Revista INFOTO Nº 17

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INFOTO INFOTO

FOTO DA CAPA

IInterserção nterserção

FotógrafaLennyFontenelle FotógrafaLennyFontenelle

A T E N Ç Ã O

A REVISTA INFOTO NÃO SE RESPOSABILIZA PELO CONTEÚDO DOS ANÚNCIOS E CLASSIFICADOS DE TERCEIROS, E NEM POR FOTOGRAFIAS INSERIDAS NOS ARTIGOS DE NOSSOS COLUNISTAS

Revista Bimensal de Fotografia e Vídeo

AGOSTO/SETEMBRO

2024 -Nº17 -ANO 4

CNPJ : 21 030 750/0001-86

Colaboraram nesta edição:

Equipe de Edição

Julle Rayane Lopes Campos

Michelle Silveira Simão Fontes

INFOTO

Prezado Leitor, Divulgar e ensinar a técnica e a arte da fotografia é fundamental por várias razões, tanto do ponto de vista cultural, quanto do desenvolvimento social e pessoal Aqui estão alguns pontos que destacam essa importância: - Preservação Cultural e Histórica: A fotografia é uma ferramenta poderosa para registrar e preservar momentos históricos, culturais e sociais – Desenvolvimento de Habilidades Técnicas aprender fotografia envolve adquirir diversas habilidades técnicas, como entender a iluminação, composição, uso de equipamentos e edição de imagens – Comunicação Visual vivemos em uma era dominada por imagens, habilidades de criar e interpretar fotografias eficazes é essencial para a comunicação moderna – Educação e Sensibilidade: a fotografia pode ser usada como uma ferramenta educativa para sensibilizar sobre questões sociais, ambientais e políticas – Inclusão e Diversidade: ensinar fotografia a diversas comunidades, abrese a possibilidade para que vozes e perspectivas variadas sejam representadas e ouvidas – Terapia e Bem Estar: a fotografia também tem benefícios terapêuticos, ajudando as pessoas a lidarem com emoções, estresse e traumas Oportunidade Profissional: o domínio da fotografia abre portas para várias oportunidades profissionais, desde o fotojornalismo até a fotografia de moda, publicidade, eventos e arte. - Fortalecimento de Comunidades: Workshops e cursos de fotografias podem fortalecer comunidades ao reunir pessoas com interesses comuns. Isso fomenta a colaboração, a troca de ideias e o suporte mútuo. Esses são desafios externos da Revista INFOTO.

Neste número contamos com a participação dos Fotógrafos Especialistas, Dalva Couto, Davy Alexandrisky, Fabiano Cantarino, Fernando Talask, Herminio Lopes, Leny Fontenelle, Leo Mano, Luiz Ferreira, Margarida Moutinho e Ináh Garrantino, Pedro Karp Vasquez, Renato Nabuco Fontes, Thiago Campos, e Welerson Geraldo Fernandes Espero que goste!

Designer

Marcela de Oliveira Baptista

Secretaria

Aucilandia Azevedo Salviano

Marcia Elizabeth Silveira Simão

Departamento Comercial

Rodolfo Silveira Simão

Departamento de Relações Publicas

Antônio Alberto Mello Simão

Nosso E-mail contato revistainfoto@gmail com

Contato: Celular: (21) 98392-6661

Sumário Sumário

03-EditorialeExpediente

08 - Albert Frisch, Índio Umauá, Alto Solimões, 1867

Fotógrafo Pedro Karp Vasquez

MATERIA DA CAPA

11 - Exposição Individual

Fotógrafa Leny Fontenelle

19-AHistóriadoConcursoFotográfico #PraCegoVer

Fotógrafo Leo Mano

25 - O Clique Certeiro

Fotógrafo Luiz Ferreira

28 - Nada é o Que Parece Ser

Fotógrafo Fernando Talask

35 - Missão Impossível

Fotógrafo Davy Alexandrisky

40 - Fotografia Icônica - História

Emocionante

Fotógrafo Thiago Campos

05 - Galeria dos Leitores

10 - História da Minha Fotografia

Fotógrafo Welerson Geraldo Fernandes

15 - Entre Trilhas e Avenidas

Fotógrafo Herminio Lopes

23 - 25 de Abril de 2024 50 Anos Depois!

Fotógrafas Margarida Moutinho e Ináh Garritano

26 - Trilhando o Caminho das Estrelas

Fotógrafa Dalva Couto

31 - O Guia de Poses de Johannes Vermeer Parte 1

Fotógrafo Fabiano Cantarino

38 - Coluna Your Self

Renato Nabuco Fontes

41 - Acontecendo

Fotógrafo Antonio Alberto Mello Simão

43 - O Leitor Escreve

04 INFOTO LeChristetlePain. FotógrafoMichelJegu

Galeria dos Leitores

Rocieras

FotógrafoRaulJoséFerreira Alcochete-Portugal

Portrait

FotógrafoRubensRebouças

RiodeJaneiro-RJ-BR

PãodeAçúcarePôrdoSol

FotógrafaAnaRibeiro

Niterói-RJ-BR

Paraty

FotógrafaSimoneGregório

BeloHorizonte-MG-BR

Friaca

FotógrafoCustodioCoimbra

RiodeJaneiro-RJ-BR

BalletClaudiaAraújo

FotógrafoUlimarLima

RiodeJaneiro-RJ-BR

VistadoRioaoentardecer

FotógrafaSamilleRodriguesReis

Niterói-RJ-BR

PontesobreorioPomba

JornalistaeFot.JoãoBaptistaFonseca

SantoAntôniodePádua-RJ-BR

SalveJorge

FotógrafoNelsonAmericano Niterói-RJ-BR

SemTítulo

FotógrafoCésarLimaLima

RiodeJaneiro-RJ-BR

AdereçosdoMedo

FotógrafoPauloMittelman

RiodeJaneiro-RJ-BR

Semtítulo

FotógrafoMarcoAntonioPerna

RiodeJaneiro-RJ-BR

IgrejaMatrizSãoJoséOperário

FotógrafoRobertoCarlosdaSilva

Ecoporanga-ES-BR

Boiadeiro

FotógrafoFlávioSouzaCruz

MinasGerais-BR

ALBERTFRISCH,ÍNDIOUMAUÁ, ALTOSOLIMÕES,1867

Foi o alemão Albert Frisch (1840-1918), levado por seu compatriota, Franz KellerLeuzinger, quem primeiro fotografou a fauna, a flora e os habitantes da região amazônica. Constituiu um precioso acervo de cerca de uma centena de imagens em meados da década de 1860, que se sobrepôs ¾ com a precisão e a acurácia características da fotografia ¾ aos anteriores registros dos artistas viajantes.

