Pará+ 271

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DIRETOR e PRODUTOR: Rodrigo Hühn; EDITOR: Ronaldo Gilberto Hühn; COMERCIAL: Alberto Rocha, Augusto Ribeiro, Rodrigo Silva, Rodrigo Hühn; DISTRIBUIÇÃO: Dirigida, Bancas de Revista; REDAÇÃO: Ronaldo G. Hühn; COLABORADORES*: Bénédicte REY, Ericka Pinto, FADEP, Gustavo Campos, IDEFLOR-Bio, ITPGRF, Pierry Tavares, Rose Barbosa, Sandro Destro Lima, Stéphanie Spera, Vinícius Leal, Vinicius Soares Braga; FOTOGRAFIAS: Biology Letters, Cristiano Menezes/Embrapa, Dana DeVolk no Unsplash, DGBio/IDEFLOR-Bio, Divulgação, Guto Nunes, IISD/ENB | Mika Schroder, IISD/ENB | Mike Muzurakis,National Science Foundation, Jessica Hyde, Marcia Motta Maués, Nasa, Pedro Guerreiro / Ag. Pará, PHYS, Prasit/ Moment via Getty Images, Reproduções (instagram), , Ronaldo Rosa, Stephanie Spera, Universidade Flinders, Vinícius Braga, William Freire; DESKTOP: Rodolph Pyle; EDITORAÇÃO GRÁFICA: Editora Círios

* Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.

Abelha jatai extraindo grãos de pólen da florada do açaí. Foto: Cristiano Menezes/Embrapa

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EDITORA CÍRIOS

Converse com sua família e seja um doador. doeorgaos

Um dia, a sua família pode ser doadora de órgãos ou precisar de um doador. E conversar sobre o tema é a melhor maneira de quebrar barreiras, vencer preconceitos e conhecer o desejo de cada um.

A família Bona aceitou conversar com os profissionais de saúde sobre a Doação de Órgãos.

Estado assina desapropriação de áreas e cria o Distrito Industrial de Santarém

O governador do Pará autorizou a desapropriação e indenização, com isso, o novo distrito será construído em um espaço de 175 hectares

Para fortalecer a economia de Santarém, no oeste paraense, o governador do Estado, Helder Barbalho, assinou na recente sexta-feira, 18/10, a autorização para a desapropriação das áreas onde será construído o novo Distrito Industrial da cidade.

A cerimônia ocorreu na sede da Associação Comercial e Empresarial de Santarém (Aces). Com a assinatura, o governo estadual desapropria uma área de 175 hectares localizada entre a BR-163 (Rodovia Santarém-Cuiabá) e a PA 370 (Rodovia Santarém-Curuá-Una) e garante indenização aos antigos proprietários, com um investimento de R$ 5 milhões. A criação do Distrito vai promover a geração de empregos e o aproveitamento das cadeias produtivas regionais.

“Este é um novo momento em que o Governo do Estado consegue viabilizar essa área para o Distrito Industrial. O Estado também vai se responsabilizar pela urbanização da área, garantindo ruas pavimentadas, energia elétrica. Garantindo os acessos para as rodovias e, claro, integrando com os rios, em uma logística portuária estratégica. Estima-se a geração de dez mil empregos, portanto é um novo tempo para Santarém”, destacou o governador.

Texto *Gustavo Campos Fotos Pedro Guerreiro / Ag. Pará

Projeto

O Distrito Industrial de Santarém já conta com um Projeto Conceitual que contempla 125 lotes, distribuídos em seis zonas econômicas: indústria, construção civil, bioindústria, mineração não metálica, logística, comércio e serviços, e agroindústria. O empreendimento terá espaços administrativos e de convivência, uma rede de 6,5 km de vias, sistema de drenagem, calçadas, ciclovias, faixas de pedestres, canteiros centrais, paisagismo e rede de distribuição de energia elétrica. Após a construção e entrega, o Distrito será gerido pela Companhia de Desenvolvimento Econômico do Pará (Codec), que vai ofertar as áreas para a instalação de empresas privadas. A implantação de um Distrito Industrial é uma importante medida de política pública para alavancar a transformação de matérias-primas regionais, sendo uma ação prioritária do governo. Além disso, há a expectativa de que empresas que já atuam em outros pontos da cidade migrem para o Distrito Industrial, onde poderão operar em um ambiente de negócios com infraestrutura e maior segurança ambiental e jurídica.

A criação do Distrito é resultado de uma parceria do Governo do Pará, por meio da Companhia de Desenvolvimento Econômico do Pará (Codec), da Prefeitura de Santarém e da Associação Comercial. “É um anseio de 30 anos e uma luta de pelo menos 10 anos para a instalação do Distrito. Nós conseguimos a documentação de toda a área e o aceite dos proprietários para a desapropriação. Teremos uma área que vai concentrar nossa produção industrial. É um passo gigantesco para a nossa região. Vamos poder transformar as matérias-primas que só tem aqui, transformá-las, agregar valor, gerar emprego e renda e exportar para o Brasil e o mundo”, ressaltou o presidente da Aces, Alexandre Augusto Lima Chaves.

Sonho antigo

O engenheiro civil Jorge Hamad não escondeu a emoção em participar da cerimônia de desapropriação da área do Distrito Industrial de Santarém. Ele foi presidente da Aces e lembra quando o projeto era apenas um sonho.

“Santarém é uma cidade polo e precisa ter um Distrito Industrial que gere emprego e renda. Nós fomos atrás de vários locais e hoje nós já temos uma área e estou muito satisfeito com isso. Eu estou emocionado com o fato de nós podermos ter o Distrito. Ele não vai ser para Santarém, mas vai gerar emprego para todo o oeste do Pará”, afirmou.

Jorge Hamad, antigo presidente da associação comercial e empresarial de Santarém

Para Francisco Macedo, empresário do ramo da cerâmica, o Distrito Industrial também significa a realização de um sonho. “Para nós, é um sonho. Hoje, as indústrias acabam vivendo em conflito com a população porque as fábricas incomodam. Com um lugar adequado, melhora a logística, produção e distribuição. Estamos muito animados. As expectativas são as melhores possíveis”.

Polo econômico

Santarém desponta com grandes diferenciais competitivos para receber o Distrito Industrial, em especial a sua privilegiada localização geográfica, rodeada de vias fluviais que facilitam o escoamento da produção, além da aquisição de matérias-primas, como também com ligação à rota de conexão com o Centro-Oeste, pela BR-163 e com a região central do Pará, pela PA-370. A cidade possui a maior população da região do Baixo Amazonas e é a principal economia local, com um Produto Interno Bruto de R$ 6,3 bilhões (Fapespa-2021). Segundo

dados da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), Santarém é a principal produtora de Castanha-do-Pará do Estado, a terceira em produção de soja, milho e extração de madeira, além de ter grande potencial na produção de mandioca, pesca, indústria de transformação, constru-

ção civil e logística. O município também apresenta uma economia voltada para os setores de serviços e comércio, com grande potencial em bioeconomia.

(*) SECOM <<
Comemorando a parceria do Governo do Pará, por meio da Companhia de Desenvolvimento Econômico do Pará (Codec), da Prefeitura de Santarém e da Associação Comercial
Francisco Macedo, empresário

Estudo técnico do Ideflor-Bio aponta criação de Unidade de Conservação Municipal

Área no município de Concórdia do Pará, no nordeste estadual, tem cerca de 9 hectares, e potencial para se tornar um Parque ou Bosque Municipal

Aequipe da Diretoria de Gestão da Biodiversidade (DGBio) do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio) concluiu, neste mês de outubro, o levantamento técnico no município de Concórdia do Pará, nordeste paraense, com o objetivo de criar uma nova Unidade de Conservação (UC) municipal.

