Pará+ 196

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Revista

Pará+ BELÉM-PARÁ

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ISSN 16776968

EDIÇÃO 196

R$ 8,00

SÃO CAETANO DE ODIVELAS LEVA CULTURA PARAENSE À EUROPA Capa 196.indd 1

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196 - JUNHO - 2018

TRADIÇÃO QUE ATRAVESSA FRONTEIRAS

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Revista

N E S TA E D I Ç Ã O

PUBLICAÇÃO

Editora Círios SS Ltda CNPJ: 03.890.275/0001-36 Inscrição (Estadual): 15.220.848-8 Rua Timbiras, 1572A - Batista Campos Fone: (91) 3083-0973 Fax: (91) 3223-0799 EDITORA CÍRIOS ISSN: 1677-6968 CEP: 66033-800 Belém-Pará-Brasil www.paramais.com.br revista@paramais.com.br

ÍNDICE

ESTÍMULO AO HÁBITO E PRAZER DA LEITURA E ESCRITA NAS ILHAS DE BARCARENA

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XXII FEIRA PAN-AMAZÔNICA DO LIVRO

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DIRETOR e PRODUTOR: Rodrigo Hühn; EDITOR: Ronaldo Gilberto Hühn; COMERCIAL: Alberto Rocha, Augusto Ribeiro, Rodrigo Silva, Rodrigo Hühn; DISTRIBUIÇÃO: Dirigida, Bancas de Revista; REDAÇÃO: Ronaldo G. Hühn; COLABORADORES*: Andreza Gomes, FIMI, IEEM, I-Min Lee, Nuño Dominguez, Rosa Cardoso, OMS, ONU-DESADivisão de População (2018), Ronaldo Hühn, Sarah Storer, Spyce, Universidade Duke Durham FOTOGRAFIAS: Arquivo Alubar, Ascom FCG, Ascom Secult, Carlos Sodré/ Ag.Pará, Elza Lima, Fernando Sette Câmara, FIMI, Google, Márcia Vieira, Progestur, Rai Pontes/Ascom Seduc, TNC DESKTOP: Rodolph Pyle; EDITORAÇÃO GRÁFICA: Editora Círios * Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.

C A PA

XXXI FESTIVAL INTERNACIONAL DE MÚSICA DO PARÁ

16 O PRIMEIRO RESTAURANTE COM COZINHA ROBÓTICA DO MUNDO

28 As invenções que nos aguardam em 2050 Computadores feitos de células humanas vivas

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“Qual é a sua natureza?” Revisão das Perspectivas Mundiais de Urbanização 2018 Engenheiros biomédicos criaram o primeiro músculo humano a partir de células-tronco

FAVOR POR

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“Pássaro”

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Boi Tinga, de São Caetano de Odivelas-Pará, em frente ao Mosteiro dos Jerônimos, no Jardim da Praça do Império, bairro de Belém, em Lisboa-Portugal. Durante o XIII Festival Internacional da Máscara Ibérica. Foto de Márcia Vieira

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O grupo

O espetáculo é fruto de pesquisas sobre o tradicional teatro popular dos Pássaros Juninos

“Pássaro”

Texto *Andreza Gomes Fotos Divulgação

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espetáculo “Pássaros”, do grupo Dirigível Coletivo, com a direção de Rodolfo Sanchez, se apresentou recentemente no teatro Margarida Schivasappa. O espetáculo foi contemplado no edital Pauta Livre do Programa Seiva da Fundação Cultural do Pará. Na homenagem a essa cultura tão rica e pouco valorizada, temos personagens da nobreza que nos levam a sonhar aos moldes dos grandes clássicos. A princesa e o príncipe, que estão apaixonados, mas não conseguem viver esse amor por conta da marquesa, uma feiticeira que pretende não deixar esses dois serem felizes por toda a inveja que sente desse amor. A vilã tem como fiel ajudante um caçador, que apaixonado por ela faz tudo o que ordena, até mesmo matar todos os pássaros da região, que com seu canto ajudam a curar a doente princesa. Entre os quadros da trama temos ainda a matutagem, trazendo a alegria e o riso para essa história tão intensa de amor e vingança. “Pássaro” é uma experimentação entre o gênero “melodrama fantasia” e o formato

“cordão de meia lua”, estruturas típicas deste teatro popular, baseado nas intrigantes histórias de amor, vingança, caçadas, pajelanças e fortes revelações da tradicional brincadeira junina do estado.

O Dirigível Coletivo desenvolve trabalhos cênicos desde 2011 e neste mês de junho completa sete anos de atuação artística e política na capital paraense. Em 2015, fez homenagem aos grupos de pássaros juninos, teatro popular paraense, levando às ruas e palcos o espetáculo “Pássaro”, sob direção de Rodolpho Sanchez, brincante do Pássaro Tucano, da Guardiã Iracema Oliveira. Além de brincante, Rodolpho desenvolve uma pesquisa junto à tradição popular dos pássaros juninos de Belém. “O espetáculo é fruto de pesquisas sobre o tradicional teatro popular dos Pássaros Juninos, com referências literárias, audiovisuais, mas principalmente com quem faz essa manifestação na cidade, como as guardiãs Iracema Oliveira, do Grupo Junino Tucano, e Laurene Ataíde, do Cordão de Pássaro Colibri de Outeiro. No espetáculo, os atores cantam, tocam e contam uma história de amor e de resistência da identidade amazônida”, declara o diretor Rodolpho Sanchez.

O Dirigível Coletivo desenvolve trabalhos cênicos desde 2011 e neste mês de junho completa sete anos de atuação artística

A Cidade Limpa, empresa de proteção ambiental opera a 19 anos no Estado do Pará e está devidamente licenciada pelos órgãos competentes: SEMA, IBAMA, ANVISA, CAPITANIA DOS PORTOS, CREA-PA, Corpo de Bombeiros e Prefeitura Municipal de Belém. A empresa está apta a dar destinação final, de forma correta a resíduos industriais líquidos, pastosos e sólidos, além de resíduos hospitalares.

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Tradição que atravessa fronteiras Fotos FIMI, Marcia Vieira, Progestur

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radição que atravessa um século no nordeste do Pará, os bois de máscara da Cidade de São Caetano de Odivelas, se tornaram uma importante expressão cultural no município e no cenário mundial recentemente, em maio deste ano, em Portugal. O “Boi Tinga”, mais antigo, representou o Estado do Pará e o Brasil no XIII FIMI Festival Internacional de Mascaras Ibéricas, em Lisboa-Portugal, junto com as bandas centenárias da região – Rodrigues dos Santos e Milícia Odivelense. No dia 08 de maio de 2017, o Prefeito de São Caetano de Odivelas, Mauro Chagas, assinou o Protocolo de Geminação entre as cidades irmãs, na Câmara Municipal de Odivelas Portugal, aprovada por unanimidade entre as duas cidades São Caetano de Odivelas-Brasil – colonizada por jesuítas vindo de Portugal no século XVI e Odivelas-Portugal, no proposito se tornarem mais próximas e consistirem em diálogos e parcerias diretas no desenvolvimento cultural, gastronômica, turístico e econômico de ambas as partes. Na oportunidade, foi conhecido a realização do Festival Internacional da Máscara Ibérica – FIMI, e de imediato, iniciou-se um trabalho em equipe com Portugal, para garantir a participação de São Caetano de Odivelas na 13ª edição do Festival, contando com o total apoio do Vice-Cônsul de Portugal em Belém, Dr. Francisco Brandão. A participação de São Caetano de Odivelas, só foi possível e concretizada através da sensibilização do Governador Simão Jatene, com um olhar voltado para a prestigiosa cultura, autorizando o apoio à ida da comitiva paraense, ao XIII FIMI, em Portugal.

Ao centro, o prefeito de São Caetano de Odivelas, Mauro Chagas (Macalé), e o Vice-Cônsul de Portugal em Belém, Francisco Brandão, junto com a comitiva paraense, no aeroporto, antes da viagem à Portugal

São Caetano de Odivelas faz parte do polo Turístico Amazônia Atlântica, está a 106 km da capital Belém, na Mesorregião do Nordeste Paraense. É caracterizado pelos cortejos de boi de mascaras, com sua alegres e coloridas indumentárias que saem pelas ruas da cidade no mês de junho e no carnaval, bem original das maiores expressões de cultura popular também considerado como a Terra do caranguejo e da pesca esportiva. “É com muito orgulho que venho agradecer ao meu povo pela brilhante representação em Portugal. Não representamos somente o nosso Município, representamos como verdadeiros patriotas, mostrando o que temos de mais rico, nossa Cultura, nossa primeira etapa foi o FIMI e em seguida o I encontro das culturas Odivelenses”, assegurou Mauro Chagas (Macalé) Prefeito de SCO, que acompanhou efetivamente toda a comitiva na viagem.

