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Caminhadas

A

PUBLICAÇÃO

Editora Círios SS Ltda

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CEP: 66033-800 Belém-Pará-Brasil www.paramais.com.br revista@paramais.com.br

ÍNDICE

DIRETOR e PRODUTOR: Rodrigo Hühn; EDITOR: Ronaldo Gilberto Hühn; COMERCIAL: Alberto Rocha, Augusto Ribeiro, Rodrigo Silva, Rodrigo Hühn; DISTRIBUIÇÃO: Dirigida, Bancas de Revista; REDAÇÃO: Ronaldo G. Hühn; COLABORADORES*: Ana Laura Lima, Embrapa Amazônia Oriental, Faculdade Macalester, Igor Nascimento, Instituto de Ciências Básicas, Lorena Esteves, Ron Barrett, SEMAS, The Conversation, Universidade de Maryland, Vinícius Leal; FOTOGRAFIAS: Adam Islam | IIASA, Amazônia Aventura/Divulgação, Agência Belém, Ascom Sedap, Centro Alemão de Pesquisa Integrativa da Biodiversidade (iDiv) Halle-Jena-Leipzig, Divulgação, Bruno Cecim, Jader Paes, Marco Santos, Pedro Guerreiro e Rodrigo Pinheiro / Ag.Pará, Divulgação, Giorgio Venturieri/Embrapa, Gryffyn no Unsplash, Guy Pe’er, Institute for Basic Science, Met Office, NOAA, NASA, Nature Geoscience, Goddard Space Flight Center/PO.DAAC, Ronaldo Rosa, Unsplash, Valéria Nascimento, Visavietnã/Pixabay, Wellcome Images via Wikimedia/ CC BY, The Conversation; DESKTOP: Rodolph Pyle; EDITORAÇÃO GRÁFICA: Editora Círios

* Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.

CAPA

A canoagem no Parque Estadual do Utinga não é apenas uma opção de lazer, mas também uma oportunidade educativa. Durante o percurso, os condutores fornecem informações sobre a flora e fauna locais, bem como sobre os esforços de conservação realizados na região. Essa abordagem visa sensibilizar os participantes sobre a importância de proteger o ecossistema amazônico. Foto: João Vitor Santos (Ascom/Ideflor-Bio)

EDITORA CÍRIOS

Bioeconomy Amazon Summit

Um dos maiores eventos do país voltados ao Empreendedorismo Sustentável na Amazônia – faz parte da série de eventos preparatórios para a COP30

OBioeconomy Amazon Summit (BAS), promovido pelo Pacto Global da ONU – Rede Brasil e pela gestora de venture capital KPTL, acontecerá em Belém do Pará em agosto, reunindo 80 startups e impulsionando 60 delas. Este evento é um dos maiores do país voltados ao empreendedorismo na Amazônia e faz parte da série de eventos preparatórios para a COP30, a conferência climática da ONU prevista para 2025 na capital paraense.

Marcado para o dia 1º de agosto, das 9h às 18h, no Hangar Centro de Convenções, o evento reunirá mais de 600 participantes, incluindo líderes do setor público e privado, representantes de organizações, empreendedores, investidores e membros da sociedade civil. A programação completa e as informações sobre inscrições estão disponíveis no site do evento.

Com apoio de entidades como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), APEX Brasil, Mercado Livre, Sebrae (Pará) e a Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (SEMAS), o BAS também conta com parcerias da B3, Banco Amazônia, Copastur Viagens e Turismo, Assobio, Climate Ventures, plataforma CUBO ESG, programa Empreende Amazônia, Jornada Amazônia, consultoria Kyvo Design-driven Innovation.

Renato Ramalho, CEO da KPTL, enfatiza a importância do evento para a troca de conhecimentos e experiências entre os participantes. Ele relembra o histórico de investimentos da empresa em sustentabilidade desde 2013, começando com o fundo FIMA

e culminando com o recente lançamento do Amazonia Regenerate Accelerator and Investment Fund em parceria com o BID Lab. O Amazonia Regenerate Accelerator and Investment Fund começa com um investimento inicial de US$ 11 milhões, com a meta de alcançar US$ 30 milhões nos próximos 18 meses. Estudos sugerem que a bioeconomia no Brasil pode gerar um faturamento industrial anual de US$ 284 bilhões até 2050. O BAS será estruturado em três ambientes principais: Arena Empreendedora, Plenária e Round Table/Salas Temáticas. A Arena Empreendedora visa conectar micro e pequenos empreendedores locais com cientistas e investidores, oferecendo espaço para 60 startups de bioeconomia apresentarem seus negócios e participarem de palestras sobre temas como incentivos e recursos

Uma vocação econômica e social operando em conjunto com outras vocações no uso da terra [deve ser] a estratégia central para gerar empregos verdes e oportunidades ligadas à conservação, regeneração e a oportunidade de ter uma floresta viva e próspera”, disse o governador Helder Barbalho

para a inovação na Amazônia e investimentos para negócios de impacto.

Na Plenária, que ocorrerá pela manhã, debates sobre inovação na Amazônia em resposta às mudanças climáticas globais serão conduzidos por investidores, corporações e órgãos governamentais. Carlo Pereira, CEO do Pacto Global da ONU – Rede Brasil, ressalta a relevância do evento para promover a sustentabilidade na região e fomentar um mercado promissor e necessário.

Bioeconomia e transformação no campo serão temas de debate em Belém
Fotos Agência Pará, Giorgio Venturieri/Embrapa, Unsplash

Pará lidera produção nacional de cacau e está entre as melhores amêndoas do mundo

O brasileiro consome atualmente, em média, 3,9 kg de chocolate por ano e a tendência é aumentar o consumo, aliando saúde e bem-estar ao desenvolvimento sustentável

Texto *Lorena Esteves Fotos Ascom Sedap, Divulgação, Marco Santos e Pedro Guerreiro/Ag.Pará, Valéria Nascimento.

No Dia Mundial dedicado ao chocolate, celebrado no recente domingo, 07/07, destaca-se a expansão do mercado do produto no Brasil que ocupa atualmente o 6º lugar no ranking mundial e a posição do Estado do Pará como o maior produtor de cacau do país e reconhecido por estar entre as melhores amêndoas do planeta, resultado dos incentivos do Governo do Estado em diversos setores da cadeia produtiva do cacau.

Todos os dias, após o almoço, acompanhado de um cafezinho. É assim que a paraense e chocólatra Andreia Oliveira consome o chocolate no seu dia a dia e conta que sua relação com o chocolate vem desde a infância. “Amo chocolate desde que me conheço por gente. Sempre esteve presente em minha vida, para além da Páscoa. Não

sou fã de doces, mas sim de chocolate”, reforça. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab), o brasileiro consome atualmente, em média, 3,9 kg de chocolate por ano. A tendência é de crescimento desse consumo, especialmente, aliando saúde e bem-estar ao desenvolvimento sustentável.

Andreia Oliveira

Da plantação até a barra

Acompanhando a expansão por segmentos especializados, a Da Cruz Chocolates integra uma ampla cadeia de microempreendedores paraenses que produzem chocolates de alta qualidade, com incentivos do governo paraense. A Da Cruz Chocolates é um exemplo de empreendimento familiar que produz chocolates artesanais, com plantação no município de Moju, nordeste paraense, baseada em agricultura sustentável e sistema agroflorestal. Apenas 30% da propriedade é utilizada para a plantação de cacau, sendo os outros 70% área preservada e enriquecida de espécies florestais, livres de agrotóxicos.

Chiara da Cruz, uma das donas do local, conta que após o processo de seleção e fermentação, o cacau é levado para a fábrica, no município de Ananindeua, onde realizam a torra, trituração, até a temperagem, sem adição de nenhum outro elemento, mantendo as características do produto.

do planeta

“Nossa ideia sempre foi produzir um produto saudável, sem glúten, sem lactose, somente cacau e açúcar demerara como ingredientes”, explica.

Reconhecimento e incentivos

O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento da Agricultura e da Pesca (Sedap), garante uma aten-

garante uma atenção especial à cadeia produtiva do cacau no Pará

ção especial à cadeia produtiva do cacau no Pará. A secretaria possui o Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da Cacauicultura no Pará (Procacau), que possibilita a autossuficiência na produção de sementes, com o consequente aumento da produtividade. Conforme a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), o Pará produziu 149.396 toneladas de amêndoas em 2023.

