O lojista Julho

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Edição 567 | Julho 2017

Aniversário CDL

Câmara celebra 59 anos de dedicação ao lojista

NITEROI

O LOJISTA

Ano XXXVIII | www.cdlniteroi.com.br

De olho no mercado

Empresas investem em públicosalvo específicos para se diferenciar dos concorrentes



De Utilidade Pública: Estadual, Lei no 5579/65 / Municipal, deliberação no 2539/65

EDITORIAL

CONSELHO SUPERIOR Presidente: Joaquim Manuel de Sequeira Pinto Vice-presidente: Ademir Antunes Carvalho MEMBROS DO CONSELHO SUPERIOR Antonio Carlos Costa Pires, Domingos de Carvalho Rodrigue, Elida Gervásio Gouvêa, Ithamar Torres Mancen, José Dornas Maciel, Lúcio Ferreira de Azevedo, Manoel Alves Junior, Orlando Cerveira Francisco, Roberto Mauricio Rocha, Salomão Guerchon. Suplentes: Gentil Moreira de Sousa e Marina Espósito Haddad. DIRETORIA ADMINISTRATIVA Presidente: Fabiano Gonçalves Vice-presidente: Luiz Vieira Diretores: Fausto Regis de Oliveira Reis, Graciele Davince Pereira, Jorge Gentile, Mauricio Nassib Moita Zarife, Oswaldo Rodrigues Vieira, Rogerio Rosetti Mendes, Ruan Carlos Teixeira de Oliveira, Sidney Moyses Vianna Freire Suplentes: Alberto Guilherme Magalhães Ducan e Felipe Reis de Almeida Gerente: Ermano Santiago CONSELHO EDITORIAL Fabiano Gonçalves e Joaquim Pinto

O LOJISTA

NITEROI

SERVIÇOS DA CDL Serviço de Proteção ao Crédito, Serviço de Relações com Usuários, Central de Informações, Central de Cadastro, Central de Processamento de Dados, Assessoria Técnica, Consultoria Jurídica, Serviço de Documentação e Divulgação e Serviço de Administração

Edição e Coordenação: Kelly Goldoni - MTE: 34527/RJ Redação: Goldoni Comunicação Diagramação e Arte: Alyne Gama Jornalistas: Paula Valviesse e Suzana Moura Consultoria: Priscila Oliveira Fotos: Divulgação CDL Niterói

Publicação dirigida da CÂMARA DE DIRIGENTES LOJISTAS DE NITERÓI, contendo legislação, índices econômicos e condensado de notícias e informações de interesses do comércio lojista. Distribuição: Câmaras de Dirigentes Lojistas, Associações Comerciais, Federações do Comércio, Sindicatos e demais entidades de classe do País, identificadas com as atividades do comércio, bem como empresários e executivos especialmente cadastrados. O LOJISTA utiliza as seguintes fontes para editar o condensado de notícias: O Globo, Jornal do Commercio, A Tribuna, O Fluminense e Diários Oficiais. Os índices, estatísticas e projeções são cuidadosamente compilados, de acordo com os últimos dados disponíveis no fechamento da edição. O uso dessas informações para fins comerciais e de investimentos é de exclusiva responsabilidade e risco dos seus usuários. IMPORTANTE: As matérias assinadas são de respnsabilidade de seus autores. ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA Rua General Andrade Neves, 31, Centro, Niterói, RJ CEP: 24210-000 / Tel.Fax: (21) 2621-9919

59 de anos de dedicação

Em 15 de maio de 1958, era criada a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Niterói. Ao longo desses 59 anos, muitas mudanças aconteceram, mas os princípios que norteiam a entidade permanecem atuais e vigentes. Parceria, colaboração, troca de conhecimento, participação junto à sociedade e atuação diária no desenvolvimento na economia do município são as marcas da representatividade da entidade. E nesta edição da revista O Lojista, aproveitamos esse momento de comemoração para agradecer a todos que contribuíram conosco para o crescimento e fortalecimento da instituição. E como compartilhar conhecimento também é um dos grandes objetivos da CDL, nesta edição, falaremos sobre as mudanças que vem acontecendo no conceito de loja, com a integração de empresas diferentes que dividem o mesmo espaço e unem seus serviços para proporcionar uma experiência única aos seus clientes. Trataremos também de nichos de mercado, contando um pouco sobre como as empresas têm buscado ampliar a clientela investindo em públicos-alvo específicos para se diferenciar dos concorrentes. E ainda, como o mercado de varejo infantil tem crescido e já compete com o adulto, sendo uma ótima opção de negócio. Para concluir, destacamos a temporada de festas juninas. Os eventos tradicionais movimentam o comércio e aumentam a expectativa de vendas no período, especialmente para os segmentos de decoração, vestuário, alimentação e bebidas. Vale ressaltar que a procura não se limita ao mês de junho, tendo em vista que cada vez mais os consumidores têm buscado os artigos e produtos característicos da época nos meses que se seguem, estendendo as comemorações até setembro. Vale a leitura! Vamos em frente!

Fabiano Gonçalves

Presidente

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EDIÇÃO 567

ÍNDICE 10

CAFÉ

EMPRESARIAL Marketing em destaque nas edições de junho

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Festas Juninas estimulam o comércio em Niterói

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CAPA

Curtas

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CDL Jovem

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Mercado

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Negócios Varejo Jurídica

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Consultor digital Novos gestores

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Comércio exterior 4 O LOJISTA n juLho 2017

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CAfÉ empresarial

Marketing em destaque nas edições de junho do Café Empresarial

A

s edições de junho do Café Empresarial da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Niterói trataram da importância do marketing nos negócios. No evento da Região Oceânica, realizado no dia 6, o convidado foi o especialista em Marketing, Carlos Alberto de Almeida, que destacou a influência de uma boa comunicação, da valorização do público interno da empresa e da criação de um ambiente saudável de trabalho como formas de alcançar o sucesso de um negócio. Já na reunião realizada na sede da entidade, no dia 13, o palestrante Marcelo Moreyra, consultor de marketing e publicidade, destacou a importância do marketing pessoal. Com o tema “A importância do endomarketing no mundo corporativo”, o palestrante Carlos Alberto de Almeida expôs informações sobre endomarketing e também sobre a necessidade da comunicação interna nas empresas. Segundo Carlos Alberto, é importante fortalecer as relações com o público interno, focando nos colaboradores, revendedores, acionistas e distribuidores e na relação dos mesmos com a própria organização, mas na condição de clientes.

