Revista couvert junho

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Ano 1 - Edição 07 Junho/2014

ESPECIAL



EDITORIAL

A Revista Couvert – Gastronomia para ler e saborear chega a sua sétima edição em uma época onde todos os olhares estão voltados para o maior evento futebolístico, que é a Copa do Mundo. Neste ano, o torneio apresenta-se temperado à moda verde e amarelo, afinal, o Brasil é o país sede dos jogos. E é neste clima de torcida que a nossa revista entra no circuito, trazendo um delicioso especial que une as duas paixões brasileiras, e porque não dizer mundiais: o futebol e a gastronomia. Ah, Copa do Mundo! Época de pintar o rosto, sofrer por seu time e fazer ecoar o grito de GOOL! Não há dúvidas de que este é realmente um momento muito peculiar e, mesmo aqueles que não são amantes do esporte, de quatro em quatro anos se juntam, colorindo com as cores de sua nação os estádios do país onde as seleções se reúnem para disputar as rodadas. Da América Latina à África, a Copa já levou sua alegria reacendendo o espírito de patriotismo em diversos lugares do mundo. E em 2014, o dono do Pentacampeonato Brasil, o único país que participou de todas as Copas do Mundo, volta a ser palco deste mundial, movimentando, principalmente, o turismo e a gastronomia das terras da seleção canarinho. E dentro do cenário gastronômico, quem marcará um apetitoso golaço é a Couvert com sua escalação de saborosas matérias de tirar o fôlego. Sendo assim, para reforçar nosso time, escalamos os craques Bruno Agostine e Pedro Landim, que batem um bolão em suas colunas “Passaporte Gourmet” e “Boca no Mundo” com matérias sobre o universo da enologia e da gastronomia. Entram em campo também a chef Roberta Sudbrack, na coluna “Quem é o Chef”, e o chef Dudu Mesquita, na coluna “Entrevista”. Se você curtiu nossa escalação, não perca tempo! Vista a camisa de sua seleção e fique à vontade para aproveitar o verdadeiro gol de placa que está a edição de junho da sua Revista Couvert. Até Sempre!

A CAPA Revista Couvert Edição 07

ESPECIAL



SUMÁRIO

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QUEM É O CHEF Com Roberta Sudbrack

PASSPORTE GOURMET Com Bruno Agostini

16 ESPECIAL

O mundo unido por duas paixões

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32 ENTREVISTA Com Dudu Mesquista

34 BOCA NO MUNDO Por Pedro Landim

37 À MODA DO CHEF

30 DO SEU JEITO

Com Alexandre e Henriqueta Henriques

Expediente

As cores do Brasil

COUVERT Editora e Coordenação Editorial: Kelly Goldoni - Reg: 34527/RJ e Lene Costa Reportagens: Lene Costa, Kelly Goldoni, Aline Balbino e Thaila Frade Colunistas: Pedro Landim e Bruno Agostini Revisão de texto: Ana Lúcia Morais Revisão de conteúdo: Chef e Sommelier Alexandre Henriques Arte Capa: Bruna Falcão e Luiza Paixão Diagramação: Alyne Gama Produção: Goldoni Comunicação e Marketing Contato: (21) 2711- 6459 • 3619-5840 E mail: revistacouvert@gmail.com

Esta revista é uma publicação da Goldoni Comunicação e Marketing em parceria com o Restaurante Gruta de Santo Antônio, com periodicidade mensal e distribuição ao mailing da Editora, hotéis, salas vip de aeroportos, pontos e bancas selecionados. Os artigos escritos por colunistas convidados não refletem necessariamente a opinião da revista. As informações e as imagens publicadas foram fornecidas e são de responsabilidade de seus respectivos autores. Tiragem: 3.000 exemplares. Distribuição Gratuita



Marcelo Casé

COMER É AQUI

Gastrobar Escobar Tiradito de Bonito

Filico

O descontraído Gastrobar Escobar é um local que atrai não só pela deliciosa culinária peruana, mas também por sua localização. Situado no charmoso Leblon, o Escobar é sem dúvida um dos points de encontro do Rio. E na Copa do Mundo, o Gastrobar será o destino de quem quer assistir às partidas do campeonato regadas a bastante Pisco Sour. Lembrando que durante o mundial a casa também receberá os torcedores, personalidades e imprensa do país latino para acompanharem. O endereço do Gastrobar Escobar é Rua General San Martin, nº 359, Leblon. A casa funciona diferenciadamente na terça e na quarta-feira, das 12h à 1h, na quinta-feira, das 12h às 2h e na sexta-feira e no sábado, das 12h às 3h. Já no domingo o funcionamento é das 12h à 1h.

Epifania Oriental Contemporâneo Para aqueles que mesmo na Copa do Mundo não dispensam uma boa coRiofoto Salmão Brullè mida oriental, a pedida é o Epifania Oriental Contemporâneo. Localizado no reduto carioca do Leme, o sushibar traz uma seleção exclusiva, onde alguns dos destaques são o Salmão Brullé (o salmão selado, cebolinha, gergelim, gengibre e ikura) e o Arretadinho de Atum (atum fresco, shari, cream cheese e pimenta especial, enrolados em folha de acelga). Enfim, o Epifania Oriental Contemporâneo é uma opção para degustações especiais. O sushibar fica na Rua Roberto Dias Lopes, nº 25, Leme. O telefone de contato é (21) 2541-8330 e 2558-2149. Seu horário de funcionamento de terça a domingo é das 12h à meia noite. Copa no Copo

Rodrigo Azevedo

Restaurante Ibérico O mundo inteiro vai passar pelo restaurante espanhol Ibérico, localizado no charmoso bairro Jardim Botânico, na zona sul do Rio. Mas desta vez a aposta da casa não está somente nas delícias vindas da cozinha comandada pelo chef Jan Santos, também do Bar Entretapas. Na Copa do Mundo no Brasil, quem vai dar o pontapé inicial é o bar do restaurante, que vai oferecer para seus clientes uma verdadeira seleção de coquetéis inspirados nos campeões mundiais. Entre os drinques convocados estão: o brasileiro “CANARINHO”, o espanhol “LA FÚRIA”, o argentino “ALBICELESTE”. Se você gostou da dica, o Ibérico funciona de segunda a sábado das 19h à meia-noite. O restaurante fica na Rua Saturnino de Brito, nº 84, no Jardim Botânico e o telefone é (21) 3197-4227. COUVERT • 07


QUEM É O CHEF

A culinária de alfaiataria de Roberta Sudbrack Por Lene Costa

A arte da culinária entrou na vida desta desbravadora chef da alta gastronomia ainda muito cedo, quando a gaúcha Roberta Sudbrack sentava-se na cozinha de sua avó para esperar o frango ensopado com polenta. O que ela não sabia era que esta ambiência já envolvia a jovem Roberta sorrateiramente neste delicioso universo culinário. As panelas sobre o fogão, cada corte no tempero, enfim, cada gesto de sua avó fez crescer um desejo que só ficou claro tempos depois na vida da chef. Na verdade, a inclinação da chef ao mundo da gastronomia foi uma escolha de vida e, ao desenhar este momento, Roberta resume da seguinte forma “Não pensei demais nos riscos dessa escolha, ou se era uma profissão reconhecida e, naquela época, não era. Mas eu segui o chamado sem argumentar ou pesar os prós e os contras”. É claro que o que para Roberta tratou-se de uma escolha “muito simples e definitiva”, para a culinária brasileira foi um grande presente.

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QUEM É O CHEF O curioso na história de Roberta é que, antes de pensar em se tornar chef da alta gastronomia, ela - apaixonada por animais - estudou veterinária, na região de Bethesda, em Washington. Nesta época, o que era para ser um período acadêmico na vida desta gaúcha, acabou aproximando-a ainda mais de sua verdadeira vocação. Acontece que para conseguir manter-se nos Estados Unidos, ela começou a vender quentinhas e, desde então, nunca mais abandonou a cozinha. Depois deste período, a chef, que toma o simbolismo do “Alfaiate” para definir sua cozinha, fez de suas viagens a maior fonte de aprendizagem para a elaboração de suas receitas. Aliás, o ato de viajar para conhecer novas gastronomias é cultivado pela chef autodidata até hoje. Deste modo, dentro deste cenário, vale considerar tudo se for a favor de enriquecer a gastronomia. Desde bons hash houses, restaurantes misturados com empórios, bistrôs familiares típicos, famosos ou não, mercados locais, feiras, supermercados, pessoas, exposições de arte, dança, música e, principalmente, livros que foram adquiridos nestes países. “Essas sempre foram minha fonte de conhecimento e minha forma preferida para aprender. Os lugares de forte cultura culinária como Itália, França, Espanha e Portugal, mas não necessariamente as capitais, embora elas também, o interior, a vida dos mercados, das feiras o que as pessoas comem.” conta a chef. Desse tempo para cá, muitas surpresas aconteceram. Roberta, veterinária por formação e chef por vocação, foi a primeira mulher a assumir - na gestão do ex-presidente Fernando Henrique - a cozinha do Palácio da Alvorada. Durante os anos em que esteve à frente da missão de alimentar os visitantes da residência oficial da presidência, a chef cozinhou vários banquetes para reis, rainhas e chefes de estado do mundo inteiro. Na lista de pessoas importantes estão a rainha da Espanha e o príncipe Charles. Para a autodidata chef Roberta Sudbrack estes “foram anos de muito trabalho, desafios e um aprendizado sem fim. Experiências únicas que, no fundo no fundo, não temos a ousadia de imaginar que possam ser palpáveis.” Ainda sobre este período ela lembra que, além dos banquetes, ainda tinha o arroz com feijão da equipe de cozinha e completa. “Feijão esse que de tão cheiroso muitas vezes fazia o telefone da cozinha tocar: ‘Roberta, é o Presidente, que cheirinho de feijão é esse? Manda um pouquinho pra mim?’ Sim, senhor Presidente..”

