Pará+ 275

Page 1


NESTA EDIÇÃO

PUBLICAÇÃO

Editora Círios SS Ltda

CNPJ: 03.890.275/0001-36

Inscrição (Estadual): 15.220.848-8

Rua Timbiras, 1572A - Batista Campos Fone: (91) 3083-0973 Fax: (91) 3223-0799

ISSN: 1677-6968

CEP: 66033-800 Belém-Pará-Brasil www.paramais.com.br revista@paramais.com.br

ÍNDICE

DIRETOR e PRODUTOR: Rodrigo Hühn; EDITOR: Ronaldo Gilberto Hühn; COMERCIAL: Alberto Rocha, Augusto Ribeiro, Rodrigo Silva, Rodrigo Hühn; DISTRIBUIÇÃO: Dirigida, Bancas de Revista; REDAÇÃO: Ronaldo G. Hühn; COLABORADORES*: Antonio Carlos, Beatriz Rodrigues, Dr. William Li, Fapespa, Fondazione Opera Immacolata, Giovanna Abreu, Giulia Crouch, Manuela Oliveira, Ronaldo Hühn, Sérgio Moraes; FOTOGRAFIAS: Alex Alves, David Alves, Divulgação, Dr. William Li, Pedro Guerreiro, Sidney Oliveira/Agência Pará, Arquivo Pará+, Camila Carvalho / Fundação Guamá, Divulgação, Fondazione Opera Immacolata, João Paes, Internet, Marcelo Rodrigues (Ascom-Uepa), MirageC/Getty Images, PCT Guamá, Sérgio Moraes - Fundação Guamá, spaxiax/Getty Images Universidade de Harvard, Unsplash; DESKTOP: Rodolph Pyle; EDITORAÇÃO GRÁFICA: Editora Círios

* Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.

CAPA

Desenvolvendo ações de fomento ao desenvolvimento socioeconômico sustentável no Pará Foto: Agência Para

Para receber edições da Pará+ gratuitamente é só entrar no grupo bit.ly/ParaMaisAssinatura ou aponte para o QR Code

EDITORA CÍRIOS

Plano de bioeconomia prevê investimentos para negócios sustentáveis em Belém

Já são mais de R$ 34 milhões investidos no fomento a empresas em todo o Estado

Tendo completado 409 anos recentemente, a cidade de Belém tem muitos motivos para celebrar. Em alguns meses, a capital paraense, também conhecida como ‘Portal da Amazônia’, vai sediar o evento mais importante de mudança climática do mundo: a reunião da cúpula climática da Organização das Nações Unidas (ONU), a Cop 30, “Conference of the Parties”. Neste edição, o evento ganhou dos paraenses o codinome de ‘Cop da Floresta’. Belém será a primeira cidade do Brasil a receber a COP.

Em paralelo, o Plano Estadual de Bioeconomia, que tem como objetivo investir, principalmente, na sociobiodiversidade e na valorização do conhecimento tradicional, visando ao desenvolvimento socioeconômico baseado em baixas emissões de gases de efeito estufa (GEE), já implementou mais

55% das 114 ações previstas em seu planejamento, impactando diretamente a realidade de mais de 200 mil pessoas e estimulando a renda de aproximadamente 1.800 famílias, através de fomento das cadeias da sociobiodiversidade, rodadas de negócios, feiras da bioeconomia, entre outros. O Plano, enquanto instrumento de política pública do Estado do Pará, já injetou mais de R$ 77 milhões em mais de 1.000 negócios que promovem a valorização do conhecimento tradicional, soluções baseadas na natureza e economia de baixas emissões de carbono.

Lançado pelo Governo do Pará oficialmente durante a COP 27, realizada no Egito, no final de 2022, o Plano é coordenado pela Secretaria de Meio Ambiente (Semas) e ancorado na Política Estadual de Mudanças Climáticas (PEMC), sendo também um dos componentes do eixo desenvolvimento socioeconômico de baixo carbono do Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA).

Desenvolvimento

O Plano prevê a promoção de soluções baseadas na natureza consolidando três eixos estratégicos: Fomento a cadeias produtivas, que conciliam desenvolvimento econômico com a preservação ambiental, produção de bioprodutos, manejo florestal sustentável e agricultura familiar;

- Reconhecimento e valorização da cultura e do conhecimento tradicionais das comunidades locais, com proteção da biodiversidade e do patrimônio genético do Estado;

- Apoio à pesquisa científica e tecnológica voltada ao desenvolvimento de soluções inovadoras e sustentáveis para os desafios da bioeconomia.

“Este plano permite que os conhecimentos ancestrais dos indígenas, dos quilombolas, possam impulsionar uma indústria de biomateriais. Hoje, o plano de bioeconomia do Pará já aponta e subsidia o plano nacional de bioeconomia que está sendo confeccionado pelo governo federal. Cresceremos ainda mais com a construção do Parque de Bioeconomia da Amazônia, que entregaremos para a COP 30”, destaca o secretário de meio ambiente do Pará, Raul Protázio Romão.

Investimentos

Dentre os eixos de sustentação do Planbio estão a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico, de responsabilidade da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará (Fapespa), que priorizam projetos que aliam inovação, sustentabilidade e inclusão social para o desenvolvimento econômico da Amazônia. Somente em 2023, a Fapespa investiu mais de R$ 11,3 milhões em projetos alinhados à bioeconomia e voltados para a valorização do conhecimento tradicional amazônida.

Já em 2024, mais R$ 10,5 milhões foram investidos para novos projetos de ciência, tecnologia e inovação. Um montante que até 2026, deve chegar a R$ 17.645.152,25 para o complemento de projetos já contratados.

Esse trabalho prevê ainda novos editais e parcerias que estão em andamento e com a previsão de que em 2025, possamos contar com um aporte de mais R$ 15 milhões.

Apenas na região do Guajará, que inclui a cidade de Belém, atualmente, são fomentados 33 projetos pela Fapespa.

Mais de 50% das 92 ações previstas no Plano Estadual de Bioeconomia (Planbio) já foram implementadas ou estão em andamento no Pará
Dentre os eixos de sustentação do Planbio estão a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico da Fapespa

Desses, sete projetos são diretamente ligados a pesquisas com novos alimentos que podem ser extraídos da bioeconomia. Há também oito projetos de startups que são fomentadas por meio do programa Centelha, realizado em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP).

São projetos na área do desenvolvimento econômico de base social do chocolate, de conexão do campo e da cidade para uma agricultura mais sustentável, beneficiamento de sementes de açaí, negócios de bioeconomia que têm um potencial muito grande de geração de emprego e renda, geração de energia limpa e sustentável; novos bioativos para as indústrias farmacêuticas e de cosméticos; validação acadêmica dos conhecimentos ancestrais, entre outros.

“De uma forma geral a Fapespa garante com pesquisas e estudos o desenvolvimento de novos setores ligados à bioeconomia. São novas indústrias verdes na área de biotecnologia, bioenergia, biorrefinarias, que vão certamente impulsionar este mercado. Além disso, a formação e a capacitação de mão de obra altamente especializada, através de quatro programas de pós-graduação incentivados pela Fapespa fomentados com bolsas de estudos no nível de mestrado, doutorado formarão os novos pesquisadores nessa área da bioeconomia”, destaca o presidente da Fundação, Marcel Botelho.

Biotecnologia

Entre esses projetos está o “Soluções Biotecnológicas para o desenvolvimento sustentável na Amazônia. Um projeto inovador que busca promover soluções biotecnológicas para o desenvolvimento sustentável na Amazônia. A iniciativa aposta no aproveitamento de bioinsumos, como óleos e manteigas vege-

São projetos na área do desenvolvimento econômico de base social do chocolate, de conexão do campo e da cidade para uma agricultura mais sustentável, beneficiamento de sementes de açaí, negócios de bioeconomia que têm um potencial muito grande de geração de emprego e renda

tais, e na valorização de resíduos agroindustriais, integrando o conceito de biorrefinaria. Na Amazônia, onde a economia ainda é

fortemente baseada no extrativismo, a pesquisa explora a valorização de resíduos lignocelulósicos e lipídicos para a geração de produtos como gás de síntese, polímeros e catalisadores avançados. Além disso, o uso de cianobactérias e rejeitos de mineradoras está sendo investigado para a produção de novos materiais e processos.

