C ONCURSO PO RTO COLLAGE “CHEIOS URBANOS” NA CIDADE DIFUSA
“… because collage is a method deriving its virtue from its irony, because it seems to be a technique using things and simultaneously disbelieving in them, it is also a strategy which can allow utopia to be dealt as image, to be dealt in with fragments without having to accept it in toto, which is further to suggest that collage could even be a strategy which, by supporting the utopian illusion of changelessness and finality, might even fuel a reality of change, motion, action and history.” ROWE, Colin, KOETTER, Fred, “Collage City”, p.149, the MIT press, 1983. Dada a complexidade da cidade de hoje, cada vez mais difícil de esquematizar como algo visivelmente ordenado e coeso, a técnica da collage surge como uma abordagem pertinente para análise urbana. A partir de uma dissecação figurativa, permite centrifugar os variados aspectos de ordem estética, funcional, cultural, política ou social de determinada situação. O termo collage foi criado por Max Ernst em 1918. A relação desta técnica com a arquitectura foi intensificada com as vanguardas modernas do início do século XX, assumindo desde então diversas formas como instrumento de representação, expressão, propaganda ideológica ou sátira social. As montagens construtivistas russas ilustravam por exemplo imaginários utópicos, enquanto as futuristas exaltavam a velocidade própria do seu tempo. Nos anos sessenta arquitectos como o grupo Archigram, influenciados pela Pop Art, utilizavam uma imagem gráfica cujos ecos de linguagem de banda desenhada e televisão permitiam discutir ideias em vez de objectos. Os situacionistas por outro lado, recorrendo a fragmentos de textos, mapeavam graficamente os contornos psico-geográficos da cidade vivida. Hoje em dia as fotomontagens continuam sem dúvida um instrumento essencial para a análise e comunicação de ideias de projecto, podendo também constituir um enérgico meio de provocação ao assumir um olhar crítico perante a actualidade. São exemplo as conhecidas montagens de Rem Koolhaas, que demonstram uma clara posição satírica face à sociedade contemporânea. De acordo com a temática da próxima edição, Centrifugação, propõe-se como área de estudo e intervenção do concurso todas as zonas exteriores ao centro histórico do Porto1 (assinalado no mapa a vermelho). Pretende-se com este exercício debater criativamente a cidade, levantando dúvidas e incertezas direccionadas à sua área difusa e “periférica”. O objecto de intervenção, ao contrário do que tem sucedido em inúmeras iniciativas e colóquios internacionais contemporâneos, à semelhança da Trienal de Lisboa de 2007, não tem como alvo os ditos Vazios Urbanos. Recorde-se que os Vazios Urbanos eram aqui definidos como: “(…) espaços expectantes, mais ou menos abandonados, mais ou menos delimitados no coração da cidade tradicional, ou mais ou menos indefinidos nas periferias difusas. São manchas de não-cidade, espaços ausentes, ignorados ou caídos em desuso, alheios ou sobreviventes a quaisquer sistemas estruturantes do território.” ( in: http://www.trienaldelisboa.com/) Ao invés disso, pretende-se desta vez debater sobre determinados “Cheios Urbanos” (na cidade difusa e “periférica”). Pensar, não acerca do expectante ou abandonado, mas do espaço construído e edificado, com relações, estatutos, usos e programas (in)definidos na cidade. Pelos mais diversos motivos, observa-se que muitos deles estão fora das dinâmicas urbanas, nas suas esferas socioculturais e espaciais. São alvo de polémicas e de sucessivas opiniões e intervenções. São áreas difíceis ou até marginalizadas, com elevados défices de lógica e estruturação e/ou simplesmente desajustadas, desapropriadas ou desvalorizadas. Neste sentido, pretende-se gerar um debate/confronto de ideias acerca das virtudes e potencialidades ou dos riscos e prejuízos das mais variadas realidades para a prática arquitectónica contemporânea e consequente bem-estar social.
