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Revista

Pará+ BELÉM-PARÁ

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ISSN 16776968

EDIÇÃO 218

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R$ 9,99

50 ANOS DO DIA DA TERRA O MUNDO PÓS COVID-19 capa 218.indd 1

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Onde? Numa praça? Corrimão? Parada de ônibus? Numa esquina? Parede? Onde ele se esconde? No dinheiro, cartão? Num papel? Caneta? No vidro? Na sua mão?

Fique tão invisível quanto o vírus. Fique em casa.

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218 - ABRIL - 2020

CERPA DOA 10 MIL FRASCOS DE ÁLCOOL 70% AO GOVERNO DO ESTADO AO ESTADO

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Revista

N E S TA E D I Ç Ã O

PUBLICAÇÃO

Editora Círios SS Ltda CNPJ: 03.890.275/0001-36 Inscrição (Estadual): 15.220.848-8 Rua Timbiras, 1572A - Batista Campos Fone: (91) 3083-0973 Fax: (91) 3223-0799 ISSN: 1677-6968 EDITORA CÍRIOS CEP: 66033-800 Belém-Pará-Brasil www.paramais.com.br revista@paramais.com.br

ÍNDICE

O HOSPITAL DE CAMPANHA EM BREVES, NO MARAJÓ O GOVERNO

10 A PANDEMIA DE COVID-19 –FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS EM UM MUNDO PÓS-PANDEMIA

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DIRETOR e PRODUTOR: Rodrigo Hühn; EDITOR: Ronaldo Gilberto Hühn; COMERCIAL: Alberto Rocha, Augusto Ribeiro, Rodrigo Silva, Rodrigo Hühn; DISTRIBUIÇÃO: Dirigida, Bancas de Revista; REDAÇÃO: Ronaldo G. Hühn; COLABORADORES*: Agência FAPESP, Anete Costa Ferreira, Annmaree O’keeffe , Bronx Zoo, Cat Kutz, Harvey Sullivan, José Tadeu Arantes, Lindsay Fendt, Ronaldo Hühn, Taiane Figueiredo, Vatican Media/LaPresse, Vivaldo José Breternitz; FOTOGRAFIAS: 1938 / Museu Metropolitano de Arte, Agência Espacial Europeia, Agência FAPESP, Alex Ribeiro, Marcelo Seabra / Ag. Pará, Divulgação, Guilbert Gates; Harris Brisband Dick Fund, Heidi Levine, Indira A. K., Instituto Lowy , Joan Woang, NASA / Jenny Mottar, Live Science, Manual de preparação para pandemia de Cingapura, Muhtadi, Public Domain, Yadid Levy; DESKTOP: Rodolph Pyle; EDITORAÇÃO GRÁFICA: Editora Círios * Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.

C A PA

O NOVO CORONAVÍRUS AFETA ALGUNS ANIMAIS – OUTROS, NÃO

14 COMO E QUANDO A PANDEMIA DE COVID-19 TERMINARÁ?

21 08

No Dia da Terra, Papa diz que a Natureza não perdoará nossas transgressões

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Para prosperarmos na incerteza

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O mundo depois do COVID-19. Nações em desenvolvimento

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Vida após a morte

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Ritual de iniciação feminina evidencia a vitalidade da cultura indígena

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A Ponte sobre o Tejo

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Por que os vinhos do Deserto de Negev, em Israel, podem representar o futuro da viticultura

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No Cartaz em comemoração ao 50º aniversário do Dia da Terra. Foto: NASA / Jenny Mottar

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PM entrega máscaras de tecido em locais públicos de forma gratuita

Texto *Taiane Figueiredo Fotos Marcelo Seabra / Ag. Pará

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Polícia Militar iniciou, na sexta-feira (24), a distribuição gratuita de máscaras à população que circula em locais públicos sem o equipamento de proteção individual. A medida integra o Programa “Máscara para Todos” do Governo do Estado, que adquiriu 230 mil máscaras confeccionadas por costureiras, microempreendedores individuais e empresas de pequeno porte. As máscaras são de algodão e dupla face, em conformidade com o padrão estabelecido pela Anvisa. A distribuição vai ocorrer, a princípio, nos municípios de Castanhal, Santa Izabel, Benevides, Marituba, Ananindeua e Belém, mas será estendida a todo o Estado. Além de entregar o EPI, os militares atuam no policiamento ostensivo e orientam a população sobre a importância de manter o distanciamento social.

Na capital, a distribuição das máscaras começou em paradas de ônibus, sinais de trânsito, praças e portas de estabelecimentos do centro da cidade, onde parte da população ainda não usava o equipamento. “Como eu preciso estar na rua para levar o sustento da família, nada melhor do que estar protegido com a máscara. É importante essa ajuda, pois além de combater a criminalidade, a PM também ajuda a combater a pandemia”, comentou o taxista Arlindo Moraes da Cruz, 33 anos. Para o comandante do 2º Batalhão da PM, tenente-coronel Getúlio Rocha, a participação da corporação no Programa “Máscaras para Todos” vai ao encontro de outras medidas que a corporação já tem adotado.

“Essa é mais uma ação do Governo visando a diminuição da incidência do novo coronavírus em nosso Estado. Isso colabora com o plano de ação feito pela Polícia Militar, levando a mensagem de conscientização à toda população”, afirmou o tenente-coronel. As ações implementadas pela Polícia Militar para coibir a pandemia no Estado incluem também a atuação em barreiras sanitárias, fiscalização de transporte interestadual e intermunicipal, fiscalização de estabelecimentos comerciais e bancários e contenção de aglomerações para garantir o distanciamento social. (*) PM

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Cerpa doa 10 mil frascos de álcool 70% ao Governo do Estado ao Estado

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Fotos Alex Ribeiro - Ag. Pará

Cerpa – Cervejaria Paraense fez recentemente doação de 10 mil unidades de álcool 70% ao Governo do Estado/Sistema de Saúde do Estado como contribuição da companhia ao combate ao Coronavírus. A entrega foi efetuada por Renato Costa, diretor de Marketing da Cerpa, na sede do Governo, no bairro do Marco. Na oportunidade, Renato Costa externou: “ Estamos fazendo essa ação de doação de 10 mil unidades de álcool 70, de 600 ml, para o Governo do Estado, em parceria com a Ouvidoria e a Sespa (Secretaria de Estado de Saúde Pública), como Governo, para que esses produtos sejam direcionados às unidades de saúde. Essa parceria é muito importante para que a gente tenha êxito nessa guerra contra a Covid-19. Eu agradeço à equipe da Ouvidoria, à equipe do Governo do Estado e agradeço também a nossa equipe lá da Cerpa que se esforçou muito para essa produção, que para tornar realidade essa ação, a Cerpa montou um comitê interno com profissionais de diversas áreas da empresa unindo esforços no desenvolvimento do projeto – a produção tanto do etanol quanto das embalagens plásticas”.

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Continuando: “Foi um grande desafio para nossa equipe, porque demos a eles uma semana para que o projeto fosse concluído”, disse Renato Costa.

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Cerpa doa 10 mil frascos de álcool 70 ao Governo do Estado ao Estado.indd 6

“Nosso processo fabril não gera excedente de álcool e nossos produtos finais são envasados em embalagens de vidro e alumínio, ou seja, tivemos que montar rapidamente uma estrutura específica, parte desenvolvida dentro da própria Cerpa e parte desenvolvida com parceiros externos. Partimos praticamente do zero, mas o momento pedia sensibilidade e um esforço coletivo. Sabemos que a higienização de mãos e ambientes é um dos principais focos de combate à Covid-19 e procuramos fazer o nosso melhor para oferecer essa ajuda ao Estado do Pará”. Esse oferecimento da Cerpa vai ajudar abastecer os hospitais e demais unidades de saúde pública Renato Costa, diretor de Marketing da Cerpa do Pará e vai proteger não só os pacientes, mas também os profissionais que atuam na linha de frente no combate ao Coronavírus.

Carlos Eduardo, diretor comercial da Cerpa www.paramais.com.br

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Arthur Houat , ouvidor geral do Estado (esq) e Renato Costa, diretor de Marketing da Cerpa(d)

Sobre esse projeto, disse, Carlos Eduardo, diretor comercial da Cerpa, comemorando: “O momento é de pensarmos no bem-estar de toda a sociedade e tenho muito orgulho da nossa equipe por este projeto. Vi o brilho nos olhos de todos os que atuaram nesta empreitada, muitas vezes tendo que desenvolver novas habilidades e aprendizado para que conseguíssemos este objetivo”, encerrou.

Agradecimento

O ouvidor geral do Estado, Arthur Houat, agradecendo o gesto da Cerpa : “Estamos recebendo esses frascos de álcool 70, da empresa Cerpa, Cervejaria Paraense, em uma parceria com a iniciativa privada que o Estado já tem buscado desde o início dos projetos de combate ao coronavírus. Essas parcerias já se deram com outras empresas também, e hoje é a vez da Cerpa mostrar esse gesto de solidariedade doando álcool 70 para que a gente possa levar aos hospitais públicos, para que a gente possa entregar às unidades de saúde que precisam de material de higienização, e porque, em certos momentos não podem ser utilizados a água e o sabão que são os produtos mais recomendados para essa atividade. Então, eu quero aqui agradecer à Cerpa que está doando essas 10 mil unidades de álcool 70 – em torno de 6 mil litros, e que isso seja uma das primeiras e que a Cerpa possa permanecer nessa parceria pública privada, para que a gente possa enfrentar o coronavírus e superar cada vez mais. Esse apoio da classe empresarial paraense tem sido fundamental para que possamos atravessar esse momento tão difícil da nossa história. Esse gesto de solidariedade faz com que o Estado não se sinta só nesse enfrentamento. Isso nos dá força para que a gente possa lutar ainda mais no sentido de proteger nossa sociedade e nossa população, afirmou o ouvidor geral.

