo se tornar uma ferramenta importante na recuperação da economia. Para concluir, destacamos a experiência compartilhada por representantes de CDLs de todo o Estado, no 3º Seminário Regional de SPCs, que teve Niterói como sede. A programação contou com palestras e dinâmicas apresentadas em dois dias de evento por consultores do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), ampliando o conhecimento a respeito dos serviços oferecidos aos associados e também estreitando os laços entre as entidades. Vale a leitura! Vamos em frente!

Fabiano Gonçalves

Presidente

Impressão Gráfica Primil (21) 3078-4300 Circulação Mensal Nacional | Tiragem: 5.000 exemplares CDL NITERÓI 3


EDIÇÃO 568

ÍNDICE 24

CAFÉ

Trabalhar com EMPRESARIAL segurança é Consultores defendem atenção ao marketing pessoal e à gestão de pessoas a solução nas edições do Café Empresarial

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CAPA

Curtas CDL Jovem

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Especial

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Seminário Legislação Jurídica

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Negócios Consultor digital Comércio exterior 4 O LOJISTA n AGOSTO 2017

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CAfÉ empresarial

Consultores defendem atenção ao marketing pessoal e à gestão de pessoas nas edições do Café Empresarial

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reconhecido Café Empresarial da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Niterói, realizado mensalmente na Região Oceânica e na sede da entidade, é um momento de confraternização, troca de experiências e aprendizado. Na edição de julho, a entidade repetiu o sucesso da apresentação do consultor de marketing e publicidade, Marcelo Moreyra, sobre marketing pessoal e ainda trabalhou o tema “Gestão de Pessoas: como evitar custos”, com palestra ministrada pela pedagoga e consultora de Gestão de RH Lucia Gadelha. Pensando na grande participação do público e no retorno positivo recebido sobre a última edição do Café Empresarial, realizado na sede da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), a entidade decidiu levar também, para os empresá- Marcelo Moreyra foi o palestrante convidado para o evento rios da Região Oceânica, a palestra “Marketing Pessoal e na Região Oceânica Profissional: uma ferramenta estratégica do empreendedor”, ministrada por Marcelo Moreyra. “Nesse ambiente descontraído de um café da manhã, Abrindo o evento, o vice-presidente da entidade, Luiz trocamos ideias, interagimos com outros empreendedoViera, voltou a destacar a importância da reunião mensal res, conhecemos novas pessoas e compartilhamos nose deu boas-vindas aos empresários que participaram pela sas experiências, além de podermos participar de uma primeira vez do encontro. Para Luiz Vieira, o crescimento palestra que sempre traz um tema diferente e atual, da região, que tem ganhado cada vez mais visibilidade co- focado no mercado econômico e nos negócios. E essa é mercial, até mesmo em função da recente criação do Polo a premissa da CDL com o Café Empresarial, esperamos Gastronômico da Região Oceânica, reflete nas edições do sempre receber novos empresários e gestores”. tradicional Café Empresarial e fortalece a sua realização O palestrante Marcelo Moreyra trouxe um pouco das como local de encontro e troca de experiências. suas experiências pessoais e cobrou a participação ativa

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CAfÉ empresarial

do público. Sobre o tema Marketing Pessoal e Profissional, ele destacou a importância de uma boa aparência para os negócios: “Desenvolva sua imagem e conquiste amigos, clientes e oportunidades”. Já no evento realizado na sede da entidade, a convidada Lucia Gadelha falou sobre a necessidade da valorização do funcionário para os negócios, e deu dicas de como gerenciar de maneira eficaz o capital humano da empresa. Quando falamos em gestão de pessoas, quais cuidados devemos ter? Essa foi apenas uma das questões abordadas pela palestrante. Segundo Lucia Gadelha, o capital humano é considerado hoje o grande diferencial competitivo de uma empresa, e a seleção é o primeiro passo para gerenciar esse recurso e investir de forma correta, para não gerar custos futuros aos negócios. Ainda de acordo com a consultora, não se deve ter pressa na contratação, é preciso mapear as competências necessárias para cada cargo, de forma que o funcionário buscado atenda plenamente às necessidades da empresa, esteja apto para exercer a função e se tornar parte de uma equipe. “Erros de seleção geram custos. Não tem como contratar uma pessoa para atendimento se ela não gosta de lidar com o público. Podemos treinar competências técnicas, mas não temos como despertar habilidades sociais que o candidato não possui”, exemplificou a palestrante. Lucia destacou ainda a necessidade de investir em ferramentas que garantam uma boa relação com o funcionário, demonstrem sua valorização e façam do ambiente de trabalho um local acolhedor, como o endomarketing e a comunicação interna: “O que faz uma empresa girar é o planejamento estratégico, e o que move esse planejamento são as pessoas. As duas coisas estão ligadas, não dá para ter um sem o outro”.

Lucia Gadelha falou sobre gestão de pessoas no encontro da sede O evento foi aberto pelo presidente da CDL, Fabiano Gonçalves, que aproveitou a reunião para falar com os empresários sobre o projeto “Niterói Mais Segura”, que é apoiado pela entidade juntamente com outras instituições ligadas ao comércio. O programa, que segue o modelo operacional existente em alguns bairros do Rio de Janeiro, ampliará a presença policial na cidade, o que é uma notícia positiva para os lojistas. “A insegurança prejudica muito os estabelecimentos comerciais, pois afeta a rotina da população, diminuindo o movimento de pessoas nas ruas, nas lojas, o que reflete diretamente na economia. Por isso a CDL apoia o projeto. Participamos de várias reuniões com autoridades ligadas à segurança pública, e entendemos que precisamos fazer a nossa parte. É fundamental que a entidade assuma esse papel de vanguarda, fomentando iniciativas que beneficiem a sociedade e a economia de Niterói”, declarou Fabiano.

