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Jatene reforça pacto pelo Pará em encontro com assessores por Manuela Viana* Fotos: Eliseu Dias/Ag. Pa

ão consigo imaginar uma área de comunicação que não diga a verdade. Porém, o governo não é homogêneo, e por isso vou precisar do apoio de vocês”, declarou o governador Simão Jatene, durante o encontro com os assessores de imprensa dos órgãos das administrações direta e indireta, no auditório da Imprensa Oficial do Estado do Pará (Ioepa). Ao enfatizar a transparência como principal diretriz da comunicação do Governo do Estado, Simão Jatene afirmou contar com o apoio dos profissionais que integram a Secretaria de Comunicação (Secom) e os demais órgãos, para concretizar essa política. “Uma comunicação clara protege o governo, por isso aposto nesta nova esfera da comunicação através das mídias sociais”, ressaltou. Durante o encontro, marcado pela informalidade, o governador esclareceu o que espera das novas estratégias de comuni-

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O secretário Ney Messias destacou a importância das redes sociais na nova política de comunicação do governo do Pará

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cação e destacou a importância do “pacto pelo Pará”. “O que quero, na verdade, é fazer um convite a vocês: vamos tentar juntos construir um Pará melhor. Juntos, vamos fazer esse pacto por uma sociedade melhor”, disse Jatene, acrescentando que só com a união será possível construir um Estado com menos desigualdades sociais. Essa mudança, frisou, precisa do compromisso de cada cidadão. O governador declarou ainda que esse compromisso será pedido a todos os servidores do Estado, por isso decidiu conversar primeiro com os profissionais de imprensa. “A comunicação é uma área estratégica na disseminação dessa mensagem”, ressaltou.

Difusão O secretário de Estado de Comunicação, Ney Messias Jr., destacou a importância do papel dos assessores de imprensa enquanto difusores de boas notícias sobre o Estado. “Costumamos ver na imprensa nacional notícias negativas a respeito do Pará, mas temos muitas coisas boas para mostrar, e cabe a nós, enquanto assessores, detectar e saber expor nossas belezas”, disse ele. Os assessores tiraram dúvidas sobre o novo direcionamento da comunicação no

Simão Jatene enfatizou no encontro com os assessores de imprensa que a comunicação transparente acaba protegendo o governo

Estado. O secretário informou que novas ferramentas estão sendo desenvolvidas para atender a essa nova diretriz, visando agilizar cada vez mais o diálogo entre governo e sociedade. “Este governo vê com muita importância a comunicação pelas mídias sociais, dando uma atenção tão especial que faz com que os questionamentos feitos através destas sejam respondidos com muita rapidez. Não vejo uma comunicação que tenha um formato mais transparente do que este”, acentuou Ney Messias Jr. Adelaide Oliveira, presidente da Fundação Paraense de Radiodifusão (Funtelpa), disse que a instituição vive a pior crise de toda sua história, mas apesar desse cenário acredita na proposta de política de comunicação baseada na transparência. Os veículos de comunicação da Fundação, assegurou ela, estarão disponíveis para ajudar a “construir uma sociedade menos desigual”. (*) Secom

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Estado e Fundo Vale firmam parceria para o desenvolvimento sustentável

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m pacto contra o desmatamento zero até 2012 firmado com 35 municípios paraenses foi o principal assunto discutido entre o governador Simão Jatene e representantes do Fundo Vale, recentemente, no Palácio dos Despachos. A diretora do Fundo Vale, Vania Somavilla, afirmou que o objetivo da visita ao governador foi propor uma parceria institucional para o desenvolvimento sustentável no Estado do Pará. “O Fundo trabalha com a aplicação de recursos para apoiar bons projetos na área ambiental na Amazônia”, explicou. O secretário de Projetos Estratégicos, Sidney Rosa, que participou da reunião, afirmou que a parceria entre Governo do Estado e Fundo Vale é muito importante para o desenvolvimento sustentável no Pará. “O governador tem muitos projetos para o nosso Estado e essa parceria com o Fundo Vale torna possível realizá-los, focando o desenvolver sem devastar”, assegurou.

Agropecuária verde adequação socioambiental www.paramais.com.br

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por Janise Abud Foto: Cristino Martins/Ag. Pa

Sidney Rosa, Secretário de Estado de Projetos Estratégicos, Vania Somavilla, diretora do Fundo Vale, Simão Jatene, Governador do Estado e Guto Quintela, presidente do Conselho do Fundo, em reunião visando pacto e parceria institucional para o desenvolvimento sustentável no Estado do Pará

Ana Maria Rossi, presidente da Isma-BR

Sidney Rosa disse que esteve em São Paulo recentemente com o titular da Secretaria de Agricultura, Hildegardo Nunes, conhecendo o projeto Pecuária Verde Sustentável, que no Pará será desenvolvido inicialmente no município de Paragominas. O projeto, denominado “Paragominas, modelo de agropecuária verde – adequação socioambiental” tem o apoio do Fun-

do Vale e do Sindicato dos Produtores Rurais de Paragominas, que estão buscando novos parceiros para a iniciativa. “A visita de representantes do Fundo Vale ao governador mostra que eles estão dispostos a apoiar projetos em várias regiões do Estado, como o Marajó, que precisa de um olhar focado na gestão ambiental e produtiva”, afirmou Sidney Rosa. Segundo o secretário, o projeto vai trabalhar inicialmente com seis fazendas em Parago minas, onde será feito o manejo adequado das áreas com o intuito de aumentar a produtividade do rebanho no pasto, passando de ½ unidade de animal por hectare para dois animais ou mais por hectare. O titular da Sepe informou que breve acontecerá na Secretaria de Projetos Estratégicos uma nova reunião, com a participação do Fundo Vale, Imazon, Prefeitura de Paragominas e secretarias de Estado, para discutir um programa de ação conjunta, que será lançado nos próximos meses. Participaram também da reunião a gerente do Fundo Vale, Mirela Sandrini, o gerente executivo do Pará Rural, Antonio Carlos Rocha e o presidente do Conselho do Fundo Vale, Guto Quintella. Pará+ 05 16/03/2011 11:38:03


Governo do Estado vai i Centro de Pesquisa na á Mais um pacto com o objetivo de melhorar a qualidade de vida da população

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Governo de Estado e o Instituto Evandro Chagas assinarão, nos próximos dias, um convênio que estabelecerá parceria para a implantação de um Centro de Pesquisa, localizado na área do Parque Ambiental da Pirelli. A decisão foi tomada durante visita do governador Simão Jatene à instituição. O governador foi recebido pela diretora do Instituto Evandro Chagas, Elisabeth Santos, com quem reuniu para discutir a proposta de criação do centro. “Temos no Pará uma área fantástica, que é da Pirelli, uma floresta às margens do rio, que será um centro de pesquisa não só para o nosso Estado, mas também para a região, para o país”, afirmou. Simão Jatene disse ainda que a área será transformada em um grande espaço de pesquisa, um território da ciência e do pensar sobre a Amazônia. “A Amazônia

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Fotos: Cristino Martins/Ag. Pa

estado mais rico, feliz, capaz de enfrentar os desafios. Sem a pesquisa a gente não avança. Nosso objetivo é fazer o Pará assumir um posto de destaque na área de pesquisa no Brasil todo”, ressaltou. Após a assinatura do convênio, pesquisadores do Evandro Chagas entrarão na área para fazer o levantamento e classificação das espécies animal, vegetal, mosquitos, pássaros, O chefe do executivo estadual conheceu as dependências e o trabalho terra, presentes na floresta. O Museu desenvolvido pelo Instituto Evandro Chagas na região amazônica Paraense Emílio Goeldi também deainda é fértil na produção de mitos. Uma verá fazer parte da parceria para classifihora somos celeiros do mundo, passamos car a fauna e flora da área. de inferno verde para santuário. Então, A diretora do IEC, Elisabeth Santos, classó a ciência mostrará o que a Amazônia é sificou a ideia do governador de “revolude fato”, ressaltou, comparando a área da cionária”. “Ele me surpreendeu com essa ideia fantástica. Uma floresta adminisPirelli a uma biblioteca viva. O governador afirmou que a parceria com trada por instituições de pesquisa é uma o Evandro Chagas é mais um pacto fir- oportunidade ímpar de conhecer melhor mado com o objetivo de melhorar a quali- a Amazônia, sua biodiversidade, suas dade de vida da população. “Ao fazer riquezas”, avaliou. um pacto pela ciência, pensamos em um Para a pesquisadora, o centro vai possi-

A situação

Os pesquisadores do Instituto Evandro Chagas classificaram como “revolucionária” a proposta do governador Simão Jatene de criar centro de pesquisa

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i implantar a área da Pirelli bilitar ainda que esse conhecimento ajude a melhorar a qualidade de vida do povo da região amazônica. Após a reunião, o governador e a diretora visitaram as instalações do Instituto Evandro Chagas, como a seção de Meio Ambiente, o laboratório de toxicologia e o Centro Nacional de Primatas.

Parque Ambiental da Pirelli, é uma área de 7,8 mil hectares abrangendo os municípios de Marituba, Benevides e Santa Izabel do Pará

A fauna e a flora amazônica serão o foco das pesquisas desenvolvidas no futuro Centro de Pesquisas a ser instalado na área da Pirelli

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Orquestra Jovem Vale Música comemorou 1º ano de existência

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o Theatro da Paz, a Orquestra Jovem Vale Música comemorou seu primeiro aniversário com um emocionante concerto que empolgou o público que assistiu ao espetáculo musical. Com a regência do maestro Miguel Campos Neto, a orquestra executou composições eruditas e populares, maravilhando o público com seu desempenho. A orquestra formada por jovens entre 7 e 20 anos, como o clarinetista Yuri Laurent, vencedor do concurso Nelson Freire, promovido pela Orquestra Sinfônica Brasileira. Entre suas

interpetrações, “O Guarany”, de Carlos Gomes “Trenzinho caipira”, de Heitor Villa-Lobos e a 5ª Sinfonia de Tchaikovsky, reconhecidas internacionalmente. O concerto contou com as participações das solistas Verena Abufayad (piano), Gabriella Oliveira (cello) e do Coral Vale Música. A Orquestra Jovem Vale Música é formada por 70 integrantes do Vale Música, um programa social da Fundação Vale, que há seis anos beneficia cerca de 300 alunos da rede pública de ensino de Belém e dos municípios vizinhos de Ananindeua,

Benevides e Marituba. Esses estudantes estão aprimorando seu gosto pela música clássica e buscando a profissionalização por meio do aprendizado musical, com a expectativa de um futuro melhor através da música. Glória Caputo, coordenadora do programa Vale Música em Belém, estava muito emocionada pelo esplendoroso sucesso de seus pupilos. Ao final, os jovens foram longamente ovacionados. O maestro e regente, Miguel Campos Neto, destaca a importância social da iniciativa. “O Vale Música ensinou do zero,

No Theatro da Paz a Orquestra Jovem Vale Música

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Sob a batuta do maestro e regente, Miguel Campos Neto, os jovens músicos paraenses Com o Theatro da Paz lotado, o público de pé aplaudiu o esplendoroso desempenho da Orquestra Jovem Vale Música

Glória Caputo, coordenadora do Vale Música em Belém e Silvio Vaz, diretor presidente da Fundação Vale, que lhe ofertou rosas. Ambos muito emocionados pelo sucesso de seus pupilos

emplo, o grupo tocou no espetáculo “O viajante das lendas amazônicas”, ópera infanto-juvenil cantada e encenada pelos alunos do Vale Música. O grupo também já se apresentou em palcos de Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Brasília e no próprio Theatro da Paz, na capital, tocaram uma das óperas convidadas do Festival Internacional de Ópera da Amazônia. O concerto deste sábado, 12, é uma realização Musikart Produções, com patrocínio da Vale e apoio cultural do Ministério da Cultura, por meio da Lei Rouanet.

Vale Música crianças que não poderiam pagar por lições individuais de seus instrumentos e certamente, não estudariam música se não fosse pela oportunidade que recebem no programa”. Já o presidente da Fundação Vale, Silvio Vaz, enfatiza que por meio do programa, o que “se busca é dar oportunidade a pessoas que poderiam não ter esta condição e com isso, ajudamos a descobrir talentos, encontrados nos lugares mais distantes e a prova está aqui, com a

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formação desta orquestra”, destaca Silvio Vaz. Os musicistas da orquestra ganham uma bolsa mensal que além de servir de estímulo para que seus integrantes continuem se aprimorando, impulsiona o crescimento dos demais colegas do programa. Embora a Orquestra tenha apenas um ano de formação, os musicistas já vinham ensaiando e se apresentando em público em ocasiões especiais. Em 2007, por ex-

Além de Belém, onde foi implantado em 2004, o Vale Música existe desde 2000 na Grande Vitória (ES), e desde 2006 no município de Corumbá (MS). Na capital paraense, o programa tem como parceira a Fundação Amazônica de Música. Os 300 alunos beneficiados se dividem em várias formações musicais além da orquestra, formada há um ano, há também o coral infanto-juvenil, formado por 146 alunos, de idade entre 07 e 17 anos, regido pela professora Elizety Rego a Banda de Música, com 35 alunos e o Grupo de Percussão, composta por 15 alunos.

