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Revista

Pará+ FEVEREIRO 2015

BELÉM-PARÁ

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ISSN 16776968

EDIÇÃO 156

Editora Círios

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VERSATILIDADE DO JAMBÚ CAMILLO VIANNA, O DOM QUIXOTE DA AMAZÔNIA CAPA 156.indd 1

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Uma linda história entre uma usina hidrelétrica e a educação. Parece faz de conta, mas não é. Acreditar nos sonhos. Foi assim que a Usina Hidrelétrica Tucuruí realizou o desejo de desenvolver o país com sua energia. Ela queria movimentar indústrias e chegar à casa das pessoas, especialmente daquelas que moravam em plena Amazônia. Uns diziam que o sonho era impossível. Em vez de dar ouvidos ao que falavam, a usina tratou de trabalhar sem parar. Vendo que poderia fazer ainda mais, foi buscar a ajuda de milhares de crianças. Por meio dos programas de inserção regional em municípios no entorno de Tucuruí, já são mais de R$ 130 milhões investidos nos projetos denominados Pirtuc e Pirjus, que resultaram na construção de 45 escolas e 10 mil novas vagas para que crianças e educadores tenham mais conforto e qualidade na hora de aprender. E não para por aí. A comunidade já vivencia melhorias de processos produtivos e obras de saneamento básico e infraestrutura em 12 municípios da região. Hoje, 30 anos depois, a energia gerada pela usina, unida à poderosa força da educação, já está fazendo um Brasil melhor. E o mais incrível dessa linda história é que ela está só começando.

Usina Hidrelétrica Tucuruí, 30 anos. A nossa história está ligada à dos brasileiros.

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N E S TA E D I Ç ÃO EDIÇÃO 156 - FEVEREIRO/2015

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A posse dos novos dirigentes do TCE

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Presidente da Alepa destaca ações para seu segundo mandato

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A posse da nova diretoria do TCM

Luís Cunha, novo presidente do TCE

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Nota Fiscal Eletrônica garante benefícios e fortalece direitos do consumidor

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Belém terá em março marcha contra o trabalho infantil

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A posse da nova presidência do TJE

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Novo equipamento para apanhar açaí dispensa a tradicional peconha

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Mulheres atendidas pela Emater se destacam na produção do açaí nas ilhas de Belém

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PMB valoriza merenda escolar com produtos da agricultura familiar

* Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.

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Preservação e reflorestamento, o planeta agradece

O Dom Quixote da Amazônia

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MAIS WWW.PARA

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FEVEREIRO

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EDIÇÃO 156

R$ 8,00

“Ensinar” o cérebro a comer saudável FAVOR POR

Jejum fortalece o sistema imunológico O novo e maravilhoso mundo dos games

Jambú mostra versatilidade para agroindústria no Pará

CIC

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Monumento ao General Gurjão - Hilário Maximiano Antunes Gurjão, militar paraense, herói da batalha de Itororó, na guerra do Paraguai. Autorizada sua construção ao Governo do Estado, pela Lei nº 982, da então Assembléia Legislativa Provincial. Foto: Celso Lobo

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Círio Editora

JAMBÚ IDADE DO NNA, VERSATIL VIA LO IL M A C IA AMAZÔN IXOTE DA O DOM QU

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ÍNDICE DIRETOR e PRODUTOR: Rodrigo Hühn; EDITOR: Ronaldo Gilberto Hühn; COMERCIAL: Alberto Rocha, Augusto Ribeiro, Rodrigo Silva, Rodrigo Hühn; DISTRIBUIÇÃO: Dirigida, Bancas de Revista; REDAÇÃO: Ronaldo G. Hühn; COLABORADORES*: Ana Claudina Santos DRT 1310, Adison Ferrera, Amanda Engelke, Adriana Pereira, Andreza Carvalho, Iolanda Lopes, Paulo Perrotti; FOTOGRAFIAS: Alfred Cousty, Arthur Friendrich, Arquivo Pará+, Ascom Prodepa, Ascom Semec, Ascom/Sead, Carlos Sodré/Ag.Pará, Celso Lobo, Cristino Martins/Ag.Pará, Dietmar Quistorf, Divulgação, Érika Nunes, Eunice Pinto/ Ag.Pará, Iolanda Lopes/Ascom-Emater, José Pantoja/ Ascom Sespa, Marcelo Martins, NPP Comus, Ozeas Santos, Rodolfo Oliveira/Ag.Pará, Sidney Oliveira/ Ag.Pará; DESKTOP: Mequias Pinheiro; EDITORAÇÃO GRÁFICA: Editora Círios

Revista

Obras da ponte sobre o rio Igarapé-Miri

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6968 ISSN 1677

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PUBLICAÇÃO

Editora Círios SS Ltda CNPJ: 03.890.275/0001-36 Inscrição (Estadual): 15.220.848-8 Rua Timbiras, 1572A - Batista Campos Fone: (91) 3083-0973 Fax: (91) 3223-0799 EDITORA CÍRIOS ISSN: 1677-6968 CEP: 66033-800 Belém-Pará-Brasil www.paramais.com.br revista@paramais.com.br

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Luís Cunha, novo presidente do TCE

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uís da Cunha Teixeira será o presidente do Tribunal de Contas do Estado no biênio 2015-2016. Ele foi eleito no início de dezembro com os votos de seis dos sete conselheiros que integram o TCE. O pleito serviu também para eleger o vice -presidente da Casa, cargo que será ocupado pela conselheira Lourdes Lima, e o corregedor, vaga preenchida pelo conselheiro André Dias. O mandato do novo corpo dirigente começa a partir do 1º de fevereiro de 2015. Aos 50 anos de idade e com 26 anos de serviços públicos, Luís Cunha é conselheiro do TCE desde 2009. Antes, ele era deputado estadual. Também ocupou outros cargos públicos, como diretor da empresa de terminais rodoviários do Estado. Após a eleição, o processo de transição foi iniciado imediatamente. Segundo o atual presidente, Cipriano Sabino, o processo de repasse das informações será simplificado, sobretudo pelo fato de Luis Cunha ser o vice-presidente da casa. O presidente eleito diz acreditar em um processo transitório sem grandes dificuldades. “Vamos trabalhar em equipe. Vou sugerir ao colegiado que se reúna mais, para que possamos discutir nossos problemas e firmar entendimento sobre pontos polêmicos que acontecem no plenário, no que tange as decisões da Corte de Contas”, afirma. A boa relação com o Ministério Público de Contas (MPC) é considerada fundamental para o conselheiro Luís Cunha. “As vezes, o TCE entende de um jeito determinado assunto e o MPC de outro jeito. O Tribunal tem que assumir seu posicionamento, fruto do consenso da maioria, mas também vamos buscar soluções às divergências que temos com o Ministério Público (MPC)”, assevera. Para ele, é preciso estimular a realização de reuniões entre conse-

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Luís Cunha, novo presidente do TCE.indd 6

Vamos governar com os sete conselheiros e com os nossos conselheiros substitutos. E com certeza, vamos trabalhar com os servidores, pois sem eles não temos como fortalecer nossa instituição Conselheiros Luis da Cunha Teixeira, Cipriano Sabino e Ivan Barbosa da Cunha

lheiros e promotores. Outra questão importante é relativa ao controle social. “Precisamos observar os pleitos e demandas advindos da sociedade”, afirma Luís Cunha. O TCE recebe em média 50 denúncias por ano originadas da sociedade. “É uma participação tímida, pois é a população que acompanha de perto como está a execução de obras do governo. O cidadão tem que participar mais desse processo”, avalia o conselheiro. Queremos o TCE mais próximo da sociedade durante o meu mandato. Queremos pedir a participação das pessoas, interagir com a população, para eles estejam mais perto de nós”, conclui. O combate à corrupção é outra preocupação do futuro presidente do TCE, que pretende intensificar as medidas preventivas. “Não estou dizendo que existe corrupção no governo, e sim que este é nosso trabalho”, enfatiza. “A corrupção no Brasil é evidente, www.paramais.com.br

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e sabe-se que, estatisticamente, ela existe na esfera estadual e esfera municipal, fugindo do controle do governante, chegando aos braços do governo. Vamos ficar mais atentos a isso”, garantiu. A criação das medidas cautelares vai permitir que o TCE atue desde o processo licitatório das obras públicas. “Se a Corte de Contas perceber que há vícios no processo licitatório, vamos impedir, através de uma medida cautelar, que é nossa competência por lei”, avisa, enfatizando que a medida serve para toda e qualquer obra no Estado, e que a empreitada pode, inclusive, ser embargada. Será um novo momento para o TCE”, avalia Cunha. Ele avalia ser importante manter um bom diálogo com o governo do Estado, porém, destacou que a fiscalização junto às contas estaduais será mais efetiva. “Vamos evitar desperdícios e desvio de dinheiro público. Para isso, pretendo ser facilitador de uma gestão moderna, até porque a tecnologia da informação é imprescindível, e sentimos a necessidade de realizar investimentos para termos sistemas de ponta”, comenta. O TCE deve realizar, um novo concurso

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO PARÁ

Luís da Cunha Teixeira será o presidente do Tribunal de Contas do Estado no biênio 2015-2016

público, para aumentar o quadro de servidores e possibilitar que o tribunal alcance todo o território do Estado. “De início, vamos fortalecer os dois polos já criados, um O governador Simão Jatene parabeniza Luís Cunha

em Marabá e outro em Santarém, que foram criados pela atual gestão”, destaca ele. “Precisamos avaliar, ajustar o que for preciso, e, no futuro, implantar mais duas representações, sendo uma delas no Marajó e a outra na região Bragantina”. Luís Cunha diz que é possível reavaliar os locais de implantação de novos polos. “Entendemos que municípios como Altamira, Itaituba ou Sudeste do Estado tem também uma necessidade. Vamos estudar o mapa do Pará e ver onde é mais adequado termos novas representações”, levanta. “Vamos governar com os sete conselheiros e com os nossos conselheiros substitutos. E com certeza, vamos trabalhar com os servidores, pois sem eles não temos como fortalecer nossa instituição”, salientou Luis Cunha. A partir da nova composição, além do presidente, da vice-presidente e do corregedor eleitos, o colegiado do Tribunal será composto pelos conselheiros Nelson Chaves, Ivan Barbosa, Cipriano Sabino e Odilon Teixeira.

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Tomaram posse na tarde da sexta-feira (30) p.p, os novos dirigentes do TCE, para o biênio 2015/ 2016. Eles foram eleitos no último dia 2 de dezembro

A posse dos novos dirigentes do TCE

Fotos Rodolfo Oliveira/Ag.Pará

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Tomaram posse na tarde da sexta-feira (30) p.p, os novos dirigentes do TCE, para o biênio 2015/ 2016. Eles foram eleitos no último dia 2 de dezembro O auditório Ministro Elmiro Nogueira estava lotado de autoridades e convidados especiais

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A posse dos novos dirigentes do TCE.indd 8

omaram posse na tarde da sexta-feira (30) p.p, os novos dirigentes do Tribunal de Contas do Estado (TCE), em cerimônia realizada no auditório Ministro Elmiro Nogueira, na sede do TCE. Iniciando o biênio 2015/ 2016, o conselheiro Luís Cunha assume a presidência, a conselheira Lourdes Lima, a vice-presidência, e o conselheiro André Dias é o novo corregedor. Eles foram eleitos durante sessão ordinária no último dia 2 de dezembro. O governador Simão Jatene prestigiou a cerimônia, reafirmando o apoio ao trabalho da instituição fiscalizadora. Saindo da presidência após dois mandatos, o conselheiro Cipriano Sabino Jr. disse ter a sensação do dever cumprido com a abertura da unidade regional de Santarém, no oeste do Pará, com mais de 400 atendimentos. Recentemente foi inaugurada a segunda unidade regional, em Marabá, no sudeste do Estado. “Avançamos em vários pontos, com certeza. Quando assumi tínhamos processos desde 1993 para serem julgados, hoje julgamos mais de doze anos de processos, num total de 8.255. Fizemos concurso público para auditor. Interiorizamos e descentralizamos o TCE. Com o apoio do governo construímos o anexo 4 deste tribunal”, resumiu. Despedindo-se do cargo, mas não do conselho, Cipriano empossou Luís Cunha www.paramais.com.br

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Cons Luis Cunha em seu discurso de posse como presidente do TCE-PA

O governador Simão Jatene prestigiou a cerimônia de posse da nova diretoria do TCE, reafirmando o apoio ao trabalho da instituição fiscalizadora

O NOVO PRESIDENTE

Cons Luis Cunha faz juramento de posse no cargo de presidente do TCE-PA

como último ato do mandato. Os demais dirigentes foram conduzidos já pelo atual presidente. Ele prometeu uma gestão colegiada e a continuidade de projetos eficientes. “Reconheço aqui a importância de cada conselheiro e os convido para discutir e solucionar nossos problemas. Este tribunal continuará indo ao encontro da população promovendo eventos para o fortalecimento popular”, citou. O novo presidente acredita em uma gestão eletrônica para alavancar o desenvolvimento do Estado. “É possível trabalhar para que a gestão pública seja 100% digital, diminuindo as disfunções da burocracia, que engessam a economia a atrasam o desenvolCons André Dias corregedor do TCE-PA faz seu juramento de posse

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vimento. Ela torna os serviços mais ágeis, diminui o tempo de espera, economiza e gera conforto e segurança para o cidadão”, afirmou. Como promessa para a valorização dos servidores da casa fica um novo concurso público; a intensificação das atividades de formação; e a elaboração e encaminhamento ao Pleno das resoluções regulamentando o desenvolvimento na carreira, o abono por produtividade coletiva e o adicional de qualificação. “Acredito que essas ações, aliadas à competência de nossos servidores, permitirão a esta Corte ampliar e qualificar, cada vez mais, a fiscalização dos recursos administrados pelo Estado”, concluiu. Entre as autoridades presentes na solenidade estavam a desembargadora Luzia Nadja Guimarães Nascimento, que está encerrando sua gestão como presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA), o Procurador-Geral do

>> Iniciou sua carreira pública como supervisor de educação no município de Augusto Corrêa, no final da década de 1980. Depois foi por dois anos professor adjunto do Estado. Em seguida, voltou ao município de Augusto Corrêa, onde assumiu a Secretaria Municipal de Administração e Finanças. Em 1991, Cunha assumiu pela primeira vez o cargo de deputado estadual na Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) e foi reeleito por mais quatro mandatos na Alepa, até 2007. Luís Cunha ocupou o cargo de vice-presidente da casa durante a gestão do conselheiro Cipriano Sabino, por dois biênios. Luís Cunha é pós-graduado em Gestão Pública, pela Universidade da Amazônia, graduado em Licenciatura Plena em Letras pela Universidade Federal do Pará e também é técnico em contabilidade.