O coordenador do Procacau, engenheiro agrônomo Ivaldo Santana, explica que a Sedap apoia o segmento de várias formas, com ações financiadas pelo Fundo de Desenvolvimento da Cacauicultura do Pará (Funcacau). “Repassamos os recursos do Funcacau para instituições que fazem apoio técnico e fornecem sementes híbridas aos produtores de cacau do estado. Apoiamos diretamente também os produtores quando os levamos todos os anos para os principais eventos de cacau do Brasil ou fora, como, por exemplo, Portugal, Bélgica e França, por meio do projeto chamado Internacionalização das Amêndoas”, destaca. Com incentivos do governo do estado, além de o Pará ser o maior produtor do país, também é reconhecido por estar entre as melhores amêndoas do planeta. Esse importante reconhecimento veio com uma dupla premiação em 2024, quando os produtores Miriam Federicci e Robson Brogni levaram o primeiro e segundo lugar, respectivamente, entre as melhores amêndoas da América do Sul, na premiação Cocoa of Excellence, realizada em Amsterdã, na Holanda. Ambos produtores são de Medicilândia, município localizado na Região de Integração do Xingu, conhecida como Transamazônica.

Fábricas e Escolas Indústrias de Chocolate

Ivaldo Santana também destaca, entre as ações da Sedap, a construção das Fábricas e Escolas Indústrias de Chocolate. “Temos no Pará em torno de 50 fábricas artesanais de chocolate e derivados que produzem produtos derivados do cacau como chocolate, geleia, polpas e outros. Também leva-

Os recursos do Funcacau são repassadoa para instituições que fazem apoio técnico e fornecem sementes híbridas aos produtores de cacau do estado
A Secretaria de Desenvolvimento da Agricultura e da Pesca (Sedap),
Estado do Pará, o maior produtor de cacau do país e reconhecido por estar entre as melhores amêndoas

mos essas fábricas para comercializar seus produtos nos eventos. E, em parceria com o Senar [Serviço Nacional de Aprendizagem Rural], foram construídas cinco Escolas Indústrias de chocolate, nas cidades de Igarapé-Miri, Medicilândia, Altamira, Castanhal e Tomé-Açu, e uma unidade móvel que viaja nos municípios interessados em capacitar empreendedores para fazer chocolates e derivados”, ressalta.

(*) SEDAP <<

O Pará é o maior produtor do país, e também é reconhecido por estar entre as melhores amêndoas do planeta

Pará tem redução de 38% nos alertas de desmatamento em junho de 2024, segundo o Inpe

Índice é o menor de toda a série histórica, de 2019 a 2024, e é 66% inferior ao registrado no ano de 2020

Em junho deste ano, o Estado do Pará registrou 38% de redução nos alertas de desmatamento, no comparativo com o mesmo período de 2023, conforme os dados oficiais do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)

De acordo com o relatório, foram registrados neste período, 186 km² de área recoberta por alertas, contra 302 km² do ano passado. Em área, essa redução foi de 116 km².

“Os investimentos estaduais em inteligência e a integração das forças de segurança têm sido fundamentais para a redução significativa dos alertas de desmatamento no Pará. Através de uma abordagem coordenada, envolvendo o uso de tecnologias avançadas de monitoramento e análise de dados, estamos conseguindo combater os ilícitos ambientais de forma mais eficaz. Essa estratégia fortalece a fiscalização e a aplicação da lei, e promove a sustentabilidade, protegendo a nossa floresta e garantindo um fu-

turo mais verde para as próximas gerações. O compromisso do governo do Pará com a preservação ambiental é um exemplo de como políticas bem implementadas podem gerar resultados concretos e positivos”, avaliou o governador do Pará, Helder Barbalho.

Segundo o DETER, foram registrados em junho 186 km² de área recoberta por alertas, contra 302 km² do ano passado. Em área, essa redução foi de 116 km²

Ainda conforme o levantamento, o valor registrado em junho de 2024 é o menor de toda a série histórica, de 2019 a 2024, para o mês é 66% inferior ao registrado no ano de 2020, quando a área recoberta por alertas de desmatamento foi de 549 km².

O documento aponta que no acumulado de agosto de 2023 a junho de 2024, referente ao ano Prodes, que vai de agosto de um ano até julho do ano seguinte, a área recoberta por alertas de desmatamento no Pará, é de 1.396 km². Este número é 47% menor que o registrado no mesmo período do no passado, quando a área foi de 2.642 km². A diminuição equivale a 1.246km².

Redução na Amazônia Legal

O relatório aponta que na Amazônia Legal, também houve redução. A área recoberta por alertas em junho foi de 457 km², o que representa uma redução de 31% em relação ao mesmo período de 2023, quando foram registrados 663 km². Em área, a redução é de 206 km². Dos 206 km² de redução na Amazônia Legal, o Estado do Pará contribuiu com 50% (116 km²), seguido do Mato Grosso com 36% desse montante, ou 84 km².

38% de redução nos alertas de desmatamento no Estado do Pará
Texto *Igor Nascimento Fotos Bruno Cecim / Agência Pará, Rodrigo Pinheiro - Ag. Pará

Entre os meses de agosto de 2023 e junho de 2024, o Pará contribuiu com 33%, ou 1.246 km² dos 3.808 km² de redução dos alertas na Amazônia Legal, a maior contribuição. Em seguida, vem do estado do Mato Grosso com 26% (994 km²), seguido do Amazonas com 20% (777 km²).

“A redução do desmatamento no Pará é consistente, fruto de um trabalho conjunto, que envolve agentes ambientais e as forças de segurança com um objetivo em comum: coibir os ilícitos ambientais, desestimulando práticas que antes eram predominantes e para as quais o estado não tinha controle. Agora, na gestão do governador Helder Barbalho, com a Força Estadual de Combate ao Desmatamento e com as operações Curupira e Amazônia Viva, estamos conseguindo agir onde esses ilícitos aconteciam de forma eficaz, produzindo resultados comprovados pelo Inpe, que é fonte oficial”, explica o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, Mauro O’de Almeida.

Redução de 43% em 15 municípios prioritários

Em junho, nos 15 municípios incluídos no Decreto de Emergência Ambiental do Governo do Estado, houve redução de 46%.

O compromisso do governo do Pará com a preservação ambiental é um exemplo de como políticas bem implementadas podem gerar resultados concretos e positivos”, avaliou o governador do Pará,

Conforme os dados oficiais, a área recoberta por alertas de desmatamento em Altamira, Anapu, São Félix do Xingu, Pacajá, Novo Progresso, Itaituba, Portel, Senador José Porfírio, Novo Repartimento, Uruará, Rurópolis, Placas, Trairão, Jacareacanga e Medicilândia foi de 126 km² e em 2023 a área era de 220 km². Em 2023, estes 15 municípios

Dos 206 km² de redução na Amazônia Legal, o Estado do Pará contribuiu com 50% (116 km²), seguido do Mato Grosso com 36% desse montante, ou 84 km².

responderam por 73% de todo o desmatamento registrado no Estado do Pará, em junho, que foi de 302 km². Em 2024, a contribuição deles foi de 68%, e o desmatamento no Estado foi de 186 km².

No acumulado entre o mês de agosto de 2023 e junho de 2024, nos 15 municípios paraenses, referente ao ano Prodes 2024, a área recoberta por alertas de desmatamento é de 725,4 km², enquanto no mesmo período do ano Prodes 2023 a área foi de 1.869,4 km².

A redução é de 61%, o equivalente a 1.144km². As maiores reduções foram registradas nos municípios de Portel, São Félix do Xingu e Altamira, com redução em área de 168; 167 e 153 km², respectivamente.

A participação destes 15 municípios, na contagem geral do desmatamento do Estado, no mesmo período, também apresentou queda. Em 2023, o Estado registrou área desmatada de 2.642km², com participação de 71% destas localidades.

Em 2024, a área estadual é de 1.396 km² e a participação deles é de 52%.

Helder Barbalho

Canoagem é o mais novo atrativo turístico do Parque Estadual do Utinga em Belém

Visitantes têm a oportunidade de explorar a beleza natural da Unidade de Conservação a partir da atividade ecoturística autorizada pelo Ideflor-Bio

Os visitantes do Parque Estadual do Utinga “Camillo Vianna”, em Belém, terão a oportunidade de explorar a beleza natural do local através da canoagem, uma nova atividade ecoturística autorizada pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor-Bio).

A iniciativa, promovida pela empresa de ecoturismo que atua na Unidade de Conservação (UC), oferece uma experiência única no Igarapé do Yuna.

Para garantir a segurança e preservação ambiental, algumas regras foram estabelecidas. Cada grupo de visitantes deve contar com pelo menos dois condutores habilitados, sendo a capacidade máxima de 12 pessoas por grupo, incluindo os condutores. A atividade pode ser realizada entre 8h e 16h, mas será suspensa em caso de risco de chuva.