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As Ama z

Um proje t tado ao público até o final deste ano. O rio Nhamundá, localizado no Baixo Amazonas, é conhecido por acolher, em seus recantos misteriosos, o “Espelho da Lua”, onde supostamente aconteceu o encontro dos exploradores europeus Orellanas e Carvajal com as mulheres guerreiras que eles denominaram de Amazonas, durante o descobrimento do rio em 1542. Para dar forma ao projeto, a fotógrafa viajou a região partindo da cidade de Oriximiná e passando pelos municípios de Nhamundá, Juruti, Faro e Terra Santa. Ela explora a rotina e as condições de vida das mulheres que hoje habitam a área e que seriam “descendentes” das guerreiras do passado. No projeto, a fotógrafa coloca em discussão como seriam as Amazonas do século XXI, que passam a ser então as protagonistas dos mistérios que ainda

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Fotos: Elza Lima e Marcelo Martins

imaginário que cerca a vida da mulher ribeirinha da Amazônia ganha forma na exposição “O Lago da Lua ou Yaci Uaruá – As Amazonas do rio mar”, que a fotógrafa Elza Lima abriu desde 16 de fevereiro, na galeria do Centro Cultural Brasil Estados Unidos (CCBEU). O projeto foi contemplado com o XI Prêmio Funarte Marc Ferrez de fotografia, com apoio da Sol Informática, CCBEU e Mabeu. Além da mostra, Elza vai realizar também um curta metragem, filmado por Lu Magno e dirigido pela cineasta paraense Priscila Brasil. A previsão é que o curta seja apresen10 Pará+ As Amazonas do século XXI.indd 2

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a zonas do século XXI

e to premiado de Elza Lima

hoje cercam a região. Elza Lima traz a Amazônia como o tema de seu trabalho desde o início de sua carreira, em 1984, onde busca expressar através de seu olhar

uma região onírica, cercada de mistérios. No projeto, a fotógrafa coloca em discussão como seriam as Amazonas do século XXI, que passam a ser então as protagonistas dos mistérios que ainda hoje cercam a região. Elza Lima traz a Amazônia como o tema de seu trabalho desde o início de sua carreira, em 1984, onde busca expressar através de seu olhar uma região onírica, cercada de mistérios. Quem quiser acompanhar o desenvolvimento do trabalho pode acessar o website www.elzalima.com.br Serviço: A exposição ficará na Galeria do CCBEU até 30 de março Tv. Padre Eutíquio 1309, Batista Campos Horário: De 2ª à 6ª de 10hs às 12hs e de 13,30 às 19,30 Sábado: 9 às 12 hs Entrada grátis.

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Casa das Onze Janelas recebe a exposição “Onde a água encontra a terra”

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ecretaria de Estado de Cultura (Secult) abriu recentemente, no Museu de Arte Moderna e Contemporânea Casa das Onze Janelas, a exposição “Onde a água encontra a Terra”, que reúne 53 fotografias da norte-americana Carol Armstrong e dos brasileiros Fernando Azevedo e Leornado Kossoy. A mostra leva o público a pensar e discutir as relações entre dois elementos da natureza – água e terra –, passando por questões fundamentais da teoria da cultura, numa nova perspectiva para a abordagem da fotografia. A curadoria é de Paulo Herkenhoff, curador da Bienal de São Paulo e uma das maiores autoridades do país no campo da arte contemporânea. As obras estabelecem nexos da presença da água na fronteira com a terra, marcantes na produção de cada um deles. A exposição – que já passou pelo Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte – dá sentido a cada imagem e ao conjunto delas, passando pela filosofia, pela literatura e pela história da arte. O projeto da mostra surgiu no início de 2007, quando dois brasileiros e uma norte-americana, Fernando Azevedo, Leonardo Kossoy e Carol Armstrong se reuniram em Nova Iorque para discutir uma exposição que também se desdobrasse em uma discussão das relações entre imagem e teoria da cultura. A partir de fotografias particulares que indicavam certos interesses teóricos e situações das imagens, o grupo chegou às bases do formato que será apresentado ao público em Belém. Na próxima sexta-feira, às 14 horas, haverá uma visita guiada com o curador Paulo Herkenhoff, para estudantes da rede pública e particular.

Preservação A mostra itinerante Onde a Água Encontra a Terra soma-se a uma iniciativa local de difusão e de preservação do patrimônio artístico e histórico paraense. Em Belém, a exposição estará aberta ao público no Museu de Arte Contemporânea do Pará, 12 Pará+ Casa das Onze Janelas recebe a exposição.indd 2

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Fotos: Eunice Pinto/ Ag. Pa

“Copos D’Água I”, da norteamericana Carol Armstrong

situado no sítio histórico de fundação da cidade, mais precisamente no antigo prédio do Hospital Real Militar, datado do século XVIII. Em 2000, o Governo do Estado restaurou a edificação, transformando-a em um espaço cultural voltado para a arte contemporânea, sob a denominação de Casa das Onze Janelas, nome alusivo aos vãos de sua fachada principal. O projeto de criação do espaço cultural e museológico faz parte de uma das etapas do projeto Feliz Lusitânia, iniciado no ano de 1998. O projeto possibilitou a abertura de um conjunto de espaços culturais, de lazer e de conhecimento sobre a história regional, a produção artística acadêmica e contemporânea das artes visuais, as coleções arqueológicas e antropológicas, os acervos fílmicos e sonoros, dentre outros, apresentados, respectivamente, no Museu de Arte Sacra (MAS), Museu do Encontro no Forte do Presépio, Museu Histórico do Pará, Museu do Círio e Museu da Imagem e do Som (MIS), todos situados em um único sítio, marcado pelo cenário urbano e pelas águas barrentas que integram a paisagem.

Os fotógrafos Carol Armstrong: nasceu em Nova Jersey e é professora de história da arte da Universidade de Yale (EUA). Carol é articulista da revista de arte nova-iorquina “Artforum”, uma das principais e mais representativas publicações da área. É considerada a maior autoridade dos Estados Unidos em estudos relacionados ao gênero feminino, como pensadora da feminilidade e sua representação na criação artística. Em 2005 fez a exposição “Pink”, abordando a intercessão entre feminilidade e arte. Entre os prêmios que recebeu, destaca-se o Guggenheim Fellowship (1994-1995), em reconhecimento à sua habilidade criativa no campo das artes. Fernando Azevedo: nasceu no Rio de JaCasa das Onze Janelas

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Admirando a exposição

“Madison Avenue”, de Fernando Azevedo

neiro e é mestre em filosofia e história da arte pela City University de Nova York, com especialização em pintura pelo Pratt Institute. Com extensa carreira como curador de exposições de fotografia, crítico de arte e ilustrador, a exposição “Onde a água encontra a Terra” é sua primeira participação em mostras. Já colaborou regularmente com as revistas “Art Nexus” e “Arte Internacional”, editada pelo Museu

de Arte Moderna de Bogotá. Leonardo Kossoy: nasceu em São Paulo, e desde os anos 1960 dedica-se às artes. Juntamente com a literatura, forma-se seu olhar fotográfico. Kossoy fotografa todo ano pelo território do Mediterrâneo, estabelecendo relações entre luz, geografia, história da arte e fotografia. Expõe regularmente em Nova York, São Paulo e Rio de Janeiro. “Desoriente: o eu nômade” e

Paulo Herkenhoff , o curador da exposição

Onde a água encontra a terra...

“Espanhas/ Spains” foram seus mais recentes trabalhos no Brasil.

Araraquara de Leonardo Kossoy

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Serviço: Exposição “Onde a Água Encontra a Terra” Local: Museu de Arte Moderna e Contemporânea Casa das Onze Janelas - Sala Valdir Sarubbi (praça Frei Caetano Brandão s/n), Cidade Velha Horário: terça a sexta-feira, das 10 às 19h; e sábado e domingo, das 10 às 16h Até 19/04

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Reforma tributária é decisiva para o Brasil atingir um novo patamar de desenvolvimento

Desafio prioritário

por Antoninho Marmo Trevisan*

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substantivo crescimento da Classe C, constituída por famílias com renda de 1.115 a 4.808 reais, que passaram a representar 52% da população brasileira em 2010, é o indicador mais importante e inequívoco dos avanços recentes do País. O aumento da renda per capita da população mais pobre, entre 2001 e 2008, foi de 72%, alcançando quase 10% ao ano, evidenciando o sucesso dos programas públicos de inclusão social, a geração de empregos em larga escala, a estabilidade da moeda e uma política econômica eficaz, inclusive no gerenciamento da

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grande crise mundial de 2008 e 2009. Tais avanços, contudo, não significam que o Brasil já tenha ingressado no chamado círculo virtuoso da economia. Há muito que caminhar no sentido de se estabelecer um fluxo duradouro de crescimento sustentado, modernização da infraestrutura, oferta de serviços públicos de excelência, em especial nas áreas do ensino e da saúde, e distribuição de renda (apesar dos progressos verificados, os 20% mais pobres ainda participam com apenas 3,09% das riquezas nacionais). Em síntese: nos consolidamos como nação emergente.Agora, é preciso dar o decisivo passo ao desenvolvimento.

Para alcançar esse objetivo, além de questões pontuais, como o câmbio sobrevalorizado, o País precisa realizar as reformas estruturais, principalmente a tributária, incluindo os custos relativos aos encargos incidentes sobre a folha de pagamento dos recursos humanos. Esta é prioridade absoluta, pois é diretamente ligada ao custo da produção ou competitividade, devendo contemplar estrutura de arrecadação simplificada e racional, isonomia e padronização dos tributos estaduais, para pôr fim à guerra fiscal, e uma carga de impostos equivalente a cerca de 33% do PIB. Um dos aspectos essenciais da reforma www.paramais.com.br


Uma das missões prioritárias da presidente Dilma Rousseff e da nova legislatura federal

tributária refere-se aos investimentos para a compra de bens de capital, pois estes são molas propulsoras da economia. Sua desoneração, portanto, tem positivo efeito em cascata em todas as cadeias produtivas. No entanto, o seu custo é muito elevado devido à cumulatividade de tributos e taxas e também em decorrência do longo prazo de recuperação dos créditos dos impostos recolhidos. Na prática o sistema pune aquele que quer

gerar emprego. Por exemplo: uma empresa leva, em média, 48 meses para compensar o ICMS pago na compra de uma máquina e dois anos no caso do PIS/Cofins. O problema é ainda mais agudo quanto menores forem a firma e sua liquidez, fatores que agravam as taxas de juros no mercado financeiro. Outro aspecto relevante da reforma refere-se à competitividade internacional, considerando que os impostos elevados representam uma das desvantagens de nosso país no comércio exterior, ante as demais nações emergentes. No universo do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), temos a maior carga tributária. Em conjunturas como a presente, em que algumas nações travam verdadeira guerra cambial como fator de estímulo às suas exportações, o valor dos impostos potencializa-se como quesito na acirrada competição nos mercados globalizados. To d a s e s s a s q u e s t õ e s corroboram o unânime anseio da sociedade quanto à realização da reforma tributária, que

pode e deve ser fatiada para viabilizar sua aprovação. Afinal, trata-se de providência imprescindível para viabilizar produção mais eficiente e menos onerosa, mitigar o custo incidente sobre a indústria, o agronegócio, o comércio e o consumidor, estimular a formalização da economia, gerar empregos e propiciar o desenvolvimento mais equilibrado da União, estados e municípios. Delineia-se, assim, uma das missões prioritárias da presidente Dilma Rousseff e da nova legislatura federal. P

O aumento da renda per capita da população mais pobre, entre 2001 e 2008, foi de 72%, alcançando quase 10% ao ano

O crescimento da Classe C, constituída por famílias com renda de 1.115 a 4.808 reais, que passaram a representar 52% da população brasileira (*) Diretor presidente da Trevisan Escola de Negócios, membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social e do MBC Movimento Brasil Competitivo

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Campus Party 2011, o maior encontro tecnológico do mundo

Não tem ar condicionado, não tem coffee-break, não tem recepcionista gostosa...

Somos tão jovens na

CAMPUS

PARTY

“Nosso dia vai chegar, Teremos nossa vez. Não é pedir demais: Quero justiça, Quero trabalhar em paz. Não é muito o que lhe peço -Eu quero um trabalho honesto. Em vez de escravidão.”

por Ricardo Jordão Magalhães* Fotos: Cristiano Sant'

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u sou fã de carteirinha do Campus Party. Eu acho o evento dú caramba. Não tem ar condicionado, não tem coffee-break, não tem recepcionista gostosa sorrindo falso para você, não tem cadeira confortável para assistir as palestras e os debates, não tem distribuição de sacolinhas com brindes ou folhetos corporativos, não tem restaurante francês, não tem serviço de valet na porta, não tem patrocinador vomitando jabá, e consequentemente, não tem nenhum dono da verdade; e se tivesse, seria expelido pelo organismo vivo formado pelos campuseiros que se mostram ansiosos em colaborar com a construção das coisas ao invés de aceitar calados a teoria de algum boçal porque é diretor de alguma empresa ou professor de alguma matéria.

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Os Campuseiros não tem medo algum de fazer perguntas difíceis para quem está no palco. Os caras metralham todo tipo de pergunta, boas e ruins, sem vergonha alguma. No último dia do evento, ao final da palestra do Steve Wozniak - o grande Woz, cofundador da Apple com o Steve Jobs -, os campuseiros formaram uma fila imensa para fazer perguntas para o cara. Fato esse que raramente você vê em eventos corporativos tipo HSM Expo e outras tranqueiras, onde os ternos ambulantes da platéia formada por executivos fanfarrões são incapazes de formular uma pergunta que seja para o “guru” que está no palco a frente do seu ppt boring-to-boring. O Campus Party é o evento da Geração Coragem, e não da geração “quero trabalhar naAmbev ou Vale do Rio Doce”.