Ainda de acordo com o especialista, o endomarketing entra nessa equação como uma ferramenta que visa melhorar a imagem da empresa, atrair, desenvolver, motivar e reter colaboradores qualificados,por meio de trabalhos que satisfaçam suas expectativas e um ambiente saudável, transformando o público interno emverdadeiros clientes e em potenciais formadores de opinião a respeito dos produtos e da marca. “O marketing é a ciência da percepção, que identifica as necessidades e desejos não realizados dos consumidores, você pode ganhar ou perder um cliente por um simples detalhe, como um atendimento ruim. Já o endomarketing é um desdobramento com foco no público interno da empresa, ele trabalha o funcionário como um cliente, que também precisa ser bem atendido, já que a sua percepção é fundamental para o bom andamento dos negócios”, explica o especialista. Já a edição realizada na sede da CDL, no Centro, teve como tema “Marketing pessoal e profissional”. De forma leve e descontraída, o palestrante Marcelo Moreyra detalhou a importância de uma boa apresentação e do quanto a imagem pessoal está conectada à profissional. Segundo Marcelo, entre as ferramentas básicas de um empreendedor de sucesso estão: bom senso, estratégia, ética e responsabilidade, criatividade e inovação, solução de conflitos, conhecimento, entre outras qualidades. Mas é preciso também ter cuidado com a aparência e zelar por uma boa imagem, avaliando as ações tanto em casa quanto em público.

O palestrante Carlos Alberto de Almeida destacou a influência de uma boa comunicação para o sucesso dos negócios 6 O LOJISTA n juLho 2017


CAfÉ empresarial

"Não importa o quanto a gente tenha de experiência profissional, sempre teremos algo novo a aprender" Luiz Vieira, vice-presidente da CDL

“Sua imagem pessoal e profissional estão conectadas, não há como fugir disso. Suas ações refletem são refletidas nos seus negócios, então é preciso ter postura. Marketing pessoal é venda, é publicidade, você está se vendendo, você também é um produto. Nós compramos o que vemos, então é preciso avaliar a imagem que deseja passar para o seu cliente”, disse Marcelo. Para o vice-presidente da CDL, Luiz Vieira, as palestras organizadas pela entidade são uma forma de contribuir com informações, trazendo sempre assuntos relevantes para as empresas. “Não importa o quanto a gente tenha de experiência profissional, sempre teremos algo novo a aprender”, enfatizou Luiz. O evento realizado no Centro trouxe ainda a preocupação da entidade em formar parcerias com os órgãos

públicos para a disseminação de informações relevantes aos comércios. Com a participação do coordenador da Defesa Civil do município, major Wallace de Medeiros, foi discutida a importância da prevenção de incêndios em estabelecimentos comerciais. Segundo o major, as principais causas de incêndio nos comércios são curtos-circuitos, vazamentos de gás e a má utilização ou falta de manutenção dos equipamentos de combate ao fogo. Como forma de prevenção, o coordenador convidou os empresários presentes e os demais interessados para organizarem uma equipe de colaboradores para participar de uma palestra sobre cuidados necessários para evitar incêndios nas lojas, com orientação ainda sobre manuseio correto dos equipamentos de combate. “Estamos com foco nos desastres tecnológicos, que é como chamamos os acidentes causados pelo homem, e queremos oferecer um trabalho de prevenção aos incêndios urbanos. Vamos organizar turmas com os colaboradores das empresas e fazer um trabalho de treinamento e orientação. Posso citar, por exemplo, que 90% dos incêndios em estabelecimentos comerciais têm como início um curto-circuito, então tendo esse conhecimento é possível organizar uma avaliação periódica da rede elétrica e evitar acidentes”, conta Wallace.

CDL NITERÓI 7


CURTAS

CDL de Niterói recebe encontro para discutir linhas de crédito A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Niterói recebeu, no mês junho, a visita do superintendente estadual do Banco do Brasil, Luiz Claudio Batista. A reunião, promovida pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL), através do presidente Marcelo Mérida, visava tratar da oferta de uma política diferenciada de crédito para o sistema das Câmaras que está em vigência na instituição bancária. Niterói foi a cidade escolhida para o encontro com os presidentes e representantes das CDLs que compõem a Região Metropolitana e Sul Fluminense. Segundo o superintendente, de acordo com o cenário econômico atual e a política de crédito, o banco está disponibilizando um recurso de cerca de R$ 145 milhões para empréstimos concedidos aos pequenos e médios empresários. Além disso, já foram investidos pela rede bancária outros R$ 231 milhões para as empresas e comércios.

Destacando a abertura de uma agência especializada no atendimento a empresas com rendimentos entre R$ 1 milhão a R$ 45 milhões por ano no município, o superintende informou que as visitas fazem parte de uma ação de reaproximação da instituição com os lojistas. “O Banco do Brasil estava um pouco afastado do segmento lojista, mas esse encontro marca as nossas intenções de investimentos e parceria”.

Projeto de incentivo no setor de moda é apresentado em Niterói

D

epois do sucesso de público e da visibilidade internacional com o desfile da grife francesa de luxo Louis Vuitton, no Museu de Arte Contemporânea, Niterói se prepara para entrar definitivamente para o mundo fashion. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Indústria Naval, Petróleo e Gás apresentou oficialmente em junho o projeto Espaço de Conexão Colaborativa da Moda de Niterói. Em evento realizado na sede da Associação Comercial e Industrial do Estado do Rio de Janeiro, no Centro de Niterói, a proposta foi anunciada para empresários e interessados em montar negócios na área. O projeto é uma parceria do Município com a representação Regional da Firjan Leste Fluminense e com o Sindicato da Indústria de Alfaiataria e Confecções de Niterói. O objetivo é unir quem já é ligado à moda e quem pretende se especializar no assunto e criar espaços para eventos, exposições, oficinas, desfiles, palestras e workshops, entre outros, além de consultorias de gestão empresarial. Um espaço business para vendas e para dar visibilidade às marcas também está previsto.

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Conheça os novos

associados da CDL Niterói a a

Ademar Afonso Pedrosa Condomínio do Edifício Mackenzie

CDL Niterói participa de audiência na Alerj

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presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Niterói, Fabiano Gonçalves, acompanhado de uma comissão de empresários da cidade, participou da audiência pública da Comissão de Economia, Indústria e Comércio da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), realizada no final de junho. Assim que foi comunicada a abertura de audiência para tratar de assuntos relacionados à economia e ao comércio, a CDL solicitou a participação dos empresários. O objetivo da mobilização foi cobrar dos parlamentares uma posição sobre a Lei 1364/2016, que altera a Lei 3244/1999 para regulamentar a inclusão e exclusão dos consumidores nos cadastros de proteção ao crédito. E ainda buscar espaço para apresentação dos dados levantados nas reuniões do Programa Nacional de Desenvolvimento do Varejo (PNDV), em que estão reunidas sugestões de políticas públicas para o desenvolvimento do setor.


