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Revista

Pará+ BELÉM-PARÁ-BRASIL

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ISSN 16776968

EDIÇÃO 110

EDITORA CÍRIOS

R$ 6,00

AGENDA MÍNIMA DO GOVERNO ANIVERSÁRIO DO VER-O-PESO SEMANA DOS POVOS INDÍGENAS CAPA.indd 1

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OÊDEFENSORÊPòBLICOÊFEDERALʃÊAÊGARANTIAÊ DEÊDEFESAÊDOSÊSEUSÊDIREITOS.

OÊDefensorÊPœblicoÊFederalÊpromoveÊoÊacessoʈÊjustiçaÊaoÊcidad‹oÊ queÊn‹oÊtemÊcondiç›esÊdeÊpagarÊumÊadvogado,ÊcomÊassistênciaÊ jur’dicaÊintegralÊeÊgratuita.ÊComÊisso,ÊlutaÊpelaÊdefesaÊdaÊdignidadeÊ humanaÊ eÊ contribuiÊ comÊ aÊ reduç‹oÊ dasÊ desigualdadesÊ sociais.

AÊJUSTI‚AÊ AOÊALCANCEÊ DEÊTODOS.

Sa i b a on d e e nco ntrar a Defe nso ria Pública da União m a i s p róx im a de vo cê no site www.anadef.org.br

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PUBLICAÇÃO

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Governo apresenta Agenda Mínima de Obras e Serviços

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Ver-o-Peso ganha festa especial nos 384 anos de fundação

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Tribunal de Contas do Estado promove IV Encontro Conversando com o Controle Interno

Arborização da capital deve crescer 20% ao ano

Seurb prossegue com execução de projetos de iluminação pública

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O Centro Educacional Agroambiental de Abaetetuba

Editora Círios SS Ltda CNPJ: 03.890.275/0001-36 Inscrição (Estadual): 15.220.848-8 Rua Timbiras, 1572A - Batista Campos Fone: (91) 3083-0973 Fax: (91) 3223-0799 ISSN: 1677-6968 CEP: 66033-800 Belém-Pará-Brasil www.paramais.com.br revista@paramais.com.br

ÍNDICE DIRETOR e PRODUTOR: Rodrigo Hühn; EDITOR: Ronaldo Gilberto Hühn; COMERCIAL: Alberto Rocha, Augusto Ribeiro, Rodrigo Silva, Rodrigo Hühn; DISTRIBUIÇÃO: Dirigida, Bancas de Revista; REDAÇÃO: Ronaldo G. Hühn; COLABORADORES*: Ana Paula Azevedo, Caio Calfat, Camillo M. Vianna, Carlos Correia Santos, Dado Moura, Ivan Postigo, Keila Ferreira, Mauro Banderali, Rusele Mendes, Sergio Pandolfo, Thiago Melo, Valmor Bolan, Vanessa Brasil, Walter Chile Chile; FOTOGRAFIAS: Acervo William Overal, Alessandra Serrão e Cristino Martins / Ag. Pará, Carlos Gustiame, Rodrigo Lima, Oswaldo Forte/Comus, Marcelo Martins e Werick Santos; DESKTOP: Mequias Pinheiro; EDITORAÇÃO GRÁFICA: Editora Círios

* Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.

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CAPA

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Revista

EDIÇÃO 110 - ABRIL/ 2011

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BELÉM-PARÁ

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ORGULHO DE SER PARAENSE

O Veríssimo valor da escrita paraense

O novo turista

MÍNIMA AGENDA NO DO GOVER O RI ANIVERSÁ -PESO DO VER-O DOS SEMANA DÍGENAS POVOS IN Tomada aérea do Ver-o-Peso Foto: Fernando Araújo

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Dia do Índio reuniu mais de 20 tribos em grande celebração

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Relações sadias, laços duradouros

Blog da Amazônia

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Simão Jatene reiterou a importância do Pacto pelo Pará e disse que são necessários sacrifícios hoje, para um Estado melhor amanhã

Governo apresenta Agenda Mínima de Obras e Serviços Agenda Mínima de Governo para o período 2011 a 2014, define as ações prioritárias em todas as áreas de prestação de serviços e prevê investimentos de R$ 4,5 bilhões. Um pacto para um Pará melhor >>

Foto: Cristino Martins/Ag. Pará

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governador Simão Jatene apresentou durante o evento em comemoração aos 100 dias de governo, no Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, um conjunto de obras e ações que o governo do Pará estabeleceu como Agenda Mínima de realizações para os próximos quatro anos. Na ocasião, o governador também assinou um Termo de Cooperação Técnica entre o Estado do Pará e o Movimento Brasil Competitivo (MBC), que será parceiro do governo na tarefa de de modernizar e fortalecer a capacidade de gestão do Estado. A Agenda Mínima contempla investimentos em saúde, Segurança, educação, esporte e lazer, produção e meio ambiente, cultura, transporte, saneamento e habitação, e trabalho e assistência. Os investimentos nesses projetos somarão, segundo

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o governador, R$ 4,5 bilhões em quatro anos. Isso representa, no cálculo de Jatene, cerca de 10% da arrecadação presumida do Pará para os próximos anos. “O Governo que não se dispuser a usar pelo menos 10% do que tem nos cofres em investimentos não terá feito absolutamente nada”, afirmou o governador. “A agenda mínima nasceu nas mãos, nas vozes e nos corações das pessoas que conheci durante as andanças pelo Estado. Ainda não tem tudo que eu gostaria que tivesse, mas não tem nada na agenda que eu não tenha visto durante a campanha. Tentei colocar tudo o que me foi dito, tudo o que foi solicitado e cobrado”, enfatizou Simão Jatene. Na área da saúde, por exemplo, assim como havia dito na campanha, o governador incluiu na Agenda Mínima a construção de dois Hospitais Regionais, a implantação de 10 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), além da reestruturação e requalificação de 20 hospitais municipais.

Eficiência Para cumprir a Agenda Mínima, o governador conta com a eficiência da gestão do Estado, especialmente com o aprimoramento dos mecanismos de arrecadação e fiscalização. Somente com a nova forma de gerir a “máquina” a partir de 1º de janeiro, nos 100 dias de administração a arrecadação já deu um salto de cerca de 8%, quase o dobro do crescimento médio dos O governador Simão Jatene e o vicegovernador Helenilson Pontes (ao centro), e demais autoridades durante lançamento da Agenda Mínima

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gar. “Pois no primeiro trimestre de 2011, baixamos os gastos com Custeio para R$ 382 milhões”, informou. “É preciso fazer sacrifícios hoje, se quisermos pensar num Estado melhor amanhã”, reiterou.

Pacto Durante seu pronunciamento, o governador voltou a convidar toda a sociedade a participar de um Pacto pelo Pará, a única via possível de desenvolvimento para o Estado. “Independentemente das diferenças, é preciso que cada um faça a sua parte”, conclamou Jatene, dirigindo-se à mesa, onde figuravam representantes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, bem como representantes do setor produtivo e dos trabalhadores, entre outros. “Eu não tenho medo das diferenças. O que me incomoda são as desigualdades”, reiterou o governador. Dentre as obras preconizadas na Agenda Mínima, estão a construção de dois hos-

quatro anos anteriores. “Se multiplicarmos o nosso orçamento anual por quatro, teremos algo em torno de R$ 48 bilhões. Os R$ 4,5 bi que estão previstos para investimentos representam apenas 10%”, calculou o governador. “É possível realizar isso. Não será fácil, mas é possível”, reiterou.

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Para exemplificar como a gestão faz diferença, Jatene lembrou que, no primeiro trimestre de 2010, no governo passado, só na rubrica Custeio, consumiu R$ 419 milhões dos cofres públicos. “Nos quatro trimestres de 2010, foram gastos em Custeio R$ 802 milhões”, informou, para a plateia que lotou o auditório do Han-

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No auditório lotado, o público conferiu o conteúdo da Agenda Mínima, que norteará as ações do governo nos próximos anos

O público confere o conteudo da Agenda Mínima

pitais regionais, a conclusão e equipamento do Hospital Oncológico Infantil e a implantação do Centro de Hemodiálise; a implantação de 10 Unidades Pró-Paz em Belém e no interior e a contratação e formação de 4 mil novos policiais; a implantação de unidades da Universidade Tecnológica do Pará (Unitec) e do curso de Medicina em Marabá; a construção da Praça do Esporte e Lazer no entorno do estádio Mangueirão; a efetivação do Programa Municípios Verdes em 100 municípios; a construção de centros de convenções em Marabá e Santarém; a construção do Jardim das Palmas no entorno do Terwww.paramais.com.br

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minal Hidroviário e do novo Parque Ambiental do Utinga; a ampliação da rede de abastecimento de água em 46 municípios e o atendimento a 18 mil famílias com lotes urbanizados no Estado.

Parceria A apresentação da Agenda Mínima foi feita pelo secretário de Estado de Governo, Sérgio Leão. Ele ressaltou que a agenda deste mandato será bem diferente da agenda do primeiro governo de Jatene (2003 a 2006). “Naquele momento, encontramos o Estado em uma situação bem mais equilibrada. Agora, o desafio é muito maior. Porém, estamos dispostos a ter um resultado tão positivo quanto tivemos no primeiro mandato”, ressaltou.

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Caio Marini, professor e consultor em Gestão Pública, cumprimenta o governador Simão Jatene

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“Percebemos que o governador possui três condições necessárias para um bom governo, que são: conhecimento técnico, visão e monitoramento dos fatos”, enfatizou.

Cem dias

O secretário disse ainda que é por conta desse desafio que o governo buscou o apoio do Movimento Brasil Competitivo (MBC). “Fizemos essa parceria com o MBC para que, juntos, possamos encontrar medidas para colocarmos em prática

todos os itens prioritários da agenda”, informou. O presidente do MBC, Erik Camarano, afirmou que o Governo do Pará tem todos os itens necessários para conseguir cumprir tudo o que foi planejado na Agenda.

Durante o evento, o secretário de Estado de Comunicação, Ney Messias Jr., fez uma apresentação dos 100 dias de Governo Jatene. O público assistiu a uma linha do tempo com as principais ações do primeiro trimestre. “Durante esses 100 dias tivemos as seguintes certezas: temos um governo plural, com transparência e velocidade; um governo que já tomou decisões delicadas, como o decreto de cortes; decisões corajosas, como o lançamento

Ney Messias Jr, secretário de Comunicação., apresentou numa linha do tempo as principais realizações dos 100 dias da atual gestão

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Erik Sardeli Camarano, presidente da MBC, assina Termo de Cooperação Técnica entre o Estado do Pará e o Movimento Brasil Competitivo (MBC)

do Plano de Nefrologia; decisões sábias, como o lançamento do programa Estadual Municípios Verdes, e decisões responsáveis, como a nomeação de 40% dos concursados”, resumiu o secretário. O evento também contou com a participação do professor e consultor em Gestão Pública, Caio Marini, que fez uma breve apresentação sobre “Governança por Resultados”. O conferencista afirmou que a construção de uma agenda estratégica é extremamente necessária para o bom desenvolvimento do Estado. “Construir uma agenda legítima, articular, monitorar e avaliar as ações de cada unidade do governo como mecanismo de prestação de contas à sociedade é um desafio que todos os governantes devem ter em mente. O governador Simão Jatene está indo no caminho certo”, afirmou. Compuseram a mesa, no auditório do Hangar - Centro de Convenções,

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Movimento Brasil Competitivo – MBC O Movimento Brasil Competitivo (MBC) assinou o Protocolo de Intenções para a implementação da segunda fase do Programa Modernizando a Gestão Pública (PMGP) no Pará, para fortalecer a capacidade da gestão pública. O MBC deve trabalhar frentes como a do Planejamento Estratégico e de Gerenciamento de Despesas, promovendo a transparência dos gastos e o bom uso dos recursos públicos..

além do governador, o vice-governador Helenilson Pontes; a presidente do Tribunal de Justiça do Estado, desembargadora Raimunda Noronha; o presidente da Assembleia Legislativa, Manoel Pioneiro; o procurador geral do Ministério Público, Antônio Almeida; o conselheiro José Carlos Araújo, do Tribunal de Contas dos Municípios; o presidente do Movimento Brasil Competitivo, Erik Camarano; o presidente da Federação das Indústrias do Pará, José Conrado; o presidente da Federação da Pecuária e Agricultura, Carlos Xavier; o prefeito de Alenquer, João Piloto; o vereador de Belém, Nehemias Valentim, e o coordenador do Conselho Comunitário do Jurunas, João Cruz.

Sérgio Leão, secretario de Estado, apresentou os investimentos previstos na Agenda Mínima, esperando um resultado tão positivo quanto o do primeiro mandato

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Tribunal de Contas do Estado (TCE-PA) promove IV Encontro Conversando com o Controle Interno >>

om o tema “Prestação de Contas de Convênios”, e dirigido aos agentes públicos de controle (APC’s), o Tribunal de Contas do Estado do Pará (TCE), com apoio da Auditoria Geral do Estado (AGE) realizou, no último dia 30 de março, o IV Encontro Conversando com o Controle Interno. Garantir a correta aplicação dos recursos federais, estaduais e municipais no âmbito da gestão pública estratégica também foi um dos objetivos desta quarta edição do encontro. A iniciativa pioneira aconteceu no auditório Albano Franco da Federação das Indústrias do Pará (FIEPA). Esta edição contou com as palestras “O Sistema Tribunal de Contas como ferramenta essencial da Democracia”, proferida pelo conselheiro corregedor Ivan Barbosa da Cunha, e “Prestação de Contas de Convênios: Decreto nº. 2637/2010 e Ato nº. 24/1994 (Regimento Interno do Tribunal de Contas do Estado do Pará)”. Esta segunda manifestação foi ministrada pela auditora do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-PA), Márcia Tereza Assis da Costa e por Edson Santana Tenório, auditor da AGE. Em seguida, houve uma Plenária onde foram discutidos os temas do encontro. Participaram desta etapa como debatedores Antônio Roberto de Siqueira Gomes, controlador da 6ª Controladoria de Controle Externo do TCE, Edson Santana Tenório (AGE) e Marcia Tereza Assis da Costa (TCM).