O percurso balizado, acompanhado com o condutor e, também, a segurança faz parte de todas as nossas etapas, seja com a disponibilização de coletes salva vidas, o caiaque especializado para águas tranquilas e ele tem uma estabilidade muito grande

O presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto, ressaltou que com a nova atividade, o Parque Estadual do Utinga “Camillo Vianna” amplia seu leque de opções de ecoturismo, oferecendo aos visitantes uma forma diferenciada de vivenciar a natureza amazônica. “A canoagem no Igarapé do Yuna promete ser uma experiência inesquecível, conectando os participantes com a exuberante flora e fauna da região. Convido todos a se fazerem presentes em nossa UC neste fim de semana, bem como nos demais dias”, frisou Nilson Pinto. gral. O respeito ao meio ambiente é uma das

nossas prioridades, uma vez que o percurso balizado, acompanhado com o condutor e, também, a segurança faz parte de todas as nossas etapas, seja com a disponibilização de coletes salva vidas, o caiaque especializado para águas tranquilas e ele tem uma estabilidade muito grande, o que impede e dificulta muito que a pessoa vire e caia na água. Portanto, tudo foi pensado com muito carinho para oferecer uma experiência muito divertida, mas também muito segura para o Parque Estadual do Utinga”, explicou o dirigente. Os visitantes serão orientados sobre a importância de minimizar o impacto ambiental. É fundamental evitar a destinação inadequada de resíduos na água, a remoção de folhas, flores

É preciso olhar com bastante carinho a parte de legislação ambiental e de segurança
Visitantes do Parque Estadual do Utinga “Camillo Vianna”, em Belém, terão a oportunidade de explorar a beleza natural do local através da canoagem

e galhos, bem como a movimentação de sedimentos no fundo do canal. Além disso, o uso do Igarapé do Yuna para banho é estritamente proibido, preservando assim a qualidade da água e o habitat das espécies locais. Também serão instalados e mantidos acessos seguros ao Igarapé do Yuna, facilitando a entrada e saída dos visitantes de forma controlada e segura. Os condutores que prestarão serviços na trilha aquática deverão apresentar certificação em curso de resgate e primeiros socorros em ambiente aquático, assegurando que estão aptos a lidar com emergências.

Colaboração

De acordo com o gerente da Região Administrativa de Belém, Júlio Meyer, “o acesso de visitantes aos ambientes aquáticos do Parque, como é o caso do Igarapé do Yuna,

O uso do Igarapé do Yuna para banho é estritamente proibido, preservando assim a qualidade da água e o habitat das espécies locais.

possibilita uma maior valorização do parque por esses visitantes. O Parque foi criado principalmente para garantir o abastecimento de água para a população da Grande Belém

É importante frisar, ainda, que a atividade possui um sistema de gestão de seguranças e condutores habilitados

e essa oportunidade de contato é fundamental para valorizar a UC e ajudar a garantir os objetivos para o qual ela foi criada. É importante frisar, ainda, que a atividade possui um sistema de gestão de seguranças e condutores habilitados para realização de resgates em ambientes aquáticos”, detalhou.

Serviço

A canoagem no Igarapé do Yuna inicia neste sábado (13), das 8h às 16h, e custa R$ 30,00 por pessoa. Durante o mês de julho, o serviço será ofertado todos os dias. A atividade náutica tem início no Centro de Acolhimento do Parque Estadual do Utinga “Camillo Vianna” e segue até a base da Amazônia Aventura, com percurso estimado em 2 km (ida e volta) e duração média de 30 minutos.

IDEFLOR-BIO
Centro de Acolhimento do Parque Estadual do Utinga “Camillo Vianna

Caminhadas em parques verdes significam sistemas imunológicos mais fortes e melhor saúde mental

O contato com a natureza melhora a saúde física e mental – o verde é essencial

Mais tempo no verde está associado a menor pressão arterial, sistemas imunológicos fortalecidos...

Como muitas pessoas, fazer caminhadas socialmente distanciadas e sentando em troncos caídos, no chão, em bancos de Praças ou no deck de todos os tipos nesse clima de Verão. Estar ao ar livre reduz a chance de infecções e também ajuda de muitas outras maneiras. “As pessoas tem de entender que a natureza pode e é a solução para muitos dos problemas de estresse com os quais as pessoas lidam. Os cientistas também já entenderam.... faz tempo. A pesquisa sobre os benefícios da natureza para a saúde “explode” em todos países e idiomas.

Mais tempo no verde está associado a menor pressão arterial, sistemas imunológicos fortalecidos, menor risco de doenças cardiovasculares e sono melhorado. Um estudo recente descobriu que pode retardar o encurtamento dos telômeros que cobrem nossos cromossomos, um sinal de envelhecimento biológico. E há evidências convincentes de que o tempo na natureza reduz os sintomas depressivos, alivia o estresse e melhora a função cognitiva. Um estudo de 2019 com mais de 19.000 pessoas na Inglaterra, descobriu que aque-

les que relataram passar pelo menos 120 minutos na natureza (como parques, florestas ou praias) todas as semanas tinham melhor saúde ou maior bem-estar do que aqueles que passavam menos tempo. Não importava se as pessoas atingiam o tempo total em pequenos incrementos ou em um longo bloco. Os investigadores também estão a investigar os efeitos benéficos para a saúde do “espaço azul” (água) e do “espaço castanho” (desertos).

A investigação também destaca a desigualdade na saúde criada pelas disparidades no acesso a espaços verdes – outra coisa

Fotos Bruno Cecim / Ag. Pará, Agência Belém, Divulgação

Passar pelo menos 120 minutos por semana na natureza está associado à boa saúde e bem-estar

Passar tempo em ambientes naturais pode beneficiar a saúde e o bem-estar, mas as relações exposição-resposta são pouco investigadas. O estudo examinou associações entre contato recreativo com a natureza nos últimos sete dias e saúde e bem-estar autorrelatados. Os participantes em número de 19.806 pessoas, foram provenientes da Pesquisa Monitor de Engajamento com o Meio Ambiente Natural (2014/15–2015/16); ponderado para ser representativo nacionalmente. O contato semanal foi categorizado usando blocos de 60 minutos. Análises controladas para espaços verdes residenciais e outros fatores individuais e de vizinhança. Em comparação com nenhum contato com a natureza na semana passada, a probabilidade de relatar boa saúde ou alto bem-estar tornou-se significativamente maior com contato ≥120 minutos (por exemplo, 120–179 minutos: ORs [IC95%]: Saúde = 1,59 [1,31–1,92]; Bem-estar = 1,23 [1,08–1,40]). As associações positivas atingiram o pico entre 200-300 minutos por semana, sem nenhum ganho adicional. O padrão foi consistente em grupos-chave, incluindo idosos e pessoas com problemas de saúde de longa duração. Não importava como eram alcançados 120 minutos de contato por semana (por exemplo, uma visita longa versus várias visitas mais curtas/semana). Estudos prospectivos longitudinais e de intervenção são um próximo passo crítico no desenvolvimento de possíveis diretrizes semanais de exposição à natureza comparáveis às da atividade física.

que a pandemia destacou. Jennifer D. Roberts, especialista em igualdade na saúde da Universidade de Maryland, afirma que as comunidades de rendimentos mais baixos têm “menos probabilidade de ter árvores; é menos provável que tenham parques com áreas amplas e de alta qualidade.” De acordo com um estudo recente, os bairros que outrora foram marcados com marcas

vermelhas (uma prática agora proibida que considerava certas áreas “perigosas” para investimento) têm hoje menos espaços verdes do que áreas com dados demográficos semelhantes que não foram marcadas com marcas vermelhas.

O acesso a parques e outras áreas verdes está ligado a disparidades de saúde que não podem ser explicadas apenas por factores

como a raça, a etnia e o estatuto socioeconómico, afirma a epidemiologista Marcia P. Jimenez, da Escola de Saúde Pública da Universidade de Boston.

“Existem determinantes de saúde de nível superior, que são o nosso acesso aos alimentos, a nossa exposição à poluição atmosférica, ao ruído, aos espaços verdes e ao estatuto socioeconómico da nossa

vizinhança.” Um maior acesso a espaços verdes tende a dar um maior impulso relativo à saúde aos grupos desfavorecidos do que aos mais privilegiados, a investigação começa a mostrar. “Se aumentássemos o verde entre estas populações vulneráveis, poderíamos essencialmente combater as desigualdades na saúde. É aqui que devemos começar”, diz Jimenez.