Essas sempre foram minha fonte de conhecimento e minha forma preferida para aprender. Os lugares de forte cultura culinária como Itália, França, Espanha e Portugal (...) Quando esta experiência se findou, a vocação pela cozinha continuou falando mais alto e o sonho em abrir um restaurante com um conceito único e inovador ganhou espaço e assim, nasceu o Restaurante Roberta Sudbrack. Hoje já com 10 anos, a brasileiríssima cozinha contemporânea do RS é reconhecida mundialmente por sua singularidade. Prova disto é que o restaurante, que fica no Jardim Botânico, Zona Sul, é um dos melhores do Rio. A casa também foi a pioneira na apresentação de um menu degustação, baseado no ritual da boa mesa, da sociabilidade em que o cliente vive a cada dia, uma nova e única experiência gastronômica. “(...) lidamos muito bem com esse conceito de ciclo da natureza e da vida, porque sempre fez parte do nosso dia a dia e da nossa filosofia ouvi-la antes de qualquer coisa. Por esse motivo também nunca tivemos menus fixos e acho que o futuro não nos permitirá tê-los por muito tempo. Não há como carimbar Pargo no seu menu sem a certeza de que o mar irá lhe trazer Pargo todos os dias. Jamais ligamos para o nosso pescador e dizemos: Quero Pargo! Pelo contrário, perguntamos: O que o mar trouxe hoje? Com essa resposta começamos a escrever o nosso menu todos os dias”, completa Roberta. Por tudo isso, a autodidata chef Roberta Sudbrack, com sua filosofia de simplicidade em basear sempre sua alta gastronomia em ingredientes brasileiros, onde o resultado é uma culinária artesanal com diferentes entradas, pratos principais e sobremesa, ganha a atenção e causa expectativas desde a primeira visita. Dessa maneira, ela empresta sua singularidade e assinatura na forma de trabalhar cada ingrediente e produto de maneira única, dando autoria a uma nova cozinha, expressando uma identidade. Enfim, neste restaurante, todos os ingredientes provenientes da “terra”, ou seja, da “natureza” são bem-vindos. O maxixe, o quiabo, o chuchu, a banana, a fruta-pão e tantos outros, na apetitosa cozinha do RS se transformam em protagonistas, revelando de terça a sábado toda a sua identidade gastronômica. COUVERT • 09


PASSAPORTE GOURMET

Vinhos da Copa Por Bruno Agostini Blog Rio de Janeiro a Dezembro 10 • COUVERT


PASSAPORTE GOURMET Vai ter Copa, e vai ter copo. Do Brasil, uma garrafa de espumante, como que um jovem atacante, cheio de explosão e alegria. Do vizinho Uruguai, ainda que a Sauvignin Blanc esteja apresentando ótimos resultados, bem como a Cabernet Franc, eu pediria mesmo um belo Tannat, que nos melhores exemplares é como aquele cabeça-de-área das antigas, firme e vigoroso, mas esbanjando elegância e talento, quase um Falcão. Cruzando o Rio de la Plata, não poderíamos imaginar outro vinho que não um Malbec, zagueirão duro: Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás. Pensando bem, a Torrontés também representa muito bem a enologia hermana, uma variedade que tão bem se desenvolveu por lá. Um reserva de luxo. Atravessando os Andes, buscamos no Chile um bom Carmenère, considerando que foi a Cabernet Sauvignon que deu voz aos vinhos do país, e que hoje um Carignan pode ser a escolha mais autêntica (ou quem sabe um rótulo da uva País). Viajando em direção ao norte, a Califórnia representa os vinhos americanos, que andam em alta no Brasil, com a importação crescente nos últimos anos. Sem esquecer que o México vem se lançando, com sucesso, à produção de vinho. Provei coisas interessantes nos últimos dois anos, e ouvi boas referências de amigos.

francês que faz vinhos em várias regiões, inclusive aos pés do Monte Fuji. Chegando à Europa, quase todos os times classificados têm tradição no mundo do vinho, mesmo que muita gente desconheça. A primeira divisão da enologia mundial se alinha, representada pelas seleções de Portugal, Espanha, França, Itália, Grécia, Alemanha, Suíça (sinto muita falta da Áustria, e seus brancos colossais, e também da Hungria, do Tokaj, uma espécie de Puskas engarrafado, de estilo único, fenomenal). Temos a Croácia, país que vem se destacando cada vez mais no mundo do vinho, resgatando a sua antiga tradição, as suas centenas de uvas autóctones (sim, centenas, cerca de 300, como a tinta Plavac Mali, prima da Italiana Primitivo). O primeiro adversário do Brasil na Copa de 2014 tem vinhos realmente maravilhosos. Podemos secar uma garrafa durante a partida, para secar o time deles.

A Nova Zelândia não se classificou para, mas em homenagem ao time que foi goleado por Zico em companhia, em 1982, na Espanha, vale esticar até lá, para abrir um belo Sauvignon Blanc, Pinot Noir, Riesling ou Shiraz, que tão bem se dão no país, que produz vinhos de qualidade média muito alta.

Verdade que Holanda, Bélgica e Inglaterra são mesmo pátrias cervejeiras, mas andam cá ou lá fazendo os seus vinhos: quando estive em Amsterdã provei uns seis ou sete vinhos holandeses, belos brancos; e dizem os especialistas que o sul das ilhas britânicas são terreno promissor para a produção de espumantes, e essa área seria a futura Champanhe. Vinho belga eu não provei, em compensão... as cervejas estão entre as mais espetaculares do mundo, em seus diversos estilos, encharcados de tradição. A Bósnia, como qualquer nação dos Bálcãs, tem vocação natural e tradução no cultivo da uva, e a produção vem se recuperando agora em tempos de estabilidade política. Sem falar na Rússia, onde a vodca é rainha, mas histórico consumidor de grandes vinhos, com história associada a marcas como Cristal sob encomenda dos czares, e país de destino dos míticos vinhos de Massandra, na Ucrânia, justamente na Crimeia, que detonou a crise entre a Ucrânia, fora da Copa por pouco, e a Rússia (garrafas disputadas ferozmente em leilões por milionários amantes de baco, verdadeiras joias, que podem datar do início do século passado). Pena que não temos a Eslovênia, e seus brancos sedutores, em campo na Copa, mas as garrafas, sim, já chegam em boa quantidade por aqui.

E os japoneses, como sabemos, são fogo. Quando decidem fazer algo, fazem muito bem. A terra do sol nascente e do saquê vem se destacando há um bom tempo na produção de uísques de primeira linha, além de cervejas. E a elaboração de vinhos é crescente, em termos de quantidade e qualidade: além de uvas autóctones, como a rosada Koshu, o país apresenta bons resultados com variedades estrangeiras, como a Merlot. Falando em Koshu, por algum tempo foi vendido aqui um rótulo japonês, Magrez-Aruga Koshu, de Bernard Magrez, um

Portugal, Espanha, França, Itália, Grécia, Alemanha e Suíça formam o primeiro time da enologia mundial, os mais tradicionais produtores de vinho do mundo. E para cada um poderíamos organizar um torneio em separado. Imagine Dão x Douro; Rioja x Duero; Borgonha x Bordeaux; Toscana x Piemonte; Aghiorghitiko x Assyrtiko; Beerenauslese x Trockenbeerenauslese; Chasselas x Blauburgunder (como povos germânicos chamam a Pinot Noir). Na bola e na taça, estas Copas prometem.

A África do Sul, último anfitrião, não se classificou para a Copa, mas poderia estar muito bem representada pela uva Pinotage, nascida no país, resultado do cruzamento da Pinot Noir com Cinsault, ali conhecida como Hermitage, daí o seu nome. Mas eu pessoalmente prefiro os vinhos sul-africanos de corte, e se for para escolher uma casta, que ela seja a tinta Shiraz, ou ainda a Chenin Blanc. O atual Irã, dizem os historiadores, está na gênese da cultura vínica, e tem até uma cidade chamada Shiraz. Mas é na Austrália, único representando da Oceania na Copa, que esta uva dá os seus melhores resultados, fora da França, claro.