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Fotos: Rodrigo Lima

Mesa oficial do evento

Interação e esclarecimentos O presidente do Tribunal de Contas do Estado, conselheiro Cipriano Sabino de Oliveira Júnior declarou aberto o evento, na mesa oficial também composta pelo presidente do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-PA), conselheiro José Carlos Araújo, pelo conselheiro corregedor do TCE, Ivan Barbosa da Cunha, pelo procurador do Ministério Público de Contas do Estado (MPCE), Antônio Maria Cavalcante e pelo auditor Geral do Estado Roberto Paulo Amoras. Os conselheiros Luís Cunha (vicepresidente), Nelson Chaves e Lourdes Lima tam-

Cons. Luis Cunha(Vice-presidente do TCE-PA), Cons. Lourdes Lima, Cons. Ivan Cunha, Cons. Daniel Lavareda, Cons. Rosa Hage, Cons. Cipriano Sabino, Cons. Nelson Chaves e Cons. José Carlos Araújo

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bém prestigiaram esta quarta edição. Para Cipriano Sabino, entre outros aspectos relevantes, “um dos grandes objetivos do encontro que acontece desde o ano passado, foi efetivar o diálogo entre as instituições do Estado e a sociedade, possibilitando mais clareza sobre a destinação dos recursos públicos”. Empossado em fevereiro, Cipriano Sabino confirmou sua convicção de que a sociedade civil organizada, os movimentos sociais e os próprios órgãos públicos necessitam de orientações para evitar problemas futuros na hora das suas respectivas prestações de contas. O conselheiro explicou que, a medida que os eventos promovidos pelo TCE forem evoluindo, o diálogo será direcionado para cada grupo social. Em municípios no interior do Estado, por exemplo, onde as associações forem mais atuantes e precisarem de recursos para desenvolver suas atividades, o TCE buscará promover, em parceria com as prefeituras e tribunais de contas dos municípios, diálogos específicos ensinando como garantir o recurso e a melhor maneira de prestar contas, destacou o presidente. Nas suas quatro edições, o Conversando com o Controle Interno foi coordenado pelo conselheiro corregedor do TCE, Ivan Barbosa da Cunha. Segundo ele, o maior objetivo dos órgãos envolvidos e www.paramais.com.br

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Cons. José Carlos Araújo (Presidente do TCM-PA), Cons. Cipriano Sabino (Presidente do TCE-PA), Roberto Paulo Amoras (Auditor Geral do Estado), Cons. Ivan Cunha (Corregedor geral do TCE-PA ), Antonio Maria Cavalcante (Procurador do MPCE)

para os quais o evento é direcionado, é fortalecer e aprimorar o exercício do Controle Interno das instituições para facilitar assim as atividades do Controle Externo da Corte de Contas e das instituições parceiras.

Democracia e Plenária O conselheiro Ivan Cunha defendeu a tese de que “não se entende a democracia sem entender a importância e a função dos órgãos fiscalizadores” e considerou que, o Tribunal de Contas do Estado tem o objetivo de manter a perfeita aplicação financeiro orçamentária dos recursos públicos. Ele foi enfático ao afirmar que não existe sociedade sem Controle Externo forte e, “se por um lado controlam-se maus gestores, por outro, se beneficia a sociedade” disse o corregedor do TCE. Tal qual aconteceu nas edições anteriores, a organização do encontro reservou uma parte do “Conversando” para a realização de uma plenária, durante a qual os participantes tiveram a oportunidade de diminuir suas dúvidas, debater e trocar experiências e garantir o máximo de informações sobre o funcionamento das questões envolvidas na temática e no dia-a-dia dos agentes de Controle Interno dos órgãos fiscalizadores. “O erro muitas vezes ocorre porque os técnicos que atuam nesta área precisam dominar assuntos que dizem respeito a demandas jurídicas, administrativas e contábeis. E a primeira dificuldade que temos é a instituição muitas vezes não ter ciência da importância deste profissional”, destacou a servidora pública Helenize Guedes, da Secretaria de Estado de Educação (SEDUC). Ela atua no controle de documentação do órgão há seis aos e confessa ser difícil o trabalho quando

Estado de um modo geral. O tribunal tem obrigação não só da fazer atividades, vamos dizer corretivas, mas também preventivas. No caso dos Tribunais de Contas, a atividades preventivas sendo prestigiadas nos proporcionam reduzir ao mínimo a possibilidade do erro”, afirmou o conselheiro Nelson Chaves. O sucesso da iniciativa proporcionou o fortalecimento do diálogo com a sociedade a ponto do encontro ser levado ainda este ano para o interior do Estado. O presidente Cipriano Sabino garantiu que em agosto o evento será em Bragança, Nordeste do Estado, onde reunirá municípios próximos e o maior número de interessados pelo debate.

faltam informações fundamentais. “Tudo que gera despesas na secretaria passa pelas nossas mãos: diárias, passagens, licitações. Logo, temos uma grande responsabilidade diante dos recursos utilizados para estes fins”, explicou Helenize. Um dos palestrantes, Edson Tenório (AGE), disse que: “pode até parecer ousado, mas se for é uma ousadia necessária. A população precisa das informações e a transparência é necessária não pela legalidade quanto pela moralidade. A população precisa saber de que forma e onde estão sendo aplicado os recursos que ela mesmo paga através de seus impostos ao governo”. Para a auditora do TCM Márcia Costa, o evento “é muito importante, porque ele representa o debate entre o Controle Interno e o Controle Externo sobre questões de extrema relevância para administração pública. Uma mostra disso foi a quantidade de per- Cons. Lourdes Lima, Cons. Luis Cunha, Cons. Cipriano Sabino, Cons. Ivan Cunha e Cons. Nelson Chaves guntas e interação entre o público e a mesa mediadora”, concluiu Márcia. Em seguida serão contemplados os municípios de Santarém e Marabá. Tal qual o “Fórum TCEPA e jurisdicionados”, o “Encontro TCE-ALEPA” Interiorização e o “Diálogo com o 3º Setor”, o Encontro Técnico O Encontro Técnico Conversando com o Controle In- Conversando com o Controle Interno faz parte do terno, instituído por meio da Resolução 17.775/09, calendário anual de eventos do Tribunal de Confoi idealizado pelo conselheiro Nelson Chaves, co- tas do Estado. Dando continuidade as suas ações ordenador de Assistência Social do TCE. interativas, no dia 13 de abril o TCE realizou 1º “Eu acho que a atuação do tribunal é vastíssima e Encontro Técnico-Administrativo, uma reunião eneste “Conversando” está de acordo com aquilo que tre os conselheiros do TCE e o corpo técnico dos a Constituição nos impõe a fazer, de maneira que departamentos da instituição. todos os assuntos que dizem respeito ao emprego Ainda quanto a sua interiorização, o conselheiro dos recursos públicos são absolutamente pertinen- Cipriano Sabino disse que “no segundo semestre tes para serem debatidos. Esta é uma pauta quase estamos nos organizando para ir no município infinita, porque ela trata da educação, do transpor- de Bragança e interagir com todos os municípios te, da saúde, da segurança todos as atividades do daquela região; associações de bairros, de pescadores, toda aquela comunidade, no sentido de Auditório Albano Franco (FIEPA) articular, orientar e conversar. Abrir as portas do totalmente lotado no evento tribunal e fazer com que as pessoas conheçam e utilizem o Tribunal de Contas como ferramenta e da cidadania. Os recursos públicos oriundos dos contribuintes têm de ser aplicados corretamente. O cidadão tem que saber que existe um órgão que fiscaliza a aplicação desse recurso publico. Vamos ao interior do estado conversar com as pessoas”, encerrou Sabino.

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CNBB

A Criação geme em dores de parto

Este artigo é uma tomada de posição em favor da preservação ambiental, sem que, com isso, se veja a natureza como o bezerro de ouro a ser adorado. O ser humano continua a ser o cérebro da natureza, que precisa usar o coração e amá-la, às vezes com uma vara na mão >>

por Valmor Bolan*

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Campanha da Fraternidade de 2011 retoma a questão ambiental com o lema “A Criação geme em dores de parto”, focando, mais uma vez, a atenção para com o cuidado com a terra, nosso habitat natural, e que sofre agressões contínuas, cujas conseqüências são visíveis em desarranjos climáticos e cataclismos (terremotos, maremotos, enchentes, etc.), sinalizando evidentes sinais de resposta de uma natureza agredida, e que já não suporta tantos desequilíbrios. O relato bíblico afirma que o homem deve “dominar” a terra, mas no sentido de “cuidado”, zelo, isto é, deve conhecer a natureza e trabalhar para que ela ofereça as maravilhas do que é capaz, respeitando suas leis próprias, sua dinâmica e seus limites. Este é o desafio de quem tem a incumbência (a responsabiliza) de zelar pela natureza, para que ela não se volte contra nós, e possa então dar o que tem de melhor. É preciso evitar, no entanto, um excesso ideológico na abordagem ambiental, para não incorrer na tentação de colocar o homem como único vilão da história, e idolatrar a natureza, como faziam os pagãos e os politeístas, na Antiguidade. O ser humano tem a tarefa de “administrar” os bens naturais, mas não tornar a natureza intocável e selvagem. Há um viés ideológico de um ambientalismo radical (na linha defendida por Al Gore), que demoniza a ação do homem, justificada em falsos mitos, dentre eles, o do propalado aquecimento global. Cabe refletir com seriedade tudo o que está ao nosso alcance, pois não há como também demonizar a tecnologia nem aderir facilmente a qualquer possibilidade. As alternativas energéticas, utilizadas com precisão e de modo adequado, dentro de suas especificidades, podem contribuir para um melhor aproveitamento e utiliza16 Pará+

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Ana Maria Rossi, presidente da Isma-BR

Jaqueline Weigel, diretora-geral da Weigel Coaching

ção da energia existente, sem idealismo, mas com um realismo que mantenha o que está comprovado ser imprescindível para o desenvolvimento social e humano. “Dominar” as forças da natureza, não é destruí-la, daí serem válidas as iniciativas que visam preservar a beleza e as poten-

cialidades da natureza. A tradição bíblica, na realidade, solicita a ação do homem, como ordenador, na busca de um equilíbrio que se faz necessário, e não que seja ele submetido às mesmas forças, como um refém e não como um seu gestor responsável. www.paramais.com.br

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Que esta Campanha da Fraternidade seja nova oportunidade para que possamos descobrir novas atitudes em relação ao meio ambiente, para que encontremos soluções criativas e realistas para evitar que continuemos com tantas agressões, e busquemos trabalhar respeitando a natureza, para que ela continue a oferecer tantas dádivas, das quais necessitamos. O lema “A Criação geme em dores de parto”, explicita as dores de uma natureza agredida, mas também traz a esperança do parto de um novo tempo, em que podemos minimizar tal violência, para que haja um maior equilíbrio no uso das forças naturais. Nesse sentido, esta Campanha pode servir para que sociedade civil e o poder público, bem como os religiosos, se unam cada vez mais por um desenvolvimento sustentável, na promoção da vida e do ser humano, de modo integral. (*) Doutor em Sociologia. Conselheiro da OUI- (Organização Universitária Interamericana no Brasil). Membro da Comissão Ministerial do Prouni (CONAP). Consultor da Presidência da Anhanguera Educacional.

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Ver-o-Peso ganha festa especial nos 384 anos de fundação >>

por Rusele Mendes Fotos: Oswaldo Forte/Comus e Cristino Martins/Ag. Pará

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Ver-o-Peso, maior feira livre da América Latina completou 384 anos e ganhou uma festa especial. Feirantes, clientes, turistas, personalidades e autoridades, como o prefeito municipal, Duciomar Costa; e o governador do Estado, Simão Jatene, participaram das comemorações. A festa para comemorar o aniversário do maior cartão postal da capital paraense começou bem cedo. A alvorada foi com fogos de artifício e em seguida, houve um culto ecumênico. O Sesc promoveu o Mutirão Popular, com ações de cidadania, de saúde e de recreação. Feirantes, parentes de feirantes e clientes do Ver-o-Peso, aproveitaram o dia especial para cortar o cabelo e fazer limpeza de pele. Esse serviço foi feito no Solar da Beira por professores do Sesc e mais 30 alunos. vários freqüentadores assíduos do Ver-o-Peso, cortaram os cabelos e também fizeram mudanças no visual.

Simão Jatene, acompanhado do senador Flexa Ribeiro e do cantor Pinduca, recebeu o Título honorífico de Amigo do Ver-o-Peso 2011, concedido pelo Sindicato do Comércio Varejista de Feirantes de Belém e da Associação dos Feirantes de Hortifrutigranjeiros do Ver-o-Peso

O prefeito Duciomar Costa recebido em festa...

Na barraca do Projeto Ama Belém

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Autoridades e o bolo comemorativo dos 384 anos do Mercado do Ver-o-Peso

Cerca de quinhentas pessoas passaram pelo escovódromo do Sesc. Adultos e crianças foram orientados como escovar os dentes corretamente e receberam aplicação de flúor. Crianças – a maioria filhos de feirantes - participaram de várias atividades recreativas, como jogos de tabuleiro, inclusive disputaram partidas de xadrez.. As crianças que foram à festa do Ver-o-Peso também desenvolveram atividades de recreação na barraca do Projeto Ama Belém e no ônibus-biblioteca da Biblioteca Municipal Avertano Rocha. Elas participaram de oficinas de poesia, contação de histórias e do baú da leitura, entre outras atividades. A Sesma, em duas barracas, promoveu ações de sáude, as pessoas receberam orientações sobre vários tipos de doenças como diabetes, dengue, tuberculose, hanseníase, hipertensão, tabagismo, câncer de mama, saúde da pessoa idosa, saúde específica do homem e as mulheres eram orientados sobre gestação e a importância

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do pré-natal, além da maneira correta de usar a camisinha. A Codem - Companhia de Desenvolvimento e Administração da Área Metropolitana de Belém, aproveitou o aniversário do Ver-o-Peso para divulgar o Programa Chão Legal, um projeto municipal de regularização fundiária que tem várias vantagens como “legalizar a posse para garantir que as pessoas tenham segurança jurídica, comprovar o direito à moradia e facilitar financiamentos para a construção ou reforma de casas”. Além disso, o Fundo Ver-o-Sol orientou sobre os cursos de capacitação, informática básica e microcrédito que são ofertados pela Prefeitura. Enquanto que, a Semma distribuiu 384 mudas de diveras espécies de plantas, exatamente, o número de anos do aniversariante. A festa foi promovida pela Associação dos Feirantes do Ver-o-Peso, Serviço Social do Comércio (Sesc), Cerpa, TIM e Armazéns Paraíba.