“A valorização dos resíduos é algo que pode gerar um novo produto, um lixo, que após os estudos de tecnologias, poderemos utilizar para gerar novos produtos. Tudo pode fazer com que essa cadeia seja ainda mais circular, favorecendo um ambiente de reutilização, de sustentabilidade e acima de tudo gerando renda e emprego para as pessoas da nossa cidade e mais qualidade de vida”, explica o professor Luis Adriano, Doutor em Físico-Química e Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da UFPA.

A iniciativa também fortalece a bioeconomia local ao capacitar cooperativas e

A bioeconomia representa, um novo paradigma econômico e produtivo
Formação e a capacitação de mão de obra altamente especializada

comunidades na extração e beneficiamento de óleos vegetais, como o de andiroba. Resíduos de cadeias produtivas, como a do açaí, são transformados em novos produtos, ampliando a economia circular e gerando empregos na cidade.

Botelho explica que com essas ações cria-se ambiente para atrair mais investimentos com empresas mundo afora e a redução dos impactos ambientais, o uso sustentável dos recursos naturais e o desenvolvimento de produtos novos.

“Observamos que é possível fazer a utilização mais eficiente dos recursos locais como os resíduos que podem agregar valor e incentivar a economia circular na nossa cidade. Também conseguimos a redução de importações a partir do uso de produtos locais da bioeconomia. Assim, garantimos que a economia circular retorne às populações tradicionais, a partir do seu trabalho com a floresta viva, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da população do Pará como um todo, mas especialmente a população de Belém, que tem muito a ganhar com a criação de novos produtos, desenvolvimento de novas estratégias de

O Laboratório de Óleos da Amazônia é especializado no estudo, controle de qualidade dos insumos amazônicos e suas transformações, utilizados principalmente para atender aos setores ligados a energias renováveis, alimentos, cosméticos e bioprocessos. No PCT Guamá.

bionegócios e o estabelecimento de uma indústria baseada na floresta viva, na bioeconomia.”, avalia Botelho.

À base de óleos amazônicos, Biocurativo a partir da andiroba, buriti, castanha e mucajá protege lesões na pele e acelera o processo de cicatrização, é alternativa para área da Saúde

Extração e beneficiamento de óleos vegetais, como o de andiroba

(*) FAPESPA <<

Prefeitura investimentosprioriza na periferia pós-COP 30

Buscando investimentos do Banco Mundial para garantir obras estruturantes e melhorias na periferia da cidade

Na recente quinta-feira (30/01), representantes do município se reuniram com a delegação da instituição financeira internacional no Palácio Antônio Lemos, no bairro da Cidade Velha, para discutir oportunidades de financiamento e projetos voltados ao desenvolvimento sustentável.

O encontro contou com a presença do prefeito Igor Normando, do vice-prefeito Cássio Andrade, além de secretários municipais e membros do Banco Mundial. A principal pauta foi a captação de recursos para infraestrutura urbana e mobilidade, especialmente em áreas periféricas, garantindo que os investimentos deixem um legado duradouro para a cidade. “Hoje, temos diante de nós uma grande missão, que é recuperar a autoestima da nossa população. Queremos que cada cidadão de Belém volte a ter orgulho de ser amazônida, de viver nesta terra e de prosperar em nossa cidade.

Nosso compromisso é transformar Belém em um espaço de inovação, oportunidades e qualidade de vida, resgatando o orgulho e o pertencimento de quem constrói essa cidade todos os dias. Para isso, queremos contar com o apoio do Banco Mundial, abrindo caminhos para investimentos em infraestrutura, projetos sociais e programas de financiamento que permitam o desenvolvimento sustentável da nossa cidade. Nosso maior objetivo não é apenas sediar um grande evento, mas deixar um legado para Belém. Queremos escrever uma nova página na história da cidade, um futuro que vá além da COP 30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025) e que gere impactos reais e duradouros”, enfatizou o prefeito Igor Normando.

A delegação do Banco Mundial apresentando programas durante o evento
Na reunião, o prefeito Igor Normando afirmou que o compromisso da gestão é transformar Belém em um espaço de inovação, oportunidades e qualidade de vida
O prefeito Igor Normando busca oportunidades de investimentos do Banco Mundial em infraestrutura urbana para Belém
Texto *Joyce Assunção Fotos Alexandra Tavares, Ascom PMB

Delegação da instituição financeira apresentou programas

A delegação do Banco Mundial apresentou programas voltados para o desenvolvimento sustentável e estratégias para a captação de investimentos no longo prazo, especialmente no contexto pós-COP 30. A conferência climática da ONU, que será sediada em Belém em novembro deste ano, foi citada pela delegação e representantes do executivo municipal como um marco para alavancar novos projetos de infraestrutura e urbanização na cidade.

“Estamos muito felizes por ter esta oportunidade de realizar este primeiro encontro aqui na cidade de Belém. Estou com uma equipe composta por diversas instituições. E nosso objetivo principal é obter uma compreensão mais profunda das realidades, desafios e oportunidades de desenvolvimento na Amazônia, com um foco especial nos estados e cidades mais populosos da região. Entre outras atividades, tivemos a oportunidade de visitar algumas comunidades, o que nos permitiu um olhar mais detalhado sobre as necessidades locais e as possibilidades de atuação”, disse o diretor do Banco Mundial para o Brasil, John Zutt.

O secretário de Planejamento e Gestão, Humberto Bozi, destacou a importância de organizar e estruturar os projetos municipais, garantindo eficiência e impacto real para a população. “Precisamos definir um método claro para garantir que cada etapa dos projetos tenha uma estratégia bem estruturada. Isso nos permitirá avançar progressivamente e garantir que os investimentos cheguem onde são mais necessários”, ressaltou. Durante a reunião, o vice-prefeito, Cássio Andrade, ressaltou a importância de garantir obras estruturantes na periferia: “Estamos pensando além da COP 30.

Precisamos garantir que esses investimentos resultem em obras concretas, principalmente nas áreas periféricas, deixando um legado duradouro para Belém”.

Os representantes do Banco Mundial demonstraram interesse em apoiar projetos que promovam o desenvolvimento sustentável da capital paraense, consolidando a cidade como referência na região amazônica.

Formalização de parcerias serão discutidas em breve

As negociações e formalização de parcerias que viabilizem os investimentos devem ser discutidas em uma segunda reunião a ser realizada nas próximas semanas com a equipe técnica da Prefeitura e do Banco Mundial para viabilizar projetos que tragam impacto social e econômico para a cidade.

A reunião contou com a presença de representantes da Prefeitura de Belém, incluindo o secretário de Planejamento e Gestão, Humberto Bozi, o secretário da COP 30, André Godinho, e o secretário municipal de Administração, Ricardo Carneiro.

Pelo Banco Mundial, participaram o diretor do Banco Mundial para o Brasil, John Zutt; o diretor regional da International Finance Corporation (IFC) para a América do Sul , Manuel Reyes-Retana; o gerente da Prática de Água para a América Latina e Caribe, David Michaud; o líder do Programa de Desenvolvimento Sustentável, Eli Weiss; o líder do Programa de Infraestrutura para o Brasil, Luis Andres; e a oficial sênior do IFC, Luciana Bertini Galan, e da assessora especial da Secretaria Extraordinária da COP 30 (Secop), Candyce Rocha.

Antes da reunião a delegação do Banco Mundial deu uma olhada mais detalhado sobre as necessidades locais e as possibilidades de atuação
Segundo o prefeito Igor Normando, a prefeitura quer o apoio do Banco Mundial para investimentos em infraestrutura, projetos sociais e programas de financiamento que permitam o desenvolvimento sustentável da cidade
Precisamos garantir que esses investimentos resultem em obras concreta

Conferência de Meio Ambiente debate em Belém a emergência climática

A Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Clima (Semma), promoveu a primeira Conferência Municipal de Meio Ambiente

Oevento, que ocorreu neste sábado, 25 de janeiro, reuniu especialistas, lideranças comunitárias, estudantes e representantes do setor público e privado e foi realizado na Usina da Paz, localizada no bairro da Cabanagem.

Com o tema central “Emergência climática: o desafio da transformação ecológica”, a conferência promoveu debates, palestras e oficinas sobre soluções ambientais inovadoras para a cidade de Belém e para a Amazônia. Os principais eixos discutidos foram mitigação, adaptação e preparação para desastres, justiça climática, transformação ecológica e governança e educação ambiental.