Para obter uma medida mais precisa da vegetação local para alguns estudos, os cientistas usam dados do Google Street View e algo chamado índice de vegetação de diferença normalizada, que usa imagens de satélite para quantificar a densidade e a saúde das plantas em uma área de terra. Uma empresa chamada Nature-Quant, sediada em Bend, Oregon, recentemente usou aprendizado de máquina para desenvolver o NatureScore, que combina vários conjuntos de dados sobre parques, copas de árvores e poluição do ar, ruído e luz para desenvolver uma pontuação entre 0 e 100 como um proxy para a vegetação para cada endereço nos EUA (um ambiente fortemente urbano geralmente teria uma pontuação abaixo de 30 e uma floresta acima de 70).

Num estudo de 2024, Maddock e os seus colegas foram os primeiros a utilizar o NatureScore para analisar resultados de saúde, especificamente para a saúde mental. Eles analisaram a utilização de serviços ambulatoriais de saúde mental, principalmente para depressão, ansiedade ou estresse, em 1.169 códigos postais no Texas. Após o ajuste para fatores demográficos e socioeconômicos, eles descobriram que as taxas de utilização de serviços de saúde mental eram cerca de 50% mais baixas em bairros com NatureScores superiores a 60. Em 2022, Jimenez e seus colegas publicaram um artigo na JAMA

Existem determinantes de saúde de nível superior, que são o nosso acesso aos alimentos, a nossa exposição à poluição atmosférica, ao ruído, aos espaços verdes e ao estatuto socioeconômico da nossa vizinhança. A Serra das Andorinhas – é um paraíso de ecoturismo a ser desvendado

Open Network usando dados do estudo de longa data. Nurses’ Health Study II para mostrar que viver em áreas com mais espaços verdes estava associado a pontuações mais altas para cognição geral e para velocidade e atenção psicomotora. Esta diferença poderia ser parcialmente explicada por menos sintomas depressivos. Há várias explicações possíveis para essas descobertas. Uma teoria sustenta que a natureza fornece um alívio da fadiga mental da vida moderna e do ambiente construído, restaurando assim os recursos de atenção. Um experimento de 2024 que teve quase 100 participantes oferece suporte para a ideia: os pesquisadores descobriram que uma caminhada de 40 minutos na natureza aumentou a capacidade das pessoas de coordenar funções cognitivas de nível superior

A praça da República atrai centenas de pessoas todos os fins de semana
Acesso a parques e outras áreas verdes. Na capital paraense, o Parque Estadual do Utinga “Camillo Vianna”

Os participantes foram apresentados à pesquisa da seguinte forma: “ Vou lhe perguntar sobre ocasiões na última semana em que você passou algum tempo fora de casa . Por exterior entendemos espaços abertos dentro e ao redor das vilas e cidades , incluindo parques , canais e áreas naturais; o litoral e as praias; e o campo, incluindo terras agrícolas , florestas , colinas e rios . Isso pode durar de alguns minutos até o dia todo . Pode incluir tempo passado perto de sua casa ou local de trabalho , em lugares mais distantes ou durante férias na Inglaterra . No entanto, isto não inclui: viagens de compras de rotina ou; tempo gasto em seu próprio jardim .” Em seguida , foi perguntado “ quantas vezes , se é que fez , você fez esse tipo de visita ontem/em <DIA> ” em cada um dos sete dias anteriores. Noventa e oito por cento dos entrevistados relataram ≤7 visitas na semana passada. Os 2% restantes foram limitados a 7 visitas para evitar distorções drásticas nas estimativas de duração semanal.

— como resolução de problemas e multitarefa — mais do que uma caminhada de 40 minutos em um ambiente urbano.

Uma segunda teoria sugere que o tempo passado na natureza ativa o sistema nervoso parassimpático, o que reduz as respostas

do corpo ao estresse. Estudos mostram reduções nos níveis de cortisol – parte dessas respostas – após a exposição à vegetação.

Além disso, os espaços verdes afectam indirectamente a saúde porque o tempo ao ar livre incentiva a atividade física e oferece

oportunidades de ligação social, o que melhora o bem-estar físico e mental.

Estudos como os de Jimenez e Maddock dirigem-se mais aos decisores políticos do que aos indivíduos, mas lembram-nos a todos a importância de procurarmos vegetação onde quer que vivamos. Baixei recentemente o aplicativo NatureDose, outro produto Nature-Quant, que me permite monitorar o tempo fora da forma como conto os passos. E todos deveríamos tentar seguir o conselho que Jimenez dá aos seus alunos: “Vejo como eles ficam estressados, principalmente durante as provas”, diz ela. “Eu digo a eles: ‘Saiam para passear’”.

O contato recreativo com a natureza, ou o tempo gasto em ambientes naturais na última semana, foi derivado da multiplicação do número de visitas recreativas relatadas por semana pela duração de uma visita selecionada aleatoriamente na última semana

Manutenção, vendas e acessórios em geral para: Câmeras, Filmadoras, Tvs, Som, Tela de Projeção, Receiver, Subwoofer, Caixas amplificadas, Forno Microondas, Cooktop, Projetores e Soundbar

O Parque Estadual da Serra das Andorinhas atrai turistas em busca de lazer ecológico e é ótima opção para essas férias
Assistência Técnica Autorizada

Falta de clareza do conceito de bioeconomia pode ser prejudicial à Amazônia

O grupo de pesquisadores discutiu os termos e conceitos em uso e avaliou o impacto deles na tomada de decisão em torno das políticas públicas para o desenvolvimento e conservação da Amazônia. Equipe aponta que a bioeconomia é interpretada de acordo com as necessidades de cada segmento social e com as visões de cada país; por isso, recomendam a formação de um consenso a respeito de princípios e definições associadas ao termo. Os cientistas defendem que, na Amazônia, o termo “bioeconomia” deva estar associado ao compromisso com o desmatamento zero, equidade social e valorização das culturas locais e da biodiversidade. O trabalho publicado na Ecological Economics mostra que a falta de uma definição do termo bioeconomia pode ser prejudicial à Amazônia e à sua população

Biotecnologia, biorrecursos, biomassa, biogás, biocombustíveis, agregação de valor a produtos da biodiversidade, economia ecológica… São muitos os termos, conceitos, produtos e processos que envolvem o que a comunidade científica vem chamando atualmente de Bioeconomia. E é essa amplitude do termo, ou falta de clareza, que pode colocar em risco a sustentabilidade dos ecossistemas e das populações amazônicas, segundo trabalho publicado na revista internacional Ecological Economics. Assinado por pesquisadores brasileiros e estrangeiros, que atuam na Amazônia, o trabalho A lack of clarity on the bioeconomy concept might be harmful for Amazonian ecosystems and its people (Uma falta de clareza a respeito do conceito bioeconomia pode ser prejudicial aos ecossistemas amazônicos e à sua população) afirma que

a bioeconomia é um termo amplo com diferentes significados e que pode se adequar a diferentes agendas científicas, políticas e

mercadológicas. “Bioeconomia hoje pode incluir muitas coisas, desde as monoculturas como soja e dendê, até a extração e agregação de valor a produto não-madeireiros. O que buscamos é chamar a atenção para a necessidade de esclarecer melhor esse termo e de estabelecer princípios fortes que considerem os povos amazônicos e a manutenção da floresta saudável, para que os esforços de investimentos e políticas sejam direcionados a um desenvolvimento justo para a região”, declara a pesquisadora Joice Ferreira, da Embrapa Amazônia Oriental, primeira autora do artigo

Para os países da Amazônia e sua diversidade de contextos regionais, o trabalho aponta o termo “sociobioeconomia” como uma das abordagens mais adequadas.

A bioeconomia é pensada ou tratada de acordo com as necessidades ou visões de cada país ou região
Texto *Ana Laura Lima Fotos Ronaldo Rosa
Camu camu em pesquisa

“O termo se refere à economia da floresta e à sua sociobiodiversidade, a combinação da diversidade biológica e cultural. A sociobioeconomia ainda considera a diversidade biocultural – a interação entre sistemas naturais e culturas humanas – e as economias indígenas, tradicionais e locais baseadas na sociobiodiversidade da região”, afirma a cientista.

A utilização do termo, entretanto, deve estar pautada em princípios rigorosos, como o compromisso com o desmatamento zero, equidade social e a valorização das culturas locais e da biodiversidade, sinaliza o artigo.

A Amazônia é a região mais biodiversa do mundo, abriga a maior floresta tropical do planeta, que é o centro de regulação do clima global, e tem uma população de cerca de 30 milhões de pessoas apenas na parte brasileira do bioma.

A região abriga 59% do território brasileiro, 70% de todas as áreas continentais protegidas e 83% de todas as terras indígenas do Brasil.