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Durante a doação das 10 mil unidades de álcool 70% ao Governo do Estado Pará+

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No Dia da Terra, Papa diz que a Natureza não perdoará nossas transgressões O Papa Francisco fez um apelo apaixonado pela proteção do meio ambiente no 50º aniversário do Dia da Terra, dizendo que a pandemia de coronavírus mostrou que alguns desafios precisavam ser enfrentados com uma resposta global.”Desafios globais são vencidos juntos” Fotos Vatican Media/LaPresse

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oluída. Saqueada. Deteriorada. “Quando vemos essas tragédias naturais – são as respostas da Terra aos nossos maus-tratos, acho que se eu perguntasse a Deus o que ele pensa sobre isso.” Eu não acho que ele iria me dizer que é uma coisa muito boa. Fomos nós que arruinamos a obra do Senhor “. Não há futuro se destruirmos a Terra, disse o Papa Francisco – durante a audiência geral transmitida da Biblioteca do Palácio Apostólico, dedicada ao 50º Dia Mundial da Terra – , recordando um ditado espanhol, já citado em 2014: “Deus sempre perdoa, nós homens perdoamos algumas vezes, mas a criação não perdoa”. nunca e se você não o guardar, ele o destruirá”. Por essa razão, “somos chamados a redescobrir o senso de respeito sagrado pela Terra, porque não é apenas nosso lar, mas também a casa de Deus. Daí surge a consciência de estar em uma terra sagrada!”. Um caso que começa do fundo, como a própria ideia do Dia Mundial da Terra, que parte de uma pequena semente escondida, de pequenos gestos diários, em que todos são chamados a fazer sua parte. E mesmo que possa ser inútil, um esforço inútil, o bem é sempre difuso e contagioso, mesmo que invisível.

O Papa Francisco na sua audiência semanal em 22 de abril de 2020, na biblioteca papal do Palácio Apostólico. Marcando a celebração do Dia da Terra, o papa dedicou sua audiência a instar as pessoas a proteger a Terra e seus habitantes

A SAÚDE DA SUA FAMÍLIA EM 1º LUGAR

Av. Pedro Miranda, 1401 - Pedreira - Belém (91) 3233-1035 / 3244-8096 08

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O Papa Francisco na sua audiência semanal em 22 de abril de 2020, na biblioteca papal do Palácio Apostólico. Marcando a celebração do Dia da Terra, o papa dedicou sua audiência a instar as pessoas a proteger a Terra e seus habitantes

“Você não precisa pensar que esses esforços não vão mudar o mundo”.Basicamente, é uma questão de encontrar harmonia consigo mesmo, com os outros e com a natureza que se perdeu pelo egoísmo, por ter escolhido um centro de gravidade predatório. Na experiência do Sínodo para a Amazônia, o papa nos convida a redescobrir “a profecia da contemplação”, que é algo que aprendemos acima de tudo com os povos originais, que nos ensinam que não podemos cuidar da terra se não a amamos e não a amamos. Nós respeitamos. “ “Eles têm essa sabedoria de viver bem, não no sentido de passá-la bem, mas de viver em harmonia com a Terra”. A ideia parte do pressuposto de que “tudo está conectado”. Não apenas a Natureza e o Homem, mas também afirma que o futuro é apenas interdependente. E aprecia e aprimora as iniciativas de indivíduos e movimentos locais e internacionais nascidos para despertar a consciência sobre a sensibilidade ambiental, a proteção da terra e dos pobres, as mudanças climáticas. “Ainda será necessário ele diz - que nossos filhos saiam às ruas para nos ensinar o que é óbvio, ou seja, não há futuro para nós se destruirmos o ambiente que nos sustenta”. É preciso concretude, planos concretos, solidariedade comum, como ensina a pandemia do Covid-19, o que mostra que somente juntos, porque estamos todos no mesmo barco, “podemos superar os desafios globais” e cuidar do mínimo. A custódia da criação parece o fio de uma meada que, uma vez começada a se desfazer, pode dissolver todo o entrelaçamento das relações humanas, da pobreza, do desenvolvimento sustentável e tem a visão inerente de ver a terra e seus habitantes “como uma única família e interdependentes”. Por esse motivo, duas reuniões são “muito importantes”, a COP15 sobre Biodiversidade em Kunming (China) e a COP26 sobre Mudança Climática em Glasgow. Francisco, comparou a resposta aos perigos ambientais à do coronavírus. “Somente juntos, e cuidando dos mais frágeis (membros da sociedade) podemos vencer desafios globais”, disse o Papa.

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Governador Helder Barbalho em visita Hospital de Campanha do município de Breves

O Hospital de Campanha em Breves, no Marajó Texto *Ronan Frias Fotos Marco Santos/Ag. Pará

Entrada do Hospital de Campanha de Breves

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Governo do Pará entregou recentemente, na segunda-feira (11/05), o Hospital de Campanha do município de Breves, na Ilha do Marajó. Esta é a quarta unidade construída no Estado para atender pacientes acometidos pela Covid-19 ou por síndrome aguda respiratória. Com esse incremento, o Pará agora conta com 720 leitos em hospitais de campanha, que fazem parte da estratégia montada pelo governo estadual em combate à pandemia do novo coronavírus. O governador do Pará, Helder Barbalho, acompanhou a entrega ao lado do secretário de saúde, Alberto Beltrame. “Estamos entregando hoje 56 leitos clínicos e quatro leitos de UTIs para reforçar a estrutura em saúde no Marajó, oferecer atendimento de qualidade para salvar a vida das pessoas e cumprindo nosso compromisso”. Helder Barbalho, governador do Pará. Além dos medicamentos que já foram entregues para o tratamento de Covid-19, agora, a cidade de Breves conta também com a estrutura hospitalar de 1.600 m² montada 10

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O Hospital de Campanha em Breves, no Marajó.indd 10

no ginásio de esportes da cidade. Cerca de 130 profissionais, entre médicos, enfermeiros e equipe administrativa, foram

contratados para atuar diretamente no hospital. A unidade conta com leitos clínicos e Unidades de Terapia Intensiva (UTI). O www.paramais.com.br

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O hospital de Campanha de Breves vai atender o Marajó ocidental

chefe do poder executivo paraense anunLeitos do Hospital de Campanha ciou ainda que a região vai receber mais um Hospital de Campanha. “A estratégia para a região marajoara é que o Hospital de Campanha de Breves atenda o Marajó ocidental. A região oriental ainda é atendida por Belém, mas logo abriremos um novo Hospital de Campanha em Soure para atender essa parte do arquipélago”, complementou Helder.

Referência

Durante a instalação das bombas de oxigênio

O Hospital de Campanha de Breves vai atender pacientes dos municípios de Anajás, Bagre, Curralinho, Gurupá, Melgaço e Portel, sendo referência regional para quase 318 mil habitantes da região do Marajó. Para Alberto Beltrame, titular da Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa), o reforço à rede de atendimento simboliza o compromisso do Estado com a população em combater a Covid-19. “A entrega do hospital de Campanha de Breves representa carinho, cuidado e a ampliação da atenção em saúde para a região do Marajó. Nós esperamos que com esses leitos, consigamos auxiliar à toda comunidade no enfrentamento ao novo coronavírus. Juntos nós venceremos essa batalha e para isso, lembramos o quanto é importante ficar em casa, quando possível”, frisou o secretário de saúde. Além de Breves, foram instalados hospitais em Belém, no Hangar - Centro de Convenções, com 420 leitos; em Marabá, no Centro de Convenções do município, com 120 leitos e no Espaço Pérola do Tapajós, em Santarém, com outros 120 leitos. “Estamos descentralizando o atendimento para pacientes do novo coronavírus e outras síndromes respiratórias. Esse é um compromisso do governo do Estado com a população para que possamos vencer a covid-19”, reforçou o governador Helder Barbalho. (*) COHAB

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A pandemia de Covid-19 – Formulação de políticas em um mundo pós-pandemia

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pandemia global do Covid-19 ainda não está sob controle. É traumático para todos, e existe um desejo natural de “voltar ao normal”. Mas já está claro que estamos enfrentando a maior desaceleração econômica no período pós-guerra, que deixará cicatrizes profundas. Quando a pandemia terminar, os formuladores de políticas enfrentarão um cenário transformado (Cliffe 2020). A política econômica terá que ser reformulada em torno de uma revisão fundamental de objetivos, instrumentos e instituições. Um novo contexto político, social e ambiental desafiará os esforços para restaurar o crescimento econômico. De fato, nossa preocupação anterior com crescimento, mobilidade e otimização provavelmente dará lugar a uma nova ênfase em igualdade, sustentabilidade e agilidade.

Fotos Joan Woang, Manual de preparação para pandemia de Cingapura

Em meio ao trauma econômico e humano da pandemia, somos lembrados de que a necessidade é a mãe da invenção. Para os economistas, nossa recente obsessão com a epidemiologia é uma lição dolorosa sobre os riscos existenciais poderosos e não lineares decorrentes do abuso da natureza pela humanidade. 2 Mas também é um lembrete de que comportamentos sociais e individuais também são capazes de mudanças rápidas e que a política econômica não pode ser deixada apenas para os tecnocratas: exige legitimidade política e moral para ter sucesso. Ao construir uma estrutura política pós-pandêmica, os economistas precisarão continuar incorporando lições de outras disciplinas (Wyplosz 2020). 12

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Mitigando a primeira onda de importações do COVID-19

Hora de abandonar o debate fútil sobre ‘normalização’ Um primeiro passo é abandonar o inútil debate de “normalização” que dominou a última década. Agora podemos ver que as medidas políticas cada vez mais sem precedentes que alimentaram a recuperação que se seguiu à Crise Financeira Global ocultaram uma instabilidade latente construída nos preços inflacionados dos ativos e na dívida. Essa instabilidade foi revelada pela pandemia. Fomos levados ainda mais adiante no caminho de medidas radicais de estímulo monetário e fiscal para compensar a ‘parada repentina’ na economia global (Kapoor e Buiter 2020). Mas a enorme escala da crise torna fantasioso imaginar que podemos colocar a atividade em hibernação. Muitos empregos e empresas não sobreviverão, e haverá enormes dívidas. Embora grande parte disso caia nos balanços do setor público e o custo contábil dessa dívida permaneça baixo, Dado o dano econômico estrutural que estamos sofrendo, mesmo se adquirirmos o alívio abençoado de uma vacina Covid-19 no próximo ano, os governos não acharão fácil desanuviar seus apoios fiscais e monetários de emergência. Populações estressadas e traumatizadas se envolverão em ferozes debates sobre como os encargos serão compartilhados, pois muitas atividades não voltarão prontamente para onde estavam antes.

