Palavra dos editores A cada edição da revista Amazing, nos sentimos mais orgulhosos, principalmente por saber que vocês estão curtindo cada detalhe. E nesta edição de Natal, que foi feita com tanto cuidado e carinho, não poderia ser diferente. Espero que vocês apreciem essa maravilha que elaboramos com muito amor e com gostinho de fim de ano. A equipe Amazing agradece cada elogio. Tenham todos “Boas Festas”...
Lilian Vaccaro Editora Chefe
Ah! O Natal! Uma das minhas festividades favoritas. Essa edição traz toda a magia dessa celebração. Entrevistas, dicas literárias e artigos com temática natalina, incluindo o seu lado mais sombrio, como o Krampus. Quer saber mais? Então nos acompanhem nas próximas páginas, falamos também sobre “O Cântico de Natal” do romancista inglês Charles Dickens, uma das histórias de Natal mais famosas e que atravessa gerações.
Um grande beijo, C. B. Kaihatsu
Salve pessoal! E chegamos ao final de mais um ano e, sinceramente, a época do ano que mais gosto. É tempo de traçar novas metas, repensar nos meses que passaram, aprender com os erros e tocar o barco pra frente. Amo sentir o ar de renovação que paira no ar e, principalmente, comer vários chocotones. Essa edição é especial porque, além de comemorar o Natal e o Ano Novo, traz diversas matérias que vão aquecer os corações nesse final de ano. E que em 2019 a revista alcance outros horizontes. Que nesse novo ano nós possamos ir atrás de nossos sonhos. Boas festas à todos! Luis Enrique Kato
Diretoria Administrativa: Lilian Vaccaro Editores: C. B. Kaihatsu e Luis Enrique Kato Projeto gráfico e diagramação: Eder Modanez | Ateliê Gigante Guerreiro Revisão: Ana C. Dias Colaboradores: Marcelo Milici, Ana Carolina Dias, Giovanna Vaccaro, Jadna Alana, Bruna Costabeber, Kátia Schitine, Raphael Miguel.
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Revista Amazing
Para mandar uma matéria para a revista: amazingrevista@gmail.com Aceitamos: textos literários, divulgações, dicas literárias, oferecendo-se para algum serviço, brincadeiras literárias, sugestões, dúvidas, elogios e críticas.
Escritora, poetisa, antologista, engenheira de controle e automação, bailarina clássica e de jazz, colunista cultural do Jornal Tribuna de Paulínia e do site CultEcléticos e editora da Revista Amazing. Idealizadora do projeto literário Clube dos Cinco.Também é beatlemaníaca, fã de Fórmula 1, de Star Wars e do Nintendo de 8 bits.
Jadna Alana, cantora, youtuber no canal “Uma Escritora Diferente”, estudante do curso de L Letras pela Universidade Estadual da Paraíba, colunista na Revista Amazing, escritora do livro “A Princesa de Ônix” e “O Retorno do Príncipe”. Apaixonada por universos fantásticos, ela foi a coorganizadora da antologia “Sedentos por Sangue” e participou do livro “Os Supremos”.
Giovanna Vaccaro tem 18 anos, é leonina com ascendente em leão e lua em leão, mora em São Paulo com seus pais e seu irmão, onde cursa Jornalismo na USJT. Publicou 3 livros e 4 antologias. Tem um canal no YouTube chamado Passa Cola e é viciada em mostrar seu dia-a-dia no instastorie do Instagram. Além de cuidar do horóscopo da Amazing. Siga nas redes sociais: Facebook: Giovanna Vaccaro Instagram: @eugiovannavaccaro YouTube: /Passa Cola
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Marcelo Milici é professor e escritor, fundou o Boca do Inferno em 2001. Baterista nas horas vagas, curte rock´n roll e filmes obscuros. Tem contos em antologias, e é responsável pela enciclopédia definitiva sobre a coulrofobia na cultura pop “Medo de Palhaço”.
19 anos, paulista, editor, colunista e estudante de jornalismo na Universidade São Judas. Viciado em séries e livros, encontrou nas palavras a sua maneira de mudar o mundo. Em 2017, pela Editora Coerência, publicou seu primeiro livro, Amar é Mar, sendo autor convidado das antologias Noite Natalina e Sociedade dos Poetas Vivos. Sonhador, foi homenageado por sua liderança e importância na cidade e no Estado de São Paulo. Criador de conteúdo do blog pessoal Ela Se Chama, impacta milhares de pessoas com as suas palavras. Espera que, um dia, sua voz possa transformar o mundo ao seu redor.
Ana Carolina Dias tem 21 anos, mora em uma pequena cidade do Rio de Janeiro, e é uma estudante de Letras da UFRRJ que se divide entre o amor pelos livros, música e filmes. Extremamente perfeccionista, sonhadora e taurina, gosta de detalhes, clichês e, mais ainda, criar histórias com finais felizes e imprevisíveis. É autora do romance “Os Dez Amores de Cece” e também participou de algumas antologias.
Avesso aos rótulos, Raphael Miguel é um escritor apontado com destaque pela crítica especializada. É autor de contos, poemas, crônicas e dos romances “O Livro do Destino”; “Ácido & Doce: A Rosa Fatal”; “Planeta Brutal”, além dos livretos “5 – Cinco” e “#Drama”; organizador das antologias “Playlist e “Últimos Dias”; idealizador da coletânea “Os Supremos”. Colunista fixo da Revista Amazing, pretende contribuir cada vez mais para a literatura brasileira alternativa.