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Tendo como fonte a delimitação debatida e estabelecida pelo Porto 2001, considera-se exterior à zona histórica do Porto
toda a área assinalada a amarelo no mapa em anexo.
Com vista a um saudável debate e confronto democrático de ideias e opiniões, apela-se ao sentido crítico e subjectivo de cada participante. Pretende-se que cada qual avalie criticamente a cidade difusa e as novas centralidades, apontando uma ou mais áreas susceptíveis de uma possível crítica ou intervenção. Através de uma collage, os participantes devem expor uma crítica/sátira à realidade actual da zona apontada e/ou uma proposta alternativa a essa condição. Não procurando obedecer, nem tão pouco incentivar, a uma análise meramente funcional da cidade, mas por forma a simplificar e facilitar a avaliação das propostas, estas serão organizadas segundo três categorias distintas. Decorrente de usos e programas existentes no organismo urbano, os três grupos dizem respeito a: Habitação, Equipamento e Espaço Público. Dada a possível pluralidade programática numa mesma área e/ou intervenção, os grupos dizem respeito à predominância ou identidade concentradora de um destes universos. Desta forma, pretende-se apelar ao poder de síntese já no momento da escolha do objecto de análise. A Dédalo dá o exemplo de três possíveis zonas de intervenção: o Bairro do Aleixo (Habitação), o “Edifício Transparente” (Equipamento) e a zona de bares do Cais de Gaia (Espaço Público). Os participantes poderão participar simultaneamente, com collages distintas, nas três categorias ou apenas numa.
Poderão ser escolhidas zonas de intervenção na área a amarelo. A área a vermelho, definida como centro histórico da cidade do Porto pela Porto 2001 deverá ser desconsiderada, não sendo admitidas propostas que utilizem zonas aí localizadas.
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ENQUADRAMENTO - Alguns exemplos de composições collage.
Da esquerda para a direita, de cima para baixo: Aes Group - Islamic Project; Archigram; Citroen – Metroplis; Duality; Giacomo Costa – Serie Aglomerato; Guy Debord - The Naked City; Guy Debord e Asger Jorn - Me moires; OMA – Content Cover; Lissitzky – Runners; Nils-Ole Lund - Torre de Babel; Richard Hamilton – Just What Makes Today's Homes So Different, So Appealing; Julien Pacaud – TGV Mag 2.
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REGULAMENTO 01. ÂMBITO E ORGANIZAÇÃO. O concurso é organizado/promovido pela revista dédalo e conta com o apoio da associação de estudantes da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto [AEFAUP]. Inserido no tema do próximo número da revista, Centrifugação, pretende-se que, através deste concurso, haja uma maior interacção do(s) estudante(s) com a cidade, confrontando-se novas ideias e criações. 02. PARTICIPANTES 2.1. O concurso é aberto a todos os estudantes e recém-licenciados (licenciatura obtida há um máximo de 2 anos). 2.2. Todos os participantes poderão concorrer a título individual ou inseridos num grupo com máximo de 2 elementos. 2.3. Todos os membros da “Organização”, revista dédalo, estão proibidos de participar no concurso. 2.4. Considera-se “Concorrente”, para efeitos deste regulamento, o indivíduo ou grupo de indivíduos inscritos a concurso. 03. DURAÇÃO 3.1. O concurso decorrerá entre 13 de Maio de 2009 e 1 de Junho de 2009. 04. CONDIÇÕES DE ADMISSÃO 4.1. Cada concorrente/grupo pode apresentar um número máximo de 1 trabalho por categoria. Para cada trabalho deve ser preenchida uma ficha de inscrição. 4.2. Todas as obras terão de ser originais. Os autores garantem a sua autoria e assumem toda a responsabilidade decorrente de reclamações de terceiros. 4.3. As obras têm que ser acompanhadas da Ficha de inscrição respectiva completamente preenchida e assinada; 4.4. A Sinopse deverá conter um mínimo de 20 e um máximo de 40 palavras; 4.5. Toda a documentação deverá ser entregue em formato digital (CD-ROM ou enviado por e-mail com texto em MSWORD ou similar) juntamente com a ficha de inscrição devidamente assinada. 