TANTO AMOR DESPERDIÇADO de William Shakespeare
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JORNAL DO TEATRO SETEMBRO DE 2007 ^ BIMESTRAL PUBLICAÇÃO GRATUITA
Emmanuel Demarcy-Mota estreia
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editorial
sumário
(Re)começos na nova temporada
4 > 5 Tanto Amor Desperdiçado
A aproximação de uma nova temporada reveste-se sempre de grande expectativa. Traçam-se novos objectivos, fazem-se balanços e, acima de tudo, deseja-se sempre algo mais que continue a aproximar os espectadores do teatro em Portugal. É certo que, como tem vindo a ser provado por vários estudos, continua a persistir a mentalidade que é contra a mudança. Facto paradoxal, sobretudo pela História que conta o nosso passado. O “medo de existir”, do pensador José Gil, refere-se, de algum modo, à não inscrição das coisas na história e na existência individual. Mas a dimensão humana continua a ser alcançada pela arte, sendo o teatro uma das suas melhores concretizações. “A Minha Mulher”, de José Maria Vieira Mendes, reforça justamente a dimensão humana e familiar que é comum a todos. Vencedora do Prémio António José da Silva, numa parceria do TNDM II com o Instituto Camões, a DirecçãoGeral das Artes e a Funarte (Brasil), esta produção reflecte a internacionalização de um criador português cuja peça faz carreira em Lisboa, seguida de uma carreira no Brasil. Dois países, com uma História comum, abrem novas portas na cultura, e isso é para nós motivo de orgulho e de satisfação, não só pela projecção de um jovem e já promissor dramaturgo, como pelo estabelecimento de redes culturais ao nível internacional. Tal é o caso da grande produção que o TNDMII apresenta em conjunto com La Comédie de Reims, o clássico de William Shakespeare, “Tanto Amor Desperdiçado”. Emmanuel Demarcy-Mota regressa ao palco do Teatro Nacional, após ter marcado a sua presença nas duas edições da MITE (Mostra Internacional de Teatro), com “Rhinocéros”, de Ionesco e “Homme Pour Homme”, de Bertolt Brecht. Justamente, essa será talvez a principal característica a reter relativamente a esta produção: a partir das cumplicidades estabelecidas, nasce agora uma produção que aproxima dois países como Portugal e França, sob a direcção de um grande artista como o é Demarcy-Mota. Em “Tanto Amor Desperdiçado”, Emmanuel Demarcy-Mota articulou, como poucos o saberiam fazer, duas línguas e duas culturas que convivem no mesmo palco, uma equipa artística e técnica portuguesa e francesa. Acolhendo talvez a melhor opção – um espectáculo bilingue – consegue-se aqui um efeito de diversidade que resulta, curiosamente, numa unidade onde a língua é virtuosa, com o trabalho de tradução de Nuno Júdice e François Regnault. Dez anos depois, o público português tem oportunidade de ver uma nova versão do musical “Sweeney Todd” que, para muitos, ficou gravado na memória. Com versão portuguesa de João Lourenço, Vera San Payo de Lemos e José Fanha, a história do terrível barbeiro de Fleet Street, com música e letra do mundialmente reconhecido Stephen Sondheim, conhece tradução em português, numa parceria com o Teatro Aberto, um trabalho onde é de ressalvar o dinamismo de um director como João Lourenço que tornou possível a realização deste grande espectáculo. Destaque ainda para “Boneca”, uma versão de Nuno Cardoso, a partir de Ibsen, um texto clássico da nossa dramaturgia, ou para o leque de propostas apresentadas quer no Teatro da Politécnica, quer no Palácio Nacional de Mafra, com a reposição do sucesso que já é “O Memorial do Convento”, inseridas numa das mais importantes linhas de programação – “Teatro, Educação e Comunidade”. É, justamente, em nome de um serviço público à comunidade que o TNDM II assume a gestão artística do Teatro Villaret, durante os próximos dois anos. Porque a nossa missão enquanto Teatro Nacional reside também aí: olhar em redor, criar novos públicos, impedir que os teatros fechem. Ao falarmos de um espaço como o Teatro Villaret, referimo-nos a um teatro que, em dois meses, tem a capacidade para acolher 23 040 espectadores. Torna-se assim imprescindível preservar esta casa do teatro em Lisboa, abri-la novamente a todos, inclusive ao público mais jovem. Porque o serviço público, no sentido em que empregamos esta expressão, é um espaço de comunicação, um lugar de transformação individual, cujo poder é o de transformar e de se tornar múltiplo, pondo à prova, todos os dias, a sua própria “verdade”.
ficha técnica direcção> Conselho de Administração do TNDM II Coordenação editorial> A. Ribeiro dos Santos redacção> A. Ribeiro dos Santos, Margarida Gil dos Reis (colab.), Ricardo Paulouro DOCUMENTAÇÃO> André Camecelha Coordenação de imagem> Joana Esteves grafismo> Nuno Patrício fotografia> Margarida Dias PROPRIEDADE> TNDM II, EPE CAPA> fotografia de ensaio “Tanto Amor Desperdiçado” CONTRACAPA> fotografia de ensaio “Sweeney Todd”
Carlos Fragateiro
6 > 7 A Minha Mulher
10 > 11 Boneca, no Teatro da Politécnica
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É o regresso do encenador Emmanuel Demarcy-Mota à Sala Garrett, desta feita num espectáculo que assinala a colaboração entre o Teatro Nacional D. Maria II e La Comédie de Reims e que juntará, no mesmo palco, actores de ambos os países em volta de um clássico de William Shakespeare muito pouco representado entre nós. A comédia, que relata o encontro amoroso entre dois grupos da nobreza francesa e espanhola, será dita no palco do Teatro Nacional em registo bilingue: português e francês, sendo que a tradução do texto português é assinada pelo poeta Nuno Júdice. O espectáculo, com legendagem, fará carreira em Lisboa até 28 de Outubro, partindo depois para França, onde se apresentará no espaço da Comédie de Reims.
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TNDM II apresentará, nos próximos meses, uma programação diversificada para jovens e menos jovens. Assim, reunindo o interesse dos espectadores de todas as idades, o encenador argentino Claudio Hochman dirige um espectáculo a partir de William Shakespeare: “Sonho de uma Noite de Verão”. Trata-se de um trabalho que pretende despertar o prazer de ver teatro e que se oferece como primeira abordagem dos mais jovens à leitura das complexas peças do bardo isabelino. No Palácio Nacional de Mafra, o espectáculo “Memorial do Convento”, de Filomena Oliveira e Miguel Real, a partir de José Saramago, vai regressar à cena para uma nova temporada, destinada sobretudo a servir os públicos pré-universitários. Finalmente, no espaço da Politécnica, o Teatro Nacional apresentará uma programação virada para a revelação dos grandes temas da ciência: “O que sabemos” Conferência de R. Feynman (de 28 de Set. até 15 de Dez.). O
8 > 9 Sweeney Todd
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A peça que ganhou a primeira edição do Prémio António José da Silva e que inicia a troca regular – entre Portugal e o Brasil – de dramaturgos de ambos os países, é da autoria de um dos mais promissores jovens escritores portugueses: José Maria Vieira Mendes, que tem feito uma carreira exemplar no teatro português e que aqui nos apresenta um texto que questiona as razões profundas do eterno conflito geracional e apresenta a família como sistema que se perpetua nas suas formas de funcionar, tantas vezes irracionais. O espectáculo tem lugar marcado para a Sala Estúdio do Teatro Nacional e será dirigido por uma encenadora que reparte os seus talentos entre o teatro e o cinema, Solveig Nordlund, que nos últimos anos tem assinado espectáculos preferencialmente intimistas.
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João Lourenço encena o musical “Sweeney Todd” de Stephen Sondheim, que conta uma história já elevada à categoria de mito: a história de um homem que, injustamente castigado pela sociedade, arquitecta uma vingança sem precedentes e consegue lançar o pânico na capital inglesa, ao livrar-se dos seus inimigos sem deixar quaisquer vestígios dos seus crimes. O TNDM II é parceiro desta aventura que terá direcção musical do maestro João Paulo Santos.
