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roteiro. Um festival de sabores e tesouros gastronômicos, por Jussara Voss

O mapa dO

tesOurO Um roteiro imperdível – qUe vai do chiqUe ao pop – para fazer em cUritiba, na companhia da Os arredores da Praça Espanha são tentadores. Comece com um francês charmoso, o L’Épicerie, passe pelos modernos e acolhedores Miuq e Officina, colha umas uvas na charmosa varanda do K.Sa fazendo uma degustação de Pulo para os queijos. Além da já tradicional no Mercado Municipal de Curitiba, que sempre convida a visitar, a Bon jornalista especializada em gastronomia, jUssara voss ostras e vá até a Cuore di Cacao, a paixão mais doce da Vivant Queijos do Mundo, vá até a loja do Chico Queijos e cidade está ali. E se chocolate está no radar não deixe de se perca como se estivesse na França só que com as nossas conhecer a Caos que fica do outro lado da cidade, no Alto raridades. Ali também tem uma foccacia das melhores. da XV. Siga o Instagram da loja e derreta-se com uma Lembro que não vivo sem um doce e passo na confeitaria “vitamina de banana” ou uma degustação de chocolate com A Familiar no Juvevê e bem pertinho na filial da loja do café. E de café falo do Distinto e, claro do Lucca, que tem Louis Phillipe, que mesmo sendo a segunda casa mantém pães incríveis e terá uma escola em breve. a qualidade da original do Batel. Volto aos queijos porque

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não dá para esquecer da Mozzarella Art, na Rocha Pombo, é a mais cremosa que tem. Passo na banca Bom Jesus e pego meus jornais e revistas antes de partir para o próximo endereço.

Duas ruas já viraram parada certa para comida idem. Saldanha Marinho com o beco que tem o Madá e do outro lado da rua o Pasta Basta e a Prudente de Moraes, que tem o Obst., do Lênin Palhano, e a Bonin, entre outros. Lembre que sexta-feira é dia de pedir ali os canneles de Bordeaux da Mauren.

Bar do Alemão é clássico e perto tem a Baviera com sua pizza de massa grossa, filé do patrão e sopa de cebola. Perdição. Caso seja carnívoro ferrenho uma costela de corte especial, “borboleta”, no Botafogo, vai agradar. Se estiver no centro da cidade é a pizza com vitamina da Pizzaria Itália que chama a entrar. Restaurante japonês que os japoneses frequentam é o Nakaba. Para se sentir em casa o San Gambrinus. E pelo menos uma vez por ano a visita é no Madalosso em Santa Felicidade, o Velho.

O quintal do Quintana com a companhia das abelhas nativas sem ferrão e uma caipirinha do Baiano com acarajé, se for no fim de semana, é o endereço que abraça em dias de sol. Se chover o convite ainda vale, é só entrar na casa que tem livros e arte. Agora, se for para uma comemoração o restaurante Manu e o Igor são dois endereços para colocar na lista, considere o classudo Durski também.

Pense que isso é só uma pincelada para abrir o apetite. Curitiba tem muito mais.

L’Épicerie - R. Fernando Simas, 340, bigorrilho. miuq - alameda Dr. Carlos de Carvalho, 1.160, Centro. officina restô Bar - alameda Dr. Carlos de Carvalho, 1.154, Centro. K.sa restaurante - R. Fernando Simas, 260, bigorrilho. cuore di cacao - R. Fernando Simas, 347, bigorrilho. caos chocoLate - R. Fernandes de barros, 633 - loja 2, Cristo Rei. distinto cafÉs especiais - R. tapajós, 1.047 - loja 07, bom Retiro. Lucca cafÉs especiais - alameda Presidente taunay, 40, batel. mercado municipaL de curitiBa - av. Sete de Setembro, 1.865, Centro. confeitaria a famiLiar - R. Rocha Pombo, 377, Juvevê. Louis phiLLipe - R. Cel. Dulcídio, 1.257, batel. mozzareLLa art - R. Rocha Pombo, 384, Juvevê. revistaria Bom Jesus - R. Jaime balão, 201, Juvevê. madá - R. Saldanha Marinho, 1.230, Centro. pasta Basta - R. Saldanha Marinho, 1.219, Centro. oBst. restaurante - alameda Prudente de Moraes, 983, Centro. Bonin BaKery - alameda Prudente de Moraes, 995, Centro. Bar do aLemão - R. Dr. Claudino dos Santos, 63, São Francisco. Baviera - alameda augusto Stellfeld, 18, Centro. churrascaria BotafoGo - Rua Professor Lycio G C Vellozo, 180, Mercês. pizzaria itáLia - Rua Cândido Lopes, 229, Centro. naKaBa - av. Vicente Machado, 2.121, batel. san GamBrinus - R. atílio bório, 1.379, alto da XV. veLho madaLosso - av. Manoel Ribas, 5.852, Santa Felicidade. quintana Gastronomia - av. do batel, 1.440, batel. restaurante manu - alameda Dom Pedro ii, 317, batel. iGor restaurante - R. Gutemberg, 151, batel. restaurante dursKi - av. Jaime Reis, 254, São Francisco.

Um novo olhar para a casa

* POR Mariane Caponi

Aideia inicial e básica de tirar férias remete a um estado de espírito de inércia, tranquilidade, comodidade, conforto. Aquela típica visão dos pés para cima, um mar azul e coco na mão.

Os filhos chegam, os destinos mudam e o agito começa. Os netos surgem, a vontade de levar conhecer culturas e novas paisagens aparece em todos os planos, mas a tal ideia da inércia olhando o mar entra em contradição. Vêm os resorts com serviços, a recreação e a alimentação all inclusive como um gênio da lâmpada, até que... surge a pandemia.