Em um auditório lotado, a Secretária de Meio Ambiente Clima Juliana Nobre destacou a importância de envolver toda a sociedade na luta por um meio ambiente equilibrado e agradeceu a participação de todos que atenderam ao convite para se fazerem presentes no evento.

Gilberto Rocha, professor do Núcleo de Meio Ambiente da Universidade Federal do Pará diz que “essa conferência é importante pois oportuniza a participação das mino-

rias representativas, que podem expor seus problemas causados pelo desequilíbrio ambiental. São essas minorias que sofrem os impactos da ausência de justiça climática”.

Participantes tiveram a oportunidade de contribuir diretamente para a elaboração das propostas

A Secretária de Meio Ambiente Clima Juliana Nobre destacou a importância de envolver toda a sociedade na luta por um meio ambiente equilibrado e agradeceu a participação de todos
Texto *Antonio Carlos Fotos João Paes

Os participantes também tiveram a oportunidade de contribuir diretamente para a elaboração das propostas, foram criados grupos temáticos para permitir que todos os inscritos na conferência tivessem oportunidade de participar dos debates. Essas contribuições serão consolidadas em um documento que será submetido à Conferência Estadual de Meio Ambiente. Heleno Leal, presidente do Conselho de Representantes de Comunidades do Pará disse que “essa é uma grande oportunidade para discutir proposições assertivas, apresentar nossos problemas e discutir soluções dentro de uma política ampla e inclusiva de meio ambiente”.

A escolha da Usina da Paz, na Cabanagem, como local do evento também foi simbólica, reforçando o compromisso da gestão municipal com a descentralização das políticas públicas e a inclusão das comunidades periféricas nos debates mais relevantes para o desenvolvimento da cidade. Ao final da conferência, a secretária de Meio Ambiente e Clima, Juliana Nobre avaliou positivamente a conferência e ressaltou a importância de momentos como esse para fortalecer a consciência ambiental e enfatizou que “é muito importante esse engajamento da população, porque só assim de forma participativa a gente consegue construir as políticas públicas de conservação e preservação para nossa cidade, para nossa região e para o planeta”.

Reuniu especialistas, lideranças comunitárias, estudantes e representantes do setor público e privado
Ao final da conferência, a secretária de Meio Ambiente e Clima, Juliana Nobre avaliou positivamente a conferência

FlexStone a revolução paraense na reciclagem de plástico e construção sustentável

A poluição plástica é um dos desafios ambientais mais críticos da atualidade. Com milhões de toneladas de resíduos plásticos descartados anualmente, encontrar soluções inovadoras para o problema é fundamental

No Brasil, mais especificamente na Amazônia, uma tecnologia desenvolvida no Pará promete revolucionar a reciclagem de plásticos e a construção sustentável. Trata -se da FlexStone, uma tecnologia patente ada que transforma resíduos plásticos em brita ecológica, um material versátil e resis tente, que pode ser utilizado na construção civil e em outras aplicações. Neste artigo, vamos explorar como a FlexStone funciona, seu impacto ambiental, as vantagens dessa inovação e como ela pode ajudar na luta contra a poluição plástica global.

O que é a FlexStone e como ela funciona?

A FlexStone é um processo de reciclagem avançado que permite a conversão de plásticos flexíveis e rígidos em um material semelhante à brita tradicional, utilizado na construção civil. Diferente dos métodos tradicionais de reciclagem, a FlexStone não exige a separação dos plásticos por tipo ou cor e sem necessidade de uso de água, tornando o processo mais acessível e eficiente. Isso inclui garrafas PET, sacolas plásticas, canudos e até copos descartáveis.

O nome “FlexStone” reflete a essência da inovação: “Flex” faz referência ao plástico flexível, um dos materiais mais difíceis de reciclar, enquanto “Stone” remete ao produto final, um agregado sólido que pode ser usado como substituto da brita convencional. O processo foi desenvolvido por pesquisadores e empreendedores do Pará e já está sendo testado e aplicado em projetos locais.

Solução para um problema global

O mundo enfrenta uma crise sem precedentes com a poluição plástica.

Conversão de plásticos flexíveis e rígidos em um material semelhante à brita tradicional
Fotos Arquivo Pará+, Camila Carvalho / Fundação Guamá, Divulgação
Casa Sustentável do PCT Guamá

Estima-se que mais de 400 milhões de toneladas de plástico sejam produzidas anualmente, e apenas uma fração desse material é reciclada. A maior parte acaba em aterros sanitários, nos oceanos ou sendo incinerada, causando graves impactos ambientais.

Um estudo da Universidade de Oregon, nos Estados Unidos, revelou que cada ser humano ingere, em média, 3 kg de microplástico por ano, o que pode trazer sérias consequências para a saúde. Diante desse cenário, tecnologias como a FlexStone tornam-se essenciais para reduzir o impacto ambiental e reaproveitar um resíduo que, de outra forma, poluiria o meio ambiente por centenas de anos. A inovação paraense se destaca por ser uma solução de baixo custo e alta escalabilidade, podendo ser implementada tanto em grandes centros urbanos quanto em comunidades remotas. Isso é particularmente importante na Amazônia, onde a infraestrutura para reciclagem ainda é limitada e o transporte de resíduos para centros de processamento é um desafio logístico e econômico.

A Casa Sustentável

no PCT Guamá: Um exemplo real da FlexStone

Um dos exemplos mais concretos da aplicação da FlexStone está localizado no Parque de Ciência e Tecnologia (PCT) Guamá,

em Belém, Pará. No local, há seis anos, foi construída uma Casa Sustentável, que utiliza materiais reciclados e soluções ecológicas inovadoras, incluindo a FlexStone.

A residência, que atualmente abriga a startup Composta Belém, tem 40 metros quadrados e foi construída com tijolos e blocos produzidos a partir de plásticos reciclados, vidro e rejeitos da mineração. O projeto demonstrou como resíduos que antes eram descartados podem ser transformados em insumos para a construção civil, tornando as edificações mais acessíveis e sustentáveis.

A construção não apenas reduziu custos, como também melhorou a eficiência energética do imóvel. A casa conta ainda com captação de água da chuva e um sistema de compostagem, reforçando seu compromisso com a sustentabilidade.

Aplicabilidade da tecnologia

A tecnologia FlexStone pode ser amplamente aplicada na construção civil.

O material resultante do processo pode ser utilizado para a fabricação de tijolos para residências, bloquetes para pavimentação, lajes e até manilhas, tornando-se uma solução versátil para diversos setores da infraestrutura.

A FlexStone não se limita apenas a beneficiar o meio ambiente. Seu impacto econômico e social também é significativo. Com a possibilidade de ser implementada em pequena escala, a tecnologia pode ser adotada por cooperativas de catadores, prefeituras e pequenos empreendimentos locais, gerando emprego e renda para comunidades.

Principais materiais utilizados na construção da Casa Sustentável

• Tijolos sustentáveis: Fabricados a partir de plásticos processados pela FlexStone, são mais leves e oferecem maior isolamento térmico do que os tijolos convencionais.

• Miriti: Um material natural e abundante na Amazônia, utilizado no forro da casa para melhorar o conforto térmico.

• Rejeitos da mineração: Lama vermelha, um resíduo altamente poluente da indústria mineral, foi transformada em agregado graúdo para a construção.

• Plástico transformado em brita ecológica: Por meio da tecnologia FlexStone, resíduos plásticos foram convertidos em brita ecológica para ser utilizada na fundação e na estrutura da casa.

A construção não apenas reduziu custos, como também melhorou a eficiência energética do imóvel. A casa conta ainda com captação de água da chuva e um sistema de compostagem, reforçando seu compromisso com a sustentabilidade.

Materiais alternativos para agregados grossos

Impacto econômico e social da FlexStone

O plástico reciclado pode ser utilizado em praticamente qualquer parte da construção: para pisos, coberturas, paisagismo, cofragens, água, gerenciamento de resíduos, etc

Além disso, a FlexStone permite a fabricação de materiais de construção a custos reduzidos, o que pode ajudar a diminuir o déficit habitacional no Brasil. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 5,8 milhões de famílias brasileiras vivem em condições precárias de habitação. A reutilização de plásticos na construção pode ser uma alternativa sustentável para a produção de moradias acessíveis.

Outro benefício importante da FlexStone é a redução da dependência de matérias-primas extraídas da natureza, como areia e brita, que impactam ecossistemas inteiros quando exploradas de forma predatória.

