Revista
Pará+ MAIO
BELÉM-PARÁ
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ISSN 16776968
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EDIÇÃO 230
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O PORTO OFFSHORE DO PARÁ O FUTURO DO EMPREGO 12
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CRECHES POR TODO O PARÁ www.paramais.com.br
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O Pará é líder
na geração de empregos na região Norte. *
*Fonte: DIEESE
novos postos de trabalho nos últimos 12 meses
Nadir Cristina Barra Melo Professora
Fotos: Agência Pará
41 mil
Líder em geração de emprego na região Norte
Porque o governo trabalha pra isso. Todos os dias, por todo o Pará. Mais de 41 mil novos empregos formais foram gerados em plena pandemia pelo Governo do Pará. Tudo isso, graças a um conjunto de ações que uniu a manutenção do calendário de obras, o apoio aos empresários e as medidas ostensivas de saúde e de vacinação por todo estado. Enquanto o Brasil e o mundo registram números negativos na geração de emprego e renda, o Pará mais uma vez sai na frente e vira referência nacional. Porque aqui tem trabalho por todo o Pará. 12
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N E S TA E D I Ç Ã O 230 - MAIO - 2021
PUBLICAÇÃO
7 SONHOS INFRAESTRUTURANTES
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Editora Círios SS Ltda CNPJ: 03.890.275/0001-36 Inscrição (Estadual): 15.220.848-8 Rua Timbiras, 1572A - Batista Campos Fone: (91) 3083-0973 Fax: (91) 3223-0799 ISSN: 1677-6968 CEP: 66033-800 Belém-Pará-Brasil www.paramais.com.br revista@paramais.com.br
EDITORA CÍRIOS
ÍNDICE
O PORTO OFFSHORE DO PARÁ
08 “CRECHES POR TODO PARÁ” TEM ATO DE ASSINATURA DAS PREFEITURAS
DIRETOR e PRODUTOR: Rodrigo Hühn; EDITOR: Ronaldo Gilberto Hühn; COMERCIAL: Alberto Rocha, Augusto Ribeiro, Rodrigo Silva, Rodrigo Hühn; DISTRIBUIÇÃO: Dirigida, Bancas de Revista; REDAÇÃO: Ronaldo G. Hühn; COLABORADORES*: Ana Thaynara, Benjamin Studebaker, Bruna Brabo, Engº José Maria Da Costa Mendonça, Lilian Guedes, Prof. Dr. Hito Braga de Moraes, Profa. Dra. Rita de Cássia Monteiro de Moraes, Ronaldo G. Hühn, Victoria Masterson; FOTOGRAFIAS: Ascom MMFDH, Boston Consultancy Group, Brasil (2016b), Brian Handwerk, Bruno Magno, CDP, CMBio, Cláudio J. Costa, Elaboração: LabTrans/ UFSC (2016), Esperanças e medos 2021, Frontiers in Aging Neuroscience, FUNCEX (2020), Google Earth, Hopes and fears 2021, Ipsos, Jeanyung Chey, Jeff Merritt, MAN B&W Diesel A/S – Propulsion Trendes in Bulk Carriers, Marine Traffic (2016), Marinha do Brasil, Ministério dos Transportes, , Simon Torkington, Taiane M. Figueiredo, TGS, UFPA, Universidade Nacional de Seul, Unsplash / Wilhelm Gunkel; DESKTOP: Rodolph Pyle; EDITORAÇÃO GRÁFICA: Editora Círios
* Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.
C A PA
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O FUTURO DO EMPREGO
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COMO SER EXCELENTE
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O futuro do trabalho
Dia Mundial da Língua Portuguesa CIC
ST A
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FAVOR POR
RE
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Semas faz requalificação de municípios para análise e validação de CAR
Arranjo 3D do Porto offshore do Pará. Ilustração do Engº Luciano Pinto de Moraes Neto
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As empresas mais inovadoras de 2021 www.paramais.com.br
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7 sonhos infraestruturantes Texto *Engº José Maria Da Costa Mendonça Fotos Brasil (2016b), Google Earth (2016), Marine Traffic (2016). Elaboração: LabTrans/UFSC (2016), CDP, TGS, UFPA
Fui provocado por um grande e dileto amigo, engenheiro como eu, para que enumerasse 5 projetos infraestruturantes que tirariam do Estado do Pará o carma e a vergonha de sermos um Estado rico, mas com uma Sociedade pobre. Por ser o 7 o meu número cabalístico, relacionei 7 sem nenhum critério de prioridade, vejamos:
1
– A viabilização do corredor logístico multimodal de transporte da borda leste. A malha rodoviária já está semi-implantada, porém, temos que viabilizar a hidrovia Araguaia/ Tocantins, fazendo os derrocamentos e dragagens pontuais, assim como é imperativa a construção da Ferrovia Gabriel Hermes, tão defendida por nossas Entidades, que ligará o Complexo Portuário de Vila do Conde à Santana do Araguaia no sul do Estado, podendo ser estendida até Água Boa no Estado do Mato Grosso. Esta multimodalidade permitirá a exploração de inúmeras minas dos mais variados minérios, ainda mais, tornará nossa produção pecuária e agrícola extremamente competitivas no mercado global.
2
– A viabilização do corredor logístico multimodal de transporte da borda oeste. Composto pela rodovia BR-163 e seus ramais, pela hidrovia Juruena/Tapajós, e pela ferrovia ligando Sinop/MT a Miritituba/PA, futuramente estendida até Santarém/PA, nominada de Ferrogrão. Naturalmente serão construídos inúmeros terminais portuários que permitirão a utilização plena da maior hidrovia natural do mundo, a hidrovia do Amazonas. Pronto este corredor logístico, permitirá que os grãos do centro-oeste brasileiro, bem como nossa produção florestal, atinjam os maiores mercados consumidores de forma competitiva.
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– Exploração de petróleo e gás na costa oceânica do Pará, pontualmente na bacia Pará/Maranhão e na bacia Pará/Amapá. Esta exploração já deveria ter sido iniciada, porém, foram obstadas por nosso órgão de controle ao acreditar em uma notícia falsa plantada na mídia - a existência de corais vivos na plataforma continental do Pará e Amapá -, fato este desmentido categoricamente pelos professores Luis Ercílio do Carmo Faria Júnior e Maamar El Robrini, da Universidade Federal do Pará, profundos conhecedores e estudiosos deste assunto. A grande preocupação é que, enquanto no Brasil ficamos “trocando figurinhas”, a exploração de petróleo e gás já acontece na Guiana, no Suriname e na Guiana Francesa, plataformas com as mesmas características que a nossa. O que significa para o Pará a exploração petrolífera em nossa costa oceânica: O benefício de vultosas receitas diretas de tributos e royalties e receitas indiretas de desenvolvimento industrial e do setor de serviços, com expressiva geração de empregos desde o início dos estudos, na exploração e na produção petrolífera
4
– Precisamos insistir na volta das construções de grandes complexos hidrelétricos em nosso território, munidos de reservatórios de acordo com suas potências máximas, sempre lembrando que a forma mais barata de guardar energia elétrica é estocando água; - ressaltamos que cerca de 209.000 metros cúbicos de água doce são jogados, a cada segundo, no Oceano Atlântico. Sempre somos questionados de o porquê desta discussão ser do Estado do Pará. É pelo fato de que somos hoje a grande possibilidade do crescimento de geração de energia elétrica através do movimento das águas do Brasil. Aqui no nosso Estado do Pará como em toda a Amazônia, temos rios com grande afluência de água, porém, só aqui temos os desníveis necessários para geração hidrelétrica, promovidos pelo avanço do Planalto Brasileiro ao sul e do Escudo das Guianas ao norte. Por fim, ainda precisamos corrigir o erro político histórico ocorrido quando da construção da Hidrelétrica de Belo Monte, onde transformamos um fantástico ponto de aproveitamento hidrelétrico em uma hidrelétrica de geração intermitente.
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Na foz do rio Amazonas, os Canais Quiriri (Azul claro) e o Espardate (Róseo)
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Canais Quiriri e o Espardate
– Aprofundamento de um dos canais da foz do rio Amazonas, o Quiriri ou o Espardate, para facilitar a entrada de navios de maior calado ao Complexo Portuário de Vila do Conde, bem como a dragagem e a retificação dos estreitos de Breves e Boiuçu para facilitar a chegada das balsas provenientes do oeste do Estado aos portos de transbordo para os navios.
– A exploração da floresta em pé por meio do manejo florestal. Além de rejuvenescer nossas florestas, antecipa o ciclo do carbono e dá um ganho econômico à manutenção de nossas florestas nativas, possibilitando o estudo e a exploração de nossa rica biodiversidade.
Planos de Manejos Florestais Sustentáveis (PMFS)
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– Construção de nosso porto oceânico, sonho muito antigo. Surgiu com o nome de Porto da Tijoca, na geração posterior ganhou o nome de Porto do Espardate, e agora, a excelente equipe técnica da engenharia naval da Universidade Federal do Pará nos apresentou o anteprojeto de um porto oceânico de 25 metros de calado; a esta nova concepção chamamos de Porto da Foz. O Brasil tem esse débito para com o Pará, já que no passado dados foram manipulados para que o porto de saída de nossos minérios fosse deslocado para outro Estado da Federação. Erros, enganos ou má fé, usando o linguajar dos jovens da atualidade, o Brasil está nos devendo.
O Porto Offshore do Pará
(*) Presidente do Centro das Indústrias do Pará-CIP, Vice-presidente da Federação das Indústrias do Pará-FIEPA e Presidente do Conselho Temático de Infraestrutura da FIEPA
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O Porto Offshore do Pará Proposta de um Porto concentrador de Cargas (Hub Port) Offshore no Norte do Brasil Texto *Prof. Dr. Hito Braga de Moraes ** Profa. Dra. Rita de Cássia Monteiro de Moraes
Arranjo 3D do Porto offshore do Pará
A
identificação de áreas com grande potencial para implantação de novos empreendimentos portuários é um grande avanço no setor de infraestrutura de transportes no Brasil, e denota a intenção do setor público (governo) de estruturar a cadeia logística, hoje apresentando grandes rugosidades, ineficiências e inúmeros afunilamentos. O sítio portuário escolhido se materializa com a implantação de um porto localizado no Estado do Pará com as características necessárias para um porto concentrador de cargas (hub port) que viabiliza empreendimentos estratégicos para desobstruir os corredores Centro-Norte e Norte de Transportes. Vale ressaltar que investimentos em áreas consideradas estratégicas, como o porto proposto, além de terem seu retorno garantido em médio prazo devido a elevada pressão da demanda reprimida em infraestrutura do setor de transporte, proporcionará outros benefícios de difícil mensuração como, por exemplo: os sociais, ambientais e econômicos diretos e indiretos a vastas regiões do Brasil, e não somente a Amazônia que por si só já viabilizaria o empreendimento no porto em questão. Demonstra-se a seguir, a importância do empreendimento portuário proposto para o Estado do Pará e o que seus terminais representam para a economia do continente sul americano. Essa proposta foi concebida segundo as necessidades de um porto concentrador de cargas com características de múltiplo uso e terminais especializados com os principais perfis vocacionais das cargas movimentadas no norte do Estado do Pará e do Brasil.