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CURTAS

CDL promove reunião entre empresários da Região Oceânica e o Consórcio TransOceânica para solucionar contratempos criados pelas obras

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clarecer dúvidas sobre o projeto e aumentar a proximidade dos lojistas com os responsáveis pela administração dos serviços, favorecendo a comunicação e a compreensão das necessidades dos comércios impactados pelas ações. Uma das principais solicitações dos comerciantes foi a notificação prévia de início dos trabalhos nas proximidades de cada estabeleci-

mento. Segundo eles, havendo um tempo de comunicação sobre a interdição de um determinado trecho fica mais fácil a criação de um planejamento quanto aos negócios, viabilizando a contenção de gastos com a compra de produtos, a avaliação de um acesso diferenciado às lojas ou, até mesmo, a possibilidade de estabelecer um período de férias coletivas, por exemplo.

Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas

Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Niterói promoveu, no início de julho, mais uma reunião entre empresários da Região Oceânica e os responsáveis pelo gerenciamento da obra da TransOceânica, uma das principais intervenções de mobilidade urbana já realizada no município. O encontro serviu para orientar os comerciantes sobre o andamento das obras, es-

Prefeitura anuncia investimento de R$ 1 bilhão em novos projetos para Niterói

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iterói vai receber R$ 1 bilhão em investimentos até 2020 – os projetos fazem parte da segunda rodada do Niterói Que Queremos, um planejamento estratégico que possui metas de curto, médio e longo prazo para desenvolver a cidade. Com esse recurso, 34 iniciativas serão prioridade nos próximos três anos e meio. “Esse plano estratégico para o período de 2017 a 2020 terá um investimento de R$ 1 bilhão e 34 projetos estruturadores, que vão impactar diretamente na segurança – apesar de ser responsabilidade do governo do estado –, na mobilidade urbana, educação, cultura, ordem pública, recuperação do meio ambiente e espaços públicos, melhorando cada vez mais a qualidade de vida de Niterói”, destacou o prefeito Rodrigo Neves.

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Governo mantém previsão de 0,5% de crescimento do PIB O governo federal manteve em 0,5% a estimativa de alta do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas produzidas no país. A previsão consta no Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas, lançado a cada dois meses. A previsão do mercado é de que o crescimento fique em 0,34%. Em 2016, o PIB teve queda de 3,6%. O relatório apresenta os parâmetros oficiais da economia e as previsões de arrecadação, de gastos e de cortes no Orçamento. Com base no documento, o governo edita um decreto de programação orçamentária, com novos limites de gastos para cada ministério ou órgão federal. (EBC)

Conheça os novos

associados da CDL Niterói a a a a

Landon Planejamento Imobiliario Eireli Art Nit Livraria Ltda The Best Idiomas Ltda E M Pereira Consultoria E Cadastro


Niterói e a luta contra a violência

Fernando Frazão/Agência Brasil

CDL JOVEM

Por Juliano Gentile Diretor da CDL Jovem Niterói

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ão é de hoje que vemos os índices e níveis de violência aumentarem em nossa cidade. A rotina de todos que moram e circulam por Niterói teve que ser alterada. Além disso, muitas empresas acumulam prejuízos não só pela crise econômica instaurada, mas também pelo fato de diversos estabelecimentos serem vítimas de roubos e furtos. Mas, apesar de todo esse diagnóstico, existe luz no fim do túnel. A população, entidades de classe e a prefeitura, buscaram soluções contra esse aumento da insegurança, e pelo que está sendo demonstrado, todos estão dispostos a reprimir de maneira contí-

nua esta inconveniente situação, trazendo a paz e a tranquilidade de volta. A população fez e faz sua parte; manifesta-se, exige mais segurança e soluções para os casos de violência que estão acontecendo. Já a nossa CDL, entidade de classe do comércio de Niterói, vem fazendo seu dever de casa contra a violência há muito tempo. Além de promover o encontro mensal do Conselho de Segurança de nossa cidade em sua sede, que é aberto ao público, aguçou ainda mais seu interesse em ajudar no desenvolvimento de soluções e medidas que combatam a insegurança crescente, e a exemplo disso, está

o seu apoio e participação no projeto complementar de segurança “Niterói Mais Segura”. Este projeto, de iniciativa de nossa prefeitura, assemelha-se ao programa desenvolvido em bairros do Rio de Janeiro “Operação Segurança Presente”. A proposta do projeto foi amplamente discutida e adaptada para atender as necessidades da cidade, e que inicialmente trará um efetivo de 200 policiais, a partir de agosto, fazendo a segurança, a princípio, de dois bairros: Centro e Icaraí, sendo que a tendência será abranger as demais regiões da cidade. Tanto a CDL Niteroiense, como a Prefeitura, demais associações e sociedade estão de olhos abertos ao fator segurança: necessidade de toda a população. Pois, com a cidade segura, teremos uma melhor qualidade de vida, maior circulação de pessoas, aumento do consumo, o que consequentemente afeta na geração de empregos e em renda, principalmente do comércio, o que contribui em um melhor desenvolvimento do município. Por fim, é importante salientar que Niterói é uma cidade notável, um local expoente, que merece ter de volta a paz que sempre foi predominante por aqui. Certamente, demais projetos estão sendo discutidos e elaborados, para que sejam implementados de maneira contundente, trazendo respostas efetivas que garantirão de uma forma contextualizada a satisfação de toda a população.

