Revista couvert 01

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Gastronomia para ler e saborear

Bacalhau à Bráz

Ano 1 - Edição 01 Outubro/2013

Aprenda a fazer esta delícia com o Chef Contemporâneo Alexandre Henriques



Este é o primeiro exemplar da Revista Couvert. Aqui, você encontrará todo o sabor e requinte do mundo gastronômico. Nossa proposta é levar mensalmente dicas, entrevistas e as receitas dos melhores chefs para todos os apaixonados pelo melhor da gastronomia, mas, não dispensam a companhia de um bom vinho. Pensando nisto, nesta primeira edição, a Couvert traz uma deliciosa entrevista com o crítico gastronômico Bruno Agostini, a coluna Quem é o chef, revela um pouco da história do renomado chef de cozinha francês Claude Troisgros e, na coluna À moda do Chef, uma apetitosa receita do chef Alexandre Henriques. Enfim, este número está recheado com matérias interessantes que vão agradar, com toda certeza, o seu paladar. A partir deste momento, a Couvert quer convidar você, leitor, para compartilhar um novo veículo, onde o principal objetivo é levar ao seu alcance todos os sabores do mundo da Gastronomia e da Enologia. Tudo temperado com muita praticidade, charme e beleza. Então, sinta-se à vontade para entrar no mundo gastronômico da Couvert, uma revista para ler e saborear! Até sempre!

A CAPA Revista Couvert Edição 01


COUVERT Editora e Coordenação Editorial: Kelly Goldoni - Reg: 34527/RJ e Lene Costa Reportagens: Lene Costa Revisão de texto: Ana Lúcia Moraes Revisão de conteúdo: Chef e Sommelier Alexandre Henriques Projeto Gráfico e Diagramação: Rebeca Reis Produção: Goldoni Comunicação e Marketing Fotografia: Berg Silva Contato: (21) 2711- 6459 E mail: revistacouvert@gmail.com Esta revista é uma publicação da Goldoni Comunicação e Marketing em parceria com o Restaurante Gruta de Santo Antônio, com periodicidade mensal e distribuição ao mailing da Editora, hotéis, salas vip de aeroportos, pontos e bancas selecionados. Os artigos escritos por colunistas convidados não refletem necessariamente a opinião da revista. As informações e as imagens publicadas foram fornecidas e são de responsabilidade das pessoas participantes. Distibuição Gratuita


Arquivo pessoal

Bruno Agostini é jornalista e fotógrafo, especializado em Turismo, Gastronomia e Vinhos. Trabalha no jornal O Globo desde 2009, onde exerce várias funções: trabalha como editor assistente da revista Boa Viagem; mantém um blog sobre vinhos (http://migre.me/gbg9r); escreve sobre vinhos para a Revista O Globo, publicada aos domingos, e a ainda mantém uma coluna sobre a bebida em O Globo a Mais, versão exclusiva para Ipad. Depois de iniciar a carreira no Jornal do Brasil, passou pela Editora Abril, onde trabalhou na revista Viagem e Turismo, e no Guia Quatro Rodas, como inspetor de restaurante. Foi para o Jornal O Globo após uma breve passagem pela Agência de Comunicação Selluloid, Como freelancer, escreve e fotografa para diversas publicações, como Wish Report, Gula, Conceito A, Expressions e Baco. É autor do Guia do Gosto Carioca, editado pelo Senac-RJ.

Bruno - Também acho que aqui não existe uma regra. Em receitas clássicas, posso buscar as referências conhecidas. Mas se o chef empresta algo novo à receita e ficar interessante, está bem. Em outros casos, valorizo a ousadia, a criatividade, a apresentação bem cuidada. Mas nada adianta se a comida não estiver boa, e para isso é preciso equilíbrio, e também é necessário recorrer às referências que temos. Um bife único passado demais, um risoto que não esteja patrimônio é a al dente, um pouco a mais de sal, ou de minha credibiliacidez, tudo isso pode comprometer um dade” prato. Um dos segredos da cozinha é o equilíbrio.