Ministério Público de Contas do Estado do Pará (MPC), Antonio Maria Filgueiras e o deputado Márcio Miranda, presidente da Assembleia Legislativa do Pará- ELEPA, o representante do Ministério Público do Estado (MP), Marcos Antônio Neves, os conselheiros Nelson Chaves, Ivan da Cunha, Odilon Teixeira, André Dias e os auditores Milene Cunha e Julival Rocha. Logo após a posse

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Presidente da Alepa destaca ações para seu segundo mandato Entre as prioridades destacadas por Márcio Miranda, estão a continuidade do processo de interiorização da Assembleia e a construção do novo prédio para abrigar os trabalhos da Casa

Durante a posse de Márcio Miranda, com os novos membros da mesa diretora, no plenário Newton Miranda da Assembleia Legislativa – Alepa

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Fotos Ozeas Santos

eeleito para a presidência da Assembleia Legislativa do Pará para o biênio 2015/2016, o deputado Márcio Miranda (DEM) compromete-se a continuar seu propósito de tornar a Alepa um “lugar cada vez mais acessível a todos os paraenses”. Entre as prioridades destacadas pelo parlamentar, estão a continuidade do processo de interiorização da Assembleia e a construção do novo prédio para abrigar os trabalhos da Casa. O atual presidente foi reeleito com o voto favorável de 40 parlamentares. A mesa diretora está composta pelos deputados Fernando Coimbra (PSD) como 1º vice presi10

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dente, Cassio Andrade (PSB) como 2º vice presidente, Ana Cunha (PSDB) é a 1ª secretária, Chicão (PMDB) é o 2º secretário, Tião Miranda (PTB) é o 3º secretário e Airton Faleiro (PT) o 4º secretário. Natural de Minas Gerais, Márcio Desidério Teixeira Miranda chegou ao Pará no início da década de 1970. É médico graduado pela Universidade Federal do Pará e capitão reformado da Polícia Militar do Pará. Foi eleito deputado estadual pela primeira vez em 2002, quando recebeu 23.996 votos. Já em 2006 foi reeleito com mais de 60 mil votos. Em 2010 manteve a média obtida na eleição anterior e em 2014 foi o deputado mais votado do Estado, com 82.731 votos, 10.055 a mais que a segunda mais votada, Cilene Couto (PSDB). Márcio tem sua base

eleitoral em Castanhal, município onde atuou como presidente da Feira Agropecuária, um dos grandes espaços de exposição e realização de negócios do Pará. Ainda em Castanhal, foi presidente do Sindicato dos Produtores Rurais. Em 2013, Márcio Miranda, levantando a bandeira da modernização da Casa, disputou com o deputado Martinho Carmona (PMDB) a presidência da Alepa. Foi eleito com 26 votos. Carmona obteve 15 votos. Na segunda eleição para o mesmo cargo, o candidato do DEM concorreu com chapa única. Os 41 deputados estaduais eleitos em 2014 - 23 novos e 18 reeleitos - tomaram posse no dia 1º de fevereiro na Assembleia Legislativa, em cerimônia que teve a participação do governador do Estado, Simão Jatene. A sessão especial para eleição da mesa diretora da Alepa aconteceu logo em seguida à posse dos parlamentares.

Assembleia junto com o povo

Em 2013, já como chefe do legislativo, Márcio Miranda propôs o projeto “Assembleia junto com o povo”, que consiste em reunir os membros do parlamento estadual para realizar sessões itinerantes no interior do Estado, é a chamada interiorização, uma proximidade mais direta do parlamento com a população. O projeto tem o objetivo de verificar “in loco” as demandas das comunidades. Neste mesmo ano foi promovida a primeira edição do “Assembleia junto com o povo”. O município de Marabá, no sudeste do Pará – a cerca de 570 quilômetros da capital, Belém, sediou os trabalhos do Poder Legislativo Estadual nos dias 14 e 15 de maio. As sessões foram bastante concorridas e reuniram a população, deputados estaduais, prefeitos municipais, vereadores, autoridades locais e órgãos públicos. A segunda edição do projeto foi realizada na região do Marajó. Os parlamentares visitaram os municípios de Salvaterra, Soure, São Sebastião da Boa Vista e Curralinho. No município de Breves foi promovida uma audiência pública que tratou da adequação do Estado ao Novo Código Florestal Brasileiro e temas correlatos, incluindo incentivos à produção agrícola. www.paramais.com.br

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Para este mandato que se inicia, Márcio Miranda já enfatizou: “Nosso objetivo é dar continuidade à interiorização da Alepa”.

Novo prédio para o parlamento estadual

Aprovado em 2012, durante a gestão de Manoel Pioneiro, o projeto que prevê a construção de uma nova sede para a Assembleia Legislativa do Pará propõe a edificação de três blocos de prédios totalizando 20,6 mil metros quadrados de área construída. O espaço abrigará o plenário, os gabinetes, os setores administrativos e demais salas. A construção já deveria estar em andamento. Porém, o terreno adquirido pela Alepa junto ao governo do Estado, na avenida Brigadeiro Protásio, ficou no alcance do raio de segurança de voo do Aeroclube. O limite foi estendido depois da aquisição do terreno pela Alepa. A localização, próxima ao Hangar Centro de Convenções da Amazônia, era considerada estratégica para um órgão que recebe diariamente um grande número de visitantes. Depois do problema com a área na Brigadeiro Protásio, um novo terreno foi negociado, desta vez, com a Aeronáutica. Fica na avenida Júlio César, próximo ao prédio do Corpo de Bombeiros. Márcio Miranda explica que a transação envolvendo devolução de dinheiro por parte do governo do Estado e acordo com a Aeronáutica e com a Superintendência do Patrimônio da União já foi concretizada. Mas, para ser iniciada, a obra precisa da aprovação do ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Nelson Barbosa. Um grupo de deputados já está se mobilizando para obter esta liberação.

Márcio Miranda apresentou projeto de lei criando o Selo de Responsabilidade Ambiental, destinado a municípios ecologicamente corretos no Estado do Pará

ditos, compensações tributárias entre outros benefícios”, explicou o deputado. Caso seja aprovada no plenário, a lei segue para avaliação do Executivo. “O selo busca dotar as empresas e os empresários da Amazônia de um espírito mais voltado para a preservação ambiental. Quem mora na Amazônia tem que ser exemplo na execução de tarefas de empreendedorismo na produção de itens ambientalmente corretos”, destaca o deputado. Para compor a lista dos ecologicamente corretos, o município precisará comprovar condicionantes de práticas ambientalmente sustentáveis e ecologicamente adequadas, tais como: tratamento de esgotos; universaMárcio Miranda, reconduzido à presidência do Parlamento do Pará, comprometeu-se a continuar seu propósito de tornar a Alepa um “lugar cada vez mais acessível a todos os paraenses”

lização do atendimento da água tratada; cuidado com nascentes; preservação das matas continentais e das ciliares; realização de incineração do lixo hospitalar; preservação da fauna nativa; e, por último, que comprove que a captação de água não é feita próximo do ponto de despejos de esgotos. “A medida visa não apenas favorecer as cidades interessadas na conservação do solo e de recursos naturais, mas também incentivar outros municípios – prefeituras, empresários, comerciantes e membros da sociedade civil - a adotar mecanismos de preservação, contribuindo com o nosso desenvolvimento sustentável”, completa o autor do projeto.

Selo de Responsabilidade Ambiental

Nesta primeira quinzena de trabalho na Alepa, Márcio Miranda apresentou projeto de lei criando o Selo de Responsabilidade Ambiental, destinado a municípios ecologicamente corretos no Estado do Pará. “Estes municípios terão preferência na obtenção de linhas de financiamento, repasse de cré-

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Mesa oficial da posse da nova diretoria do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM)

A posse da nova diretoria do TCM Fotos Eunice Pinto/Ag. Pará

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nova diretoria do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), que vai coordenar nos próximos dois anos a fiscalização dos recursos públicos pelas gestões municipais, tomou posse em sessão especial na sede do tribunal, em Belém. Para o biênio, quem presidirá a corte de contas é o conselheiro Cezar Colares, que era corregedor na legislatura anterior, do conselheiro José Carlos Araújo. Na ocasião, também tomaram posse os conselheiros Sérgio Leão, como vice-presidente, Daniel Lavareda, como corregedor, e Mara Lúcia Cruz, que agora ocupa a recém-criada ouvidoria. O governador em exercício, Zequinha Marinho, que prestigiou a posse da nova diretoria, destacou a importância do serviço prestado pelo Tribunal de Contas para a sociedade. Ele falou sobre os avanços alcançados quanto à transparência das despesas públicas e reforçou o papel pedagógico da instituição. “Sabemos que, hoje, muitos líderes nascem rapidamente, sem ter passado por um trabalho na área publica. São gran-

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O governador em exercício, Zequinha Marinho, destacou a importância do TCM para garantir a transparência das despesas públicas municipais

des os problemas quando não se sabe como tocar a prestação de contas. Ao capacitarmos, estamos também dando agilidade ao processo”, disse. Cezar Colares informou que 70% das contas reprovadas pelo TCM decorrem de falhas técnicas e destacou que as ações de capacitação e orientação dos gestores serão intensificadas. “Nossa obrigação é zelar pela boa aplicação dos recursos municipais, e a melhor maneira de fazer isso é orientando. Nos últimos quatro, temos avançado bastante nas parcerias com as instituições de

ensino, e agora vamos avançar ainda mais. Punir é a última das nossas intenções, mas também não deixaremos de cumprir com nosso dever quando for necessário”, frisou. Zeca Araújo fez um balanço das principais ações ao longo dos quatro anos em que esteve à frente do TCM. Entre elas, o conselheiro destacou a implantação da unidade de Marabá e de um programa de capacitação da gestão, além da oferta de 124 cursos de extensão em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA). “Também estamos deixando recursos no valor de R$ 2 milhões www.paramais.com.br

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Cezar Colares, novo presidente do TCM, disse que 70% das contas reprovadas decorrem de falhas técnicas e que as ações de capacitação dos gestores serão intensificadas

em caixa, e ainda um convênio com o Banco do Brasil, que repassará mais R$ 250 mil”, acrescentou.

Cezar Colares, novo presidente do TCM, era corregedor na legislatura anterior, do conselheiro José Carlos Araújo

Parceria

Ainda durante sessão de posse, os tribunais de Contas dos Municípios e o Tribunal de Justiça do Estado (TJE) firmaram um termo de cooperação mútua para acentuar a troca de informações e conhecimento entre as instituições. A desembargadora Luzia Nadja Nascimento, presidente do TJE, ressaltou a importância do termo. “Hoje estamos aqui cooperando com ações do Tribunal de Contas, mas também estamos Na ocasião, também tomaram posse os conselheiros Sérgio Leão, como vice-presidente, Daniel Lavareda, como corregedor, e Mara Lúcia Cruz, que agora ocupa a recém-criada ouvidoria

Durante a posse da nova diretoria do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), que vai coordenar nos próximos dois anos a fiscalização dos recursos públicos pelas gestões municipais

absorvendo as experiências positivas, sobretudo na área da tecnologia. E é assim que crescem as instituições”, disse. Diversas autoridades prestigiaram a cerimônia, entre elas, o presidente da Assembleia Legislativa do Estado, Márcio Miranda, o promotor geral de Justiça do Estado, Marco Antônio das Neves, e o senador Flexa

PRESERVANDO O MEIO AMBIENTE www.cidadelimpaonline.com.br

Ribeiro, além de deputados e gestores municipais e estaduais. O prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, parabenizou a nova diretoria em nome dos prefeitos presentes na cerimônia. “A presença das autoridades das diversas esferas demonstra a força e a importância que o Tribunal de Contas tem perante a sociedade”, afirmou.

