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PESQUISA

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EVONIK Novo CEO está focado na sustentabilidade

O Grupo Evonik efetuou mudanças em vários cargos de alta gestão com o objetivo de reforçar ainda mais a diversidade de culturas e experiências internacionais em funções-chaves.

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Com as mudanças, Hendrik Schoenfelder assume a posição de CEO para a América Central e do Sul, enquanto Elias Lacerda, que até então presidia a região, assume a responsabilidade global pela linha de negócios Coating Additives.

A troca de comando está muito bem alinhada com a estratégia de crescimento mundial da Evonik. “O desafio será levar a empresa ao próximo patamar de crescimento. O enfoque na sustentabilidade será o principal impulso de muitas das iniciativas futuras de promoção desse crescimento", destaca Schoenfelder.

A paixão do executivo é a sustentabilidade, em particular as transições para a neutralidade climática e a economia circular, após ter vivenciado grandes experiências relacionadas aos temas no Oriente Médio, onde muitos players estão empenhados na substituição do petróleo e do gás por fontes de energia limpa, como a solar. Ele ressalta que os produtos e tecnologias da Evonik atendem aos clientes interessados nesta mudança e podem melhorar a sua pegada ambiental de produção, tornando as empresas mais sustentáveis.

SEMEX BRASIL Gerente comercial prevê integração e excelência nos atendimentos

José Rodolfo Franchim Sabadin é o novo gerente comercial da Semex Brasil. O profissional atuará no gerenciamento das ações comerciais, em sintonia com a gerência de mercado, equipe técnica corte e leite, direção e equipe matriz, contribuindo com a manutenção de um padrão de excelência no atendimento aos clientes e parceiros. “Acredito na importância de trabalhar muito próximo às demais gerências para que as visões, estratégias e informações técnicas de todos os setores da Semex sejam compartilhadas e sustentadas por uma comunicação de qualidade com a equipe comercial,” ressalta.

Formado em Medicina Veterinária pelo Centro Universitário da cidade de Rio Preto (SP) e pós-graduado em gestão de agronegócios pela Rehagro de Belo Horizonte (MG), José Rodolfo tem uma forte experiência no segmento de genética. Atuou como técnico de campo, coordenador técnico-comercial e gerente geral da In Vitro Brasil, gerente comercial de embriões na ABS e gerente de produto de embriões na Alta Genetics.

“Para mim, assumir a gerência comercial de uma equipe que vem entregando excelentes resultados ano após ano, torna-se uma responsabilidade ainda maior, pois precisaremos garantir a continuidade das boas práticas, e propiciar espaço de replicação para as ações exitosas, sempre buscando iniciativas que irão nos diferenciar continuamente no mercado de genética.”

EFFATHA TECHNOLOGY Com tecnologia utilizada no agro, empresa pretende combater câncer

A Effatha Technology é conhecida por reorganizar átomos de modo que o novo conjunto seja mais "cômodo" para uma finalidade específica. A solução já vem sendo utilizada há algum tempo no agronegócio, tornando os nutrientes mais facilmente absorvíveis e metabolizáveis, o que resulta em uma planta com mais vigor, crescimento e produtividade.

A solução, porém, foi desmembrada e deu origem a oito diferentes companhias, hoje incorporadas na Arca Real, uma holding brasileira que atende um mix de setores. As aplicações englobam do agro ao saneamento básico, alimentação, bebidas e saúde humana.

Por conta da tecnologia inovadora, a Arca Biotech, divisão da holding focada em saúde humana, acaba de receber investimento de 4 milhões de dólares do fundo brasileiro WinCapital. A intenção é levar a lógica dos átomos para o tratamento de pacientes com câncer de cérebro e câncer de mama.

O investimento será utilizado para acelerar pesquisas de desenvolvimento em fases que antecedem a aplicação clínica, como testes in vitro e em animais. O trabalho ficará a cargo de cientistas no Hospital de Massachusetts, que tem relação com o instituto de pesquisas da Universidade de Harvard. "A previsão é que este período de pesquisa leve três anos. Depois, devemos captar de novo para acelerar isso em larga escala", diz Marcelo Leonessa, CEO da Effatha Technology. Na Arca Biotech, a aplicação será utilizada para inibir a produção exacerbada das células cancerígenas de tumores que atingem o cérebro e as mamas.

