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Revista

Pará+ JUNHO 2012

BELÉM-PARÁ

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ISSN 16776968

EDIÇÃO 124

Editora Círios

R$ 8,00

A ECONOMIA VERDE AGRIFAL PASSAPORTE VERDE CAPA.indd 1

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Como toda grande empresa, a Eletrobras Eletronorte tem muitos projetos.

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E a conservação do meio ambiente está presente em todos eles.

Enquanto as nações do mundo inteiro se reúnem na Rio +20 em busca de alternativas para o desenvolvimento sustentável, a Eletrobras Eletronorte dá a sua contribuição para construir esse caminho. Com o apoio a 18 unidades de conservação ambiental, a Empresa ajuda na proteção de mais de 5 milhões de hectares com investimentos que já passam de R$ 15 milhões. Em Tucuruí, o Banco de Germoplasma tem mais de 400 espécies de árvores catalogadas e permite a produção de sementes com o DNA da Amazônia. Com espécies nativas, a Empresa está recuperando todas as áreas utilizadas durante as obras e, em Tucuruí, esse índice já chega a 97%. É assim que a Eletrobras Eletronorte contribui hoje para o mundo sustentável que queremos amanhã. 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente.

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N E STA E D I Ç Ã O EDIÇÃO 124 - JUNHO/2012

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Dia Mundial do Meio Ambiente e a Rio+20

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Valor da biodiversidade

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A importância da Justiça para a sustentabilidade

14 Turismo sustentável faz parte do novo modelo de gestão...

PUBLICAÇÃO

06 No Dia Mundial do Meio Ambiente

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Passaporte Verde vai orientar o turista sobre como contribuir para a conservação do meio ambiente

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VI Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia

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A Sardinha e os Santos Populares

Editora Círios SS Ltda CNPJ: 03.890.275/0001-36 Inscrição (Estadual): 15.220.848-8 Rua Timbiras, 1572A - Batista Campos Fone: (91) 3083-0973 Fax: (91) 3223-0799 ISSN: 1677-6968 CEP: 66033-800 Belém-Pará-Brasil www.paramais.com.br revista@paramais.com.br

ÍNDICE DIRETOR e PRODUTOR: Rodrigo Hühn; EDITOR: Ronaldo Gilberto Hühn; COMERCIAL: Alberto Rocha, Augusto Ribeiro, Rodrigo Silva, Rodrigo Hühn; DISTRIBUIÇÃO: Dirigida, Bancas de Revista; REDAÇÃO: Ronaldo G. Hühn; COLABORADORES*: Aline Miranda, Andreza Gomes, Anete Costa Ferreira Benigna Soares, Camillo Martins Vianna, Carlos Correia Santos, Cláudio dell’Orto, Jeferson Castagna Mickey Meece, Raimundo Sena, Ricardo Domeneck, Sergio Pandolfo, Wanderson Curcino; FOTOGRAFIAS: Arquivo Fortec, Benigna Soares, Carlos Sodré, Cristino Martins /Ag. Pa, Eduardo Silva/MMA, Irene Almeida/ Ascom Curro Velho, J.Peres, Kenny Teixeira/ Ascom Emater, Minfra Gomes, Oliver Samson, Rodolfo Oliveira, Tamara Saré/Ag. Pa e Wilson Dias/ABr; DESKTOP: Mequias Pinheiro; EDITORAÇÃO GRÁFICA: Editora Círios * Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.

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AIS.COM.BR

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BELÉM-PARÁ

JUNHO 2012

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EDIÇÃO 124

ISSN 1677

Dança, poetas repentistas e espetáculo infantil no arraial do Curro Velho

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Círio Editora

R$ 8,00

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Prêmio Camões 2012 vai para escritor curitibano Dalton Trevisan

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Economia verde pode gerar 60 milhões de novos empregos

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Pará adere ao Programa de Agricultura de Baixo Carbono

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Feira da Agricultura Familiar mostrou mapa amazônico do mundo rural

Pará e Mato Grosso têm maiores áreas de orgânicos do País, revela pesquisa do Mapa Breves relatos sobre a Fauna Amazônica 4 serviços para guardar arquivos na nuvem Dicas para reduzir gastos com energia na sua empresa

ORGULHO DE SER PARAENSE: Pinduca Nesta Edição (123).indd 4

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IA VERDE A ECONOM AGRIFAL VERDE TE R PO PASSA Arranjo com superposição de fotos juninas de Adriano Magalhaes e Irene Almeida/Ascom Curro Velho

Portal Amazônia

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Dia Mundial do Meio Ambiente e a Rio+20

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ste ano, o Dia Mundial do Meio Ambiente completa 40 anos com o tema Economia Verde: Ela te inclui? O Programa Ambiental da ONU define a Economia Verde como “aquele que resulta em capital humano melhoria do bem-estar e social, reduzindo significativamente os riscos ambientais e a escassez ecológica.” Em termos práticos, uma Economia Verde é aquela cujo crescimento da renda e do emprego é impulsionada por investimentos públicos e privados que reduzam as emissões de carbono e de poluição, melhora a eficiência energética e de recursos e evita a perda de biodiversidade e serviços ecossistémicos. Esses investimentos precisam ser catalisados e apoiados por alvo da despesa pública reformas, mudanças políticas e de regulação. O setor de baixo carbono, um negócio em crescimento, será badalado na Rio+20. O tema deste ano: “Economia Verde: Ela te inclui?” convida o mundo a avaliar onde a Economia Verde está no dia-a-dia de cada um e estimar se o desenvolvimento, pelo caminho da Economia Verde, abrange os resultados sociais, econômicos e ambientais necessários em um mundo de 7 bilhões de pessoas, que deve chegar a 9 bilhões de pessoas em 2050. Ban Ki-moon, Secretário-Geral da ONU, faz o pedido: “Façam barulho”, para que os jovens pressionem os governos a chegarem a decisões concretas na Conferência Rio+20, em busca do desenvolvimento sustentável e a proteção do meio ambiente. Brice Lalonde, Coordenador Executivo da Rio+20, afirmou: “Vocês, a geração mais jovem, são os atores da mudança. A Rio+20 é sobre o seu futuro e neste momento precisamos de pessoas que participem para desafiar, inspirar, sonhar, para ir além do que é atualmente aceito pelos mais velhos” Nick Reeves, diretor executivo da CIWEM, da União Européia, diz: “Indústrias verdes são uma das poucas áreas de crescimento

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na economia, mas no momento tudo o que fazemos parece ser limitada e restringida pela obsessão com o crescimento econômico permanente e a falta de previsão genuína e inovação no desenvolvimento de novos modelos econômicos. Precisamos mudar o pensamento e provar que podemos abordar o meio ambiente e da economia em conjunto.”

O Futuro que Nós Queremos

Para incentivar o compartilhamento de ideias, o Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio), em parceria com o Comitê Nacional Organizador (CNO) da Rio+20, lançaram a campanha “Eu sou Nós”, criada e produzida pela Ogilvy Brasil. Dezenas de pessoas participam da iniciativa, entre anônimas e fa-

mosas, como Gisele Bündchen, Ronaldo, Paulo Coelho, Vik Muniz, MV Bill e Oscar Niemeyer. Há peças impressas e audiovisuais. De times de futebol a meios de comunicação, a campanha teve e está tendo uma ampla adesão. Todos nós podemos dar nossas opiniões, ideias e sugestões para o futuro. O intuito é chamar a atenção de cada um, mas não como indivíduo, e sim como um todo. Espera-se que a Conferência Rio+20 sobre desenvolvimento sustentável, a ser realizada no Rio de Janeiro, neste junho, seja o maior evento na história das Nações Unidas. É uma oportunidade sem precedentes para construir o futuro que nós queremos. Pará+

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No Dia O Mundial do Meio Ambiente Fotos Wilson Dias/ABr

Dilma e Sônia Bone, das organizações Indígenas da Amazônia, durante comemoração do Dia Mundial do Meio Ambiente

Brasil começou a comemorar o Dia do Mundial do Meio Ambiente, no Riocentro (RJ), onde foi realizado o hasteamento das bandeiras do Brasil, das Nações Unidas e da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20). O hasteamento representou a transmissão o�icial do espaço do Riocentro para a ONU. O evento foi em conjunto com a cerimônia de comemoração do Dia do Meio Ambiente, no Palácio do Planalto em Brasília, com a presença da presidenta da República, Dilma Rousseff; da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira; do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota; e do secretário-geral da Rio+20, Sha Zukang; entre outras autoridades. Durante a cerimônia a presidenta Dilma Rousseff anunciou um pacote de medidas para a área ambiental que inclui a criação e a ampliação de unidades de conservação e a homologação de áreas indígenas. As duas novas unidades de conservação criadas são a Reserva Biológica Bom Jesus, no Paraná, e o Parque Nacional Furna Feia, no Rio Grande do Norte. O objetivo dessas unidades é a preservação dos ecossistemas nas áreas que somam mais de 42 mil hectares. No caso do Paraná, trata-se de uma região remanescente de Mata Atlântica e, no Rio Grande do Norte, a meta é conservar a Caatinga e as cavidades naturais subterrâneas. Três unidades serão ampliadas: o Parque Nacional do Descobrimento, na Bahia, que passa de 1,5 mil para 22,6 mil hectares incorporando fragmentos da Mata Atlântica; a Floresta Nacional Araripe-Apodi, no Ceará, que passa de 706 hectares para 39,3 mil hectares e a Floresta Nacional de Goytacazes, no Espírito Santo, que receberá mais 74 hectares de Mata Atlântica. “Essa área foi doada pela Embrapa [Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária] ao Instituto Chico Mendes e vai possibilitar que sejam feitas tanto pesquisas como uso múltiplo sustentável dos recursos �lorestais”, disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, durante o anúncio em cerimônia no Palácio do Planalto. Entre as áreas indígenas homologadas estão a Tenharim-Marmelo, Matintin e Santa Cruz da Nova Aliança, no estado do Amazonas, e Xipaia, no Pará. A promessa de homologação vem sendo feita desde o ano passado, mas existia uma resistência por parte dos índios em relação aos procedimentos para o reconhecimento das terras. A falta de acordo encerrou por um ano as atividades da Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI) que foi retomada ontem (4) por representantes de várias etnias e pelo governo, no Ministério da Justiça. Na reunião de ontem, tanto governo quanto povos indígenas rea�irmaram em discurso a disposição para chegar a um consenso em relação a temas como a questão da terra e políticas de saúde, educação e da mulher indígena. Outra medida do pacote ambiental é o encaminhamento ao Congresso Nacional, pela presidenta Dilma Rousseff, de mensagem fundamentando o processo de rati�icação, pelo Brasil, do Protocolo de Nagoia, que regulamenta o uso e garante os direitos aos bene�ícios produzidos a partir dos recursos genéticos.

Dia Mundial do Meio Ambiente marca contagem regressiva para Rio+20 com a menor desmatamento na Amazônia em 23 anos

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Para a ministra do Izabella Teixeira, o Dia do Mundial do Meio Ambiente marca o início o�icial da contagem regressiva para a Conferência Rio+20. Mas a notícia de maior repercussão foi a queda do desmatamento na Amazônia ao menor nível desde 1988, ano em que o monitoramento começou a ser feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O feito foi anunciado pela ministra de Meio Ambiente, Izabella Teixeira. A análise mostrou que 6.418 km2 de �loresta foram perdidos em 2011. O Pará foi responsável pela metade do desmatamento www.paramais.com.br

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A presidenta Dilma Rousseff discursa na cerimônia de comemoração do Dia Mundial do Meio Ambiente, no Palácio do Planalto

total, seguido pelo Mato Grosso, com 1.120 km2 e Rondônia, com 865 km2. Mais de 80% da vegetação original da Amazônia permanece intocada e, segundo a ministra, o corte de árvores caiu 78% entre 2004 e 2011. “Essa redução é impressionante, é fruto de mudanças na sociedade, mas também ela é fruto da decisão política de �iscalizar. “É a menor taxa de desmatamento de toda a história”, disse a ministra Izabella Teixeira.

soberania, a ONU passou a tramitar a organização e a segurança interna do centro de convenções, no bairro de Jacarepaguá, cerca de 40 quilômetros do centro do Rio de Ja-

Rio a primeira cidade a receber o mutirão de coleta de lixo Limpa Brasil Let’s do it!

Brasil entregou soberania da sede da conferência Rio+20 à ONU

Na cerimônia as bandeiras da ONU, do Brasil e outra com o logotipo da Rio+20 foram hasteadas. Com o ato de entrega da

Izabella Teixeira, ministra do Meio Ambiente, falando na cerimônia de comemoração do Dia Mundial do Meio Ambiente

neiro, até o dia 23, um dia depois do encerramento da conferência. O Riocentro possui 100 mil metros quadrados, uma área quatro vezes maior à utilizada na Cúpula da Terra, e abrigará 14 salas de conferências e um salão de plenárias com capacidade para 2,5 mil pessoas. Em paralelo à entrega de soberania, as autoridades brasileiras iniciaram nesta terça o plano de segurança, no qual vão trabalhar 15 mil policiais.

O Limpa Brasil Let’s do it! é um movimento de cidadania e cuidado com o meio ambiente que pretende incentivar a reflexão para a mudança de atitude do cidadão brasileiro em relação ao hábito de jogar lixo fora do lixo

O Rio de Janeiro foi a primeira das sete cidades brasileiras a receber o Limpa Brasil Let´s do it!, movimento mundial de mobilização social voltado para o envolvimento da sociedade no recolhimento dos resíduos sólidos descartados. O primeiro mutirão de limpeza na cidade ocorreu no também no Dia Mundial do Meio Ambiente, com cerca de 50 mil voluntários, entre coordenadores, catadores e supervisores. 18 ecopontos foram espalhados por todas as regiões da cidade, funcionarão entre 9h e 17h, recebendo o lixo recolhido pela população. As tendas instaladas em lugares onde já atuavam organizações não governamentais (ONGs) que trabalham na defesa do meio ambiente.

As bandeiras da ONU, do Brasil e outra com o logotipo da Rio+20 foram hasteadas www.paramais.com.br

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A borboleta Rainha Alexandra, da Nova Guiné, é a maior do planeta

Valor da

biodiversidade O desaparecimento da floresta é também o desaparecimento das espécies. Isso tem consequências devastadoras – inclusive para a economia. Texto Oliver Samson

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A variedade genética da vida sobre a Terra está diminuindo

borboleta Rainha Alexandra, da Nova Guiné, é a maior do planeta, com 28 centímetros de envergadura, bate suas asas. Mais adiante, pousa uma ave-do-paraíso, que com sua plumagem colorida e exuberante é o pássaro símbolo da Nova Guiné. Na árvore seguinte, você pode encontrar um canguru-de-manto-dourado ou, no chão, um sapo “Pinóquio”. A biodiversidade da Nova Guiné é incomparável – mas está ameaçada. Ainda existem florestas intocadas, por enquanto a ilha ainda é pouco povoada, mas a população de Papua Nova Guiné está crescendo. E com isso cresce também a pressão sobre a mata e sobre os animais. A floresta é desmatada para dar lugar a lavouras e plantações, para o uso da terra e para o corte seletivo de madeiras nobres. Muitas espécies animais c já estão ameaçadas, por pertencerem exclusivamente a zonas muito restritas. Se o seu habitat desaparece, elas não têm para onde ir e, na pior das hipóteses, morrem. Se devido a uma epidemia as formigas morressem, haveria uma catástrofe ambiental devastadora

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Mais de 100 espécies por dia Projetos com as populações indígenas, que separam as áreas de manejo das áreas de proteção permanente, ajudam a estabelecer zonas de retiro. Tais medidas são urgentemente necessárias: dois milhões de espécies da fauna e da flora estão atualmente catalogados pela ciência. Segundo estimativas da ONU, cerca de 130 espécies desaparecem por dia no mundo. “Isso corresponde a um ritmo cem a mil vezes mais rápido do que o processo evolutivo natural”, diz Andrea Cederquist, especialista em biodiversidade da organização ambiental Greenpeace. A variedade genética da vida sobre a Terra está diminuindo. Quantas espécies desaparecem por dia na Nova Guiné, ninguém sabe dizer. E ninguém sabe também quais serão as consequências. “O aquecimento global e a perda da biodiversidade estão conectados, e isso leva a uma reação em cadeia que não podemos avaliar”, diz Cederquist.