CDL JOVEM

Representatividade em tempos difíceis Por Tiago Tauil Diretor da CDL Jovem Niterói

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ão é segredo que atravessamos momentos difíceis em nossa economia. As incertezas apresentadas pelo Estado geram insegurança do mercado e causam um efeito dominó, que sempre sobrecarrega o empresário, principalmente os de varejo e serviços. Recentemente, comemoramos 59 anos de fundação da CDL Niterói, entidade que sempre esteve ao lado dos empresários da cidade, lutando pelo desenvolvimento local, unindo a classe e atenta aos movimentos que podem vir a prejudicar o comércio. Em tempos de inconstância política em esferas superiores, torna-se fundamental que tenhamos uma instituição nos representando, que seja sempre atualizada aos acontecimentos e esteja apta a criar resistência em casos como presenciamos recentemente, com o Governo do Estado tentando de forma sorrateira aumentar as taxas de tributos para equilibrar o caos em que se encontram as contas públicas. Mensalmente, a CDL Niterói realiza o evento café da manhã empresarial na Região Oceânica e na sede, no Centro. A adesão

dos empresários da cidade se torna importantíssima para fortalecimento da classe em tempos difíceis e intercâmbio de informações ou demandas, além de sempre adquirirmos mais conhecimento com as palestras. Qualquer que seja sua entidade, saiba que a formação de grupos de classes implica não apenas em condições emblemáticas, mas em amparo jurídico, político e uma orientação geral em torno dos mesmos valores. A história nos conta que “uma andorinha só não faz verão”, apenas uma voz não é ouvida, mas juntos, unidos em classe, através de uma entidade com representatividade, teremos mais chances de mudar as coisas. Não sejamos apenas ouvintes ou espectadores! Junte-se a nossa luta, que também é sua!

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FESTAS JUNINAS

Festas Juninas estimulam o comércio em Niterói Eventos típicos se estendem aos meses de julho, agosto e setembro

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ecoração, trajes e comidas típicas ajudam a compor a tradição das festas juninas. Em Niterói, o período estimula o comércio e, como vem acontecendo nos últimos anos, as comemorações se estendem aos meses de julho, agosto e setembro. Nesta época do ano, a procura por artigos e produtos aumenta a expectativa de vendas, especialmente para os segmentos de decoração, vestuários, alimentação e bebidas. A preparação para o período começou em maio e, em função das celebrações prolongadas, muitos comércios mantêm o estoque equilibrado para atender as demandas até o final de agosto e parte de setembro. No município, o número de eventos realizados em praças, igrejas, escolas e instituições com o tema também é grande. A tradição, iniciada com as antigas quermesses, transforma os espaços, que recebem balões, bandeirolas, barraquinhas enfeitadas com palha, luzes coloridas, tudo isso embalado pelas músicas de quadrilha, promovendo um verdadeiro arraial. No mercado há 54 anos, a loja Doces São Paulo, no Centro de Niterói, sempre se prepara para atender as demandas do período. Segundo a empresária Marcelle Veloso, os

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FESTAS JUNINAS

doces mais procurados são pé de moleque e paçoca, seguidos de sabores como doce de abóbora, doce de batata, a tradicional maria-mole e o pé de moça, guloseima à base de palha italiana que vem chamando a atenção dos clientes. Em função do movimento de consumidores, a loja mantém um estoque controlado e, pensando no melhor atendimento, investe em novidades nas embalagens e na organização dos produtos. “Todos os nossos doces já vem embrulhados. Isso garante não só a higiene, mas também que os produtos estejam ao alcance dos clientes, trazendo mais agilidade e mobilidade. Além disso, simplifica a consulta das datas de validade e composição dos doces, o que é muito útil para quem tem intolerância ou alergias. A movimentação é grande também por conta dos eventos em colégios, além dos muitos aniversariantes que gostam de investir no tema, prolongando as vendas do período”, conta Marcelle. Quanto à alimentação e bebidas, bolo de milho, pinhão, canjica, curau, maçã do amor, arroz doce, vinho quente e quentão são alguns dos quitutes e acompanhamentos que fazem

A empresária Marcelle Veloso conta que a procura por doces típicos se estende até agosto

Para o empresário Amyr Kauss, período de festa ajuda muito nas vendas sucesso no período. Contudo, nas organizações dos eventos atuais, ainda há espaço para os foodtrucks e pratos gourmet. Alguns restaurantes famosos da cidade,como o Paludo Gourmet, em São Francisco, investem em pratos especiais para a data, como os miniquiches de beijinho e o curau de milho verde e amendoim, que esse ano entraram no menu justamente em função das festas juninas. No setor de vestuário, as cores dominam as vitrines. Os modelos são variados e os acessórios também, artigos como blusas xadrez, vestidos típicos e chapéus de palha estão entre os mais procurados. Na loja Xodó da Pretinha, também localizada no Centro, especializada em fantasias e que já está no mercado há 64 anos, a movimentação no período é grande. Do infantil ao adulto, os trajes característicos tanto masculinos quanto femininos têm muita saída. “A loja trabalha o ano inteiro com fantasias, mas nesse período sazonal investimos em trajes típicos de festa junina. Temos roupas características para todas as idades e tamanhos, inclusive bebês. Esse período de festas ajuda muito nas vendas, especialmente por percebermos que a movimentação não se limita a junho. Entre os nossos clientes, muitos buscam fantasias para festas em família, entre amigos, de aniversário e até de trabalho, é um evento que reúne as pessoas em um clima amistoso e alegre, e deveria acontecer o ano todo”, diz o empresário Amyr Kauss.

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MERCADO

Empresas investem em novos nichos de mercado para atrair consumidores

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om o mercado cada vez mais competitivo e inovador, muitas são as opções e segmentos de negócios para agradar a todos os clientes. Diante dessa realidade, as empresas estão investindo em públicos-alvo específicos para se diferenciar dos demais concorrentes. Para driblar a crise, os comerciantes estão detectando novos nichos de mercado e atraindo consumidores para novas esferas. Discussões como aquecimento global e preservação da natureza estão cada vez mais em alta atualmente, e o tema sustentabilidade passou a ser uma bandeira de empresas de diversos setores. No segmento moda, não foi diferente, e várias lojas passaram a agregar às suas coleções peças de cunho sustentável. Com ateliê no Centro de Niterói, a marca de acessórios Marear Ecodesign traz em suas peças materiais reutilizados, como garrafas pet, retalhos de jeans e até embalagens de xampu. A empresária Andréia Santana explica que a ideia de montar um ateliê onde as peças fossem produzidas com o reaproveitamento