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ESPECIAL

Amor pela profissão que passa de Pai para Filho

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odo segundo domingo do mês de agosto é comemorado o Dia dos Pais, e a data é símbolo de companheirismo, amizade e lealdade. Algumas relações entre pais e filhos ultrapassam o ambiente familiar e se estendem até o trabalho. Não basta torcer pelo mesmo time ou ter preferências similares. Muitos filhos acabam herdando dos pais o gosto pela mesma profissão e, no segmento comercial, são muitos os casos de pais e filhos que trabalham juntos, dividindo experiências e as frustrações do dia a dia. O jovem Felipe Carvalho conta que desde criança, quando já corria com seu irmão dentro do estoque ou na loja do pai, o empresário Ademir Antunes Carvalho, a Nippon Importadora, sempre foi um prazer. Felipe destaca que acontecem muitos atritos, mas que o melhor é o que se pode colher após uma discussão sadia. “Os desentendimentos também fazem a nossa relação se estreitar cada vez mais. As divergências de opiniões são normais, mas resumo isso tudo na palavra ‘aprendizado’, pois todo dia aprendo algo novo com meu pai, seja relacionado a trabalho ou no tratamento com as pessoas”, disse. Felipe ressalta que a relação fora do trabalho é muito boa, pois não se limita somente a compromissos formais. A dupla também faz parte de entidades com o objetivo de

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Felipe Carvalho e Ademir Antunes Carvalho da Nippon Importadora ajudar a melhorar a situação de diversas pessoas. “Eu e meu pai, realmente, não temos tempo para deixar nossa relação ruim (risos)”, conta Felipe. Em alguns casos, o processo de trabalhar em família é um aprendizado intrigante. Juliano Gentile, filho do proprietário da empresa Colchões Juliano, revela que trabalhar ao lado de seu pai, Jorge Gentile, exigiu, antes de tudo, que o relacionamento familiar fosse totalmente alinhado com o profissional para que as coisas dessem certo. “Somos de família italiana, então é inegável dizer que não houve conflitos, até porque, divergências de opiniões sempre existirão, porém, como temos por princípio o respeito à família, tudo sempre dá certo e a relação só melhora. Fora do ambiente de trabalho, nossa relação é normal, cada um com seus afazeres e compromissos”, explica Juliano. Ele ressalta que tudo começou no final de sua faculdade, quando estava participando de um processo seletivo


ESPECIAL

muito desgastante, e já tinha passado por todas as fases, porém, não foi escolhido. Nessa ocasião, seu pai propôs que ele ficasse um ‘tempo’ trabalhando na loja, enquanto não arrumava outro emprego. “Fui ficando na loja e me envolvendo. Gostei do negócio, fui aplicando meu aprendizado, desenvolvendo e conhecendo novas técnicas no meu ramo de atividade e não saí de lá até hoje”, lembra Juliano, que já trabalha na empresa da família há anos. “A sucessão não é uma coisa que acontece da noite para o dia, dura uma vida inteira”. Essas são as palavras de Rogerio Rosetti, empresário do ramo de ferragens que possui diversas lojas espalhadas pela cidade, e que tem os dois filhos, Fabrício e Fabiano Mendes, trabalhando com ele. Rogério revela que uma empresa familiar faz com que o grau de parentesco fique um pouco confuso, porém, se a relação é baseada no amor, todos se entendem. “De vez em quando temos problemas de relacionamento, mas como pai, prefiro que isso tudo aconteça e eu esteja perto deles. Por meio de nossas brigas, achamos as

O empresário Rogério Rossetti com a esposa, Nádia, e os filhos, Fabrício e Fabiano Mendes

Jorge Gentile trabalha junto com o filho Juliano Gentile na empresa Colchões Juliano soluções. Fiz um curso há um tempo atrás que me ajudou muito em relação aessa transição no trabalho. E quando falo de sucessão, é passar parte de minhas responsabilidades para meus filhos, e não o meu afastamento”, explica. Rogério explica que os filhosoptaram por trabalhar com ele e que juntos construíram alguns códigos de ética, como não falar de trabalho em casa e vice-versa. “Adquiri com a vida uma experiência muito grande, e procuro unir isso ao vigor da juventude que eles possuem para implementar na empresa. Sofremos juntos e comemoramos juntos, e isso é uma experiência que vou levar para além da vida. É preciso muito amor e técnica para conduzir as coisas. A experiência ajuda a acalmar os filhos e o apoio é fundamental de ambas as partes”, finaliza Rogério.

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SEMINÁRIO

CDL Niterói recebe seminário do SPC Brasil Evento, voltado para Câmara do Estado, teve como tema novos serviços e a situação econômica do país

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urante os dias 12 e 13 de julho, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Niterói sediou o 3º Seminário Regional de SPCs. O evento, cujo objetivo é contribuir com as entidades através da apresentação de estratégias, produtos e novas ações do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), contou com a participação de representantes de várias CDLs do Estado e também do presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado do Rio de Janeiro (FCDL), Marcelo Mérida, e do diretor de desenvolvimento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Evandro Peçanha. Este ano, o SPC irá realizar dez seminários, contemplando todas as regiões do Brasil. As palestras e dinâmicas de grupo tiveram início em abril, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e vão até outubro, com o evento em Foz do Iguaçu, no Paraná. Como entidade escolhida para sediar o encontro no Rio de Janeiro, o presidente da CDL Niterói, Fabiano Gonçalves, abriu o seminário dando boas-vindas a todos os

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participantes e destacou a importância do evento para o aprimoramento das ações das CDLs do Estado. “É uma grande alegria poder abrir as portas da nossa entidade para os amigos e parceiros das CDLs de todo o Estado. Esse é o momento de ampliarmos nossos conhecimentos, buscarmos novos serviços e também de estreitarmos os laços que unem nossas entidades”, afirmou Fabiano Gonçalves. A programação contou com palestras dos principais consultores e

gestores do SPC Brasil. A primeira a se apresentar foi a Economista-chefe da entidade, Marcela Kawauti, que falou sobre o painel econômico para 2017 e as expectativas de retomada do crescimento da economia nacional. Para a especialista, a crise econômica ainda é um grande desafio para o setor varejista, especialmente por estar vinculada também a um cenário político extremamente instável, mas a expectativa é de que, mesmo de forma lenta, o mercado comece a se recuperar em 2018.