E se elas desaparecessem?

A ciência é unânime: as repercussões do aquecimento global e da perda da biodiversidade são absolutamente imprevisíveis. Não é apenas uma questão de saber se nas montanhas da Nova Guiné há uma espécie a menos de ave-do-paraíso, mas quais são as relações vitais entre os organismos – e em que velocidade o sistema todo pode entrar em colapso pela falta de um elemento essencial ao ciclo da vida. O pesquisador de formigas Bert Hölldobler fez uma experiência: se devido a uma epidemia as formigas morressem, haveria uma catástrofe ambiental devastadora. A maioria das florestas iria morrer. Primeiro as plantas, depois os herbívoros. A perda da biodiversidade aceleraria de forma vertiginosa, levando a um colapso de todo o ecos-

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Proteção e uso da floresta para os nativos

sistema terrestre. Com os recifes o cenário é semelhante. Se os corais morrerem por causa do aumento da temperatura da água, todo o ecossistema entra em colapso rapidamente. “Disso todo

Ave-do-paraíso: não apenas bela

DREAM IN DISNEY

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JULHO 2012

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Custos gigantescos

Talvez haja um aumento de esforços para proteger a biodiversidade quando as perdas econômicas causadas pela degradação ambiental passarem a chamar mais atenção. O montante atual já é de 2 a 4,5 bilhões de dólares por ano, como comprovou o estudo “A economia dos ecossistemas e da biodiversidade” em julho de 2010. O estudo foi feito em parceria entre o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e a consultora PricewaterhouseCoopers. Comprovou-se, por exemplo, o desempenho econômico dos insetos: só com a polinização das plantas, eles têm uma contribuição de até 190 bilhões de dólares por ano na produção agrícola.

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mundo sabe, mas não se toma nenhuma atitude”, diz a especialista Cederquist.

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A importância da Justiça para a sustentabilidade

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Texto Cláudio dell’Orto*

Poder Judiciário tem papel relevante no cumprimento dos objetivos da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, a ser realizada entre os dias 20 e 22 de junho. A�inal, as transformações necessárias a serem implementadas nos processos produtivos industriais e na agropecuária, os novos modelos de ocupação e uso do solo e o investimento de recursos do Estado na inclusão social e erradicação da miséria são potencialmente geradores de con�litos, cuja solução acabará recaindo nos tribunais. As di�iculdades veri�icadas ao longo do processo histórico recente — constatadas nos débeis resultados do Tratado das Florestas e da Agenda 21, heranças da Eco 92, realizada há 20 anos, no Rio de Janeiro, bem como do Protocolo de Quioto, que expira em 2012 — testemunham a natureza con�lituosa entre as metas do crescimento econômico, da preservação ambiental e de uma distribuição mais justa da renda. Tais obstáculos agravam-se em meio ao ambiente de crise hoje enfrentado por numerosas nações, inclusive as desenvolvidas. Governos e empresas, a despeito dos discursos politicamente corretos e das exigências da sociedade quanto à salubridade ambiental e à produção mais limpa, mos-

O Poder Judiciário tem papel relevante no cumprimento dos objetivos da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20

tram-se resilientes a realizar investimentos a fundo perdido, característicos do aporte de capital para projetos sociais e ecológicos. Do mesmo modo, amplia-se a resistência a processos restritivos da manufatura, do mercado imobiliário e de áreas agricultáveis. Tudo muito compreensível no contexto dos impactos culturais inerentes às grandes transformações históricas. E o cumprimento dos objetivos do desenvolvimento sustentável implica, sim, uma imensa mudança, que não pode continuar a passos tão lentos como se veri�icou nas duas últimas décadas. Há um descompasso entre o discurso e a ação, inclusive quando se veri�ica a inadimplência de alguns países com relação aos compromissos assumidos na Eco 92 e em outros tratados multilaterais. Este aspecto é matéria para o direito internacional, devendo merecer análise aprofundada na Rio+20. A�inal, é inútil produzir acordos para não serem cumpridos. No âmbito de cada país, o Judiciário será decisivo para pôr �im ao inevitável ciclo con�lituoso relativo à transformação produtiva, comportamental e cultural condicionante ao advento de um planeta sustentável. Por isso, será fundamental encontrar mecanismos e�icazes para dar efetividade às decisões judiciais. Com o propósito de debater essas questões, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), em parceria com a Associação dos Magistrados do Estado do

Algumas questões brasileiras evidenciam a importância da Justiça para a sustentabilidade

Rio de Janeiro (Amaerj) e a FGV Projetos (Fundação Getúlio Vargas Projetos), promove a Conferência Mundial de Direito e Governança para o Desenvolvimento Sustentável, de 17 a 20 de junho, na capital �luminense. Estarão presentes mais de duzentas autoridades brasileiras e estrangeiras. O encontro produzirá documento o�icial a ser entregue à cúpula dos chefes de Estado da Rio+20 Algumas questões brasileiras evidenciam a importância da Justiça para a sustentabilidade. Já temos aqui, por exemplo, substantivoconteúdo jurisprudencial quanto à conceituação da função ecológica da propriedade como desdobramento do papel social da terra. No tocante às reservas legais, um dos itens polêmicos do novo Código Florestal, o Superior Tribunal de Justiça já deliberou ser ela obrigatória e inerente à propriedade. A Magistratura, portanto, deve estar cada vez mais preparada para que a prevalência da lei seja inexpugnável garantia da sustentabilidade. A Justiça não tem partido ou ideologia. Não é ecochata e tampouco liberal quanto à exploração desmedida da natureza. É, simplesmente, a guardiã dos preceitos constitucionais, dos deveres e direitos dos indivíduos e da sociedade. É nessa condição que desempenhará papel decisivo na observância de leis e normas nacionais e tratados internacionais voltados à viabilização de um mundo economicamente próspero, socialmente justo e ambientalmente saudável. (*) Desembargador Cláudio dell’Orto é presidente da Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj).

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Passaporte Verde vai orientar o turista sobre como contribuir para a conservação do meio ambiente

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Fotos Eduardo Silva/MMA

Passaporte Verde, um livreto com informações para orientar o turista sobre como contribuir para a conservação do meio ambiente e melhorar a qualidade de vida das pessoas, foi lançado recentemente, na capital fluminense, em cerimônia no monumento ao Cristo Redentor, no Morro do Corcovado. A campanha é uma parceria entre os ministérios do Meio Ambiente e do Turismo e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). “Essa parceria permite a capacitação, qualificação de profissionais, eficiência energética, além de um novo formato de turismo sustentável, que, na verdade, possibilita que todos possam mudar o seu comportamento com atitudes do dia a dia em que você pode ter um mundo mais sustentável e consumir melhor”, disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

Copa e Olimpíada

Segundo Izabella Teixeira, o trabalho de conscientização da população mundial está começando no Brasil, sede, pela primeira vez, das comemorações da Organização das Nações Unidas (ONU) para e no Dia Mundial do Meio Ambiente (World Envoirnment Day), 5 de junho. Assim, o país está se preparando também para receber os milhares de visitantes que chegarão para a Copa do Mundo, em 2014, e as Olimpíadas, em 2016. “Já que, a cada ano, mais de 9 milhões de pessoas fazem turismo no mundo, é fundamental incentivar atitudes sustentáveis”, afirmou o diretor executivo do PNUMA, Achim Steiner. A conscientização dessas pessoas para a sustentabilidade depende de uma ação conjunta entre as Nações Unidas, governos federal, estadual e municipal,

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terceiro setor e sociedade civil. E inclui o turista e quem o recebe – uma, população flutuante; a outra, permanente. “O Plano Nacional de Turismo inclui a sustentabilidade, olhando para essas duas populações e para o ambiente”, explicou o ministro do Turismo, Gastão Vieira. “Previmos também financiamento para obras de saneamento básico em localidades turísticas”. A cidade histórica de Paraty, no estado do Rio de Janeiro, será uma das localidades beneficiadas. Lá, inclusive, já existe uma Agenda 21, que orienta hotéis, restaurantes e fornecedores de alimentos a seguir práticas de sustentabilidade. Paraty foi escolhida como cidade-piloto para a política do Passaporte Verde, por capitanear ações como: priorizar produtos locais da agricultura familiar e da pesca artesanal; indicar procedência dos produtos nos cardápios dos restaurantes; incentivar interação entre o turista, produtores e comunidade; separar o lixo e o óleo vegetal e

Durante o lançamento no monumento ao Cristo Redentor, no Morro do Corcovado

encaminhá-los para reciclagem; instalar caixas de gordura e implantar, a médio prazo, sistemas de filtros biológicos para o tratamento das águas e gerenciar o uso de energia elétrica e redução do consumo.

Bom Comportamento

Durante o lançamento, o ex-ministro e secretário estadual de Meio Ambiente, Carlos Minc, louvou a realização da iniciativa “indutora de bons comportamentos”. O secretário municipal de Turismo, Pedro Guimarães, afirmou que o turismo sustentável é que faz realmente o desenvolvimento acontecer”. A campanha inclui um livretinho verde (com formato que lembra o de um verdadeiro passaporte), spots para televisão e rádio, página na internet (www.passaporteverde. gov.br), além de endereço na rede social Facebook (www.facebook.com/passaporteverde). Qualquer estabelecimento turístico pode aderir e ser certificado pelo governo. Do outro lado, todos os turistas que chegarem ao Brasil receberão o passaporte nos aeroportos e hotéis. A tiragem inicial é de 100 mil exemplares. www.paramais.com.br

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VI Fórum Nacional de

Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (Fortec) Realizado recentemente em Belém, discutiu a temática “Economia Verde – Negócios Sustentáveis”.

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residido por Rubén Sinisterra (presidente do Fortec), e coordenado na região Norte por Graça Ferraz, do Museu Goeldi, contou com a presença de autoridades como o secretário executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luiz Antonio Rodrigues Elias, que explicou que o MCT&I está passando por um conjunto de políticas de reestruturação, “mas isso não me impediu de estar aqui, para ajudar a traçar novas estratégias nacionais para superar nossas fraquezas e fortalecer nossos pontos positivos”. O governador do Estado do Pará foi representado pelo Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI/PA), Alex Fiúza de Melo, que enfatizou que o tema do Fórum foi bem escolhido, ainda mais quando em menos e 70 dias aconteceria a conferência Rio +20. Contudo o secretário e sociólogo a�irmou, “não como um amazônico, mas como um brasileiro que mora na Amazônia”, que o Brasil deve ter em mente que não pode falar de economia verde sem um projeto de aproveitamento do maior banco genético do planeta: a Amazônia. Na mesa de abertura do evento estavam representantes de várias instituições como: Oswaldo Massambani (vise presidente do Fortec), Alex Fiúza de Melo (representante do governador Simão Jatene e Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI/PA), Luiz Antônio Rodrigo Elias (secretário executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCT&I)), Marcos Vinícius Bezerra (coordenador do SEBRAE nacional), Graça Ferraz (coordenadora da regional norte do Fortec e pesquisadora do Museu Paraense Emílio Goeldi), Jorge Ávila (presidente do INPI), Maria Emilia da Cruz Sales (representando o Museu Goeldi) e Mario Neto Borges (Conselho Nacional das Fundações de Amparo à Pesquisa (CONFAP).

A mesa oficial na solenidade de abertura do VI Fortec

Mesa Aproximação entre o local e o global: Alex Fiuza de Melo, Ima Vieira, Fernando Spagnol

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Mesa Negócios e Transferência de Tecnologia, ao centro Marli Elizabeth Ritter, da PUCRS 12

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O workshop “Avanços e gargalos da lei de inovação brasileira e do Bayh-Dole Act nos USA”, teve a participação de David Lee Gulley, da Association of University Technology Managers (AUTM) e Jorge Ávila, presidente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). David apresentou o contexto atual da Bayh–Dole Act que alterou a legislação estadunidense na maneira de trabalhar com a propriedade intelectual. Entre outras conquistas, ajudou as universidades norte -americanas, pequenas empresas e organizações sem �ins lucrativos a obter controle sob o conhecimento gerado a partir do �inanciamento. No contexto nacional Jorge Ávila fez uma breve apresentação do panorama atual e sobre a realidade do INPI. Ávila explicou que, “antes de qualquer discussão sobre o assunto é necessário entender para que serve a propriedade intelectual e como usar essa ferramenta na O minicurso “Avaliação e Valoração de Tecnologias Universitárias” ministrado por Gustavo Fuchs, da Companhia de Transferência Tecnológica da Universidade Hebraica de Jerusalém – Yissum deu-se em paralelo ao workshop “Parceria ANPEI, ANPROTEC, ABVCAP e FORTEC: promovendo a criação de negócios sustentáveis” e “Treinamento dos gestores de inovação: propostas e institucionalização”. Um momento de destaque do evento foi a Luiz Antonio Rodrigues Elias, secretário executivo do MCTI

mesa “Políticas públicas para o desenvolvimento sustentável: aproximação entre o local e o global” que foi mediada por Ima Vieira, ex-diretora e pesquisadora do Museu Goeldi e contou com a presença do secretário de ciência e tecnologia do estado do Pará, Alex Fiúza de Melo e Fernando José Espanhol, vice-reitor da Universidade Estadual do Tocantins. Para Alex Fiúza o modelo de exploração e ocupação econômico da Amazônia é o “do saque”, pois é baseado no extrativismo. Para o cientista político a ocupação não teve como preocupação a verticalização econômica e com o passar dos anos apenas “mudou de cardápio”. “O país tem que entender que a Amazônia não é só o Pará, o sudeste do estado não é a Amazônia toda e Manaus não é o Acre. No século XXI a Amazônia ainda é uma região subdesenvolvida, pois mesmo o Brasil sendo a sexta economia do mundo, um país sem educação não pode ser considerado desenvolvido. Nesse sentido a Amazônia é a periferia da periferia”. Para falar de “Negócios e transferência de tecnologia”, a mesa coordenada por Elizabeth Ritter contou com a presença da pesquisadora da Bioclone (micro empresa que surgiu em uma incubadora), Ana Cristina Portugal; com Luciana Hashiba, da Natura, que apresentou a “razão de ser” da empresa e o Programa Natura Campus que pretende conectar a natureza ao meio cientí�ico, gerando múltiplas formas de valor em rede. A Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) foi representada por Beatriz Amorin que apresentou a Wipo Green, tecnologia de mercado que pretende ser um espaço de discussão e desenvolvimento de um marco legal global em propriedade intelectual. Para tratar do Acesso a Patrimônio Genético e do Conhecimento Tradicional As-

Mesa Acesso a Patrimônio Genético, ao centro a promotora de justiça Eliane Moreira

sociado a Biodiversidade foram convidadas especialistas renomadas nacional e internacionalmente. A mesa coordenada por Eliane Moreira, promotora de justiça, tratou do marco regulatório ou seja o conjunto de normas, leis e diretrizes que devem regulamentar o funcionamento das políticas nacionais sobre acesso ao patrimônio genético e proteção do conhecimento tradicional associado, o marco legal. Participaram: Maria Celeste Emerick da Fundação Oswaldo Cruz; Diana Jungman, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que defendeu que o marco legal deve estar em sintonia com a ideia de ‘bioeconomia’, que é a ciência que pesquisa o impacto da empreitada humana sobre o meio ambiente e pretende �ixar normas necessárias para alcançar um desenvolvimento econômico sustentável; além de Rosa Mirian, da assessoria de inovação tecnológica da Embrapa e Ana Yamaguishi, do departamento de patrimônio genético da secretaria de biodiversidade e �lorestas do Ministério do Meio Ambiente (MMA). O evento teve como patrocinadores o Governo do Estado do Pará; Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação; CNPq; Banco do Brasil; NavegaPará; Prodepa; Natura; Biominas; IPDFarma. Foi promovido pelo Museu Paraense Emílio Goeldi em parceria com as ICT partícipes da Rede de Núcleos de Inovação Tecnológica da Amazônia Oriental (RedeNamor) a saber: Museu Goeldi; Universidade Federal do Pará; Universidade do Estado do Pará; CESUPA; Universidade Federal Rural da Amazônia e Instituto Federal de Ciência Tecnologia e Inovação do Pará (IFPa).