Assinatura do Protocolo de Geminação, em Odivelas-Portugal Comitiva de São Caetano de Odivelas na Embaixada do Brasil em Lisboa, com o Embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado

Na cerimônia da assinatura do Protocolo de Geminação das Odivelas-Portugal e Belém

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A comitiva paraense com Presidente da Câmara de Odivelas-Portugal, Dr. Hugo Martins www.paramais.com.br

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XIII Festival Internacional da Máscara Ibérica

O Boi Tinga no XIII Festival Internacional da Máscara Ibérica

Ia começar o desfile no XIII FIMI O Boi Tinga e o Pierrô remista, no XIII Festival Internacional da Máscara Ibérica

Os Pierrô em plena animação

Membros do Boi Tinga dançam durante uma apresentação no Jardim da Praça do Império durante o XIII Festival Internacional da Máscara Ibérica em Lisboa, Portugal www.paramais.com.br

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Durante todo os quatro dias do 3º fim-de-semana de Maio, pessoas de máscaras e fantasias foram às ruas do Jardim da Praça do Império, Bairro de Belém, em Lisboa-Portugal, para celebrar laços históricos e culturais entre as regiões espanhola e portuguesa. Este festival de quatro dias retrata a cultura ibérica e dá a todos os participantes a oportunidade de sentir a sua essência. A máscara serve como o elemento-chave e o tema central subjacente à ideia do encontro. Mesmo que as tradicionais máscaras pagãs variem por toda a Península Ibérica, elas ainda nos lembram das raízes comuns das culturas espanhola e portuguesa. O festival acontece anualmente desde 2006. Todos os anos, o número e a seleção das regiões envolvidas são diferentes. Mas a ideia principal permanece a mesma – reunir toda a península e aumentar a consciência de sua cultura e tradição únicas. Dezenas de bancas apresentam a comida local – vinho, queijo, chocolate e outros produtos. Além disso, os visitantes podem descobrir artesanato, assistir a concertos, performances e workshops, ouvir música étnica e participar do concurso de fotografia. Independentemente da atividade que você deseja participar, a entrada é gratuita. O destaque do festival é o Desfile da Máscara (Desfile da Máscara Ibérica). Por algumas horas, as ruas de Lisboa se transformam em um rio colorido e festivo – você pode se encontrar no coração de uma festa sem fim, onde todos dançam ao som da música étnica. Quando o desfile para, isso não significa que a celebração acabou: concertos noturnos e apresentações tomam sua vez para entreter as multidões. Este ano, os países convidados foram o Brasil e a Irlanda É a segunda vez que o certame se realiza no Jardim da Praça do Império, onde os monumentos de Belém serviam de pano de fundo e proporcionavam um contraste interessante com as tradições rurais. A interação com o público continuou a ser um dos pontos fortes deste festival. A música e a dança também estavam sempre presentes.

O Cabeçudo de São Caetano, em Belém, Lisboa Pará+

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As tradições ancestrais do XIII FIMI, foram apresentadas através de uma programação variada que, além da gastronomia, artesanato e concertos, teve como ponto alto o grande desfile da Máscara Ibérica com 32 grupos de máscaras e centenas de participantes. O desfile este ano contou com o Boi Tinga, do Brasil e os The Mummers, da Irlanda que se juntaram aos grupos estreantes Gigantones e Cabeçudos de Viana do Castelo, Máscaras de Oviedo (Astúrias), Merdeiros de Vigo (Vigo) e El Carnaval del Toro Morales de Valverde (Zamora). Os concertos no Palco Ibérico voltaram a trazer ritmos folk de raiz tradicional europeia, combinados com outros elementos de fusão, desta vez com as atuações, dos Bregia (Irlanda) e Oscar Ibáñez & Tribo (Espanha) e os concertos dos grupos Toques do Caramulo (Portugal), e Realejo (Portugal) que encerraram o cartaz. Paralelamente ao Festival Internacional da Máscara Ibérica, realizou-se, pela primeira vez, ciclos de debates (no Museu Nacional de Arqueologia) e de cinema (na Casa da América Latina), o Festival Popular (do projeto EU-LAC MUSEUS) e a Noite do Museus. O Festival Internacional da Máscara Ibérica, é um Projecto cultural com uma importante marca identitária que recupera as tradições pagãs das máscaras num diálogo entre tradição, inovação e turismo, do qual resulta um festival único na Europa. Cabeçudos e Pierrôs, levados pelo Boi-Bumbá, se misturam ao povo numa explosão de ritmos, cores e alegria. Além do Boi Tinga, os pierrôs com máscara de nariz enorme, macacão; e os cabeçudos, ou preás, com suas cabeças enormes, desproporcionais ao corpo, feitas de papel machê, encobrindo o brincante, vestido de terno preto. Da cabeça saem mãos e braços de mentira, muito engraçados. Além do uso das máscaras, o que difere o boi de São Caetano de Odivelas de outras brincadeiras de boi, é o fato de ele ser quadrúpede — dois brincantes, chamados de tripas, lhe dão vida — e de não haver enredo pré-estabelecido. No boi de máscaras não há ensaio ou competições. O folguedo é marcado pela espontaneidade, ludicidade e improvisação.

Boi Tinga frente aos Jerônimos

As ruas do Jardim da Praça do Império, em Belém, Lisboa, se transformaram em um rio colorido e festivo

Mazcaritos D’Uviéu Las Pantallas de Xinzo de Lima

Gigantes de Viana do Castelo

Durante o desfile do Boi Tinga

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I Encontro das culturas odivelenses em Caneças

Em frente ao Mosteiro dos Jerônimos, no XIII FIMI

Comitiva de São Caetano De Odivelas do Pará, em visita à Nazaré

Em frente ao Mosteiro dos Jerônimos, no XIII FIMI

Comitiva liderada pelo Prefeito de São Caetano de Odivelas, Mauro Chagas, em visita aos Paços do Concelho da Nazaré, onde foi recebido pelo Presidente da Câmara, Walter Chicharro

Durante a visita aos Paços do Concelho da Nazaré

O Presidente da Câmara da Nazaré, Walter Chicharro e o Prefeito de São Caetano de Odivelas, Mauro Chagas www.paramais.com.br

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Uma comitiva liderada pelo Prefeito de São Caetano de Odivelas (Brasil), Mauro Chagas, acompanhado pelo Boi de Máscara, grupo que participou no Festival Internacional da Máscara Ibérica (FIMI), realizou, uma visita aos Paços do Concelho da Nazaré, onde foi recebido pelo Presidente da Câmara, Walter Chicharro. O culto a Nossa Senhora da Nazaré e a visita de conhecimento à vila portuguesa para onde se deslocam cada vez mais surfistas (especialmente durante a época de ondas grandes) e turistas brasileiros (é a primeira nacionalidade de visitantes ao Forte da Nazaré e os terceiros aos balcões de informação turística, segundo dados 2018 dos Postos de Turismo locais) foram algumas das razões desta visita. O Prefeito veio apresentar os cumprimentos da sua terra. O Presidente da Nazaré retribuiu, e fez uma breve apresentação de aspetos económicos que têm estado a promover o desenvolvimento da vila, nomeadamente as tradições (religiosas e etnográficas) e o surf de ondas grandes, pelo qual voltou a figurar no Guinness World Records, com uma onda surfada por Rodrigo Koxa. A cidade de São Caetano de Odivelas (com 18 mil habitantes) é vizinha de Belém do Pará (Estado do Pará), cidade onde se realiza um dos maiores cultos religiosos do Brasil, dedicado a Nossa Senhora da Nazaré, e cuja origem foi dada pela Nazaré (Portugal). Aquele culto atrai mais de 2,5 milhões de pessoas ao Círio que se realiza em outubro. Esta comitiva brasileira deslocou-se a Portugal para participar no 13º FIMI e estreitar laços culturais com Odivelas (Portugal), com quem está geminada. Antes do regresso a casa, deslocou-se à vila que deu origem ao “Círio de Nazaré”, um ícone do segmento turístico religioso do Pará e da Amazônia. Pará+

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Como parte das ações do projeto Catavento, a tradicional participação dos professores envolvidos na XXII Feira Pan-Amazônica do Livro

Estímulo ao hábito e prazer da leitura e escrita nas ilhas de Barcarena Fotos Arquivo Alubar

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embro de quando o projeto foi lançado e eu estava na escola olhando o barco chegar juntamente com o baú que contém os livros. Tínhamos uma expectativa sobre o que iria acontecer dali pra frente. Passados aos anos, posso dizer que o projeto na verdade superou tudo o que esperávamos”. O depoimento é do professor Marcelo Costa, da Escola Municipal João Pantoja de Castro, localizado na Ilha Arapiranga, em Barcarena. Marcelo é um dos 78 educadores envolvidos no Projeto Catavento. A iniciativa é realizada em 30 escolas ribeirinhas de Barcarena com o objetivo de incentivar o hábito e prazer da leitura entre 1452 alunos da educação infantil ao 5º ano, em salas multisseriadas. O projeto é realizado pela Alubar, empresa líder na América Latina na fabricação de cabos elétricos de alumínio para linhas de transmissão e distribuição de energia e produtora de cabos elétricos de cobre de baixa e média tensão para instalações civis, industriais e de energia renovável. O Catavento conta ainda com o apoio da Secretaria Municipal de Educação e Desenvolvimento Social de Barcarena (Semed).“Temos um orgulho muito grande de realizar este projeto. A Alubar entende que é preciso educar. 10

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56 histórias inspiradas pelas famosas fábulas de Esopo, Fedro, La Fontaine e Monteiro Lobato e reescritas pelos alunos e professores www.paramais.com.br

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Que estes jovens podem fazer a diferença no futuro”, relata Maurício Gouvea, Diretor Executivo da Alubar Metais e Cabos, que acredita no poder de transformação da iniciativa no futuro das crianças e adolescentes. “O Catavento já possui dois livros lançados e quem sabe daqui a 10 anos estes mesmos alunos não virem grandes escritores e ganhem prêmios? No momento atual do Brasil, iniciativas que valorizem a educação, o professor, o aluno, são fundamentais para que possamos transformar a nossa sociedade”, afirma Maurício. O Catavento é trabalhado de forma anual, período no qual o projeto estabelece um tema que será trabalhado durante as oficinas de formação com os professores. A ideia é que os educadores trabalhem esse tema com os alunos e despertem neles, além do hábito da leitura, a produção de conteúdos, como poemas, prosas, sonetos ou peças teatrais. Nas capacitações, os professores aprendem com um arte-educador a como contar histórias relacionadas aos temas, utilizando técnicas teatrais, como montagem de cenário e confecção de máscara. A professora Gésica Cristina de Lima, que dá aula para alunos do Ensino Infantil na Escola Municipal Ilha Macaco, sediada na Ilha Macaco, participou de umas das formações e diz que estava ansiosa por participar das oficinas e repassar tudo para os alunos. “Eu já conhecia o Catavento a partir do que os demais professores falam. Comecei ano passado no projeto e espero aprender muito. Hoje já venho trabalhando alguns poemas com meus alunos”, conta Gésica,

Ciranda dos Baús

Além da formação, as escolas envolvidas recebem um baú com livros e jogos educativos e participam do tradicional evento de celebração de resultados: a Ciranda dos Baús. O encontro permite interação entre as escolas e dá a oportunidade para que os alunos apresentem suas produções em cima do tema trabalhado, em sala de aula. Para o professor e coordenador pedagógico da SEMED, Roberto Carlos Dias dos Anjos, participar do Catavento é um privilégio. “Ser professor é um vício. É que nem quando tomamos açaí. Falamos que vamos parar, mas não conseguimos e continuamos. Muitas vezes a nossa profissão não é respeitada e vemos que a Alubar nos respeita. A realização do projeto é uma prova disso. Então a gente se sente muito orgulhoso de participar de uma iniciativa que já ganhou prêmios e já deixou algo para a prosperidade, que são os dois livros lançados pelos alunos”, diz Roberto.