COUVERT - Você sempre apreciou a culinária? Bruno - Sim, desde criança. Com uns oito anos comecei a cozinhar para mim, em casa. Coisas simples, como salsichão, vitaminas, mas fui pegando gosto por preparar alimentos. Com uns dez anos comecei a fazer bolos e rocamboles para a família, e daí não parei mais de cozinhar. Na adolescência, sempre fazia almoços e jantares em casa, e era o chur“Meu rasqueiro oficial da galera. COUVERT - Como você decide falar sobre um restaurante, um prato, ou seja, como define a sua pauta? Bruno - Cada caso é um caso. Pode ser apenas o meu apreço pessoal por certo lugar, ou por certo prato, algo em tom pessoal, de crônica. Pode ser algo novo, um restaurante que está sendo inaugurado, um menu que está sendo lançado. Pode ser uma tendência, algum prato ou ingrediente que esteja em alta. Enfim, não existe uma fórmula exata. COUVERT - O que você procura em um prato para falar com propriedade sobre tal? Sabores? Cheiro? Sentimento? Arrepio? O que de fato chama a sua atenção?

COUVERT - Quando você vai a um restaurante em que os donos são conhecidos, como você consegue separar o pessoal do profissional? Bruno - É algo muito simples. Meu único patrimônio é a minha credibilidade, a relação de confiança. Se eu perco a confiança do leitor, eu perco tudo. Então, não posso escrever algo sobre um lugar só porque conheço os donos, e gosto deles, e hoje sou amigo de alguns chefs e empresários do ramo. Tento ser o mais correto possível, fazer o que acredito, sem me preocupar em agradar, nem em chatear.


Acho que a chave é a sinceridade. Às vezes, sou muito amigo do dono de um restaurante, mas não levo isso em consideração na hora de votar em algum concurso, ou na hora de escrever, ou deixar de escrever, de indicar, ou deixar de indicar. Às vezes, acontecem saias justas, mas faz parte. Como disse, a chave é a sinceridade. Se eu escrever, ou falar, o que penso, fica tudo mais fácil, inclusive fazer qualquer justificativa, seja para um leitor, seja para alguém do meio, para quem questionar qualquer escolha. Ter opinião tem o seu preço. COUVERT - Falar sobre Gastronomia é fácil? O que precisa saber, aprender ou ter de especial para apreciar bons pratos? Bruno - Não é fácil, nem difícil. É um trabalho como tantos outros, tem que ter cuidado e atenção, pensar no cliente. No meu caso, o cliente é o leitor. No meu blog, eu escrevo sobre o que me dá vontade. Mas, quando estou escrevendo para algum jornal ou revista, eu penso em quem vai ler, o que ele quer receber, e tento fazer isso de maneira prazerosa, detalhando experiências, indicando lugares ou pratos, contando histórias. É preciso estar sempre lendo, estudando, se atualizando, nada diferente de outras áreas do jornalismo. Além disso, é preciso ter referências sobre a alimentação, a história, os vinhos, as receitas clássicas, as culinárias regionais, conhecer os ingredientes. COUVERT - Apresentação do local também conta? Bruno - Sim, e não. Gosto de um lugar limpinho, arrumado, bem cuidado. Mas, em nome da boa mesa, encaro ambientes degradados, feios mesmo, mas que servem algo muito bom. Graças a Deus, transito bem entre o luxo e o lixo. Sou capaz de ficar uma noite na suíte presidencial de um cinco estrelas e no dia seguinte estar almoçando em um boteco. Isso faz parte da minha rotina, do meu trabalho, e é das coisas mais fascinantes. COUVERT - Fechando... Quais sugestões você daria para um restaurante ser diferente, isto é, ganhar as 5 estrelinhas do Rio Show? Bruno - Ser carinhoso com os ingredientes, e na hora de preparar a comida, buscar a execução perfeita de cada receita, entender o que desejam os seus clientes. Fazer do negócio também um prazer. Porque, como dizem, cozinhar é um ato de amor, mesmo quando isso é meio de vida, trabalho.