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Turismo sustentável faz

parte do novo modelo de gestão da administração pública paraense

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Texto Benigna Soares com Jeferson Castagna e Wanderson Curcino (Paratur GECV) Fotos Benigna Soares

Estande Paratur no Salão do Turismo 2011

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titular da Secretaria de Estado de Turismo do Pará (Setur), Adenauer Góes, e a presidente da Companhia Paraense de Turismo (Paratur), Socorro Costa, assinaram no último dia 19 de abril, no Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, termo de compromisso com o Modelo de Gestão para Resultados, lançado na ocasião pelo governador do Pará, Simão Jatene. Na ocasião do lançamento do novo modelo, que envolve praticamente todas as áreas da gestão pública, o governador também autorizou o programa de formação de gestores e qualificação do servidor público, que será executado pela Escola de Governo do Pará (EGPA). Na área do turismo o novo modelo permitirá a tabulação permanente de dados quantitativos e qualitativos sobre os programas, projetos, ações e serviços desenvolvidos a partir do Sistema Estadual de Gestão do Turismo (Segetur), que inclui a Setur, Paratur e o Fomentur (Fórum de Desenvolvimento Turístico do Estado do Pará)., lançado em 11 de novembro do ano passado, que por sua vez direciona desenvolvimento e marketing e aponta dois eixos prioritários de investimento: a promoção do turismo paraense nos mercados regional, nacional e internacional, utilizando ferramentas de inteligência de mercado, missão da Paratur e o desenvolvimento e fomento de novos produtos turísticos, além do fortalecimento das políticas públicas de turismo, missão da Setur. Fazem parte do Plano, elaborado com apoio e consultoria da empresa espanhola Chias Marketing, nove macroprogramas que vão direcionar os novos rumos do turismo paraense, com 42 projetos de desenvolvimento turístico e 26 projetos voltados para ações de marketing. A execução do Plano contempla também as metas estabelecidas para o setor do turismo pelo governador Simão Jatene, a partir do lançamento do novo Modelo de Gestão para Resultados. Essas metas visam desenvolvimento do turismo sustentável como garantia de geração de emprego e renda, melhor qualidade de vida à população e redução da pobreza e desigualdades sociais. Estão previstas no programa Turismo na Amazônia e das ações de acessibilidade e lo-

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Carlos Freire (ABIH), Isabela Jatene (Pro Paz), Leane Mello (Ministério Público), Socorro Costa (Paratur) e Adenauer Góes (Setur)

gística de transporte para o Marajó, implantação de projetos do Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo (ProdeturPA), realização do inventário turístico do Pará, construção de centros de convenções, fomento à diversificação do turismo e da pesca esportiva como atrativo turístico e implantação de banco de dados do turismo. Também são metas o cadastro de pessoas físicas e jurídicas que atuam no setor do turismo, além de qualificação de profissionais do turismo, superior a 10.500 pessoas entre 2012 e 2015, além da promoção e divulgação do Pará, com pelo menos 500 publicações especializadas de mídia e notícias por ano, visando o fortalecimento da comunicação pública governamental, com implementação de ações de publicidade aplicada ao turismo nacional e internacional. A revitalização e preservação da memória e identidade cultural, ações de pesquisa e inventário do patrimônio cultural, pacto pelos direitos humanos por meio do combate ao abuso de crianças e adolescentes no turismo também estão no acordo assinado pelos dirigentes da área do turismo que resulta no novo Modelo de Gestão para Resultados, lançado pelo governador Simão Jatene. As metas visam melhorar a presença do destino Pará e dos seus produtos turísticos nos mercados nacionais e internacionais.

Desafios da Paratur Dentro do contexto da reestruturação da Paratur, criada há cerca de 40 anos, seus desafios passam a ser semelhantes ao do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur). Sua missão agora é associada diretamente ao marketing, promoção e divulgação do turismo paraense, com o slogam “Pará: A obra -prima da Amazônia” nos mercados nacio-

Somados aos investimentos da Paratur e Setur visando atração de turistas, refletidos principalmente na participação do Pará em grandes feiras e eventos nacionais e internacionais, a qualificação da mão de obra que recebe esses turistas e oferta serviços ao setor. “Por meio do Programa Estadual de Qualificação Profissional do Turismo (PEQTUR) mais de 10.500 profissionais vão ser qualificados pela Paratur até 2015. A melhoria da qualidade e quantidade da oferta de serviços e produtos no Estado certamente vai atrair mais investidores à região, entre eles da área da hotelaria”. Diz Socorro Costa, presidente da Paratur, ao lembrar que o crescimento representará um aumento de 9,54%. Socorro também lembra que o fluxo do Círio de Nazaré, que soma cerca de 70 mil turistas, num universo de 2 milhões de romeiros, é um fluxo diferenciado. “A maioria desse público se hospeda na casa de familiares, o que é comprovadamente uma tradição, tendo em vista que o Círio é também um momento de confraternização da família paraense”. Explica Socorro, que vê de forma positiva o aumento do número de hotéis em Belém, que só este ano ganha nove novos empreendimentos, entre os que já foram inaugurados e os que ainda vão ser inaugurados até o final do ano. “Nossa expectativa é de tornar o Pará cada vez mais atraente e competitivo no

“Nossa expectativa é de tornar o Pará cada vez mais atraente e competitivo no mercado nacional e internacional, trazendo o máximo de investidores, sejam agentes de viagens, hoteleiros, empresas de transporte, do setor de gastronomia e outros”

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nal e internacional. Suas ações seguem as diretrizes do Plano Estratégico do Turismo do Pará, visando bons resultados ao setor, que garantiu em 2011 a visitação de mais de 770 mil turistas ao Pará, onde deixaram R$ 380 milhões de reais. Em 2012 Paratur e Setur pretendem fechar o ano com o receptivo de mais de 850 mil turistas, entre os quais 20 mil oriundos de cruzeiros vindos de vários países, em especial EUA, Alemanha, Japão e Inglaterra.

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mercado nacional e internacional, trazendo o máximo de investidores, sejam agentes de viagens, hoteleiros, empresas de transporte, do setor de gastronomia e outros”. Afirma Socorro, administradora e especialista em gestão pública, que assumiu a presidente da Paratur dia 12 de abril, em substituição à Adenauer Góes, nomeado pelo governador Simão Jatene titular da Secretaria de Estado de Turismo do Pará (Setur). Socorro Costa: Administradora, especialista em gestão pública, com MBA em Direito empresarial. Soma 27 anos de trabalho na iniciativa privada e serviço público.

Desafios da Setur

A Secretaria de Estado de Turismo (Setur) foi oficialmente criada em 29 de dezembro de 2011, com a publicação, no Diário Oficial do Estado do Pará da Lei Nº 7.593, de 28 de dezembro de 2011, através da qual o governador Simão Jatene criou o Sistema Estadual de Gestão do Turismo (Segetur), ao qual está ligada a referida secretaria. O projeto de lei foi aprovado em primeiro turno na Assembléia Legislativa do Pará no dia 15 de dezembro e veio atender demanda do trade turístico e de toda a sociedade do Pará, que sempre ansiou por uma secretaria capaz de impulsionar políticas públicas de investimento no setor. O órgão da administração direta, vinculada à Secretaria Especial de Estado de Desenvolvimento Econômico e Incentivo à Produção (Sedip), surge com a finalidade de planejar, coordenar e gerenciar a política de desenvolvimento turístico no Estado do Pará, tendo como maior desafio garantir o fomento e o desenvolvimento do turismo paraense, também a partir do Plano Estratégico de Turismo do Pará, o “Ver-o-Pará”, também lançado no final de 2011, que representa o resultado de um pacto da gestão pública, do empresariado, da sociedade em geral pelo turismo. A estrutura da Secretaria de Estado de Turismo (Setur) envolve 64 cargos comissionados, entre secretário, assessores, gerentes, diretores e técnicos. Os recursos

previstos para funcionamento inicial da Setur somam R$ 3.487.870,00. Adenauer Góes, que chegou à presidência da Paratur em 1999, a convite do então governador Almir Gabriel, e permaneceu no cargo até 2006, já na gestão de Simão Jatene, explica que o governador Simão Jatene sempre priorizou o turismo como um dos eixos prioritários do seu governo, por entender que o setor tem grande importância para o desenvolvimento sustentável, enquanto gerador de emprego, renda e qualidade de vida à população local e dos visitantes. Relata que entre 2003 e 2006 no governo Jatene, a Companhia Paraense de Turismo (Paratur) elaborou o Plano Estadual de Desenvolvimento Turístico do Pará, com a consultoria da empresa espanhola THR. “Ao assumir o governo em 2011 o governador solicitou a atualização desse plano. Com a consultoria da empresa também espanhola Chias Marketing lançamos o “Ver-o -Pará”, novo Plano Estratégico de Turismo do Pará”. Diz Adenauer, ao explicar que o novo Sistema Estadual de Gestão do Turismo (SEGETUR), é formado pela Secretaria

Socorro também lembra que o fluxo do Círio de Nazaré, que soma cerca de 70 mil turistas, num universo de 2 milhões de romeiros, é um fluxo diferenciado

de Estado de Turismo (SETUR), que tem a finalidade de desenvolvimento, fomento e políticas públicas do turismo, a Companhia Paraense de Turismo (Paratur), com a finalidade de executar o marketing e a promoção nacional e internacional do turismo paraense e o Fomentur – Fórum de Desenvolvimento Turístico do Estado do Pará. Adenauer Góes: médico, gestor público pela Paratur, ex-presidente do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes de Turismo, coordenador do Corredor do Ecoturismo Brasileiro entre 2001 a 2003. Foi vereador de Belém e Deputado Estadual, onde presidiu a Comissão de Turismo da Assembléia Legislativa. Presidiu a Paratur de 1999 a 2006 e de 20011 a abril de 2012, quando assumiu a Setur – Secretaria de Estado de Turismo, que ajudou a criar e implantar. SAIBA MAIS SOBRE O TURISMO DO PARÁ EM WWW.TURISMOPARAENSE.BLOGSPOT.COM E WWW.PARATURISMO.PA.GOV.BR

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Dizem que as sardinhas do Sítio da Nazaré são das mais gostosas de Portugal

A Sardinha e os Santos Populares

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Texto Anete Costa Ferreira* á séculos que o povo português saboreia a sardinha que provavelmente tenha chegado em Portugal através dos Fenícios que tinham por tradição salgar os peixes para consumo ou para o comércio. Com o desenvolvimento das pescas pelos Romanos que pretendiam colocar bens perecíveis além do Império, salgavam a sardinha e colocavam em ânforas e despachavam para a Ibéria, península Itálica, Gália, Inglaterra e África, sistema que assegurava a qualidade dos peixes por longo tempo. No sul do Tejo, os Muçulmanos pescavam com redes próprias as espécies que abundavam nesse rio. Reza a História que em Lisboa já no século XIII seus moradores consumiam sardinha nos tamanhos entre 10 a 15 cm, assadas na brasa, tendo sido por muito tempo o sustento da classe humilde. Os lavradores abasteciam a capital com seus produtos e

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Ao ponto...

levavam em troca sardinhas, tornando-se a espécie a alimentação básica dos habitantes rurais, juntamente com o bacalhau. No século XIV nos postos de vendas na zona da Ribeira (Lisboa), as sobras eram salgadas para evitar desperdícios. No decorrer de 1387, D. João I, Mestre de Avis, legaliza por meio de Carta Régia a pesca da sardinha, permitindo aos moradores do Porto a captura em águas de Lisboa e Setúbal. O monarca em 1456 consente que a sardinha seja pescada aos domingos e dias santos, exceto nas festas de Jesus Cristo e da Virgem Maria. Segundo manuscritos da época, a Penín-

sula Ibérica já conhecia a importância e o valor da sardinha no século XVI, daí a atenção que davam ao pescado na economia e na alimentação do seu povo. Em Lisboa, no século XVII ocorreu uma enorme escassez de sardinhas, devido melhores ofertas em outros postos. Os fornecedores afastaram-se da capital originando a falta de alimentos nos meios rurais. Diante dessa situação as autoridades impuseram pesadas penas �inanceiras e até degredo para aqueles que desviassem a sardinha de Lisboa para outros destinos. As vendedoras da Ribeira foram proibidas de lavar sardinhas com água salgada, método que usavam para mostrar o peixe sempre fresco. O progresso chega, e no mercado surge em 1865 a primeira fábrica de conserva de atum, no Algarve. A experiência foi bem sucedida, e em 1880, instala-se a primeira unidade portuguesa de conserva de sardinhas, em Setúbal, às margens do rio Sado. Outras localidades acataram a ideia e no início do século XX Portugal já possuía quatrocentas www.paramais.com.br

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cio Português de Conservas de Sardinha, em substituição ao Instituto Português de Conservas de Peixe, instituído em 1936. A sardinha tem garantido estatuto na literatura, canções, jogos populares, pregões e festejos, sem esquecer na genealogia onde há inúmeras famílias com o sobrenome Sardinha, além da toponímia. No período de junho a agosto a sardinha fresca é a rainha da gastronomia portuguesa; o que outrora era alimento dos humildes, hoje é consumo integrado de todas as classes sociais. A sardinha é a imagem tradicional das A sardinha impera em todos os pontos festas lisboetas e dos arraiais dos santos importantes da vida portuguesa como nos populares, além de ser considerada símbolo de abundância do povo lusitano ditos populares: “Pelo verão, sardinha no pão; no São João pinga a sardinha no pão; fábricas conserveiras. É válido ressaltar que quem quiser mal à vizinha dê-lhe em maio em 1855, a sardinha conquistou Menção uma sardinha e em agosto a vindima; aperHonrosa na Exposição Internacional de Pa- tado como sardinha em lata; puxar a brasa à nossa sardinha”. Há também quadras: “ ris. Com a crise das pescas na França, Portu- Santo Antônio e São João/Vão ao desa�io gal obteve excelentes resultados no merca- cantar/Nas barracas das sardinhas/Espedo internacional exportando sardinhas em ro poder passar” (Artur Bruno). “ No dia conserva durante a I Guerra Mundial (1914- de São Pedro/ Vamos todos à sardinha/ 1918). No ano de 1938, Portugal produziu Neste ano vou escolher/A que for mais pe40 mil toneladas de sardinhas em conserva, quenina” (Ana Isabel). Os escritores Eça de o que levou o Estado Novo a criar o Consór- Queiroz, Antero de Quental, Raul Brandão e tantos outros fazem largas referências à sardinha, nas suas obras. Nesse percurso encontramos a sardinha nas festas dos santos populares consumida sempre assada, mantendo a tradição secular. O chef de cozinha orienta como preparar: no fogareiro colocar as sardinhas com as barrigas para dentro, assar em fogo brando, dar à volta na grelha ou simplesmente virar Colocar em cima da fatia de broa de milho ou de pão (que pode ser tostado) e comer enquanto estiver quente, saboreando delicioso vinho para não queimar e nem �icar crua por dentro. Para

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Nas festas dos santos populares consumida sempre assada, mantendo a tradição secular

saborear: colocar em cima da fatia de broa de milho ou de pão (que pode ser tostado) e comer enquanto estiver quente, saboreando delicioso vinho. Há os que preferem colocar no prato com salada de pimentão verde ou vermelho assado, em tiras, regar com azeite, vinagre ou suco de limão acompanhando com batatas cozidas e vinho, é claro! O caldo verde é presença obrigatória nos festejos da época. Em 2003, a sardinha passa a ser marca indissociável das festas populares de Lisboa, constando nos cartazes, programas, folder’s, baner’s, brochuras, agendas, etc. etc. No ano de 2004, a Câmara Municipal de Lisboa instituiu concurso, cabendo aos jurados classi�icar até ao 3º lugar as sardinhas mais bonitas como símbolo das festas populares da capital, ilustrando as salas de espetáculos, museus, transportes públicos, concertos de fado, jaz, música, exposições, mostra de cinemas, teatro, atelier, mesclando públicos da cultura popular e erudita. A sardinha é a imagem tradicional das festas lisboetas e dos arraiais dos santos populares, além de ser considerada símbolo de viagem e abundância do povo lusitano. É peça fundamental nos festejos de Santo Antônio, São João e São Pedro em todo o território português. (*) Correspondente em Portugal

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O espetáculo “Viva meu boi bumbá” reúne os jovens atendidos na Fundação Curro Velho e mostra uma das mais fortes manifestações da época

Dança, poetas repentistas e espetáculo infantil

no arraial do Curro Velho Texto Andreza Gomes* Fotos Irene Almeida/Ascom Curro Velho 20

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quadra junina será tema de uma vasta programação nos espaços de arte-o�ício da Fundação Curro Velho. As atividades culturais acontecem em três �inais de semana consecutivos – 22, 29 e 30 de junho –, distribuídas na Casa da Linguagem, na Avenida Nazaré, e n naa sede da instituição, no bairro do Telégrafo. O Arraial do Curro Velho é um evento já tradicional e reúne professores, servidores, alunos da Fundação, além da comunidade do entorno. Segundo o diretor de extensão da FCV, Walter Figueiredo, as festas juninas expressam toda a diversidade da cultura brasileira, “resgatando e fortalecendo as tradições populares que aproximam o campo e a cidade, a capital e o interior, o urbano e o rural”. A programação desse mês, acrescenta, encerra o ciclo de o�icinas e atividades educativas complementares da Fundação Curro Velho neste primeiro semestre. “Encerraremos nossas atividades dia 20 de junho com mostras e exposições dos trabalhos produzidos nas o�icinas de múltiplas linguagens, espetáculos, apresentações e performances artísticas, que terão a participação de alunos, instrutores e artistas convidados, de Belém e de outros municípios”, antecipa.