Perspectivas futuras e expansão da tecnologia

Com a aproximação da COP 30, que será realizada em Belém em 2025, a visibilidade de iniciativas como a FlexStone tende a crescer. O evento, que reunirá líderes globais para debater a crise climática, representa uma oportunidade única para mostrar ao mundo como soluções locais podem ter um impacto global. Atualmente, pesquisadores e empreen -

Agregados reciclados, incluindo vidro reciclado (RG), plástico reciclado (RP), pneu reciclado (RT) e agregado de concreto reciclado (RCA) foram coletados de indústrias de reciclagem locais

tecnologia seja adotada em larga escala. Em paralelo, novas pesquisas estão sendo realizadas para aprimorar a resistência e a aplicabilidade do material em diferentes setores, como pavimentação de estradas e mobiliário urbano. dedores trabalham para expandir a FlexStone para outras regiões do Brasil e, eventualmente, para outros países. O objetivo é estabelecer parcerias com prefeituras e indústrias da construção civil para que a

Bloquetes para pavimentação
Versatilidade
Tijolos para residências
Para lajes

Como conhecer e apoiar a FlexStone?

Para quem deseja conhecer mais sobre a FlexStone e sua aplicação na Casa Sustentável, é possível agendar visitas ao PCT Guamá, em Belém. O local recebe pesquisadores, estudantes, empresas e o público em geral interessados em aprender mais sobre práticas sustentáveis na construção civil.Além disso, iniciativas como a Composta Belém e a Fundação Guamá oferecem cursos e oficinas sobre reciclagem, compostagem e desenvolvimento sustentável, ajudando a disseminar conhecimento sobre a economia circular e o aproveitamento de resíduos.

A FlexStone é um exemplo brilhante de como inovação e sustentabilidade podem caminhar juntas para resolver um dos maiores desafios ambientais do século XXI. Desenvolvida na Amazônia, essa tecnologia mostra que soluções locais podem ter um impacto global, oferecendo alternativas sustentáveis para o descarte de plásticos e promovendo uma economia circular. Com a expansão da tecnologia, a expectativa é que a FlexStone ajude a transformar a maneira como lidamos com o lixo plástico, reduzindo a poluição, gerando emprego e proporcionando um futuro mais verde e sustentável para as próximas gerações.

SERVIÇO: www.linkedin.com/company/flexstone-esg Contato 91-98281-1000

Desafios e Soluções da Reciclagem com inovação e sustentabilidade
PCT Guamá, em Belém

Pará garante incentivos fiscais a empreendedores, com destaque para segmentos sustentáveis

Só no primeiro mês de 2025, mais de 4 mil empresas foram abertas no Estado, segundo dados da Jucepa

Políticas públicas de incentivo a empreendedores que atuam no Pará, e também para atração de novos empreendimentos, com ênfase no desenvolvimento econômico sustentável, geração de emprego e renda, e verticalização do segmento industrial são fortalecidas pelo governo do Estado, especialmente em função da COP 30 (conferência mundial sobre mudanças climáticas), em Belém

A concessão de incentivos fiscais é um dos principais catalisadores do processo de atração de novos negócios ao Estado, e engloba subsídios para implantação de empreendimentos, ampliação, diversificação e aquisição de imobilizados para o processo industrial de empresas já instaladas.

No Pará, essa Política se destina às indústrias do pescado, agropecuária, agroindústrias e indústrias em geral.“As empresas que aderem ao programa estadual recebem incentivo fiscal de 50% a 90%, podendo chegar a 95% de acordo com a atividade estratégica. O prazo de fruição é de, no mínimo, sete anos, e no máximo 15 anos, podendo ser prorrogado até o limite de mais 15 anos, totalizando 30 anos”, explica o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia, Paulo Bengtson.

Estímulo

Integrada à Sedeme, a Companhia de Desenvolvimento Econômico do Pará (Codec) também desenvolve um conjunto de ações estratégicas para atrair e estimular investimentos nos Distritos Industriais do Pará. “Oferecemos áreas com infraestrutura adequada e suporte técnico especializado. Além disso, buscamos facilitar o processo ao reduzir a burocracia, fazendo um trabalho de desembaraço junto às diferentes secretarias, garantindo que o processo seja o mais ágil e eficiente possível. Nosso objetivo é criar um ambiente de negócios favorável, promovendo o desenvolvimento econômico sustentável e gerando oportunidades de emprego no Estado”, destaca Lutfala Bitar, presidente da Codec.

Indústrias do pescado
Verticalização do segmento industrial são fortalecidas pelo governo do Estado, especialmente em função da COP 30
Nosso objetivo é criar um ambiente de negócios favorável, destaca Lutfala Bitar, presidente da Codec

O diretor-presidente da Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu, Alberto Ke-iti Oppata, ressalta o crescimento da produção a partir do apoio estadual. “Nós sabíamos que existia esse incentivo fiscal pelo governo do Estado, e em 2019 conseguimos esse suporte. Hoje, a nossa maior fatia de mercado é o Pará, depois tem Brasília, Maranhão, São Paulo, Macapá e os mercados japonês, alemão e francês. A Camta (Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu) comercializa polpas de frutas, sorvete sem leite, produtos secos (pimenta-do-reino e amêndoas de cacau) e óleos vegetais, conta com 170 cooperados, cerca de 200 colaboradores diretos e impacta em torno de 10 mil pessoas, em Tomé-Açu e região”, informa Alberto Oppata.

Facilidade

Entre as estratégias implementadas pela Junta Comercial do Estado do Pará (Jucepa) para facilitar e tornar o ambiente de negócios mais atrativo, estão: redução do tempo de abertura de empresas (até 48 horas); introdução do Pix como método de pagamento para o Documento de Arrecadação Estadual

(DAE) e adoção de ferramentas de inteligência artificial para aumentar a eficiência na análise de processos. Em 2025, mais de 4 mil empresas foram abertas só em janeiro. “Seguimos investindo em nossos serviços neste ano, a fim de agilizar ainda mais o processo de abertura e manutenção das empresas.

O intuito é inovar em todos os aspectos, e nos capacitar para entregar os melhores serviços possíveis para alcançar o primeiro lugar no ranking do Brasil de celeridade e efetividade na abertura de empresas”, frisa Filipe Meireles, presidente da Jucepa.

A empreendedora Silvia Brito, junto com um irmão, em 2022 aproveitou os incentivos da Jucepa para abrir uma loja de vestuário. “A nossa ideia era trazer inovação na moda plus size, após ver as dificuldades da nossa mãe em achar peças estilosas para vestir. Empreender não é fácil. Participamos de feiras de moda, que são nossos pontos de visibilidade no mercado, e hoje seguimos fortalecidos após o falecimento da nossa mãe, que deixou um legado de união”, contou.

Capacitação nas UsiPaz

Entre as iniciativas de fomento na área, sobretudo com qualificações, estão as Usinas da Paz, complexos multifuncionais que reúnem também serviços de fortalecimento do empreendedorismo.

Abordagens de finanças, vendas e marketing são temas abordados para qualificar pessoas de todas as idades, além das oficinas e cursos de artesanato e gastronomia (incluindo confeitaria). A UsiPaz é uma Política Pública do Governo do Pará, coordenada pela Secretaria de Estado Articulação da Cidadania (Seac).

Em 2025, mais de 4 mil empresas foram abertas só em janeiro
Filipe Meireles, presidente da Jucepa
Complexos multifuncionais que reúnem também serviços de fortalecimento do empreendedorismo

Fapespa elimina o uso de descartáveis e adere a produtos sustentáveis como parte da Agenda Ambiental

A Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisasdo Pará (Fapespa) realizou, na sexta-feira (7/02), a nomeação da Comissão da Agenda Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (A3P) e passou a participar oficialmente do programa

Como parte do programa, copos ecológicos de bambu e canecas de cerâmica foram entregues aos servidores da fundação durante o evento que apresentou as diretrizes e o plano de trabalho da Agenda A3P.

Como parte da iniciativa, o presidente da fundação, Marcel Botelho, anunciou que a partir desta data a instituição não fará mais o uso de descartáveis. “A Fapespa aderiu a iniciativa A3P do ministério do meio ambiente. Recebemos o nosso certificado de adesão e, hoje, eu tenho uma notícia muito boa para toda a sociedade. A Fapespa, a partir de hoje, cancela completamente o uso de descartáveis”, disse.