Este magnífico retrato de um indígena Umauá é quase belo demais para ser verdade, sendo muito superior em termos estéticos aos áridos registros antropológicos, sobretudo aqueles em que os modelos são retratados de frente, de costas e de perfil, ao lado de equipamentos de medição antropométrica. Aqui tudo é beleza e poesia, com o guerreiro bem destacado diante da encantadora paisagem do rio Japurá, segundo a legenda do original que localizei no Leibniz-Institut für Länderkunde quando realizava as pesquisas para o livro Fotógrafos alemães no Brasil do século XIX. Valendo lembrar que o trabalho de Frisch é hoje disponível na Brasiliana do Instituto Moreira Salles. O rendimento fotográfico é impecável, tanto no primeiro quanto no segundo plano, o que seria só seria possível caso houvesse recurso a uma luz de enchimento incidindo sobre o retratado para compensar o excesso de luz do céu que, refletido pelo rio, o “silhuetaria”. Isso só foi possível porque, na realidade, essa não é uma simples fotografia e sim a combinação de duas imagens diferentes: o retrato e a vista ribeirinha. Mas não se trata em hipótese alguma de contrafação ou falseamento da realidade e sim de uma astuciosa solução técnica encontrada para equacionar um problema que hoje seria corrigido com o uso do flash eletrônico. Circunstância que vale como lembrete para aqueles que ainda se preocupam em demonizar o Photoshop e outros programas de tratamento de imagem como se fossem responsáveis pelo fim do realismo fotográfico. Isso, esquecendo-se de que a fotografia nunca foi “real” e sim, desde sempre e para todo o sempre, apenas uma interpretação do real. De tal forma que, parafraseando Leonardo Da Vinci, seria lícito afirmar que “anche la fotografia è cosa mentale”.

HISTÓRIA DA MINHA FOTOGRAFIA

Fotógrafo Welerson Geraldo Fernandes

Em 1981, iniciando minha paixão pela fotografia, andava por alguns distritos e cidades vizinhas a Congonhas/MG (minha musa e terra natal) nas festas culturais e religiosas atrás de temas e figuras não muito comuns. Nesta época, em Santana, um lugarejo com uma igrejinha, acontecia a Festa de N. S. de Santana (que dava nome ao local) e eu vi e comecei a acompanhar um senhor que esmolava. Em dado momento, imagino que ele vendo que aquele dia não seria promissor, sentou-se à beira de pequeno barranco e literalmente desabou emocionalmente. Aquele momento de desespero foi minha primeira foto onde consegui registrar a exclusão e as diferenças sociais.

MATERIA DA CAPA

Exposição Individual

Fotógrafa

Leny Fontenelle

Leny Fontenelle Carioca, advogada por formação, fotógrafa por paixão.

Principais destaques na fotografia:

2024 - Participação na revista INFOTO, exemplar nº15 (abril-maio/2024) com duas fotografias.

2023 - Participação como co-autora com cinco fotografias selecionadas para o Projeto Urbegrafia que originou o livro “Urbegrafia, um Mosaico Visual do Rio”.

2022 - Selecionada para o XXV Salão Nacional de Arte Fotográfica do Fotoclube de Londrina e teve sua fotografia exposta na Biblioteca Pública dessa cidade.

2021 - Selecionada no 9º Salão Nacional de Arte Fotográfica do Fotoclube ABCclick de São Paulo;

- Agraciada com menção honrosa no concurso fotográfico Foco PB_POA no Festival Fotoclube Portoalegrense;

- Selecionada com três fotografias no concurso fotográfico ABCclick no metrô SP, promovido pelo fotoclube paulista em parceria com o metrô, com a subsequente exposição “Arquitetura Urbana”, ficando entre os trinta primeiros colocados.

2020 - Classificada em 16º lugar entre os 100 selecionados no 8º Salão de Arte Fotográfica ABCclick de São Paulo, tendo posteriormente participado de uma exposição das trinta melhores fotografias do Salão;

- Classificada com duas fotografias para o XXIV Salão Nacional de Arte Fotográfica do Fotoclube de Londrina, agraciada com menção honrosa em uma delas.

2019 - Participação da exposição “Fotogrígora”, do Coletivo Fotográfico Desafio 10+ como integrante da equipe de coordenação do evento, expositora e idealizadora da imagem símbolo da exposição, na Sociedade Fluminense de Fotografia;

- Agraciada com menção honrosa no concurso de fotografias “O Livro” comemorativo dos 102 anos da Academia Fluminense de Letras e 75 anos da Sociedade Fluminense de Fotografia, participando, na sequência, da exposição fotográfica do supra referido concurso.

2016 - Participação como expositora da exposição ”Virtudes Virtuais” do Coletivo Fotográfico Desafio 10+, em que uma de suas fotografias expostas foi escolhida como a imagem símbolo da exposição, na Sede da Sociedade Fluminense de Fotografia;

- Participação como expositora em “(R)Evoluções Virtuais” (mesmo acervo de “Virtudes Virtuais”) sob outra curadoria no Centro Cultural Light;

- Finalista do concurso anual da rede internacional Lens Culture na categoria Street Photography.

Curador: Antonio Alberto Mello Simão

INTERSEÇÃO

HUMANIZAÇÃO

HARMONIZAÇÃO

PROFUNDIDADE

INTEGRAÇÃO

ENTRETRILHAS EAVENIDAS

FotógrafoHerminioLopes

Olá prezados leitores da INFOTO. Que tal um pouco de aventura?

Paisagem rural em Juiz de Fora – Caminho de Sarandira - MG

Pois é, é realmente uma aventura fazer fotografia de paisagens, animais e flores em seu habitat natural exige seguir alguns cuidados. São eles, levar: Água, Lanche leve, roupas leves, repelente, um bom calçado e um guia. Importante, a segurança e nunca levar peso desnecessário, é de bom alvitre.

Imagine você numa trilha, depois de andar mato adentro, você percebe que esqueceu algo! Mas logo ela, o que? Putz, a lente 600mm! Hiii, você não vai fotografar pássaros nem animais pouco humor, rs rs. Logo, você tem que fazer um checklist antes de sair para não ter surpresas.

Vamos ver o que podemos fotografar numa trilha ou área rural. Normalmente temos insetos, borboletas, libélulas, pássaros, pequenos animais e flores. Para estes tipos de fotos eu uso normalmente a lente 300mm que com seu zoom me permite fotografar os insetos e as libélulas além de pássaros, pois nos permite chegar mais próximo. Vejam algumas fotos que consegui:

Insetos e pássaros usando a tele 300mm

flores, plantas e um pôr do sol usando a lente 18 – 55mm

E nas avenidas, nas cidades?

Nos centros urbanos, temos uma infinidade de opções para fotografar. Prédios, ruas, praças, praias, carros, pessoas e etc, etc....

Algumas

Nesses locais os cuidados são outros, temos que nos preocupar com a segurança pessoal e do equipamento. Escolher os locais movimentados e nos mais êrmos, se possível acompanhado.

Na cidade de Maricá, onde resído, além do centro, temos a beleza de praias e lagoas de onde se fotografa belos pores do sol. Montanhas e seus contornos e pontos de interesse.

Fotos que podemos fazer em uma cidade:

Nos centros urbanos

Vamos começar por gente, de alguns tipos: o morador de rua, o super fotógrafo, a menina pintada, esportistas, comerciantes, etc...