Processo de aprendizado da criança de acordo com a realidade dela, principalmente das que moram nas comunidades ribeirinhas

Livros

O projeto Catavento também se tornou um projeto de incentivo à escrita. No ano de 2013, em um trabalho de cocriação entre coordenadores, professores e alunos, foi lançado o livro “Projeto Catavento: contando as histórias que nos contaram – lendas, mitos e contos de assombração”. A publicação traz 46 histórias inéditas sobre mitos, lendas e contos de assombração da Amazônia. Em 2017, também com a cocriação de todos os envolvidos na iniciativa, foi lançado o segundo livro, intitulado “Projeto Catavento: contanto as histórias que nos contaram – fábulas”, com 56 histórias inspiradas pelas famosas fábulas de Esopo, Fedro, La Fontaine e Monteiro Lobato e reescritas pelos alunos e professores.

Feira do Livro

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E como parte das ações do projeto Catavento, já é uma tradição a participação dos professores envolvidos na Feira Pan-Amazônica do Livro, evento reconhecido como o maior de fomento à leitura do Pará e o terceiro no Brasil. E este ano não poderia ser diferente. Para a XXII edição da Feira, Catavento está programando a ida dos professores para participação em oficinas, visitações ao estande e troca de experiências. “Nós sempre buscamos proporcionar este momento como uma maneira para que eles possam buscar novos conhecimentos”, explica Márcia Campos, Coordenadora de Projetos Sociais da Alubar. Pará+

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XXII Feira Pan-Amazônica do Livro O autor homenageado nesta edição da Feira do Livro, o paraense Age de Carvalho, participou do seminário “Todavia, todavia”, falando sobre a carreira e o atual cenário literário

Feira Pan-Amazônica do Livro é um momento de celebração da cultura e de outras manifestações artísticas

No seminário “Age de Carvalho: Todavida, todavia”

Durante programação do Encontro Literário

Fotos : Ascom Secult, Carlos Sodré/ Ag.Pará, Elza Lima, Fernando Sette Câmara, Rai Pontes/Ascom Seduc

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conteceu no Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, o maior evento de fomento à leitura das regiões Norte e Nordeste do Brasil, iniciou com a Conferência de Abertura “Colômbia Renasce”, alusiva ao país homenageado, com a participação do cônsul da Colômbia em Manaus (AM), José Gilberto Florez, e do jurista, professor e consultor colombiano Pietro Alarcon, abordando o processo de superação de crises sociais e políticas. Foram expostas as experiências com políticas governamentais e pactos sociais no enfrentamento de crises, como os altos índices de violência. O escritor patrono do evento, o paraense Age de Carvalho, participou do encontro sobre sua poesia e história no seminário “Todavia, todavia”, quando falou sobre a carreira e sobre o atual cenário literário.

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“É uma grande alegria e uma grande honra ter recebido essa homenagem, que foi algo inesperado. Uma surpresa de amigos”, disse. Age de Carvalho garantiu ser um prazer fazer as apresentações na Feira do Livro ao lado de profissionais e amigos. “ O primeiro deles é um encontro com o André Vallias e a design Maiara Guimarães, professora da UFPA (Universidade Federal do Pará), com quem tenho vários trabalhos em contribuição. Também participou de uma homenagem a Rosângela Darwich, poeta paraense, no lançando seu novo livro”. Para o titular da Secult, Paulo Chaves, a união de várias instituições do Governo Estadual garantiu a realização da Feira.

Age de Carvalho garantiu ser um prazer fazer as apresentações na Feira do Livro ao lado de profissionais e amigos

O escritor português Valter Hugo Mãe abriu a programação do Encontro Literário e destacou a oportunidade proporcionada pela Feira do Livro de encontrar seus leitores da Amazônia www.paramais.com.br

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Mesmo com a paralisação dos caminhoneiros, a Feira foi realizada. No total – 131 empresas participaram diretamente do evento, com cerca de 300 empregos diretos. R$ 4 milhões de reais em Credlivro para cerca de 20 mil servidores de 10 regiões do estado. O estande de escritores paraenses somou cerca de 300 autores de 14 municípios. Cláudio Cardoso, autor e coordenador do espaço há 7 anos, afirma que foram quase 18 mil livros no estande. “Serão de 1.200 a 1.300 títulos disponíveis para venda. Tinha autor que tem 20 títulos”, afirma o autor. A abertura do evento, atraiu mais de 35 mil pessoas.

Mesa redonda abordou a formação educacional indígena

Encontro Literário

O escritor português Valter Hugo Mãe, um dos mais conceituados da atualidade, foi responsável pela abertura da programação do Encontro Literário. Sobre o evento, Valter Hugo ressaltou o aspecto informal da conversa acerca de seu trabalho. “Esta é uma excelente oportunidade de encontrar os meus leitores da região amazônica, de onde eu recebo muitas mensagens de carinho, e uma oportunidade de responder perguntas específicas do público em um grande diálogo” disse o escritor.

O acesso à leitura da partitura musical por meio das pontas dos dedos para a Pessoa com Deficiência Visual (PcD) – Musicografia Braille, esteve em exposição no estande da Seduc

Por sua obra, Valter Hugo Mãe já recebeu os prêmios Almeida Garrett, 1999; Prêmio Literário José Saramago, da Fundação Círculo de Leitores, Lisboa, 2007, e Grande Prêmio Portugal Telecom de Literatura - Melhor Romance do Ano, São Paulo, em 2012.

No lançamento do Caderno Pedagógico - Espaço Acolher, uma publicação lúdica sobre conscientização, prevenção e para mobilização da sociedade no enfrentamento aos acidentes com eixo de motor de embarcações nos rios da Amazônia, que provocam o escalpelamento

No auditório Benedito Monteiro, do Hangar, estudantes das escolas estaduais Antônio Gondin Lins, Lucy Corrêa Araújo e Dom Alberto Gaudêncio, integrantes da USE 13, participando de Gincana Literária

Seminários No seminário “Age de Carvalho: Todavida, todavia”, o poeta paraense abordou a prática da publicidade, do jornalismo e do design gráfico, e a influência em sua obra. Da mesa participaram o publicitário Rosenildo Franco e a estudiosa da obra do poeta, a professora Lívia Barbosa, da Universidade Federal do Pará (UFPA). No seminário “Maio de 1968, insurgências Políticas, Culturais e Artísticas”, os professores Francisco Foot Hardman, Ernani Chaves, Jean-François Deluchery e o cartunista paraense Walter Pinto discutiram a onda de protestos na França, que teve início com manifestações estudantis e operárias, e completaram 50 anos em 2018. Os estudiosos repercutiram as ideias filosóficas de pensadores como Michel Foucault, o francês que utilizou o movimento de 1968 como base e causou grande impacto na filosofia. A França pós-guerra foi marcada pelo existencialismo, o que resultou em uma revolução de costumes, trazendo à sociedade a discussão sobre sexualidade e outros temas relacionados ao comportamento social.

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Estímulo à leitura Debates sobre a literatura para jovens e crianças estiveram em pauta no Seminário de Literatura Infantil e Juvenil da UFPA, intitulado “Esperançando com leitores na Pasárgada Literária”. O evento reuniu pensadores para falar sobre as especificidades da imagem e da palavra na literatura infantil e juvenil. Com abordagens que passam por políticas de acesso ao livro, estímulo à formação de novos leitores e o ato de ler, o evento teve o objetivo de reunir pessoas que falem sobre livros e literatura para crianças, jovens outros segmentos. A coordenadora do projeto, professora Elizabeth Orofino Lucio, ressaltou que o Seminário é multidisciplinar porque a literatura tem essa característica. “Com este evento buscamos estimular a formação de comunidades de leitores e de pessoas que falem sobre literatura de maneira mais ampla”, informou.

Estande da Seduc na XXII Feira Pan-Amazônica do Livro, no Hangar

Música

Os ritmos musicais – colombiano cúmbia os latinos, merengue, salsa e zouk, e nossa famosa guitarrada estiveram presente na abertura da mostra Pan-Amazônica de Música, no palco do auditório Benedito Nunes, com o show “Vozes da Fronteira”, com o grupo Los Latinos e o grupo de carimbó O Som do Pau Oco.

O sucesso da XXII Feira Pan-Amazônica do Livro foi comemorado pelo secretário de Estado de Cultura, Paulo Chaves

Encerramento

Os ritmos caribenhos abriram a programação musical da Feira do Livro com o show “Vozes da Fronteira”, que reuniu no auditório Benedito Nunes os grupos Los Latinos e O Som do Pau Oco

SOLUÇÕES:

A autêntica guitarrada paraense e a sensualidade dos ritmos latinos marcaram o encerramento da XXII Feira Pan-Amazônica do Livro, que recebeu cerca de 400 mil pessoas, que tiveram à disposição 219 estandes, 450 editoras e 750 mil exemplares à venda. Mais de 18.400 pessoas visitaram as atividades técnico-científicas e auditórios; 800 pessoas prestigiaram o “Ponto do Autor”, e 393 escolas de 37 municípios marcaram presença. A Feira Pan-Amazônica do Livro ofereceu, ainda, mais de 20 oficinas gratuitas, além de seminários, com foco na literatura da América Latina e da Colômbia.

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Programação lúdica, que inclui jogos e brincadeiras, atraíram ao estande da Seduc crianças e adultos Corredores repletos...