Aplicativos e redes de dados para controlar a pandemia www.paramais.com.br

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A importância da desigualdade foi lançada sob uma nova luz: não é apenas uma questão de justiça, é também uma questão de estabilidade social e segurança da saúde pública. A dependência da sociedade de pessoas com salários baixos e vulneráveis que prestam serviços vitais na linha de frente provavelmente permanecerá em destaque (Adams-Prassl et al 2020). Além disso, a adoção forçada do trabalho remoto pode acelerar a digitalização de uma maneira que comprime a recuperação no emprego. Portanto, embora o desemprego caia dos níveis atingidos no auge dos bloqueios, é provável que permaneça muito mais alto do que os níveis pré-pandêmicos. Isso pode dar impulso às solicitações de apoio temporário à renda para se transformar em uma renda básica universal mais permanente ou em garantias de emprego do governo. Haverá pressão política por uma tributação mais progressiva, não apenas na renda do trabalho, mas também na renda das empresas. Enquanto isso, enquanto alguns regimes populistas atuais podem falhar no teste de competência e, portanto, nas urnas, a pandemia deu uma reviravolta desagradável ao nacionalismo, o que pode permitir que outros populistas ganhem poder. As recriminações transfronteiriças, principalmente entre os EUA e a China e dentro da UE, limitarão o escopo de uma cooperação internacional tão necessária. Isso tornará mais difícil lidar com os desafios globais de saúde e meio ambiente e as consequências no mundo emergente. Por sua vez, isso pesará fortemente o comércio e o investimento global. Um empecilho estrutural adicional ao crescimento resultará do reconhecimento dos perigos de processos de otimização excessiva e cadeias de suprimentos. Para lidar com choques futuros, é provável que as empresas passem de estoques enxutos ‘just in time’ para grandes estoques ‘just in case’. As empresas estarão mais atentas a fontes únicas de oferta ou demanda, permitindo uma maior capacidade de alternar atividades ou locais. É provável que isso seja reforçado por políticas públicas projetadas para garantir a continuidade do suprimento de itens essenciais, como alimentos e suprimentos médicos. A construção de maior resiliência nos negócios não será apenas operacional, reavaliando processos e gerenciamento de crises, mas estrutural, exigindo uma revisão do mix estratégico de produtos, ativos, geografias, clientes e fornecedores. Tudo isso acarretará um custo, que será mais um obstáculo ao crescimento econômico nos próximos anos. Em geral, é provável que a pandemia leve a um legado de comportamento mais conservador e avesso ao risco. Sem dúvida, serão encontrados mecanismos para incentivar as pessoas a abandonar gradualmente sua relutância em viajar e se envolver com estranhos. Mas a falência e a dívida podem ter um efeito mais duradouro em diminuir a disposição de investir e incentivar as empresas a reter mais dinheiro e reduzir sua alavancagem.

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Mitigando a primeira onda de importações do COVID-19

Combater o vento oposto exige criatividade e agilidade Essa aversão ao risco é outro fator que sugere que a pandemia pesará o crescimento econômico nos próximos anos. Ainda que a criação de resiliência para famílias e empresas seja onerosa, os benefícios de longo prazo de evitar ou mitigar futuras catástrofes serão enormes. Além disso, os desafios das consequências da pandemia também apresentam enormes oportunidades para colocar a economia global em um caminho mais sustentável. Construir resiliência não é apenas construir buffers maiores - também exige criatividade e agilidade. Aqui, os governos míopes devem procurar catalisar iniciativas privadas para enfrentar os desafios da sociedade, capitalizando o novo respeito à ciência e à colaboração. Enquanto agora vemos as desvantagens da hiperconectividade, também vemos mais claramente o potencial da tecnologia digital em conectar pessoas e acelerar o desenvolvimento e a propagação de ideias. Além da necessidade agora óbvia de um projeto ‘Moonshot’ liderado pelo setor público para abordar a saúde pública global, a conscientização da sociedade de outras externalidades, como as mudanças climáticas, pode ser aproveitada para inspirar outras inovações orientadas para a missão (Mazzucato 2018). Aproveitar essas oportunidades não será fácil e pode levar muitos anos.

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O novo coronavírus afeta alguns animais – outros, não Pesquisas sugerem que os humanos ocasionalmente podem transmitir o novo coronavírus aos gatos. Mas é pouco provável que os felinos sejam uma fonte de transmissão de volta aos seres humano No entanto, estudar as criaturas que esse vírus furtivo afetou até agora pode ajudar os cientistas a entender o que torna algumas espécies - mas não outras suscetíveis.

Uma “chave” molecular útil

Fotos Bronx Zoo

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governador Helder Barbalho participou, de uma reunião com secretários de governo para definir ações que serão realizadas pelo Estado para combater alagamentos em Belém. Anteriormente a Prefeitura Municipal tinha decretado situação de emergência por conta das chuvas intensas que causam prejuízos aos moradores de vários bairros da capital. Embora o vírus pareça capaz de infectar alguns animais de estimação e animais selvagens, esses casos provavelmente não estão ocorrendo com frequência. Em apenas alguns meses, a pandemia de COVID-19 em curso colocou bilhões de seres humanos em risco. Mas, à medida que os pesquisadores trabalham dia e noite para entender o SARS-CoV-2, o vírus por trás da doença, alguns começaram a se preocupar com a possibilidade de incontáveis outros: animais que poderiam pegar o germe de seus primos distantes do Homo sapiens. Relatórios recentes de SARS-CoV-2 infectando criaturas como macacos, cães, furões, gatos domésticos e até um tigre aumentaram a possibilidade de que o patógeno pudesse atormentar outras espécies – incluindo, talvez, aquelas já ameaçadas por outras ameaças não infecciosas.

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O novo coronavírus afeta alguns animais – outros, não.indd 14

Embora os pesquisadores suspeitem que o vírus tenha se originado em uma criatura selvagem como um morcego, eles enfatizam que os seres humanos continuam sendo as vítimas mais vulneráveis do vírus, bem como os hospedeiros com maior probabilidade de espalhar a doença de um lugar para outro. Também não há evidências de que os animais estejam transmitindo o patógeno às pessoas, diz Jane Sykes, veterinária e pesquisadora de vírus de animais da Universidade da Califórnia, em Davis.

Os coronavírus são infectantes notoriamente indiscriminados. O número de diferentes coronavírus que existem no número selvagem pelo menos nas centenas, com mais provável que habitam os corpos de morcegos . No geral, os membros dessa grande família de vírus parecem muito capazes de saltar frequentemente para novas espécies, incluindo seres humanos, tornando surpreendentes as recentes detecções de SARS-CoV-2 em animais não humanos, diz Linda Saif, virologista e coronavírus animal, especialista na Ohio State University. Já surgiu uma semelhança nesses casos: a compatibilidade molecular do vírus com seu hospedeiro. Para infectar uma célula, um vírus deve primeiro invadir. Esse encontro normalmente requer que o patógeno se encaixe em uma molécula específica, chamada receptor, na superfície da célula alvo. É como uma chave que abre uma fechadura. Nem todas as chaves virais funcionam no bloqueio de uma determinada célula, mas quanto melhor o ajuste, mais facilmente o vírus pode obter acesso.

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Infelizmente para humanos e nossos parentes animais, a chave do SARS-CoV-2, chamada proteína de pico, é uma ferramenta multifuncional. Ele abriga um bloqueio celular chamado ACE2 – uma proteína reguladora da pressão arterial considerada universal entre os vertebrados , o grupo que inclui mamíferos, aves, répteis, anfíbios e peixes, diz Jim Wellehan , zoólogo e microbiologia da Universidade da Flórida. Faculdade de Medicina Veterinária. Milhões de anos de evolução aprimoraram sutilmente a forma do ACE2 em cada uma dessas linhagens. Mas em gatos domésticos e em vários primatas, as regiões da ACE2 que se ligam à proteína de pico do SARS-CoV-2 parecem quase ou completamente idênticas à versão humana vulnerável.

O caso em gatos

Tais semelhanças moleculares podem ajudar a explicar por que um gato na Bélgica e outro em Hong Kong , cada um sob os cuidados de proprietários que adoeceram com o COVID-19, teriam testado positivo para o vírus em março. Durante o surto de SARS iniciado em 2002, o SARS-CoV-1 – um coronavírus semelhante que também usa o ACE2 para entrar nas células (embora com menos eficácia que o SARS-CoV-2) - também pulou de humanos doentes para felinos domésticos. Sykes diz que esses incidentes isolados não devem ser motivo de alarme. Embora um estudo recente da revista Science corrobore que os gatos podem contrair o SARS-CoV-2 quando administrados experimentalmente com grandes quantidades de vírus, os animais de estimação provavelmente não estão ficando gravemente doentes com muita frequência no mundo real, diz ela. (Se fossem, provavelmente já saberíamos). Os felinos em maior risco, diz Sykes, provavelmente são os da companhia de donos doentes, que podem estar expondo seus animais de estimação a grandes quantidades de partículas virais. Mesmo assim, a infecção não é uma garantia.

Outro estudo recente, que ainda não foi publicado em uma revista revisada por pares, não encontrou evidências do vírus em um grupo de gatos e cães que passaram várias semanas cooptados com vários humanos infectados com SARS-CoV-2. Grandes pesquisas em lugares como Hong Kong, Estados Unidos e Coréia do Sul obtiveram resultados semelhantes: milhares de gatos de estimação, além de cavalos e cães , tiveram resultados negativos para o novo coronavírus. (Mas outro estudo- também não revisado por pares - encontrou anticorpos contra o vírus em alguns felinos selvagens de Wuhan, China, sugerindo que os animais podem ter encontrado o patógeno antes). Também não há evidências de que gatos infectados possam transportar o vírus para seres humanos, diz Sykes. E enquanto os pesquisadores por trás do novo estudo da Science observaram que a transmissão de gato para gato era possível em espaços confinados de laboratório, essas configurações artificiais são um substituto ruim para o mundo

natural, diz ela. Só porque um animal pode abrigar um vírus em seu corpo não significa que será bom em espalhar o patógeno. As descobertas em gatos domésticos nem sempre se traduzem em outras espécies, mesmo as estreitamente relacionadas. No início deste mês, uma tigre malaia chamada Nadia no zoológico do Bronx ganhou as manchetes quando testou positivo para SARS-CoV-2 . Embora a causa permaneça incerta, os funcionários do zoológico suspeitam que um guarda infectado tenha passado o patógeno para o tigre durante os cuidados de rotina, provocando uma tosse seca e um apetite diminuído no felino. (Um punhado de outros tigres, bem como um trio de leões, também parecia um pouco doente, mas não foram testados.) Uma molécula vulnerável da ACE2 pode explicar a série de sintomas leves de Nadia. Porém, mais de 10 milhões de anos de evolução separam os gatos domésticos de seus parentes selvagens de tigres - e as duas espécies nem sempre são suscetíveis às mesmas doenças .