Sociobiodiversidade

Conceito que expressa a inter-relação entre a diversidade biológica e a diversidade de sistemas socioculturais.

É a combinação entre todos os organismos vivos na natureza, as pessoas, a cultura e as tradições.

Diferentes conceitos e narrativas

O grupo de pesquisadores discute os termos e conceitos em uso e avalia o impacto deles na tomada de decisão em torno das políticas públicas para o desenvolvimento da Amazônia.

A trajetória do conceito envolve três visões, de acordo com a literatura científica: a bioeconomia biotecnológica, focada em tecnologias intensivas em ciência para aumentar a eficiência ambiental; a bioeconomia de biorrecursos, que propõe o aumento de produtividade e intensificação do uso do solo; e a bioeconomia voltada aos processos ecológicos que promovem a biodiversidade, entre outras questões. Para a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), por exemplo, bioeconomia é “Produção, utilização, conservação e regeneração de recursos biológicos – incluindo conhecimento relacionado, ciência, tecnologia e inovação – para fornecer soluções sustentáveis (informações, produtos, processos e serviços) em todas as áreas econômicas, possibilitando a transformação para uma economia sustentável”. Já para a Comissão Europeia, bioeconomia é termo “relacionado a todos os setores de produção primária que utilizam e produzem recursos biológicos (agricultura, silvicultura, pesca e aquicultura) e a todos os setores econômicos e industriais que usam recursos e processos biológicos para produzir alimentos, rações, produtos de base biológica, energia e serviços”.

Açaí coletado em Santo Ezequiel (PA)
Jupatituba_manejo da floresta

A bioeconomia, portanto, como atesta a pesquisadora, é pensada ou tratada de acordo com as necessidades de cada segmento social e com as especificidades de cada país ou região. “Alcançar consenso sobre termos e princípios fundamentais não é apenas uma questão de semântica. Novos campos de atuação trazem novas visões e narrativas que disputam recursos, investimentos e políticas públicas. Dessa forma, as narrativas dominantes têm o poder de definir futuras estratégias de desenvolvimento para a Amazônia”, afirma Ferreira.

Sociobioeconomia para a Amazônia

Pelo fato de o termo ser ambíguo e pouco claro, a bioeconomia, dependendo de sua abordagem, pode também causar impactos negativos ao ambiente. Os pesquisadores apontam o exemplo da produção do fruto do açaí (Euterpe oleracea Mart.), que é o produto da bioeconomia mais proeminente da Amazônia e o primeiro a ultrapassar um valor de mercado de US$ 1 bilhão, em 2023, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Ao mesmo tempo que a produção do fruto pode promover a conservação e o empoderamento local quando manejado de forma adequada, a rápida expansão do mercado tem levado à superexploração das florestas de várzea no estuário amazônico e à erosão da biodiversidade”, aponta a pesquisadora Ima Vieira, do Museu Paraense Emílio Goeldi, que também assina o artigo.

“A expansão das atividades de bioeconomia tem, portanto, o potencial de alterar drasticamente a Amazônia. A garantia de resultados positivos para as pessoas e a na-

tureza dependerá de salvaguardas rigorosas. Em primeiro lugar, as definições e os princípios que sustentam a bioeconomia que traga benefícios para a sociedade e o ambiente devem ser padronizados”, afirma a cientista. Para o pesquisador da Embrapa, Roberto Porro, que também assina a análise, o termo bioeconomia deve ser qualificado, e dar lugar ao conceito alternativo de sociobioeconomia. “Esta [a sociobioeconomia] leva em consideração a posição expressa por povos e comunidades tradicionais, que são os protagonistas da economia da floresta, enfatizando a geração de valor a partir de produtos da sociobiodiversidade e agrobiodiversidade amazônica”, reforça o cientista. Porro acrescenta que as múltiplas expressões da sociobioeconomia amazônica constituem a abordagem em bioeconomia inclusiva por meio do qual a Embrapa busca

reposicionar sua atuação na região. Os pilares dessa abordagem integram sistemas produtivos sustentáveis, valorização do conhecimento e modos de vidas locais, segurança alimentar, equidade e repartição de benefícios e redução da pobreza.

“O conceito de sociobioeconomia pode promover sistemas econômicos alternativos, em contraste com uma abordagem mercadológica tradicional, uma vez que está alinhado com as relações harmoniosas entre as comunidades indígenas, locais e tradicionais e o seu ambiente”, aponta o artigo. Mas os autores defendem que o termo esteja embasado nos valores de justiça, ética, inclusão social, conservação da biodiversidade, equilíbrio climático e conhecimento tradicional.

Autores e instituições envolvidas no trabalho

A lack of clarity on the bioeconomy concept might be harmful for Amazonian ecosystems and its people é assinado por Joice Ferreira e Roberto Porro (Embrapa Amazônia Oriental), Emilie Coudel e Marie-Gabrielle Piketty (Centre de coopération internationale en recherche agronomique pour le développement, CIRAD, França), Ricardo Abramovay (Universidade de São Paulo), Jos Barlow (Lancaster Environment Centre, Lancaster University, Reino Unido), Rachael Garrett (Cambridge University, Reino Unido), Alexander C. Lees (Manchester Metropolitan University, Reino Unido), Ima Vieira (Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, Brasil) e Kieran Withey (Universidade Federal de Pernambuco).

(*) Embrapa Amazônia Oriental <<
Farinha Breves Jupatituba

A humanidade pode lidar com as mudanças climáticas sem acreditar? A história médica sugere que é possível

No século XIX, muitos médicos talvez não acreditassem na teoria dos germes, mas mesmo assim passaram a usar métodos de proteção por uma razão simples

Por mais estranho que pareça, os primeiros teóricos dos germes podem nos dizer muito sobre as atitudes atuais em relação às mudanças climáticas.

Ao pesquisar para um novo livro sobre a história das infecções emergentes , encontrei muitas semelhanças entre os primeiros debates sobre a existência de micróbios e os debates atuais sobre a existência do aquecimento global.

Ambas as controvérsias revelam as lutas de perceber uma ameaça invisível. Ambas revelam a influência de interesses econômicos que se beneficiam do status quo. Mas, mais importante, ambas revelam como pessoas com diferentes crenças e interesses ainda podem concordar com políticas e práticas essenciais para lidar com um problema global.

O que você não pode ver pode te machucar

Ver para crer e, até meados do século XIX, era muito difícil ver os pequenos organismos responsáveis pelas nossas chamadas doenças “febris”.

Embora a evidência indireta fosse convincente, muitas pessoas permaneceram céticas em relação aos “animálculos” –como os microrganismos eram chamados antigamente – até que o microscópio foi suficientemente desenvolvido . Mesmo assim, a aceitação foi gradual . As ideias outrora dominantes sobre gases causadores de doenças, chamados miasmas, persistiram por várias décadas antes que a maioria das pessoas reconhecesse que as febres tinham uma causa viva.

A mudança climática apresenta desafios semelhantes de visibilidade.

Monster Soup, uma charge política de 1828 de William Health, mostra uma mulher horrorizada por uma gota ampliada de água do Rio Tâmisa
Texto *Ron Barrett, Faculdade Macalester Fotos Wellcome Images via Wikimedia/ CC BY, NOAA, NASA, Goddard Space Flight Center/PO.DAAC, The Conversation

Embora todos possam ver e sentir o clima, muitas vezes é difícil observar seus padrões maiores e tendências mais longas sem o auxílio de gráficos técnicos.

Mesmo quando as pessoas reconhecem o quadro maior, o caso da responsabilidade humana é complicado pelo fato de que as emissões de carbono de nossos motores, como as infecções por germes dentro de nossos corpos, não são vistas a olho nu. É difícil alcançar soluções humanas quando a evidência da causa humana é invisível.

A economia pode superar as evidências

Além desses desafios, os interesses econômicos muitas vezes confundem as recomendações científicas.

No caso da teoria dos germes, as primeiras recomendações para prevenir a propagação da infecção incluíam o restabelecimento de quarentenas em portos de embarque e passagens de fronteira, impedindo assim o fluxo internacional de comércio.

No caso da teoria climática, as recomendações para desacelerar o aquecimento global incluem a redução do consumo de combustíveis à base de carbono , reduzindo assim o fluxo de petróleo. Essas estratégias podem ameaçar os meios de subsistência, bem como os lucros, então não é surpreendente encontrar sindicatos divididos sobre iniciativas verdes e executivos de energia espalhando desinformação sobre a ciência climática.

