Pará+ 144

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Revista

Parรก+ FEVEREIRO 2014

BELร M-PARร

WWW.PARAMAIS.COM.BR

ISSN 16776968

EDIร ร O 144

Editora Cรญrios

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N E STA E D I Ç ĂƒO EDIĂ‡ĂƒO 144 - FEVEREIRO/2014

PUBLICAĂ‡ĂƒO

Editora Círios SS Ltda CNPJ: 03.890.275/0001-36 Inscrição (Estadual): 15.220.848-8 Rua Timbiras, 1572A - Batista Campos Fone: (91) 3083-0973 Fax: (91) 3223-0799 EDITORA C�RIOS ISSN: 1677-6968 CEP: 66033-800 BelÊm-Parå-Brasil www.paramais.com.br revista@paramais.com.br

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Blocos de Rua mantêm a tradição do Carnaval Entrudos, Matrafonas, Blocos e Carros Alegóricos

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Bumbarqueira no ParĂĄ

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Para evoluir ĂŠ preciso organizar

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Paratur fortalece presença do destino Parå na Europa com participação na Fitur

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Parcerias abrem caminho para investimento em inovação

C A PA

ParĂĄ+ 2014

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Evento literĂĄrio celebra a os aniversĂĄrios de Castro Alves e William Shakespeare

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Sabores do ParĂĄ em versĂľes alternativas

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A Confraria Secreta dos Chatos Os adultos estĂŁo obsoletos

Roupas, brinquedos e alimentos podem estar infectando as crianças

Shayene NegrĂŁo, do Pinheirense Esporte Clube, em bela foto de Celso Roberto com Montagem de Mek Pinheiro

FAVOR POR

CIC

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Sustentabilidade ĂŠ meta para Comunidade de PaĂ­ses de LĂ­ngua Portuguesa Especialista defende que peso mĂĄximo de mochilas seja 10% do peso corporal

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Impasse sobre criação de novos municípios ainda sem solução

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BELÉM-PARĂ

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EDIĂ‡ĂƒO 144

ISSN 1677

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Revendo a histĂłria do ParĂĄ

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os

CĂ­ri Editora

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Infraestrutura e credibilidade atraem ao ParĂĄ investimentos superiores a R$ 36 bilhĂľes

* Os artigos assinados sĂŁo de inteira responsabilidade de seus autores.

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Corredor fluvial vai abrir caminhos pela ĂĄgua

Portel se rende Ă s ĂĄguas

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DIRETOR e PRODUTOR: Rodrigo HĂźhn; EDITOR: Ronaldo Gilberto HĂźhn; COMERCIAL: Alberto Rocha, Augusto Ribeiro, Rodrigo Silva, Rodrigo HĂźhn; DISTRIBUIĂ‡ĂƒO: Dirigida, Bancas de Revista; REDAĂ‡ĂƒO: Ronaldo G. HĂźhn; COLABORADORES*: Ana Claudina Santos DRT 1310, Anete Costa Ferreira, Benigna Soares, Caho Lopes, Camillo Martins Vianna, Guilherme Ramos, Marga SimĂľes; FOTOGRAFIAS: Arquivo Carlos Correia, Arquivo CPLP, Arquivo ParĂĄ+; Arquivo Vegano, AscomPMB, Ascom Seicom, AntĂ´nio Silva, ClĂĄudio Santos e Eliseu Dias / Ag. ParĂĄ, Elivaldo Pamplona, Ray Nonato; DESKTOP: Mequias Pinheiro; EDITORAĂ‡ĂƒO GRĂ FICA: Editora CĂ­rios

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Ă?NDICE

I LE ESTA REV

PA-538

Portal AmazĂ´nia

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Blocos de Rua mantêm a tradição do Carnaval

Tradicionais blocos de rua carregam pessoas de todos os gêneros, idades e classes, embaladas pelas tradicionais marchinhas de Carnaval

Fotos Cláudio Santos/ Ag. Pará, Elivaldo Pamplona

E

m todo território nacional, o Carnaval tem ritmos, cores e formas diferentes de comemorar. O frevo, o axé e o samba são ritmos quentes que embalam multidões, mas as marchinhas são, de longe, as mais tradicionais. O sucesso destas canções interpretadas pelos blocos carnavalescos faz do Carnaval brasileiro a maior festa popular do mundo. Em Belém, a folia não se resume ao des�ile das escolas e a programação o�icial na orla da cidade. Muito pelo contrário. O Carnaval na capital paraense é especial pela quantidade de blocos de rua espalhados por toda cidade que mantêm viva a memória e a alegria das marchinhas, arrastando sempre os foliões por onde passam, permitindo a integração pací�ica de diversas tribos, idades e gêneros. Entre os blocos mais tradicionais está o Fofó de Belém, comandado pelo cantor Elóy Iglesia, grande incentivador dos blocos de

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rua em Belém. Ele garante que para reunir pessoas e criar um bloco de carnaval não precisa de muito, basta ter muita alegria na hora da folia. ‘O importante é ter autenticidade e se divertir. O espírito da diversão, alegria, disposição também são fundamentais, sem esquecer de que é preciso ter seNo carnaval do bairro da Cidade Velha

gurança e comprometido com alguma ideia que mais se identi�icar’, diz. E foi assim que ele começou, há 21 anos. A ideia nasceu de uma brincadeira com um amigo, nas conversas no balcão do bar Kalango, e se transformou em uma homenagem à cidade. “Era o auge dos carnavais embalados pelo aché e a musicalidade baiana, então �izemos o Fofó como um bloco de revitalização do carnaval tradicional”, explica Eloy Iglesias. O próprio cantor garante que a ligação com o carnaval vem de berço. Eloy Iglesias nasceu no dia 5 de agosto, data de morte de Carmem Miranda, e ele cresceu no bairro do Reduto, onde as manifestações populares são comuns. Hoje, o bloco percorre as ruas da Cidade Velha, como uma referência ao patrimônio histórico de Belém. Todos os domingos, mais de mil pessoas seguem a bandinha de fanfarra que anima os foliões com as antigas marchinhas. “O Fofó é um bloco público, segue quem tem vontade. Não vendemos abadás e nem bebida alcoólica. Só distribuímos Pará+

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Carnaval de rua no bairro da Cidade Velha, mantêm viva a memória e a alegria das marchinhas, arrastando sempre os foliões por onde passam

carinho, amor, alegria e bom humor”, a�irma Elóy Iglesias. O Bloco do Fofó de Belém, por exemplo, já teve mais de 20 mil participantes, e mantém um número expressivo, principalmente porque brincantes de outros blocos se unem ao Fofó de Belém.

O bloco foi criado há 26 anos por um grupo de amigos que gostavam de carnaval,

Periferia animada

A brincadeira nos blocos é democrática, e qualquer um pode acompanhar os arrastões. É preciso apenas muita disposição, energia e alegria para dar e vender. Na Sacramenta, o Chupicopico anima as tardes de sábado desde o início de janeiro.

Elóy Iglesia, no Fofó de Belém

mas precisavam ir atrás da folia em outros bairros, como a Pedreira. Nem sempre conseguiam instrumentos para tocar. Por isso, se organizaram, montaram a própria fanfarra e garantem a diversão para as famílias do bairro e de outras áreas de Belém que vão atrás do cortejo dos foliões. “Era só mais um bloco de sujos, mas chegamos a ter mais de três mil brincantes”, lembra o organizador Claudio Bordalo. O Chupicopico participa do des�ile de blocos de empolgação o�icial, promovido pela prefeitura, mas é nos �ins de semana que os foliões preservam a origem do bloco, percorrendo as ruas do bairro. “As grandes escolas mobilizam muita gente, mas é em bairros de periferia que encontramos os

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Elóy Iglesia, na cidade Velha

verdadeiros foliões. Brincar o carnaval nas ruas é um costume que as pessoas estão deixando de lado, mas quem tem paixão pelo carnaval mantém a tradição”, garante Claudio.

Arrastão

A cada domingo, uma multidão segue o bloco Brasileirinhos, na Cidade Nova. Os organizadores do bloco calculam que nove mil pessoas se divertem com o carnaval promovido pelo bloco. O fundador foi Seu Benedito, morador da Cidade Nova que se reunia com amigos em frente ao bar da família com baldes e panelas para fazer batucadas. O número de brincantes foi crescendo e os cortejos começaram. Primeiro, na rua onde seu Benedito Bloco Brasileirinhos, na Cidade Nova

mora, agora, percorre o conjunto residencial sem hora para parar o arrastão. Já são 34 anos de muita folia. Cinquenta ritmistas animam os foliões com um repertório bem diversi�icado. “Tocamos de tudo. Das marchinhas antigas, sambas enredo, até axé e carimbo”, diz o organizador klyton Fábio dos Santos. Há dois anos, o instrutor de bandas escolares assumiu o comando do bloco. “Temos uma diretoria que ajuda a organizar tudo e prevenir problemas com excesso de bebidas e violência”, a�irma. “A paixão pelo carnaval é que mobiliza os foliões e a nossa satisfação

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é ver o público brincar nas ruas”, conclui. O ambiente familiar e seguro é sem dúvida um dos maiores atrativos da festa. O administrador Alexandre Garcia, 41, perdeu a conta de quantas vezes já participou do bloco. Dessa vez, também foi acompanhado da família. “Adoro Carnaval e pra mim Carnaval é isso aqui, muita alegria e festa”. Portanto, quando você ouvir o som da fanfarra entoando as antigas marchinhas de carnaval, não �ique em casa. Improvise uma fantasia e vá para a rua seguir o bloco. Enquanto houver diversão, a tradição do carnaval de rua estará mais viva do que nunca. Bateria do Chupicopico

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, s o d u r Ent , s a n o Matraef Carros Blocos s o c i r ó g e l A

Texto Anete Costa Ferreira*

A

cidade de Torres Vedras situada na Região Centro de Portugal, enquadrada na sub-Região do Oeste, �ica a 41 km de Lisboa por via terrestre, aliás único meio de acesso. Seu povo se orgulha de manter a tradição secular do “Carnaval Mais Português de Portugal”, evento caracterizado como identidade cultural e patrimonial dos seus habitantes. A vasta documentação sobre folguedos populares portugueses registra que no reinado de D. Afonso III, no século XIII, já era festejado o Entrudo nos três dias de carnaval que precediam a entrada da Quaresma. A demonstração pública de alegria resumiase em lançar baldes de água, ovos, laranjas, farelo, e outros produtos, considerados inofensivos atirados às pessoas que passivamente assistiam as brincadeiras. Consta que o primeiro carnaval de cunho momesco se realizou à época do Rei D. Sebastião, nos idos de 1572, quando um mora-

dor de Torres Vedras registrou uma queixa nos seguintes termos:” …uns moços folgando com um galo no dia do Entrudo trazendo rodelas, espadas, paus

como costumam o tal dia”. É desconhecida a solução dada ao caso. Segundo alguns estudiosos o termo Carnaval já era utilizado no século XVI, evocando as festas romanas então recuperadas pelo Cristianismo, que iniciava no Dia de Reis e terminava na 4ª Feira de Cinzas, quando começava a “abstenção da carne”. Há referência de que o sacerdote colocava nas cabeças dos �iéis as cinzas das palhas bentas no ano anterior queimadas no Entrudo. O chefe da Igreja dizia que a Cinza personi�icada, era ato puri�icador de retorno à ordem social e religiosa do ser humano no seu cotidiano. À mesma época nasce a máscara, elemento absorvido do teatro grego que tornou-se obrigatório, como símbolo de transformação de quem a usava em outra pessoa. O mesmo sentido de disfarces estendeu-se às matrafonas, testemunhos da inversão da ordem social e de quebra do interdito, sobretudo religioso. Decorridos cerca de três séculos, pelos idos de 1862 na Igreja de São Pedro é co-

As matrafonas iados (homens fantas de mulher)

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Os famosos cabeçudos (bonecos gigantes), acompanhados do Zé Pereira

memorado o Jubileu de 40 Horas durante os três dias carnavalescos. Encontram-se no ano de 1865 os primeiros registros sobre o carnaval com destaque para os bailes e récitas realizados nas coletividades e em residências com um número reduzido de pessoas. Até então não havia grandes manifestações nas ruas. A República Portuguesa cataloga todos esses costumes espontâneos numa festa

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de rua organizada, dado o seu carater profano. Daí se compreender a popularidade do “Primeiro Carnaval de Rua Organizado em Torres Vedras”. Uma das decisões dos republicanos foi substituir “Procissão das Cinzas” pelo “Enterro dos Entrudos”, no ano de 1912. Emergia uma nova festa cívica, porque passava a inverter a ordem vigente, por extensão a Ordem Clerical. A crítica de cunho político é uma das

inovações que se mantém o que deu grande marca à brincadeira, permanecendo até aos dias atuais. Curiosamente quando dá-se a mudança do regime político, o “Carnaval Republicano de Rua” realiza-se com maior animação na década de 20, ostentando o nome: “Carnaval de Rua”. Apresenta-se organizado com a formação de uma comissão, dando cunho de seriedade aos festejos de Momo, na via pública. No ano de 1925 grandes inovações são introduzidas como os Reis do Carnaval, destacando-se no ano seguinte as Matrafonas que incorporam-se de�initivamente aos folguedos torrientes. Na avenida principal acontece a “Primeira Batalha de Flores”, no ano de 1931, da qual participam cerca de três mil brincantes. O período de Momo a partir de 1960 teve seu ponto principal regulamentado, preservando suas características únicas, assumindo-se de�initivamente como festa popular de massa. O “Primeiro Passeio Auto Trapalhão” realiza-se com foliões mascarados, em 1971. No corso participam blocos, os carros alegóricos, as matrafonas (homens fantasiados de mulher) e os famosos cabeçudos (bonecos gigantes ), acompanhados do Zé Pereira. Outros foliões espontaneamente fazem seus des�iles e mesmo aqueles que preferem brincar sozinhos divertem-se sem constrangimento, com o seu bloco de sujo.