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Porto Offshore do Pará A posição estratégica do Porto Offshore do Pará, poderá fazer dele o principal porto da Amazônia e a principal porta de entrada das regiões Amazônica nacional/internacional e Central do Brasil. O Porto Offshore do Pará situa-se próximo ao oceano Atlântico, junto ao delta dos rios Amazonas, Tocantins e Pará que cruzam e interligam praticamente toda a Amazônia e o Brasil até o Planalto Central próximo a Capital Federal Brasília, assim como potencializará a ligação com o Peru, a Bolívia e a Colômbia ao oceano atlântico via hidroviária (rios da bacia Amazônica), conforme se observa nos mapas da Figura 1.
O porto Offshore do Pará pode ser o “portão” de entrada e saída do Brasil em relação ao Mundo devido ao mesmo possibilitar a integração mais eficiente das principais áreas de produção mineral e agrícola do Brasil aos principais mercados consumidores do Mundo. Por esta localização privilegiada considera-se merecer o Porto Offshore do Pará como a porta de entrada da América do Sul, papel esse que faz hoje o porto de Roterdã na Holanda em relação a Europa, pois oferece as menores distâncias, em vias líquidas, e os recursos viários necessários ao escoamento da produção desta vasta região minero-agrico-pastoril com fluidez, baixos custos e impactos.
Carta náutica com a localização do Porto Offshore do Pará
Fonte: Marinha do Brasil adaptado pelo autor
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Dentro deste contexto, o porto deve ser visto como um dos portos mais estratégicos para a economia nacional, principalmente quando o Brasil pretende dar um grande salto nas exportações, como também, incentivar o comércio interno do país.
Figura 1 - Rios da bacia Amazônica
Hidrovias do Norte e o Porto Offshore do Pará Os investimentos e obras que ocorrem no eixo hidroviário Centro-Norte, possibilitam que a produção mineral, agrícola e pastoril da região central do Brasil (Mato Grosso, Goiás, Pará, Tocantins entre outras regiões) possa chegar até os mercados consumidores da Europa, EUA e Ásia de maneira mais barata que os produtos produzidos pelos concorrentes internacionais. Este fato faz dos eixos ou corredores hidroviários da Amazônia os mais importantes, se considerar na opção logística para tornar o produto brasileiro mais competitivo na economia global. Avaliando-se os recentes investimentos privados no Estado do Pará, no Planalto Central, Sudoeste e Oeste do Brasil, em mineração, agricultura e outros setores econômicos que traduzem a geração de fluxos de transportes para os mercados do exterior como, Ásia, Europa e EUA; prevê-se para a região do porto, um novo, grande e duradouro período de desenvolvimento econômico e social, além da atração de empresas e indústrias para o novo “Polo logístico Nacional”, que pode ser o norte do Estado do Pará - PA. Com a expansão da cultura extensiva no Centro-Oeste brasileiro e na região central de Mato Grosso-MT, os eixos logísticos de transporte localizados no norte do Brasil estão destinados a tornar-se uma das mais importantes vias de circulação para as principais culturas de exportação, como a soja, o milho e outros produtos agrícolas, produtos siderúrgicos, minérios e combustíveis. Entretanto, esse eixo é ainda pouco utilizado, devido a pouca utilização das vias navegáveis e ferrovias.
Fonte: Ministério dos Transportes
A implantação das hidrovias do Rio Tocantins, Rio Madxeira, Rio Tapajós, a Ferrogrão e a Ferrovia Paraense, juntamente com a implantação do Porto Offshore do Pará, possibilitará o rompimento do isolamento para melhor desenvolvimento da região norte e do país. Para aumentar essas vantagens, salienta-se que o porto Offshore do Pará está a aproximadamente 5 mil milhas náuticas mais perto da Europa que os portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR), atualmente os principais portos de embarque para as comodities do norte de MT e centro oeste brasileiro, contribuindo assim para aumentar a competitividade dos produtos no mercado internacional.
Figura 4 - Localização do terminal offshore em relação as principais rotas marítimas
Fonte: www.google.com.br/search?q=rotas+maritimas&source adaptado, 2017
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Previsões econômicas A economia mundial vem passando nos últimos anos por grandes mudanças estruturais, tecnológicas, culturais e informacionais que facilmente refletem-se nas economias e na vida em todas as regiões do planeta. A Região Amazônica com todo o seu potencial conhecido e ainda por ser descoberto, não ficou fora destas mudanças econômicas globais. Desde o início deste século vem interagindo e refletindo tais acontecimentos e fatos. O contexto favorável de sua localização em relação aos principais mercados mundiais e às suas riquezas naturais da região norte do Brasil se faz necessário o preparo da infraestrutura de transportes para enfrentar um novo ciclo de desenvolvimento sustentável para as próximas décadas. Logicamente o Porto Offshore do Pará poderá ser o ponto estratégico e o grande trunfo do Brasil por estar mais perto ou no menor tempo, interligando quase todas as regiões do interior do Brasil, via eixo multimodal das Hidrovias do Tocantins, Tapajós, Madeira e Amazonas ao resto das regiões e economias do mundo. A construção do Porto Offshore do Pará, proporcionará a redução dos custos de transportes e consequentemente tornará os produtos brasileiros mais competitivos no mercado internacional, assim como produtos mais baratos para os brasileiros.
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Hinterland (zona de influência para a terra)
A análise dos custos de transporte entre os corredores das hidrovias e outras alternativas de saída para os grãos produzidos na área de influência, mostrou que as economias são muito relevantes. Se for considerado o embarque dessas cargas em navios maiores daqueles que frequentam o Complexo Portuário de Vila do Conde, essas economias serão ainda muito maiores.
Foreland (zona de influência para o mar)
Fonte: Google Earth adaptado pelo autor
O hinterland e o foreland do Porto Offshore do Pará Devido a sua localização estratégica na região Amazônica e a inter-relação das hidrovias da com vários eixos de transporte, que interligarão o porto offshore com quase todo o interior do continente sul-americano, o potencial de expansão e crescimento deste porto é eminente. Seu hinterland abrangerá desde o Brasil central e centro oeste Brasileiro, até cargas oriundas do oeste do continente sul-americano. No Brasil, destaca-se especialmente à carga originária da região que se inicia no triângulo mineiro, avança pelo sudoeste goiano em direção ao norte de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, chegando a Rondônia, Miritituba, Santarém e regiões adjacentes. A expansão da produção agrícola, mineral e animal nessa região onde predomina o cerrado e grandes bacias hidrográficas como as dos Rios Tocantins, Araguaia, Tapajós e Madeira, podendo atingir a produção prevista, para exportação, de 50 milhões de toneladas de grãos (milho, soja e etc.) para os próximos 30 anos.
Na prática, os fluxos de tráfego e transportes do interior do Brasil, movimentam uma agricultura moderna e mecanizada, com produtos que começaram a ser escoados, mesmo sem a infraestrutura de transportes adequadas. Os corredores de transportes, da região amazônica, são de fundamental importância para o escoamento de grãos, minérios e produtos siderúrgicos produzidos na Região Norte e divisa com os estados do Centro-Oeste brasileiro.
Por estar estrategicamente localizado, a proposta do porto offshore do Pará caracteriza-se como uma ótima alternativa para entrada da carga para o centro oeste, bem como saída desta para os grandes mercados mundiais como: Ásia, EUA, Europa e África, ou mesmo para grandes capitais brasileiras via costa atlântica e daí para beneficiamento e exportação.Um dos principais entraves para vencer o problema dos elevados custos de transporte na exportação para as diversas regiões do mundo já mencionadas, é a falta de capacidade e infraestrutura portuária no Estado do Pará, que é o polo de geração e atração do fluxo de tráfego, logisticamente mais bem localizado e temporalmente mais adequado em função das distâncias bem menores.
Figura 2 - Principais destinos das exportações brasileiras
Figura 3 - Localização do terminal portuário
Fonte: FUNCEX (2020)
A simples oferta de maior infraestrutura portuária no norte do Brasil forçará a implantação novas de rodovias, hidrovias e ferrovias. O mapa da Figura 2 mostra o destino das principais exportações brasileiras e suas zonas de influência no sentido do mar (Foreland).
Potencial portuário do norte do Brasil
Fonte: www.google.com.br/search?q=rotas+maritimas&source adaptado, 2017
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Frente aos tópicos tratados e uma visão de uma possível mudança no mercado com a ampliação do Canal do Panamá, existe uma possibilidade estratégica de instalação de um porto concentrador de carga na foz do Rio Pará. www.paramais.com.br
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O porto terá como premissa a adoção de alta eficiência portuária na movimentação de cargas, com a proposição de utilização de equipamentos com elevado desempenho e de sistemas de armazenamento com alta capacidade estática, buscando promover a sustentabilidade através do emprego das melhores práticas e tecnologias visando a redução dos impactos ao meio ambiente, com utilização de fontes de energia limpa, além de se apresentar como entreposto e hub logístico estratégico entre a América do Sul, Ásia, Caribe, África e Europa, Figura 3 e próximo a 70% do tráfego marítimo mundial, Figura 4. As construções portuárias afastadas do litoral estão se tornando uma tendência mundial em virtude da necessidade de se alcançar profundidades cada vez maiores em função da economia de escala que os grandes navios proporcionam. Esta nova proposta desenvolve o conceito de um projeto portuário baseado na posição estratégica que o Norte do Brasil desfruta em relação às demais regiões do país, do mundo e das características das cargas que são demandadas para esta região.