Marcelo Leonessa, Luzo Dantas Junior e Rodrigo Lovato, sócios da Arca Real

AGRONOMIA 4.0 DE MÃOS DADAS COM A

PRESERVAÇÃO AMBIENTAL

Não há como separar a Agricultura 4.0 da preservação ambiental. É o que afirma o time de especialistas entrevistados pela Setor Agro & Negócios para este especial sobre o papel da agronomia e dos agrônomos em um cenário de cada vez mais profissionalização e tecnologias voltadas a toda a cadeia da agricultura. Nesta segunda reportagem especial continuamos o debate sobre Agricultura e Agronomia 4.0 nos dias atuais, qual o papel do produtor e de profissionais como os engenheiros agrônomos, e também ampliamos o debate sobre os desafios e benefícios em estar de mãos dadas com a preservação ambiental, com a sustentabilidade e, mais do que isso: estar de mãos dadas com o “ESG” (em inglês: environmental, social e governance), que corresponde às práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização e, claro, também no agronegócio.

Por Rafaela Menin

TIME DE ESPECIALISTAS

PATRÍCIA MENEGAZ DE FARIAS

Engenheira Agrônoma e doutora em Ecologia. Possui experiência na área de Agronomia com ênfase em Entomologia. Atua como consultora em projetos de cooperação nacional e internacional, desenvolvendo atividades técnicas e de assessoria na gestão, elaboração e execução de projetos de desenvolvimento regional e local de sustentabilidade. Atualmente é CEO | Founder na empresa Nisus Inovação e Tecnologias Agroambientais e professora na Universidade do Sul de Santa Catarina.

RICARDO MIOTTO TERNUS

Engenheiro Agrônomo e doutor em Ciência e Tecnologia de Sementes. Possui experiências nas áreas da tecnologia de produção de sementes, defesa agropecuária, fiscalização de insumos agrícolas e plantas de lavoura. Professor no Centro Universitário Barriga Verde. Secretário de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural de SC

FERNANDO CESAR BAUER

Engenheiro Agrônomo e doutor em Agronomia - proteção de plantas. Experiências como pesquisador do Instituto de Pesquisa Tecnológica de Mato Grosso do Sul, professor em diversas universidades, como Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal e Universidade Federal de Santa Catarina, na qual foi coordenador do curso de Agronomia até 2017. Coordenador da Câmara Especializada em Agronomia do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina (Crea/SC), até 2019.

ANGELA FORTES MUNARO

Engenheira Agrônoma. Engenheira da Horticultura. Especialista em Desenvolvimento Rural e Agronegócios. Sócia da Projeagreen, empresa de consultoria e treinamentos agrícolas. Experiência de 13 anos de atuação no Senar/SC com programas de Gestão e Empreendedorismo Rural / NR-31 Segurança em Aplicação de Agrotóxicos/ Jardinagem e Paisagismo. Professora e orientadora do curso Técnico em Agronegócio e-tec e palestrante de Sucessão Familiar Rural e Agro 4.0.

AGRONOMIA 4.0:

SINÔNIMO DE AÇÕES VOLTADAS AO MEIO AMBIENTE, AO SOCIAL E À GOVERNANÇA

Engenheira Agrônoma e doutora em Ecologia, Patrícia Menegaz de Farias afirma com convicção: “não há como separar a Agricultura 4.0 da preservação ambiental.” Segundo ela, devemos esclarecer primeiramente que preservar não é o mesmo que conservar, mas que ambas as ações devem ser exercidas pelo Agronegócio. “Especialmente pelo fato de que o Brasil é considerado a principal matriz de biodiversidade do mundo. Para tal, prever políticas públicas e práticas ESG que embasam a conservação e o uso do capital natural pelo Agronegócio é fundamental para a efetividade da Agricultura 4.0.”

Segundo a profissional, o agronegócio é interdependente dos recursos naturais, tornando fundamental a manutenção dos ecossistemas naturais para fins de preservação do capital natural. “Neste sentido, em uma visão mais conservacionista e sistêmica do agronegócio devemos considerar a gestão do capital natural como ponto de partida, para então contribuir com o cenário atual da Agricultura 4.0”, afirma Patrícia.