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Torres Vedras se orgulha de manter a tradição

Não esquecer que os corsos principais são compostos exclusivamente por carros o�iciais. Uma das brincadeiras de entrosamento entre mascarados e público é feita pelo arremesso de “Cocotes” (pequenos objetos, feitos de papel, serragem e borracha),que

substituem os primeiros objetos que eram lançados em épocas passadas. Acontece também o “Des�ile de grupos de mascarados” ao som de música local para manter as raízes portuguesas. Durante os festejos os brincantes podem desfrutar do “Tocan-

Os brincantes podem desfrutar do “Tocandar” (veículo fabricado pela Câmara espécie de palco móvel), onde são tocadas músicas portuguesas, africanas e brasileiras

dar” (veículo fabricado pela Câmara espécie de palco móvel), onde são tocadas músicas portuguesas, africanas e brasileiras. O Entrudo é o bloco que se forma quando um ou mais foliões decidem brincar para homenagear Rei Momo. Daí ter sido reconhecido como tradição das manifestações carnavalescas. Por ser Torres Vedras uma localidade essencialmente rural onde os homens trabalhavam a terra de sol-a-sol, procuravam na época carnavalesca se divertir à sua maneira. Buscavam no baú as roupas femininas, mascaravam-se e saiam pelas ruas cantando e dançando alegrando os moradores e si próprio. Dessa maneira surgiram as “Matrafonas” que se perpetuaram nos Entrudos. O “Corso Trapalhão” é uma brincadeira onde cada pessoa pode se divertir bastando levar óculos , penas, chapéus, uma roupa (que não agrida os assistentes), adereços de mão, cabeça, pescoço, braços e cair na folia. Os “Carros Alegóricos O�iciais”, são autorizados pela Câmara Municipal e conduzindo o Rei Momo desde 1923 quando saiu o primeiro Rei da Folia ladeado pela primeira Rainha a partir de 1924. Para manter a tradição carnavalesca o povo torriense fundou a Real Confraria do Carnaval de Torres, a Associação de Ministros e Matrafonas do Carnaval de Torres Vedras e a Promoções, empresa municipal de organização de eventos, todos sob a tutela da Câmara Municipal de Torres Vedras. Na documentação de 1935 encontramos este registro:” Torres, hoje, precisa já do seu Carnaval, e não estará longe o dia em que precisará dele tal como hoje carece de vender o vinho de sua região (…) É o próprio paiz que pode vir a ter em Torres o seu Carnaval”. Quem sabe não seja uma profecia? O “Carnaval mais Português de Portugal”, tem a participação maciça do povo, assistindo aos des�iles do entrudo com as matrafonas, reis, blocos e carros alegóricos num ambiente único de alegria contagiante. (*) Correspondente da Pará+, em Portugal

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CAMILLO MARTINS VIANNA*

(*) SOPREN/ SOBRAMES

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Bumbarqueira no Pará Fotos: Cristino Martins, Eunice Pinto/ Ag. Pará

Carnaval de rua Que veio embelezar Tem gente emperiquitada nos blocos No Estado do Pará

Até a rapaziada mais alegre Quer serviço encenar Pelo menos uma vez na vida Eles não deixam passar

Os turdos dos sujos É parauara da gema Como o mangal dos urubus Na orla da Baia do Guajará

O fobó e a foboca Como a desfeiteira Entusiasmam todos a dançar E se divertir sem parar

Tem padre e freira de mentira Pois nem sabem rezar Contas do rosário, são balas de artilharia Para do capiroto safar

São mais de quarenta cordões Que na Cidade Velha Se reúnem na Praça do Carmo Sempre para abafar

Levando riqueza cultural Garantindo a tradição continuar Tem gente enfarpelada Nas ruas do Estado do Pará

Mandando a tristeza embora Para a alegria voltar O Encangando Grilo E o Barata Tonta vão aporfiar

No mangal da Amazônia Azul Na costa atlântica de Curuçá Além dos Pretinhos da Lama Existe a preservação do caranguejo uçá

A cuíca e a zabumba Retinem sem parar A comissão de frente e a dançarina Presentes para se mostrar

Os Pretinhos de Santarém Novo E as Crias do Curro Velho Desde criança Aprendem a participar

O bloco Chulé de Pato Chegou para deslanchar Tanto como a Rasga Saia O afoxé e o siriá

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Os turdos dos sujos

Em Marapanim, no Salgado Em Santo Antônio, no Tauá Junto com a Cavalo manco Sempre querem participar Merengue e a batucada Têm muito que agitar O pessoal não resiste E aja sacolejar Um bloco cantando o preservacionista da Amazônia Desfilou em Abaetetuba no Pará Na região das ilhas do Baixo Tocantins Próximo de Cametá A fogosa fanfarra E as bandinhas de pau e corda Esquentam os Cortejos Prontos para brincar

Apito é importante Para tudo organizar Todos de passo certo Sem ter como errar

Quase sempre empatando É a vez do juiz se manifestar Casa o pau não coma no centro Todos felizes a brincar

Cada gango tem enredos Variados para representar Como a Morte do Curupira Para principiar

Tem o Carnaval das Virgens Em Vigia de Nazaré no salgado Onde pinguços fazem de conta Para bem representar

Bumbarqueira é muito lorde Só existindo no Pará Brinca pobre, branco e preto Todos juntos sem parar

O fobó e a foboca

Agora um versinho para acabar “Passa pralí, passa pra cá, passa pro canto, E o foguedo de Momo aproveitar. Elucidário Turdo – Bloco, cordão, brincantes Gema – Verdadeiro, puro, real Sujo – Carnavalesco besuntado com lama, tinta, batom e urucú Salgado – Costa Paraense banhada pelo Atlântico Lorde, Importante, maioral Todos juntos sem parar

Sempre querem participar

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Pretinhos da Lama

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Para evoluir é preciso organizar O

Texto Guilherme Ramos*

Brasil vive um momento de destaque no cenário mundial. Na última década, o país passou por transformações, se fortaleceu economicamente e, por consequência disso, expandiu suas fronteiras internacionais. Prova disso foi a ocupação do posto de 6ª maior economia do mundo, em 2012, quando ultrapassou o Reino Unido. E o cenário continua promissor para os próximos anos, apesar das dificuldades naturais de se manter firme no topo após uma rápida ascensão. De acordo com projeção do FMI - Fundo Monetário Internacional – até 2016, o país deverá ultrapassar o PIB da França, atualmente, a quinta colocada no ranking. Embalada por essa sensação de otimismo, a preparação do país para a Copa do Mundo e a Olimpíada geraram enorme expectativa para quem pretendia investir por aqui e, sobretudo, e da própria população, sedenta por melhorias em sua qualidade de vida. Nessa linha, em meados de 2012, o governo elevou para R$ 698,3 milhões os gastos com obras de mobilidade urbana para a Copa do Mundo de 2014, que incluem o alargamento de vias, a construção de novos acessos para dar vasão ao trânsito, entre outros. Às vésperas da Copa, que se inicia em junho, nem tudo está pronto por enquanto, é bem verdade. Mas é preciso considerarmos, os esforços dos governos estaduais e federal para que tudo ocorra da melhor maneira possível. Além disso, é necessário levarmos em consideração as adversidades enfrentadas para implantar essas melhorias em cidades extremamente populosas, muitas vezes com condições climáticas que contribuem para os atrasos, entre outros contratempos que, mesmo previstos nos planejamentos, impactam no cumprimento do cronograma. A Pesquisa CNT de Rodovias 2013, que é realizada anualmente pela Confederação Nacional do Transporte, apontou que dos 96.714 quilômetros de rodovias analisados, 63,8% apresentam irregularidades no pavimento, geometria ou sinalização da via. Diante deste cenário de grande deman-

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Guilherme Ramos, diretor da Brasil Road Expo

da, a presidente Dilma Rousseff, anunciou recentemente uma nova rodada de concessões de rodovias para o segundo semestre deste ano. Ao todo, serão 2.600 quilômetros de novas rodovias que irão, estrategicamente, contribuir para o escoamento, sobretudo, da safra agrícola da região Centro-Oeste - responsável pela metade da produção nacional de grãos em 2013 - e produtos de agropecuária oriundos do Sul do país. A medida foi vista com bons olhos pelos empresários do setor, já que a principal característica dessas parcerias é a velocidade na finalização dos projetos, diferente das obras tocadas pelos governos que costumam ser mais morosas até mesmo pelos processos de controle que são, e devem ser inerentes à gestão de recursos públicos. Certamen-

te essas novas concessões contribuirão, no curto e no médio prazo, para alavancar e fortalecer ainda mais o setor. O desafio imposto para este ano é grande, especialmente para o nosso setor agrícola, um dos principais pilares da economia nacional. Ainda hoje, nossas rodovias são a principal “esteira” para escoar toda a nossa produção. Assim, a boa conservação das rodovias reflete, diretamente, na chegada mais rápida da carga ao seu destino, baixa o custo de manutenção dos caminhões, além de consumir menos combustível, contribuindo para redução de emissões. Para todos os efeitos, 2014 começa como se espera, ou seja, com planejamento, com metas pré-estabelecidas de médio e longo prazo, com uma programação de investimentos constantes e bem distribuídos de acordo com as necessidades do país, e em grande escala para reestruturar as condições de escoamento da produção, sem que isso onere o valor dos produtos. Por se tratar de um ano eleitoral, portanto, um período para redefinir rotas e avaliar o que foi feito nos últimos anos, será fundamental para projetarmos o que queremos para os próximos anos, com olhar especial para as áreas de infraestrutura, transporte e logística e, sobretudo, capacitar estruturalmente o nosso país para trilharmos a estrada de sucesso que vem por aí. E o país já vem construindo há algum tempo o debate sobre o setor, por meio de iniciativas como o Brazil Road Expo - evento Internacional de Tecnologia em Pavimentação e Infraestrutura Viária e Rodoviária -, que chega, este ano, a sua quarta edição, reunindo mais uma vez todos os elos da cadeia de infraestrutura viária e rodoviária. São ações deste tipo que farão com que as grandes oportunidades que o país apresenta sejam ponto de partida para melhorias que perdurem e que tragam desenvolvimento e competitividade ao Brasil. (*) Engenheiro civil e diretor da Brasil Road Expo, a principal feira de infraestrutura viária e rodoviária do Brasil, cuja quarta edição acontece de 09 a 11 de Abril de 2014, em São Paulo