Bruna Costabeber, 26 anos, engenheira civil, blogueira, mãe da Nina, apaixonada por livros e por números, dois universos que se chocam em muitos momentos. Já realizou alguns sonhos, mas nunca deixou de sonhar, pois são eles que a movem.
Dezembro / Janeiro
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Conteúdo
Quando o Natal não é uma noite feliz...
Horóscopo natalino Especial Charles Dickens: Cântico de Natal Especial Charles Dickens: O Natal na Literatura Portas fechadas: crise no setor editorial Vida de autor: Vinicius Silva Como escrever para crianças Entrevistamos Daiane Galego Saiba mais sobre Véspera de um reencontro Tito Prates: o embaixador de Agatha Christie Quadrinhos Caça-Palavras 4
Revista Amazing
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Quando o Natal não é uma Noite Feliz... por Marcelo Milici | Ilustração: Eder Modanez
Você se comportou bem durante o ano? Durante os anos iniciais de sua vida, você acreditava que seu bom comportamento motivaria um homem barrigudo, trajando botas, um gorro e roupas vermelhas, a atravessar o Polo Norte para lhe trazer presentes. Antes de perder a magia das tradições natalinas e passar a usar a data para beber com os amigos e lembrar das aventuras realizadas no decorrer do ano, o Papai Noel era a materialização da bondade humana, produzindo brinquedos com a ajuda de duendes em sua fábrica de realização de sonhos. Baseado em contos hagiográficos sobre a figura de São Nicolau, o bom velhinho passou a adquirir suas características populares com a propaganda da Coca-Cola, a primeira a utilizar o personagem com suas roupas vermelhas. Alguns atribuem sua morada nas montanhas de Korvatunturi na Lapônia, Finlândia, enquanto outros realmente acreditam que sua residência seja no Polo Norte. De todo modo, os olhares ingênuos ainda respeitam suas atitudes e jamais imaginariam que algo ruim pudesse vir de uma pessoa tão doce, meiga, divina! Apesar da boa fama, o cinema, a literatura e a História já comprovaram algumas falhas graves de caráter do “bom velhinho”. Se em inglês, ele recebe o nome de “Santa” (um anagrama de “Satan“), por aqui é acarinhado pelo tratamento de “papai” – está mais para avô - e mantém uma legião de duendes (trabalho escravo) a seu dispor na construção de itens divertidos para os pequenos. Contudo, para amenizar as responsabilidades negativas, no século XVIII, surgiram relatos de uma entidade demoníaca
intitulada Krampus, que, diferente de seu co-irmão, pune severamente os que não se comportaram bem durante o ano. Às vezes, considerado uma “sombra do Papai Noel”, a criatura monstruosa age como um juiz, júri e executor, nunca imaginando possibilidades de distribuir presentes, apenas dor e sofrimento. Muitos não sabem, mas o Natal é considerado pelos pagãos como um dia para espantar espíritos malignos com mais ênfase até do que o próprio Halloween! Alguns acreditam que os cristãos do século passado se apoderaram de uma festa de inverno romana quando as noites eram longas e os demônios do caos vagavam pela Terra. Seja pelos demônios errantes, por um Papai Noel com intenções malignas ou até mesmo pelo sombrio Krampus, você deve sempre se manter alerta nessa época do ano, não somente com os perigos de um presente indevido ou com a bebedeira da sogra e das piadas do tio do pavê. Vale a pena se comportar bem no decorrer do ano, como uma maneira de evitar visitas inesperadas, e assim ganhar sorrisos para transformar a data numa verdadeira Noite Feliz! Ho Ho Horror!
Dezembro / Janeiro
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Horóscopo Literário
por Giovanna Vaccaro | Ilustrações: Rawpixel.com - Freepik.com
Áries
Gêmeos
20 de abril/ 20 de maio
21 de maio/ 21 de junho
O final do ano estará favorável para você, aproveite a ceia e curta os momentos. Sua família é seu apoio.
Tudo estará calmo, sem brigas, mas não exagere na bebida durante a ceia, hein? Nada escapa do álcool.
Seus amigos estarão distantes, mas não por muito tempo. Reserve o tempo e pense em outras coisas.
Libra
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Touro
21 de março/ 19 de abril
Escorpião
Sagitário
23 de setembro/ 22 de outubro
23 de outubro/ 21 de novembro
22 de novembro/ 21 de dezembro
Os dias serão longos no começo de 2019, mas não se preocupe, uma coisa boa vai acontecer!
É romance que você quer? Será que você vai encontrar o amor da sua vida na festa da virada?
Viaje e curta as férias. Ninguém gosta de sagitarianos entediados, aproveite!
Revista Amazing
Dezembro / Janeiro
Câncer
Leão
Virgem
22 de junho/ 22 de julho
23 de julho/ 22 de agosto
23 de agosto/ 22 de setembro
O final do ano está sendo difícil, mas as estrelas dizem que o começo do próximo será maravilhoso.
Como sempre, você quer ser a atração principal da ceia de Natal. Cuidado com os olhos-gordos.
Reserve o final do ano para cuidar da sua saúde. Você também merece.
Capricónio
Aquário
Peixes
22 de dezembro/ 19 de janeiro
20 de janeiro/ 18 de fevereiro
19 de fevereiro/ 20 de março
Você é o apoio de alguém, então dê bons conselhos. Mas siga alguns também.
Depois da virada, sua vida será bem corrida. Não se perca no tempo!
Sua conta bancária nunca esteve tão feliz em um Ano Novo. Aprenda a economizar.