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ESPECIAL

Doce...Brasil! Por Aline Balbino

Dizem que o açúcar tem componentes que deixam as pessoas mais alegres e eufóricas. Claro, quando consumido na medida certa. O Brasil tem doces com sabores tão deliciosos que dão água na boca! Vamos conhecê-los? Um dos mais pedidos e conhecidos doces do país é o Brigadeiro. Alguns lugares o chamam de negrinho, mas o nome Brigadeiro vence de longe. As bolinhas de chocolate nasceram no Rio de Janeiro lá pelos tempos de 1946, para as festas que arrecadavam dinheiro para a candidatura do Brigadeiro Eduardo Gomes à presidência. Ele perdeu na urna para Eurico Gaspar Dutra, mas ganhou o doce em homenagem. Normalmente o brigadeiro fica exposto nas festas infantis junto com o cajuzinho e o beijinho, outras duas maravilhosas guloseimas. Mas, não coma muito porque a delícia carioca contém ovos, açúcar e manteiga, que engordam, e em excesso podem fazer mal à saúde. Você já comeu banana flambada? Não? Então não sabe o que está perdendo. O delicioso doce foi descoberto por acidente pelo chef Henri Charpentier, no final do século 19. Isso, o doce já tem mais de um século de existência! Ao preparar uma sobremesa - o famoso Crepe Suzette - para Edward VII, príncipe de Gales, o chef se distraiu e o fogo atingiu a frigideira em que estava o doce regado com conhaque. A palavra flambar vem do francês flamber, que significa "passar pela chama". Hum... Bateu uma vontade de comer uma banana flambada, não?!

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ESPECIAL Migrando para a Bahia, vamos conhecer as sobremesas típicas de lá. Você já experimentou um delicioso quindim? O doce na verdade é africano e reforça a ideia de que a Bahia recebeu uma forte influência da África, por isso a delícia acabou se tornando baiana. O nome quindim é de origem africana, que significa dengo, encanto. Seus componentes principais são: ovos, açúcar e amêndoas. Ao chegar ao Brasil saiu a amêndoa, difícil de encontrar por aqui, e entrou o coco, dando origem ao tão popular e apreciadíssimo quindim. Assim como vários pratos da comida brasileira, mais um alimento tem origem africana. O cuscuz, que é conhecido por ter origem pernambucana, na verdade chegou ao Brasil através dos negros escravizados. O cuscuz de tapioca é originário da culinária africana, com ingredientes brasileiros de origem indígena. Ufa! Que mistura de culturas! O doce é preparado a partir da fécula da mandioca, conhecida como tapioca. E pode ser salgado ou doce. Na maioria das receitas de preparo do cuscuz de tapioca doce se acrescenta coco ralado, açúcar, água ou leite. Os índios não tinham acesso ao açúcar e nem ao leite, por exemplo, ambos trazidos pelos europeus. Gastrovia

Os doces de Fortaleza também são muito famosos porque carregam uma imensa bagagem histórica. Uma dessas Fábrica de Bolos delícias é o Bolo Luiz Felipe. Mas, por que será que um bolo recebeu esse nome? Conta-se que ele recebeu o nome em homenagem ao senhor de Engenho Luiz Felipe de Sousa Leão, que era uma grande personalidade na época, e adorava este bolo à base de leite de coco. A sobremesa pode ser chamada também de Bolo Mole. A mistura agridoce parece ter agradado aos paladares nordestinos, já que o bolo é um dos mais famosos do Ceará. A receita leva açúcar, ovos, farinha de trigo, queijo parmesão, leite, maisena, margarina. Outra delícia típica de Fortaleza é a Cocada com Rapadura. A cocada vem de Angola e no Brasil é tipicamente feita à base de coco. As receitas normalmente levam gemas, leite e coco ralado. Mas, geralmente costuma variar. Algumas utilizam leite condensado, rapadura, leite de coco, açúcar e coco ralado queimado.

Passeando agora por Cuiabá, poderemos apreciar o doce de laranja. A guloseima leva, além da fruta, água, açúcar, canela em pau e craLiberal vos. Sua origem ainda é desconhecida, mas dizem que surgiu no Mato Grosso, mais precisamente em Cuiabá. Há quem diga que veio na época do descobrimento, quando Portugal chegou ao Brasil. E falando em coisas deliciosas, vamos conhecer o pudim de pão? O doce chegou ao país por diversas influências que passaram por Porto Rico, México, Bélgica, França e até Estados Unidos. Os ingredientes são básicos: ovos, leite, açúcar e pão francês. Ah, não podemos esquecer a Grã- Bretanha, terra da Princesa Diana. A receita foi muito produzida pelo chef Darren McGrady, por onze anos à frente das panelas do Palácio de Buckingham. Ele foi personal chef da princesa Diana, que adorava o pudim de pão feito por ele. Claro que a receita britânica é diferente da brasileira, mas ambas parecem ser deliciosas. Aqui no Brasil o prato é típico de Curitiba. Vale lembrar que o sul do Brasil recebe muita cultura estrangeira, principalmente europeia. Alguns alimentos não têm uma origem propriamente dita e muita gente não sabe como surgiram. A maçã com vinho é um exemplo. São poucos os ingredientes, apenas um litro de vinho tinto suave, açúcar e maçã. Mas, o sabor, ah, o sabor é imenso. A receita que é de lamber os beiços também é simples. ONDE COMER Mesmo sendo um doce carioca, um ótimo local para comer um delicioso Brigadeiro é o Viciados em Brigadeiro, que fica na Rua Da Consolação, nº 323 / 331 – Loja 22. Consolação – São Paulo, SP. Fone: (11) 2885-1750. Para experimentar um delicioso Bolo Luiz Felipe, o local ideal é o Mercado São Luiz. No site do espaço você encontrará a unidade mais perto. Para comer deliciosos doces, bolos e tortas, o local ideal é a Padaria Beira Mar, em Icaraí. Com 70 anos de história, a Beira Mar é hoje uma confeitaria com padrões internacionais, um delicioso restaurante e o Empório, uma charmosa loja de decoração, utensílios e presentes. COUVERT • 13




ESPECIAL

O mundo unido por duas paixões Por Kelly Goldoni, Lene Costa, Aline Balbino e Thaila Frade Quem nunca se sentiu atraído por uma boa mesa ou uma boa partida de futebol? Separados ou juntos, esses são, com certeza, duas paixões mundiais. Logo, em tempos de Copa do Mundo, tais paixões ganham versões ainda mais abrangentes, que se estendem por todas as regiões de um país. Em 2014, 32 seleções transformam o Brasil em palco da vigésima edição da competição realizada pela FIFA. Sendo assim, neste cenário onde as cores de todas as seleções parecem se misturar, o astro rei, o futebol, é quem dita as regras da classificação. A verdade é que em tempos de Copa, música, moda e, principalmente, a gastronomia temperada por suas regionalidades tomam emprestada a arte desenhada nos gramados e se transformam em verdadeiras estrelas. E no que diz respeito à apaixonante arte do forno e fogão, não dá outra. Afinal o resultado é sempre uma goleada de sabores. E quando o juiz apita o início da partida, Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul entram em campo com uma seleção de gostosuras. E nessa escalação vale convocar as principais delícias dos doze Estados que sediarão os jogos. A fim de ilustrar todo este cenário gastronômico das 12 regiões onde acontecerão as 48 partidas, esta edição da Couvert trará um apetitoso especial que,página a página, ou melhor, estado a estado convocará todas as maravilhas destas culinárias tão particulares. E aí, que tal entrar em campo com estas delícias?