Dra. Shirlane Cunha Médica Veterinária | CRMV-PA 1871

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O resto da equação Um estudo recente em ratos reforça a importância do ACE2 na disseminação do novo vírus. A versão do ACE2 desses roedores é bastante diferente da nossa, tornando-os resistentes ao novo coronavírus; somente quando geneticamente modificados para expressar a ACE2 humana os ratos ficam doentes . No entanto, outros animais com variações menos humanas do ACE2, incluindo cães e furões , podem ser vulneráveis ao novo coronavírus sem nenhum reorientamento genético. “ACE2 não é a história toda”, diz Saif. Outro fator influente na transmissão entre espécies é provavelmente a proximidade. Mesmo que a composição molecular de uma criatura não seja perfeitamente compatível com o patógeno, exposições frequentes a seres humanos que abrigam o coronavírus podem eventualmente adoecer uma pequena porcentagem da população. Esse cenário pode ser o que ocorreu em cães, que parecem hospedeiros ruins para o novo coronavírus, de acordo com o recente estudo da Science . Cerca de 470 milhões de caninos são mantidos como animais de estimação, e quase nenhum parece ter capturado o SARS-CoV-2 naturalmente: Até agora, apenas dois filhotes - um pomerano e um pastor alemão , ambos em Hong Kong - deram positivo para o patógeno.

Os furões também apresentam um caso curioso. Embora seus receptores ACE2 não pareçam se encaixar perfeitamente no novo coronavírus, o germe pode se instalar nos pulmões . Os pesquisadores sabem há décadas que as vias aéreas desses mamíferos os tornam suscetíveis a várias doenças respiratórias infecciosas que afetam os seres humanos, incluindo a gripe e a SARS original, diz Saif. O SARS-CoV-2, outro micróbio que adora pulmões, não é exceção. Feridos pelo germe, os furões caem com febre e tosse, ajudando a espalhar o patógeno quando em contato próximo.

Ainda assim, as semelhanças anatômicas não podem explicar completamente por que os vírus encontram sucesso em certos mamíferos. As vias aéreas de cobaias, por exemplo, também têm alguma semelhança com a nossa, mas esses roedores nem sempre sofrem de doenças como a nossa. Isso deixa a história completa das estranhas vulnerabilidades virais dos furões, um tanto misteriosa, diz Saif. Talvez o sistema imunológico do furão seja facilmente enganado pelo vírus e se esforce para eliminar os patógenos logo no início da infecção.

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Tigre siberiano macho do zoológico do Bronx em Nova YorK, com testes positivos pra coronavirus

Nossos companheiros mais próximos Com essas descobertas preliminares em mãos, os donos de animais em todo o mundo estão compreensivelmente preocupados com seus familiares peludos. Sykes os encoraja a não temer o contágio e, em vez disso, promovem a solidariedade com nossos parentes animais. “É importante enfatizar que a transmissão de humano para humano é o que impulsiona essa pandemia”, diz ela. “As pessoas precisam aproveitar o vínculo humano-animal, em vez de pensar em abandonar seus animais de estimação.” Ainda assim, Sykes e outros especialistas aconselham cautela em relação a animais de estimação, especialmente para proprietários que têm motivos para suspeitar que foram infectados com o novo coronavírus.

O CDC recomenda o tratamento de cães e gatos como você faria com qualquer outro membro da família: se auto-isolar durante uma doença para evitar a propagação da doença. Os donos de animais também devem tentar garantir que seus companheiros peludos cumpram as medidas físicas de distanciamento, tanto quanto possível, acrescenta Saif, o que significa mantê-los em ambientes fechados e limitar o contato com pessoas e animais fora de suas próprias casas.

Mantendo animais selvagens, selvagens

Alguns estudos começaram a pesquisar outras espécies quanto à suscetibilidade ao novo coronavírus. Até agora, o vírus parece capaz de infectar morcegos – a fonte animal suspeita original do patógeno –, bem como hamsters sírios dourados , mas luta para se replicar nos corpos de galinhas, porcos e patos . Com mais de 6.000 espécies de mamíferos que habitam o mundo, essas listas não são de forma alguma abrangentes. Mas é improvável que os pesquisadores obtenham respostas sobre outros animais até testá-los diretamente, diz Smita Iyer, virologista e imunologista da Universidade da Califórnia, Davis. “Com novos vírus como esses, você simplesmente não sabe o que não sabe.”

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No entanto, os pesquisadores começaram a tomar precauções contra a possibilidade de o vírus passar não de animais para humanos, mas o contrário. “O principal vetor [da doença] somos nós”, diz Wellehan, que interage com várias espécies de mamíferos, incluindo morcegos em seu trabalho. “Eu não os vejo como uma ameaça. Eu os vejo como vítimas em potencial.” Se os humanos acidentalmente transportarem o SARS-CoV-2 de volta à natureza, os efeitos podem ser catastróficos, especialmente se uma espécie ameaçada ou ameaçada contrair uma doença grave. Preocupações com nossos primos vulneráveis, que abrigam versões de ACE2 compatíveis com coronavírus em suas células, já levaram a locais de conservação e parques a fechar . Os zoológicos que abrigam primos selvagens de espécies que já se mostram vulneráveis também estão adotando novas medidas de segurança. No zoológico nacional do Smithsonian, os detentores vestem equipamentos de proteção extra e praticam extenso distanciamento físico em torno de primatas, felídeos (o grupo que inclui gatos selvagens, como tigres, leões e guepardos) e mustelídeos (parentes de furões, como lontras). Também estão sendo monitorados animais como civetas, pequenos mamíferos semelhantes a gatos que desempenharam um papel crucial no surto de SARS, quase duas décadas atrás.

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Para prosperarmos na incerteza Requer vigilância mental, paciência e presença.

Treinadores de executivos e empreendedores, ajudam os líderes a navegar nos ambientes altamente incertos das equipes líderes, procurando um novo emprego e lançando novos empreendimentos. Nesse clima de incerteza global com o COVID-19, clientes criam histórias de medo sobre o futuro, como: “Minha empresa não terá sucesso nesta recessão, então devo fechar agora” e “Ninguém está contratando neste mercado, então eu deveria apenas pegar o primeiro emprego que vier. ”Essas narrativas são paralisantes, desempoderadoras, falsas e, infelizmente, não são incomuns diante da incerteza. Então, temos de nos capacitar quando nos sentimos tão impotentes. Algumas ferramentas são recomendadas para o enfrento dos medos e das indecisões:

1. Fique presente em seu corpo durante a incerteza

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s pessoas experimentam maior estresse quando não têm certeza de um resultado do que quando têm certeza de um resultado negativo. Em outras palavras, não saber o que vai acontecer a seguir é mais estressante do que saber que um resultado ruim está chegando. Nosso cérebro está constantemente criando narrativas para explicar como o mundo funciona. Quando o ambiente não se encaixa mais em uma de nossas preciosas narrativas, a narrativa se desintegra. À medida que a narrativa se rompe, nossa certeza e bem-estar emocional se rompem. Quando nossas narrativas se decompõem, narrativas medrosas podem ser instaladas

À medida que o estresse surge, observe quais sensações ocorrem em seu corpo. Qual é a sensação de estresse? O estresse tem uma textura ou uma cor? Ao observar esse fenômeno, permanecemos ancorados no presente, em vez de irmos ao nosso cérebro para analisar todos os possíveis resultados desastrosos. Esta é a atenção plena no seu melhor. Isso, leva ao ponto dois.

2. Responda em vez de reagir

Buscamos uma nova narrativa para reprimir o estresse e restaurar a certeza. Esse momento de vulnerabilidade é quando recorremos às notícias, líderes mundiais e familiares para instalar uma nova narrativa. Este é um terreno fértil para narrativas sensacionalistas e temerosas se firmarem enquanto as pessoas buscam certeza em consenso. Isso pode explicar por que as pessoas perseguem os mercados em queda durante as crises econômicas e por que os líderes tomam decisões precipitadas durante as crises.

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Ao ampliar o espaço entre estímulo e reação, podemos encontrar a resposta mais ideal. Podemos fazer isso respirando pelo menos três vezes, dizendo: “Voltarei a falar disso” ou pesquisando fatos para informar o caminho a seguir. Tomar decisões a partir de um local de pânico nunca é o ideal, portanto, também não devemos decidir qual narrativa mental adotar quando estamos em pânico. www.paramais.com.br

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3. Observe a narrativa que você está dizendo a si mesmo

Quando você estiver em um período de incerteza, observe a narrativa que está se dizendo sobre a situação incerta. Essas narrativas informam nosso estado emocional e colorem nossas experiências. Se você estiver com medo da incerteza, pergunte-se: “Que história estou me contando? Esta história é verdadeira? Qual é o custo de acreditar nessa história? ” Isso pode criar distância entre você e a história, o que o ajudará a escolher uma história mais empoderadora.

4. Procure fatos, não sentimentos

Como seu cérebro procura instalar uma nova narrativa, é imperativo olhar para os dados e a verdade objetiva, em vez de confiar em sentimentos como o medo. Você pode criar uma “Lista do que eu sei com certeza”. Esta lista pode conter fatos sobre a situação atual, fatos sobre sua vida ou fatos sobre o momento atual.

5. O obstáculo é a oportunidade

81% dos trabalhadores pensaram que a capacidade de trabalhar remotamente os faria mais felizes. Felicidade à parte, no entanto, as pequenas empresas agora precisam descobrir como tornar realidade esses sonhos de trabalhar em casa - e em uma linha do tempo severamente condensada - em resposta à pandemia de coronavírus

Algumas empresas estão adotando soluções de trabalho remotas e descobrindo maneiras inovadoras de hospedar reuniões digitais. Isso está abrindo novas maneiras de fazer negócios com seus clientes. Enquanto todos se mudam para dentro de casa, os estúdios de ioga oferecem aulas on-line para seus alunos. Isso está abrindo novas oportunidades de receita para as aulas digitais. Os verdadeiros inovadores acreditam que todo problema surge com sua própria solução e todo obstáculo é uma oportunidade para a criatividade. Como um diamante sendo criado sob pressão, também descobrimos nosso brilho quando tomamos decisões corajosas diante do medo. É mais importante lembrar que a incerteza não durará para sempre, mas o que perdurará é a nossa resiliência.