Os gráficos mostram como a temperatura global, as emissões de dióxido de carbono e o nível do mar aumentaram ao longo do tempo

Mas as crenças e os interesses das pessoas não precisam estar alinhados se todos encontrarem algum benefício nas recomendações.

Esse foi o caso nas últimas décadas do século XIX, quando os cirurgiões que negavam a presença de germes adotaram as técnicas antissépticas de Joseph Lister . Eles fizeram isso principalmente pela razão prática de que seus pacientes se saíam melhor com os novos métodos. Mas se uma explicação fosse necessária, muitos desses céticos obstinados alegaram que os métodos de Lister preveniam a transmissão de miasmas em vez de organismos vivos.

Um cirurgião e seus assistentes usam o spray antisséptico Lister durante a cirurgia

Respondendo a essas alegações, Lister declarou:

“Se alguém escolher assumir que o material séptico não é da natureza dos organismos vivos, mas um chamado fermento químico destituído de vitalidade... tal noção, embora eu acredite que seja injustificada por qualquer evidência científica, será, em um ponto de vista prático, equivalente a uma teoria de germes, uma vez que inculcará precisamente os mesmos métodos de tratamento antisséptico.”

Lister estava mais preocupado em salvar vidas do que em ganhar argumentos. Enquanto os cirurgiões adotavam seus métodos, Lister pouco se importava com suas justificativas. Quando se tratava de prevenir infecções, eram os comportamentos, e não as crenças, que contavam.

Mudança de comportamentos por meio de interesses complementares O mesmo pode ser dito sobre o aquecimento global: mudar comportamentos é mais importante do que mudar crenças. Um exemplo é o grande e crescente movimento ambientalista entre os cristãos evangélicos . Organizações como a Green Faith e a Creation Care Task Force citam as escrituras bíblicas para promover a administração ambiental como um dever sagrado.

Embora muitos desses grupos reconheçam a mudança climática de origem humana, algumas de suas crenças centrais contradizem as teorias evolucionistas que meus colegas e eu empregamos como cientistas.

Mas não precisamos concordar sobre fósseis para livrar o mundo dos combustíveis fósseis. O mesmo vale para prioridades e interesses econômicos.

Uma pesquisa nacional recente da Pew descobriu que uma grande maioria de americanos apoia o desenvolvimento e o uso de energia renovável.

Isso inclui uma ligeira maioria de republicanos, embora seus motivos tendam a diferir dos democratas.

Apoio:

Participação dos EUA nos esforços internacionais para reduzir as mudanças climáticas: 74%

Eliminação progressiva do uso de combustíveis fósseis: 31%

Usando uma combinação de combustíveis fósseis e renováveis: 68%

Eliminação progressiva da produção de novos carros e caminhões a gasolina até 2035: 40%

Concordo com a afirmação:

O desenvolvimento de fontes de energia alternativas é uma prioridade energética mais importante do que a expansão dos combustíveis fósseis: 67%

A expansão da produção de combustíveis fósseis é uma prioridade energética mais importante do que o desenvolvimento de energia alternativa: 32%

A pesquisa com 10.329 adultos nos EUA foi realizada de 30 de maio a 4 de junho de 2023

Os americanos tendem a apoiar a energia limpa

A porcentagem de americanos que disseram apoiar ou concordar com o seguinte em uma pesquisa nacional do Pew Research Center de 2023: Um gráfico de barras mostra que a maioria dos mais de 10.000 adultos americanos inquiridos pela Pew apoia os esforços para reduzir as alterações climáticas e acredita que o desenvolvimento de energias alternativas deve ser uma prioridade mais elevada do que a expansão dos combustíveis fósseis.

Mas a maioria também acredita na utilização de uma combinação de combustíveis fósseis e energias renováveis e não apoia a eliminação progressiva de toda a utilização de combustíveis fósseis ou a proibição de novos carros e camiões a gás até 2035.

O mapa mostra a maior porcentagem de energia eólica nos estados centrais dos EUA, que também são em grande parte republicanos

Os republicanos são mais propensos a priorizar os benefícios econômicos da energia renovável do que os democratas, que tendem a listar o aquecimento global como sua principal preocupação.

Os benefícios econômicos podem explicar por que os estados vermelhos produzem a maior parcela da energia eólica dos Estados Unidos e por que três desses estados estão entre os cinco maiores produtores de energia solar do país. Sua adoção se correlaciona com a geografia dos cinturões de vento e sol, onde os fazendeiros veem retornos favoráveis para a produção de energia e uma fonte estável de renda para amortecer as flutuações de preço de safras sensíveis ao clima. O meio de subsistência é um motivador poderoso. O vento é uma grande fonte de energia em muitos estados republicanos

Os estados com a maior percentagem de energia eólica nas suas redes eléctricas são também principalmente estados republicanos.

Encontrar um ponto em comum pode mudar o mundo

Nenhum desses exemplos aborda a mudança climática em todas as suas frentes. E entre democratas e republicanos, há opiniões diferentes sobre quão rápido e quão longe a transição para energia renovável deve ir. Mas podemos tirar outra lição esperançosa do século XIX: embora as pessoas não concordassem com todas as ações de prevenção de doenças, elas encontraram pontos em comum suficientes para alcançar o maior declínio de mortalidade na história registrada.

Em The Conversation <<

A energia renovável é a chave para construir uma rede elétrica mais resiliente e confiável

As alterações climáticas poderão tornar-se o fator mais importante do declínio de biodiversidade até meados do século

Embora que a biodiversidade global tenha diminuído entre 2 e 11 por cento durante o século XX devido apenas às mudanças no uso da terra, as alterações climáticas podem tornar-se o principal motor do declínio da biodiversidade em meados do século XXI

Abiodiversidade global diminuiu entre 2% e 11% durante o século XX devido apenas à mudança no uso da terra, de acordo com um grande estudo multimodelo publicado na Science. As projeções mostram que as alterações climáticas poderão tornar-se o principal motor do declínio da biodiversidade em meados do século XXI.

A análise foi liderada pelo Centro Alemão de Pesquisa Integrativa da Biodiversidade (iDiv) e pela Universidade Martin Luther Halle-Wittenberg (MLU) e é o maior estudo de modelagem desse tipo até o momento. Os investigadores compararam treze modelos para avaliar o impacto das alterações no uso do solo e das alterações climáticas em quatro métricas distintas de biodiversidade, bem como em nove serviços ecossistêmicos.

A biodiversidade global pode ter diminuído entre 2% e 11% apenas devido à mudança no uso da terra

A mudança no uso da terra é considerada o maior impulsionador da mudança na biodiversidade, de acordo com a Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES). No entanto, os cientistas estão divididos sobre o quanto a biodiversidade mudou nas últimas décadas. Para melhor responder a esta questão, os investigadores modelaram os impactos das alterações no uso do solo na biodiversidade ao longo do século XX. Eles descobriram que a biodiversidade global pode ter diminuído entre 2% e 11% apenas devido à mudança no uso da terra. Esta extensão abrange uma gama de quatro métricas de biodiversidade calculadas por sete modelos diferentes.

A mudança no uso da terra envolve o corte de florestas para criar terras agrícolas
Texto *Centro Alemão de Pesquisa Integrativa da Biodiversidade (iDiv) Halle-Jena-Leipzig Fotos Adam Islam | IIASA, Gryffyn no Unsplash, Guy Pe’er, Unsplash, Visavietnã/Pixabay

“Ao incluir todas as regiões do mundo no nosso modelo, fomos capazes de preencher muitos pontos cegos e responder às críticas de outras abordagens que trabalham com dados fragmentados e potencialmente tendenciosos”, diz o primeiro autor, Prof Henrique Pereira, chefe do grupo de pesquisa do iDiv e MLU. “Cada abordagem tem seus altos e baixos. Acreditamos que nossa abordagem de modelagem fornece a estimativa mais abrangente das tendências da biodiversidade em todo o mundo.”

Projeções não são previsões

Utilizando outro conjunto de cinco modelos, os investigadores calcularam também o impacto simultâneo das alterações no uso do solo nos chamados serviços ecossistêmicos, ou seja, os benefícios que a natureza proporciona aos seres humanos. No século passado, constataram um aumento maciço no fornecimento de serviços ecossistêmicos, como a produção de alimentos e de madeira. Em contrapartida, a regulação dos serviços ecossistêmico, como a polinização, a retenção de azoto ou o sequestro de carbono, diminuiu moderadamente.