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ESPECIAL

Um pedaço da Itália no Brasil Assim como o pontapé inicial da Copa do Mundo e da seleção brasileira, o estado de São Paulo também foi a primeira casa dos imigrantes italianos que chegaram ao Brasil nos idos de 1880, no fim do século XIX. Na bagagem, trouxeram o que é hoje um costume incorporado ao gosto e a mesa dos brasileiros: as massas. Fruto da miscigenação ocorrida em seu território, a gastronomia italiana é considerada uma das mais ricas do mundo devido à passagem de vários povos que passaram pela Península Itálica através dos séculos e ajudaram na formação do Estado. Dos árabes, que ocuparam a região da Sicília no século IX, a culinária herdou o açúcar, o arroz, a canela, o açafrão, a berinjela e os doces de marzipã. Já no século XV, os espanhóis também deixaram sua marca com uma gama de produtos recebidos da América recém-colonizada, como o tomate, a batata, o feijão, o milho, o cacau, o rum e o café. Já os franceses introduziram produtos derivados do leite, como manteiga e creme de leite, no preparo dos pratos. Em São Paulo, de acordo com dados da imigração da época, a maioria dos colonos era do Norte, de regiões como Vêneto, mas são os imigrantes do Sul, descendentes de Calábria e de Campânia, que contribuíram com o surgimento de bairros que hoje são reconhecidos por serem berços da culinária italiana, como o Bixiga, o Brás e a Mooca. Mas, se ainda há dúvidas sobre a qualidade da gastronomia apresentada, saiba que em 2011 a União das Câmaras de Comércio Italianas conferiu o selo Ospitalità Italiana a cantinas tipicamente italianas na capital paulista, em que foram analisados cerca de dez quesitos, desde menus até a ONDE SABOREAR: hospitalidade italiana. O selo, Famiglia Mancini criado em 1997 para classificar os restaurantes na própria Itália que Rua Avanhandava, 81, São Paulo seguiam fielmente as tradições do país, passou a ser distribuído Telefone: (11) 3255-6599 em todo o mundo em 2010, tendo sido dado a 440 restaurantes Domingo a quarta: 11h30 à1h em 45 países. Por aqui, são 29 casas (além de uma em Valinhos) Quinta-feira: 11h30 às 2h que representam a bela culinária italiana com delícias típicas. Sexta-feira e sábado: 11h30 às 3h

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ESPECIAL

Fogão de lenha: sabor marcante da comida mineira Fartura, simplicidade e tradição são algumas das palavras utilizadas para adjetivar a culinária de Minas Gerais. Na cozinha, além de mesa farta, a presença de um fogão de lenha é algo visto até os dias de hoje, principalmente no interior do estado. Apesar da mesa farta e das costumeiras cinco refeições diárias (café da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia), fruto do trabalho exaustivo na mineração de ouro e pedras preciosas, nem sempre foi assim. No século 18, no auge da exploração do ouro, havia uma escassez de alimentos, o que obrigou que muitos moradores passassem a cultivar animais e manter hortas em casa, que abasteciam suas cozinhas. Produtos de fácil tratamento e rápido crescimento, como mandioca, couve, taioba, feijão, milho, inhame, abóbora, banana, laranja, goiaba, jabuticaba e outras frutas acabaram transformando-se em ingredientes básicos das receitas. Animais de pequeno porte e baixo custo de manutenção, como o porco e galinha, também eram criados nos quintais das casas e, assim, as carnes e os ovos eram acrescentados ao preparo de pratos. Dividida em dois grupos, a culinária mineira é separada entre a “comida de fazenda” e a “cozinha dos tropeiros”. A primeira é caracterizada como “molhada”, composta por pratos de caldos e molhos, como angu e as carnes refogadas com legumes colhidos nas hortas. Na cozinha da fazenda, destacam-se o frango ensopado com quiabo, a couve, o angu, a costelinha e a rabada. Já no século 19, 18 • COUVERT

Costelinha da Sinhá

com a expansão das fazendas leiteiras, surgiram novos alimentos no cardápio mineiro, como o queijo branco, o doce de leite, a ambrosia, a coalhada e o pão de queijo. Já a culinária tropeira, geralmente “seca”, deixou como herança o uso de farinha em diversos pratos, sempre usada com a carne seca e misturada ao feijão, dando origem ao tutu. Outro hábito, a cachaça, introduzida pelos nordestinos que se fixaram na região, era o acompanhamento ideal para espantar o cansaço e o frio da noite. ONDE APRECIAR: Restaurante Xapuri Rua Mandacaru, 260, Pampulha, Belo Horizonte Tel: (31) 3496-6198 Horário de funcionamento: Terça a sábado, das 12:00 às 23:00 Domingos e feriados: 12h às 18h


ESPECIAL

Muito mais que carne, uma

experiência

Churrasco

Ao extremo Sul do país, próximo a tríplice fronteira – Argentina, Paraguai e Uruguai – a culinária do Rio Grande do Sul é fortemente reconhecida pelo sucesso que o churrasco faz em todo o país. Mas é dessa formação cultural que o chimarrão se origina e a erva-mate serve como símbolo na bandeira do Paraná. A bomba, a cuia, a erva-mate e a água morna que compõem o chimarrão eram apreciadas pelos índios quíchuas, aimarás e guaranis. Mas a bebida chegou a ser proibida durante o século 16, sendo considerada "erva do diabo" pelos padres jesuítas. Já no século 17, os padres viram na bebida uma forma de afastar a população do consumo de bebidas alcoólicas. Já a fama das carnes gaúchas se dá pela região ter sido uma das primeiras áreas de criação bovina no país, em meados do século 17, sendo a cultura introduzida na região como uma estratégia colonizadora dos jesuítas espanhóis, que estavam próximos da fronteira, pertencente à Coroa Espanhola. Os padres acreditavam que os índios fugiriam e buscariam abrigo nas missões, mas os indígenas passaram a cuidar do gado e a consumiGalpão Crioulo la, aprendendo com os jesuítas a cultura europeia e a religião. Com a tentativa de retomada do território pela Coroa portuguesa, tropeiros de São Paulo e Minas rumaram para o Sul do país e, anos depois, ao voltarem, encontraram uma abundância de gado selvagem, que era abatido para extração do couro. A carne que sobrava era enrolada em sal grosso e, desidratada, ganhava maior durabilidade, surgindo assim o charque. A partir de 1824, imigrantes alemães passaram a ocupar o Sul, principalmente as áreas rurais. Por lá começaram a plantar alimentos que não eram comuns no Brasil, como a batata, e a produzir comidas típicas, como o queijo colonial, a chimia (melaço e batata-doce), o Eisbein, o Apfelstrudel e as cucas. Já os italianos chegaram por volta de 1875 e passaram a saborear polentas, massas e frangos com abundância. O vinho, hoje também produto típico da região, é outra herança italiana, que encontrou no solo sulista ótimas condições de cultivo.

ONDE IR: Churrascaria Galpão Crioulo Endereço: Rua Otávio Francisco Caruso da Rocha, s/n, Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, Centro Histórico. Porto Alegre Telefone: (51) 3226-8194 Horário de funcionamento: diariamente das 11h30 às 15h e das 19h30 à 0h.

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ESPECIAL

Na correria da capital federal, um lanche rápido Brasília é a cidade-sede da Copa do Mundo caçula entre os 12 cartões postais em que o futebol irá rolar. Com apenas 54 anos de idade, o Distrito Federal ainda não possui uma comida que possa ser considerada típica da capital. Em sua construção, chegaram habitantes de vários estados para se estabelecerem no cerrado e, por isso, a gastronomia da capital brasileira absorveu referências variadas. Em Brasília você pode ir a um restaurante mineiro, goiano, gaúcho, nordestino sem sair da cidade, além de uma gama de opções da culinária internacional com restaurantes alemães, italianos, franceses, portugueses e argentinos. Com a conclusão da cidade, Brasília deixou de ser um grande canteiro de obras para transformar-se em um caldeirão borbulhante de trabalhadores dos mais diversos ministérios e departamentos administrativos. Com a rotina de trabalho, a pausa para pequenos lanches foi incorporada ao dia a dia, sendo também uma ótima oportunidade de conhecer um pouco do que cada região do país tem a oferecer. Macarrão de palmito pupunha

Cidade idealizada pelo presidente Juscelino Kubitschek, a herança mineira não poderia deixar de predominar, transformando o pão de queijo em um produto campeão de vendas, assim como a pizza e a dupla oferecida em diversos cantos da cidade: o pastel acompanhado de caldo de cana. Da culinária mineira temos ainda o feijão de tropeiro e os pratos prediletos de JK, como o frango com quiabo e angu, que ele chamava de “Chico angu”. Mas, sem nos esquecermos da posição geográfica de Brasília, o cerrado oferece ingredientes típicos que servem para a preparação de uma iguaria bastante popular no Centro-Oeste, o Arroz com Pequi. A fruta, levemente ácida, dá sabor especial ao arroz tradicional, temperado com alho, cebola e cheiro-verde. Outra opção de prato apreciado na região é o peixe na telha, em geral o surubim ou o pintado, servido sobre uma telha ou em uma forma de barro, feito com leite de coco, farinha de mandioca, salsinha, cebolinha e coentro a gosto, além de sal, pimenta e limão. 20 • COUVERT

ONDE IR: Ares do Brasil Endereço: SHIS CL QI 17, Bloco F, loja 201/204 - Brasília Telefone: (61) 3248-4614 O restaurante funciona de terça a quinta das 12h às15h e no jantar das 19h às 23h. Sextas e sábados o funcionamento à noite é das 19h à 0h. Já aos domingos a casa só abre para o almoço até 16h. Cartões de crédito (Dinners, Mastercard, Visa) e Cartões de débito (Maestro, Rede Shop, Visa Electron) Acesso para deficientes, acesso wireless, ar condicionado, estacionamento. Levar vinhos (permite). Lugares/Capacidade (total 86).


