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Ideflor-Bio destaca o papel da botânica na preservação da biodiversidade paraense
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Instituto trabalha em parceria com diversas entidades para garantir a proteção dos ecossistemas presentes no estado
Na segunda-feira (17/04), foi celebrado o ramo da Biologia que estuda as plantas, fungos e algas: a Botânica. Instituído há quase 30 anos, a comemoração evidencia a importância desta ciência e, principalmente, dos profissionais que se dedicam a estudar a morfologia, classificação, identificação, reprodução, fisiologia, distribuição e ecologia ou relações mútuas e com outros seres vivos.
O Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), como órgão do Executivo Estadual responsável pela conservação dos ecossistemas paraenses possui, em seu corpo técnico, diversos profissionais nessa área que são chamados de botânicos. Esses especialistas empregam seu tempo em estudos para desvendar o vasto campo do mundo vegetal.
Um desses exemplos é o ‘Flora do Utinga’, desenvolvido pelo Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), em parceria com o Ideflor-Bio. A iniciativa já identificou, em quatro anos de trabalho, quase 900 espécies de plantas e fungos na Unidade de Conservação (UC) de Proteção Integral Parque Estadual do Utinga “Camilo Vianna”, em Belém, sendo alguns inclusive inéditos na Amazônia.
À frente desse trabalho de pesquisa está o biólogo do MPEG, Leandro Ferreira, que comentou a importância de celebrar esta data e a grande biodiversidade presente na UC. “Para vocês terem uma ideia, o Parque tem 1.400 ha. Contudo, apesar dessa pequena área, ele tem uma grande representação de ambientes, tais como florestas de terra firme, florestas inundadas, vegetações abertas e lagoas naturais”, detalhou.
O especialista ressalta, ainda, que toda essa gama de diferentes ambientes proporcionam uma grande riqueza de espécies de plantas e fungos. “Tudo isso demonstra a importância que essa UC tem, principalmente porque é um dos últimos remanescentes de vegetais nativos do município de Belém. Portanto, sua preservação é fundamental para que nós mantenhamos a rica história da flora belenense”, concluiu Leandro Ferreira.
Árvores gigantes
Para o diretor de Gestão da Biodiversidade do Ideflor-Bio, Crisomar Lobato, o Dia Nacional da Botânica é de grande relevância para todo o bioma amazônico. Ele destaca que o Pará possui 27 UCs que equivalem a aproximadamente 17% de toda a extensão territorial do estado, com áreas maiores que muitos estados brasileiros e até mesmo países.
“Nesses 17% de áreas conservadas, a variedade de ecossistemas e vegetais é muito grande, e é justamente onde a representatividade da flora se sobressai. Destaco o “Santuário das Árvores Gigantes da Amazônia”, localizado no município de Almeirim, mais especificamente na Floresta Estadual (Flota) do Paru, que abriga o angelim vermelho (Dinizia excelsa), maior vegetal já identificado na América do Sul e o quarto maior do mundo, com 88,5 metros de altura”, detalha o diretor.
Crisomar conta, ainda, que o Instituto está trabalhando com diversas entidades ao norte da Flota do Paru e, também, próximo da Reserva Biológica Maicuru, onde pretende-se recategorizar aproximadamente 500 mil hectares para UC de Proteção Integral, visando garantir a preservação total do “Santuário das Árvores Gigantes da Amazônia” no estado do Pará.