Renato Russo

A molecada se reune no Campus Party para criar o que não existe. Os Campuseiros não querem mamar nas tetas da invenção de alguém; os caras querem criar novos mercados, ampliar as oportunidades, formentar novas perspectivas para aqueles que são diferentes aos olhos do mainstream. A “galera” no Campus Party não vai até lá para conversar sobre o futuro da cerveja, dos bancos, da propaganda, do fast food; os caras se reunem para discutir internet, redes sociais, robótica, software livre, programação e desenvolvimento, criatividade, games, astronomia, design, foto, vídeo, música, enfim, mercados ainda pequenos, embrionários e insignificantes se comparados aos negócios bilionários e saudáveis conduzidos pelo banco do Silvio Santos, ou pelas importações criativas feitas pela www.paramais.com.br


turma da Daslu. Ainda assim, você ainda encontra muita tranqueira e campuseiros sem causa no Campus Party. Teve debate sobre como plantar uma mentira na internet, com blogueiro se achando o máximo por ter espalhado uma mentira que foi citada como verdade pelo Nelson Rubens no Programa Fama da Rede TV - como se o fato de ser citado pelo Nelson Rubens, ou o próprio, fosse importante ou relevante. Teve moleque competindo para ver quem conseguia fazer a maior quantidade de downloads de filmes pornô durante o evento. Tinha um moleque se achando o tal por ter reunido 4 terabytes de mulher pelada em 3 dias de evento. Eu realmente não entendo porque esse moleque precisa de 4 terabytes de filmes pornô na casa dele. Particularmente falando quando eu tinha a idade dele eu

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precisa de apenas uma cena de quatro minutos para terminar o trabalho. Vai ver que a geração de hoje é mais namoradinha, quer ver a história que rola entre as cenas, o making off, entrevista com os atores, a produção etc. Contudo, entretanto, todavia, o que eu mais gostei de ver no Campus Party 2011 além da inesquecível palestra do Woz - foi o programa Campuseiros Empreendem. Eu estive presente nas quatro edições do Campus Party que já rolaram no Brasil. E fico muito feliz de ver que a matéria empreendedorismo está ocupando um espaço cada vez maior entre os campuseiros. Eu gostei muito de um trecho da palestra do Jovem Nerd quando o gordinho falou, “Esse negócio de ficar discutindo se Star Trek é melhor do que Star Wars é pura perda de tempo. O verdadeiro Nerd é o cara que pensa em uma idéia, cria um

negócio, e trabalha para o desenvolvimento da sociedade.” É nítida a vontade da juventude campuseira em se tornar o próximo Woz, Steve Jobs, ou Mark Zuckerberg. Posso afirmar para vocês, depois do que eu vi durante os dias do Campuseiros Empreendem, que temos alguns potenciais clones mirins desses gênios por aqui. Campus Party, o maior centro de tecnologia e informação do mundo, é conhecido mundialmente pela quantidade de pessoas interessadas no assunto e pela qualidade das palestras, cursos e infra-estrutura

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Palestra de Al Gore e Tim Bernners-Lee

Al gore, Tim Berners-Lee e Ben Hammersley na CPBR4

Eu quero agora compartilhar com vocês alguns dos projetos fantásticos apresentados durante o programa Campuseiros Empreendem. Eu acredito que todos vocês precisam conhecer essas inovações para ajudar a espalhar, espalhar e espalhar essas idéias fantásticas para quem precisa. São produtos fantásticos criados por uma juventude brasileira que aos seus vinte e poucos anos de idade escolhe investir o pouco dinheiro que tem no bolso para criar softwares que podem ajudar o Brasil a se tornar um país mais moderno e dinâmico. Confira o que essa Geração Coragem consegue criar: Sieve O Sieve conquistou o primeiro lugar na categoria Aplicativos Web dentro do Campuseiros Empreendem, e levou para casa vários prêmios, entre eles um cheque de 5 mil reais. O Sieve é um software MARAVILHOSO para quem trabalha com comércio eletrônico. Através do Sieve o gerente da loja virtual monitora os preços dos concorrentes em tempo real. Nem Buscapé nem ninguém oferece o que o Sieve oferece. Se você tem loja virtual, você tem que usar o Sieve. O produto já está a venda: http://sieve.com.br/index Mailee.me Eu faço e-mail marketing desde 1997. Eu já vi e já testei todas as melhores

Campuseiro caprichou para a competição de Modding deste ano

ferramentas de gerenciamento de e-mail marketing que existem. Nunca tinha visto uma ferramenta tão fácil de usar e inovadora como a Mailee.me. O Mailee.me é incrivelmente bacana. O software traz dezenas de templates prontos para você criar newsletters ou promoções com dois ou três cliques. Faz o acompanhamento e monitoramento de quem abre os seus emails de uma maneira integrada com as redes sociais que eu nunca tinha visto. Eu fiquei maravilhado com o software da molecada. Vale a pena dar uma olhada, e considerar o Mailee.me para suas necessidades de email marketing, confira: http://mailee.me/ LiveSync. O LiveSync levou para casa o primeiro lugar na categoria Aplicativos Mobile dentro do Campuseiros

Empreendem. Eu amei o LiveSync. O Live Sync é uma plataforma que “mobiliza” o conteúdo de qualquer evento, em qualquer lugar, e o torna acessível por qualquer plataforma. Fácil e rápido para implementar e simples para o usuário final, é uma solução móvel completa de conteúdo para eventos, workshops, festivais e conferências. Maravilhoso! Pé2 O Pé2 é um daqueles “troços” que você se depara e diz, “UAU, que é isso!?!?! Mágica?”. O Pé2 é um buscador visual para celulares. Por exemplo, você tira a foto da capa de um livro com o seu celular, e em poucos instantes ele mostra qual é o preço do livro em diferentes livrarias. A tecnologia identifica o conteúdo da foto, e varre a internet em busca de dados do produto que está na imagem. Impressionante! confira: www.pe2.com.br/ MobiClub O MobiClub foi o grande vencedor do Campuseiros Empreendem. Eles levaram para casa um cheque de 100 mil reais além de vários outros prêmios. O reconhecimento foi merecido. O Mobiclub é um sistema de pagamento via celular que promete acabar com as filas. O sistema se integra ao sistema de pagamento dos estabelecimentos, e você Um mar de barracas: essa é visão da área de acampamento da Campus Party. Dos 6.800 participantes do evento, 4.500 acampam no próprio local, durante os sete dias de evento

Campus Party 2011

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paga de onde estiver. É o fim das filas! Fantástico! confira: www.mobiclub.com.br/ AnuncieLá O AnuncieLá é um portal de anúncios classificados integrado com as redes sociais. Eu adorei a idéia! Com o AnuncieLá os seus anúncios ganham vida, ganham um rosto por trás das ofertas, e você tem a possibilidade de associar a sua credibilidade nas redes sociais com a venda de produtos, confira: http://anuncie.la/ Catarse O Catarse é um software de crowdfunding. Ele ajuda as pessoas a encontrar investidores dispostos a investir no projeto de outras pessoas. Você anuncia o seu projeto no Catarse, diz quanto precisa, até quando, e as pessoas interessadas investem o quanto podem no seu projeto. Show de Bola, estou torcendo por eles, chega de mendigar para banco. Se a sua idéia for útil para a comunidade, ela mesmo vai investir em você, confira: http://catarse.me/ Tropical Cyborg A Era da Gamemania na Facebook está

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apenas começando. A Tropical Cyborg é a primeira produtora de games sociais 3D para Facebook do Brasil, ou do mundo. Se você já enjoou de plantar batatas com o FarmVille, experimente o FB-Racer da Tropical. Compre, venda, troque as partes e peças dos seus carrinhos na Facebook, confira: www.tropicalcyborg.com/Home.html C.A.T.S. O Cats é muito legal. Você instala no seu celular, e ele te passa informações sociais ao vivo sobre as baladas que você quer ir. Com o tempo, ele aprende o que você gosta, e passa a te oferecer os programas que tem a ver com você. Bloompa O Bloompa é uma rede social de compras. Você cadastra os produtos que deseja comprar, divulga para os amigos e ilustres desconhecidos, e passa a receber feedbacks positivos e negativos para te ajudar no processo de decisão dessa compra. Muito bacana, confira: http://www.bloompa.com.br/ Pligus O pligus possibilita que grupos de pessoas trabalhem, aprendam e comuniquem-se sempre de forma colaborativa - de qualquer lugar ou dispositivo. O grande diferencial do pligus é ser uma sala virtual

Tecnologia a Serviço da Inovação

tão produtiva quanto uma sala real. No pligus, um grupo de pessoas pode editar colaborativamente imagens, desenhos, textos e mapas - e ainda compartilhar a tela. Tudo isso enquanto se comunicam via webcams, microfones e mensagens instantâneas, confira: www.pligus.com/ Netfraldas Prepare-se, seu bebê vai consumir mais de 5 mil fraldas só nos 2 primeiros anos de vida. Agora, imagine se, em vez de ter que sair centenas de vezes para comprar fraldas, você pudesse recebê-las em casa? A NetFraldas oferece a solução definitiva: Fraldas por assinatura. Em poucos minutos, você terá todas as fraldas que seu bebê vai usar, entregues onde você quiser, com a freqüência que você escolher, pelo tempo que ele precisar, confira:

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Bebê de apenas um mês e vinte dias é o mais novo participante do evento Público pode deitar na área aberta e acompanhar o que rola na área dos campuseiros

www.slideshare.net/dmchu4/projetonetfraldas Mindle. Projeto de educação. O Mindle é um software que ajuda os professores a darem aula pela internet e ajuda os estudantes a encontrarem as melhores aulas possíveis. Através do Mindle o professor cria suas aulas online, e os alunos identificam e escolhem os melhores através do conceito de redes sociais. Qualquer coisa pode ser ensinada

usando o Mindle. Muito bacana, ainda não está no ar. Zuggi O Zuggi é apaixonante. Quando as crianças realizam pesquisas na internet, ficam sujeitas a uma série de conteúdos inadequados à sua idade, prejudicando seu desenvolvimento e a atividade de busca por conhecimento. O Zuggi é o primeiro buscador brasileiro voltado para crianças que filtra palavras e web sites impróprios e traz conteúdos de qualidade, relacionados aos interesses da criança. O Zuggi é um Google adequado para crianças. Idéia show de bola, o software é incrível. Além do buscador, o Zuggi tem recursos para se transformar em uma rede social privada quando instalado dentro de uma escola, confira: www.zuggi.com.br/4buscazuggi.php Enfim, se você ainda acha que a geração Y ou Milênio é formada por um bando de pangarés apressados, você está completamente enganado. Se ainda tem dúvidas, compre seu passe para o Campus Party 2012 e venha ver de perto o que essa turma está fazendo. Inspire-se na Geração Coragem que vem aí, e mude o Brasil antes que ele mude você. E como diria o grande Renato Russo, “Todos os dias quando você acorda, você não tem mais o tempo que passou, mas tem todo o tempo do mundo. Todos os dias antes de dormir, lembro e esqueço como foi o dia, temos todo o tempo do mundo, e não fazemos nada” O nosso suor sagrado de empreendedor é

O stand da CAIXA

Campus Verde é um setor aberto ao público e debate a sustentabilidade na tecnologia

muito mais belo do que esse sangue amargo de funcionário que empaca as coisas. Somos todos muito jovens. Não temos tempo a perder. Lidere, Siga, ou Saia do Meu Caminho! NADA MENOS QUE ISSO INTERESSA! QUEBRA TUDO! Foi para isso que eu vim! E Você? P (*) Bizrevolution

LOUCURAS DE “NERD”

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omo teve de tudo no evento deste ano, também não poderiam faltar loucuras. Um casal trouxe o filho, de apenas um mês e vinte dias, para participar como campuseiro. O pai, que é um veterano e foi a todas as edições resolveu inovar e mostrar a trajetória “nerd” que o filho deve seguir.

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Na primeira semana de aula para as crianças do Tapanã já era observada a alegria em cada uma delas

ECO-ESCOLA, um novo modelo na educação do Município por Gilson Faria Fotos: João Gomes/ Comus

a n o l e t i v o d e 2 0 11 começou diferente para 300 crianças do bairro do Tapanã, na periferia de Belém. Elas fazem parte do primeiro grupo matriculado na Escola Municipal Professora Alda Eutrópio de Souza, no conjunto Aldo Almeida. Com um prédio tem 1.202,77m² de área construída, sete salas de aula projetadas para atender crianças de 4 e 5 anos da Educação Infantil (Jardim I e II), a instituição segue o modelo de Eco-escola, onde tanto as instalações quanto a pedagogia utilizada estimulam o desenvolvimento de múltiplas inteligências nos alunos. A Escola Alda Eltrópio é a quarta Ecoescola implantada pela Prefeitura de Belém. Em 2008, a Semec entregou a EcoEscola Professora Laís Fontoura Aderne e

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a Eco-Escola Professora Allana de Souza Barboza. A primeira, no conjunto Paracuri II, em Icoaraci, e a outra no conjuntoAririBolonha, no bairro Sideral. No ano passado,a PMB inaugurou a escola Rita N e r y, n o b a i r r o d o Te n o n é . As eco-escolas fazem parte de um programa educativo internacional, iniciado na Europa e propõem uma pedagogia inovadora, que busca despertar, desde cedo, uma consciência ecológica, valorizando os recursos naturais existentes. Em Belém, esse trabalho foi idealizado pela educadora Rita Nery, juntamente com a secretária municipal de educação, Terezinha Gueiros. Na primeira semana de aula para as crianças do Tapanã já era observada a alegria em cada uma delas. Para a coordenadora pedagógica da escola, Jesus