Arraial das Letrinhas

A Casa da Linguagem sediará, no dia 22 de junho, a partir das 17h30, o “Arraial das Letrinhas”, programação que vai contar com um sarau literário, apresentação do poetas repentistas Valdeci Alves (Paragominas) e Rinaldo Aleixo (Recife), do Grupo de Percussão Nova Geração Pro Paz/UFPA Guamá; do grupo “Os três do Forró” e dos alunos integrantes da o�icina de Dança de Salão, mostra de poesia, além da venda de comidas típicas. www.paramais.com.br

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Na encenação do espetáculo Sem Marçal não tem Arraial

Fundação Curro Velho, no bairro do Telégrafo

O aprendizado das oficinas de arte-ofício é todo aplicado na elaboração das atividades que integram a programação junina na FCV

Na sede da Fundação Curro Velho, o Arraial Junino acontece nos dias, 29 e 30 de junho com a participação do grupo de Percussão da Terra – Pro Paz UFRA/Terra Firme, grupos Asas da Percussão e Tambor Cabloco do Polo Pro Paz MangueiAs programação da FCV rão/Benguí. Nos dois dias busca promover o resgate e o público vai poder assistir fortalecimento das tradições ao espetáculo “Sem Marçal populares que aproximam a cultura do campo e da cidade não tem arraial”, que tem no elenco cem crianças, na faixa de 7 a 12 anos, integrantes das o�icinas de Iniciação Artística. Através da representação e da dança, elas vão contar a história dos santos comemorados na quadra junina: Santo Antônio, São João, São Pedro e São Marçal. Os jovens também participam da programação com o espetáculo “Viva meu boi bumbá”. E para encerrar a programação junina, o carimbó do grupo Sancari e daquele que que é considerado o rei desse gênero musical - Pinduca e Banda. O público ainda vai poder conferir uma exposição de trabalhos resultantes das o�icinas de arte e o�ício realizadas no mês de junho, e uma feira de produtos artísticos e artesanais. O Arraial do Curro Velho começa também a partir das 17h30, na sede da instituição, localizada na rua Professor Nelson Ribeiro, nº 287, à esquina da Travessa Djalma Dutra, bairro do Telégrafo. A entrada é franca. (*) FCV

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Prêmio Camões 2012 vai para escritor curitibano Dalton Trevisan

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Texto Ricardo Domeneck

arcado por estilo seco e realista, contista é o 10º brasileiro a receber maior distinção literária da língua portuguesa. Marca de Trevisan é a escrita seca e desafetada, numa descrição realista da condição humana. O Prêmio Camões, considerado o mais importante da língua portuguesa, vai este ano para o contista brasileiro Dalton Trevisan.

Escrita seca

Nascido em 1925, em Curitiba, o escritor estreou no início da década de 40. Tornou-se conhecido já à época como um dos editores da revista Joaquim, que circulou entre 1946 e 1948, com a qual viriam a contribuir alguns dos maiores intelectuais e artistas brasileiros em atividade no pós-guerra imediato, como Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, Mário Pedrosa, Candido Portinari, Otto Maria Carpeaux, Antonio Candido, Carlos Drummond de Andrade e Fayga Ostrower. Na década de 60, com a publicação de livros de contos como Cemitério de elefantes

Dalton Trevisan vence Prémio Camões

(1964) e uma de suas obras-primas, O Vampiro de Curitiba (1965), passa a contar entre os mais importantes e influentes prosadores do país. Sua escrita é tesa, seca e desafetada, apresentando de forma extremamente direta aspectos da vida social no país. Desse modo, seus contos centrados na violência das relações humanas nas grandes cidades imediatamente o distinguiram tanto do realismo regionalista de autores como José Lins do Rêgo e Jorge Amado, como das investigações de caráter metafísico de autores como Lúcio Cardoso, Clarice Lispector ou João Guimarães Rosa.

Entre predação e solidariedade A escolha do curitibano Dalton Trevisan de 86 anos foi unânime. É o10º brasileiro a ser agraciado com o Prémio Camões 22

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Essa decisão estética de não mascarar a crueldade com requintes líricos, o liga – ao lado de Rubem Fonseca – a poucos autores e obras nacionais até aquele momento, como

o Graciliano Ramos de Angústia (1934), os contos de João do Rio ou a maestria satírica de Machado de Assis. O conto “Uma vela para Dario”, incluído em Cemitério de elefantes, é emblemático neste sentido e um de seus textos antológicos. Em apenas duas páginas, com sua concisão que parece mimetizar a própria violência humana que descreve – a da pressa da competição pela sobrevivência –, Trevisan relata sem qualquer alteração de pulso e ritmo e sem julgar, como a personagem principal, ao passar mal numa rua qualquer, vai perdendo aos poucos os seus pertences – carteira, aliança de ouro e paletó desaparecendo a cada ato de ajuda. Três horas depois, sem ambulância ou rabecão, a personagem está morta e mais pobre do que nunca. Sem deixar de descrever também alguns atos de generosidade e compaixão, no entanto, Trevisan nos mostra a convivência www.paramais.com.br

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lendas vampirescas como manifestações do desejo sexual desenfreado e animal. Aqui, Trevisan emprega um trato pessoal e experimental com a língua, mesclando e oscilando entre o coloquialismo dos primeiros modernistas e expressões arcaicas, estilo inimitável que deixaria marcas na prosa brasileira das duas últimas décadas, que teve Trevisan como um dos mestres declarados. No entanto, talvez apenas alguns autores – como Hilda Hilst, tenham conseguido produzir trabalhos originais e com um estilo também bastante pessoal, a partir de técnicas similares.

Alta distinção Dalton Trevisan recebeu o Prêmio Portugal Telecom de 2003

humana como balançando-se entre a predação e a solidariedade – mas insinuando qual delas costuma pesar mais no prato. Em seu conto mais famoso, “O vampiro de Curitiba”, o autor contribui a essa larga tradição literária com um texto que prescinde do fantástico, para chegar ao caroço das

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Dalton Trevisan publicou cerca de 40 livros, e tem sido uma presença constante no cenário cultural brasileiro, apesar da alcunha de “Vampiro de Curitiba”, por se recusar a dar entrevistas, ser fotografado ou participar de eventos “literários” (leia-se “sociais”). Nos últimos anos, levou ao extremo seu minimalismo, publicando as micronarrativas de volumes como Ah, é? (1994), 234 (1997) e Pico na veia (2002), pelo qual recebeu o Prêmio Portugal Telecom de 2003. Editado no Brasil pela Record, seu último trabalho foi O anão e a ninfeta (2001). Ganhador de prêmios da Câmara Brasileira do Livro, do PEN Club Brasil e do Ministério da Cultura, Trevisan recebe agora o prestigioso Camões. Instituída pelos governos do Brasil e Portugal em 1988, a distinção é atribuída anualmente, e a cerimônia de entrega se alterna entre o Rio de Janeiro e Lisboa. Agora em seu 24º ano, o prêmio foi entregue pela primeira vez ao português Miguel Torga, e no ano seguinte ao brasileiro João Cabral de Melo Neto. Ao todo, foram homenageados dez portugueses, dez brasileiros, dois angolanos, um moçambicano e um cabo-verdiano. Em 2006, o angolano José Luandino Vieira recusou o prêmio, por “motivos íntimos e pessoais”, sendo o único a fazê-lo até o momento.

O vampiro de curitiba: Apelidado “Vampiro de Curitiba”, segundo seu livro mais famoso, autor foge da mídia

Dalton Trevisan, que não costuma recusar nem comparecer a tais honrarias, ainda não se manifestou sobre sua premiação.

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Ilhas Temáticas ressaltam potencial rural paraense

Feira da D Agricultura Familiar mostrou

mapa amazônico do mundo rural Texto Aline Miranda Fotos Carlos Sodré/Ag. Pa e Kenny Teixeira/ Ascom Emater

Na solenidade de abertura da Agrifal 2012

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e 25 a 27 de maio, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) promoveu no Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém, capital do Pará, a primeira Feira da Agricultura Familiar da Amazônia Legal (Agrifal), que reuniu mais de 1 mil e 300 agricultores de todos os recônditos do estado, autoridades científicas e políticas locais e nacionais e 23 mil visitantes. O principal objetivo da Agrifal foi divulgar e valorizar, no contexto da Amazônia, o trabalho dos pequenos produtores rurais (tradicionais, pescadores, quilombolas, indígenas e artesãos), responsáveis pelo abastecimento em mais de 70% da mesa e da indústria brasileiras, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), e o amparo governamental que vem estruturando e ajudando a desenvolver o setor. “Quando se falou de Agrifal pela primeira vez, pareceu-nos um sonho. Hoje é uma realidade. A Feira integra os nove estados amazônicos, em vez de ressaltar pelas diferenças”, afirmou o governador do Pará, Simão Jatene, na abertura do evento, na qual estiveram presentes, também, o diretor do Departamento de Assistência Técnica e Assistência Técnica (Dater) do MDA, Argileu Martins, e o embaixador do Suriname, Marlon Mohamed-Hoesein. “A Agrifal é a sociobiodiversidade e o beneficiamento, a fruticultura, a floricultura, a agricultura orgânica, as inovações tecnowww.paramais.com.br

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lógicas, a apicultura. São as experiências exemplares: a prova de que a agricultura familiar da Amazônia é fundamental no agronegócio do Brasil”, disse a presidente da Emater, Cleide Amorim. “Na Agrifal o agricultor vê, conhece e troca sabedoria sobre negócios maravilhosos. Ao mesmo tempo em que tem a idéia, confirma que a idéia tem viabilidade conversando com quem já executa, com quem já deu certo, o agricultor anda mais um pouco e depara com os estandes dos bancos, com os estandes dos maquinários, com os estandes das políticas públicas, com os estandes das indústrias. O entendimento e o canal passam a ser completos”, concluiu o embaixador Hoesein. De acordo com o MDA, a Agrifal foi um espaço para troca de experiências, com transferência de tecnologia e reflexão sobre as vivências no campo: “Além de um evento como este juntar agentes públicos com poder de decisão, aproximar setores do governo que podem se integrar mais inclusive com a extensão rural, e ainda valorizar e motivar os próprios extensionistas, que vêem em cada agricultor, estande e atividade o resultado também de seus esforços”, apontou Argileu Martins.

Feira

Foram 175 estandes, com bancos, universidades, governos e 68 expositores de 39 municípios, que colocaram à venda 600 itens – sobretudo açaí, farinha, guaraná, castanha-do-pará, derivados do leite, flores ornamentais, mel, cosméticos naturais, hortaliças orgânicas e biojóias. Cada produto significou não só uma oportunidade de preços mais baratos, mas de diferenciação de consumo: foi possível adentrar no relato humano por trás e no incentivo dos governos municipais, estaduais e federal sobre. “Uma experiência sinestésica – de inserção nos cheiros, texturas, cores, personagens, histórias e políticas da Amazônia”, indicou o sociólogo da Emater Alcir Borges, supervisor-adjunto do escritório regional do Marajó e integrante da organização da Agrifal. O evento também localizou cerca de R$ 85 mil negociados entre expositores e público e a prospecção de contatos comerciais que devem gerar imediatamente pelo menos R$ 1 milhão e meio. Pará, Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Ron-

Simão Jatene, Cleide Amorim, Hildegardo na abertura da Agrifal

Agrifal, reuniu mais de 1 mil e 300 agricultores agricultores, expositores e parceiros de mais de 40 municípios www.paramais.com.br

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Ilha temática da sociobiodiversidade ressalta a cultura quilombola

dônia, Roraima e Tocantins foram representados por produtos, caravanas, estandes, cursos, palestras, oficinas e apresentações culturais. Houve, ainda, as seguintes ilhas temáticas, com fotos, maquetes, mostra de projetos e práticas, exibição das cadeias produtivas e de produtos finais e presença de técnicos da Emater e de produtores atendidos: “Sociobiodiversidade e Turismo Rural”, “Fruticultura, Floricultura e Orgânicos”, “Pequenos e Grandes Animais”, “Mandioca e Derivados”, “Bionergia” e “Turismo Rural”. Quatro Armazéns de Serviços resumiram empreendimentos familiares apoiados pela Emater e parceiros institucionais e esclareceram sobre políticas públicas do setor, como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). O Modelo Rural, uma réplica de uma fazenda com minicentros de produção que a Emater mantém em Castanhal, no nordeste paraense, teve instalação extraordinária em um espaço de 224 m², com técnicos da Emater ensinando, por exemplo, como cultivar hortas orgânicas em sacadas de apartamentos e como fabricar ração alternativa (com restos de alimentos). Foram também lançadas publicações científicas da Emater, como um livro bilíngüe sobre metodologias e 11 cartilhas sobre culturas específicas (açaí e cacau, por exemplo). Além disso, palestras, cursos e oficinas ofereceram aperfeiçoamento a profissionais especializados – desde a merendeiras, que puderam aprender a manipular melhor matérias-primas da agricultura familiar, até a engenheiros agrônomos, que discutiram a realidade do biocombustível. Por exemplo: uma oficina de Cozinha Saudável, com chefes renomados de Belém, orientou o preparo de receitas culinárias à base de pescado. No mais, reuniões importantes aconteceram ao longo da Agrifal, como a entre Emater, Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer) e a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ACBZ) sobre a implantação do programa Pró-Genética, para o melhoramento do rebanho bovino do Pará. Na sexta-feira (25), a Secretaria de Estado de Agricultura do Pará (Sagri) e a Empresa Brasileira de Desenvolvimento Agropecuário (Embrapa) apresentaram uma nova variedade de cupuaçu, a BRS Carimbó, mais resistente a pragas e com maior produtividade. O Plano Estratégico de Turismo Rural do Estado do Pará também foi oficializado no domingo (27), com coordenação da Companhia Paraense de Turismo (Paratur). 26

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Durante a Feira foram comercializados R$ 85 mil

Produtos da UDB, como o licor de jambu, conquistam o público

A Feira fechou com R$ 1,5 milhão em negócios fechados e mais de 23 mil visitantes em três dias

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Mais de 23 mil pessoas visitaram a Feira da Agricultura Familiar da Amazônia Legal (Agrifal)

Agricultores do sul do Pará levam tratores para casa na Agrifal

Já a agenda cultural teve concurso de beleza e simpatia de Rainha Encanto do Campo (entre agricultoras, com vitória de Samara Carvalho, da comunidade Tancredo Neves, de Breves, no Marajó ), mostra de fotografias e poemas de extensionistas ( Ver-Ater-Pará 2012) e shows do Charme do Choro, Nilson Chaves e Arraial do Pavulagem. Para o acesso às apresentações, foi necessário entregar um quilo de alimento não-perecível, que a Emater doou para instituições de caridade da região metropolitana de Belém.