Agenda A3P na Fapespa

Criada pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança de Clima, a agenda Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (A3P) promove a responsabilidade socioambiental nas organizações que lhe aderi -

usados no dia a dia

A Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P), criado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), tem seu principal objetivo em promover e incentivar as instituições públicas no país a adotarem e implantarem ações na área de responsabilidade socioambiental em suas atividades internas e externas. É uma iniciativa voluntária e que demanda engajamento pessoal e coletivo. As instituições e seus funcionários são incentivados a adotar ações sustentáveis no ambiente de trabalho, desde pequenas mudanças de hábito, até atitudes que geram economia, com base em cinco eixos temáticos: uso racional dos recursos naturais e bens públicos, gestão adequada dos resíduos gerados, qualidade de vida no ambiente de trabalho, sensibilização e capacitação e licitações sustentáveis.

Marcel Botelho, anunciou que a Fapespa aderiu a iniciativa A3P do ministério do meio ambiente e, cancela completamente o uso de descartáveis
Servidores com canecas, copos, para serem

ram como a adoção de procedimentos de sustentabilidade e critérios socioambientais na atividade do setor público.

Segundo Jullye Monção, membro da Diretoria Administrativa da Fapespa (DIRAD), a comissão acredita que o programa vem como um mecanismo de ciência e inovação do governo federal. “É por meio dele, que vamos estimular, encorajar e promover a responsabilidade socioambiental”, destacou.

A A3P existe há mais de 20 anos propagando os bons princípios da Responsabilidade Socioambiental. A Fundação de Amparo a Estudos e Pesquisas. A Fapespa aderiu ao selo no segundo semestre de 2024, após assinar termo de adesão ao programa A3P, no dia 8 de outubro.

Além disso, os visitantes da fundação também terão acesso aos produtos, explicou o presidente da fundação. “Entregamos para todos os servidores, canecas, copos, para usarmos no dia a dia. Os nossos visitantes também terão acesso a esse material para que a gente elimine completamente o uso descartáveis na nossa fundação. A Fapespa, a partir da proposta ambiental, já vinha trabalhando nesse sentindo, hoje nós damos mais um passo nessa direção”, declarou Marcel Botelho, durante a abertura do evento.

Produtos Sustentáveis

No evento da A3P foram apresentados aos servidores, os produtos sustentáveis adquiridos pela fundação: Copos ecológicos de bambu; Canecas de cerâmica; Fragmentadora de Papel e uma Lixeira de Coleta Seletiva. Ao fim da palestra, os copos e as canecas foram distribuídos para os servidores usarem no dia a dia com o objetivo de descartar o uso de plásticos descartáveis na fundação. O evento que apresentou os membros da Comissão da Agenda Ambiental do Ministério do Meio Ambiente na Fapespa foi dividido em quatro etapas: A abertura, conduzida

pelo presidente da fundação, Marcel Botelho; A apresentação da comissão gestora; A palestra apresentando as diretrizes da Agenda A3P e o plano de trabalho; A apresentação dos produtos sustentáveis e, por fim, a entrega de canecas de cerâmica e copos ecológicos de bambu para os servidores. (*) FAPESPA <<

Servidores com canecas, copos, para serem usados no dia a dia
O presidente da fundação, Marcel Botelho durante o evento
Canecas de cerâmica e copos ecológicos de bambu para os servidores

Pesquisadores da Uepa estudam fármacos derivados de sementes da Amazônia

Grupo de Estudos e Pesquisas em Saúde, liderado pelo professor Tiago Santos Silveira investiga potencial cicatrizante de elementos naturais em tratamentos

Oreconhecimento do poder cicatrizante de elementos naturais, tradicionalmente usados por algumas populações da Amazônia para auxiliar no tratamento de feridas, é um dos pontos de partida para os trabalhos que têm sido realizados pelo Grupo de Estudos e Pesquisas em Saúde, liderado pelo professor Tiago Santos Silveira. O fisioterapeuta se dedica ao estudo de feridas excisionais, ou seja, aquelas em que não se consegue fazer aproximação das bordas para suturar.

Mas, você pode se perguntar: “qual a importância de se concentrar em estudos sobre esse assunto?”.

Em uma pesquisa realizada por pelos estudantes Layse Quaresma Costa e Deivyd Breno de Sousa Coimbra, sob orientação

O uso de óleos como tratamento complementar passou a ser adotado por diversos profissionais de saúde a fim de promover ou melhorar a saúde e o bem-estar. A prática é reconhecida pelo Ministério da Saúde, incluída na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC)

dos professores Anderson Bentes de Lima e Tiago Silveira, eles ressaltam que essas feridas causam um impacto ao sistema público de saúde, bem como possuem um potencial de mortalidade, porque a pele funciona também como uma barreira para evitar a entrada de vírus, bactérias, fungos e protozoários, então, esse tipo de lesões na pele pode ocasionar um conjunto de manifestações graves em todo o organismo produzidas por uma infecção. “A descontinuidade da pele é um importante fator de sepse e consecutivamente de choque séptico, sobretudo em pacientes que estão em ambientes hospitalares devido ao contato com muitos patógenos”, explica o professor Tiago.

LICENÇA DE OPERAÇÃO

CLINICA NORTE SAÚDE BR ltda CNPJ n°: 50.075.369/0001-31

Torna público que requereu na SEMMA/ Ananindeua Licença de Operação sob processo n°983/24, em 18/11/24, para Atividades Médica Ambulatorial com recursos para realizações de procedimentos Cirúrgicos em Ananindeua-PA

Endereço (Conjunto Jardim Ananindeua) Quadra A, n°5 Centro CEP: 67.030-860

Dr. Anderson Bentes de Lima, coordenador do Laboratório de Farmacologia
Texto *Guaciara Freitas Fotos Arquivo Pará+, Divulgação, Marcelo Rodrigues (Ascom-Uepa)

Tratamentos de populações tradicionais e a etnofarmacologia

Lesões por pressão, queimaduras de 3º grau, feridas venosas, feridas de hanseníase, ferida de pé diabético são alguns exemplos de feridas excecionais mencionadas por Tiago Silveira. E como não é possível “costurá-las”, como se diz no vocabulário popular, é necessário dispor de recursos que favoreçam uma cicatrização mais rápida. É aí que entram as análises de resultados do uso de óleos extraídos de sementes amazônicas como copaíba, andiroba, castanha e ucuuba.

Os experimentos com a ucuuba, por exemplo, demonstram que ela ajuda na formação de novos vasos sanguíneos e “a formação desses novos vasos sanguíneos é um mecanismo fundamental para cicatrização de feridas excecionais, portanto, uma das possibilidades terapêuticas para cicatrizar feridas crônicas é exatamente estimular a formação de novos vasos nas bordas e no fundo da ferida pois esses novos vasos vão irrigar o tecido com sangue”, detalha o professor Tiago.

Ainda de acordo com as explicações dadas por ele, o sangue leva os nutrientes necessários ao estímulo e energia para as células que “fabricam” a cicatriz, poderem exercer seu papel.

Dr. Tiago Tiago Santos Silveira, fisioterapeuta, coordenador do Grupo de Estudos e Pesquisas em Saúde
Semente de ucuuba
Semente de andiroba
Semente de copaíba
Semente de castanha
Os resultados da ucuuba são bem importantes para todas as etapas de testes, que precisam ser feitos antes de chegar à rede pública

“Essas células estão sempre lá, mas não estão trabalhando efetivamente, na maioria das vezes por falta de elementos que são levados pelo sangue até elas”, conclui. O grupo ainda não fez testes com pessoas, mas avalia que os resultados da ucuuba são bem importantes para todas as etapas de testes, que precisam ser feitos antes de chegar à rede pública. “Existem etapas pré-clínicas (também conhecidas como não clínicas), que estamos finalizando e, depois disso, é que passaremos para a etapa clínica”, relata Tiago Silveira. Para as pessoas mais velhas, nascidas em territórios menos urbanizados

da Amazônia, o uso desses óleos com poder cicatrizante não é uma novidade. Não é intenção dos pesquisadores “inventar a roda”, se apropriar indevidamente de saberes tradicionais e, muito menos, desvalorizá-los. Quando ocorre a confluência entre os saberes tradicionais e o conhecimento científico, aumenta a possibilidade de ampliação desse uso inclusive no sistema público de saúde. Na visão que orienta o Grupo de Estudos e Pesquisas em Saúde, “agora, a partir da ciência que acreditamos como sendo algo mais próximo da biologia, há uma importante rede de interações no processo de

Estudantes envolvidos durante as pesquisas

utilização do conhecimento tradicional empírico com o conhecimento científico e que seus atores devem ser igualmente reconhecido pelos seus processos”.