Figura 5 - Localização do terminal offshore protegido pelos bancos de areia da região
Fonte: Marinha do Brasil adaptado, 2017
O referido projeto busca potencializar da vocação natural do transporte na Amazônia, que é a utilização e suas vias navegáveis para o transporte de cargas, objetivando alcançar o conceito de tecnologia com sustentabilidade. Para alcançar esses objetivos, foi desenvolvido o projeto conceitual de um terminal múltiplo uso em águas profundas com todas as características tecnológicas e ambientais de um “green port”, associadas as características topo
Figura 6 - Delimitação da reserva ambiental e localização do terminal portuário.
batimétricas da região, onde o porto é indicado para ser implantado, assim como dos acessos por via fluvial e marítima ao referido terminal. A expansão do Canal do Panamá poderá afetar o norte e nordeste do Brasil, devido ao aumento da integração dos portos brasileiros com o novo fluxo de navios maiores. Estas regiões podem se tornar terminais de concentração de cargas vindas dos Estados Unidos, África e Europa. Tal fato poderá impulsionar a construção de grandes eixos ferroviários, como a ferrovia Norte-Sul, assim como, viabilizar o uso de hidrovias para integrar toda a América do Sul, impactando países como: Peru, Colômbia, Bolívia e Paraguai; ofertando excelente alternativa a logística para a parte oeste do continente sul americano. Grande parte do aumento do custo de transportadores estão ligados à falta de mais corredores de escoamento para alguns produtos que demandam logística intensiva, em especial graneis agrícolas, sendo a soja e o milho os mais relevantes.
O Projeto Portuário Proposto
Fonte: CMBio adaptado (2017) www.paramais.com.br
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A solução proposta destaca-se como a construção de uma retro área aterrada e estruturada, ou seja, uma estrutura de vigas e lajes sobre o mar, apoiada sobre estacas para os berços de atracação e área aterrada para a estocagem de combustíveis e minérios. A solução estruturada também pode ser dada, caso o terreno não seja adaptado para receber cargas de contêiner e equipamentos de operação portuária. No projeto proposto o abrigo é natural, uma vez que o mesmo está localizado na “sombra” de diversos bancos de areia (cor verde da carta náutica), conforme Figura 5. A solução offshore foi adotada em virtude de não haver no litoral, condições que atendam ao requisito principal que é a profundidade necessária para atender aos grandes navios e de estar situada fora dos limites das reservas ambientais, como o caso da Reserva Mãe Grande de Curuçá, Figura 6. Pará+
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Esse afastamento da costa é suficiente para a estrutura portuária sair do trecho crítico junto à costa proporcionando grandes profundidades. Para cada tipo de carga (contêiner, minérios, grãos e combustíveis), há diferentes carregamentos que solicitam de modos diferentes a estrutura, além de diferentes adequações para cada tipo de navios. Portanto o problema de aumento no tamanho do navio, nem sempre se resume a aumento de profundidade, ou seja, toda a estrutura portuária (berços, pátios de armazenagem, tanques etc.) deve estar dimensionada conforme o tamanho do navio, tipo e demanda da carga a ser movimentada.
Figura 7 - Localização do Porto Offshore do Pará
Localização O porto offshore do Pará está localizado na foz do Rio Pará, na costa norte do município de Curuçá, Estado do Pará. Distante a 140 Km da Capital Belém, por rodovia. Cabe informar que a localização do porto em questão, foi meticulosamente implementada, havendo a preocupação de não ter nenhum vínculo, relação ou proximidade com as reservas ambientais presentes nesta região. A Figura 7 ilustra a localização do Porto Offshore do Pará:
Acessos O acesso ao Porto será exclusivamente por meio hidroviário, através de navegação interior, cabotagem e longo curso. Considerando que os navios que irão operar no terminal não terão dificuldades no trânsito de chegada até o terminal. No entanto, a praticagem será obrigatória e as manobras de atracação serão apoiadas com rebocadores.
Tabela 1 - Características da frota
Fonte: Autor (2020).
Quanto ao acesso fluvial, será dado via rio Tocantins e Pará, bem como, pelo rio Amazona/Estreito de Breves, com suas ramificações pelos rios Madeira e Tapajós. É importante ressaltar que a navegação via rio Tocantins depende da derrocagem do Pedral do Lourenço e da operacionalidade das eclusas de Tucuruí.
Características da frota Considerando as especificidades da hidrografia local, bem como, as cargas a serem demandas, na tabela 1 sintetiza-se as possíveis embarcações que poderão operar neste Porto
Dimensões Típicas
Tonelagem (TPB)
Comprimento (LOA)
Boca (B)
Calado (D)
Panamax
80.000
294 m
32,2 m
12,5 m
New Panamax
120.000
366 m
48,0 m
15,2 m
Capesize
180.000
292 m
45,0 m
18,3m
ValeMax
400.000
362 m
65,0 m
23,0 m
VLCC
400.000
362 m
65,0 m
23,0 m
Navio
Fonte: MAN B&W Diesel A/S – Propulsion Trendes in Bulk Carriers
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Cargas movimentadas
Figura 8 - Arranjo do Porto marítimo
O porto marítimo offshore atuará prioritariamente no sentido de exportação, e terá um potencial para a movimentação dos principais produtos, a saber: • Granéis sólido minerais - minério de ferro, bauxita, manganês; • Granéis sólidos agrícolas - soja e milho; • Contêineres; • Granéis líquidos (combustíveis).
Arranjo do Terminal Considerando as especificidades das cargas a serem movimentadas, o porto marítimo consistirá em quatro grandes terminais, a saber: • Terminal marítimo de minério; • Terminal de grãos vegetais - TGV; • Terminal de contêineres; • Terminal de granéis líquidos - TGL Na Figura 8, encontra-se a ilustração da disposição destes terminais.
Fonte: Autor (2020). Sendo: (1) - Pátio descoberto de minérios; (2) - Terminal de minérios - berços de atracação; (3) - Terminal de contêineres - Pátio e berços de atracação; (4) - Recepção de barcaças - grãos vegetais;
(5) - Terminal de Graneis Vegetais - TGV – berços de atracação; (6) -Área de tancagem; (7) - Terminal de Graneis Líquidos -TGL – berços de atracação; (8) - Administração.
Figura 13: Acesso terrestre com rodovias pavimentadas para a região próxima ao porto
Fonte: Google Earth adaptado pelo autor www.paramais.com.br
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Vantagens do Porto Offshore do Pará ▪Profundidade para os maiores navios do mundo;
▪Não interfere na vida de comunidades tradicionais
▪Não necessita de dragagem;
▪Não precisa desmatar;
▪Reduz custo com a praticagem;
▪Possibilita ser a porta de entrada da América do Sul;
▪Ampla área de expansão;
▪Viabiliza o escoamento das cargas dos países vizinhos;
▪Área abrigada;
▪Cria um ambiente favorável para um grande Cluster Naval e Portuário;
▪Possibilidade de ser uma zona “free port “ (modelo Singapura) ▪Green port, alinhado com a nova tendência mundial;
▪Não utiliza acessos terrestres, privilegiando a vocação da região que é o uso de transporte eficiente (hidrovia); ▪Potencial turístico;
▪Menor risco de impactos ambientais por se localizar na foz;
▪Verticalização das comodities da Amazônia; ▪Excelente localização para entreposto logístico como um Hub Port; ▪Aumento do credito de carbono pela redução de poluentes; ▪Não necessita de terras para serem compradas;
▪Economias de escala com os grandes navios.
Oportunidade de integrar a Amazônia como rota de cruzeiros marítimos partindo de Miami, passando pelas ilhas do Caribe e chegando na ilha da Tijoca onde lá poderia ser construído um complexo de turismo ecológico Amazônico Figura 11 – Ligação EUA, Caribe e Amazônia
Fonte: Google Earth adaptado
Figura 12 - Praias próximas ao Porto Offshore do Pará
Fonte: Google Earth adaptado
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Figura 14: Vista aérea em 3D e em vários ângulos da proposta do Porto Offshore do Pará
Fonte: Autor
(*) Autores: Prof. Dr. Hito Braga de Moraes (Doutor em Engenharia Naval) UFPa (**) Profa. Dra. Rita de Cássia Monteiro de Moraes (Doutora em Engenharia Civil) UFPa
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“Creches Por Todo Pará” tem ato de assinatura das prefeituras O programa, que vai funcionar em regime de colaboração, prevê a construção de espaços para crianças de até 5 anos de idade Texto *Lilian Guedes Fotos Bruno Cecim e Marco Santos/Ag. Pará
N
o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, o Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), dá um importante passo em defesa e garantia dos direitos da educação infantil, com uma rede de proteção que fomenta a liberdade e aprendizagem das crianças, através do programa ‘Creches Por Todo Pará’. Na tarde da terça-feira (18), no Teatro Maria Sylvia Nunes, na Estação das Docas, foi realizado o Ato de Assinatura das Prefeituras para o programa que visa ampliar a oferta do número de vagas na Educação Infantil e fortalecer a política pública de proteção da infância em todo o Pará. Cerca de 90 prefeitos estiveram presentes na cerimônia e assinaram o Termo que sinaliza a adesão ao programa e o compromisso com o que deve ser cumprido para a execução. “É fundamental que possamos garantir a oferta de educação desde os primeiros anos de vida. E o Governo do Estado toma esta iniciativa, pela primeira vez, de dispor a abrir vagas de creches nos 144 municípios paraenses com o lançamento do programa “Creches Por Todo Pará”.
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Com a adesão de todos os municípios, a intenção do governo é que nós possamos construir creches em todos os municípios, avançando com a oferta de vagas de 0 a 5
anos e garantir que já nas primeiras idades de vida possam estar em um ambiente adequado, com o suporte pedagógico, facilitando a vida dos seus pais já que, tendo onde deixar os filhos com segurança e qualidade sob o olhar educacional, possam buscar o seu ganha pão, garantir a renda das suas famílias”, disse o governador Helder Barbalho. Titular da Seduc, Elieth Braga, enfatizou o caráter inovador da iniciativa. “Hoje é um dia especial, pois é o aniversário do nosso governador, mas quem ganha o presente são os municípios paraenses. Com certeza esses novos espaços de aprendizagem vão fazer a diferença na infância de tantas crianças espalhadas por todas as regiões do nosso Pará. Até pouco tempo atrás fui prefeita e sei das dificuldades para gerir um município; sei o quanto é difícil construir um equipamento dessa grandeza, com todas as condições que a lei nos exige, porque os recursos destinados são pequenos e não são suficientes para esse tipo de investimento que se é necessário”, afirmou a secretária.
