26 MARÇO
BELÉM-PARÁ
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ISSN 16776968
7 71677 6 961249
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EDIÇÃO 240
R$ 19,99
MUDANÇAS CLIMÁTICAS E A SAÚDE SUSTENTABILIDADE ALÉM DA INOVAÇÃO PREFEITOS COBRAM PROVIDENCIAS DA VALE 12
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N E S TA E D I Ç Ã O 240 - MARÇO - 2022
MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA O INÍCIO DA QUARESMA E DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2022
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PUBLICAÇÃO Editora Círios SS Ltda CNPJ: 03.890.275/0001-36 Inscrição (Estadual): 15.220.848-8 Rua Timbiras, 1572A - Batista Campos Fone: (91) 3083-0973 Fax: (91) 3223-0799 ISSN: 1677-6968 CEP: 66033-800 Belém-Pará-Brasil www.paramais.com.br revista@paramais.com.br
EDITORA CÍRIOS
ÍNDICE
CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2022
07 LEI PAULO GUSTAVO É APROVADA E BENEFICIARÁ SETOR CULTURAL
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DIRETOR e PRODUTOR: Rodrigo Hühn; EDITOR: Ronaldo Gilberto Hühn; COMERCIAL: Alberto Rocha, Augusto Ribeiro, Rodrigo Silva, Rodrigo Hühn; DISTRIBUIÇÃO: Dirigida, Bancas de Revista; REDAÇÃO: Ronaldo G. Hühn; COLABORADORES*: Andrea Santos, Arquidiocese de Belém, Ascom/Paulo Rocha, C.F 2022, Hinton Bentes, Jeanine Murphy, McKinsey, Mara Barcellos, Michael Sioufa, Ronaldo G. Hühn,Vatican.va, Victor Miranda; FOTOGRAFIAS: Alessandro Dantas, Ascom Fapespa, Ascom/Paulo Rocha, Balthazar Costa (AID/Alepa) e Ozeas Santos (AID/Alepa), Divulgação, Harvard Medical School,IBM, Internet, IPCC, McKinsey, Marcos Barbosa/Comus, Pedro Guerreiro , Rodrigo Pinheiro/Ag. Pará, Unsplash, Wikipedia; DESKTOP: Rodolph Pyle; EDITORAÇÃO GRÁFICA: Editora Círios
* Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.
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PREFEITOS DE CANAÃ DOS CARAJÁS E SÃO FÉLIX DO XINGU CRITICAM ATUAÇÃO DA VALE E COBRAM PROVIDÊNCIAS
17 PARA HAVER REVOLUÇÃO DA SUSTENTABILIDADE TEMOS QUE IR ALÉM INOVAÇÃO
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O relatório do IPCC as mudanças climáticas e a Saúde Formas infinitas mais bonitas: por que a evolução favorece a simetria
A natureza na cidade. A caminhada é uma atividade física indicada para manter a saúde do coração e da mente e emagrecer, é ótima para reduzir a ansiedade e estresse. Aproveite as trilhas do Parque do Utinga! Foto: CCO Wikipedia Commons
Deputados apresentam relatório parcial da CPI da Vale S.A FAVOR POR
Como equipes ágeis podem buscar a excelência técnica Congelamento de gotículas de água de poucos nanômetros
CIC
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Compromisso com o desenvolvimento da sociedade
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Auxílio concedido pela prefeitura a barraqueiros minimiza impactos causados pela interdição da ponte
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Programa municipal de regularização fundiária alcançará mais de 60% das famílias do bairro da Condor
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Mensagem do Papa Francisco para o início da Quaresma e da Campanha da Fraternidade 2022 Queridos irmãos e irmãs do Brasil!
Ao iniciarmos a caminhada quaresmal de conversão rumo à celebração do Mistério Pascal de Cristo, nos dispomos a ouvir o chamado de Deus que deseja conduzir-nos, através das práticas penitenciais do jejum, da esmola e da oração, ao encontro pessoal e renovador com o Ressuscitado, em quem temos a verdadeira vida e do qual devemos ser fiéis testemunhas. Para auxiliar os fiéis nesse percurso de encontro, a Igreja no Brasil propõe à reflexão de todos, na Campanha da Fraternidade deste ano, o importante tema da relação entre “Fraternidade e Educação”, fundamental para a valorização do ser humano em sua integralidade, evitando a “cultura do descarte” – que coloca os mais vulneráveis à margem da sociedade – e despertando-o para a importância do cuidado da criação. Efetivamente, ao olhar para a sociedade hodierna, percebe-se de maneira muito clara a urgência em adotar ações transformadoras no âmbito educativo a fim de que tenhamos uma educação promotora da fraternidade universal e do humanismo integral, como recordado no convite para um Pacto Educativo Global: “Nunca, como agora, houve necessidade de unir esforços numa ampla aliança educativa para formar pessoas maduras, capazes de superar fragmentações e contrastes e reconstruir o tecido das relações em ordem a uma humanidade mais fraterna” (Mensagem, 12/09/19). Ao mesmo tempo que se reconhece e valoriza a responsabilidade dos governos na tarefa de auxiliar as famílias na educação dos filhos, garantindo a todos o acesso à escola, deve-se igualmente reconhecer e valorizar a importante missão da Igreja no âmbito educativo: “As religiões sempre tiveram uma relação estreita com a educação, acompanhando as atividades religiosas com as educativas, escolares e acadêmicas. Como no passado, também hoje queremos, com a sabedoria e a humanidade das nossas tradições religiosas, ser estímulo para uma renovada ação educativa que possa fazer crescer no mundo a fraternidade universal” (Discurso, 5/10/21). Desejo de todo o coração que a escolha do tema “Fraternidade e Educação” torne-se causa de grande esperança em cada comunidade eclesial e de efetiva renovação nas escolas e universidades católicas, a fim de que, tendo como modelo de seu projeto pedagógico a Cristo, transmitam a sabedoria educando com amor, tornando-se assim modelos desta formação integral para as demais instituições educativas. Desejo igualmente, queridos irmãos e irmãs, que o itinerário quaresmal, iluminado pela reflexão proposta, seja ocasião de verdadeira conversão e que as sementes lançadas ao longo deste caminho encontrem nos corações dos fiéis a boa terra onde possam frutificar em ações concretas a favor de uma educação integral e de qualidade. Confiando estes votos aos cuidados de Nossa Senhora Aparecida e como penhor de abundantes graças celestes que auxiliem as iniciativas nascidas a partir da Campanha da Fraternidade, concedo de bom grado a todos os filhos e filhas da querida nação brasileira, de modo especial àqueles que se empenham por uma educação mais fraterna, a Bênção Apostólica, pedindo que continuem a rezar por mim. Roma, São João de Latrão Franciscus PP. Velas sete dias, comuns n° 6 e 8, de libra, meia libra, funérarias, velas tochas para altar, decorações, reproduções e materiais para catequese e etc.
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Campanha da Fraternidade 2022
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ançada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) na última Quarta-Feira de Cinzas (02/03), a Campanha da Fraternidade de 2022. O Papa Francisco mandou sua mensagem aos fiéis brasileiros, na página anterior. “A Igreja no Brasil propõe à reflexão de todos, na Campanha da Fraternidade deste ano, o importante tema da relação entre “Fraternidade e Educação”, fundamental para a valorização do ser humano em sua integralidade, evitando a ‘cultura do descarte’ – que coloca os mais vulneráveis à margem da sociedade – e despertando-o para a importância do cuidado da criação”, disse o Santo Padre. Realizada pela CNBB todos os anos no tempo da Quaresma, período de 40 dias que antecede a Páscoa, a Campanha da Fraternidade de 2022 tem como tema “Fraternidade e Educação”. O lema da Campanha vem de Provérbios 31, 26: “Fala com sabedoria, ensina com amor”:
Abertura da Campanha da Fraternidade 2022 em Belém
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“Desejo de todo o coração que a escolha do tema ‘Fraternidade e Educação’ se torne causa de grande esperança em cada comunidade eclesial e de efetiva renovação nas escolas e universidades católicas”, disse no fim da mensagem o Papa. A Arquidiocese de Belém procedeu a abertura Solene da Campanha da Fraternidade 2022 (CF 2022), no sábado, 5 de março no ginásio do Colégio Marista Nossa Senhora de Nazaré, na capital paraense. O tema “Fraternidade e Educação” e o lema “Fala com sabedoria, ensina com amor” (Pr 31,26), a abertura reuniu o clero, representantes das Pastorais, Movimentos e Novas Comunidades e fiéis das oito Regiões Episcopais. A programação começou pela acolhida das expressões eclesiais e educativas para a Santa Missa pelo Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa, e concelebrada pelo Bispo Auxiliar, Dom Antônio de Assis Ribeiro e pelo Clero Arquidiocesano. Após a celebração eucarística, uma programação cultural animou os presentes com apresentação da Campanha da Fraternidade meditada pela música, dança e teatro.