O que a fisioterapia tem a ver com o tratamento de feridas?

A fisioterapia é uma ciência que estuda a motricidade humana. Apesar do termo ser muito direcionado para o movimento físico, biomecânico, existem outras formas de movimento que também são representativas para essa área da saúde. Dentro da utilização de fitoterápicos, os fisioterapeutas também podem prescrever alguns desses produtos, inclusive quando eles podem afetar a mobilidade do corpo, seja por feridas ou sequelas das feridas, como grandes cicatrizes em regiões de movimento, a exemplo de articulações e tronco. O fisioterapeuta Tiago Silveira explica que existe regramento do Conselho de Fisioterapia, para regulamentar esses procedimentos. Os pesquisadores consideram que ainda é muito precoce afirmar que o tratamento com esses elementos fitoterápicos será incorporado pelo sistema de saúde, mas, é possível acreditar que o avanço das pesquisas resulte neste fim.

(*) UEPA <<

Tecnologias presentes no PCT Guamá auxiliam o combate ao desmatamento na Amazônia

No complexo, Inpe e Solved monitoram o território e geram dados estratégicos para a tomada de decisão

OParque de Ciência e Tecnologia (PCT) Guamá abriga iniciativas inovadoras voltadas ao monitoramento ambiental e à preservação da floresta amazônica, como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e a startup Solved, ambos fundamentais no combate ao desmatamento e à degradação ambiental na região. No complexo, a colaboração entre os setores público e privado converge para um objetivo comum: a preservação da Amazônia. Nesse contexto, geram dados que orientam decisões estratégicas. Em 2024, medidas do Governo do Estado resultaram no embargo de mais de 37 mil hectares utilizados para atividades ilegais, como desma-

Fundamentais no combate ao desmatamento e à degradação ambiental na região

tamento e garimpo. Segundo o Inpe, tais medidas contribuíram para uma redução de 28,4% na degradação, consolidando uma

tendência de queda nos últimos três anos. Essas ações integram o Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA), que alia fiscalização rigorosa a incentivos para alternativas econômicas sustentáveis, promovendo uma economia de baixa emissão de carbono.

Os esforços das operações levaram ao fechamento de quatro garimpos clandestinos, à destruição de 82 acampamentos ilegais, à apreensão de 9,5 mil metros cúbicos de produtos florestais e ao confisco de 272 equipamentos utilizados em crimes ambientais. Coordenadas pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) e pela Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), com o apoio de diversas forças de segurança, essas ações concentram-se em áreas críticas, como São Félix do Xingu, Uruará e Novo Progresso, intensificando a fiscalização e o combate aos crimes ambientais.

conhecer nossas unidades:

Marco Av. Duque de Caxias.

Umarizal Rua Domingos Marreiros.

Texto *Sérgio Moraes Fotos Pedro Guerreiro - Agência Pará, Sérgio Moraes - Fundação Guamá

Inpe e o sistema Deter

Desde 2010, o Inpe opera no PCT Guamá por meio da Coordenação Espacial da Amazônia, gerenciando o Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter). Essa ferramenta avançada permite identificar desmatamentos, degradações e explorações florestais quase em tempo real, fornecendo dados essenciais para os órgãos fiscalizadores e contribuindo para a prevenção e o combate ao desmatamento ilegal. O monitoramento diário é realizado por especialistas em geologia, computação e outras áreas, que analisam ocorrências de desmatamento, mineração ilegal, queimadas e outros impactos sobre a vegetação nativa. Com essa agilidade, órgãos como Semas, Ibama e ICMBio podem intervir antes que a floresta seja severamente comprometida. Para viabilizar esse processo, o Deter utiliza softwares avançados, como o TerraAmazon, desenvolvido pelo próprio Inpe, que possibilita a análise colaborativa de imagens georreferenciadas. Os dados gerados são disponibilizados no portal TerraBrasilis, garantindo acesso a informações precisas sobre a vegetação nativa. Além de apoiar os órgãos fiscalizadores, essas informações são fundamentais para a formulação de políticas públicas voltadas à conservação ambiental.

Tecnologia para Sustentabilidade

A Solved, empresa de base tecnológica residente no PCT Guamá, desenvolve soluções inovadoras para o monitoramento ambiental. Utilizando inteligência artificial e análise geoespacial, a empresa cria plataformas que facilitam a identificação de áreas em risco de degradação e aprimoram a gestão de recursos naturais. Essas tecnologias tornam a fiscalização mais eficiente e contribuem para a

formulação de estratégias eficazes no combate ao desmatamento. Entre os pesquisadores que impulsionam essas inovações está o oceanógrafo Cesar Diniz, CEO da startup e especialista no uso de imagens de satélite para estudos ambientais. Com um pós-doutorado em Harvard, consolidou-se como referência em

sensoriamento remoto. Seu trabalho começou com a detecção de manguezais ao longo da costa do Pará e evoluiu para a identificação de áreas de mineração ilegal na Amazônia.

Como integrante do projeto MapBiomas, Diniz utiliza inteligência artificial para mapear mudanças ambientais em larga escala, ampliando a compreensão sobre as dinâmicas da vegetação ao longo dos anos. Atualmente, seu pós-doutorado concentra-se na modelagem da disseminação da malária em áreas de garimpo e desmatamento, uma pesquisa essencial para o planejamento da saúde pública na região. Ele enfatiza a importância da atuação de cientistas amazônicos na solução de problemas locais, promovendo inovação e sustentabilidade.

“A boa aplicação de uma solução deve sempre levar em consideração as características locais. Os profissionais da Amazônia são essenciais para pensar soluções amazônidas. Nosso trabalho é inteligência espacial, criação de mapas, cartografia e algoritmos para soluções espaço-relacionadas, sempre levando em conta as características do contexto amazônico, seja a cultura, os povos ou o clima”, explica Diniz.

Essa ferramenta avançada permite identificar desmatamentos, degradações e explorações florestais quase em tempo real, fornecendo dados essenciais...
Cesar Diniz, CEO da startup e especialista no uso de imagens de satélite para estudos ambientais...
Uso de imagens de satélite para estudos ambientais e gerar dados para proteger a Amazônia

Desde 1985, o sensoriamento remoto tem sido uma ferramenta importante para monitorar a expansão dos garimpos na Amazônia. A mineração ilegal deixou marcas profundas no ecossistema, criando milhares de crateras que, com o tempo, tornaram-se reservatórios de água e potenciais fontes de impacto ambiental. A relação entre desmatamento, garimpo e doenças tropicais é um fator crítico para a formulação de estratégias de conservação e desenvolvimento sustentável. “O desafio não é apenas gerar dados, mas transformá-los em informação de qualidade, facilmente compreensível para gestores públicos e utilizável na formulação de políticas públicas que melhoram a qualidade de vida das pessoas”, destaca Diniz.

Referência em inovação na Amazônia

O PCT Guamá é uma iniciativa do Governo do Pará, por meio da Sectet, que conta com a parceria da UFPA, Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) e gestão da Fundação Guamá. É o primeiro parque tecnológico a entrar em operação na região Norte do Brasil e visa estimular a pesquisa aplicada e o empreendedorismo inovador e sustentável para melhorar a qualidade de vida da população. Localizado às margens do rio Guamá, que dá nome ao complexo, o PCT Guamá está situado entre os campi das

duas universidades e conta com um ecossistema rico em biodiversidade, estendendo-se por 72 hectares, destinados a edificações e à Área de Proteção Ambiental (APA) da Região Metropolitana de Belém. O complexo conta com mais de 30 empresas residentes (instaladas fisicamente no parque), mais de 40 associados (vinculados ao parque, mas não fisicamente instalados), 12 laboratórios de pesquisa e desenvolvimento de processos e produtos, com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), Financiadora de Estudos e

Projetos (Finep) e a Escola de Ensino Técnico do Estado do Pará (Eetepa) Dr. Celso Malcher, além de atuar como referência para o Centro de Inovação Aces Tapajós (Ciat), em Santarém, oeste do Estado. O PCT Guamá integra a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) e International Association of Science Parks and Areas of Innovation (Iasp), e faz parte do maior ecossistema de inovação do mundo.