Outubro/ Novembro
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Especial Charles Dickens:
Autor de obras primas da literatura universal, como Oliver Twist (1839) e Grandes Esperanças (1861), o escritor Charles Dickens (1812-1870) é muitas vezes apontado como o maior romancista inglês de todos os tempos. Ao aliar fantasia e mistério com personagens tão próximos da realidade, retratou com maestria a essência da alma humana e é constante em suas narrativas uma poderosa crítica social, o que dialoga com as escolas realistas. Apaixonado pelas festividades de Natal e Ano Novo, o escritor inglês escreveu sobre o tema em diversas histórias. Escolhi, para este artigo em especial, falar sobre o conto Cântico de Natal (1843), texto que já foi adaptado para outras mídias, como, cinema, TV, quadrinhos e teatro. A maioria possivelmente conhece a história do solitário e avarento senhor Ebenezer Scrooge, um homem muito rico em bens, mas pobre de alma, conhecido principalmente por odiar o Natal, bem como a alegria e o espírito de bondade que a data proporciona. Para ele, é só mais um dia em que as pessoas têm uma desculpa para matar o trabalho. Mesmo com tanto dinheiro sobrando, Scrooge se nega a colaborar com as doações para o fim de ano dos mais necessitados, porém, a sua vida é transformada pela visita inesperada de quatro espíritos. O objetivo das visitas é fazer com que o protagonista se torne uma pessoa melhor. Li Cântico de Natal algumas vezes e acredito que obras universais como essa, com personagens tão ricos em suas construções, sejam inesgotáveis, pois sempre é possível redescobri-las e ser novamente arrebatado por elas. Confesso que em todas as leituras senti um pouco de medo quando os fantasmas aparecem na história: primeiro, o do seu ex-sócio, Marley, depois, dos fantasmas do Natal Passado, do Natal Presente e do Natal Futuro. O Natal, bem como o fim de ano, é tempo de pensarmos em nossas vidas, o que precisa ser mantido e o que deve ser mudado para nos tornarmos pessoas melhores. Vejo esses espíritos como metáfora dos nossos pensamentos, dos planos e indecisões. Acredito que, se nos programarmos para sermos 8
Revista Amazing
um pouco melhores a cada ano, não perdemos nada por isso. Se pensar que já sou bom o bastante no que faço, as chances de melhorias são quase nulas. Se eu achar que já faço o bastante pelos outros, não terei a oportunidade de oferecer o meu melhor. Scrooge achava que, por pagar impostos, já fazia o suficiente, porém, ele descobre que não é apenas possível, mas sim necessário fazer um pouco mais pelo próximo. Outro personagem importante do livro é o sobrinho do senhor Scrooge, que, ao contrário do tio, é um homem bom de coração e que ama o Natal. É ele quem aparece para contrastar o protagonista no início da história: – Natal, uma bobagem, meu tio? Parece que o senhor não refletiu bem! – Ora! – disse Scrooge. – Feliz Natal! Que direito tem você de estar alegre, pobre do jeito que é? – E o senhor – respondeu alegremente o sobrinho –, que direito tem de estar triste? Que razão tem o senhor de estar acabrunhado, rico como é? Para encerrar, é importante ressaltar que a transformação do protagonista não acontece de forma forçada ou sem base, existe todo um questionamento que os fantasmas trazem para esse homem, que o faz pensar e repensar toda a sua vida. Ou seja, a bondade não é transmitida a ele ou simplesmente colocada de uma hora para outra no texto, foi preciso que Scrooge a vivesse e sentisse na pele e na alma o quanto poderia ser devastador para si se continuasse a ser como antes.
Bom Natal e Feliz Ano Novo a todos!
Natanael Otávio Natanael Otávio é escritor, poeta, graduado em Letras e pós-graduado em Literatura e Ensino. É membro da Academia de Ciências, Letras e Artes de Tupã e do grupo Semeando Poesias. É autor do livro Reconstruções, participou de diversas antologias e é membro da Sociedade dos Corvos e da Sociedade dos Poetas Vivos.
Especial Charles Dickens:
O Natal na Literatura Além de Charles Dickens
por C. B. Kaihatsu
Uma das obras literárias mais famosas com tema natalino é “O Cântico de Natal”, de Charles Dickens. O conto inspirou uma série de filmes e animações, sendo um dos mais recentes o filme da Disney “Os Fantasmas de Scrooge”, lançado em 2009. Além dessa obra icônica de Dickens, o Natal também foi tema de outros livros, dos mais variados gêneros. Agatha Christie, conhecida como a rainha do crime, publicou em 1938 o romance policial “O Natal de Poirot”. Na trama, Simeon, o milionário patriarca da família Lee, resolve convidar todos os filhos para comemorar o Natal em sua luxuosa propriedade. É hora de eles deixarem os ressentimentos de lado e visitarem o velho pai. Mas, aparentemente as intenções de Simeon não são nobres. Ele quer se divertir à custa do ganancioso grupo de familiares. Tudo começa com algumas alterações em seu testamento... e termina com um assassinato em um quarto trancado por dentro. Quando Hercule Poirot oferece ajuda para solucionar o caso, encontra uma atmosfera que não é de luto, mas sim de suspeitas mútuas. Em 1976, foi publicado o livro “Cartas do Papai Noel”. Trata-se de uma compilação de cartas de natal escritas e ilustradas por um dos maiores nomes da literatura fantástica, J. R. R. Tolkien. As cartas foram escritas entre 1920 e 1942, e nelas Tolkien se passava pelo bom velhinho. São cartas que ele escreveu aos seus filhos e que geralmente falavam sobre o cotidiano do Papai Noel e sobre suas aventuras durante as viagens de natal. “Mistério de Natal” é um livro do escritor norueguês Jostein Gaarder, autor do best-seller “O Mundo de Sofia”. A narrativa natalina se passa durante os vinte e quatro dias que antecedem o natal, cada capítulo representando um dia. O menino Joaquim acompanha um grupo de peregrinos que volta no tempo para chegar à cidade de Belém, onde vão homenagear um menino recém-nascido chamado Jesus. Em 2008, foi lançado o livro “Deixe a Neve Cair”. Ele é formado por três contos que se conectam, assinados por três autores de grande sucesso entre os jovens: John Green, Lauren Myracle e Maureen Johnson.