A área estudada, que possui aproximadamente 9 hectares, tem potencial para se tornar um Parque ou Bosque Municipal, com o nome previsto de Pedro da Mapema em homenagem ao antigo proprietário que doou a terra para preservação.

A área estudada apresenta uma grande riqueza de espécies vegetais e animais expressiva para o seu tamanho e merecem ser preservadas

Os estudos, que incluíram inventários de fauna e flora, além de análises do meio físico, são parte fundamental do processo de criação da UC. A nova área protegida será gerida pela Prefeitura de Concórdia do Pará,

por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, e caso os estudos indiquem a criação de um Bosque Municipal, será um dos primeiros no estado a ser instituído sob o Sistema Estadual de Unidades de Conservação (SEUC), uma política implementada pelo Governo do Pará no final de 2024.

“A área estudada apresenta uma grande riqueza de espécies vegetais e animais expressiva para o seu tamanho e merecem ser preservadas. Durante o inventário de fauna e flora, identificamos espécies que são importantes para a conservação local. A criação de uma UC aqui será um passo significativo para a preservação ambiental no município”, afirmou o biólogo do Ideflor-Bio e coordenador de fauna da atividade, Rubens Aquino.

Parceria

A prefeita de Concórdia do Pará, Elisangela Celestino, participou ativamente do processo de alinhamento com a equipe do Ideflor-Bio e técnicos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Garantindo que a preservação ambiental seja uma prioridade para todos

Concórdia do Pará, com potencial para se tornar um Parque ou Bosque Municipal

Para a gestora, a criação da UC será um avanço para o município, proporcionando não apenas a preservação da biodiversidade, mas também oportunidades de lazer e educação ambiental para a população local. O estudo contou ainda com reuniões entre a equipe técnica do Ideflor-Bio e representantes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, visando detalhar o processo de criação da UC.

“Estamos muito entusiasmados com o resultado dos levantamentos realizados. Essa parceria entre o Estado e o município mostra que é possível avançar na criação de áreas protegidas mesmo em pequenas localidades, garantindo que a preservação ambiental seja uma prioridade para todos”, ressaltou o diretor de Gestão da Biodiversidade do Ideflor-Bio, Crisomar Lobato.

A criação dessa nova UC poderá abrir espaço para atividades de pesquisa científica, turismo ecológico e lazer, fortalecendo o papel do município no cenário ambiental do Pará.

A área também deverá servir como um importante recurso para a educação ambiental, despertando na comunidade local a importância de preservar a natureza e proteger os recursos naturais.

Etapas

Os próximos passos no processo de criação da Unidade de Conservação incluem a consolidação dos estudos realizados e a elaboração dos documentos legais que serão submetidos à aprovação. Está prevista ainda uma audiência pública no início de 2025, onde a população de Concórdia do Pará poderá participar ativamente da criação da nova área protegida. Se tudo correr conforme o planejado, o município de Concórdia do Pará estará prestes a se tornar um exemplo de gestão ambiental para outras regiões do estado, com a implementação de uma política que visa garantir a sustentabilidade e a proteção dos recursos naturais em parceria com o Governo do Pará, por meio do Ideflor-Bio.

O estudo contou ainda com reuniões entre a equipe técnica do IdeflorBio e representantes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente
Parte da equipe que trabalhou no detalhamento do processo de criação da UC.
A área também deverá servir como um importante recurso para a educação ambiental

Seduc e Fadep celebram acordo para construção, reforma e ampliação de 200 escolas estaduais entre 2025 e 2027

Serão executados serviços de revestimento em placas de concreto, pavimentação asfáltica, drenagem, esgotamento sanitário, paisagismo, urbanização e passarelas

ASecretaria de Estado de Educação (Seduc) e a Fundação de Apoio para o Desenvolvimento da Educação Paraense (Fadep) assinaram na quarta-feira (16/10), o Termo de Cooperação Técnica para o repasse de recursos financeiros na ordem de R$ 600 milhões, destinados à elaboração de estudos, projetos e/ou execução de reforma, adequação, ampliação e restauro das unidades escolares da rede pública estadual de ensino. A Fundação atenderá as demandas sinalizadas pela Secretaria em diversas regiões do Pará.

“A Fadep tem um papel estratégico para tocar as obras de maior complexidade para a nossa rede. Temos urgência para avançarmos nas melhorias das condições objetivas das nossas escolas”, destacou o titular da Seduc, Rossieli Soares.

Segundo o presidente da Fundação, Arnaldo Dopazo, a assinatura desse acordo de cooperação técnica representa um passo importante para o fortalecimento da edu-

A parceria entre a Seduc e a Fadep é essencial para atender milhares de alunos, com 200 obras previstas entre 2025 e 2027

cação do Pará, tanto no âmbito pedagógico quanto no estrutural. “A Fadep, como uma instituição de apoio, se coloca como parceira estratégica da Seduc, contribuindo

diretamente para o desenvolvimento de projetos que visam a melhoria contínua da educação. Esse acordo potencializa ações de compromisso com a melhoria da infra-

Durante a assinatura do Termo de Cooperação Técnica para o repasse de recursos financeiros na ordem de R$ 600 milhões

tério (Fundef) e/ou do tesouro estadual. A diretora de Obras da Fundação, Danusa Mayara de Souza, explica como está definido o cronograma de execução.

(SAI/Seduc). Iniciaremos as obras no começo de 2025, com os processos licitatórios para a contratação das empresas ainda este ano. Esse recurso possibilita a implementação de tecnologias sustentáveis, além de quadras de alto rendimento nas escolas”.

Fadep

A Fundação foi criada em setembro de 2023 e integra as ações do Governo do Pará para a melhoria da qualidade da educação no Estado. Vinculada à Secretaria de Estado de Educação (Seduc), a Fadep tem a finalidade de dar celeridade às obras de infraestrutura das escolas públicas estaduais, garantindo o atendimento às demandas da Seduc.

(*) FADEP << estrutura das instituições de ensino, garantindo que o ambiente escolar ofereça condições adequadas para o aprendizado dos estudantes”, afirmou.

As obras estão previstas para iniciar em janeiro de 2025. Ao todo serão reformadas 200 unidades escolares, com recursos provenientes da União a título de precatório judicial de complementação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magis-

“A parceria entre a Seduc e a Fadep é essencial para atender milhares de alunos, com 200 obras previstas entre 2025 e 2027 (60 em 2025, 70 em 2026 e 70 em 2027) além de que a descentralização dos recursos auxilia o trabalho da equipe de infraestrutura da Secretaria Adjunta de Infraestrutura

O trabalho da Fundação é de promover melhorias nas escolas públicas estaduais, a partir da elaboração de estudos e projetos para execução de obras de reforma, construção, adequação, ampliação e restauro de edificações escolares, assim como executar diretamente ou por meio de contratos ou convênios, a construção, manutenção, reforma, restauro e ampliação de edificações e outros recursos físicos para a educação, destinados à Seduc e aos demais órgãos e entidades públicas.

Fundação de Apoio para o Desenvolvimento da Educação Paraense (FADEP)

A MINA É COCORIÔ

O feitiço parauara na Marquês de Sapucaí com a Grande Rio 2025

Não é de hoje que o Pará encanta o Brasil e o mundo por meio de sua rica cultura e de sua deslumbrante cozinha, exótica e única, que se destaca mundo afora, firmando-se no cenário internacional e colocando o estado no topo dos destinos turísticos gastronômicos mundiais. Isso, sem falar de aspectos religiosos que, por conta do opulento Círio de Nazaré, decerto lideram as memórias afetivas de quem vive ou passa por aqui.