Cardápio Variados

Peixes, Churrascos, Frangos e etc

Sucos e Refrigerantes variado

PCT Guamá: empreendedorismo, ciência e tecnologia na Amazônia sob agestão da Fundação Guamá
(*) PCTGuamá <<

Simples mudança na dieta pode nos ajudar a viver até os 100 anos

Serão executados serviços de revestimento em placas de concreto, pavimentação asfáltica, drenagem, esgotamento sanitário, paisagismo, urbanização e passarelas

Omédico e cientista da Universidade de Harvard, Dr. William Li, disse recentemente em um podcast para discutir como as bactérias que vivem no sistema digestivo podem contribuir para os “super envelhecimentos” — pessoas que vivem até os 100 anos ou mais.

Ele também revelou os tipos de alimentos que cultivam essas bactérias no corpo — o que pode aumentar a longevidade de qualquer pessoa que os consuma.

Em uma entrevista recentemente, o Dr. Li destacou uma pesquisa na Itália que analisou bactérias intestinais em voluntários, a mais velha das quais atingiu 114.

Essas bactérias fazem parte do microbioma intestinal, um ecossistema de microrganismos que vivem no sistema digestivo e são vitais para uma série de processos corporais — desde ajudar na digestão até combater infecções e estabilizar a saúde mental.

O Dr. Li disse que os pesquisadores descobriram que quatro tipos de bactérias eram particularmente abundantes nos intestinos de centenários.

“Essas bactérias — Odoribacter, Oscillobacter, Christensenella e Akkermansia —

Identificação microbiana em microbiologia

O médico e cientista da Universidade de Harvard, Dr. William Li, recentemente expôs como as bactérias que vivem no sistema digestivo podem contribuir para os “superenvelhecimentos”, pessoas que vivem mais de 100 anos, com uma vida longa
Uma reunião de 70 centenários na Itália quebrou um recorde mundial do Guinness. Foto cortesia da Fondazione Opera Immacolata
Fotos Dr. William Li, Fondazione Opera Immacolata, Internet, Universidade de Harvard, Unsplash

estão tão altas nessas pessoas que deve haver algo acontecendo”, disse ele.

Embora não haja comprovação de que as bactérias aumentam a expectativa de vida das pessoas, o Dr. Li disse que há diversas maneiras pelas quais elas ajudam a melhorar a saúde em geral.

“Não sabemos tudo o que elas fazem, mas sabemos que algumas delas, como a Odoribacter, melhoram o sistema imunológico contra a E. coli e outras bactérias que podem matá-lo à medida que envelhecemos”, disse ele.

Ele até disse que há algumas sugestões de que o Odoribacter poderia até proteger contra o câncer, embora tenha alertado que isso ainda está sendo pesquisado.

Pesquisas realizadas no Japão também descobriram que a Odoribacteraceae, a família de bactérias à qual a Odoribacter pertence, ajuda a aumentar a longevidade .

O Dr. Li continuou, descrevendo o Oscillobacter como “a estatina da mãe natureza”, pois ajuda a reduzir o colesterol ruim enquanto melhora o colesterol bom, protegendo a saúde do coração.

Ele acrescentou que a Oscillobacter ajuda a tornar seu corpo mais “sensível à insulina”, o que pode ter implicações importantes para a longevidade quando combinada com uma dieta saudável. Ter boa sensibilidade à insulina significa que seu corpo responde

A composição da microbiota intestinal pode ser modificada por vários fatores ao longo da vida. Os principais modificadores incluem estilo de vida, idade, período perinatal e alguns componentes maternos, bem como o ambiente sociocultural e fatores psicológicos do indivíduo

O microbioma é o ecossistema de microrganismos como bactérias que vivem naturalmente no sistema digestivo e estão envolvidos em uma série de processos corporais — desde ajudar na digestão até combater infecções e estabilizar a saúde mental

melhor ao hormônio insulina e pode acessar o açúcar no sangue com mais facilidade.

Já a resistência à insulina significa o oposto e é um fator de risco para problemas de saúde como diabetes tipo 2.

O Dr. Li disse que a Akkermansia estava associada a uma série de benefícios para a saúde, “Reduzindo a inflamação, melhorando a saúde metabólica e ajudando a combater o câncer”, disse ele.

“Na verdade, ele provavelmente desempenha um papel na saúde do cérebro e na proteção da cognição também”.

Embora o Dr. Li não tenha listado os benefícios da Christensenella diretamente, pesquisas sugerem que ela ajuda a manter um metabolismo saudável, ajudando a prevenir distúrbios como diabetes e obesidade, além de doenças intestinais potencialmente inflamatórias.Mas o especialista detalhou os alimentos que você pode querer incorporar mais em sua dieta para “cultivar” esses tipos de bactérias.

Para Akkermansia, ele disse que romãs, cranberries secas, uvas concord, inteiras ou em suco, pimentas, framboesas pretas e vinagre preto chinês eram boas opções.

“Essas são maneiras viáveis de realmente cultivar essa bactéria”, disse ele.

Modificadores da microbiota intestinal

Para as outras três bactérias, o Dr. Li recomendou que as pessoas armazenassem carboidratos cozidos, como arroz, batatas e macarrão, durante a noite na geladeira para transformá-los no amido resistente que os microrganismos precisam para prosperar. Ele explicou que esse processo de resfriamento causa uma reação no alimento que o torna mais lento para ser digerido, favorecendo o crescimento de bactérias positivas no sistema digestivo. “Essa mudança de temperatura altera a química do amido no dia seguinte”, disse ele. “Quando você o tem, mesmo se você o aquecer novamente, é o amido resistente que faz crescer alguns desses quatro jogadores saudáveis”.

De muitas maneiras, suas bactérias intestinais são tão vastas e misteriosas quanto a Via Láctea. Cerca de 100 trilhões de bactérias, boas e ruins, vivem dentro do seu sistema digestivo. Coletivamente, elas são conhecidas como microbiota intestinal.

O Dr. Li acrescentou que essas bactérias que aumentam a longevidade provavelmente só terão um efeito significativo a longo prazo quando a pessoa for mais jovem, o que significa que uma pessoa que tentar cultivá-las na faixa dos 70 anos provavelmente não verá um grande aumento em sua expectativa de vida. Cientistas suspeitam que um microbioma saudável ajuda a nos manter saudáveis por meio de dois mecanismos.

A primeira é que certas bactérias produzem substâncias químicas que interagem com os sistemas do nosso corpo, como nossa resposta imunológica, cérebro, hormônios e assim por diante, de forma positiva, melhorando seu desempenho. Em segundo lugar, a presença dessas bactérias boas impede que microrganismos nocivos que podem prejudicar nossa saúde criem raízes ao competir com eles por espaço e recursos.

De acordo com os dados mais recentes, há cerca de 15.000 centenários vivendo na Inglaterra e no País de Gales.

A grande maioria dos centenários, cerca de quatro em cada cinco, são mulheres. Embora o número de centenários tenha aumentado ao longo do tempo, eles ainda são uma fração da população geral, representando apenas cerca de 0,02%.Os cientistas ainda estão explorando que combinação de fatores como genética, estilo de vida e aspectos como a composição do microbioma contribuem para a expectativa de vida total.

Arroz, batatas e macarrão, durante a noite na geladeira para transformá-los no amido resistente
Romãs
Cranberries secas
Uvas
Microbiota intestinal

Polifenóis: os produtos químicos naturais que podem lhe dar uma cintura fina, um coração saudável e pressão arterial baixa

O composto encontrado nas plantas pode retardar o processo de envelhecimento e ajudar a combater o Alzheimer?

Aqui está uma nova palavra da moda na cidade quando se trata de saúde: polifenóis.

Enquanto os cientistas vêm investigando os compostos vegetais há anos, o termo agora capturou a imaginação do público – e por um bom motivo.

Um crescente conjunto de evidências mostra que uma dieta rica nesses produtos químicos naturais inteligentes oferece inúmeros benefícios à saúde, melhorando desde a saúde cardíaca e metabólica até a redução do risco de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.

Há também pesquisas que sugerem que comer mais polifenóis pode retardar os sinais de envelhecimento da pele e reduzir o tamanho da cintura.