Alexandre Lalas

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A Rainha da Elegância Desde que o simpático Miles, no filme Sideways, detonou a merlot e defendeu arduamente a pinot noir, a uva ganhou pontos no imaginário coletivo do consumidor de vinho. Na época do filme, principalmente nos Estados Unidos, o consumidor enlouqueceu. Caixas e mais caixas de tintos feitos com a pinot noir eram vendidas como água, enquanto os merlots, pobrezinhos, agonizavam, esquecidos e empoeirados, em prateleiras de lojas e estoques de produtores. Alguns anos já se passaram desde o lançamento do filme, mas, se não é o sucesso avassalador da época, a pinot não foi parar no limbo das celebridades instantâneas. Vinhos feitos a partir da casta continuam indo bem em restaurantes e lojas especializadas. Ainda bem. Em um mundo repleto de robustos malbecs, cabernets, syrahs e afins, a delicadeza da uva é sempre muito bem vinda. E a diversidade de lugares, climas e solos em que a pinot é produzida atualmente tem gerado boas e produtivas discussões sobre a tipicidade da uva. Que o pinot noir referência é o da Borgonha, ninguém discute. Os bons são elegantes, ricos, intensos e imensos. Os melhores são clássicos inesquecíveis e incomparáveis. Por isso, nos outros cantos do mundo, todos os produtores que arriscam produzir vinhos feitos com a uva buscam uma identidade borgonhesa no vinho. Assim como jornalistas, sommeliers e enófilos, de um modo geral, ao provar um tinto produzido com a casta, esperam encontrar um pouco da Borgonha dentro da taça. Esta identidade borgonhesa é, para críticos, consumidores e produtores, uma espécie de Santo Graal da pinot noir.


O problema é: existe uma identidade borgonhesa? Qual é, exatamente, o gosto de um pinot da Borgonha? A chave das duas respostas está na diversidade da região francesa. Um metro quadrado de terra ali não é igual ao outro. Muito mais do que um pinot noir, é um vinho da Borgonha. E mesmo dentro da região, as variáveis são tamanhas que é praticamente impossível reduzir a uva a apenas um estilo ou um gosto, como se houvesse uma receita sobre como produzir um pinot noir. Além do que, não necessariamente ser um vinho da Borgonha é garantia de qualidade. A festejada região, assim como produz clássicos incontestes, faz muita porcaria. E, pior, custam caro. Portanto, em vez de procurarmos a tal identidade borgonhesa, o que de melhor produtores, críticos e consumidores podem fazer é buscar o prazer que um bom pinot noir entrega no imediato momento em que é degustado. A sensação de leveza, de frescor, de delicadeza que a uva entrega quando é bem trabalhada é inerente ao local de origem dela. Um pinot é um vinho que, quando bom, transpira beleza. Venha de onde vier. Portanto, há vida para a pinot noir fora da Borgonha. Recentemente, em uma prova às cegas em Cingapura, que contou com a presença de reputados especialistas do mundo inteiro, um pinot noir austríaco desbancou 33 concorrentes de diferentes países, incluindo rótulos da festejada Domaine de La Romanée-Conti, e ficou com o primeiro lugar. E países como Nova Zelândia, Argentina, Itália, Eslovênia, Chile, Estados Unidos e Alemanha, além da Áustria, têm apresentado cada vez mais vinhos de qualidade feitos com a pinot noir. Se o DNA é borgonhês, há controvérsias. Mas, certamente, são grandes pinots. E, no fim das contas, isso é o que interessa.


Quem nunca foi ao restaurante Gruta de Santo Antônio se surpreende, não só pelo atendimento atencioso de todos que lá estão, mas, também, pelo requinte e tradição que fazem parte do ambiente. Localizado na região central de Niterói, no bucólico bairro Ponta da Areia, o restaurante é simplesmente encantador. A entrada, os ambientes, as fotos da família Henriques emolduradas na parede, os detalhes inspirados na cultura lusitana e o altar com a imagem do santo que dá nome ao restaurante são particularidades que fazem da Gruta de Santo Antônio um lugar aconchegante e perfeito para apetitosas experiências culinárias, que, com toda certeza, agradam os paladares mais refinados. Tão atraente quanto sua comida é sua história. Nela, o amor, a gentileza, a determinação e muito trabalho desde o começo foram os recursos utilizados para trilhar o caminho de sucesso da família Henriques. Esta narrativa começa no final dos anos 60, quando o lusitano Agostinho, esposo de dona Henriqueta, trabalhava na pequena e modesta Pensão Europa, que lembrava as típicas pensões portuguesas. A matriarca, Dona Henriqueta, nesta época, para ajudar o marido a sustentar a família, trabalhava como costureira, ofício que ainda jovem aprendeu em vários cursos que fez em sua amada Portugal.