Paisagem urbana com movimento

A História do Concurso Fotográfico

#PraCegoVer

Fotógrafo

Leo Mano

Apesar do título parecer improvável, vou tentar explicar esta aventura de uma maneira plausível. Para isso, será necessário que eu comece do começo, bem devagar, esclarecendo também algumas questões técnicas que me parecem importantes para a compreensão desta história inusitada, porém real. O princípio de tudo é o fato dos cegos utilizarem bastante as redes sociais graças à existência de aplicativos de leitura de tela (que convertem os textos em uma voz sintética). Com esta ferramenta eles também navegam pelos portais de notícias, sites de pesquisa, etc. Isso funciona bem com textos. Mas, como lidar com as imagens? Desde já, abro um parênteses para dizer que minha participação nesta história não se deveu ao acaso. Por muitos anos joguei xadrez em competições e, em função disso, pude conhecer vários jogadores cegos. Em 2012 arbitrei um torneio só para eles no Instituto Benjamin Constant (Rio de Janeiro-RJ) que reuniu competidores do Brasil inteiro. Conheci as mais variadas histórias de vida. Alguns eram cegos de nascença, outros ficaram cegos por causa de acidentes ou devido a algum problema de saúde ao longo da vida. Mas todos buscaram no jogo de xadrez uma forma de continuarem fazendo novas amizades e se divertindo. Daí veio meu especial interesse por qualquer assunto que diga respeito a eles.

Voltando à “vaca fria”, estes aplicativos de leitura de tela também conseguem reproduzir o “Texto Alternativo” referente a cada imagem (uma descrição bem resumida, inserida pelo web designer, como parte da codificação das páginas de internet). Isso funciona bem em sites de notícias, por exemplo (onde as imagens são previamente conhecidas pelo operador da página), mas é inexequível em redes sociais, onde as imagens são publicadas pelos próprios usuários.

Agora, imagine a situação onde há uma falha na sua internet e a imagem não aparece pra você (ou demora pra carregar): o texto do post pode ficar incompreensível sem a imagem. Por exemplo, quando você lê um post dizendo apenas “isso é o que mais gosto na vida”! Essa frase não diz nada por si só. Apenas quando a imagem aparecer, você descobrirá do que se trata. Esta é, muitas vezes, a dificuldade de um cego nas redes sociais pois, para ele, a imagem nunca será apresentada.

#PraCegoVer é uma hashtag que tenta contornar esta situação. Ela não é um “comando” ou um recurso em si mesmo. É apenas uma convenção: Sempre que o cego encontrar esta hashtag em um post, ele saberá que, dali em diante, virá uma descrição textual da imagem anexa. Isso não se aplica apenas às fotos, mas também a gráficos, logomarcas ou qualquer outra figura. Essa descrição só existirá se o criador do post tiver a iniciativa de incluir, no próprio texto do post, uma descrição sucinta e objetiva da imagem. Em outras palavras, a hashtag só funciona se o autor da postagem estiver engajado nesta solução.

Certamente, não fui eu quem criou a hashtag mas, quando me deparei com esta iniciativa, me veio o desejo de estimular os fotógrafos a usarem-na em suas próprias postagens e, quem sabe, expandir o seu público potencial. Foi com este objetivo que surgiu, em 2021, a idéia de fazer um concurso fotográfico onde cada foto inscrita deveria ter, também, uma descrição (em forma de texto) fornecida pelo próprio autor.

Um concurso, verdadeiramente, para cegos verem!

Para isso, os textos deveriam obedecer algumas regras: a descrição deveria se limitar em descrever a cena fotografada, sem interpretações filosóficas, sem opiniões pessoais, sem história da foto, sem floreios poéticos, mas com o único objetivo de permitir que uma pessoa cega “enxergasse” sua foto. Como agravante, o texto deveria ser o mais curto possível, pois o ambiente de rede social exige rapidez e agilidade. Textos longos demais se tornarão inadequados e textos curtos demais poderão ser inócuos, ou seja, o fotógrafo precisará se colocar no lugar do cego, imaginando como seria navegar num ambiente dinâmico de rede social, desejando “enxergar” sua foto através de palavras.

Quando compartilhei a idéia do concurso e seus objetivos, todos ficaram empolgados. Tive apoio do Grupo de Fotografia Coletivo Desafio10+ (que atua nas redes sociais) e consegui reunir uma banca julgadora invejável, composta pela saudosa Cacau Fernandes (fotojornalista multipremiada), Carlos Gandara (então Presidente da CONFOTO) e Gabriel Fernando Habla (cego, estudante de Letras). Sim! Até onde sei, foi o primeiro e único concurso de fotografia no mundo que teve um julgador cego! Cabe explicar que não apenas as fotos seriam avaliadas. A qualidade dos textos também teria peso na escolha das vencedoras. Este era o diferencial que ficou sob a competência do Gabriel.

Apesar do sucesso de participação e altíssima qualidade das fotos, percebemos a dificuldade dos fotógrafos em criar uma simples descrição de suas imagens. A mera tentativa de verbalizar o que viam diante de seus olhos era uma tarefa surpreendentemente difícil.

Aqui abro outro parênteses para lembrar de uma cena da série “Da Terra à Lua” (produzida por Tom Hanks para a HBO em 1998), onde os astronautas em treinamento na NASA se rebelaram contra o diretor do projeto Apollo: “Não queremos perder tempo com aulas de inglês se poderíamos estar dentro de um simulador. Somos pilotos!” O diretor, então, argumentou: “Não sabemos se as câmeras funcionarão na Lua. Também não sabemos se poderemos voltar lá outra vez. Vocês serão nossas câmeras e precisarão saber descrever tudo o que vêem. Assistam uma aula e depois conversamos novamente”. Já na primeira aula, todos os astronautas foram levados para o deserto de Nevada e foram desafiados a descrever a paisagem (uma vastidão monocromática de rochas, montículos e terra até onde a vista alcançava). Foi quando perceberam a enorme dificuldade da tarefa. A rebelião acabou ali.

Recebemos dezenas de fotos maravilhosas mas com descrições inadequadas, pois fugiam completamente do escopo desejado. Coisas do tipo “andava eu pela Avenida Paulista com uma DSLR ‘cropada’ quando percebi um casal sob uma árvore...”, etc, etc, etc... Enfim, as descrições precisaram ser devolvidas e refeitas várias vezes até se tornarem funcionais.

Recebemos também dezenas de perguntas e dúvidas que nos obrigaram a pesquisar mais sobre o assunto. Por exemplo, “Faz sentido mencionar as cores que aparecem na foto?” Sim! Muitos cegos guardam a lembrança das cores.

Também nos atrapalharam os erros de sintaxe, ortografia e pontuação que tornavam imprevisível o comportamento do aplicativo de leitura de tela (ao ponto de tornar a descrição truncada e desconexa). A esta altura eu já percebia os enormes obstáculos para que esta ótima iniciativa pudesse “sair do papel” e ser, de fato, amplamente adotada pelos fotógrafos. A teoria, na prática, é outra coisa!

Independentemente de tudo isso, também ocorreu uma rejeição ao uso da palavra “cego” nas redes sociais. Isso fez com que várias pessoas passassem a criar suas próprias hashtags com os mais variados malabarismos semânticos e, consequentemente, perdeu-se qualquer chance de uma padronização na forma e no propósito.