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Obras da ponte sobre o rio Igarapé-Miri

entram na etapa final

Os trabalhos de conclusão da ponte estão em estágio avançado

A obra já atingiu 77% do projeto, e a partir dos próximos meses entra na última fase, com a conclusão da laje de concreto

Texto Adison Ferrera* Fotos Carlos Sodré/Ag. Pará

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o balcão de um pequeno comércio, às margens do rio Igarapé-Miri, o comerciante Cesar Pinheiro, 66, observa atento os avanços na construção da primeira ponte de concreto armado da Rodovia PA-151, no município de Igarapé-Miri, região do Baixo Tocantins. “Isso aqui era um sonho antigo de todos os moradores da região. Só quem já sofreu esperando longas horas por uma balsa sabe o quanto a construção dessa ponte vai trazer mais qualidade de vida para nossa gente”, afirma. Ansioso pela entrega da obra, o vendedor

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Obras da ponte sobre o rio Igarapé-Miri entram na etapa final.indd 14

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rodoviária, também nos preocupamos com a parte de navegação nos vãos da ponte. Por isso vamos instalar um sistema de dolfins, estruturas de proteção de pilares, para garantir maior resistência e proteção nas colunas de sustentação da ponte’‘, ressalta Erick Rodrigues. A construção da ponte sobre o rio Igarapé-Miri faz parte da política de integração e infraestrutura do governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Transporte (Setran), que até o fim deste ano finaliza a entrega de 36 novas pontes em concreto no Pará. Ao todo, esses projetos somam um investimento de R$ 180 milhões.

O comerciante, Cesar Pinheiro: “Isso aqui era um sonho antigo de todos os moradores da região”

conversa diariamente com os operários sobre o andamento do projeto e admite que já tem planos para quando a ponte estiver em pleno funcionamento. “Da minha parte estou satisfeito. Apesar de ter que mudar de local de trabalho por conta da diminuição de clientes, já que não vai ter mais grande fluxo na balsa, não considero isso ruim. Pelo contrário, não penso só em mim. Uma ponte dessa é de muita serventia. O meu comércio eu vou remanejar para outra parte da cidade, mas a ponte fica. Ela vai beneficiar um número infinitamente maior de pessoas, inclusive eu que, mesmo doente, em uma ambulância, já tive que esperar horas e horas por uma balsa para ir ao hospital”, relata. A expectativa do comerciante também é compartilhada pelo motorista Marcos Pinheiro, 39. Funcionário de uma transportadora que faz viagem diariamente entre Belém e Cametá, Marcos garante que já enfrentou mais de duas horas de fila para atravessar o rio. “Estamos esperando isso há muito tempo. Afinal, é uma obra que vai beneficiar não só a mim, mas a todos a pessoas que precisam. Tanto eu, como outros quem vêm de Belém, de Cametá ou de outras cidades da região. Esse projeto vai trazer melhoria a todos’’, afirmou.

Infraestrutura

Orçada em R$ 59.696.768,14 e com 560 metros de extensão, a obra de construção da ponte sobe o rio Igarapé-Miri segue dentro do cronograma planejado. Segundo o engenheiro Erick Rodrigues, os trabalhos estão em estágio avançado. A obra já atingiu 77% do projeto, e a partir dos próximos meses entra na última fase, com a conclusão da laje de concreto. “Atualmente estamos lançando as vigas pré-moldadas, e após essa fase entramos na parte final, que é a etapa de acabamento”, garante o engenheiro. Erick explica que, como em toda obra de grande estrutura, o projeto de construção

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Obras da ponte sobre o rio Igarapé-Miri entram na etapa final.indd 15

(*) Secretaria de Estado de Comunicação

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O engenheiro, Erick Rodrigues afirma que o projeto segue dentro do cronograma planejado

da ponte foi dividido em quatro fases: infraestrutura, mesoestrutura, superestrutura e acabamento. “Como a fase de infraestrutura, ou seja, da fundação, como a mesoestrutura, que corresponde à instalação dos blocos, pilares e travessas de apoio já foram concluídas. Passamos agora para o estágio de superestrutura, que inclui o lançamento das vigas. Somente após a conclusão dessa terceira fase é que entramos no estágio de acabamento da obra, que é a construção da Para o motorista Marcos Pinheiro, funcionário de uma laje de concreto e a pavimentação asfáltica transportadora que faz viagem diariamente entre Belém e Cametá: “Esta é uma obra que vai beneficiar não só da ponte”. a mim, mas a todos a pessoas que precisam. Tanto eu, Apesar de passar por algumas reformu- como outros quem vêm de Belém, de Cametá ou de lações iniciais, o engenheiro afirma que o outras cidades da região” projeto segue dentro do cronograma planejado. Para garantir o planejamen- A ponte sobe o rio Igarapé-Miri, orçada em R$ 59.696.768,14 e to da obra, prevista para ser entregue com 560 metros de extensão julho em deste ano, cerca de 150 homens trabalham em regime revezamento e escalas de feriado. “Sabemos da importância dessa obra. Por isso o nosso maior compromisso é entregar a ponte dentro das perfeitas condições de estrutura e segurança. Além da parte Pará+

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O modelo eletrônico trará um QR-Code, código de barras em 2D que pode ser “lido” e escaneado por aplicativos de smartphones

Nota Fiscal Eletrônica garante benefícios e fortalece direitos do consumidor

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Texto Amanda Engelke* Fotos Sidney Oliveira/ Ag. Pará

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Nota Fiscal Eletrônica garante benefícios.indd 16

reclamações relacionadas com problemas na emissão de notas fiscais. Segundo a diretora geral, Arliane Correa, a denúncia mais frequente dos consumidores é justamente com notas que apagam. “Muitas se recusam a fornecer a segunda via ou levar o produto que apresentou algum problema para a assistência, mesmo sendo um direito do consumidor. É obrigação das empresas e prestadoras de serviço emitir essa nota ou ainda

um comprovante de que a pessoa comprou aquele produto”, informa. No modelo eletrônico, esse tipo de situação deixará der ser um problema. Isto porque o documento trará um QR-Code – código de barras em 2D que pode ser “lido” e escaneado por aplicativos de smartphones. Além disso, também será fornecida a “chave da nota”, um código de 44 posições impressos no Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica - DANFE), que pode ser usado para a consulta da NFC-e sem necessidade do smartphone. Com ele, através da internet, o consumidor poderá imprimir o documento sempre que precisar. José Guilherme Koury, coordenador do projeto piloto que vem sendo desenvolvido pela Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa) para a implantação do novo modelo no Pará, destaca que a grande vantagem para o consumidor será a praticidade. “A manutenção de documentos e de papeis é difícil, nem www.paramais.com.br

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contribuinte paraense contará, a partir de junho, com mais uma ferramenta para a garantia de seus direitos: a Nota Fiscal Eletrônica. Com ela, além de poder conferir todos os detalhes da compra e quanto está pagando de imposto sobre o produto, o consumidor ainda terá uma alternativa para solucionar um dos principais problemas enfrentados com a utilização dos tradicionais cupons fiscais - com o tempo, os dados impressos no documento vão desbotando até apagar, compromentendo a garantia da assistência técnica. E a segunda via, apesar de um direito do consumidor, nem sempre é facilmente emitida. Somente no ano passado, o Procon-PA órgão de proteção e defesa do consumidor – vinculado à Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), registrou 432

Segundo a diretora geral, Arliane Correa, a denúncia mais frequente dos consumidores é justamente com notas que apagam


todo mundo tem um local apropriado para guardá-los. Nós vivemos em uma sociedade de consumo, estamos sempre comprando, de manhã, de tarde e de noite, e não dá para guardar o comprovante de tudo que adquirimos. Mas sempre que precisarmos, será possível acessar o sistema da Secretaria da Fazenda, recuperá-la e imprimi-la”, reforça.

Mudança

Desde o ano passado, três empresas iniciaram a emissão de NFC-e no Pará, dentro do projeto piloto que vai até junho, quando começa a obrigatoriedade para estabelecimentos vinculados à Coordenação Especial de Grandes Contribuintes da Sefa, que vendam ou forneçam mercadorias à pessoa natural ou jurídica, não contribuintes do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e que estejam obrigados à Escrituração Fiscal Digital (EFD). Em junho de 2016, os demais estabelecimentos contribuintes de ICMS passam a ser obrigados a emitir a NFC-e. Para os empresários que já aderiram ao novo modelo, a mudança foi positiva. O dono da Sol informática, Celso Eluan, uma das empresas que já emitem a nota eletrônica, acredita que o modelo otimizará os serviços prestados aos clientes. “Com a NFC-e, podemos oferecer uma mobilidade maior dentro da loja, evitar filas e diminuir a burocracia para as compras. Uma vez tive a oportunidade de vivenciar a experiência de entrar em uma loja sem caixa. O próprio vendedor realizava o processo e enviava o comprovante. Ainda não estamos nesse patamar, mas estamos caminhando”, opina. Guilherme Koury destaca que a redução dos custos é outra vantagem para as lojas. “O modelo não impõe o uso de uma única tecnologia (como o uso de máquinas específicas), dá mais liberdade e permite que o empresário adote programas de computador e equipamentos mais acessíveis”, diz o auditor, também fazendo referencia à liberdade que o modelo traz para as vendas. Segundo ele, com o novo modelo, a venda

“Quando compro em lojas normalmente peço, mesmo quando não me dão”, diz Katiane Vieira, 32 anos

poderá ser feita diretamente com o cliente por meio de tablets, smartphones ou outros equipamentos que possibilitem a comunicação de dados com a base da Receita Federal. Apesar da experiência com algumas empresas ao longo do ano passado, entre os consumidores paraenses, o modelo eletrônico é novidade. Na avaliação da diretora do Procon, o documento será uma alternativa importante para os consumidores. “Cada vez mais, o consumidor está tomando consciência dos seus direitos, exigindo que as empresas cumpram o que está previsto no Código de Defesa do Consumidor. E a nota fiscal é um deles. Ter essa alternativa da NFC-e é um ganho a mais nesse processo”, afirma a Arliane Correa.

Enquete

“Acho que é importante pra gente saber o que está pagando de fato”, aposta o vigilante Reginei Maciel

Como consumidora, acredito que todos nós que pagamos impostos temos o direito de saber o que estamos pagando”, diz Regiane Costa, gerente de vendas “Sempre exijo, principalmente porque é uma garantia de que eu comprei aquele produto naquele local”, afirma a dona de casa Maria Kátia

Você costuma exigir a nota fiscal do que compra? “Sempre exijo, principalmente porque é uma garantia de que eu comprei aquele produto naquele local. E se eu quiser trocar? Tem que ter”. (Maria Kátia, dona de casa, 35 anos). “Quando compro em lojas normalmente peço, mesmo quando não me dão. Já tive que pedir, porque a nota saiu e a pessoa que estava no caixa não me deu”. (Katiane Vieria, pedreira, 32 anos). “Depende do local onde compro. Metade deles fornece e outra não. Mas acho que é importante pra gente saber o que está pagando de fato”. (Reginei Maciel, vigilante, 32 anos). “No geral não, acho que por falta de costume mesmo. Mas faço questão quando é algo de maior valor”. (Janis Joplin Amaral, radióloga, 27 anos). “Trabalho em uma loja e nem sempre as pessoas pegam, em geral por estarem com pressa. Como consumidora, acredito que todos nós pagamos impostos temos o direito de saber o que estamos pagando”. (Regiane Costa, gerente de vendas, 36 anos). (*) Secretaria de Estado de Comunicação

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Belém terá em março marcha contra o trabalho infantil

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Texto Adriana Pereira* Foto/Arte - NPP Comus, Ascom/Sead

Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 8ª Região e o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), com apoio da Prefeitura de Belém e de outros 34 parceiros, promovem no dia 1º de março, a Marcha de Belém pela Erradicação do Trabalho Infantil. O evento tem como objetivo conscientizar a sociedade sobre a importância de unir esforços pela proteção da infância e pelo desenvolvimento integral das crianças e adolescentes de nossa região. De acordo com Vanilza Malcher, juíza do Trabalho e coordenadora do programa, o evento deve despertar a sociedade de Belém para o problema do trabalho infantil. “Nós temos hoje no estado do Pará, 198 mil crianças e adolescentes em condição de trabalho ilegal. Então, é necessária a conscientização da população para este problema”, ressalta Vanilza. O ato, que faz parte da campanha Cartão Vermelho ao Trabalho Infantil, é nacional e contínuo. Em Belém, a primeira edição da ação ocorreu no ano passado. Para a edição deste ano, o programa integrará diversas ações, entre elas um questionário que deve ser entregue aos alunos das escolas públicas municipais e estaduais, para identificar dentro da comunidade assuntos pontuais, como os motivos que provocam a evasão escolar e procurar identificar se a criança que está na escola, está trabalhando ilegalmente.

Na Fiepa, após o café da manhã com órgãos parceiros sobre a Marcha Contra o Trabalho Infantil

“Queremos desnaturalizar dentro da sociedade o pensamento de que é melhor a criança estar trabalhando, do que estar na rua”, completa a juíza Vanilza Malcher. Além da caminhada, haverá manifestação cultural na Praça da República, com show do Arraial do Pavulagem e das Crias do Curro Velho.