Um Conto de Natal Charles Dickens L&PM Editores
O Natal de Poirot Agatha Christie L&PM Pocket
Cartas do Papai Noel J. R. R. Tolkien WMF
Mistério de Natal Jostein Gaarder Companhia das Letrinhas
Deixe a neve cair
John Green, Maureen Johnson e Lauren Myracle
Rocco Jovens Leitores
Dezembro / Janeiro
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Mercado livreiro
PORTAS FECHADAS
O momento de recessão econômica que atravessa o país escancarou a crise do setor editorial. O mercado livreiro vem apresentando indicativos alarmantes sobre o seguimento. Entenda um pouco sobre a problemática e as implicâncias disso na literatura brasileira alternativa. por Raphael Miguel
Em outubro de 2018, alegando a necessidade de normalizar compromissos com fornecedores e restaurar crescimento, a gigantesca rede de livrarias Cultura ingressou com pedido de recuperação judicial. Porém, a decisão drástica da direção não era inesperada. Tudo indicava que a poderosa rede estava fraquejando. Nos últimos tempos, a Cultura fechou unidades (entre elas uma importante livraria no cenário carioca, bem no centro do Rio de Janeiro), reduziu drasticamente o quadro de funcionários e teve que reconstruir planejamentos econômicos. A companhia também foi responsável pelo encerramento da rede Fnac, em 2017. Sem mencionar a significativa redução do espaço de sua mais icônica loja, no 10 Revista Amazing
Conjunto Nacional da Avenida Paulista, em São Paulo, também em 2017. As livrarias Nobel, Leitura e Curitiba, ainda que em uma escala muito menor do que a colega citada acima, também estão apertando os cintos e segurando ao máximo os investimentos para não seguirem o tenebroso caminho do fim. Os altos custos para manter uma livraria, a crise econômica generalizada, o baixo retorno e a falta de interesse dos brasileiros pela leitura são os grandes vilões do mercado para o seguimento. A carga tributária no Brasil é altíssima. O ato de ler um livro ainda está longe de ser um hábito, some-se a isso o fato de que existem dezenas de passatempos e distrações mais instantâneas. Temos até a própria canibalização,
se é que podemos chamar assim, como importante figura vilanesca da crise das livrarias. Não devemos fechar os olhos para a preferência cada vez maior dos consumidores pelas compras online. Além de encontrar preços muitas vezes menores do que em lojas físicas, existe a comodidade de receber o produto em casa. Pergunte para a líder do ramo, Amazon, se tem intenção de intensificar a abertura de unidades físicas no país. A resposta é negativa. Na vanguarda da venda e distribuição de e-books, a americana parece muito satisfeita em ocupar a posição de destaque no seguimento. E desde que, ainda no enigmático mês de outubro de 2018, a poderosa Saraiva anunciou o fechamento de vinte unidades, as especulações sobre uma investida mais
A cultura brasileira, sobretudo nos livros não é tão valorizada, o que deveria mudar tanto por parte dos leitores quanto pelas pessoas que trabalham com livros. – Isabella Balliano, autora de Os Filhos da Morte (Ed. Coerência)
intensa no mercado digital surgiram. Responsável por cerca de 38,4% do seu negócio, segundo dados fornecidos pelo próprio grupo, o comércio digital deve ser explorado com mais atenção nos próximos meses. Se a reconhecida Saraiva está fechando vinte lojas pelo Brasil, o que os pequenos comerciantes podem fazer para conter a crise? O número assusta e a projeção não é boa. A Amazing é um periódico especializado em literatura brasileira alternativa e a questão que não quer calar é saber quais serão as implicâncias dessa recessão aos autores e editoras que ainda não chegaram ao grande público. Pensando mais na exposição de seus livros do que no lucro propriamente dito, algumas editoras alternativas conseguiram distribuir seus trabalhos em grandes redes. Mais do que isso, agendaram horários de lançamentos em locais de destaque para seus autores
dentro das livrarias. Isabella Balliano, autora da dark fantasy Os Filhos da Morte (Editora Coerência), foi protagonista de um lançamento em uma livraria Saraiva do Rio de Janeiro. “Foi um sonho realizado lançar em uma grande livraria, além de poder chamar um público maior das pessoas que frequentam o espaço”, recorda a escritora. Obviamente, mostrar seu trabalho em uma grande rede é um sonho para qualquer escritor nacional, mas a falta de apoio à cena ainda é um obstáculo a ser batido. Uma das ações mais empolgantes de acompanhar é a evolução da literatura alternativa no Brasil. As editoras mostram um nível de dedicação altamente profissional e os escritores não deixam a desejar em nada para os gringos, sobretudo no quesito perseverança. Não é justo que o movimento fique de fora das grandes redes. Autor do drama “Cair Para Voar” (Editora Coerência), F. S. Galindo lançou seu trabalho em uma livraria Saraiva em Alphaville - SP e sente na pele a necessidade de maior apoio por parte das grandes redes: “As livrarias precisam mudar urgentemente sua postura para com os autores nacionais. A bancada dos livros nacionais é escondida, nunca está exposta junto dos chamados bestsellers que vem de fora e onde é dada maior visibilidade. Deve ser feito mais eventos em livrarias grandes, abrir mais a porta para essas editoras que valorizam o nacional, e apostar muito.” Apesar de os exemplares de Os Filhos da Morte estarem distribuídos por todo o Brasil, Isabella se preocupa com a crise que avassala as livrarias. “Realmente é algo muito triste, o que acaba mostrando que os próprios brasileiros não têm mais tanto o costume de ler ou estão consumindo mais conteúdos online e gratuitos na internet do que comprando.” E se as grandes redes estão sentindo os efeitos da crise, a tendência é apostarem cada vez mais na venda de produtos internacionais com saída garantida, diminuindo o espaço das editoras nacionais nas prateleiras e