12 > 13 Teatro para a família, no Palácio Nacional de Mafra
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O clássico com que Henrik Ibsen chocou a sociedade do século XIX vai ser revisto pelo encenador Nuno Cardoso, que apresentou recentemente, no Teatro Nacional D. Maria II, “Ricardo II”, de William Shakespeare. No papel principal, estará Ana Brandão, actriz que deu corpo a Annie da Silva Pais em “A Filha Rebelde” e que agora tem pela frente o desafio de dar corpo a uma mulher que tem de quebrar todos os laços e de romper totalmente com o seu passado, para se reconstruir enquanto pessoa. O espectáculo é co-produzido pelo TNDM II, Cassiopeia, Centro Cultural Vila Flor e Theatro Circo e fará carreira em Lisboa, no Teatro da Politécnica.
14 Notícias e lançamentos da Livraria do Teatro 15 Programação
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De 20 de Setembro a 28 de Outubro >
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Tanto Am
Emmanuel Demarcy-Mota encena o clássico de William Shakespeare com um elenco que junta actores portugueses e franceses A. Ribeiro dos Santos Um colectivo formado por actores portugueses e franceses dará corpo, na Sala Garrett, de 20 deste mês a 28 do próximo, a um clássico menos conhecido de William Shakespeare e que assinala a primeira co-produção entre o Teatro Nacional D. Maria II e La Comédie de Reims, estrutura francesa dirigida por Emmanuel Demarcy-Mota. O encenador, que já nos trouxe leituras cénicas de “Rhinocéros”, de Eugene Ionesco, e “Homme pour Homme”, de Bertolt Brecht, apresentará desta feita a sua versão de “Tanto Amor Desperdiçado”, uma comédia que escapa um pouco aos padrões convencionais – não termina em casamento, por exemplo – e cujo tema principal é o amor e a linguagem. O enredo é simples: uma delegação da corte francesa dirige-se à corte de Navarra para discutir a posse da Aquitânia, mas, inesperadamente, o amor acontece, e as questões políticas vêem-se repentinamente secundarizadas, em nome do coração. Sendo este um trabalho realizado por equipas criativas de dois países e destinado a ser apresentado tanto em Portugal como em França, para plateias portuguesas e francesas, o resultado será bilingue – algo que Emmanuel há muito cobiçava fazer e que, garante, não ofereceu grandes dificuldades. Até porque a acção da peça já contempla essa possibilidade. “No texto, assistimos ao confronto entre dois grupos com culturas diferentes, e que se seduzem de forma distinta. Como é que o amor nasce num contexto desta natureza? Foi a própria peça de Shakespeare que despertou em mim o desejo de trabalhar os encontros entre as personagens e as suas consequências segundo uma pertinência linguística. Assim, por exemplo, a atracção física entre os dois grupos na peça torna-se mais forte graças ao trabalho sobre as diferenças linguísticas. Além disso, o facto de “Tanto Amor Desperdiçado” ser representado em francês e em português é, para mim, uma tentativa para valorizar as músicas das duas línguas”, explica. Ao texto – para o qual foi pedida uma nova tradução portuguesa ao poeta Nuno Júdice – junta-se um
grupo de actores lusos, vindos de horizontes diferentes, que o encenador diz ter escolhido também pela sua capacidade de integrar o grupo e de se prestar a toda a espécie de experiências interpretativas. “Preocupa-me constituir um grupo de trabalho que se articule bem, constituído por pessoas que tenham abertura para ensaiar e experimentar coisas diferentes. Inclusivamente esta aventura de ter de usar outras línguas. A dificuldade em constituir um grupo com actores de países diferentes transforma-se num trampolim para a interpretação e a invenção. O bilinguismo parece-me ser uma nova porta para o teatro hoje em dia. As línguas devem sempre atravessar as fronteiras.” Importante, também, é a disponibilidade física dos intérpretes, já que os espectáculos de Emmanuel Demarcy-Mota solicitam muito os actores: “Fui sempre um espectador atento de teatro e também de dança contemporânea. E tentei sempre provocar o corpo dos actores no espaço teatral para criar significados e desenvolver as oposições entre a palavra e o corpo.” Sobre Shakespeare, de quem o encenador já fez “A Midsummer Night’s Dream”, “Love’s Labour’s Lost”, “Much Ado About Nothing”, Emmanuel diz que lhe interessa, acima de tudo, como exemplo de liberdade criativa. “Shakespeare é uma inspiração. Deve ser um dos autores da História do Teatro que trabalhou com maior liberdade, quer na elaboração das peças, quer na construção das personagens. Inspirou-se em acontecimentos reais e em figuras históricas mas usou-os livremente”, comenta. “Depois, obrigou os actores a uma grande mobilidade interpretativa. As suas personagens são extremamente expressivas, estão em mudança constante de registo. Em “Love Labour’s Lost”, onde tudo o que é perdido é ganho ao mesmo tempo, será talvez essa a lógica do amor: o amor pela poesia, a poesia pelo amor. Não há outra lição. A língua é feita para ser desfrutada e o amor dáse bem com ela. E aqui o teatro é a união dos dois.”
Perfil Nuno
Júdice
Poeta e ficcionista, formado em Filologia Românica e Professor Associado da Universidade Nova de Lisboa, publicou o primeiro livro de poesia em 1972 e, desde então, tem mantido uma presença regular no mundo editorial português. Recebeu os principais prémios de poesia portugueses, tendo também sido distinguido na qualidade de romancista (Prémio Bordalo da Casa da Imprensa ou Prémio da Crítica da Associação Portuguesa dos Críticos Literários, entre outros). Em teatro, publicou as obras “Flores de Estufa” e “Teatro”, e traduziu as peças “Sertório” e “Ilusão Cómica”, ambas de Pierre Corneille, e “D. João”, de Molière.
Perfil François
Regnault
Com Emmanuel Demarcy-Mota, já traduziu “ Léonce et Léna” de Büchner, “Six Personnages en Quête d’Auteur” de Pirandello, “Homme pour Homme” de Bertolt Brecht. “Agrégé” de Filosofia, professor no Departamento de Psicanálise da Universidade de Paris VIII. Trabalhou como escritor, tradutor e colaborador artístico com Patrice Chéreau e Brigitte Jaques. Co-dirigiu o Théâtre de la Commune Pandora em Aubervilliers, de 1991 a 1997. É autor de traduções, publicações e escritos sobre teatro, nomeadamente : “Dire le vers, avec Jean-Claude Milner” (Le Seuil, 1987), “Le Théâtre et la Mer” (autour du Soulier de Satin) (Imprimerie Nationale, 1989), “Théâtre-Equinoxes” (Actes Sud, 2001), “ Théâtre-Solstices” (Actes Sud, 2002).
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mor Desperdiçado Sinopse
O Rei de Navarra, acompanhado por três jovens príncipes, faz o juramento de se dedicar exclusivamente ao estudo durante três anos: pouco sono, pouca comida e nenhum contacto com o sexo feminino é o contrato que os une. A Princesa de França, acompanhada por jovens damas da sua Corte, vem negociar em nome do seu pai, Rei de França, o domínio da Aquitânia, perturbando para sempre este cenário. Os quatro homens apaixonam-se secretamente pelas quatro mulheres mas são obrigados a esconder os seus sentimentos uns dos outros – para não falhar ao juramento combinado. Depois de um encontro onde homens e mulheres se disfarçam, desenham-se os vários pares amorosos mas, no meio da festa, anuncia-se a morte do Rei de França. A Princesa terá de regressar ao seu país e as damas impõem aos seus apaixonados um ano de afastamento, como nova prova de amor.