É sabido, também, que o estado já foi enredo de inúmeras escolas de samba por todo o país, certamente destacando-se dois enredos inesquecíveis levados à Marquês de Sapucaí: “A Festa do Círio de Nazaré”, da Unidos de São Carlos, em 1975, reeditado pela Unidos do Viradouro, em 2004, com o enredo “Pediu pra Pará, parou: com a Viradouro eu vou para o Círio de Nazaré”; e “O mundo místico dos caruanas nas águas do Patú Anú”, de 1998, da Beija-flor, que deu o título à escola de Nilópolis.

Em 2025, mais uma vez, o Pará será enredo de uma escola de samba do grupo especial do Rio de Janeiro, a Acadêmicos do Grande Rio, que trará o enredo “Pororocas Parawaras - As Águas dos meus Encantos nas Contas dos Curimbós”, assinado pelos carnavalescos Leonardo Bora e Gabriel Haddad, sob o manto dos ritos da floresta e da superlativa cultura paraense.

E a revista Pará+ deixou-se levar por essa pororoca, ao fundo do igarapé, e mostra todo o processo que culminou com a vitória do samba-enredo nascido na escola de samba Deixa Falar, de Belém.

A escolha do enredo

A “força de caboclo” paraense entrará na avenida com as bençãos de Jarina, Herondina, e Mariana, mas contará com o apadrinhamento do governo do estado do Pará, por meio do próprio governador Helder Barbalho (MDB), um dos articuladores e maiores entusiastas do enredo da agremiação carnavalesca carioca.

Texto Sandro Destro Lima e Pierry Tavares Fotos Divulgação, Guto Nunes, Reproduções (instagram)
Equipe paraense na quadra da Grande Rio

Conversamos com os principais envolvidos nessa teia de encantamento amazônico, dentre eles Thiago Monteiro, diretor de carnaval da Grande Rio, que falou sobre as razões que levaram à escolha do enredo que pode culminar com impactos, inclusive, na COP30, que acontecerá em novembro do próximo ano na capital paraense. Segundo ele, as tratativas iniciais se deram entre o atual presidente da entidade, Milton Perácio, e o governador do Pará, uma vez que o estado nortista “é maravilhoso” e “já passou na Sapucaí, mas não da forma que irá passar, desta vez”, pontuou. Por ser uma das unidades da federação com uma das culturas mais exuberantes do Brasil, Monteiro assinalou que o estado daria “mais de cem enredos”, tamanho é seu vasto tecido cultural. “Sempre é bom falar, enaltecer”, assegurou,

Damasceno segurando a Berlinda de Nossa Senhora de Nazaré, padroeira dos paraenses, no dia da gravação do videoclipe do samba da @deixafalar. oficial, para participar da disputa do samba-enredo da Grande

“as riquezas do nosso país”, então essa conversa entre a presidência da escola e o governador Helder garantiu que, no ano em que Belém receberá a COP30, também irá comemorar o título da tricolor de Duque de Caxias, previu.

Quando o assunto é sua nova rotina entre idas e vindas até o Pará, ele afirmou que, além de Belém, visitou Soure e Alter do Chão - no Marajó e em Santarém, respectivamente - e, nessa imersão, pôde, ao lado dos carnavalescos, descobrir muito do folclore e dos recantos do estado, já que o enredo fala sobre as três princesas

turcas que se “ajuremaram”. “O que, por si”, resume, “evoca muito do misticismo marajoara”. Monteiro também falou sobre a emoção em conhecer as riquezas paraenses, em especial o Tambor de Mina, que, para ele, reforça a religiosidade do povo não apenas em relação ao Círio de Nazaré, mas, também, quanto às religiões de matrizes africanas. “E essa ideia de fé foi muito forte pra gente”, avaliou. Quanto à seletiva de samba-enredo - que foi ideia sua, acatada pela presidência e abraçada pela comunidade - ele destacou a importância do evento, já que essa interação fez com que as escolas de Belém “furassem a bolha”, e, em suas palavras, permitiu que “o Brasil inteiro conhecesse a Bole-bole, a Deixa Falar”, ressaltando a qualidade do samba paraense. E, ao final da entrevista, enalteceu a importância da ESA (Escolas de Samba Associadas, entidade que representa as escolas de samba da capital), na interlocução e apoio a todo o processo. “Nosso sincero agradecimento ao Guga Gomes”, presidente da organização, encerrou Monteiro.

Helder Barbalho, com Helder Filho, e esposa Daniela com a rainha de bateria da Grande Rio, Paolla Oliveira (centro): em seu perfil no X, anunciou que o Pará será o tema do enredo da Grande Rio em 2025
Mestre
Rio 2025
Equipe paraense que esteve na final da Grande Rio

O Tambor de Mina

O samba-enredo campeão traz outro aspecto importante da cultura do Pará, o tambor de mina, muito presente na religiosidade popular através do terreiro mais antigo do estado, o Terreiro 2 Irmãos, com 134 anos, liderado pela yalorixá Eloísa de Badé.

A visita da equipe de diretores e produtores da Grande Rio movimentou o espaço religioso, e contou com uma visitante pra lá de especial, a atriz e rainha de bateria Paolla Oliveira, que não escondeu seu encanto com o lugar, ocasião em que ganhou, das mãos de mãe Eloísa, uma camisa com imagens do terreiro, e uma guia da cabocla Herondina. A religiosa se mostrou emocionada diante da expectativa em torno do enredo, e frisou o quanto sente-se honrada com a atenção e o carinho recebido da atriz e da escola de samba.

À Pará+, a musa tricolor falou sobre sua reconexão com a capital do Pará, e afirmou que, desta vez, “foi uma experiência mais profunda”, porque, para ela, “ser uma das personagens principais de um enredo tão bonito, exige muito”. “Sem dúvida”, continuou a atriz, “foi bem mais gostoso essa vez [em Belém], do que a primeira”, concluiu.

Fábio Moreno, intérprete oficial do samba-enredo
Descobrindo muito do folclore e dos recantos do estado

O time paraense

Capitaneada por Esmael Tavares, presidente da escola de samba Deixa Falar, de Belém, a equipe paraense que compôs o samba-enredo campeão da Grande Rio foi formada por muitas estrelas da cena cultural local, o que garantiu que a Marquês de Sapucaí será incensada pela “brasa do defumador” e o especiado “perfume de patchouli”. Para Tavares, mais que proteger Caxias “nas águas de Nazaré”, a seletiva de samba-enredo que teve etapas realizadas em Belém abriu janelas de visibilidade inéditas ao carnaval daqui favorecendo a valorização da festa de momo em solo parauara. Já Marcelo Moraes, um dos compositores do samba-enredo, falou sobre a emoção de ver seu trabalho coroado num dos maiores espetáculos de artes cênicas do mundo, o carnaval do Rio de Janeiro. E ressaltou que a “vitória foi um sonho realizado”, e que é gratificante “ter o nome do Pará em evidência”, arrematou.

Uma produção audiovisual ambientada nas ilhas que compõem o município de Belém, com uma composição de autores paraenses, e que tem a voz de Fábio Moreno como intérprete. A combinação que “fez a flor de mururé desabrochar” foi a mesma que atraiu os holofotes ao grande talento do cantor.

Com essa combinação única, Moreno soltou “a voz que vem de seu coração”, e enfatizou que “homenagear o Pará é carregar um carnaval centenário, nas costas”, e emendou a afirmativa salientando o quanto o ano de 2025 promete ser histórico para Belém,

por conta da COP30 e dos investimentos em infraestrutura aérea, portuária, hoteleira e urbana, por parte do governo do Pará, da Prefeitura de Belém e da própria ONU. “Algumas pessoas não conseguem ainda”, alertou, “ter uma noção do que isso representa para a nossa cultura, sobretudo para o carnaval paraense”. Para ele, a prova disso é o número de seguidores em suas redes sociais, que triplicaram, revelou o cantor.