Durante a Abertura da CF 2022, no ginásio do Colégio Nazaré
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29/03/2022 17:53:30
Lei Paulo Gustavo é aprovada e beneficiará setor cultural
Projeto que cria a lei, de autoria de Paulo Rocha e da Bancada do PT no Senado, foi aprovado em definitivo pelo Congresso Nacional Fotos Alessandro Dantas, Ascom/Paulo Rocha
Além dos recursos serem descentralizados para chegar a todos os cantos do país, estima-se que a lei alcance cerca de 5 milhões de trabalhadores (as) da cultura. O cinema vai receber a maior parte dos recursos: R$ 2,8 bilhões, oriundos do FSA. O dinheiro deverá ser utilizado para apoiar produções audiovisuais, salas de exibição, cineclubes, mostras, festivais e ações de capacitação. O restante – R$ 1,06 bi do FNC – vai para outras áreas da cultura.
Pará beneficiado
O Congresso Nacional concluiu a votação da proposta que garante R$ 3,8 bilhões para o setor cultural do país. Trata-se do PLP 73/2021, mais conhecido como ‘Lei Paulo Gustavo’, de autoria do líder do PT no Senado, Paulo Rocha, e da bancada do PT na Casa.
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Congresso Nacional concluiu a votação da proposta que garante R$ 3,8 bilhões para o setor cultural do país. Trata-se do PLP 73/2021, mais conhecido como ‘Lei Paulo Gustavo’, de autoria do líder do PT no Senado, Paulo Rocha, e da bancada do PT na Casa. A última apreciação da matéria ocorreu no plenário do Senado, em março. Ao tudo, o projeto recebeu 74 votos favoráveis e foi aprovado por unanimidade. Com a segunda aprovação no Senado e uma na Câmara, o texto vai à sanção presidencial. Sendo sancionada, esta será a décima lei de autoria de Paulo Rocha no Congresso Nacional. “Nos últimos tempos de crises econômica, social e sanitária, o Senado tem respondido à altura. Foi assim em relação ao auxílio-emergencial, às pequenas e médias empresas, à agricultura familiar, e agora estamos dando uma resposta a um setor muito importante do nosso país. Os que fazem cultura e arte resgatam valores individuais, mas principalmente o valor de um povo. Eles mantêm viva a história desse povo, através das mais diversas formas de arte”, disse o senador petista após a aprovação definitiva da proposta.
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O projeto prevê a execução de R$ 3,8 bilhões provenientes do superávit financeiro do Fundo Nacional da Cultura (FNC) e do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). Os recursos serão transferidos para estados, Distrito Federal e municípios.
O governo do Pará, por exemplo, vai receber R$ 91,2 milhões para financiar projetos do setor. Já os municípios do Estado terão direito a um montante de R$ 73,6 milhões. A matéria recebeu apoio de diversas autoridades do Estado do Pará. Entre eles, o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (PSOL), e a secretária de Cultura do Estado do Pará, Úrsula Vidal (Rede). Para Paulo Rocha, o apoio das autoridades é fundamental para impulsionar e acelerar a votação e aprovação da matéria.
Prefeito de Belém - PA, Edmilson Rodrigues, e Paulo Rocha discutem benefícios da Lei Paulo Gustavo para a capital e o Estado do Pará
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24/03/2022 18:38:58
“Os recursos irão ajudar todos os segmentos da cultura paraense. A Lei Paulo Gustavo tem a vantagem de garantir apoio a projetos de artistas conhecidos a pequenos produtores da área. Nossa expectativa é que o apoio siga até o fim da pandemia, que tem impedido boa parte dos trabalhadores e trabalhadoras de exercer a sua arte”, explicou o líder do PT no Senado. Edmilson parabenizou de forma antecipada os deputados federais que votarem a favor da proposta, destacando que é uma grande vitória para a cultura brasileira. “Conclamo a bancada paraense na Câmara a se somar à bancada no Senado, que aprovou por quase unanimidade a aplicação de quase R$ 4 bilhões distribuídos pelos estados e municípios com a Lei Paulo Gustavo. S Belém terá uma participação importante, cerca de R$ 12 milhões”, afirmou o prefeito. Já a secretária de Cultura destacou que o projeto está próximo de ser votado e é preciso unir esforços para angariar os votos necessários. “Como a gente diz lá no Pará, ‘tá na agulha’ para votar a lei. Só para o Estado do Pará, são cerca de R$ 164 milhões para a cultura. A gente está na torcida e na pressão”, destacou Úrsula Vidal. Entre os municípios que receberão mais recursos, estão Ananindeua (R$ 4 milhões), Santarém (R$ 2,42 milhões) e Marabá (R$ 2,26 milhão). Outras oito localidades também receberão valores acima de R$ 1 milhão: Parauapebas, Castanhal, Abaetetuba, Cametá, Marituba, São Félix do Xingu, Bragança e Barcarena.
Alterações O relator da proposta no Senado, Alexandre Silveira (PSD-MG), retirou duas de três alterações feitas na Câmara dos Deputados na matéria.Cai, por exemplo, a necessidade da Secretaria Especial de Cultura definir quais segmentos culturais serão considerados prioritários na distribuição dos recursos. A versão original não previa essa indicação de prioridade. Com isso, o repasse dos recursos pela União deverá ocorrer em, no máximo, 90 dias após a publicação da lei. Os beneficiários dos recursos deverão cumprir algumas contrapartidas, entre elas: a realização de exibições gratuitas; e de atividades destinadas a rede pública de ensino, ou privada que tenha estudantes do Prouni. O projeto exige ainda a prestação de contas sobre a utilização das verbas.
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Ainda, segundo o projeto, na implementação das ações no setor cultural deverão ser assegurados mecanismos de estímulo à participação e ao protagonismo de mulheres, negros, indígenas, povos tradicionais, pessoas LGBTQIA+, com deficiência, entre outros grupos. Na Câmara, foi aprovada a exclusão, sugerida pela base do governo Jair Bolsonaro, do trecho que se referia a pessoas LGBTQIA+. Entretanto, os senadores resgataram o texto aprovado pelo Senado. O texto autoriza o uso dos recursos por estados e municípios até o fim de 2022, prazo que poderá ser prorrogado no caso de impedimentos previstos na legislação eleitoral.
Homenageado Paulo Gustavo era um dos principais comediantes do país e faleceu no início do mês por complicações decorrentes da Covid-19. Entre suas principais obras está o monólogo ‘Minha Mãe é uma Peça’, que se tornou filme e foi o longa-metragem mais assistido no Brasil em 2013, tendo recebido duas continuações. De acordo com o projeto, os instrumentos de seleção deverão estar disponíveis em formatos acessíveis, como audiovisual e audiodescrição, e outros específicos para pessoas com deficiência, como braile, daisy e libras. São listadas várias atividades passíveis de serem contempladas pelos editais, como artes visuais, música, teatro, dança, circo, livro, leitura e literatura, artesanato, carnaval, escolas de samba, blocos e bandas carnavalescos e toda e qualquer outra manifestação cultural. No caso dessas outras ações culturais, as contrapartidas gratuitas deverão ser na forma de atividades destinadas, prioritariamente, aos alunos e professores de escolas ou universidades públicas, assim como universidades privadas com estudantes do Programa Universidade para Todos (ProUni). Outro público prioritário são profissionais de saúde, preferencialmente aqueles envolvidos no combate à pandemia, e pessoas integrantes de grupos e coletivos culturais e de associações comunitárias. Esse público contará ainda com ingressos gratuitos em intervalos regulares em exibições públicas.
Paulo Rocha (dir.) recebe a secretária de Cultura do Estado do Pará, Úrsula Vidal, para organizar apoio ao PLP 73/2021, que garante R$ 3,8 bilhões para o setor cultural
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24/03/2022 18:38:59
Programa municipal de regularização fundiária alcançará mais de 60% das famílias do bairro da Condor Texto *Victor Miranda Fotos Marcos Barbosa/Comus
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om o objetivo de garantir a regularização fundiária de mais de 60% dos moradores do bairro da Condor, que vivem sem registros de propriedade de suas moradias, a Prefeitura de Belém realizou uma audiência pública na noite desta terça-feira, 22, no Casa de Shows Palácio dos Bares, para explicar o processo de regularização.
Moradores do bairro da Condor atenderam ao chamado da Prefeitura de Belém com grande expectativa para obterem os títulos definitivos de suas moradias no bairro da Condor
Sonho Prefeito Edmilson Rodrigues informou aos moradores da Condor, que compareceram à audiência, que pretende regularizar mais de 60% das moradias do bairro sem titulação
Os moradores que compareceram ao local da audiência puderam sanar dúvidas sobre o Programa Municipal de Regularização Fundiária Terra da Gente, executado pela Prefeitura de Belém, por meio da Companhia de Desenvolvimento e Administração da Área Metropolitana de Belém (Codem), em cooperação com o Governo do Estado do Pará.
A assistente social Cristina Praxedes, 52 anos, ressalta que a audiência pública é o início de um sonho que espera há 15 anos. “Moro há 15 anos no bairro da Condor e nunca tive meu título. Hoje é o início dessa minha luta para ter a regularização do meu terreno”, comentou.