Polifenóis são um grupo de fitonutrientes (embora os termos sejam frequentemente e erroneamente usados de forma intercambiável), substâncias químicas naturais presentes nas plantas que ajudam a protegê-las na natureza de ameaças como insetos e luz UV e, como se vê, também ajudam a nos proteger quando os comemos.

Eles são encontrados em altas concentrações em frutas e vegetais com cores profundas ou vivas, como beterraba, amoras, azeitonas pretas, tomates muito vermelhos e folhas verdes escuras. Além de proteger a planta, os fitonutrientes – incluindo polifenóis – também fornecem a ela um pigmento forte. O mesmo vale para sabores fortes: quanto mais indutor de tosse um azeite de

Texto *Giulia Crouch Fotos CCO Domínio Público, MirageC/Getty Images, spaxiax/Getty Images, The Gurdian, Unsplash
Chá de hibisco, que contém uma alta concentração de polifenóis
Fontes alimentares ricas em Polifenóis

Fitonutrientes: Pinte seu prato com as cores do arco-íris

oliva extravirgem, maior a concentração provável de polifenóis. Chá, café e chocolate amargo são excelentes fontes. Existem milhares de tipos de fitonutrientes – não descobrimos todos eles – como o resveratrol no vinho tinto, o ácido elágico nas nozes e as catequinas no chá. E ingredientes únicos têm múltiplos fitonutrientes – tomates contêm polifenóis (flavonoides e flavanonas), bem como carotenoides (licopeno, fitoeno e betacaroteno).

Testes mostraram que todos eles fazem coisas diferentes para a nossa saúde. “Os flavonóis do cacau estão ligados à redução do risco de derrame e ataque cardíaco”, explica a Dra. Federica Amati, nutricionista chefe do aplicativo de ciências da saúde Zoe e pesquisadora da School of Public Health , Imperial College London. “As catequinas do chá verde podem afetar positivamente seu metabolismo, circunferência da cintura e índice de massa corporal. E eu realmente adoro a pesquisa em torno dos polifenóis do hibisco [reduzindo] a pressão arterial.”

O ácido elágico, encontrado nas nozes, está entre os milhares de tipos diferentes de fitonutrientes, que incluem polifenóis

Os polifenóis, ela diz, são incríveis, revelando a complexidade das plantas que comemos. “As plantas não nos oferecem apenas fibras e vitaminas – há um mundo enorme de compostos que têm um impacto benéfico em nossa saúde”.

Daniele Del Rio, professor de nutrição humana na Universidade de Parma, Itália, diz: “Vários estudos observacionais mostraram que uma maior ingestão de polifenóis dietéticos está associada a um risco reduzido de inúmeras doenças crônicas.”

Por exemplo, um estudo descobriu que aqueles que relataram comer dietas ricas em polifenóis tinham um risco 46% menor de desenvolver doenças cardíacas do que aqueles que comiam menos.

Há evidências de que o consumo de polifenóis pode aumentar o fluxo sanguíneo

para o cérebro, bem como reduzir a inflamação no corpo, razão pela qual se acredita que eles tenham o potencial de combater doenças neurodegenerativas.

Entretanto, nossa compreensão exata de como esses compostos funcionam ainda não está completa.

“Os mecanismos pelos quais eles operam em nossos corpos permanecem sob investigação, e muitos pesquisadores estão abordando essa questão de uma perspectiva incorreta, negligenciando como esses compostos são significativamente alterados por nossos corpos”, diz Del Rio. “Ainda há muito trabalho a ser feito.”

Os polifenóis podem ser bons para nós por causa da maneira como eles interagem com, e são transformados por, nossos micróbios intestinais, que efetivamente os usam como alimento. Junto com colegas em Parma e na Universidade de Glasgow, Del Rio mostrou que nossos micróbios intestinais transformam polifenóis em “metabólitos menores e mais absorvíveis” que ajudam a sustentar o corpo. “Esta pesquisa abriu caminho para estudos mais rigorosos dedicados a entender o que eles realmente fazem para nos proteger”, ele diz.

Na verdade, é provável que um novo apetite público por tudo relacionado à saúde intestinal tenha impulsionado os polifenóis de volta aos holofotes. “Houve um grande boom de interesse nos anos 90, particularmente em vinho tinto e no ‘paradoxo francês’, o que levou a muitas pesquisas sobre o polifenol resveratrol”, diz Amati.

Agora, com uma conscientização mais ampla sobre os micróbios em nossos intestinos e um foco maior no papel que os alimentos desempenham em nossa saúde de modo geral, os polifenóis voltaram a ser tema de conversa.

Frutas, vegetais, legumes, grãos integrais, nozes, sementes, ervas e especiarias, possuem ampla gama de fitonutriente

Recentemente, os polifenóis ganharam muito mais atenção, devido à sua capacidade antioxidante (eliminação de radicais livres e quelação de metais) e suas possíveis implicações benéficas na saúde humana, como no tratamento e prevenção de câncer, doenças cardiovasculares e outras patologias. O cacau é rico em polifenóis, particularmente em catequinas (flavan-3-ols) e procianidinas. Os teores de polifenóis de produtos de cacau, como chocolate amargo, chocolate ao leite e cacau em pó, foram publicados apenas recentemente. No entanto, os dados variam consideravelmente devido à quantidade de licor de cacau usado na receita dos produtos de cacau, mas também devido ao procedimento analítico empregado. Por exemplo, os resultados obtidos por um método colorimétrico foram 5 a 7 vezes maiores para o mesmo tipo de produto do que os resultados obtidos por cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC). Em 1994, o consumo per capita de chocolate e confeitos de chocolate na União Europeia variou de 1,3 kg/ano em Portugal a 8,8 kg/ano na Alemanha. Em geral, os consumidores nos países do Norte consomem em média mais do que as pessoas no Sul. Assim, o chocolate pode ser visto como uma fonte relevante de antioxidantes fenólicos para algumas populações europeias. No entanto, isso por si só não implica que o chocolate possa ser benéfico para a saúde humana. Algumas evidências epidemiológicas sugerem um efeito benéfico para a saúde humana ao seguir uma dieta rica em polifenóis, ou seja, rica em frutas e vegetais e, em menor grau, uma ingestão de chá e vinho com uma composição de polifenóis semelhante à do cacau. Em muitos experimentos, alvos celulares foram identificados e mecanismos moleculares de prevenção de doenças foram propostos, em particular para a prevenção de câncer e doenças cardiovasculares, bem como para aliviar a resposta a reações inflamatórias.

Especialistas dizem que a melhor abordagem é comer uma variedade de plantas para obter uma ampla gama de fitonutrientes. Isso significa frutas, vegetais, leguminosas, grãos integrais, nozes, sementes, ervas e especiarias.“Ervas e especiarias são algumas das fontes mais concentradas, com cravo contendo 16.000mg de polifenóis por 100g e canela com 9.700mg por 100g”, diz a especialista em microbioma, Emily Leeming. “Não precisa ser caro. Mirtilos selvagens –

650mg/100g – recebem muita propaganda de polifenóis, mas a verdade é que eles contêm sete vezes menos do que o feijão preto mais acessível – 4.800mg/100g.”

Del Rio ficou fascinado pelas “moléculas incríveis” desde que começou a estudá-las para seu PhD há 23 anos. “Daquele ponto em diante, nunca parei de pesquisá-las para tentar entender sua química e seus efeitos na saúde dos humanos. Acho que há muito exagero no momento, e alguns pesquisadores adoram usá-lo para conduzir ciência

fácil, o que não é ciência real. “No entanto, se forem estudados com rigor, acredito que os polifenóis nos ensinarão novas maneiras de cuidar de nós mesmos e da nossa saúde por meio de uma dieta balanceada. Eles não são os compostos milagrosos que resolvem o problema das doenças crônicas, mas certamente podem contribuir para a prevenção de doenças crônicas”.

Polifenóis em destaque no mundo...
(*) Escritora de culinária. Em: O Observado/The Gurdian <<

Converse com sua família e seja um doador. doeorgaos

Um dia, a sua família pode ser doadora de órgãos ou precisar de um doador. E conversar sobre o tema é a melhor maneira de quebrar barreiras, vencer preconceitos e conhecer o desejo de cada um.

A família Bona aceitou conversar com os profissionais de saúde sobre a Doação de Órgãos.

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.