fechando portas a eventos de autores alternativos. Infelizmente, essa é a realidade atual. Galindo também se preocupa com isso: “Tenho ficado muito triste com essas notícias (sobre o fechamento de livrarias). Eu sempre vi a Saraiva e Cultura como potências que venderiam até esgotar os meus livros, e hoje vejo livrarias fechando as portas por dívidas absurdas.” A verdade é que o processo de retomada do crescimento passa por diversos fatores, dentre eles a reestruturação do setor dentro de sua própria administração e estratégias de comércio. Contudo, é evidente que o hábito da leitura e o amor pelo produto físico são partes fundamentais para que a magia das livrarias ressurja. Isso não pode ser ignorado. Sobretudo, talvez seja o momento dos leitores e dessas grandes redes “descobrirem” o movimento alternativo da nossa literatura, investir e dar mais espaço a quem tem garra e disposição para mostrar seu trabalho. Quem sabe, esse não seja o grande “pulo do gato” para fugir da crise e da mesmice...
Espero muito que essa crise passe e que outras livrarias se aproveitem do momento para crescerem e se posicionarem no mercado de forma relevante e também acreditando nos livros nacionais e nos eventos. Uma boa saída seria a formação de parcerias com editoras, parcerias válidas e benéficas para ambas. – F S Galindo, autor de Cair Para Voar (Ed. Coerência) Dezembro / Janeiro 11
Vinicius Silva “Receber críticas positivas ajuda a saber que estamos fazendo algo de bom para esse mundo.” por Jadna Alana
Vinicius Silva mora em São Paulo, ama ler, assistir séries e filmes. É difícil vê-lo sem um livro embaixo do braço. Finalizou sua graduação em Recursos Humanos em 2017 e atualmente se dedica ao trabalho, à família, a escrever suas histórias e a postar fotos no instagram. O autor de vinte e três anos revelou em nossa entrevista que conheceu o mundo da leitura através do fantástico universo criado pela famosa J.K. Rowling. “Parece clichê, mas foi desta forma que aconteceu: Harry Potter, esse nome me motivou a ler. Foi meu primeiro contato com a leitura, depois disso, não consegui largar mais. Isso aconteceu aos treze anos, e hoje, com vinte e três, coleciono uma estante com mais de 500 livros em casa e uma lista de quase 700 lidos até agora.” Ao percorrer esse caminho fascinante da literatura, Vinicius percebeu que a necessidade de ter uma história para chamar de sua começava a brotar em seu coração e, aos quinze anos de idade, decidiu escrever seu próprio livro. O autor conta que foi somente depois de seis anos que conseguiu publicar seu livro de forma independente, e acrescenta que a publicação se tornou uma consequência daquilo que amava. O primeiro livro de Vinicius Silva é uma fantasia e por isso ele considera esse 12
Revista Amazing
facebook.com/vslivros @minigan16 @vinicius_writer gênero como “sua raiz”. Todavia, como todo bom escritor, ele se desafiou a sair de sua zona de conforto e tentou escrever diversos gêneros para saber até onde era capaz de chegar. “Isso me mostrou novos horizontes, hoje posso escrever outros gêneros sem problema algum, porém, sempre que puder, meus pés estarão em uma aventura ou em uma fantasia.” Além de ter publicado As Crônicas de Minigan em 2017 e Outros Contos em 2018, o autor foi um dos selecionados para a antologia Sedentos por Sangue, que foi organizada por Jadna Alana e Bruno F. Oliveira, e lançada na Bienal do Livro de 2018 pela Editora Coerência. “Uma prova de que sou bom no que faço, pois precisei passar pela seleção dos organizadores. Confesso, no começo, não ter acreditado que poderia entrar para o projeto, mas saber que estava na lista foi impagável, pensa num moleque que pulou de euforia.” Vinicius também é um dos escritores participantes da antologia Véspera de um Reencontro, que vai reunir grandes nomes da literatura nacional. Juntos, os autores irão narrar a
histórias ambientadas na época natalina. “Meu conto é sobre um irmão caçula que tem inveja do irmão mais velho, sem falar que ele é bem-sucedido e meu personagem só leva facada da vida. Porém, o conto nos traz um frescor para uma possível mudança de expectativa, tanto para o leitor, quanto para Alberto (personagem principal).” Como podemos ver, esse escritor não para! Foram muitas conquistas e muitos sonhos realizados. Além disso, ele nos contou que está escrevendo um superprojeto! “Estou escrevendo um livro sobre super-heróis, fico animando quando falo disso, pois os personagens me rodeiam desde 2010. Se os leitores quiserem, podem acompanhar o processo, está tudo sendo divulgado no meu instagram. O que posso adiantar (e que não está lá), são duas coisas: o livro se passa no Brasil, especificamente no estado de São Paulo e o titulo é: A supremacia de Super-heróis. Pretendo lança-lo apenas em 2020.” Oba, quanta coisa boa, não? A história de Vinicius nos mostra que é possível acreditar em nossos sonhos, afinal, o segredo do sucesso está na perseverança.