Gama, já é o resultado da maneira diferente com que elas iniciaram as atividades. Logo na chegada à escola, os alunos iniciam uma atividade de grupo para despertar o interesse. As professoras interagem por meio da música, interpretam e motivam as crianças. “Elas vão para a sala de aula com mais disposição”, diz a pedagoga. Outro fator que chama a atenção na escola é a ausência de livros. “Nós alfabetizamos nossas crianças com a troca de experiência em sala e nos locais de atividades”, explicou Jesus Gama. O conceito de Eco-escola é demonstrado nos trabalhos desenvolvidos com materiais reutilizados, numa valorização do meio ambiente, do convívio social dos alunos, no dia a dia de cada um. Um exemplo observado na área externa da escola são as caixas coletoras de lixo. Elas www.paramais.com.br


foram feitas com papelão reaproveitado. E foram as crianças que realizaram o trabalho. A pedagoga Jesus Gama mostrou mais um exemplo: “uma lata de goiabada pode virar um pandeiro. É o estímulo para a música, utilizando a valorização do meio ambiente”, conta. Na Eco-escola, as salas de aula são chamadas de salas de ambientes. São utilizadas sete habilidades diferentes para desenvolver as atividades. Entre elas está a sala chamada de lógico-matemático, onde as crianças brincam e, ao mesmo tempo, aprendem a contar. Os jogos são construídos pelas próprias crianças, sempre reutilizando materiais. Tem também a sala de linguagem escrita, a musical, a naturalista, a sala de brinquedos, de artes e a que dá suporte a

todas. “Uma sala contempla a outra e a cada dia os alunos estão em locais diferentes, num revezamento constante, para eliminar a repetição de todos os dias, como nas escolas comuns”, diz a coordenadora pedagógica. Esta semana uma atividade bem gostosa estimulou a soma e os numerais. As crianças meteram a mão na massa para fazer o próprio lanche, o gostoso doce Monteiro Lopes. Nessa atividade elas descobriram a importância do trabalho em grupo, a cor, a soma e numerais. Uma forma gostosa de aprender com prazer. A professora Jesus Gama ressalta que o projeto pedagógico da escola é diferenciado por esses detalhes. “Aqui ninguém decora a soma dos números, descobre os números. Aqui não tem dever

de casa, tem a produção em família por meio da pesquisa, buscando parcerias com os pais. E com isso, a comunidade sempre está do nosso lado”, revela. Prazer em aprender Em menos de uma semana de aula, a professora Ana Paula (ela faz questão de ser chamada de professora, embora o “tia” ainda esteja amarrado) foi surpreendida durante uma atividade musical. As crianças foram estimuladas numa brincadeira e acabaram escrevendo a palavra pai, aprenderam com prazer. “Pai tem vogal e consoante, e para quem ainda não saber ler e escrever, isso foi gratificante”, diz a professora. As professoras da Eco-escola fazem capacitação diária e no final de cada mês elas realizam o que elas chamam de

Uma forma gostosa de aprender com prazer

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Aqui ninguém decora a soma dos números, descobre os números

Nós alfabetizamos nossas crianças com a troca de experiência em sala e nos locais de atividades

culminância. Elas se transformam em atrizes e dramatizam aos alunos tudo que ensinaram nas atividades em sala. Este mês, por exemplo, a lenda da Vitória Régia será o tema da peça teatral. Os pais de alunos também vão interagir com as crianças. Uma vez por mês eles são convidados para realizar atividades na escola. A coordenadora pedagógica, Jesus Gama, resume com uma frase a importância do aluno na Eco-escola: “Aqui, a criança não é julgada, é P ponderada”, conclui.

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A SINFONIA QUE SE FEZ MAESTRO

Uma das maiores e mais belas referências da grandeza do talento paraense, o maestro Waldemar Henrique viveu jornada com fortes e lindos acordes

idades, mundo afora, certamente podem se orgulhar de seria o instrumento por excelência que interpretaria as canções que dizer que tiveram ou têm grandes músicos. Mas qual compusesse. Canções que, ao longo do tempo, foram se destacando pelo lugar neste planeta viu nascer um maestro que tenha lirismo próprio, enraizado nas tradições populares, pelas letras de uma poesia transformado sua cidade e sua região em sinfonia para regional ímpar. regê-la como nenhum outro? Belém e todo o Pará podem E os caminhos de Waldemar foram se alargando. Ajudado pelo rádio, se vangloriar desse feito. Foi em nossas terras que viu suas músicas ganhar novos horizontes. Começaram a surgir convites para nasceu um homem que parecia saber orquestrar a brisa que bate nas folhas recitais no Rio de Janeiro. Ele e Mara partiram para a capital carioca. Mas o das mangueiras, o ruído dos rios que só as Iaras sabem caminho quis se tornar ainda mais abrangente. Vieram, ouvir, o “tec-tec” da chuva nos telhados e janelas. Seu então, as excursões e gravações no exterior: Porto, Lisboa, Na capa do disco 73 Nova História da MPB nome? Único: Waldemar Henrique. Madri, Paris! A Europa rendia-se ao talento daquele que Uma força que não se foi, que permanece chamavam “O Maestro da Amazônia”. O Primeiro Mundo misturada às energias da cidade. Talvez, hoje, Waldemar descobria que no Brasil, no Pará havia música de Henrique seja o som do riso de satisfação dos paraenses ao primeiríssima qualidade! ver uma manga cair na calçada, a nota grave de um trovão A respeito desses períodos longe de sua querida anunciando o toró. Decididamente, ele não se foi. Apenas terra, no exterior ou dentro do próprio Brasil, Waldemar virou som, coisa da qual tanto gostava. Certa vez, afirmou: cunharia a declaração que se tornou célebre: “Chamam-me “desde os cinco anos venho descobrindo como é bom viver. para Paris, Nova York, Buenos Aires, Porto Alegre, Aracajú. E Como é bom ser gente, rio árvore, montanha, flor, nuvem, pergunto-me: quantas voltas terei de dar para chegar aonde estrela. Como é bom ouvir uma orquestra, um grito, o bater quero ir, ó Pasárgada distante, minha Belém assombrada de um sino, o ruído da chuva no telhado, o timbre da voz da de mangueiras?” pessoa amada”. A esta altura, os trabalhos do maestro, sempre Por mágica ou destino, o maestro veio ao mundo na permeados por lendas paraenses e pela constante citação mesma data em que nosso principal teatro completa de seu grande amor ao Brasil, já eram reverenciados como aniversário. O Theatro da Paz e seu maior regente só podiam obras primas do cancioneiro nacional e até internacional. ser irmãos. Nascidos em anos diferentes, mas irmãos. Waldemar Henrique da Para que se tenha uma idéia, a música “Minha Terra”, de 1923, era tão Costa Pereira nasceu em Belém no dia 15 de fevereiro de 1905. E não há quem Maestro Waldemar Henrique possa duvidar que já tenha trazido na alma uma escala musical afinadíssima. frente ao Teatro da Paz em 1989 O menino Waldemar começou a se envolver com a música já bem cedo. Ainda criança, foi percebendo em si a cadência e a harmonia sonora que posteriormente o tornariam inigualável. A verdade é que sua vida inteira foi dedicada à musicalidade. E, mesmo que outras carreiras em algum momento tenham atraído seu interesse – como a de militar –, ele não teve como fugir do dom que possuía. Aos quatorze anos, envolvido pela paisagem da ilha do Marajó, seus dedos decidiram brincar pelas cordas de um violão, sem propósito certo. Surgia a primeira composição: “Olhos Verdes”. Melodia que, mais tarde, afirmaria ter lhe servido de base para criar a “Valsinha do Marajó”, obra para piano que o músico Arnaldo Rabello viria a gravar com grande sucesso. Sempre acompanhando Waldemar, uma figura importantíssima em sua trajetória: a irmã e grande amiga Mara. Sua voz, na decisão do maestro,

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executada, com sua sonoridade peculiar e letra nacionalista, que chegou a ser apontada como um “Segundo Hino Nacional” tupiniquim. De volta ao país, Waldemar passou um longo período morando no Rio de Janeiro. Foi convidado a dirigir o departamento artístico da Rádio Globo e, assim, acabou se firmando como um dos mais singulares representantes das tradições amazônicas. Mas as saudades da terra natal nunca o abandonaram. Por fim, ele decide regressar a Belém. O retorno à cidade, contudo, não significou o isolamento artístico de Waldemar Henrique. Muito pelo contrário, ele continuou proferindo palestras, conferências e participando de seminários dentro e fora do Brasil. Em 67, recebe o convite do Departamento de Estado Americano para uma série de visitas às Universidades dos EUA. Lá, fez palestras sobre Música Popular Brasileira e sobre sua obra, concedendo, inclusive, entrevista para o respeitável programa “Voz da América”. A viagem acabaria por marcar bastante o compositor.

O teatro e a generosidade A vida cultural de Belém seria, em muito, estimulada por Waldemar. Ao receber e aceitar o convite para se tornar o diretor do Theatro da Paz – o encontro entre ambos finalmente se consolidava – o músico iniciaria um grandioso trabalho de resgate do valor artístico da casa de espetáculos. E as ações do maestro não se limitariam a área musical. Ele acabou por inaugurar a Galeria Angelus, no próprio prédio do teatro, para estimular as artes plásticas. A generosidade de Waldemar é um capítulo à parte em sua história. Sempre que solicitado, ele se debruçava sobre o pentagrama e criava partituras belíssimas para os espetáculos que exigiam música. Foram muitos os artistas que, graças ao maestro, viriam seus espetáculos ganhar aquela magia que estava faltando. Problemas visuais, entretanto, lentamente foram afastando o compositor de seu trabalho. As dificuldades para vencer os limites do corpo, as exigências das retinas iam se tornando cada vez mais sérias. Alguns de seus projetos tiveram de ser abortados e, infelizmente, não nos foi dada a chance de conhecê-los. Exemplo disso é a “Sinfonia Amazônica” que estava nos planos de Waldemar e não pode ser realizada. A obra, cuja arquitetura já estava pronta, envolvia temas regionais para orquestra, solistas e coral.

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Waldemar passou um longo período morando no Rio de Janeiro

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“Uirapuru” Composta em 1934, “Uirapuru” mora na mente e nos lábios de muitos paraenses.

A vida inteira de Waldemar Henrique foi dedicada à musicalidade

Em 1975, um acontecimento abala seriamente Waldemar: morre Mara, a irmã, grande parceira e interprete maior. Aquela a quem ele próprio dedicarase a transformar em sua substituta despede-se da cena antes do final do espetáculo. O golpe é grande, o compositor transforma em refúgio o apartamento em que morava na Praça da República. Mas as alegrias deste grandioso homem foram superiores a qualquer tragédia. Suas obras ganharam a dimensão do mitológico, foram interpretadas por grandes nomes da MPB. Bibi Ferreira cantou o seu batuque amazônico “Boi-Bumbá”, no filme “O fim do Rio”, de Artur Hank. Edson Cordeiro também gravou a música. Zizi Possi emprestou sua belíssima voz a não menos bela “Uirapurú”. A magia de Waldemar ajudou ainda a impulsionar a carreira de Fafá de Belém. “Tamba-Tajá” não apenas vez parte do primeiro disco da cantora, como também era o título do vinil. Se, mesmo depois de tudo isso, você continua duvidando da universalidade deste paraense, uma informação: a cidade de Kuhmo, a 600km de Helsinque (Finlândia), realizou um Festival de Música de Câmara, o “Kuhmo Chamber Music”, em que uma das principais atrações era justamente a obra do

Certa vez de montaria Eu descia um “paraná” O caboclo que remava Não parava de falar, á á Não parava de falar, á á Que caboclo falador! Me contou do “lobishomi” Da “Mãe d'Água”, do tajá Disse do jurutahy Que se ri pro luar, á á Que se ri pro luar, á á Que caboclo falador!

nosso querido maestro. Em março de 1995, Waldemar Henrique partiu para encontrar a irmã. Era o último ato de uma vida que foi muito mais do que uma vida. Foi uma incomparável obra-prima da musica brasileira. Hoje, sempre que você escutar o vento, a chuva e o ruído das folhas na cidade, tente perceber como tudo isso é melódico. Lembre-se: pode ser que Waldemar Henrique esteja regendo essa orquestra. Portanto, nunca se esqueça de aplaudir! P (*) CARLOS CORREIA SANTOS é pesquisador e escritor premiado nacionalmente, autor, dentre outras obras, das peças “Nu Nery”, “Ópera Profano” e do romance “Velas na Tapera”

Que mangava de visagem Que matou surucucu E jurou com pavulagem Que pegou o uirapuru, á á Que caboclo tentador! Caboclinho, meu amor Arranja um pra mim Ando “roxo” pra pegar “Unzinho” assim... O diabo foi se embora Não quis me dar Vou juntar meu dinheirinho Pra poder comprar Mas no dia que eu comprar O caboclo vai sofrer Eu vou desassossegar O seu bem-querer, á á O seu bem-querer, á á Ora deixe ele pra lá!...

As obras do mestre Música Waldemar Henrique compôs em torno de 250 obras, dentre as quais: canções, acalantos, marchas, valsas, toadas, invocações, pontos, chulas, louvações e até foxtrote. As composições mais conhecidas do grande público são “Tamba-Tajá”, “Boi-Bumbá” e “Uirapuru”. Teatro “Prelúdio” “Os Revoltosos” Literatura “Só Deus sabe por que” – livro reunindo discursos, contos, artigos, crônicas, correspondências, pronunciamentos, poesias, palestras e também suas peças teatrais. A obra foi organizada por Sebastião Pianni Godinho.

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Design multimídia do DVD ROM sobre o Waldemar Henrique, feito pela equipe RKE, para o Sistema Integrado de Museus do Estado do Pará


SÉRGIO MARTINS PANDOLFO*

(*) Médico e Escritor. ABRAMES/SOBRAMES

GENTIO PARAUARA

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Pedro Teixeira

Eu sou o sagaz gentio parauara, eugênico misto, real puro-sangue do gram-Pará - Amazônia preclara, vivente vivaz das terras, do mangue. Sou bravo, viril, gestado no Norte; das tribos guerreiras dos tupinambás herdei o arcabouço, o seu braço forte! a fala, a saga, do luso pugnaz. Trazido transmar por mãos argonautas de África toda, o negro molosso provindo, a revel, por mar proceloso, de força tamanha, valente colosso, moldou-me o cariz caboclo, manhoso... Sofreram, mesclaram, tais raças às maltas!

sergio.serpan@gmail.com serpan@amazon.com.br www.sergiopandolfo.com

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COM EIRA, BEIRA E...