“A palavra-chave é sustentabilidade”, reforça Angela Fortes Munaro, engenheira agrônoma e especialista em Desenvolvimento Rural e Agronegócios. Para ela, o agrônomo tem um papel importante de no campo exercer o trabalho de estudos para aumento da produtividade, monitoramento de gestão e operações agrícolas, produção mais assertiva reduzindo desperdício, a análise de clima, entre outros.

“Isso reflete ao consumidor final um alimento de melhor qualidade, uma diversidade de produtos e a preparação dos produtores para exigência de mercado, sem falar que neste novo modelo de agricultura temos os jovens mais atuantes no campo e realizados em permanecer dentro das suas porteiras”, afirma Angela.

TECNOLOGIAS ALIADAS

À PRESERVAÇÃO

Também engenheiro agrônomo e doutor em Ciência e Tecnologia de sementes, Ricardo Miotto Ternus afirma que a Agricultura/Agronomia 4.0 também significa diminuir os impactos ambientais, pois está tudo interligado. “A Agricultura/Agronomia 4.0 se resume ao processo de se utilizar das estruturas e dos métodos computacionais avançados, para que através da conectividade se promova incremento de produtividade, melhoria de eficiência, redução de custos e, é claro, dos impactos ambientais. Esse é o grande significado da Agricultura/ Agronomia 4.0 no benefício do desenvolvimento rural de toda a agricultura”, reforça. Doutor em Agronomia, engenheiro agrônomo Fernando Cesar Bauer também ressalta a importância da conexão entre as engenharias como um todo e com outras áreas para se alcançar o processo de modernização conhe-

NÃO HÁ COMO SEPARAR A AGRICULTURA 4.0 DA PRESERVAÇÃO AMBIENTAL. [...] ESPECIALMENTE PELO FATO DE QUE O BRASIL É CONSIDERADO A PRINCIPAL MATRIZ DE BIODIVERSIDADE DO MUNDO. PARA TAL, PREVER POLÍTICAS PÚBLICAS E PRÁTICAS ESG QUE EMBASAM A CONSERVAÇÃO E O USO DO CAPITAL NATURAL PELO AGRONEGÓCIO É FUNDAMENTAL PARA A EFETIVIDADE DA AGRICULTURA 4.0.

PATRÍCIA MENEGAZ DE FARIAS, engenheira agrônoma e doutora em Ecologia cido como Agronomia ou Agricultura 4.0, “responsável por uma nova revolução na produção agropecuária.” Ele lembra, por exemplo, dos sistemas de gestão, que evoluíram com informações que vão desde a telemetria até a biotecnologia e análise climatológica e ambiental, e também das máquinas agrícolas, que vêm sendo equipadas com sensores, atuadores, controladores e sistemas, oriundos da indústria e adaptados para uso no campo de forma mais tecnológica e cada vez com mais controles para preservação ambiental.

“Isso resulta em sistemas que, uma vez embarcados nas máquinas agrícolas, permitem níveis de controle e precisão no uso dessas máquinas nunca antes conseguidos. A exemplo disso, tem-se o uso de diferentes tipos e formas de sensores capazes de mensurar e detectar variações na temperatura, umidade, salinidade, níveis de fertilidade, fluxo de produtos e insumos, velocidade, localização, etc. Com essas informações o gestor tem condição de efetuar ajustes e adequações no sistema de produção e melhor planejar as atividades produtivas”, afirma.

INTERNALIZANDO A PRESERVAÇÃO E A CONSERVAÇÃO

Mas, primeiramente, reforça Patrícia, a preservação e a conservação deste patrimônio natural deve ser internalizada no Agronegócio. “Há dificuldade em internalizar o capital natural na economia, o que acaba contribuindo de maneira significativa para a degradação dos ecossistemas e consequentemente para a perda da biodiversidade. Neste sentido, além da complexidade que traz ao cenário da Agricultura 4.0, que não trata apenas do uso de tecnologias, mas de que os serviços ecossistêmicos impõem o desafio de traduzir essa sofisticada rede de valores para uma linguagem que o setor compreenda e possa aplicar em sua tomada de decisão”, reforça.