Apesar de todos os contratempos, o concurso foi um grande aprendizado e uma experiência fantástica para todos os envolvidos. Eu mesmo inscrevi minhas fotos para sentir na pele todo o processo. Minha condição de organizador do evento me obrigou a participar como hors concours. De qualquer forma, as minhas fotos estão ilustrando este artigo e, para minha satisfação, foram bem avaliadas pela banca (as fotos eram apenas numeradas e não tinham identificação para os julgadores). O concurso emitiu 2 diplomas de ouro (ambos para Carlos Alberto Venafre Gomes, Porto Alegre-RS), 8 pratas, 14 bronzes e 20 menções honrosas.

Enfim, esse concurso acabou se transformando num ótimo exercício de leitura fotográfica (a contrapartida de se “escrever com luz”). Apesar da dificuldade inicial, acabei ampliando meu vocabulário, passei a me expressar com mais clareza e até minha compreensão das fotos melhorou. Fica aqui o meu convite (ou desafio) para que experimentem também. Para aqueles que tentarem, vou adorar conhecer suas opiniões e comentários.

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50Anosdepois!

FotógrafasMargaridaMoutinhoe

InáhGarritano

(NossascorrespondentesemPortugal)

25 de Abril

Esta é a madrugada que eu esperava

O dia inicial inteiro e limpo

Onde emergimos da noite e do silêncio

E livres habitamos a substância do tempo (Sophia de Mello Breyner Andersen)

Era 25 de Abril de 1974. Como todos os dias, a pré-adolescente de 11 anos foi à escola. Mas não haveria aulas. A grande aula de História acontecia nas ruas onde se falava em revolução, onde se começava a perceber mudanças e a chegada da tão esperada Liberdade... Havia alguma coisa diferente acontecendo, mas essa menina só compreenderia melhor um tempo mais tarde. Só sabia que era importante o que via.

Em casa, pela TV, ouvia-se “Grândola Vila Morena, o Povo é quem mais ordena” e falava-se de uma tal “Terra da Fraternidade, em cada esquina um amigo, em cada rosto igualdade” e ainda que “O Povo é quem mais ordena!” ...

Essa Primavera prometia e trazia mesmo “novos ares”. “Grândola” foi a “senha” transmitida pela Rádio Renascença por volta das 00:20h que confirmava a operação militar contra o regime de ditadura que vigorava em Portugal e que causava todas as perdas que uma ditadura traz consigo

Em abril de 2024 comemoramos os 50 anos da Revolução dos Cravos. Desta vez, compreendendo melhor o que se passou e ainda respirando os ares de Liberdade e Democracia, pude comemorar com minha filha e mostrar a importância de mantermos esses ideais vivos! A Democracia ainda é o melhor para nossas vidas.

E como disse Chico Buarque, “Foi bonita a festa, pá, fiquei contente, ainda guardo renitente, um velho cravo para mim”.

Que em Portugal, que no Brasil, que no mundo, possamos viver livres e em igualdade com educação, saúde, alimentação, dignidade, paz, respeito.

Conhecer a História é necessário para evitarmos situações que "ceifaram” a vida de muitos que só lutaram por dias melhores para todos! A Democracia precisa ser regada sempre, para que siga forte e bela!

As crianças livres

Mulheres, muito mudou, mas ainda há mais

25 de Abril sempre

Orgulho
Caminha livre pela cidade sob o sol de abril
Lisboa é de todes
Minha filha e eu

O clique certeiro

Fotógrafo Luiz Ferreira

Quando saio com minha câmera pela rua, sempre sonho com aquele clique certeiro, a foto consagradora que me levará ao panteão dos grandes da história da fotografia. Afinal, como diz o ditado popular, “pretensão e canja de galinha não fazem mal a ninguém”... Será?

E me questiono porque sair na expectativa de encontrar a foto que irá me definir como fotógrafo em um só clique, e ainda mais diante da história, é um fardo pesado demais. Mas até que vem ficando menor na medida em que vou amadurecendo a consciência de que um fotógrafo não necessariamente se define por grandes e definitivas fotos. Uma carreira se mostra também através de um conjunto de imagens colhidas com paciência, coerência, verdade e muita determinação. Certa vez li uma frase um tanto quanto polêmica, não lembro aonde e nem seu autor, que dizia que “a obsessão e o esforço vencem o talento”. Talvez seja uma verdade, talvez não. Mas sair diuturnamente com a determinação de contar uma história através de imagens, sem necessariamente serem imagens consagradoras, pode fazer a diferença a longo prazo. Apesar de quê, como disse o economista John Maynard Keynes, “a longo prazo, todos estaremos mortos”...

Enfim, nesse meu processo de “amadurecimento”, creio que estou no meio do caminho. Saio tomado pela obsessão de contar uma história, a minha história, e, se possível, mas sem esse compromisso, com pelo menos uma foto consagradora. Até agora, nada...

Trilhando o Caminho das Estrelas

FotógrafaDalvaCouto

Todos sabem que o objetivo principal desta Coluna é levar ao leitor informações sobre os Salões e Concursos Internacionais de Fotografia e Distinções Fotográficas, para que mais Fotógrafos brasileiros tenham a oportunidade de participar dos mesmos. Estamos muito felizes em divulgar aqui as conquistas dos brasileiros nesses eventos ligados à Fotografia. Novamente o FOTOCLUBE ABCclick, de São Caetano do Sul-SP, alcançou o sucesso participando com seu Grupo de Fotógrafos talentosos dos Salões organizados pela” NICOSIA PHOTOGRAPHIC SOCIETY” - NPS, de Chipre, o “SALAMIS PHOTO AWARDS 2024”, do qual tive a honra de atuar como Jurada, e o “NICOSIA PHOTO AWARDS 2024”, onde recebeu o Prêmio “BEST CLUB AWARD II”. Além disso, o ABCclick ficou em terceiro lugar no renomado “JOÃO TABORDA PORTUGUESE

SALON”, de Portugal e terá os trabalhos premiados dos seus associados exibidos numa linda exposição que acontecerá no Palácio das Galveias, em Lisboa, de 19 de julho à 30 de agosto de 2024.

Outra excelente notícia, é a estreia do talentoso e premiado Fotógrafo Marcos Silva, também membro do ABCclick, como Jurado no “ZEUS CIRCUIT 2024”, organizado pelo “GNG Club” – INDIA. Parabéns e sucesso, Marcos Silva, seja muito bem-vindo ao Time.

DICAS DE OURO

Existem muitas dúvidas sobre a edição em Fotografia de Natureza e vamos esclarecer algumas.

A Fotografia de Natureza tem regras próprias, estabelecidas pela PSA e FIAP, que devem ser respeitadas, sob pena de ter seu trabalho rejeitado e até mesmo de receber punições.

EDIÇÃO EM FOTOGRAFIA DE NATUREZA

A edição em Fotografia de Natureza está limitada apenas à conversão para monocromático em escala de cinza, corte, endireitamento e correção de perspectiva, remoção ou correção de elementos adicionados pela própria câmera ou lente, como ruído, manchas de poeira, aberração cromática e distorção da lente. Além de ajustes do brilho, matiz, saturação e contraste. Além disso, é permitido o empilhamento de foco, na câmera ou através de software e a combinação de várias imagens, formando um Panorama.