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Portel se rende à O I Portel Aquático é uma passo importante par a divulgação do esporte aliado à tradição e à inclusão social

O município vai sediar o I Portel Aquático, evento que vai reunir em um mesmo circuito esportes radicais e atividades tradicionais

Fotos Arquivo Argonautas, Ray Nonato

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Portel se rende às águas.indd 14

magine um dia dedicado a atividades na água, envolvendo desde crianças, pessoas idosas e moradores da região. Assim vai ser o I Portel Aquático (Aquafest), previsto para acontecer no dia 19 de abril. A escolha da data não foi por acaso. O município foi criado a partir de uma vila indígena e essa parte da história vai ser lembrada com o evento no dia do índio. “Nosso município tem belezas naturais e um potencial enorme para atividades aquáticas, mas isso nunca foi aproveitado”, destaca o secretário municipal de esportes, Gerson Costa. “Vamos lançar Portel no circuito nacional de esportes náuticos”, garante ele. O Portel Aquático será o primeiro evenwww.paramais.com.br

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Nosso município tem belezas naturais e um potencial enorme para atividades aquáticas, mas isso nunca foi aproveitado, disse o secretário municipal de esportes, Gerson Costa

e às águas to no estado com o lançamento do projeto Pará Aquático, mantido pelo governo. Depois disso, o município vai ganhar um núcleo permanente para o ensino e a prática de canoagem. Parcerias para isso são muitas. A organização não governamental Argonautas vai cuidar da logística e organização de todas as competições previstas. A programação é variada, desde aulas de hidroginástica para moradores na terceira idade, aulas de canoagem para 200 crianças da rede escolar, apresentação de �lyboat, e as corridas de Jet Sky, kaiak, canoas a remo tradicionais e rabetas. O prefeito Paulo Ferreira ressalta que é a oportunidade para preservar a cultura da região. “A tradição das canoas amazônicas a remo está se perdendo, sendo aos poucos substituída por barcos movidos a motor. Precisamos incentivar e preservar nossa tradição”, a�irma. “Por isso, as competições vão unir modalidades modernas de esportes radicais com modalidades tradicionais, que fazem parte do dia a dia da população local”, avalia o prefeito. Para isso, a prefeitura vem investindo em melhorar a infraestrutura da cidade, incentivando a iniciativa privada a aumentar a rede hoteleira do município. “O Sebrae atua junto conosco para a quali�icação da mão de www.paramais.com.br

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obra local”, diz o prefeito Paulo Ferreira. Ele aponta o investimento em segurança como outro diferencial do município.

Porfia

O foco principal do evento será a por�ia tradicional. As canoas fazem parte da cultura ribeirinha do Brasil muito antes da chegaUm dia dedicado a atividades na água, envolvendo desde crianças, pessoas idosas e moradores da região

da dos portugueses no país há centenas de anos atrás. Com o intuito de valorizar esta rica história aproximando as comunidades da região Norte com a Canoagem Brasileira e até mesmo para buscar um talento ainda não descoberto na região, a ONG Argonautas apoia eventos como este. Dentre outros objetivos da ação estão: a valorização cultural das comunidades ribei-

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A Canoagem Tradicional já é uma atividade tradicional tombada como patrimônio cultural imaterial do Estado, por meio de uma lei aprovada na Assembleia legislativa

rinhas da região, elevação da auto estima do povo ribeirinho, preparação de atletas para as modalidades olímpicas (Canoagem Velocidade e Canoagem Slalom), trabalho com a pedagogia do esporte por meio da inclusão social, dentre outros objetivos. Com a estimativa de 600 participantes em toda a programação e um público de 3 mil pessoas, o I Portel Aquático é um passo importante para a divulgação do esporte aliado à tradição e à inclusão social. “É uma prova de que é possível aproveitar os recursos naturais e o potencial turístico da região e, com poucos recursos �inanceiros, ter um grande evento com retorno signi�icativo para a economia local e elevar a autoestima

da população”, garante Antônio Carlos Santos, coordenador dos Argonautas.

Patrimônio cultural

A Canoagem Tradicional já é uma atividade tradicional tombada como patrimônio cultural imaterial do Estado, por meio de uma lei aprovada na Assembleia legislativa. “Agora estamos projetando por meio de uma tese de doutorado a implantação da Canoagem Tradicional na grade curricular das escolas ribeirinhas para seguirmos �irmes nesta batalha pela valorização da canoagem na região Norte do Brasil”, informou Antônio Santos. Para alavancar a prática esportiva de atividades Náuticas em Portel

PROGRAMAÇÃO DO I PORTEL AQUÁTICO (AQUAFEST) Objetivo - Alavancar a prática esportiva de atividades Náuticas nesta Cidade. Público Alvo - Comunidade em Geral

Atividades do evento:

- Implantação do Núcleo de Canoagem de Velocidade - Pará Aquático - Porfia de canoas tradicionais - Porfia de caiaques - Corrida de Rabetas Marajoaras - Circuito de Jets ski - Apresentação do Flay Boot - Brinquedolândia - Cama elástica, tobogã e Pula Pula - Atividade Gerais recreativas – Garotos na água - Ginástica Recreativa para Terceira idade

História de Portel

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No local onde está localizado o município de Portel, existia primitivamente, uma aldeia de índios, que em 1653, foi reorganizada pelo padre Antonio Vieira, ao introduzir os índios Nheengaíbas, trazidos da ilha de Marajó, �icando sob a direção dos padres da Companhia de Jesus, com a denominação de Aricuru (ou Arucurá), até a expulsão dos jesuítas, época em que já era freguesia, sob a invocação de Nossa Senhora da Luz. Em 1758, o governador e capitão-geral Francisco Xavier de Mendonça Furtado elevou-a à categoria de Vila, mudou-lhe o nome www.paramais.com.br

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para Portel, denominação portuguesa que signi�ica “Porto Pequeno”, e instalado pessoalmente o Município, em 24 de janeiro do mesmo ano. No ano de 1833, o município de Portel perdeu o título de Vila, �icando seu territó-

COMO CHEGAR

rio anexado ao município de Melgaço até 1843, quando a Lei nº 110, de 25 de setembro, restaurou-lhe a categoria de Vila, sendo reinstalado o Município, em 7 de janeiro de 1845. Nessa ocasião, o território de Melgaço também era formado por áreas hoje per-

>> Os meios de transportes utilizados para chegar em Portel, partindo da capital do estado, Belém, são através de navios e avião monomotor. Os navios tem saída de Belém todos os dias de segunda a sábado às 19 horas, e os aviões monomotores com saída do aeroclube, nos dias úteis de segunda a sexta às 06h30.

O prefeito Paulo Ferreira ressalta que é a oportunidade para preservar a cultura da região

tencentes ao município de Breves. Com quatro vereadores, a Câmara legislou até 1848 e garantiram o atual patrimônio territorial, requerido em 1870 e com expansão concedida pelo governo Imperial em 1880. Portel foi con�irmado como Município em 27 de dezembro de 1930, sendo incluído seu nome na relação dos Municípios. Várias alterações do território foram feitas até 1988. Atualmente, o Município é composto somente do distrito-sede.

Para aproveitar os belíssimos recursos naturais e o potencial turístico da região www.paramais.com.br

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Corredor fluvial vai abrir caminhos

pela água

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Fotos AscomPMB

vocação natural de Belém para a utilização do transporte fluvial pode ser realidade em breve. A ideia é tornar viável um corredor fluvial, interligando os principais pontos da Região Metropolitana pelos rios que margeiam a cidade. A Superintendência de Mobilidade Urbana (SeMOB) já promoveu a primeira audiência pública, em Icoaraci, para apresentar à população o projeto e ouvir sugestões e críticas. A proposta é a cosntrução de dez portos em Belém e nas ilhas de Mosqueiro, Cotijuba, Outeiro, Icoaraci, Ver-o-Peso, porto da Palha, praça Princesa Isabel, UFPA, Combu e Ilha Grande, concretizando a tão almejada interligação rodofluvial da capital paraense. Todas as rotas entre esses portos estratégicos serão interligadas e os passageiros também terão infraestrutura para a integração com transporte rodoviário na cidade, com o BRT. “O morador da ilha poderá sair de barco até Icoaraci e lá se integrar ao BRT, ou ainda quem mora em Icoaraci pode optar por ir de barco até o Ver-o-Peso, por exemplo, sem precisar fazer o trajeto rodoviário”, explica a superintendente de Mobilidade Urbana de Belém, Maísa Tobias. Ela é especialista nos estudos sobre integração de transporte em modais fluvial e rodoviário, e acompanha pessoalmente todo o projeto. Segundo Maísa Tobias, o projeto dos portos não precisaria ser tema de audiência pública, porque o valor da obra não justifica, mas o governo municipal faz questão de apresentar o projeto e ouvir a opinião da população, e assim, garantir transparência em todo o processo.

Hábitos

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Apesar da navegação para transporte de passageiros já ser feita na região, a população está acostumada a viajar de barcos apenas para fazer travessias. Com o corredor fluvial, o conceito de usar rios como ruas vai ser parte da rotina da população, com os barcos como meio de deslocamento na prówww.paramais.com.br

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Projeto apresentado ao governo Federal propõe criação de 12 portos em Belém

pria cidade. “à medida em que a população perceber que a alternativa é viável, com um transporte mais rápido, vai incorporar isso a sua rotina”, avalia Maisa. O corredor fluvial deve absorver 30% da demanda por transporte público em Belém.

Mais qualidade

A SeMOB fez um levantameto de como é o funcionamento dos portos existentes em Belém e qual o nível de satisfação dos usuários. A falta de estrutura adequada e as dificuldades de embarque de passageiros foram apontados como os principais problemas. “Não adianta ter um serviço de transporte fluvial e não ter a estrutura portuária necessária”, avalia Maisa Tobias. Para solucionar esses problemas, os es-

tudos feitos para o corredor fluvial identificaram os dez pontos estratégicos onde os novos portos poderão funcionar de maneira adequada e sempre próximos a terminais de ônibus, garantindo a integração dos modais. “Além da interligação entre todas as rotas, o corredor fluvial terá duas interfaces ao BRT, no Ver-o-Peso e em Icoaraci”, enumera Maisa Tobias. Mas a integração não passa apenas pelo acesso de um modal para o outro. O transporte de passageiros pelos rios deve seguir normas diferentes e atender as exigências do setor para equipamentos de segurança, manutenção e qualificação da tripulação. “Nosso desafio será encontrar uma equação para compensar a diferença de custos entre o transporte fluvial e o rodoviário”, avalia a superintendente da SeMOB.

Segundo Maísa Tobias, superintendente de Mobilidade Urbana de Belém, o morador da ilha poderá sair de barco até Icoaraci e lá se integrar ao BRT, ou ainda quem mora em Icoaraci pode optar por ir de barco até o Ver-oPeso, por exemplo, sem precisar fazer o trajeto rodoviário www.paramais.com.br

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Financiamento Toda a obra deve ser financiada com recursos do PAC-50, destinado à infraestrutura e transportes nas cidades. As negociações com o Governo Federal estão em andamento para a liberação do dinheiro. “A partir dessa liberação, teremos um prazo de 120 dias para fazer a licitação e fechar os contratos para a construção dos portos”, calcula a superintendente da SeMOB. Toda a obra terá a duração prevista de 20 meses e a expectativa é ficar pronta para funcionar nas comemorações pelos 400 anos de Belém. “Além da parte física do projeto, a preocupação é também com as demandas sociais e econômicas. Por isso, o projeto envolve também outros órgãos públicos como a Funpapa e Seicom”, explica Maisa Tobias.