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O programa foi criado pela Lei Estadual nº 9.256/21 e prevê, em regime de colaboração entre o Estado e os municípios, a construção de creches para crianças de até 5 anos de idade. “Este programa é de fundamental importância, e é uma virada de curva, um novo rumo, na medida em que o Governo do Estado incentiva e patrocina a instalação de creches, como o próprio nome diz ‘Por Todo Pará’, dessa forma, atingindo todos os municípios do nosso estado, porque a Constituição Federal normalmente determinando que seria competência da municipalidade a gestão da Educação Infantil. Porém, numa realidade brasileira, nós vemos que os municípios raramente têm potencial financeiro para cumprir a determinação constitucional. Portanto, esta iniciativa é atualmente louvável, um gesto corajoso do Executivo Estadual, no sentido de conseguir os recursos necessários para colocar em cada sede municipal uma creche pública” destacou Nelson Chaves, conselheiro do TCE. O Prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, destaca a importância da inciativa e cooperação entre as gestões, por uma educação de qualidade. “A iniciativa do Governo do Estado é muito positiva, pois vai garantir recursos para a infraestrutura escolar de creches e isso ajuda as mães trabalhadoras a deixar os filhos com segurança, além de fortalecer a cooperação entre o Estado e os municípios, que são responsáveis pela atividade educacional desde o infantil, porque sem educação é impossível pensar em um futuro justo e feliz.
Parabéns então a iniciativa do Governo do Estado”, ressaltou o gestor municipal, Edmilson Rodrigues. Cada unidade escolar terá a capacidade para atender 200 crianças de até 5 anos de idade, oferecendo um espaço com 10 salas de aulas, berçário, lactário, além de toda a estrutura necessária para a educação infantil, como área recreativa coberta, brinquedoteca, sala multiuso, auditório e biblioteca. Nesta parceria, as administrações municipais serão responsáveis pela cessão do terreno, administração do espaço e prestação dos serviços na creche, cabendo ao governo estadual a responsabilidade pela execução e entrega da obra, e ainda pelos equipamentos adequados à unidade escolar.
O presidente da Federação das Associações de Municípios do Pará (Famep), Wagner Machado, também elogiou a iniciativa do Estado. “São obras e ações que alcançam em todo estado e vão de encontro à necessidade do povo paraense. O programa que tem o número, incialmente, de 100 municípios/ creches é a prova que o governador que governar pra todos”, disse Wagner Machado.
Adesão Para participar do programa, o município deverá se habilitar, mediante a assinatura de um Termo de Adesão, sem a necessidade de qualquer outro tipo de acordo, contrato ou convênio. Durante o ato, as prefeituras terão de indicar um terreno de sua propriedade, com medidas mínimas de 60 metros de largura por 60 metros de comprimento, e autorizar a imediata intervenção da Seduc no espaço, para dar início à construção da creche. As prefeituras também deverão comprovar, durante o ato de adesão, que possuem capacidade orçamentária para garantir o funcionamento da unidade escolar, se comprometendo a custear as despesas necessárias discriminadas no regulamento do programa. Os gestores municipais interessados em participar do programa devem entrar em contato com a Seduc pelo e-mail: crecheportodopara@seduc.pa.gov.br . Após o ato de assinatura, os prefeitos terão 30 dias para apresentar os documentos para a regularização do programa. Do mesmo modo, no dia 10 de junho, será iniciada a licitação na modalidade de Regime Diferenciado de Contrato (RDC). Estiverem também presentes no ato, a primeira-dama, Daniela Barbalho; a deputada federal Elcione Barbalho; o chefe da Casa Civil, Iran Lima; secretário de segurança pública, Ualame Machado; secretária de planejamento, Hanna Ghansen entre outras autoridades. (*) SEDUC
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Semas faz requalificação de municípios para análise e validação de CAR Texto *Bruna Brabo Fotos Divulgação
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Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas) promove a requalificação dos servidores das secretarias municipais de Meio Ambiente em análise e validação do Cadastro Ambiental Rural (CAR). O curso é ministrado presencialmente, após a alteração de bandeiramento no estado, em administrações já habilitadas, devido à mudança de gestão municipal no início deste ano. Dom Eliseu foi o primeiro município a receber os técnicos da Diretoria de Ordenamento, Educação e da Descentralização da Gestão Ambiental (Diored). A próxima requalificação está prevista para o período de 24 a 28 de maio, em Ulianópolis, com os técnicos locais e de Rondon do Pará. Sete servidores municipais participaram do curso e o secretário de Meio Ambiente de Dom Eliseu, Adálio Vitorino Júnior, se mostrou empenhado com a questão fundiária local. “Foi uma ótima troca de experiências. O curso presencial foi mais uma oportunidade de tirar nossas dúvidas diretamente com os instrutores da Semas”, afirmou. Ainda segundo o secretário, com a nova formação, os técnicos já estão aptos para exercer a análise e validação de CAR. “Passamos uma semana com a equipe da Semas treinando a nossa equipe e a partir de então o município já está apto para trabalhar na análise e validação de CAR. É uma conquista para podermos contribuir com que o município de Dom Eliseu fique legalmente ambiental, trabalhando para atender nossa sociedade”, acrescentou o gestor.
Segundo o técnico da Semas, Marcos Pimentel, a cooperação entre governo estadual com as novas gestões municipais em prol da questão socioambiental está cada vez mais consistente. “A parceria entre a Semas e os municípios paraenses está sendo cada vez mais consolidada para o desenvolvimento sustentável local através de um amplo processo de regularização ambiental”, pontuou. Pimentel explicou a mudança de metodologia da Semas, focada anteriormente em um município polo e com a participação dos demais adjacentes. “Percebemos que este método não era produtivo, então agora vamos em cada secretaria e passamos dias com os funcionários, mostrando para eles o sistema e depois já vamos diretamente para a parte prática. Os municípios habilitados já passaram por capacitação, mas como houve mudança de gestão, nós estamos agora fazendo uma requalificação dos municípios. Mas que, para os novos servidores, na prática é uma qualificação”, enfatizou o técnico.
CAR O Cadastro Ambiental Rural - CAR é um registro público eletrônico de âmbito nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais. A gestão do CAR é feita pelos estados e pelo Distrito Federal e se dá com ações de cooperação entre esses entes federativos e a União. Como é um instrumento auto-declaratório, precisa ser validado por intermédio de análise. Segundo o secretário adjunto de Regularidade Ambiental da Semas, Rodolpho Zahluth Bastos, a nova ferramenta pode dinamizar o processo de análise de CAR no Brasil: “Esta nova ferramenta poderá garantir um avanço na análise dos imóveis rurais do país, para que realmente possamos fazer um retrato do que nós temos no país acerca de ativos e passivos florestais. Desta forma, poderemos melhorar a associação do CAR a outras políticas públicas, como pagamento por passivos ambientais ou crédito por reserva ambiental. Só poderemos aplicar políticas públicas quando tivermos um retrato real do que é ativo e passivo”, afirmou. A atual gestão da Semas conseguiu alavancar o processo de análise no Pará, que tinha média de 125 análises por mês, para 3 mil análises mensais. Com mais de 243 mil imóveis rurais cadastrados no SICAR, o estado já efetuou aproximadamente 25 mil cadastros. O programa tem como uma de suas metas habilitar 36 municípios para análise do CAR até janeiro de 2023. (*) SEMAS
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O Futuro do Emprego
O relatório Futuro do Emprego mapeia os empregos e as habilidades do futuro, acompanhando o ritmo das mudanças. O objetivo é lançar luz sobre as interrupções relacionadas à pandemia em 2020, contextualizadas dentro de uma história mais longa de ciclos econômicos e as perspectivas esperadas para adoção de tecnologia, empregos e habilidades nos próximos cinco anos. Principais conclusões
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s bloqueios induzidos pela pandemia de COVID-19 e a recessão global relacionada de 2020 criaram uma perspectiva altamente incerta para o mercado de trabalho e aceleraram a chegada do futuro do trabalho. Relatório O Futuro do Emprego 2020visa esclarecer: 1) as interrupções relacionadas à pandemia até agora em 2020, contextualizadas em uma história mais longa de ciclos econômicos, e 2) as perspectivas esperadas para adoção de tecnologia, empregos e habilidades nos próximos cinco anos. Apesar do alto grau de incerteza atualmente, o relatório usa uma combinação única de inteligência qualitativa e quantitativa para expandir a base de conhecimento sobre o futuro de empregos e habilidades. Ele agrega as opiniões dos líderes de negócios - executivos-chefes, diretores de estratégia e diretores de recursos humanos - na linha de frente da tomada de decisões sobre capital humano com os dados mais recentes de fontes públicas e privadas para criar uma imagem mais clara da situação atual eas perspectivas futuras de empregos e competências. O relatório também fornece informações detalhadas para 15 setores da indústria e 26 países avançados e emergentes.
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As principais conclusões do relatório incluem: O ritmo de adoção da tecnologia deve permanecer inalterado e pode acelerar em algumas áreas. A adoção de cloud computing, big data e e-commerce continua sendo uma grande prioridade para os líderes de negócios, seguindo uma tendência estabelecida em anos anteriores. No entanto, também houve um aumento significativo no interesse por criptografia, robôs não humanóides e inteligência artificial. A automação, em conjunto com a recessão COVID-19, está criando um cenário de “dupla interrupção” para os trabalhadores. Além da interrupção atual dos bloqueios induzidos pela pandemia e da contração econômica, a adoção de tecnologia pelas empresas transformará tarefas, empregos e habilidades até 2025. Quarenta e três por cento das empresas pesquisadas indicam que estão definidas para reduzir sua força de trabalho devido à integração de tecnologia , 41% planejam expandir o uso de terceirizados para tarefas especializadas e 34% planejam expandir sua força de trabalho devido à integração de tecnologia. Em 2025, o tempo gasto em tarefas atuais no trabalho por humanos e máquinas será igual. Uma parcela significativa das empresas também espera fazer mudanças nos locais, em suas cadeias de valor e no tamanho de sua força de trabalho devido a fatores além da tecnologia nos próximos cinco anos.