SEMINÁRIO

"Esse é o momento de ampliarmos nossos conhecimentos, buscarmos novos serviços e também de

estreitarmos os laços de amizade"

Fabiano Gonçalves, presidente da CDL “A recuperação ficou para 2018. Ela vai ser lenta, mas pelo menos não foi descartada. Isso é muito importante, porque quando a gente começou a ver o crescimento da crise política, o maior medo era de que a nossa recessão virasse uma depressão, que é uma recessão muito longa, e não é isso que está no cenário”, explicou a economista. Marcela ainda deu algumas dicas para os pequenos e médios empresários: “Esse é um momento de ter cautela, mas vale lembrar que um consumo menor não quer dizer falta de consumo, quer dizer um consumo mais consciente, ou seja, o consumidor quando vai às compras, e se vê com um orçamento mais apertado, passa a escolher melhor os produtos que vai levar para casa. Sendo assim, os comerciantes precisam se adaptar a esse movimento econômico, oferecendo melhores con-

dições de pagamento, ajustando seus produtos às necessidades do cliente”, disse a especialista, que ainda lembrou as vantagens adquiridas com a Lei de Diferenciação de Preços, recentemente sancionada no país. Os novos programas e ferramentas disponibilizados às entidades pelo SPC Brasil foram apresentados ao longo dos dois dias de evento por outros quatro palestrantes. O gerente nacional de Negócios do SPC Brasil, Ronaldo Guimarães, levou informações sobre o SPC Recomenda e o programa de Educação à Distância (EAD). Já o gerente de Produtos e Alianças, Noilton Pimentel, falou sobre novos produtos e insumos e Cadastro Positivo. “Novas oportunidades de negócios” foi o tema apresentado pelo superintende de Novos Negócios, Magno Lima. E o gestor de Novos Negócios,

Renato Pavone, discorreu sobre o Certificado Digital. “O primeiro aspecto que o empresário precisa observar sobre as CDLs e o SPC Brasil são as soluções e serviços que prestamos. É importante que os empresários entendam que o SPC não é só um banco de dados de pessoas negativadas, estamos preparados e atualizados para atender aos comércios e às indústrias em seus ciclos operacionais, nos seus principais macroprocessos: prospecção de clientes, concessão de crédito, gestão de carteira de cliente e cobrança e recuperação de crédito”, explicou Ronaldo Guimarães enfatizando que “o empresário que não é associado da CDL da sua cidade deve procurar a entidade e se associar, pois ele terá uma série de vantagens que farão grande diferença para o crescimento de seus negócios”.

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CAPA

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CDL contribui para a implantação do projeto Niterói Mais Segura

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iterói está investindo cada vez mais em segurança pública, uma forma encontrada pela administração municipal e as instituições privadas para garantir o desenvolvimento econômico e turístico da cidade em meio à crise vivida no Estado. E a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), junto com a Associação Comercial e Industrial do Estado do Rio de Janeiro (Acierj) e o Sindicato dos Lojistas do Comércio de Niterói (Sindilojas), apoiam essas ações, estando diretamente envolvidos no projeto mais recente lançado pela Prefeitura, o Niterói Mais Segura. A iniciativa, que segue os moldes de segurança e patrulhamento implantados em bairros como Centro, Lapa, Méier e Lagoa, na capital, traz para Niterói a presença de mais 200 policiais por dia, atuando, a princípio, no Centro e em Icaraí - na Zona Sul da cidade - mas com intenção de ampliar o projeto, ao longo do tempo, para as demais áreas da cidade. A escolha dos bairros foi justificada pelo grande número de comércios nessas localidades, que atraem uma intensa movimentação de pessoas. Para o presidente da CDL, Fabiano Gonçalves, a atuação da entidade nesse projeto mostra o comprometimento da instituição com o bem-estar da população e nas ações em defesa do comércio e em prol da economia local. “A insegurança prejudica muito o comércio e, consequentemente, a economia. Sabemos que Niterói não é uma ilha, que muitos municípios no nosso entorno, inclusive a capital, estão com problemas, mas estamos na vanguarda, precisamos encontrar alternativas para a questão da segurança pública e é isso que estamos fazendo. E a CDL está cumprindo com o papel que lhe cabe, trabalhando para fomentar o comércio e proporcionar uma melhor qualidade de vida para a nossa população”, ressaltou Fabiano. Para o vice-presidente da entidade, Luiz Vieira, o grande diferencial do programa que está sendo implantado em Niterói é que ele busca se adequar às características da cidade. E para isso, de acordo com Luiz Vieira, as reuniões do Conselho Comunitário de Segurança (CCS), realizadas mensalmente na sede da CDL, foram muito importantes, pois,por meio delas, foi possível ouvir as demandas dos moradores e discutir soluções junto às principais autoridades de segurança pública do município. “Nossa proposta é trazer maior visibilidade ao policiamento ostensivo, aumentar a sensação de segurança e implantar esse projeto com base nas