Sucesso

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Do sucesso da Agrifal se vê, pois bem, que o melhor romance amazônico não tem mais a restrição do teor das lendas indígenas, nem o grande encontro é somente aquele entre as águas dos rios Negro e Solimões: o amor de verdade das florestas e cidades dos nove estados brasileiros dentro dos limites legais da região acontece todo dia, juntando no mesmo interesse e no mesmo benefício, mais de 140 mil famílias agricultoras plantando e criando alimentos e uma população de 17 milhões que obviamente toma café-da-manhã, almoça, lancha e janta baseada nesses alimentos. Especificamente no Pará, lavradores, ribeirinhos, pecua-

Escritório Escolar Evangélico Recargas de Cartuchos e Tonners.

“Revelação de Talentos” >> Pela programação “Revelação de Talentos”, extensionistas, parentes desses e agricultores subiram ao palco para cantar. O técnico em agropecuária Neuton Pantoja, do escritório local de Belterra, no oeste do Pará, cantou músicas autorais, de ritmos variados, sobre êxodo rural e natureza. Laís Cristo, filha do supervisor do escritório regional de São Miguel do Guamá, engenheiro agrônomo José Henrique Ferro, interpretou obras conhecidas de MPB. Também de São Miguel, veio a banda de pop rock Extensionando, composta por quatro técnicos. O maior destaque, porém, foi o agricultor quilombola, Ricardo Tavares Silva, de Moju, no nordeste do Pará, criador da “carimbada rural”, uma mistura de carimbó e lambada. “Minha inspiração vem de tudo o que eu leio e vivo. Achei que deveria mostrar ao público o que aprendo internamente. O dom é o ‘expressor’ do aprendizado”, disse.

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UNIVERSIDADE >> A graduanda em Zootecnia da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) Ana Paula Freires foi a vencedora do concurso de trabalhos acadêmicos da Agrifal, com uma monografia sobre um projeto comunitário de leite de cabra agroecológico, em Igarapé-Açu, no nordeste do Pará. Ao todo, treze trabalhos concorreram, julgados pelas engenheiras agrônomas da Emater Lidiane Lima e Baziléa Rodrigues, mestres em agricultura familiar e agroecologia respectivamente, e Ana Lima, especialista em biodiesel.

ristas, pescadores artesanais, criadores de porcos e galinhas, apicultores, piscicultores, indígenas, quilombolas e artesãos ocupam os 144, respondendo por mais de 90% das propriedades rurais, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e por ano trazem à luz toneladas e toneladas de comida in natura ou processada, saudável e de qualidade. Contudo, o que interessa à sociedade a partir dessas comunidades históricas não é só o produtos final advindos, mas todo o caminho e a força culturais e ambientais que a existência, o cotidiano e o trabalho que tais populações representam: biodiversidade, desenvolvimento rural, segurança alimentar e economia solidária. Para o casal Daniel e Nilza Amaral, da comunidade agrícola evangélica Deus Proverá,

em Acará, no nordeste paraense, estar na Agrifal foi “ter a informação nas mãos, em um mundo onde informação pode valer até mais do que dinheiro”. Eles vivem do cultivo de mandioca, pimenta e cupuaçu e são atendidos pela Emater há dez anos. A Agrifal 2013 está programada para 4 a 6 de outubro do ano que vem, aproveitando-se o fluxo turístico em torno do Círio de Nazaré.

Chocolate agroecológico da Transamazônica

Show do cantor Nilson Chaves

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A Associação dos Pequenos Produtores Rurais e Urbanos da Comunidade Carlos Pena Filhos (Aprucapef), de Brasil Novo, na Transamazônica, vendeu chocolate agroecológico, originário de mais de 500 hectares de cacau sem agrotóxicos. Produzido sem conservantes ou corantes por um grupo de doze mulheres, o chocolate foi vendido nas versões pó, brigadeiro e barra. O beneficiamento, cujo projeto da Emater começou a se encorpar este ano, ainda é absolutamente artesanal, feito na mão e sem maquinário. A idéia é que, com a aquisição de aparato tecnológico e a capacitação contínua, a produção supere o modelo atual de

Marlon Mohamed Hoesein

iniciativa avulsa, pelo qual faz-se sem planejamento ou meta definidos, e alcance mercados seguros, como o da merenda escolar, via o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). “Nosso plano, também, é estruturar o grupo de mulheres para que, em termos de organização social, formem um segmento da Aprucapef”, explica o chefe do escritório local da Emater em Brasil Novo, o veterinário Almir Segundo Filho. “Hoje em dia, tendo a fruticultura como principal atividade [o maior destaque é o mamão havaí], aproveitamos a totalidade do cacau: amêndoa, polpa, folha [desidratada, para ornamentação]...”, conta o agricultor Francisco Gomes.

Licor de jambu e doce de manga

O licor de jambu foi a principal novidade em tecnologia de alimentos no estande da Unidade Didático-Agroecológica do Nordeste Paraense (UDB) da Emater. Ali, o visitante da Agrifal pôde degustar e comprar, a preço de custo, uma série de outros quitutes que ilustram uma das diwww.paramais.com.br

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cultor familiar e o consumidor final”, disse o advogado José Canto, que, acompanhado da esposa Fátima, também advogada, adquiria um pote de doce de goiaba.

Quilombolas

retrizes da atuação da Emater, que é o beneficiamento do que a agricultura familiar paraense cultiva ecologicamente na terra e na água. A matéria-prima de todos os produtos foi comprada diretamente de agricultores familiares atendidos pela Emater na região de Bragança, onde se localiza a sede da UDB, ou retirada dos experimentos da própria Unidade, que tem pomar, rebanho bovino e hortas. atrativo da UDB na Agrifal foi o doce de manga. “O engraçado é que o paraense costuma consumir a manga apenas in natura – ou, no máximo, como suco. Mesmo a fruta sendo um emblema do Pará, não temos relatos de agricultores com o hábito de fazer doce de manga”, explicava a tecnóloga em

alimentos da Emater Brenda Zamorim. No mais, houve licor de açaí e abacaxi, doces de leite, cupuaçu e bacuri; feijão caupi (quebra-cadeira, manteiguinha e preto), iogurte de frutas diversas e queijo coalho puro ou temperado. Também foi comercializado adubo orgânico de húmus de minhoca. Para o público em geral, o espaço, além de satisfação para o paladar, oferecia “informações surpreendentes”: “Não imaginava que houvesse esse tipo de trabalho da Emater. Acho que muitos dos produtos ainda podem ser aperfeiçoados, mas não há como negar que a iniciativa de processamento de comercialização é ótima, porque quem gosta de consumir produtos naturais, como eu, acaba não tendo de quem comprar aqui em Belém. Faltam canais entre o agri-

Quilombolas da Associação Quilombola de África e Laranjituba, que representa duas comunidades de Abaetetuba, no nordeste paraense, expuseram seus modos de produção artesanal e vendendo panelas de barro. Na Ilha Temática da Sociobiodiversidade, artesãos da comunidade África fabricavam, ao vivo, peças de cerâmica em um torno ou em fôrmas. O visitante poderia participar em pessoa do processo, sentando no torno e colocando a mão na massa, ou presenciar as etapas da fabricação, que incluíam modelagem do barro com um rolo de madeira, tempo de secagem e acabamento a partir da esfregação com caroços de tucumã e anajá. No mesmo espaço, havia uma gamela

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Samara Carvalho da Costa, Rainha AGRIFAL 2012

(espécie de pia) feita com tronco de cupiúba e repleta de banho-decheiro, disponível a quem quisesse “se purificar ou se curar”, como detalhava a quilombola Catarina Nascimento. Segundo ela, o banhode-cheiro, no qual o visitante da Agrifal poderia mergulhar as mãos diretamente ou mesmo dali encher garrafinhas, é “um santo remédio, curando de coração partido a gripe de criança”, dizia. A mistura era toda de ervas amazônicas, como manjericão, japana, cedro, cipó-curimbó e pião-roxo. Ainda na Ilha, havia outros exemplos de artesanato quilombola, como enfeites feitos de “vassoura” (parte do cacho, sem os frutos) de açaí e móveis de madeira nativa.

Estande

Uns passos à frente dentro dos corredores da Agrifal, um estande da Associação África e Laranjituba expunha e vendia panelas diversas, que são o carro-chefe do artesanato quilombola da região de Abaetetuba, Moju, Baião e Concórdia do Pará. As panelas são produzidas com barro retirado do fundo do igarapé Caeté, que corta as comunidades. Representando um resgate da ancestralidade quilombola, os utensílios foram abandonados por um tempo pelas gerações atuais e só voltaram a ser considerados há cerca de dois anos, com o incentivo da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Atualmente, são produzidas por mês cerca de 200 panelas estili-

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Samara Carvalho da Costa, Rainha AGRIFAL da regional de Marajó

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Nascimento, os obje-

Samara Carvalho da tos, se bem cuidados, Costa, Rainha AGRIFAL, recebe seus presentes podem durar séculos,

zadas (com motivos animais, em alto relevo – em geral, caranguejos e cobras ) – vendidas diretamente nas comunidades e em dois pontos permanentes de Belém (um na Fundação Curro Velho, no Telégrafo, e outro pela Cooperativa dos Micro Produtores e Artesãos - Comip no Mercado de São Brás). No verão, cada panela demora 15 dias para ficar pronta. No inverno, esse período pode chegar a um mês. O lucro dos quilombolas alcança os 70%, porque a matéria-prima é toda reciclada ou baseada na natureza. Na Agrifal, as panelas médias, que costumam ter mais saída, custavam por volta de R$ 40 reais. De acordo com o artesão Magno

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literalmente: “Nas comunidades, temos panelas de mais de 300 anos”, contava. Nascimento garantia, também, que o preparo de comida em panelas de barro é, em todos os sentidos, muito mais vantajoso do que aquele em panelas de alumínio: “A ciência já provou que cozinhar no alumínio libera partículas do metal muito danosas à saúde. O barro, se soltar, não faz mal nenhum. Além disso, a comida feita em panelas de barro fica mais gostosa e se mantém aquecida por muito mais tempo, quando retirada do fogão”, afirmava.

Poemas e Fotos

A Mostra de Fotografia e Poesia Ver-Ater-Pará 2012 expunha poemas e fotos produzidos por extensionistas no dia-a-dia das atividades do campo. Foi a primeira vez, em 46 anos de existência, em que a Empresa promoveu uma oportunidade do gênero

para seus mais de 1 mil e 100 funcionários. “São imagens e palavras da paisagem e do sentimento permitidos no cotidiano da extensão rural”, resume um dos organizadores, o sociólogo Jorge Augusto Macêdo. Qualquer funcionário pôde se inscrever na Mostra, respeitando os termos de um edital publicado em abril no site da Emater (www.emater.pa.gov.br). As obras foram selecionadas por meio de uma curadoria externa especializada (a artista plástica Elieni Tenório, o fotógrafo profissional Marco Serrão e o escritor Antônio Juraci Siqueira ), com o apoio do economista da Emater Pedro Jefferson Gomes, que também é poeta amador: no total foram oito poemas de seis participantes de nove municípios e 32 fotos de 10 participantes de cinco municípios. Três das fotografias foram incluídas em caráter de homenagem extraordinária ao extensionista aposentado Manoel Moura Melo, engenheiro agrônomo, que ano retrasado lançou o livro “Trilhas de Idealismo – A Saga Extensionista”. Ainda neste semestre, a Mostra deve se tornar itinerante: primeiro percorrendo os escritórios locais e regionais da Emater, órgão presente nos 144 municípios paraenses; depois, assumindo uma trajetória nacional. De acordo com a pedagoga Ivanete Alves, que fez parte da organização, também será produzido um porta-fólio.

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S Economia verde pode gerar 60 milhões de novos empregos

e todos os países adotarem uma economia mais verde como modelo de desenvolvimento, em 20 anos seriam criados entre 15 e 60 milhões de novos empregos no mundo. A conclusão está no relatório Rumo ao Desenvolvimento Sustentável: Oportunidades de Trabalho Decente e Inclusão Social em uma Economia Verde, divulgado recentemente pela Iniciativa Empregos Verdes. O grupo, que reúne especialistas do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Organização Internacional de Empregadores (OIE) e da Confederação Sindical Internacional (CSI), mostra que o atual modelo de desenvolvimento não é mais capaz de gerar emprego produtivo e trabalho decente. “Se a situação continuar como hoje, os níveis de produtividade dos países em 2030 serão 2,4% menores do que os atuais. Em 2050, esses níveis cairiam 7,2%. Os índices

Economia verde pode gerar 60 milhões de novos empregos É necessário incentivos financeiros para estimular a mudança de padrões nas empresas

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coincidem com estimativas de estudos sobre danos econômicos produzidos pela degradação do meio ambiente e a redução dos ecossistemas básicos”, sugere o relatório. Em contrapartida, considerando apenas os empregos relacionados a produtos e serviços ambientais nos Estados Unidos, 3 milhões de pessoas já se beneficiam do novo padrão. Na União Europeia, existem 14,6 milhões de empregos diretos e indiretos na proteção da biodiversidade e recuperação dos recursos naturais e florestas, sendo mais de meio milhão só na Espanha. Na Colômbia e no Brasil, os organismos internacionais destacaram a formalização e organização de quase 20 milhões de catadores informais. Ampliando as possibilidades de ocupação, o relatório aponta que o Brasil já criou cerca de 3 milhões de empregos com iniciativas sustentáveis, o que representa aproximadamente 7% do emprego formal.

Brasil já criou cerca de 3 milhões de empregos com iniciativas sustentáveis

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Organismos internacionais destacaram a formalização e organização de quase 20 milhões de catadores informais

De acordo com o estudo, é possível obter ganhos líquidos na taxa de emprego entre 0,5% e 2% do emprego total existente hoje. Mas os especialistas alertam que, para que o novo modelo funcione, é preciso combinar políticas. As orientações indicadas no relatório elencam incentivos financeiros para estimular a mudança de padrões nas empresas, a adoção de um diálogo permanente com os

diversos setores da sociedade e a garantia de políticas de mercado de trabalho que complementem políticas econômicas e socioambientais. “A Lei Nacional de Garantia de Emprego Rural na Índia e na habitação social e os programas de bolsas verdes no Brasil são bons exemplos de políticas de proteção social que contribuem para o desenvolvimento sustentável”, destaca o documento.