O governador Simão Jatene, participou das comemorações

Atividades de recreação…

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Arborização da capital deve crescer 20% ao ano >>

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umentar cerca de 20% ao ano a área verde da capital paraense, popularmente conhecida como “Cidade das Mangueiras”. Essa é uma das metas proposta pelo Projeto de Lei do Plano Municipal de Arborização Urbana de Belém (PMAB). Elaborado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), em parceria com 11 instituições, o documento foi entregue ao prefeito Duciomar Costa, recentemente, na Praça Milton Trindade, Horto Municipal da cidade. A minuta do plano, que demorou oito meses para ficar pronto, enfoca diversas ações para a arborização da cidade, como o manejo e produção de mudas, quais as espécies que vão compor a cidade, estudos sobre a infraestrutura de onde e qual o tipo ideal de mudas a serem plantadas em Belém. De acordo com o prefeito Duciomar, o projeto de Lei cria um planejamento urbano da cidade onde a arborização é um componente importante. “Uma cidade com áreas verdes é sinônimo de qualidade Padrinhos do Verde e Duciomar

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por Ana Paula Azevedo e Thiago Melo Fotos: Oswaldo Forte

de vida para toda a população. E pretendemos avançar dessa forma, fazendo cada dia mais uma cidade melhor para se viver”, disse. Nos últimos cinco anos, a Prefeitura de Belém tem investido na plantação de várias espécies típicas da região nas vias de Belém. Segundo Duciomar Costa, todas as obras municipais têm recebido mudas Uma cidade com áreas verdes é sinônimo de qualidade de vida para toda a população, disse o prefeito Duciomar

dessas árvores. Um exemplo desta ação é a nova Avenida Marques de Herval, que ganhou o título de Via Parque. Ainda de acordo com o prefeito, o Plano de Arborização vai ajudar a arborizar os conjuntos habitacionais e as áreas periféricas da capital. A secretária municipal de Meio Ambiente, Camilla Miranda, destacou que o PMAB vai servir para fazer o ordenamento das áreas verdes da cidade. “Antes tudo era plantado de qualquer maneira, sem um estudo adequado. Agora com o plano de arborização será mostrado o que, onde e como plantar, ordenando assim, o paisawww.paramais.com.br

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gismo da cidade”, destaca. Entre as instituições que fizeram parte da elaboração do projeto estão a Semma; Secretaria Municipal de Coordenação Geral de Planejamento e Gestão (Segep); Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb); Secretaria de Estado de Agricultura do Pará; Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Pará (CREA); Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária; Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA); Museu Paraense Emilio Goeldi; Federação da Agricultura e Pecuária do Pará; Centrais Elétricas do Pará S/A e Associação Comercial do Pará.

Lantana Amarela

Duciomar apresenta o PMAB

Copo de Leite

O evento contou também com a assinatura do convênio de cooperação do Projeto “Padrinhos do Verde”, entre a Semma e a Associação dos Lojistas da Avenida Braz de Aguiar e Transversais – Albat, que ficará responsável por cuidar das floreiras da Av. Braz de Aguiar. O projeto foi criado com o objetivo de garantir a conservação das áreas verdes da capital paraense, entre a Prefeitura Municipal de Belém (PMB) e empresas privadas, públicas e entidades em geral. A partir da assinatura do convênio, cabe à Semma criar o paisagismo e desenvolvimento das floreiras da avenida e, depois disso, quem fica responsável pela recuperação, revitalização e preservação da área é o adotante, nesse caso, a Albat, que assume também o compromisso de incentivar a sociedade a cuidar do meio ambiente e zelar pelo patrimônio público. Ao todo são 12 floreiras, divididas em três pontos da avenida: Travessas Doutor Moraes, Rui Barbosa e Benjamin Constant. As floreiras vão receber as espécies www.paramais.com.br

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Heliconia Choconiana

Lantana Amarela, Heliconia Chiconiana e Copo de Leite, respectivamente. O Projeto “Padrinhos do Verde” foi instituído pela Prefeitura de Belém em 2007 e visa a melhoria e conservação das áreas verdes da cidade, podendo ser praças, canteiros, ou outros locais. Para o diretor de marketing da Albat, Gibran Tuma, a responsabilidade de cuida das floreiras não deve ser só da prefeitura. “As floreiras existem há bastante tempo, porém, a população não cuidava. Agora nós cuidar. Afinal, a responsabilidade não é só da prefeitura e sim, de todo o público, pois queremos ver a avenida bonita, para receber nossos clientes”, afirmou Gibran.

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Seurb prossegue com execução de projetos de iluminação pública

>> Foto: Elivaldo Pamplona, João Gomes

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Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb) vai dar prosseguimento na execução dos projetos de eficientização da iluminação pública de Belém. Para este ano estão previstas a troca de padrão de 11,5 mil pontos de iluminação com equipamentos defasados e 22 Pará+

Seurb prossegue com execução de projetos de iluminação pública.indd 2

3,6 mil implantações de novos pontos, é o que garante o diretor da Divisão de Iluminação Pública (DIP) da Seurb, Guilherme Sanches. Os projetos de eficientização desenvolvidos pela Seurb consistem na instalação de novos pontos de iluminação em locais onde o serviço ainda não existe ou que ainda precisam de reforço de outros equipamentos para melhorar a sua luminosidade, é o caso de bairros com índices de criminalidade altos e áreas de invasões ocupadas recentemente. Ainda segundo o diretor, a Seurb pretende para este ano aumentar o número de projetos de revitalização dos pontos de ilu-

minação existentes, tanto de vias públicas e praças da capital, como dos distritos de Mosqueiro, Outeiro e Icoaraci. “Em Belém a maioria dos equipamentos de iluminação possui mais de 25 anos e a troca por outros de qualidade superior é imprescindível para o avanço da nossa iluminação”, destaca Guilherme. Desde 2005 a Prefeitura de Belém vem executando a substituição dos pontos de iluminação defasados, compostos por luminárias abertas e lâmpadas a vapor de mercúrio que ficavam expostas às variações do tempo e à poeira. Com a substituição, os equipamentos ganharam qualidade na reflexão da luz e vida útil maior. As novas luminárias têm o corpo composto por alumínio injetado, que www.paramais.com.br

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Museu Emilio Goeldi

garantem a leveza e espessura menor do equipamento, o que não as tornam menos resistentes. A parte interna da luminária, responsável pela reflexão da luz, chamada de refletor, é feita de alumínio estampado anodizado e selado, que assegura que o brilho do alumínio seja constante ao longo do tempo, e com isso o percentual de luz refletida é mais alto. Além disso, as luminárias são fechadas com travas e borrachas de silicone, garantindo um índice de proteção elevado. O vidro da parte refratora é de alta resistência a choques e pedras. As lâmpadas atualmente utilizadas são em formato tubular, que promove iluminação uniforme dentro do equipamento e, consequentemente, a reflexão uniforme, por ser mais fina, sobrando assim espaço maior para reflexão no refrator. 28 de Setembro As lâmpadas usadas hoje pela Prefeitura, na iluminação da vias públicas, são a vapor de sódio e metálico nas praças, por reproduzir melhor as cores das árvores e de seus equipamentos. Estas lâmpadas estão sendo utilizadas no lugar das compostas a vapor de mercúrio, altamente nocivas ao meio ambiente por serem tóxicas. Além da qualidade, as lâmpaTravessa Barão do Triunfo

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das possuem vida útil maior. As lâmpadas de vapor de sódio funcionam por aproximadamente 30 mil horas, o equivalente a seis e sete anos. A de vapor metálico tem durabilidade de 18 mil horas, o equivalente a cerca de três anos. “O padrão dos equipamentos utilizado pela prefeitura de Belém é equiparado aos utilizados nos grandes centros urbanos”, garante o diretor da DIP. No ano passado, a Seurb implantou cerca de seis mil pontos de iluminação pública, entre a instalação de novos pontos e revitalização. Uma média de 500 pontos por mês, contemplando quase todos os bairros da cidade, principalmente aqueles que mais necessitavam de iluminação. Além disso, aproximadamente quatro mil equipamentos mensalmente receberam manutenção, como a substituição de lâmpadas ou relés queimados. Como exemplos de melhorias na iluminação pública podem ser citados as revitalizações das avenidas Visconde de Souza Franco (Doca), Nazaré e Braz de Aguiar; dos conjuntos Gleba II, Carmelândia, Tocantins e Cohab e Paracuri II, em Icoaraci. “Sem dúvida nenhuma a população já pode notar a diferença na iluminação da cidade, inclusive podemos dizer que em se tratando de padrão de qualidade, já estamos à frente de capitais economicamente mais desenvolvidas que Belém”, destacou Sanches.

Avenida Doca de Souza Franco

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O Centro Educacional Agroambiental de Abaetetuba

>> por Keila Ferreira Fotos: Alessandra Serrão/ AG. PARÁ ecentemente, em Abaetetuba vou me reportar ao Estado do Pará, com aconteceu a inauguração do sete milhões e meio de habitantes, pouCentro Educacional Agroam- cos são os paraenses que dedicam a sua biental de Abaetetuba, com vida à causa da região. Mas nós temos capacidade para produzir até 185 mil hoje, aqui nessa mesa, uma pessoa que mudas de fruteiras tropicais e essên- não pode nenhum paraense, e não poderá cias florestais que serão distribuídas aos a história desse Estado, omitir a dedicada, pequenos produtores rurais no período do persistente, inteligente e obsessiva luta inverno, para formação de pomares frutíf- em favor da Amazônia, que é o nosso professor Camillo Vianna. Ele é uma deseros domésticos e sistemas agrícolas. No espaço, serão disponibilizadas mudas sas pessoas especiais que eu lembrava ao de açaí de terra firme e várzea, banana, cu- falar da história da humanidade, um revopuaçu, cacau, acerola, bacaba, abiu, ingá, lucionário”, declarou. biriba, jenipapo, castanha do Pará, tapere- Ele ainda elogiou a iniciativa do titular bá, maracujá, mamão, mogno, cedro, vis- da Secretaria Municipal de Agricultura gueiro, paricá, palmeirinha, pau roxo, ipê, (Semagri) por ter possibilitado a implantação de um projeto como o que foi inaujatobá, macacaúba e andiroba. O Centro Educacional Agroambiental gurado. “Nós conseguimos encontrar aqui de Abaetetuba foi criado através de um em abaeté um secretário municipal de agconvênio entre a Prefeitura Municipal de ricultura que resolve dedicar parte do seu Abaetetuba, a Secretaria Municipal de trabalho à preservação. Por que pensar Agricultura e a Sociedade de Preserva- em essências florestais? Por que pensar ção dos Recursos Naturais e Culturais da em reflorestamento? Por que pensar nas Amazônia (Sopren), presidida pelo médi- frutas da Amazônia? O resultado não vai ser visto em um ano ou seis meses, como co e ambientalista Camillo Vianna. Na cerimônia de inauguração, o chefe da em muitas produções tradicionais, onde Casa Civil, Zenaldo Coutinho, destacou e é ligeiro. Produzir as nossas riquezas deenalteceu o ambientalista Camillo Vian- manda tempo. Mas é exatamente aí que na: “A história da humanidade é sempre existe, eu diria, a riqueza deste momento. marcada por pessoas comuns, que são as Aqui, dentro da Amazônia, no município pessoas que tratam de múltiplos assuntos de Abaetetuba, nós estamos fazendo um na vida, como muitos de nós, e por pes- momento expressivo para a história do soas revolucionárias, que dedicam as suas Pará e do Brasil. Nós precisamos multividas a uma causa. A nossa Amazônia é plicar o bom exemplo da produção com respeitada e cobiçada pelo mundo inteiro. respeito à natureza”, declarou. Mas, aqui dentro do nosso território, e eu O chefe da Casa Civil defendeu também

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Camilo Vianna agradeceu a homenagem…

a importância de agregar valor ao que está sendo produzido. “Nós temos que ter indústrias. A gente tem que ter esse trabalho de beneficiamento aqui, na área da produção”, frisou. Zenaldo destacou ainda o momento difícil que o Estado tem enfrentado. Mas observou que o governador Simão Jatene está empenhado em solucionar os problemas para poder aumentar os investimentos. “Além de quebrados, nós estamos com dívidas a curtíssimo prazo vencendo. Só no primeiro mês, em janeiro, já tinha um resultado negativo, entre o que o Estado arrecadou e o que ia gastar, de R$ 78 milhões. O governador mandou fazer uma economia de guerra e conseguimos terminar o mês com débito de R$ 50 milhões. Não é simples a situação. Mas, graças a Deus, o governador Simão Jatene é um economista. É um homem que conhece muito a máquina administrativa do Estado, e montou uma equipe que está caçando dinheiro para entrar e não deixar sair. Fazendo economia naquilo que é possível, sem prejudicar saúde, educação e segurança. E, se Deus quiser, já no verão, vamos ter o início forte de parcerias com o município de Abaetetuba”, declarou.

Dedicação Sérgio Maués, titular da Secretaria Municipal de Agricultura de Abaetetuba, conta que o Centro Educacional Agroambiental Camilo Vianna e a prefeita Francineti Carvalho

Camilo Vianna (de azul), Zenaldo Coutinho, Francineti Maria Rodrigues Carvalho, prefeita de Abaetetuba, José Megale, Sérgio Maués e diversas autoridades, na inauguração do Centro Educacional Agroambiental

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O chefe da Casa Civil, Zenaldo Coutinho, destacou o esforço que o governo do Estado está fazendo para fazer o Estado voltar a crescer novamente

exigiu um ano e meio de trabalho para ser inaugurado. “É importante ressaltar que além da Prefeitura, contamos ainda com o apoio da Sagri (Secretaria de Estado de Agricultura), com a produção de mudas”, disse. O Centro conta com dois viveiros denominados Camillo Viana e Francisco Maués Carvalho - com capacidade para produzir até 185 mil mudas. Segundo Sérgio, elas serão distribuídas aos agricultores e ribeirinhos da Região que se mostrarem interessados. Para Camilo Viana, a inauguração do Centro é o exemplo de que é possível fazer alguma coisa em favor da região. “A defesa da Amazônia não depende de muita gente. Depende de cada um de nós. O Brasil pertencer a nós e temos que lutar O Bosque Gabriella Vianna, para promover o conhecimento técnico e a consciência ecológica

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O Centro conta com um viveiro para produzir até 185 mil mudas de fruteiras tropicais e essências florestais que serão distribuídas aos pequenos produtores rurais no período invernoso, para formação de pomares frutíferos domésticos e sistemas agrícolas O Centro Educacional Agroambiental

por ele”, enfatizou. O deputado estadual José Megale também esteve presente na inauguração. “Quantos viveiros foram implantados nos últimos anos nessa região? Inúmeros. Mas quantos ainda existem? Só uns dois ou três. O Estado tem que apoiar, mas é preciso que tenha dedicação do município para garantir esse viveiro. Temos que incentivar o processo educacional, senão o Centro não se completa. Como o Camilo falou, cada um tem que fazer a sua parte”, disse. A prefeita de Abaetetuba, Francineti Maria Rodrigues Carvalho, acredita que a entrega de um Centro Educacional Agroambiental representa a demonstração de que a Prefeitura acredita que é possível construir um Pará ou um país melhor. “Nós

acreditamos no trabalho do governador Simão Jatene. Estamos construindo um novo Pará, que entende o desenvolvimento voltado para as pessoas. Que nesse espaço sejam plantadas muitas sementes, mas também sementes de vidas, de consciência ecológica também”, concluiu.