Como encontrar otimismo neste momento de medo e incerteza

*Cat Kutz

Não há dúvida de que o mundo é um lugar incerto e desanimado no momento. Não podemos mentir, administrando a nós mesmos uma positividade sem sentido e chavões “copo está meio cheio” sem uma rima ou uma razão. No entanto, garantimos que, se você procurar histórias genuinamente boas que nos dêem um autêntico senso de otimismo para o nosso planeta, elas estarão lá. Essas histórias apresentam razões reais para ter esperança. E eles nos motivam não apenas para o nosso bem-estar pessoal, mas para o nosso planeta. Mesmo neste tempo de medo e incerteza, escondendo-se entre as sombras da dúvida e da escuridão, há vislumbres de esperança e oportunidade. Para afastar a escuridão, é para esses tremores de luz que apontamos. Como parte de meus deveres oficiais de promover o Otimismo da Terra, meu ritual diário inclui procurar essas histórias, e posso garantir que, mesmo sabendo que elas existem, nem sempre é uma tarefa fácil encontrá-las. Alguns dias, para tomar emprestado da declaração um dos meus primeiros modelos de comunicação científica, Bill Nye, as mensagens fazem parecer que nosso planeta está em chamas. Mas é meu trabalho organizar uma série de histórias sobre o que está funcionando na conservação. Dadas todas as más notícias ao nosso redor, esse feed deve parecer um pouco surdo, não é? Garanto-lhe que vale a pena. Há pessoas por aí apagando os incêndios, literal e metaforicamente. Há cientistas desenvolvendo novas tecnologias de energia verde para mitigar nosso consumo de combustíveis fósseis. Há conservacionistas trazendo espécies de volta à beira da extinção. Existem líderes juvenis incentivando seus colegas a enfrentar o desafio de proteger nosso planeta. A lista poderia continuar, e continua - é por isso que a Smithsonian Institution está promovendo esses empreendimentos e realizações como #EarthOptimism, para lançar um holofote duradouro sobre os sucessos significativos que acontecem todos os dias e que nos dão razões de esperança .

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O mundo depois do COVID-19. Nações em desenvolvimento Como a pandemia de coronavírus mudará o mundo?

Texto *Annmaree O’keeffe PA

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oda pandemia viral tem seus principais alvos. Para o HIV / AIDS, foram os marginalizados e estigmatizados, matando 35 milhões nos últimos 35 anos. Para o COVID-19, é inicialmente o idoso e fisicamente vulnerável. Mas quando a linha da frente mudar serão os pobres do mundo nos países em desenvolvimento que mais sofrerão. Graças aos problemas de saúde existentes, os pobres nos países em desenvolvimento já vivem 18 anos a menos do que as pessoas nos países de alta renda. Eles têm sistemas de saúde abaixo do padrão, incapazes de fornecer serviços básicos, economias nacionais fracas e mal administradas, acesso limitado a recursos humanos financeiros e qualificados e populações com baixa escolaridade. Portanto, o COVID-19 atingirá desproporcionalmente os países mais pobres do mundo, como um cataclismo na saúde e como uma crise social e econômica desestabilizadora. Isso levará um pouco para o reino dos estados frágeis e os estados já frágeis serão aprofundados na disfuncionalidade. O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento estima que “as perdas de renda devem exceder US $ 220 bilhões nos países em desenvolvimento”, atingindo os menos capazes de lidar. Essa previsão leva a uma navalha quando se considera que até 75% das pessoas nos países menos desenvolvidos não têm acesso aos principais meios de prevenção de infecções - água e sabão. 20

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Muitos desses países menos desenvolvidos estão em nossa vizinhança, incluindo o Camboja, Nepal e quatro países do Pacífico - Ilhas Salomão, Vanuatu, Tuvalu e Kiribati. Mesmo nas partes mais prósperas do mundo em desenvolvimento, o Banco Mundial estimou que se o crescimento regional diminuir para 2,1%, 24 milhões a menos de pessoas escaparão da pobreza em comparação com as projeções anteriores ao COVID. Em um cenário de menor crescimento, milhões a mais cairão na pobreza. O Banco Mundial reconhece os perigos de fazer previsões nessa crise em rápida evolução. Assim como os países mais ricos do mundo enfrentam graus variados de sucesso e fracasso, de acordo com sua resposta a essa blitzkrieg viral, o mesmo ocorrerá com os países em desenvolvimento.

O que está claro é que deve haver um programa de apoio multifacetado, incluindo assistência direta aos sistemas de saúde e apoio às economias em colapso. Nenhuma resposta única serve para todos. Em vez disso, é o momento de aplicar os princípios de estados frágeis, que foram desenvolvidos no início dos anos 2000 para ajudar os estados falidos a emergirem de conflitos - o RAMSI (Missão de Assistência Regional às Ilhas Salomão) foi um exemplo. Isso inclui focalizar o contexto, priorizar a prevenção, chegar a acordo sobre mecanismos práticos de coordenação entre atores internacionais. Os países mais ricos e as organizações internacionais já começaram a galvanizar recursos para os países mais pobres. Na reunião do G20 no mês passado, foram assumidos compromissos para fortalecer a capacitação e a assistência técnica e mobilizar o desenvolvimento e a assistência humanitária. Separadamente, o Banco Mundial reuniu um pacote de US $ 160 milhões em apoio imediato e de longo prazo; o Fundo Monetário Internacional se envolverá com o setor privado para ajudar as empresas a continuar operando e mantendo empregos; e o Banco Asiático de Desenvolvimento reuniu um pacote de US $ 6,5 bilhões para os países em desenvolvimento. Até agora, o foco internacional da Austrália está amplamente no Pacífico, com os programas de ajuda existentes sendo redirecionados para concentrar o apoio nos serviços de saúde e mitigar o choque econômico. A previsão para o Pacífico é sombria. O grande desafio para seus parceiros de desenvolvimento será financiar a escala de recursos necessários para lidar com isso. Apesar dos compromissos até o momento, à medida que o mundo desenvolvido se endivida mais profundamente para se salvar, os governos serão forçados por seus eleitores a tomar algumas decisões difíceis sobre seus orçamentos de ajuda externa. (*) Instituto Lowy

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Como e quando a pandemia de COVID-19 terminará? Quando as medidas de distanciamento social possam desaparecer – a todos

Essas perturbações sociais são graves, alarmantes e difíceis de compreender completamente. Eles também têm um imenso custo psicológico. Já, poucas semanas de fechamentos e separações afetaram imensamente o bem-estar do mundo, provocando grandes perdas financeiras , ampliando as desigualdades socioeconômicas e exacerbando a carga de saúde para grupos vulneráveis . Especialistas alertam que este é o preço que deve ser pago para interromper a pandemia. Não porque os custos que estamos pagando agora são insignificantes, mas porque o que se perde é tão imenso. Os Estados Unidos agora têm as infecções mais confirmadas de qualquer nação do mundo , superando muito mais de 100.000 casos e muitas...muitas mortes – e ainda não se sabe quando o país atingirá o pico de novos casos. Então, o que acontecerá depois?

Fotos Divulgação, Live Science, Public Domain

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e muitas e variadas maneiras, a pandemia do COVID-19 provou ser um alvo em movimento. Diante de uma pandemia que os cientistas ainda não entenderam completamente, os pesquisadores simplesmente não podem garantir o que está por vir – ou quando a vida voltará a uma versão da normalidade. Mas, à medida que as empresas continuam fechando e as pessoas se retirando para suas casas, uma coisa ficou clara: para conter a propagação de doenças, Joe Pinsker relata que medidas rigorosas que mantêm as pessoas separadas fisicamente podem estar em vigor por vários meses – talvez até mais de um ano.

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A imunidade é fundamental Quando um número suficiente da população global se tornar imune, o SARS-CoV-2 perderá sua área infectada, deixando de encontrar indivíduos novos e suscetíveis a serem infectados antes de deixar seus atuais hospedeiros. Os pesquisadores estimam que cerca de 2,5 a 5 bilhões de pessoas – aproximadamente um terço a dois terços da população global - precisarão ser imunes a atingir esse limiar crítico, relata Jonathan Lambert para o Science News. Existem dois caminhos possíveis para a imunidade, nenhum dos quais é garantido. Em um deles, os indivíduos que se recuperam do COVID-19 produzem as moléculas imunes necessárias para combater o vírus, caso tente infectá-los novamente.

Após mais tempo (tempo = 2), as pequenas partículas são uniformemente dispersas e mais partículas maiores se depositam no ar. As pessoas B e C inalarão partículas que geralmente são menores, têm uma faixa de tamanho menor e estão em uma concentração menor do que no momento Todos os tamanhos de partículas em um aerossol típico para tosse ou espirro são inaláveis. As partículas maiores se depositam no nariz, enquanto as menores se depositam nos pulmões, onde normalmente estão localizados os receptores celulares de muitos vírus respiratórios infecciosos.

Probabilidade de infecção por aerossóis a curta distância Doses mais altas de partículas infecciosas têm maior probabilidade de resultar em infecção e doença. Os profissionais de saúde, cujo trabalho os aproxima de mais pessoas com sintomas mais graves em espaços relativamente fechados, correm mais risco do que o público em geral de serem expostos a uma dose de partículas infecciosas que podem levar à infecção. A experiência de Wuhan, na China, apóia a probabilidade de transmissão de aerossol de curto alcance. Depois de receber e tratar inicialmente pacientes com COVID-19 no sistema de saúde existente e sofrer infecções por profissionais de saúde, a China implantou um modelo de hospital em camadas muito semelhante ao usado para pacientes com Ebola nos Estados Unidos. 21 Pacientes com sintomas críticos ou graves foram transferidos para enfermarias ou hospitais designados, enquanto aqueles com sintomas leves foram convocados em hospitais temporários em edifícios reaproveitados. Os profissionais de saúde usavam proteção total, incluindo um vestido, proteção para a cabeça, respiradores da peça facial com filtro N95, proteção para os olhos e luvas.