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Pará adere ao Programa de Agricultura de Baixo Carbono Texto Raimundo Sena* Fotos Tamara Saré/Ag. Pará

Secretário de Estado de Agricultura, Hildegardo Nunes durante a palestra de abertura com o tema “Agricultura e Inovação-rota para o desenvolvimento sustentável” 34

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Secretaria de Estado de Agricultura (Sagri) realizou, no auditório do Banco da Amazônia, recentemente, o seminário de lançamento do Programa de Agricultura de Baixo Carbono (Programa ABC), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), no Pará. O secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Mapa, Erikson Camargo Chandoha, que participou do evento representando o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, disse na abertura do Seminário de Sensibilização do Programa ABC que “o Pará contempla muito daquilo que está dentro do ABC”. Chandoha informou que ainda não foi utilizado nem R$ 1 bilhão dos R$ 3,15 bilhões da linha de crédito especial do programa, que tem juros mais baixos, previstos para este ano. “Então nós precisamos fomentar essa forma de utilização do crédito, mas para isso temos que passar por este momento que estamos passando hoje aqui de sensibilização do estado”. O secretário de Estado de Agricultura, Hildegardo Nunes, disse que “o Pará assume uma posição de liderança mais uma vez porque é um dos primeiros estados a estruturar o Comitê Estadual do Programa ABC” que será coordenado pela Sagri. A partir do seminário serão realizada oficinas que vão focar temas específicos para capacitação de técnicos e produtores. “O crédito será concedido dentro desta filosofia do programa, que é melhorar a eficiência produtiva para uma baixa emissão de gases do efeito estufa. E melhorando essa eficiência produtiva melhora também a condição de vida do homem que esse é o objetivo maior”, afirmou Hildegardo. Segundo ele, “os princípios e fundamentos do Programa ABC guardam perfeita convergência com aqueles estabelecidos na www.paramais.com.br

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Erkson Chandoha, secretário de Desenvolvimento Agropecuário do Ministério da Agricultura

política agrícola estadual de adoção de práticas e processos produtivos voltadas para uma agricultura e pecuária sustentáveis”. Inspirado no projeto Preservar, da Federação Agricultura do Estado do Pará (Faepa) - que tinha o mesmo objetivo - o Programa ABC promoverá a redução das emissões de carbono através do incentivo a processos tecnológicos que neutralizam ou minimizam o impacto dos gases de efeito estufa no campo, com metas e resultados previstos

Durante o Seminário de apresentação do Programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono), parceria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e SAGRI no auditório do Banco da Amazônia

até 2020. Além de estimular os investimentos necessários para a incorporação de tecnologias de baixa emissão de carbono no processo produtivo, o programa também promove ações que permitam ao produtor realizar a regularização ambiental de sua propriedade. Outras metas do programa são estimular a redução do desmatamento de florestas e incentivar a implantação e sistemas produtivos ambientalmente sustentáveis. São parceiros do programa: Ministério da

Agricultura, Embrapa, Ufra, Emater, Sema, Ideflor, Adepará, Sagri, Sema, Secretaria Extraordinária do Programa Municípios Verdes, Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Incentivo a Produção, Banco do Brasil, Banco da Amazônia, Faepa, Senar, Sebrae, Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura, Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar e secretarias Municipais de Agricultura. (*) Sagri

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Pará e Mato Grosso têm

maiores áreas de orgânicos do País, revela pesquisa do Mapa

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evantamento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) sobre a produção de orgânicos no País em maio revela que o Brasil tem uma área de 1,5 milhão de hectares e 11,5 mil unidades de produção controlada ligadas ao sistema produtivo de orgânicos, como fazendas e estabelecimentos de processamento. Os estados que possuem as maiores áreas desse tipo de agricultura são Mato Grosso (622,8 mil hectares) e Pará (602,6 mil hectares), seguidos por Amapá (132,5 mil ha), Rondônia (36,7 mil ha) e Bahia (25,7 mil ha). Em relação à quantidade de unidades de produção controlada, os maiores são Pará (3,3 mil), Rio Grande do Sul (1,2 mil), Piauí (768), São Paulo (741) e Mato Grosso (691). A região Norte (778,8 mil ha e 3,8 mil unidades de produção) é a que possui a maior área dedicada à agricultura orgânica, seguida por Centro-Oeste (650,9 mil ha e 1,1 mil), Nordeste (79,8 mil ha e 2,9 mil), Sul (24,8 mil ha e 2,3 mil) e Sudeste (19,1 mil ha e 1,2

Relação de áreas, produtos e unidades controladas de produção de orgânicos no Brasil

>>Durante a 8ª Semana dos Alimentos Orgânicos, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgou os dados da produção de orgânicos no país. Segundo o levantamento, o Brasil tem uma área de 1,5 milhão de hectares e 11,5 mil unidades de produção controlada ligadas ao sistema produtivo de orgânicos, como fazendas e estabelecimentos de processamento. 36

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mil). O ministério pretende divulgar os dados de produtividade a partir do segundo semestre. De acordo com o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo, Erikson Chandoha, o Mapa está implantando um sistema de gerenciamento onde serão lançadas informações quanto às expectativas de produção. No Mato Grosso, os produtos orgânicos mais representativos são a carne bovina e a castanha-do-brasil. Já no Pará, destaque para o cacau, dendê, açaí e castanha-do-brasil. Os dados foram levantados pelo Departamento de Agroecologia da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo (SDC) do Mapa.

Os alimentos orgânicos são cultivados sem nenhum tipo de química

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SÉRGIO MARTINS PANDOLFO*

(*) Médico e Escritor. ABRAMES/SOBRAMES

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SÓ QUERIA A... MALA Eu queria tanto a mala...! se eu pudesse a mala ia! Eu aqui querendo a mala e a mala eu não conseguia; mas eu já não posso... a mala... que horror! Que agonia! eu soube que a mala foi naquele voo em que eu ia

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A mala foi...

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Pinduca O artista que ensinou o

Pinduca, no Pro Paz

Brasil a carimbolar Fotos: Cristino Martins e Rodolfo Oliveira/Ag. Pará

s saias coloridas rodam no ar, transformando dançarinas em flores humanas. Os parceiros giram ao redor, sorridentes. Marcando a cadência, o tambor e o baixo. No comando de tudo isso, o maior porta-voz da cultura paraense. O homem-sirimbó: Pinduca. Ele já sabia há muito tempo “como é bom dançar à beira mar em noite de luar”. Justamente por isso, decidiu ensinar “Sinhá Pureza” a criatividade do “sirimbó”. E não foi só ela quem aprendeu, mas todo o Pará. Inclinando o corpo, abrindo os braços e gingando, ele foi além. Ao sabor dos nossos sincrônicos e originais ritmos, ele fez com que uma música genuinamente paraense cadenciasse o Brasil. Hoje, já não é somente um artista. É uma parte própria desse Estado, assim como as mangueiras de Belém e as lendas do interior Não resta dúvidas de que todo bom mito vem do interior. Lá, sim, a terra é mais úmida, o verde mais intenso. Cenário que faz os frutos genuínos brotar com maior facilidade. Frutos como Aurino Gonçalves. Bem, certamente você vai se perguntar: “Mas quem é esse indivíduo?”. Faça um teste: pegue um táxi e peça ao motorista para levá-lo na casa do Aurino. Se não der certo, use o outro nome pelo qual esse nosso amigo é conhecido. Diga que deseja chegar à casa do Pinduca. Você será atendido sem precisar sequer informar o endereço.

A

O nascimento A cidade de Igarapé Mirim serviu de berço. E foi no dia 04 de junho de 1937 que Aurino Qurino Gonçalves veio participar das rodas de carimbó e siriá que a vida oferece. Veio curioso para saber como nasciam, afinal de contas, aqueles sons que já o gingavam no ventre da mãe. Filho de Luiza Tereza de Oliveira e José Plácido Gonçalves, o menino nasceu no centro de uma família que raramente deixava o silêncio tonar-se corriqueiro. Sempre havia música cercando o ambiente. Som, festa e alegria. Uma combinação que caiu com total facilidade no espírito de Quirino. José e Tereza tiveram, ao todo, 13 filhos. Nove homens e quatro mulheres. E não permitiram que nenhum fugisse do interesse pelas tradições regionais. Carimbó, siriá, lundu, toadas de boi. Manifestações que estavam no quintal, na sala, em todos os cantos da casa. O pai foi o professor com que todos começaram a aprenderam os segredos de algum instrumentos. Por tudo isso, Quirino aproximou-se muito cedo dos acordes e notas musicais. Era uma tendência inata, contra a qual jamais lutou. Tanto 38

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quanto um pássaro que sabe que voar é sua única missão, ele deixou que as escalas harmônicas pousassem em seu destino. Ainda pequeno já se divertia e se nutria do ritmo das festas populares.

Quando tudo começa O pandeiro foi um amigo precoce. Aos 14 anos, o futuro rei do carimbó muito bem determinados. O interior ficaria progressivamente para trás. Porém, já o tocava com desenvoltura. Chamava a atenção dos conhecidos pelo swing as raízes não seriam jamais cortadas. preciso que conseguia extrair da percussão. Era um talento que exibia com a Em Abaetetuba, o artista iniciante encontra um cenário bem favoránaturalidade de quem faz apenas o que tem de fazer. A espontaneidade era vel. Àquela altura, várias bandas animavam a cidade. O gosto pelas pitorescas uma marca já presente. Traço que, mais tarde o ajudaria a tornar-se a figura orquestras interioranas era corrente nos moradores. Nada existia de mais típimais popular do Estado. co do que embalar as tardes com a suavidade de marchinhas na praça central. Certa ocasião, o rapaz foi chamado a levar sua habilidade musical Quando a noite chegava, não havia porque emudecer os clarinetes e demais para as comemorações em torno de Nossa Senhora instrumentos. Era a hora das serenatas fazer das do Rosário, na vila de Maiuatá (divisa de Igarapé vielas ambientes propícios aos namorados. Mirim e Abaetetuba). A festividade acordava a ciLogo é oferecida a Quirino a chance de dadezinha às cinco da manhã com apresentações integrar um desses conjuntos. Sua primeira parno coreto da praça. Nessa época, os conjuntos toticipação num grupo instrumental em Abaetetuba cavam apenas instrumentos acústicos, com todos surge graças a banda Virgem da Conceição, na qual os músicos sentados ao redor do cantor que tampermanece por algum tempo. Experiência que o perbém fazia sua parte sem o auxílio de microfones. mitiu travar contato com novas técnicas musicais, Os moradores se entretinham com o pequeno espeaprimorar a agilidade. Noções primordiais para táculo quando o menino Quirino resolveu levantarlapidar sua criatividade. Era o início da profissio-se e começar a dançar enquanto manuseava suas nalização. maracas. Ao final do número, o número de especAos 16 anos, o adolescente liga-se a outro tadores era maior do que o habitual e os aplausos grupo de Aabaté. Tratava-se agora da Orquestra vibrantes. Brasil. Reconhecido por sua competência, o jovem As aptidões do garoto já começavam a re- Pinduca, o Aurino Quirino Gonçalves músico sente uma vontade cada vez mais forte de clamar por uma atenção maior. Havia um admirável prosseguir com seu aprimoramento. Ao lado dessa potencial a ser explorado. As festas das pequenas vilas eram um palco bas- necessidade, surge-lhe o interesse pela carreira militar. Não havia como fugir, tante propício, entretanto as possibilidades podiam se alargar. Aquele jovem chegava a época de se dirigir a um centro que oferecesse maiores possibilidatinha a incrível facilidade de mexer com plateias de todas as idades. Assim, des. Era o tempo de partir para Belém. espectadores de qualquer canto o receberiam bem. Graças a seus êxitos, o jovem músico obtém a autorização do pai e segue para Abaetetuba. A partir dali, só viriam mudanças com um rumo certo: A mudança de interior para a capital do Estado traz desafios grandes, vitórias. Os passos foram se alternando, sequenciados e sem pressa, mas porém fáceis de vencer quando se tem um sorriso na alma. Diferencial que

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sempre acompanhou esse artista. Trazendo seus planos na bagagem, ele não se acomoda. Batalha, busca e consegue. A primeira realização foi com relação a carreira militar. Aurino ingressa no exército e serve a força armada durante dois anos. Após o desligamento, parte para a Policia Militar. Dentro da PM, o paradeiro não poderia ter sido outro. Fiel aos apelos da música, ele passa a integrar a banda da corporação. Com o grupo se apresenta em vários lugares, logo adquirindo trânsito pelo meio musical belenense. Era a década de 50. E Belém, naqueles idos, absorvia os reflexos de um modismo que tomava conta de quase todo o mundo. Graças a influência americana (nascida por conta dos hits de Glenn Miller) vivia-se a febre das festas-baile. Época que, por aqui, motivou o surgimento de grandes bandas acústicas. Dentre as quais, a de maior destaque foi a de Orlando Pereira. No Pará, tal fenômeno obviamente contou com um sotaque próprio. Ritmos regionais também tinham vez e ganhavam uma execução toda particular. Em Belém, o quartel general desses artistas era o “Café Glória”, que ficava onde hoje existe as Lojas Pernambucanas (em frente à Praça do Relógio). Ali simplesmente se reuniam os melhores músicos da época. O espaço estava sempre aberto para quem tivesse talento. E o público, interessado em se divertir e prestigiar, era presença garantida. Não demorou para que Quirino começasse a se apresentar no “Café Glória”. Igualmente não tardou para que uma nova oportunidade lhe aparecesse. Era comum ter entre os frequentadores do estabelecimento donos de orquestras em busca de novos valores. Foi numa dessas rondas que Orlando Pereira percebeu o carisma daquele rapaz natural de Igarapé Mirim. Resolveu convidá-lo para integrar sua equipe. Proposta prontamente aceita, o filho de José Plácido passou a tocar bateria na mais famosa banda do momento. Entre os colegas músicos, Quirino era conhecido como Noca. Nome que ainda não seria o definitivo, mas que o identificaria por longo tempo. Nos intervalos das apresentações junto a banda de Orlando Pereira, Noca abandonava a bateria, pegava seu velho amigo pandeiro e subia ao palco para dar suas investidas iniciais numa outra modalidade artística: o canto. Sempre desinibido, soltava a voz pelo repertório swingado de Jackson do Pandeiro.

A revolução musical Já casado com Deuzarina Santos Gonçalves (com quem teria seis fi40

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lhos), Noca se aproxima ainda mais de algo que sempre fez parte de seu quotidiano: o contato com as expressões folclóricas. Na capital ou em suas viagens pelo interior, ele certamente era encontrado onde quer que houvesse uma roda de dança regional. As raízes falavam cada vez mais alto, despertando-lhe a ideia de passar a se dedicar a ritmos como o carimbó. Foi justamente por conta de seu envolvimento com manifestações populares que surgiu o elemento que faltava para distingui-lo. Era quadra junina e Noca foi convocado a levar seu bom humor a uma quadrilha roceira breviense que se apresentaria em Belém. Os grupos de São Pinduca no João daquela época mantinham a tradição de se Bumbarqueira apresentar como caipiras autênticos, sem qualquer estilização. Calças simples, camisas xadrez, lenço no pescoço e na cabeça um chapéu, na aba do qual cada brincante escrevia um apelido. Valia tudo: Tio Fulano, Nhô Beltrano. Pego de surpresa, Noca procura uma alcunha. Pensa, pensa e, por fim, se lembra de um personagem de historinhas de jornal, cujas aventuras costumava ler. Assim, escreve na aba de seu chapéu o nome Pinduca. O batismo se tornou irreversível. Os componentes da quadrilha, os amigos, os colegas. Em pouco tempo, todos não conseguiam mais chamá-lo de outra forma. Parecia que aquelas sete letras estavam à espera do artista há uma vida. Uma vez que o haviam encontrado, não o abandonariam mais. Assim, Pinduca decide dar prosseguimento a sua carreira. Chega a tocar algumas vezes ao lado do grande professor Alberto Mota. Exatamente no ano de 1959, resolve inaugura seu próprio conjunto. Grupo que, após varias denominações, termina ficando conhecido como “Pinduca e sua banda”. Inserido nas novas concepções dos sons eletrônicos, o artista assume o desafio de divulgar os ritmos autenticamente paraenses. O conjunto estreou oficialmente no “Programa de Domingo” da Rádio Marajoara. Outra vez o destino colabora para impulsionar a trajetória do músico. Um dos diretores do Iate Clube do Pará ouviu a apresentação e tomou a iniciativa de convidar o artista e seus parceiros a fazer um show na agremiação. A estratégia de divulgação do evento foi ousada e original. Espalhou-se pela cidade a informação de que o espetáculo seria com um famoso cantor carioca. O ardil deu certo e a sede do Iate ficou lotada de espectadores curiosos para saber quem, afinal de contas, seria a atração. Chegando em grande estilo pelo rio Guamá, sobre cinco lanchas, Pinduca e sua banda aportaram no clube para fazer a plateia inteira dançar com seu carimbó. O que parece metáfora, na verdade, foi a concretização de uma trajetória. Atravessando todos os rios que separam o interior da capital, Pinduca finalmente começava a conquistar seu espaço como um dos mais originais artistas do cenário paraense.