Atuação da CDL no projeto mostra o comprometimento da instituição com o bem-estar da população e nas ações em defesa do comércio estatísticas. Para isso, levantamos os locais com maior incidência de crimes, e também verificamos as ruas onde estão concentrados o maior número de comércios e uma maior movimentação de pessoas. Junto com a prefeitura e as policiais Civil e Militar, estamos aprimorando esse projeto dentro das nossas características”, destacou o vice-presidente da CDL. Segundo o secretário-executivo do Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM), coronel Paulo Henrique de Moraes, além de policiais militares, ex-soldados do Exército também participarão das ações de policiamento ostensivo. Ainda de acordo com o coronel, conforme o projeto base, as rondas serão feitas basicamente à pé, com apoio de patrulhas em áreas pré-determinadas, tendo como foco principal o combate de roubos a transeuntes em locais com grande movimentação, como rodoviárias e regiões onde estão concentrados os comércios. “O patrulhamento será feito por grupos de três homens, dois deles policiais militares armados, com apoio de um ex-militar do Exército, que filmará todas as ações de abordagem”, explicou Paulo Henrique, destacando que as filmagens das abordagens são uma garantia de segurança para os policiais envolvidos e para a população. “O uso da câmera evitará qualquer desvio na abordagem e reduzirá o número de conflitos, tanto dos policiais, quanto das pessoas abordadas. A ação do agente de segurança pública deve ser também um instrumento de pacificação”, disse. O coronel ainda destaca que a implantação do programa permitirá que os policiais do 12º Batalhão de Polícia Militar (BPM), que originalmente seriam destinados para as áreas do Centro e Icaraí, sejam deslocados para outros bairros, ampliando a atuação do efetivo e beneficiando a cidade como um todo.

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LEGISLAÇÃO

Lei de diferenciação de preço beneficia comerciante e consumidores

Medida chega em um momento oportuno para o comércio, que busca alternativas para estimular o consumo

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m resposta a uma solicitação de quase 10 anos do setor varejista, o presidente Michel Temer sancionou, no dia 26 de junho, a Lei 13.455/2017, também conhecida como “Lei de diferenciação de preços”. A medida permite que os comerciantes pratiquem preços diferentes na venda de bens e serviços, de acordo com o prazo e a forma de pagamento. Dias antes da decisão de Temer, os presidentes da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Niterói, Fabiano Gonçalves, e da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado do Rio de Janeiro (FCDL), Marcelo Mérida, estiveram em Brasília para reforçar a importância do tema com o presidente. Para Fabiano Gonçalves, a lei chega em um momento oportuno para o comércio, que busca alternativas para estimular o consumo em meio à crise econômica sentida em todo o país. Segundo o presidente da CDL, poder praticar preços diferentes nas vendas realizadas em dinheiro e no cartão, assim como de acordo com o prazo de pagamento, estimula o comércio e beneficia

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LEGISLAÇÃO

Expectativa é que a medida também contribua para uma melhora efetiva entre os comerciantes e as operadoras de cartões tantos lojistas quanto consumidores. Os lojistas poderão economizar nas taxas do serviço de cartão, já os clientes serão beneficiados com descontos e também com um aumento na competitividade no comércio. “Estivemos em Brasília e pudemos acompanhar a sanção da lei que responde aos nossos anseios de quase dez anos. Antes dessa legislação, muitos comerciantes foram multados pelos órgãos fiscalizadores por praticarem preços diferentes nas compras em dinheiro. Mas agora, existe o reconhecimento de que o dinheiro tem valor no tempo e que se o cliente pagar à vista, o comerciante pode dar desconto, porque ele deixa de pagar a administradora de cartões, que fica com, em média, 4% do valor das vendas, isso é o princípio da liquidez”, diz Fabiano. Em vigor desde a sua publicação, a lei estabelece que para praticar o preço diferenciado, o comerciante deve “informar em local e formato visíveis ao consumidor os eventuais descontos oferecidos, em função do prazo ou do instrumento de pagamento utilizado”. Além disso, o texto ainda afirma a garantia dos direitos dos consumidores, es-

clarecendo que as infrações permanecem com as sanções previstas na Lei 8.078/1990. Além da competitividade, em função de comerciantes praticarem descontos diferentes com o objetivo de atrair o consumidor, outro fator destacado pela CDL, como benefício, é a possibilidade de as administradoras de cartões abrirem espaço para uma melhor negociação sobre as taxas cobradas. “A medida amplia a concorrência de mercado, pois a demanda tem grande influência na precificação de produtos e serviços. E também deve contribuir para uma melhora efetiva na relação entre os comerciantes e as operadoras de cartões, que irão perceber uma movimentação maior nas vendas à vista e precisarão se adaptar ao novo momento comercial”, avalia o presidente da entidade.