RAMO DE MANGUEIRA por Dulce Roque* Fotos: Celso Roberto de Abreu Silva

ste é o nome da mostra fotográfica de Celso Abreu, organizada pelo Laboratório de Democracia Urbana da Associação Cidade VelhaCidade Viva em exposição no Dona Dica (Padre Champagnat) até o fim de fevereiro. O que se vê nos leva a refletir sobre a situação em que se encontra parte do nosso patrimônio arquitetônico. Ela é o resultado de um longo passeio que fizemos pelo Centro Histórico de Belém, com a intenção de escolher imóveis

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De tanto ver, a gente banaliza o olhar – vê... não vendo. Otto Lara Rezende

“antigos” para fazer um livro de fotografias. Pretendíamos mostrar o que sobrou dos vários estilos arquitetônicos existentes em nossos bairros. Além do colonial, queríamos lembrar o que foi feito por aquela “nova elite” pertencente aos setores privilegiados da população que aqui viveram no tempo da borracha. Era nossa intenção, inclusive, resgatar elementos decorativos de estilo barroco, rococó, eclético, até chegar ao muito mais

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recente “raio que o parta”. Praticamente, queríamos mostrar algo do remanescente de pouco menos de duzentos anos de arquitetura feita em Belém, que, distraidamente, olhamos... Não vendo. A medida que avançávamos na pesquisa, mais difícil se tornava o nosso intento. A visão atenta das construções existentes em ruas como a XV de Novembro, João Alfredo, Santo Antonio e suas transversais, começou a dissipar nossa opção. Mesmo mudando de estilo e de bairro a situação não melhorava. Seja no Reduto que na Campina ou na Cidade Velha, o problema se apresentava igualmente, com pequena exceção para a Avenida Nazaré. A impossibilidade de retratar alguns imóveis a causa de

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publicidades e pichações em seus frontões além da presença de postes e fios elétricos se materializou concretamente Somando isso à insensibilidade, a especulação imobiliária e a incúria, a redução das fotos a serem feitas era enorme. Aquelas ruas ainda tinham muitos imóveis bonitos para deixá-las de lado. Ali se podia intuir como o Código de Postura vigente na época da construção daquelas casas tinha sido seguido a risca: as beiras estavam lá presentes. Em muitos imóveis era ainda possível reconhecer o estilo e até encontrar a beleza de alguns 32

detalhes. Resolvemos então nos preocupar em fotografar somente a parte de cima, os andares superiores daqueles casarões onde postes e fios elétricos não chegavam. Doce ilusão: até o clima não nos ajudava, certamente. Começamos a evitar uma casa, a causa de um ramo de planta no telhado, outra, pelas plantas que tinham na janela, outra ainda pela grandeza da arvore que tinha se desenvolvido na parede lateral, e assim por diante... Não sobrava quase nada. Outro problema tinha se materializado, pesadamente. paramais.com.br


Me veio em mente então um ditado que minha avó usava para identificar alguém que considerava pobre e sem origens. Costumava dizer que eram: sem eira, nem beira, nem ramo de figueira. Hoje, a parte final deste ditado foi esquecida, mas nessa ocasião, quando parei de banalizar o olhar, ele me voltou em mente por inteiro. Aquelas casas não tinham sido construídas por pessoas sem eira nem beira... Como previa a concepção da minha avó. Além do mais, a história que

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elas nos contavam nos impedia de deixá-las de lado, Nosso direito a memória nos levou a outra opção: centrar nosso foco de atenção na realidade, sem nada esconder. Se queríamos fotografar nosso patrimônio, necessário era demonstrar que boa parte dele tinha EIRA, BEIRA E... RAMO DE P MANGUEIRA.

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Belém-Brasília

Amazonia. Surto rodoviário M por Camillo Vianna, Walter Chile e Ricardo Vianna

ais do que acertado o parecer do botânico do Museu Paraense Emilio Goeldi, Paulo Cavalcante, que em um dos seus trabalhos relacionados à Amazônia brasileira, onde conceituou como surto rodoviário o que estava ocorrendo dentro do processo de integração da Região Predestinada. Ele era cientista de primeira grandeza, com magnífica folha de serviços prestados não só à Amazônia equatorial, como a todo Brasil. A construção de iniciativa do Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, da rodovia Belém-Brasília, constitui-se, em verdadeiro cordão umbilical com a isolada região norte que corresponde à Hiléia Frondosa ou País das Amazonas. Por outro lado, a condição de médico-rodoviário do autor que exercia suas atividades junto ao DER/PA cobrindo ampla área do Estado nortista que passava por ativo processo de abertura de rodovias, deu lhe a oportunidade de vivenciar essa etapa da integração. Em continuidade, já participando do Ministério da Agricultura realizou inúmeras viagens pela Amazônia, assim como na condição de ViceReitor e Pró-Reitor de Extensão, da Universidade Federal do Pará, 34 Pará+

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através do Centro Rural Universitário de Treinamento e Ação Comunitária (CRUTAC). Igualmente, manteve contatos com os integrantes da Sociedade de Preservação aos Recursos Naturais e Culturais da Amazônia (SOPREN) da qual foi um dos fundadores em Belém do Pará, no ano de 1968, que atuavam na região. Daí porque na apresentação deste trabalho relacionam-se aspectos destes setores em andanças, avoanças e naveganças, com maior utilização, inicialmente de transportes terrestres o que inclui, naturalmente, a rede rodoviária e mais tarde embarcações fluviais e aéreas. Dá-se ênfase especial a questão rodoviária relacionada às trans-rodovias e a outros de menor extensão. Motoristas das carretas Não usam a sensatez Socam o pé na estrada Em longas viagens sem parar Caminhões Toreiros

Estimulados pelo rebite Droga fácil de encontrar Que não os deixa dormir a noite Só pegando uma soneca quando param para consertar Quando na direção balançam a cabeça Para não dormir É quando os assaltos ocorrem Não tendo como evitar Com a chegada do inverno As estradas ficam esburacadas As BRs e todas as outras Viram um atoleiro só Quando as chuvas levantam É fácil enxergar Carretas que não conseguem andar Sendo necessário trator para puxar Outra coisa difícil de explicar: Por que as balanças do governo federal Estão sempre escangalhadas Sem poder funcionar Difícil também de acreditar A falta de policiamento E as gangues organizadas Estão prontas para atacar Uma coisa curiosa que vale a pena relatar São os raros moradores das margens Que tapam humildemente os buracos Para a carreta passar www.paramais.com.br

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No verão a fumaça cobre tudo

Carregando gente amontoada não sobrando um só lugar Trazidos da Alemanha Para na Transamazônica atuar Os tais carros-clínicas Não deram pra meia missa não chegando a funcionar Depois de molhar a mão do guarda Oitenta por cento das toras Passam em caminhões Para em São Paulo despejar

Por essas e outras O abastecimento das cidades É quase impossível de praticar E o preço das mercadorias não param de aumentar Os caminhões baú de carga Chegam e viram sem parar Competindo com os aviões Atopetados de drogas e munições Existe uma rede enorme Que não para de crescer É a prostituição infanto-juvenil Que ninguém sabe como resolver No verão A fumaça cobre tudo Não deixa ninguém passar Seja na terra, no mar e no ar Jabuti na estrada de barriga pra cima

Volta e meia se tem notícia: Pessoal tocou fogo em ponte de madeira Que de tão mal feita Que não dava pra transitar Os caminhões “toreiros” Não param de se movimentar Transportam madeira Que vai para longe do lugar Os ônibus e outros transportes De linha interestadual Também não escapam à faina Dos treinados para saquear Enormes caçambas de ferro Trabalham dia e noite Tirando seixo dos rios Acabando com a fauna e a flora que ainda possa existir por lá

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Não se sabe bem por que Os caminhões que tiram madeira da mata conseguem trafegar Pois andam caindo aos pedaços Perto de se acabar O acordo já está feito E é preciso ressaltar Os motoristas sempre andam sempre em comboio Para viagem segura realizar É quase impossível Que alguém possa encontrar Motorista desarmado

Transportes em péssimas condições São utilizados pelas prefeituras Em estradas piores ainda Levando sob risco crianças para estudar Ainda se pode encontrar Em comunidades distantes O carro dos cabeludos como se costuma chamar

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Os leitores queiram perdoar Mas cata-corno era como chamavam Os transportes que levavam os cassacos Para na Albrás trabalhar

Um jipe velho da guerra

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Perto de pequenas comunidades O pessoal prende jabuti na estrada de barriga pra cima Para o caminhão não passar O Pará é o maior de pesca o nosso país

O mesmo que acontecendo com quem vai assaltar Quando atoleiro e buraco São difíceis de atravessar O caminhão cegonha não consegue Toda a carga transportar Aí pelos anos vinte, passo agora a relatar Em Fordlândia no Tapajós Caminhão americano Foi jogado no mar Na boca da antiga PA-70 Na margem esquerda da Belém-Brasília Há espécie de capela de madeira Para os que morreram por lá Vez ou outra Ainda é possível encontrar Um jipe velho da guerra Que ainda teima em rodar Essa aconteceu na BR Castanhal-Capanema no Estado do Pará Caminhão com malva pegando fogo Sem ter como apagar Nessa mesma rodovia Perto da fábrica de cimento de Capanema Outro caminhão pegando fogo Também se acabou por lá Caminhão tanque cheio de óleo de dendê Emborcou em pequeno igarapé O motorista ficou preso E danou-se a gritar pedindo ajuda Em tempo de eleição Vale a pena apreciar Transportes do Exército Não param de transitar O condutor da ambulância da prefeitura santarena Atolou em frente à Itaituba Todo enrascado para se livrar Dos caranguejos que levava para negociar Muita gente reunida Fazendo esforço para comprar É descarte de galinha velha Que o criador quer se livrar Outra novidade agora apareceu 36 Pará+ Amazonia. Surto rodoviário.indd 4

Outra coisa importante Vale a pena salientar Durante a abertura das TRANS Os jabutis são os primeiro a se mostrar Vale a pena olhar de cima Quando dentro de um avião Ver-se lá embaixo Ônibus de passageiros que vai para algum lugar Surto rodoviário II Com a construção das três grandes rodovias, Belém-Brasília, Santarém-Cuiabá e Pará-Maranhão e com ampliação e abertura das estradas estaduais, municipais e

particulares a movimentação de veículos vem se tornando cada vez mais intensiva, principalmente nos chamados feriadões, onde os engarrafamentos no trânsito são mais frequentes, particularmente, nas praias da região do Salgado, na Costa Atlântica da Amazônia. Lazer Em qualquer igarapé de beira de estrada onde possa existir uma praiota há reuniões recreativas para amigos e familiares, basta emprestar ou alugar um caminhão. Um dos mais famosos e maiores balneários, a praia do Atalaia, ligada por ponte de concreto à sede do município costeiro de Salinópolis, reúne a maior concentração de veranistas de dentro e de fora do estado. A praia fica literalmente coberta de veículos, principalmente de carros de passeio equipado com som que proporcionam uma barulhada infernal em uma estranha competição. Poluição O que impressiona na praia do Atalaia e em outras praias do estado é a produção de enorme quantidade de lixo que é retirada pelas prefeituras no dia seguinte ao

Caminhão pegando fogo

veraneio, em algumas situações foram coletadas de 4,5 a 6 toneladas de uma só vez, dessa formosa praia paraense. No retorno aos lares é formado um engarrafamento de veículos impressionante associado ao abuso do alcool, sem esquecer da violência que se faz presente. Travessão Nos travessões das grandes estradas e nas rodovias de chão batido que chegam às pequenas comunidades não é mais possível passar transporte levando qualquer tipo de mercadoria, inclusive o finado rumo aos pequenos cemitérios próximos, o falecido é transportado em pau de carga por amigos, parentes e vizinhos. Promessas Promessas é o que não faltaram durante o segundo turno das eleições que ocorreram recentemente em nosso país. Um promesseiro, possivelmente, sem eira nem beira, chegou a jurar pela Luz divina que, se eleito, mandaria asfaltar imediatamente, depois de empossado, a Belém-Brasília, a Santarém-Cuiabá e a Pará-Maranhão de uma vez só. O problema é que o distinto cidadão não chegou a ser eleito. Pescado Na costa do Salgado e do Mosqueiro com a ponte do igarapé do Cajueiro é possível observar grande número de caminhões frigoríficos de outros estados aguardando a chegada da produção dos pescadores artesanais que saíram para a labuta de madrugadinha retornando antes da boca da noite. É bom lembrar que o Pará é o maior de pesca o nosso país. Boa parte do produto sai de contrabando principalmente durante a Semana Santa. Senhora Santana Senhor São Joaquim Na hora da morte Lembrai-Vos de mim. Elucidário

-Socam: Aceleram; -Rebite: Estimulante -Caminhões Toreiros: Caminhões que transportam toras de madeiras (Rondônia); -Cata-Corno: Caminhão transportador de trabalhadores braçais; -Guerra do quebra-prato: Levante de trabalhadores em Fordlândia (Rio Tapajós). www.paramais.com.br

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Viva a Folia por Anete Costa Ferreira*