Não é permitido fazer qualquer alteração na imagem, como mover, adicionar ou remover qualquer parte dela, adicionar vinheta, escurecer ou desfocar parte da imagem, ou converter apenas uma parte dela para monocromática, bem como a saturação exagerada. E principalmente, em Fotografia de Natureza, não é permitido substituir o Céu.

Lembrando sempre, que a imagem deve ser o mais fiel possível à cena original.

The Messenger of the Gods Visitors to my yard Voo Sincronizado SUGESTÕES DE SALÕES e CIRCUITOS PARA O BIMESTRE DE AGOSTO E SETEMBRO DE 2024:

SALÃO GRATUITO NO AZERBAIJÃO:

MAKE WORLD GREEN AGAIN

Encerramento: 18 de setembro de 2024

https://eco.gilavar.net/ DHAKA FOTO FEST Bangladesh

Encerramento: 5 de agosto de 2024

https://agilefoto com/

PSA Annual Nature Exhibition USA

Encerramento: 08 de agosto de 2024

https://psa-photo.org/page/psa-annual-nature

PSA Annual Pictorial Exhibition USA

Encerramento: 8 de agosto de 2024

https://psa-photo org/page/psa-annual-pictorial

VUNI PHOTO AWARDS Cyprus

Encerramento: 19 de agosto de 2024

https://www nicosiafoto com/vuni/ HOLLAND IMAGE Netherlands

Encerramento: 01 de setembro de 2024

https://pixoroo com/salons/hollandsalon

METROPOLITAN USA

Encerramento: 02 de setembro de 2024

https://www psa-met com/ SALON DAGUERRE 2024 Paris

Encerramento: 22 de setembro de 2024

www.salondaguerre.paris/en/ 71THSINGAPOREINTERNATIONAL PHOTOGRAPHY AWARDS Singapore

Encerramento: 24 de setembrode 2024

https://www.sipa.org.sg BELGIAN DIGITAL Belgium

Encerramento: 29 de setembro de 2024

https://www belgiandigitalcircuit com/ HONG KONG

Hong Kong

Encerramento: 29 de setembro de 2024

http://pshk fotosalons in

Flight to Freedom
little amethyst star The Brave Owl

FotógrafoFernandoTalask Nadaéoqueparece ser

Por muitos anos mantive uma significativa coleção de câmeras fotográficas. Na década passada tive a ideia de dar um lar a essas câmeras, surgiu daí a ideia da Kombinação, um museu itinerante da fotografia, tendo como “prédio” uma kombi furgão de 1993. A minha intenção era ampliar o público interessado na evolução dos equipamentos fotográficos e na história da fotografia. A possibilidade de manipular as máquinas que registraram os fatos históricos nesses últimos 200 anos teria valor com o avanço da era digital e hoje da IA? Valeria a pena continuar a propagar e divulgar a maneira analógica de se produzir uma imagem? Parecia uma batalha perdida, pois em termos de qualidade e recursos, a foto analógica realmente se assemelha à tecnologia das cavernas.

Kombinação

Museu Itinerante da Fotografia

A necessidade de investimentos em tempo e dinheiro para se obter uma imagem de qualidade razoável não condiz com a relação com o tempo que temos hoje. temporalidade atual. Tinha a convicção de que a velha fórmula da foto analógica sobreviveria apenas pela curiosidade de um nicho de amadores. Porém, uma frase do célebre diretor de cinema Spilberger definiu bem a diferença entre as duas técnicas: a fotografia digital como ciência e a fotografia analógica como um milagre químico.

28 INFOTO

Confesso que estava à procura desse milagre para explicar o que muitos amigos diziam ser loucura. Afinal, como sentir saudades das dificuldades de se fazer uma imagem a base de prata, da necessidade do estudo, treinamento e mesmo assim nunca ter a certeza do resultado até que os filmes fossem revelados?

Acredito que a resposta seria que com a enorme dificuldade caminhava junto a atenção para a produção, a preocupação de antes de apertar o botão pensar na luz, no foco e na pose. Hoje qualquer deslize se corrige na pós-produção com Photoshop ou Lightroom. Podemos notar isso até nas publicações, sejam elas impressas em jornais e revistas ou nas mídias sociais, a qualidade do profissional tem sido inversamente proporcional às facilidades tecnológicas. Talvez, o próprio público não demande essa perfeição da foto, já que o tempo para se apreciar uma imagem não passa de segundos insuficientes para gerar uma opinião crítica sobre o que se vê. A informação hoje se consome com tamanha voracidade que não temos mais a capacidade de uma análise mais aprimorada do que estamos colocando para dentro de nossa mente. Aí que reside o perigo das fake News, da desinformação. Um fato curioso ajudou a confirmar esse pensamento. Fui visitar minha mãe na cidade de Bauru no estado de São Paulo. Ela do alto dos seus 92 anos adora umas compras. Fomos parar em uma famosa loja de departamento que tem como marca registrada a estátua da liberdade em frente a cada filial. Era um dia de céu azul, fazia muito frio e aquilo me lembrou o outono em Nova Iorque. Tiramos uma foto em frente à estátua e postei a imagem nas mídias sociais com o seguinte título: eu e mamãe fazendo compras em NY. O que era para ser apenas uma brincadeira me deixou assustado de verdade quando na mesma hora passei a receber mensagens de queridos amigos perguntando se eu iria visitá-los por estar na cidade. Como americanos que conhecem a estátua melhor do que eu teriam se enganado?

Essa situação me levou a ter certeza de que somos levados ao erro de maneira tão fácil pela nossa perda da capacidade de nos concentrarmos em algo além da superficialidade. Assim, nos tornamos vítimas fáceis para sermos manipulados por governantes e golpistas em geral ....

Voltando a Kombi e seu museu, além das câmeras, uma das atracões eram as imagens que essas máquinas produziram. Sempre acreditei que se essas fotos não mudaram o mundo, fizeram desse local um lugar melhor para se viver. Será que as fotografias impactantes de Eugene Smith, Nick Ut e Kevin Carter, para citar apenas três grandes, se fossem produzidas hoje causariam a mesma reação no público que causaram há décadas?

Já estamos vivendo a segunda década do milênio e continuo com a mesma pergunta: será que perdemos o poder de nos sensibilizar com as imagens que acessamos hoje? Ou preferimos o modo de viver filtrado pela realidade digital que experimentamos no nosso dia a dia? Infelizmente acredito que estamos de maneira perigosa nos aproximando da ficção de filmes como Matrix. Neles, máquinas controlam as mentes das pessoas levando-as a acreditarem em uma realidade paralela onde são felizes e contentes enquanto na realidade a situação é pavorosa. Platão há 400 anos antes de Cristo escreveu sobre o Mito da Caverna, na alegoria os habitantes só conheciam as sombras projetadas no fundo da caverna, imaginavam uma realidade fantasiosa cheia de monstros diferentes do que havia de fato no mundo exterior. Talvez hoje os nossos monstros sejam coloridos, lindos, sem rugas e felizes desde o momento que acordam. Quem sabe por ingenuidade ou mesmo conveniência acreditamos neles enquanto o mundo que nos cerca fica cada dia mais feio e perigoso.