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Marca de acessórios Marear Ecodesign busca se aproximar de clientes que se identificam com o conceito de consumo sustentável de materiais surgiu através da sua maneira de encarar o mundo,e da quantidade de lixo plástico que produzia. Ela destaca ainda que trabalhando nesse ramo pode estar próxima também de pessoas que pensam como ela. “Meu público-alvo são as pessoas que gostam de acessórios diferenciados e também são ligadas em sustentabilidade. Poder fazer uma moda que conscientiza e educa é a minha maior satisfação. Procuro ser consciente em todo o processo de produção das minhas peças, desde a lavagem dos ma-

teriais, onde uso água da chuva ou da máquina de lavar, até o aproveitamento quase que total de todos os resíduos que gero, sem perder o charme e o diferencial das peças, claro”, explica a empresária. Andréia conta ainda que se sente com muita esperança e expectativa diante desse mercado de novas tendências, a favor do meio ambiente e onde as pessoas estão preocupadas com questões tão importantes. No caso dela, a preocupação seria com uma moda correta, justa e consciente e que ela afirma: é lucrativa. “O público encara ainda com um pouco de receio, mas depois que conto a história de como as peças são confeccionadas, tudo muda. O consumo não precisa destruir, nem prejudicar ninguém, podendo ainda ser lucrativo para os empresários. Atualmente,


MERCADO

recebo doações de peças inteiras ou retalhos de jeans, e meus amigos guardam e me cedem embalagens de xampu e garrafas pet”, diz. Já no ramo da gastronomia, se alimentar de forma saudável nunca esteve tão em alta. Muito além de um modismo, a alimentação saudável veio para se unir aos bons hábitos, e esse segmento passou a ganhar mais destaque entre os empresários e clientes. A comida saudável pode ser tão diversificada e saborosa quanto o de restaurantes convencionais. Pensando nisso, o mais novo empreendedor do ramo, Alan Leites, de 38 anos, resolveu colocar à venda o que já é rotina em sua vida, pois é vegetariano e apreciador da culinária vegana. Há poucos meses, ele fundou a marca Veganos & Afins, que trabalha com doces e salgados veganos/vegetarianos. Ele comenta que decidiu começar a produzir seus próprios produtos porque encontrava dificuldade em achar alimentos veganos genuínos com preços acessíveis no dia a dia. “Trabalhar com o que se ama e acredita é essencial, pois a destreza se multiplica e a percepção de que estamos no caminho certo se torna diária. Ainda sofremos muito com a falta de informação do grande comércio, que muitas vezes não sabe distinguir com

clareza o que é um produto vegetariano ou vegano. Acredito que o lucro esteja ligado ao bem-estar e à realização de uma ideia. Estou tendo um bom retorno de clientes que acabam se tornando amigos”, destaca. Segundo Alan, a preocupação com a sustentabilidade, consumo consciente, qualidade de vida e bem-estar humano e animal é um mercado muito lucrativo e bem aceito pelo consumidor atualmente.

A marca Veganos & Afins trabalha com doces e salgados veganos/vegetarianos

“Acredito que a pluralidade desses produtos e marcas pode gerar o que mais precisamos, que é a acessibilidade aos produtos para todas as classes sociais por meio de preços populares, alinhado, sem dúvidas, à oportunidade do despertar de uma nova consciência de vida e consumo”, ressalta Alan. A economista Luana Sênos, que atualmente mora fora do país, explica que devido ao atual cenário de crise do mercado, que está acirrado e com muitos profissionais desempregados, os empreendedores estão optando por se adequar aos riscos dos novos e próprios negócios. Segundo ela, esse fator alavancou as microempresas. “Com as portas de grandes empresas fechando, um dos fatores positivos para o Brasil é o crescimento da cultura empreendedora. Do ponto de vista dos negócios de segmentos mais específicos e diferenciados, uma análise da vida útil do modelo de negócio que ele escolher e um estudo sobre o ramo são atitudes acertadas para o sucesso do negócio. Com o crescimento das microempresas, prevejo um incentivo maior do governo para alavancar essas empresas e assim conseguirem melhores resultados”, conclui a especialista.

CDL NITERÓI 13


CAPA

CDL comemora 59 anos como entidade representativa do comércio local

A

Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Niterói completou 59 anos em 2017. Para celebrar esse momento tão especial, a entidade reuniu empresários, conselheiros, autoridades e funcionários em uma grande festa para fortalecer os laços de amizade e luta, que caracterizam a instituição. Consolidada como entidade representativa do comércio local, a Câmara foi fundada em 15 de maio de 1958, e mantém até hoje a missão e os valores estabelecidos em sua formação, entre os quais destacam-se a promoção do espírito de colaboração efetiva entre os lojistas, o intercâmbio de ideias e informações, a participação ativa junto à sociedade civil e aos demais órgãos e poderes e o cumprimento dos princípios de ética profissional e respeito. Como forma de agradecimento a todos que contribuíram e continuam promovendo os objetivos da entidade, no dia 24 de maio, na presença de um dos fundadores da instituição, o empresário e ex-presidente da CDL, Salomão Guerchon, foram entregues as placas de agradecimento ao vice-prefeito de Niterói, Comte Bittecourt, que também recebeu a homenagem em nome do deputado estadual Waldeck Carneiro, e aos empresários Nassib Moita Zarife, Antonio Carlos Costa Pires, Domingos de Carvalho Rodrigues, Ithamar Torres Mancen, José Dornas Maciel, Orlando Cerveira Francisco e Gentil Moreira de Souza.

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Evento reuniu empresários, autoridades, conselheiros e funcionários da CDL

Comte Bittencourt (ao centro) foi um dos homenageados da noite


CAPA

"Esse foi um dia que entrará para a história. Comemoramos 59 anos de trajetória da CDL e de ativa participação nas ações de desenvolvimento de Niterói" Fabiano Gonçalves, presidente da CDL Conselheiros da CDL foram homenageados pelo serviços realizados em prol da entidade

Homenagem concedida a Gentil Moreira de Souza

Para o presidente da instituição, Fabiano Gonçalves, reunir tantas pessoas importantes para a história da CDL em uma noite de comemoração mostra a importância da Câmara na cidade e também a força da união que existe em prol do crescimento e desenvolvimento de Niterói. “Esse foi um dia que entrará para a história. Comemoramos 59 anos de trajetória da CDL e de ativa participação nas ações de desenvolvimento de Niterói. É uma grande honra estar cercado de amigos nesse momento, e poder me espelhar na experiência do nosso fundador, Salomão Guerchon, que fez questão de estar conosco nesta noite para celebrar mais um ano da nossa instituição. E vamos seguir desempenhando nossa função para que o comércio niteroiense continue superando os obstáculos e crescendo. Só posso agradecer a todos que puderam compartilhar esse momento comigo e com a família CDL”, destacou Fabiano. O sentimento de união foi também destacado pelo presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado do Rio de Janeiro, Marcelo Mérida.