As trilhas fonográficas A realização do primeiro LP vem apenas em 1973. Ligada a algumas gravadoras, a empreendedora Maria Izabel Pureza assistiu o cantor se apresentando num baile e, de imediato, identificou um artista que tinha tudo para se destacar no mercado fonográfico. Ela tentou convencer alguns empresários www.paramais.com.br

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do setor, mas as coisas pareciam mais complicadas do que se esperava. O passe livre vem através de Carlos Santiago Mamede, um baiano que trabalhava com a gravadora Beverly. Obtendo acesso ao estúdio da Rádio Rauland, Pinduca e sua banda gravam o disco em apenas dez horas (das nove da manhã às cinco da tarde). Mamede levou o trabalho para São Paulo e o apresentou aos diretores da gravadora, Rosvaldo Curi e Adiel Macedo. O projeto recebeu irrestrita aprovação e, como capa do disco, foi escolhido um dos mais significativos cartões postais do Pará: uma foto do Ver-o-Peso. As músicas caíram no gosto popular, angariando fãs de Salvador até Manaus. O disco logo superou a marca de 15.000 cópias vendidas. Iniciava-se, desta forma, o sucesso de Pinduca em todo o país. Rosvaldo Curi promoveu no Equatorial Hotel Palace, em Belém, um sofisticado coquetel para oficializar a contratação do cantor. Em sua grande fase como ídolo da MPB, Benito de Paula foi a atração especial do evento. Pouco depois, a Beverly com-

A realização do primeiro LP vem apenas em 1973

Pinduca, o governador Simão Jatene, e o senador Flexa Ribeiro, recebendo o Título honorífico de Amigo do Ver-o-Peso

E as composições não foram poucas. De acordo com o artista, já ultrapassam a marca de duzentas. Criações distribuídas ao longo de 29 discos, desde o primeiro lançado em 73 (o último ainda está em fase de finalização na gravadora). Obras que lhe renderam convites para se apresentar nos mais famosos programas da TV brasileira. Atrações de apresentadores como Raul Gil, Gugu Liberato e Silvio Santos. Todo esse prestigio também foi extensivo a outros artistas regionais, aos quais ajudou a vencer vários obstáculos. Beto Barbosa foi um dos que apadrinhou. Em função disso tudo (e de muito mais), não pergunte em Belém por Aurino, nem tão pouco por Naco. Pergunte pelo mestre Pinduca. Certamente, a pessoa que você abordar vai lhe devolver um sorriso orgulhoso enquanto percebe no corpo uma irresistível vontade de dançar o carimbó, o siriá ou mesmo o sirimbó que ele ensinou a “Sinhá Pureza”.

Chico César bebeu da fonte de Pinduca prou a gravadora Copacabana, tornado-se um verdadeiro império no mercado de discos na América Latina. Pinduca trabalhou para a Copacabana por mais de vinte anos. Pela Sony Music e pela BMG Ariola, lançou duas gravações. De Igarapé Mirim a Belém e da capital paraense para o mundo. Pinduca já levou a força da música de nossa região a Bolívia, Peru, Colômbia, Angola e Guiana Francesa. Atualmente, tem convites para se apresentar na Espanha e em Portugal. E, no próximo dia 30 de julho, estará na Alemnha (veja box). Assim como seu próprio nome, esse grande artista se transformou e recriou-se até se tornar um dos maiores representantes da cultura popular brasileira. O Rei do Carimbou (como foi carinhosamente celebrizado), criou mesclou tradições e referências criando ritmos como o sirimbó, lári-lári, lambada e langode. Esse último idealizado numa parceria com Elias Muniz, resultando numa música que foi gravada pelo cantor Jair Rodrigues.

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Hoje um dos maiores ícones da música popular brasileira, o cantor Chico César sempre fez questão de declarar em suas entrevistas que um dos artistas que mais o influenciou no começo da carreira foi justamente o nosso Pinduca. Em sua terra natal (Catolé do Rocha-PB), Chico quando adolescente trabalhou numa loja de discos. Um dos LPs mais procurados era o do Rei do Carimbó. O cantor e compositor paraibano conta que, por escolha própria, passava o dia inteiro ouvindo as músicas paraenses, fascinado com a sua riqueza rítmica. (*) CARLOS CORREIA SANTOS é pesquisador e escritor premiado nacionalmente, autor, dentre outras obras, das peças Nu Nery , Ópera Profano e do romance Velas na Tapera . Para mais informações acesse os blogs: http://nadasantostudoalma.blospot.com http://mesmoquenaoqueiraseutecontos.blogspot.com

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CAMILLO MARTINS VIANNA*

(*) SOPREN/ SOBRAMES

Breves relatos sobre a Fauna Amazônica Formigas cortadeiras

Formigas de fogo Grandes formigas, de cor preta

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s fatos aqui relatados aconteceram ao longo do tempo, em diferentes lugares da Amazônia Clássica ou Ribeirinha e que vem a ser a Amazônia geográfica ou verdadeira. Peço aos leitores que não esqueçam da existência da chamada Amazônia Legal, que nada mais é que um bem (?) intencionado artifício criado por alguns políticos com a finalidade de contemplar o estado do Maranhão com verbas federais, tanto oriundas da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM), quanto da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE). Vamos aos acontecimentos! Durante três anos seguidos, há mais ou menos duas ou três décadas, a Catedral de Belém, no estado do Pará, localizada no bairro da Cidade Velha, sofreu verdadeira invasão de grilos, em quantidade verdadeiramente impressionante que incomodavam os frequentadores desse histórico monumento religioso e, como não poderia deixar de ser, causavam transtornos a grande parte dos moradores dessa parte da cidade. Depois desse período os grilos praticamente desapareceram assim como haviam surgido. Uma informação curiosa relatada por velho conhecido natural do município de Abaetetuba, afirma que nos anos quarenta, a praça da matriz e as árvores dos quintais e de ruas da cidade foram invadidas por grandes formigas, de cor preta, que segundo se comentava, seriam resultado de uma punição aos que rejeitavam naquela ocasião a presença do padre da prelazia. As formigonas, do mesmo modo como surgiram , desapareceram da cidade. Em florestas do atual município de Belterra e da localidade Fordlândia, município de Aveiro, na Verdadeira invasão de grilos

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região do rio Tapajós, no estado do Pará, quando em andanças por lá, o autor encontrava, com razoável frequência, extensos caminhos no chão tomados por tamanha quantidade de formigas cortadeiras que certamente, poderiam causar, quando pisadas, desconforto ou mesmo pequenas lesões a algum caminhante que por ventura estivesse descalço. Outra praga interminável e que há décadas ataca lavradores, descalços ou não, quando em plena atividade de preparo dos tradicionais roçados de milho, arroz e mandioca, são as chamadas “formigas de fogo”, que causam agressão dolorosa a esses trabalhadores rurais. Na região do rio Xingu, e em outras partes da floresta Amazônica, era possível encontrar enormes cupinzeiros de onde partiam centenas de milhares de pequenos cupins para atacar consideráveis parcelas da floresta, eliminando, até mesmo, árvores adultas. Nos lavrados do estado de Roraima, também é comum encontrar cupinzeiros formados por tufos de barro, de até meio metro de altura, que causam a mesma devastação da vegetação mas com o aspecto interessante de ser coabitado por vagalumes que durante o período noturno, propiciam uma interessante visão de luzes provenientes da moradia desses insetos. Em diferentes oportunidades, o cemitério de Santa Izabel, situado no centro da cidade de Belém, recebe grande visitação. No Dia de Finados, os bombeiros eram convocados, em caráter de urgência, para retirar colmeias formadas em grandes árvores do local, como as mangueiras, pois , a agitação originada com o grande movimento, despertava a fúria das abelhas que imediatamente atacavam os frequentadores, forçando a retirada às pressas do Cupins do do rio Xingu

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Os ninhais estão agora sob proteção de órgãos ambientais, e se localizam nos lagos, lagoas, mangais e margens de rios da região

Colmeias formadas em grandes árvores do local

campo santo. É praticamente impossível eliminar, quer seja no campo ou nas florestas marajoaras, e mesmo nas cidades grandes e pequenas, situadas nos mais variados rincões amazônicos, os chamados carapanãs, ou mosquitos, de diferentes espécies e causadores de múltiplas enfermidades, dificultando enormemente o combate adequado realizado por equipes especializadas dos serviços públicos de saneamento e saúde, quando existem. As chamadas formigas “saúvas”, quando do seu maior tamanho, são chamadas comumente de “tanajuras”. Elas atacam roçados e plantações ao redor das casas, ou pequenas lavouras domésticas além de formarem novos sauveiros, garantindo assim, a reprodução da espécie. Vale dizer que elas são encontradas em logradouros da cidade de Belém e usualmente servem de alimento para alguns admiradores cativos, que as consomem fritas com farofa. A iguaria é conhecida como “bunda de saúva”. Introduzido equivocadamente como item alimentar, vindo para o estado do Pará a partir do Rio Grande do Sul e trazida para lá, a partir da África, daí ser conhecido como “gigante africano” (Achatina fulica), o caracol está invadindo praticamente como uma praga, toda a Amazônia e outras regiões do país. Até o presente momento, infelizmente, esse molusco não começou a ser combatido de maneira adequada no Brasil, apesar das doenças graves que pode causar a seres humanos e outros animais.

Faz parte da rica história da Amazônia marajoara a eliminação de milhares de jacarés, por determinação do governador do estado do Pará, há dois séculos, a partir de pressões exercidas por fazendeiros da região que alegavam que os jacarés estavam atacando o gado, principalmente os “mamotes”, ou seja, pequenos bovinos. Cada jacaré abatido, quer seja por vaqueiro solitário, ou organizado em mutirão, possuía um determinado valor em dinheiro, que era pago pelo dono da fazenda. Os jacarés ou eram queimados depois de aprisionados, ou tinham o couro retirado para a venda em Belém. A mortandade foi tanta que o lucro proveniene da comercialização do couro possibilitou a construção de um conhecido prédio na capital paraense. O absurdo extermínio de garças, guarás e outras aves da fauna amazônica, com objetivo único de obter plumas para ornamentação de vestuário da elite europeia, bem como, para enfeitar uniformes utilizados em dias festivos por integrantes das forças armadas daquele mesmo continente,fez com que as autoridades brasileiras celebrassem, na França, no início do século XIX, o chamado Convênio das Egrettes, visando dar um basta no abate e à destruição dos ninhais usados como abrigo por esses animais alados. Os ninhais ainda existem, agora sob proteção de órgãos ambientais, e se localizam nos lagos, lagoas, mangais e margens de rios da região.

Insetos de diferentes espécies, causadores de múltiplas enfermidades

Formiga saúva ou tanajura

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4 serviços para guardar arquivos na nuvem Texto Mickey Meece

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m dia, você reunirá seus netos e contará histórias para eles sobre a vida antes da computação em nuvem: como estávamos acostumados a colocar arquivos, fotos e música em disquetes, cartões de memória ou pen-driver para transferi-los de um dispositivo para outro. Eles olharão surpresos para você e continuarão usando serviços de armazenamento em nuvem. Agora, porém, você pode ser perdoado por pensar na computação em nuvem como uma nova maravilha. Algumas empresas guardam seus dados de graça e os tornam acessíveis em qualquer dispositivo usado, em qualquer lugar, desde que você tenha uma conexão de internet. Para aqueles que usam pen-drives e HDs externos, pensar em armazenamento em nuvem é só uma nova forma que fazer backup de dados, mas em um servidor remoto. Acrescente aí a habilidade de sincronizar os arquivos e esses serviços se tornarão ainda mais sedutores. O que se tornou realidade agora é a habilidade de sincronizar os arquivos sem problemas por meio de múltiplos dispositivos: computadores, notebooks, smartphones e tablets. E é claro que, enquanto Google, Microsoft, Dropbox e outros competem, a quantidade de dados para armazenar e compartilhar continua a se expandir.

Veja abaixo algumas dicas sobre como começar a usar esses serviços a partir de agora:

Google Drive

O serviço de armazenamento em nuvem do Google, que tem um aplicativo que pode ser baixado a partir do site oficial (www.driGoogle Drive dá 5 GB de espaço de armazenamento grátis

ve.google.com), deve agradar as pessoas que usam Gmail ou Google Docs online. Em vez de enviar os documentos por e-mail (para os outros e para você mesmo) no Gmail, você pode compartilhar arquivos grandes por meio do Google Drive. (As fotos podem ser compartilhadas pelo Picasa ou por meio da rede social Google+.) Assim como no Google Docs, é preciso estar online para compartilhar arquivos e colaborar, mas é possível tornar um arquivo disponível offline. É possível criar documentos, planilhas e apresentações online e muitas pessoas poderão editar o mesmo do-

Batista Rios PERSIANAS

cumento ao mesmo tempo. O serviço armazena todas as mudanças realizadas e você pode consultá-las pelos 30 dias seguintes. O Google Drive reconhece múltiplos formatos – mais de 30 tipos de arquivos – em seu navegador de internet, mesmo que você não tenha o programa que criou o arquivo instalado em seu computador. O serviço converte os arquivos para o formato do Google Docs. O serviço está disponível para usuários de PC e Mac (com algumas restrições dependendo do sistema operacional), assim como em dispositivos com Android. O Google promete lançar em breve aplicativos para iPhone e iPad. Depois de instalar o Google Drive em seu computador, uma pasta será criada. Você pode arrastar e soltar arquivos para esta pasta, de modo que eles sejam sincronizados com a nuvem. Se o seu sistema operacional não suportar o Google Drive, você pode acessar o serviço por meio do navegador web e fazer upload de arquivos por lá. O Google Drive oferece 5 GB de armazenamento grátis, mas oferece outras quantidades de espaço por uma mensalidade: 25 GB custam US$ 2,50; 100 GB custam US$ 5; 200 GB custam US$ 10; e 400 GB por R$ 20. Usuários corporativos podem comprar ainda mais espaço. Em resumo, trata-se de uma boa ferramenta para colaboração online, backup de dados e sincronização a um preço razoável.

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Microsoft SkyDrive

outros usuários com quem você compartilha um arquivo podem ver ou editar arquivos de Word, PowerPoint ou Excel usando as versões do Office para Mac ou Windows – ou ainda o Office Web Apps, disponível na web, de graça. Em resumo, é um serviço de computação em nuvem rico em recursos, com um espaço grátis considerável e custa pouco para obter mais espaço. Usuários de Office podem editar arquivos e colabora online usando um software ao qual já estão acostumados.