Moradores com grande expectativa A autônoma Tereza Silva, de 55 anos, moradora do bairro da Condor há 20 anos, faz parte dos 60% dos residentes do bairro que não possuem o titulo de propriedade. Ela não esconde a expectativa de ter os documentos da sua casa em mãos. m ao chamado e Belém com grande expectativa para obterem os títulos definitivos de suas moradias “A importância de vir aqui hoje é estar cada vez mais perto de conseguir o meu título de propriedade. Não tenho documento algum da minha casa e isso me preocupa, me passa insegurança”, contou Tereza. Segundo dados do último censo demográfico, realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Belém possui mais de 52% dos imóveis em situação irregular, em relação ao registro fundiário, o que significa mais de 758 mil pessoas vivendo sem a garantia de propriedade. “O compromisso é fazer a regularização fundiária de 100% dos que não têm título de propriedade no bairro. É parte da revolução urbana que estamos fazendo, garantindo títulos de prioridades, fazendo uma mudança significativa na estrutura urbana de Belém”, afirma o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues.
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Programa municipal de regularização fundiária alcançará mais de 60% das famílias do bairro da Condor.indd 10
Terezinha Silva é moradora da Condor e afirma que está com grande expectativa de receber o título definitivo de seu imóvel
Meta Em 2021, ano da implantação do programa Terra da Gente, a expectativa era entregar cerca de 4 mil títulos de propriedade. A meta foi superada com a entrega de mais de 4,4 mil documentos definitivos. Segundo o diretor-presidente da Codem, Lélio Costa, o programa de regularização municipal proporciona diversos benefícios à população. “Aqui no bairro da Condor, o programa é importante em todos os aspectos. O Terra da Gente é um programa novo, que assume o protagonismo. Com o imóvel registrado, se abre a possibilidade de empréstimos para melhorar a residência, abrir ponto comercial, entre outros benefícios”, informa Lélio Costa.
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24/03/2022 18:48:21
Auxílio concedido pela prefeitura a barraqueiros minimiza impactos causados pela interdição da ponte Texto *Victor Miranda Fotos Marcos Barbosa/Comus Os barraqueiros, auxiliares e ambulantes do distrito de Outeiro começaram a receber o auxílio emergencial disponibilizado pela Prefeitura de Belém
O pagamento do auxílio será durante seis meses e está orçado em um valor total de mais de R$ 1 milhão e 700 mil. Apenas as pessoas cadastradas pela Secretaria Municipal de Economia ( Secon) e Administração Regional de Outeiro (Arout) poderão retirar o valor no Banpará.
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s barraqueiros, auxiliares e ambulantes do distrito de Outeiro começaram a receber o auxílio emergencial disponibilizado pela Prefeitura de Belém, para minimizar os impactos causados pela interdição da ponte que dá acesso à ilha. A solenidade da entrega simbólica do benefício foi realizada na tarde desta terça-feira, 15, no Solar da Beira, e contou com a presença dos beneficiários, do prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, de secretários municipais e vereadores. Mais de 870 trabalhadores que atuam nas barracas, nas praias, nas vias dos distritos, além dos donos dos quiosques, receberão o auxílio. Proprietária de uma barraca na praia da Brasília, Rose Nascimento, de 37 anos, destacou a importância que o auxílio vai ter na vida dela. “Desde que ocorreu isso na ponte, nós passamos por várias dificuldades. Nosso público diminuiu muito. Mas o auxílio vem para suprir essa necessidade, precisamos honrar com nossas contas e levar alimento para a nossa casa”.
O pagamento se inicia no dia 15 de março, para os nascidos nos meses de janeiro, fevereiro e março; no dia 16 para quem nasceu em abril, maio e junho; dia 17 para os nascidos em julho, agosto e setembro; finalizando no dia 18 para quem nasceu em outubro e novembro, dezembro. Trabalhando como ambulantes há 26 anos nas praias de Outeiro, a autônoma Maria do Socorro Santos, de 60 anos, lembra que a primeira vez que os ambulantes de Outeiro são beneficiados com um auxílio. “É a primeira vez que somos beneficiados com um auxílio. Vai contribuir muito para a minha família, pois minha venda tá muita baixa sem turistas nas praias”, disse.
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Maikenn Souza - agente distrital de Outeiro Edilson Moura - vice-prefeito de Belém Edmilson Rodrigues - prefeito de Belém
Mais de 870 trabalhadores que atuam nas barracas, nas praias, nas vias dos distritos, além dos donos dos quiosques, receberão o auxílio
Projeto de lei A renda faz parte de um projeto de lei, enviado pela Prefeitura de Belém à Câmara Municipal, que garantiu o auxílio de R$ 500 para permissionários de atividades nas barracas da praia e de R$ 300 para os auxiliares e ambulantes. “Com a crise criada pela queda do pilar da ponte, criamos uma série de ações para dar alento à população de Outeiro. Se o turista não vai, as pessoas têm que sobreviver. Tem que ter um ação do município e isso que estamos fazendo”, comentou o prefeito Edmilson Rodrigues
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Auxílio concedido pela prefeitura a barraqueiros minimiza impactos causados pela interdição da ponte.indd 11
A iniciativa de disponibilizar o auxílio faz parte de uma série de ações da Prefeitura de Belém no distrito de Outeiro, por meio do Programa Abraça Outeiro, após o sinistro que bloqueou o acesso à ilha por meio da ponte. Entres os benefícios estão a ampliação dos beneficiários do Bora Belém, que passou de 600 para mais de 1.200, após uma busca ativa feita pela Fundação Papa João XXIII (Funpapa); e a entrega de mais de cinco mil cestas de alimentos para famílias em vulnerabilidade social, que serão distribuídas ao longo de seis meses. Segundo o prefeito Edmilson Rodrigues, as ações em Outeiro são em todas as áreas. “Aumentamos o número de famílias que recebem o Bora Belém, mais de sete mil pessoas que deixaram de passar fome no distrito. Também estamos com políticas na área da saúde, educação e infraestrutura”.
Anúncio Durante a solenidade, o prefeito Edmilson Rodrigues anunciou a pavimentação da rua 1° de Setembro, que dá acesso à praia do Paraíso, em Outeiro. E as comemorações do aniversário da ilha, no dia 14 de abril, para a celebrar os 129 anos do distrito.
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Compromisso com o desenvolvimento da sociedade Fotos Ascom Fapespa, Rodrigo Pinheiro Ag. Pará
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Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) vem fomentando a pesquisa, ciência, tecnologia e inovação no estado do Pará, com a elaboração de centenas de projetos em diferentes áreas do conhecimento, os quais vêm deste então ajudando a solucionar grandes e complexos problemas da sociedade. O presidente da Fundação, Marcel Botelho, não tem medido esforços para atender as demandas da comunidade paraense, no que tange a ampliação de programas estratégicos.
“Temos buscado cada vez mais investir financeiramente em projetos que tragam soluções cabíveis para a nossa sociedade, assim contribuindo para aprimorar e elaborar políticas públicas mais eficazes nos 144 municípios paraenses, além de promover a formação de recursos humanos. Afinal, a ciência só tem sentido se proporcionar melhoria na qualidade de vida da população”, ressaltou o presidente da Fapespa Marcel Botelho. Segundo o presidente, de 2018 a 2021, a FAPESPA disponibilizou mais de R$100 milhões de reais em recursos no fomento de pesquisas em diferentes áreas, como Ciências Biológicas, Ciências da Saúde, Ciências Exatas e da Terra; Engenharias,
Ciências Humanas e no caráter Multidisciplinar, as quais contribuem diretamente para temáticas de apelo mundial e principalmente àquelas voltadas para a Região Amazônica. Em geral, muitos desses projetos foram viabilizados por acordos e parcerias que a Fapespa vem celebrando ao longo dos anos, exemplo disso estão as parcerias com: Governo do estado do Pará, o Instituto Evandro Chagas (IEC), o Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social da Amazônia (IDESA), o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), o Governo Federal, a Universidade Estadual do Pará (UEPA), a Universidade Federal do Pará (UFPA), a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), a Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (CONFAP) e a Empresa VALE, e diversos outros parceiros que também foram fundamentais para o sucesso das pesquisas que contribuem com nossa sociedade em níveis estaduais, nacionais e internacionais.
Marcel-Botelho, presidente da Fapespa
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“Entendo que com união e compromisso podemos fazer grande diferença na sociedade. Como é o caso da elaboração do projeto que pretende produzir um framework capaz de gerar projeções sobre o comportamento de epidemias que afetam o estado do Pará. Nossa expectativa é prevenir e controlar doenças com potencial epidêmico, assim contribuindo com a saúde pública”, disse Marcel. E continuou. “Também temos investido no projeto do selo sustentável, o Sistema de Certificação Amazon Sustainability Certified (AMZ) ambiental. O selo irá contribuir para o desenvolvimento sustentável do estado do Pará, o qual visa fomentar políticas que expressassem valores, condutas e procedimentos estimulantes ao contínuo aperfeiçoamento dos processos empresariais, por meio de identificação das empresas comprometidas com as boas práticas ambientais, como a utilização de tecnologias e metodologias limpas, reciclagem e geração de impactos sociais positivos. Assim preservando a biodiversidade amazônica. Temos também o Barômetro da Sustentabilidade que é um norteador para que nossos municípios possam propor políticas públicas voltadas para o aumento da sustentabilidade em nosso Estado, e muitos outros projetos”, pontuou o presidente. Todos os projetos já concluídos e os que estão em fase de conclusão têm demonstrado resultados
surpreendentes para o desenvolvimento científico e tecnológico de temas estratégicos para o Estado, como saúde pública, biodiversidade, economia, tecnologia da informação,
Marcel Botelho, ... hoje já começamos a colher os frutos, mas sei que ainda há muito para se fazer
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clima e sustentabilidade. Além de ser de extrema importância para o apoio de diversos projetos que auxiliam na formação de recursos humanos na Amazônia. “Meu compromisso, como presidente da fundação, profissional na área do desenvolvimento sustentável e educação, é seguir apoiando contribuindo pesquisas que corroboram para o avanço da nossa sociedade. Em 2021, fizemos grandes investimentos e hoje já começamos a colher os frutos, mas sei que ainda há muito para se fazer. Este ano, vamos seguir trabalhando, buscando recursos, fechando parcerias e investindo na ciência, tecnologia e inovação para que o nosso Pará continue sendo reconhecido e usado como exemplo para todos os estados do Brasil na área da pesquisa”, concluiu o presidente da Fapespa, Marcel Botelho.