Homenagem concedida ao conselheiro Nassib Moita Zarife

Sete conselheiros da entidade foram homenageados no evento que marcou os 59 anos da CDL

Fabiano Gonçalves e Deny Rezende celebram lançamento do Cartão CDL Multibenefícios CDL NITERÓI 15


CAPA

“A CDL de Niterói sempre levantou nossas bandeiras. São 59 anos de luta e muita dedicação de uma entidade que conquistou sua representatividade junto aos empresários, empreendedores e também com a população. Temos que agradecer a todos que fizeram parte dessa história, pois foi com a luta de vocês que hoje conseguimos seguir esse caminho em busca do desenvolvimento”, agradeceu Mérida. Homenageado com a placa e também com um diploma de reconhecimento pelos serviços prestados em prol da entidade e do comércio niteroiense, Comte Bittencourt destacou a participação da entidade no desenvolvimento econômico, urbano e social de Niterói. “A CDL de Niterói tem uma presença muito importante não só na economia, mas também no desenvolvimento social da cidade, que, por ter sido capital do antigo Estado da Guanabara, possui uma presença forte no comércio. Atualmente esse é o segmento que mais emprega no município e é fundamental ter a representatividade de uma entidade que está presente em todos os conselhos municipais e atua ativamente para o crescimento de Niterói. Estou honrado por ter recebido esse diploma de reconhecimento”, afirmou Comte. Na ocasião, consolidando seus objetivos de contribuir com o crescimento e desenvolvimento da economia da cidade, a entidade lançou o Cartão CDL Multibenefícios, uma iniciativa pioneira na região Sudeste, que chega como uma moeda alternativa para ampliar o consumo no comércio local.

Fabiano Gonçalves e os membros da CDL Jovem

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Marcelo Mérida, Fabiano Gonçalves e Comte Bittencourt

Fabiano Gonçalves foi presenteado com uma camisa pelo exjogador do Botafogo Maurício de Oliveira Anastácio

Nassib Moita Zarife, o comandante do 12º BPM, coronel Márcio Oliveira Rocha, Fabiano Gonçalves e Ademir Antunes Carvalho


NEGÓCIOS

Negócios feitos a quatro mãos Loj as integram diferentes serviços para oferecer novas experiências de consumo

B

arbearia, estúdio de tatuagem e bar. Loja de roupas e cafeteria. A parceria entre diferentes marcas que dividem o mesmo espaço, sem competir entre si, apenas com objetivo de ampliar a experiência de consumo dos clientes é uma tendência que cresce a cada dia. Empresas independentes financeiramente, mas que se complementam em serviços ou produtos e dividem os custos do espaço, como forma de maximização do uso do metro quadrado vem ganhando mercado e também atraindo a atenção dos consumidores. A imagem tradicional do vendedor atrás do balcão atendendo os clientes é cada vez menos comum. O tempo é um fator muito considerado hoje em dia, assim como a promoção de experiências inovadoras e de um atendimento mais personalizado, que tem por objetivo não só atrair, mas fidelizar o cliente. O conceito de loja está mudando, seja em função da economia, com os espaços comerciais cada vez mais caros, seja em função da tecnologia, que traz o consumo virtual para competir com as lojas físicas. E na busca por mais espaço no mercado, mas pensando também no investimento necessário para agregar novos valores ao atendimento aos clientes, uma das formas encontrada pelo empresário Henrique Apolinário, proprietário da La Barbière Barbearia Prime, com três lojas localizadas em Icaraí, Jardim Icaraí e São Francisco, foi a integração de produtos e serviços. O serviço de corte de cabelo e barba voltado para o público masculino foi ampliado com a oferta de outros tratamentos de beleza e estética, como podologia, por exemplo. E no mesmo ambiente também funcionam o bar e um estúdio de tatuagem. “Nós demos uma roupagem nova para um conceito antigo, porque as barbearias sempre existiram, mas decidimos investir em conforto, criando um ambiente acon-

"Demos uma roupagem nova a um conceito antigo" Henrique Apolinário, proprietário da La Barbière Barbearia Prime chegante e que corresponda às expectativas do homem moderno”, conta Henrique. O bar é vinculado à barbearia, mas o estúdio é completamente independente, tanto na parte financeira quanto de funcionamento, conforme explica o empresário. “Oferecemos três serviços em um só espaço. Investimos na ampliação do ambiente para a abertura do estúdio, usando o segundo piso da loja. Os tatuadores que trabalham com a gente são autônomos, a parceria surgiu em decorrência do reconhecimento do trabalho, e para o uso do espaço, um percentual do serviço é destinado à barbearia. E uma atividade acaba atraindo a outra e, às vezes, as pessoas vêm apenas para tomar uma cerveja ou sentam na cadeira para cortar o cabelo ou fazer a barba e, ao ver o portfólio de tatuagens, se interessam pelo trabalho”. Essa mudança no conceito de loja foge do perfil das grandes redes de varejo, que unem vários segmentos em um mesmo espaço. Ela chega para renovar essa concepção, trazendo a ideia de colaboração entre empresas com foco na qualidade do produto através da especialização do serviço. Tendência ou não, é desta forma, olhando cada vez mais para as necessidades dos clientes e inovando, que alguns segmentos vão conquistando a admiração e a preferência do consumidor e, certamente, inspirando os demais lojistas.

CDL NITERÓI 17


VAREJO

Mercado infantil desponta em crescimento Pesquisa mostra que o varejo de moda infantil e bebê apresentou alta de 7,9% no início de 2017

P

ara o lojista que deseja atuar no segmento da moda, o nicho de roupas, calçados e acessórios infantis é amplo e lucrativo. E quem confirma é o Instituto de Estudos de Marketing Industrial (IEMI), que mostra que, em 2017, o varejo de moda infantil e bebê representou alta de 7,9% em relação ao mesmo período de 2016, que foi de 5,4%. Marcelo Prado, diretor do IEMI, explica que a demanda de compra de artigos infantis é considerada um segmento de primeira necessidade.