Após algum tempo (tempo = 1), as partículas começam a se dispersar e as partículas maiores começam a se depositar no ar. A pessoa B continuará inalando partículas de todos os tamanhos 22

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No outro, as pessoas tornam-se imunes ao serem vacinadas, ensinando seus corpos a reconhecer e destruir o invasor sem adoecer. Ambas as resoluções dependem de se uma exposição ao SARS-CoV-2, ou pelo menos a partes dele, pode proteger uma pessoa contra infecções futuras, que ainda precisam ser mostradas definitivamente a longo prazo. www.paramais.com.br

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Achatando a curva Embora muitas vacinas contra COVID-19 estejam em desenvolvimento, esse processo leva muitos meses – geralmente anos. Enquanto isso, autoridades em todo o mundo estão se esforçando para reduzir a taxa em que novas infecções surgem para evitar sobrecarregar um sistema de saúde já sobrecarregado. Essa é a ideia por trás de “ achatar a curva ” da trajetória da pandemia: se o vírus tiver menos oportunidades de saltar de pessoa para pessoa, as comunidades não verão um grande aumento rápido em novos casos; em vez disso, novos casos seriam espalhados por um longo período de tempo, reduzindo o número médio de pessoas doentes com COVID-19 em uma determinada data. A elaboração da linha do tempo da pandemia também permite que os pesquisadores desenvolvam tratamentos e testes muito necessários. O primeiro passo para alcançar essa desaceleração é o distanciamento social: reduzir drasticamente o contato com os indivíduos, nesse caso mantendo-se a pelo menos um metro e meio de distância dos demais – uma distância que evita amplamente as gotículas infecciosas pulverizadas nas vias aéreas das pessoas infectadas com SARS-CoV – 2

(Alguns psicólogos têm defendido o uso do termo menos isolado “ distanciamento físico “ para incentivar as pessoas a permanecerem socialmente conectadas enquanto estão fisicamente separadas). Dada a trajetória de uma semana da infecção e a extrema facilidade de propagação do vírus, o distanciamento não é algo que funcione instantaneamente. A tática efetivamente mata a pandemia de hospedeiros – algo que leva tempo e pode ser rapidamente descartado se alguns subconjuntos da população vacilarem em seu compromisso. Até que uma vacina se torne disponível, o mundo pode estar no limbo com políticas de distância mais rígidas e relaxantes quando o COVID-19 explode ou diminui, de acordo com Gideon Lichfield no MIT Technology Review. “Precisamos estar preparados para fazer vários períodos de distanciamento social”, disse Stephen Kissler, pesquisador de doenças infecciosas da Escola de Saúde Pública de Harvard, a Ed Yong.

A importância do teste

Como Yong relata outro componente crucial é uma aceleração no teste de diagnóstico de infecções por SARS-CoV-2. Sem conhecer a carga real de doenças no mundo - o número de pessoas infectadas, incluindo aquelas com sintomas leves ou inexistentes -, os pesquisadores não conseguem entender bem como a pandemia está evoluindo ou quais são as populações em maior risco.

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VIDA

após a morte Quando você morrer “você sabe que você está morto porque seu cérebro continua trabalhando”, afirma o cientista. Um novo estudo sugere que sua consciência continua depois que seu coração parar de bater Texto *Harvey Sullivan Fotos Indra K. Muhtadi, Fonte-Google

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abemos que estamos mortos quando morremos porque nossos cérebros continuam trabalhando para nos tornar conscientes do que está acontecendo ao nosso redor, assombrando uma nova pesquisa sugere. Os principais especialistas médicos sempre estiveram em desacordo sobre o que acontece quando os humanos morrem, com evidências de luzes brilhantes e flashes relatados por pessoas que “voltam” sendo a causa de muito debate. No entanto, um novo estudo sugere que sua consciência continua funcionando depois que seu coração pára de bater e seus movimentos corporais falham. Isso significa que você está essencialmente ‘preso’ dentro do seu corpo morto, com o cérebro ainda trabalhando, mesmo que por pouco tempo. Sobreviventes de parada cardíaca estavam cientes do que estava acontecendo ao redor deles enquanto eles estavam “mortos” antes de serem “trazidos de volta à vida”, revelou o estudo. Mais surpreendente ainda, há evidências que sugerem que os mortos podem até mesmo se ouvir serem declarados mortos pelos médicos. O Dr. Sam Parnia está estudando a consciência após a morte e examinando casos de parada cardíaca na Europa e nos EUA. Sua pesquisa é baseada em um estudo de 2000 pessoas nos EUA e na Europa que foram revividas após uma parada cardíaca. Ele diz que as pessoas na primeira fase da morte ainda podem experimentar alguma forma de consciência. 24

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O especialista aventou que as pessoas que sobreviveram à parada cardíaca descreveram com precisão o que estava acontecendo ao seu redor depois que seus corações pararam de bater. Ele disse: “Eles descreverão observando médicos e enfermeiras trabalhando, eles descreverão ter consciência de conversas completas, de coisas visuais que estavam acontecendo, que de outra forma não seriam conhecidas por eles”. Explicando quando um paciente é oficialmente declarado morto, ele diz: “Tudo se

baseia no momento em que o coração para. “Tecnicamente falando, é assim que você consegue a hora da morte.” Seu estudo está examinando o que acontece com o cérebro depois que uma pessoa entra em parada cardíaca - e se a consciência continua após a morte e por quanto tempo - para melhorar a qualidade da ressuscitação e prevenir lesões cerebrais enquanto recomeça o coração. Ao contrário do enredo em Flatliners, no entanto, quando uma pessoa é ressuscitada, ela não retorna com um “aprimoramento mágico” de suas memórias, disse o Dr. Parnia.

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É plausível que pessoas mortas possam se ouvir sendo declaradas

Embora a morte pareça um estado bastante simples, as definições mudaram ao longo do tempo. Antes de termos maneiras de medir várias funções do corpo, a cessação da respiração poderia ser considerada morte. Agora que sabemos que os corações podem ser reiniciados, tendemos a usar a morte encefálica como padrão, apesar de haver casos registrados de pessoas sendo revividas depois que seus cérebros se «nivelaram». A fim de testar a teoria de que o cérebro ainda pode processar informações após uma parada cardíaca, os cientistas coletaram depoimentos de pessoas que foram revividas depois que seus corações pararam para ver se tinham alguma lembrança daqueles momentos. Os pacientes relataram tudo, desde “ver” a equipe médica trabalhando em seus corpos até ouvir seus médicos declararem que estavam mortos. O Dr. Parnia relatou que: “Eles descrevem assistindo médicos e enfermeiras trabalhando; eles descreverão ter consciência de conversas completas, de coisas visuais que estavam acontecendo, que de outra forma não seriam conhecidas por eles”.

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O Dr. Sam Parnia está estudando a consciência após a morte e examinando casos de parada cardíaca na Europa e nos EUA

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Ritual de iniciação feminina evidencia a vitalidade da cultura indígena Texto José Tadeu Arantes

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té meados dos anos 1970, predominava no Brasil a impressão de que o desaparecimento dos povos indígenas era inevitável e se completaria em algumas décadas. Impactados pela expansão da fronteira agropecuária e da mineração e pelo desenvolvimentismo, as populações originais do país pareciam fadadas à extinção. Os anos 1980, porém, foram palco de uma surpreendente reviravolta. Junto com o forte protagonismo político de algumas lideranças indígenas, ocorreu uma expressiva reversão da curva demográfica. Depois, vieram a consignação dos direitos indígenas pela Constituição de 1988 e a demarcação, ainda não completada, de várias terras ancestrais. Na segunda metade da década de 1990, as populações da maioria dos povos indígenas cresceram a uma taxa de 3,5% ao ano, bem acima da média brasileira, de 1,6% no período. E a população indígena total, que havia chegado à casa de 210 mil em 1980, foi contabilizada em 896.917 pessoas pelo Censo de 2010. Um importante aspecto dessa revivescência foi a recuperação de costumes e práticas culturais que haviam sido fortemente estigmatizadas e reprimidas por missionários cristãos e agentes governamentais. É o caso, entre muitos outros exemplos, do ritual de iniciação feminina dos índios Ticuna, da Amazônia. Um livro sobre esse tema, escrito pelo antropólogo Edson Matarezio Filho bv.fapesp.br/pt/pesquisador/88225/edson-tosta-matarezio-filho, foi publicado recentemente com apoio da FAPESP: A Festa da Moça Nova: ritual de iniciação feminina dos índios Ticuna.

A despeito de todas as pressões da sociedade que o circunda, o povo Ticuna preservou uma de suas cerimônias mais importantes, a Festa da Moça Nova. Estudo antropológico investigou em profundidade esse ritual

Edson Matarezio Filho

Pós-doutorado no Centro de Estudos Ameríndios da Universidade de São Paulo (CEstA-USP), sob a supervisão de Marta Amoroso, Matarezio faz pesquisa de campo entre os Ticuna desde 2012. Nesse período, realizou estágios de pesquisa na França e e foi bolsista na Colômbia com apoio da FAPESP. “Os Ticuna estão localizados no Alto Solimões, na tríplice fronteira Brasil-Peru-Colômbia. Compõem um dos maiores grupos indígenas do Brasil. Sua população em território brasileiro, computada em mais de 53 mil pessoas em 2014, é comparável à dos Guarani Kaiowá. Além disso, há cerca de 8 mil Ticuna na Colômbia e quase 7 mil no Peru”, disse Matarezio à Agência FAPESP. Trata-se, segundo o pesquisador, de uma população bastante diversificada, apesar de compartilhar a mesma língua e, muitas vezes, a mesma estrutura de parentesco. Parte dessa diversidade se deve às influências recebidas da sociedade envolvente. Algumas comunidades são católicas, outras evangélicas. Muitos Ticuna saíram de suas aldeias ancestrais para morar e trabalhar nas cidades. Mas há rituais tradicionais que foram preservados a despeito dessas influências e que são compartilhados por várias comunidades. Um desses rituais é justamente a Festa da Moça Nova.

Ritual complexo

Água de degelo nas fendas no sul da Groenlândia, como visto durante o último vôo da Operação IceBridge da campanha no Ártico

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“É um ritual complexo, que dura três dias. Ao contrário de outras festas indígenas, que seguem um calendário sazonal, regulado pelas estações do ano e os períodos de colheita, a Festa da Moça Nova não tem data fixa, pois depende do corpo da adolescente para acontecer. A partir da menarca, da primeira menstruação, iniciam-se os preparativos. www.paramais.com.br

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A moça é colocada em reclusão, em um cômodo da casa da família. O objetivo é que ela não tenha muitos contatos, principalmente com pessoas de fora. Os contatos geralmente se restringem à mãe ou à avó, que aconselham a moça e a preparam para a iniciação. Os conselhos serão, posteriormente, muito importantes na festa. Tanto os conselhos falados quanto os conselhos cantados em momentos específicos da cerimônia”, contou o pesquisador. A reclusão é inicialmente individual. Começa com uma moça. Mas, de acordo com o tamanho da comunidade e da rede de relações da família, outras moças que entram no período púbere na mesma época também vão sendo encaminhadas à reclusão em suas casas familiares. Ao mesmo tempo, as famílias estabelecem acordos para fazer a festa em conjunto. A preparação inclui plantar uma roça de mandioca para a confecção do pajauaru, a bebida fermentada. E também reformar a casa de festa, onde os convidados vão esticar suas redes e a comemoração propriamente dita irá acontecer. No período que antecede o ritual, que pode durar dias ou semanas, as moças ficam reclusas juntas na casa de festa. Durante esse tempo, elas permanecem com os olhos vendados, para aguçarem a audição e o tato. .