Frente ao Viveiro Camillo Martins Vianna

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Inquietude >>

por Mauro Banderali

chuva mansa que cai na manhã de sábado enquanto redijo este artigo me leva a reflexões inquietantes quanto aos rumos hídricos futuros. Certamente estamos todos estarrecidos com tantas catástrofes naturais que têm assolado o Brasil como as que ocorreram no Estado do Rio de Janeiro, as enchentes no Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Maranhão etc., contrastando com a seca no sul do Rio Grande do Sul. Sem esquecer a tragédia que abateu o povo japonês com terremotos e tsunamis seguidos de incêndios. A água, cujo simbolismo remete à vida, nestes casos significou destruição e morte. Mas há ainda outras situações em que a água silenciosamente também significa

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problemas, inclusive para a saúde humana, e pode até matar. É o caso das águas contaminadas por esgoto, por efluentes industriais, por produtos químicos na mineração e por agrotóxicos, entre outros. Diferentemente das catástrofes naturais, estas situações podem ser prevenidas e gerenciadas pelo homem. Políticas públicas, fiscalização e prevenção no agir podem impedir que represas, como Billings e Guarapiranga, na cidade de São Paulo (SP), sejam tomadas por algas e cianobactérias, por exemplo, comprometendo a qualidade da água para o abastecimento. A iniciativa de empresários pode impedir a contaminação de cursos d’água e do subsolo por efluentes industriais. Na agricultura, alternativas no manejo e uso racional de agrotóxicos no cultivo bem como a manutenção das zonas ripárias dos rios podem minimizar a contamina-

Além de desastres naturais, há outras situações em que a água silenciosamente pode prejudicar e até matar

Sem esquecer a tragédia que abateu o povo japonês com terremotos e tsunamis seguidos de incêndios

ção das águas superficiais e subterrâneas – e do solo. A prevenção, o monitoramento e a remediação das contaminações dos recursos hídricos são responsabilidades da iniciativa privada e do poder público, podendo ser feitas com a aplicação de tecnologias. Equipamentos para limpeza dos contaminantes oriundos de postos de combustíveis, comprovadamente maior problema de contaminação das cidades, contribuem para um meio ambiente subterrâneo menos poluído, incluindo as águas. Outras tecnologias podem monitorar a proliferação de algas, a vazão dos rios e também de reservatórios, prevenindo acontecimentos prejudiciais à saúde das águas e, consequentemente, da população. Universidades e iniciativa privada pesquisam, desenvolvem e disponibilizam tais tecnologias. Mas falta ainda conhecimento e divulgação sobre as dezenas de possibilidades de prevenção, monitoramento e remediação para as águas superficiais e subterrâneas. Finalmente, diante do cenário já estabelecido resta a nós – cidadãos, empresas e governos – trabalharmos para melhorar a qualidade da água já contaminada e prevenir para que não se contaminem principalmente os aquíferos, grandes reservas para o futuro. O que ainda é necessário acontecer para mudar os rumos hídricos futuros? (*) Especialista em tecnologias ambientais da Ag Solve, empresa sediada em Indaiatuba (SP)

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Contaminação de cursos d’água e do subsolo

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Energia Elétrica: saiba usar para evitar acidentes

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uso seguro e racional da energia elétrica deve ser um hábito de todo brasileiro. Sabendo usar bem este recurso, além de gastar pouco dinheiro, evita graves acidentes. Quem passou a contar com o benefício da energia elétrica em sua casa, com o Programa Luz para Todos, do governo federal, precisa saber que é preciso usar a energia de maneira inteligente e correta. Medidas simples como apagar a luz ao sair de um cômodo, ou desligar a televisão quando não tiver ninguém assistindo, podem fazer muita diferença na conta de luz. Em muitas casas, a energia consumida por um aparelho de TV já responde por 10% da conta. Além disso, na hora de usar a eletricidade, é bom lembrar que toda economia de uma casa ou de um estabelecimento comercial pode resultar no melhor aproveitamento da energia em áreas importantes para a comunidade, como escolas e hospitais. Uma das consequências mais sérias no uso indevido da eletricidade é o choque elétrico, ou seja, a passagem da corrente Ao encostar em fios desencapados…

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O ideal é segurar a lâmpada pelo vidro e não exagerar na força

elétrica pelo corpo. Ao encostar em fios desencapados, por exemplo, o corpo humano serve de caminho para a corrente elétrica, que segue sempre em direção à terra. Os resultados são queimaduras, ferimentos e até mesmo a morte. Também é preciso tomar cuidado para evitar ligar eletrodomésticos em locais com água ou umidade, ou com as mãos ou os pés molhados, o que torna o choque ainda mais perigoso. Ao usar o chuveiro elétrico, não mude a chave liga-desliga ou verão-inverno com o chuveiro ainda ligado. Esta ação pode causar um choque fatal. Também é aconselhável instalar o fio terra (verde e amarelo) que sai do chuveiro no fio neutro ou no fio de proteção, se sua casa já possui esta instalação.

Antes de trocar uma lâmpada, desligue o interruptor. Ao trocá-la, evite tocar na parte metálica do bocal ou na rosca da lâmpada. O ideal é segurar a lâmpada pelo vidro e não exagerar na força ao colocá-la, para não quebrá-la. Comece a economizar chamando um eletricista de sua confiança. Peça a ele que faça uma revisão na rede elétrica de sua casa para ver se há algum risco ou perda de energia. Com o bom funcionamento da rede, os gastos com energia em sua casa serão apenas dos aparelhos elétricos utilizados, e o risco de acidentes graves como incêndios - serão evitados. Outra atitude importante é saber escolher os aparelhos elétricos. Só adquira os que realmente vão trazer benefícios para sua família e para seu trabalho. Na hora de comprar, verifique se o eletrodoméstico tem a etiqueta do Inmetro, que garante a segurança e a qualidade do aparelho, e do Procel, que indica a eficiência energética do aparelho. Alguns cuidados e atenção no manuseio de aparelhos elétricos são importantes para gerar economia e podem até salvar vidas.

Antes de trocar uma lâmpada, desligue o interruptor

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Razões e dicas para cuidar bem da água Você sabia que a água compõe 70% do nosso corpo e cobre 75% da superfície do planeta Terra

Por que então se preocupar com ela?

tribuição da água das chuvas e seu ciclo natural.

Você é um consumidor responsável? Veja algumas razões: A água é fundamental para a nossa sobrevivência. É um bem limitado! Menos de 1% das águas subterrâneas, dos rios e dos lagos pode ser utilizado pelo homem. A quantidade de água para atender as necessidades humanas está cada dia menor em função do crescimento da população e do consumo.

A água está sofrendo vários impactos: A poluição dos rios torna a água imprópria para consumo. O aquecimento global afeta o clima e o regime das chuvas. O desmatamento compromete a dis28 Pará+ Razões e dicas para cuidar bem da água.indd 2

Como você usa a água no seu dia-a-dia? Se não mudarmos nosso jeito de conviver com a água, o prejuízo será nosso. Cada um de nós pode agir individual e coletivamente em casa, no trabalho e na comunidade para garantir que todos tenham acesso à água potável.

a água de uma casa ou escola. Cada segundo que uma pessoa permanece com o dedo na descarga são 10 litros de água desperdiçados.

Na cozinha Limpe bem os pratos e panelas e jogue os restos de comida no lixo. Deixe a louça na água para facilitar a lava-

No banheiro Feche a torneira enquanto escova os dentes ou faz a barba. Uma torneira aberta pode consumir, por minuto, até 2,4 litros (numa casa) ou 16 litros (num apartamento). Tome banhos rápidos. A cada minuto no banho você gasta de 3 a 9 litros. Regule as válvulas de descarga. As convencionais usam cerca de 40% de toda www.paramais.com.br

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gem. Feche a torneira enquanto ensaboa e volte a abri –la apenas para enxaguar. Ligue a máquina de lavar louça apenas quando estiver completa.

Na lavanderia Utilize a lavadora de roupa só quando ela estiver cheia e ligue no máximo três vezes por semana. Reaproveite a água de chuva ou da máqui-

Lave o carro utilizando o balde. Prefira jardins a áreas cimentadas, favorecendo a infiltração da água no solo.

Manutenção Elimine vazamentos. Troque ou conserte torneiras pingando. Faça o teste do relógio de água. Se os ponteiros continuarem rodando sem consumo, é sinal de vazamento.

na para lavar o chão da cozinha, área de serviço e quintal.

Nas áreas externas Varra as calçadas para retirar o lixo e use balde em vez de mangueiras. Molhe as plantas com regador quando o sol estiver mais fraco.

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Você conhece o rio ou manancial da sua cidade? Replante árvores nativas nas suas margens. Cuide do verde, evitando a impermeabilização do solo. Faça coleta seletiva para evitar que o lixo vá para as ruas, rios e lagos. Participe de grupos que desenvolvem ações para cuidar da água.

Toda contribuição é importante *Lavar louça com a torneira da pia meio aberta, durante 15 minutos consome 117 litros (numa casa) e 243 litros (num apartamento). *Deixar uma torneira pingando pouco mais de uma gota por segundo consome cerca de 46 litros por dia. Em um mês, em torno de 1.380 litros. *Lavar a calçada com a mangueira durante 15 minutos, 1 vez por semana, consome em um mês, cerca de 1.116 litros e em um ano, cerca de 13.400 litros. Isto seria suficiente para uma pessoa beber água durante cerca de 18 anos. *Manter ligada uma mangueira durante a limpeza do automóvel consome até 560 litros. Com um balde, no máximo, 40 litros. *Um furo de 2mm em um dos canos da casa consome por dia, cerca de 3.200 litros. Em um mês, aproximadamente 96 mil litros. Isto seria suficiente para uma família de quatro pessoas beber durante mais de 33 anos.

É preciso cuidar das nascentes e dos rios, pois eles são as fontes que abastecem a nossa casa.

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Dia do Índio reuniu mais de 20 tribos em grande celebração >>

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Dia do Índio foi comemorado com uma grande e bela festa no município de São Felix do Xingu. As tribos Pynhêre, Yrenhô, Ireôti, Bethânia, Xixipá, Xada, Narenhnoka, Pody, Em Kaiapó, Aukre, Apexti, Kakroimorô, Kreampare, Krikretum, Kriny, Gorotire, Moxkarakó, Pykarãrãnki, Kendân, Kawatire e Xicrim reuniram-se para um ritual de danças e músicas, na quadra Triangulo, um dos palcos da “Semana dos Povos Indígenas”, em São Félix do Xingu. A noite da terça-feira (19) foi o momento alto de uma extensa programação alusiva ao Dia do Índio, com a chegada de diversas tribos ao município. “Estamos muito felizes de termos reencontrado nossos irmãos de outras aldeias e estarmos comemorando juntos essa data que é muito importante para nós”, sintetizou o cacique 30 Pará+

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por Manuela Viana Foto: Alessandra Serrão/Ag. Pará

Matire Kaiapó, da tribo Gorotire. A “Semana dos Povos Indígenas” foi composta por uma extensa programação que incluiu diversas atividades esporti-

vas, artísticas e lúdicas entre as tribos. Um posto para emissão de documentos e oficinas sócio-educativas também fez parte da programação. “Estamos extremamente satisfeitos com o resultado final do evento. Nossos principais objetivos que eram a confraternização entre as tribos, já que elas são muito afastadas umas das outras e o contato entre eles não é possível foi alcançado. Outro objetivo era a confraternização entre os índios e brancos que também foi realizada”, resumiu secretária executiva municipal de Educação e Cultura e coordenadora do evento, Viviane Martins. A coordenadora explica que estavam confirmadas a participação de 13 tribos indígenas, mas ao final do evento compareceram mais de 20 aldeias. No total, estima-se que mais de cinco mil indígenas participaram da programação. www.paramais.com.br

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Torneio de Arco e Flexa durante programação da Semana dos Povos Indígenas, no município de São Félix do Xingu

Estou muito feliz em poder fazer parte desta festa tão bela, disse Helenilson Pontes Apresentações de danças típicas das aldeias indígenas reunidas no município de São Félix do Xingu tomaram a quadra de esportes Triangulo

Cultura indígena é celebrada através da dança

As famílias presente nas festividades www.paramais.com.br

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Tradição Esta, foi a terceira edição do evento. A cada ano que passa a “Semana dos Povos Indígenas” cresce em número de participantes e em sua estrutura. A primeira edição contou com a participação de 1.200 indígenas, a segunda edição com 2.500. Este ano, foram mais cinco mil indígenas. Como compareceram mais tribos do que a coordenação esperava, outros abrigos tiveram que ser providenciados de última hora, mas todos foram alojados com segurança. “Ficamos muito felizes com a chegada de outras tribos, pois para nós isso significa que eles estão satisfeitos com a realização do evento e isso nos deixa com a sensação de que o nosso objetivo foi alcançado”, conclui a coordenadora. O número de pessoas vindas de outros municípios e estados também aumenta a cada edição. “Não temos dados concretos de quantas pessoas de outras localidades estiveram em São Félix do Xingu prestigiando o evento, mas é visível que mui-

tas pessoas de fora estão aqui”, explicou Viviane. Segundo Viviane, a expectativa para 2012 é que a próxima “Semana dos Povos Indígenas” receba ainda mais índios e brancos para celebrarem juntos o “Dia do Índio”.

Índios de diversas etnias também participaram dos cursos, como o de fotografia e de vídeo A Semana dos Povos Indígenas foi realizada pela prefeitura do São Félix do Xingu e Governo do Estado, em comemoração ao Dia do Índio

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Um tempo para o exercício da fé

Acreditar, como expressão de “esperar”, não é fé!