As alterações climáticas e do uso do solo combinadas podem levar à perda de biodiversidade em todas as regiões do mundo

Os investigadores também examinaram como a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos poderão evoluir no futuro. Para estas projeções, acrescentaram aos seus cálculos as alterações climáticas

como um fator crescente de alteração da biodiversidade. As alterações climáticas irão colocar uma pressão adicional sobre a biodiversidade e os serviços ecossistémicos, de acordo com as conclusões. Embora as alterações no uso dos solos continuem a ser relevantes, as alterações climáticas poderão tornar-se o fator mais importante da perda de biodiversidade até meados do século.

A mudança no uso da terra foi considerada o maior impulsionador do declínio da biodiversidade no século XX. A foto mostra um campo de grãos gerido de forma intensiva na Alemanha. Crédito: Guy Pe’erdança no uso da terra foi considerada o maior impulsionador do declínio da biodiversidade no século XX. A foto mostra um campo de grãos gerido de forma intensiva na Alemanha

Os investigadores avaliaram três cenários amplamente utilizados – desde um cenário de desenvolvimento sustentável até um cenário de emissões elevadas. Em todos os cenários, os impactos combinados das alterações no uso dos solos e das alterações climáticas resultam na perda de biodiversidade em todas as regiões do mundo.

Embora a tendência geral descendente seja consistente, existem variações consideráveis entre regiões, modelos e cenários mundiais.

“O objetivo dos cenários de longo prazo não é prever o que vai acontecer”, afirma a coautora Dra. Inês Martins, da Universidade de York. “Em vez disso, trata-se de compreender as alternativas e, portanto, evitar estas trajetórias, que podem ser menos desejáveis, e selecionar aquelas que têm resultados positivos. As trajetórias dependem das políticas que escolhemos, e estas decisões são tomadas dia após dia.” Martins co-liderou as análises do modelo e é ex-aluno do iDiv e MLU.

Os autores observam também que mesmo o cenário mais sustentável avaliado não implementa todas as políticas que poderiam ser postas em prática para proteger a biodiversidade nas próximas décadas. Por exemplo, a implantação da bioenergia, uma componente-chave do cenário de sustentabilidade, pode contribuir para a mitigação das alterações climáticas, mas pode simultaneamente reduzir os habitats das espécies. Em contraste, medidas para aumentar a eficácia e cobertura de áreas protegidas ou renaturalização em grande escala não foram exploradas em nenhum dos cenários.

Os modelos ajudam a identificar políticas eficazes

A avaliação dos impactos de políticas concretas sobre a biodiversidade ajuda a identificar as políticas mais eficazes para salvaguardar e promover a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos, segundo os investigadores. “Existem incertezas de modelagem, com certeza”, acrescenta Pereira. “Ainda assim, as nossas conclusões mostram claramente que as políticas atuais são insuficientes para cumprir os objetivos internacionais de biodiversidade. Precisamos de esforços renovados para fazer progressos contra um dos maiores problemas do mundo, que é a mudança na biodiversidade causada pelo homem”.

As alterações climáticas provavelmente ultrapassarão as alterações no uso da terra como o principal motor da perda de biodiversidade até 2025, afirmam os investigadores
Um orangotango de Bornéu é visto na ilha de Salat enquanto a névoa dos incêndios florestais cobre a área de Marang, nos arredores de Palangkaraya, Kalimantan Central, Indonésia, em 2019, desde incêndios ilegais até limpeza de terras para plantações agrícolas

Mecânica

Temperaturas assassinas

O calor intenso em quatro continentes provavelmente contribuiu para centenas, senão milhares de mortes, enquanto as alterações climáticas poderão colocar no topo dos livros dos recordes como o mais quente dos últimos 2.000 anos, com o início do Verão.

Ondas de calor mortais estão devastando cidades em quatro continentes no momento em que o Hemisfério Norte marcava o primeiro dia de verão, um sinal de que a mudança climática pode novamente ajudar a alimentar o calor recorde que pode superar o verão passado como o mais quente do mundo. Suspeita-se que as temperaturas recordes dos últimos dias tenham causado centenas, senão milhares, de mortes na Ásia e na Europa .

Na Arábia Saudita, muitas pessoas morreram durante a viagem de peregrinos muçulmanos à Grande Mesquita de Meca, em temperaturas superiores a 51 graus Celsius (124 graus Fahrenheit). Fontes médicas e de segurança egípcias disseram que pelo menos 530 egípcios morreram durante a peregrinação anual do Haj, em Meca, Arábia Saudita. Os países ao redor do Mediterrâneo também suportaram mais uma semana de altas

recordes recentemente, causaram centenas, senão milhares, de mortes na Ásia e na Europa

temperaturas que contribuíram para incêndios florestais de Portugal à Grécia e ao longo da costa norte de África, na Argélia,

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(entre General Gurjão e Carlos Gomes) (91) 98128.0490

de acordo com o Observatório da Terra da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA.

Na Sérvia , os meteorologistas preveem temperaturas de cerca de 40 C (104 F) esta semana, à medida que os ventos do Norte de África impulsionam uma frente quente através dos Balcãs. As autoridades de saúde declararam alerta meteorológico vermelho e aconselharam as pessoas a não se aventurarem ao ar livre.

O serviço de emergência de Belgrado disse que seus médicos intervieram 109 vezes durante a noite para tratar pessoas com problemas cardíacos e crônicos de saúde.

No vizinho Montenegro, onde as autoridades de saúde também alertaram as pessoas para ficarem à sombra até ao final da

Ondas de calor mortais em quatro continentes no início do verão
Temperaturas
Fotos Divulgação, Internet, Jader Paes / Ag.Para, Mácio Ferreira/Ag. Pará, Met Office, Unsplash

tarde, dezenas de milhares de turistas procuraram refrescar-se nas praias ao longo da costa do Adriático.

A Europa tem enfrentado este ano uma onda de turistas mortos e desaparecidos em meio a um calor perigoso. Um americano de 55 anos foi encontrado morto na ilha grega de Mathraki, disse a polícia – a terceira morte de um turista em uma semana.

Uma ampla faixa do leste dos EUA também estava murchando pelo quarto dia consecutivo sob uma cúpula de calor, um fenômeno que ocorre quando um sistema forte e de alta pressão retém ar quente sobre uma região, impedindo a entrada de ar frio e fazendo com que as temperaturas do solo subam. permanecem altos.

A cidade de Nova York abriu centros de resfriamento de emergência em bibliotecas, centros para idosos e outras instalações. Embora as escolas da cidade funcionassem normalmente, vários distritos nos subúrbios vizinhos mandaram os alunos para casa mais cedo para evitar o calor.

As autoridades meteorológicas também emitiram um alerta de calor excessivo para partes do estado americano do Arizona, incluindo Phoenix, na quinta-feira, com temperaturas previstas para atingir 45,5 C (114 F).

No estado vizinho do Novo México, dois incêndios florestais rápidos, estimulados pelo calor escaldante, mataram duas pessoas, queimaram mais de 23.000 acres e destruíram 500 casas, segundo as autoridades. As fortes chuvas podem ajudar a amenizar as chamas, mas as tempestades de quinta-feira também causaram inundações repentinas e complicaram os esforços de combate a incêndios.Ao todo, quase 100 milhões de americanos estavam sob avisos, vigilâncias e avisos de calor extremo na quinta-feira, de

acordo com o Sistema Nacional Integrado de Informações sobre Saúde sobre Calor do governo federal.

Registro de temperaturas quentes

As ondas de calor ocorrem num cenário de 12 meses consecutivos que foram classificados como os mais quentes já registados em comparações anuais , de acordo com o serviço de monitorização das alterações climáticas da União Europeia.

A Organização Meteorológica Mundial afirma que há 86% de probabilidade de que um dos próximos cinco anos eclipse 2023 e se torne o mais quente já registado.

Embora as temperaturas globais tenham aumentado quase 1,3 C (2,3 F), abre uma nova aba acima dos níveis pré-industriais, as alterações climáticas estão a alimentar picos de temperatura mais extremos – tornando as ondas de calor mais comuns, mais intensas e mais duradouras.

Em média, globalmente, uma onda de calor que teria ocorrido uma vez em 10 anos no clima pré-industrial ocorrerá agora 2,8 vezes em 10 anos e será 1,2 C mais quente, de acordo com uma equipe internacional de cientistas da World Weather Attribution – WWA.

Na Inglaterra a temperatura global 2024 será mais um ano de quebra de recordes
El Nino ainda deverá quebrar recordes de temperaturas neste meado de 2024
Autoridades meteorológicas emitiram um alerta de calor excessivo

Os cientistas dizem que as ondas de calor continuarão a intensificar-se se o mundo continuar a libertar emissões que provocam o aquecimento climático provenientes da queima de combustíveis fósseis. Se o mundo atingir 2 C (3,6 F) de aquecimento global, as ondas de calor ocorreriam em média 5,6 vezes em 10 anos e seriam 2,6 C (4,7 F) mais quentes, de acordo com a WWA.