Como escrever para
Autores buscam identificação com os pequenos e novos leitores por Luis Enrique Kato
Parte da infância de muitos adultos e adolescentes, a Turma da Mônica, criada por Maurício de Souza, incentivou o hábito da leitura em diversas gerações. Tratando de temas que fazem parte do universo de seus leitores, seus roteiristas criam histórias gostosas de serem lidas. Mas, quando saímos dos gibis, conseguimos ter o mesmo impacto nas crianças? Lançados pela Editora Coerência, O Diário do Erasmo e Uma Pinta em Nossa Vida são livros infantis que possuem uma coisa em comum: utilizam animais para criar uma ligação com o pequeno leitor. Perguntada sobre a importância de desenvolver o hábito desde a
“quando escrevo para crianças, me sinto uma delas. Penso nos questionamentos e na pureza, nos sonhos de uma criança. Mesmo quando toco em temas que muitos consideram pesados, como a morte por exemplo, eu busco uma ternura e uma compreensão da verdade. Não se consegue enganar uma criança e ela não merece a mentira danosa, ela merece a fantasia colorida, divertida e amorosa”. Cultivar a criança interior é importante. Não devemos deixar que ela se apague porque, sem ela, o mundo perde as cores. “A primeira criança que lê os meus textos, é a que vive dentro de mim”, confirma Cuer. Ao serem questionados sobre projetos futuros para o público infantil, os dois autores
Leila Kato com Uma Pinta em Nossa Vida, seu livro, e Arquivos do Mal, antologia que participa.
infância, a escritora Leila Kato diz: “Vivemos em um país onde a leitura é rara. Incentivá-la é cuidar do futuro das nossas crianças”. Autor, Robson Cuer é mais crítico sobre o assunto: “Os pais deveriam trocar os celulares pelos livros, e não existe desculpa: um celular é muito mais caro que livros. Fora isso, existem muitas bibliotecas públicas que emprestam histórias para serem lidas em casa”, afirma. Segundo Leila, escrever sobre Pinta “foi muito prazeroso, pois é uma história real, dedicada a crianças menores”. A autora diz que pensou em crianças da pré-escola ao desenvolver a trama. “Queria algo que elas pudessem interagir, por isso um livro para colorir: as crianças podem pintar as suas próprias Pintas”. Robson reflete:
Robson Cuer e O Diário do Erasmo - 2º edição
garantem novas histórias da gata Pinta e do cachorro Erasmo. Leila conta que “a Pinta tem continuação, pois ela ganha uma família humana e um monte de amiguinhos”. Robson diz que “já temos O Diário do Erasmo 2 - Os diferentes pronto. Neste livro novo, Erasmo e sua turma percebem um mundo muito diferente e trabalha a inclusão e tolerância. Ele é divertido e passa uma mensagem muito positiva. Fora isso, tenho um livro de um novo personagem: Nildo, o coelho viajante. Uma aventura que mistura infância e viagens pelo Brasil e pelo mundo, de um menino e seu amigo inseparável: um coelho de pelúcia”, finaliza. Dezembro / Janeiro 13
entrevista com
Daiane
Galego Daiane Galego é escritora, pedagoga e estudante de Letras. Esse ano lançou pela Editora Coerência o romance ‘O Menino da Rua Lá de Cima’. por C. B. Kaihatsu
Como começou sua paixão pela literatura e quais autores mais influenciam sua obra? Sempre amei livros. Mesmo antes de aprender a ler, eu estava sempre com um livro ou gibi da Turma da Mônica em mãos, criando possíveis histórias. Depois que iniciei a fase escolar, descobri o mundo encantado da biblioteca e o empréstimo de livros. Minha paixão começou quando descobri um sebo perto de casa, e economizava o dinheiro do lanche da escola para comprar romances de banca. O livro “Uma Escola de Charme” da autora Susan Wiggs, e o infantojuvenil “De repente dá certo” da Ruth Rocha, marcaram minha adolescência, e assim começou minha paixão por literatura. Com toda certeza, essas escritoras me influenciam e me inspiram, assim como as obras de Lygia Fagundes Telles. Este ano, você lançou o romance ‘O Menino da Rua Lá de Cima’. Como surgiu a inspiração para essa história? O “Menino da Rua Lá de Cima” nasceu após um período conturbado, onde eu acreditava que tudo estava dando errado. Chega uma determinada fase das nossas vidas em que simplesmente não nos conformamos com o lugar onde estamos e almejamos um “algo a mais”. Eu estava literalmente atravessando a “crise dos 30”, decidi que era hora de sair da minha zona de conforto e mudar a situação em que eu me encontrava. Reuni os rabiscos que costumo anotar em um caderninho e comecei a escrever. Nesse livro, a inspiração surgiu da minha própria caminhada. Ainda que seja uma história completamente fictícia, a personagem Sami, carrega muito do meu contexto de vida, minhas experiências, minha personalidade, crenças e valores. Externar minhas ideias por meio dessa obra foi libertador. 14
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Entrevista