Mas há, ainda, outra personagem importantíssima para a construção do samba-enredo, que vem dos caminhos de Salvá - comunidade quilombola de Salvaterra, no Marajó - e pode ser considerada uma figura mística da floresta. É Mestre Damasceno, pessoa com deficiência visual, consagrado artista, cantor, compositor, diretor artístico e figura de destaque sobre temas que envolvem a Ilha do Marajó.

Em conversa com Damasceno, ele nos contou que os primeiros contatos com a Deixa Falar decorreram a partir da homenagem ao búfalo-bumbá - manifestação folclórica que se assemelha ao Boi-bumbá do Pará, e ao Bumba Meu Boi do Maranhão, criada por ele em 1989 – e que, desde então, a relação foi sendo estreitada, até que surgiu o convite para ser um dos compositores do samba-enredo da Grande Rio. “A gente tá feliz por participar desse samba”, destacou Damasceno. E continuou, reiterando que o fato de a composição ter sido a campeã foi “bom pra nós, pro povo do Pará, pro Brasil, pro Marajó”, acentuou, finalizando com agradecimentos à Deixa Falar e à Grande Rio, salientando esperar que a escola seja campeã, pra que possa “trazer esse título pra Salvaterra”, deixando a conquista como legado ao povo paraense.

A parceria de Mestre Damasceno, Ailson Picanço, Davison Jaime, Tay Coelho e Marcelo Moraes, representante do Pará, foi a grande vencedora
Desfile da Acadêmicos do Grande Rio em 2023

Mel da florada do açaí

Possui altos teores de compostos antioxidantes

Descoberta é resultado da análise e comparação de méis com origens em diferentes regiões do País. A escolha dos produtos para comparação se deve às propriedades funcionais e quantidade de compostos bioativos que eles possuem. Em relação ao mel de aroeira, o produto amazônico superou em quatro vezes a capacidade antioxidante. A maior concentração de compostos bioativos está relacionada também à coloração mais escura.

Omel de abelhas africanizadas (Apis mellifera L.), produzido a partir da florada do açaizeiro, possui elevados níveis de compostos bioativos derivados da palmeira amazônica. Essas substâncias são reconhecidas por ter um papel importante na promoção e manutenção da saúde humana. A descoberta é resultado da análise e comparação de méis com origens em diferentes regiões do País e abre caminho para a valorização de um produto da sociobiodiversidade amazônica.

O artigo, intitulado Evaluation of the Bioactive Compounds of Apis mellifera Honey Obtained from the Açai (Euterpe oleracea) Floral Nectar, foi publicado na revista científica Molecules por pesquisadores Embrapa, Universidade Federal do Pará (UFPA) e Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

O de açaí é quase negro, o que é mais um atrativo para o alimento.

Com notas de café, o sabor foi bem avaliado por voluntários e analistas sensoriais. Pesquisas complementares para identificar novas propriedades funcionais benéficas à saúde já estão em andamento. Esses resultados abrem caminho para a valorização de um produto da sociobiodiversidade amazônica.

Para ser considerado um mel monofloral, o produto do trabalho das abelhas deve ter na sua origem a predominância de néctar da flor de uma determinada espécie vegetal. A legislação brasileira estabelece como critério para essa classificação a presença de pólen de uma única espécie superior a 45% em uma amostra de mel.

Essa concentração em um tipo de florada confere ao mel características únicas no sabor, aroma e cor, além de propriedades funcionais específicas. No caso do mel de açaí, as amostras coletadas no município de Breu Branco (PA) e Santa Maria (PA) foram analisadas e comparadas com méis monoflorais de quatro origens: mel de aroeira, de Minas Gerais; mel de cipó-uva, do Distrito Federal; mel de Timbó, do Rio Grande do Sul; e mel do mangue, do Pará.

Texto *Vinicius Soares Braga Fotos Cristiano Menezes/Embrapa, Divulgação, Marcia Motta Maués, Ronaldo Rosa, Vinícius Braga, William Freire
Grãos de pólen do açaizeiro no microscópio
Para ser considerado um mel monofloral, o produto do trabalho das abelhas deve ter na sua origem a predominância de néctar da flor de uma determinada espécie vegetal

do Brasil

Méis de néctar floral de açaí AH1 (A), néctar floral de açaí AH2 (B), néctar floral de açaí AH3 (C), e mel de Aroeira (D), mel de Mangue (E), mel de Cipó-uva (F), e mel de Timbó (G).

De acordo com o pesquisador Daniel Santiago, da Embrapa Amazônia Oriental (PA) e um dos autores, a escolha desses méis para comparação se deveu às reconhecidas propriedades funcionais e à presença de compostos bioativos que eles possuem, em especial o mel de aroeira, um dos mais valorizados do País.

Benefícios à saúde

As análises revelaram que o mel de açaí possui elevada capacidade antioxidante. Entre as amostras, o mel monofloral da palmeira amazônica superou em quatro vezes o mel de aroeira na avaliação dessa atividade.

As análises da pesquisa também confirmaram a presença de vários compostos bioativos que a literatura científica relaciona a propriedades antiinflamatórias, antibacterianas, antimicrobianas e antitumorais no mel de açaí

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“Isso sugere que os méis compostos predominantemente da florada do açaizeiro têm uma capacidade antioxidante mais forte, provavelmente devido a maiores concentrações de polifenóis e outros compostos bioativos”, afirmam os autores. Outro autor do artigo, o professor da UFPA Nilton Muto, explica que os compostos bioativos, como os polifenóis presentes no mel de açaí, são substâncias encontradas em alimentos e, embora não sejam consideradas nutrientes essenciais (como vitaminas ou minerais), podem ter efeitos benéficos para a saúde. Eles ocorrem naturalmente em pequenas quantidades em plantas e animais e podem influenciar funções biológicas e processos metabólicos no organismo.

Méis de diferentes néctares florais
Professor Nilton Muto

Fotomicrografias da análise melissopalinológica dos grãos de pólen (×400), observados em AH1, AH2, AH3 (A) Pólen de Euterpe oleracea; (B) Pólen de Sida galheirensis; (C) Pólen de Acacia sp.; (D) Pólen de Euphorbiaceae.

As análises revelaram que o mel de açaí possui elevada capacidade antioxidante

“Os polifenóis são uma classe de compostos bioativos e atuam como antioxidantes, neutralizando os radicais livres, e podem ter propriedades anti-inflamatórias, anticancerígenas e cardioprotetoras”, afirma Muto. De acordo com a literatura científica, a maior concentração de compostos bioativos está relacionada à coloração do mel para um tom mais escuro. E isso se verificou na coloração das amostras de méis de açaí, que variaram de âmbar a âmbar escuro. Muto esclarece, no entanto, que outros fatores também podem influenciar a coloração escura do mel, como os processos de desumidificação e a maturação do produto. “No caso do mel de açaí, ele fica escuro, quase totalmente negro, o que acaba se tornando um atrativo para o produto”, avalia.

Méis de diferentes néctares florais do Brasil

Quanto ao sabor do mel de açaí, o professor afirma que o produto foi muito bem avaliado pelos grupos de voluntários e analistas sensoriais. Ele não chega a ser tão doce quanto os demais e possui notas de café. “É um mel diferenciado. Acredito que será muito bem aceito pelo público em geral e facilmente incorporável na gastronomia”, observa o professor.