Quantos paradigmas quebrou esta pandemia! O olhar para dentro de casa nunca foi tão atento. A noção de espaço, o querer espaço. Querer pouca gente em volta e, neste filtro, escolher quem realmente importa. A vontade de sair começa a gritar, mas aquele gênio da lâmpada não resolve mais todos os problemas.

Alugar uma casa de férias já é uma prática de longa data para alguns, mas em escala de idade atingia os mais novos. A mudança com o cuidado de onde ir e como ficar mais recluso levou os patriarcas da família quererem testar também e assim surge a verdadeira mágica: uma casa gostosa, só com quem importa, o riso compartilhado, o café da manhã sem pressa, filhos sorrindo, netos correndo. A satisfação desta confusão já seria suficiente, mas fica ainda mais perfeita ao perceber que isso tudo pode vir acompanhado de uma mesa posta, um almoço sendo preparado por uma cozinheira local, o coco sendo levado nas mãos e opa! Sobrou tempo para curtir a família olhando o mar. A quantidade de famílias neste perfil de avós, filhos e netos procurando por estadias de curta temporada se intensifica a cada dia. De repente, tudo virou motivo: férias, comemoração de bodas, aniversários, refúgio, home office. E neste contexto, a TAILOR MADE STAY ganha os olhares por atender de diversas formas. Com uma curadoria impecável de casas e serviços ao redor do mundo, não é preciso sequer dar o destino, basta dizer tudo o que procura, o que espera ter e ver, quais serviços quer incluir, quanto pretende gastar e uma seleção personalizada será apresentada. Na sequência, dicas do local escolhido são feitas a dedo para que reservas e passeios sejam agendados, o cardápio e compras iniciais podem ser organizados e todas as exigências passam a ser atendidas, o que inclui desde a contratação de um pizzaiolo, à professor de yoga em casa, massagista, compra de algum produto especial que faltou, indicação de profissionais para qualquer tipo de comemoração e o que mais puder ser atendido com todo o carinho e atendimento 24 horas, sete dias por semana.

*Mariane Caponi é a partner Brasil da Taylor Made Stay, que defende uma experiência sob medida em contraponto ao “one size fits all” e à impessoalidade dos serviços de turismo. As outras sócias são Flávia Martinelli Greca e Natasha Carraro Bernal.

NOVOS TEMPOS DEMANDAM NOVAS COMPETÊNCIAS

por Carlos Ferreirinha*

Não se trata mais de um novo ciclo. Estamos, definitivamente, no início de uma nova era, algo que vem bem antes do impacto da Covid-19. É uma era de perda de referências ou de construção de novas referências. E nesse ritmo de rupturas e movimentos, a atividade do luxo não poderia ficar distante ou indiferente. As marcas têm feito esforços consideráveis para seguirem desejadas, atualizadas e relevantes para a atual geração de consumidores. Não são apenas os jovens, mas novos perfis de consumo. Novos influenciadores. Expectativas diferentes e muito elevadas.

Novos perfis de consumo de novas gerações de riqueza, influenciadores digitais, youtubers e bloggers assumem relevante papel como as “novas celebridades” mundiais, só que agora, digitais. A quase bicentenária marca francesa Hermès tem apresentado conceitos inovadores de pop-up stores e coleção co-branding com a Apple que é ícone dos tempos modernos. A prestigiosa e aclamada Chanel colocou Willow Smith como “rosto institucional” da marca. Nada de novo se ela não fosse uma jovem de 20 anos e negra. Jaden Smith, irmão de Willow, ambos filhos dos atores Will e Jada Smith, de 22 anos, figurou na campanha feminina da marca Louis Vuitton, usando a coleção feminina e cristalizando o movimento “no gender” (sem gênero). Um dos novos aclamados hotéis de luxo em Nova York é totalmente sustentável, verde e com conceitos recicláveis, o Hotel Brooklyn Bridge. Ele e o Hotel Public nasceram com a proposta de luxo para todos, exercitando o conceito de área pública no espaço do hotel. Influências que veremos cada vez mais nos conceitos imobiliários e que demandarão mais espaços “para todos”, quartos menores e menos vagas de garagem. São exemplos da adequação contemporânea, que têm levado as marcas de luxo a exercitarem o novo, a quebrarem paradigmas e tentarem formatos diferentes, bem antes da pandemia.

Surpreender no produto, no serviço ou na marca. As marcas em geral e as de luxo precisam ter voz, causa e propósito. Necessitam incrementar e potencializar suas presenças no mundo digital, até então um contraponto à cultura tradicional do consumo de luxo. As marcas precisam exercitar com mais abrangência ações de co-branding e parcerias. E educar e capacitar suas equipes para se tornarem exímias contadoras de histórias. O momento pede um luxo que preserve e respeite códigos, mas que seja democrático, humanizado e menos pretensioso. Tempos em que a personalização, customização e profundo conhecimento do cliente (além da ficha cadastral) se tornam protagonistas. Arrisco afirmar que novas vertentes ganharão força a partir de 2021:conscientização, universalidade, extensão de marca e imersão. O conceito tradicional de status será alterado. Estarão em destaque as marcas e até mesmo os indivíduos que tiverem habilidades digitais, que demonstrarem compromisso com a sustentabilidade, o wellness, o wellbeing (bem-estar), que forem generosas, tiverem histórias para contar e que privilegiem a casa como a grande protagonista e vencedora da pandemia. A casa foi ressignificada, se tornando o eixo central de nossas vidas.

Enfim, “não sobrevivem aqueles que se acham os mais fortes e os mais inteligentes. Sobrevivem aqueles que se adaptam”, já dizia Charles Darwin.

*Carlos Ferreirinha é Fundador Presidente da MCF Consultoria. Há 20 Anos Traduzindo Luxo em Gestão

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