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Carnaval é caracterizado como um fenómeno social bastante anterior a era cristã. É uma tradição vivida por vários países na antiguidade, tendo evoluído até aos nossos dias. Na Grécia, no Egito e em Roma, as pessoas se divertiam usando máscaras e enfeites para desfilarem pelas ruas, bebendo vinho, dançando e cantando entregando-se as mais diversas libertinagens. Como prática religiosa ligada à fertilidade do solo era tido como um culto agrário quando os povos comemoravam a boa colheita, o retorno da Primavera e a benevolência dos Deuses. As manifestações estenderam-se a outros países chegando a Portugal onde vem ganhando projeção nas mais diversas localidades. Por exemplo em Almeirim cidade da região do Ribatejo, terra do delicioso melão e da tão afamada Sopa da Pedra, o carnaval integra o calendário turístico desde o século XX quando era celebrado com certa timidez. Porém, com as cegadas e outras brincadeiras populares surgidas no ano de 1928 o evento ganha proporções empolgando a população que passa a aderir aos folguedos do Rei da Folia com maior espontaneidade. Pela adesão de brincantes nos anos seguintes foram fundadas associações recreativas, nascendo a Banda Musical de Almeirim e o Clube Desportivo de Animação Cultural. No primeiro ano inscreveram-se cerca de duzentas pessoas das mais variadas faixas etárias, surpreendendo os organizadores. Inicialmente, foram criados prêmios para os carros alegóricos, mas não alcançando o sucesso desejado, decidiram cancelar a iniciativa, voltando o carnaval a ser apenas diversão, alegria e arte. No ano de 1990, o reinado de Momo é institucionalizado oficialmente recebendo apoio dos cidadãos dos quatro aos setenta anos de idade entusiasmados pelas folias momescas. Surgem os desfiles de fanta-

sias e carros alegóricos na Segunda e Terça Feira Gorda, sempre prestigiados pelo povo que não vê o carnaval apenas Tradição vivida por vários países como uma festa recreativa, mas uma na antiguidade, tendo evoluído até concentração de objetivos culturais em aos nossos dias favor da população de Almeirim. Para o português há a interpretação de que “pelo Entrudo, come-se tudo”. É uma alusão que se limitavam a criticar a vida social e à degustação para os três dias de excessos: política da época. Domingo Gordo, Segunda - Feira Gorda e Decorridos alguns anos surgiram os “teTerça Feira Gorda. Entendem que são dias mas” que serviam de base para os festejos propícios “ as intemperanças da gula sobre carnavalescos. Os carros, as máscaras, as a carne”, conforme o Padre António Vieira fantasias e as alegorias eram feitos baseproclamava no século XVII nas suas pre- ados no tema escolhido. A partir de então as agremiações passarem a ficar organizagações. Aliando folia à gastronomia deparamos com das no sentido lato. A temática é flexível, o estudo de David Lopes Ramos que res- podendo cada cidadão se integrar no bloco salta: “Carne de Carnaval, em praticamente e se divertir livremente desde que obedeça todo o País, é carne de porco”. Neste sen- as recomendações dos dirigentes. tido refere: “nas terras minhotas o consumo Atualmente, os carros alegóricos são condo porco: da cabeça ao rabo; orelhas, focin- siderados autênticas obras de artes, uma vez ho, faceira, chispe, entremeada, sarrabulho que artistas plásticos, arquitetos e escultores com todo o seu cortejo de delícias, dentre se esmeram nos seus trabalhos cuja fama elas os rojões, fígado e enchidos. Sublinha ultrapassa fronteiras, colocando Torres de que na Terça - Feira Gorda, o dia maior dos Vedras entre os destinos preferidos no refestejos na região do Minho a orelheira é inado de Momo. Grande número de turistas obrigatória que tanto pode ser cozida com desloca-se não só para assistir os desfiles, couves e batatas e fumeiro; ou guisada com mas para retratar as obras dos carros carfeijão branco e chouriça; ou num cozido à navalescos, assim como para comprovar a portuguesa; pode ainda ser amaciada por veracidade da tradição de ser o Carnaval de uma fervura e depois grelhada e temperada Torres Vedras “o mais português de Portucom alho, azeite, vinagre e coentro; vai bem gal”, slogan pelo qual é conhecida a cidade, na companhia de bucho de porco recheado fiel ao Entrudo no reinado da folia. com arroz e outra carnes”. Como se obserGlossário: va é carne para todo gosto e paladar. - Cegadas=bando de foliões pedindo esmolas como se Prosseguindo, deparamos com registros fossem cegos. onde mostram que a cidade de Torres Ve- - Chispes=pés de porco. dras tem o carnaval mais antigo de Portu- - Faceira=carne do lado do focinho do porco. gal, cuja data reporta ao reinado de D. Se- - Enchidos=chouriços, salsichas e linguiças. bastião, no século XVI. Mas é no século -Rojão=torresmo. XIX que vimos documentos relativos aos -Sarrabulho=sarapatel. festejos com bailes e récitas restritas as co- - Sopa da Pedra=sopa normal que leva uma pedra. letividades, porque as pessoas não iam para Existe uma lenda. Mas fica para outra ocasião. a folia nas ruas. Com o decorrer dos tempos * Correspondente em Portugal da Editora Círios começaram a circular os carros alegóricos Carnaval de Torres Vedras, o mais português de Portugal

Em Almeirim cidade da região do Ribatejo, terra do delicioso melão e da tão afamada Sopa da Pedra, o carnaval integra o calendário turístico desde o século XX quando era celebrado com certa timidez

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Pará em ritmo de

carnaval amaz ô >> por Benigna Soares Fotos: Eliseu Dias, Tamara Saré, Antônio Silva, Eunice Pinto/Ag. Pa

s finais de semana no bairro da Cidade Velha, no centro histórico da capital paraense, Belém, dão o tom de como será o Carnaval 2011 nos seis principais pólos turísticos do estado do Pará, em plena Amazônia. Bandinhas de música, marchinhas carnavalescas, coreografias, fantasias de época e muita alegria já começam a contagiar turistas e nativos. Com o tema “Todos os nossos ritmos, uma só alegria”, a programação se intensifica no domingo, dia 6 de fevereiro e segue até o final da primeira quinzena de março. Concurso de agremiações e de personalidades emblemáticas fazem parte da programação, que este ano tem concentrações e desfiles na Aldeia Amazônica (Avenida Pedro Miranda) e no Portal da Amazônia, às margens do rio Guamá, que também é palco anualmente de um desfile fluvial carnavalesco, tocado pelas embarcações típicas da Amazônia. Nos principais municípios paraenses a folia vai atender diversos gostos. Em Vigia

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As Virgienses de Vigia de Nazaré

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de Nazaré, por exemplo, a tradição é homens se vestirem de mulher e mulher de homens. A “troca de sexo” é uma tradição do carnaval mas naquele município, do pólo turístico Amazônia Atlântica, o folião leva ao pé da letra seja no bloco “As Virgienses” ou entre os “Cabraçurdos”. O município de Vigia de Nazaré está localizado a 93 quilômetros de Belém, no pólo turístico Amazônia Atlântica. No pólo turístico do Marajó, de 4 a 8 de março, o Sambódromo Lindalva Cassiano, no município de Soure, será o principal palco da programação, que além dos frevos tradicionais de época também terá ritmos marajoaras, a exemplo do carimbó. O mesmo exemplo será seguido pelos 15 municípios que formam o arquipélago do Marajó. É o caso de Portel, que de 6 a 9 de março, será pura folia na Rua Vivência, avenida Augusto Montenegro e palcos ao longo da orla da praia Arucará. Em Portel já é tradicional a participação dos blocos de rua “Vai-Quem-Quer”, “Morro de Fome Mas Não Trabalho”,”Caça Cachaça”, ”Maionese e Catchup” e os blocos comerciais “Os Safados”,”Fura Olho”, “Os Bagaceiros” e “Tribo”. No pólo Tapajós um bom exemplo do carnaval amazônico é o que ocorre no município de Óbidos, onde a folia começou em 23 de janeiro e só termina dia 8 de março. Denominado Carnapauxis, a manifestação hoje é patrimônio cultural e artístico do Pará (Lei nº7.225/08) e o maior

No carnaval de Óbidos

O arrastão do Boi Faceiro, uma das mais tradicionais manifestações folclóricas de São Caetano de Odivelas As Virgienses

símbolo do festa são os “Mascarados do Fobó”. Entre os blocos tradicionais que se apresentam está “Xupa Osso”, “Bloco www.paramais.com.br

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Animação total em Vigia

calendário carnavalesco da Companhia Paraense de Turismo – PARATUR. No pólo Araguaia Tocantins, os municípios de Barcarena, Marabá, Parauapebas, Abaetetuba, Oeiras do Pará também prometem muita folia, de 3 a 9 de março.

z ônico Em Vigia de Nazaré

das Virgens” e o “Pai da Pinga”. Outros municípios do Tapajós, como Santarém e a vila de Alter-do-Chão, Oriximiná e Itaituba também merecem destaque no

Cametá no Bumbarqueira

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Em São Caetano de Odivelas Mascarados Fobós de Óbidos

Curuçá

Um dos carnavais mais curiosos e típicos da Amazônia paraense acontece no município de Curuçá, a 134km de Belém. Todos os anos milhares de turistas se deslocam até o município, não só para assistir mas também para fazer parte da folia, literalmente mergulhando no mangue. Este ano, com o slogan “Neste mar de alegria vou vestir minha fantasia e na terra do folclore cair na folia”, o Carnaval curuçaense inicia no sábado, dia 05 de março, às 17h com o desfile do Rei Momo em carro aberto até a Praça Coronel Horácio, onde é entregue a chave da Cidade pelo Prefeito Municipal aos foliões. O município possui aproximadamente 25 blocos carnavalescos. A maior referência do carnaval é o bloco ecológico “Pretinhos do Mangue”, criado há 22 anos, conhecido nacional e internacionalmente, e que tem despertado cada vez mais a atenção da mídia, especialmente depois de se tornar Patrimônio Cultural do Estado do Para e do Município de Curuçá, principalmente por seu apelo a questões de preservação ambiental e sustentabilidade.

Pretinhos do Mangue O Bloco Pretinhos do Mangue surgiu de uma brincadeira no ano de 1989, numa terça-feira de Carnaval, quando um grupo de amigos comandado por Everaldo Campos, Marcos Marques e Sebastião, resolveram ir ao mangue pegar alguns caranguejos para o tira-gosto da farra. Ao observarem a escassez deste crustáceo, resolveram protestar desfilando no corredor da folia, lambuzados por inteiro de tijuco e fantasiados de galhos do mangue. Aquele primeiro desfile, polêmico se tornou o tradicional Bloco Pretinhos do Mangue, que colocou Curuçá na projeção nacional e internacional, através desta, que é a maior festa popular – o carnaval. Sempre apresentando nos desfiles um forte apelo ecológico, como forma de difundir a conscientização para preservação do meio ambiente.

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Carro Abre Alas, Caranguejo medindo 04 metros de comprimentos e 01 metro de altura

Para o Carnaval Ano 2011, o Bloco apresentará como tema central:“Reciclar, Reduzir, Reutilizar”, com intuito de alertar as autoridades governamentais, empresários e a comunidade em geral, para este problema mundial causado, na sua maioria, pela ação do próprio homem, que de forma capitalista interfere e modifica o ecossistema. E que é o próprio homem que está sofrendo as conseqüências, através de todas essas catástrofes naturais, como enchentes, terremotos, tsunamis, queimadas, poluição, etc. O Bloco desenvolverá esse tema através das pinturas nos carros alegóricos, faixas educativas, banners, cenários. Além do tradicional Carro Abre Alas - o Caranguejo medindo 04 metros de comprimentos e 01 metro de altura, realizando movimentos em todo seu conjunto e no entorno as garças e guarás que simbolizam o cenário do mangue, berço de reprodução de várias espécies nativas. O segundo carro vem com um Guará de 02 metros de comprimento e 03 metros de altura, executando movimentos harmônicos. O terceiro carro terá uma Ostra medindo 02 metros de comprimento e 2 metros de altura, e dentro dela uma linda morena representando a beleza da mulher paraense. Além da diversão garantida no Bloco Pretinhos do Mangue, o município de Pretinhos do mangue em Curuçá

Curuçá dispõe de uma variedade de comidas típicas, apreciadas por todos que conhecem e degustam os bons sabores da vida como: Caranguejo, Fofoca de Marisco, Mexilhão, Camarão, Ostra e o exótico Turú com seu caldo afrodisíaco. O município de Curuçá localiza-se a 132 km da capital, com acesso pela PA 136.

Confira mais algumas programações: Pólo Marajó Soure: 04 a 08 de março, Sambódromo Lidalva Cassiano Salvaterra: 05 a 08 de março, na Arena do Feio Portel: 06 a 09 de março, Rua da Vivência, Palco de Eventos da orla da praia de Arucará

Curuça: 05 a 08 de março, Praça Coronel Horácio Pólo Tapajós Oriximiná: 01 de janeiro a 05 de março, concentração: Rua 24 de dezembro Óbidos: 03 a 08 de março, principais ruas da cidade Pólo Araguaia Tocantins Abaetetuba: 26 a 27 Fevereir, na Vila de Beja e de 04 a 07 de março, na Avenida da Folia Barcarena: 04 a 08 de março, Centro Cultural e Principais ruas da Cidade Oeiras do Pará: 05 a 08 de março, na Arena de Eventos Em Algodoal

Pólo Amazônia Atlântica Tomé Açu: 04 a 08 de março, Tomé Açu, Vila Forquilha, Quatro bocas São João de Pirabas: 05 a 08 de março, nas principais ruas e na Arena de Eventos de Pirabas Em Alter do Chão, Santarém

Cabrassurdos de Vigia de Nazaré

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Em Belém Samba no pé...