A previsão do Met Office da Inglaterra

para a temperatura global sugere que 2024 será mais um ano de quebra de recordes, esperando-se que ultrapasse 2023, que por sua vez está quase certo de ser o ano mais quente já registrada.

o. O esperado aumento de temperatura global em duas etapas recebeu um impulso temporário e parcial pelo atual evento El Niño aquecendo o Pacífico tropical. A temperatura média global prevista para 2024

pelo Met Office varia entre 1,34°C e 1,58°C (com uma estimativa central de 1,46 °C) acima da média do período pré-industrial (1850-1900): o 11º ano consecutivo em que as temperaturas atingirão pelo menos 1,0°C acima dos níveis pré-industriais.

No Pará

As altas temperaturas típicas do verão amazônico devem durar por mais alguns meses no Pará. Se por um lado, a redução de chuvas favorece o tempo firme, por outro, os cuidados com a exposição solar são fundamentais, principalmente para evitar desidratação nesse período em que a pandemia de coronavírus ainda é uma ameaça à saúde pública.

De acordo com o meteorologista da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), Antônio Sousa, o mês de agosto apresenta os menores acumulados de chuva nos municípios paraenses. “E com essa redução das chuvas, as temperaturas acabam se elevando bastante. No Sul do Pará, por exemplo, é normal a ocorrência de temperaturas acima de 36° C e até alguns dias específicos, quando registra 39,7° C na estação de Conceição do Araguaia. Então com certeza as regiões sudeste e sudoeste apresentam as maiores temperaturas nesse período”, afirma Antônio.

No Pará as altas temperaturas devem continuar

Aquecimento sem precedentes ameaça os lagos da Terra e seus ecossistemas

Surgimento de condições lacustres que excedem

a variabilidade natural da temperatura. Os lagos, com sua rica biodiversidade e importantes serviços ecológicos, enfrentam uma tendência preocupante: temperaturas em rápido aumento

Um estudo recente publicado na Nature Geoscience por uma equipe internacional de limnologistas e modeladores climáticos revela que, se o aquecimento antropogênico atual continuar até o final deste século, os lagos em todo o mundo provavelmente experimentarão um aquecimento superficial e subterrâneo generalizado e sem precedentes, muito além do alcance do que encontraram antes.

O estudo usa dados de temperatura de lagos simulados por um modelo de computador climático de última geração (Community Earth System Model, versão 2) cobrindo o período de 18502100 EC. É o primeiro modelo desse tipo e captura a dinâmica e a termodinâmica de sistemas de lagos de forma integrada com a atmosfera.

Em vez de executar o modelo de computador para o futuro apenas uma vez, os cientistas usaram um conjunto de 100 simulações do passado para o futuro, que foram executadas em um dos computadores mais rápidos da Coreia do Sul (“Aleph” no Institute for Basic Science).

Ilustração esquemática de condições de temperatura da água do lago não análogas. A curva preta denota a temperatura média da água simulada de 100 simulações de modelos de computador, respondendo a forças externas (vulcões, aerossóis, concentrações de gases de efeito estufa), e o sombreamento cinza indica a faixa de variações naturais de temperatura do lago

Fotos Karen Robinson

Metodologia para calcular o surgimento de condições não análogas em lagos

a, b, Mostrado para um lago de exemplo (situado a 42,9° N e 111,3° W) é o método usado para estimar o surgimento de condições não análogas. Em a, cada linha cinza representa a temperatura da água da superfície da estação quente simulada dos membros individuais do conjunto ( n = 100). A linha preta indica a média do conjunto. As linhas vermelhas representam dois desvios-padrão ( σ ) em torno da média ( �� ). As linhas horizontais azuis representam a faixa de variabilidade natural na temperatura da superfície do lago, definida como 2 σ em torno do �� do conjunto (1850–1900). A emergência de condições não análogas, mostrada pela linha tracejada vertical, é estimada como o momento em que as temperaturas do lago excederão permanentemente a faixa de variabilidade natural. b, Anomalias da temperatura média global do ar na superfície (relativas a 1850-1900) a partir da média do conjunto, com as quais o surgimento de condições não análogas ( a ) é comparado

Cada simulação gera uma realização ligeiramente diferente da variabilidade climática natural, enquanto também responde aos efeitos de aquecimento antropogênico do aumento das concentrações de gases de efeito estufa.

a, Emergência projetada de condições não análogas na superfície do lago sob aquecimento global. Isso ilustra a magnitude do aquecimento global projetado que nossas simulações sugerem que resultará em condições não análogas. b, Distribuição de regiões termais de lagos em todo o mundo. c, Emergência de condições não análogas nas regiões termais durante a estação quente. Os dados representam médias ± dp NC, norte frio; NF, norte frio; NH, norte quente; NT, norte temperado; NW, norte quente; SH, sul quente; ST, sul temperado; SW, sul quente; TH, tropical quente

Surgimento de condições não análogas na superfície do lago

Diferenças entre lagos na tendência e variabilidade natural da temperatura da água da superfície

a , b , Taxa de mudança na temperatura da água da superfície do lago nos lagos estudados de 2000–2100 ( a ) e diferenças nessas tendências nas regiões termais do lago ( b ). c , d , Variabilidade natural (1850–1900) nas temperaturas da água da superfície em todo o mundo ( c ) e diferenças nessa variabilidade nas regiões termais ( d ). As tendências na temperatura da água da superfície foram calculadas a partir de uma média entre os 100 membros do conjunto usando um modelo de regressão linear. Os dados em b e d representam médias ± dp

Com essa abordagem de modelagem de conjunto, os cientistas conseguiram desembaraçar a gama de variações naturais de temperatura do lago daquelas causadas pela interferência humana. Isso permitiu que a equipe estimasse pela primeira vez o momento em que as temperaturas do lago excederão permanentemente os limites naturais — uma situação chamada de condições não-analógicas. O Dr. Lei Huang, autor principal do estudo (agora na Capital Normal University, Pequim, China) e ex-pesquisador de pós-doutorado no IBS Center for Climate Physics em Busan, Coreia do Sul, enfatiza que, em média, os lagos

em todo o mundo enfrentarão climas não análogos até o final deste século. No entanto, o momento do surgimento varia globalmente. Os lagos tropicais, que abrigam uma rica biodiversidade, serão os primeiros a experimentar condições sem precedentes quando o aquecimento global atingir ~2,4°C (acima das condições pré-industriais).

Enquanto o aquecimento da superfície afeta espécies em camadas rasas de lagos, alguns organismos podem migrar verticalmente para encontrar habitats térmicos mais adequados. Portanto, é crucial também considerar como o aquecimento penetra nas camadas subterrâneas.

“Nosso estudo revela o surgimento síncrono de condições não análogas em camadas subterrâneas de lagos tropicais, impulsionadas pela rápida transmissão descendente de sinais de aquecimento durante eventos frequentes de mistura de lagos.

Em contraste, lagos de alta latitude protegem parcialmente as camadas subterrâneas do aquecimento da superfície por meio da estratificação, atrasando ou às vezes até mesmo prevenindo climas não análogas em profundidades”, diz o Dr. Iestyn Woolway, NERC Independent Research Fellow na Bangor University, Reino Unido, autor correspondente do estudo.

a, Projeção de surgimento de condições não análogas pelo aumento da temperatura da água do fundo sob o aquecimento global. Lagos onde é improvável que condições não análogas ocorram neste século, sob os níveis de aquecimento global considerados, são mostrados em preto. b, Taxa de mudança (2000–2100) na temperatura da água do fundo durante a estação quente, calculada a partir da média do conjunto de 100 membros. c, Variabilidade natural na temperatura da água do fundo durante a estação quente, estimada como o dobro do desvio padrão ( σ ) em torno da média ( �� ) do grande conjunto entre 1850 e 1900. d, Porcentagem de dias de reviravolta (isto é, mistos) durante a estação quente (1850–1900), calculada como a média do conjunto de 100 membros.

As consequências de climas de lagos sem análogos são profundas. “Eles podem levar a graves perturbações futuras nos ecossistemas”, comenta o Prof. Axel Timmermann, coautor do estudo e Di-

retor do IBS Center for Climate Physics.

Comparados à biota terrestre e marinha, os organismos lacustres são frequentemente limitados em sua capacidade de migrar para habitats cli-

maticamente mais ideais. Entender o momento da emergência não análoga é, portanto, vital para adaptação, planejamento e mitigação climática em ecossistemas lacustres.

Surgimento de condições não análogas em águas profundas

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