05. CATEGORIAS Esta divisão categórica não pretende de algum modo ser exclusiva e hermética, estando aberta a cruzamentos, sendo que a única exigência de enquadramento é que exista uma predominância da categoria em questão na zona de intervenção escolhida. 5.1. Habitação – Zonas com predominância de edificado habitacional. 5.2. Equipamento público - Zonas com predominância de equipamento(s) público(s), de propriedade pública ou privada. 5.3. Espaço Público - Zonas com predominância de espaço público de qualquer tipologia – rua, avenida, praça, etc. 06. TRABALHO A CONCURSO 6.1. Para a elaboração da collage, são permitidos todos os tipos de técnicas e materiais. 6.2. Os trabalhos deverão ser entregues em suporte papel 120g (mínimo) com tamanho de 30cmx40cm orientados com o lado maior em baixo. Ter em conta que cada collage publicada ocupará 2 páginas da revista. 6.3. O formato e dimensão da imagem a ocupar o papel (ponto 6.2) é da responsabilidade do participante, sendo possível o uso de margens. 6.4. Os trabalhos não devem ser colados em nenhum tipo de suporte físico. No verso deve única e exclusivamente ser colada uma etiqueta com o título do trabalho, data, e um código criado pelo autor, composto por três letras maiúsculas e três números (exemplo: DDD561).
6.5. Os trabalhos têm que ser entregues também em formato digital (em TIFF ou PDF, com 300 DPI, incluído no CD-ROM ou por e-mail). 07. ENTREGA 7.1. A inscrição das obras é gratuita. 7.2. Os trabalhos deverão ser entregues “em mão”, até às 18h de 1 de Junho de 2009, no gabinete da AEFAUP, ou enviado por correio até 1 de Junho – data postal. 7.2.1. Todos os trabalhos enviados por correio deverão ser prevenidos à organização do concurso através do email da revista [7.5]. 7.3. O processo de inscrição deve ser remetido para a seguinte morada: Concurso Porto Collage - Revista dédalo - aeFAUP Rua do Gólgota 215, 4150 351 Porto PORTUGAL 7.5. Os elementos digitais poderão ser enviados para o seguinte endereço de correio electrónico: revista.dedalo@gmail.com 7.6. Os trabalhos devem ser colocados em envelopes juntamente com a documentação descrita no ponto [4.3], de preferência protegidos com cartão contra eventuais danos de transporte – sobre os quais a organização nega qualquer responsabilidade. 7.7. As embalagens enviadas de fora da União Europeia devem conter a inscrição “SEM VALOR COMERCIAL/PARA FINS CULTURAIS”. O valor declarado para fins alfandegários deve ser de zero euros. 08. JÚRI E COMPETIÇÃO 8.1. Os trabalhos serão avaliados por um júri composto por: Arquitecto Luís Urbano Arquitecto Pedro Bandeira Arquitecto Pedro Gadanho 8.2. As decisões do Júri são soberanas, não sendo passíveis de recurso. 8.3. A organização assegura a confidencialidade e uma competição justa. 8.4. A organização notificará todos os concorrentes dos resultados os quais serão disponibilizados no site da revista dédalo: www.revistadedalo.blogspot.com 09. PRÉMIO 9.1. Serão atribuídos os seguintes prémios Grande Prémio Porto Collage – atribuído pelo Júri à melhor obra em competição no valor de 125Eur. Vencedor de Categoria – Um prémio por categoria no valor de 75Eur. 9.2. O júri reserva-se no direito de não atribuir qualquer um dos prémios previstos no presente regulamento, caso considere que os trabalhos apresentados não satisfazem os níveis meritórios esperados. 9.3. A organização poderá atribuir outros prémios para além dos previstos. 9.4. O Júri poderá decidir pela atribuição de Menções Honrosas, caso considere que a excelência dos trabalhos apresentados a concurso o justifica. 10. DIVULGAÇÃO / PROMOÇÃO 10.1. A organização compromete-se a notificar os vencedores até um mês após o lançamento da revista #6. 10.2. Os resultados, assim como os trabalhos vencedores, serão divulgados aquando da publicação da edição #6 da revista dédalo (data por confirmar). 10.3. Todos os trabalhos poderão ser exposto numa galeria virtual no site da revista. 10.4. Posteriormente será efectuada uma exposição de todos os trabalhos na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. 10.5. Todas as obras em competição poderão ser apresentadas nos órgãos de comunicação para efeitos de divulgação e promoção do Concurso Porto Collage assim como da revista.