Adultos, geralmente acompanhados de jovens e crianças, percorreram estandes e demais espaços da Feira, aproveitando palestras, debates, jogos, lançamentos e as atrações culturais

Durante a programação, foi realizado também o I Encontro Pan-Amazônico de Bibliotecas, organizado pela Fundação Cultural do Pará (FCP), e o Seminário da Pan-Amazônia Leitura, Práticas de Leitura e Bibliotecas na Pan-Amazônia, organizado pela Unamaz. Cerca de 95 mil títulos foram apresentados para exposição e os segmentos mais procurados foram juvenil, negócios/técnicos e universitários, além de autoajuda, romances, literatura colombiana, autores convidados e autores paraenses. Os títulos mais procurados foram “O Mistério da Montanha” (autoajuda), de Paulo Debs, “Hippie - Autobiografia”, de Paulo Coelho, livros de Gabriel Garcia Márquez, “Textos cruéis demais para serem lidos rapidamente” (poesia), de Anália Moraes, “História das Mulheres no Brasil” (história), de Mary Del Priore e “Extraordinário” (romance), de R. J. Palado. Segundo a coordenadora do projeto Livro Solidário, Carmen Palheta: “A gente saí de mais um Sarau com a sensação de que uma semente foi plantada e que se transformou nesse grande evento envolvendo escolas, organizações socais e o governo do Estado”, pontuou. Palheta acredita que “a leitura é um instrumento de cidadania e inclusão social e, sobretudo, que faz releituras de vidas”.

Jovens e adolescentes levaram para o palco o que de melhor produziram em cima das obras indicadas para leitura dos escritores Paulo Maués, Daniel Leite, Mary Del Priore, Celso Antunes e Milton Hatoum.

O Sarau Literário na Escola Municipal Senador Álvaro Adolfo foi buscar em obras do escritor paraense Paulo Maués a inspiração para envolver os alunos no universo da literatura

A coordenadora da Feira do Livro, Andressa Malcher, classificou a experiência do Sarau Literário como profícua. “Estamos extremamente felizes. Há quatro anos iniciamos essa parceria com a IOE e é uma alegria muito grande para a Secult poder dividir essa oportunidade de levar os escritores para dentro das escolas.

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Juntando o Livro Solidário com a Pan nas escolas, a gente realiza esses momentos fabulosos. O grande mote do Sarau Literário, assim como a própria Feira do Livro, é o incentivo à leitura, criar o hábito da leitura, principalmente entre os jovens”, disse Andressa.

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A estreia mundial da cantata “Icamiabas” e a execução da primeira sinfonia de Mahler marcaram o concerto de encerramento do XXXI Festival Internacional de Música do Pará (Fimupa), no domingo à noite, no Theatro da Paz.

Termina mostrando a importância do ensino musical no estado

Concerto da Banda Sinfônica do XXXI Festival, que este ano foi conduzido pelo maestro norte americano Darrel Brown

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estreia mundial da cantata “Icamiabas” e a execução da primeira sinfonia de Mahler marcaram o concerto de encerramento do XXXI Festival Internacional de Música do Pará (Fimupa), no domingo à noite, no Theatro da Paz. A música, de autoria do compositor João Gulherme Ripper, buscou inspiração num poema de João de Jesus Paes Loureiro sobre as guerreiras do Amazonas que formavam uma tribo exclusivamente feminina. “Icamiabas” foi interpretada pela soprano portuguesa Carla Caramujo, pelo violoncelista norte-americano Jed Barahal e pelas cordas da Orquestra Sinfônica do XXXI Fimupa, com regência do maestro Tobias Volkmann. Após a execução da música, o compositor e escritor foram chamados ao palco e saudados pelo público. Paes Loureiro se emocionou ao falar sobre o resultado de ver seu poema musicado. Regência do maestro Tobias Volkmann

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“Ouvir pela primeira vez as Icamiabas e a música do Ripper foi muito emocionante. O resultado que o Ripper conseguiu com seu talento e sua criatividade excepcional foi de primeira linha. Ao irmanar poesia e música, ele fez com que o poema adquirisse uma forma cênica musical inesperada e de grande força e brilhantismo. Espero um dia ter esse trabalho gravado para ouvir toda vez que tiver vontade”. Para os músicos, foi uma grande experiência. “Vale a experiência de você estrear uma obra mundialmente. Fica para o resto da vida no seu currículo”, disse a regente Maria Antonia Jimenez, responsável pela preparação do coro feminino do Festival.

Com mais de 80 músicos no palco, a Orquestra do XXXI Fimupa reuniu grandes instrumentistas brasileiros e de várias partes do mundo, como o italiano Alberto Bocino, os portugueses do Toy Ensemble e os brasileiros do Quinteto Villa-Lobos, Radamés Gnattali e Quinteto Porto Alegre, além de estudantes e professores do Instituto Estadual Carlos Gomes. Além das orquestras e bandas, o festival também teve um dia dedicado às óperas. Foram encenadas as montagens “Domitila”, de João Guilherme Ripper, e o “Doido e a Morte”, do compositor português Alexandre Delgado. As montagens encantaram crianças como a Camila, de 9 anos, que estuda violoncelo e integra o Coro Itacy Silva, do IECG. “Eu achei muito bacana, engraçada e muito bonita. Espero um dia participar de um espetáculo como esse”, sonha a jovem musicista. O Festival também destacou o trabalho feito na Academia com a realização do I Simpósio de Musicologia do IECG, que reuniu grandes nomes da pesquisa em música e promoveu o lançamento de livros da professora russa Svetlana Boukchtaber. “Ela foi responsável pela inauguração do bacharelado em música no IECG. Graças à professora Svetalana nós entendemos que a formação acadêmica é tudo e graças a isso fomos cristalizando os festivais, onde a qualidade artística é consequência do trabalho acadêmico. www.paramais.com.br

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Fotografia: Tereza e Aryanne Fotografia

Texto *Rosa Cardoso Fotos Ascom FCG


O produto final, que o público vê no palco, é resultado das oficinas, dos cursos, simpósios e masterclass”, destacou Paulo José Campos de Melo, superintendente da FCG. Com forte tradição de bandas, o festival mais uma vez destacou esse trabalho, com a participação de jovens que integram bandas sinfônicas do interior e vieram a Belém para assistir e também tocar nos concertos. Alguns viajaram 27 horas para chegar à capital e se apresentar no Theatro da Paz. Foi o caso da Orquestra Filarmônica de Santarém e da Banda Municipal José Agostinho, que encantaram o público ao apresentar tanto o repertório erudito como os ritmos paraenses, como o carimbó. “A viagem foi muito cansativa, mas subir nesse palco foi muito emocionante. É uma coisa muito especial para nós todos”, contou Katrine Maia, de 21 anos, que toca viola na orquestra de Santarém. Sessenta e oito músicos do município, que fica no oeste do Pará, tocaram pela primeira vez no Festival. “São mais de cinco décadas preservando a cultura de Santarém com apresentações contínuas na nossa cidade. Para nós foi uma honra, foi a realização de um sonho. Foi um evento fantástico, destacou Adisson Wender, diretor das sinfônicas”. A professora Tirza Moraes, da escola de música Daniel Nascimento, em Paragominas, levou seus alunos para assistir ao concerto da Banda Sinfônica do XXXI Festival, que este ano foi conduzido pelo maestro norte americano Darrel Brown.

A música, de autoria do compositor João Gulherme Ripper, buscou inspiração num poema de João de Jesus Paes Loureiro sobre as guerreiras do Amazonas que formavam uma tribo exclusivamente feminina. “Icamiabas” foi interpretada pela soprano portuguesa Carla Caramujo

Além das orquestras e bandas, o festival também teve um dia dedicado às óperas. Foram encenadas as montagens “Domitila” (foto), de João Guilherme Ripper, e o “Doido e a Morte”, do compositor português Alexandre Delgado

Quarteto de Cordas da Venezuela

“A escola de música tem uma relação longa com a Fundação Carlos Gomes, a prefeitura cedeu o ônibus e graças a isso nós viemos prestigiar os nossos alunos que estão tocando”. Com o tema “Amazônia, música para o mundo entre guerreiras e Titans”, o XXI Fimupa homenageou mestres da música erudita e destacou a música brasileira contemporânea com recitais, concertos e shows que reuniram grandes talentos nacionais, como a cantora Monica Salmaso e o maestro Nelson Ayres. “O Brasil não tem essa tradição de coisas que se mantém, desse nível, que traz músicos do mundo inteiro. Isso é o Brasil que a gente gosta e fazer parte disso é uma experiência muito emocionante, principalmente com uma orquestra jovem, com uma molecada a fim de fazer. Então, é muito gostoso fazer música brasileira num festival tão brasileiro como esse aqui”, destacou Ayres durante a apresentação da Orquestra Popular do XXXI Fimupa no Theatro da Paz. Para a maioria dos artistas que estiveram em Belém durante uma semana, foi uma grande emoção subir ao palco do Theatro da Paz. “É um dos teatros mais lindos que já vi na vida e toda vez que tenho a possibilidade de vir aqui a felicidade é total. Muito obrigada”, agradeceu a cantora Mônica Salmaso, que fez duas apresentações na capital.

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Fotografia: Tereza e Aryanne Fotografia

(*) Assessoria de Comunicação FCG

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“Qual é a sua natureza?”

Viajantes ganham mais um motivo para fotografar belezas naturais. Concurso da maior organização ambiental do mundo estimula fotógrafos amadores e profissionais a compartilhar sua visão sobre a fauna e a flora do planeta

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a era das selfies e dos registros imediatos, a maior organização ambiental do mundo, a The Nature Conservancy (TNC), está lançando um desafio global para estimular o olhar atento para as paisagens naturais. O concurso “Qual é a sua natureza?”, que já está aberto para inscrições, tem como objetivo inspirar o maior número possível de pessoas a apreciar a beleza e o bem-estar que o meio ambiente nos proporciona. “Para quem curte fotografar as belezas naturais dos lugares que visita, o concurso é um motivo a mais para observar com carinho as paisagens e aquilo que elas têm de único. Queremos convidar fotógrafos amadores e profissionais a mostrar a importância do contato com o meio ambiente e, com isso, provocar emoções e reflexões em um público diversificado”, explica Erik Lopes, coordenador do concurso da TNC no Brasil. As categorias do concurso são: jovens fotógrafos (18-25 anos), pessoas e natureza, natureza em cidades, vida selvagem, aventura e mundo subaquático, além da premiação global, que reconhece o melhor entre em todas as outras categorias. As inscrições podem ser feitas até 31 de maio, pelo site www.tnc.org.br. Um júri fará a seleção das 18

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melhores fotos em cada categoria, mas o público geral também poderá escolher sua imagem preferida, em uma votação virtual. Os prêmios para os autores das melhores fotos incluem câmeras profissionais, vale-compras e divulgação nas redes sociais da TNC. Para incentivar a participação dos brasileiros no concurso, os perfis da TNC Brasil no Facebook (TNCBrasil) e no Instagram (tncbrasil) vão publicar fotos de algumas das mais belas paisagens naturais do país e informações sobre a competição. Dicas para

Dicas para fotografar a natureza Um bom repelente, bastante água e muita disposição costumam ser itens indispensáveis para quem quer conhecer - e fotografar – belas paisagens naturais. Enquanto alguns viajantes esperam horas até obter a imagem perfeita, outros preferem registrar a vista de forma mais casual. Em qualquer caso, essas dicas podem ajudar você a traduzir toda a beleza dos lugares que você visitar.