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“No ano de 2021, o segmento infantil e bebê vai passar por um crescimento de 3,5%, um recorde de vendas. Isso porque o período de crise já vai ter passado. Anualmente, nascem um milhão e meio de crianças no país, e junto com cada um desses recém-nascidos, são pelo menos 35 peças de roupa. É um mercado que se renova anualmente e possui uma dinâmica de crescimento própria”, destaca. Como o consumidor nesta faixa etária está em fase de crescimento, existe uma demanda constante para

o setor. Por esse motivo, algumas lojas mesclam produtos ou até mesmo se especializam na área. O mercado já sente a força nas vendas para o público infantil, e as vendas se equiparam ao do mercado adulto. Especializada no público infantil, com produtos de faixa etária até 12 anos, a franquia Lápis de Cor, no mercado há 35 anos, aposta nos designs diferenciados das lojas, que são desenvolvidos por arquitetos, estilistas e outros profissionais especializados, a fim de obter uma boa comunicação


VAREJO

Lojas investem em tendências para conquistar e atender o mercado infantil

com o público-alvo. Ariangela Ramos é gerente das unidades dos bairros de Icaraí e Região Oceânica e conta que optou em trabalhar com o segmento pela oportunidade de mercado e por já conhecer a marca. “Na linha infantil, o mercado é mais restrito, porém, com maior rotatividade, pois o público consome muito devido ao fator crescimento. Conforto, qualidade e preço competitivo são os nossos atrativos”, explica. Ela ressalta ainda que, por se tratar de uma franquia, realizam pesqui-

Consumo de produtos infantis é favorecido pelo crescimento das crianças

sa de mercado e tendências sempre para o lançamento das coleções, que possuem coordenação específica de produtos para conquistar e atender o mercado infantil de vestuário. Algumas lojas que não são especializadas no ramo infantil também tentam alavancar suas vendas, seguindo tendências para estarem sempre atualizadas sobre os lançamentos do segmento. Gerente da loja Kik Calçados, no Centro e Icaraí, Roberta Rocha explica que visitar feiras e seguir sugestões dos fornecedores e fábricas é uma forma de estar sempre por dentro das novidades para um ramo que cresce tanto. “Como trabalhamos também com outros tipos de público, utilizamos os brindes que vêm com os produtos e os colocamos em expositores no interior da loja e em locais estratégicos da vitrine infantil, para chamar a atenção não só dos pais, mas também das crianças. Procuramos explorar também materiais de exposição que o próprio fabricante envia”, pontua Roberta. A gerente destaca que no caso de produtos infantis os clientes procuram pelos brindes que chamam a atenção das crianças, como o personagem de apelo do momento, a moda da vez ou em alguns casos, até a marca do produto.

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JURÍDICA

Reconhecida a possibilidade de execução de alimentos que foram determinados em processo cível comum

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odo mundo ouviu falar, pelo menos uma vez na vida, de que poucas coisas dão cadeia no Brasil, e a exceção citada de forma reiterada é o devedor de pensão alimentícia, que, na ausência do pagamento e de uma justificativa plausível, acaba mesmo atrás das grades. Com relação ao que dá ou não dá cadeia, os brasileiros estão tendo boas oportunidades de mudarem seus conceitos, ultimamente temos testemunhado que aqueles que jamais frequentariam esse tipo de ambiente estão sendo conduzidos para lá reiteradamente. Existe outro paradigma a ser quebrado. Pensões alimentícias que são estabelecidas em processos oriundos das varas de família não são as únicas que podem levar a prisão do devedor. Pensões estabelecidas pelas varas cíveis, decorrentes de atos ilícitos, agora também podem levar o devedor para a cadeia. Alimentos são valores que se destinam a fazer frente às necessidades cotidianas da vida, e o que é decisivo para a sua fixação é a necessidade de quem o recebe. Além disso, o novo Código de Processo Civil trata de forma genérica o procedimento do cumprimento de sentença que reconhece a obrigação de prestar alimentos. Baseada nesses princípios, a 11ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) determinou que os réus pagassem pensão a um homem que ficou incapacitado de trabalhar após sofrer acidente de trânsito causado por eles, sob pena de prisão. Com o Código antigo, tanto o Superior Tribunal de Justiça quanto o Tribunal de Justiça gaúcho não admitiam a

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Por Alexandre Andrade Assessor Jurídico CDL Niterói www.pereiradeandrade.adv.br

execução de alimentos decorrentes de ato ilícito pela sistemática da prisão civil, reservando tal meio coercitivo aos alimentos originados do Direito de Família. No julgamento, o relator, Desembargador Luiz Roberto Imperatore, ressaltou que o entendimento que vigorava anteriormente se embasava no fato de que a obrigação derivada de ato ilícito não possui caráter meramente alimentar, e sim ressarcitório e, por corresponder a um benefício que se paga a título de perdas e danos, não poderia estender a autorização de pena privativa de liberdade. “Contudo, tenho que esta conclusão pode ser revista, com a entrada em vigor do novo Código de Processo Civil. Isso porque o novo Código de Processo Civil não faz diferenciação pela origem da obrigação alimentar, tratando de forma genérica o procedimento de cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de prestar alimentos”, considerou o relator. Além disso, o Desembargador Imperatore também ressaltou que a medida “se aplica como uma luva aos casos de alimentos indenizatórios, que visam, antes de tudo, à sobrevivência do alimentado e assegurar-lhe uma vida digna, independente da fonte de obrigação alimentar”. Parece-nos em primeira análise que a corda está apertando, as coisas estão ficando mais estreitas e a brincadeira mais séria. Seria um avanço? Na modéstia opinião desse colunista, é sim um avanço em direção à seriedade e efetividade das decisões judiciais, que por óbvio gera segurança jurídica e, por consequência, social. Quem viver, verá!


GESTÃO

Sebrae dá dicas e reforça a importância do controle de estoque para empresas

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organização do estoque evita acúmulo ou falta de produtos, além de ajudar a controlar as finanças e o espaço físico da empresa, é o que orienta o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Se para o cliente é importante ter o produto desejado à disposição no momento da compra, para as empresas, pensar corretamente nos pedidos e manter um controle de mercadorias é fundamental para o negócio. Dentre as orientações publicadas pelo Sebrae sobre como elaborar o controle do estoque estão: gerenciar o estoque por tipo de mercadoria/produtos, registrar no controle a quantidade e os custos unitário e total, confirmar periodicamente se o saldo lançado no controle é igual ao estoque físico e calcular os custos das mercadorias estocadas, valores unitário e total. O controle físico e financeiro de estoque tem como objetivo básico informar a quantidade disponível de cada item existente na empresa e quanto essa quantidade significa em valores monetários. Contudo, muitas empresas, por não realizarem um controle eficaz dos materiais/ produtos existentes, acabam gastando mais do que deveriam. De acordo com a instituição, é necessário estar atento às entradas e saídas de materiais/produtos, evitando com isso o superdimensionamento do estoque, que na verdade nada mais é do que capital parado, limitação do espaço do estabelecimento e ainda pode dificultar à logística. Ainda segundo o Sebrae, os materiais representam cerca de 60% dos custos de um negócio, sendo fundamental o controle da quantidade de acordo com a demanda, já que uma das consequências da falta de controle está no fato de não ser possível

checar se o consumo efetivo está de acordo com a realidade da empresa. A dica fundamental é: compre na medida certa. Conforme a orientação do Sebrae, para atuar de forma mais econômica, a empresa deve definir qual a intensidade e regularidade de suas compras, para poder fornecer o produto sempre que o cliente demandar. Sendo assim, é importante formar o menor estoque possível, seja de matéria-prima para fabricação ou produto acabado para venda ou revenda, além de organizar os pedidos para oferecer melhor qualidade para o cliente e da forma mais econômica para a empresa. Manter um inventário atualizado também beneficia o controle, assim como anotar todas as entradas e saídas de materiais/ produtos, exigir requisição de saída, preferencialmente mantendo informações sobre quando e quem retirou a mercadoria e, em caso de produtos perecíveis, estabelecer o controle de validade, evitando perdas de produtos por uso indevido dos mais recentes ao invés dos que foram adquiridos primeiro.