Durante a audiência pública em Icoaraci para debater o corredor fluvial. No centro, o prefeito Zenaldo Coutinho e a diretora da SEMOB, Maisa Tobias Pará+

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Infraestrutura e credibilidade atraem ao Pará investimentos superiores a R$ 36 bilhões Fotos Antônio Silva e Eliseu Dias/Ag. Pará, Ascom Seicom

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ais de R$ 36 bilhões em investimentos e geração de 20 mil empregos diretos, incluindo novos empreendimentos e ampliação de outros já existentes, devem movimentar a economia do Pará até 2016. Esse é um dos resultados da atual política de atração de investimentos privados, implementada pelo governo do Estado, que beneficiará vários setores da economia. Além dos empreendimentos da iniciativa privada já em andamento, ou que serão executados nos próximos dois anos, o Estado terá ainda, como indutor de crescimento econômico, as obras públicas estaduais e federais. Vinte e seis empresas já estão se instalando em 17 municípios paraenses, localizados em todas as regiões. Entre elas está a Companhia Bunge, uma das gigantes do agronegócio e do setor de alimentos no Brasil, que investe cerca de US$ 170 milhões na construção de uma estação de transbordo no Porto de Miritituba, no município de Itaituba (oeste do Pará), e de um terminal portuário no Porto de Vila do Conde, em Barcarena, na Região do Tocantins. A previsão é gerar até 350 empregos diretos e indiretos. Representantes da Bunge, que se instalou no Pará há mais de 10 anos, conversaram sobre o empreendimento com o governa-

Simão Jatene ouviu dos representantes da fábrica Correias Mercúrio o anúncio de investimento de R$ 80 milhões em Marabá. Além da fábrica, que deverá ficar pronta em 2016, e gerar cerca de 150 empregos diretos

dor Simão Jatene, em audiência realizada recentemente, na sede do Comando Geral da Polícia Militar. O investimento permitirá o escoamento anual de 4 milhões de toneladas de grãos. Segundo o vice-presidente da Bunge, Martus Tavares, a nova logística de exportação de grãos desafogará os portos e as estradas do Estado. A obra também vai baratear o transporte de grãos do Mato Grosso, que deixará o eixo Sul/Sudeste em direção ao norte do país. A empresa Correias Mercúrio, fabricante de correias transportadoras, também já anunciou um investimento de R$ 80 milhões

O titular da Seicom, David Leal, assina com representantes da MRN a primeira etapa doTermo de Cooperação Técnica do Plano de Atração de Novos Negócios (PANN) 20

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em uma nova fábrica no município de Marabá, no sudeste paraense. O empreendimento deverá ser concluído em 2016, gerando quase 150 empregos diretos. Representantes da empresa também informaram ao governador Jatene o interesse na instalação de um centro tecnológico, voltado à atração de novas empresas da cadeia produtiva.

Fator decisivo

O apoio do governo do Estado, viabilizado pela Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom), segundo o diretor financeiro da Correias Mercúrio, Ivan Ciruelos, foi decisivo na escolha do local do empreendimento. A empresa havia considerado a possibilidade de se instalar no Maranhão ou em São Paulo. O potencial de crescimento do Estado também pesou na opção pelo Pará. Na avaliação de Simão Jatene, a atração desses investimentos mostra que o Pará reúne infraestrutura e credibilidade, fatores essenciais para grandes empreendedores. “O Pará caótico, que determinados políticos tentam redesenhar, só existe na cabeça deles. A resposta mais clara está sendo dada, e não é pelo governo, mas sim pela própria sociedade. Essas empresas estão vindo para nosso Estado, pois reconhecem que o Pará www.paramais.com.br

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tem infraestrutura e credibilidade”, ressaltou o governador. A capacidade do Pará de atrair grandes investimentos, gerando empregos e impulsionando a economia, foi reconhecida pelo ex-ministro Fernando Pimentel, de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, em uma publicação da Seicom, ao avaliar as oportunidades de negócios no setor logístico e energético e a localização geográfica. Um dos objetivos da Seicom é incentivar a adesão das empresas ao Termo de Cooperação Técnica do Plano de Atração de Novos Negócios (PANN). Oito mineradoras atuan-

Foto de Aparecido Carvalho

A Mineração Rio do Norte (MRN), opera a extração de bauxita (minério do alumínio), na localidade de Porto Trombetas, município de Oriximiná, a 880 quilômetros de Belém

A estação de transbordo da Bunge será no Porto de Miritituba, no município de Itaituba (oeste do Pará)

tes no Estado - Vale, Down Corning, Imerys, Colossus, Norks Hydro, Alcoa, Votorantim Metais e Mineração Rio do Norte - já aderiram ao protocolo, que visa facilitar a instalação de novas empresas do setor mineral no Pará, principalmente fornecedores da cadeia industrial, para beneficiar empresas locais. A primeira etapa do plano foi concluída em janeiro pela Mineração Rio do Norte, que extrai bauxita em Porto Trombetas, no município de Oriximiná, no oeste paraense.

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O vice-presidente da Bunge, Martus Tavares convidou o governador Simão Jatene para a inauguração do complexo portuário MirititubaBarcarena, obra de quase US$ 170 milhões

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Paratur fortalece presença do destino Pará na Europa com participação na Fitur Texto Benigna Soares*

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egundo o Ministério do Turismo (MTUR) a Espanha ocupa, desde 2011, a nona posição entre os países que mais enviam turistas ao Brasil. Em 2011, por exemplo, vieram 190.392 visitantes. Em 2012 o �luxo total chegou a 180.406 turistas. Uma boa parte destes visitantes escolheram a Amazônia como destino. O Pará recebeu em 2011, por exemplo, 63.770 turistas internacionais, desse total, 12,9% saíram dos EUA, 8,9% da Argentina e 8,2% do Japão. O �luxo da Europa também foi alto, com 3% vindos da Espanha, 9,8% da França, 8,9% da Itália, 6% da Alemanha e 42,3% de outros países. Segundo a gerência de Inteligência de Mercado da Paratur, em 2013 o �luxo total de turistas estrangeiros ao Pará chegou a 78.574 visitantes, dos quais um grande percentual veio da Espanha. O interesse dos europeus pela Amazônia é principalmente a busca por atrativos naturais e culturais, os dois mais fortes segmentos do Pará, que carrega consigo o slogan “A Obra -Prima da Amazônia”. A participação do Pará este mês na Feira Belém simboliza a Belém simboliza a integração da Amazônia ao território brasileiro e é a cidade que melhor reflete a identidade amazônica

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Internacional de Turismo da Espanha (Fitur) só con�irmou a expectativa de que é cada vez maior esse interesse do mercado europeu pelos produtos turísticos paraenses. O Pará foi representado no evento, que aconteceu de 22 a 26 deste mês, em Madri, pela Companhia Paraense de Turismo (Paratur), que retornou da mais importante feira de turismo da Espanha com um saldo de mais de 150 atendimentos diretos aos agentes de viagens, operadores, representantes institucionais, de companhias aéreas, hoteleiros, realizadores de eventos, imprensa especializada, entre outros, que podem contribuir com o incremento de �luxo turístico da Europa para o Brasil e que buscaram essas possibilidades no estande brasileiro no evento. De acordo com Carlos Figueira, gerente de Promoção Nacional e Internacional da Paratur, que representou o Pará no evento, entre as empresas que se interessaram imediatamente pelos produtos paraenses estavam a Interpass – Agência de Viagens e

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Turismo (Lisboa-Portugal); a Amarelo Viajes.com e Viajes a Brasil.com (operadora espanhola); a Flytour (operadora brasileira e proprietária da marca American Express no Brasil); Viagens Abreu SA (operadora em Portugal, Brasil, Espanha, U.S.A. e Angola); Gales Diseno de Viajes (operadora mexicana); Itaparica Tour Operator (Salvador, Santa Catarina, Argentina e Chile). O Pará também despertou interesse de empresas brasileiras que querem investir no estado como opção de turismo interno, a exemplo da BWT Operadora de Turismo, de Curitiba; o Ariaú Amazon Towers, hotel de Selva do Amazonas e a Bahiatravel, operadora turística de Salvador. Veículos de comunicação especializados em turismo também buscaram pautas positivas sobre os principais segmentos turísticos do Pará: cultura, natureza, sol e praia, eventos e negócios. Entre os que já colocaram o Pará na pauta estão a Revista Brasil Vox, que circula na Espanha e em Portugal; o Polaris Tourist Guide, da Italia; o Turisbox, site de informações turísticas da Espanha; o Across Luxury Travel & Safaris, de Portugal, e o Jornal das Viagens, também de Portugal. Ariane Mathne Bastos, gerente de Captação de Eventos da Paratur, que também representou o Pará no estande do Brasil na Fitur, informa que segundo a organização do evento, a feira contou com a participação este ano de 120 mil visitantes e 9 mil empresas expositoras de 165 países. Segundo a equipe da Paratur também avançaram na Espanha as articulações institucionais com empresas como a diretoria da TAP naquele país e do próprio escritório brasileiro de turismo que representa lá a Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), responsável, assim como a Paratur, pela promoção do turismo brasileiro. Marcelo Mendes, presidente da Paratur, acrescenta que a expectativa para 2014 é de que esse interesse do europeu pelo Pará seja ainda maior, tendo em vista a inauguração do voo direto de Lisboa para Belém, em www.paramais.com.br

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A Paratur vem trabalhando em diversas frentes para tornar o Pará referência em turismo na Amazônia A Paratur vem trabalhando em diversas frentes para tornar o Pará referência em turismo na Amazônia

O Pará através a Paratur esteve na Feira Internacional de Turismo da Espanha (Fitur)

junho deste ano, e a participação do Pará em outras feiras de turismo, em Portugal, França, Alemanha entre outros países. “Nosso objetivo é promover o turismo paraense na Europa, Estados Unidos e América, de forma é alcançarmos, até 2020, a liderança enquanto destino prioritário na Amazônia. A Fitur nos deu um resultado excelente e vamos para a Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL) com uma estratégia ainda maior, levando inclusive fortes empresários do setor para somar conosco nessa missão”, diz Marcelo Mendes. A BTL será realizada de 12 a 16 de março, em Lisboa, e deve receber um público de 65 mil participantes.

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Os parques tecnológicos são vistos como empreendimentos responsáveis pela promoção da cultura de inovação e da competitividade das empresas, fundamentada na produção e transferência de tecnologia

Parcerias abrem caminho para

investimento em inovação P arques Tecnológicos são ambientes de inovação. Como tal, instrumentos implantados em países desenvolvidos e em desenvolvimento para dinamizar economias regionais e nacionais, agregando-lhes conteúdo de conhecimento. Com isso essas economias tornam-se mais competitivas no cenário internacional e geram empregos de qualidade, bem-estar social, além de impostos. Localizados próximos a universidades e centros de pesquisa, geradores de conhecimento e, principalmente, de recursos humanos altamente qualificados, geram sinergias e oportunidades. O aumento da competitividade entre as empresas brasileiras, ocasionado pelo fenômeno da globalização e pela redução do ciclo de vida dos produtos, levou a uma maior percepção das organizações com relação à importância da inovação. Investimentos em tecnologia podem fazer a diferença na competitividade global. Neste aspecto, os gastos com pesquisa e desenvolvimento (P&D) precisam estar presentes na cultura empresarial. Entre os habitats de inovação, os parques tecnológicos se destacam como organizações híbridas, que abrigam empresas nascentes de base tecnológica e centros de P&D de grandes empresas, assim como instituições de ciência e tecnologia (ICTs). Desta forma, os parques exercem a função 24

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de ponte entre fornecedores e usuários de tecnologias, constituindo um ambiente de negócios propício para a troca de conhecimento e outras formas de interação entre ICTs e empresas. Vale ressaltar ainda que os parques tecnológicos são vistos como empreendimentos responsáveis pela promoção da cultura de inovação e da competitividade das empresas, fundamentada na produção e transferência de tecnologia. Apesar de sua importância estratégica no sistema de inovação, o planejamento, implantação e operacionalização de parques tecnológicos apresentam diversos desafios. Para realizar tudo o que se propõe, por exemplo, o parque tecnológico disponibiliza estruturas e serviços de apoio à inovação como incubadoras de empresas, escritórios de transferência de tecnologia (NITs), laboratórios de pesquisa e certificação, serviços de consultoria e facilidades, entre outros. Entre-

tanto, para a implementação e gestão de um parque são necessários aportes significativos de recursos financeiros e intelectuais. Um fator fundamental de apoio à inovação é a disponibilidade de linhas de financiamento, sejam públicas ou privadas. É importante que as empresas identifiquem, com facilidade, as linhas que melhor atendem às suas necessidades, seja qual for o porte ou seu estágio de desenvolvimento. Pensando nisso, o PCT Guamá definiu como um dos seus objetivos permitir mais acesso a financiamentos destinados à área de inovação. “Queremos atuar como um ecossistema de inovação e, nessa engrenagem, ter o apoio de fomento”, avalia o diretor Antônio Abelém. Além da parceria com fundos de investimentos privados na realização de rodadas de negócios, o PCT Guamá deu um passo importante ao se unir ao Banco da Amazônia, um dos principais agentes de fomento público. A previsão é assinar um termo de cooperação técnica já no início de março para fomentar o desenvolvimento de negócios inovadores na região.