Tradição e requinte no coração de Niterói

Apaixonada pela costura, Dona Henriqueta, então, por mais que tivesse aprendido desde pequena os truques e as receitas da culinária portuguesa com a mãe e a irmã, não se importava que o elogio de bom cozinheiro e o comando da pensão fossem atribuídos ao marido, seu Agostinho. A Pensão Europa localizava-se na Rua Saldanha Marinho, também no Centro de Niterói, muito próximo do endereço onde, anos mais tarde, em 1977, nasceria a Gruta de Santo Antônio. Seu cardápio era simples, composto de comidas caseiras. Tinha sempre carne assada, dobradinha, jardineira e, de vez em quando, o bacalhau à Gomes de Sá. Tudo pensado para agradar o gosto da principal clientela, os operários que trabalhavam naquela redondeza.


Com a passar do tempo, o negócio prosperou e eles decidiram abrir outra pensão, que agora se chamaria Gruta de Santo Antônio, nome escolhido em homenagem ao santo de devoção da matriarca. Dois anos depois da inauguração da nova pensão, Agostinho faleceu. Assim, com muita coragem, Dona Henriqueta trocou a máquina de costura pelo fogão, as agulhas, pelas panelas e assumiu o negócio da família. Sem nunca pensar em desistir, ao longo de pouco mais de trinta e seis anos, ela transformou a Gruta de Santo Antônio em referência de boa comida portuguesa. Que, de uma simples pensão, virou um conceituado restaurante. Atualmente ela ainda comanda, com muita dedicação, atenção e carinho, diariamente, a cozinha do estabelecimento. “Na cozinha sou sempre um leão, quero que todos façam do meu jeito. Porque assim sei que está bem feito!”, diz Dona Henriqueta. Todo este cuidado com a culinária e o prazer em servir pratos de sua terra conduziram Dona Henriqueta à literatura e não demorou a surgir nas livrarias, o livro “Cozinhar é preciso”. Com mais de 15.000 mil exemplares vendidos e partindo para sua quarta edição, o livro ganhou dois prêmios Gourmand World Cookbook, como o melhor livro de receitas e melhor chef-autora. Em seu prefácio, a jornalista de Cultura e Gastronomia Sandra Moreyra, da TV Globo, se refere à Gruta de Santo Antônio como “o melhor restaurante português do Rio. As pessoas são muito gentis e o carinho delas faz com que os clientes se sintam à vontade”. Enfim, esta obra literária não é simplesmente um livro de receitas tradicional da gastronomia de Portugal. Ele traz a história de vida de uma imigrante portuguesa, natural de Montes D’Alcobaça, que chegou ao Brasil depois de uma desilusão amorosa, mas acabou encon-

trando novamente a felicidade do verdadeiro amor nos braços de Agostinho. O estabelecimento não parou de crescer e, hoje, Henriqueta Henriques, viúva do fundador, conta com a ajuda na direção do restaurante Gruta de Santo Antônio dos seus filhos, Alexandre, que se tornou Chef especializado em culinária mediterrânea e Sommelier, e Marcelo, que cuida da administração. Apesar de tradicional, o restaurante apresenta uma atmosfera contemporânea, inspirada em inúmeras viagens pelo mundo e trazidas pouco a pouco ao local pelo filho mais velho da matriarca, o chef Alexandre. Atualmente, o restaurante oferece um variado cardápio e, é claro, na maioria dos pratos está a especialidade da casa, o delicioso bacalhau. “Vendemos uma tonelada de peixe por mês!” diz o Chef e Sommelier Alexandre. Além das delícias da cozinha, a Gruta de Santo Antônio tem uma adega climatizada, com 320 rótulos e mais de 3000 garrafas; entre eles estão os melhores vinhos portugueses. A variedade da adega, com toda certeza, agrada àqueles que não dispensam um vinho de qualidade na hora de apreciar uma boa comida. Com toda esta deliciosa história, não poderia ser diferente. A Gruta de Santo Antônio, nos últimos anos, já conquistou diversas premiações. Entre elas, o da revista Época, como melhor restaurante Português, e o do concurso Água na Boca, do Jornal O Globo 2013, onde, pelo 4º ano consecutivo, foi vencedor na categoria Melhor Restaurante de Frutos do Mar. Na mesma premiação, a Gruta foi considerada o melhor restaurante de Niterói em todas as categorias. Enfim, quem ainda não conhece o restaurante Gruta de Santo Antônio, ao conhecer, não tem a menor dúvida de que “és uma casa portuguesa com certeza!”