Lei

No Brasil, o princípio da proteção integral à criança e ao adolescente está designado no art. 227 da Constituição Federal. O artigo 7º, inciso XXXIII, estabelece a vedação ao exercício de qualquer trabalho de pessoas com idade inferior a 16 anos, bem como ao trabalho noturno, perigoso ou insalubre a pessoas com idade inferior a 18 anos.

Dez razões pelas quais a criança não deve trabalhar

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1. Criança ainda não tem seus ossos e músculos completamente desenvolvidos. Por isso ocorre maior risco de sofrer acidentes; 2. A entrada e saída de ar dos pulmões da criança são reduzidas, sendo mais afetada pelas substâncias tóxicas que podem levar à morte; 3. O coração da criança bate mais rápido que o do adulto, aumentando sua frequência cardíaca diante do esforço e comprometendo sua saúde;

4. O sistema nervoso da criança não está totalmente desenvolvido, o que provoca sintomas como dores de cabeça, insônia, tontura, dificuldade de concentração e de memorização, com prejuízo ao rendimento escolar; 5. Criança tem fígado, baço, rins, estômago e intestino ainda em desenvolvimento, o que facilita a intoxicação; 6. O corpo da criança produz mais calor que o do adulto quando submetido a trabalho pesado, o que pode causar, dentre outras coisas, a desidratação e maior cansaço; 7. A pele da criança é mais sensível aos agentes físicos, químicos e biológicos; 8. Criança possui visão periférica menor que a do adulto, enxerga menos o que ocorre ao seu redor e fica mais sujeita a sofrer acidentes de trabalho; 9. Criança tem maior sensibilidade aos ruídos que o adulto, o que pode provocar perdas auditivas mais intensas e rápidas; 10. O trabalho infantil inviabiliza vários direitos da criança, como a oportunidade de brincar, estudar e aprender, comprometendo seu desenvolvimento físico, emocional e intelectual. Serviço Marcha de Belém Contra o Trabalho Infantil Data: 01/03/2015 Hora: 8h30 Concentração: Escadinha da Estação das Docas Chegada: Praça da República (*) Comus

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A posse da nova presidência do TJE A mesa oficial na cerimônia de posse dos novos dirigentes do TJE no plenário Desembargador Oswaldo Pojucan Tavares

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Fotos Érika Nunes, Rodolfo Oliveira/Ag. Pará

desembargador Constantino Guerreiro é o novo presidente do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA). A sessão solene de posse dos novos dirigentes do TJE para o biênio 2015/ 2017 ocorreu no plenário Desembargador Oswaldo Pojucan Tavares, no prédio sede do Judiciário paraense. A cerimônia teve a presença do governador Simão Jatene; do presidente da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), deputado Márcio Miranda; do procurador geral de Justiça do Ministério Público Estadual, Marcos Antônio Ferreira das Neves; do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Pará (OAB-PA), Jarbas Vasconcelos; do pre-

sidente do Colégio Permanente de Tribunais de Justiça do Brasil, desembargador Milton Nobre, o presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, desembargador Francisco Rocha; o presidente eleito da Associação dos Magistrados do Estado do Pará, juiz Heyder Ferreira; e o comandante da Regional Norte do Exército, general Oswaldo de Jesus Ferreira, representantes de outras instituições e convidados especiais. A desembargadora Luzia Nadja Guimarães Nascimento presidiu a solenidade e agradeceu pelos 750 dias em que esteve à frente do TJPA, que classificou como “inesquecíveis”. No discurso de despedida, a desembargadora falou da satisfação de ter contribuído para que o trabalho do tribunal chegasse às regiões mais afastadas e caren-

Autoridades na solenidade de posse da nova presidência do TJE na sede do Judiciário paraense

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A posse da nova presidência do TJE.indd 20

tes de justiça. “Trabalhamos para melhorar a porta da Justiça aos cidadãos, e nosso esforço foi reconhecido. Destaco o trabalho dos nossos magistrados, que foram avaliados como tendo o melhor desempenho do Brasil”, lembrou Nadja Nascimento, que também agradeceu pela parceria com o governo do Estado. “O governador Simão Jatene sempre foi sensível e aliado do Poder Judiciário no exercício de suas funções”. Em seu pronunciamento, o novo presidente do Tribunal lembrou passagens importantes de sua vida, como o fato de ter trocado o curso de Administração da Universidade Federal do Pará (UFPA) pelo curso de Direito, na mesma instituição, incentivado pelo amigo universitário Francisco Sabino Vasconcelos da Costa, com cuja irmã, Maria do Livramento, casou-se e teve as filha Karla e Kamille. O desembargador Constantino Guerreiro, agradeceu ao governador Simão Jatene pela “acolhida e pela mão estendida ao Judiciário”, e disse que a prioridade dele é manter a parceria e continuar o bom relacionamento com os outros poderes. “Indispensável e extremamente necessário será o relacionamento com os demais órgãos que compõem o Poder Público, os poderes Executivo e Legislativo. Prosseguirei na tradição de permanente respeito institucional e desempenho harmonioso das funções, relacionamento que rogo seja continuado. Ao Poder Legislativo, recorreremos sempre que haja necessidade de propor modificações e novas leis necessárias ao continuado aperfeiçoamento na prestação jurisdicional” , reiterou o novo presidente do TJPA. O novo presidente quer transformar a Escola Superior de Magistratura (ESM-PA), que hoje abrange apenas magistrados, na Escola do Poder Judiciário, que irá oferecer um leque de cursos, em parceria com instituições de ensino, aos funcionários do Tribunal de Justiça em geral. Essa escola será presidida pela desembargadora Luzia Nadja Guimarães Nascimento. Constantino Guerreiro assim encerrou seu discurso: “Senhores Desembargadores, Dom Hélder Câmara eminente figura da Igreja Católica, em determinada ocasião, quando Arcebispo de Olinda e Recife, respondendo a um jornalista sobre sua posição hierárquica na Igreja referiu em ser: “um www.paramais.com.br

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O desembargador Constantino Guerreiro agradeceu ao governador Simão Jatene pela mão estendida ao Judiciário e falou sobre a relação entre os poderes

O governador Simão Jatene e o desembargador Constantino Guerreiro, novo presidente do Tribunal de Justiça do Pará no biênio 2015/ 2017

padre, simplesmente um padre”.”Hoje, novamente, adequando tais palavras à realidade deste momento me apresento para ser Presidente deste Tribunal de Justiça do Estado do Pará como um Servidor, nada mais que isso, simplesmente um Servidor”. Que assim seja, e assim haverá de ser. Muito obrigado!” Durante a cerimônia também foi empossado o vice-presidente do TJE, desembargador Ricardo Nunes. Nos cargos de direção assumiram as desembargadoras Diracy Nunes e Maria do Céo Maciel Coutinho, respectivamente, como corregedora de Justiça das Comarcas da Região Metropolitana de Belém e corregedora de Justiça das Comarcas do Interior. Também tomaram posse os novos integrantes do Conselho da Magistratura, desembargadores Maria Edwiges Miranda Lobato, Maria Filomena de Almeida Buarque, Elena Farag e Edinéia Oliveira Tavares. O conselho, que também é composto pelo presidente, vice-presidente e corregedores, é o órgão maior de inspeção e disciplina na primeira instância, e de planejamento da organização e da administração judiciárias em primeira e segunda instância. Manifestaram-se na cerimônia de posse ainda o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Jarbas Vasconcelos, e o procurador geral de Justiça, Marcos Antonio Ferreira das Neves, saudando o presidente e demais dirigentes, bem como destacando os feitos da gestão da desembargadora

Durante a cerimônia também foi empossado o vice-presidente do TJE, desembargador Ricardo Nunes

Representantes dos Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo

Luzia Nadja Nascimento. O presidente da Ordem ressaltou a personalidade do novo presidente, destacando seus méritos e virtudes, desejando uma”gestão grandiosa, generosa, longa e sensível a causa de todos os paraenses”. O procurador de Justiça Marcos Antonio, por sua vez, falou do compromisso em comum entre as instituições, afirmando “que a Justiça é feita por cada um de nós”. Ele parabenizou o novo presidente, desejando que os 730 dias de sua gestão que se inicia sejam de um constante trabalho em favor dos jurisdicionados e da sociedade.

Currículos

Novo presidente do TJPA, des. Constantino Guerreiro, discursa durante a posse www.paramais.com.br

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O desembargador Constantino Augusto Guerreiro ingressou no TJPA no ano de 1984, em concurso público para o cargo de escrivão criminal. Aprovado em concurso para juiz de Direito, em 1985, assumiu as funções na Comarca de Curuçá, no nordeste paraense. Atuou nas Comarcas de Maracanã, Castanhal, Chaves, Tomé-Açu, Afuá, Marapa-

nim, Moju, Alenquer, São Miguel do Guamá, Santarém, Rondon do Pará, Bonito, São Domingos do Capim e Cametá. Chegou à Comarca da Capital promovido por merecimento, quando assumiu as funções da 12ª Vara Cível, em 1992. Após seis anos, virou titular da 4ª Vara Cível. Também atuou na direção do Fórum Cível. Ascendeu ao 2º grau em 2005. Como desembargador, já foi corregedor das Comarcas do Interior, no biênio de 2007 a 2008, e coordenador dos Juizados Especiais, de 2011 a 2012. Atualmente atua na 5ª Câmara Cível Isolada. O desembargador Ricardo Ferreira Nunes foi aprovado para o cargo de juiz de Direito no ano de 1985. Atuou como membro do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Pará até maio de 2003 e foi titular da 7ª Vara Cível de Belém até maio de 2005. Também foi membro e presidente da 2ª Turma Recursal dos Juizados Cíveis e Criminais e membro do Instituto Brasileiro de Direito de Família, seção Pará. Ascendeu ao desembargo do TJPA em 2005. Atualmente é presidente da 4ª Câmara Cível Isolada.

Maria Filomena de Almeida, Edinéia Oliveira, Elena Farag e Maria Edwiges Miranda formam o Conselho da Magistratura Magistrados, servidores e convidados durante solenidade

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Preservação e reflorestamento,

o planeta agradece Prodepa desenvolve projeto de identificação de árvores e cria trilhas em sua área

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Fotos Ascom Prodepa

esde que o mundo é mundo, a vida segue mais ou menos assim: O homem chega, toma posse do lugar, constrói seu espaço, seu imóvel, seu comércio, explora a região que conquistou e empurra a natureza com suas árvores e animais para uma área de encolhimento. E a fauna e flora vão sucumbindo. Com a Amazônia não aconteceu diferente. Uma das imagens mais marcantes do final da década de 1960 era a de enormes e centenárias árvores tombando e sendo arrastadas para a chegada de um progresso assinado com o nome de Rodovia Transamazônica. A cada árvore derrubada e clareira aberta, um grande número de biCaminho das Cotias

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chos ficava sem abrigo, restava-lhes alternativas como fugir para o interior da mata, ser capturado, ou ser morto. Mas a natureza, de forma silenciosa, mostrou que este ritmo não poderia continuar, nem na Amazônia, nem em outros lugares. O desmatamento e a falta de conhecimento sobre a importância de preservação do meio ambiente são de longa data. Mas, de umas décadas pra cá, essa devastação vêm ganhando outros contornos, porque começaram a se destacar homens com boas idéias. Uma destas luzes foi a criação do conceito de desenvolvimento sustentável, que surgiu durante a realização da Primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, em Estocolmo, na Suécia, no ano de 1972. A apli-

cabilidade de projetos direcionados para a preservação da biodiversidade passou a merecer atenção especial. E é neste contexto que vem sendo tratado o projeto de proteção à fauna e à flora encontradas na área de entorno da Empresa de Processamento de Dados do Pará (Prodepa), localizada na rodovia Augusto Montenegro, bairro da Agulha – distrito de Icoaraci.

Todos por uma empresa sustentável

“Se, como cidadãos, não tomarmos medidas para preservar o meio ambiente, nós, que somos habitantes, moradores de uma floresta, se não zelarmos por ela, quem vai zelar? Pessoas de fora? que não têm nenhum vínculo com o lugar? Vamos nos transformar em um novo Nordeste, que está se desertificando? O nordeste do estado do

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A Prodepa lançou o projeto de proteção a fauna e a flora da empresa por meio do Programa de Melhoria da Gestão, que utiliza o sistema de QR Code para identificar as espécies de vegetais na instituição. Nesta foto a identificação da árvore – Pequiá O GMMG tem elaborado várias ações para proteção da flora do bosque que circunda a sede da Prodepa. A ideia do QR Code é catalogar as plantas e oferecer mais informações sobre elas.