É unir o útil ao agradável

Segundo Antônio Abelém, “o Banco da Amazônia tem recursos destinados à ciência e tecnologia, mas tem dificuldade para www.paramais.com.br

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disponibilizadas por outros agentes financeiros. “Estamos abertos a esta parceria, pois temos uma grande demanda de empreendedores que buscam captação de recursos para a viabilização de negócios orientados à inovação interessados em ter base no PCT Guamá”, declarou Antôno Abelém.

FNO

C,T&I (Ciência, Tecnologia e Inovação) é a Linha de financiamento destinada a apoiar as iniciativas das empresas no aumento de competitividade. Tem como finalidade incentivar o desenvolvimento de projetos de ciência, tecnologia e inovação. Financia

Vista aérea do PCT Guamá Antônio Abelém, diretor - presidente PCT Guamá

todos os bens e serviços necessários à implantação, ampliação e modernização de empreendimentos; capital de giro associado e aquisição de insumos e matéria-prima. Atende beneficiários de todos os portes.

FINEP Inovacred

atrair projetos em empreendedorismo e inovação”. O Parque de Ciência e Tecnologia pode oferecer o suporte técnico necessário para avaliar os projetos. Esta é uma das frentes de trabalho da unidade de negócios Guamá Business, criada pelo parque tecnológico para atender empresários que têm negócios ou projetos que demandam suportes nas áreas de gestão da inovação, captação de recursos e propriedade intelectual. “Prestamos serviços técnicos às empresas sediadas no PCT Guamá, em atendimento empresarial, suporte na gestão e captação de recursos”, enumera Abelém. Com a parceria em cooperação técnica, a unidade de negócios Guamá Business vai cadastrar as empresas e garantir apoio em todas as etapas de solicitação de financiamento junto ao Banco da Amazônia. Em contrapartida, o banco já está estudando como viabilizar linhas de financiamentos com taxas competitivas para empresas orientadas à inovação.

Linhas de financiamento

A possibilidade de parceria com o PCT Guamá proporcionará ao Banco da Amazô-

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nia incrementar os financiamentos com os recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO) e os da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), direcionados para as áreas de ciência, tecnologia e inovação, com taxas de juros atrativas e acessíveis, proporcionando condições para mais acesso aos recursos financeiros através dessas linhas de financiamentos às empresas orientadas à inovação que estão na rede do parque paraense. “Observamos esta parceria como uma boa oportunidade para divulgar os benefícios competitivos destas linhas de financiamentos de crédito de longo prazo, que podem contribuir para o desenvolvimento de negócios sustentáveis e inovadores ainda em fase inicial”, comentou Oduval Lobato Neto, gerente executivo de Gestão de Programas Governamentais do Banco da Amazônia.

Oportunidades

Para o diretor-presidente do PCT Guamá, é importante que as empresas e empreendedores conheçam o diferencial competitivo do FNO – Ciência, Tecnologia e Inovação e FINEP-Inovacred em relação a outras linhas de financiamento voltadas para este setor,

Abrange todo o ciclo de C,T&I, da pesquisa básica até o desenvolvimento de produtos, serviços e processos nas empresas. Sua atuação se dá por meio de diversos instrumentos, entre os quais os financiamentos reembolsáveis para empresas. Financia empresas para aplicação no desenvolvimento de novos produtos, processos ou serviços

bem como o aprimoramento dos já existentes, inovação em marketing ou inovação organizacional, no ambiente produtivo ou social, visando ampliar a competitividade das empresas no âmbito regional e nacional.

Convênio

A cooperação técnica entre PCT Guamá e o Banco da Amazônia abre caminhos para colocar o conhecimento gerado na Universidade à disposição de quem precisa e, ao mesmo tempo, traz para a universidade experiências externas, além de estabelecer estratégias de relacionamento entre a comunidade acadêmica e de pesquisa, os poderes públicos e a sociedade, dando suporte à criação, ao intercâmbio, à evolução e às aplicações de novas ideias em produtos e serviços, em prol do desenvolvimento sócio-econômico. Pará+

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história da proclamação da independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822, todo mundo conhece. Aprendemos na escola os principais fatos que levaram D. Pedro I ao famoso “Independência ou morte”, às margens do rio Ipiranga. Também aprendemos que o Pará foi o último estado brasileiro a reconhecer a independência, em 15 de agosto de 1823, quase um ano depois. No Palácio Cabanagem, sede da Assembleia legislativa do Pará, o enorme quadro pintado por Anita Panzuti em 1971 retrata esse momento da história:na tela, o bispo D. Romualdo de Seixas assina a proclamação de adesão do Estado, o povo comemorando nas ruas e o Brigue Maranhão, comandado pelo capitão inglês John Pascoe Greenfell, ameaçando bombardear Belém se não houvesse a adesão. Mas, documentos da época comprovam que a data da adesão estaria errada.

11 de agosto

De acordo com uma pesquisa feita pelo historiador e ex-diretor do Arquivo Público do Pará, Geraldo Mártires Coelho, existe no Arquivo Histórico Ultramarino, em PorGeraldo Mártires Coelho, historiador e ex-diretor do Arquivo Público do Pará

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Revendo a história do Pará tugal, um documento da Junta Governativa da Província do Grão Pará que reconhece a existência do império e a autoridade de D. Pedro I, aderindo à independência do Brasil, com data de 11 de agosto de 1823. O documento foi micro�ilmado e uma Coria trazida para o acervo do Arquivo Público do Pará. A assinatura desse documento coincide com a chegada do Brigue Maranhão à costa paraense. Por ordem do Imperador Dom Pedro I, a esquadra comandada pelo almirante John Pascoe Grenfell desembarcou em vários estados forçando os que ainda não haviam aderido à Independência, a aceitar a separação de�initiva entre Brasil e Portugal. Mas a missão deveria ir apenas até a Bahia. Não havia ordens para chegar ao extremo norte. Mesmo assim, eles desembarcaram no Porto de Salinas no dia 11 de agosto de 1823. Um blefe de Grenfell convenceu os responsáveis pelo Estado a aceitar a adesão. O Almirante trazia uma carta que seria de

Dom Pedro I. O documento comunicava que os governantes do Pará deveriam se unir ao Brasil, caso contrário teriam os territórios invadidos. A esquadra imperial estaria esperando em Salinas, pronta para bloquear o acesso ao porto da capital e assim sufocar a economia, baseada nas exportações. No mesmo dia 11, foi convocada uma assembléia no Palácio Lauro Sodré, sede administrativa na época. Acreditando na história e temendo um ataque, os governantes preferiram aderir à Independência, sob a condição de que os postos e cargos públicos fossem mantidos.

16 de agosto

A adesão foi assinada quatro dias depois. A ata com as assinaturas faz parte do acervo do Arquivo Público do Estado do Pará. O documento, com seis páginas, registra o juramento de �idelidade ao Imperador. Mas a www.paramais.com.br

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avulsos encadernados pelo Arquivo Público. Esta ata estava dentro de um códice, encadernado à mão, durante a gestão de Arthur Vianna como diretor do Arquivo Público, em 1902, ou seja, há 107 anos, e só foi descoberto em 2009.

Quadro da adesão, que fica no hall da Alepa

O feriado da adesão do Pará à Independência do Brasil existe somente há onze anos e é o único feriado estadual reconhecido por lei. Foi instituído pelo ex-deputado estadual Zeno Veloso, que propôs que todos os outros feriados estaduais fossem extintos a partir da sua vigência. Mas a data comemorativa �icou em 15 de agosto. “Há relatos históricos de que, no dia 15, houve uma mobilização popular, o povo paraense teria ido às ruas para comemorar a adesão, reforçan-

ma da faixa branca com a inscrição positivista “Ordem e progresso” na bandeira Nacional é uma referência à adesão do Estado à Independência do Brasil em 15 de agosto de 1823. Para muitos, a data não tem um signi�icado, mas se trata de um dos eventos históricos mais importantes e com consequências trágicas como o massacre do “Brigue Palhaço” e uma série de revoltas que culminaram com a Cabanagem, em 1835. Porque, então, comemoramos a adesão do Pará à independência no dia 15, como consta nos livros didáticos? “A leitura da história tradicional aponta que as datas são marcos que situam todo o processo e os acontecimentos antes e depois”, explica o diretor do Arquivo Público, Agenor Sarraf Pacheco. O reaparecimento dos documentos históricos vai permitir uma simples, porém importante, correção na história do estado do

do a �idelidade ao império. Talvez por isso, o dia tenha se �ixado como o correto por tanto tempo”, comenta Agenor Sarraf Pacheco. Para propor a matéria, Zeno inspirouse na Lei Federal nº 9.093, de setembro de 1995, que obrigou os Estados a determinarem um dia para a comemoração da sua data magna. A estrela solitária no círculo no azul aci-

Pará: a data em que essa unidade da federação aderiu à Independência do Brasil é 16 de agosto. “É importante revisitar o passado a partir de questionamentos do presente. Muitos acontecimentos �icaram na memória popular sem os documentos comprobatórios. Com o tempo, a partir das pesquisas, encontram-se provas documentais que os con�irmam ou colocam em questionamen-

Feriado histórico

Detalhe do quadro - brigue palhaço comandado pelo capitão ingês John Pascoe Greenfell ameaçando bombardear Belém se não houvesse a adesão

Detalhe da assinatura da ata de adesão

data da assinatura é 16 de agosto. Nele está escrito: “Amno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil oitocentos e vinte e três amnos, aos dezesseis dias do mez d’Agosto do dito amno, n’esta cidade de Santa Maria de Belém do Grão Pará (…)”. O documento estava perdido entre os “Códices”, que são documentos históricos

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to”, explica Pacheco. Diante do incontestável, só resta agora corrigir a história o�icial. Os livros didáticos terão que ser atualizados, bem como a lei de Zeno Veloso, aprovada pela Assembleia Legislativa, que serve de base para as comemorações o�iciais. Mas isso depende da aprovação de uma nova lei, corrigindo o que está em vigor. O deputado estadual Edmilson Rodrigues já começou a fazer novas pesquisas e o levantamento histórico para de�inir a data correta, se é 11 ou 16 de agosto, com base nos documentos descobertos. “Antes de propor qualquer mudança, temos que ter a certeza do que nos conta a história”, conclui. Até lá, a adesão do Pará à independência continua sendo, o�icialmente, em 15 de agosto.