11. PROPRIEDADE E AUTORIZAÇÕES 11.1. Sem prejuízo dos respectivos direitos de autor, os trabalhos entregues pelos concorrentes passarão a ser propriedades das entidades organizadoras às quais serão reservados os direitos de publicação e exibição. 11.2. A revista dédalo reserva-se o direito de divulgar, no âmbito do presente concurso, pelos meios que entender mais conveniente, os trabalhos entregues pelos concorrentes, fazendo sempre referência à respectiva autoria. 11.3. Aos autores, reserva-se a propriedade intelectual dos trabalhos permitindo-se a sua divulgação para fins pessoais e não lucrativos 12. Disposições Gerais 12.1. O acto de Inscrição a concurso pressupõe a total aceitação das regras estabelecidas neste Regulamento. 12.2. Não serão devolvidas aos autores as obras inscritas a concurso. 12.3. A organização criará um arquivo de todas as obras. Este arquivo poderá ser consultado ou visionado num âmbito exclusivamente cultural e sem fins lucrativos. 12.4. Para todos os efeitos legais cada autor assume a total responsabilidade pelas obras que tiver inscrito. A organização declinará toda e qualquer responsabilidade relativamente a terceiros. 12.5. O não cumprimento das regras estabelecidas inviabiliza a admissão no concurso. 12.6. A organização não aceita quaisquer responsabilidades adicionais à excepção das explicitadas no presente Regulamento, directa ou indirectamente decorrentes deste Concurso. 12. PARA MAIS INFORMAÇÕES MORADA Revista dédalo - aeFAUP Rua do Gólgota 215, 4150 351 Porto PORTUGAL TEL 226 001 291 / 913 952 412 EMAIL revista.dedalo@gmail.com WEBSITE http://revistadedalo.blogspot.com/
FICHA DE INSCRIÇÃO
C O NC URSO PO RTO COLLAGE “CHEIOS URBANOS” NA CIDADE DIFUSA
DEADLINE JUNHO 2009
ENVIAR A FICHA DE INSCRIÇÃO (EM MSWORD) NO CD-ROM E IMPRESSA (ASSINADA) PREENCHER COM LETRA MAIÚSCULA
TÍTULO DA OBRA
CÓDIGO DA OBRA (ex: DDD561)
CATEGORIA HABITAÇÃO
EQUIPAMENTO PÚBLICO
ESPAÇO PÚBLICO
FICHA TÉCNICA AUTOR 1 DATA DE NASCIMENTO MORADA
CONTACTO EMAIL INSTITUIÇÃO DE ENSINO
(opcional) AUTOR 2 DATA DE NASCIMENTO MORADA
CONTACTO EMAIL INSTITUIÇÃO DE ENSINO
SINOPSE
VERIFIQUE SE ENVIA TODA A DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA: (CD-ROM ou EMAIL COM TEXTO EM FICHEIRO MSWORD E TRABALHO EM TIFF ou PDF) FICHA DE INSCRIÇÃO (1 por obra ASSINADA E EM MSWORD)
DATA (DD|MM|AA) ASSINATURA COM A INSCRIÇÃO, O CANDIDATO DECLARA CONHECER E ACEITAR OS TERMOS DO REGULAMENTO DO CONCURSO