Chuva não atrapalha o carnaval... No bairro da Cidade Velha

Bloco Fofó de Belém na folia do Bumbarqueira Na Aldeia Cabana

Marabá: 04 a 08 de março, na Orla do rio Tocantins Parauapebas: 05 a 08 de março, na Praça de Eventos Pólo Xingu: 04 a 09 de março, Av. Brigadeiro Eduardo Gomes P+

Bloco filhos de Glande, pelas ruas da cidade velha As Crias do Curro Velho no Bumbarqueira

Bumbarqueira arrasta multidão www.paramais.com.br

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Che e os Maricóns "Sonha e serás livre de espírito, luta e serás livre na vida." Che Guevara

por Ricardo Jordão Magalhães

ocê já ouviu falar no cara. Em 1960 um fotógrafo cubano o imortalizou no retrato mais reproduzido do século 20. Ele é o guerrilheiro revolucionário mais famoso do mundo. No ano passado, 41 anos depois da sua morte, Gisele Bundchen desfilou nas passarelas de Paris usando uma calcinha tomada pela sua imagem. A belíssima Angelina Jolie tatuou o seu rosto em um lugar que ninguém pode ver, a não ser o Brad Pitt. Você provavelmente já viu o seu retrato estampado em milhares de camisetas de estudantes, bonés de baseball e bonequinhos para crianças. O nome dele é Che Guevara, um dos líderes da revolução que mudou a história de Cuba para sempre. Che não foi nenhum Gandhi. Enquanto o líder indiano acreditava na Teoria da Não Violência para mudar o mundo - e de fato conseguiu ao libertar a Índia dos ingleses sem derramar uma gota de sangue, Che acreditava na Bala como Ferramenta de Mudanças - além da escrita, da palavra e da sua ética particular. Os mais críticos dizem que a Revolução Cubana liderada pelo triunvirato Che, Fidel Castro e Raul Castro matou 100 mil pessoas quando tomou o poder em Cuba, outros dizem que foram 200 mil mortos, e

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outros mais conservadores falam de 10 ou 20 mil. Sabe-se comprovadamente que Che assinou pessoalmente a sentença de fuzilamento de pelo menos 4 mil cubanos seguidores do regime que ele botou para correr. Che não fazia questão alguma de esconder as matanças. No seu discurso feito na ONU em Dezembro de 1964, ele disse, "Nós fuzilamos, e continuaremos a fuzilar o quanto for necessário".

John F. Kennedy, Presidente dos EUA: Com relação ao regime Batista, eu estou de pleno acordo com os revolucionários cubanos. Que isso fique bem claro

Quando eu era criança, eu tinha medo dos comunistas. Eu me lembro de alguém dizendo na escola ou na televisão ou em alguma reunião de família, que na União Soviética as pessoas tinham que dividir suas casas com outras famílias; do nada, no meio da noite, a polícia obrigava as

famílias a dividirem suas camas com outras pessoas, e quem não topasse a parada era comido pela polícia comunista. Esse mito circulava no Brasil na década de 80! Imagine então o medo que tomou conta do mundo ocidental quando um grupo de guerrilheiros vestidos como militares mulambentos, gritando hinos revolucionários, destronou políticos de gravata com terno branco e fala mansa em 1959. Mas nem todos ficaram com medo da revolução de Cuba. "Eu acredito que não existe nenhum país no mundo incluindo todos que foram colonizados, onde a exploração econômica e humilhação foram piores do que em Cuba, em parte devido as políticas dos EUA durante o regime Batista. Eu aprovei a proclamação que Fidel Castro fez em Sierra Maestra, quando ele justificadamente clama por justiça e pelo fim da corrupção em Cuba. Eu vou até mais longe: de alguma maneira a Era Batista foi a encarnação de um grande número de pecados por parte dos EUA. Agora nós temos que pagar por esses pecados. Com relação ao regime Batista, eu estou de pleno acordo com os revolucionários cubanos. Que isso fique bem claro. John F. Kennedy, Presidente

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dos EUA em entrevista para Jean Daniel, 24 de Outubro de 1963 Que fique também bem claro que eu estou falando o tempo todo sobre negócios, marketing, comunicação, percepção e liderança. No dia 22 de Novembro de 1963 em Dallas, a céu aberto, os assassinos de Kennedy resolveram mandar um recado a toda nação americana: "Aqueles que são contra a guerra do Vietnam ou a favor dos revolucionários de Cuba não tem nenhum futuro nos EUA". A ironia disso tudo é que Che e Fidel Castro não eram comunistas. O comunista da época era o Batista, o ditador que eles derrubaram. Batista era apoiado de um lado pelo Partido Comunista de Cuba e consequentemente pela União Soviética, e do outro lado pelo pior dos EUA na figura de mafiosos e empresários americanos safados que vinham se aproveitando do espírito corrupto de Batista para roubar, assaltar e ganhar dinheiro em cima de uma ilustre e desconhecida ilha caribenha fincada no meio do pacífico. A história do Brasil não é muito diferente da história de Cuba. Nesse exato momento em algum lugar distante nesse brasilzão, você encontra algum político safado se vendendo para algum homem branco da pior espécie em troca de terras ou concessões para que o homem branco safado possa ganhar muito dinheiro a custas de oportunidades que vão deixar os mais pobres de fora. Che e Fidel Castro não eram comunistas, eles eram revolucionários. Eles não tinham rabo preso com ninguém, nem com EUAe nem com União Soviética. Por conta disso, eles eram imprevisíveis. E isso deixava todo mundo de cabelo em pé. Ninguém sabe ao certo qual será o próximo passo de alguém que não deve nada a ninguém. A sociedade em que vivemos não gosta de gente assim. Mas é

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Che Guevara: Um dos líderes da revolução que mudou a história de Cuba para sempre

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exatamente isso que faz de alguém um verdadeiro revolucionário, não ter rabo preso nem com a direita nem com a esquerda. O verdadeiro revolucionário tem rabo preso com a causa que tanto defende, com o objetivo que tanto quer atingir. O revolução de Che era sobre devolver a ilha para os pobres que foram obrigados a se submeter a trabalhar em sub-empregos para os invasores gringos apoiados pela ditatura de Batista. Che é tão cultuado no mundo inteiro quarenta anos depois da sua morte porque entre outras coisas, ele tinha apenas 30 anos de idade quando venceu a revolução Cubana a frente de 200 guerrilheiros maltrapilhos e empreendedores contra o exército de 40 mil militares funcionários públicos de Batista. O que você acredita que é mais importante na vida para fazer e acontecer alguma coisa? Tempo, dinheiro ou energia? Energia, é claro! Energia, esse fator X que move as pessoas e as transformam em feras enlouquecidas e incansáveis rumo a um objetivo aparentemente impossível de se realizar para os maricóns meia bomba que eventualmente estão cheios de tempo e dinheiro. Os guerrilheiros de Che e Fidel Castro passaram por todo tipo de provação no período em que se misturaram com a floresta no meio das batalhas com o exército. Apesar da falta de homens - e frente a possibilidade de enfrentar milhares de soldados do exército cubano apoiados por americanos e soviéticos -, Che sabia que alguns guerrilheiros não tinham o espírito necessário para tocar a revolução em frente. Ele então reunia a tropa para sessões frequentes de deserção forçada. "Vocês terão outra chance como essa somente daqui um mês", dizia Che, "Se alguém tá afim de desistir, que desista agora. Dê um passo à frente , largue as

Até Che e Fidel Castro aparecerem no pedaço, Cuba não passava de uma ilhota desconhecida

suas armas, suas roupas e caia fora. A revolução que estamos fazendo aqui não é lugar para maricóns.". Empreendedorismo é para poucos. Empreendedorismo não é lugar para maricóns e suas desculpas furadas sobre porque não dá para fazer alguma coisa. Os maricóns não servem para empreender. Maricóns servem para trabalhar em lugares onde existem tempo e dinheiro de sobra. Maricóns cabem em grandes empresas com grandes escritórios onde é possível se esconder atrás de uma tela de 21 polegadas ou de um mega departamento por anos a fio até alguém notar que o maricón é um grande maricón. Uma pequena e média empresa não pode se dar ao luxo de ter maricóns no seu quadro de empreendedores. Se uma empresa com vinte pessoas tiver quatro maricóns, essa empresa tem 20% da sua força de trabalho com energia meia boca. O negócio é emparedar a turma a cada três meses e cortar fora todos os maricóns que atrasam a vida dos empreendedores que querem fazer a empresa avançar. Rapa fora com os maricóns! Empareda os maricóns! Acredite, você precisa de energia. Energia leva ao tempo que leva ao dinheiro. "Nós fuzilamos, e continuaremos a fuzilar se preciso for". Visualize a situação. Che e Fidel ganham a revolução, chegam em Havana, entram no palácio do safado do Batista. O que eles deveriam fazer em seguida? Ligar para os juízes, advogados, deputados, vereadores, jornais, e polícia local para prender o Batista e sua turma de corruptos? Como isso seria possível se todos os juízes, advogados, deputados, vereadores, jornais e polícia local também faziam parte da rede de corrupção que mantinham o safado do Batista no poder? Che fez o que todo brasileiro sonha em fazer: ele emparedou todos os maricóns safados que roubaram a ilha durante 20 Gisele Bundchen desfilou nas passarelas de Paris usando uma calcinha com imagem de Che

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anos e passou fogo neles. Em 1959 ainda não havia uma consciência global sobre direitos humanos ou proteção contra corruptos e safados. Hoje essa consciência já existe. Se um deputado safado em um país de terceiro mundo como Brasil rouba 100 milhões de reais do povo, o cara fica solto, não precisa devolver o dinheiro; o cara não perde o mandato, e muito menos é preso, nada acontece com o safado. Nada acontece porque todos aqueles que fazem parte do poder tem o rabo preso com o cara, e então, o cara se livra. Che não queria que isso acontecesse com Cuba, então, ele decidiu empareder os maricóns e passar fogo neles. Nós aqui do Brasil temos uma imagem ruim de Cuba, Fidel Castro e Che porque entre outras coisas - a revolução Cubana prejudicou gente poderosa que tem filiais no Brasil. A Igreja Católica Apóstolica Romana, por exemplo, perdeu o seu status de religião oficial em Cuba, e teve que devolver todos os bens que havia acumulado no país quando a revolução

Cuba não passava de uma ilhota desconhecida no meio do Caribe

ganhou a guerra. Diferente do Brasil, onde somos levados a seguir uma determinada religião, em Cuba a escolha da religião é livre. Como a Igreja Católica Apostólica Romana tem um grande poder no Brasil, sabe-se lá qual é a história que eles vem contando nas últimas décadas sobre Cuba. É muito fácil para nós da classe média alta de um país como o Brasil que nunca brigou por nada para ter nada dizer que o cara fez alguma coisa errada, entretanto, você precisa considerar as circunstâncias da época, a evolução do ser humano da época, e tudo que havia em volta. Até Che e Fidel Castro aparecerem no pedaço, Cuba não passava de uma ilhota desconhecida no meio do Caribe. A América Central e o Caribe estão cheios de ilhotas e países como Cuba. Haiti, Honduras, El Salvador, Guatemala, República Dominicana, Panamá e tantos outros ilustres pobres miseráveis e paramais.com.br


Ei Che, ganhamos a revolução, vamos invadir Havana

desconhecidos são explorados e massacrados há décadas pelo homem branco que rouba dessa turma porque eles são exatamente isso: ilustres desconhecidos abandonados pelo mundo. Quem entre nós liga para o futuro de Honduras, ou El Salvador ou ligava para o futuro do Haiti - até acontecer o terremoto recente? Ninguém. Quando ninguém se importa com gente pobre, quando a humanidade abandona os seus irmãos mais necessitados, o pior do homem branco vai até esses lugares e os transformam em um inferno maior do que já são. Se a revolução Cubana não tivesse explodido em Cuba, hoje os caras estariam tão ruins quanto o Haiti. O levante dos jovens estudantes revolucionários contra a corrupção, o capitalismo e o socialismo distorcidos por uma ditadura semelhante ao que temos aqui no Brasil, colocou Cuba no mapa e mudou a vida da ilha. Hoje nós temos a imagem de uma Cuba caindo aos pedaços. Muitos acreditam que a ilha caí aos pedaços porque Fidel Castro não passa de um comunista safado milionário que explora o povo ou mata a turma que é do contra. Mas não é nada disso. Fora o

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embargo dos EUA, o que rola por lá é uma questão mais filosófica: Por que viver em uma sociedade que valoriza aqueles que tem dinheiro para trocar o carro todos os anos? Por que viver em uma sociedade onde a muher mais bacana é aquela que troca de geladeira todos os anos? Por que viver em uma sociedade onde a melhor criança é aquela que tem mais Barbies ou mais cartuchos de videogames? Por que eu deveria viver em um lugar onde TER é mais importante do que SER? Eu sou capitalista. Não me entendam mal. Eu sou a favor do Individualismo, da Liberdade total de cada um de nós ir e vir, do Empreendorismo e da Filosofia da Energia. É por isso mesmo que não é possível negar - como John F Kennedy fez - o valor dos ideais pelo qual Che viveu e morreu. Na estrada rumo a Havana, praticamente vitoriosos da guerra da revolução, passa por Che um carro esporte conversível vermelho e branco último tipo lotado de seus guerrilheiros, "Ei Che, ganhamos a revolução, vamos invadir Havana!", gritaram os guerrilheiros em disparada, Che então pede para o motorista do jipe meia boca em que ele estava para acelerar e alcançar o carro esporte. Depois de uma certa perseguição, Che desce do jipe e vai até os guerrilheiros felizes da vida no carro sem capota. "Onde vocês conseguiram esse carro?", "Nós pegamos da casa do chefe de polícia de Santa Clara" respondem os guerrilheiros, "Então vocês vão até lá devolver. Nós não estamos fazendo essa revolução para vocês entrarem em Havana dirigindo um carro roubado. Voltem para Santa Clara, devolvam o carro, e entrem em Havana a pé.". Os guerrilheiros deram a meia volta com o carro e voltaram para Santa Clara.