>> é é uma palavra pequena, mas de grande poder. Não vamos tratá-la no contexto religioso, mas em toda sua amplitude: como a manifestação da convicção que não deixa a menor possibilidade à dúvida. Nós usamos a palavra o tempo todo, como forma de incentivo e também como âncora, sem nos darmos conta. Ainda que muitas vezes duvidemos de nossa capacidade de mantê-la, uma pequena chama a recupera. A caminho de um desafio dizemos: - Eu creio ser o melhor. Vencerei! Crer, como expressão de “eu acho”, não é fé! Poderíamos dizer: Acredito que vencerei! Acreditar, como expressão de “esperar”,

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O exercício da fé

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por Ivan Postigo *

não é fé! Ou quem sabe, eu confio que vencerei! Confiar, tendo algo ou alguém como “depositário”, não é fé! E se usarmos a expressão “aposto que vencerei”, ai sim, definitivamente, não é fé, pois estamos arriscando um palpite. Fé é a firme convicção de que algo é verdade, sem que seja necessária a apresentação de provas. A fé não necessita de argumentos de sustentação. Quando analisamos situações em que a fé se apresenta e podemos observar de fato seus efeitos, vemos que esta desafia a lógica. Falar sobre a fé nos bons momentos é fácil, quando enfrentarmos adversidades é que sentiremos se suas raízes estão bem plantadas em nós. Alguns diriam que a fé depende de cultivo, sem isso ela se perde. Sendo a fé o ponto máximo, o retrocesso apenas não nos mostraria um crente descrente? Ao nos depararmos com pessoas de fé é difícil imaginá-las nesse exercício, mas somos humanos e frágeis, cheio de dúvidas, sombras e vazios a serem preenchidos. Vemos com freqüência aqueles que precisam descobrir a fé em constante e necessário questionamento para identificá-la.

Ghandi: A fé não é algo para se entender, é um estado para se transformar

Talvez os convictos tenham passado por esse estágio, alguns de forma mais lenta, outros nem tanto. Seria possível alcançar a fé e perdê-la? A vida nos dá e tira, nos alegra e entristece, nos oferece e nega sem que, muitas vezes, tenhamos forças para suplantar os obstáculos e alcançar nossos objetivos. Nesses momentos é necessário parar um pouco e olhar lá dentro, para um pequeno ponto, muitas vezes adormecido, e fazê-lo despertar. Exatamente ali é que reside a fé. Teriam as pessoas de fé o poder de manter esse ponto constantemente acordado, razão pela qual não as vemos duvidar? Ou www.paramais.com.br

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afirma: “A fé é o complemento aperfeiçoado da razão.” Rabindranath Tagore, polímata, a mais destacada figura na literatura bengali, Nobel de literatura em 1913, que nutria profunda admiração por Ghandi, ao qual chamava Mahatma, nos presenteia com uma das mais belas definições de fé: “Fé é o pássaro que sente a luz e canta quando a madrugada é ainda escura.” Por todo seu mistério, beleza e força, é importante reservarmos um tempo para o exercício da fé. Fé é o pássaro que sente a luz e canta quando a madrugada é ainda escura

quem sabe seu silêncio é a sua dúvida. Ghandi, conhecedor do homem e da força da fé, dizia: “Meu esforço nunca deve ser o de diminuir a fé do outro, mas torná-lo um melhor seguidor de sua própria fé”. E assim fez. Com sua fé e com suas próprias palavras: “de modo suave sacudiu o mundo”. O que era a fé para um pensador como Ghandi? Dizia: “A fé não é algo para se entender,

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é um estado para se transformar”. Sutil, complexo, então reflitamos! Anatole France, Nobel de Literatura em 1921, cujas publicações tinham tom céptico, disse: “Não tenho fé, mas quisera tê-la. Considero a fé o bem mais precioso deste mundo.” Talvez tivesse e não soubesse. Segui-la não era problema, a questão era vislumbrá-la e entendê-la. O filósofo espanhol Manuel Garcia Morente traz a fé à luz da reflexão quando

Por todo seu mistério, beleza e força, é importante reservarmos um tempo para o exercício da fé (*) Diretor de Gestão Empresarial da Postigo Consultoria Comunicação e Gestão

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Educadores e pais atenção à revolução digital Este artigo serve para colocar de sobreaviso os pais e professores, de modo especial >>

por Valmor Bolan *

revolução digital está propiciando uma profunda transformação cultural em nosso nosso tempo, alterando de modo ainda muito imprevisível as relações das pessoas, trazendo novidades, experiências inéditas, deslumbramentos, mas também muita preocupação sobre a consistência das relações humanas, alimentadas pelo uso intensivo da Internet. Há evidentemente aspectos muito positivos, porque a Internet otimiza possibilidades, dá agilidade à comunicação, permite uma melhor interação, mas também pode isolar mais, pode iludir, porque há uma tendência de prevalecer à superficialidade e o imediatismo, e, mais ainda, um utilitarismo bastante acentuado. O papa Bento XVI tocou nesse assunto num discurso proferido aos participantes de um encontro do Conselho Pontifícias o para as Comunicações Sociais. Ele destaca os desafios trazidos pelas redes sociais, dizendo que a internet não pode substituir o contato direito entre as pessoas, e que se trata de um fator cultural relevante a exigir especial atenção para que saibamos lidar com esta nova realidade. Trata-se, sem dúvida, de um grande desafio, pois é certo que há uma abundância de possibilidades e informações pela Internet, mas esta pujança é apenas horizontal. O que fazer com tanta informação? Tudo isso não significa necessariamente conhecimento. A superficialidade está aí. As pessoas saem de um site para o outro, escrevem frases curtas, quase não se detém

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no que escrevem ou lêem, ficando na beira das coisas, e não conseguindo ir mais a fundo. Daí a dificuldade do pensamento critico e construtivo, do discernimento que requer atenção redobrada. É preciso, portanto, saber o que fazer com toda esta informação, saber dos conceitos, das idéias, enfim, ter um PR e paro intelectual para compreender o contexto do texto, e tudo isso torna a internet ainda uma incógnita. É muito preocupante a linguagem dos que se comunicam pelos sites de relacionamento, especialmente os adolescentes. Eles abreviam palavras, inventam outras, fazem cortes assustadores. É outra linguagem. Muitos escrevem errados, já não sabem nem escrever a mão. São situações que nos levam a concordam com o papa sobre os efeitos apreensivos da internet. De qualquer forma ela está aí como desaO papa Bento XVI destaca os desafios trazidos pelas redes sociais

fio. É uma grande ferramenta tecnológica, que tem muita validade se for uma ferramenta auxiliar, mas não uma peça-chave nas relações entre as pessoas. É muito mais fácil apertar a tecla do delete, do que conviver com os problemas do dia-a-dia, etc. Daí que a revolução digital precisa ser otimizada para melhorar a humanidade, e não desumanizá-la ainda. (*) Doutor em Sociologia. Conselheiro da OUI- (Organização Universitária Interamericana no Brasil). Membro da Comissão Ministerial do Prouni (CONAP). Consultor da Presidência da Anhanguera Educacional

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A internet não pode substituir o contato direito entre as pessoas

A revolução digital precisa ser otimizada para melhorar a humanidade, e não desumanizá-la ainda mais

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Crucifixos nas escolas não violam direitos humanos Tribunal Europeu dos Dire- quentada pelos seus filhos. itos Humanos decidiu re- Inicialmente, o tribunal europeu considcentemente, que o uso de erou que o fato poderia ser interpretado crucifixos nas salas de aulas como uma agressão a alunos de outras não viola o direito à educação, ou de os religiões ou sem quaisquer crenças relipais educarem os seus filhos de acordo giosas. Mas agora 17 juízes determinaram que “um crucifico colado a uma parede é com as suas convicções. A decisão tomada pelos juízes vem dar um símbolo essencialmente passivo, cuja razão ao Governo italiano, que em Ja- influência sobre os alunos não pode ser neiro do ano passado tinha apresentado comparada a um discurso ou à particium recurso contra uma deliberação do pação em atividades religiosas”. Para os Tribunal Europeu dos Direitos Humanos magistrados, “não há nenhuma prova de de Novembro de 2009. Nessa altura o que a visão de um crucifixo nas paredes tribunal, com sede em Estrasburgo, deu da sala de aula possa ter influência sobre razão a Soile Lautsi, uma mulher italiana os alunos”. de origem finlandesa que defendeu que os O caso referiu-se a Itália mas despertou o crucifixos nas escolas violam o direito a interesse de vários países europeus onde a educar os filhos de uma forma Protestos contra proibição laica. de crucifixos na Italia A nova decisão, que não permite a apresentação de recurso, foi aprovada por 15 votos a favor e dois contra e conclui que, ao manter o uso de crucifixos em escolas públicas, a Itália não infringi a Convenção Europeia dos Direitos Humanos e está dentro dos limites das suas funções na área do ensino. O polémico processo já se arrastava desde Julho de 2006, quando Soile questão também tem sido debatida, apesar Lautsi, uma cidadã de Abano Treme, a de a sentença inicialmente proferida não cerca de 55 quilómetros de Veneza, apre- se aplicar a nenhum outro país. O recurso sentou uma queixa sobre a presença de apresentado pela Itália, que considerou crucifixos nas salas de aula da escola fre- estar “eliminado um símbolo da tradição

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Um crucifico em uma parede é um símbolo essencialmente passivo, cuja influência sobre os alunos não pode ser comparada a um discurso ou à participação em atividades religiosas

italiana”, foi apoiado por países como a Arménia, Bulgária, Chipre, Grécia, Lituânia, Malta, Roménia e a Federação Russa. O ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Franco Frattini, considerou em declarações ao “La Repubblica” que “a decisão sublinha, antes de mais, o direito de os cidadãos defenderem os seus próprios valores e a sua identidade”. Também o portavoz do Vaticano, Frederico Lombardi, disse tratar-se de “uma decisão histórica e importante”. A decisão “desiludiu” a família de Soile Lautsi, segundo o seu marido. “A liberdade religiosa e a liberdade de escolha são princípios fundamentais e neste caso não foram respeitados”, disse Massimo Albertin. Na Itália, o uso de crucifixos nas escolas não é obrigatório, mas é muito comum.

O uso de crucifixos não viola direito algum

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Investimento em adolescentes pode romper ciclos de pobreza e iniquidade no mundo nvestimentos na proteção e no desenvolvimento de 1,2 milhão de adolescentes em todo o mundo podem romper ciclos de pobreza e de falta de equidade, de acordo com relatório divulgado recentemente pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). O documento Situação Mundial da Infância 2011 – Adolescência: Uma Fase de Oportunidades aponta essa faixa etária como um período de oportunidades, invertendo a lógica que costuma reduzi-la a uma fase de riscos e de vulnerabilidade. Dados revelam que investimentos realizados nas últimas duas décadas permitiram grandes avanços para o período inicial e intermediário da infância, como a redução

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de 33% na mortalidade de menores de 5 anos e a eliminação de diferenças de gênero em matrículas de escolas primárias. Entretanto, a evolução não é a mesma entre os adolescentes. Mais de 70 milhões deles em idade escolar estão fora das salas de aula. De acordo com o Unicef, é na segunda década de vida que a iniciativas aparecem de forma mais evidente.

Um foco mais intenso na segunda década de vida é indispensável para atender aos compromissos internacionais relativos à criança e criar um mundo mais pacífi co, tolerante e equitativo

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O bem-estar e a participação ativa de adolescentes é fundamental para a eficácia de uma abordagem de ciclo da vida, que pode interromper a transmissão da pobreza, da exclusão e da discriminação de uma geração para outra

O relatório alerta que as conquistas obtidas na primeira década de vida só se tornarão sustentáveis por meio de políticas nacionais e programas específicos que

A adolescência é uma etapa de oportunidades para a criança, e um momento crucial para que possamos continuar construindo seu desenvolvimento na primeira década de vida, ajudá-la a navegar em meio a riscos e vulnerabilidades, e colocá-la no caminho da realização de seu potencial. www.paramais.com.br

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A adolescência é uma etapa de oportunidades para a criança

ofereçam aos adolescentes acesso à educação de qualidade, saúde e proteção. De acordo com o Unicef, a população adolescente em todo o mundo dobrou desde 1950, sendo que 88% deles vivem em países em desenvolvimento ou menos desenvolvidos. O número absoluto de adolescentes continuará aumentando discretamente até 2030, mas, com exceção da África, o saldo já está caindo em quase todas as regiões do mundo e será reduzido de forma constante a partir de 2050. Outra expectativa trata do crescimento do número de adolescentes vivendo em áreas urbanas – o percentual deverá subir de 50% em 2009 para 70% até 2050, sobretudo em países em desenvolvimento.

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O mundo abriga 1,2 bilhão de indivíduos entre 10 e 19 anos de idade. Esses adolescentes viveram a maior parte ou toda sua vida sob a Declaração do Milênio, o pacto global sem precedentes que, desde 2000, busca um mundo melhor para todos. Muitos desses adolescentes foram favorecidos pelos ganhos nas áreas de sobrevivência infantil, educação, acesso à água limpa, e outras áreas do desenvolvimento que representam conquistas concretas do esforço para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio ‒ as metas de desenvolvimento humano que formam o núcleo da Declaração. No entanto, chegaram agora a um momento crucial em sua vida ‒ quando o mundo como um todo enfrenta um momento crítico neste novo milênio.

