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arte. OSGEMEOS vieram contar seus segredos em Curitiba
ElEs vão tE contar muitos sEgrEdos
OSGEMEOS vêM para Curitiba COM MOStra-SEnSaçãO, rESultadO da parCEria EntrE O MuSEu OSCar niEMEyEr E a pinaCOtECa dE SãO paulO
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Eles são famosos no mundo todo, têm um traço reconhecido à distância e, agora, estão dividindo seus segredos conosco, aqui em Curitiba. Logo depois do anúncio oficial da mostra “OSGEMEOS: Segredos” no Museu Oscar Niemeyer, vinda de uma temporada de sucesso retumbante em plena pandemia na Pinacoteca de São Paulo, a dupla reforçou o convite ao público grafitando uma intervenção na fachada do museu.
Ali, onde em outras mostras são colocados os banners de divulgação, estão agora os personagens dos irmãos Gustavo e Otávio Pandolfo, mais conhecidos como OSGEMEOS. Enquanto o chamariz ficava pronto, juntou público, teve escola levando os alunos para terem aula no jardim do do museu e teve também polêmica por parte de quem não gostou de ver a obra do arquiteto modernista Oscar Niemeyer grafitada. A
direção do MON explicou que a obra tem caráter reversível e temporário, além de ressaltar que instituições do mundo inteiro fazem ações semelhantes para promoção dos espaços culturais e de novas mostras para o público que circula no entorno dos museus. OSGEMEOS mesmo já fizeram intervenção temporária na Tate Modern de Londres.
Polêmicas à parte, eles abriram muito da vida e da obra na exposição que ocupa o olho e a torre do MON. “OSGEMEOS: Segredos” é a primeira retrospectiva de grande porte que examina a produção dos artistas desde o começo da década de 1980 até a hoje. “Esta é a maior exposição já produzida por eles”, comenta o curador da mostra, Jochen Volz, diretor-geral da Pinacoteca de São Paulo, e maior responsável por convencer a dupla a compartilhar seus segredos com o público. “Como indica o título ‘Segredos’, o objetivo da mostra é revelar novas visões do fazer artístico de OSGEMEOS. Objetos pessoais, como cadernos, fotos, desenhos e pinturas que datam desde a infância dos dois irmãos até hoje são apresentados ao público pela primeira vez, incluindo estudos e obras de arte que precedem em muito seus famosos personagens e lançam luz sobre as raízes de seu surgimento. Influências artísticas e colaborações são expostas ao lado de pinturas e esculturas recentes”, informa o curador, que organizou 850 obras na mostra.
Gustavo e Otávio sempre tomaram o espaço urbano como lugar de vivência e de pesquisa desde o início de sua produção, em meados da década de 1980. Os artistas partiram de uma forte imersão na cultura hip hop, que havia chegado ao Brasil no momento em que os irmãos começaram a produzir, e da influência da dança, da música, do muralismo e da cultura popular para desenvolver um estilo singular, com atmosfera alegre, que acabou se tornando um emblema dos espaços urbanos pelo Brasil e pelo mundo.
Seus trabalhos contam histórias – às vezes autobiográficas – cujas tramas envolvem fantasia, relações afetivas, questionamentos, sonhos e experiências de vida.
AbrindOA cAbeçA
“O olho do MON está hoje como é a nossa cabeça, tudo junto, misturado, sem uma narrativa racional. Nós enxergamos o mundo desta maneira. E o nosso conselho é que vocês entrem nesse espaço deixando de lado as expectativas e se permitindo sentir. Se for sem o celular, vai ser melhor ainda”, comenta Otávio.
Só que até chegar a essa realidade multicolorida e criativa, o público vai conhecendo, década a década, os passos dados por eles. “É como se contássemos a vocês como criamos o nosso estilo. O nosso processo criativo está todo ali. São os nossos segredos. Não é nada pretencioso, de mostrar o que é certo ou errado de fazer, só é o nosso jeito”, diz Gustavo.
Para a diretora-presidente do MON, Juliana Vosnika, “neste momento, em que todos focamos numa reconstrução, seja individual ou coletiva, a arte desta genial dupla de irmãos contribui com a nossa busca interna”. A superintendentegeral da Cultura, Luciana Casagrande Pereira, comenta que em muitas cidades do mundo, as obras nos espaços públicos em grandes proporções foram um respiro durante o isolamento social. “Estamos muito felizes em receber a exposição ‘Segredos’, que sela definitivamente a paixão do grande público por essa arte”, comenta. “É muito interessante perceber como OSGEMEOS conseguem transitar entre a arte urbana e o museu tornando seus desenhos cheios de representação acessíveis a todos”.
Durante a coletiva de imprensa, artistas e direção do museu aproveitaram para anunciar que, como a exposição vai até abril de 2022 e os dois já viraram praticamente cidadãos curitibanos, haverá uma programação em conjunto com a cena do graffiti local. “A gente se conhece, se respeita, trabalha junto e, agora, está preparando novidades”, comentam Gustavo e Otávio. Vamos aguardar os próximos capítulos e mais segredos.