Ata de adesão de 16 de agosto na íntegra Auto de juramento que prestou a Junta Provisória do Governo Civil da Província. Senado da Câmara, e mais, Authoridades civis ecleziasticus e militares. Ano do nascimento de N.S.Jesus Cristo de mil oitocentos e vinte e três, aos dezesseis dias do mês de agosto do dito ano, nesta Cidade de Santa Maria de Belém do Grão Pará, no Palácio do Governo e na sala de respeito, onde se achavam reunidas a Junta Provisória do Governo Civil da Província, o Senado da Câmara desta cidade e todas as mais Autoridades Civis, Ecleziásticas e Militares, a fim de prestarem o juramento de fidelidade e adesão a S.M.Imperial Constitucional e perpétuo defensor do Reino do Brasil; o qual juramento prestaram todas as sobreditas autoridades nas mãos do Exmo. Sr. Bispo presidente da Junta Provisória sobre o livro dos Santos Evangelhos, em que ponho as minhas mãos obediência e fidelidade a S.M.Imperial o Senhor D. Pedro 1º e aos seus sucessores, observar e fazer observar todos os seus decretos e leis existentes, manter e defender a independência do Brasil, até derramar todo o meu sangue – O que tenho assim jurado cada um de per si, mandou a Junta Provisória lavrar este auto, que em testemunho de verdade, todos assinaram comigo Giraldo José de Abreu, membro secretário do Governo que o escrevi. Romualdo, Bispo do Pará - Presidente (seguem assinaturas das autoridades presentes)

Ata da adesão

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Impasse sobre criação de novos municípios ainda sem solução

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criação, incorporação, fusão e desmembramento de municípios no Brasil está prevista no parágrafo 4º do artigo 18 da Constituição federal, mas pela Carta Magna, as novas unidades municipais dependiam da regulamentação desse artigo. E aí é que está o impasse. Durante 11 anos, o Congresso Nacional levou a questão em banho –maria. Apenas em outubro de 2013, o Congresso Nacional aprovou o substitutivo ao projeto de lei do Senado (PLS) 98/2002 – Complementar, proposto pelo senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), que pretendia regulamentar a criação de novas unidades municipais. Com a votação, os parlamentares finalmente atenderam à cobrança feita pelo e assim, atender a exigência do Supremo Tribunal Federal (STF). A Justiça cobrava uma solução para essa falta de regulamentação e deu um prazo para isso, caso contrário, os estados voltariam a ter autonomia para decidir as divisões territoriais. Em tese, a proposta, possibilitaria a criação de aproximadamente 400 novas cidades no país. Segundo a União Brasileira em Defesa da Criação dos Novos Municípios (UBDCNM), seriam criados mais municípios principalmente nos estados do Pará, Maranhão, Bahia e Ceará. Interesse de candidatos a prefeitos, a vereador, deputados e senadores, o projeto teve apoio de ampla maioria no Congresso. Na votação, no Senado, passou por 53 votos a 5. Mas a solução da polêmica foi adiada pelo veto da presidente Dilma Roussef que resultou na rejeição integral de projeto que facilitava a criação de municípios.

Municípios do Estado do Pará

tencial conflito com o Congresso ao vetar integralmente o projeto aprovado em outubro. Segundo a argumentação apresentada no “Diário Oficial” de hoje, a medida permitiria “a expansão expressiva do número de municípios do país, resultando em aumento de despesas com a manutenção de sua estrutura administrativa e representativa”. “Esse crescimento de despesas não será Jarbas Porto, sub secretário legislativo

Veto do governo

A presidente Dilma Rousseff abriu um po-

Regras para a emancipação

acompanhado por receitas equivalentes, o que impactará negativamente a sustentabilidade fiscal e a estabilidade macroeconômica”, diz a justificativa do veto, atribuída a recomendação do Ministério da Fazenda. As regras brasileiras estimulam a criação de municípios sem fontes mínimas de receita para financiar suas atividades, graças aos repasses obrigatórios de recursos da União e dos Estados. “O projeto tramitou 11 anos e a lei aprovada é muito bem construída, com critérios bem definidos para evitar a criação de municípios sem viabilidade”, avalia Jarbas Porto, sub-secretário da Assembleia Legislativa do Pará. “Agora, pela decisão de uma única pessoa, tudo voltou a estaca zero”, avalia ele. No Pará, o último município criado foi Mojuí dos Campos, que elegeu o primeiro prefeito e vereadores em 2012. Outros 52 projetos estão parados na Comissão de Assuntos Administrativos, da Assembleia Legislativa, a espera de condições legais para tramitar. Todos os projetos de emancipação terão que ser reiniciados para atender os novos critérios. Na lista, há pleitos como o desmembramento das de Monte Dourado e Castelo dos Sonhos. “Alguns distritos tem hoje mais destaque que o próprio município-sede”, lembra Jarbas Porto. “Também há casos em que a distância é de mais de mil quilômetros, o que inviabiliza uma gestão mais próxima e a população se ressente da falta de atendimento e serviços”, conclui. A expectativa é que o veto presidencial entre na pauta do Congresso Nacional ainda em fevereiro de 2014, mas a queda de braço entre executivo e legislativo não tem previsão para terminar. “Esta solução vai depender muito mais de decisão política do que critérios técnicos”, avalia Jarbas Porto.

>> O substitutivo da Câmara condiciona a criação, incorporação, fusão e desmembramento de municípios à realização de Estudo de Viabilidade Municipal (EVM) e de plebiscito junto às populações dos municípios envolvidos. Com a nova lei, as assembleias legislativas do país voltariam a examinar a criação de novos municípios, o que não ocorria há 17 anos. De acordo com a proposta, para a criação ou desmembramento de municípios, um requerimento assinado por 20% dos eleitores moradores da área deve ser avaliado na assembleia legislativa do estado. Já para os casos de fusão ou incorporação, o pedido de criação deverá ser assinado por 10% dos eleitores residentes em cada uma das cidades envolvidas. Outro requisito é o mínimo populacional de 50% da média de habitantes nas regiões Norte e Centro-Oeste; de 70% da média na região Nordeste; e o mínimo de 100% da média populacional nas regiões Sul e Sudeste. Também é exigida a existência de um núcleo urbano já constituído, com infraestrutura, edificações e equipamentos “compatíveis com a condição de município”. O distrito deve ter ainda receitas de arrecadação própria.

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Patupi - sanduíche de Pato com Arubé (redução de Tucupi)

Sabores do Pará

em versões alternativas

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ue a culinária paraense é de uma originalidade inigualável ninguém tem dúvida. A autenticidade dos pratos da cozinha local é incontestável. Mas, o paraense já assimilou os alimentos da gastronomia global sem abrir mão de pratos da culinária local. Embora goste de sushi ou hambúrguer, não abre mão de sabores tradicionais e das lembranças afetivas que eles trazem. Basta verificar o cardápio de qualquer festa ou evento, em casa ou em outros espaços, sempre vai ter algum prato com ingredientes regionais. A chef Adriana Nascimento, que comanda o Buffet Di Sapori, prepara em média quatro eventos por semana e sabe que o arroz paraense ou o risoto de pato não podem faltar. “As pessoas pedem para fazer esses pratos, que levam tucupi, jambu e camarão. Nas sobremesas também não pode faltar o cupuaçu”, enumera.

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Além dos pratos mais conhecidos, Adriana costuma criar versões alternativas de comidas da culinária global, incrementando com ingredientes daqui. “Usamos muito o queijo de leite de búfala e castanhas do Pará sempre que queremos dar um toque regional e agradar os clientes”, revela. A paixão incondicional dos paraenses pelos sabores regionais já ultrapassou os limites das festas e recepções particulares. Pratos típicos ganharam versões gourmet ousadas em restaurantes e lanchonetes.

Maniçoba no pão

Quem diria que a maniçoba e o pato no tucupi, que fazem sucesso no almoço do círio, pudessem ser transformados em sanduíches? A façanha foi feita na Nine’s Burguer. Na lanchonete, o cardápio todo é de sanduíches inspirados na comida paraense. “Buscamos fazer a culinária de fusão, em que um

prato global como o hambúrguer ganha nuances regionais”, explica Thiago Sá. O sanduíche mais famoso é o hambúrguer de maniçoba, feito de modo artesanal com inspiração amazônica. “A maniçoba é muito proteica e a massa de maniva é muito fácil de transformar”, conta Thiago. “Usamos mais carnes e prensamos tudo para extrair o líquido e formatar o medalhão. Com isso, não alteramos a base do sabor, só mudamos o formato. Juntamos com queijo do Marajó e pão para ter o hambúrguer completo”, ensina. A novidade já é a mais pedida, com quase 120 sanduíches vendidos em noites de maior movimento. “De um modo geral, o público se divide em três tipos. O tradicionalista, que gosta das comidas típicas; o jovem que gosta de experimentar novidades e busca releituras dos pratos tradicionais; e os turistas que querem experimentar nossa culinária, mas não gostam do impacto visual dos nossos pratos”, enumera Thiago. www.paramais.com.br

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Cachaca de Jambu, pra rebater.. .

O restaurante Govinda foi eleito o ‘Melhor Prato Feito do Brasil’ em um concurso nacional, com a Maniçoba vegetariana

Patupi Outro sanduíche que conquista o público é o patupi, uma versão do pato no tucupi. Leva lascas de pato marinadas no tucupi, com jambu e arubi, uma espécie de tucupi reduzido até ficar com a densidade da mostarda. “Estamos sempre mudando, nosso

Saladas

cardápio tem ciclos de seis meses para garantir sempre novidades”, garante Thiago Sá. “Já estamos estudando os próximos sanduíches, vamos lançar em breve o hambúrguer de vatapá, com camarão e jambu”, antecipa ele. Agora é só esperar e provar como fica nossa culinária entre fatias de pão.

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Chefes do Concurso o Melhor PF do Brasil

Maniçoba premiada O restaurante Govinda também ousou ao criar a maniçoba vegetariana. As carnes foram substituídas por outros ingredientes, mas o prato conservou a aparência e o sabor marcante, e caiu no gosto dos clientes. Mais que isso, foi eleito o ‘Melhor Prato Feito do Brasil’ em um concurso nacional, promovido por uma empresa de vales-alimentação. O resultado da competição gastronômica, que contou com a participação de restaurantes de todo o país. Francisco Virgino Gomes Neto conta que a disputa pelo prêmio aumentou a procura pelos pratos do restaurante e principalmente pela maniçoba. Graças ao sucesso, o prato é vendido a quilo e também estará disponível ao longo de toda a semana, e não apenas às sextas-feiras, como ocorria antes do prêmio nacional.

“Quebrar a barreira da tradição não é fácil, mas estamos conseguindo. O restaurante tem um público diferenciado, mesmo assim as pessoas pedem a maniçoba desconfiadas. Depois acham o sabor parecido”, comenta Francisco. Toda a proteína animal foi substituída por proteína de soja, queijo provolone, castanhas do Pará e de caju e salsichas de soja. “O que dá o sabor é o tempero, com especiarias indianas. Assim, o prato não fica tão carregado quanto o tradicional, mas fica bem gostoso”, garante ele. A experiência de adaptar pratos para o vegetariano é comum no restaurante, e a receita foi colocada a prova com os clientes e aperfeiçoada com as opiniões deles. A novidade aumentou a procura em 40%. “Muitas pessoas vem só para experimentar a maniçoba vegetariana”, comemora Francisco.

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O espaço e o cardápio estão sendo ampliados. “Não dá para ficar acomodado, tem que criar outros pratos e estamos investindo na culinária típica. Já temos também a nossa versão alternativa de vatapá no cardápio”, anuncia Francisco Virgino.

Para rebater

Quem bebe a cachaça de jambu sente logo os lábios tremerem e ficarem dormentes. Essa característica garantiu o sucesso da bebida criada no Pará, misto de cachaça de alambique do Ceará com o jambu, erva da Amazônia. A cachaça de jambu foi criada no fim de 2011 pelo empresário Leodoro Porto, 44, um piauiense que há 19 anos é proprietário do boteco Meu Garoto, em Belém, especializado em cachaças. O boteco foi escolhido o

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melhor pela Veja Belém Comer e Beber, em 2012 e 2013. O bar tem cerca de 40 sabores de cachaças, muitas com ingredientes regionais. Mas o carro chefe, é lógico, é a cachaça de jambu. Até uma loja foi aberta por Leodoro Porto só para vender o produto. “Já havia feito cachaças de açaí e de bacuri, frutas típicas da região. Durante um almoço de círio, tive a ideia de incorporar o efeito de dormência do jambu na bebida”, conta ele. As experiências até chegar no ponto ideal duraram cinco meses, depois comecei a oferecer aos clientes. Fez tanto sucesso que mudou o perfil da clientela e duplicou os lucros. “Nossa cachaça vai para o Brasil todo”, comemora. A novidade atraiu também o chef Alex Atala, famoso por pesquisar novos sabores no mundo todo. “Nunca imaginei conhecer um chef de cozinha famoso, mas ele veio no meu bar só para experimentar a cachaça de jambu”, garante Leo Porto. O empresário patenteou a cachaça e planeja mecanizar uma parte do processo, como o enchimento das garrafas, mas sem que a produção deixe de ser artesanal. “É difícil manter o padrão, tem que dosar para não ficar com muita diferença de uma garrafa para outra”, explica Léo Porto. Hoje, a produção é em média de mil litros por mês, engarrafados em três tamanhos: 60ml, 275ml e 700ml. Quase 80% das vendas são para turistas e Leodoro Porto já faz planos de lançar a versão gourmet para restaurantes. Nada mal para um dono de bar que não bebe!