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O Veríssimo valor da escrita paraense

Conheça alguns traços biográficos do escritor paraense que, ao lado de Machado de Assis, ajudou a fundar a Academia Brasileira de Letras. Pólen nacional com raízes nortistas, José Veríssimo é um mestre que ainda hoje frutifica ai a semente-palavra no branco do papel, rega-se a semeadura com a umidade do talento e a escrita germina com raiz, caule e frutos. Se no enraizar houver um enlace que jamais perca os nutrientes da terra natal, certamente há de crescer a madeira de lei do aguçado intelecto. Tronco capaz de sustentar frutos que se espalhem para além de qualquer fronteira. A árvore que consegue frutificar a História leva, tempo afora, o brio e o brilho da região de onde brotaram. Capazes de fazer perene e veríssima florada, semeiam na amplidão um toque de regional. No fértil pomar de talentos paraenses, um escrever especial fez-se galhos que se esfolharam pelo Brasil. Um educar que se educou com a seiva nortista e ensinou preciosidades. Ao lado do mestre Machado de Assis e do conterrâneo Inglês de Sousa, o paraense José Veríssimo fundou e Academia Brasileira de Letras e, dentre outros feitos, plantou-se no capítulo dos memoráveis. O Doutor José Veríssimo de Matos é chamado às pressas. As atribulações de médico de vilarejo do interior da Amazônia são muitas, porém aquela é mais do que iminente. Urge interromper seus afazeres rotineiros. Não para atender a uma emergência alheia. O nascer queria-lhe as mãos de cirurgião e de pai. Grávida de um futuro mestre, sua esposa, D. Ana Flora Dias de Matos, entrara em trabalho de parto. Era mais do que exigível que o médico estivesse ao lado da mulher, que cortasse o cordão umbilical do próprio filho. Cabia-lhe vincular aquele rebento à existência. Não a uma existência mera, mas a um viver de grandes feitos. Assim, nasce no dia 08 de abril de 1857, numa Colônia Militar perto do vilarejo de Óbidos (no Pará), ex-aldeia dos Pauxis, o menino José Clemente Veríssimo Dias de Matos. Semente de talento destinada a uma vasta seara, o paraense mais tarde tomaria para si assinatura igual a do pai e passaria a escrever capítulos próprios da literatura nacional. José Veríssimo, o filho, seria o procriador de realizações históricas no cenário cultural brasileiro. E o livro dessa história se abre num cenário dono do condão de se enraizar em qualquer sensibilidade. As proximidades de Óbidos - mesmas que se guardariam no imaginário de Inglês de Sousa - eram inspirar e expirar de poesia natural. Inspirar próprio a construir artistas. A plasticidade da paisagem, o buAcademia Brasileira de Letras colismo de verdes e rios, tudo aquilo mergulhava sem pedir autorização na alma dos ali nascidos. Mergulho para um nadar eterno. O menino José Veríssimo fez o pastoreio dessas influências. Aliás, seria delas guardião até o fim. Cresceu polinizado pela força que vive na delicadeza das proximidades da floresta. A atmosfera de cidade do interior residiria para sempre em seu interior e seria,

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José Verissimo

mais tarde, responsável pelo acento especial de sua escrita cosmopolita. Veríssimo guardou o olhar no que lhe cercava a infância, transformaria aquelas cenas em matéria prima para importantes estudos sobre o viver do homem do interior. Ainda criança, começou a se interessar pelo árduo, mas fértil dia a dia dos tapuios. Homens e mulheres que mantém-se vivos, mesmo no mais humilde da condição humana. Ele próprio diria posteriormente que era parte daquela “gente para quem a civilização fora madrasta e que, na profunda miséria do seu triste viver, parece guardar ainda as marcas indeléveis dos sofrimentos por que passaram seus avós”. A vivência com os tapuios estimularia José Veríssimo a escrever em 1886, “Cenas da Vida Amazônica”, editado em Lisboa. Num dos trechos do livro contaria: “Nos lugares alagados de beira de rio, como certas porções do Amazonas entre o Pará e o Gurupá e em todo o litoral do arquipélago do Marajó (...) erguem as casas sobre paliçadas, à maneira das cidades lacustres dos tempos pré-históricos, e tais há que lembram perfeitamente as restauradas palafitas suíças (...) A casa revela a constituição da família que a habita. No exterior, como no recinto desta, despida de qualquer conforto, sem os objetos www.paramais.com.br

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mais indispensáveis à gente civilizada, faltam os aconchegos da vida da família regularmente organizada. No seu acanhado âmbito vivem (...) homens e mulheres, moços e velhos, filhos e pais. Se chega um forasteiro e lhes pede agasalho, isto é, lugar para atar a sua rede, dão-lho ali mesmo, com uma hospitalidade fácil, sem cuidarem das mulheres ou das filhas. Em uma daquelas barracas (...) vi onze redes amarradas umas quase por cima de outras, por não saberem de melhor modo em tão pequeno espaço, nas quais dormiram, segundo informei-me, outras tantas pessoas, de sexos e famílias diferentes”. Essa capacidade de analisar criticamente a realidade em que nasceu e – e na qual estaria para sempre mergulhado – não se solidificaria à toa. Seria o resultado de uma bem assentada formação educacional que o garoto José Veríssimo receberia em Manaus e em Belém. O educar-se foi a via pela qual o paraense abriu suas trilhas pelo mundo, senha que o levaria a grandes viagens movidas pelo conhecimento. Manaus, Belém, depois o mais, o além, a quebra de fronteiras para se estabelecer como uma inteligência irrestrita. Seu destino era paradoxal como o de qualquer mestre: caminhar para longe de sua terra natal sem nunca dela se afastar.

Páginas além

Após concluídos os estudos iniciais em Manaus e Belém, o filho do conceituado médico da Vila Militar de Óbidos se prepara para a primeira grande mudança de sua vida. Ainda pré-adolescente, José Veríssimo parte para a Corte a fim de dar melhor continuidade a sua instrução. No Rio de Janeiro, matricula-se no Ginásio Nacional (atual colégio Pedro II), iniciando ali seus estudos preparatórios. Estava-se em 1869. Aos 12 anos, Veríssimo atravessa o portal que o levaria em direção a profundas mudanças. Tudo era novo. Outros cenários para alimentar a verve daquele garoto que já trazia consigo a vocação de pensador. Não mais lhe cercava a exuberância da floresta, não mais regia o passar das horas a doce lentidão típica do interior. O som era o do burburinho: pregões de vendedores, a agitação dos transeuntes por esquinas e calçadas, o intenso ir e vir de coches, cadenciados pelos campanários de manhã logo cedo. Veríssimo emaranhava-se nos pormenores de uma metrópole e suas mazelas sociais. A capital do Império fervia por conta de embates político-sociais. A Guerra do Paraguai já se arrastava por quatro anos. Eclodiam pelas ruas da Corte

Limpa

Na fundação da Academia Brasileira de Letras: DE PÉ: Rodolfo Amoedo, Artur Azevedo, Inglês de Sousa, Olavo Bilac, José Veríssimo, Sousa Bandeira, Filinto de Almeida, Guimarães Passos, Valentim Magalhães, Rodolfo Bernadelli, Rodrigo Octavio, Heitor Peixoto; SENTADOS: João Ribeiro, Machado de Assis, Lúcio de Mendonça e Silva Ramos.

manifestações de oposição ao conflito. E não só. Começavam a estrepitar os levantes contra escravidão, avivavam-se publicamente os motins abolicionistas. Dali a pouco tempo seria instituída a Lei do Ventre Livre, benefício ainda mínimo perto da urgente necessidade de se libertar de todo o trabalho negro. O paraense, mesmo ainda muito jovem, absorveria toda aquela atmosfera. Talvez sem perceber, teria o espírito insuflado por todos aqueles ideais. Dois anos depois de estabelecido no Rio, José Veríssimo passa a freqüentar a conceituada Escola Central (hoje Escola Politécnica). Na busca por uma orientação profissional, termina optando pelos caminhos da engenharia. Submete-se a rigidez do curso por acreditar que naquela direção se construía seu futuro. Entrementes, já começava a perceber que seu destino tinha a cor da escrita. Havia na palavra um sussurro que o convidava a algo que lentamente

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ia percebendo. Havia no mundo das letras um convite ainda incompreendido. Precisava decifrá-lo. Perdido entre a bibliografia exigida pelos estudos profissionalizantes, Veríssimo vai se familiarizando com o escrever crítico. Era-lhe uma descoberta fascinante: também residia nos parágrafos a possibilidade de dialogar com a sociedade, com a história. Guardava-se na literatura as chaves que abriam as portas do conscientizar. Assim consciente, o paraense deixa o solo de seu intelecto livre para que nele brote a semente da escrita. Havia, porém, em seu caminho um capítulo mal caligrafado. Vitimado por algo semelhante ao que aconteceria a seu conterrâneo Bruno Seabra, José Veríssimo seria traído pela própria saúde. Em 1876, com apenas 19 anos, o jovem intelectual descobre que quando o corpo fala mais alto - quando males sussurram - toda uma sorte de metas muda drasticamente. Ainda entrando na fase adulta, Veríssimo adoece gravemente e precisa interromper os estudos. Era o fim do curso de engenharia. Alquebrado, precisando descobrir novos rumos para si, o rapaz decide renutrir suas energias na terra da qual germinara. Veríssimo opta por deixar para trás toda a balbúrdia sociocultural do Rio de Janeiro. Urgia regressar à poesia sociocultural da Amazônia.

caminhar no rumo da ousadia. Amigo dos desafios e inimigo declarado da inércia, Veríssimo percebe que bem melhor poderia se expressar num veículo de comunicação nascido sob suas diretrizes. Foi guiado por tais convicções que, em 1879, fundou a Gazeta do Norte. Nas folhas do histórico jornal, Veríssimo levou além sua desenvoltura intelectual e seu olhar discursivo sobre as questões que interessavam os estudiosos da época. Apreciações pertinentes ainda nos tempos de hoje. Política, arte e sociedade eram aspectos degustados com absoluta facilidade pelo discernir do escritor. Foi graças a tal habilidade conceitual que Veríssimo obteve a chance de levar seus conhecimentos ao Velho Continente.

Páginas européias

Era ainda 1879 e José Veríssimo encontrava-se em Lisboa, Portugal. A viagem surgira com o intuito de que participasse do Congresso Internacional de Literatura realizado naquele ano. No encontro, o paraense apresentou um célebre trabalho em que defendeu com brilhantismo a classe dos escritores brasileiros. Os autores nacionais vinham sofrendo uma série de retaliações, ataques injuriosos que tinham como objetivo manter o livro brasileiro na retaguarda da literatura no próprio Brasil, em detrimento dos escritos lusitanos. A forma visceral e incisiva com que aquele filho de Óbidos defenderia a literatura brasileira acabaria ganhando grande repercussão em solo pátrio. Os Pólens voam com o vento, seguem no rumo do longe e, como tudo é cíclico, autores brasileiros não apenas aplaudiriam o conterrâneo como passariam acabam retornando ao ponto em que está enraizado seu caule. Nada impede, a centrar maior atenção em seus trabalhos. Mesmo em Portugal, Veríssimo entrementes, que no próximo ventar de chances outra vez partam. angariou considerável respeitabilidade, sendo historicamente considerado um José Veríssimo estava de volta ao Pará. Totalmente afastado da engenharia, dos responsáveis pela repaginação da importância da literatura brasileira na constata que precisava seguir trilhas que o deixassem em contato com o bem Europa. Deste modo, o escritor abrira para si as portas do prestigio para além pensar. Já tendo aguçado a mente com as bases do academicismo e dos matizes do limite das fronteiras. da capital do império, o paraense termina enveredando por duas áreas intima- De volta ao Pará, a partir de 1880, Veríssimo assume um novo e não menos mente ligadas ao universo da conscientização: o magistério desafiador encargo. Torna-se diretor de Instrução PúbliAs obras de Veríssimo e o jornalismo. ca no Estado. Consolidava-se o ensejo de transmitir os A partir de 1877, torna-se colaborador do periódico “O Li- “Quadros Paraenses” conhecimentos que tanto vinha amealhando. Três anos “Primeiras Páginas” beral do Pará”. Foi neste jornal que se abriu propriamente “Emílio Littré” passados, o autor abandonaria o funcionalismo público e em letras e publicou seus folhetins: “Viagem ao Sertão” e “Carlos Gomes” passaria a editar a publicação “Revista Amazônica”. “A Literatura Brasileira Sua Formação e Destino”. O exercí- “Cenas da Vida Amazônica” Abrindo outras belas portas para o educar, Veríssimo cio do redigir era a especial mecânica pela qual engrenava “Questões de Limites” funda em Belém, nos idos de 1884, o célebre Colégio “Estudos Brasileiros” suas concepções, sua visão do mundo que o cercava. Americano, onde estudaria, dentre outras figuras ilustres “Educação Nacional” Crescia consigo, entrementes, o desejo de repassar seus “A Amazônia” da história paraense, o arquiteto Francisco Bolonha. A conhecimentos. Todavia, enquanto amadurecia tal ideário, “A Pesca na Amazônia” instituição seria, por longos tempos, um paradigma de não deixava de lado as oportunidades que lhe surgiam. “D.S. Pena” centro educacional no Norte. “Ginásio Nacional” Assim, recebe uma interessante proposta burocrática, “O Século XIX” A carreira literária de José Veríssimo logo ganhou novos convite que aceita sem hesitação: ainda no ano de 1877 “A Instrução Pública e a Amazônia” e importantes capítulos. Em 1886, o pesquisador lança o é nomeado funcionário da Companhia de Navegação do “Estudos de Literatura Brasileira” já citado “Cenas da Vida Amazônica”, editado em Lisboa, “Homens e Coisas Estrangeiras” Amazonas. livro que teria escrito em 1881, não o tendo publicado “Interesses da Amazônia” Doze meses depois, Veríssimo galga mais um patamar no “História da Literatura Brasileira” antes por falta de editor. Com a chegada de 1889, vem à âmbito burocrático. Presta concurso público e, aprovado “História Geral da Civilização” tona a primeira série de sua obra “Estudos Brasileiros”. com louvor, é nomeado oficial da Secretaria do Governo. “Letras e Literatos” Pouco mais de doze meses depois, traria aos leitores o Decididamente, porém, não nos corredores de repartições “D. Ana” trabalho “Educação Nacional”. públicas se encerraria o melhor de Veríssimo. No ínterim entre o lançamento de “Estudos Brasileiros” e Foi naquele mesmo 1878 que o autor se encontrou com o mais efetivo dos “Educação Nacional”, Veríssimo regressaria a Europa, desta vez para se levar leitos da escrita: o livro. Veríssimo lança sua primeira obra. E o título da edição a França. O paraense chega a Paris, no ano de 1889, para participar do X Connão poderia ser mais próprio: “Primeiras Páginas”. Páginas primeiras de uma gresso de Antropologia e Arqueologia Pré-Histórica. Durante o evento, proferiu história de destaque nos ambientes literários. O livro surge como o arauto de palestra sobre o homem do Marajó e antiga história da civilização amazônica. uma carreira que logo ganharia vulto nacional. O novo retorno ao Pará, após a bem sucedido roteiro francês, seria apenas Já definitivamente enredado pelos ambientes da imprensa, o autor decide o entreposto para uma nova e efervescente fase na vida de José Veríssimo.

Páginas paraenses

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Talvez por sentir que tinha de levar outra vez seu pólen à capital do país, o paraense decide mudar-se para o Rio de Janeiro. O trato com o solo do qual brotara mantinha-se o mesmo: ia o esfolhar, ficavam as raízes.