Sobre William Shakespeare (1564-1616)
Fotografia de ensaio de “Tanto Amor Desperdiçado”
O nome de William Shakespeare associa-se a teatro a partir de 1592, altura em que a sua reputação é conhecida nos palcos londrinos, sobretudo como autor, embora também gostasse de representar. Numa altura em que a profissão teatral era emergente e havia muita procura de dramaturgos, Shakespeare vendia os seus escritos e era tão bem sucedido que, em 1594, tornase sócio da companhia de Lord Chamberlain’s Men. Entre 1594 e 1598, escreve alguns dos seus textos mais importantes, entre os quais “Tanto Amor Desperdiçado”, “Sonho de uma Noite de Verão”, “Romeu e Julieta” e “Ricardo II”. Em 1598, a sua companhia muda-se para a zona sul do rio Tamisa e aí constrói The Globe, dando início ao período mais florescente da escrita de Shakespeare. Entre 1599 e 1608, escreve “Muito Barulho por Nada”, “Tudo Está Bem Quando Acaba Bem”, “Júlio César”, “Hamlet”, “Otelo” ou “Coriolano”. A companhia passa a ser patrocinada pelo próprio rei, mas em 1613 o Globe é destruído pelo fogo e Shakespeare, que perdera o ascendente no panorama teatral londrino, retira-se para Stratford, onde morre em 1616.
Perfil Emmanuel
Demarcy-Mota Director do Centro Dramático Nacional – La Comédie de Reims, desde 2002, é um encenador cujo trabalho prima simultaneamente pelo rigor com que persegue o sentido da palavra – e a respectiva elocução – e pela inventividade cénica. Formado em Filosofia, levou à cena textos de Ramuz, Peter Weiss, Georg Büchner e William Shakespeare, de quem trabalhou – para além de “Tanto Amor Desperdiçado” – os textos “Sonho de uma Noite de Verão” e “Muito Barulho para Nada”. Desenvolveu uma colaboração regular com um jovem autor, Fabrice Melquiot, de quem encenou várias peças. Em Portugal, apresentou “Seis Personagens à Procura de Autor”, de Pirandello, “Rinoceronte”, de Ionesco, e “Homem Vale Homem”, de Bertolt Brecht, estes dois últimos no Teatro Nacional D. Maria II, no âmbito da Mostra Internacional de Teatro. A encenação de “Peine d’Amour Perdue” recebeu o prémio de Revelação de Teatro, pelo Sindicato Nacional da Crítica Dramática e Musical.
de WILLIAM SHAKESPEARE tradução para Português NUNO JÚDICE tradução para Francês FRANÇOIS REGNAULT encenação EMMANUEL DEMARCY-MOTA cenografia e desenho de luz YVES COLLET música original JEFFERSON LEMBEYE figurinos CORINNE BAUDELOT com ANA DAS CHAGAS, AURÉLIE MERIEL, CLÁUDIO DA SILVA, DALILA CARMO, ELMANO SANCHO, GUSTAVO VARGAS, HEITOR LOURENÇO, HORÁCIO MANUEL, MARCO PAIVA, MARIA JOÃO PINHO, MIGUEL MOREIRA, MURIEL INES AMAT, NELSON MONFORTE, NUNO GIL, SARAH KARBASNIKOFF e VÍTOR D’ANDRADE co-produção TNDM II > LA COMÉDIE DE REIMS com o apoio da CULTURESFRANCE
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Prémio António José da Silva, de 19 Setembro a 14 de Outubro, na
“A Minha Mulher” é a primeira parte de uma trilogia de José Maria Vieira Mendes sobre a família. É um olhar geracional. É uma visão sobre a relação entre pais e filhos, sobre a tensão entre o passado e o futuro. Isto porque “não há uma recordação perfeita”
A Minha Mulhe Sinopse
Um pai, uma mãe, o filho destes, a sua mulher e um amigo de família, todos numa casa de férias, num Verão quente. Os dias repetemse, pastosos, secos e amargos, num carrossel fechado e agoniante. Noites intermináveis de discussões intermináveis e por baixo do tom irónico e espirituoso das conversas, há uma tremenda mordacidade e uma luta pelo poder. É uma peça sobre o embate travado por duas gerações, uma reflexão sobre a memória, sobre a repetição e o amor.
Margarida Gil dos Reis
Em 2003, José Maria Vieira Mendes trazia ao palco uma peça, reflectindo sobre o começo da vida adulta, que mostrava como a vida podia ser cruel no espaço exíguo de um “quarto e sala”. Todas as personagens estavam presas nas relações humanas caóticas e no espaço sufocante de um apartamento-modelo contemporâneo Quatro anos depois, com um extenso trabalho feito pelo meio, “A Minha Mulher” reescreve a relação entre gerações, o perdido e o incerto, o fim das ilusões. Trata-se, afinal, da “ideia de que se está sempre a escrever a mesma peça”. A obra resultou num livro publicado recentemente na Cotovia, na colecção Livrinhos de Teatro/ Artistas Unidos, em conjunto com
outro título igualmente perturbante, “Onde Vamos Morar”. Perturbante porque se percebe que “o doce dilema de uma geração” é, afinal, irresolúvel. “Há tempos ouvi Bruno Tackels, crítico e filósofo francês, numa conferência dedicada ao dramaturgo Jean-Luc Lagarce, falar de uma geração sem pais, ou onde os filhos se acham de certo modo órfãos, porque o ‘pai’ deixou de desempenhar o papel de muro a abater. É um pai que não quer ser pai. É esse o doce dilema da minha geração, parece-me.” “A Minha Mulher” é a primeira parte de uma trilogia, seguida de “O Avarento”, uma adaptação de Molière que fez para o Teatro Praga e que subiu a 27 de Junho ao palco do Teatro Nacional S. João,
e concluída com “Onde Vamos Morar”, a ser apresentada pelos Artistas Unidos no final do ano. “Abri com ‘A Minha Mulher’, abordando o tema de um modo mais particular, mais ‘familiar’, e tentando pensar sobre a relação entre pais e filhos no meu tempo e no meu país”, diz Vieira Mendes. Este drama familiar, apresentado pela primeira vez na Suécia, venceu, por unanimidade, o Prémio Luso-Brasileiro de Dramaturgia António José da Silva (2007) criado pelo Instituto Camões e a Fundação Nacional de Arte do Brasil (Funarte), em colaboração com a Direcção Geral das Artes e o TNDM II. “Não consigo pensar numa escrita que não reflicta em si os problemas que encontra enquanto se faz”, reforça José Maria Vieira Mendes.
O espectador-leitor começa por encontrar uma família reunida à noite na sala de uma casa de férias. Nuno e a sua mulher, Laura, o pai e a mãe de Nuno partilham um espaço tão aglutinador quanto as suas relações. Presos nesse espaço (cá fora, os mosquitos ameaçam-nos, “atravessam as paredes”) e na noite (é quase sempre noite), os horizontes de vida tornam-se tão sufocantes como a sala onde todos falam e ninguém se ouve. A chegada do amigo, Alexandre, é mais um motivo para a indefinição das relações e dos objectivos da geração mais nova, afinal “temos de povoar para provar a existência e garantir o futuro, não é assim?” Para Vieira Mendes, a repetição funciona aqui como um “meca-
nismo de escrita”. “Sempre quis fazer uma peça inspirada na ideia das ‘Variações’ musicais – e Bach será o exemplo mais conhecido. Interessava-me trabalhar uma segunda parte da peça que repetisse a primeira, cujas cenas começassem em ambas as partes com as mesmas falas, mas uma pequena variação contribuísse para uma guinada e um acrescento narrativo. Apareceu depois Kierkegaard que me ajudou a ligar a ideia da repetição à ideia da recordação”. O leitor que abra o livro começa por encontrar uma epígrafe, justamente, de Kierkegaard, onde repetir é recordar. Mas “há sempre qualquer coisa que falha, porque não há recordação perfeita”. A partir daqui compreendemos que essa é a melhor forma para
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a Sala Estúdio
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er
Perfil José
Maria Vieira Mendes
Nascido em 1976, José Maria Vieira Mendes dedica-se à escrita e à tradução para teatro. Escreveu “Dois Homens”, “Morrer”, “Crime e Castigo”, “Lá Ao Fundo o Rio e Chão”, “T1”, “Duas Páginas” (2007), “O Avarento ou A Última Festa – Comédia em Cinco Actos” (2007) ou as peças curtas “Proposta Concreta” (2005), “Intervalo” (2006) e “Domingo” (2007). Traduziu “À Espera de Godot” de Samuel Beckett, três peças curtas de Duncan McLean (com Clara Riso), “Vai Vir Alguém” de Jon Fosse (com Solveig Nordlund), “Comemoração” de Harold Pinter e “Filoctetes” de Heiner Müller, sendo um dos responsáveis pela nova edição portuguesa do Teatro de Bertolt Brecht nos Livros Cotovia. O seu trabalho no teatro está desde sempre e de vários modos ligado aos Artistas Unidos e também, mais recentemente, ao Teatro Praga. Em 2000, frequentou a International Summer Residency do Royal Court Theatre de Londres e esteve, em 2005, em Berlim, com uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian. Foi distinguido com o Prémio Revelação Ribeiro da Fonte 2000 do Instituto Português das Artes do Espectáculo, Prémio ACARTE/Maria Madalena Azeredo Perdigão 2000 da Fundação Calouste Gulbenkian, Prémio Casa da Imprensa de 2005 para a área de Teatro, e Prémio Luso-Brasileiro de Dramaturgia António José da Silva 2006, pela peça “A Minha Mulher”. A sua obra, mais especificamente a peça “T1”, foi traduzida para inglês, francês, italiano, espanhol, polaco, norueguês e alemão. “A Minha Mulher” conhece tradução em inglês, sueco, francês, eslovaco e italiano. Obras suas foram já representadas, recentemente, na Alemanha (Berlim) e na Suécia (Estocolmo). Algumas das suas peças encontram-se publicadas na colecção Livrinhos de Teatro dos Artistas Unidos/Livros Cotovia, casos de “T1”, “Se o mundo não fosse assim”, “A minha mulher” e a sua mais recente peça “Onde vamos morar” (estreia prevista para Fevereiro de 2008 pelos Artistas Unidos).