Pará já está praticamente assim, também. E vamos assistir a isso sentados na poltrona?” questiona Roberto Valente, assessor de Planejamento e Qualidade e coordenador do Grupo de Melhoria dos Métodos de Gestão da Prodepa. “Então, estamos fazendo a parte que nos cabe fazer aqui nesta área”, propõe. A ação a qual ele se refere foi apresentada durante o Ciclo de Gestão Pública, evento promovido em 2010, sob o tema “Todos por uma empresa sustentável”. Dois anos depois de formulada a proposta, na realização da Semana de Qualidade de 2012, o Grupo de Melhoria dos Métodos de Gestão (GMMG) enfatizou a necessidade de elaboração de ações para proteção da flora do bosque que circunda a sede da Prodepa. As espécies vegetais foram identificadas com a utilização de método tecnológico disponibilizado pela empresa, o sistema de QR Code. Com esse procedimento é possível catalogar as plantas e oferecer mais informações sobre elas, explicam os criadores do processo. Todo este processo está sendo oferecido, de início, aos funcionários da empresa. Além das informações básicas que o QR Code oferece, também é disponibilizado um link que levará o usuário ao sistema de inventário florístico, também criado pela Prodepa. Neste sistema, as plantas são catalogadas por: família botânica, hábito (tipo de árvores), espécie, quantidade, nomes populares, nome científico, altura, características, época de floração e possíveis usos.

abrigar, como explica Roberto Valente. “O que se presencia hoje é um bando de aves se refugiando nas árvores da Prodepa, pois derrubaram as árvores em que elas viviam. Uma arara que apareceu por aqui, hoje já tem um companheiro, estava tentando fazer um ninho nesta área, mudou de lugar e fez seu ninho numa árvore no caminho entre a Prodepa e a Seduc (Secretaria de Estado de Educação). A extensão do bosque no entorno da Prodepa, área devidamente murada e policiada, permitiu, na primeira fase de aplicação do projeto de preservação, a criação de doze trilhas, seis longitudinais e seis transversais. Cada trajeto recebeu um nome que identifica as espécies animais encontradas no local, como por exemplo, o Caminho das Cutias. “Existem muitas cutias aqui, já contamos em uma época, mais de 70”, destaca Valente. As demais trilhas registradas foram: Esconderijo dos Quatipurus, Canto das Saracuras, Dormitório das Preguiças, Ninhal dos Jacanins, Voo das Araras, Galeria de Papagaios, Pousada dos Tucanos, Passeio dos Macacos, Observatório dos Gaviões, Refúgio dos Camaleões e Remanso dos Calangos. Com relação à flora, foram catalogadas 88 espécies. “Qual a razão das trilhas? FaciliRemanso dos Calangos

Passeio dos Macacos

tar o acesso e o conhecimento. Ver como se portam tanto a fauna como a flora. Você preserva aquilo que conhece”, defende Roberto Valente. “Como houve o desmatamento, é preciso um trabalho de preservação. Pretendemos plantar muitas mudas. Isto pode acontecer em uma data como o dia da árvore, por exemplo. Vamos enriquecer a mata para que em um futuro próximo haja aqui alimento e refúgio para os bichos. Esta é a importância do projeto”, conclui ele. O cálculo da extensão de todo o bosque, bem como a sinalização e criação de novas trilhas, estão sendo feitos pela empresa. Existe ainda, a perspectiva de uma parceria com o Museu Paraense Emílio Goeldi e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Pará (Sema) para se verificar a possibilidade de inclusão deste espaço em área de pesquisa e de preservação ambiental. A partir da conclusão dessas ações, a ideia seria disponibilizar dias e horários de visitas para escolas devidamente agendadas.

Histórico da área

Há algum tempo, a área próxima à Prodepa, um local também com extensa vegetação, foi ocupada de forma desordenada. Com a construção de imóveis, abertura de ruas e uma série de outras intervenções na mata, a perda de espécies vegetais foi grande e muitos animais que ali viviam partiram em busca de outro local para se

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Novo equipamento para apanhar açaí dispensa a tradicional peconha

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Fotos Cristino Martins/Agência Pará

O apanhador e o debulhador de Açaí

urioso, diferente e até engraçado, muitos são os adjetivos aplicados para qualificar o uso da peconha por aqueles que não precisam utilizar este instrumento de trabalho no seu dia a dia. Para os apanhadores de açaí, que sobem dezenas de vezes por dia nas palmeiras, de onde tiram seu ganha-pão, a situação tem outros significados: perigosa, cansativa, mas, sobretudo, necessária. Apanhar os frutos impulsionando o corpo para cima tendo os pés firmados em uma espécie de anel feito de casca de árvore, a chamada peconha, é um antigo método indígena e que passa de geração em geração entre os apanhadores de açaí. A poesia e a admiração na cena de ver uma pessoa arriscando a vida ao subir em um açaizeiro só está mesmo no olhar de quem não precisa cumprir diaria-

Edilson mostra como debulhar o açaí com a garra

mente esta atividade. E foi a preocupação com os riscos desta função e o espírito de inventor que levaram o agricultor Edilson Cavalcante da Costa a criar um equipamento revolucionário para substituir a peconha: o apanhador de açaí. Antes de explicar como funciona a ferramenta, Edilson conta como chegou até a idéia. Morador de uma área quilombola no município de Abaetetuba, nordeste do Pará,

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ele relata que por duas vezes presenciou situações quase fatais. A primeira foi com um vizinho que subia em um açaizeiro quando, em determinado momento, o caule da árvore quebrou e o rapaz caiu – uma palmeira de açaí pode chegar a uma altura de mais de 20 metros -, sofreu fraturas e foi conduzido desacordado para o Hospital Metropolitano, em Belém. Por pouco, lembra Edilson, o rapaz não morreu. A segunda situação foi no

quintal da própria casa de Edilson e a vítima foi sua mãe. Uma foice que fora amarrada a uma corda para cortar o cacho do açaí se soltou e só não atingiu a cabeça da senhora porque, em uma fração de segundos, ela se lançou para trás. Foi golpeada na mão. Depois de presenciar estes e outros fatos de risco, a família parou de apanhar açaí e só consumia o produto comprado. Alguém chegou a sugerir que derrubassem os pés de açaí do quintal, porque, com o amadurecimento dos frutos, vinha a tentação de subir nas palmeiras. “É melhor a gente matar o açaí do que ele nos matar”, um familiar aconselhou. Edilson conta que aí, então, veio o pensamento: “Espera aí, eu não posso perder pra um negócio desse. Preciso inventar algum aparelho pra fazer este trabalho sem que ninguém corra risco”. No mesmo dia, ele, acostumado a inventar equipamentos para facilitar o trabalho quando era funcionário em uma fábrica de tratores, começou a planejar um invento que facilitasse a vida das pessoas que precisavam subir nas palmeiras. E assim foi criado o apanhador de açaí. A ferramenta consiste de uma vara de alumínio. Na ponta, uma lâmina e um engate. Na mesma extremidade, uma roldana. Depois que o cacho é cortado, a engrenagem traz a “vassoura” com os frutos para baixo por uma corda também presa à vara. www.paramais.com.br

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pois eu posso provar que fui o primeiro a fazer”, expõe. E ele não para de dar entrevistas. Sempre solicito, repete toda a trajetória de seus inventos. Flávio Ikeda, um dos incentivadores do pioneirismo de Edilson, informou que o pedido de patente para o invento do agricultor já está sendo solicitado junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial – INPI, mas que, realmente é uma espera demorada. Enquanto isso, Edilson vai vendendo ele mesmo seus inventos. A aceitação é grande, principalmente no município de IgarapéMiri, grande produtor de açaí da região. Ficar rico? Não. Não está nos planos do professor Pardal de Abaetetuba. Ele garante que quer continuar sua vida normal de agricultor, mas deixa claro: Não vai parar de “inventar coisas”.

Edilson Costa o agricultor que inventou o apanhador de açaí

Tudo isso é feito em menos de 1 minuto. “Os apanhadores de açaí sofrem arranhões pelo corpo ao subir na palmeira. Também correm risco de cair, de serem ferrados por formigas, de serem surpreendidos por alguma aranha quando pegam no cacho da fruta lá em cima. Com este equipamento, eles não precisam passar por nenhuma destas dificuldades”, observa o agrônomo Flávio Ikeda, técnico e pesquisador da Emater. Outro ponto positivo para o equipamento inventado por Edilson é que os frutos quando descem da árvore ficam a cerca de 1 metro do chão, evitando o contato direto com sujeiras que possam estar no solo.

A garra de Wolverine

Não satisfeito com a invenção do apanhador de açaí, Edilson criou também um debulhador, uma espécie de pente em forma de garra, inspirada no personagem Wolverine, dos quadrinhos e do cinema, para retirar os frutos do cacho. No processo tradicional, os coletores separam os frutos diretamente com as mãos, às vezes se ferem, ficam

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com as mãos sujas. Com a nova “garra do Wolverine”, nada disso acontece. E o mais importante, destaca o inventor, é que todos os aparelhos são feitos em aço inoxidável e alumínio. “A qualidade é fundamental para não levar nenhum risco de contaminação para os frutos. Não tenho interesse em fazer um equipamento de qualquer jeito só pra ganhar dinheiro. Quero que tenha durabilidade e que sirva de fato para ajudar as pessoas”, enfatiza ele.

Uma palmeira de açaí pode atingir a altura de até mais de 20 metros

Patente

Tanto o apanhador de açaí, quanto a garra debulhadora, já estão sendo comercializados pelo agricultor, embora de forma bem rudimentar. Ele mesmo negocia e vende. Cada apanhador custa 300 reais. “Já tentei patentear, mas é muita burocracia. Não entendo porque eles dificultam tanto”, referese ele aos institutos responsáveis por marcas e patentes. “Por enquanto, conto apenas com a divulgação. Quanto mais as pessoas ficam sabendo pelos jornais, revistas e TV que eu criei este invento, melhor pra mim,

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O técnico e pesquisador da Emater, o agrônomo Flávio Ikeda, informou que o pedido de patente para o invento do agricultor já está sendo solicitado junto ao INPI

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Mulheres atendidas pela Emater se destacam na produção do açaí nas ilhas de Belém Mulheres atendidas pela Emater se destacam na produção do açaí nas ilhas de Belém

Na Jussara, o diferencial é a mão de obra feminina, é delas o papel decisivo nas áreas de açaizais e participam ativamente do processo produtivo

Texto Iolanda Lopes Fotos Iolanda Lopes/Ascom-Emater

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a Ilha de Jussara, na zona ribeirinha de Belém, capital paraense, a produção de açaí, principal atividade econômica local, hoje consegue ser programada e garantir renda para as famílias praticamente durante todo o ano. Os resultados alcançados se devem a utilização de tecnologias adequadas nas áreas conforme orientação da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater). Durante a safra do fruto, a empresa estima que entre seis e oito toneladas de açaí sejam coletadas por hectare. Na Juçara, toda a produção é nativa. As instruções atendem principalmente ao manejo adequado da cultura, o ganho na produção chega a alcançar 80%. As intervenções técnicas demonstram que além do aproveitamento da produção que ocorria apenas em um período determinado do ano, não apenas diminuiu as perdas, mas proporcionou que as famílias conheçam suas produções, e que também cooperem para que o meio ambiente seja preservado. A safra do açaí acontece entre junho e dezembro e a chamada entressafra ocorre durante o período de chuvas mais intensas em função da diminuição da floração das árvores. O manejo de açaizais nativos obedece a princípios agroecológicos, uma vez que o descarte das árvores é feito adequadamente, conservando espécies nativas que proporcionam a alimentação dos animais, além do benefício econômico para as famílias. Na Jussara, o diferencial é a mão de obra feminina, é delas o papel decisivo nas áreas de açaizais e participam ativamente do processo produtivo. Segundo dados da Emater, as mulheres locais são as representantes de seus companheiros junto a instituições

Diversificação das culturas e a criação de pequenos animais

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Em plena atividade Trabalhar adequadamente com o açaí, vem mudando a realidade econômica e a consciência da família

de assistência e até de agentes financeiros. Quase 50% dos acessos ao crédito rural como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) da linha Floresta é das mulheres. “Aqui até o manejo nas áreas que normalmente é um trabalho apenas do homem, as mulheres já fazem. Conseguimos identificar esse potencial feminino, investimos e a cada dia as repostas são ainda mais positivas”, diz o engenheiro agrônomo da Emater, Lucival Chaves. Dona Edna dos Anjos, nascida e criada na Juçara, diz que conhecer e trabalhar adequadamente com o açaí, vem mudando a realidade econômica e a consciência da família. “Antes olhávamos e acreditávamos que quanto maior o número de árvores na Debulhando o açai

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touceira, mais produção teríamos. Hoje retiramos as que não servem, sabemos identificar o número de árvores por espaço e o que é descartado vira adubo orgânico”, diz a ribeirinha que além da venda do açaí in natura ainda comercializa o produto processado. Por cada litro de açaí neste período a agricultora recebe R$ 8,00. No caso de dona Francisca Socorro Miranda, além da produção ter sido elevada por conta da utilização das tecnologias adequadas, a agricultora diz que a eliminação dos açaizeiros para a comercialização do palmito acontece apenas com relação as árvores que já não servem para a produção do

fruto. “Vender açaí é muito mais lucrativo”, confirma a agricultora. Na Ilha a derrubada das árvores para a retirada do palmito era uma prática adotada por muitas famílias. Nas ilhas de Belém, a Emater atende cerca de 250 famílias e a orientação para os ribeirinhos, além da potencialização da principal produção como é o caso do açaí, é a diversificação das culturas e a criação de pequenos animais. No processo de cria e engorda as aves por exemplo, são alimentadas com o que sobra das hortaliças, no caso do suíno, a ração alternativa produzida sob a orientação da Emater é uma alternativa de diminuição do custo da produção. Pará+

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PMB valoriza merenda escolar com produtos da agricultura familiar Equipe da Prefeitura de Belém incentiva produção da agricultura familiar

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Em contato direto com os produtores