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1 - Conheça bem a sua câmera e os recursos disponíveis Celular, câmera “point and shoot” ou equipamento profissional? A escolha depende do quanto você está disposto a investir e do peso que pretende carregar. Qualquer seja sua escolha, o importante é conhecer bem o seu equipamento. Que tal brincar um pouco com as opções que o aparelho oferece, antes de viajar, para se familiarizar com elas?

Use filtros para reduzir os reflexos. O uso do flash da câmera também irá ajudá-lo na iluminação de áreas com sombra a uma pequena distância. Na dúvida, leve um tripé. Não arrisque perder belas fotos pela falta de equipamento. Mas, lembre-se que em trilhas, os recursos em excesso podem atrapalhar. Smartphones e tablets podem garantir uma bela sessão de fotos e oferecem praticidade no uso de aplicativos.

2- Planeje o passeio antes de iniciá-lo

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É preciso estar com roupa e sapatos adequados. A mochila costuma ser uma boa companheira dos fotógrafos amadores, pois facilita o transporte dos equipamentos sem prejudicar o deslocamento. Lembre-se de incluir protetor solar, repelente e água. E, se levar uma câmera profissional, não se esqueça de acomodá-la em uma bolsa adequada para caminhar com mais conforto e evitar danos ao equipamento. Use o GPS para conhecer bem o caminho que irá seguir.

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3 - Pense em um tema Imagine um roteiro e conte uma história por meio das fotos de sua viagem. Pense na possibilidade de fazer fotos artísticas, considerando os elementos que estarão na paisagem. Quais são as cores e seus tons, o espaço, a textura, as formas e as linhas que te ajudarão na narrativa?

4 - Garanta a sua segurança Em qualquer lugar, é fundamental respeitar as instruções dos guias e autoridades locais com relação aos procedimentos de segurança que você deve tomar. Nenhuma foto justifica se colocar em risco de acidente. Se você vai a um parque nacional ou a outra área com pouca presença humana, observe também se você está interferindo no espaço dos animais. Evite qualquer situação que possa assustá-los, eles estão em casa e sua reação de defesa pode surpreender você.

Tire muitas fotos e em distintos ângulos. Se o equipamento permitir e você tiver como armazenar, opte por fotos em alta resolução, mesmo que você não pense, na hora, em editar a imagem. Você pode querer imprimi-la ou recortá-la para usar nas redes sociais.

Tire muitas fotos e em distintos ângulos. Experimente diferentes posições da câmera, jogue com o foco, teste o uso do flash. A prática vai tornar suas fotos cada vez mais interessantes. Aos poucos, você vai ver que fotografias são como viagens, sempre podem nos surpreender. Sobre The Nature Conservancy (TNC): The Nature Conservancy é a maior organização sem fins lucrativos de conservação ambiental do mundo. Está presente em mais de 35 países, adotando diferentes estratégias com a missão de conservar as terras e águas das quais a vida depende. No Brasil, onde atua há mais de 25 anos, a TNC promove iniciativas nos principais biomas, com o objetivo de compatibilizar o desenvolvimento econômico e social dessas regiões com a conservação dos ecossistemas naturais. O trabalho da TNC concentra-se em ações ligadas à Agropecuária Sustentável, à Segurança Hídrica e à Infraestrutura Inteligente além de Restauração Ecológica e Terras Indígenas. Saiba mais sobre a TNC em http://www.tnc.org.br

5 - Busque novos ângulos e olhares

Você já leu o manual da sua câmera? Se não conhecer bem o seu equipamento, pode perder recursos e efeitos diferenciados. Procure tirar as fotos em alta qualidade e com a maior resolução possível para facilitar na hora da edição.

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As invenções que nos aguardam em 2050 Texto *Nuño Domínguez Fotos Google

Cérebros e máquinas poderão ser trabalhados juntos

As novas tecnologias nos ajudarão a superar os maiores desafios que enfrentamos como espécie, mas também poderão criar um mundo mais desigual

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stamos prestes a ver uma revolução que mudará a condição humana”, diz o neurobiólogo espanhol Rafael Yuste. O ideólogo do Brain – o maior projeto de pesquisa do cérebro lançado pelos EUA – acredita que, dentro de aproximadamente duas décadas, possa ser decifrado “o código cerebral”, algo semelhante ao genoma humano e que revelará, pela primeira vez, como 85 bilhões os neurônios disparam e se conectam entre si para gerar ideias, memórias, emoções, imaginação e comportamento, a essência do que somos. Com o tipo de escâneres cerebrais que já existem em qualquer hospital, estamos começando a “adivinhar o que as pessoas estão vendo, quase o que estão imaginando”, explica o cientista. Em 2050 será possível analisar a atividade cerebral de uma pessoa para saber o que ela está pensando e até mesmo manipulá-la para controlar seus atos.

Desenvolvimento da computação e da inteligência artificial. “O lado bom é que os seres humanos poderão aumentar as habilidades mentais”. Em 2050 será possível analisar a atividade cerebral de uma pessoa para saber o que ela está pensando e até mesmo manipulá-la para controlar seus atos

Provavelmente essas tecnologias se juntarão ao desenvolvimento da computação e da inteligência artificial. “O lado bom é que os seres humanos poderão aumentar as habilidades mentais” e “ajudar pacientes com doenças cerebrais, neurológicas ou mentais”, explica Yuste. Essas tecnologias também poderão alterar o cérebro de pessoas saudáveis, violar sua privacidade até limites insuspeitados, dinamitar conceitos como a identidade pessoal e questionar quem é responsável por um ato, o humano ou a máquina à qual ele está conectado.

O mundo de 2050 terá muito mais idosos e menos natalidade

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E se também houver um grupo de pessoas privilegiadas com cérebros conectados a computadores e acesso a informações que o resto das pessoas não possui? “Antes de tudo isso começar, temos a obrigação de pensar cuidadosamente sobre o futuro e conceber regras éticas para que essas tecnologias sejam usadas para o bem da humanidade”, enfatiza o cientista, que trabalha na Universidade de Columbia, em Nova York. “Precisaremos proteger nossos direitos cerebrais como se fossem um direito humano”, ressalta. A tecnologia de que fala Yuste, juntamente com a edição genética, a computação ou a inteligência artificial, pode ser decisiva para o futuro da nossa espécie. Nesta reportagem, especialistas internacionais nesses campos fazem suas previsões sobre o mundo em 2050.

Edição genética

Em Berkeley, na Califórnia, se trabalha com a ferramenta de edição genética CRISPR. Desenvolvida em 2012, permite editar o genoma de muitos seres vivos, inclusive os humanos, com tanta facilidade que é comparada com um editor de texto. “É muito provável que em 2050 nasçam bebês geneticamente modificados com CRISPR ou outra técnica”, explica Kevin Doxzen, do Instituto de Genômica Inovadora e ex-colaborador de Jennifer Doudna, uma das inventoras dessa técnica. A edição genética também permitirá conceber crianças com qualidades selecionadas como altura ou capacidade visual, garante.Em 2050, a população mundial estará próxima dos 10 bilhões de pessoas – o país mais populoso será a Índia – de acordo com as Nações Unidas. Será necessário aumentar 70% a produção agrícola em relação aos níveis atuais. As mudanças climáticas obrigarão a usar culturas mais resistentes à seca e às inundações, que serão mais frequentes, e as novas tecnologias de edição genética serão fundamentais para a produção de plantas modificadas que possam resistir a essas ameaças. O guru da genômica George Chruch está desenvolvendo uma nova tecnologia que poderia ser a sucessora do CRISPR.

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Em Berkeley, na Califórnia, já se trabalha com a ferramenta de edição genética CRISPR

Trata-se das recombinases, enzimas que permitem modificar a estrutura do genoma produzindo menos erros e de forma ainda mais simples, explica esse pesquisador da Universidade de Harvard. Com essa técnica, sua equipe criou uma bactéria com 67% do genoma editado, que é resistente a muitos vírus. “Agora queremos criar imunidade a todos os vírus conhecidos em todas as espécies que nos interessam, micróbios industriais como aqueles que produzem

produtos lácteos, plantas e animais utilizados na agricultura, e células humanas para transplantes e terapias”, resume. Sobre os riscos que esses avanços podem implicar se forem mal utilizados, o especialista exige conhecimento e participação. “Para ter impacto, precisamos de que mais muito mais cidadãos comecem a dialogar sobre essa revolução genética, assim como em 1992 precisávamos de mais atenção das pessoas antes que a revolução da Internet decolasse”.