Páginas acadêmicas

O reencontro de Veríssimo com o cenário carioca representava o encontro com um dos capítulos mais brilhantes de sua trajetória. Raiava o ano de 1891 e eclodia um dos momentos mais intensos de nossa História. O movimento abolicionista triunfara, mais ainda havia muito a ser feito no âmbito social. Paralelamente, o advento da República era outro vento político que precisava ser muito bem direcionado. Ao contrário de sua primeira estada no Rio, Veríssimo desembarca nesse bojo não mais para ser um mero espectador. Seu espírito aguerrido o faria tomar parte de todo aquele contexto. A escrita seria a lança com que melhor combateria o que reputava injusto. Desde o ano anterior, com o lançamento de “Educação nacional”, o paraense já deixara claras suas premissas. Na obra, ele dispara: “A extinção da escravidão não é de si mesma bastante para apagar os funestíssimos traços da execranda instituição. É indispensável que a obra gloriosa, cujo coroamento foi a Lei de 13 de Maio, continue pela educação, não só dos libertados, mas de nós todos, todos mais ou menos contaminados pela peçonha”. Defendendo arduamente a exibilidade de bem educar o povo brasileiro naqueles novos horizontes, Veríssimo logo ganha reconhecimento e notoriedade. Razão pela qual, dentre outras conquistas, em 1892 é nomeado diretor do mesmo Externato do Ginásio Nacional em que estudara quando jovem, cargo que ocuparia até 1897. Páginas marcantes Veríssimo edita em 1895, quando decide resgatar o prestígio de uma publicação bastante representativa nos meios intelectuais daquele período. Empreendedor, empenha-se na missão de restaurar o brilho da Revista Brasileira. Embora tenha sido decisiva sua passagem por aquele periódico, urge que se faça um esclarecimento histórico: ao contrário do que se convenRevista Brazileira, Fase III, também chamada “fase José Veríssimo”, circulou de janeiro de 1895 a setembro de 1899, tendo publicado neste período 93 números em 19 volumes

cionaria discorrer, não foi o paraense quem fundou a publicação. Na verdade, ele passa a gerir a revista em sua terceira fase. É fato, porém que foi sob sua direção que a redação do almanaque sediou eventos ímpares. Acontecimentos marcados pelo ideal de agregar inteligências. Findava o século XIX e iniciava uma constante nos ambientes culturais do Rio de Janeiro de então. Marcada por uma intensa atividade artística, a cidade acolhia um número crescente de pontos de encontros de escritores, espaços como das livrarias Garnier e Laemmert. Tal unir-se criativo inspiraria a criação de clubes literários como o ruidoso Rabelais, que congregava nomes do porte de Raul Pompéia e Araripe Júnior. Não querendo aderir ao polêmico e irreverente Rabelais, mas ansioso por também somar-se a outros colegas de escrita, transitava por esse cenário uma figura sem comparativos: o jovem escritor Machado de Assis. Não tardou para que se tornasse senso comum: urgia criar uma agremiação que reunisse todos aqueles expoentes. A redação da Revista Brasileira, dirigida por José Veríssimo, teve papel relevante em tal contexto. Foi por conta das reuniões ali organizadas que surge o ideal de se constituir uma Academia sob a égide do Estado. Tendo sido a proposta de cunho estatal recusada, o grupo de escritores funda uma sociedade civil de direito privado: a Academia Brasileira de Letras. O paraense José Veríssimo participou de todas as reuniões preparatórias para a instalação do silogeu, que foi organizado sob os moldes da Academia Francesa. Quarenta membros, quarenta imortais. Veríssimo fundou na entidade a cadeira de número 18 e escolheu por patrono João Francisco Lisboa. Raízes paraenses em meio a uma flora consagrada em todo o Brasil. Fruto paraense, Veríssimo é colhido pelo prestigio nacional. Além de imortal da ABL, foi nomeado professor de Português da Escola Normal e posteriormente transferido para a cadeira de História Geral e da América, em 1906 faz concurso e aprovado para a cadeira de História do Ginásio Nacional. Na égide literária, conclui em 1907 a publicação dos “Estudos de Literatura Brasileira”, coleção iniciada em 1901. As sementes estavam todas plantadas. A colheita havia de ser perene, um chamado a eternidade. No meio do inesperado, um médico é chamado às pressas. Não para atender qualquer outra emergência corriqueira, mas para atender o partir de um mestre. Mesmo não vistas, talvez estivessem ali também um certo par de mãos de cirurgião e de pai. Urgia que as reminiscências daquele médico de Óbidos cortassem o cordão vital de seu filho e o atasse ao infindo. Assim, falece, no dia 02 de fevereiro de 1916, na cidade do Rio de Janeiro, o célebre escritor, professor e pesquisador José Veríssimo. Caída no branco do papel dos tempos, sua sementepalavra brotou em árvore cujos frutos têm o sabor da raridade. (*) Nota: Matéria feita com a colaboração de Terezinha Lima, ex-bibliotecária da Seção Obras do Pará, da Biblioteca Pública Arthur Vianna do Centur.

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Logo após a proclamação da república, em 1890 José Veríssimo pretende dar indicações para a reforma educativa, definindo como eixos da nova organização do ensino a educação do caráter, a educação cívica, a educação física e o papel da mulher como educadora do caráter de novas gerações (SAVIANI, 2007, p.169) www.paramais.com.br

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SÉRGIO MARTINS PANDOLFO*

(*) Médico e Escritor. ABRAMES/SOBRAMES

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DEIXA-NOS O MÉDICO E ESCRITOR MOACYR SCLIAR

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s Parcas, sempre traiçoeiras e implacáveis, nos subtraíram, nos últimos dias, importante figura, uma das mais representativas mesmo, quer como integrante da cultura lato sensu, quer da categoria médica. A professora/escritora parauara Amarílis Tupiassu diz que “É sempre difícil verbalizar a desmesura”, com o que por inteiro concordamos. Mais um gigante do cenário literário brasileiro deixou este plano terreal no passado dia 27 de fevereiro: o médico e escritor gaúcho Moacyr Scliar, aos 73 anos de uma vida de impressionante prolificidade literária e paralela proficiência médica, a provar que Medicina e Literatura são tão somente dois veios do mesmo filão cultural. O laureado escritor faleceu à 1 hora da madrugada de domingo, 27 de fevereiro, de complicações após um AVC sofrido no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, para onde havia sido recolhido desde o dia 16 de janeiro a fim de ser submetido a uma operação nos intestinos para retirada de pólipos. Moacyr era escritor compulsivo e irrefreável, tendo escrito à volta de 80 livros em seus cinquenta anos como O Médico e Escritor Moacyr Scliar em foto recente e saúde plena

“A Medicina e a Literatura se completam. Elas compreendem a pessoa humana.” Moacyr Scliar, médico e escritor

escritor (cerca de 1,5 por ano). Seu primeiro livro o entregou quando ainda estudante de medicina: “Histórias de um médico em formação” (1962). Escreveu crônicas, contos, romances, ensaios, literatura infantil, podendose pôr destaque em “O ciclo das águas” e “O centauro no jardim”. Nunca deixou, ou pôs em segundo plano, a medicina, exercendo-a praticamente até o final de sua dignificante existência. Formado, fez Residência Médica na Santa Casa de Porto Alegre especializando-se em Saúde Pública, tendo ocupado vários cargos de relevo na Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul, tal o de chefe de equipe de educação em saúde. Fez pós-graduação em Medicina Comunitária em Israel e doutorado em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública. Scliar pode ser comparado a um São Lucas da atualidade: o santo, paralelamente à contínua e devotada messe da medicina, foi também prolífico e refinado escritor, assim que escreveu, dentre outros importantes textos, o Terceiro Evangelho e os Atos dos Apóstolos. Moacyr Scliar era judeu, de família originária da Bessarábia (RúsScliar em seu gabinete de trabalho domiciliar; sia) que chegou ao Brasil no alvor abaixo assinando o ato de posse na Academia do século passado, tendo nascido Brasileira de Letras, em 2003 aos 23 de março de 1937 no bairro israelita do Bom Fim, arredores de Porto Alegre e sido alfabetizado pela mãe, Sara, professora primária; formou-se em Medicina em 1962 pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Conquanto não fosse religioso era um autêntico embaixador e interprete da cultura judaica no Brasil. A especialização em Saúde Pública deu-lhe oportunidade de vivenciar muitos casos Os temas relativos à Medicina de dor, sofrimento, foram sempre uma constante na doenças, mortes literatura de Scliar, atividades que que procurou re- ele considerava complementares passar para seus

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há cerca de cinco anos, sob patrocínio de entidade pública, no auditório da “Estação Gasômetro”, quando pôde mostrar toda sua erudita simplicidade, e vários de seus livros foram adaptados para o cinema - como são exemplos “Um sonho no caroço do abacate” e, em 2002, o romance “Sonhos tropicais” -, para a televisão e o teatro. Scliar, mestre supremo da leveza e da ironia, entrou para a Academia Brasileira de Letras em 2003, eleito pela unanimidade dos acadêmicos, dos quais de todos tornou-se amigo e de muitos, como nos revelou há pouco Carlos Heitor Cony, seu colega de fardão, médico orientador. Ganhou nada menos que quatro prêmios “Jabuti” (1988, 1993, 2000 e 2009), mas, inobstante isso, nunca se o viu descalçar as sandálias da humildade.

Coisa de que muito gostava: conversar com seus leitores, como fez aqui em nossa parauara Belém, há cerca de cinco anos, na Estação Gasômetro

livros, como em “Majestade do Xingu”, “A paixão transformada”, “História da Medicina na Literatura” e, em 2005, “O olhar médico – Crônicas de medicina e saúde”. “O medo de morrer e o sofrimento causado pela doença nos fazem mais frágeis e nos tiram as máscaras que usamos em nosso dia-a-dia”, afirmava. Além dos livros editados quase em catadupa, Moacyr produziu inúmeros textos para vários jornais e revistas, e concedeu um sem-número de entrevistas em rádios, TVs, feiras de livros e a convite especial de sociedades culturais, como uma a que assistimos aqui em Belém, O corpo do grande escritor foi velado na sede da ABL, aonde foram prestar sentimentos de pesar amigos, parentes, confrades, admiradores e grande número de leitores

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Capa de um dos livros mais conhecidos do escritor

O Professor Dr. Moacyr Scliar era Membro Honorário da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - SOBRAMES, cujo título lhe fora outorgado em novembro de 2005, na cidade de Porto Alegre, RS, na sessão de encerramento do Congresso de História da Medicina, pelo então presidente da Sobrames Nacional, Dr. Luiz Alberto Fernandes Soares. Esse literato de primeira grandeza tinha muitos leais e fraternos amigos na Sobrames, com os quais cultivava estreita ligação. Casado desde 1965 com Judith Vivien Oliven, desse conúbio sobreveio um filho, Roberto, em 1979. sergio.serpan@gmail.com serpan@amazon.com.br www.sergiopandolfo.com

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Poesias CV cordel de 4 versos >>

Camillo Martins Vianna e Walter Chile Lima

O zunido do vento Que vem do campo No beiral da Casa Grande Na fazenda Livramento

Na fazenda Livramento

A cruz na beira da estrada Lembra um parente morto Que era merecedor De oração

O grito de agonia Do acangapeua flexado Na sangria da árvore que chora No seringal do Abunã O badalar singelo Ou dobrado chamando a vaqueirada Na dobração da malhada O trovejar na curva da viração Quanto o tempo Começa a cair Nas chuvas de cabeceira O grande gato pintado Urra na imensidão Chamando a companheira Para o rafear da criação O papouco da lazarina Na dobrada do estirão É o sinal de alerta Para a grande confrontação A catinga do podrume Que exala da alagação É a fauna que está se finando Sem dó nem compaixão Caiacanga é o que sobrou do roçado Depois do desmanche da lavragem Onde não resta mais nada Como se diz na bragantina, no Pará A queima do algodão bravo Nos campos do Marajó Para a pega do muçuã Acabando com todos eles sem deixar um só O relinchar do Delicado Padreador das éguas do tio Jô Com bela estampa De alazão raceador

E o pau e corda Toca com amor e devoção

A ilha grande de Marinatambá “El gran flumini Orellani” de um lado E avantajado mar salgado do outro Dão encontroadas no ovo da boca da cobra A saga da Cobra Grande da Ilha da paçoca Que em noite de lua cheia Vira embarcação iluminada Na boca do Maracapucu A luta no espaço aberto Do gavião predador E a serpente rastreadora Em atracação voraz pela sobrevivência A embarcação pesqueira Na busca do forão Levando no surrão Farinha, sal, crosênio, fosforo, palha e cachaça de garrafão No furo do Miguelão Em noite escura O barulho do motor Provoca grande susto pensando ser assombração

O apito do trem de ferro Nas curvas do estirão Fazia a lembrar a todos Que terminava a missão No topo da cumeeira Um solitário galo cantava Era a chegada da enchente Afundando tudo que encontrava A ruma de Mureru Empurrada pela força da maré Encostrava na beira Para se multiplicar O tabocas papoucando Pela queima do lugar Parecia campo de tiro Tal a força do crepitar O casco encostando na beira Esperando a maré dobrar Levando e trazendo os sambudos Para no colégio estudar O esmoleres nos Campos de Baixo E nos de Cima também Pedindo e recebendo prendas Para a grande procissão

Agarrado com segurança ao S. Antônio da cela Com dedo grande na balança para não cair no chão Montando cavalo Puruca O vaqueiro faz a laçação

É a festança do Santo Preto São Benedito da devoção Que traz o fogoió no colo Na imensa procissão

Subindo no mastro do Santo Na festa da devoção O penitente pede a Deus proteção Sem ter mágoa no coração

Levado em pau de carga Por parentes e amigos do lugar No rumo do Campo Santo Onde o finado vai descansar

A vinda das águas grandes Que chegam de supetão Destroem tudo pela frente Derrubando a vegetação

Depois de acender as velas E flores colocar Na dobração da malhada

Na travessa da Baía Em dia de agitação As águas encrespadas Não dão tranquilidade a tripulação Funeral no dia da recordação Gente chegando de longe para fazer iluminação No seringal…

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Como grande novidade E devastando com furor Estão arrasando a mata ciliar Para o boi pirata colocar