A sociedade em que vivemos é construida todos os dias por homens brancos corruptos em busca de uma oportunidade de explorar os esquecidos, por maricóns a procura de sombra e água fresca em um local onde ninguém cobra muita coisa deles, e por empreendedores revolucionários que vivem e morrem pela oportunidade de mudar para melhor a vida das pessoas. Quem é você? Você é um maricón, um homem branco safado ou um empreendedor? Qual é a sua revolução? Você tem alguma? "Aqueles que não tem coragem de morrer por uma causa, não merecem viver." Martin Luther King. Nada menos que isso interessa! Quebra tudo! Foi para isso que eu vim! E Você? Derrota após derrota até a vitória final. P E-Mail e Messenger: ricardom@bizrevolution.com.br Twitter twitter.com/bizrevolution Linkedin http://www.linkedin.com/in /ricardojordao www.bizrevolution.com.br

Você é um maricón, um homem branco safado ou um empreendedor?

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Felicidade Interna Bruta (FIB) versus PIB por Célio Pezza

que é mais importante em sua vida: ser feliz ou ser rico? Foi baseado nesta premissa que o Butão, pequeno país budista vizinho ao Himalaia instituiu o FIB (Felicidade Interna Bruta). Em 1972 seu novo rei Jigme Singye declarou durante sua posse que a Felicidade Interna Bruta é mais importante que o PIB (Produto Interno Bruto). A partir daí, baseou todo seu governo em quatro premissas: desenvolvimento econômico sustentável e equitativo, preservação da cultura, conservação do meio ambiente e boa governança. Esta política virou realidade e o Butão hoje mostra ao mundo que o nosso conceito de avaliação de países está errado. Veja o exemplo dos EUA, onde o PIB é considerado alto e ao mesmo tempo aumentam os índices de criminalidade, divórcios, guerras, neuroses e toda sorte de infelicidade. O problema é que o PIB só se preocupa com o crescimento material e não leva em conta se a riqueza foi gerada a partir de destruição de lares ou do meio ambiente. Os “especialistas” impuseram ao mundo o

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conceito de que o crescimento econômico é a base e o objetivo das sociedades e isto está nos levando ao desastre. Este modelo de produção e consumo seguido de mais produção e mais consumo desestabilizou o ser humano e o planeta. Uma nova empresa que se instala em uma região traz, sem dúvida, um aumento do PIB desta região, mas se for acompanhada de uma

degradação ambiental, da saúde e do bemestar da comunidade, o resultado final será uma perda de qualidade de vida, mesmo com crescimento econômico. Uma civilização focada no FIB é preocupada em fazer o bem e não em acumular lucros, pois, acima de certa quantidade, o dinheiro não vale nada em termos de felicidade. É uma tremenda virada nos

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conceitos atuais, mas que pode salvar o ser humano de um futuro desastroso. O primeiro-ministro do Butão explicou na ONU que é responsabilidade do Estado criar um ambiente que permita ao cidadão aumentar sua felicidade e é enfático ao afirmar que o sucesso de uma nação deve ser avaliado pela sua qualidade de vida e felicidade de seu povo e não pela sua habilidade de produzir e consumir. Os conceitos da FIB do Butão estão correndo pelo mundo todo e despertando a curiosidade de muita gente interessada na promoção de um novo modelo de

Os conceitos da FIB do Butão estão correndo pelo mundo todo e despertando a curiosidade de muita gente

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No Butão é responsabilidade do Estado criar um ambiente que permita ao cidadão aumentar sua felicidade

civilização, mais feliz e menos preocupada com o consumo. O ocidente já adicionou mais cinco itens aos quatro pilares do Butão: boa saúde, educação de qualidade, vitalidade comunitária, gestão equilibrada do tempo (trabalho e lazer) e

bem-estar psicológico. O modelo econômico atual tem que ser modificado drasticamente e devemos nos empenhar na busca e concretização de outros modelos mais favoráveis à vida e à felicidade no planeta Terra. É hora de lembrarmos as palavras do exsenador Robert Kennedy quando, durante um de seus últimos discursos, em março de 1968, criticou o crescimento econômico a qualquer custo e disse entre outras coisas que “não encontraremos nem um propósito nacional nem satisfação pessoal numa mera continuação do progresso econômico. Não podemos medir a realização nacional pelo PIB, pois ele cresce com a produção de napalm, mísseis e ogivas nucleares. Ele mede tudo, menos o que torna a vida digna de ser vivida”. Robert Kennedy foi assassinado logo depois, em junho de P 1968, aos 42 anos de idade. (*) Escritor (www.celiopezza.com), com formação acadêmica em Química e Administração de Empresas

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B Belas corredeiras em Awarradam Jungle Lodge, localizado em uma pequena ilha (Awarradam). Lá o turista é presenteado com uma das mais belas paisagens do Suriname

Um dos mais conceituados hotéis de Paramaribo

rasil, Guiana Francesa e Suriname trabalham acordo de cooperação para fortalecer o turismo nesses três países amazônicos. Com a denominação de PTCA – Produto Turístico Combinado Amazônia, a parceria pretende despertar a atenção para as infinitas opções de se fazer turismo na Amazônia, que apesar das semelhanças nos aspectos geográficos e naturais tem como peculiaridades suas diversidades étnicas, culturais e sociais. Adenauer Góes, presidente da Paratur, diz que tem todo o interesse de fortalecer essa parceria, iniciada com esses estados e países por ele há cerca de seis anos, quando preparava a primeira edição da Feira Internacional de Turismo da Amazônia (FITA). “Essa ação no destino Amazônia é estratégica para o PTCA – Produto Turístico Combinado Amazônia. Em minha primeira passagem pela Paratur pude desenvolver várias ações nesse sentido, inclusive uma delas materializada na ida do governador Simão Jatene, em seu primeiro mandato, à feiras de turismo na França e Espanha, através da Guiana Francesa (Cayena). Outras ações visavam relação com o Caribe, com o Suriname, Guadalupe, Martinica e outros países e departamentos franceses. No momento em que encontro o Programa Operacional Amazônia, que contempla um roteiro combinado, vou trabalhar visando dar agilidade à materialização do mesmo”. Garante Adenauer que já está retomando as parcerias através da Gerência de Assuntos Internacionais. Armand Li-A-Young, representante da STF (Fundação de Turismo do Suriname), também acredita em bons resultados nesse sentido. “Hoje 70% dos brasileiros que chegam aqui no Suriname buscam trabalho. Só 30% são turistas”. Conta Armand, para quem “é preciso divulgar o Suriname aos brasileiros e o Brasil ao Suriname como opção de turismo barato e acessível”. Para ele é preciso acabar com a imagem de que o país é recanto para a prostituição e o garimpo somente. Empreendedor, Ar-

Uma das mais belas mesquitas do Suriname ...

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Pará em busca de aproximação com destinos turísticos da Amazônia mand sabe que outra realidade está sendo fortalecida na área do comércio e do turismo. Para aproveitar, basta ficar atento à necessidade de capacitação profissional. Foi o que fez o brasileiro de Fortaleza (CE) Carlos Alberto Ribeiro. Formado em Gastronomia, em Administração e em Marketing e Publicidade, hoje ele é um funcionário exemplar de uma cadeia de restaurantes de comidas típicas brasileiras no Suriname. “Aqui existe um preconceito com o brasileiro que representa mal o Brasil. Nosso grupo veio de Santa Catarina há 10 anos e teve que conquistar espaço, provar que somos capazes”. Disse Carlos ao explicar que grande parte da renda dos restaurantes que representa vem do fluxo turístico do Brasil.

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Para mostrar que essa iniciativa é possível a Companhia Paraense de Turismo (Paratur) e a Suriname Tourism Foundation (STF), órgãos oficiais de turismo do Pará e do Suriname respectivamente vêm realizando viagens de familiarização (Fam Trip e Fam Tur) com profissionais de turismo e de comunicação entre os dois países, a exemplo do que ocorreu em outubro último, durante a realização, em Paramaribo, do III Festival de Turismo do Suriname. Jornalistas especializados em turismo, técnicos, empresários, consultores, agentes de viagens e outros formadores de opinião representaram o Pará no último Fam Trip. Nos sete dias em que a comitiva esteve no Suriname, muito encantamento e surpresa com a infinidade de opções de se fazer

turismo naquele país, onde os habitantes são de vários grupos étnicos: hindustani (27%), crioulos (18%), javaneses (15%), marroon ou mulatos (15%), ameríndios, chineses, libaneses, judeus europeus e outros, que somam 25% da população. Surpreendeu a comitiva a variedade étnica e cultural que faz do Suriname um país com gastronomia rica e variada. Seus roteiros valorizam a vivência nas comunidades quilombolas, como a Ston Hoekoe, Awarradam Jungle Lodge. Nas comunidades indígenas, a exemplo da Palumeu, onde vivem cerca de 250 pessoas, a maioria índios Wajana, encontramos preservada a natureza exuberante da floresta amazônica em meio ao crescimento do turismo internacional, às margens do rio Tapanahony. O lugar também tem como principal atrativo um grande eco resort, que explora o turismo em parceria com a comunidade, como explicou o guia Davi Malakaité, nascido em

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Macapá mas há 10 anos trabalhando no Palumeu Jungle Lodge Outro espetáculo aos olhos dos visitantes é a vista aérea do lago artificial Brokopondostuwmeer, um dos maiores do mundo, com área de 1.560 km², resultado da construção de uma barragem no rio Suriname entre 1961 e 1964 para produção da eletricidade que abastecia empresas beneficiadoras de bauxita. Nas cidades, em especial Paramaribo, os adeptos das compras em meio às marcas importadas mais famosas do mundo, aos grandes shoppings, à política palaciana cheia de histórias de luta pela democracia pós décadas de ditadura.

História e Colonização Os primeiros habitantes das costas guianesas foram os índios caribenhos, enquanto os Macushi e Tirió viviam isolados na floresta. Em 1650 chegaram os ingleses que fundaram Paramaribo ao iniciar suas plantações de açúcar e tabaco. Deixaram a marca da colonização, especialmente o idioma e o cristianismo, trocaram o Suriname com os holandeses pela Nova Amsterdã (hoje Nova Iorque). Com eles intensificou-se a escravidão e se fortaleceram ali as tradições africanas. Com a abolição no século XIX veio para a Guyana Holandesa, ou Suriname, a mão de obra da Índia, China, Portugal e Líbia. A colonização se manteve até 1954 e a independência oficial do Suriname só ocorreu vinte anos depois. Entretanto, em 1980 um golpe militar colocou no poder Desi Bouterse e a ditadura ali não foi diferente do que ocorreu em todos os países com governos similares. Em 1987, a Frente para a Democracia e o Desenvolvimento derrotou os militares. No ano seguinte foi eleito Remsewak Shankar, que formou um governo multirracial, mais foi derrubado em 1990. Com a pressão internacional, em 1991, foram realizadas novas eleições e a paz se restabeleceu, ou melhor, foi conquistada aos poucos. Todo esse processo histórico e político fez do Suriname um país que hoje sabe cultivar a democracia, a tolerância racial e religiosa, a convivência pacífica e mais do que tudo, a liberdade. É hoje um país com uma das mais admiráveis diversidades étnicas e culturais, traduzida aos turistas e visitantes gentilmente nos idiomas holandês, inglês, sranan (idioma crioulo baseado no inglês), hindu, javanês chinês e portu50 Pará+ Pará em busca de aproximação com destinos turísticos da Amazônia.indd 4

O Neotropical Butterflay Park, criatório de borboletas de diferentes espécies, exportada para Europa e América Central A Educação no Sriname é prioridade do governo. Escolas públicas oferecem até cinco idiomas

guês, entre outros, refletida ainda pelas religiões protestante, hindu, católica e mulçumana, apresentadas anualmente durante o Festival de Turismo do Suriname. E nesse tour pelo Suriname, país com uma pequena população de 500 mil habitantes e cuja economia é sustentada pela exportação de bauxita, ouro, óleo e petróleo podemos listar como imprescindível conhecer o Neotropical Butterflay Park, centro histórico e cultural com seus belos cassinos, Beregendal Heritage Education and Adventure Center, onde também encontramos o Eco&Cultural River Resort, a observação de golfinhos no rio Suriname, com a Waterproof Tours Suriname, a pacata vila de Commewijine, a história dos judeus que ali viveram, na Stichting Jodensavanne, localizada a cerca de uma hora e meia de carro de Paramaribo, seguindo pela estrada principal que liga o norte ao sul do país, o Overbridge River Resort.

Dicas As feiras e festivais de turismo, como o recente Festival de Turismo do Suriname, a Feira Internacional de Turismo da

Amazônia (Fita), em Belém e o Salão de Turismo da Guyana , permitem a troca de experiência, a promoção e comercialização de produtos e fortalece cada vez mais a parceria do PTCA, que no Brasil, além do Pará, envolve os estados do Amazonas e Amapá, como afirma Maria de Belém Gomez, gerente de Marketing Internacional da Paratur. “São importantes para a troca de experiência mas principalmente para que agentes de viagens e operadores possam comercializar seus destinos”. Acrescenta Maria, que coordenou o Fam Trip brasileiro ao Suriname, com a participação também de representantes do Sebrae Pará, Abrajet Pará, Vale Verde Turismo e Paratur. Como resultado, o fechamento de parcerias, aproximação bilateral e troca de experiências que podem fortalecer ainda mais o turismo na Amazônia. Se você quer conhecer mais sobre esses países fique atento à nossa dica: www.paraturismo.pa.gov.br www.tourisme-guyane.com www.surinametourism.com www.surinamevocations.com www.visitamazonas.am.gov.br www.setur.ap.gov.br www.paramais.com.br

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