ESPECIAL

Cuiabá é local de peixes variados Seja frito, cozido ou assado, quase todo mundo adora comer um bom peixe. E um dos locais ideais para isso no Brasil é Cuiabá. Cercado por rios de água doce, o local oferece uma diversidade imensa de pescados. “Quem vai a Cuiabá e come cabeça de pacu jamais vai embora". Um dos mais famosos ditados populares de Mato Grosso faz jus à Cuiabá. Pacu, matrinxã, pintado e piraputanga são apenas algumas das iguarias mais degustadas da região. Agora vamos imaginar um saboroso almoço à beira de um belo rio... O sabor dos pescados é tão Barradas Comunicação incrível que o ideal é experimentar visitando um rodízio de peixes. Para acompanhar, arroz e farofa de banana. Hum... que mistura diferente e deliciosa! Cuiabá conta com o Mercado do Porto, um dos mais importantes pontos turísticos da cidade que dispõe ainda da venda de peixes e produtos típicos do Mato Grosso. Lá você poderá conferir ainda apresentações culturais, que estão entre as principais atrações da cidade. Inaugurado em 1994, o espaço foi construído para retirar comerciantes das ruas da cidade e abrigar os feirantes que vendiam suas mercadorias no As Novidades antigo Mercado Municipal, onde, atualmente, funciona o Museu

Personal Chefe

Bares Tur

Mujica de Pintado

do Rio Cuiabá. Além de comprar peixes regionais no Mercado do Porto, há Pintado restaurantes que vendem as iguarias já prontas. Bom, eu não perderia essa chance por nada. Então vamos aproveitar que o peixe é um alimento muito nutritivo e saborear até cansar. Temos o pirarucu, que é típico do Vale do Araguaia, o matrinxã encontrado em Alta Floresta. Encontrar variados tipos de peixe de água doce não é difícil em Cuiabá. O restaurante Okada é o lugar ideal para quem quer comer peixe. Desde 1983 atendendo com qualidade e surpreendendo cada dia mais seu paladar, o Okada oferece os mais variados tipos de peixes. O restaurante Pintado funciona na Avenida Ribeirão Preto, número 1, Morada da Serra, Cuiabá. Para fazer reservas, basta ligar para: (65) 3641.2584.

Piraputanga COUVERT • 21


ESPECIAL

Curitiba: A cultura gastronômica está aqui As áreas verdes e a qualidade de vida são apenas alguns dos atrativos que levam milhares de pessoas a Curitiba todos os anos. Muitos visitam e não querem sair mais. O friozinho e a comida saborosa transformam Curitiba numa cidade incrível. A culinária local recebeu muita influência europeia, seja italiana ou alemã, e ao mesmo tempo tem seu toque abrasileirado. Na verdade, a região Sul do Brasil é recheada de culturas vindas de outros estados e a gastronomia também está inserida nesse contexto. A temperatura amena contribui para uma alimentação saudável e ao mesmo tempo agradável. Vamos às dicas? Topa conhecer sabores de ar água na boca?

Rapha no Mundo

Barreado

mandioca e água quente. Essa massa deu origem ao nome do prato. A comida deixa no ar aquele gostinho de quero mais. Quem visita Curitiba precisa procurar um restaurante que sirva o Barreado e, com a chegada do frio, o sabor é a melhor pedida.

Pilar Fotografia

Carne de Onça

O primeiro prato, um dos mais importantes, é o Barreado. De longe parece uma deliciosa feijoada. Os negros cativos pela escravidão também têm um dedo na criação desta iguaria. Bem antigamente, o Barreado era um alimento feito pelas caboclas que, por sua facilidade, preparavam o prato e depois saíam rumo às feiras tipicamente africanas. O Barreado era feito com carne dura, cozida em panela de barro e vedada com massa feita de cinza de fogueira, barro, farinha de 22 • COUVERT

Mais do que uma comida típica, o pinhão faz parte da história de Curitiba. O pinhão é semente da Araucária, planta nativa da região. O interessante do prato é que ele pode ser servido de diversas maneiras. Pode ser cozido tanto em água como nas fogueiras ou na brasa. Pode ser feita também a farinha de pinhão, que será utilizada em bolos, pães, tortas, entre outros pratos. O seu consumo é variado, podendo ser usado em saladas, ensopados e bolos. Esteticamente falando, a Carne de Onça não é um prato muito bonito, mas o sabor, ah, o sabor! Ele é único e inconfundível. Depois dessa explosão de sabor, o que você está esperando para experimentar todas as delícias que a culinária curitibana tem a oferecer?


ESPECIAL

Fortaleza terra de boa cultura e culinária O Brasil é um país com um leque de peculiares prazeres só possíveis de encontrar aqui, em terras tupiniquins. A recepção calorosa do povo brasileiro, unida às paisagens naturais e economia em desenvolvimento, atrai muitos turistas. Para exemplificar todas essas qualidades singulares, é importante conhecer Fortaleza, Ceará. Não adianta citar a região sem lembrar a gastronomia cearense. Está preparado para viajar nessa aventura gastronômica? É impossível falar de culinária nordestina sem falar do Baião de Dois. A origem do prato ainda é muito discutida, porque alguns garantem que a comida nasceu a partir da música popular brasileira e outros devido à seca no nordeste. Mas, a afirmação mais convincente até o momento é a primeira. Conta-se que o nome “baião” deriva de uma dança típica, um ritmo musical muito difundido por Luiz Gonzaga, reconhecido nacionalmente como “O Rei do Baião”. Há também quem diga que a iguaria nasceu na Paraíba e não em Fortaleza. A história do baião de dois remonta às dificuldades das pessoas do sertão no período da seca, que na luta contra a fome utilizavam todos os ingredientes sem estragar nada. Desta maneira, uniam o arroz, o feijão, o queijo de coalho, a carne de sol originando o Baião de Dois. Este prato foi muito usado por vaqueiros em suas comitivas. Como é um prato que pode ser combinado com outros alimentos, o baião de dois pode ser degustado em companhia da manteiga de garrafa.

Além de delicioso, o baião de dois é um prato muito nutritivo. No Ceará, ele é servido com queijo coalho, carne seca, nata e muito temperos, que tornam o sabor inigualável. Pode ser encontrado em quase todos os bares, barracas de praia e restaurantes da cidade. Um dos ingredientes do baião de dois é figura certa nas praias do Rio de Janeiro. O queijo coalho, tradicional no Nordeste do Brasil, é muito consumido pelos banhistas por ser um tipo de queijo ideal para assar ou ser consumido in natura. A iguaria também é uma ótima pedida naqueles churrascos em casa, mas bom mesmo é comer um queijo coalho feito por quem já tem bastante experiência.

Abril

Baião de Dois

Queijo Coalho

E para quem gosta de uma comida tipicamente nordestina, a dica é conhecer o Kaçuá, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. A casa oferece, em um ambiente agradável, uma culinária incrível. E para quem nunca experimentou delícias nordestinas, a oportunidade é essa. O restaurante fica na Rua Senador Rui Carneiro, 220, Recreio, Rio de Janeiro. As reservas podem ser feitas pelo telefone 2490-2607. COUVERT • 23


ESPECIAL

Encantadora culinária de Manaus

Caldeirada de Peixe

Não é apenas por sua natureza rica e seu desenvolvimento que Manaus é invejada. A culinária local é conhecida por desfrutar de iguarias com sabores muito exóticos. Quem não está acostumado, acha que Manaus é outro país dentro do Brasil. Diversos nomes de pratos manauaras têm origem indígena por conta da influência dos índios. Mas, Manaus é uma cidade rica em cultura, diga-se de passagem. A lenda Boi Bumbá é conhecida em todo o Brasil e fora dele. Está preparado para viajar nessa diversidade gastronômica? A mandioca e a curiosa carne de tartaruga são alguns dos pratos prediletos da região. O interessante de Manaus é a variedade de comidas naturais, como frutas e peixes. As mais famosas frutas são: o açaí, o guaraná, a castanha-do-pará, o pequi, a pupunha, o murici e o cupuaçu. Esta última, que é perfumada e azedinha, pode render deliciosos sucos, bombons, balas e inúmeras sobremesas, como o mousse. Mas, as frutas amazônicas também podem produzir vitaminas, que além de deliciosas, podem nos deixar mais fortes e mais saudáveis. Mas, voltando para as inúmeras receitas, podemos destacar a deliciosa Costelinha de Tambaqui, peixe tradicional da Amazônia. A iguaria pode ser feita em forma de churrasco. Acompanhado de um bom vinho, torna-

Costela de Tambaqui 24 • COUVERT

-se um prato ideal para comer entre amigos ou em casal. Além de saboroso, o peixe é um prato muito elegante e atraente. Mas o pescado pode ser ensopado. A Caldeirada de Peixe é a mistura entre o Tambaqui e o Tucunaré. O tempero de ervas é ideal para deixar um sabor incrível e único. Após apreciar essa explosão gastronômica, nada melhor que deliciosos sorvetes. Os sabores mais comuns são: bacuri, cajá, taperebá, açaí, castanha, tapioca. Já deu água na boca não é? E por falar em açaí, você sabia que ele é tipicamente amazonense? Em alguns locais, como no Maranhão, a fruta é chamada de Jussara, mas sendo açaí ou Jussara o alimento é uma delícia e ganhou fama em todo Brasil. Com suas propriedades antioxidantes, o açaí é muito degustado até mesmo no Rio de Janeiro e em outros estados, das mais variadas formas. Mudando um pouco de assunto vamos migrar para a tapioca, que mesmo sendo um prato tipicamente nordestino também é muito consumido na Região Norte, principalmente no café da manhã e no lanche da tarde.