“Esses entes são atraídos pelo cheiro da menstruação – especialmente da primeira menstruação. Além dos ngo’o, esse estado particular da moça atrai igualmente os ü’üne, que são os ‘imortais’ ou ‘encantados’. Essa categoria inclui também os antepassados mortos. Ao contrário dos ngo’o, considerados os entes mais maléficos do cosmo Ticuna, os ü’üne são bem-vindos na festa, por serem portadores e doadores de conhecimento e sabedoria. Os ü’üne são muitas vezes concebidos como entes, mas a palavra se aplica também a estados de consciência.

E são pintadas com jenipapo e adornadas. Isso tem um significado simbólico muito forte. É como se o sumo de jenipapo trocasse suas peles. Tudo isso configura não somente um cuidado individual, dos corpos e das pessoas das moças, mas também um cuidado coletivo, que protege toda a comunidade de “espíritos” e “entidades” que os Ticuna chamam de ngo’o. Esse termo é traduzido usualmente como “bichos”, mas, no passado, o etnólogo Curt Nimuendaju (1883-1945) o traduziu como “demônios”. E a Bíblia evangélica em língua Ticuna manteve a palavra com esse significado. Mas, segundo Matarezio, essa talvez não seja uma tradução muito adequada, porque a palavra ngo’o nomearia entes e estados corporais muito mais complexos do que aqueles que as mitologias judaica, cristã e islâmica chamaram de “demônios”.

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Existem pajés ou xamãs que, por meio de uma alimentação específica e de outros recursos, podem fazer com que seus corpos se tornem mais próximos desse estado de ‘imortalidade’, que só vai ser atingido plenamente depois da morte”, explicou o pesquisador. Os ü’üne estariam presentes no cotidiano Ticuna. Mas, no contexto do ritual da iniciação feminina, se manifestariam principalmente por meio do som das flautas ou trompetes cerimoniais. “Os Ticuna têm um conjunto muito rico de instrumentos musicais.

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Nesse conjunto, destacam-se três trompetes. Dois deles, o iburi e o to’cü, são classificados pela etnologia como ‘flautas sagradas’. Sua visão e manuseios são vedados às mulheres e crianças. Essas flautas são tocadas para as moças atrás do quarto de reclusão. Seu som é o veículo para que os espíritos falem com elas. Elas os escutam cantar, mas não podem vê-los. Somente alguns pajés possuem essa capacidade”, disse Matarezio. Em seu livro, o pesquisador analisou detidamente o significado da reclusão e da posterior saída da moça do confinamento. E o comparou a um novo nascimento. O quarto de reclusão seria o equivalente do útero materno. E a saída da moça por um caminho apertado seria o equivalente da passagem do feto pelo canal vaginal. Outra analogia, que não contradiz a anterior, é a da transformação da crisálida em borboleta. Uma canção Ticuna, recolhida por Curt Nimuendaju, refere-se explicitamente a isso. “Há um processo de metamorfose em curso. A ideia é a de que o corpo Ticuna é construído e reconstruído em reiterados cerimoniais. Existe a iniciação dos bebês. Existem as iniciações de meninos e meninas durante a infância. Existem as iniciações na puberdade. É todo um processo de cuidados, aconselhamentos e proteções que as famílias e a comunidade prestam às pessoas.

Isso tem pouco a ver com as dinâmicas do Estado, com as dinâmicas das missões católicas e evangélicas. A manutenção dessa vida cerimonial é, de certa forma, uma resposta que vai na contramão das pressões da sociedade envolvente. No ritual da iniciação feminina, a moça é protegida porque ela é, de certa maneira, um resumo do cosmo inteiro”, afirmou Marta Amoroso, que participou da banca examinadora da tese de doutorado de Edson Matarezio, da qual resultou o livro em pauta. E, posteriormente, foi sua supervisora de pós-doutorado.

Inversão de papéis sociais

A antropóloga chamou a atenção para o fato de que na Festa da Moça Nova há toda uma inversão dos papéis sociais: os homens falam em falsete, as flautas cantam com a voz dos “encantados”, as moças estão mergulhadas em um estado onírico, na fronteira da idade, na fronteira da relação com os afins, na fronteira da relação com o cosmo, habitado também por outros seres. Em seu estudo de pós-doutoramento, Matarezio explorou mais profundamente o tema, investigando o que as moças sentiam e pensavam durante todo o processo de iniciação. Investigou também o papel dos xamãs na festa.

São eles que “colocam espíritos” nos trompetes ou flautas rituais. Sem o “benzimento” dos xamãs, esses instrumentos são objetos triviais, sem mais valor ontológico. Mas, uma vez “espiritualizados”, eles se transformam em “gente” na perspectiva Ticuna. Por isso, vê-los e manuseá-los constituem tabus: só os homens mais velhos podem fazê-lo. “Na festa, os trompetes ou flautas rituais emprestam voz às ‘entidades sobrenaturais’ que circulam pelo ambiente. E, no processo de ‘benzimento’ e em outras práticas xamânicas, o tabaco é componente muito importante. É a fumaça do tabaco que conecta os vários planos de realidade, possibilitando o relacionamento entre os humanos e os ‘espíritos’”, disse. “No passado, a Festa da Moça Nova podia durar um ano ou um ano e meio. A jovem entrava em reclusão na primeira menstruação e a festa só ocorria um ano ou um ano e meio mais tarde. Por isso, os antropólogos norte-americanos que estudaram esse tipo de ritual nos anos 1940 afirmaram que os povos indígenas da Amazônia não poderiam sobreviver. Porque seria impossível a eles dar vazão à estrutura cerimonial tão complexa que tinham depois que passaram a participar, como trabalhadores rurais, da economia extrativista. Mas o que a pesquisa de Matarezio mostrou foi uma extraordinária capacidade de reinvenção. Os Ticuna mantiveram o cerimonial, porém o adaptaram a suas novas condições de vida. Hoje, a festa dura um final de semana, porque muitos participantes terão que comparecer aos seus empregos na segunda-feira seguinte”, disse Amoroso.

(*) Agência FAPESP

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A ponte tem 2.200 metros e o fica a 70 metros de altura acima do nível do rio

A Ponte sobre o Tejo Texto *Anete Costa Ferreira

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primeira ideia para a construção de uma ponte sobre o rio Tejo nasceu no século XIX no reinado de D. Luís I, em 1876, quando váios trechos foram apontados,prevalecendo o que ligasse Lisboa a Almada. Decorridos 82 anos, o governo em 1958, aprova a construção. O estudo sobre a concessão foi liderada pelo Engenheiro José Estevão Couceiro de Castro Moniz, nomeado diretor do “Gabinete da Ponte sobre o Tejo”, responsável pela abertura do concurso público internacional. Após quatro propostas apresentadas, venceu a United States Steel Export Company. Em Novembro de 1962, iniciaram-se as obras. Para o Presidente António Salazar era inviavel a construção uma vez que não pretendia pedir empréstimo estrangeiro. Entretanto, Marcelo Caetano propôs que fosse solicitado financiamento estrangeiro, apoiado no Segundo Plano de Fomento, no que foi atendido. Em 1959, através de Concurso Público Internacional, a vencedora foi a empresa americana United States Steel Export Company. A construção de uma ponte suspensa jamais havia sido pensada em Portugal, o que pela sua dimensão envolveu muitos engenheiros, notadamente

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americanos, técnicos de várias especialidades na engenharia, assim como operários especializados no ramo. Segundo o arquiteto Luís Rodrigues, a ponte foi inspirada na homóloga “Ponte Golden Gate”, dos Estados Unidos da América. O autor refere: “que a mesma tem especificidades muito próprias e um projeto muito mais leve e muito mais dinâmico do que a ponte suspensa da América do Norte” O projeto inicial foi americano, contando porém, com pariticipação portuguesa constante. Efetivamente, a obra teve inicio em 5 de Novembro de 1962, com a primeira ideia de chamar-se “Ponte sobre o Tejo”. Entretanto, sofreu várias alterações que ao ser inaugurada foi batizada como: “Ponte Salazar” , a 6 de Agosto de 1966. O primeiro carro que atravessou a ponte foi um Austin Seven Verde. O filme oficial da cerimônia inaugural foi de autoria da Tobis Portuguesa sob a direção de Leitão de Barros A ponte tem o comprimento de 2.200 metros e o tabuleiro fica a 70 metros de altura acima do nível do rio. É a maior ponte da Europa e a quinta maior do mundo. A estrutura custou 10 milhões de euros, sendo parte financiada pela América do Norte. Com a “Revolução dos Cravos”, em Abril de 1974, passou a denominação de “Ponte 25 de Abril”, como é conhecida na atualidade.