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Embora o número de empregos destruídos seja superado pelo número de “empregos de amanhã” criados, em contraste com os anos anteriores, a criação de empregos está diminuindo enquanto a destruição de empregos se acelera.
Os empregadores esperam que, em 2025, as funções cada vez mais redundantes caiam de 15,4% da força de trabalho para 9% (queda de 6,4%), e que as profissões emergentes cresçam de 7,8% para 13,5% (crescimento de 5,7%) da base total de funcionários de respondentes da empresa.
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Com base nesses números, estimamos que em 2025, 85 milhões de empregos podem ser substituídos por uma mudança na divisão de trabalho entre humanos e máquinas, enquanto 97 milhões de novos papéis podem surgir que são mais adaptados à nova divisão de trabalho entre humanos, máquinas e algoritmos. As lacunas de competências continuam a ser altas, à medida que as habilidades em demanda em todos os empregos mudam nos próximos cinco anos. As principais habilidades e grupos de habilidades que os empregadores veem como crescendo em proeminência até 2025 incluem grupos como pensamento crítico e análise, bem como resolução de problemas e habilidades em autogestão, como aprendizagem ativa, resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade. Em média, as empresas estimam que cerca de 40% dos trabalhadores precisarão de requalificação de seis meses ou menos e 94% dos líderes de negócios relatam que esperam que os funcionários adquiram novas habilidades no trabalho, um aumento acentuado de 65% em 2018. O futuro do trabalho já chegou para a grande maioria da força de trabalho online de colarinho branco. Oitenta e quatro por cento dos empregadores estão prontos para digitalizar rapidamente os processos de trabalho, incluindo uma expansão significativa do trabalho remoto -
Investir em métricas ambientais, sociais e de governança
com potencial para mover 44% de sua força de trabalho para operar remotamente. Para abordar as preocupações sobre produtividade e bem-estar, cerca de um terço de todos os empregadores espera também tomar medidas para criar um senso de comunidade, conexão e pertencimento entre os funcionários por meio de ferramentas digitais e para enfrentar os desafios de bem-estar colocados pela mudança para trabalho remoto. Na ausência de esforços proativos, a desigualdade provavelmente será exacerbada pelo duplo impacto da tecnologia e pela recessão pandêmica. Trabalho remoto - com potencial para aumentar 44% de sua força de trabalho para operar remotamente
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Os empregos ocupados por trabalhadores com salários mais baixos, mulheres e trabalhadores mais jovens foram mais profundamente afetados na primeira fase da contração econômica. Comparando o impacto da Crise Financeira Global de 2008 em indivíduos com níveis de educação mais baixos com o impacto da crise do COVID-19, o impacto hoje é muito mais significativo e tem maior probabilidade de aprofundar as desigualdades existentes. A aprendizagem e a formação online estão a aumentar, mas parecem diferentes para quem trabalha e para quem está desempregado. Houve um aumento de quatro vezes no número de indivíduos que procuram oportunidades de aprendizagem online por sua própria iniciativa, um aumento de cinco vezes na oferta do empregador de oportunidades de aprendizagem online para seus trabalhadores e um aumento de nove vezes nas matrículas para alunos que acessam online aprendizagem por meio de programas governamentais. Os empregados estão dando maior ênfase aos cursos de desenvolvimento pessoal, que tiveram um crescimento de 88% entre essa população. Aqueles que estão desempregados deram maior ênfase ao aprendizado de habilidades digitais, como análise de dados, ciência da computação e tecnologia da informação. A janela de oportunidade para requalificar e requalificar trabalhadores tornou-se mais curta no mercado de trabalho recentemente restrito.
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Isso se aplica a trabalhadores que provavelmente permanecerão em seus cargos, bem como àqueles que correm o risco de perder seus cargos devido ao aumento do desemprego relacionado à recessão e não podem mais esperar uma reciclagem no trabalho. Para os trabalhadores que devem permanecer em suas funções, a parcela de habilidades essenciais que mudará nos próximos cinco anos é de 40%, e 50% de todos os funcionários precisarão de requalificação (até 4%). Apesar da atual crise econômica, a grande maioria dos empregadores reconhece o valor do investimento em capital humano. Uma média de 66% dos empregadores pesquisados esperam obter um retorno sobre o investimento em qualificação e requalificação dentro de um ano. No entanto, esse horizonte de tempo corre o risco de ser muito longo para muitos empregadores no contexto do atual choque econômico e quase 17% permanecem incertos sobre o retorno de seu investimento. Em média, os empregadores esperam oferecer requalificação e qualificação para pouco mais de 70% de seus funcionários até 2025. No entanto, o envolvimento dos funcionários nesses cursos está diminuindo, com apenas 42% dos funcionários aceitando oportunidades de requalificação e qualificação apoiadas pelo empregador. As empresas precisam investir em melhores métricas de capital humano e social por meio da adoção de métricas ambientais, sociais e de governança (ESG) e combinadas com medidas renovadas de contabilidade do capital humano.
Um número significativo de líderes empresariais entende que a requalificação de funcionários, especialmente em coalizões da indústria e em colaborações público-privadas, é econômica e tem dividendos significativos de médio a longo prazo, não apenas para sua empresa, mas também para o benefício da sociedade mais amplamente. As empresas esperam redistribuir internamente quase 50% dos trabalhadores deslocados pela automação e aumento tecnológico, em vez de fazer um uso mais amplo de dispensas e economias de mão de obra baseadas na automação como estratégia central da força de trabalho. O setor público precisa fornecer um apoio mais forte para a requalificação e requalificação de trabalhadores em risco ou deslocados. Atualmente, apenas 21% das empresas relatam ser capazes de usar fun-
dos públicos para apoiar seus funcionários por meio de requalificação e qualificação. O setor público precisará criar incentivos para investimentos nos mercados e empregos de amanhã; fornecer redes de segurança mais fortes para trabalhadores deslocados em meio a transições de emprego; e enfrentar de forma decisiva as melhorias há muito adiadas dos sistemas de educação e formação. Além disso, será importante que os governos considerem as implicações de longo prazo no mercado de trabalho de manter, retirar ou dar continuidade parcial ao forte apoio à crise do COVID-19 que estão fornecendo para sustentar os salários e manter os empregos na maioria das economias avançadas. (*) Fórum Econômico Mundial
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Desempregados deram maior ênfase ao aprendizado de habilidades digitais
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Processos de decisão
Dia Mundial da Língua Portuguesa 5 DE MAIO
Fotos Cplp, ONU/Evan Schneider, ONU News/Alexandre Soares
“Este Dia Mundial é um reconhecimento justo da relevância global da língua portuguesa”, diz chefe da ONU
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ecretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, grava vídeo sobre a importância do idioma falado das Américas à Ásia por 285 milhões de pessoas; para ele, a riqueza de uma língua mede-se pela diversidade e pela inclusão das suas vozes. As Nações Unidas divulgaram para o 5 de maio, o Dia Mundial da Língua Portuguesa, uma mensagem em vídeo sobre a importância da data, celebrada desde 2009. Há dois anos, a agência da ONU para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, declarou o 5 de maio como Dia Mundial da Língua Portuguesa num reconhecimento do papel internacional do idioma, o primeiro da história a ser globalizado.
Guterres disse que a comemoração em 2021, como no ano passado, acontece em meio a desafios
Mensagem do secretário-geral da ONU para o Dia Mundial da Língua Portuguesa O secretário-geral António Guterres, felicitou a CPLP, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, que reúne as nove nações que têm o idioma como língua oficial além de dezenas de países-observadores entre eles: Reino Unido, França, Japão, Argentina, Hungria, Senegal e Turquia. “Felicito à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, a CPLP, por esta iniciativa de celebrar no contexto das Nações Unidas, o Dia Mundial da Língua Portuguesa. Esta data é também um exemplo daquilo que a CPLP tem conseguido atingir no ano em que celebrará o vigésimo-quinto aniversário da sua criação.Nas Nações Unidas, como noutras organizações internacionais, a língua portuguesa é uma via privilegiada para chegar a vastos estratos populacionais espalhados por todos os continentes. O sucesso do serviço em língua portuguesa da ONU News é nisso um bom exemplo”. www.paramais.com.br
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“Permita-me uma palavra especial para mulheres e meninas que têm e perpetuam o português como língua materna: Garantir a participação plena, significativa e efetiva das mulheres e dos jovens em todos os processos de decisão será a única forma de assegurar o sucesso do nosso empenho em dar a resposta aos desafios do presente e a reconstruir melhor. Este Dia Mundial é um reconhecimento justo da relevância global da língua portuguesa. Estou seguro de que o seu futuro continuará a ser enriquecido pela diversidade e solidariedade de todas as suas vozes. Muito obrigado.” Nas Nações Unidas, as celebrações do Dia Mundial da Língua Portuguesa são dirigidas por Cabo Verde, que ocupa a presidência rotativa da Cplp. Em todo o mundo, deverá haver mais de 150 atividades de comemoração em pelo menos 44 países. Leia a íntegra da mensagem do secretário-geral António Guterres sobre o Dia Mundial da Língua Portuguesa. “Felicito à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, a CPLP, por esta iniciativa de celebrar no contexto das Nações Unidas, o Dia Mundial da Língua Portuguesa. Esta data é também um exemplo daquilo que a CPLP tem conseguido atingir no ano em que celebrará o vigésimo-quinto aniversário da sua criação. Nas Nações Unidas, como noutras organizações internacionais, a língua portuguesa é uma via privilegiada para chegar a vastos estratos populacionais espalhados por todos os continentes. O sucesso do serviço em língua portuguesa da ONU News é nisso um bom exemplo. Celebramos este Dia Mundial num contexto de desafios complexos. As línguas têm um papel insubstituível enquanto traço da união entre povos, onde a diversidade e a multiculturalidade ganham raízes. Contudo a sua maleabilidade presta-se também à propagação de desinformação. O papel da língua portuguesa e de todas as línguas na mobilização e disseminação do conhecimento e da informação credível e verificada será particularmente importante no presente e no futuro. A riqueza de uma língua mede-se pela diversidade e pela inclusão das suas vozes. Permita-me uma palavra especial para mulheres e meninas que têm e perpetuam o português como língua materna: Garantir a participação plena, significativa e efetiva das mulheres e dos jovens em todos os processos de decisão será a única forma de assegurar o sucesso do nosso empenho em dar a resposta aos desafios do presente e a reconstruir melhor. Este Dia Mundial é um reconhecimento justo da relevância global da língua portuguesa. Estou seguro de que o seu futuro continuará a ser enriquecido pela diversidade e solidariedade de todas as suas vozes. Muito obrigado”.