GULOSEIMAS Conheceu Manaus e não sabe que presentinho levar para a família e para os amigos? Que tal levar a bala Puxa-puxa? Por fora, o sabor é de doce de leite e o recheio é puxa-puxa, sabor típico da região. Alguns dizem que a bala é tão doce que dói o dente. Uma caixa de 50 unidades custa cerca de R$ 10.


ESPECIAL

A “esquina” do Brasil De um lado, a aridez do ser-de-sol. Como era costume, Suvaco de cobra tão. Do outro, as riquezas do o gado abatido era salgamar. No meio, Natal, capital do e colocado em locais do Rio Grande do Norte, que cobertos e ventilados para soube incorporar as delícias secar. A técnica de armazeda terra e do mar a sua rica namento permitia que o ingastronomia. Colonizada por terior da carne ficasse mais índios, negros e portugueses, úmido e macio. a gastronomia potiguar é dividida em duas partes: a dos Os doces, tão populares e frutos do mar, explicado pela capazes de levar os mais localização geográfica e abundância em ca- céticos ao pecado da gula, sofreram influmarão, entre outros, e os produtos da terra. ências dos cristãos-novos, os judeus portuNesses, o destaque fica para a região do Seri- gueses. Destes, o cuscuz é a receita mais dó, localizada ao centro-sul do estado. significativa deixada por esse grupo, além de sequilhos, manguzá, umbuzada, filhós Na região do Seridó, a colonização também com mel, "caviar de caju" bolos, biscoitos contou com a participação de judeus, mas artesanais, entre outros. cada grupo soube aproveitar as oportunidades que a região oferecia. Dos índios, o O mar também propicia delícias, como o uso de milho e da mandioca foi perpetuado, bobó de camarão, a famosa ginga com taoriginando mais tarde a chamada “paçoca”, pioca (peixe frito no óleo de dendê bem uma mistura de farinha de mandioca com quente e servido com tapioca) e a carancarne amassada em pilões. guejada (caranguejo fervido ao leite de coco com tomate, pimentão, cebola e temperos), Já os portugueses introduziram o gado na servidos à beira do mar. Também é costumeiregião do sertão, originando assim a carne- ro o baião-de-dois, um feijão verde com arroz cozidos na mesma panela, com adição de vários ingredientes e temperos) e a galiMangai nha a cabidela.

ONDE IR: Mangai Endereço: Av. Amintas Barros, nº 3300, Lagoa Nova Telefone: (84) 3206-3344 Funcionamento: Segunda a Domingo das 11h às 22h.

COUVERT • 25


ESPECIAL

Bolo de Rolo

Uma doce viagem na história

Às margens do Oceano Atlântico e com a miscigenação de índios, escravos e portugueses, a cidade de Recife deixou como herança uma série de doces que se transformaram em típicos da região ao passar dos anos. Receitas como Bolo de rolo, Bolo Souza Leão e Cartola são tão apreciadas pelo pernambucano que ganharam, entre os anos de 2007 e 2009, o status de Patrimônio Cultural Imaterial do Estado de Pernambuco, conferido pelo Assembleia Legislativa. Um pe lá outro cá

O primeiro a receber o título, o Bolo de rolo, é inspirado em uma receita portuguesa, o colchão de noiva. Originalmente, o rocambole era recheado com doce de amêndoas, difícil de ser encontrado no Nordeste e foi substituído por goiabada, distribuída em finas camadas, que ao terem a massa enrolada, ficavam cada vez mais finas, se parecendo com o rolo que batizou o bolo.

e a manteiga francesa, por manteiga feita na cozinha do engenho. Já a Cartola, o doce mais simples, é originária das casas-grandes também, mas demonstra uma particular democracia ao ser um alimento consumido tanto por portugueses, por indígenas, quanto pelos escravos italianos. Feito com banana - de preferência a prata -, queijo e manteiga, o doce é servido em camadas de banana e queijo, polvilhados com açúcar e canela, mas a real origem do doce jamais foi descoberta.

Bolo Souza Leão

O bolo de rolo virou um prato tão típico da culinária pernambucana que foi servido ao Papa João Paulo II, durante sua passagem por Recife, em 1980. E assim como a sua popularização, ao longo dos anos, versões de doce de leite e de chocolate passaram a ser oferecidas ao público. Outra iguaria, o bolo Souza Leão, também é fruto de uma adaptação portuguesa aos ingredientes encontrados na colônia. Sua origem remete à família que o batizou, importantes fazendeiros de engenhos. Pelas mãos da Dona Rita de Cássia Souza Leão Bezerra Cavalcanti, esposa do coronel Agostinho Bezerra da Silva Cavalcanti, proprietário do engenho São Bartolomeu, povoado de Muribeca, município de Jaboatão dos Guararapes, o trigo seria substituído pela massa de mandioca; 26 • COUVERT

Sal e Sol

ONDE COMER: Casa dos Frios Av. Rui Barbosa, 412, Graças, Recife Telefone: (81) 2125- 0000


ESPECIAL

Salvador, terra de todos os santos e de deliciosos sabores As igrejas históricas, a cultura afrodescendente e as belíssimas praias formam o cenário perfeito para quem escolhe a Bahia como seu destino. Há tantos atrativos para desfrutar, tantas belezas e uma culinária única que inicialmente atrai seus degustadores pela curiosidade e fama. Anualmente, milhares de turistas desembarcam na Bahia em busca de diversão e cultura. Cada canto do estado carrega uma imensa bagagem de histórias. O Carnaval e a gastronomia são alguns dos presentes que a Bahia oferece. A começar pelas ruas de paralelepípedo, que em épocas de Carnaval embalam milhares, senão milhões de foliões, todos prontos para a diversão baiana. A comida típica da Bahia atrai também muitos amantes da culinária brasileira. Aceita viajar conosco pela fantástica gastronomia baiana?

cravidão. Sendo considerado o símbolo gastronômico da Bahia, o acarajé nasceu junto aos terreiros do candomblé. Não é à toa que a iguaria é servida por baianas vestidas com roupas típicas. O acarajé tornou-se Patrimônio Cultural Brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em 2004. O nome do quitute tem origem nas palavras akàrà (bola de fogo) e jé (comer).

Um dos pratos mais famosos da terra de todos os santos, o acarajé, mesmo sendo uma especialidade afro-brasileira, é conhecida pelo mundo como uma iguaria criada no Brasil. A primeira pergunta feita pela baiana é: Quente ou frio? A fama “caliente” de início assusta quem aceita experimentar o prato, que pode ser muito apimentado. Na hora de visitar a barraca de uma simpática baiana, é preciso escolher a dedo o tipo de acarajé que irá comer. A peculiaridade do sabor apimentado é o diferencial para quem a busca.

A união de feijão fradinho, cebola, pimenta malagueta, azeite de dendê e camarão, para alguns, é uma mistura muito forte. Como é impossível ir à Salvador e não experimentar um delicioso e atraente acarajé, a sugestão é o acarajé frio, por oferecer menos pimenta. Para o acarajé ficar completo, nada melhor que o vatapá como acompanhamento, que aliviará também o sabor mais apimentado. O prato é uma mistura de leves temperos, cheiro verde, pão, camarão e azeite de dendê.

Acarajé

Além do sabor, o acarajé tem história que já perdura desde a chegada dos imigrantes africanos no período da es-

Vatapá

Moqueca de Sururu

Mas a singularidade da comida baiana não para por aí! O sururu, pequenos mariscos, também é um prato muito procurado e considerado afrodisíaco. Uma viagem por Salvador oferece oportunidades únicas de elevar o conhecimento, tanto histórico quanto gastronômico, (grau cultural?) levando para casa lembranças maravilhosas.