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Desenvolvimento sustentavel Em parceria com Representante Autorizado
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O sistema é alimentado com resíduos orgânicos
Bactérias decompõem o resíduo orgânico no biodigestor
O fertilizante líquido pode ser usado em jardins e plantações
O biogás é armazenado no reservatório de gás para ser usado em um fogão
O sistema tem capacidade de receber até 12 Litros de resíduos por dia.
O equipamento produz biogás e fertilizante líquido diariamente.
Totalmente fechado mantendo pragas afastadas.
Em um ano, o sistema deixa de enviar 1 tonelada de resíduos orgânicos para aterros e impede a liberação de 6 toneladas de gases de efeito estufa (GEE) para atmosfera.
O QUE COLOCAR NO SISTEMA
O QUE NÃO COLOCAR NO SISTEMA
Carne, frutas, verduras, legumes e restos de comida. OBS: Máximo de duas cascas de cítricos por dia.
Resíduos de jardinagem, materiais não orgânicos (vidro, papel, plástico, metais). Resíduos de banheiro, produtos químicos em geral.
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Deputados apresentam relatório parcial da CPI da Vale S.A Texto *Andrea Santos Fotos Balthazar Costa (AID/Alepa) e Ozeas Santos (AID/Alepa), Pedro Guerreiro
Momento que o Relatório parcial das atividades realizadas pelos componentes da CPI da Vale foi entregue pelos parlamentares
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comissão Parlamentar de Inquérito- CPI, da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), que investiga a atuação da empresa Vale S.A, apresentou na manhã da terça-feira (15/02), durante Sessão Ordinária, o Relatório Parcial das atividades da realizadas desde o início dos seus trabalhos, em 26 de maio de 2021.
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O prazo de funcionamento estabelecido era até setembro, mas foi prorrogado para dezembro em seguida até o mês de abril. Ao reiniciar os trabalhos da CPI da Vale S.A em 2022, se faz necessário verificar os resultados obtidos até o momento, antes as oitivas executadas e o cumprimento das metas estabelecidas e, de igual forma, o planejamento para continuidade
dos prováveis resultados a serem alcançados, em consonância com as metas traçadas com a Vale S.A. e as identificadas sem conclusões definitivas.“Já tivemos um resultado do nosso trabalho. A vale S.A passou aos municípios do Pará, um total de quase 700 milhões de reais, elevando o índice de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços- ICSM de todos os municípios. O município de Belém, por exemplo, de 41 milhos de ICSM saltou para quase 70 milhões de reais. Ananindeua, que em média arrecadava 10 milhões por mês, foi para 18 milhões”, disse o deputado Eraldo Pimenta, presidente da CPI da Alepa. O deputado Carlos Bordalo, integrante da CPI disse que “Algo que ficava escondido está vindo à tona. Foi esta CPI que jogou o debate sobre a questão da sonegação embutida. A maioria do nosso ferro vai para a Suíça, e é comprado pela própria Vale internacional na Suíça que é responsável pelas tratativas e negociações para diversos mercados”. De acordo com o relatório, os resultados obtidos até a presente data, foram gerados após a execução de oitivas e o cumprimento das metas estabelecidas.
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Até a presente data a CPI resgatou passivos sociais, econômicos, culturais e ambientais provocados pela mineração, exigidas em condicionantes de licença de Operação da mina de Onça Puma, ora descumpridas que provocou com maior brevidade por parte da mineradora Vale.O cumprimento de condicionantes como a implantação do Hospital de Ourilândia, Defesa Civil Municipal e acesso à internet as comunidades locais foram outros benefícios gerados a partir das cobranças feitas após a implantação da CPI, sendo estes cumprimentos das metas estabelecidas e, de igual forma, o planejamento para continuidade dos resultados a serem alcançados, em consonância as metas traçadas com a Vale S.A. e as identificadas sem conclusão definitivas, são:
Durante uma das reuniões da CPI da Vale S.A em cumprimentos das metas estabelecidas
1. Projeto Ferrovia do Pará - FEPASA – Estudos estão avançados com conclusão de projetos para o exercício de 2022, devendo ter acompanhamento através de Comissão Permanente da CPI, em conjunto com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme) até a sua efetivação total e início das obras. 2. Hospital Regional de Ourilândia do Norte foram iniciadas as obras, com conclusão prevista para outubro Segundo apurado, a Tecnored em Marabá deverá gerar 2.000 empregos de 2022, com investimento diretos da Vale, na ordem de R$ 130 milhões. 3. Na Tecnored em Marabá foram lançadas as pedras fundamentais de início das obras, com início previsto prevista para 2022, firmando inovação tecnológica única, para implementação de novas tecnologias na produção de ferro-gusa, com investimentos na ordem de US$ 500 milhões. 4. Novo Polo Metal Mecânico para verticalização da cadeia do minério de ferro, com o intuito de verticalização de produção metálica de médio porte, provendo a região de grandes investimentos, geração de empregos e renda, com fornecimentos de garantias financeiras, por parte da Vale S.A, na ordem de US$ 300 milhões. 5. Investimento de reestruturação e modernização, em ambiente tecnológico, na Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), para inovação de controles em toda a área ambiental, no valor de R$ 26 milhões, Usina da Paz do Icuí-Guajará tendo sua execução em andamento conforme relatórios já espedidos. 6. Instalação e execução das Usinas da Paz, já implantadas, duas unidades e em projeto a conclusão de outras 4 unidades, totalizando 6, provendo a educação, o convívio e a melhoria das condições periféricas da população, em especial de baixa renda, com investimentos totais na ordem de R$ 80.000 milhões, totalmente pagos pela Vale. 7. Proposição de pagamentos de ICMS e Taxa de Mineração, em contencioso administrativo e/ou judicial, pela Vale S.A., através do programa PROREFIS, fazendo com que houvesse acréscimo substantivo das receitas estaduais, até 31/01/2022, na ordem aproximada de R$ 1 bilhão, provendo uma distribuição de ICMS/FUNDEB, na ordem de 81% sobre a média de 2021.
(*)AID Comunicação Social
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Prefeitos de Canaã dos Carajás e São Félix do Xingu criticam atuação da Vale e cobram providências Texto *Mara Barcellos Fotos Internet, Ozéas Santos – AID Alepa
Para Eraldo Pimenta, a comissão cumpre o seu papel de cobrar à empresa o que a Vale se comprometeu a realizar durante as instalações dos projetos e de acordo com as obrigações das licenças de operações
Durante a oitiva, o deputado Eraldo Pimenta, Josemira Gadelha, prefeita de Canaã dos Carajás, Igor Normando, relator da CPI e o Prefeito de São Félix do Xingu João Cleber
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não cumprimento de condicionantes e a falta de transparência e de diálogo e o descaso da mineradora Vale com os municípios de Canaã dos Carajás e São Félix do Xingu, onde a multinacional possui os projetos S11D e Onça Puma, foram alvos de reclamações dos prefeitos, durante a 9ª oitiva da CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga a atuação da empresa no Pará, realizada na terça – feira (22.02). A oitiva foi conduzida pelo presidente, deputado Eraldo Pimenta, acompanhada pelos deputados Carlos Bordalo (vice-presidente) e Igor Normando (relator), para ouvir os relatos do prefeito João Cleber, de São Félix do Xingu, e da prefeita Josemira Gadelha, de Canaã dos Carajás.
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“Esta CPI tem o compromisso de buscar meios legais para que a Vale pague o que nos deve e retribua o que leva do solo paraense. Enquanto leva nossas riquezas, deixa mazelas para a população e ao Estado do Pará. Não somos contra a empresa, mas estamos cobrando o que é nosso direito e que venha cumprir com as suas obrigações”, ressaltou. Ao contrário do que a mineradora Vale apresenta em seus discursos, relatórios e propagandas, os prefeitos foram unânimes em destacar o total descaso da empresa com as duas regiões onde a gigante de minério possui grandes projetos que representam alta lucratividade para a empresa. Os gestores relataram os graves passivos sociais, econômicos e ambientais provocados pela exploração de minérios na região. De acordo com Josemira Gadelha, prefeita de Canaã dos Carajás, onde a mineradora possui o projeto S11D, considerado o maior complexo minerador da Vale na extração de minério de ferro, os problemas enfrentados são muitos.