Desafios Para o chefe da ONU, que foi primeiro-ministro de Portugal, a riqueza de uma língua se mede pela sua diversidade e inclusão de vozes variadas. Falada nas Américas, na Europa, na África e na Ásia, o português é também língua oficial em Macau, na China, num universo de mais de 285 milhões de pessoas. Segundo Guterres, a comemoração em 2021, como no ano passado, acontece em meio a desafios. “Celebramos este Dia Mundial num contexto de desafios complexos. As línguas têm um papel insubstituível enquanto traço da união entre povos, onde a diversidade e a multiculturalidade ganham raízes. Contudo a sua maleabilidade presta-se também à propagação de desinformação. O papel da língua portuguesa e de todas as línguas na mobilização e disseminação do conhecimento e da informação credível e verificada será particularmente importante no presente e no futuro. A riqueza de uma língua mede-se pela diversidade e pela inclusão das suas vozes.” Na mensagem, o secretário-geral dirigiu-se diretamente a meninas, mulheres e jovens. Pará+
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O futuro do trabalho
O que mais de 32.000 pessoas pensam: Quase 40% dos trabalhadores acham que seu trabalho ficará obsoleto em cinco anos, de acordo com o relatório Hopes and Fears 2021 da PwC. Seis em cada dez estão preocupados com as máquinas assumindo seus empregos. Prevê-se que humanos e máquinas gastarão a mesma quantidade de tempo em tarefas no trabalho até 2025, de acordo com o Fórum Econômico Mundial. por *Victoria Masterson
Fotos: Lisette Mekkes, Naturalis, Katja Peijnenburg, Naturalis
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epois de um ano que teve um grande impacto no mundo do trabalho, e no qual 114 milhões de pessoas perderam seus empregos, metade dos trabalhadores ainda se sente animada ou confiante quanto ao futuro. Mas seis em cada dez estão preocupados que a automação esteja colocando muitos empregos em risco e 39% acham que seu trabalho ficará obsoleto em cinco anos. A maioria das pessoas (77%) está pronta para aprender novas habilidades ou retreinar completamente, e 40% dos trabalhadores melhoraram suas habilidades digitais durante a pandemia. Essas são algumas das conclusões de Hopes and fears 2021, uma pesquisa com mais de 32.500 trabalhadores em 19 países pela empresa de serviços profissionais PwC, que concluiu que os trabalhadores desejam mais habilidades digitais, locais de trabalho mais inclusivos e maior flexibilidade.
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Temas chave
Futuro dos empregos
A pesquisa abordou como as pessoas se sentem em relação à segurança no emprego, diversidade e inclusão, requalificação, trabalho remoto e trabalho para uma organização com propósitos. Metade dos trabalhadores entrevistados disse que enfrentou discriminação no trabalho relacionada à etnia, gênero, classe ou idade, o que os levou a perder o avanço na carreira ou treinamento. “Se os padrões atuais de acesso ao treinamento persistirem, a qualificação aumentará a desigualdade social quando deveria ser feito exatamente o oposto”, disse Bhushan Sethi , líder global conjunto da prática organizacional e de pessoal da PwC. Embora nem todos tenham conseguido trabalhar em casa na pandemia, a pesquisa descobriu que quase três quartos dos trabalhadores que podem trabalhar remotamente desejam uma combinação de trabalho remoto e presencial. Apenas 9% disseram que gostariam de voltar ao ambiente de trabalho tradicional em tempo integral. A PwC espera que os escritórios de amanhã sejam mais focados em espaços onde as equipes se reúnem para fazer brainstorming, colaborar e resolver problemas.
O COVID-19 custou aos trabalhadores US $ 3,7 trilhões em todo o mundo, pois as horas de trabalho caíram quase 9% nos últimos três meses de 2020, em comparação
com 2019, de acordo com a sétima edição do COVID-19 e o mundo do trabalho da Organização Internacional do Trabalho. O impacto da pandemia no trabalho é explorado em profundidade no Relatório de 2020 do Fórum Econômico Mundial . Ele descobriu que a automação, em conjunto com a recessão COVID-19, estava criando um cenário de ‘dupla interrupção’ para os trabalhadores, com a adoção da tecnologia se acelerando em algumas áreas. “Em 2025, o tempo gasto em tarefas atuais no trabalho por humanos e máquinas será igual”, disse ele. O relatório estima que 85 milhões de empregos podem ser substituídos por uma mudança na divisão do trabalho entre humanos e máquinas, enquanto 97 milhões de novos papéis podem surgir.
Enquanto 46 por cento das pessoas com pós-graduação dizem que seu empregador lhes dá muitas oportunidades de melhorar suas habilidades digitais, apenas 28 por cento das pessoas com qualificações de conclusão da escola dizem o mesmo
A maioria das pessoas espera uma combinação de trabalho remoto e presencial. www.paramais.com.br
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Ideias brilhantes estão ajudando as empresas a se recuperarem mais rapidamente da pandemia
As empresas mais inovadoras de 2021 Texto *Simon Torkington Fotos Boston Consultancy Group, Unsplash / Wilhelm Gunkel
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rês quartos das empresas afirmam que a inovação é uma prioridade, de acordo com novas pesquisas. Mas apenas 20% das empresas estão prontas e equipadas para inovar. Empresas inovadoras, da Apple ao Walmart, estão se recuperando mais rapidamente da pandemia. Três quartos das empresas estão fazendo da inovação uma das três principais prioridades para 2021 em resposta às ondas de choque econômico de 2020. Mas em seu último relatório sobre inovação corporativa, o Boston Consulting Group (BCG) está alertando que as prioridades não são suficientes - e uma prontidão para inovar rapidamente é a chave. O relatório, Empresas Mais Inovadoras 2021: Superando a Lacuna de Prontidão para Inovação , descobriu que 75% das empresas que fizeram da inovação uma das três principais prioridades em 2021 aumentaram 10 pontos percentuais. É o maior aumento ano a ano desde 2005. Para muitas empresas forçadas pela pandemia a mudar radicalmente a forma como operam, a inovação é agora a prioridade número um.
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A inovação no topo de suas agendas
A lacuna de prontidão Embora as empresas tenham rapidamente colocado a inovação no topo de suas agendas, muitas não têm os sistemas, processos e recursos necessários para que isso aconteça, de acordo com pesquisadores do BCG.
O gráfico abaixo do relatório mostra uma série de benchmarks contra os quais as empresas devem pontuar muito para demonstrar prontidão para inovar. O relatório conclui que apenas 20% estão totalmente prontos para entregar a inovação que consideram crítica para seu sucesso.
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Líderes em inovação As empresas mais inovadoras de 2021, segundo a pesquisa do BCG, são aquelas que casam o desejo de inovar com os sistemas, lideranças e processos que funcionam para que isso aconteça. Muitas dessas empresas são nomes familiares, mas algumas subiram no ranking após um período de inovação trazido pelo surgimento do COVID-19. Os gigantes globais da tecnologia mais uma vez dominam o top 10 do ranking, com a Apple ocupando o primeiro lugar, à frente da empresa-mãe do Google, a Alphabet. Amazon, Microsoft e Tesla estão entre os cinco primeiros. A farmacêutica Pfizer está classificada como a 10ª empresa mais inovadora do mundo. Em 2020, em parceria com a empresa alemã BioNTech, revolucionou o desenvolvimento e a produção de vacinas ao se deparar com o desafio de ajudar no controle da pior pandemia de que há memória. O relatório do BCG credita à Pfizer-BioNTech “a história de inovação do ano”, acrescentando, “compromisso e prontidão ajudaram a Pfizer, em parceria com a BioNTech, não apenas a reduzir o tempo de inovação para uma vacina COVID-19 de uma década ou mais para menos mais de um ano, mas também para aumentar a capacidade de produção para entregar as vacinas tão necessárias”. Moderna, outra desenvolvedora de vacina COVID-19 (número 42), recebe elogios semelhantes. A Pfizer agora está comprometendo mais recursos para o desenvolvimento de vacinas e está investindo mais de US $ 120 milhões em parcerias de inovação para desenvolver tratamentos para câncer, doenças genéticas e imunologia.
COVID-19 um impulsionador principal No setor de tecnologia, a Amazon (número 3) se adaptou rapidamente para atender à crescente demanda por compras seguras e entrega rápida, já que os bloqueios fecharam grandes áreas do setor de varejo.
Muitas dessas empresas são nomes familiares. Fonte: Boston Consultancy Group
Os primeiros estágios da pandemia foram caracterizados pela compra pelo pânico. Os consumidores esvaziaram as prateleiras dos supermercados em alguns países, temendo o colapso das cadeias de abastecimento de alimentos. Os gigantes do varejo Target (número 18) e Walmart (número 23) fizeram grandes investimentos em e-commerce para atender a um grande aumento na demanda por alimentos e outros produtos essenciais. Um benefício significativo da prontidão
para inovar, de acordo com o relatório do BCG, foi a capacidade de se recuperar mais rapidamente da crise causada pela pandemia. O gráfico acima ilustra como as empresas mais inovadoras do ano passado superaram outras empresas no índice MSCI World. Inovadores inspiradores Entre os 50 maiores inovadores estão uma série de parceiros do Fórum Econômico Mundial, liderando o caminho no estabelecimento de ambições claras, priorizando a gestão de desempenho, impulsionando a gestão de projetos e desenvolvendo talentos e cultura. O Fórum também está trabalhando para inspirar a próxima geração de empresas verdadeiramente inovadoras. A Global Lighthouse Network é um grupo de organizações que lidera a inovação em manufatura e produção avançada. Como o relatório do BCG demonstra, abraçar a inovação não é mais um luxo corporativo. As empresas que irão prosperar quando entrarmos na era pós-pandemia são aquelas que estão prontas para se adaptarem aos desafios de um mundo em rápida evolução.