ONDE COMER Uma ótima opção para comer comida baiana é o Siri Mole, na Avenida Maestro Ivan Lins, 270, na Barra da Tijuca. O telefone de contato é 2429-7834. Há outro Siri Mole em Copacabana. O local oferece ótimas pedidas, inclusive para quem quer comer frutos do mar, caldo de Sururu, saladas e grelhados. O restaurante é muito conhecido, como a Bahia no Rio de Janeiro, por oferecer um cardápio tipicamente baiano. COUVERT • 27


ESPECIAL

Rio: cidade deliciosamente maravilhosa Vir ao Rio de Janeiro e não experimentar a famosa feijoada não é conhecer o Rio de Janeiro. A cidade maravilhosa, como é mundialmente conhecida, oferece muitos gostinhos especiais, como a feijoada, a caipirinha, os bolinhos de feijão e os famosos petiscos. Alguns desses sabores nem são tipicamente cariocas, mas já fazem parte da mesa de muitas famílias ou até de barzinhos e botecos espalhados pela cidade. A feijoada nasceu ainda na época da escravidão. Os senhores de engenho consumiam somente a carne boa do porco e os escravos tinham que comer o restante: pata, orelha, garganta e gordura, por exemplo. Para melhorar o paladar, eles misturavam feijão e, com o passar dos anos, essa feijoada ganhou nova versão. As carnes ditas nobres foram inseridas nesse prato, como o lombo e a carne seca. O resultado é um prato de lamber os dedos e que pode ser acompanhado de outras comidas típicas, como o arroz branco, a farofa e a couve. O galeto é outra pedida que agrada muitos paladares. Acompanhado de arroz, feijão, farofa e batata frita, diversos restaurantes espalhados pela cidade servem esses pratos para milhares de pessoas por dia. Já a caipirinha, inicialmente feita com limão e bebida alcoólica, também foi reinventada e hoje há versões com diversas frutas, como kiwi, morango, abacaxi e maracujá. No lugar da antiga cachaça, Caipirinha há quem goste de 28 • COUVERT

Bolinho de Bacalhau

colocar vodka. Conhecida mundialmente, a caipirinha brasileira é uma ótima pedida para quem quer uma bebida mais forte. Mas, vale lembrar que a bebida também não é carioca.

Não se deve abusar, mas o chopp acompanhado de algum petisco é outra opção para quem quer curtir o Rio de Janeiro. Petiscos como bolinho de feijão e de bacalhau, pastel de camarão, linguiça frita com cebola e salgadinhos variados também traduzem a cara do Rio. Tudo isso acompanhado de uma mesa de bar, bons amigos e um samba de raiz transformam a noite de qualquer um em pura diversão. Ah, mas não podemos esquecer o churrasquinho Churrasquinho no espeto, que é uma delícia. Outra maravilha da cozinha carioca é o frango a passarinho, sempre muito pedido nos bares. É fácil observar como o Rio de Janeiro possui uma mistura de culturas quando diz respeito à culinária. O sabor de uma boa refeição ultrapassa estados e fronteiras. O local ideal para beliscar um delicioso petisco é o Restaurante Aprazível, no bairro Santa Tereza, no Rio de Janeiro. Com um ambiente acolhedor e aconchegante, o local é ideal para, além de comer um delicioso tira-gosto, experimentar também diversos tipos de bebidas cervejas, cachaças e vinhos. O restaurante fica na Rua Aprazível, 62, Santa Tereza. O telefone de contato é: 2508-9174


A ponte aérea entre Brasil e Portugal nunca foi tão gostosa

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DO SEU JEITO

As cores do Brasil Por Lene Costa

A Copa do Mundo já chegou e as cores verde, amarelo, azul e branco dão o tom, colorindo looks, ruas e casas. Nesta época, as cores brasileiríssimas são reinventadas de diversas maneiras, como se em cada cantinho estivesse a própria seleção brasileira. E é com este espírito à moda Brasil que nossa coluna desponta para fazer a sua casa encabeçar uma goleada de sofisticação. Uma boa dica é usar pequenos acessórios e adereços para decorar a casa. Então vamos lá, faça uma decoração criativa e deixe sua casa linda e no clima da Copa do Mundo.

dica 1

dica 2

U

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ma linda caixa é sempre bem vinda para enfeitar a sala de estar em qualquer ocasião. Na Copa, essas caixas ganham uma cor muito especial e se transformam em bandeiras brasileiras. No Empório Mix você encontra esta caixa de madeira Brasil. Com esta dica sua sala vai ficar muito mais bonita! O endereço do Empório Mix é Rua Mem de Sá, 91 - Icaraí Niterói – RJ.

s flores também estão presentes na escalação da decoração. Se utilizadas em vasos, com Prosa Treco s e Cacareco s sementes ou grãos, marcam um golaço de sofisticação. O legal das flores é que elas servem para decorar com alegria todos os cantos da sua casa.

dica 3

A

tabela dos jogos é uma parceira inseparável para acompanhar as rodadas. E para não perder sua tabela, nada melhor do que um lindo peso de papel com as cores da bandeira. O legal nesta dica é que ela serve para decorar sua casa ou sua mesa no escritório. Este peso de papel Brasil é um produto da Câmara 1, que fica na Rua Mem de Sá, 91 - Icaraí - Niterói – RJ. O telefone para contato é (21) 2714-6747.

dica 4

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urante as refeições ou em momentos de pura descontração, o jogo americano é uma ótima pedida. Na Copa do Mundo da Tok Stok, eles ganham mais vida com motivos das jogadas mais famosas! Além de protegidos, seus móveis ficaram decorados e muito divertidos.

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dica 5

E

para quem não dispensa uma dose da brasileiríssima caninha, esses copinhos com selos do Brasil da Imaginarium são a receita certa. Eles são bonitos, além, é claro, de trazer mais estilo para seus momentos de descontração.



ENTREVISTA

Esquina do bom sabor Por Lene Costa

A

rota da Revista Couvert percorreu a Lagoa Rodrigo de Freitas, o Morro Dois Irmãos e o Canal do Jardim de Alah e foi parar no badaladíssimo bairro da Zona Sul, Leblon. Isso porque é lá que, em um restaurante com o ambiente aconchegante e lindamente decorado, com madeira, ferro e objetos garimpados em feiras de antiguidade,encontra-se o bem humorado chef de cozinha e motociclista Dudu Mesquita. Consultor gastronômico com mais de 20 anos de experiência no mercado da gastronomia, Dudu possui certificações nacionais e internacionais. E à frente do cardápio do uruguaio Gonzalo – Sabores Del Sur, localizado na Avenida Bartolomeu Mitre, nº 450, o chef - um tricolor de coração - revela por intermédio de sua culinária ímpar, uma suculenta explosão gustativa de carnes uruguaias. E é através de uma descontraída entrevista, que contou com a participação de Gustavo Delorme, um dos sócios de Dudu, que a nossa coluna trará até você um pouquinho da história do simpático chef do Gonzalo.

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(...) Trabalhei para grandes redes. Formei vários profissionais durante meu tempo como professor. Meu mundo gira em torno da comida. Dudu Mesquita


ENTREVISTA Revista Couvert - Conte-nos um pouco de sua história? Dudu Mesquita - Minha paixão pela gastronomia vem de família, pois cresci vendo as confraternizações da minha família sendo iniciadas na cozinha. Aos 19 anos iniciei minha vida gastronômica. Perdi a conta de quantos restaurantes planejei e fiz acontecer durante as consultorias. Trabalhei para grandes redes. Formei vários profissionais durante meu tempo como professor. Meu mundo gira em torno da comida. Revista Couvert - O que despertou a vontade de trabalhar no meio gastronômico? Dudu Mesquita - O fato de crescer vendo o que a comida faz com as pessoas. A celebração em torno de uma mesa de almoço/jantar. Revista Couvert - Durante suas trajetórias na gastronomia, quais foram os restaurantes em que você trabalhou? Dudu Mesquita - Parmê, Oliva, Prado, Eclético, dente outros. Revista Couvert - Fale-nos um pouco sobre como você e seus sócios iniciaram a sociedade? Dudu Mesquita - A princípio fui convidado para fazer uma consultoria para o restaurante, achei o projeto sensacional e me animei muito. Os sócios então perceberam e me convidaram a fazer parte da sociedade. Revista Couvert - O que o futebol significa para você? Dudu Mesquita - O churrasco para assistir aos jogos é sempre por minha conta, além da confraternização dos amigos para ver a bola rolando. Revista Couvert - Nos dias de descanso o que você gosta de fazer? Dudu Mesquita - Curtir minha casa e família.

prestigiando meu time nos estádios, principalmente no Maracanã. Revista Couvert - Brasil, o país sede da Copa do Mundo. Como vocês avaliam este cenário? Dudu Mesquita - Avalio positivamente no que diz respeito ao desenvolvimento do turismo e da gastronomia. Revista Couvert - O que você acha da cena gastronômica para a Copa do Mundo? Dudu Mesquita - Creio que o Brasil está muito bem preparado, com excelentes restaurantes para atender a demanda que a Copa do Mundo trará. Revista Couvert - E o que o cardápio do Gonzalo vai apresentar para sua clientela durante o mundial? Dudu Mesquita - Vai apresentar o que ele sabe fazer de melhor, o tradicional assado uruguaio com os melhores cortes de carnes e excelência no serviço aos clientes. Sendo um autêntico pedaço do Uruguai no Rio de Janeiro. Revista Couvert - Como surgiu a ideia de abrir o Gonzalo? Gustavo Delorme (sócio Dudu) - Sentíamos falta de uma casa de carnes de verdade na cidade. Aliamos a paixão pela carne à possibilidade de construir um negócio.