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A maior arrecadação municipal é proveniente do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS – pelos quase dois milhões de cabeça de gado, sendo o maior produtor de bovino do Brasil. “A nossa previsão de receita para este ano é de R$ 230 milhões, mas a arrecadação do município poderia ser maior se a Vale não sonegasse”, afirmou o prefeito. “A questão dos royalties, temos que pressionar a Agência Nacional de Mineração para saber o que está sendo recolhido. Temos informações de que existem muitos tipos de minérios que Vale explora e exporta, mas não se recolhe nada por isso. E isso tem que ser observado”, alertou. O prefeito João Cleber, disse que a atividade resulta em muita cratera, sonegação de impostos, problemas ambientais e sociais Josemira Gadelha, prefeita de Canaã dos Carajás
“Não existe transparência em suas ações no município e não há diálogo com empresa. Na época do pico da pandemia, solicitamos apoio e depois de quatro meses tivemos resposta e precisamos agir, pois se tratava de salvar vidas”, disse. Sobre o relacionamento com a empresa, Josemira diz que “a relação não pode ser subordinada, mas de respeito. Queremos que a relação seja harmoniosa”. Segundo relatos da gestora de Canaã dos Carajás, a empresa deve mais de R$ 1 milhão de reais aos cofres do município, e o caso está sob processo administrativo para que a Vale repasse os valores. “Queremos que a Vale cumpra o que é de direito. A atividade minerária é proveitosa para a região, mas precisamos de maiores investimentos por parte da empresa com a geração de emprego e renda. Entretanto, deixamos de receber esses recursos e queremos que de fato sejam repassados para investirmos mais”, argumentou. O município de São Félix do Xingu também sofre as consequências com o descaso da mineradora. É neste munícipio que o projeto Onça Puma, detém 73% de toda a operação da exploração de níquel. O projeto responde pela produção de níquel da Vale no Brasil. “A sonegação de impostos pela Vale ao município está em torno de R$ 14 milhões e o processo está judicializado há mais de 10 anos”, relatou. Na geração de emprego e renda, a mineradora prefere contratar empresas de fora. “Nós não temos conhecimentos de empresas locais contratadas pela Vale, e cerca de 90% empresas são terceirizadas de outras regiões”, ressaltou.
O gestor também fez denúncias. “No município ainda sai muita cassiterita sem cobrança de tributos. A gente tem que resolver essa questão para o município não ser prejudicado e nem o estado”, orientou. De acordo com estudos da assessoria técnica da CPI, a Vale sonegou em dezembro de 2021, 40% do CEFEM. Cerca de R$ 51 bilhões não foram tributados pela Vale em relação a exploração e exportação do ouro no Pará. Durante a oitiva, o secretário de meio ambiente de São Félix do Xingu, Sérgio Benedetti, apresentou slides com fotos e vídeos de depoimentos de moradores sobre alguns problemas de poluição ambiental provocados pela extração do níquel na região.
Prefeito de São Félix do Xingu João Cleber critica atuação da Vale na CPI da VALE
Sérgio Benedetti, secretário de meio ambiente de São Félix do Xingu
Poluição
Sonegação Do ponto de vista de arrecadação, o munícipio de São Félix, mesmo tendo 73 % do projeto de níquel da Vale em operação ainda não desfruta na mesma proporção dos resultados financeiros da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais – CFEM.
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Nas imagens e relatos de moradores, há visivelmente a emissão de pó fino de níquel, emitido pela chaminé de uma das caldeiras utilizadas na operação. São agentes químicos que poluem o ar, a vegetação e provoca danos à saúde das pessoas. “Há indícios de poluição e contaminação. Solicitamos documentação sobre essa questão, mas a empresa ignorou a solicitação. A prefeitura também fez um plano de segurança de barragens, mas a Vale pediu que o projeto fosse cancelado. A gente tem que ter a garantia sobre o monitoramento dessas atividades e exigir o cumprimento das condicionantes”, enfatizou o secretário.
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Na contramão do discurso de desenvolvimento prometido pela mineradora, há relatos de total abandono de pequenos agricultores na Vila Madalena, que vivem isolados e sem apoio algum da empresa.
Garimpo Sobre a atividade garimpeira na região, os gestores deram a sua contribuição com sugestões.Segundo eles, a Permissão da Lavra Garimpeira (PLG) precisa ser regulamentada para garantir aos pequenos garimpos e aos artesanais a ter o direito de explorar o minério. Com isso, a atividade além de evitar a exploração ilegal das riquezas e a exportação, contribuirá no aumento do recolhimento dos impostos e garantirá mais recursos para investimentos na região. Igor Normando, relator da CPI
Carlos Bordalo, vice – presidente da CPI
O vice – presidente da CPI, Carlos Bordalo, enfatizou o compromisso dos trabalhos para reparar os prejuízos da empresa com a sociedade e estado. “Nós queremos produzir um conjunto de orientações para que a Vale possa cumprir suas obrigações e garantir ao estado e aos municípios minerários, benefícios que venham fazer prosperar às regiões e à população”, garantiu o parlamentar. “É muito importante os trabalhos da CPI ouvir os prefeitos dos municípios afetados pela mineradora. Existe compensações que não estão sendo compensatórias. É fundamental que a gente possa debater sobre os impactos da sonegação e ambientais. E vamos continuar investigando para conseguir um resultado satisfatório para a sociedade”, disse Igor Normando, relator da CPI. (*)Comunicação Social da Assembleia Legislativa do Pará – Alepa
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Para haver revolução da Sustentabilidade temos que ir além Inovação O Caso de Biodigestores na Amazônia Texto *Hinton Bentes
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O Instituto de Estudos Sustentáveis e Tecnológicos da Amazônia - AmazôniaTEC é uma organização não governamental que atua desde 2016 propagando tecnologias sociais de forma online e offline visando gerar, disseminar e aplicar conhecimento científico e tecnológico e com isso promover a transformação da realidade social e econômica dos povos da Amazônia de modo sustentável e atento a isso o instituto acompanha as demandas das regiões mais remotas, como o alto custo de geração de energia, impactos ambientais e a questão logística que impactam diretamente a vida do produtor rural e segundo dados da Consultoria BCG (2021) na Índia entre os anos de 2014 e 2019 houve o investimento de US$ 1,7 bilhão em capital voltado a tecnologias agrícolas, já no Brasil estes dados ainda são difíceis de serem acessados pois existem uma seria de políticas públicas que funcionam de forma combinada, como bancos de fomento, incentivos para startups, entre outros.
m Acordo de Cooperação Técnica para viabilizar a execução do Parque da Cidade, já considerado um dos mais importantes projetos arquitetônicos e urbanísticos para Belém, foi assinado na quarta-feira 11/11, em Brasília (DF), pelo governador do Pará, Helder Barbalho, e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas. A secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal, e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Nelson Chaves, participaram da audiência no Ministério da Infraestrutura. Com o avanço da ciência da informação e das redes de comunicação através da internet, das redes colaborativas e projetos desenvolvidos dentro de institutos de pesquisa, universidades, organizações não governamentais e até mesmo de forma individual buscando alavancar produtividade, geração energia, emprego, renda e fomento da segurança nutricional dos alimentos são exemplos de tecnologias que vão muito além da inovação. 20
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Consumo O mercado tem consumidor sofre impacto direto com a questão logística e em determinados territórios este impacto pode muitas vezes inviabilizar determinadas produções, desta forma existe a necessidade de cada vez mais propor de dentro para fora, ou seja, compreender a necessidade de consumo da região e adequar as boas práticas para esta demanda seja atendida pelos próprios produtores da região. Quando os governos, entidades do setor privado e as organizações sociais conseguirem alinhar em suas estratégias de atuam as especificidades da das regiões amazônicas, focando na utilização de resíduos através da aplicação de tecnologias sociais e investindo em melhores formas de consumo a promoção dos ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU estão mais próximos de serem executados tanto no Brasil como no mundo.
PRODUTIVIDADE NA AMAZÔNIA
Mas a proposta deste artigo não é falar sobre projetos indianos ou mesmo debater sobre a dificuldade ou facilidade de acesso a crédito pelo produtor rural e sim demonstrar como é possível realizar dentro da Amazônia ações de desenvolvimento social voltado a geração de energia e cuidados com o meio ambiente através da utilização de resíduos orgânicos que impactam diretamente na vida das pessoas que de forma eficiente vem gerando competitividade dentro de ambientes de preservação e até mesmo áreas remotas com baixo impacto ao meio ambiente e o cenário brasileiro de política agroambiental e as análises de impactos na produção dentro da Amazônia estão sendo construídos de forma independente por diversas instituições públicas e privadas, mas um fato importante é de que há necessidade de se apreciar os seguintes insights:
Especificidades Mesmo vivendo no século XXI, o povo da Amazônia ainda tem hábitos e costumes de vida e trabalho que muitas vezes podem ser lembrados por historiadores como final do século XIX, início do XX, acesso precário a tecnologias, energia elétrica, técnicas modernas de cuidados agrícolas, saúde e educação básica, gerando com isso diferentes fases de maturidade em uma mesma região. www.paramais.com.br
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Utilização de Resíduos Na Amazônia a questão dos resíduos é um grande problema, uma vez que as cidades não possuem um sistema de coleta seletiva eficiente, as indústrias têm uma logística reversa que deixa a desejar muitas vezes ao longo do processo e as propriedades rurais ainda não dominam as boas práticas e técnicas mais eficientes em seus processos produtivos.