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JURÍDICA

Ex-empregado é condenado a indenizar empresa por danos morais e materiais Por Alexandre Andrade Assessor Jurídico CDL Niterói www.pereiradeandrade.adv.br

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ão, não, não. Você não leu errado e nem o sujeito que escreve para a revista do CDL Niterói está ficando maluco. É isso mesmo que está escrito no título dessa matéria. Foi a empregadora quem acionou o ex-empregado na Justiça do trabalhou e, pasme, ganhou. Isso ocorreu em Minas Gerais, e o patrão alegou que após a extinção do contrato seu ex-colaborador teria lhe causado prejuízos de ordem moral e material, e buscou a justiça para pedir pagamento de indenizações. Todos sabem que normalmente é o empregado quem ajuíza ação contra o empregador na Justiça do Trabalho. No caso que analisaremos no artigo de hoje, foi tudo absolutamente diferente. Isso porque depois que saiu do emprego o sujeito continuou a contatar clientes e receber quantias em nome da empresa, que atua no ramo de organização de eventos e festas. Tudo isso, claro, causou muita confusão e embaraços ao antigo patrão. A empresa procurou a justiça e ganhou na primeira instância. O empregado recorreu. Na segunda instância, ao analisar o caso, o relator lembrou que a jurisprudência sedimentada na Súmula 227 do Superior Tribunal de Justiça, prevê a possibilidade de a pessoa jurídica sofrer dano moral, que deve ficar provado nos autos. “Imprescindível a produção de prova consistente de que o dano experimentado implicou ofensa à sua honra objetiva, afetando o seu nome e imagem perante os clientes ou até mesmo outras empresas do mesmo ramo”, destacou. No caso analisado, as provas favoráveis à empresa vieram na forma de boletins de ocorrência que noticiaram pagamentos ao ex-empregado pelos contratantes, sendo estes depois surpreendidos pela informação de que ele não mais integrava os quadros da empresa e de que não teria repassado os valores a ela. A conclusão foi alcançada também com base em declarações prestadas pelo próprio

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ex-empregado em audiência. Mensagens eletrônicas revelaram que ele aguardava pagamento por parte de clientes e se referia a contrato fictício de prestação de serviços pela empresa. “A conduta antijurídica do recorrente inegavelmente repercute negativamente para a imagem e credibilidade da recorrida junto ao seu público atual e futuro, bem como no próprio ambiente de trabalho”, registrou o relator. Conforme ponderou no voto, os clientes prejudicados ainda podem gerar uma propaganda negativa da empresa de alcance considerado “incalculável”. Isto porque são inúmeras as mídias e ferramentas de comunicação disponíveis para que eles narrem o fato e expressem sua insatisfação. Para o julgador, só esse fato já é suficiente para abalar o conceito de mercado da empresa, porque pode lançar questionamentos quanto à sua honradez e confiabilidade. Na visão do relator, a retenção de valores confessada pelo réu (ex-empregado) torna incontroverso o prejuízo da empresa. Por isso, foi mantido o valor de R$ 5 mil fixado na sentença como indenização, até porque o ex-empregado não comprovou ter devolvido as quantias recebidas diretamente dos clientes. Já o cálculo dos valores a serem ressarcidos foi remetido para a fase de liquidação, procedimento que o relator considerou amparado no caput do artigo 879 da CLT e artigo 509 do CPC. “Não se trata, portanto, de condenação amparada em meras suposições, como aduzido pelo recorrente, pois ela se baseia em prova documental dos autos”, registrou, por fim. Os demais desembargadores que compunham a turma acompanharam o voto do relator por unanimidade. Sei que muitos dos leitores terão um prazer enorme quando lerem essa matéria, exatamente porque sempre me indagam sobre o que acontece aos empregados que demandam enganosamente, burlam as leis ou agem propositalmente contra as regras do contrato de trabalho. Está aí, é isso que acontece.


NEGÓCIOS

Como formalizar e legalizar seu negócio

E

m um período tão delicado da economia, ter seu próprio negócio vem se tornando uma opção viável para driblar a crise e conseguir maior autonomia e estabilidade. Diante desse cenário, cresce o número de pessoas interessadas em se tornar um Microempreendedor Individual – MEI, ou seja, trabalhar por conta própria e se legalizar como pequeno empresário. Entre as vantagens oferecidas pela lei complementar nº 128, que criou condições especiais para que o trabalhador informal pudesse se tornar um MEI legalizado, está o registro no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), que facilita a abertura de conta bancária, a concessão de empréstimos e a emissão de notas fiscais. Para atender à demanda, a Prefeitura de Niterói disponibilizou para os munícipes a Casa do Empreendedor, local que oferece todas as informações necessárias à emissão do alvará de funcionamento, documento necessário para se trabalhar no município, mesmo que o indivíduo seja um prestador de serviço. A estrutura da Casa é composta pelas Secretarias de Desenvolvimento Econômico - órgão responsável pela coordenação e funcionamento do local; Fazenda; Urbanismo e Mobilidade; Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade; pelo Departamento da Vigilância Sanitária e pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - Sebrae. Rafael Saramago, diretor de Desenvolvimento Econômico de Niterói, responsável pela coordenação do espaço, ressalta que, somente em 2017, foram emitidos 905 registros de MEI no período de janeiro a junho, um aumento de 9% em relação ao mesmo período do ano anterior. “O espaço foi criado para facilitar ainda mais a vida de quem quer ter o seu próprio

negócio. Atualmente, quem procura o local para realizar o procedimento de regularização, em casos de pequenas empresas, leva apenas 30 minutos. Lá, os interessados tiram dúvidas, retiram alvarás e já saem com o cadastramento completo para a emissão de nota fiscal”, explica Rafael. De acordo com o diretor, os segmentos que mais procuram a legalização são: cabeleireiro, manicure e pedicure, serviço de organização de feiras, congressos, exposições e feiras, atividade de estética e outros serviços de cuidados com a beleza,edição

de cadastros e produtos gráficos, além de instalação e manutenção elétrica e promoção de vendas. Para quem trabalha com venda informal, o MEI é uma alternativa atraente. Aline Peçanha, de 33 anos, mora em Niterói e trabalha com venda de bijuterias e perfumes e decidiu se legalizar para conseguir alguns benefícios através do CNPJ gerado no ato do cadastro, além de vantagens para o seu empreendimento, como a emissão de nota fiscal, por exemplo. “Trabalho há três anos com vendas e, para mim, a legalização foi uma solução viável e positiva, pois também passou a gerar uma relação de confiança com os meus clientes. Ao virar microempreendedora, consegui um valor mais acessível para o plano de saúde da minha família, dentre outros benefícios, como o recolhimento do INSS”, conta.