Hamburguer de maniçoba

HAMBÚRGUER DE MANIÇOBA Ingredientes: -40g de carne bovina moída (músculo ou cabeça de lombo) -40g de linguiça toscana moída -100g de maniçoba pronta -2 fatias de queijo do Marajó -1 pão de hamburger

Preparo: Coe bem a maniçoba para retirar o excesso de líquido. Misture-a com a carne e a linguiça toscana. Molde a massa no formato de um hambúrguer e o coloque em uma chapa ou frigideira quente, untada com um pouco de manteiga. O hambúrguer grelha durante 1 minuto - o tempo é reduzido porque a maniçoba já está pronta. Vire o hambúrguer e coloque sobre ele as fatias de queijo do Marajó. Grelhe por mais um minuto. Enquanto isso, também coloque o pão (cortado ao meio) sobre a chapa, para tostá-lo levemente. Depois de um minuto, retire o pão e espalhe nas duas metades o molho separado após coar a maniçoba (não precisa exagerar, ou o pão ficará muito mole). Em seguida coloque o hambúrguer com o queijo derretido sobre uma das metades do pão, feche com a outra metade e sirva ainda quente.

Maniçoba vegeratiana, o ‘Melhor Prato Feito do Brasil’

MANIÇOBA VEGETARIANA Ingredientes: - 1 kg de maniva cozida por 9 dias - 3 folhas de louro - 1 colher de sobremesa de feno grego - 3 colheres de sopa de ghi ou óleo extraído da manteiga - 1 colher de sobremesa de mostarda em grão - 2 tomates picados - 1 pimentão picado - 1 punhado de chicória - 100g de proteína de soja frita - 1 xícara de queijo provolone em cubos - ½ xícara de Castanha do Pará - ½ xícara de castanha de Caju - 1 colher de sobremesa de temperos secos (açafrão e curry) Modo de preparo: Cozinhe os seguintes temperos, separadamente, por 5 minutos: ghi, mostarda, feno grego, pimentão, tomate, açafrão, curry. Acrescente no recipiente a maniva (já précozida com chicória, louro e soja frita), deixando cozinhar por mais dez minutos para se integrar e desligue o fogo. Acrescentar por último as castanhas e o provolone.

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Evento literário celebra os aniversários de Castro Alves e William Shakespeare Castro Alves

Texto Carlos Correia Santos*

Evento promovido pelo selo Versivox traz literatura, música e teatro para comemorar o Dia Nacional da Poesia.

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poesia tem seu próprio dia, 14 de março. Nessa data, em 1847 nascia Antônio Frederico de Castro Alves, ou simplesmente Castro Alves, o Poeta dos Escravos. Alves era um ferrenho combatente do regime escravocrata e celebrizou sua luta em poemas como A Canção do Africano e o célebre Navio Negreiro. Em homenagem a essa data o selo Versivox promoverá a II Festa Paraense da Poesia, evento que contará com o criador do Versivox, Carlos Correia Santos, acompanhado pelo violonista Renato Rosas e o percussionista Felipe Lourinho e a parceria com a Companhia Teatral Nós Outros. A II Festa Paraense da Poesia acontecerá no SESC Boulevard a partir das 17h30 e trará ainda as participações de Hudson Andrade (atuação e direção de cena), os atores Iêrêcê Corôa, Nilton César, Alexandre Silva e Carol Pabiq, a poeta Rita Melém, o dançarino Franco Salluzio e a Companhia Mirai de Dança, além do grupo de Rap Arsenal da Rima. William Shakespeare

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O músico e poeta André Ponce de Leão durante sua apresentação na edição de 2013

A II Festa Paraense da Poesia tem assistência de produção de Iara Correia Santos. Os apoios culturais são do Centro Cultural SESC Boulevard, Centro Atores em Cena e Revista Pará Mais A assessoria é de Parla Página. A entrada é franca.

Proposta

A poesia é a arte da linguagem humana e o Versivox quer apresentá-la em sua multiplicidade de expressões, seja transpondo-a para a música ou cenas teatrais, na conversa, nos versos cotidianos do rap. A data, aniversário de nascimento de Castro Alves não poderia ser mais oportuna. Sua poesia defendia a liberdade do homem. A poesia em si proclama a liberdade da alma humana. Em 2013 a I Festa Paraense da Poesia

O poeta Juraci Siqueira: um dos convidados da edição de 2013

O poeta e músico Carlos Correia Santos, idealizador da festa e criador do projeto Versivox

promoveu um sarau que contou com a participação de artistas locais e nacionais num acontecimento que apresentou declamações de poesias, performances teatrais, lançamento de livros e a estreia do Versivox, selo que abriga saraus e espetáculos que partem da literatura para abraços com diferentes linguagens artísticas. O sucesso do evento se reflete em sua segunda edição. Neste ano a Festa Paraense da Poesia aconteceu no dia 14 de janeiro de 2014, no Bar Café do Centro Cultural SESC Boulevard

Hudson Andrade: ator e diretor da Companhia Teatral Nós Outros (apresentador da programação)

e novamente se apresenta como o cruzamento de diversas vertentes onde a poesia é a matéria-prima. O ponto alto do evento é a estreia de Navio Negreiro. O novo espetáculo do Versivox parte do poema homônimo de Castro Alves para contar em música e poesia a vida do negro. “Mesmo após tantos anos da abolição da escravatura nunca é demais dizer e lembrar que os negros no mundo todo, e no Brasil em particular, não alcançaram o status real de cidadão”, afirma Correia Santos. “A mesma violência que arrancou tantos africanos dos seus países e os lançou na escravidão ainda é presente em nossos dias. Os mesmos desmandos que humilham, empobrecem e massacram negros e negras de todas as idades ainda se fazem doer”, prossegue o escritor e poeta, que destaca ainda

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que os avanços sociais, políticos e econômicos não foram suficientes para resgatar e salvaguardar a dignidade da pessoa negra. Não à toa o tom das canções e das cenas apresentadas em Navio Negreiro são pungentes. “É um chamamento!”, diz Hudson Andrade, “Precisamos clamar pela atenção das pessoas para uma realidade que insistimos em negar”. Andrade escreveu a dramaturgia do espetáculo e dirige cenicamente os atores Alexandre Silva, Carol Pabiq e a Mirai Companhia de dança. Nesse viés ainda teremos o lançamento e sessão de autógrafos do mais novo romance de Carlos Correia Santos, Diapetelo e o Coração de Madia, uma saga transcontinental que tem como pano de fundo o tráfico de escravos africanos. Esse e outros livros estarão à disposição do público para compra.

Shakespeare, a poesia dos livros e a poesia das ruas

No conjunto de ações da II Festa Paraense da Poesia teremos Versos Bardos, uma performance criada pela Nós Outros Companhia Teatral, onde os atores Hudson Andrade, Iêrêcê Corôa e Nilton Cézar utilizam os sonetos de Shakespeare para celebrar a poesia e homenagear aquele que é considerado o maior escritor de língua inglesa.

Durante a Festa Paraense da Poesia no Bar Café do Centro Cultural SESC Boulevard

A apresentação segue Toda Saudade é Vil e Vã, resultado da oficina Do Texto à Cena que os dramaturgos Carlos Correia Santos e Hudson Andrade ministraram no Centro Atores em Cena. Nela, atores e atrizes contam com muito humor as estripulias de um casal apaixonado, abrindo a Festa da Poesia. Rota Intercâmbio é a apresentação da poesia de um artista e sua visão de mundo A Festa Paraense da Poesia vem firmar-se como um evento da mais alta importância para a literatura e cultura brasileira

a partir da sua poética. Nesta segunda versão traremos a poeta, escritora e educadora Rita Melém, membro do Movimento Literário Extremo Norte, autora do livro Portapalavras, com presença atuante no cenário literário local. O intercâmbio se dará com o rapper paraense Daniel Costa e o grupo Arsenal de Rimas e contará com a mediação de Hudson Andrade. Propondo-se entrar para o calendário cultural de Belém, a Festa Paraense da Poesia vem firmar-se como um evento da mais alta importância para a literatura e cultura brasileira.

SERVIÇO: II FESTA PARAENSE DA POESIA, EVENTO PROMOVIDO PELO SELO VERSIVOX EM PARCERIA COM A NÓS OUTROS COMPANHIA TEATRAL. DIA 14 DE MARÇO, A PARTIR DAS 17:30H, NO SESC BOULEVARD, QUE FICA NA BOULEVARD CASTILHOS FRANÇA, EM FRENTE À ESTAÇÃO DAS DOCAS. ENTRADA FRANCA. INFORMAÇÕES: 8167-3835 E 8199-1322. (*) Poeta, dramaturgo, romancista Por Parla Página – Produção de Conteúdos (Especial para a Revista Pará Mais)

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Sustentabilidade

é meta para Comunidade de

Países de Língua Portuguesa Georgina Benrós de Mello, assumiu a Diretoria-Geral da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP)

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Texto Nádia Franco

o assumir no início deste fevereiro, a Diretoria-Geral da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), a economista cabo-verdiana Georgina Mello disse que seu principal objetivo é a sustentabilidade da comunidade lusófona, que está em processo de criação de um tecido econômico e social que a sustente. Logo após a posse, Georgina ressaltou que pretende acrescentar a sustentabilidade ao que já existe, sobretudo nos três eixos da comunidade: a difusão da língua portuguesa, a cooperação e a concertação político-diplomática. “Falta aquilo que eu chamo sustentabilidade: criar um tecido econômico e social que suporte isso tudo, que transforme a CPLP naquilo que os cidadãos querem. Eles querem senti-la mais próxima, que lhes diga respeito”, explicou Georgina.

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Para ela, isso será feito intensificando-se a comunicação, a circulação de pessoas, de bens e de serviços, o comércio, os investimentos, as relações empresariais e o intercâmbio entre as organizações da socieda-

de civil. De acordo com a nova diretora da CPLP, esse processo depende da concretização do Estatuto do Cidadão Lusófono, algo que “não se tira da cartola”, mas que se vai construindo pouco a pouco. De acordo com a economista, esse trabalho, que pode começar com programas de intercâmbio de jornalistas ou estudantes, dará segurança às instituições que fazem o controle das fronteiras. “Com isso, vamos alargando e, dentro de um determinado horizonte temporal, teremos o nosso estatuto”, disse. Dirigindo-se aos embaixadores dos Estados-membros da comunidade e aos funcionários do secretariado executivo da organização, Georgina lembrou que, ao criar a sustentabilidade, a CPLP ganhará maior visibilidade e mais credibilidade. Entre outras atividades, ela vai dirigir um grupo de trabalho encarregao pela secretaria executiva da entidade de repensar a visão da comunidade lusófona. “Precisamos de ter melhor qualidade de vida das populações, e isso consegue-se com mais emprego, mais empresa, mais comércio, mais investimento”, disse ela. Finalmente, Georgina Mello disse desejar que, no final do seu mandato de três anos, se possa dizer que a CPLP está mais próxima das populações. “Normalmente, nos nossos países, só ouvimos falar da CPLP quando há uma cúpula ou uma reunião de conselho de ministros. É uma coisa pontual. O que desejo é que, dentro de três anos, possa ouvir-se mais, independentemente de haver cimeiras e reuniões do conselho de ministros, mas porque aconteceram coisas na sociedade civil ou entre as empresas e as câmaras de comércio”, destacou. O diretor-geral da CPLP é recrutado entre cidadãos dos Estados-membros, mediante concurso público internacional, por um prazo de três anos, renovável uma vez, por igual período, por decisão do Comitê de Concertação Permanente. Criada em 1996, a CPLP é uma organização internacional com sede em Lisboa que junta oito países de língua portuguesa: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Pará+

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Roupas, brinquedos e alimentos podem estar infectando as crianças Cientistas alertam para “epidemia silenciosa” de perturbações neurológicas

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Muitos produtos químicos “têm potencial para causar danos ao cérebro em desenvolvimento e para a produção do neurodesenvolvimento distúrbios”