Tecnologia Social Quando o debate é sobre a questão agrícola na Amazônia brasileira o planejamento estratégico é necessário se levar em conta a questão do impacto social e ambiental que esta tecnologia de inovação vai trazer junto aos usuários, sejam eles quilombolas, indígenas, agricultores familiares etc. pois este modelo precisa ser necessariamente escalável, ou seja, de fácil replicação e com custo de instalação e utilização sustentável para o usuário.
Mas nem só os pequenos agricultores enfrentam vários problemas que limitam severamente sua produtividade e potencial de renda, ainda existe uma difusão limitada sobre boas práticas de seleção de resíduos, coleta de resíduos deficiente, acesso precário a crédito e insumos para investimento, logística e planejamento inadequados dentro das próprias cidades e centros urbanos. Então como trazer as boas práticas tecnológicas para dentro da casa das pessoas e das organizações públicas e privadas? A inovação e a transformação devem estar andando lado a lado visando está expansão. O sistema de biodigestores apresentado pelo Instituto AmazôniaTEC é fruto de uma parceria internacional, que em sua menor escala proporciona a retirada uma tonelada de lixo orgânico do meio ambiente, gerando diariamente cerca de 3 horas de gás para cozinha, além de 10 litros de fertilizante líquido através de gotejamento, dando a destinação correta aos resíduos orgânicos através de uma forma de compostagem acelerada com um baixo impacto ao meio ambiente.
O Hotel Salinópolis, um dos primeiros a aderir Pará+
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A UFRA instalou biodigestores para atender seus restaurantes universitários em seus três campis, Belém, Castanhal e Igarapé Açu, na foto os 4 de Belém
A Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA em seus três campis, Belém, Castanhal e Igarapé Açu, instalou 6 biodigestores para atender seus restaurantes universitários criando assim um modelo inédito de sustentabilidade na Amazônia, que inclusive pode acoplar a questão de pesquisa e extensão acadêmica dando oportunidade aos professores e acadêmicos da universidade realizar análises dos biofertilizantes e demais estudos que podem surgir a partir desta iniciativa.
Na Saudosa Maloca, na ilha do Combú
Agora o setor privado também participa de ações de sustentabilidade e boas práticas de desenvolvimento como a Saudosa Maloca, localizada na ilha do Combú na região metropolitana de Belém, onde instalou quatro biodigestores gerando uma autonomia de mais de quarenta porcento de gás além de uma diminuição expressiva do gasto com transporte de resíduo orgânico para o continente, uma vez que hoje boa parte do material ao invés de ir para o lixo vai para os biodigestores que retroalimentam o processo, inclusive gerando o fertilizante para a pequena produção de hortaliças por parte do restaurante.
Agricultura cabana para desenvolvimento da Amazônia Com o projeto “Agricultura Cabana” se propaga ações de sustentabilidade ambiental e financeira através da implantação de biodigestores em mais de cinquenta comunidades de Belém, Ananindeua, Marituba, Castanhal, Paragominas, Redenção, Altamira no Estado do Pará, comunidades estas vivendo em regiões remotas 22
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Este projeto surgiu com o alinhamento de treze dos dezessete ODS da ONU para gerar trabalho e renda na comunidade, em paralelo à educação ambiental, com o gerenciamento do projeto e o manejo consciente de composto orgânico, realizando a capacitação de pessoas da própria comunidade realizando o trabalho de sensibilização e com isso diminuir a incidência de roedores na comunidade e, consequentemente, as doenças e mortes causadas por estes vetores, a promoção de ações com os moradores que participam do processo de uma gestão agricultura a partir da transformação dos resíduos em biofertilizantes, conhecido como adubo orgânico liquido, produzindo assim a possibilidade de alimentos com baixa ingestão de componentes químicos e garantindo a segurança alimentar e nutricional das famílias envolvidas realizando assim a promoção e a conscientização ambiental da comunidade quanto aos resíduos e sua valorização servindo como modelo de gestão comunitária e descentralizada de resíduos. A produção agrícola é um dos fatores preponderantes na maioria dos países sul-americanos e no Brasil ela tem uma elevada participação na balança comercial, mas a produção agrícola é estudada na Amazônia ainda há muito a se considerar devido a produtividade de determinadas culturas, recuperação ambiental, impacto junto ao meio ambiente e a sociedade então levanta-se o questionamento muitas vezes se vale a pena se investir em sistemas agrícolas para pequenos agricultores. (*) Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal do Pará – hinton.neto@icsa.ufpa.br
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O relatório do IPCC as mudanças climáticas e a Saúde
Mais de quatro em cada dez pessoas vivem em partes do mundo altamente vulneráveis às mudanças climáticas, revela o último relatório do IPCC. A crise é uma clara ameaça à saúde, à vida e aos meios de subsistência das pessoas. Mas se agirmos agora, podemos reduzir o impacto e proteger a saúde Fotos Harvard Medical School, IPCC, Unsplash, Wikipedia
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mudança climática é mais do que um desastre ambiental. Um novo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU destaca como a crise é um risco para a saúde – aumentando a conscientização global sobre a ligação entre clima e saúde. Aqui estão cinco coisas importantes que você precisa saber.
1. As mudanças climáticas já estão afetando a saúde A evidência é clara – as mudanças climáticas estão tendo um efeito negativo em nossa saúde física e mental. A escala do impacto é vasta, com milhões de pessoas em todo o mundo já enfrentando as consequências das mudanças climáticas diariamente.
Crianças voltam da escola enquanto caminham por um lago seco em um dia quente de verão nos arredores de Jammu, na Índia. Muitas partes da Índia estão enfrentando condições extremas de calor
Um planeta mais quente está aumentando drasticamente o número de pessoas expostas ao estresse térmico significativo.
A crise climática está deixando as pessoas mais doentes – agravando doenças que variam de alergias sazonais a doenças cardíacas e pulmonares
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Um ambiente mais imprevisível reduz a capacidade dos agricultores de produzir alimentos e aumenta o risco de fome e perda de meios de subsistência. O aumento das temperaturas e os eventos climáticos extremos também estão causando desafios à saúde mental e levando à perda de tradições e patrimônio cultural. Sem ação para retardar o aquecimento global, os riscos de doenças transmitidas por alimentos, água e vetores também devem aumentar. Em particular, a prevalência da dengue – uma das doenças mais mortais transmitidas por mosquitos – aumentará com estações mais longas e maior disseminação geográfica. A lista continua. E é por isso que os formuladores de políticas climáticas e de saúde devem prestar atenção a este relatório histórico e usá-lo para orientar a tomada de decisões.
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2. É necessária uma ação urgente O IPCC é claro em sua avaliação: a janela de ação está se fechando. Conforme descrito pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, o relatório é “um atlas do sofrimento humano e uma acusação condenatória de liderança climática fracassada”. Temos a evidência de que sem ação urgente , o futuro será sombrio. O mais premente é que aqueles que menos contribuíram para a mudança climática e normalmente também são os menos capazes de lidar com as consequências, são os mais atingidos. Esta é a injustiça desta crise. Mas, se o mundo agir de forma decisiva para limitar o aumento das temperaturas, podemos reduzir o impacto da crise e evitar efeitos potencialmente irreversíveis. Se não conseguirmos impedir o aumento das temperaturas, nossas opções de adaptação para proteger a saúde se tornarão menos eficazes e, em alguns casos, irrelevantes. Ação urgente, concertada e comprometida em toda a sociedade para reduzir significativamente as emissões de gases de efeito estufa é agora o passo crítico para evitar os piores impactos das mudanças climáticas. Somente um grande impulso nas medidas coletivas de mitigação e adaptação climática pode aliviar as consequências humanitárias atuais e futuras
3. A ciência está ajudando Para responder à crise, precisamos ouvir a ciência e focar tanto nas ações urgentes necessárias agora para tornar os impactos das mudanças climáticas menos severos (mitigação) quanto nas medidas que protegerão as pessoas dos impactos atuais e futuros (adaptação). Ainda não entendemos todas as maneiras pelas quais as mudanças climáticas estão afetando nossa saúde, mas sabemos o suficiente para agir agora.
Várias questões importantes permanecem:
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Quais são os efeitos mais significativos das mudanças climáticas na saúde, quem é mais afetado e de que maneira?
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Por exemplo, algumas populações serão mais afetadas pelo estresse térmico; outros podem ser afetados pela mudança na distribuição de doenças transmitidas por vetores, como a malária; enquanto outros podem enfrentar escassez de alimentos, pois a produtividade agrícola é prejudicada pela mudança do ambiente.
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À medida que tomamos as medidas significativas necessárias para reduzir as emissões globais de gases de efeito estufa, existem soluções que possam beneficiar simultaneamente a saúde? Por exemplo, quais são os benefícios potenciais das viagens ativas (caminhada, ciclismo) para a saúde e para o planeta?
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Como as comunidades ao redor do mundo podem se adaptar aos diversos impactos das mudanças climáticas de forma a proteger a saúde? Por exemplo, mudar nossos sistemas alimentares para produzir alimentos mais saudáveis, prevenir a desnutrição e promover a resiliência climática. O relatório do IPCC nos mostra o que podemos aprender quando reunimos diferentes disciplinas para construir uma compreensão mais robusta das mudanças climáticas, incluindo os impactos na saúde. Devemos continuar a colaborar para encontrar soluções apoiadas pela ciência.