Para se cadastrar e ser um Microempreendedor Individual, basta seguir o passo a passo disponibilizado pela Casa do Empreendedor: 1. O contribuinte se formaliza como microempreendedor individual no portal do empreendedor: www. portaldoempreendedor.gov.br No entanto, para os contribuintes que possuem dificuldades de acesso à internet, a Casa do Empreendedor disponibiliza o serviço de formalização, por meio do Sebrae. 2. O contribuinte deverá comparecer a Casa do Empreendedor com os seguintes documentos: - Certificado de Microempreendedor - CCMEI (Obtido no portal do empreendedor) - Cartão de CNPJ; - RG; - CPF; - IPTU; (Declaração da Associação de Moradores para áreas desprovidas de regularização fundiária) - RGI do imóvel; (Escritura do Imóvel, Promessa de Compra e Venda ou Contrato de Locação); - Procuração com firma reconhecida (quando não for o próprio).

3. O contribuinte passará por uma triagem e será encaminhado aos órgãos municipais para a análise da documentação; 4. Após o procedimento de análise, o contribuinte terá o Alvará deferido; 5. Com o alvará deferido será necessário realizar o Cadastro Eletrônico do Contribuinte (CEC). A Casa do Empreendedor disponibiliza o serviço de cadastramento eletrônico do contribuinte, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Para os contribuintes que possuem dificuldades de acesso ao sistema Webiss Niterói: fazenda.niteroi.rj.gov.br/site/servicos/nota-fiscal-eletronica 6. Com o cadastramento eletrônico aprovado, o contribuinte já está autorizado a emitir a nota fiscal eletrônica. A Casa do Empreendedor fica no Shopping Bay Market, na Avenida Visconde do Rio Branco, Centro.

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CONSULTOR DIGITAL

Tempos de combate à violência Por Antonio Carlos Barragan Advogado Contador; consultor empresarial; professor de Direito Digital, Direito Tributário,Direito Financeiro e Perícia Contábil; mestre em Direito Econômico e Desenvolvimento; especialista em Direito Digital e pós-graduado em Direito Público.

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m “Tempos de violência” (“Pulp Fiction”, nome original), filme estrelado por John Travolta e Samuel L. Jackson, a temática generalizada é a violência, dotada de uma “matança desregrada”, mas com pitadas de genialidade do diretor Quentin Tarantino. Um dos destaques é o ritual de assassinato praticado pelo personagem de Samuel L. Jackson que, antes de matar alguém, procede à leitura do salmo Ezequiel 25:17, como se estivesse fazendo justiça com as próprias mãos. No mundo real, algumas vezes a vida imita a arte. Entretanto, bom seria se imitasse o que é bom, justo e adequado para um povo, deixando para a ficção a parte da maldade. Mas em “Tempos de violência”, não havia tecnologia suficiente para controlar tamanha ira de seus personagens. Atualmente, a tecnologia joga em favor da segurança pública em tempos de combate à violência. Muitos municípios brasileiros, no intuito de aumentar a proteção em seus territórios, têm instalado câmeras de segurança para filmar e identificar práticas criminosas e os respectivos criminosos. Niterói é uma cidade que nos serve de exemplo. Com câmeras de segurança espalhadas pela maior parte da cidade, torna-se mais fácil a identificação de criminosos e a sua prisão. E com o avanço tecnológico, cada vez mais as câmeras recebem ampliação e nitidez maiores e melhores em suas resoluções. Contudo, por óbvio, apenas as câmeras de segurança não são totalmente suficientes para o combate à criminalidade. É preciso um trabalho prévio de

educação das crianças e dos adolescentes – para que não ingressem no mundo bandido, que lhes dará vida curta -, bem como um trabalho repressivo por parte da força policial contra aqueles que já se tornaram criminosos e que insistem em ganhar a vida tirando o patrimônio – e até a vida – dos outros. Neste sentido, aproveitando o exemplo do Município de Niterói, merece destaque o novo projeto de segurança pública daquela cidade, que iniciará no mês de agosto deste ano, denominado “Niterói Mais Segura”. O projeto terá a participação da Prefeitura de Niterói em parceria com instituições do comércio, como a CDL – Niterói, que auxiliarão o Estado do Rio de Janeiro no cumprimento de seu dever constitucional de garantir segurança pública à população. O projeto tem como modelo aquele adotado pelo Município do Rio de Janeiro (“Centro Presente”, “Lagoa Presente”, “Méier Presente”, etc.), que tem sido eficaz no combate aos atos criminosos. Essa atuação conjunta dos entes federativos com entidades de representação de classes ou de categorias tem produzido soluções eficientes e eficazes para a resolução de problemas em nossa sociedade. Portanto, vamos cruzar os dedos e torcer para que as pessoas preparadas, que conduzirão o mencionado projeto, tenham capacidade de organizá-lo e de ofertar à sociedade niteroiense a tranquilidade que cada indivíduo de bem merece para executar suas tarefas honestas de cotidiano e de sua família.