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Envelhecimento da população

Tecnologia x desemprego A decolagem dessas e de outras tecnologias, como a inteligência artificial e a robotização, coincide com níveis de desigualdade nunca vistos nos países ricos. Alguns especialistas, inclusive os do Banco Mundial, atribuem parte do problema à tecnologia. A Europa registra um fosso crescente entre os mais ricos e os mais pobres, de acordo com um relatório da OCDE publicado neste ano. Países como Espanha ou Grécia, com o problema adicional do desemprego, estão entre os que mais sofrem com isso. “Muitos europeus estão cada vez mais pessimistas sobre as possibilidades de seus filhos terem uma vida melhor do que eles”, alerta o estudo. “Há mais gente que pensa que o esforço individual não serve para chegar ao topo ou que o trabalho duro não pode bastar para a ascensão de uma família pobre”, um caldo de cultura perfeito para os populismos, acrescenta o trabalho. Os pais querem dar aos filhos as melhores vantagens possíveis em relação ao resto, melhor alimentação, educação e herança material. Se no futuro também existir a possibilidade de lhes dar vantagens por meio da genética ou da neurociência, alguém duvida do que farão? “A inovação tende a aumentar as diferenças de renda em uma sociedade, então as sociedades mais desiguais terão um aumento maior desse problema e, provavelmente, mais resistência à inovação”, adverte Calestous Juma, especialista em inovação e cooperação internacional da Universidade de Harvard (EUA) que estudou como, nos últimos 600 anos, governos, autoridades religiosas e empresas fizeram todo o possível para impedir a chegada do café, dos transgênicos, das geladeiras ou da música gravada, entre outras inovações A maneira de reduzir a “ansiedade” provocada por todas essas mudanças é facilitar o acesso universal a essas tecnologias e promover a educação. “A chave para que sejam aceitas é ser algo compartilhado”, ressalta Juma. Um dos lugares onde essa diferença é mais sentida é o Silicon Valley, sede da Google, Apple e outras gigantes da tecnologia. Nessa região da Califórnia, o salário médio anual do 1% mais rico atinge os 4,2 milhões de dólares (cerca de 13,76 milhões de reais), quase 50 vezes o dos 99% mais pobres, de acordo com o Centro de Orçamento e Política da Califórnia. De alguns anos para cá, grupos de manifestantes apedrejam os ônibus de algumas dessas empresas em protesto contra a gentrificação asfixiante. “A classe de trabalhadores com um nível médio de formação – administrativos, por exemplo – é a mais afetada”, explica Ramón López de Mántaras, diretor do Instituto de Pesquisas em Inteligência Artificial do CSIC. “Enquanto isso”, acrescenta, “os trabalhadores de nível mais elevado ganham cada vez mais dinheiro. As empresas de tecnologia estão pagando até meio milhão de dólares por ano a recém-doutores em inteligência artificial, porque existem muito poucos”, explica. As pessoas com salários mais baixos continuam a ter emprego, embora com salários cada vez menores. “Esse é um problema a resolver, porque uma sociedade capitalista de consumo não pode se sustentar apenas com os mais ricos, é um tiro no pé, embora seja provável que o problema seja resolvido e apareçam novos empregos em que ninguém pensa agora, como ninguém pensava há 10 anos em ganhar a vida como community manager”, diz López de Mántaras. www.paramais.com.br

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Nos países em desenvolvimento, a desigualdade está diminuindo, embora as diferenças continuem sendo brutais. Uma criança nascida hoje em Serra Leoaviverá 50 anos, mas, se nascer no Japão, chegará aos 83 anos ou mais, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Essas disparidades na expectativa de vida estão diminuindo. O mundo de 2050 terá muito mais idosos e menos natalidade. Naquela data, o número de pessoas com mais de 65 anos nos países em desenvolvimento terá aumentado 250% em relação a 2010 e haverá 10 vezes mais pessoas com 100 ou mais anos em todo o mundo. Se a tendência de envelhecimento continuar como até agora, as principais causas de morte nos países em desenvolvimento serão idênticas às dos países ricos: doenças crônicas como câncer, doenças cardiovasculares e diabetes, e não as causadas por vírus e parasitas, embora estas continuarão matando e muito. É possível que em 2050 a maternidade aos 60 anos ou mais não seja algo polêmico. “Hoje, o principal obstáculo para a gravidez nessas idades é o fato de ser uma ameaça para a saúde, mas se, como se espera com o progresso da expectativa de vida, nessa idade você estará como se tivesse 40 anos, os riscos serão muito menores”, explica José Remohí, presidente do Instituto Valenciano de Infertilidade. Outro avanço que poderemos ver em 2050, diz ele, é a criação de gametas – óvulos e espermatozoides – de células somáticas do paciente, extraídas da pele, por exemplo, o que permitirá que homens estéreis ou mulheres que já não tenham óvulos possam ter filhos.

O avanço na luta contra doenças

No campo da luta contra o câncer, a tendência é um tratamento personalizado baseado no genoma e na detecção precoce de tumores graças à detecção de marcadores tumorais em exames de sangue, explica Ruth Vera, presidenta da Sociedade Espanhola de Oncologia Médica, que diz ser difícil prever que outros avanços teremos dentro de 30 anos. “Quando estava fazendo residência, em 1996, a única coisa que havia era a quimioterapia. Agora, graças à imunoterapia e outros tratamentos, passamos de atuar apenas contra as células tumorais para usar o sistema imunológico contra ele, atacando seu sistema vascular e até o estroma, que é o espaço entre as células tumorais”, afirma. Um dos desafios a superar é o preço exorbitante dos tratamentos mais recentes. Uma nova terapia genética aprovada nos EUA custa quase 400.000 euros. Pará+

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“O preço atual de algumas drogas contra o câncer é insustentável”, diz Vera. As patentes dessas drogas expiram após 30 anos, o que pode barateá-las muito até lá. Um dos campos mais incertos é o das doenças cerebrais. Até 2050 haverá três vezes mais casos de Alzheimer. Yuste lembra que o consórcio Brain está procurando novas maneiras de ajudar pacientes com essa doença, bem como esquizofrenia, Parkinson, depressão ou autismo. Europa, Japão, Coreia do Sul, Austrália, Canadá e Israel também lançaram projetos semelhantes e, em breve, a China anunciará um programa “gigantesco” nesse campo. O neurobiólogo está otimista sobre o que o futuro pode trazer. “Vamos nos entender por dentro, você conversará com uma pessoa e notará a maquinaria que tem dentro do crânio. Não é uma caixa preta, mas algo incrível. Isso levará a um maior respeito entre as pessoas. A inteligência costuma estar associada a menos conflitos”.

O efeito da presença

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“Em 2050 haverá gente explorando Marte”, prognostica Dimitar Sasselov, cientista do telescópio espacial Kepler. “Saberemos muito mais sobre a história desse planeta e se houve vida nele. Teremos as primeiras amostras tiradas de Encélado e provavelmente também de Europa e Titã, o que nos dirá muito sobre as condições necessárias à vida”, acrescenta. Um dos maiores avanços na astronomia chegará com a nova geração de telescópios espaciais como o James Webb – que será lançado em 2019 – e terrestres como o E-ELT europeu – que começará a operar no início da próxima década. Pela primeira vez poderão analisar a atmosfera dos planetas rochosos, como a Terra, mais próximos do Sistema Solar e tentar descobrir se há vida neles. “Até 2050, conheceremos cerca de 500 planetas como a Terra. Isso já é uma amostra estatística que nos dirá muito sobre quantos têm a mesma geoquímica, se existem diferentes famílias de planetas terrestres com diferentes atmosferas.

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Nos próximos cinco ou dez anos teremos indicações interessantes sobre a possibilidade de vida em algum desses planetas, mas não podemos ter certeza até que tenhamos uma amostra grande”, destaca o astrofísico. É algo como o que aconteceu há um século com as estrelas. Os cientistas não entendiam bem a física fundamental dos astros porque só podiam estudar o Sol e quatro ou cinco outras estrelas. Quando foi possível estudar cerca de mil estrelas se pôde saber que existem diferentes tipos, que as estrelas evoluem e agora o nosso conhecimento é muito sólido. “Em 2050 veremos a mesma coisa com os exoplanetas”, diz Sasselov.

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Revisão das Perspectivas Mundiais de Urbanização 2018 68% da população mundial projetada para viver em áreas urbanas até 2050, diz ONU. O desenvolvimento sustentável depende cada vez mais da gestão bemsucedida do crescimento urbano, especialmente em países de renda baixa e média-baixa, onde o ritmo de urbanização é projetado para ser o mais rápido À medida que o mundo continua a se urbanizar, o desenvolvimento sustentável depende cada vez mais da gestão bem-sucedida do crescimento urbano

Fotos ONU; Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais, Divisão de População (2018)

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oje, 55% da população mundial vive em áreas urbanas, uma proporção que deverá aumentar para 68% até 2050. As projeções mostram que a urbanização, a mudança gradual na residência da população humana de rural para urbana. As áreas, combinadas com o crescimento global da população mundial, poderiam adicionar outras 2,5 bilhões de pessoas às áreas urbanas até 2050, com cerca de 90% deste aumento ocorrendo na Ásia e na África, segundo um novo conjunto de dados das Nações Unidas lançado recentemente. A Revisão das Perspectivas Mundiais de Urbanização, de 2018, produzida pela Divisão de População do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU (UN DESA), observa que os futuros aumentos no tamanho da população urbana mundial deverão estar altamente concentrados em apenas alguns países. Juntas, Índia, China e Nigéria responderão por 35% do crescimento projetado da população urbana mundial entre 2018 e 2050. Até 2050, prevê-se que a Índia tenha adicionado 416 milhões de habitantes urbanos, a China 255 milhões e a Nigéria 189 milhões. A população urbana do mundo cresceu rapidamente de 751 milhões em 1950 para 4,2 bilhões em 2018. A Ásia, apesar de seu nível relativamente mais baixo de urbanização, abriga 54% da população urbana mundial, seguida pela Europa e África com 13% cada. 26

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Hoje, as regiões mais urbanizadas incluem a América do Norte (com 82% de sua população vivendo em áreas urbanas em 2018), a América Latina e o Caribe (81%), a Europa (74%) e a Oceania (68%). O nível de urbanização na Ásia está se aproximando de 50%. Em contraste, a África continua sendo predominantemente rural, com 43% de sua população vivendo em áreas urbanas.