Acredito que o analógico possa trazer um freio a esse momento da dúvida. De forma involuntária, possa fazer a reflexão do que é real ou pelo menos não tão fantasioso. Essa semana, a Pentax, tradicional fabricante de câmeras do Japão, anunciou sua nova câmera de filme 135mm trazendo de volta o analógico para sua linha de produção. Quem sabe não seja o começo de uma nova moda que gere uma consciência e faça novamente surgir novos fotógrafos que continuem a saga da transformação desse mundo? Sei que parece utopia, mas também acho que podemos acreditar que algo tão poderoso como a fotografia possa não se render a banalização como está acontecendo hoje.

Desde a primeira foto há 200 anos, a magia química tem nos contaminado. Cabe a todos que amam essa arte mágica acreditar na relevância daquilo que fazemos e transmitirmos essa paixão para as próximas gerações. Sabemos que uma imagem vale mais do que mil palavras, então amigos, que essas sejam bem ditas.

OGuiadePosesde JohannesVermeer parte1

FotógrafoFabianoCantarino

Johannes (ou Jan) Vermeer (1632-1675), abordou cenas domésticas com incrível domínio de luz, composição e cores. São aceitas de sua autoria 36 telas a óleo concluídas ao longo de sua curta e irregular carreira. Guerras e crises impactaram no mercado de arte holandês (ele também era marchand), causando um estado de permanente tensão, que redundou em um ataque do coração aos 43 anos. Vermeer alcançou um reconhecimento muito limitado em vida apesar de sua técnica apurada, havendo obras suas atribuídas a Rembrandt nos séculos XVIII e XIX. Somente na segunda metade do séc. XIX, seu gênio “estourou a bolha” e alcançou o reconhecimento merecido.

Estudiosos defendem que Vermeer usou a camera obscura, o que nos levaria naturalmente para esse ponto, uma vez que nossa paixão é a fotografia. Mas vamos tomar um caminho inusitado: considerar Vermeer como um retratista “de mão cheia” e entender como ele dirigiu e posou seus modelos. Seria como se ele tivesse escrito e lançado, em pleno século XVII, um guia de poses. Nossa aventura ousada: montar um quebra-cabeças do que teria sido o “Guia de Poses de Johannes Vermeer”.

Uma das questões comuns à maioria de seus quadros é que as pessoas, na maioria dos casos, estão fazendo algo com as mãos: lendo, escrevendo, tocando um instrumento, apontando... Posar mãos é um desafio, mas traz resultados significativos quando bem executado. Como seria natural, os corpos dos modelos estão posicionados confortavelmente, sem recorrer a exageros de pernas sinuosamente contorcidas, posições desconfortáveis nem “carões”. Vermeer impressiona pela sutileza e pelo silêncio. Ele transmite uma eloquente e elegante emoção por meio da composição e da técnica.

Vamos tomar como base dois livros sobre poses para estruturar o nosso imaginado guia: Poses Perfeitas, de Roberto Valenzuela e Posing, de Lindsay Adler.

A leiteira (1658-1660), Rijksmuseum, Amsterdam (Quadro nº 1).

A pintura de “gênero de cozinha” havia saído de moda no séc. XVI na Europa, mas continuaria popular em Delft, onde Vermeer vivia. Há autores que defendem que esta jovem é a síntese da mulher holandesa: concentrada, laboriosa e forte. A parede ao fundo merece um estudo à parte e parece remeter ao gênio Carel Fabritius (16221654) — ver O Pintassilgo — que viveu em Delft e foi membro da guilda de artistas na mesma época que Vermeer.

Quadro nº 1 – A leiteira

Figura nº 1 – Estudo sobre o Quadro nº 1

A Figura nº1 destaca o posicionamento do que acentua o arco formado pela cintura (forma de ampulheta), ainda que a personagem não seja magra. Além disso, o ombro esquerdo mais baixo do que o outro confere um dinamismo moderado. A cabeça inclinada para o ombro mais baixo e próximo do observador é um movimento natural para que ela veja o que as mãos estão fazendo e contribui para acentuar a feminilidade. No rosto lindamente iluminado, os olhos e o nariz mantêm uma distância segura da lateral da face. As mãos ocupadas estão posadas de forma a expor as partes laterais, o que confere delicadeza. A modelo olha concentrada para a panela. O ângulo de 90 graus no cotovelo esquerdo insere uma tensão e uma “barreira” e poderia atrapalhar a cena, mas ele é amenizado pela cor mais escura da manga. Na parede, não há objetos nem linhas que interferem com a cabeça. “Limpa o fundo!”, diz o professor de fotografia.

Figura nº 1 – Estudo sobre o Quadro nº 1

32 INFOTO

Moça com chapéu vermelho (c. 1669) Galeria Nacional de Arte, Washington (Quadro nº 2)

Esta pequena pintura sobre madeira, em vez de tela, sempre levantou suspeitas de autenticidade. A cena é posada com espontaneidade e informalidade, o que a afasta do estilo de Vermeer, apesar de o uso das cores fortes vermelho e azul ser característico dele. Na história da arte, esse tipo de retrato se chama “tronie” e servia mais como um estudo do que uma obra acabada. Os holandeses do séc. XVII transformaram o estilo “tronie” em obra definitiva. Supõe-se que a filha mais velha do pintor, chamada Maria, posou para os quadros 2 e 3 deste estudo.

Quadro nº 2 – Moça com chapéu vermelho

Figura nº 2 – Estudo sobre o Quadro nº 2

A Figura nº 2 revela uma jovem que virou a cabeça espontaneamente, uma vez que ela mantém a cervical reta e não pende a cabeça para nenhum dos ombros. Os olhos e o nariz estão afastados que qualquer borda da face e se direcionam para o observador. O olho mais perto do observador é maior do que o outro olho. Há dois detalhes para posar olhos. Primeiro, não deixar a parte branca do globo ocular (esclera) ocupar uma área maior do que a íris (círculo colorido). Em seguida, para o caso de rostos posicionados em ângulo, deve-se evitar que o olho maior (se os olhos tiverem dimensões significativamente diferentes!) fique afastado do observador; do contrário, os olhos acabam ocupando áreas iguais no plano da imagem, em contradição com a ideia de volume que o retrato deve passar. Poses laterais trazem o desafio de o ombro atrair o olhar do observador mais do que o rosto. Isso ocorre parcialmente neste quadro, mas não tem impacto significativo por conta da cor escura da roupa. A parte esquerda da cabeça está toda na sombra, o que atrapalha um pouco a delimitação entre o maxilar e o pescoço, fator muito importante para retratos de beleza e moda. O observador está posicionado na altura dos olhos, o que permite apresentar os elementos do rosto (queixo, lábios, nariz, olhos e testa) em equilíbrio.