definir as relações entre as personagens desta peça: falha. Não interessa quem são aquelas personagens ou porque não nos conseguimos afastar dos seus diálogos. A palavra é acutilante, nem sempre racional. Estamos perante uma inquietação, uma “falha” que não sabemos porque existe mas que sabemos ser real.
O desafio de Solveig Nordlund A encenadora e cineasta Solveig Nordlund lançou-lhe o desafio: adaptar “Brincar com o Fogo”, uma das peças mais autobiográficas de Strindberg. Mas dessa leitura, e de tantas outras, nasceu “A Minha Mulher”. “Ficou a casa de verão, ficou o núcleo familiar, a promiscuidade, parte das relações entre eles e não sei dizer mais o quê”.
Numa estrutura quase labiríntica, são muitas as perguntas que se podem colocar. O que é que não se pode repetir? Repete-se para esquecer, mas serão os instantes, o amor, as palavras, repetíveis? Quem é afinal esse outro com quem se partilha uma casa? Qual é a verdade? A do tempo, a de que morremos quando nascemos? ‘A Minha Mulher’ “esconde parte da peça, parte da acção. Interessame o teatro que conta com o espectador. É o espectador que completa esta peça”, acrescenta Vieira Mendes. Que fazer para a completar? Voltar ao início ou, como diz o Pai: “E pomo-nos a pensar e dá que pensar, sabes, dá que pensar esta sensação de que nos estamos a repetir.”
de JOSÉ MARIA VIEIRA MENDES encenação SOLVEIG NORDLUND cenografia ULISSES COHN figurinos ANA PAULA ROCHA banda sonora PEDRO MARQUES desenho de luz CARLOS GONÇALVES com DINARTE BRANCO, ISABEL MUÑOZ CARDOSO, JOANA BÁRCIA, JOÃO LAGARTO e JOSÉ AIROSA co-produção TNDM II > DGArtes > FUNARTE parceria INSTITUTO CAMÕES prémio ANTÓNIO JOSÉ DA SILVA
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O terrível barbeiro de Fleet Street
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Sweeney Todd
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De 5 de Out. a 30 de Dez., na Sala Azul do Teatro Aberto >
Repleto de surpresas, eis um ‘thriller’ musical de paixões e vingança que reflecte a violência que se apoderou da sociedade. Uma história espantosa que regressa ao palco dez anos depois da sua estreia em Portugal Ricardo Paulouro
Sinopse
Depois de anos passados nas galés devido a uma condenação injusta, Sweeney Todd regressa a Londres para procurar a mulher e a filha e se vingar daqueles que lhe destruíram a vida. A sua vingança manifesta-se em múltiplos crimes que o tornaram conhecido como “o terrível barbeiro de Fleet Street”. Sweeney Todd é um thriller musical cheio de acção e emoção, com uma partitura inspirada e momentos de comédia, tragédia, tensão dramática e crítica social que lhe conferem as características espectaculares do teatro total.
Pensa-se que a história de “Sweeney Todd” terá as suas origens remotas no século XV, numa balada medieval francesa, cantada primeiro pela tradição oral e depois por cantores populares que narravam a lenda de um terrível barbeiro que matava os seus clientes e utilizava os seus corpos para o recheio de empadas feitas por uma mulher, sua cúmplice. “Le Jeune Homme Empoisonné” (O Jovem Envenenado), uma balada para assustar as crianças, deu origem a várias versões, a partir do século XIX. Publicada, primeiro, em forma de folhetim, e depois apresentada no cinema e em peças radiofónicas, a história de Sweeney Todd permaneceu, até aos nossos dias, envolta em mis-
tério e terror. A versão de 1979, do compositor Stephen Sondheim, que sobe agora ao palco da Sala Azul, no Teatro Aberto, contribuiu para tornar esta história lendária também um marco no teatro musical. O ‘thriller’ musical estreou a 1 de Março, no Uris Theatre, em Nova Iorque, e, para além de ter sido distinguido com vários prémios, manteve-se em cena com mais de 500 representações. A sétima obra da carreira músicoteatral de Sondheim, baseada na peça de Christopher Bond, faz hoje a crítica hesitar entre o “excelente musical” e uma “autêntica ópera”. Conjugando, de forma invulgar, a tragédia com a comédia e com a música, utilizada de
forma contínua mesmo enquanto se fala, a vida de Sweeney Todd, sem esperança e sem sentido, atrai o público pela forma como a personagem principal alcança, progressivamente, o estatuto de herói trágico. Assassino em série, Sweeney Todd é, também, uma vítima da sociedade corrupta em que se deseja vingar, ficando em aberto se a sua regeneração moral teria ou não lugar. Levada ao palco em Outubro de 1997, numa versão de João Lourenço, Vera San Payo de Lemos e José Fanha, esta peça regressa numa nova produção, mostrando como a sátira político-social, conjugada com a inventiva teatralidade da música, continua fascinante e actual.
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João Lourenço dirige “Sweeney Todd” “Quem o viu nunca mais o esquece!” Iniciou-se na rádio, em 1952, como intérprete da Emissora Nacional mas, logo em 1957, estreou-se no teatro, na Companhia Rey Colaço - Robles Monteiro (TNDM II), em “D. Inez de Portugal”, de Alexandre Casona, encenado por Robles Monteiro. Em 1966/67 funda, com Irene Cruz, Rui Mendes e Morais e Castro, o Grupo 4 mas não deixa de se estrear, em 1973, como encenador, na Casa da Comédia com a peça “Oh Papá, Pobre Papá a Mamã Meteu-te no Armário” e “Eu Estou Tão Triste”, de Arthur Kopit. João Lourenço ocupa hoje um lugar de destaque no teatro em Portugal pela construção, em 1974, de um novo teatro em Lisboa: o Teatro Aberto, que funda com Melim Teixeira, Francisco Pestana e Irene Cruz (a cooperativa de teatro Novo Grupo). Premiado com várias distinções de melhor encenador e melhor espectáculo, dirige agora, numa co-produção do TNDMII e o Teatro Aberto, um grande espectáculo que esteve nos principais palcos de todo o mundo.
Quais os motivos que o levaram a dirigir, dez anos depois da estreia em Portugal, esta produção?