Nos finais do século XX, é ampliada com a introdução do tabuleiro rodoviário em 1998, para dar vasão ao tráfego, passando de 4 para 6 faixas , ao mesmo tempo que inicia-se a circulação ferroviária. A partir de 1999, o movimento ferrroviário intensificou-se, atualmente circulam nos dias úteis cerca de 150 trens, e o fluxo rodoviário é aproximadamente de 300 mil carros/dia. Anualmente, no mês de Março, realiza-se na ponte, a modalidade desportiva “Meia Maratona de Lisboa”, quando o tráfego é encerrado. O autor do livro “A Ponte Inevitável”, atribui à obra, uma classificação justificada pelo seu “valor singular, urbanístico, simbólico, artístico/estético; valor da engenharia e valor histórico”. Ressalta, que:”apesar de ainda não existir uma decisão quanto à classificação. Já é um ícone com relevância a nível nacional e internacional”. A “Ponte sobre o Tejo” de grande utilidade à comunidade de Lisboa e da Margem Sul do Tejo, completa neste 2020, seus 65 anos orgulhando os portugueses. Cruz de Pau, 31 de Março de 2020. (*) Correspondente em Portugal

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Por que os vinhos do Deserto de Negev, em Israel, podem representar o futuro da viticultura Superando o calor escaldante e pouca chuva, os vinhedos experimentais ensinam os produtores de vinho a lidar com as mudanças climáticas Texto *Lindsay Fendt Fotos Guilbert Gates; Harris Brisband Dick Fund, 1938 / Museu Metropolitano de Arte, Heidi Levine, Yadid Levy,

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uando o enólogo israelense Eran Raz decidiu começar sua própria vinha, ele não olhou para as regiões vinícolas estabelecidas nas colinas verdejantes do país. Em vez disso, ele fazia parte de um pequeno e intrépido grupo de viticultores que adquiriam pedaços de deserto árido no deserto do Negev uma terra empoeirada de ninguém no sul de Israel, a cerca de 24 quilômetros da fronteira egípcia a oeste e da fronteira jordaniana ao norte. leste. Aqui, a média das chuvas é de 10 ou 11 polegadas a cada ano e as temperaturas frequentemente oscilam perto de 100 graus. “Eles dizem que as uvas precisam sofrer para fazer um bom vinho”, diz Raz. “Aqui não há problema.” Mais de uma década depois, as uvas de sua vinícola Nana Estate parecem desconhecer seu sofrimento. A vinha é um oásis verde entre as ondas do deserto marrom empoeirado. Exuberantes videiras se revolvem das rochas calcárias e pobres em nutrientes que passam pelo solo no Negev. Até o final da década de 1980, o deserto desolado e montanhoso estava vazio, exceto por bases militares, rebanhos de íbex e alguns assentamentos de beduínos nômades. Hoje, Nana é apenas uma das 30 fazendas e vinhedos no deserto, entre a principal cidade do Negev, Beersheba, e a cidade montanhosa de tamanho médio de Mitzpe Ramon. 30

A maioria das fileiras de uvas da vinícola sai da Rodovia 40, que se tornou o ponto de partida para várias rotas bem trilhadas. A região agora atrai um fluxo constante de turistas que podem experimentar variedades tradicionais, como chardonnays e malbecs, em destinos que variam de kibutz da velha escola a vinícolas construídas como Desert Estate Carmey Avdat, que oferece cabanas de férias. Alguns se especializam em variedades kosher - usando ingredientes e equipamentos que foram certificados e supervisionados por um rabino -, mas a maioria atende

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a visitantes seculares de todo o mundo. Embora a região não tenha recebido muita atenção dos níveis mais altos da sociedade internacional do vinho, os vinhos do Negev obtêm consistentemente boas pontuações dos críticos de vinho, e seus sabores fortes e ensolarados são considerados distintos pelos conhecedores. No popular aplicativo de vinhos Vivino, as classificações geradas pelos usuários para os vinhos Negev oscilam em torno de 4 em 5 pontos. Uma crítica da BBC elogia o merlot de Carmey Avdat por seu “sabor único e salgado do deserto”.

Sala de degustação de Nana Estate. “Lentamente, os aromas de delicadas frutas tropicais são descobertos”, escreve um revisor, descrevendo o chenin blanc de 2018 da vinha

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“Eles são respeitáveis e são aclamados pela crítica em muitos aspectos”, diz Greg Gambetta, professor do Instituto de Ciências da Vinha e do Vinho da Universidade de Bordeaux, na França. “Acho que nos mostra os limites para os quais você pode empurrar algumas dessas variedades e isso é realmente valioso.” As tecnologias desenvolvidas nas condições extremas de crescimento do Negev estão chamando a atenção das regiões vinícolas tradicionais, que têm enfrentado temperaturas mais altas e menos chuvas do que nos anos anteriores. Em 2019, a produção de vinho na Itália e na França caiu 15% e na Espanha caiu 24%. A Organização Internacional da Vinha e do Vinho atribui esses declínios a mudanças no clima. Na região de Friuli Venezia Giulia, no nordeste da Itália, por exemplo, os produtores passaram séculos produzindo vinhos brancos cobiçados a partir de uvas alimentadas por chuva abundante e rios locais. Mas, devido ao aumento das temperaturas, a colheita de uvas na região é dez dias antes do que há duas décadas atrás, diz Enrico Peterlunger, professor de viticultura da Universidade de Udine, em Friuli. Os padrões de chuva também mudaram, ficando mais concentrados; chuvas fortes enchem brevemente as lavouras, que são deixadas secas por trechos mais longos do que antes. Os viticultores israelenses “mostram o caminho a seguir”, diz Peterlunger. “Este é o destino da viticultura na Europa”.

Um dos parceiros de pesquisa de Peterlunger, um bioquímico nascido na Itália chamado Aaron Fait, está baseado na Universidade Ben-Gurion, que tem um campus no meio do deserto do Negev. Fait administra um vinhedo experimental logo na entrada da vinícola Nana e está trabalhando para desenvolver abordagens que possam um dia beneficiar os produtores de vinho da Europa. Exibindo sua vinha ao sol da tarde de junho, Fait usava um chapéu de couro de abas largas para proteger seu rosto da luz severa.

Suas uvas, ele apontou, têm uma configuração semelhante para protegê-las: um sistema de treliça especial que ele projetou para que as folhas crescessem sobre os frutos, protegendo-os. Fait e seus alunos também estão trabalhando para enxertar uvas de vinho em videiras que podem tolerar níveis mais altos de solução salina do que as variedades convencionais. O objetivo é desenvolver uvas capazes de florescer nas águas subterrâneas salobras locais, que contêm sal do Mar Mediterrâneo.

Raz tende suas uvas em Nana Estate. Quando seu vinhedo se abriu pela primeira vez, Raz às vezes desviou a água dos vizinhos que estavam no meio do banho para que ele pudesse irrigar suas videiras

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A especialidade de Fait como biólogo molecular de plantas direciona suas idéias para o terroir . A palavra francesa significa literalmente terra ou solo, mas para especialistas em vinho - que falam o termo com uma reverência quase mística - terroir refere-se à maneira como fatores como clima e topografia moldam o sabor do vinho resultante. “A complexidade bioquímica é o que faz o valor do vinho no mercado”, diz ele. “Não é como um tomate ou uma uva de mesa. Com uma uva para vinho, é realmente um ativo incrível dos produtos químicos que juntos criam as sensações quando você bebe o vinho”. Comercializado com o slogan “tradição antiga, vinho moderno”, o Nana Estate está inovando para se adaptar às mudanças climáticas. Mas ainda envelhece seu vinho em barris de madeira

Acima, nos Institutos de Pesquisa do Deserto Jacob Blaustein, Aaron Fait cheira uma taça de vinho Negev, observando os aromas que saem do seu terroir - variáveis como exposição ao calor, elevação e nutrientes no solo. À esquerda, as gotas de vinho também são submetidas a análises químicas no laboratório de Fait, onde os pesquisadores estudam as propriedades dos vinhos produzidos a partir de uvas cultivadas sob diversas condições. Certo, as videiras de tomate crescem no solo do deserto em uma estufa experimental no Ramat Negev AgroResearch Center. Os pesquisadores estão trabalhando para desenvolver cepas de culturas que possam tolerar os níveis de sal encontrados nas águas subterrâneas locais salobras

O Negev é especialmente adequado para desmistificar os elementos do terroir e talvez aprender a ajustá-los para um clima em mudança. Como o deserto rochoso carece de nutrientes e outras necessidades, os produtores devem enriquecer o solo, um ingrediente de cada vez. Isso permite que os cientistas observem os impactos de variáveis individuais, vendo como elas influenciam o crescimento das uvas e o sabor do vinho resultante. Fait prevê a criação de um tipo de manual para cada variedade de uva, um manual com as informações exatas de que todo tipo de uva precisa para criar um vinho perfeito. “Em nenhum lugar do mundo você pode usar o campo como um verdadeiro laboratório, como o usamos no deserto do Negev”, diz Fait. “Tudo pode ser modelado e controlado para o bem do seu experimento”. Tome o estresse hídrico. Os produtores de vinho sabem há muito tempo que as uvas para vinho desenvolvem um sabor mais intenso quando são privadas de água em algum grau. Mas, até recentemente, ninguém havia isolado esse fator.

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O Livro dos Salmos, dito ter sido recitado pelo rei Davi, louvou o Senhor por enviar “vinho que alegra o coração do homem”. Mas o Livro de Provérbios advertiu: “Não é para os reis beber vinho, nem é bebida forte para os governantes, para que ele não beba e esqueça o que foi feito lei”. No canto inferior esquerdo, uma cabeça de pedra calcária francesa do rei Davi, datada de 1145 dC. À direita: o deserto do Negev leva o nome de uma raiz hebraica que significa “seco”. www.paramais.com.br

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Controlando todas as outras influências, incluindo os níveis de fertilizantes, os cientistas estão testando exatamente quanto estresse hídrico é necessário para melhorar o sabor da uva. Eles estão aprendendo como uma planta de uva estressada regula seu metabolismo e produção de açúcar e como as reações diferem entre as variedades de uva. A Syrah, por exemplo, responde rapidamente às mudanças ambientais, enquanto o cabernet é mais resiliente. Mesmo uma vez que as condições ideais de cada uva são identificadas, sua manutenção provavelmente exigirá um nível de manipulação que antes era desaprovado. Os vinhedos europeus já estão adotando uma invenção israelense: a irrigação por gotejamento, na qual canos e mangueiras fornecem a quantidade exata de água que uma planta precisa diretamente às raízes. A União Europeia proibiu ou restringiu a irrigação das vinhas há muito tempo, com medo de aumentar o rendimento e interferir no terroir. As grandes secas no início dos anos 2000 começaram a corroer esses regulamentos. Em 2006, as autoridades vinícolas da França, o país mais rigoroso, começaram a relaxar suas regras de irrigação. “Agora, todo agricultor sabe o que é irrigação por gotejamento e sabe que algum dia ele poderá usá-la em seus terrenos”, disse Fait.

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À esquerda, a irrigação controlada dá frutos em um vinhedo de Nana Estate. Certo, cachos de uvas colhidos na vinícola Carmey Avdat

De volta à vinícola Nana, Raz cultiva algumas variedades tradicionais da Europa, operando seu sistema de irrigação por gotejamento usando um aplicativo em seu telefone. Porém, à medida que as uvas são adaptadas às mudanças climáticas, o que é considerado um vinho com sabor “tradicional” também pode precisar se adaptar.

Às vezes, ele olha para os antigos terraços agrícolas com vista para o campo. Ele diz que sente tanto o peso do passado quanto a possibilidade do futuro em sua vinha no deserto. “O último agricultor que cultivou algo nesta área foi há 2.000 anos”, disse ele. “Mas todo ano eu aprendo algo novo.” Os avanços ocorridos no Negev a cada dia lhe dão esperança para o futuro.

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