Comprar na medida certa faz com que a empresa atue de forma mais econômica, gerencie melhor o espaço do estoque e evite perdas de produtos

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CONSULTOR DIGITAL

É preciso se reinventar Por Antonio Carlos Barragan Advogado Advogado; contador;consultor empresarial; professor de Direito Digital, Direito Tributário,Direito Financeiro e Perícia Contábil;mestre em Direito Econômico e Desenvolvimento; especialista em Direito Digital e pósgraduado em Direito Público.

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mundo, cada vez mais dotado de tecnologia, reinventa-se a cada instante com a criação de novas práticas, de novos métodos e de novos negócios. E neste caminho, a Era Digital traz um inovador conceito em comunicabilidade: a internet das coisas (ou na língua inglesa, IoT – Internet of Things). Em tese, a internet das coisas compreende a conexão de objetos que estão no cotidiano do ser humano - com a internet, por meio de ações inteligentes e sensoriais. A criação daqueles objetos, indubitavelmente, caracteriza a onipresença da informática na vida das pessoas e nos negócios. Muitos interessantes exemplos de IoT (vamos utilizar a sigla daqui pra frente) já foram criados e merecem destaque no atual cenário mundial. Uma boa referência de inovação é o F015, produzido pela Mercedes Benz, que se revela como um carro autônomo (sem motorista) de quatro lugares. Trata-se de uma valiosa invenção, antes somente vista em filme ou desenho animado, como o dos Jetsons. Imagina-se que, uma vez legalizado o trânsito de veículos autônomos nos países, teremos como uma de suas consequências o fim dos taxistas e dos motoristas particulares, afinal, empresas de transporte, como as cooperativas de táxi e a Uber, não necessitarão mais de motoristas, economizando parte de seus custos com a mão-de-obra ao utilizarem os veículos autônomos. Quem também deve começar a pensar em se reinventar são os professores de línguas estrangeiras e os cursos de idiomas, porquanto as empresas, como a Microsoft, já têm desenvolvido sistemas de tradução simultânea em mais de 50 idiomas. O aplicativo Skype, por exemplo, que pertence à Microsoft, já possui tradução simultânea para as conversas que são realizadas por meio daquele sistema, derrubando a barreira da língua estrangeira que, para alguns, parecia ser intransponível. Também nesta linha, a

Google tem trabalhado no desenvolvimento e implementação da tradução simultânea em aparelhos celulares, tanto na conversação quanto na leitura de textos em imagens capturadas pela câmera do referido aparelho (como placas de rua, matérias de jornais e revistas, etc.). No mesmo sentido, outra criação feita na Era Digital, que pode extinguir parte das atividades exercidas por trabalhadores rurais, são as máquinas agrícolas inteligentes. Nessa seara da IoT, podemos citar o trator, que é capaz de fazer todo o trabalho no campo sem precisar ser operado diretamente por um ser humano. Em uma de suas utilidades, o trator pode, por exemplo, ser programado para realizar a colheita de trigo em um determinado local da plantação, bastando apenas que o dono da máquina a programe para realizar aquela tarefa na área designada. Ainda no âmbito rural, há também a possibilidade de se adotar sensores e tecnologias de comunicação sem fio na agricultura ou pecuária, capazes de permitir a identificação de alterações das condições físicas do ambiente, disponibilizando aquela informação em tempo real para o agricultor ou pecuarista. Em decorrência da IoT, os investidores e empresários do agronegócio já têm empreendido recursos nas novas tecnologias para garantir melhores resultados. Portanto, não há mais como negarmos ou rejeitarmos as inovações digitais, pois tal conduta só manterá você ou o seu negócio cada vez menos competitivo e pouco eficiente perante os clientes e concorrentes. Assim, ao buscar se renovar, o empreendedor demonstra pensar em crescimento de modo consciente e sustentável para os seus negócios e para a sua vida profissional. Por isso, não permita que a inevitável alta velocidade das inovações deixe o seu negócio ou sua atividade para trás. Invista em novas tecnologias e métodos de modo eficiente e experimente um mundo de novas possibilidades com a Era Digital e a IoT.

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NOVOS GESTORES

Novos e jovens gestores se destacam no mercado de trabalho

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lanejar, dirigir, monitorar: essas são as principais funções de um gestor. Ao longo dos anos, os métodos de gestão vêm tomando novas formas e assumindo outras prioridades. Acompanhando essas mudanças, a nova geração desses profissionais, adota práticas mais brandas de gerenciamento. Movidos pela adrenalina de gerir grandes empresas e lançar desafios, os jovens têm sido atraídos para esse mercado, mas sem perder a prudência nas decisões. Assim é Ryan Henrici Baptista, de 21 anos, estudante de administração na Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ, que apesar da pouca idade, já tem responsabilidade de sobra. Ingressou no mercado de trabalho aos 18 anos em um grande escritório no ramo de administração de empresas na cidade de Niterói, que atua no segmento de franquias de food service e moda, com atuações também em lojas próprias. O jovem gestor contou um pouco sobre sua trajetória e os exemplos que seguiu para trilhar o caminho do sucesso. O que te levou a seguir esse caminho, essa profissão? Seria hipócrita se dissesse que desde criança tinha vontade de empreender. Já pensei em ser muitas coisas e, como bom brasileiro, sempre fui apaixonado por futebol e outros es-

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"Gerir situações, resolvendo problemas ou tomando decisões, não é algo muito fácil"

portes, mas chegou um momento em que tive que optar, e a pluralidade da área de administração me ajudou nesta decisão. O prazer de um gestor não está só no quanto ele pode ganhar, mas sim no quanto as pessoas que estão com ele podem ganhar juntas, seja para elas ou para suas famílias. Além disso, gerir situações, resolvendo problemas ou tomando decisões, não é algo muito fácil, porém me faz muito bem. Comecei como assistente de contas a pagar e receber, mas foi em 2015, quando tive a oportunidade de exercer a função de supervisor de loja, que foi meu grande desafio. Além de atuar