Aliamos a paixão pela carne à possibilidade de construir um negócio. Gustavo Delorme (sócio Dudu)

Revista Couvert - Você e o Delorme torcem pelo mesmo time? Dudu Mesquita - Sim, somos tricolores. Fluminense!

Revista Couvert - Vocês já receberam algum jogador de futebol no Gonzalo? Quem? Gustavo Delorme (sócio Dudu) - Sim, vários. Mas o que mais gostamos de ter em nossa casa foi, sem dúvida, o gigghia, uma espécie de padrinho nosso.

Revista Couvert - O que o Fluminense significa? Dudu Mesquita - Embora eu não pratique o esporte, o Fluminense é meu time, sou de família tricolor e passei esse amor adiante para minha filha e esposa. Somos uma família tricolor. Acompanho os jogos e estou sempre

Revista Couvert - O Gonzalo vai ter alguma programação especial para os jogos da Copa? Gustavo Delorme (sócio Dudu) - Apenas um ponto de encontro para os uruguaios cariocas confraternizarem. Sem tevê, é claro. COUVERT • 33


BOCA NO MUNDO Praia de carioca durante a Copa é na Tijuca, quando o mar se tornará Maracanã, palco de sete partidas, incluindo a desejada final, que contará com o Brasil, certo? O levantamento de copos se tornará o segundo esporte nacional, e moram na vizinhança do estádio alguns dos melhores petiscos da cidade, em seis bares que sugerem o sonhado hexacampeonato canarinho. Prontos para encantar as inúmeras línguas que serão faladas por aqui no aguardado mês de junho. Região de crescente destaque na gastronomia, a Praça da Bandeira é parada estratégica de onde se vai a pé ao templo da bola. E berço de bares premiados, com extensas cartas de cervejas nacionais na qualidade do futebol verde a amarelo, eterno favorito a taças e copos.

Paladar rumo ao hexa Por Pedro Landim Blog Boca no Mundo

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Pois vejam o que aprontou Kátia Barbosa, cozinheira do Aconchego Carioca, servindo um nhoque com a massa de vatapá, ao molho de camarão no leite de coco e gengibre. Resumo criativo das panelas brasileiras. Na preliminar da Rua Barão de Iguatemi, entra em campo um tartare feito de carne de sol, picles de maxixe e chips de batata doce.

Vatapá

Tartare de Carne de Sol

Na lista dos bolinhos famosos, a novidade é o de arroz vermelho, carne de sol e queijo coalho, feito com o cereal do Vale do Piancó, na Paraíba. O de feijoada já virou atração internacional e o Deixa Arder provoca emoções com a pimenta dedo-de-moça, que também é coisa nossa. A vermelhinha é recheada com carne seca e queijo, depois empanada. Nos copos, opções como a linha da catarinense Eisenbahn, e as mineiras da Wäls. E por falar em cerveja, atravessando a rua, o torcedor adentra o Bar da Frente, que trabalha apenas com louras, ruivas e negras nacionais, seleção brasileira que bate um bolão. Ou melhor, um bolinho. Com rótulos como os da Fragga, de Vargem Pequena, e da Noi, de Niterói, há quitutes ce-


BOCA NO MUNDO lestiais como o Fofinho de Camarão, espécie de bolinho de uma trouxa de couve recheada com canjiquinha e queijo, chuva recheado com camarão, para ser mergulhado em regada ao molho de tomate com linguiça da casa. E os ‘canapés’ de polenta frita com rabada desfiada seduzem molho agridoce. gregos e troianos nas arquibancadas. Saudando a torcida japonesa, o Porquinho de Quimono é um harumaki com carne de costela suína e queijo cremoso, ao molho agridoce. Só não deixe o local sem experimentar o bolinho de arroz de ‘puta rica’, com carne seca, linguiça, cheiro verde e outras bossas. Para ser mergulhado no molho que leva na fórmula a calda em caramelo do pudim de leite da casa. Poucos metros à frente, alguns dos melhores chopes da cidade aguardam europeus saudosos de seus pubs, e dispostos a conhecer a bela produção brasileira no Botto Bar. São 20 torneiras plugadas em chopes como o Zoontje, de fabricação própria, além dos famosos Delirium Escondidinho Cervejeiro Tremens e Weihenstephaner, um clássico entre Bélgica e Alemanha. Para o rango, há novidades como croquetes de pernil assado e o Escondidinho Cervejeiro, preparado com cubos de filé mignon, blue cheese e mandioca.

Fondue da Gema

O ‘fondue’ servido na casa da Rua Barão de Mesquita é outro achado, em forma de angu com queijo derretido, Atoleiro Carioca farofa de torresmo e pimenta biquinho, rodeado de costelinha suína e linguiça mineira. E o Atoleiro Carioca mistura peito de boi com linguiça e aipim, em pesto de agrião. Artilheiro e ‘bad boy’, às vezes contestado pelo temperamento forte, mas sempre balançando as redes, o jiló pinta na área tijucana em delícias como a lasanha do Da Gema, com molho de tomates Bolinho de Arroz Carnavalesco e cubos de linguiça calabresa, e na coleção de sabores do Bar do Momo.

Chegando à Tijuca, a Praça Varnhagen é concentração famosa para os confrontos no Maracanã e abrigo de um botequim de origem controlada: o Bar Varnhagem e sua deliciosa decoração de azulejos brancos e azuis dos anos 40, mesinhas na calçada e gaiolas de passarinhos. As rabadas e costelas são históricas e na petiscaria destacam-se Com nome de rei carnavalesco, o boteco da Rua General croquetes de carne e bolinhos de bacalhau. Espírito Santo Cardoso reúne a galera em dias de jogos Explorando o bairro e suas com cerveja em garrafa e batidas especiais de gengibre e pérolas do estilo que já foi maracujá, fórmulas secretas que fazem fama muito além definido como baixa gastro- do bairro. O jiló macio pode vir recheado com carne seca nomia (está na hora de rever ou assada, queijo ou linguiça, todos em refogado de ceo termo), o bar Da Gema leva bola, tomate e pimentão. Aproveite, mas deixe espaço na ao gramado acepipes que jo- barriga para provar o bolinho de Arroz Carnavalesco, regam no ataque. Entre as úl- cheado com queijo parmesão, linguiça calabresa e cheiro Pela Égua timas criações, o Pela Égua é verde. É o craque da casa.

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À MODA DO CHEF

Alexandre e Henriqueta Henriques COUVERT • 37


À MODA DO CHEF

Bacalhau com Natas Rendimento: 4 porções. INGREDIENTES • 1 cebola grande em tirinhas • 3 dentes de alho picadinhos • 3 colheres de sopa de azeite • 400g de bacalhau • 1 pacotinho (200g) de batata palha • 200g de batata palito congelada • 2 colheres de sopa de manteiga • 2 colheres de sopa de farinha de trigo • 1 ¼ de xícara de leite • 1 pitadinha de pimenta-do-reino • 1 pitadinha de noz-moscada • 1 colher de sopa de cheiro-verde picadinho • Sal a gosto • 1 caixa de creme de leite

UTENSÍLIOS NECESSÁRIOS 2 panelas/ refratário grande MODO DE PREPARAR • Refogue a cebola e o alho no azeite até ganharem a cor pérola. • Junte o bacalhau e cozinhe por 5 minutos. • Acrescente a batata palha e a batata palito e reserve. • Em outra panela, derreta a manteiga, junte a farinha e mexa bem. • Adicione o leite, a pimenta-do-reino, a noz-moscada e o cheiro-verde, misturando bem o molho. Prove o sal. • Acrescente o molho ao bacalhau e disponha a mistura em um refratário. Cubra com o creme de leite e leve ao forno para gratinar.

Segredinho

“A hora certa para tirar o bacalhau com natas do forno? Logo que a superfície ficar com pontinhos marrons.”


Pastel de Nata Nata de bacalhau

Uma Novidade tipicamente

Portuguesa

Rua Silva Jardim,148 Ponta da areia Niterテウi - RJ (21)2621-5701 www.grutadesantoantonio.com.br facebook:Gruta de Santo Antテエnio

GRUTA DE STO.ANTテ年IO cozinha portuguesa



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