“Sweeney Todd” é um “objecto” musical muito especial. Tanto a sua música como a sua história deixam sempre em quem a ouve e a vê a vontade de a voltar a ouvir e a ver. Depois de ter feito o espectáculo há 10 anos, pensei várias vezes em voltar a fazê-lo, exactamente pelo fascínio que ele produz. Outro motivo é aquilo que na história de Sweeney Todd permanece actual: as diversas motivações para o exercício da justiça pelas próprias mãos, o poder, o dinheiro, a vingança passional etc., temas que, infelizmente, continuam na ordem do dia. A estes dois motivos junta-se um outro, que para mim é fundamental: o factor artístico, a possibilidade de criar um espectáculo que convoca muitas artes (e por isso se torna também dispendioso e difícil de realizar) com o maestro João Paulo Santos, o cenógrafo Jochen Finke e a figurinista Renee Hendrix, o coreógrafo Carlos Prado, a Vera
Stephen Sondheim e o teatro musical Compositor e letrista norte-americano, nascido em Nova Iorque, Stephen Sondheim contactou, desde muito jovem, através de Oscar Hammerstein II, com o teatro musical. Formado no Williams College, estudou ainda Teoria e Composição com Milton Babbit. Na sua obra, são muitos os musicais para os quais escreveu a música e a letra. “A Funny Thing Happened on the Way to the Forum”, “Company”, “A Little Night Music”, “Follies”, “Sweeney Todd”, “Into the Woods”, “Sunday in the Park with George” e “Assassins”, bem como as letras para “West Side Story” e “Gypsy” são apenas algumas das suas composições mais conhecidas. Definido pela crítica como um dos maiores artistas do teatro musical americano, Sondheim ganhou vários Tony Awards, o Prémio Pulitzer (1985), o Prémio da Academia para a Melhor Música, “Sooner or Later”, no filme “Dick Tracy” (1990), entre outros. “Sweeney Todd” recebeu o Grammy Award e o Tony Award, em 1979. Tendo-se dedicado, sobretudo, ao teatro musical, onde se distingue pelas inovações e incursões em vários estilos, Stephen Sondheim tem visto algumas das sua peças, especialmente “Sweeney Todd”, apresentadas em salas de ópera em todo o mundo.
San Payo de Lemos e o José Fanha na transposição da ópera para português, e com um maravilhosos conjunto de cantores, actores, bailarinos e uma orquestra ao vivo.
Na sua opinião, quais as características que melhor definem este espectáculo?
É para mim a ópera que possui o argumento mais empolgante e imprevisível que eu conheço. A música está muito bem entrosada na acção. Para mim é o melhor trabalho de Stephen Sondheim.
O que mudou, em termos de opções estéticas e artísticas, nesta nova produção?
Tudo ou quase tudo. A música é a mesma, claro, mas vejo que o João Paulo Santos a está a dirigir de um modo diferente. O cenário e os figurinos têm uma concepção mais actual e mais iconográfica. É preciso ver que passaram 10 anos e eu próprio, a dirigir o espectáculo, tenho um olhar diferente sobre as personagens e o espectáculo no seu conjunto.
A crítica tem considerado esta peça como um espectáculo inovador em termos de género teatral. Em que reside esta inovação?
“Sweeney Todd” é e será sempre um espectáculo inovador, porque a sua história e a sua música permitem múltiplas interpretações e abordagens estéticas. É uma obra que só pode ser cantada e representada por cantores com formação musical, mas que tanto pode ser apresentada num teatro, como uma peça de teatro musical, como numa sala de ópera, como um espectáculo de ópera. Em Londres, por exemplo, a peça tanto pode estar 5 dias na Royal Opera House em Covent Garden como 3 ou 4 meses no National Theatre. Existe em “Sweeney Todd” aquela fórmula mágica que determinados espectáculos, de cinema, teatro ou música, têm: quem o viu, nunca mais o esquece! É uma máxima que, de facto, se aplica a esta história com música do Terrível Barbeiro de Fleet Street.
de STEPHEN SONDHEIM libreto HUGH WHEELER adaptação CHRISTOPHER BOND versão JOÃO LOURENÇO, VERA SAN PAYO DE LEMOS e JOSÉ FANHA encenação JOÃO LOURENÇO direcção musical JOÃO PAULO SANTOS cenografia JOCHEN FINKE figurinos RENÉE HENDRIX dramaturgia VERA SAN PAYO DE LEMOS coreografia CARLOS PRADO com Mário Redondo, Marco Alves dos Santos, Sílvia Filipe, Ana Ester Neves, José Curvelo, Carlos Guilherme, Carla Simões, Henrique Feist e Tiago Sepúlveda co-produção TNDM II > TEATRO ABERTO
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Estreia em Guimarães >
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Perfil Ana
Brandão
A cantora-actriz tem o curso de formação de actores do Instituto Franco-Português e uma vasta experiência teatral: trabalhou com a companhia A Barraca, integrou o elenco do teatro O Bando durante quatro anos, e foi dirigida por encenadores como João Brites, Hélder Costa, João Lourenço, Helena Pimenta, Bruno Bravo, Paulo Filipe, Miguel Moreira ou Claudio Hochman. Em cinema, entrou em vários filmes de produção nacional, como “Corte de Cabelo”, de Joaquim Sapinho, “Elles”, de Galvão Telles, “Chuva”, de Luís Fonseca, “Branca de Neve”, de João César Monteiro ou “Rasganço”, de Raquel Freire. Como cantora, tem um projecto com Carlos Bica, o DIZ, com quem já lançou um disco.
Perfil Nuno
Cardoso
Nuno Cardoso é actor e encenador e reside no Porto, onde desempenhou funções de director artístico do Teatro Carlos Alberto. Tendo-se iniciado em teatro no CITAC, de Coimbra, durante a década de 90, foi, em 1994, um dos fundadores da companhia Visões Úteis. Encenou – para o Teatro Nacional S. João, TECA, Ao Cabo Teatro e Cão Danado, textos de Shakespeare, Garcia Lorca, Carlos J. Pessoa, Sófocles, Ésquilo, Sarah Kane, Don DeLillo, Marius von Mayenburg, Wedekind ou Büchner e como actor interpretou Dostoievski, Eric-Emmanuel Schmitt, Gregory Motton ou Bernard-Marie Koltès. No Teatro Nacional D. Maria II apresentou “Ricardo II”, de Shakespeare, e “R2”, um projecto inspirado na mesma peça e desenvolvido em atelier com jovens de bairros periféricos de Lisboa.