NOVOS FESTAS GESTORES JUNINAS

em escritório, seria necessário aprender novos conceitos e, principalmente, atuar no âmbito externo, sendo responsável por decisões estratégicas que estariam por vir. Nessa função, participei de todo o processo de implantação de uma loja, desde a obra até seu primeiro ano de funcionamento. Sem dúvidas foi um divisor de águas na minha carreira. Quais são os desafios de gerenciar várias lojas? Quanto mais empreendimentos para gerir, melhor; sinal de que o trabalho está sendo bem feito. Claro que aumenta a carga de trabalho, mas sem dúvida é mais gratificante do que parar de operar alguma empresa. Com organização, planejamento e um bom sistema de informação, tudo é possível. Poderia dar algumas dicas sobre procedimentos de gestão? A gestão que aprendo no meio acadêmico é muito importante, mas na prática, as coisas são menos complexas. Temos que definir os pilares do nosso negócio e existem parâmetros que podem ser seguidos, por exemplo: para todo empreendimento temos que ficar atentos ao custo da mercadoria vendida, ao percentual de folha de pagamento, ao controle de tarifas públicas e, na maioria dos casos, ao aluguel e quanto todos esses indicadores representam sobre o faturamento. Equalizando esses parâmetros e trabalhando paralelamente com a área de marketing e venda, o negócio tem tudo para se tornar saudável e rentável. É claro que existem ferramentas para o auxílio, e não existe mais espaço para a “caneta e papel de pão”. É preciso organização, paciência e principalmente muita proatividade, que em minha opinião é a melhor qualidade de uma pessoa. Atualmente, meu melhor amigo e companheiro de equipe, e exemplo claro de proatividade,

"Quanto mais empreendimento para gerir, melhor; sinal de que o trabalho está sendo bem feito" que iniciou na empresa como office boy, chegou a gerente do RH do grupo. Isso tudo aconteceu graças a sua competência, e é uma grande honra trabalhar com ele. Como é gerir e ser racional em um período tão complicado da economia? Gerir uma loja no Brasil está longe de ser algo fácil. Sabemos das adversidades da nossa legislação e de algumas exigências que temos que atender. E, infelizmente, acho que posso dizer que o principal desafio é com a nossa mão de obra, pois grande parte das pessoas não tem as mesmas oportunidades de estudo. Para uma empresa se tornar forte, temos que dar valor a quem está realmente com a gente. E quando digo dar valor, não é só a parte financeira, temos que tratar bem, cobrar as pessoas com respeito e educação, e nunca abandonar quem é fiel. Hoje, na minha equipe, tenho total confiança, e muita amizade por todos. Sei que são as pessoas certas e que posso confiar de olhos fechados, além disso, tento sempre ajudá-los, pois, sei que a recíproca é verdadeira. Poderia dar algumas informações/ dicas sobre investimentos para quem deseja abrir um negócio?

No atual cenário, é preciso muita coragem para entrar no mercado, mas ainda acredito no poder do empreendedorismo, e apesar de atuar no ramo de franquias, não creio que seja o melhor momento para algumas delas, por isso precisamos estar atentos ao que o mercado nos oferece de novo. Novas ideias quebram a barreira da crise, e produtos com qualidade não demoram para ser reconhecidos. Se o gestor consegue alinhar esse dois pontos, e prestar um serviço de qualidade, seu negócio está bem encaminhado. Tudo varia do quanto se tem para investir, mas com boa organização e por menor que seja seu negócio, ele terá um futuro promissor. Tenho alguns amigos, que na faculdade já começaram a atuar como Microempreendedor Individual (MEI) e estão tendo resultado muito rápido. Você é muito jovem e já tem muitas responsabilidades. Como é isso? Quais as dificuldades e vantagens? É muito estranho e estressante, porém, bem divertido. Por isso volto a tocar no ponto da equipe da qual faço parte, pois, quando um fraqueja, temos todos os outros para ajudar. A grande vantagem da responsabilidade é ver que suas posições e ideais começam a ter credibilidade, e perceber que muitas coisas que você aprende na teoria, você já havia feito na prática e nem havia se dado conta. A desvantagem é estar sempre na correria. Trabalho o dia inteiro e estudo à noite, mas não tenho uma grade muito fixa, então a qualquer momento estou sujeito a não conseguir chegar à faculdade, ou ficar no telefone em um final de semana por horas, resolvendo algum problema. Mas isso faz parte do jogo, não é mesmo? Tenho pessoas muito importantes ao meu lado, como os meus pais que sempre me deram força e a minha namorada. No trabalho com meus companheiros e amigos, as coisas se tornam mais agradáveis e assim vou levando a minha vida.

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COMÉRCIO EXTERIOR

Quando

1+1=1 Por Jorge Elias Milhen Consultor de Comércio Exterior da CDL Niterói www.icontrade.com.br jorge@icontrade.com.br

S

inergia, de forma simplificada, significa cooperação ou esforço coletivo para conquistar melhores resultados. No universo corporativo, a sinergia é a mola propulsora do trabalho em equipe. Por vezes usa-se como explicação que ela ocorre quando 2+2 = 5 para assinalar um desempenho combinado que seja maior que as somas das partes. Sinergia entre as pessoas é o que se espera de uma equipe que busca o êxito, contudo não é o que se observa na prática das empresas. Compartilhei desta percepção com a consultora Luciana Hauaji, da “Mind5ync”, empresa de consultoria da qual sou associado e ela afirma que a falta de sinergia é, principalmente, a consequência da falta de conhecimento do propósito ao qual o grupo está vinculado. É importante que a empresa crie uma cultura de aprendizagem colaborativa que incentive os seus colaboradores a ter, como motivação, uma missão coletiva, e não só o ganho pessoal. Para isso é importante criar um senso de

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Quando uma empresa mune-se de um sentimento de realização coletiva, a cooperação acontece de forma natural propósito comum no qual todos acreditem que estão fazendo algo importante para si, para sua equipe e para sua empresa. Esse propósito comum deve nortear todas as iniciativas da organização em todos os níveis, mas para conseguir a sinergia é importante que a empresa entenda a equação 1+1 = 1, ou seja, quando todas as pessoas da empresa estão unidas para contribuir com um propósito comum. Para alcançar essa mudança, são sugeridas cinco novas iniciativas organizacionais: • Definir e criar um propósito comum. • Cultivar a ética da contribuição e colaboração. • Desenvolver processos interdependentes que permitam as pessoas

a trabalharem juntas. • Implementar uma metodologia que facilite a comunicação e a transferência do conhecimento. É importante frisar que as habilidades necessárias para criar e manter um senso de propósito comum são raras. Este deve ser continuamente redefinido — de acordo com o mercado — e os colaboradores precisam participar constantemente da definição e da compreensão das missões coletivas. Quando uma empresa mune-se de um sentimento de realização coletiva, a cooperação acontece de forma natural e é uma ferramenta poderosa para criar sinergia e resultados. Assim, para se obter o 2+2=5, antes será necessário chegar ao 1+1=1, pois “não tem como ser feliz sozinho”.



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