Moça com brinco de pérolas (c. 1665) Museu Mauritshuis, Haia (Quadro nº 3) Por fim, esse icônico óleo, já chamado de “Monalisa do Norte” parece ter sido feito também como um estudo (“tronie”) como a Moça com chapéu vermelho (quadro nº 2). Atualmente, pouco se percebe do fundo. Contudo, descobriu-se que foi pintada uma cortina verde atrás da moça, escurecida pelo passar do tempo. Um aspecto que atrai nossa atenção é o turbante. Para pintar o elemento, o artista usou uma tinta na cor azul ultramarino de altíssima qualidade, feita a partir da pedra semipreciosa lápis-lazúli, extraída do Afeganistão. A tela caiu em esquecimento e ressurgiu somente no ano de 1881, mais de duzentos anos após ter sido pintada.

Quadro nº 3 – Moça com brinco de pérola

Figura nº 3 – Moça com brinco de pérola

A Figura nº 3 revela uma jovem que virou a cabeça de forma posada, pendendo a cabeça para o ombro esquerdo — ver o nível dos olhos — reforçando a feminilidade. O olho direito tangencia a borda da têmpora delicadamente. Assim como o quadro anterior, Vermeer faz com que o olho esquerdo apareça maior do que o direito. A roupa é mais escura do que o rosto e não representa um obstáculo e algumas de suas linhas guiam o olhar do observador para o rosto da modelo. O observador está mais alto que que os olhos (na altura da testa), o que faz destacar os olhos, a testa e o turbante em detrimento do nariz, lábios e queixo — que parecem menores, se comparados com o quadro nº 2 posado pela mesma modelo. A luz (contando com o reflexo da gola) e a altura do observador ajudam a delinear melhor o maxilar, separando-o do pescoço, conferindo mais elegância.

MISSÃO IMPOSSÍVEL

Fotógrafo Davy Alexandrisky

Você pode até não ter visto nenhum dos oito filmes “Missão Impossível”, mas certamente há de saber que o mocinho, encarnado pelo Tom Cruiser, depois de muito “sofrimento” acaba vencendo o bandido malvado, conseguindo cumprir a Missão, que o título do filme afirma ser impossível.

E como a escolha de um bom título é a melhor maneira para chamar a atenção do leitor, sem enganá-lo nem vender gato por lebre, foi quase natural essa escolha para convidálo a conhecer a verdadeira odisseia que enfrentei no mês passado, quando aceitei um trabalho para uma cobertura fotográfica de um evento ao ar livre.

Afinal, aceitar um trabalho para a cobertura fotográfica de um evento, com a complexidade de fotografar do chão e do alto, com o drone, num espaço público, com cinco ou seis atividades simultâneas. Se mesmo para um calejado profissional de reportagem já é puxado, imagine para esse fotógrafo velho (não velho fotógrafo).

Mais uma vez confiando na sabedoria popular que decreta: “quem aprende a andar de bicicleta nunca se esquece”, topei o desafio.

Para quem não é de Niterói, a cobertura fotográfica aconteceu no maior e mais bonito parque da nossa cidade, o Campo de São Bento, que vem a ser um quadrilátero de 36.000 m², com quatro largos portões de entrada, em cada um dos seus quatro lados.

Ao entrar por cada um desses portões, os visitantes eram recepcionados por uma atração artística.

Além desses quatro portões com apresentações artísticas, havia mais dois palcos com outras apresentações.

Tinha ainda uma trupe de pernaltas circulando livremente pelo Campo de São Bento e uma banda de bloco de carnaval.

Minha missão, mais do que um mero registro circunstancial das performances dos artistas, era contar a história de um evento para lançar uma proposta de política pública, para oferecer acessibilidade de entretenimento para a população niteroiense: “Arte na Rua”.

Fotografar as não fotos.

Um evento que durante quatro horas ofereceu ao público doze atrações distintas, que ia do Forró ao Jazz, passando pela MPB e pelo POP internacional, além de espetáculos de circo e teatro para crianças de 8 a 80 anos. Tudo acontecendo simultaneamente.

Lembrando aqui que como se tratava de um evento num espaço aberto, onde além das pessoas que saíram das suas casas especialmente para acompanhar uma ou mais atrações do evento, circulava pelo espaço os seus frequentadores de sempre: pais levando seus filhos para brincar, ou pessoas levando seus pets para passear, os fregueses das feiras de artesanato e de produtos orgânicos, além das pessoas que usam o Campo de São Bento simplesmente para cortar caminho.

O que não raro, cria obstáculos entre a câmera e o assunto a ser fotografado. Aparentemente não deveria ser um bicho de sete cabeças para quem se tornou um fotógrafo profissional através da fotografia de reportagem: eventos sociais (casamentos, festas, inaugurações) e cheguei até a experimentar a profissão de fotojornalista, numa curta experiência de menos de seis meses na Editora Bloch, fotografando para as revistas Manchete, Fatos e Fotos, Sétimo Céu e Pais e Filhos.

A questão é que os problemas sempre estão nos detalhes!

E tinha um pequeno grande detalhe nessa “Missão”: eu só fiquei sabendo da programação do evento quando cheguei ao local. Até então, na minha cabeça, eu estava indo cobrir shows variados num único palco!

O outro pequeno grande detalhe é que o Ethan Hunt, personagem do Tom Cruiser em Missão Impossível, é fictício, e eu sou real. Uma pequena grande diferença: que me obrigava a dar conta daquela Missão Impossível, de verdade. Num plano sequência único, sem cortes ou possibilidade de repetir os takes errados!

Eu tinha, pelo menos, mais dois títulos para a publicação dessa minha odisseia.

O primeiro: “Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”; e o segundo: “Cada macaco no seu galho!”.

Simplesmente porque, lá atrás, no século passado, nos idos da década dos anos setenta, eu decidi trabalhar em ambiente de luz e ações controladas, dentro de um estúdio, com outros tipos de correrias. Que não eram poucas, nem melhores nem piores do que as enfrentadas no dia a dia da reportagem fotográfica: mas, simplesmente, diferentes (tenho boas histórias de estúdio para contar aqui).

Se você é fotógrafo ou fotógrafa, posso

apostar que prestou muito pouca atenção no Lula ou na Janja, diante da performance do Stuckert, fotógrafo pessoal do Presidente, durante a cerimônia da posse. Eu fui um dos que ficaram enfeitiçado pelo seu “corre”.

Nessa coluna da 17ª edição da INFOTO quis fazer uma singela homenagem a essa categoria profissional do campo da fotografia, em reconhecimento à importância do registro fotográfico cotidiano, que no futuro será fundamental para que se entenda o passado.

As nuvens digitais são, na prática, cavernas contemporâneas, onde os fotógrafos do cotidiano deixam gravados suas “fotos rupestres”, para que as gerações futuras, entendam um recorte do tempo histórico.

Coluna Your Self Renato Nabuco Fontes

Divertidamente: muito mais que um filme infantil, uma lição sobre emoções e como podemos gerenciá-las.

Com certeza você já leu ou escutou de alguém que precisamos controlar as nossas emoções, contudo a grande verdade é que isso é impossível! NÃO CONTROLAMOS AS NOSSAS EMOÇÕES!

O filme Divertidamente 1 e agora o 2 explicitam de forma lúdica e agradável o papel das emoções no nosso cotidiano.