As análises da pesquisa também confirmaram a presença de vários compostos bioativos que a literatura científica relaciona a propriedades anti-inflamatórias, antibacterianas, antimicrobianas e antitumorais no mel de açaí. Segundo Muto, a verificação dessas capacidades já é objeto de outras pesquisas em andamento.

Atividade com potencial de expansão

Impulsionados pelo crescente preço do fruto, os plantios de açaizeiro têm se expandido no Pará e os produtores têm buscado formas de incrementar a produtividade por meio da polinização dirigida. Nesse processo, as abelhas são introduzidas nos locais de plantio para que visitem as flores e realizem a polinização. No Pará, as abelhas que melhor desempenham o papel de polinizar o açaizeiro são as espécies nativas, conhecidas como abelhas sem ferrão. No entanto, o pesquisador da Embrapa explica que, como não existe um mercado estabelecido para oferecer colmeias de abelhas sem ferrão, a alta procura inviabilizou o acesso a muitos agricultores interessados na polinização dirigida do açaizeiro. “Há lugares onde uma colmeia de abelha sem ferrão chega a custar 600 reais”, exemplifica. Dessa forma, uma alternativa utilizada pelos produtores de açaí para a polinização dirigida tem sido a criação de abelhas da espécie Apismellifera, conhecidas popularmente como africanizadas, por se tratar de um híbrido oriundo do cruzamento de raças europeias e africanas.

Elas são maiores que as nativas, o que representa uma desvantagem no contato com as flores pequenas do açaí, e visitam bem mais as flores masculinas que as femininas. “Ainda assim, as abelhas africanizadas possuem um raio de ação maior, que pode chegar a 1.500 metros, o que favorece que sejam colocadas nas bordas dos cultivos”, pontua. De acordo com Santiago, ainda não há dados científicos sobre a efetividade da polinização dirigida com abelhas africanizadas para o cultivo do açaí, apenas a percepção positiva dos produtores. “Os resultados da caracterização do mel do açaí impõem que devem ser aprofundados estudos para averiguar o impacto da ação das abelhas Apismellifera nessa cultura. Ao identificar cientificamente esse impacto, a atividade ganhará mais conhecimento específico para o manejo dessas abelhas no trópico úmido”, afirma.

Em 2023, o Brasil produziu 64 mil toneladas de mel. À região amazônica, coube aproximadamente 2% desse total, dos quais o Pará figura com 1,5%. De acordo com o pesquisador, a atividade da apicultura tem grande potencial de ampliação no estado e hoje envolve cerca de 3 mil famílias. “Considerando que o açaí se transformou em um produto internacionalmente conhecido, é possível que os derivados relacionados à identidade dessa fruta também contribuam para aprimorar a apicultura da região”, conclui.

Artigo é resultado de pesquisa integrada sobre a biodiversidade da região

O estudo das propriedades do mel de açaí é fruto da parceria entre a Embrapa Amazônia Oriental, produtores e academia.

No Pará, as abelhas que melhor desempenham o papel de polinizar o açaizeiro são as espécies nativas, conhecidas como abelhas sem ferrão
conhecer nossas unidades:
• Marco Av. Duque de Caxias.
• Umarizal Rua Domingos Marreiros.
• Batista Campos Rua dos Mundurucus.
• Cidade Nova Av. Três Corações.
vikingsburger

No Centro de Valorização de Compostos Bioativos da Amazônia, ligado ao Parque de Ciência e Tecnologia Guamá e à Universidade Federal do Pará (UFPA), alunos e professores investigam as possibilidades de novos produtos a partir da biodiversidade da região, enquanto em propriedades de agricultores e na Embrapa aprendem sobre o manejo de abelhas, nativas e africanizadas, e sua relação com a polinização de cultivos.

“Nessa parceria, ajudamos a formar profissionais que possam desenvolver novos produtos que venham a fortalecer a apicultura e meliponicultura da região”, afirma o pesquisador Daniel Santiago. Primeira autora do artigo, a mestranda em Biotecnologia Sara Ferreira, integra o grupo de pesquisa desde a sua graduação, quando iniciou o trabalho de análises do mel de açaí, sob a orientação do professor Nilton Muto. “Em campo, pude aprender desde o princípio sobre a produção do mel pelas abelhas e a importância do néctar floral nesse processo, o que me levou a ter outra visão sobre o trabalho de análise em laboratório”, afirma.

Para ela, a descoberta de uma ampla variedade de compostos bioativos no mel de açaí indica um caminho para a produção de ciência com base na biodiversidade da Amazônia. “É um ponto de partida para estudarmos futuramente aplicações em novos produtos”, conclui.

Mariane Moura de Souza, Daniel Santiago Pereira, Cláudia Quintino da Rocha, Hervé Rogez e Nilton Akio Muto.

Também assinam o artigo Jéssica Lyssa Araújo, Marly Souza Franco, Camilla

(*) Embrapa Amazônia Oriental <<

Em 2023, o Pará produziu 1,5% do mel brasileiro
Desde 2022 o Parque Zoobotânico Mangal das Garças desenvolve um projeto de criação de abelhas nativas sem ferrão, o qual o objetivo é destacar a importância das mesmas para o meio ambiente
Mestranda e primeira autora do artigo, Sara Ferreira

Por que não pode ser sempre verão?

Com seus longos dias apenas coçando para serem passados na água sem fazer nada, o verão pode realmente ser uma estação encantadora

Como Jenny Han escreveu no romance para jovens adultos “ The Summer I Turned Pretty ”: “Tudo de bom, tudo de mágico acontece entre os meses de junho e agosto.”

Mas todas as coisas boas devem chegar ao fim, e o verão não pode durar para sempre. Há uma razão simples e uma mais complicada. A razão simples é que nem sempre pode ser verão porque a Terra é inclinada. A resposta mais complicada requer alguma geometria. Sou professora de geografia e meio ambiente que estudou mudanças sazonais na paisagem. Aqui está o que as estações têm a ver com a posição do nosso planeta conforme ele se move pelo sistema solar.

Razões para as estações Assista o YouTube: www.youtu.be/QqXUNg-Msn8

Esta animação mostra por que a Terra tem estações

A proximidade do Sol não explica as estações

Primeiro, você precisa saber que a Terra é uma esfera – tecnicamente, um esferoide oblato. Isso significa que a Terra tem um formato redondo um pouco mais largo do que alto.

A cada ano, a Terra viaja em sua órbita para fazer uma revolução ao redor do Sol. A órbita da Terra é uma elipse , que é mais como um oval do que um círculo. Então, há momentos em que a Terra está mais perto do Sol e momentos em que está mais longe. Muitas pessoas assumem que essa distância é o motivo pelo qual temos estações. Mas essas pessoas estariam erradas. Nos Estados Unidos, a Terra fica 3 milhões de milhas mais perto do Sol durante o inverno do que no verão.

Tudo de bom, tudo de mágico acontece entre os meses de junho e agosto
Texto *Stéphanie Spera Fotos Nasa, Prasit/Moment via Getty Images, Stephanie Spera

Girando como um pião

Agora imagine uma linha imaginária cruzando a Terra, bem no meio, na latitude 0° . Essa linha é chamada de equador . Se você a desenhasse em um globo, o equador passaria por países como Brasil, Quênia, Indonésia e Equador. Tudo ao norte do equador, incluindo os Estados Unidos, é considerado o Hemisfério Norte , e tudo ao sul do equador é o Hemisfério Sul. Agora pense no eixo da Terra como outra linha imaginária que corre verticalmente pelo meio da Terra, indo do Polo Norte ao Polo Sul .