O Bagre zolhudo

Cada presente joga mão de terra Para o falecido a paz encontrar As carroças rangedeiras Estão para acabar Só se encontram duas delas Em Belo Monte que é um bonito lugar Na Contra Costa Marajoara Um fato que é preciso esclarecer Uma ilha de areia leva o nome de Malvina Não se sabe o porque Será por causa da guerra Que acontecia longe dali Ou já existia antes Ou fica-se sem saber Os forâneos estão lavando a palma Da devastação Basta fazer as contas Para tirar essa conclusão

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Metendo trator em cima Do que pode derrubar Fazendo grande esforço Para floresta acabar A borracha já foi nossa E nem soubemos preservar Ela só existia por aqui Em nenhum outro lugar O pirarucu foi atrás Só para não variar Agora só existe em açude E em algum outro lugar Outras coisas estão indo embora Sem ninguém reclamar Vamos ficar com as sobras Do que por aqui restar Nem ovo está escapando De cobra, camaleão e tracajá Até sapo cururu e lagartixa Tudo sai de cambulhada para qualquer outro lugar

A bandeira de Jolie Roger

Os bichos de agua doce estão levando sumiço Sem ninguém saber por que Se é coisa do cabuloso Ou quem ficou em seu lugar Até besouros ”nó de pau” Daqueles bem cabeçudos Que nem voar podem Estão saindo de contrabando para quem quiser levar O caramujo africano Que chegou para ficar Está mostrando as prendas E veio para matar O duende de Oswaldo Cruz Não para de azucrinar Hora papoca de um lado Hora de um outro lugar

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A Leishimânia trouxe O Dr. Chagas a este lugar para lá estudar Ela continua bamburrando E ninguém sabe como se vai controlar A tal de serraria Nome que se costuma dar Lembra mais o inferno E queima sem parar Os gebristas estão atuando Como nunca se ouviu falar De manhã, de tarde de noite Não dá pra controlar A corrupção está bamburrando E parece que não tem como findar É doença braba Que ninguém sabe curar É epidemia De estranha explicação Será algum mal feito Ou coisa de arrumação Tudo que é birosca Dá pra funcionar Vendendo Cachaça Ou coisa similar A gurijuba é famosa Na Contra Costa do mar Mais é muito mais falada Nas beiras do Amapá O agente laranja Que sobrou do Vietnam Aqui veio parar Por não terem onde jogar Os grileiros vem na frente Para o pessoal engambelar Depois chegaram os sulistas Para a terra devastar A cobra fumando está blefando E o Cripori não tem mais o que mostrar Agora é luta de morte Para a pepita encontrar

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Levando a reboque

La em baixo esbagaçado Sem poder levantar O helicóptero caído Não pode mais levantar

O pessoal das FARC Deu para cruzar a fronteira Para fazer mal feitos Em nossa banda de cá

Zunindo o dia inteiro Nos garimpos do Tapajós Os aviões parecem nunca parar Voando daqui pra li e de lá pra cá

Tem muita coisa errada Do outro lado de lá E nossos amigos Peruanos Tirando á nossa madeira pra levar

O correntão vai arrastando O que puder encontrar Acabando com a floresta E o que tiver no lugar

O pessoal paga ponta Na hora da BR atravessar Molhando a mão do trambique Para imposto não pagar

A bandeira de Jolie Roger Voltou a tremular na Amazônia Azul Com a caveira e os ossos Aterrorizando o lugar

Tem gente jogando bomba Só para despescar O desperdício é imenso E nem dá pra contar

Estão levando também O Bagre zolhudo Que o Brasil identificou Em águas profundas do Amapá

A carroçame vem no lixo da maré Na enchente e na vazante Do rio e do igarapé Continuando a vida das espécies que nunca deveria terminar

Na costa do nosso mar A beira começa a desbarrancar Está caindo aos poucos Mas já dá pra notar Na serra das andorinhas Não dá pra saber como começar nem como terminar A guerra da guerrilha que aconteceu por lá Tem muita coisa errada que é preciso explicar

A guariba esta roncando No grelo do embaubal Levando na garupa O filhote do casal Tocador de bandorra Na festança do Sairé Na Vila de Alter do Chão Pertinho da igreja da Conceição

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*São João, São João Vem um mês depois de maio Pra alegrar a tua festa São João Eis aqui o Cordão do Papagaio *Por isso mesmo Eu me chamo Gororoba Eu comi pirão de cobra Com farofa de imbuá Na pega do jacaré...

Siriá meu bem siriá Mamãe traíra meu pai jacundá É o pau que ronca Nos festejos de Cametá

*Passa pra li Passa pra cá Passa pro canto Eu daqui só alevanto com cacete pra brigar

O açaí está Tuíra Na hora de derrubar É hora do poraquê dar choque Para se alimentar

O navio Vaticano Do comandante Raimundo Morais Levando e trazendo gente No aranhol hidrográfico

Basta um pequeno cacho Para o fruto despencar Depois vai pra peneira Pra mulher amassar

Levando a reboque Pequena embarcação Para qualquer emergência Na hora da precisão

Primeiro se faz o roçado Para depois encoivarar Antes de tascar fogo É preciso mupicar

Para fazer o curral Perto da mina d’água Para o peixe poder entrar Depois na reponta despescar Depois da seara grande É preciso fazer maromba Colocando canarana Para o gado alimentar Sra. Santana Sr. Joaquim Na hora da morte Livrai-vos de mim

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Com poranga na cabeça E iluminação na mão Na pega do jacaré Nas noites de escuridão

Ficaram em seu lugar Pois os cabeças quentes deixaram de navegar Os grandes navios de luxo Chegam de todo o lugar Carregando tudo que é gringo Para o turismo ativar Tudo que é buginganga Vem de Manaus para marretar Aumentando a concorrência Com o pessoal do lugar A poluição sonora É para atormentar Funcionando dia e noite Dane-se quem quiser reclamar A família desandou E não da para endireitar Virou esculhambação E só tende a piorar O uso de imensas redes Para na costa pescar Acabando com os cardumes E não se tem com quem reclamar. O uso de imensas redes

Ficou na lembrança O erro da construção Das colunas de concreto No furo das mariinhas A ponte pencil sobre o rio Parimé Perto da Pedra Pintada Os índios lá de perto Não deixaram ninguém passar As embarcações perderam as velas E os motores da cabeça branca

(*) Do Cordão do Papagaio de autoria de Bruno de Menezes, Justiniano Fonseca e Raymundo Vianna

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O novo turista >>

por Caio Calfat *

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globalização mudou a atividade turística e surgiu um novo turista, que deixou de ser aquele ser meramente contemplativo, tornando-se intensamente participativo. Quando um estrangeiro vem nos visitar no Carnaval, por exemplo, não basta assistir, ele quer participar da folia e sentir todas as emoções. E ainda entender os rituais e praticá-los, absorver a música e aprender a dança, não apenas imitar os passos. Com isso, os profissionais que trabalham com o turismo são obrigados a acompanhar de perto esta nova realidade e se aperfeiçoar para atender a este novo turista. E a população, neste contexto, serve como uma espécie de guia turístico, pois o visitante contemporâneo quer se envolver com a localidade e seus habitantes, entender o modo de vida, conhecer seus hábitos e experimentá-los, senti-los, praticá-los e se emocionar e vivenciar novas experiências. Taxista, vendedor da loja, jornaleiro, pipoqueiro, sorveteiro, vendedor de coco, balconista da farmácia, recepcionista do hotel, garçom, frentista, entre outros profissionais, que desempenham a função de guias turísticos. Para isso é fundamental que desenvolvam sua autoestima, seu amor por sua terra e

suas coisas. Não é à toa que a Bahia ensina a todos os brasileiros como fazer turismo, pois o baiano já nasce orgulhoso de suas Copa do Mundo de 2014 e as coisas e de seus artistas, e é um Olimpíadas de 2016 grande anfitrião e cicerone dos turistas que o visitam. O turismo moderno bem sucedido tem esta base: a autoestima de seu povo. E esta evolução é percebida em todas as vertentes do turismo, como no ecológico, no gastronômico, no histórico, no arquitetônico, no cultural, no de eventos, no de saúde, no de compras, no religioso, no rural, e até mesmo em resorts e navios, locais em que os hóspedes não desejam mais o confinamento integral, mas a alternância com visitas aos

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Alter do Chão, um dos roteiros mais procurados por turistas estrangeiros

destinos onde os navios aportam, para viverem suas experiências e conhecerem novos locais e pessoas. Com isso, torna-se imprescindível explorar - intensamente - as características dos destinos, em profundidade, como anseia o turista; seja na história, na gastronomia, nas festas - religiosas ou não -, nas artes plásticas, na música ou literatura, nas belezas naturais, na arquitetura, na grandiosidade, nas compras e, fundamentalmente, nos serviços e na forma acolhedora e profissional como os guias turísticos recebem os turistas e apresentam suas coisas. Com isso, torna-se imprescindível explorar - intensamente - as características dos destinos, em profundidade, como anseia o turista; seja na história, na gastronomia, nas festas - religiosas ou não -, nas artes plásticas, na música ou literatura, nas belezas naturais, na arquitetura, na grandiowww.paramais.com.br

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sidade, nas compras e, fundamentalmente, nos serviços e na forma acolhedora e profissional como os guias turísticos recebem os turistas e apresentam suas coisas. Este é um dos mais sérios problemas para o turismo brasileiro: a capacitação profissional. Quando não se nasce na Bahia, que cria seus habitantes cheios de orgulho por suas coisas e acolhedores, é preciso treinar os guias: garçons, balconistas de lojas, taxistas, jornaleiros. É preciso dotar a população de autoestima e este processo pode levar décadas para se completar. Nova Iorque superou um grande período

Resta-nos a esperança de conquistarmos um significativo aumento de turistas estrangeiros

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de criminalidade e de problemas urbanos estruturais, com uma campanha publicitária muito bem sucedida (I Love NY), aliada a uma ótima gestão administrativa, que elevou a autoestima de sua população e transformou a cidade no segundo destino mais visitado por estrangeiros no mundo, perdendo somente para Paris. Há destinos turísticos de consagração internacional que se formaram em pouco tempo, apoiados em tipologia de turismo adequada à época, com grandes números de praticantes, estruturas urbana e turística compatíveis, capacitação profissional eficiente, inovador planejamento de marketing e, é claro, autoestima. Nosso turismo interno vem aumentando significativamente nos últimos anos, mas o externo, não; é inconcebível que continuemos a receber os mesmos cinco milhões de turistas estrangeiros por ano (sendo boa parte de países vizinhos), apesar de todo o esforço do Ministério do Turismo, Embratur, Convention & Visitors Bureau, ADIT Brasil, empresários do setor turístico e hoteleiro, além de operadores, companhias aéreas, organizadores de eventos e redes hoteleiras. Resta-nos a esperança de conquistarmos

um significativo aumento de turistas estrangeiros com a exposição que teremos em virtude da Copa do Mundo de 2016 e as Olimpíadas de 2014. Contudo, temos um longo caminho a percorrer, começando por apurar e aprimorar a nossa infraestrutura e autoestima. (*) Engenheiro civil, consultor imobiliário e hoteleiro e coordenador do Núcleo de Empreendimentos Imobiliário-Turísticos e Hoteleiros do Secovi-SP (Sindicato da Habitação-SP)

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Relações sadias, laços duradouros

E

por Dado Moura

m nossas experiências de convívio, encontramos pessoas com diferentes tipos de temperamento, os quais podem ser, algumas vezes, entraves para conciliar nossos objetivos, quando não sabemos lidar com essas particularidades. Viver a harmonia em nossos relacionamentos é um desafio que nos capacita em nosso crescimento pessoal e na habilidade de equilibrar ou até mesmo de repreender nossos ímpetos em ocasiões em que nos sentimos contestados. Quer seja no trabalho, quer seja na escola ou na família, partilhamos os mesmos ambientes com pessoas de diferentes hábitos e comportamentos. À primeira vista, pode parecer impossível um convívio sadio se focarmos nossas atenções apenas nas diferenças. Mas, para que em nossas convivências haja espaço para a paz e o crescimento dos laços da intimidade, precisamos também de empenho para nos tornarmos pessoas fáceis de lidar. A flexibilidade, a ponderação e, sobretudo, a boa educação devem permitir sempre a abertura para o diálogo, que é o começo de todo entendimento. O relacionamento sadio acontece também quando conseguimos expressar as nossas opiniões, de modo claro e objetivo, sem ferir ou inferiorizar a outra pessoa. O

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extremismo nas atitudes e a prepotência em achar que não se comete erros podem colocar tal pessoa na posição de um ditador arrogante. Fazendo-se valer de sua decisão, essa pessoa se prende a seus argumentos, reafirmando somente os seus desejos sem, sequer, considerar as demais pessoas que a cercam. Alcançar o bom relacionamento com as pessoas com as quais convivemos não significa nos anular completamente diante das divergências de opinião. Pessoas que se calam ou se anulam numa relação vivem a falsa tranquilidade gerada pelo medo. Elas preferem se omitir diante de questões ou situações com as quais não concordam, mesmo que isso venha lhes trazer sofrimentos. Alegam, por exemplo, que o seu silêncio é a melhor resposta para que não aconteçam as “costumeiras” brigas. No entanto, ninguém poderá suportar um compromisso por anos, quando as suas verdades são asfixiadas! Sabemos que não somos perfeitos. Muitas vezes somos tomados por aquela característica que mais marca o nosso temperamento. Para evitar que uma simples diferença de opinião se transforme numa guerra de nervos, precisamos considerar as razões que levam a outra pessoa a ter um parecer contrário ao nosso; ou entender que tipo de benefício ela espera obter na defesa dos pontos de vista dela e que ainda não conseguimos perceber e vice-versa. Diante dos desentendimentos, aprender a nos posicionar e a defender nossos argumentos torna o diálogo produtivo e eficaz. A fim de evitarmos viver repetidamente e de maneira frustrante as mesmas situações em todas as esferas de nossos

relacionamentos, precisamos, neste momento, assumir a verdade de que não estamos neste mundo simplesmente para nós mesmos ou para sermos só mais um nas pesquisas do senso demográfico. Temos um objetivo e uma meta a realizar naquilo que assumimos viver e isso poderá se tornar mais fácil ao nos abrirmos para a possibilidade de dar uma resposta diferente, de forma a favorecer relacionamentos duradouros. As grandes conquistas em nossos convívios podem acontecer a partir de pequenas mudanças de comportamento. Que tal começar agora? P

A boa educação deve permitir sempre a abertura para o diálogo, que é o começo de todo entendimento (*) Webwriting do Portal Canção Nova (www.cancaonova.com) e autor do livro “Relações Sadias, Laços Duradouros”, pela Editora Canção Nova

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