Você é uma das autores da antologia natalina ‘Véspera de Um Reencontro’, conte-nos como foi participar desse projeto? Foi um verdadeiro presente de Natal que recebi da Editora Coerência. O Natal tem uma magia inexplicável, essa data, sem dúvidas, é a minha preferida do ano. Quando recebi o convite para compor o time de escritores da antologia, me senti extremamente feliz e honrada por contribuir para o livro que está realmente incrível. Cada escritor desenvolveu seu conto e percebe-se as caraterísticas de cada um nessas histórias, que de certa forma, estão todas interligadas. É um misto de alegria e realização ver o trabalho e empenho de todos nesse projeto. Poderia falar um pouco a respeito do seu conto na antologia natalina? Maria Dolores é um conto cômico com uma pitada de drama, já que a prima distante da família Villas Boas vive no México em busca de realizar seu sonho: se tornar a nova “Maria do Bairro”. Na tentativa de alcançar o sucesso, Maria Dolores rompe seus vínculos familiares e há anos não compartilha de uma ceia natalina em família. Acontecimentos anteriores, fizeram com que Dolores acreditasse que o Natal fosse uma maldição em sua vida. Após um estranho telefonema, a atriz destrambelhada resolve voltar para o Brasil e resolver as desavenças familiares, e no caminho de volta encontrará respostas que a farão acreditar na magia do Natal novamente. Você está se especializando em literatura infantil/juvenil, possui novos projetos literários em mente para esse público? Poderia falar sobre eles para os leitores da Amazing? Pretendo continuar escrevendo para o público jovem-adulto, embora a minha especialização com foco nos contos clássicos e originais de Grimm, Perrault e Andersen, contribuam de forma significativa para desenvolver histórias para todas as idades, visto que, releituras de obras clássicas permeiam o imaginário
do leitor e despertam memórias em todas as fases da vida. Pretendo escrever uma releitura de Branca de Neve, ambientado no Sul do Brasil, mas primeiro tenho que estudar mais a fundo os personagens e as possibilidades. Só posso garantir que será uma história de arrasar corações. Após a publicação do seu primeiro romance, como tem sido a recepção dos leitores? Por ser uma leitura recheada de mensagens positivas de superação e motivação, a história tem dialogado com as emoções e expectativas de leitores distintos. Explorei um elemento místico na narrativa, a flor dente-de-leão, e recebo diariamente fotos dos meus leitores no Instagram, fazendo referência ao livro, através da flor. Acredito que “O Menino da Rua Lá de Cima” tem transmitido uma mensagem encorajadora de fé e esperança diante das adversidades da vida. Há algum gênero literário que você ainda pretende explorar? Com toda certeza, quero me arriscar em outros gêneros. Tive a experiência de participar da antologia “Sedentos por Sangue”, com o conto dark “O Último Palakiko da Estação”. Foi desafiador e surpreendente, teve uma boa aceitação por parte dos meus leitores que me incentivaram a escrever mais histórias como essa. Também pretendo me aventurar no gênero fantasia e romances históricos. Quais são seus planos para 2019? Iniciarei a escrita de um romance histórico, tendo como base a releitura de um conto clássico. Esse será meu maior desafio, por envolver elementos da cultura sulista e um fato histórico que marcou a região Sul. Estou ansiosa para começar esse projeto, mas antes, preciso finalizar uma “surpresinha” que estou desenvolvendo para os leitores de “O Menino da Rua Lá de Cima”. Amo escrever contos para antologias, planejo possivelmente participar de outras também.
Leia o conto “Dolores” de Daiane Galego na nova antologia Véspera de um Reencontro
O menino da rua lá de cima Daiane Galego (Ed. Coerência)
Dezembro / Janeiro 15
Lançamento
Véspera de um reencontro A Editora Coerência lança um livro com uma proposta muito diferente. Aproveitando a data que se aproxima, a editora-chefe, Lilian Vaccaro, escolheu a dedo 10 autores que fazem parte do seu casting e propôs: vamos fazer um livro de Natal. Sem nenhum contato pessoal, usando apenas o WhatsApp, o grupo de autores desenvolveu a sinopse e dividiu as personagens para obedecerem ao enredo criado: uma família que se reencontra no dia 24 de dezembro. Todos muito diferentes entre si, com invejas, mágoas, segredos e dispostos a passar juntos a noite da véspera de Natal. Os autores criaram a árvore genealógica dos personagens, as características de cada um e, individualmente, a trama que os leva a este reencontro. O resultado é surpreendente. A sintonia da proposta foi atendida com sucesso e muita emoção. O leitor se sente parte da família Villas Boas, cujo patriarca é uma pessoa muito seca e insensível e se vê surpreendido por uma ceia recheada de familiares e surpresas. O time formado por Robson Cuer, Raphael Miguel, Giovanna Vaccaro, Eliana Portella, Helô Delgado, Vinicius Silva, Kimberly Mascarenhas, Kate Willians, Deborah Strougo, e Daiane Galego, entrega um livro saboroso e que pode ser lido a qualquer momento do ano! Os autores entregam suas emoções e seu humor para fazerem deste Natal uma data ainda mais especial. Todos estão convidados para esta ceia.
Valor: R$ 26,00 Editora Coerência Capa: Décio Gomes Ilustrações: Kátia Schittine Revisão: Elaise G. Lima
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Revista Amazing
Venha descobrir o real sentido do Natal! Uma coletânea com a participação de 10 super escritores que, com sua escrita e sensibilidade farão você se emocionar a cada conto . Todos interligados e com um final de arrepiar . Conheça a família “Villas Boas”, a típica família brasileira! Certamente você se identificará com algum personagem!