À medida que orbita, ou gira, em torno do Sol, a Terra também gira. Isso significa que ela gira em seu eixo, como um pião.

A Terra leva um ano inteiro para girar em torno do Sol e leva 24 horas, ou um dia, para fazer uma rotação completa em seu eixo. Esse eixo é o motivo pelo qual temos o dia e a noite; durante o dia, estamos de frente para o Sol e, à noite, estamos de costas para ele. Mas o eixo da Terra não vai diretamente para cima e para baixo.

Em vez disso, seu eixo é sempre inclinado em 23,5 graus na mesma direção exata, em direção à Estrela do Norte. O eixo da Terra é inclinado devido a um objeto gigante –talvez um planeta antigo – que colidiu com ele bilhões de anos atrás. E é essa inclinação que causa as estações.

Nossa distância do Sol não é o motivo pelo qual temos estações

É tudo sobre a inclinação

Então isso significa que em junho, o Hemisfério Norte está inclinado em direção ao Sol. Essa inclinação significa mais luz solar, mais energia solar, dias mais longos – todas as coisas que fazem o verão, bem, verão.

Ao mesmo tempo, o Hemisfério Sul está inclinado para longe do Sol. Então, países como Austrália, Chile e Argentina estão vivenciando o inverno. Para dizer de outra forma: conforme a Terra se move ao redor do Sol ao longo do ano, as partes da Terra que recebem mais luz solar estão sempre mudando.

Avançando para dezembro, a Terra está no lado exatamente oposto de sua órbita de onde estava em junho. É a vez do Hemisfério Sul ser inclinado em direção ao Sol, o que significa que seu verão acontece em dezembro, janeiro e fevereiro.

Se a Terra não fosse inclinada, não haveria estações. Se ela fosse mais inclinada do que é, haveria estações ainda mais extremas e oscilações drásticas de temperatura. Os verões seriam mais quentes e os invernos seriam mais frios.

Definindo o verão

Converse com um meteorologista, cientista do clima ou autora Jenny Han, e eles lhe dirão que, para nós do Hemisfério Norte, o verão é junho, julho e agosto, os meses mais quentes do ano.

Mas há outra maneira de definir o verão. Fale com astrônomos, e eles dirão que o primeiro dia do verão é o solstício de verão – o dia do ano com a maior quantidade de luz do dia e a menor quantidade de escuridão.

O solstício de verão ocorre todos os anos entre 20 e 22 de junho. E todos os dias depois disso, até o solstício de inverno em dezembro, o Hemisfério Norte recebe um pouco menos de luz do dia.

O verão termina oficialmente no equinócio de outono , o dia de outono em que todos os lugares da Terra têm a mesma quantidade de luz do dia e noite.

O equinócio de outono acontece todo ano em 22 ou 23 de setembro.

Mas quer você veja o verão como Jenny Han ou como um astrônomo, uma coisa é certa: de qualquer forma, o verão deve chegar ao fim. Mas a estação e a magia que ela traz consigo estarão de volta antes que você perceba.

(*) Professora Assistente de Geografia e Meio Ambiente, Universidade de Richmond <<

PLAZA

PÃES E DOCES

Leitão a Pururuca, Pato, Galinha Caipira, Coelho, Picota, Pernil Suino, Lombo, Carneiro Pães, Bolos, Doces, Salgados, Café, Lanches, Tortas, Pães Integral, Pães Light, Água Mineral, Refrigerantes, Sucos Queijo, Presunto, Salsicha e Salame

O eixo da Terra é sempre inclinado em 23,5 graus
Por causa da inclinação da Terra, somos capazes de vivenciar as estações

Cacau do Pará e outros produtos de origem vão ao Chocolat Portugal e Salão de Paris

Missão coordenada pela Sedap vai apresentar nos dois eventos a qualidade das culturas agrícolas e da gastronomia produzidas a Amazônia

Ogoverno do Pará, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), coordena a missão composta por representantes de produtos de origens do Estado, como cacau, açaí e mel, entre outros. A comitiva vai participar do Festival Internacional do Chocolate e do Cacau - Chocolat Portugal -, em Porto, em Portugal. Em seguida, eles vão para o Salão do Chocolate, em Paris, na França.

A comitiva é composta por representantes da cultura cacaueira, além de empresários de outros produtos agrícolas de origem e servidores da secretaria. Em 2023, de acordo com os dados da organização do evento português, mais de 50 mil pessoas passaram pelo WOW, na Vila Nova de Gaia, local de realização do Chocolat Portugal. Para 2024, a expectativa é ainda maior.

Segundo o coordenador do Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva Cacauicultura no Pará (Procacau), da Sedap, engenheiro agrônomo, Ivaldo Santana, o principal objetivo da ida da missão paraense é divulgar e mostrar aos representantes dos diversos países participantes, as amêndoas de qualidade produzidas no Estado. O Pará, como lembrou Santana, já obteve um leque de conquistas dentro e fora do Brasil.

“Nós já fomos premiados tanto nacional como internacionalmente como melhor amêndoa do mundo, tirando o primeiro e segundo lugar, então nós vamos levar essas amêndoas, mostrar que temos uma boa produção e que o nosso produtor possa fazer negócios”, destacou. Os derivados dessas amêndoas, como chocolate e licores, também serão apresentados para serem divulgados nos dois eventos da Europa. De acordo com o engenheiro agrônomo, integram a missão sete produtores de cacau de diferentes municípios, cuja participação é financiada com recursos do Fundo de Apoio à Cacauicultura do Pará (Funcacau). Também integram o grupo três técnicos do Procacau da Sedap.

Texto *Rose Barbosa Fotos Divulgação
Salão do Chocolate, em Paris, na França

Origem

Paralelamente, participarão da missão quatro representantes do segmento da fruticultura e outros produtos de origem do Pará acompanhados do engenheiro

agrônomo, Geraldo Tavares, gerente de fruticultura da secretaria. Além do açaí e do cacau, o Pará mostrará as potencialidades dos sucos fabricados a partir de frutas nativas da região, como por exemplo o taperebá e a manga.

“Essas empresas representarão o segmento de frutas e outros produtos de origem, principalmente o açaí que é muito procurado; estamos levando também pela primeira vez uma empresa que representará o produto do mel, que é muito procurado na Europa”, destacou Tavares. Ele informou que a equipe também conta com a participação de uma empresa local que trabalha com produtos diversificados da gastronomia paraense, como por exemplo, tucupi, farofa de jambu, molhos específicos do Estado, entre outros. Como parte da programação, haverá a participação de representantes locais para apresentação da forma de produção da mandioca no Pará e os seus subprodutos. A terceira edição do Chocolat Festival foi aberta oficialmente na quinta-feira (24) até o dia 27 (domingo). O evento é uma realização Da MVU e Casa Brasiliana e conta com a parceria do Governo dos Estados do Pará e da Bahia. Já o Salão do Chocolate de Paris ocorre de 30 de outubro a 3 de novembro no Porte de Versailles.

(*) SEDAP <<

Suco de taperebá
Produtos de origem do Pará

Recursos Fitogenéticos para Alimentação e Agricultura

12ª Reunião do Grupo de Trabalho Ad Hoc Aberto para Aprimorar o Funcionamento do Sistema Multilateral ITPGRFA

Ao longo da história agrícola, os agricultores têm liderado esforços para desenvolver e salvar a diversidade de culturas, aumentando a resiliência a pragas e doenças e garantindo a adaptação da produção de alimentos às mudanças climáticas.

O Tratado Internacional sobre Recursos Genéticos Vegetais para Alimentação e Agricultura (ITPGRFA) reconhece a enorme contribuição dos agricultores para a agricultura sustentável e a segurança alimentar global.