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Roupas, brinquedos e alimentos podem estar infectando as crianças.indd 38

ois dos maiores especialistas mundiais na ligação entre o ambiente e a saúde alertam que os químicos industriais a que as crianças estão sujeitas diariamente podem estar provocando uma “epidemia silenciosa” de perturbações do desenvolvimento. O alerta é dos autores, que apelam aos países, que mudem os seus procedimentos de avaliação dos riscos dos químicos para proteger as crianças destas toxinas. Em causa estão químicos como o mercúrio, o chumbo, bifenilos policlorados, arsênico, tolueno, certos solventes e pesticidas, que estão presentes em objetos tão comuns como a roupa, o mobiliário, os alimentos, ou os brinquedos. Segundo eles, o número de químicos que reconhecidamente provocam perturbações do desenvolvimento neurológico duplicou nos últimos sete anos, de seis para doze, enquanto a lista de químicos que se sabe prejudicarem o cérebro humano mas que não estão regulamentados para proteger a saúde das crianças também aumentou, de 202 para 214. “As atuais regulamentações dos químicos são largamente inadequadas para proteger as crianças, cujos cérebros em desenvolvimento são particularmente vulne-

ráveis aos químicos tóxicos no ambiente”, diz Philippe Grandjean, da Escola de Saúde Pública de Harvard, em Boston. “Enquanto não existir um requisito legal para que os fabricantes provem que todos os químicos industriais existentes e todos os novos químicos são não tóxicos antes de entrarem no mercado, na linha da lei da União Europeia, enfrentamos uma pandemia de toxicidade para o desenvolvimento neurológico”. As perturbações do desenvolvimento neurológico, como o autismo, o défice de atenção, a dislexia ou a paralisia cerebral, afetam uma em cada seis crianças em todo o mundo, havendo cada vez mais provas que ligam a exposição a químicos na infância a níveis mais altos destas doenças. Um controle mais apertado da utilização destes químicos permitiria poupar milhões de dólares. Mas Grandjean e o coautor do artigo, Philip Landrigan, da Escola de Medicina Monte Sinai, em Nova Iorque, sublinham que este número poderá ser apenas a ponta do icebergue. “A vasta maioria dos mais de 80.000 químicos industriais utilizados nos EUA nunca foram testados nos seus efeitos tóxicos para o desenvolvimento do feto ou da criança. A exposição a estes químicos durante as fases iniciais do desenvolvimento pode causar danos cerebrais em níveis muito mais baixos do que os que afetam os adultos e o real impacto na saúde das crianças só agora está começando a revelar-se”, referem. Os dois maiores obstáculos aos esforços para limitar os químicos que ameaçam a saúde das crianças são as grandes falhas nos testes à sua toxicidade para o desenvolvimento neurológico e a enorme quantidade de provas exigidas para que se possa regulamentar. “A única forma de reduzir a contaminação tóxica é tornar obrigatórios os testes à sua www.paramais.com.br

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O ponto crucial é o desenvolvimento do cérebro

Deficiência do desenvolvimento neurológico, incluindo autismo, déficit de atenção e hiperatividade, dislexia, e outras deficiências cognitivas , afetam milhões de crianças em todo o mundo Crianças podem estar sofrendo uma “epidemia silenciosa”

toxicidade para o desenvolvimento neurológico dos químicos novos e já existentes”, diz Landrigan. “Uma abordagem cautelosa deste género significaria que uma indicação prévia de potenciais efeitos tóxicos graves levaria

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a uma regulamentação forte, que poderia depois ser relaxada se provas subsequentes demonstrassem que os danos eram menos graves”, acrescenta. Os autores propõem uma estratégia internacional de prevenção que ponha o ónus

>>Algumas doenças são, em parte, o resultado do impacto de produtos químicos ambientais sobre o cérebro, uma vez que está sendo formado. “O ponto crucial é o desenvolvimento do cérebro.” “Se os bebês são expostos no útero ou logo após o nascimento de produtos químicos que interferem com o desenvolvimento do cérebro, as conseqüências podem durar uma vida.” nos produtores de químicos, e não nos governos, de provarem que os seus produtos são de baixo risco, usando um processo semelhante ao que é exigido às farmacêuticas, e uma nova agência reguladora internacional para coordenar e acelerar estas medidas. “A nossa grande preocupação é que as crianças de todo o mundo estejam expostas a químicos tóxicos não reconhecidos que estão silenciosamente corroendo suas inteligências, perturbando seus comportamentos, a truncar conquistas futuras e a danificar as sociedades, talvez mais seriamente nos países em desenvolvimento”.

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Especialista defende que peso máximo de mochilas seja 10% do peso corporal

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a hora de comprar o material escolar, um item merece atenção especial: a mochila. Com o peso muitas vezes excessivo, devido à quantidade de livros e outros materiais, as mochilas precisam ser adequadas para distribuir bem o peso e não prejudicar a postura dos estudantes. Os pais devem ficar atentos para evitar que os filhos carreguem peso maior que o recomendável. A Academia Americana de Pediatria considera que o ideal é que a mochila tenha entre 10% e 20% do peso corporal do estudante. Há instituições que defendem o percentual de 15%. O ortopedista pediátrico e professor na Santa Casa de São Paulo Claudio Santili explica que falta consenso porque não há pesquisas conclusivas sobre o tema. Ele defende que o peso máximo do material escolar carregado pelos estudantes seja 10% do peso corporal. O uso de mochilas com peso excessivo, especialmente se carregadas de forma inadequada, pode provocar dores e até problemas na postura, explica Santili. “Se for carregada de forma inadequada, apenas de um dos lados do corpo, vai provocar contração da musculatura do lado oposto e a criança pode ter dor muscular. Se isso se prolongar, pode levar à postura inadequada”. Ao escolher uma mochila, é importante que ela seja leve. Quando estiver vazia, não deve pesar mais que meio quilo. O ideal é que seja de duas tiras, pois as de tira única para o ombro não distribuem o peso uniformemente, o que pode causar problemas de

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postura. O estudante deve tensionar as tiras para que a mochila fique bem junto ao corpo e aproximadamente a cinco centímetros acima da linha da cintura. As alças devem ser acolchoadas, reguláveis e com largura mínima de quatro centí-

metros na altura dos ombros. Tiras estreitas podem causar compressão nos ombros e restringir a circulação. É interessante também concentrar os objetos mais pesados no centro da mochila e mais próximos das costas. As orientações foram elaboradas pelo

As mochilas com rodinhas podem ser uma alternativa para o excesso de peso

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Proteste e pela Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica. Sabrina Albuquerque tem dois filhos que estão no ensino fundamental, um de 9 e um de 13 anos, e fica preocupada com o peso que eles carregam diariamente. “Dá pra ver pela postura que o material está muito pesado, aí peço pra retirar alguns livros e levar na mão. Mas, com isso, eles às vezes acabam esquecendo o material”, conta. Sabrina avalia que a escola deveria se preocupar mais com a questão. “Acho que a escola acaba se preocupando muito com o conteúdo, o vestibular, e não se preocupa com essa parte física das crianças”, relata. As mochilas com rodinhas podem ser uma alternativa para o excesso de peso. A Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica alerta, no entanto, que é preciso ter cuidado com a alça do carrinho que deve estar a uma altura apropriada. As costas devem estar retas ao puxá-la. Esse tipo de mochila, porém, enfrenta resistência dos adolescentes. Além de mochilas adequadas, o diálogo

Dr. Claudio Santili, ortopedista pediátrico, professor na Santa Casa de São Paulo, ex-Presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia, defende que o peso máximo do material escolar carregado pelos estudantes seja 10% do peso corporal

>> De acordo com o texto do projeto o peso corporal dos alunos deverá ser declarado à escola pelos pais ou responsáveis, no caso da educação infantil e do ensino fundamental, e pelos próprios estudantes no caso do ensino médio. O texto prevê ainda que o poder público deverá promover ampla campanha educativa sobre o peso máximo permitido para o material a ser transportado pelos alunos. entre pais e escola é considerado fundamental para equacionar o problema do excesso de peso que os alunos carregam. Algumas instituições têm adotado medidas que reduzem a quantidade diária de material que precisam levar. Gabriela Braga é mãe de Caio, de 12 anos, que cursa o 7° ano do ensino fundamental em uma escola particular de Brasília. Ela conta que, neste ano, a escola vai adotar netbook e apostilas próprias que serão entregues por bimestre. “Este ano será entregue uma apostila por bimestre, com todas as matérias. Não é muito material para carregar. Extra, só um caderno de dez matérias”, diz. O ortopedista Cláudio Santili também alerta os pais para conferir periodicamente as pastas escolares a fim de evitar que os

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filhos carreguem objetos desnecessários. “A criança também precisa ser fiscalizada. Muitas vezes, ela tem na mochila coisas que não precisam ser levadas à escola, como joguinho para brincar, o que aumenta o peso. Isso é muito comum”, disse. As discussões em torno do excesso de peso das mochilas de crianças e adolescentes resultaram em um projeto de lei, aprovado em novembro do ano passado na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, que determina que as mochilas devem ter, no máximo, 15% do peso do estudante. O projeto também obriga as escolas a ter armários para os estudantes guardarem material. O texto, no entanto, não prevê nenhum tipo de fiscalização, nem sanções para quem descumprir a norma. O projeto ainda precisa retornar à Câmara dos Deputados.

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A Confraria

Secreta dos Chatos É característica do chato que ele é a última pessoa a saber disso. Oliver Wendell Holmes Texto Caho Lopes

O chato é, enfim, um ser primitivo cercado de mistérios

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odos nós temos um chato de plantão. Eles são mais ou menos como santos ou anjos, só que ao contrário. Enquanto estes se esmeram em nos proteger e oferecer seus préstimos (tem santo casamenteiro, santo com poder de cura, santo para encontrar as coisas, e por aí afora), os chatos se revezam em encher o nosso saco. Creio mesmo que eles devem ter uma Confraria Secreta dos Chatos, onde eles se reúnem cercados de mistérios e segredos, estabelecendo metas e cumprindo tarefas. Assim como os maçons tem suas lojas para fazerem suas reuniões, os chatos possuem cubículos, porque um chato fica muito mais chato se ficar apertado no meio de outros chatos. O chato mais famoso é aquele para o qual você pergunta “E aí? Tudo bem?” e o cara, ao invés de educadamente responder “Tudo bem, e você?” começa a desfilar uma ladainha de problemas e dificuldades, entrecortadas por suspiros e gemidos, e às vezes uns “Hummmmm” e “Ohhhhhh”. E você ali, com um meio sorriso na cara, às vezes procurando fazer cara de quem está extremamente interessado no assunto, enquanto pensa

Esse é um chatasso

que deve ter jogado pedra na cruz por ter encontrado este chato justo agora que está com milhares de coisas para resolver. Existe outro tipo de chato: aquele que sempre vem te pedir um favorzinho. Ele sempre faz um prólogo enorme, com quase todos os pormenores do assunto, para finalmente pedir um favor para você pois, afinal de contas, amigo é para estas coisas, não é mesmo? E isto que você só conhece o cara 42

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de subir e descer com ele no elevador do escritório... O chato vive num espaço-tempo diferente do nosso. Seu dia tem pelo menos 36 horas (não há consenso científico sobre o assunto), e ele consegue chatear pessoas em diversos lugares (às vezes lugares muito distantes) ao longo do dia. Talvez eles façam chatoporte (mistura de chato com teleporte) de um lugar para outro. A chatologia ainda não chegou a conclusões mais decisivas, pois os estudiosos acabaram tomando-se chatos também. De onde percebemos que é uma característica contagiosa, ainda sem vacina ou prevenção. Chata é aquela escritora do seu jornal favorito, que escreve apenas duas vezes por semana mas é o suficiente para que o nível

de “seachol” dela contamine seu dia e te faça ficar azedo. Chato não come, prefere ficar olhando você comer, e nisto eles tem um parentesco com os invejosos. Mas enquanto os invejosos desejam o que você come, o chato só quer te perturbar mesmo, com aqueles olhos semicerrados e a boca entreaberta num sorriso idiota (aliás, o idiota é primo do chato em primeiro grau), olhando fixamente enquanto você toma sua taça com pão e manteiga em pleno café da manhã. O chato é, enfim, um ser primitivo cercado de mistérios. E se foi chato para você ler este texto, lamento muito, sou um chato involuntário, pois me diverti bastante ao escrevê-lo. De qualquer forma, vou procurar o cubículo mais próximo e me alistar na Confraria.

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