Declínio populacional em algumas cidades e nas áreas rurais Algumas cidades sofreram declínio populacional nos últimos anos. A maioria destes está localizada nos países de baixa fertilidade da Ásia e da Europa, onde os tamanhos da população total estão estagnados ou em declínio. A contração econômica e os desastres naturais também contribuíram para as perdas populacionais em algumas cidades. Algumas cidades no Japão e na República da Coreia (por exemplo, Nagasaki e Busan) sofreram declínio populacional entre 2000 e 2018. Várias cidades em países da Europa Oriental, como Polônia, Romênia, Federação Russa e Ucrânia, perderam a população desde 2000 também. Além da baixa fertilidade, a emigração contribuiu para o menor tamanho da população em algumas dessas cidades. Globalmente, menos cidades são projetadas para ver suas populações diminuírem a partir de hoje até 2030, em comparação com o que ocorreu durante as duas últimas décadas. A população rural do mundo tem crescido lentamente desde 1950 e espera-se que atinja o seu pico em poucos anos. A população rural global está agora perto de 3,4 bilhões e espera-se que aumente ligeiramente e então caia para 3,1 bilhões até 2050. África e Ásia abrigam quase 90% da população rural do mundo em 2018. A Índia tem a maior população rural (893 milhões), seguida pela China (578 milhões). A Índia terá a maior população do mundo

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Ranking de cidades e megacidades Tóquio é a maior cidade do mundo com uma aglomeração de 37 milhões de habitantes, seguida por Nova Déli com 29 milhões, Xangai com 26 milhões e Cidade do México e São Paulo, cada uma com cerca de 22 milhões de habitantes. Hoje, Cairo, Mumbai, Pequim e Daca têm quase 20 milhões de habitantes. Em 2020, prevê-se que a população de Tóquio comece a declinar, enquanto se prevê que Délhi continue crescendo e se torne a cidade mais populosa do mundo em torno de 2028. Até 2030, o mundo está projetado para ter 43 megacidades com mais de 10 milhões de habitantes, a maioria em regiões em desenvolvimento. No entanto, algumas das aglomerações urbanas que mais crescem são cidades com menos de 1 milhão de habitantes, muitas delas localizadas na Ásia e na África. Enquanto uma em cada oito pessoas vive em 33 megacidades em todo o mundo, quase metade dos moradores urbanos do mundo residem em assentamentos muito menores, com menos de 500.000 habitantes.

John Wilmoth, Diretor da Divisão de População do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (UNDESA) apresentando a Revisão de 2018 das Perspectivas Mundiais de Urbanização

A urbanização sustentável é a chave para o desenvolvimento bem sucedido

Compreender as principais tendências na urbanização que provavelmente se desdobrarão nos próximos anos é crucial para a implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, incluindo os esforços para forjar um novo quadro de desenvolvimento urbano. À medida que o mundo continua a se urbanizar, o desenvolvimento sustentável depende cada vez mais da gestão bem-sucedida do crescimento urbano, especialmente em países de baixa renda e renda média-baixa, onde o ritmo de urbanização é projetado para ser o mais rápido. Muitos países enfrentarão desafios para atender às necessidades de suas crescentes populações urbanas, inclusive para habitação, transporte, sistemas de energia

e outras infra-estruturas, bem como para empregos e serviços básicos, como educação e saúde. Políticas integradas para melhorar a vida dos habitantes urbanos e rurais são necessárias, ao mesmo tempo em que fortalecem os vínculos entre as áreas urbanas e rurais, com base nos vínculos econômicos, sociais e ambientais existentes. Para garantir que os

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benefícios da urbanização sejam totalmente compartilhados e inclusivos, as políticas para gerenciar o crescimento urbano precisam garantir acesso à infraestrutura e serviços sociais para todos, concentrando-se nas necessidades dos pobres urbanos e outros grupos vulneráveis para habitação, educação, saúde, trabalho decente e um ambiente seguro.

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O primeiro restaurante com cozinha robótica do mundo Fotos Sarah Storrer, Spyce

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oi da fome e da necessidade de refeições mais em conta que nasceu o mais novo conceito que ameaça a força de trabalho humana na sociedade tecnológica que estamos construindo. Engenheiros do MIT abriram, em Boston, o primeiro restaurante cujos pratos são preparados por robôs. O Spyce, restaurante que conta com apoio do renomado chef francês Daniel Boulud, foi criado por quatro pós-graduandos do MIT que estavam cansados de pagar um preço alto por suas refeições. Eles, então, bolaram um sistema que prepara a comida de maneira mais barata e em menos de três minutos. “O Spyce é o primeiro restaurante do mundo com uma cozinha robótica. Basicamente, nosso objetivo é usar a automação para oferecer refeições completas, de alta qualidade e deliciosas por um preço bastante razoável”, disse Luke Schlueter, chefe de engenharia mecânica na equipe do restaurante, ao site da escola de administração do MIT. O processo é simples: os clientes chegam ao restaurante e fazem seu pedido em uma tela touchscreen. Todos os pratos começam com um valor a partir de US$ 7,50, que podem ser incrementados com ingredientes especiais. O cardápio do restaurante consiste de sabores vistos normalmente nas cozinhas asiática, mediterrânea e latina. Depois da escolha no cardápio, recipientes despejam os ingredientes em uma das sete frigideiras wok, que ficam levemente inclinadas para que os clientes vejam sua comida ser preparada através do balcão. A comida é cozida e misturada em altas temperaturas. Depois disso, os woks se viram e colocam a comida em uma tigela. Fazendo o pedido em uma tela touchscreen

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O renomado chef francês Daniel Boulud, no seu restaurante homônimo, em Manhattan, com grande apoio do famoso chef francês Daniel Boulud

Spyce, o novo restaurante em Boston, onde os 7 robôs preparam as refeições

Nós, humanos, ainda temos alguma utilidade neste futuro imaginado pelo Spyce, já que os toques finais do prato são feitos por uma pessoa, que ajeita o pedido e acrescenta alguns ingredientes finais, como coentro e queijo de cabra. Inaugurado em 3 de maio no centro de Boston, o Spyce teve um processo longo de concepção, que levou mais de dois anos e dezenas de receitas para chegar ao produto “final”. Os criadores do restaurante dizem que, daqui em diante, os próximos meses terão um foco em testes e validação de conceitos, e o objetivo é abrir mais estabelecimentos na área de Boston. www.paramais.com.br

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Cardápio/Calorias

Tigela de frango assado, arroz integral, salada de pepino, tomate, sementes de romã e molho branco / 650 calorias

Couves de Bruxelas + Batata Doce com Esmalte Balsâmico, Couve Refogada, Freekeh, Maçãs, Quinoa e Iogurte / 640 calorias

Pratos simples e saudáveis - muitos vegetais, grãos, sementes e leguminosas. A Spyce tem sete chefs robôs trabalhando na linha “Eles são limpos, inteligentes e apaixonados por comida”. Os clientes montam suas tigelas através de uma tela sensível ao toque, fazem seus pedidos e, em seguida, os robôs começam a trabalhar, movendo os ingredientes em porções dos frigoríficos para os woks. Menos de três minutos depois, as refeições estão prontas para serem enfeitadas e os robôs estão limpando seus woks com jatos de água.

Tigela de beterraba e cenoura, couve refogada, salada de pepino e tomate, salada de ervas, sementes de girassol e queijo de cabra / 640 calorias

Lareira: Couves de Bruxelas + Batata Doce com Esmalte Balsâmico, Couve Refogada, Freekeh, Maçãs, Quinoa e Iogurte / 640 calorias Latino: Frango Assado, Tomates, Pimentões, Pimentão, Feijão Preto, Milho, Arroz Integral, Abacate Crema, Repolho Slaw, Rabanete e Coentro / 720 calorias Beterraba: Beterraba + Cenoura, Couve Refogada, Freekeh, Salada de Pepino de Tomate, Salada de Ervas, Sementes de Girassol e Queijo de Cabra / 580 calorias Marroquino: Grão de bico, azeitonas, tomates, groselhas, couve refogada, freekeh, coentro, salada de pepino de tomate e iogurte / 540 calorias Tailandês: Frango Assado, Batata-Doce + Couve-chinesa com Molho Curry Massaman, Arroz Integral, Alho Frito + Chalotas e Salada de Ervas / 640 calorias

Frango Assado, Tomates, Pimentões, Feijão Preto, Milho, Arroz Integral, Abacate Crema, Repolho Slaw, Rabanete e Coentro / 720 calorias

Indiano: Frango Assado, Batatas + Ervilhas em Molho Tikka Masala, Arroz Integral, Coentro, Arroz de Cobertura, Chutney de Tamarindo e Iogurte / 790 calorias Galinha + Arroz: Frango Assado, Arroz Integral, Couve Refogada, Salada de Pepino, Sementes de Romã e Molho Branco / 650 calorias

Preços/Variedades

Todas e cada uma das tigelas tem o preço de $ 7.50 ( cerca de R$28,00), e podem ser personalizadas com uma grande variedade de guarnições. Você terá essas opções, juntamente com os menus vegetarianos / piscatórios e vegetarianos ofertados nos quiosque de pedidos. Para alérgicos, mais informações ou assistência durante o pedido, por favor, pergunte aos guias na loja.

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Computadores feitos de células humanas vivas Biocomputador, pode te dizer quando você está doente Fotos ETH Zurich / Christine Khammash, YouTube

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esquisadores da ETH Zurich e da Universidade de Basel, desenvolveram um protótipo promissor de Biocomputador: ele reage a impulsos elétricos e processa informações usando um sistema binário de dados. Há algum tempo cientistas estão tentando aplicar uma lógica parecida em células humanas para criar um biocomputador e substituir a fiação e impulsos elétricos por reações químicas. Para isso, foram usadas nove culturas de células humanas (grupos de células desenvolvidos em ambientes controlados), organizadas em redes para reagir a diferentes estímulos químicos, funcionando como um pequeno circuito. O biocomputador realizou cálculos matemáticos simples e outras operações rudimentares. Se o desenvolvimento dessa tecnologia seguir conforme o planejado, é provável que num futuro não muito distante possamos implantar estes computadores em nossa pele e programá-los para nos ajudar, por exemplo, a dizer se estamos doentes.