Bonec
ca
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Ana Brandão, a actriz que deu vida a Annie Silva Pais no espectáculo “A Filha Rebelde”, peça de Margarida Fonseca Santos construída a partir do livro dos jornalistas José Pedro Castanheira e Valdemar Cruz, vai voltar ao palco do Teatro Nacional com um espectáculo que estreia em Guimarães e chegará ao Teatro da Politécnica em Novembro. Trata-se de uma nova montagem de uma das peças mais emblemáticas de Henrik Ibsen (1828-1906) – “Uma Casa de Bonecas” – projecto da responsabilidade da produtora do Porto, Cassiopeia, com encenação de Nuno cardoso, que depois de “Ricardo II”, de William Shakespeare, se propõe reler um dos maiores clássicos de sempre do teatro norueguês. A peça – escrita em 1879 e que aquando da estreia, em Copenhaga de finais do século XIX, provocou um escândalo enorme – conta a história de uma mulher que antecipa, em mais de um século, a emancipação feminina e que abandona casa e família para descobrir quem é e qual o seu real lugar no Mundo. Ao fim de oito anos de casamento, Nora percebe que tudo o que fez até então foi tentar agradar, primeiro ao pai, depois ao marido, e por isso parte. O final, abrupto, do drama foi tão fortemente contestado que quando a peça estreou na Alemanha, na década de 80 do século XIX, os produtores decidiram arranjar-lhe outro desfecho, para tranquilizar o público. A um dia do início dos ensaios, Ana Brandão confessava ao Jornal do Teatro que ainda estava numa fase de conflito com a personagem. Algo que, de resto, não é novo no seu processo de trabalho. “Já tinha lido a peça há uns cinco ou seis anos, e agora voltei a lê-la – com uma reacção muito semelhante de
incompreensão face às decisões da personagem. Não compreendo como é que uma mulher é capaz de abandonar os filhos, por exemplo, embora eu não os tenha…”, revela a actriz. “Acho que estou naquela fase em que ainda não gosto da personagem, situação que tem sido habitual nos meus últimos trabalhos, e que depois se inverte, para se transformar numa grande paixão. Falei com o encenador sobre isso e ele disse-me que era bom sinal, e que não me preocupasse.” Ana Brandão, que tinha trabalhado com Nuno Cardoso no projecto “Plasticina”, estreado no Teatro Carlos Alberto, no Porto, define o trabalho deste criador como um misto entre o negro e o poético e acrescenta que, como director de actores, ele é extremamente respeitador do espaço dos intérpretes. “Quando vejo espectáculos do Nuno (Cardoso) identifico, por um lado, a sua faceta dura, porque há um lado dele que é um pouco negro… Por outro, há um lado poético muito bonito, e é por aí que transparece a sua fragilidade. Porque ele é humano e frágil, e essa é a parte mais bela dos espectáculos dele.” Antes de começar a ensaiar, porém, Ana Brandão não tinha qualquer indicação sobre a leitura dramatúrgica que Nuno Cardoso pretende fazer de “Boneca”. “Ele não me disse nada, só me disse que desta vez vou ter de lhe obedecer (risos). Trabalhar com ele é uma experiência muito intensa, porque ele é viciado no trabalho, mas é também um encenador que tem muito respeito pelos actores. Não se pode dizer que seja um bem disposto, mas é capaz de sentir a energia que nós transmitimos e de se adaptar a isso. Talvez por ser actor, também…”
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Nuno Cardoso encena a peça mais comentada de Henrik Ibsen. No principal papel, estará a actriz Ana Brandão A. Ribeiro dos Santos
Sobre Henrik Ibsen (1828-1906)
Ibsen começou a interessar-se muito cedo pelo teatro, embora vivesse num país onde a actividade teatral estava moribunda. Os seus primeiros textos – escritos sob a influência dos ventos revolucionários que sopravam de França – foram de pendor fortemente nacionalista, mas durante uma viagem de estudo a Dresden e Copenhaga, quando lê o livro “The Modern Drama”, de Herman Hettner, Ibsen reforça a sua convicção de que o conflito psicológico é a base de todo o teatro. As ideias de Kierkegaard constituíram também uma influência decisiva para a sua obra, onde personagens a braços com profundos dilemas interiores têm de descobrir a sua vocação e de definir um caminho próprio, que muitas vezes se faz contra a corrente social.
Sinopse Nora Helmer pediu emprestada, em segredo, uma larga soma de dinheiro para que o marido pudesse recuperar de uma doença grave. Nunca lhe falou do empréstimo que secretamente foi pagando com o que poupara. Quando é nomeado director do Banco Comercial, a primeira medida do seu marido, Torvald, é despedir um homem cuja reputação tinha sido desgraçada por forjar a assinatura de um documento. Este homem, Nils Krogstad, é a pessoa a quem Nora pediu o dinheiro emprestado. Nora também forjou a assinatura do seu pai para conseguir obter o dinheiro. Para defender o emprego, Krogstad ameaça revelar o crime de Nora e, assim, destruir a vida do casal. Nora tenta influenciar o marido, mas para ele Nora é uma criança que não compreende decisões de negócios. Desesperada, Nora prepara-se para a descoberta da verdade pelo marido.
texto HENRIK IBSEN tradução FERNANDO VILLAS-BOAS encenação NUNO CARDOSO design luz JOSÉ ÁLVARO CORREIA cenografia FERNANDO RIBEIRO figurinos STORYTAILORS apoio ao movimento MARTA SILVA com ANA BRANDÃO, FLÁVIA GUSMÃO, JOSÉ NEVES, LÚCIA MARIA, PETER MICHAEL e SÉRGIO PRAIA co-produção CASSIOPEIA > CENTRO CULTURAL VILA FLOR TNDM II > THEATRO CIRCO
Carreira > 18 a 20 Outubro > Centro Cultural Vila Flor > Guimarães 15 Novembro a 16 Dezembro > Teatro da Politécnica > Lisboa 11 e 12 Janeiro > Theatro Circo > Braga 7 a 16 Fevereiro > Teatro Helena Sá e Costa > Porto
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Teatro, Educação e Comunidade >
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Espectáculo
para todas as Na nova temporada, surgem propostas para públicos de várias gerações. Teatro e ciência, clássicos da dramaturgia ou uma adaptação de “Memorial do Convento” de José Saramago, são as ideias que vão colocar o teatro ao alcance de todos Ricardo Paulouro
Anfiteatro do Lab. de Química, no Museu da Ciência, onde decorre o espectáculo “O Que Sabemos - Conferência de R. Feynman”
Nem sempre é fácil surpreender o público, sobretudo o mais jovem. Ainda há alguma resistência aos clássicos e nem sempre o espectador é fácil de conquistar. Foi a pensar nos mais novos, no público escolar, mas também nas famílias, que o TNDM II programou um conjunto de espectáculos, todos diferentes, mas com um denominador comum: o teatro pode ser algo divertido. E se estas escritas teatrais são ágeis e coloridas, com um ritmo próprio, elas oferecem-se, para além de momentos para reflectir e pensar, como pretextos para rir e passar um bom bocado. Não será por acaso que, em muitos países, existe uma ténue fronteira entre as palavras “actuar” e “jogar”. A dimensão pedagógica que o teatro pode ter cruza-se aqui com momentos de puro divertimento.
Teatro e Conhecimento Nos últimos anos, têm ganho cada vez mais protagonismo peças cuja ideia principal é pôr o público a interrogar-se sobre vários aspectos científicos, ao mesmo tempo que se divulga a ciência. De facto, a proximidade entre arte e ciência foi traçada de formas diferentes no decorrer da História. O escultor, pintor, engenheiro e cientista Leonardo da Vinci (14521519), por exemplo, afirmava que ciência e arte se completavam e constituíam o âmago da actividade intelectual. Por isso, entre 28 de Setembro e 15 de Dezembro, o público poderá assistir, no Teatro da Politécnica, a “O que sabemos” — Conferência de R. Feynman. No Lab. de Química do Museu da Ciênca, percorre-se com o Nobel da Física e pedagogo Richard Feynman algumas das descobertas mais significativas da ciência
da segunda metade do séc. XX, o modo como estas alteraram a percepção que temos do mundo, as transformações que este sofreu e que pode vir a sofrer. Com encenação de Amândio Pinheiro, “O que sabemos” conta a história de um professor que se encontra no seu gabinete a preparar uma conferência cujo tema é: “O que sabemos?” Enquanto pensa no que vai dizer, faz um balanço da sua vida: a participação no desenvolvimento da bomba atómica, a relação com a música, a memória da sua primeira mulher, a paixão pela Física e por países desconhecidos. Um espectáculo estimulante é também aquele a que o público pode assistir na Sala Estúdio. “After Darwin”, de Timberlake Wertenbaker, revela o pensamento darwiniano de uma forma profundamente humana. Dois actores e uma encenadora encontram-se
“Memorial do Convento”, no Palácio Nacional de Mafra
a ensaiar um espectáculo onde é retratada a relação entre Darwin e o comandante do navio Beagle, o capitão Fitz-Roy, homem de espírito religioso e colérico, pouco atraído pelas descobertas científicas que Darwin foi realizando ao longo da viagem de circum-navegação que ambos realizaram. No desenrolar dos ensaios, a relação entre o capitão Fitz-Roy e Darwin vai tornando-se cada vez mais tensa, assim como a relação entre os actores que os representam e a encenadora. A partir deste enredo, uma complexa luta pela afirmação da individualidade de cada personagem vai-se desenhando. A selecção natural do mais apto irá ditar o vencedor. Mas haverá vencedores nas questões mais profundas sobre o sentido da vida?