Ele estabeleceu um Sistema Multilateral (MLS) de acesso e repartição de benefícios (ABS) por meio de um Acordo Padrão de Transferência de Material (SMTA). Este sistema fornece aos agricultores, melhoristas de plantas e cientistas acesso a recursos genéticos vegetais que são considerados vitais para a segurança alimentar (Anexo I do Tratado). Ele também visa garantir que os beneficiários compartilhem os benefícios que derivam do uso desses recursos genéticos. No entanto, um conjunto de desafios surgiu com relação à capacidade do MLS de gerar e compartilhar benefícios

Quanto maior a diversidade de culturas e sementes em nossa cesta alimentar global, mais forte será a base de nossa segurança alimentar e nutricional
A diversidade de culturas é vital para a segurança alimentar e o bem-estar global
Fotos Dana DeVolk no Unsplash, IISD/ENB | Mika Schroder, IISD/ENB | Mike Muzurakis, National Science Foundation, EUA(Cortesia

monetários. Ao longo da história do Tratado Internacional sobre Recursos Genéticos Vegetais para Alimentação e Agricultura (ITPGRFA), países desenvolvidos e em desenvolvimento têm debatido se a prioridade deve ser dada à facilitação do acesso ao PGRFA ou ao aprimoramento dos fluxos de compartilhamento de benefícios.

Um impasse de longa data caracteriza o processo de revisão: a expansão da lista de culturas no Anexo I do Tratado, que determina o escopo do Sistema Multilateral (MLS), gerará mais renda, argumentam há muito tempo os países desenvolvidos. Os países em desenvolvimento, por outro lado, enfatizaram que os fluxos de renda baseados no usuário precisam se materializar antes de concordar com uma expansão.

troca de recursos genéticos vegetais para alimentação

a segurança alimentar global e a agricultura sustentável

A diversidade de sementes é nossa herança, um presente da natureza e de nossos ancestrais. Protegê-la não é apenas preservar nosso passado; é garantir nosso futuro

A revisão, programada para 2031, avaliaria o status das ratificações do Anexo I alterado, o nível de renda baseada no usuário para o Fundo de Compartilhamento de Benefícios e a disponibilidade do material do MLS. Não atingir o número de ratificações necessárias para que o Anexo I alterado entre em vigor resultaria na reversão ao sistema atual. No entanto, como representantes da África e da sociedade civil apontaram, não existe nenhum plano para o que aconteceria se o compartilhamento de benefícios aprimorado não se materializasse. Os copresidentes Sunil Archak (Índia) e Michael Ryan (Austrália) apresentaram uma nova proposta de compromisso para estabelecer um sistema de assinatura com dois gatilhos alternativos para compartilhamento obrigatório de benefícios monetários: um pagamento inicial no registro; ou um pagamento diferido na comercialização de um produto incorporando material do MLS. Os delegados aceitaram amplamente prosseguir com base nessa proposta, com o entendimento de que várias questões precisam ser abordadas, particularmente sobre taxas de pagamento.

A
e agricultura (PGRFA) pode apoiar

Tratado sobre plantas: Mais um passo em direção a uma repartição mais justa de benefícios

A 12ª Reunião do Grupo de Trabalho

Ad Hoc Aberto sobre o Tratado Internacional sobre Recursos Genéticos Vegetais para Alimentação e Agricultura (ITPGRFA) foi concluída com sucesso em Roma, Itália, em 19 de setembro de 2024. A reunião, que começou em 16 de setembro de 2024, discutiu maneiras de aprimorar o sistema multilateral estabelecido sob o ITPGRFA.

Essas discussões são vitais para a segurança alimentar e a agricultura sustentável, abordando desafios importantes como o aumento da demanda por alimentos, promovendo práticas agrícolas resilientes e garantindo acesso equitativo aos recursos.

O Grupo de Trabalho Ad Hoc Aberto foi estabelecido pelo Conselho de Administração do ITPGRFA em 2013.

O Tratado Internacional sobre Recursos Genéticos Vegetais para Alimentação e Agricultura (ITPGRFA) visa conservar a diversidade de culturas e compartilhar seus benefícios para o bem-estar humano e planetário

O Tratado Internacional sobre Recursos Genéticos Vegetais para Alimentação e Agricultura (ITPGRFA) estabeleceu o primeiro Sistema Multilateral (MLS) operacional do mundo de acesso e repartição de benefícios

Trocas contínuas de recursos genéticos vegetais para alimentação e agricultura (PGRFA) são necessárias para a pesquisa agrícola e para garantir a segurança alimentar global

Os participantes incluíam delegados globais, membros da sociedade civil, organizações de agricultores e representantes da indústria de sementes.

Os delegados concentraram as discussões em três principais pontos críticos:

*Informações de Sequência Digital (DSI) e como compartilhar informações genéticas de plantasde forma responsável para garantir benefícios justos para todos os envolvidos.

*Expandindo o Anexo I, que é uma lista de 35 culturas alimentares e 29 culturas forrageiras consideradas importantes para a segurança alimentar. O grupo discutiu se deveria adicionar mais espécies de plantas importantes para facilitar o compartilhamento entre os países.

*Estruturas de pagamento para repartição de benefícios: Os delegados consideraram como definir preços justos para o compartilhamento de recursos vegetais para garantir que os provedores de recursos sejam compensados de forma justa.

Embora o tratado tenha sido posto em prática em 2001, questões relativas à partilha equitativa de benefícios monetários persistiram. Um grupo de trabalho foi formado em 2013 para melhorar o funcionamento do siste-

ma multilateral. No entanto, a decisão final sobre a sugestão do grupo de trabalho sobre a alteração do Anexo I para abranger todos os recursos genéticos vegetais não foi concluída antes de ser encerrada em 2019. As negociações foram retomadas em 2022 para desenvolver o pacote de rascunho de junho de 2019, com um mandato para resolver questões em torno dos três “pontos críticos”.

A 12ª Reunião destacou a contínua divergência de opiniões sobre esses tópicos.

Os delegados introduziram um novo mecanismo de assinatura projetado para garantir que as comunidades se beneficiem do fornecimento de acesso a recursos genéticos, mesmo em casos em que os produtos desenvolvidos a partir desses recursos não consigam atingir a comercialização. O mecanismo oferece duas opções de compartilhamento de benefícios: uma envolvendo pagamento no registro e a outra pagamento na comercialização de um produto.

Em relação ao Anexo I, as discussões se concentraram em como os recursos genéticos vegetais para alimentação e agricultura (PGRFA) devem ser definidos, como as espécies devem ser identificadas e a relação entre os recursos genéticos regidos pelo Tratado e aqueles sob o Marco Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal das Nações Unidas.

Os participantes continuaram a lutar com o desafio de equilibrar a necessidade de mecanismos de compartilhamento de benefícios aprimorados, ao mesmo tempo em que asseguravam que os interesses de todas as partes interessadas, incluindo os dos povos indígenas e comunidades

Aumento da demanda por alimentos, promovendo práticas agrícolas resilientes e garantindo acesso equitativo aos recursos.

locais, fossem adequadamente representados. Mas, apesar de anos de discussão, a clareza continua ilusória.

O objetivo principal da reunião era estabelecer um sistema mais justo para compartilhar os benefícios derivados dos recursos genéticos vegetais usados na agricultura. Tal sistema

A domesticação promove rápida evolução fenotípica por meio de seleção artificial. Aqui está retratado o capim selvagem teosinto ( Zea mays ssp. parviglumis ) que foi domesticado no milho moderno ( Z. mays ssp. mays ). As principais características selecionadas durante a domesticação incluíram o tamanho da espiga e da semente (comparado em relação a uma moeda de USD no detalhe) e a supressão da ramificação axilar Desde sua entrada em vigor em 2004, o Tratado Internacional se tornou o trabalho

garantiria que agricultores e comunidades que contribuem para a diversidade de cultivos recebam o devido reconhecimento e compensação por seus esforços.

