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Especialista alerta sobre a importância do combate aos carrapatos, mesmo que eles ainda não estejam “atacando” os rebanhos
MÁRIO SÉRGIO SANTOS
Aprincípio, uma ameaça invisível, mas ain- tremamente complicado, ainda mais porque nunca da assim uma ameaça! Por mais que a soubemos ao certo sobre a eficácia de defensivos incidência de carrapatos em bovinos sobre carrapatos no campo. Justamente por isso, o seja mais comum em períodos quentes que se preconiza cada vez mais é o monitoramento e secos do ano, nos meses chuvosos, característicos para verificar o andamento do pasto. Como opção, do verão brasileiro, eles já começam a assombrar os temos a rotação de pastagens e, principalmente, a rebanhos. A percepção se torna mais difícil, conside- limpeza de instalações, com o uso de antissépticos rando que o ataque aos animais ainda não é tão re- e desinfetantes. Outros métodos físicos, como vascorrente, mas especialistas alertam que é justamente soura de fogo em piso cimentado, também podem nessa época, e bem pertinho do rebanho, que eles contribuir. O ideal é juntar todas as metodologias, se preparam para a fase de infestação aos bovinos. tanto o tratamento nos animais quanto no ambien-
“Os carrapatos possuem te”, ressalta ela, complementanduas fases de vida: livre e pa- do que, além do acompanharasitária. A questão é que 95% mento das pastagens, é preciso da vida deles são justamente li- preparar os animais e evitar que vres, momento em que eles se estes sejam parasitados de forma encontram nas pastagens. Em intensa, considerando ainda ouperíodos mais quentes, o pasto tros fatores, como escolha correfica mais seco e torna-se um am- ta do medicamento e de suas dobiente hostil. Justamente por isso ele começa a parasitar, já que a fêmea precisa de sangue para a ovoposição. Nos demais foto: divulgação sagens, a partir de uma indicação profissional. Amanda destaca ainda que a presença do parasita não interfeperíodos eles estão nos pastos. re na qualidade das pastagens, Assim, devemos ter a preocu- Professora da Fazu Amanda Pifano pois os carrapatos não são pragas pação com carrapatos ao longo Neto Quintal de campo e não se alimentam de de todo o ano, e não somente na fase parasitá- gramíneas. Nesse sentido, o maior problema é na ria. Ainda mais porque as pastagens com elevadas instalação dos animais, onde além de serem parasicargas de carrapatos podem promover uma fase tados, causando prejuízos no couro, redução de índiparasitária muito intensa, aumentando cada vez ces zootécnicos e estresse, podem transmitir doenças mais a infestação”, explica a médica veterinária e como tristeza parasitária bovina. “Diante disso, enprofessora da Fazu Amanda Pifano Neto Quintal. tre as maiores vantagens de se combater os carra-
A especialista, que é pós-doutora pela Universi- patos ainda na pastagem é a de ter o conhecimendade Federal de Minas Gerais, e doutora em Imuno- to da própria área e não ser pego de surpresa, além logia e Parasitologia pela Universidade Federal de de conseguir se antecipar ao problema e realizar um Uberlândia, destaca que o combate aos carrapatos bom planejamento para evitar obtenção de elevadas nesta fase é mais difícil, mas não impossível. “É ex- taxas de infestação”, diz ela.

foto: divulgação

Como monitorar a pastagem?
A metodologia é bem simples, conforme sugere Amanda. Basta um tecido de algodão 1x1m amarrado em um cabo de madeira (vassoura), e preso em cordas, como na imagem.
Com a estrutura montada, só é preciso puxar o tecido por cima da pastagem, geralmente em zig-zag, em área máxima de um hectare. Posteriormente, faz-se a contagem das larvas ou ninfas (chamadas de micuim) que ficaram presas no tecido.
Ainda segundo a especialista, não existe uma quantidade indicada ou tolerável, considerando que existe quatro gerações ao ano. Nesse sentido, a orientação é realizar o processo quatro vezes e, a partir da incidência, fazer um comparativo entre as contagens.
Amanda ressalta ainda que é importante verificar a necessidade de vazio sanitário, e antes de inserir os animais também repetir o procedimento.
Desafios do combate (e da prevenção)
“Hoje, no Brasil, quando pensamos em controle de pastagem, já vem à mente usarmos produtos químicos de lavoura no pasto. Não se tem estudos sobre sua eficácia no combate aos carrapatos, e ainda temos a questão atual sobre redução deste tipo de abordagem, reduzindo o uso de produtos químicos. Por isso, menciono sempre o monitoramento da pastagem. Pedir ao pequeno produtor, por exemplo, uma rotação de pastagem, com 40 dias de vazio sanitário pode ser complicado também. Então, como percebemos, são muitas variáveis envolvidas e cada propriedade vai poder estabelecer seu melhor método de PREVENÇÃO e controle”, destaca Amanda Pifano Neto Quintal.

Saiba mais!
Conforme explica a especialista, durante o ano são quatro gerações de carrapatos na região de Uberaba (MG), preconizando-se o tratamento químico medicamentoso de forma estratégica a partir desses períodos. Diante disso, o controle químico deve anteceder os picos de carrapatos, que ocorrem ao longo de todo o ano, conseguindo, desta forma, preparar o animal para que o carrapato não permaneça parasitando por muito tempo.
Saiba mais sobre as gerações dos carrapatos no gráfico abaixo:
2ª geração
3ª geração
4ª geração
1ª geração
janeiro fevereiro março abril maio junho julho agosto setembro outubro novembro dezembro