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4. Investir agora é mais barato que a inação Agir agora para mitigar os efeitos das mudanças climáticas é fundamental se quisermos evitar os piores impactos na saúde, mas também faz sentido econômico. Uma pesquisa da Reuters com economistas climáticos descobriu que um investimento de apenas dois a três por cento do PIB global a cada ano até 2050 é necessário para atingir a meta do Acordo de Paris de emissões líquidas zero de carbono. O custo da inação – não apenas os custos potenciais para os serviços de saúde de problemas de saúde relacionados ao clima – provavelmente será muito maior. O valor financeiro dos benefícios de saúde da melhoria da qualidade do ar por si só é projetado para ser maior do que o custo de cumprir as metas do Acordo de Paris. Mas o dinheiro é muitas vezes apresentado como uma barreira. Embora o planejamento nacional sobre clima e saúde esteja avançando, esses planos precisam ser fortalecidos e implementá-los continua sendo um desafio. Maior investimento para proteger a saúde das pessoas em maior risco deve ser uma prioridade.
5. Todos devem trabalhar juntos Enfrentar o clima como um desafio de saúde exige que toda a sociedade trabalhe em conjunto. Isso envolve agências nacionais, governos locais , setor privado , academia, ONGs e comunidades que tomam decisões e investimentos compartilhados que beneficiam a todos e são apoiados pela ciência. Precisamos trabalhar com pessoas de todo o mundo – incluindo as mais afetadas – e apoiando pesquisas para ajudar a reduzir o impacto das mudanças climáticas na saúde. O relatório do IPCC é preocupante, mostrando-nos que a crise climática é uma crise de saúde e está se acelerando em um ritmo ainda mais rápido do que se pensava anteriormente. Mas ainda há uma janela de oportunidade. Devemos agir juntos agora para proteger a saúde das pessoas e do nosso planeta.
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Como equipes ágeis podem buscar a excelência técnica Adotar uma estrutura bem arquitetada ajuda as organizações a atender às crescentes expectativas em torno da excelência técnica que acompanham a transição para o ambiente de nuvem moderno Texto ☆Jeanine Murphy ☆☆Michael Sioufas Fotos Divulgação, IBM, McKinsey, Unsplash
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uitas empresas estão buscando transformações na nuvem para aumentar a agilidade e acompanhar a evolução da tecnologia e as expectativas dos clientes. No entanto, as equipes de produtos ágeis que dão suporte a esses esforços geralmente lutam para atender às demandas técnicas das arquiteturas nativas da nuvem modernas, incluindo um cronograma de lançamento rápido para aplicativos seguros e confiáveis. Esse desafio existe em grande parte porque as equipes de produtos corporativos não têm uma abordagem estruturada e padronizada para priorizar a excelência técnica durante o desenvolvimento de aplicativos. A excelência técnica se concentra nos requisitos não funcionais (NFRs) de um aplicativo ou nos aspectos operacionais, como desempenho, confiabilidade e custo.
Construindo um modelo operacional pronto para a nuvem para agilidade e resiliência
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Av. 25 ao la
De fato, usar a estrutura para ajudar a criar soluções para o ambiente de nuvem pode permitir que as empresas obtenham todos os benefícios de uma transformação em nuvem.
A estrutura bem arquitetada no trabalho
Delineando, codificando e documentando os controles
Muitas vezes, as equipes de produto avaliam as NFRs somente após uma liberação significativa ou quando ocorrem problemas, como interrupções frequentes. No entanto, os NFRs também podem afetar o quão bem um aplicativo cumpre seus requisitos funcionais, os aspectos comportamentais que as equipes de produto usam para avaliar se o aplicativo é bem-sucedido. Considere o caso de uma equipe de produto que queria mover um aplicativo em contêiner de um ambiente local em contêiner para a nuvem. Infelizmente, a equipe percebeu que a infraestrutura de aplicativos existente não funcionaria no novo ambiente
e não considerou as implicações de custo de tal transição durante o planejamento. Este exemplo ilustra uma suposição comum de que os aplicativos de computação em nuvem serão mais confiáveis e econômicos, mas isso só é verdade se eles forem projetados para o ambiente de nuvem desde o início. Para melhor identificar esses tipos de obstáculos e melhorar os NFRs que podem afetar o desempenho do aplicativo, as equipes devem empregar uma estrutura bem arquitetada baseada em cinco pilares – excelência operacional, segurança, confiabilidade, eficiência de desempenho e otimização de custos – para avaliar a excelência técnica.
Uma estrutura bem arquitetada é a Estrela do Norte para a excelência técnica. Com o tempo, as empresas que usam essa estrutura desenvolverão critérios e diretrizes consistentes e padronizados que são facilmente adotáveis pelas equipes de produto e ajudam a avaliar o sucesso das NFRs. À medida que o desempenho melhora, os critérios também evoluem. Portanto, avaliar regularmente NFRs e melhorias técnicas deve se tornar parte de práticas ágeis estabelecidas, como planejamento de sprint, priorização de pendências ¹ e preparação de pendências. ² A estrutura bem arquitetada pode até ser usada com software comercial de prateleira ou software como serviço (SaaS) durante a fase de avaliação da transformação para fornecer uma base para perguntas de sondagem e análise comparativa. Em nossa experiência, a otimização de custos costuma ser o pilar mais negligenciado, embora seja fundamental no modelo atual de implantação de nuvem com pagamento conforme o uso.
A estrutura bem arquitetada para avaliar a excelência técnica é baseada em cinco pilares: ☆ Excelência operacional: execute e monitore sistemas para fornecer valor de negócios enquanto melhora continuamente os processos e procedimentos de suporte ☆ Segurança: proteja informações, sistemas e ativos enquanto agrega valor de negócios por meio de avaliações de risco e estratégias de mitigação ☆ Confiabilidade: garantir que os sistemas possam se recuperar de interrupções de infraestrutura ou serviço, adquirir dinamicamente recursos de computação para atender à demanda e mitigar interrupções como configurações incorretas ou problemas transitórios de rede ☆ Eficiência de desempenho: use os recursos de forma eficiente para atender aos requisitos do sistema e manter o desempenho à medida que a demanda muda e as tecnologias evoluem ☆ Otimização de custos: execute sistemas que forneçam valor comercial ao menor preço, minimizando ou evitando custos desnecessários
CAMARÃO ROSA | FILÉ DE PEIXE | CARNE E PATOLAS DE CARANGUEJO
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Acelerando transformações digitais por meio de plataformas em nuvem
As organizações devem entender quais sistemas ou práticas operacionais contribuem para os custos de aplicativos para tomar decisões de gerenciamento financeiro sólidas. Essas descobertas podem ajudar as equipes de produto a definir melhor os critérios para avaliar as implicações de custo de uma decisão de negócios e equilibrar os recursos com mais eficiência entre os requisitos funcionais e não funcionais. As organizações podem, por exemplo, analisar padrões de uso de serviço para identificar cargas de trabalho que podem se mover para diferentes regiões geográficas e até mesmo limitar ou reduzir infraestrutura desnecessária ou subutilizada durante períodos fora de pico para diminuir os custos operacionais. A automação e outros modelos de custos de provedores de nuvem também podem reduzir custos. É menos provável que a segurança seja negligenciada, pois um sistema ou aplicativo inseguro pode prejudicar substancialmente a reputação da empresa e o desempenho do aplicativo. No entanto, critérios de avaliação inconsistentes ou mal definidos dificultam a identificação de problemas, mesmo quando as equipes de segurança gastam muito tempo delineando, codificando e documentando os controles e medidas necessários para proteger os dados, sistemas, propriedade intelectual e ativos de uma empresa. A estrutura bem arquitetada pode orientar as equipes de produto para os requisitos de segurança típicos, incluindo abordagens padronizadas de gerenciamento de identidade e acesso, proteção de infraestrutura e dados e detecção e resposta a incidentes. Uma equipe de produto estava movendo uma pilha de aplicativos virtualizados tradicionais (três camadas) para um novo ambiente de nuvem. O grupo usou a estrutura como um guia para ajudá-los a repensar as plataformas usadas em cada uma das camadas – por exemplo, se devem usar Oracle ou AWS RDS – e considerar as considerações e controles de segurança implementados no novo ambiente de nuvem.
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A equipe também considerou requisitos de segurança adicionais e abordagens de otimização de custos. Por fim, a estrutura economizou centenas de horas para a equipe durante as fases de planejamento e desenvolvimento, fornecendo orientação sobre como avaliar diferentes técnicas e abordagens. Em outra organização, as matrizes foram desenvolvidas usando a estrutura bem arquitetada como base para ajudar a medir como as equipes de produto estão incorporando NFRs em seus produtos individuais. Os mapas de calor são então usados para mostrar e comparar produtos
para auxiliar a liderança na priorização, orçamento e planejamento de lançamentos. Essa abordagem ajudou a medir o progresso e a maturidade dos aplicativos e das equipes que os desenvolvem. ☆ Diretora de arquitetura de dados no escritório da McKinsey em Nova York ☆☆ Diretor de arquitetura de domínio da McKinsey ¹ Um backlog é uma lista priorizada dos recursos que uma equipe de produto ágil planeja construir. ² A preparação do backlog é a revisão de uma equipe ágil do backlog para garantir que ele tenha apenas itens relevantes antes de atribuir as próximas etapas.