“Sonho de uma Noite de Verão” na Sala Garrett Com encenação do argentino Claudio Hochman, “Sonho de uma Noite de Verão” faz-nos regressar ao universo dramatúrgico de William Shakespeare. Na continuação do trabalho já realizado ao nível do Teatro Musical – “O Navio dos Rebeldes”, “Fungágá”, “Concerto para Einstein”, “A Dança do Universo” e um exercício sobre “O Último Tango de Fermat” – Claudio Hochman encena um projecto musical que teve a sua base a partir de uma colaboração com o Departamento de Comunicação e Arte (DeCA) da Universidade de Aveiro.”O espectáculo a que vamos poder assistir foi reformulado e conta, desta vez, com um elenco profissional. Esta produção é um musical que integra cerca de uma dezena de actores e quatro músicos que interpretam 30 canções
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os
s idades
“Ana e Hanna”, agora no Teatro Villaret
que reflectem o estado anímico das personagens”, explica Cláudio Hochman. A acção decorre em Atenas. O conde e a condessa vão casar dentro de quatro dias. Um grupo de artesãos é incumbido de preparar uma peça de teatro. Lisandro e Hérnia, dois jovens atenienses, estão apaixonados, mas a mãe de Hérnia quer que ela se case com Demétrio. Helena, outra jovem ateniense, ama Demétrio, mas este quer Hérnia. Diante da pressão do conde e de sua família, Leandro e Hérnia decidem fugir para o bosque…Helena, que tudo sabe, conta a Demétrio que desesperado, segue Hérnia. Helena segue Demétrio. Assim, entram os quatro na floresta. No final, pode-se adiantar que para quase todos é um final feliz, digno de uma noite de verão. “Sonho de uma Noite de Verão” é um espectáculo para toda
a família, que cruza o real com o sobrenatural e que conta com a participação de um elenco profissional de duas dezenas de jovens talentos, recrutados através de audições. “Sonho de uma Noite de Verão” sobe ao palco da Sala Garrett em Novembro.
O regresso de “Memorial do Convento” Depois do sucesso, na temporada de 2006/2007, de “Memorial do Convento”, de José Saramago, esta peça, com encenação de Filomena Oliveira, regressa ao simbólico espaço do Convento de Mafra. Ao longo de 80 minutos, o espectador pode assistir à síntese da essencialidade das personagens, dos seus conflitos e dos seus dramas, determinados e envolvidos pela construção do convento de Mafra, símbolo do poder institucional, político e religioso, e
aos amores de Baltasar e Blimunda que, unidos a Bartolomeu de Gusmão pelo sonho de voar, constroem uma passarola, símbolo do poder da ciência, do sonho e da vontade humana.
“Ana e Hanna” sobe ao palco do Teatro Villaret Com encenação de António Feio e movimento de Olga Roriz, “Ana e Hanna”, com Vânia e Rita Calçada Bastos como protagonistas, é uma história que reflecte sobre a necessidade de viver em comunidade, apesar das diferenças sociais, culturais ou étnicas. Ana tem 16 anos, vive em Tavira com a avó e abandonou os estudos. Hanna tem 16 anos, é albanesa, recém-chegada do Kosovo e procura asilo político. A vida destas duas adolescentes cruza-se no Verão de 1999, em Tavira, um encontro que as mudará numa
troca de experiências e de emoções. Apesar das diferenças que as separam, Hanna, mesmo que proveniente de uma cultura diferente e, por isso, vítima de uma certa exclusão social, cedo acaba por conquistar a amizade de Ana que, curiosamente, nunca saiu do país. Será a paixão pela música pop o elo de ligação entre os dois mundos tão diferentes das duas personagens. Britney Spears, Kylie Minogue, Fatboy Slim, Natalie Imbruglia, entre outros, darão o mote. Primeiro para que ambas cantem em conjunto e depois para que partilhem as suas vidas e dessa partilha nasça uma verdadeira amizade, indestrutível até com a distância.
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Notícias >
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Teatro Nacional vai gerir o Villaret O Teatro Nacional D. Maria II acaba de assegurar a gestão artística do Teatro Villaret, em Lisboa, durante os próximos dois anos. O espaço acolherá as produções de peças contemporâneas destinadas ao grande público, nomeadamente os textos premiados no estrangeiro e que estão a fazer carreira nos teatros das principais capitais europeias. O Teatro Nacional pretende assim colmatar uma lacuna na oferta cultural lisboeta, oferecendo ao público a possibilidade de assistir a espectáculos que, ao mesmo tempo, têm textos de grande qualidade e exigência mas são simultaneamente muito abrangentes a nível temático.
Ricardo II faz carreira no Carlos Alberto O espectáculo “Ricardo II”, que Nuno Cardoso assina a partir de William Shakespeare e que estreou na Sala Garrett do Teatro Nacional D. Maria II na temporada passada, chega no mês que vem ao Porto para fazer carreira no Teatro Carlos Alberto (TeCA), entre 31 de Outubro e 4 de Novembro. Trata-se de uma peça que traça o retrato de um rei sem perfil para o governo mas que, ainda assim, não quer largar o trono. Ricardo faz uma sucessão de erros e acaba por virar contra si grande parte da nobreza inglesa. Aliados a Henrique de Bolingbroke, rival de Ricardo, os nobres acabarão por derrotar o rei e fazê-lo substituir por um novo rei, Henrique IV. O novo monarca, porém, parece tão sanguinário e pouco escrupuloso quanto o seu antecessor, e inicia o seu governo com uma série de assassinatos: manda matar todos os seus potenciais rivais. O espectáculo de Nuno Cardoso, que tem por base uma tradução de Fernando Villas-Boas, conta com cenografia de F. Ribeiro, figurinos dos Storytailors e, no elenco, com as interpretações de João Ricardo como Ricardo II e Gonçalo Amorim como Henrique IV.
Leituras dirigidas no Teatro Nacional O Teatro Nacional D. Maria II, La Comédie de Reims e a Culturesfrance realizam, nos próximos dias 27 e 28 de Setembro, às 18h00, leituras dirigidas das peças “Casamento” (“Mariage”) e “Anjos no Cabelo do Diabo” (“Le Diable en Partage”), da autoria, respectivamente, de David Lescot e Fabrice Melquiot, pelo elenco português do espectáculo “Tanto Amor Desperdiçado”. “Casamento” conta-nos a história de um casal unido por um laço de conveniência - a mulher é francesa e o homem não - que se encontra para imaginar os pormenores de uma vida em comum que nunca teve e preparar a separação e esta leitura tem direcção de Amândio Pinheiro, com a colaboração de Emmanuel Demarcy-Mota. Na peça “Anjos no Cabelo do Diabo”, seguimos uma personagem chamada Lorko, um desertor em tempo de guerra, que arrasta na sua fuga os fantasmas das pessoas que lhe são próximas. Esta leitura será dirigida por Emmanuel Demarcy-Mota. Com entrada livre.
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Novas edições na Livraria do TNDM II
“Casa da Boneca” Henrik Ibsen > Europa-América, 1998 (117 pp.) LIVRO
No final do século XIX, a crise das instituições e a moral burguesa entram em cena. Nora Helmer é uma esposa da classe média que se recusa a continuar a viver numa «casa de boneca», metáfora de um casamento sufocante e sem liberdade. A mulher-boneca renuncia à confortável mentira e elege o risco de ser ela mesma. Precisa de uma nova identidade, de uma nova moral. Para viver, abandona marido e filhos, rompendo amarras e derrubando tabus. Nesta que é uma das peças mais encenadas de Ibsen, as personagens livram-se das máscaras e vivem, mesmo que solitárias, a sua verdade. Um tema considerado chocante para o público da época mas revelador do papel determinante de Ibsen para o desenvolvimento da prosa dramática. “Casa de Bonecas”, uma peça de 1879, retrata a luta humana contra as convenções da sociedade. Com tradução de Elsa Uva, a obra é publicada na colecção «Grandes Clássicos de Teatro» da Europa-América.
“O Fim / Diálogo na Alhambra” António Patrício > Assírio & Alvim, 2007
“Artaud: la fiction – en compagnie d’Antonin Artaud”
(91 pp.) LIVRO
Arte Vidéo, 2005 > 4h20mn (Dolby Digital Stereo) DVD
Editado um ano antes da queda do regime monárquico em Portugal (1909), “O Fim. História Dramática em dois quadros” é o único dos dramas patricianos no qual o autor situa a acção na actualidade do seu tempo. Curiosamente, a peça estreou apenas cerca de 60 anos depois, na Casa da Comédia, pela mão de Jorge Listopad. Um conjunto de situações dá o tom apocalíptico de uma tragédia colectiva cuidadosamente retratada por António Patrício: uma Rainha louca que aguarda uma recepção de um aniversário que não se realizará; o país a ser invadido por potências estrangeiras; a resistência popular contra as forças ocupantes; a perturbante personagem do Desconhecido, que relata a batalha mortal que ocorre nas ruas. Com edição de Armando Nascimento Rosa e colaboração heurística de Maria Manuela Martins Gamboa, esta edição da Assírio & Alvim inclui ainda uma nota biobibliográfica sobre o autor.