O SkyDrive é aclamado como a ferramenta de armazenamento em nuvem mais poderosa disponível, de acordo com seus recursos: espaço para armazenamento, acesso aos arquivos em dispositivos móveis, colaboração, backup de notas, galeria de fotos e compartilhamento de arquivos. O serviço oferece 7 GB de espaço grátis para qualquer usuário, o que a Microsoft afirma ser suficiente para 99,94% dos usuários. Esse espaço permite guardar 20 mil documentos do Office ou 7 mil fotos, de acordo com a empresa. Os usuários podem pagar para ter mais espaço: No Brasil, os preços são de R$ 19 ao ano para 20 GB; R$ 46 para 50 GB; e R$ 93 para 100 GB. O SkyDrive é compatível com Windows e MacOS e pode ser acessado também por meio do site oficial. Os usuários também podem baixar aplicativos do SkyDrive para Windows Phone, iPhone e iPad. É preciso obter uma conta Windows Live para usar o serviço, algo que não exige muito trabalho. Um recurso único do SkyDrive permite que você busque qualquer arquivo armazenado no Windows por meio do site, desde que tenha instalado o aplicativo do SkyDrive. O aspecto mais interessante do SkyDrive, no entanto, é a habilidade de colaborar com outros usuários em documentos do Office sem ter que convertê-los primeiro. Os arquivos podem ser criados offline e, uma vez conectado a internet, o Skydrive oferece os mesmos recursos de colaboração online do Google Docs, assim como o recurso que permite monitorar versões. Os

Dropbox

O Dropbox é o avô dos serviços de armazenamento em nuvem. Ele funciona com Windows, Mac e também com Linux. Ele oferece aplicativos móveis para iPhone, iPad, Android e BlackBerry. Dropbox facilita compartilhamento de arquivos com grupos

SkyDrive oferece 7 GB de armazenamento grátis e é cheio de recursos

Antecipe suas encomendas para

Suas Festas

Os usuários têm 2 GB de espaço gratuito e podem ganhar 500 MB a mais cada vez que indicarem o serviço a um novo usuário. Você paga caro para aumentar o espaço: US$ 10 ao mês por 50 GB e US$ 20 ao mês por 100 GB. O Dropbox ganhou a reputação de ser confiável e fácil de usar. Recentemente, o Dropbox aumentou sua capacidade de upload de fotos e vídeos de forma que os usuários possam fazer upload automático a partir de qualquer câmera, tablet, cartão SD ou smartphone. O Dropbox aumenta 500 MB de espaço pelo primeiro upload e, segundo a empresa, conforme o usuário faz upload de mais arquivos, receberá até 3 GB extras. Assim como nos outros serviços, é possível compartilhar arquivos, fotos e vídeos por meio de um link para o Dropbox. Se você estiver trabalhando em equipe, é possível compartilhar arquivos, mas não editá-los ao mesmo tempo.

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SugarSync

O serviço começou a funcionar em 2008 e afirma suportar a maior parte dos dispositivos móveis, inclusive iPhone, iPad, Android, BlackBerry, Symbian, Windows Mobile e Kindle. Ele também funciona com Windows XP, Vista e Mac. Ele oferece 5 GB de espaço gratuito, com upgrades pagos: 30 GB custam US$ 5 ao mês; 60 GB custam US$ 10; e 100 GB custam US$ 15. O melhor recurso permite que você determine quais pastas quer sincronizar e onde você quer sincronizá-las. Uma vez que o serviço está configurado, segundo a empresa, você nunca mais terá que se preocupar em sincronizar os arquivos novamente. SugarSync continuará a sincronizar e fazer backup dos arquivos a partir do computador. Uma vez salvos, os arquivos podem ser editados offline e, da próxima vez que o usuário estiver online, o SugarSync automaticamente o sincronizará. Se você compartilhar um arquivo, o SugarSync salva as mudanças de cada usuário. Ele oferece uma abordagem fácil de usar para compartilhar arquivos, incluindo um novo recurso que permite enviar links em vez de anexos ao usar o Microsoft Outlook. É possível compartilhar links para documentos, fotos e vídeos nas redes sociais, bem como em postagens do Facebook.

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Dicas para reduzir gastos com energia na sua empresa

O horário de pico está compreendido no período das 17h às 22h

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om o crescimento entre o público consumidor, da preocupação com a sustentabilidade, o bom uso de recursos naturais tem se tornado uma preocupação fundamental para as empresas. Com isso, a economia de energia deixou de ser apenas uma preocupação financeira para também se tornar uma questão relacionada à imagem que se deseja passar de um negócio. Mas “investir numa tecnologia solar caríssima e utilizá-la para alimentar uma empresa cheia de desperdícios só para parecer moderno é um contrassenso”, pondera Maurício Correa de Araújo, especialista em eficiência energética do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) de Pernambuco. O engenheiro destaca algumas medidas que pequenos e médios empresários podem tomar para aumentarem a eficiência de seus negócios e, ao mesmo tempo, cortar custos. 1) Adapte seus horários de funcionamento ao horário de pico

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O horário de pico está compreendido no período das 17h às 22h. Nesse espaço de tempo, atinge-se o auge do gasto energético no País, porque é nesse horário as pessoas vão para casa e realizam atividades que consomem alta quantidade de energia, como tomar banho e usar seus aparelhos eletrônicos - isso sem falar das fábricas que funcionam 24 horas por dia. Como forma de inibir as empresas de concentrarem seu consumo nesse horário, aumentando a pressão sobre o sistema elétrico, cada região determina um período de três horas em que as tarifas têm um preço mais elevado. Para contornar esse aumento, “é importante contratar um especialista que faça projeções e planeje a mudança do horário de funcionamento de seu negócio para ver se a mudança vale ou não a pena”, coloca Araújo. Ele destaca que, embora represente uma economia financeira, se adequar ao horário de pico apenas transfere o gasto energético de um período para outro, não o diminui. Mas pode ajudar a reduzir os gastos mensais. 2) Aproveite a luz solar Abrir janelas, quebrar paredes e reaproximar os locais de trabalho da luz natural são atitudes que fazem com que se torne Pará+

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Aproveite a luz solar

Circulação de ar mais eficiente

cada vez menos necessário usar a iluminação artificial. “O processo de economia de energia é como uma escada, sendo que o degrau mais baixo é reaproveitar a energia gasta, o intermediário é minimizar o consumo e o mais alto é deixar de gastar. Deve-se começar pelo último degrau”, diz Araújo. 3) Invista na circulação do ar Uma circulação de ar mais eficiente pode fazer com que se necessite gastar menos com refrigeração. Segundo Araújo, um erro comum é o de pensar somente em entradas para o ar e não nas saídas. “Não adianta ter uma janela enorme de frente para a praia, como entrada de ar, e ter uma portinha minúscula dando para a cozinha, como saída”, exemplifica. Além disso, cômodos pequenos dificultam a circulação do ar. Nesses casos, uma alternativa é quebrar algumas pa-

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redes e unificar espaços no escritório. 4) Invista no isolamento térmico Outra forma de manter a temperatura de um recinto menos vulnerável ao calor que vem de fora é trabalhar seu isolamento térmico. Janelas duplas, que possuam uma camada de ar entre os dois vidros, diminuem a troca de calor com o ambiente externo, por exemplo. 5) Evite cores escuras Cores escuras resultam na necessidade de mais iluminação e de mais refrigeração. Esses tons absorvem a luz, o que significa que não a refletem tanto quanto tons claros. A energia capturada tende a deixar os ambientes mais quentes. Portanto, para se poupar energia, cores claras são uma boa escolha. 6) Proteja seu ar-condicionado do sol É comum encontrar a parte ex-

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Para se poupar energia, cores claras são uma boa escolha. Esse tom reflete a luz que incide sobre ele e a potencializa, o que nada mais é que uma forma de reaproveitá-la

terna dos aparelhos de ar condicionado exposta ao sol, esquentando. “Isso significa muito mais trabalho para a máquina fazer a troca de calor com o ambiente”, diz Araújo. O engenheiro do Sebrae recomenda que se procure proteger o ar-condicionado da incidência direta da luz solar. 7) Troque os equipamentos de seu negócio Uma forma bem conhecida de diminuir os gastos com energia elétrica - mas nem sempre aplicada - passa por mudar o tipo de lâmpadas utilizadas no empreendimento. As tradicionais incandescentes são as que mais consomem energia e podem ser trocadas pelas fluorescentes e pelas de LED, relativamente novas. Enquanto uma LED dura cerca de 50 mil horas, as incandescentes e fluorescentes duram 1,2 mil e 8 mil, respectivamente. Além disso, a primeira conso-

me de 6 a 8 watts, enquanto as outras chegam a 60 e 15, respectivamente. A mesma lógica se aplica para todo tipo de aparelho, desde ares-condicionados até refrigeradores e monitores de computador. Geralmente, os mais modernos tendem a gastar menos energia e, em alguns casos, chegam a pagar o investimento em alguns meses. 8) Instale sensores de presença Em ambientes em que as pessoas ficam por um pequeno período de tempo, como halls e banheiros, uma alternativa para que as luzes não fiquem ligadas o tempo todo é a instalação de sensores de presença. Isso permite que os equipamentos sejam ativados somente nos momentos em que há alguém utilizando o espaço. 9) Invista na manutenção de seus equipamentos Segundo o especialista, equipamentos sem manutenção tendem a ser

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menos eficientes. Investir em inspeções regulares e reparos é fundamental para evitar gastos desnecessários. “É comum chegar em uma padaria com 20 freezers e ver que em 12 não há termostato. Essa peça faz com que o compressor que resfria os equipamentos se desligue ou religue de acordo com a temperatura. Sem ela, os freezers trabalham o tempo todo. Se a relação de ligado e desligado for quatro para um, você tem um gasto quatro vezes maior”, exemplifica Araújo. 10) Investigue os gastos com estoque Com um acompanhamento de perto de seus produtos, um varejista ou distribuidor está em posição de saber exatamente em que dia existe uma venda maior de certo item que ele conserva refrigerado. “Mantendo uma planilha, dá pra saber quanta energia custa para deixar aquele refrigerante gelado da segunda a sábado”, diz Araújo. Isso permite que se gaste com refrigeração e conservação apenas no período em que isso é necessário e mesmo que se desligue alguns equipamentos ocasionalmente. 11) Reaproveite a energia gerada “O calor que se espalha para o lado de fora de uma cozinha de pizzaria é uma perda. Serpentinas com água corrente poderiam criar um depósito de água quente para ser utilizada na lavagem da gordura dos pratos”, exemplifica o especialista. Pintar um ambiente de cores claras é outro exemplo. Esse tipo de tom reflete a luz que incide sobre ele e a potencializa, o que nada mais é que uma forma de reaproveitá-la.

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Crie o seu próprio robô para o ajudar naquilo que precisar

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ientistas do MIT (Instituto de Tecnologias Massachusetts), desenvolveram um projeto para a criação de robôs personalizados, cujo objetivo é ajudar as pessoas nas suas necessidades específicas. A ideia é dar ao cliente a possibilidade de escolher e de personalizar o seu próprio robô. Uma espécie de inteligência artificial, que foi pensada com o intuito de melhorar a qualidade de vida das pessoas, indo de encontro às suas necessidades. “Esta pesquisa prevê uma nova forma de pensar sobre o design e fabricação de robôs, e poderá ter um profundo impacto na sociedade”, diz a líder do projeto, a professora do MIT, Daniela Rus. Dos dois projetos em estudo resultará a uma máquina anti-insetos, que ajudará a exploração das áreas contaminadas, assim como uma extensão de braço, facili-

Imagine ir a uma loja local, escolhendo um projeto para um robô para ajudar com algumas tarefas domésticas, e ter o dispositivo construído dentro de uma questão de horas

Este projeto visa o desenvolvimento de uma variedade de robôs úteis

tando o alcance de vários objetos. Mas o objetivo é continuar a desenvolver protótipos, para que qualquer pessoa possa escolher as funções que necessita e tenha o seu robô pronto em poucas horas. Esta plataforma robótica tem um financiamento da Fundação Nacional de Ciências (National Science Foundation), de cerca de 7 milhões e meio de euros, e é da responsabilidade de uma equipe que inclui pesquisadores do MIT, da Universidade da Pensilvania e da Universidade de Harvard. A próxima etapa é reduzir nos custos da produção. “Este projeto visa reduzir drasticamente o tempo de desenvolvimento de uma variedade de robôs úteis, abrindo as portas para potenciais aplicações em manufatura, educação, saúde personalizado, e até mesmo socorro em situações de desastres naturais”, diz Rob Wood, professor associado da Universidade de Harvard. Esta pesquisa prevê uma nova forma de pensar sobre o design e fabricação de robôs, e poderia ter um profundo impacto na sociedade

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Ser feliz ou estar feliz? Sensações intensas, vibrantes, isto é, ser pleno e feliz

É possível ser feliz em um mundo tão infeliz?

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Texto Márcia Fernandes

ós estamos em um mundo onde a metade da população vive abaixo da categoria da pobreza, temos terremotos, furacões, inundações, seca, tsunamis, descrenças, violências, falta de sentimentos, ufa… É possível sermos felizes em um país como o Brasil onde 46% da riqueza estão concentrados nas mãos de apenas cinco mil pessoas? Infelizmente, estamos em um mundo injusto porque a distribuição de renda não é equilibrada. O teólogo Leonardo Boff, ao analisar a felicidade do ser humano, separou-a em dois tempos: tempo vertical e horizontal. O tempo vertical diz respeito ao momento intenso, vibrante de uma realização, por exemplo, aprovação em um concurso público, o primeiro encontro amoroso, o nascimento de um �ilho, isto é, a pessoa está momentaneamente feliz. É uma fase em que a pessoa também pode sentir dores intensas, passar por graves problemas etc. São sensações

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passageiras que acontecem no dia a dia do ser humano. Já o tempo horizontal diz respeito ao nosso dia a dia como um todo: as paixões, o ideal do amor eterno, as sensações do diálogo, da tolerância, da renúncia, do cultivo da ternura, da indiferença, de inventar e reinventar a cada dia, da capacidade de romper rotinas, de sair com amigos e familiares, de respeitar o espaço do outro, manter os limites, superar desa�ios e di�iculdades. São sensações intensas, vibrantes, isto é, ser pleno e feliz por inteiro, de verdade. Podemos concluir que ser feliz é um estado prolongado de sentir os momentos da vida, de criar e recriar situações e alimentá-las, é a sabedoria do viver intensamente, é conquistar uma dose de amor, perdão e compaixão a cada dia, é sentir a bênção de Deus em você por estar vivo, é se sentir saudável com a sua própria alma. Termino da mesma forma que comecei, fazendo uma pergunta: você deseja estar feliz ou ser feliz? Diante dos teus olhos estão as paisagens riquíssimas de beleza e cor, basta

você senti-las; estão em você as bênçãos Divinas, basta valorizá-las, estão as sensações de amor, basta você se conectar com elas! Então, elimine a máscara que te impede de aprender a ser feliz, de amar a si próprio e ao próximo. Ser feliz é uma conquista que inicia dentro de você, no seu interior, na sua alma, portanto, acredite e sinta você mesmo de forma intensa. Para terminar – algumas re�lexões para que você as responda com sinceridade a partir de agora: - Você realmente ama o que faz? - Quantas horas por dia você se dedica para a sua felicidade? - Você procura sempre a felicidade ou a afasta da sua vida? - Você ora todos os dias para o seu bem-estar e se mantém conectado com o Universo Divino? - Você medita sempre sobre as suas atitudes diárias e tenta reparar os seus erros com inteligência? Pense nisso com carinho para ter uma vida mais feliz! Sempre há tempo! Desejo muito amor, carinho, paz e, claro, felicidade para você! www.paramais.com.br

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Na internet, nem tudo é o que parece ser. Acompanhe as atividades dos seus filhos na internet. Sites de jogos, redes sociais e comunidades podem esconder adultos que usam falsos perfis para aliciar crianças e adolescentes para a pornografia ou a violência sexual. Fique atento. Relacionamentos virtuais podem levar a problemas reais. Denúncias online: www.disque100.gov.br

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Quando a autoestima do povo cresce, o talento aparece.

GRIFFO

O paraense está mais otimista. Isso está nas pesquisas, nas ruas, nas casas. Mas está mesmo é na cara. E o bom momento do paraense vira bom momento da cultura paraense. Que aparece na TV, onde o Pará é tema de novela, aparece na mídia nacional que não cansa de elogiar a música paraense, aparece nos guias de culinária que destaca a nossa comida típica, aparece nos campos de futebol em forma de gênio da bola. O Pará está na moda. E não é à toa. O Pará está crescendo novamente, está com as contas equilibradas, os investimentos sociais chegam a todos os cantos, o meio ambiente está sendo cuidado, a segurança ganha força. Os grandes eventos esportivos voltam a acontecer. O povo percebe. A autoestima cresce. E o enorme talento do povo paraense aparece.

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