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PREVENÇÃO

Trabalhar com segurança é a solução

O

Brasil é o 3º país com o maior número de mortes por incêndio. Esse levantamento, com data de 2015, foi feito a partir de informações obtidas pela Secretaria Nacional de Segurança Pública – Senasp, do Ministério da Justiça. Preocupada em orientar os lojistas em relação a esse problema real, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Niterói abriu espaço em suas dependências, para a Defesa Civil do município, para a realização de cursos de capacitação sobre prevenção de incêndios em estabelecimentos comerciais. O coordenador da Defesa Civil, major Wallace de Medeiros, ressalta que baseado em pesquisas do órgão, as principais causas de incêndio nos comércios são os curtos-circuitos, os vazamentos de gás e a má utilização ou a falta de manutenção dos equipamentos de combate ao fogo.

"O curto-circuito tem sido o grande vilão relacionado aos incêndios, por conta da falta de manutenção adequada"" Major Wallace de Medeiros, coordenador da Defesa Civil de Niterói

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PREVENÇÃO

Investir em cursos de capacitação é uma importante forma de prevenção para os estabelecimentos comerciais

“O curto-circuito tem sido o grande vilão relacionado aos incêndios, por conta da falta de manutenção adequada das instalações elétricas, bem como do mau uso de dispositivos de extensão, como benjamins, que, além de serem comprados sem a preocupação com as especificações de qualidade, são utilizados incorretamente, gerando sobrecarga na rede elétrica do estabelecimento”, explica o major. Ele destaca ainda que investir em cursos de capacitação é uma importante forma de prevenção para os estabelecimentos comerciais. Nos cursos, os lojistas são orientados sobre os cuidados necessários para evitar incêndios nas lojas e o manuseio correto dos equipamentos de combate. A Defesa Civil atualmente está com foco nos desastres tecnológicos, como são chamados os acidentes causados pelo homem. Major Wallace lembra que, para estar seguro, o estabelecimento precisa ser vistoriado pelo Corpo de Bombeiros e obter o respectivo certificado de aprovação. Durante este processo, junto ao órgão, os lojistas são orientados sobre a eliminação dos riscos existentes, bem como a aquisição e instalação dos equipamentos adequados de combate a incêndios. “Vamos organizar turmas com os colaboradores das empresas e fazer um trabalho de treinamento e orientação. Posso citar, por exemplo, que, como 90% dos incêndios em estabelecimentos comerciais têm como início um

curto-circuito, é possível organizar uma avaliação periódica da rede elétrica e evitar acidentes. Além disso, sugiro que todos os colaboradores participem de algum curso ou palestra, para que possam agir preventivamente no dia a dia, detectando as condições de insegurança e atuando de maneira correta diante das emergências”, conclui. Para se regularizar plenamente junto ao Corpo de Bombeiros, o empresário deve procurar o quartel de Bombeiros mais próximo do estabelecimento, portando a documentação que faça referência à propriedade, finalidade e dimensões do local. No quartel, os lojistas serão orientados sobre como agir para adquirir o Certificado de Aprovação. Mais informações podem ser obtidas no site da Diretoria de Serviços Técnicos do Corpo de Bombeiros: www.dgst.cbmerj.rj.gov.br De acordo com o Instituto Sprinkler Brasil – ISB, organização dedicada à divulgação de informações relativas ao combate a incêndios por meio da utilização de chuveiros automáticos, os sprinklers (componente do sistema de combate a incêndio que descarrega água quando é detectado um incêndio). Em pesquisa realizada em 2015, foram contabilizadas pelo instituto 1.349 ocorrências de incêndio, uma média de 112 incêndios por mês. Dentre as diferentes categorias de estruturas, a que registrou o maior número de ocorrências foi a de estabelecimentos comerciais (lojas, shopping centers e supermercados), com 373 registros, seguida pela de indústrias, com 225 reportes.

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COMÉRCIO EXTERIOR

StartUps: o que podem ensinar às empresas tradicionais? Por Jorge Elias Milhen Consultor de Comércio Exterior da CDL Niterói www.icontrade.com.br jorge@icontrade.com.br

S

egundo o Sebrae, “uma startup é um grupo de pessoas à procura de um modelo de negócios repetível e escalável, trabalhando em condições de extrema incerteza”. A busca para alcançar seus objetivos pode ser referência para muitas das empresas tradicionais, se analisarmos suas características básicas:

mentar a vantagem competitiva de qualquer empresa.

1. Busca pela Inovação: para ser diferente no mercado, é preciso fazer diferente. Renovar, melhorar ou mesmo criar algo completamente novo é o caminho mais seguro para se manter em meio ambiente “VUCA” (altamente incerto). Contudo, inovar nos processos produtivos ou logísticos também pode impactar positivamente e au-

3. Tem potencial para atingir grandes mercados: o comércio exterior como estratégia comercial de MPE é praticamente nula no Brasil. Produtos com perfil para exportação diminuem os riscos de concentrar as vendas somente no mercado nacional e abre as portas para oportunidades únicas no exterior.

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2. Escalabilidade: significa poder crescer de forma acelerada sem aumentar, na mesma proporção, os recursos para tal. A utilização de tecnologia e de processos ágeis aumenta o lucro marginal. É como fazer mais com menos.

4. Sonho grande: estabelecer e batalhar por uma meta, com grande significado pessoal, mirando a construção de uma grande empresa no futuro é um diferencial importante a favor dos empreendedores de StartUps. 5. Flexibilidade e Eficiência: ser enxuta é quase que uma condição “sinequa non” numa StartUp. Com isso podem pivotar (mudar) seu modelo de negócio rapidamente em busca das oportunidades que aparecem no mercado. Por certo que as características acima não são exclusivas de StartUps e podem ser buscadas por empresas que querem crescer e aparecer. Afinal de contas, como na música dos Stones, ”Ifyou Start me Up I willnever Stop”. Foco no alvo!



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