As 50 empresas mais inovadoras estão se recuperando mais rapidamente dos efeitos da pandemia. www.paramais.com.br
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Como ser excelente
Platão e Aristóteles podem ajudá-lo a resistir ao sucesso mundano convencional, direcionar sua energia e encontrar sua própria vocação mais elevada
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uer ser excelente em alguma coisa? Você não quer apenas estar bem nisso, ser capaz de sobreviver ou ganhar a vida. Não basta ser rico e famoso. Nickelback é uma grande banda canadense e eles ganharam muito dinheiro, mas a maioria das pessoas não acham que sua música é excelente. Eles são inegavelmente bem-sucedidos - mas excelentes? Excelência é algo totalmente diferente. A maioria dos conselhos que existem são sobre como sobreviver ou como ter sucesso. Também é bastante bidimensional. Por um lado, existem pessoas que lhe dizem para trabalhar muito e ser produtivo. Depois, tem o outro lado, as pessoas que falam para você ‘praticar o autocuidado’ para evitar o esgotamento. Muitos escritores de autoajuda ganharam muito dinheiro escolhendo um desses lados e destruindo o outro. Esses escritores são bem-sucedidos, mas o conselho que dão às pessoas não é excelente. É óbvio que, se gastarmos todo o nosso tempo apenas tentando passar o dia, não cresceremos. Mas também é óbvio que, se nos tornarmos obcecados por ideais perfeitos, iremos queimar. Você precisa de um equilíbrio sustentável, uma distribuição viável de seu tempo e energia. Mas distribuir seu tempo com eficácia é apenas o primeiro passo. A segunda etapa é usar seu tempo de uma forma que leve à excelência, e não ao mero sucesso. Platão e Aristóteles podem ajudá-lo nisso. Os filósofos gregos eram aristocratas ricos que não tinham empregos regulares. Como eles tinham muito tempo e dinheiro, eles podiam passar a vida inteira pensando sobre o que a excelência realmente significa. Eles não precisaram se preocupar com a sobrevivência, porque nasceram com uma renda. Eles não estavam interessados no sucesso porque, quando você nasce rico, não é difícil ter sucesso. Eles queriam buscar o bem maior e queriam que essa busca fosse o objetivo de tudo o que faziam. Mesmo que você provavelmente não seja um aristocrata grego rico, ainda tem muito a aprender com eles sobre a excelência. A primeira coisa que notaram sobre o ser humano é que mesmo os ricos não são deuses. Todo mundo tem um corpo e nossos corpos têm necessidades.
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Texto *Benjamin Studebaker Fotos Fornecida pelo autor
Platão conta uma história sobre isso em um de seus diálogos chamado Fedro. Ele imagina o ser humano como uma carruagem voadora, puxada por cavalos alados. A carruagem tem três partes. Lá está o cavaleiro, interessado na verdade, na bondade e na beleza. Ele quer pilotar a carruagem bem alto no céu, acima das nuvens, onde esses ideais podem ser descobertos. Mas o cavaleiro não tem asas. Para chegar ao céu, ele depende de dois cavalos - um leve e um escuro. O cavalo leve quer ser bem-visto, valorizando a honra e o status acima de todas as coisas. Ele responde à culpa e ao elogio. O azarão quer desfrutar dos prazeres do mundo. Quer comida, sexo, sono e todo tipo de luxo. O cavalo negro não tem vergonha, mas teme o chicote do cavaleiro. Pois assim como o azarão valoriza o prazer, ele teme a dor. O cavaleiro só pode conhecer a excelência se conseguir que
esses cavalos voem na carruagem acima das nuvens, mas os cavalos não têm um interesse profundo no que está lá em cima. O cavaleiro deve motivá-los dando aos cavalos o suficiente do que eles desejam para que cooperem, mas não tanto a ponto de permitir que se tornem fortes demais e arrastem a carruagem para onde desejarem. Ignore os cavalos imediatamente e eles ficarão fracos e desobedientes. Cuide demais dos cavalos, e eles comandam o show. Para alcançar um tipo de excelência que atinge um valor genuíno, temos que ir além do prazer e do status, mas não podemos deixar o prazer e o status totalmente para trás. Esse tipo de excelência incorpora nossas necessidades físicas e sociais, mas vai além delas, aproximando-se do valor como um ideal abstrato. Para chegar lá, é necessário um equilíbrio, mas como é esse equilíbrio?
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Pensar sobre isso Encontre um bom ambiente social. Trazer equilíbrio para a carruagem é um grande desafio para uma pessoa. Mas não é um desafio que enfrentamos sozinhos. Para Platão, a comunidade em que vivemos nos ajuda a cuidar de nossos cavalos. Nem todos nós cultivamos nossa própria comida, fazemos nosso próprio abrigo e fornecemos nosso próprio entretenimento. Outras pessoas nos ajudam a atender às necessidades do azarão. E como o cavalo leve pode ficar satisfeito sem outras pessoas para nos fazer sentir valorizados e dignos? Platão argumenta que alguns papéis sociais nos ajudam a pilotar a carruagem melhor do que outros. Ele até tenta fazer uma lista e colocá-los todos em ordem. Alguns papéis mal nos dão o suficiente para sobreviver, muito menos prosperar. Outros nos consolam, mas não são respeitados. Alguns são respeitados, mas nos dão pouco conforto. Alguns rendem confortos e respeito, mas nos deixa sem tempo suficiente para nos esforçarmos adequadamente pela excelência. Ao escolher seu trabalho, seus amigos e seus relacionamentos, você deve manter essas três coisas em mente. Perca conforto e você se verá controlado pela necessidade de estar confortável. Perca o respeito e você será controlado pela necessidade de ser respeitado. Se você não deixar tempo para se esforçar, tudo o que fará é sobreviver.
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Distribua bem o seu tempo Como conseguimos obter todas as três coisas em apenas uma vida? Na Política , Aristóteles distingue entre ‘lazer’ e ‘jogo’. Para ele, o lazer é o tempo que passamos aprendendo e contemplando, buscando a excelência. Brincar tem a ver com descanso e recuperação. Pode ser útil pensar no lazer de Aristóteles como “crescimento” e na peça de Aristóteles como “recuperação”. Portanto, para Aristóteles, passamos nossos dias fazendo três coisas trabalho, crescimento e recuperação. O difícil é que tanto o trabalho quanto o crescimento custam tempo e energia. Crescer consome pelo menos tanta energia quanto trabalhar.
Precisamos de tempo para nos recuperar de ambas as atividades. Quando a jornada de trabalho de oito horas foi alcançada pela primeira vez, havia um slogan que o acompanhou: Parece que estamos obtendo todas as três coisas. O problema é que o tempo que passamos dormindo não é suficiente para nos recuperarmos. Quando chegamos em casa do trabalho, geralmente estamos cansados demais para crescer, mas não o suficiente para ir para a cama. Em vez disso, tentamos nos divertir um pouco. Tentamos nos recuperar. Nós nos sentimos mal com isso. Essas últimas oito horas são para o que quisermos! Por que não podemos crescer? Mas, na maioria das vezes, isso leva ao esgotamento.
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E isso é para aqueles de nós que trabalham apenas oito horas por dia e dormem oito horas por noite. Para muitos de nós, até isso é esperar demais. (A péssima resposta de Aristóteles à questão de como ganhar mais tempo - escravidão - não precisa nos deter aqui.) Hoje em dia, a maioria das pessoas tem que esperar pela aposentadoria, na esperança de economizar dinheiro suficiente para gastar algum tempo no crescimento mais tarde na vida. Mas, a essa altura, muitos de nós estamos com a saúde debilitada e não temos energia para crescer. O que temos energia para aprender, muitas vezes nos falta energia para fazer um bom uso. Alternativamente, podemos tentar crescer enquanto somos jovens. Alguns de nós têm a sorte de encontrar uma área na qual gostaríamos de buscar a excelência desde muito cedo. Com o apoio de uma família forte e de um sistema de ensino público forte, podemos conseguir o tempo e os recursos de que precisamos para nos desenvolver. Mas boas famílias e boas escolas não estão disponíveis para todos. Platão achava que o nepotismo era um grande problema. Ele não acreditava que a excelência fosse diretamente hereditária. Às vezes, filhos com grande potencial nasceriam de pais sem a capacidade de ajudá-los a realizar esse potencial. Às vezes, pais com muita habilidade teriam filhos sem o talento necessário para assumir o papel de seus pais. Na república, ele propôs eliminar a família e criar os filhos coletivamente. Aristóteles achava que a abordagem de Platão não era natural, que as famílias eram uma parte inevitável da vida social. Mas Aristóteles acreditava em hierarquias naturais. Ele não se preocupava com pessoas talentosas sendo deixadas para trás. Para algumas pessoas, as famílias funcionam e, para outras, não. Para fazer as famílias funcionarem, precisamos garantir que tenham a capacidade de apoiar os filhos enquanto buscam a excelência, e isso significa que precisamos garantir que as famílias tenham estabilidade econômica suficiente para dar aos filhos espaço para crescer. Para aqueles que não têm famílias adequadas ou acham a estrutura familiar alienante, precisamos de sistemas de apoio alternativos. Muitas vezes, as crianças em estruturas familiares disfuncionais são deixadas em condições precárias devido à falta de alternativas. Para essas crianças, a excelência geralmente está fora de alcance antes mesmo de aprenderem o que a palavra “excelência” significa.
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Educação adequada ao nosso ofício
Obtenha uma educação adequada aos seus talentos O tipo de escola de que precisamos depender em grande parte do tipo de excelência que buscamos. Os filósofos gregos chamam essas diferentes áreas de especialização de technê, ou ‘artesanato’. Se não recebermos o tipo de educação adequado ao nosso ofício, não seremos capazes de nos tornar excelentes. Muitos países têm escolas públicas que privilegiam uma educação uniforme voltada para a leitura, a escrita e a aritmética. Mas essas escolas nem sempre fazem um bom trabalho em permitir que os alunos encontrem uma área na qual se destaquem. Platão aponta que o tipo de educação que recebemos nos coloca em nosso caminho.