Prefeitura de Belém buscando incentivar a agricultura familiar no município, por meio da Fundação Municipal de Assistência ao Estudante (Fmae), realizou na manhã da sexta-feira,6, uma reunião com o grupo de assentados Abril de Mártires, em Mosqueiro. O encontro teve como objetivo organizar o processo de aquisição da produção da comunidade para a alimentação escolar, amparado pela Lei FNDE 11947/2009. A Lei garante que no mínimo 30% do repasse do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE), para a compra de alimentos, sejam gastos com a obtenção de alimentos da agricultura familiar, preferencialmente local. Durante a reunião foram definidas as metas de trabalho para a prática de início da produção, como o que será plantado, os órgãos que estarão envolvidos em cada parte do processo e a demanda que será atendida, no caso, a merenda escolar. Os beneficiados também terão a garantia de cursos de capacitação realizados pela Fmae e Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater). O fomento à agricultura familiar é parte do incentivo à construção de habitações rurais na ilha de Mosqueiro, realizado pela PMB numa parceria entre diversos órgãos das esferas fe-

deral e municipal, entre eles a Secretaria Mu- duras, leite e derivados, dentre outros, os nicipal de Habitação (Sehab), Agência Regula- quais são produzidos sem uso de agrotóxidora de Água e Esgoto do Município (Amae), cos, sendo mais saudáveis para o consumo. Fundação Papa João Paulo XXIII (Funpapa), Os moradores presentes na reunião não Secretaria Municipal de Economia (Secon), esconderam a empolgação para a realização Fundação Municipal de Assistência ao Estu- do programa. Uma das líderes comunitárias dante (Fmae) e Empresa de Assistência Técni- do assentamento, Alice da Costa Martins, esca e Extensão Rural (Emater). pera uma nova realidade para o local. “Estou Para o presidente da Fmae, Walmir Mora- com muita expectativa para esta nova opores, o programa possibilitará uma nova vida tunidade. As famílias estavam como que para população, garantindo habitação e ge- abandonadas aqui, agora, sim, estou com ração de renda. “Os assentados vão ganhar esperança de algo melhor”, disse. O mesmo dignidade e qualidade de vida, conside- sentimento era o da assentada Kátia Veiga, rando que vão receber casa pelo Programa de 46 anos. “Estava vivendo com muita difiNacional de Habitação Rural (PNHR), ter- culdade, mas agora com o apoio da Prefeitureno para produção e a garantia da venda ra, estou sonhando alto.”, comentou. dos produtos para a merenda escolar. É um programa social completo”, afirmou. Ele destaca que os produtos alimentícios da agricultura familiar, consumidos hoje nas escolas, coACEITAMOS ENCOMENDAS laboram muito para o enriquecimento da merenda servida, possibilitando o acesso a grande variedade de alimentos importantes, Av. Fernando Guilhon, 1382 (91) como frutas, verEsquina com Apinagés ENTREGAMOS EM DOMICÍLIO

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O Dom Quixote da Amazônia

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s 88 anos de vida parecem não tirar a força de Camillo Vianna. Mesmo se recuperando de problemas de saúde após uma cirurgia no coração para a colocação de dois stents, Camillo Vianna ainda mantém o brilho no olhar e a paixão quando fala do trabalho da vida inteira em defesa da Amazônia. Mas o homem idealista que se tornou um ícone da defesa do meio ambiente faz questão de explicar. “Minha luta sempre foi em defesa não apenas do meio ambiente, mas principalmente do homem da Amazônia”. Uma espécie de Dom Quixote que bradava pela preservação, quando o mundo não pensava em ecologia.”Naquela época, reflorestamento era plantação de eucalipto. Ninguém pensava nesse tal de desenvolvimento

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Nunca trabalhei sozinho, sempre fui cercado por uma equipe de pessoas muito boas que trabalhavam e desenvolviam nossos projetos em conjunto

sustentável”, explica Camillo. Do personagem que lutava contra moinhos, Camillo Vianna concorda apenas com a paixão pelo que acredita. Mas não admite ser comparado a um sonhador solitário. “Nunca trabalhei sozinho, sempre fui cercado por uma equipe de pessoas muito boas que trabalhavam e desenvolviam nossos projetos em conjunto”, afirma.

Trajetória

O médico, folclorista e ambientalista Camillo Martins Vianna sempre atuou em diversas questões ambientais da Amazônia, lutando pela preservação da grande floresta e pelo respeito aos povos da região. Na Universidade Federal do Pará (UFPA), foi vice-reitor e pró-reitor de extensão, www.paramais.com.br

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Camillo Vianna, médico, folclorista e ambientalista – um ícone na luta em defesa da floresta e dos povos que nela vivem

Camillo Martins Vianna, entre Ronaldo e Rodrigo Hühn Camillo Vianna, também ex-presidente da Sociedade Médico-Cirúrgica do Pará, foi o grande homenageado do recente XVII Congresso Médico Amazônico, com o tema “A Evolução da Saúde na Amazônia: 100 Anos de História – De Camillo Salgado a Camillo Vianna”

criando projetos de extensão e interiorização da instituição. No próximo 14 de abril completará 89 anos, a maior parte deles dedicada à preservação do meio ambiente e da cultura do homem amazônico. Formado pela Faculdade de Medicina e Cirurgia do Estado do Pará em 1952, Vianna atuou no ensino de Medicina e em conselhos profissionais da área. Mas nunca usou a medicina para ganhar dinheiro. Sua renda vinha da atividade como professor da UFPA. No exercício de sua profissão, nunca cobrou de seus pacientes, a grande maioria pobre. O primeiro emprego foi no Museu Emilio Goeldi, onde trabalhou para custear o estudo universitário. Contribui na instituição com o acervo de artefatos que coletou relativos às populações caboclas. “Foi onde aprendi muitas coisas sobre a cultura do nosso povo e fez nascer a paixão pelas nossas coisas. Ali, a questão ambiental ficou mais forte para mim”, lembra o ambientalista. Na Santa Casa de Misericórdia, o então jovem médico aprendeu mais uma coisa: dividir o conhecimento. “Trabalhava na enfermaria São Francisco de Paula e atendendo aqueles pacientes, vi que precisava ajudar aquelas pessoas. Então fazia treinamentos de valorização da cultura, do homem e do meio ambiente com eles”, recorda. “Todos participavam, pacientes, funcionários, estudantes de medicina. Era bom para a autoes-

Camillo com o Diploma Dorothy Stang , entre seu neto, Flavio Augusto Vianna, de camisa branca e Walter Chile, seu parceiro da SOPREN

tima de todos”, garante. Entre suas atividades, coordenou a partir de 1952, o setor de interiorização da Universidade Federal do Pará, na área da saúde. Já a partir de 1968, atuou como coordenador de Educação, Saúde e Ação Comunitária, nas bases físicas do Ministério da Agricultura no rio Tapajós. Essa atividade de Camillo resultou na consolidação da Sopren. Uma de suas mais importantes ações foi a coordenação do Projeto Rondon, na época responsabilidade do Governo Federal, que levava estudantes universitários para atuar em localidades ribeirinhas, com soluções para contribuir com o desenvolvimento sustentável de comunidades carentes. Com a experiência das atividades realizadas no rio Tapajós, Camillo Vianna desenvolveu um trabalho associado para preservar os quelônios nos rios Trombetas e Tapajós, além do incentivo da formação de

bosques comunitários e recomposição de ecossistemas, principalmente no Baixo Tocantins Paraense. A partir de então, o médico fez várias viagens em diversos pontos da Amazônia, levando a mensagem de preservação ambiental, reanimação cultural e valorização dos habitantes da região. Na área das comunidades tradicionais, Viana orientou a coordenação do 1º Encontro dos Povos Indígenas do Xingu, em 1989. Em 1990, foi eleito vice-reitor da Universidade Federal do Pará. No ano seguinte, promoveu várias palestras em universidades alemãs sobre problemas da Amazônia. Atualmente, Camillo Vianna coordena projetos de reflorestamento comunitário e educação ambiental, além de participar de grupos vinculados ao Sopren. “Já não posso mais estar a frente de todas as atividades, mas ainda acompanho tudo, os coordenadores da Sopren vem na minha casa para fazer reuniões e ouvir minha opinião”, conta.

SOPREN

Como ambientalista, Camillo Vianna fundou em 1978 a Sopren (Sociedade de Preservação aos Recursos Naturais e Culturais da Amazônia), por acreditar que os problemas amazônicos só serão resolvidos após a tomada de consciência de toda a sociedade, mas, primeiramente, dos moradores da região. “É preciso criar uma política concreta em relação à região, que inclua a interferência e a atuação das comunidades amazônica e brasileira, evitando assim a perpetuação das queimadas, desmatamento, e a biopira-

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Mostra de Ciência e Cultura, leva ciência, tecnologia e cultura ao interior do Estado

de, Dr. Carlos de Sena Mendes - Federação Paraense de Escoteiros, movimento que teve inicio em Belém, em 1932 e cujo imóvel, adquirido por compra em 1938, passou depois a constituir a Federação Educacional Infanto - Juvenil- Feij, organizada a 12 de novembro de 1949 por transformação da federação de escoteiros e consoante deliberação unânime da assembleia geral e que contém três associações e por emblema, a “rosa dos ventos”, dirigida por um assembleia geral, um conselho superior e uma diretoria executiva, cujo presidente atual é o feijiano Paulo André Medeiros. A denominação Federação Educacional Infanto Juvenil (FEIJ) é da mesma época que a Sopren. É uma sociedade civil, com a finalidade de trabalhar pela educação e assistência social da infância e da juventude, sob triplice aspectos: intelectual, fisico e moral. “Sou um dos fundadores, discípulo do maior educador do Brasil, Gonçalo Lagos Castelo Branco leal”, lembra Camillo Vianna. A Feij tem biblioteca, teatro, centro de lazer e esportes, e um bosque. Tudo isso encravado no centro da cidade. O bosque leva o nome de Camillo Vianna e é uma reserva preservada com várias espécies de árvores nobres e frutíferas, com exemplares de jaqueiras, pitombeiras, taperabazeiros, ameixeiras, cacaueiros, capuaçuzeiros, além de andirobeiras, palmeira imperial e de madeiras de lei em extinção, como mogno, cedro, pau mulato e pau Brasil, aproveitando as diversas árvores frutíferas existentes no terreno. A reserva ambiental da FEIJ foi denominada assim em homenagem a Camillo Vianna, o feijiano que implementou aquele espaço verde com as espécies de árvores nobres e defendeu sua preservação.

taria, além de outros problemas que parecem não ter fim”. A Sopren se manteve atuante, “chegou a desenvolver 42 atividades simultâneas, desde a preservação do jacaré, do pirarucu, da onça, até a recuperação dos açaizais, atuamos no Pará e na Amazônia toda”, conta Camillo Vianna. Questionado sobre que projetos ele considera mais importantes, ele não hesita. “Só lembram do meio ambiente, mas a melhor coisa que fizemos foi a valorização da cultura popular”, comemora. “ A abordagem cultural das comunidades é considerada mais importante”, garante.

Exército de sonhadores

Começou, conforme consta no livro – “Chefe Castelo, Escotismo e Feijianismo (Belém, 1999) – do advogado e um dos mais antigos feijianos e ex-presidente da entida-

Camillo Vianna garante que está satisfeito com o trabalho que desenvolveu. “Minha mãe sempre disse que tenho sal na moleira, porque sou combativo. Sempre defendi com todas as forças, falava o que tinha que falar,

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Camillo é membro da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores

mas jamais desrespeitei ninguém”, avalia Camillo. No fim de tudo, Camillo Viana buscava a saúde, o bem estar e a qualidade de vida do homem amazônico, e foi fundamental na criação da consciência cidadã de gerações. “Hoje tenho a felicidade de saber que fui substituído por milhares de pessoas no mundo”, conclui. Camillo Vianna também é Viveiro

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Jambú mostra versatilidade para agroindústria no Pará Jambu, Spilantes Oleracea, é uma planta herbácea, geralmente rasteira com folhas pequenas e flores amarelas

Fotos Divulgação

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oces e frutas regionais sempre tiveram lugar de destaque nas preferências culinárias no Pará. A ideia de utilizar o jambu para qualquer outro tipo de alimento que não seja o da culinária típica salgada traz uma nova forma de aproveitar a hortaliça folhosa, que existe em abundancia no Pará, além de agregar valor ao produto. O jambú é utilizado como alimento, ingrediente indispensável em pratos típicos como o tacacá e o pato no tucupi, além de coadjuvante em outros pratos como peixes e carnes em geral. No circuito gastronômico, a planta já aparece com destaque em pizzas e sanduíches. Espécie típica de grande ocorrência na Amazônia, o jambu é uma planta herbácea, geralmente rasteira com folhas pequenas e flores amarelas. O nome científico é Spilantes Oleracea, popularmente conhecido como agrião-do-Pará, agrião-do-norte, jambuaçú, botão-de-ouro e agrião-bravo.