Entrevista
Tito Prates Tito Prates é escritor, bacharel em odontologia e administração, embaixador brasileiro da Agatha Christie e diretor conselheiro da ABERST. por C. B. Kaihatsu
Tito, você é o embaixador brasileiro da Agatha Christie, conte-nos como começou sua admiração pelo trabalho desse grande nome da ficção policial. Consegue escolher um livro favorito dela? Foi com nove anos de idade, quando uma tia me contou um enredo de Um Destino Ignorado, que achei fascinante. Meu livro favorito não é muito comum de ter um grande fã clube, mas é Um Crime Adormecido. Em 2016, você lançou o livro ‘Agatha Christie From My Heart – Uma Biografia de Verdades’, poderia falar um pouco sobre essa obra e como foi o processo para escrevê-la? Longo, lento e cheio de tropeços. Comecei a imaginar o livro com 20 anos, mas conforme fui estudando Agatha, fui descobrindo inúmeros livros – hoje são mais de 130 – sobre ela, a obra, o teatro, o cinema, o rádio, a escrita dela. Parecia não haver espaço para mais nada, até que achei a brecha nas imprecisões de todos esses 130 livros sobre um ou outro aspecto disso tudo. Então, foram mais dez viagens de cerca de um mês cada para a Inglaterra para buscar alguns documentos, localizar outros e lê-los, além de entrevistar pessoas ligadas à sua vida e obra. Além da Agatha Christie, quais autores lhe inspiram? Gosto do Ganymédes José Santos de Oliveira, um pouco de escrita (mas não das histórias) do Dan Brown, e da Lúcia Machado de Almeida.
Você é coorganizador da antologia ‘Presentes Perigosos’, formada a partir de contos de suspense policial ambientados na época do Natal, poderia falar um pouco sobre esse projeto para os leitores da Amazing? Sim, foi uma grande felicidade dividir esse espaço com a Cláudia Lemes e o pessoal da Constelação Editorial. Foi uma maratona e acabou atrasando até essa entrevista. Recebemos mais de 130 contos e a seleção foi difícil. Alguns fugiram do foco da antologia, e entre esses tinham alguns excelentes que lamentamos deixar de fora, outros vieram maiores do que o proposto. Entre os que sobraram, houve alguns que simplesmente coincidiram nas mesmas situações e não pudemos permitir uma antologia onde todos os contos fossem em cima das mesmas bases, isso exigiu um trabalho de seleção do melhor de cada para que não fosse repetitivo. Também quisemos prestigiar situações e finais inusitados e surpreendentes, as vezes não totalmente convencionais, mas prezando o principal do gênero policial.
Você já participou de antologias como autor e organizador. Para você, qual a importância desse tipo de publicação na revelação de novos talentos? Enorme. Não só para revelar os talentos, como para polir aqueles que estão surgindo, mas que ainda carecem de algum suporte. Sempre fiz questão de dar, na medida do possível, feedback do que avaliei de cada conto, quando me perguntaram.
Esse ano, você lançou o livro ‘O Antiquário Portenho’, como surgiu a ideia para esse livro? Foi fácil. Entrei em um antiquário em Buenos Aires e me deparei com a mesa que está fotografada na capa do livro. São os objetos dos quais conto as histórias e posso garantir que na hora em que a vi, pelo menos metade das narrativas vieram completas à minha cabeça.
Poderia falar um pouco a respeito de futuros projetos? Muitos! Ano que vem devo lançar dois livros, pretendo escrever um novo policial e retomar o trabalho com Agatha Christie, participar de diversas antologias como escritor ou organizador, além de me engajar de alguma forma em projetos de todas as editoras parceiras da ABERST, Associação Brasileira de Escritores de Romance Policial, Suspense e Terror.
Quais dicas você daria para os autores iniciantes de ficção policial? Primeiro, saiba exatamente o que é isso. Muita gente acha que um assassino confessando um crime é conto policial. Outros acham que um projeto de vingança ou um criminoso descrevendo seu crime em tempo real é ficção policial. Não, não é. Ficção policial exige, necessariamente: detetive (da polícia ou particular, amador ou profissional, leigo ou treinado), investigação – e de preferência com muitas pistas que o leitor possa esclarecer o caso também e final. Não existe final aberto em ficção policial.
Dezembro / Janeiro 17
Tirinha Literรกria | Kรกtia Schitine
Vida de Escritor | J. Sampaio
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Revista Amazing
Passatempo
por Bruna Costabeber
H E Q T A A S S O P O L A R X O E A V O Y I S Y V H E Z X R G U L B Q B N Q S W M S E I P A C A S R E X C E I B E E A J B E A E S N I M A I G N U O F N O N R U F S G N N V X T P B V H T U T I K Z R S C F V P A Y S J X A Ã R Z E E S Q H K D P F L U R M O O
O G E Q E Z T B U E X P V U Z A U Y O J Y W U P I G Y L A O O W H F O
S M V M S Y V L Y L S Y W T H I L Z Y B D N E A G J E S I E
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A X E Q K M I E L E I M É B A B U A N X W E I S O P U F
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E R Q D O J J V E I C X Y N J C O Q A T
C V H T A B N A T A L N A R E A L E Z A A R Z U J S I V M M N L Z A I I X L L Encontre os filmes de natal na horizontal, vertical ou diagonal: O Grinch Cartão de Natal Gremlins
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Expresso Polar
Dezembro / Janeiro 19
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Revista Amazing