Se essa educação se fixar muito rigidamente em um conjunto estreito de habilidades, corremos o risco de nos considerar inúteis apenas porque nossos talentos não se encaixam no que estamos aprendendo. Podemos acabar com lacunas em nossa sociedade, onde muito poucas pessoas são capazes de desenvolver excelência. Portanto, embora a juventude seja uma época excelente para crescer, na juventude também somos especialmente vulneráveis à fortuna. É muito importante terminarmos no tipo certo de família e no tipo certo de escola para nossos talentos e inclinações. A mesma família ou escola pode servir bem para uma pessoa e para outra não. Isso significa que a excelência requer uma sociedade que forneça aos jovens não apenas famílias e escolas fortes, mas famílias e escolas capazes de acomodar diversos talentos. Para algumas pessoas, famílias e escolas adequadas podem parecer com o que geralmente consideramos como ‘boas’ famílias ou ‘boas’ escolas, mas, para outras, serão necessárias estruturas sociais não convencionais. Isso significa que é necessário não apenas apoiar famílias e escolas, mas apoiar uma pluralidade de caminhos viáveis. Para aqueles que perdem o tipo certo de educação para os jovens, a situação não é desesperadora. A internet ampliou o conjunto de opções não convencionais para alunos maduros. Dependendo do seu ofício, programas de assinatura online, como MasterClass e Great Courses, podem ser úteis e custar muito menos do que um retorno à universidade. Se você enfrentar barreiras financeiras muito sérias, o YouTube está cheio até a borda com conselhos gratuitos, e as bibliotecas públicas continuam sendo uma ajuda essencial e indispensável. O truque é encontrar tempo suficiente: embora seja mais difícil de fazer durante seus primeiros anos de trabalho, não é de forma alguma impossível.
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Desenvolva sua criatividade Digamos que você tenha conseguido encontrar os recursos certos para você. Qual o próximo? Para Aristóteles, nossa educação começa na formação de bons hábitos, hábitos que nos ajudam a crescer. Esses hábitos de comportamento são inicialmente impostos a nós por professores e mentores. Por fim, chegamos a um ponto em que começamos a questionar esses hábitos. Qual é o objetivo deles? Por que nos incomodamos? Este é o momento crítico. O aluno agora deve descobrir a razão por trás dos hábitos. Se o aluno não consegue ver seu propósito, os hábitos são descartados e o aluno potencialmente cai na corrupção e no vício. Se o aluno vê o propósito e se apega aos hábitos rigidamente, um nível de estabilidade é mantido. Mas o aluno verdadeiramente excelente não abandonará os hábitos de uma vez nem se apegará a eles dogmaticamente. Este aluno vê o propósito por trás dos hábitos. Imagine que você está tentando se tornar um excelente músico. No início de sua infância, você desenvolve um interesse por música e tem a sorte de ter pais dispostos e capazes de apoiar esse interesse. Eles começam enviando você para aulas de música, onde você aprende o hábito da prática. Você começa a desenvolver as virtudes relevantes necessárias para se tornar verdadeiramente excelente e tornar-se diligente e consciencioso. Mas, em algum ponto, você começa a se perguntar por que se preocupa em praticar o tempo todo. Você se pergunta se os professores de música que seus pais designaram são realmente os melhores para você. Agora você tem uma escolha. Você pode decidir que a música não importa, que você está perdendo seu tempo. Então você para de ir às aulas de música, para de praticar e começa a ir a festas e a se dar ao luxo. Talvez você encontre satisfação nisso, Alternativamente, você pode continuar a praticar e seguir a liderança de seus pais e instrutores ao pé da letra.
Você se torna um músico muito bom, mas suas performances são um tanto mecânicas e suas composições não originais. Eventualmente, você pode acabar trabalhando como professor de música e ter uma vida muito satisfatória. Mas você não se tornará um músico verdadeiramente excelente. Músicos excelentes chegam a um ponto em que questionam se seus pais e professores realmente sabem o que é música excelente. Eles escolhem novos professores para si próprios e passam o tempo pensando sobre o que torna a música “boa”, debatendo isso com quem quiser ouvir. Eventualmente, excelentes músicos começam a desenvolver sua própria noção do que significa para a música ser boa, aplicando o conceito de “bom” à música de maneiras novas e originais.
Pontos chave
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A excelência exige um ambiente social que nos proporcione conforto, respeito e tempo para desenvolver nossos talentos. Sempre que possível, escolha empregos, amigos e parceiros que se encaixem no que você está tentando fazer.
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Fique de olho em como você distribui seu tempo. Faça uma distinção entre crescimento e recuperação e certifique-se de usar seu tempo livre de maneira equilibrada.
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O tipo certo de educação é essencial. Não desanime se você teve problemas em ambientes educacionais que não eram orientados para o seu ofício.
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Tenha a criatividade - e a coragem - para desafiar professores e figuras de autoridade sem abandonar seu ofício. Desenvolva seu próprio senso do que significa fazer bem o seu ofício.
Por que isso importa Alcançar a excelência pela primeira vez é apenas o começo. Assim que um som distinto é encontrado, o excelente músico é levado a compartilhá-lo com outras pessoas. Aristóteles faz uma distinção entre ‘contemplação’ e ‘ação’. Quando contemplamos, pensamos sobre o que é bom e o que significa aplicar o bem a um ofício. Quando agimos, aplicamos essas ideias do bem ao nosso ofício. Desse modo, compartilhamos o bem com os outros por meio de nosso ofício. Nosso ofício se torna nosso meio para expressar excelência, nossa maneira de trazer nossa compreensão do bem para a vida no mundo que nos rodeia. Claro, quando agimos, agimos na frente de uma audiência. Quando realizamos um ofício, fazemos algo para os outros experimentarem. Isso significa que, uma vez que começamos a agir. Às vezes, outras pessoas vão gostar do que estamos fazendo e às vezes não. Platão achava que a maioria das pessoas não saberia o que era excelente se aparecesse e batesse em seu nariz. Para ele, se todo mundo gosta do que você está fazendo, esse é um bom motivo para pensar que você pode estar fazendo a coisa errada. Todos nós conhecemos pessoas que pensam assim sobre a música pop. Para esses ouvintes, o fato de a música pop ser popular já é um argumento contra sua excelência. Platão entendeu que o bem está muito distante da experiência humana comum. Para ele, o bom é o único, a unidade de todas as coisas. Mas vivemos em corpos e tendemos a gastar muito do nosso tempo focados no que nossos corpos precisam, em vez do que é bom para nossas famílias, nossas comunidades e o Universo como um todo. O corpo nos convida a separar o mundo em ‘eu’ e ‘não-eu’. Constantemente categorizamos a realidade, sempre enfatizando a diferença e a separação. Isso nos impede de ver como tudo está conectado, como tudo é apenas mais um aspecto do um.
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Compreender essa unidade exige que superemos a perspectiva que surge de nossos corpos e, para Platão, isso só pode ser alcançado por meio de muito esforço filosófico. Já que a maioria de nós não gasta seu tempo com filosofia, a maioria de nós não descobre essa unidade, e isso significa que nosso conceito humano do bem é apenas uma pálida imitação da verdadeira bondade. A música que a maioria das pessoas acredita ser boa é apenas aquela que consideram prazerosa, não a música que ajuda as pessoas a descobrirem a realidade da unidade. Se Platão estivesse por aí hoje, ele poderia dizer que muitas estrelas pop cantam sobre relacionamentos antagônicos com ex-amantes, uma experiência relacionável, mas que reforça as distinções entre si. Aristóteles pensava nisso de forma diferente. Para ele, se a maioria das pessoas gosta da sua música, provavelmente você está no caminho certo. Muitos de nós podem não ter tido tempo para descobrir como tocar uma boa música, mas podemos reconhecê-la quando a ouvimos. O entendimento de Aristóteles sobre o bem era mais terreno do que o de Platão. Para Aristóteles, se algo é bom, é apenas o fim que outras coisas visam. Podemos, portanto, descobrir o que é bom observando a natureza, observando o que os processos naturais visam. Para Platão, a excelência exige que vamos além da experiência comum. Mas, para Aristóteles, a excelência pode ser facilmente descoberta no mundo ao nosso redor, se estivermos dispostos a ir mais devagar e olhar para ela. Isso não quer dizer que excelência seja o que a maioria das pessoas entende que seja, mas se um grande número de pessoas pensam que algo é excelente.
Excelência pela primeira vez
Pensando
A maioria de nós não tem certeza de qual dessas contas está certa. Até Platão e Aristóteles pensam que devemos sempre retornar à contemplação para continuar a refinar nossa compreensão da excelência, do bem e de como ela deve ser aplicada aos nossos ofícios. Isso significa que nossa educação não pode acabar. Não podemos simplesmente chegar a um ponto em que estamos prontos para agir, para praticar nosso ofício e continuar fazendo isso pelo resto de nossos dias. Em vez disso, precisamos oscilar entre os períodos de ação e contemplação. Se você é um excelente músico que fez um ótimo álbum - seja ele aclamado pela crítica ou simplesmente muito popular você está então em uma situação difícil. Há pressão sobre você para viajar pelo mundo, fazer shows. E há pressão sobre você para fazer álbuns tão bons, se não melhores. Platão e Aristóteles
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Se você continuar com isso e passar todo o seu tempo tocando e compondo, eventualmente ficará sem coisas novas para fazer. Sua música começará a soar obsoleta e repetitiva. Para evitar ser rotulado como notícia de ontem, você pode tentar novos tipos de música. Mas porque você está gastando todo o seu tempo correndo e se apresentando, você não será capaz de criar uma nova música que seja realmente excelente. Na primeira ou na segunda vez que você fizer um álbum muito derivado ou desastrosamente experimental, seus fãs e críticos podem lhe dar uma chance. Talvez você encontre um nicho de público que irá segui-lo, não importa o que você faça, com a força de seus antigos sucessos. Mas, se quiser permanecer excelente, mais cedo ou mais tarde, você deve dar um tempo no desempenho e retornar à atividade contemplativa que o tornou tão grande em primeiro lugar. É por isso que os músicos realmente excelentes têm que fugir para lugares isolados, onde podem voltar a ter contato com ‘a música’. Ao encontrar a música. Este, então, é o obstáculo final. Precisamos ser capazes de interromper a ação e retornar à contemplação. Isso significa que, no auge da nossa fama e sucesso, temos que lembrar que o objetivo é a excelência.
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Claro, isso também significa que temos que ser bem-sucedidos o suficiente para estarmos em uma posição em que tenhamos os recursos de que precisamos para fazer essa pausa.
(*)Professor assistente de pós-graduação em política e estudos internacionais na University of Cambridge e professor associado no Gonville and Caius College, Cambridge
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