essoal Arquivo p

Claude Troisgros O nome Troisgros circula no cenário gastronômico há pelo menos três gerações. A família começou sua tradição na França dos anos 30. Pioneiro, Jean-Baptiste, o avô, provocou um tumulto no restrito círculo culinário francês ao sugerir vinho tinto para acompanhar peixe. Pierre, pai de Claude e irmão de Jean, foi encorajado a seguir essa forma inquieta e ilimitada de cozinhar, definida por Jean-Baptiste como “a capacidade de harmonizar os tesouros da terra”. Os irmãos Troisgros, junto com o grande amigo Paul Bocuse, inspiraram a revolução que até hoje suscita polêmica em todo o mundo: a nouvelle cuisine. O Restaurante Troisgros, em Roanne, por conta disso, praticamente colocou a cidade no mapa da gastronomia mundial. Anos depois, como reconhecimento, a prefeitura da cidade pintou sua estação de trem nas cores rosa-salmão e verde, em homenagem a um dos pratos criados pelos Troisgros: um salmão tostado por fora, mas absolutamente translúcido por dentro, servido com molho de azedinha. Criações como esta logo garantiram ao Restaurante as cobiçadas três estrelas do Guia Michelin. Nascido nessa família de alquimistas, não se poderia esperar menos de Claude Troisgros, um dos grandes nomes da gastronomia internacional no momento e principal construtor da ponte entre as cozinhas francesa e brasileira. Formado pela Escola de Hotelaria Thonon Les Bains, Claude Troisgros chegou ao Brasil pelas mãos de Gaston Lenotre, que há 32 anos desbravava a gastronomia carioca com o Le Pré Catalan, onde o jovem chef trabalhou. No Rio de Janeiro, formou família e, apaixonado pela terra, lançou-se numa nova perspectiva culinária, que se tornou uma espécie de marca registrada. Ingredientes e sabores brasileiros, como caju e açaí, se tornaram companheiros fiéis de clássicos como o foie gras, o caviar e o soufflé, consagrando-se para sempre nos menus nacionais.

Nos seus 32 anos de permanência no Brasil, Claude Troisgros abriu vários restaurantes e tornou-se consultor de tantos outros. No exterior fez história também. Sua cozinha já viajou o mundo todo, encantando desde astros da música pop, como Mike Jagger e Elton Jonh, a autoridades como os presidentes Clinton e Jacques Chirrac. No Olympe, no Rio, reconhecido pela crítica inúmeras vezes como o melhor restaurante francês da cidade, serve pratos fascinantes, como o Ravioli recheado de mousseline de inhame em molho aveludado de trufa branca, o Filé de Linguado grelhado com banana e o famoso Cheesecake Caramelado com calda de goiaba - umas das melhores adaptações do Romeu-e-Julieta para o paladar da alta cozinha. Nos últimos anos, inaugurou novos restaurantes seguindo a cozinha francesa, mas com propostas diferentes: CT Brasserie , CT Boucherie e, mais recentemente, em maio, o CT Trattorie, premiando receitas italianas com olhar francês, revelando o lado tricolor do chef, filho de mãe italiana. Eleito chef do ano por veículos como revista Veja, Gula, e Guia Quatro Rodas, Claude Troisgros serve alma francesa em corpo brasileiro (e vice-versa) em estilo grandioso. Apresentou por 4 anos o Programa Menu Confiança, no canal GNT,e atualmente comanda no mesmo canal o “Que Marravilha”, onde prepara receitas a pedido de telespectadores.



Arquivo pessoal

Capa do Suplemento Rio Show Gastronomia


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Detalhes tão pequenos Quando lançamos um Guia de Gastronomia, a tensão com os prazos, a necessidade de despistar os que venceram e o controle de qualidade fazem com que olhemos o resultado final como um filho. Afinal de contas, são mais de três mil cliques para publicar pouco mais de vinte fotos. No ensaio fotográfico feito com os finalistas do último Prêmio Rio Show de Gastronomia, os detalhes fizeram a diferença e guardam histórias que ficam presas na memória por muito tempo, servindo de aprendizado para nosso trabalho cotidiano. Para fotografar o Bar Urca, concorrente que venceria na categoria “Melhor ao Ar-Livre”, tivemos que ir três vezes ao agradabilíssimo Bar, que tem a sua frente um muro que debruça seus clientes à Baia de Guanabara. O motivo? Em todos os horários em que marcávamos as fotos, simplesmente chovia. Não teve jeito. A foto ficou colorida no primeiro plano e p&b no segundo. Pelo menos ficou diferente. Na foto da Padaria Cirandinha, em Copacabana, candidata vencedora do Prêmio de Melhor café da Manhã, o problema veio da Itália, via Argentina.