Ela ainda observa o quanto ainda há a necessidade de quebrar o paradigma de que a agricultura é inimiga do meio ambiente. “Obviamente que toda atividade gera impacto, e no agronegócio não é diferente. Por isso, a Agricultura 4.0 é uma aliada, juntamente A PALAVRA-CHAVE É SUSTENTABILIDADE, O AGRÔNOMO TEM UM PAPEL IMPORTANTE DE LÁ NO CAMPO EXERCER O TRABALHO DE ESTUDOS PARA AUMENTO DA PRODUTIVIDADE,

MONITORAMENTO DE GESTÃO E OPERAÇÕES

AGRÍCOLAS, PRODUÇÃO MAIS ASSERTIVA REDUZINDO DESPERDÍCIO, A ANÁLISE DE CLIMA, ENTRE OUTROS.”

ANGELA FORTES MUNARO, engenheira agrônoma e especialista em Desenvolvimento Rural e Agronegócios

com as práticas ESG, para que haja uma real transcendência da importância da conservação do capital natural e que seja exequível”, reforça Patrícia.

“O grande desafio é o Agronegócio reconhecer o valor dos ecossistemas, com o embasamento de que os ecossistemas e a biodiversidade são parte das sociedades e comunidades a fim de garantir a conservação e o uso sustentável. Esse reconhecimento passa a ser um forte argumento para que a natureza não seja espoliada, mas vista como oportunidade de gerar e distribuir ganhos econômicos e sociais”, finaliza.

Por Airton Vanderlinde

DEMANDA MUNDIAL DE LÁCTEOS CONTINUARÁ CRESCENDO

AIRTON VANDERLINDE

Médico Veterinário

Consultor Técnico de Bovinos de Leite – Cargill/Nutron Presidente Comissão Científica – Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite V ivemos num planeta onde a demanda e o acesso a alimentos, de maneira segura e sustentável, cresce vertiginosamente. Apesar da taxa de natalidade mundial estar diminuindo, de acordo com levantamentos da ONU e FAO, a população mundial deve atingir ainda neste ano 8 bilhões de pessoas, podendo alcançar 10 bilhões de habitantes em 2050, o que aumentará a necessidade de produção global de alimentos entre 61% a 71% nos próximos 30 anos.

Essa demanda será alavancada especialmente pelas nações mais populosas do mundo, com destaque para os países asiáticos, os quais devem melhorar seu poder de compra, impactando diretamente no aumento do consumo de proteína animal, onde o leite e seus derivados estão inseridos.

Análises realizadas pelo instituto IFCN demonstram que entre 2020 a 2050 o consumo de leite per capita no mundo deve crescer em média 19%, aumentando a demanda global de lácteos em 51% (4,5 vezes a produção de leite atual dos EUA), o que representaria um déficit global de 22 mil toneladas de leite equivalente. Atrelado a isso, devido especialmente a questões climáticas e socioambientais, o número de fazendas ao redor do mundo deve reduzir em 61% até lá, com uma redução de 21% no número de vacas e um aumento aproximado de 88% na produtividade.

Diante deste cenário, vislumbramos uma oportunidade enorme para o Brasil aumentar sua participação e relevância no mercado mundial de lácteos. Produzimos cerca de 36 bilhões de litros/ano, ainda exportamos muito pouco, e temos a grande missão de tornar consistentemente nossa balança comercial superavitária. Já quando avaliamos nosso mercado interno, responsável por absorver grande parte de nossa produção, apesar de todos os desafios sociais que ainda enfrentamos, o consumo de leite e derivados deverá continuar aumentando. Há uma tendência forte de evoluirmos economicamente, e além disso nossa população continuará crescendo.

Nesse contexto, faz-se necessário a adoção de políticas de apoio ao setor para estimular a produção no campo, o consumo interno e o aumento das exportações. Precisamos investir fortemente em adequações logísticas, melhorar a produtividade, qualidade do leite e sanidade dos rebanhos, e agregar mais valor aos produtos lácteos. Somente com o aumento da eficiência, em todos os elos da cadeia produtiva do leite, conseguiremos continuar crescendo de maneira competitiva e sustentável.

ENTRE 2020 A 2050 O CONSUMO DE LEITE PER CAPITA NO MUNDO DEVE CRESCER EM MÉDIA 19%.

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