Circuito computacional eletrônico muito simples. Retire a fiação elétrica e a sinalização e substitua-as por entradas de produtos químicos, e você tem um computador vivo 30

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Em 2016, a Universidade de Lund também criou um biocomputador que se alimenta de proteínas para gerar energia e, no ano passado a startup Cell-Free Technology usou o DNA de águas-vivas para gerar telas com biopixels luminosos. Todas essas tecnologias podem trabalhar em conjunto para que, no futuro, tenhamos computadores tão vivos quanto nós em nossas casas. Pode parecer esquisito, mas é só lembrar que o nosso corpo, de certa forma, já funciona como um computador. Respondemos a estímulos constantes automaticamente, e nossos cérebros armazenam e gerenciam dados. Nada mais natural, então, que forneçamos matéria-prima para hardwares à nossa imagem e semelhança. Cientistas criaram o primeiro biocomputador feito a partir de células humanas vivas que usam a lógica para resolver problemas. Como os medos sobre a inteligência artificial continuam a crescer, podemos pelo menos ter consolo em saber que nossos corpos nunca se levantarão e se juntarão às máquinas – ainda somos feitos de carne, o que nos torna difíceis de hackear. www.paramais.com.br

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Implantes podem um dia mudar de cor para nos alertar sobre o câncer, os Computadores feitos de células humanas podem te dizer quando você está doente

A adição de circuitos genéticos às células permite que os pesquisadores controlem suas ações, preparando o terreno para novas formas de tratar o câncer e outras doenças

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No entanto, graças aos pesquisadores da ETH Zurich, recentemente fizemos um enorme passo à frente no desenvolvimento de biocomputadores, coleções de células que são organizadas e manipuladas para agir como um computador muito simples. Logo, a linha entre o computador e o humano pode se tornar mais desfocada do que nunca. “Computador” pode normalmente significar um dispositivo eletrônico que processa muitas informações complexas, mas vale lembrar que a etimologia da palavra vem de meados do século XVII. Originalmente, significava simplesmente “aquele que calcula”, sem necessidade de eletrônicos. Esse pouquinho de história se presta a uma espiada no futuro da computação. Como foi descoberto pela New Scientist, uma equipe da ETH Zurich e da Universidade de Basel está fazendo progressos na construção de biocomputadores – aqueles feitos de células vivas – e um novo artigo, na Nature Methods, detalha seu sistema mais avançado até hoje. Usando nove diferentes populações de células reunidas em culturas 3D, a equipe de biólogos sintéticos conseguiu que elas se comportassem como um circuito computacional eletrônico muito simples. Retire a fiação elétrica e a sinalização e substitua-as por entradas de produtos químicos, e você tem um computador vivo que responde aos dados recebidos e pode processá-los usando portas lógicas rudimentares E, NÃO e OU. Todos os sistemas digitais são baseados em portas lógicas. Através de uma porta NOT, por exemplo, uma entrada binária de 1 se torna 0 na saída. Tudo isso é muito, muito básico, mas o fato de uma equipe ter conseguido um computador biológico para fazer isso é uma conquista notável. Tanto quanto eles sabem, essa conquista é sem precedentes. Existem vários exemplos anteriores de magia de biocomputadores, mas eles são muito mais básicos: usando DNA para transformar transistores em trabalho em matéria de água-viva para criar um display de bio-pixel, eles ainda são impressionantes, mas nem de longe tão avançados quanto a lógica dessa equipe. portão de trabalho.

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Biocomputador feito de células humanas vivas Cientistas cortam o DNA de uma célula humana e a transforma em um biocomputador

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É compreensível se tudo isso soa um pouco chocante, mas lembre-se, um computador é apenas algo que lida com dados. Nossos cérebros, muito mais complexos do que (e possivelmente incomparáveis para) computadores, lidam com dados o tempo todo; recebemos estímulos sensoriais, nossos neurônios o processam e reagimos de acordo. É realmente tão surpreendente que um punhado de células possa atuar como um computador primitivo? Esta equipe já havia conseguido obter algumas células para realizar tarefas básicas de adição, mas para este projeto, eles fizeram programas genéticos personalizados para cada um dos nove tipos de células humanas envolvidas em seu biocomputador. Desabilitando-os para responder a uma ampla gama de sinais bioquímicos, como normalmente faria, cada um foi alterado para executar apenas uma instrução computacional claramente definida. Isso permitiu que as células coletivas – o biocomputador – realizassem cálculos “full-adder”, o que essencialmente significa que ele pode executar somas mais detalhadas e inter-relacionadas simultaneamente. Ao reorganizar as células, diferentes tipos de cálculos poderiam ser realizados. Há fios aqui, de certa forma, mas, ao contrário dos de cobre estático, esse sistema pode “produzir e sentir fios de comunicação química” para executar tarefas computacionais. É um sistema notável, que tem o potencial de se adaptar e evoluir. A biocomputação é um campo de pesquisa nascente. É incrivelmente difícil projetar um sistema como esse, porque a matéria biológica é muito mais intricada e mercurial que os circuitos de cobre. Esqueça o acréscimo simples, no entanto: se esforços como esse continuarem, espere ver computadores vivos e implantáveis dentro de animais – aqueles perfeitamente integráveis com sua própria biologia – em um futuro próximo. Um documento de 2009 falava de um mundo em que esses sistemas seriam usados para diagnosticar doenças e criar funções celulares “projetadas” em outras formas de vida. Observando que “os biocomputadores são redes biológicas criadas pelo homem cujo objetivo é investigar e controlar hospedeiros biológicos – células e organismos – nos quais eles operam”, está claro que um admirável mundo novo está emergindo do horizonte.

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Engenheiros biomédicos criaram o primeiro músculo humano a partir de células-tronco Músculo esquelético idêntico ao do corpo humano, que se contrai quando é estimulado, mas cresceu no laboratório: a experiência, foi conduzida pelos cientistas da Universidade Duke Durham, no norte da Califórnia Fotos Universidade Duke Durham

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oordenados por Nenad Bursac, os pesquisadores Lingjun Rao, Ying Qian, Alastair Khodabukus e Thomas Ribar, usaram células-troncos adultas tiradas de tecidos não musculares, como da pele e do sangue. No entanto, os pesquisadores ressaltam que, no presente, não servirão para reparar tecidos danificados por doenças, mas para avaliar o efeito de drogas, evitando ensaios de pacientes e estudando as características funcionais e bioquímicas de algumas doenças, especialmente as raras. “A beleza do nosso trabalho é que o biomúsculo nos permitirá realizar ensaios clínicos de drogas não mais em pacientes da vida real, mas dentro de um laboratório, em um tubo de ensaio”, comentou o engenheiro bioquímico Nenad Bursac, o coordenador da experiência, junto com seus colegas. Para obter os “biomúsculos”, os pesquisadores começaram a partir de células humanas chamadas precursores miogênicos, que, por sua vez, foram obtidas a partir de células-tronco e multiplicadas por mais de mil vezes: foram colocadas em um suporte tridimensional preenchido com um gel gelatinoso. Após a reprogramação das células para voltarem ao seu estado original, elas são bombardeadas com uma molécula, que vai dar instruções para ocorrer a transformação em tecido muscular.

Primeiros mini músculos funcionais crescidos de células-tronco criadas a partir da pele

Depois de duas a três semanas, as células “musculares” se contraem e reagem a estímulos externos, como impulsos elétricos e sinais químicos. No entanto, o músculo criado é mais fraco que o tecido muscular original, mas, de acordo, com os cientistas, eles têm potencial. Músculo esquelético

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O primeiro teste foi realizado em camundongos adultos. As células sobreviveram e se integraram no tecido muscular dos animais. “A hipótese de estudar doenças raras é especialmente estimulante para nós”, explicou Bursac

O músculo esquelético é o tecido mais abundante e regenerativo no corpo humano, mas pode ser funcionalmente comprometido devido a doenças genéticas, metabólicas e neuromusculares, incluindo várias distrofias, diabetes ou doença de Huntington. A capacidade de gerar equivalentes fisiológicos in vitro do músculo esquelético humano poderia oferecer uma plataforma versátil para estudos biológicos fundamentais e desenvolvimento de novas terapias de genes e medicamentos para distúrbios musculares. Estudos em larga escala de fisiologia e rastreamento de drogas exigiriam, no entanto, uma fonte pronta e expansível de células progenitoras musculares, bem como condições de cultura 3D que levem à formação de tecidos musculares biomiméticos capazes de geração de força induzida eletricamente e quimicamente. Pará+

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Seção transversal de uma fibra muscular cultivada a partir de células-tronco pluripotentes induzidas. O verde indica células musculares, o azul é núcleo celular e o vermelho é a matriz de suporte circundante para as células

Objetivos “Um dos nossos objetivos – explica Bursac – é usar esse método para oferecer aos pacientes tratamentos personalizados. A ideia é fazer uma pequena biópsia de cada

No trabalho anterior, Bursac e sua equipe começaram com pequenas amostras de células humanas obtidas a partir de biópsias musculares, chamadas “mioblastos”, que já haviam avançado além do estágio das células estaminais, mas ainda não se tornaram fibras musculares maduras. Esses micoblastos cresceram por muitas dobras e depois colocaram-nos em um andaime de suporte 3-D preenchido com um gel nutritivo que lhes permitiu formar fibras musculares humanas alinhadas e funcionando. No novo estudo, os pesquisadores começaram com células-tronco pluripotentes induzidas por humanos. Estas são células retiradas de tecidos não musculares adultos, como pele ou sangue, e reprogramadas para reverter para um estado primordial. As células estaminais pluripotentes são então cultivadas enquanto inundadas com uma molécula chamada Pax7 - que sinaliza as células para começar a se tornar músculo. À medida que as células proliferavam, elas se tornaram muito semelhantes, mas não tão robustas quanto as células-tronco musculares adultas. Embora estudos anteriores tenham realizado esse feito, ninguém conseguiu então cultivar essas células intermediárias em músculos funcionais.

paciente, fazer novos músculos crescerem no laboratório e usar essas amostras para avaliar o melhor medicamento para o caso individual “. “Existem algumas patologias, por exemplo, a distrofia muscular de Duchenne que torna a biópsia particular-

mente difícil. Se pudéssemos ter sucesso, mesmo usando células-tronco pluripotentes induzidas, precisamos de uma pequena amostra da pele ou sangue do paciente para obter seu músculo “testador” em um tubo de ensaio”.

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