Cirandinha - Café da Manhã

No horário agendado para a foto, começava a loucura causada no bairro pela transferência do encontro da juventude católica com o Papa Francisco. Foi difícil estacionar e mesmo caminhar pelas ruas para chegar ao local e fazer a foto. Para finalizar, fomos executar o projeto bolado pela Inês Amorim, editora do Guia, para a capa. Na casa da Produtora Lou Bittencourt, montamos o estúdio e repetimos a foto 10 vezes, encaminhando cada uma das provas para aprovação. Foram cinco horas de trabalho para fazer uma foto escoltados pelo Rodolfo, o simpático e brincalhão cãozinho de nossa produtora. Como se vê, fotografar gastronomia não é tão simples quanto parece. Bar Urca - Melhor Vista

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Bacalhau à Bráz Ingredientes: > 400 g de bacalhau ; > 6 colheres de sopa de azeite ; > no máximo 200 g de batatas cozidas e cortadas em tiras ; > 4 ovos ; > 1 cebola média ; > 3 dentes de alho triturados ; > sal e salsa a gosto ; > pimenta do reino branca moida na hora ; > azeitonas pretas > batata palha

Alexandre Henriques

Confecção: Cortam-se as cebolas em rodelas finíssimas. Pica-se o alho. Leva-se ao lume um tacho, de fundo espesso, com o azeite. A cebola deixa-se refogar lentamente até cozer, em seguida colocar o alho triturado. Junta-se, nesta altura, o bacalhau em lascas. Fritam-se as batatas cozidas só até alourarem ligeiramente. Em um recipiente quebrar 4 ovos, bater ligeiramente, temperar com sal, pimenta, colocar bastante cheiro verde e misturar com o bacalhau. Juntam-se as batatas ao bacalhau. Mexe-se com uma colher, e logo que os ovos estejam em ponto de creme, retira-se imediatamente o tacho do lume e deita-se o bacalhau num prato ou travessa. Serve-se bem quente, acompanhado com azeitonas pretas e batata palha ao redor do bacalhau. Esta porção serve 2 pessoas. Bacalhau à Bráz


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Soluções simples e sofisticadas! Tudo para tornar seu ambiente/ apartamento prático e ao mesmo tempo charmoso. Apartamento no Jardim Botânico


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Side By Side

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Para um flat em Ipanema, de temporada (pois o cliente mora em Niterói), pensamos em um apartamento que fosse bem prático e ao mesmo tempo fosse charmoso... A palheta de cores com muita madeira, bege e branco, recebeu pinceladas de azul... A cozinha, bem compacta (com cerca de 6m2), está totalmente integrada à sala através de um balcão que ora serve como apoio para refeições rápidas, ora como aparador para a sala de jantar... Uma side by side (pedido de 8 em cada 10 clientes hoje em dia) oferece as facilidades de gelo e água filtrada a mão. Este modelo ainda tem o mini bar que funciona muito bem para este tipo de projeto... Um cooktop de 4 bocas, uma coifa embutida e um forno multifuncional (microondas e elétrico no mesmo aparelho) completam a lista de equipamentos... A bancada de inox, com cuba e escorredor embutidos foi a opção escolhida.

Flat em Ipanema Em outro projeto, no Jardim Botânico, o casal de clientes, com filhos pequenos, queria uma cozinha que fosse compacta, mas que tivesse uma boa área de copa para apoio nas refeições matinais e durante o dia para o casal de filhos, secretária e babá... Outro pedido foi uma “pegada” retrô com os quadrinhos trazidos de Nova York (um destino frequente para o casal)... Assim, pensamos em azulejos retangulares bizotados como revestimento, mesclados com madeira natural (usada no painel, mesa e cadeiras) para esquentar a área de refeições... Neste projeto, acabamos optando por um banco em um dos lados da mesa, que “economiza” espaço mas mantém o conforto, pois trabalhamos com um futon no assento e almofadas soltas para o encosto... A disposição do fogão, em ilha, permite que todos conversem durante as refeições.




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