Emater busca patente de licor de jambu

Brenda Zamorim: O jambú tem potencial para conquistar o mercado local, nacional e até em outros países

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Tão aperitivo quanto a já famosa cachaça de jambu, o licor é elaborado artesanalmente, a partir da infusão da hortaliça, de preferência orgânica, em cachaça comum, com adição de açúcar refinado e água potável. O preparo ideal apresenta teor alcoólico de cerca de 18%, com preservação das propriedades e efeitos degustativos, como a dormência e a tremulação imediatas dos lábios de quem experimenta, e garantia de sabor palatável, por conta da doçura. “São necessários 14 dias de infusão para fixar o sabor”, diz Brenda. A Emater pediu ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) a patente do “licor de jambu”, criado há dois anos na Unidade Didático-Agroecológica do Nordeste Paraense (UDB). Se confirmado o caráter inovador e autoral do produto, o processo completo de registro deve durar pelo menos três anos. “A idéia dessa patente não é blindar a tecnologia ou alimentar vaidades, mas resguardar o padrão científico desenvolvido e valorizar o trabalho da Emater, bem como a própria cultura paraense, da qual o jambu é um dos grandes expoentes gastronômicos”, diz a tecnóloga em alimentos da Emater Brenda Zamorim, uma das responsáveis pelo Projeto de concepção e certificação. De acordo com a assessoria jurídica da Emater, a possibilidade de patente não impedirá os agricultores familiares de reproduzir a tecnologia e de comercializar o produto. A intenção é constituir uma política institucional específica, que talvez isente esse público beneficiário, o agricultor familiar do Pará, do pagamento de quaisquer taxas em relação à marca protegida. www.paramais.com.br

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Bombom recheado com jambú

Doce de leite com jambu

Cachaça de jambu, basta um gole pra sensação de dormência tomar conta dos lábios

Outra guloseima produzida pela Emater combina doce de leite com jambu. O processo de fabricação é razoavelmente simples e o jambu, que comumente é utilizado in natura, é adicionado ao leite desde o início do processo de cozimento do doce. O resultado é bem exótico. Apesar de manter o sabor tradicional do leite, o doce conserva a sensação de leve dormência da língua. “Foram várias tentativas, misturando o jambú com outros produtos até chegar ao doce de leite nas proporções ideais para garantir as três sensações: sentir o sabor doce, sentir o sa-

bor do jambú e sentir a dormência típica”, avalia Brensa Zamorim. Apesar de o produto ser novo, devido à simplicidade no processo de fabricação, o agricultor pode fazer na sua propriedade. Essa é a proposta do centro, criar tecnologias acessíveis ao produtor rural.

Bombom de chocolate com jambu foi lançado em Festival

Uma combinação exótica e regional, produzida com cacau agroecológico da Transamazônica e jambu orgânico do nordeste paraense chegou para conquistar o Pará, o

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Brasil e o mundo. A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) lançou a “nova delícia da Amazônica”, dentro da programação do II Festival Internacional do Chocolate e Cacau da Amazônia e Flor Pará 2014, em abril, no Hangar Centro de Convenções. A iguaria une a tradição do chocolate ao regionalismo do jambu. O bombom de chocolate com recheio de jambú foi criado pelo Centro de Treinamento Agroecológico Inovação Tecnologia e Pesquisa Aplicada do Nordeste Paraense (UDB), da Emater, em Bragança. Segundo a tecnologa de alimentos da UDB, Brenda Zamorim, a iguaria une a tradição do chocolate ao regionalismo do jambú em uma combinação exótica. “O bombom mantém o sabor do chocolate e a leve sensação de formigamento, característica do jambú”, explica. Ela lembra que a primeira tentativa foi infundir o jambú no chocolate, mas o produto evoluiu para o recheio com um doce de jambú. Produção do bombom de jambú

A iguaria é tipicamente regional, com os dois produtos da agricultura familiar de destaque e característicos do Pará. A proposta da receita é a transferência de tecnologia de produção do bombom de chocolate com doce de jambu aos agricultores familiares paraenses que trabalham com a cadeia produtiva do cacau. A expectativa com o produto é agregar valor a produção agrícola e que está sendo regionalizado, com mais uma opção da cadeia produtiva da cultura para os produtores, com um produto que representa as características regionais.

Potencial farmacêutico

A Emater também já iniciou pesquisas sobre o uso medicinal do princípio ativo do jambú, com o desenvolvimento de uma pomada para uso anestésico e antiinflamatório. Outras instituições também estudam o uso da planta na produção de medicamentos. O óleo essencial de jambu, é rico em propriedades antioxidantes, diuréticas e anti-inflamatórias. O composto é abundante

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O Chefe Roberto Smeraldi, tem apresentado em São Paulo essa novidade: Flor de jambu com chocolate selvagem do Combú

em espilantol, substância bioativa bastante versátil, com potencial para aplicações nas indústrias farmacêutica, cosmética e de higiene pessoal. O espilantol, extraído a partir das flores, folhas e caule do jambu, pode ser obtido com alto grau de pureza, em torno de 98%. O tempo máximo do processo não passa de 30 minutos com a tecnologia de microondas associada ao processo de extração. As micro-ondas (ondas eletromagnéticas) atuam nas moléculas de água durante o processo de extração do composto. A água presente no interior da planta absorve a energia de micro-ondas e começa a se aquecer, aumentando a pressão de vapor dentro da estrutura celular. Com o superaquecimento, a célula se rompe, permitindo a extração da substância desejada por meio do uso de um solvente compatível, que consegue penetrar a matriz sólida com mais facilidade e solubilizar o óleo. O jambu já é pesquisado na Unicamp, em São Paulo, e tem despertado o interesse de pesquisadores, empresas nacionais e multinacionais devido às propriedades promissoras do seu extrato. Além das funções antioxidantes, diuréticas e anti-inflamatórias, a pesquisa feita na Unicamp aponta que a planta possui atividades ovicida e larvicida contra mosquitos Aedes aegypti e AnopheDoce de leite com jambu

les culicifacies. Todas essas propriedades da planta são atribuídas aos diferentes componentes do óleo essencial do jambu, mas, principalmente ao espilantol, que é um composto ainda não disponível comercialmente.

Centro de pesquisa

Criada em 1985 no município de Bragança, no nordeste paraense, a UDB é uma unidade treinamento e pesquisa da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater). A Unidade desenvolve projetos e atividades para a agricultura familiar, com base agroecológica, incluindo visitas e orientação técnica. A UDB mantém duas agroindústrias: Uma para beneficiamento de leite e outra para frutas. Da unidade de beneficiamento de leite, a UDB produz doces de leite variados (com amendoim, frutas cristalizadas, coco e outros produtos), iogurte de bacuri, manga e muruci, e queijo coalho. Da unidade de beneficiamento de frutas saíram doces de manga, cupuaçu e goiaba, além de licores de açaí, cupuaçu e jambu. A Emater-PA já solicitou a patente do licor de jambu. Segundo Brenda Zamorim, tecnóloga de Alimentos da Emater e responsável pelas agroindústrias, a aceitação dos produtos da unidade supera as expectativas. “Criamos a tecnologia e agora vamos disseminar o conhecimento com cursos e apostilas voltadas para os produtores”, antecipa Brenda Zamorim. “O jambú tem potencial para conquistar o mercado local, nacional e até em outros países. Criar subprodutos é uma forma de disponibilizar uma gama de variedades para o uso”, garante ela. www.paramais.com.br

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Quem manda no corpo é o cérebro, e o cérebro nos manda comer bem

“Ensinar” o cérebro a comer saudável É tudo uma questão de treino?

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m estudo divulgado esta terçafeira numa revista da especialidade mostra que o cérebro pode ser treinado para gostar de comida saudável. Afinal, será que tudo não passa de uma questão de exercício e não de sacrifício? Essa parece ser a resposta básica para este estudo que, ainda embrionário, tira conclusões importantes. Ora, não comemos comida “má”, a chamada “fast food” toda a vida. Como diz a autora principal do estudo, Susan Roberts, da Universidade americana de Boston: “Não nascemos gostando de batatas fritas”. Por isso, o que é que nos leva mais tarde a desejá-la tanto e a preterir aquela que é saudável? Um ato de repetição Não nascemos gostando de batatas fritas

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de comer sempre o mesmo tipo de comida que cria hábitos no palato. Então também é possível habituar o gosto a outros sabores. E foi isso que aconteceu. Porque quem manda no corpo é o cérebro, e o cérebro nos manda comer bem. O programa alimentar que serviu de base ao estudo que dura há seis meses contou com a participação de 13 pessoas obesas: oito submeteram-se ao plano saudável de modo a perder peso e outras cinco não. Ponto de partida para este plano alimentar baixo em calorias e rico em comida saudável: ninguém passa fome, porque é nessa altura que a “junk food” se torna mais atrativa e rapidamente sacia a fome. A investigação agora publicada no jornal “Nutrition & Diabetes” analisou os cérebros dos 13 indivíduos antes do plano começar e seis meses depois. Como conclusão, a radiografia ao cérebro mostra alterações no “centro de informação” do órgão que comanda o corpo e essas modificações mostram que aqueles que seguiram o plano saudável, ao final dos seis meses, em caso de fome, desejam comida saudável, ao passo que os outros cinco continuam a direcionar o pensamento para a comida altamente calórica e rica em hidratos de carbono.

Por outro lado, os homens e mulheres que perderam peso e mudaram a alimentação mostraram-se pouco entusiasmados com a “fast food”. Conclusões que não representam o fim, mas o início de muitas outras investigações que tendem a descobrir mais sobre o papel do cérebro na perda de peso. Um método muito mais eficaz do que a colocação de uma banda gástrica, adianta Susan Roberts, que, feliz com estas primeiras descobertas, promete novos resultados. junk food - comida altamente calórica e rica em hidratos de carbono

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Jejum fortalece o sistema imunológico Interromper a alimentação por um longo período fortalece o sistema imunológico e reduz o colesterol ruim, indicam estudos recentes. Mas a prática só deve ser feita com orientação A melhora do humor e do sistema digestório são benefícios observados quando se pratica o jejum

Fotos Alfred Cousty, Arthur Friendrich, Dietmar Quistorf

À

medida que as calorias são retiradas do prato, anos são adicionados à expectativa de vida. Comer menos do que julgar ser necessário nunca foi uma prática tão aclamada para frear de vez o envelhecimento. Pesquisas científicas se multiplicam para provar que o segredo está em reduzir a quantidade de alimentos. Uma, traçada por cientistas da Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, comprovou que macacos Rhesus submetidos a uma dieta de restrição de calorias tinham metade das chances de ter câncer, doenças cardíacas e diabetes – a tríade do envelhecimento humano. Menos doenças é igual a longevidade. E, de fato, a taxa de mortalidade dos bichos que se alimentaram “normalmente” foi três vezes a daqueles que mastigaram 30% menos calorias. Mas essa diminuição pode chegar a zero? A resposta pode ser negativa e positiva. Nesse ponto, a comunidade médica se divide. Pesquisadores da Universidade de Sou-

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thern California mostram a primeira prova científica de que uma intervenção natural, como o jejum, pode disparar a regeneração celular de um sistema imunológico danificado ou envelhecido. Ao mesmo tempo e surpreendentemente, a prática reduz os níveis de colesterol em indivíduos pré-diabéticos por um período prolongado, de acordo com médicos do Instituto do Coração Intermountain. Na contramão desses animadores resultados, pesquisas de instituições brasileiras alertam para o perigo de alterações metabólicas, especialmente quando parar de comer tem como alvo o emagrecimento Segundo José Alves Lara Neto, vice-presidente da Associação Brasileira de Nutrologia, ninguém pode jejuar sem causar novas reações nutroneuroquímicas no organismo. “Ao focar o jejum no emagrecimento, condenamos qualquer tipo de resposta futura. Quem define o quanto engordamos ao comer também é o cérebro ao determinar a taxa metabólica basal”, explica. Esse índice corresponde à quantidade calórica que o corpo necessita em 24 horas para se manter nutrido durante o decorrer das atividades diárias ou fazendo um jejum de pelo menos

12 horas em repouso sem prejudicar o funcionamento dos principais órgãos. “Um religioso, ao fazer jejum, está imbuído de todo o sentimento de que o processo vale a pena porque ele vai estar espiritualizado e ter o aumento da imunidade. Ele está exemplarmente capacitado a reger uma situação de jejum. O que sente alguém que passa fome? Fica cada vez mais deprimido; portanto, a imunidade dele baixa”, diz o médico. A resposta pode estar nesse viés. Diferentemente do que é imaginado por quem não consegue conceber a ideia de ficar alguns dias sem comer, as refeições antes e depois do jejum precisam ser leves. A ideia é fazer uma transição tranquila para o organismo, que, depois de muito tempo sem receber alimento, não aguentará ser abarrotado de comida. “Quem não tem o hábito de jejuar não deve entrar em uma abstinência total de alimentos por um prazo indeterminado. Ele pode ir diminuindo gradativamente a quantidade, fazer a mudança de sólidos para líquidos até chegar ao jejum”, dá a dica. Além de uma sensação de bem-estar única, Carlos Vinícius conta que percebe uma melhora da condição física em geral, como a interrupção de alergias.