Para descobrir o autor de “O Teatro e o seu Duplo”, esta edição é composta por dois DVD. O primeiro é um documentário a cores de Gérard Mordillat e Jérôme Prieur, intitulado “La Véritable Histoire d’Artaud le Mômo“. Em Maio de 1946, Antonin Artaud sai do asilo de Rodez e regressa a Paris onde desenvolve uma extraordinária actividade criativa até à sua morte. O segundo DVD intitula-se “En Compagnie d’Antonin Artaud”. Uma ficção de Gérard Mordillat, a preto e branco, escrita por Gérard Mordillat e Jérôme Prieur a partir da obra homónima de Jacques Prével, com Sami Frey, Marc Barbé, Julie Jézéquel, Valérie Jeannet, Clothilde de Bayser et Charlotte Valandrey. O DVD tem ainda um bónus: “Jacques Prével, de Colère et de Haine”, um “retrato íntimo” do poeta Jacques Prével a partir dos testemunhos dos seus próximos. Destaque ainda para o pequeno livro (20 pp.) que acompanha os DVD’s e que inclui, entre outros conteúdos, entrevistas aos realizadores.
“L’Avant-Scène Théâtre” Nº 1225 > JUL’07 REVISTA
Esta revista bimensal lança a sua edição de Julho dividindo-se em dois grandes blocos temáticos. Destaque para o dossier sobre a peça “Un Rêve de Théâtre”, uma criação dos Tréteaux de France, a partir de textos de Molière, Pierre Corneille, Alfred de Musset e Edmond Rostand, numa adaptação de François Bourgeat, seguida de “L’Impromptu de Douai”, de François Bourgeat. Para além da reprodução da peça, incluem-se vários comentários e críticas ao espectáculo. Numa segunda parte da publicação, intitulada “L’actualité”, reflecte-se sobre acontecimentos vários do panorama teatral, como a crítica ao espectáculo “Angels in America”, no Festival de Avignon, o perfil do dramaturgo René de Obaldia, um dos autores mais lidos e representados em França, uma entrevista a artistas de rua, a homenagem ao actor e encenador Jean-Claude Brialy e recensões críticas.
“ADE Teatro – Teatro
de Calle / El Vestuario y la Escena” nº 116 > JUL/SET’07 REVISTA
A revista trimestral da Associação de Directores de Cena de Espanha aborda, nesta edição de Julho/Setembro, dois grandes temas: o teatro de rua e a importância do vestuário no espectáculo. Contando com vários ensaios, onde se destaca o texto de Roland Barthes, “Las enfermedades de la indumentaria teatral” ou o artigo de Javier Martínez, “1, 2, 3… Responda outra vez”, sobre teatro de rua, esta edição conta ainda com várias reflexões sobre as leis para o teatro em Espanha, os vários prémios europeus para teatro ou três artigos sobre texto teatral. Destaque ainda para as críticas a espectáculos por Eduardo Alonso, Etelvino Vázquez, Jorge Cassino, Adolfo Simón, Karol Wisniewski e Ana Zamora, recensões críticas ou o ensaio de Alfonso Zurro, “Pasión por los muertos”, sobre o papel do encenador e os autores “vivos e mortos”.
TEATRO NACIONAL
Tanto Amor Desperdiçado WILLIAM SHAKESPEARE encenação EMMANUEL DEMARCY-MOTA de
co-produção TNDM
II > LA COMÉDIE DE REIMS com o apoio da CULTURESFRANCE
SET
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OUT 2007
Sweeney Todd
O Terrível Barbeiro de Fleet Street STEPHEN SONDHEIM libreto HUGH WHEELER encenação JOÃO LOURENÇO direcção musical JOÃO PAULO SANTOS de
co-produção TNDM
II > TEATRO ABERTO
Teatro Aberto > Sala Azul
TNDM II > Sala Garrett
05 OUT a 30 DEZ 4ª a Sáb. 21h30 Dom. 16h00
20 SET a 28 OUT 3ª a Sáb. 21h30 Dom. 16h00
A Minha Mulher JOSÉ MARIA VIEIRA MENDES encenação SOLVEIG NORDLUND de
Boneca
HENRIK IBSEN encenação NUNO CARDOSO texto
co-produção CASSIOPEIA > CENTRO >
co-produção TNDM
II > DGArtes > FUNARTE CAMÕES prémio ANTÓNIO JOSÉ DA SILVA
CULTURAL VILA FLOR
TNDM II > THEATRO CIRCO
Teatro da Politécnica > Sala 1
parceria INSTITUTO
15 NOV a 16 DEZ
4ª a Sáb. 21h30 Dom. 16h00
Memorial do Convento
TNDM II > Sala Estúdio
19 SET a 14 OUT 3ª a Sáb. 21h45 Dom. 16h15
JOSÉ SARAMAGO a partir da adaptação dramatúrgica de FILOMENA OLIVEIRA e MIGUEL REAL encenação e direcção FILOMENA OLIVEIRA de
Leituras Dirigidas
TNDM II > LA COMÉDIE DE REIMS > CULTURESFRANCE
Casamento (“Mariage”)
produção
de DAVID
TNDM II em colaboração com o PALÁCIO NACIONAL DE MAFRA
LESCOT leitura dirigida por AMÂNDIO PINHEIRO em colaboração com EMMANUEL DEMARCY-MOTA
Palácio Nacional de Mafra > Capela do Campo Santo
Anjos no Cabelo do Diabo (“Le Diable en Partage”)
O Que Sabemos
de Fabrice
a partir de 3 OUT 4ª a 6ª (sob marcação)
Melquiot leitura dirigida por Emmanuel Demarcy-Mota
27 e 28 SET 18h
Conferência de R. Feynman
Concertos Antena 2
PETER PARNEL encenação AMÂNDIO PINHEIRO produção TNDM II a partir de Q.E.D. de
TNDM II > Átrio
09 OUT 19h Gonçalo Pescada (Acordeão) 10 OUT 19h Pedro Camacho (flautista) Ana Monteiro (piano)
Museu da Ciência > Anfiteatro do Lab. de Química
28 SET a 15 DEZ 6ª e Sáb.21h Dom.16h 3ª a 6ªf (sob marcação)
VALOR Unit.
SALA
LOCAL
VALOR Unit.
Plateia Sala Garrett 1ª Balcão 2ª Balcão
16,00 € 10,00 € 7,50 €
Sala Estúdio Plateia
12,00 €
Teatro da Politécnica
Sala 1 Sala 2 Lab. Química Jardim Botânico*
12,00 € 12,00 € 12,00 € 6,00 €
Palácio Nacional de Mafra
Capela 8,00 € do Campo Santo
SALA
LOCAL
DESCONTOS
Bilhete do Dia 6,00 € (3ª a Dom. 14h às15h) 3ª feira, Dia do Espectador 50% de desconto 25% a 30% Desconto Jovens até 25 anos; + 65 anos Grupos 20% a 40% de desconto Grupos de Escolas 6,00 € (excepto sessões nocturnas 6ª a Dom.)
HORÁRIO
3ª a Sáb. 13h às 22h Dom. 13h às 17h (Dias sem espectáculo: 3ª a Sáb. 13h às 19h, encerrada ao Dom.)
*Não são praticados quaisquer descontos.
INFORMAÇÕES e RESERVAS reservas@teatro-dmaria.pt tel. 213 250 835
Reservas válidas até 1h30 antes do inicio do espectáculo
Horário Bilheteira
Em dias de espectáculo, abertura 2 horas antes e encerra 30 min. após início do mesmo (Encerrada em dias sem espectáculo)
Consoante a marcação.
João Lourenço encena
Sweeney ToDd O Terrível Barbeiro de Fleet Street
de Stephen Sondheim