A ideia central é que as emoções desempenham papéis essenciais na forma como experimentamos e respondemos ao mundo, muitas vezes além do nosso controle consciente.

Na vida real, a ciência da psicologia apoia a ideia de que, embora possamos influenciar nossas emoções através de pensamentos e comportamentos, não temos controle sobre elas.

Aqui estão alguns pontos-chave sobre o gerenciamento das emoções: 1. Resposta Automática: Muitas emoções são respostas automáticas a estímulos, desencadeadas por nosso cérebro sem um esforço consciente. Por exemplo, podemos sentir medo ao ver algo perigoso antes mesmo de termos tempo para pensar sobre isso.

2. Regulação Emocional: Embora não possamos controlar o surgimento das emoções, podemos aprender a regular nossas respostas emocionais. Técnicas como a respiração profunda, a reestruturação cognitiva (mudança de pensamentos negativos) e a meditação podem ajudar a gerenciar nossas emoções de maneira mais eficaz.

3. Importância das Emoções: Todas as emoções têm funções importantes. O medo pode nos proteger do perigo, a tristeza pode nos ajudar a processar perdas e a raiva pode nos motivar a enfrentar injustiças. Entender e aceitar nossas emoções é crucial para a saúde mental e o bem-estar.

4. Inteligência Emocional: Desenvolver a inteligência emocional envolve reconhecer, compreender e gerenciar nossas próprias emoções, além de reconhecer e influenciar as emoções dos outros. Isso pode melhorar nossos relacionamentos e nos ajudar a lidar com desafios emocionais de maneira mais eficaz.

Embora não possamos controlar nossas emoções, podemos aprender a conviver com elas de maneira saudável e produtiva, reconhecendo seu papel em nossa vida e desenvolvendo habilidades para gerenciá-las de forma consciente.

E aí, fez sentido?

Vamos em frente, vamos juntos!

Fotografia Icônica

História

Emocionante

Fotógrafo Thiago Campos

Thiago Campos, com uma vastíssima experiência como Contador, trabalhando com diversas empresas, ainda tem tempo para se dedicar a fotografia. Concluiu seus cursos de fotografia na Sociedade Fluminense de Fotografia, Niterói - RJ, realizou como fotógrafo bem sucedido, diversos trabalhos fotográficos de Eventos Sociais, entre eles, casamento, aniversários e eventos políticos.

Agora, como colaborador da Revista INFOTO, inaugura, a coluna Fotografia IcônicaHistória Emocionante.

No dia 04/07/2024, o grande fotojornalista Ronaldo Theobald nos deixou aos 91 anos. Dentre suas obras de arte está uma fotografia icônica do saudoso Roberto Dinamite, Um dos maiores jogadores de todos os tempos.

Foto Histórica de Roberto Dinamite foi tirada em 1977 (Foto RonaldoTheobald/Jornal do Brasil/Twitter Vasco)

Em entrevista ao site do Vasco, Ronaldo falou sobre o momento do registro histórico de Roberto Dinamite. Classificada como a mais bonita já tirada por ele.

“Em um lindo domingo de 1977, fiz essa fotografia pelo JB no Jogo entre o Vasco da Gama x Portuguesa. Assim que os jogadores saíram do vestiário, os torcedores se espremiam esticando as mãos fazendo um corredor para o ídolo passar. Não pensei muito na hora, só deitei no gramado e fiz o click. Quando disparei a Câmera, sabia que ali estava a mais bela foto da minha carreira e vida” – Disse Theobald

A foto rendeu a Ronaldo Theobald, que, na época, trabalhava no Jornal do Brasil, O Prêmio Esso de fotografia.

ACONTECENDO ACONTECENDO Fotógrafo

O Presidente da Sociedade Fluminense de Fotografia , Antonio Machado, recebeu no dia 20/06/2024, o diploma Nicete Bruno de Cultura. O diploma Nicete Bruno, é o reconhecimento publico da importância das atividades artísticas e culturais, promovidas, pela Sociedade Fluminense de Fotografia, no Município de Niterói - RJ - BR.

Uma Perda Para A Fotografia Internacional Com muito pesar que informamos o falecimento de Willis E. “Buzz” Hartshorn, exdiretor do Centro Internacional de Fotografia (ICP), N.Y. ,USA, ocorrido em 29 de Junho de 2024. Buzz, foi um líder visionário cuja dedicação e paixão pela artes fotográficas resultaram em um crescimento extraordinário e estabilidade financeira do ICP.

Fundação Conrado Wessel

Está aberta a inscrição para o maior prêmio de fotografia brasileira. Vejam o regulamento no site: www.fcw.org.br

A cidade do Rio de Janeiro, recebe a Exposição World Press Photo

A mostra, que volta ao Brasil após um breve intervalo, apresenta uma seleção do melhor do fotojornalismo e fotografia documental do mundo.

Ao todo, ao Word Press Photo 2024, será exibida em mais de 60 cidades em todo o mundo. A mostra já passou por Amsterdã, Londres, Sydney e Cidade do México. Além do Rio de Janeiro e São Paulo, Berlim, Roma, Hong Kong, estão entre outras cidades que receberão a exibição.

O Brasil tem pela primeira vez quatro ganhadores, mostrando que a qualidade do fotojornalismo brasileiro tem reconhecimento internacional.

Serviço:

Local: CAIXA Cultural RJ - Unidade Passeio

Período: 03 de Julho à 25 de Agosto

Endereço: Rua do Passeio, 38 - Centro, Rio de Janeiro

Visitação: Terça à Sábado, das 10h às 20h / Domingos e Feriados, das 11h às 18h

Classificação Etária: 12 anos

Sociedade Fluminense de Fotografia

Rumo aos 80 - III

Fotografia de Antonio Machado

Inaugurada em 22 de Julho de 2024, a belíssima Exposição ENTRE MINAS do fotografo Wilson da Costa. Em seguida, houve uma roda de conversa, na Sociedade Fluminense de Fotografia, com o Fotógrafo Expositor, e o Escritor e Fotógrafo Pedro Karp Vasquez. Simplesmente, espetacular.

O Leitor Escreve

À equipe da Revista INFOTO

Gostaria de expressar minha sincera gratidão e parabenizá-los pela excelente qualidade das matérias publicadas na revista INFOTO. Como leitor assíduo, fico impressionado com o nível de profundidade e a relevância dos conteúdos informativos que vocês produzem.

A abordagem cuidadosa e detalhada dos temas, combinada com uma escrita clara e envolvente, faz da INFOTO uma fonte indispensável de conhecimento e atualização. A dedicação e o profissionalismo da equipe editorial são evidentes em cada edição, enriquecendo a experiência de todos os leitores.

É inspirador ver uma publicação comprometida com a excelência jornalística, trazendo matérias que não apenas informam, mas também educam e estimulam reflexões. O trabalho de vocês contribui significativamente para a formação de uma sociedade mais bem informada e consciente.

Parabéns pelo sucesso e pelo impacto positivo que a revista INFOTO tem gerado. Desejo que continuem a trilhar esse caminho de sucesso, mantendo a qualidade e a integridade que tanto apreciamos.

Com os melhores cumprimentos,

Geraldo Oliveira - Petrópolis -RJ - BR.

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