Regeneração celular

A “limpeza” e a “renovação” do organismo são foco de pesquisa de Valter Longo, professor de gerontologia e ciências biológicas da Universidade de Southern California. Seu artigo relatou que ciclos de jejum prolongado protegem contra danos ao sistema imunológico – um principal efeito colateral da quimioterapia – e induzem a regeneração dele, mudando as células-tronco de um estado dormente para de autorrenovação. Tanto em camundongos quanto em um primeiro ensaio clínico com humanos, duradouros períodos sem se alimentar promoveram a redução significativa da contagem de células brancas do sangue. Nas cobaias, os ciclos tornaram-se, em seguida, “um inwww.paramais.com.br

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Comer menos do que julgar ser necessĂĄrio nunca foi uma prĂĄtica tĂŁo aclamada para frear de vez o envelhecimento

sadores alertam, no entanto, que ainda são necessårios mais estudos sobre o tema e que qualquer intervenção nutricional deve ser realizada apenas sob orientação mÊdica.

Quebrando as cĂŠlulas de gordura

terruptor de regeneraçãoâ€?: alterando as vias de sinalização para as cĂŠlulas-tronco hematopoĂŠticas, responsĂĄveis pela geração de sangue e do sistema imunolĂłgico. “Quando vocĂŞ morre de fome, o sistema tenta economizar energia. E uma das coisas que pode fazer para poupar energia ĂŠ reciclar muitas das cĂŠlulas do sistema imunolĂłgico que nĂŁo sĂŁo necessĂĄrias, especialmente aquelas que podem estar danificadasâ€?, explica Longo. A quantidade de cĂŠlulas diminui, mas a produção dessas estruturas ĂŠ retomada assim que a pessoa volta a se alimentar. A pesquisa tambĂŠm tem implicaçþes para a tolerância Ă quimioterapia e para pacientes com um vasta gama de anomalias do sistema imunitĂĄrio, incluindo distĂşrbios autoimunes. Os resultados de um ensaio clĂ­nico com um pequeno grupo de pacientes em jejum por um perĂ­odo de 72 horas antes da

Benjamin Horne, diretor de epidemiologia cardiovascular e genĂŠtica no Instituto do Coração Intermountain e principal autor de um pesquisa apresentada durante a 74ÂŞ SessĂŁo CientĂ­fica da Associação Americana de Diabetes diz: “Notei que, depois de 10 ou 12 horas, o corpo começa uma limpeza geral em busca de outras fontes de energia para se sustentar. Começa a usar o colesterol LDL das cĂŠlulas de gordura, por exemploâ€?. O LDL ĂŠ conhecido como o colesterol ruim e tratado como um dos fatores de risco para o diabetes. Em pesquisa prĂŠvia para o estudo, em 2011, Horne mostrou que pessoas saudĂĄveis sob um jejum com acesso apenas Ă ĂĄgua durante 24 horas tiveram nĂ­veis de glicose inferiores e perda de peso. “O colesterol subiu ligeiramente, como ocorreu Ă gua com fatia de limĂŁo

quimioterapia mostrou que a interrupção da alimentação pode atenuar alguns dos efeitos nocivos do tratamento. Os pesqui-

em nosso estudo prĂŠvio das pessoas saudĂĄveis, mas notei que, ao longo de seis semanas, os nĂ­veis de colesterol diminuĂ­ram em

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Beba bastante água. Tome pelo menos 12 copos

Maneira infalível para ajudar a fortalecer o sistema imunológico

cerca de 12%, além de uma perda de peso.” Isso porque, provavelmente, a energia usada para sustentar o organismo começou a ser tirada de células de gordura. Esse processo de extração deve ajudar a evitar a resistência à insulina – quando o pâncreas produz muito hormônio, mas as células do organismo não respondem mais a ele. Como é responsável pela regulação de açúcar no sangue, as taxas deixam de ser controladas. “As células de gordura são um dos principais contribuintes para a resistência à insulina. Já que o jejum pode ajudar a eliminar e quebrar as células de gordura, a resistência à insulina pode ser frustrada por ele.” Na visão da endocrinologista Cintia Cercato, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), estudos com jejum intermitente levaram a uma maior perda de peso e, por isso, a melhores índices de glicemia, controle metabólico e as demais taxas que dependem do peso corporal. “O grande problema dessa dieta é não ter estudos a longo prazo que mostrem a manutenção das vantagens encontradas na prática a curto prazo”, observa. Um dos receios de indicar a interrupção da alimentação está em, por exemplo, levar o paciente a 40

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um consumo muito alto de calorias quando ele puder voltar a comer. “A princípio, os trabalhos mostraram uma baixa no peso, mas sem saber se depois haverá algum tipo de adaptação do corpo quando a alimentação for regularizada”, argumenta. A sensação de bem-estar geral faz com que a prática passe a figurar entre as mudanças de estilo de vida indicadas, por exemplo, aos pré-diabéticos, somada à realização de exercícios físicos e à alimentação balanceada

Alterações no cérebro

No jejum intermitente, são alternados ciclos de alimentação normal e de jejum. A prática tem sido usada como estratégia de emagrecimento, embora sejam desconhecidos os efeitos que possam ter para a

saúde. Um trabalho liderado pelo estudante de mestrado Bruno Chausse, do Instituto de Química da Universidade de São Paulo, mostrou que alterações no hipotálamo podem explicar alguns efeitos da dieta, como redução do ganho de massa corporal e baixa conversão energética. Ao analisar amostras do hipotálamo de cobaias submetidas a um regime de 24 horas de alimentação à vontade por 24 horas de jejum, ele detectou aumento na expressão dos neurotransmissores que estimulam o apetite e a conservação de energia. Segundo o pesquisador, embora esse tipo de dieta possa promover redução no ganho de peso e trazer alguns benefícios para a saúde, há também consequências indesejáveis. Uma delas é a alteração do controle do apetite no hipotálamo, o que levou os ratos a ter fome o tempo todo, mesmo quando comiam. Nos dias em que os ratos submetidos ao jejum intermitente puderam se alimentar, ingeriram cerca de 53% da porção diária nas primeiras duas horas do dia e apresentaram taxas metabólicas aumentadas.

As inspirações

Existem diversos motivos que levam uma pessoa a fazer jejum. Confira os dois principais:

Médica Algumas cirurgias eletivas requerem um mínimo de oito horas de jejum pré-operatório absoluto, idealmente 12 horas O jejum pode ser necessário também após os procedimentos cirúrgicos por um tempo variável. Nesses casos, pode ser necessária a nutrição enteral ou a parenteral para suprir as necessidades do doente Religiosa Católicos: A abstinência total ou par-

8 Dicas para um jejum fácil de 24 horas

Dra. Rali Abel

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Beba bastante água. Tome pelo menos 12 copos, e dê preferência a bebidas energéticas geladas com limão e hortelã. Duas horas antes do jejum aumente a taxa de água potável para 4 copos por hora, pelo menos. Fique longe de alimentos muito salgados ou apimentados. Tire os molhos, a pimenta e o excesso de sal de sua dieta, no dia anterior. Coma durante o dia, incluindo na refeição antes do jejum, alimentos leves (facéis de digerir). Contrário do que muitos pensam. Antes do jejum tome “amendoeira” com água. Amendoeira é uma espécie de “Techina” feito de amêndoas e é extremamente útil para evitar a fome e sede. Reduza o consumo de café hoje. Se você é viciado em café, não beba mais de dois copos por dia. A razão é que a queda de cafeína causa dor na cabeça . Se você não preparar-se gradualmente hoje para o amanhã - você pode ter dores de cabeça rápido. Não coma maionese, feijão, grão de bico e bebidas com gás, no dia anterior Não beba durante o dia bebidas doces, que elevam o nível de açúcar. Mais tarde, quando o nível de açúcar cair drasticamente, você vai sentir-se faminto. www.paramais.com.br

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Jejum de água como o nome sugere, é um tipo de jejum onde você abstem-se de todos os alimentos e só consumir água

Valter Longo, professor de gerontologia e ciências biológicas da Universidade de Southern California, também descobriu que dieta pobre em proteínas retarda o Alzheimer

Jejum intermitente

cial de comida e bebida (com exceção da água) não é proposta a pessoas em condições especiais de vulnerabilidade, como crianças, enfermos, viajantes, idosos e grávidas Evangélicos: Creem que, jejuando, a pessoa fica mais forte espiritualmente e resistente ao inimigo e às tentações carnais. Muçulmanos: É praticado durante todo o mês do Ramadã. Da alvorada ao pôr do sol eles não comem e não bebem nada, nem mesmo água

>> Muitas pesquisas mostram que aqueles que comem menos são geralmente mais saudáveis e vivem mais do que aqueles que comem mais. Jejum intermitente é baseado neste princípio. Basicamente, é uma técnica que incorpora um jejum semanal ou quinzenal, em sua rotina. Este método é ótimo, porque ele permite que você colher os benefícios do jejum sem deixar você se sentindo fraco ou privado. Essa idéia pode não parecer muito atraente, mas o fato é que há tonelada de benefícios de saúde para o jejum, e realmente não é tão horrível quanto parece.

Judeus: Fazem jejum no Dia do Perdão (Yom Kippur). Do pôr do sol de um dia ao do outro, não comem e não bebem nada, nem mesmo água Budismo (Buddha Dharma): É muitas vezes um ato de sacrifício pessoal em respeito ao alimento e uma forma de refletir a importância dos alimentos e vícios.

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O novo e maravilhoso mundo dos games Texto Paulo Perrotti*

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m uma visão superficial, seria muito simples reduzir os jogos eletrônicos, ou games como são comumente conhecidos pelos aficionados, a códigos binários que podem ser lidos e decodificados em equipamentos eletrônicos ou qualquer outro tipo de dispositivo assemelhado, tais como os tradicionais computadores ou os mais modernos celulares smartphones, tablets ou consoles próprios de vídeo game, dentre eles os mais conhecidos PlayStation ou XBox. De fato, tecnicamente, os games não passariam de programas de computador que serviriam basicamente para nos divertir e entreter, de uma forma despretensiosa e sem compromisso. Mantendo-se ainda uma abordagem simplista a respeito do tema, chegaríamos à conclusão de que apenas a Lei de Software (Lei 9.609/98) seria o único e exclusivo dispositivo legal adequado para regular os games, em todos os seus âmbitos e circunstâncias. Afinal, é assim que o mercado tradicional de tecnologia encara os jogos eletrônicos: como uma criação composta meramente de códigos fonte, desenvolvida principalmente por empresas de Tecnologia da Informação, personificada em um Software e fruto dos esforços de dezenas de desenvolvedores tecnólogos formados em informática. Entretanto, não é só assim que os mercados mais modernos encaram os games, conforme foi possível constatar na mais recente missão brasileira de desenvolvedores de jogos eletrônicos ao Canadá, liderada pela

Para seduzir o usuário e transportá-lo a um novo mundo de sensações e experiências

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O mercado de jogos eletrônicos, ou games, transcende o mundo da tecnologia, sendo o principal protagonista de uma emergente Indústria do Entretenimento, que envolve também a Cultura, a Arte e a Educação

Abragames e que contou com a participação da Câmara de Comércio Brasil Canadá, com destaque para a participação da delegação em um dos mais renomados e representativos eventos do mundo a respeito do assunto: o MIGS – Montreal International Game Summit. A verdade é que o MIGS evidenciou aos participantes, de uma forma direta e objetiva, as mais diversas e criativas faces do que seria um game. De fato, nos bastidores, são empregados roteiristas, atores, designers, sonoplastas, produtores, psicólogos, pesquisadores e até mesmo advogados, dentre uma enorme gama de profissionais, que visam identificar, estudar, interpretar e codificar as mais diversas formas de emoção e sentimento, traduzindo-as em jogos eletrônicos, com o fim de seduzir o usuário e transportá-lo a um novo mundo de sensações e experiências. Neste panorama, o desenvolvedor de software, como conhecemos, tem uma relevância relativizada, já que são empregados inúmeros tipos de conhecimento e expertise para a concepção de um jogo eletrônico, gerando um ecossistema heterogêneo e propício para a exploração e desenvolvimento de um mercado, cuja sinergia ainda é pouco compreendida no Brasil. Não é difícil constatar que o mercado de games é capaz de gerar e manter os mais diversos tipos de emprego. Trata-se de uma economia limpa,

criativa e sustentável e que desenvolve também subprodutos, tais como o licenciamento de personagens, produções áudio-visuais tais como filmes e desenhos, brinquedos, roupas, colecionáveis e até alimentos. Por isso é que a maioria dos aplicativos eletrônicos mais modernos utiliza uma filosofia chamada “gamification”, ou seja, exploram o uso de técnicas e mecânicas de jogos, como a teoria da diversão e a recompensa positiva, para melhorar em relação às abordagens tradicionais de qualquer tipo de serviço ou aplicação comercial, sobretudo no que se refere a envolver pessoas em processos seletivos e metas de produção, a se familiarizarem com novas tecnologias, agilizar seus processos de aprendizado ou treinamento, desenvolver suas competências e tornar mais agradáveis tarefas consideradas tediosas ou demasiadamente repetitivas. A conclusão é que o mercado de jogos eletrônicos, ou games, transcende o mundo da tecnologia, sendo o principal protagonista de uma emergente Indústria do Entretenimento, que envolve também a Cultura, a Arte e a Educação. O Brasil terá de acompanhar essas tendências, com políticas de incentivo que entendam essas diferentes demandas e criem oportunidades para este novo mundo, que é irreversível e veio para ficar. (*) Sócio no Perrotti e Barrueco Advogados Associados. Consultor e Advogado é PósGraduado em Administração de Empresas e especializado em Direito de Informática e Mercado Financeiro.

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