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Estrutura bem arquitetada uma ferramenta indispensável
As equipes que usam a estrutura bem arquitetada para melhorar os NFRs e a excelência técnica geral podem começar fazendo perguntas específicas para alinhar seu foco com cada um dos cinco pilares:
. O aplicativo foi projetado para usar os recursos da maneira mais econômica? . Os controles de segurança necessários foram implementados para garantir a integridade dos dados do aplicativo e para detectar e abordar eventos de segurança? . Estamos tomando medidas para atender às expectativas de confiabilidade e desempenho de nossa comunidade de usuários?
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Formas infinitas mais bonitas: por que a evolução favorece a simetria Fotos Papiz et ai. (2003) J Mol Biol 326: 1523-1538, Universidade de Bergen, Universidade de Oxford A maquinaria molecular, como este complexo de captação de luz de uma bactéria, é muitas vezes surpreendentemente simétrica. A nova teoria sugere que essa simetria surge naturalmente de como a informação é codificada e usada na evolução
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e girassóis a estrelas do mar, a simetria aparece em toda parte na biologia. Isso não é verdade apenas para os planos corporais – as máquinas moleculares que mantêm nossas células vivas também são surpreendentemente simétricas. Mas por que? A evolução tem uma preferência embutida pela simetria? Uma equipe internacional de pesquisadores acredita que sim e combinou ideias de biologia, ciência da computação e matemática para explicar o porquê. Como eles relatam no PNAS, estruturas simétricas e outras estruturas simples surgem tão comumente porque a evolução tem uma preferência esmagadora por “algoritmos” simples – isto é, conjuntos de instruções simples ou receitas para produzir uma determinada estrutura. “Imagine ter que dizer a um amigo como ladrilhar um piso usando o mínimo de palavras possível”, diz Iain Johnston, professor da Universidade de Bergen e autor do estudo. “Você não diria: coloque diamantes aqui, retângulos compridos aqui, retângulos largos aqui. Você diria algo como: coloque ladrilhos quadrados em todos os lugares. E essa receita simples e fácil dá um resultado altamente simétrico”.
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A equipe usou modelagem computacional para explorar como essa preferência ocorre na biologia. Eles mostraram que muito mais genomas possíveis descrevem algoritmos simples do que os mais complexos. À medida que a evolução procura possíveis genomas, é mais provável que algoritmos simples sejam descobertos – assim como, por sua vez, as estruturas mais simétricas que eles produzem. Os cientistas então conectaram esse quadro evolucionário a um resultado profundo da disciplina teórica da teoria da informação algorítmica.
“Essas intuições podem ser formalizadas no campo da teoria da informação algorítmica, que fornece previsões quantitativas para o viés da simplicidade descritiva”, diz Ard Louis, professor da Universidade de Oxford e autor correspondente do estudo. A principal ideia teórica do estudo pode ser ilustrada por uma reviravolta em um famoso experimento mental em biologia evolutiva, que retrata uma sala cheia de macacos tentando escrever um livro digitando aleatoriamente em um teclado. Imagine que os macacos estão tentando escrever uma receita. Cada um tem muito mais probabilidade de acertar aleatoriamente as letras necessárias para soletrar uma receita curta e simples do que uma longa e complicada. Se seguirmos as receitas que os macacos produziram – nossa metáfora para produzir estruturas biológicas a partir de informações genéticas – produziremos resultados simples com muito mais frequência do que complicados. Os cientistas mostram que uma ampla gama de estruturas e sistemas biológicos, de proteínas a RNA e redes de sinalização, adotam estruturas algorítmicas simples com probabilidades conforme previsto por essa teoria. No futuro, eles planejam investigar as previsões que sua teoria faz para vieses em processos de desenvolvimento em maior escala.
De girassóis a estrelas do mar, a simetria aparece em toda parte na biologia. Isso não é verdade apenas para os planos corporais – as máquinas moleculares que mantêm nossas células vivas também são surpreendentemente simétricas. Assista a Animação aqui: www.bit.ly/surpreendentemente_simétricas
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Congelamento de gotículas de água de poucos nanômetros Os cientistas acabaram de quebrar o recorde de ponto de congelamento da água Fotos Julie Larsen Maher © WCS), Marianna Armata / Getty), University of Houston
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“gelo frio” ficou ainda mais frio: ao criar gelo a partir de gotículas minúsculas com apenas algumas centenas de moléculas de tamanho, os pesquisadores reduziram o ponto de congelamento da água mais do que nunca e mudaram o que sabemos sobre como o gelo se forma. Saber como e por que a água se transforma em gelo é essencial para a compreensão de uma ampla gama de processos naturais. As flutuações climáticas, a dinâmica das nuvens e o ciclo da água são todos influenciados pelas transformações da água-gelo, assim como os animais que vivem em condições de congelamento.
Rãs de olhos vermelhos, Agalychnis callidryas, encontradas nas planícies tropicais da América Central
Congelamento de nano gotículas de água
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a A dependência do comprimento da transformação de água-gelo em um modo heterogêneo. Para gotas de água de 2 nm, a nucleação heterogênea pode quebrar o limite da nucleação homogênea em massa. b Esquema de uma nano gotícula formada em geometria confinada e rodeada por um ambiente de óleo onde a nucleação de gelo ocorre na interface óleo-água mole. A nucleação do gelo muda a curvatura local da interface óleo-água. Pará+
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O ponto de congelamento final da água ficou mais baixo
As rãs, por exemplo, sobrevivem ao inverno em terra permitindo que seus corpos congelem. Isso permite que eles saiam da hibernação mais rápido do que as espécies que passam o inverno debaixo d’água sem congelar. Mas os cristais de gelo podem romper as membranas celulares, então os animais que usam essa técnica precisam encontrar uma maneira de evitar a formação de gelo em suas células e tecidos. Uma melhor compreensão de como a água congela pode levar a uma melhor compreensão dessas espécies extremas. Embora a regra prática seja que a água congela a 32 graus Fahrenheit (0 graus Celsius), a água pode, na verdade, permanecer líquida em uma faixa de temperaturas frias sob certas condições. Até agora, acreditava-se que esse intervalo parou em menos 36 F (menos 38 C); qualquer mais baixo do que isso, e a água deve congelar. Mas em um estudo publicado na revista Nature Communications , os pesquisadores conseguiram manter as gotas de água em um estado líquido em temperaturas tão baixas quanto menos 47,2 F (menos 44 C). Havia duas chaves para sua descoberta: gotículas muito pequenas e uma superfície muito macia. Eles começaram com gotículas variando de 150 nanômetros, pouco maiores do que uma partícula do vírus da gripe , a tão pequenas quanto 2 nanômetros, um aglomerado de apenas 275 moléculas de água. Esta gama de tamanhos de gotículas ajudou os pesquisadores a descobrir o papel do tamanho na transformação de água em gelo. www.paramais.com.br
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Cientistas conseguem manter as gotas de água na forma líquida a - 44 ° C
“Cobrimos todos esses intervalos para que possamos entender em que condição o gelo se formará - qual temperatura, qual tamanho das gotas”, disse ao Live o co-autor do estudo Hadi Ghasemi, professor de engenharia mecânica da Universidade de Houston. Ciência. “E o mais importante, descobrimos que se as gotículas de água forem cobertas com alguns materiais macios, a temperatura de congelamen-
to pode ser suprimida para uma temperatura muito baixa.”O material macio que usaram foi octano, um óleo que envolve cada gota dentro dos poros em nanoescala de uma membrana de óxido de alumínio anodizado. Isso permitiu que as gotas assumissem um formato mais arredondado e com maior pressão, o que os pesquisadores dizem ser essencial para evitar a formação de gelo nessas baixas temperaturas.
Como é basicamente impossível observar o processo de congelamento nessas escalas pequenas, os pesquisadores usaram medidas de condutância elétrica - já que o gelo é mais condutivo do que a água - e a luz emitida no espectro infravermelho para capturar o momento exato e a temperatura em que as gotículas se transformaram de água para gelo. Eles descobriram que quanto menor a gota, mais frio deve ser para que o gelo se forme - e para gotas de 10 nanômetros ou menos, a taxa de formação de gelo caiu drasticamente. Nas menores gotas que mediram, o gelo não se formou até que a água atingiu 44 ° C de arrepiar os ossos. Mas esta descoberta pode significar grandes coisas para a prevenção do gelo em materiais feitos pelo homem, como os da aviação e dos sistemas de energia, disse Ghasemi. Se a água em superfícies macias demorar mais para congelar, os engenheiros poderiam incorporar uma mistura de materiais macios e duros em seus projetos para evitar que o gelo se acumule nessas superfícies. “Existem tantas maneiras de usar esse conhecimento para projetar as superfícies para evitar a formação de gelo”, disse Ghasemi. “Uma vez que tenhamos esse entendimento fundamental, o próximo passo é apenas a engenharia dessas superfícies com base nos materiais macios”.
A água líquida se expande quando começa a atingir seu ponto de congelamento, razão pela qual os lagos congelam acima e não abaixo. Na foto, o gelo do Lago Baikal congelado na Rússia. Eles descobriram que eram capazes de reter gotículas na forma líquida de até - 44 ° C ao colocá-las em contato com superfícies macias.
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