Os copresidentes Sunil Archak, da Índia, e Michael Ryan, da Austrália, enfatizaram a importância de criar uma estrutura transparente de compartilhamento de benefícios que funcione tanto para provedores quanto para usuários de recursos.

A reunião foi concluída com discussões sobre ações futuras, incluindo o novo mecanismo de assinatura e potenciais emendas ao Anexo I. A próxima reunião, agendada para março-abril de 2025, revisará os resultados da 12ª Reunião e continuará as discussões sobre tópicos como informações de sequência digital e estruturas de pagamento. As decisões são esperadas para a 11ª sessão do Órgão Governante do Tratado em novembro de 2025.

Música pode ajudam plantas crescerem

Estimulação acústica aumenta atividade de fungos promotores do crescimento de plantas

Intervenções de restauração de ecossistemas frequentemente utilizam elementos visíveis para restaurar um ecossistema (por exemplo, replantando comunidades de plantas nativas e reintroduzindo espécies perdidas). No entanto, usar estimulação acústica para ajudar a restaurar ecossistemas e promover o crescimento de plantas recebeu pouca atenção. Esse estudo teve como objetivo avaliar o efeito da estimulação acústica na taxa de crescimento e esporulação do fungo promotor de crescimento de plantas Trichoderma harzianum Rifai, 1969. Tocamos um estímulo acústico monótono (nível de pressão sonora (SPL) de 80 dB em uma frequência de pico de 8 kHz e uma largura de banda de -10 dB do pico de 6819 Hz — parâmetros determinados por meio de revisão e pesquisa piloto) por 5 dias para T. harzianum

desmatamento, poluição e

crescente crise

para avaliar se a estimulação acústica afetou a taxa de crescimento e esporulação deste fungo (amostras de controle receberam apenas estimulação sonora ambiente menor que 30 dB). Mostramos que os tratamentos de estimulação acústica resultaram em aumento da biomassa fúngica e aumento da atividade dos conídios (esporos) de T. harzianum em comparação aos controles. Esses resultados indicam que a estimulação acústica influencia o crescimento de fungos promotores do crescimento das plantas e potencialmente facilita seu funcionamento (por exemplo, estimulando a esporulação).

O mecanismo responsável por esse fenômeno pode ser a estimulação do mecanorreceptor fúngico e/ou potencialmente um efeito piezoelétrico; no entanto, mais pesquisas são necessárias para confirmar essa hipótese.

Com o mundo vegetal enfrentando uma série de desafios provocados pelo homem — incluindo erosão,
uma
de extinção — teme-se cada vez mais que o futuro da biodiversidade e das plantações do mundo esteja ameaçado
Texto *Bénédicte REY Fotos Biology Letters, Jessica Hyde, PHYS, Universidade Flinders

Nosso novo estudo destaca o potencial da estimulação acústica para alterar atributos fúngicos importantes, que poderiam, com mais desenvolvimento, ser aproveitados para auxiliar na restauração do ecossistema e na agricultura sustentável. Tocar um som monótono estimula a atividade de um fungo que promove o crescimento das plantas, de acordo com

Esse estudo teve como objetivo avaliar o efeito da estimulação acústica na taxa de crescimento e esporulação do fungo promotor de crescimento de plantas Trichoderma harzianum Rifai, 1969

um estudo divulgado recentemente, levantando a possibilidade de que tocar música pode beneficiar plantações e jardins. Se tocar Mozart no volume máximo pode ou não ajudar as plantas a crescer é uma questão de debate científico há muito tempo. O programa de TV americano “MythBusters” até testou, descobrindo que plantas expostas ao death metal e à

A capacidade de “curtir”

música clássica cresceram um pouco melhor do que aquelas deixadas em silêncio, mas considerando os resultados inconclusivos. No entanto, com o mundo vegetal enfrentando uma série de desafios provocados pelo homem — incluindo erosão, desmatamento, poluição e uma crescente crise de extinção — teme-se cada vez mais que o futuro da biodiversidade e das plantações do mundo esteja ameaçado.

De acordo com o novo estudo publicado na Biology Letters, “o papel da estimulação acústica na promoção da recuperação de ecossistemas e sistemas alimentares sustentáveis continua pouco explorado”.Com base em trabalhos anteriores que expuseram a bactéria E. coli a ondas sonoras, a equipe de pesquisadores australianos decidiu avaliar o efeito do som na taxa de crescimento e na produção de esporos do fungo Trichoderma harzianum.

Este fungo é frequentemente usado na agricultura orgânica por sua capacidade de proteger plantas de patógenos, melhorar os nutrientes do solo e promover o crescimento. Os pesquisadores construíram pequenas cabines de som para abrigar placas de Petri cheias de fungos.

música também significa que as plantas são capazes de “não gostar” de música, o que é outra faceta interessante dessa questão

Vários outros estudos, incluindo um feito pelos Mythbusters, descobriram que as plantas gostam de heavy metal tanto quanto ou mais do que música clássica

Em vez de sucessos pop, eles tocaram “Tinnitus Flosser Masker a 8 kHz”. Este foi o áudio de um dos muitos vídeos de ruído branco no YouTube que têm a intenção de aliviar o zumbido ou ajudar os bebês a dormir. “Pense no som de um rádio antigo entre os canais”, disse à AFP o principal autor do estudo, Jake Robinson, da Universidade Flinders. “Escolhemos esse tom monótono por razões experimentais e controladas, mas pode ser que uma paisagem sonora mais diversa ou natural seja melhor”, disse ele.

“Isso precisa de mais pesquisas.”

Tocar música — ou apenas um som — nas plantações pode ajudá-las a crescer?

Jardim sonoro

As placas de Petri ouviam esse som a um nível de 80 decibéis durante meia hora por dia. Após cinco dias, o crescimento e a produção de esporos foram maiores nos fungos que ouviram o som, em comparação com aqueles que ficaram em silêncio. Embora longe de serem definitivos, os pesquisadores sugeriram algumas possíveis razões pelas quais isso poderia acontecer.

A onda acústica pode ser convertida em uma carga elétrica estimulante de fungos, sob o que é conhecido como efeito piezoelétrico. Outra teoria envolve pequenos receptores nas membranas dos fungos chamados mecanorreceptores.

Com o mundo vegetal enfrentando uma série de desafios provocados pelo homem — incluindo erosão, desmatamento, poluição e uma crescente crise de extinção — teme-se cada vez mais que o futuro da biodiversidade e das plantações do mundo esteja ameaçado

O crescimento e a produção de esporos foram maiores nos fungos que ouviram o som, em comparação com aqueles que ficaram em silêncio

Eles são comparáveis aos milhares de mecanorreceptores na pele humana que desempenham um papel no nosso sentido do tato, que envolve reagir à pressão ou vibração.

“Pode ser que as ondas sonoras estimulem esses mecanorreceptores nos fungos, que então desencadeiam uma cascata de eventos bioquímicos que levam à ativação ou desativação de genes — por exemplo, o tipo de gene responsável pelo crescimento”, disse Robinson.

“Nossa pesquisa preliminar sugere que os fungos respondem ao som,

mas ainda não sabemos se isso beneficia as plantas. Então, esse é o próximo passo”, ele acrescentou.

“Podemos influenciar as comunidades microbianas do solo ou das plantas como um todo? Podemos acelerar o processo de restauração do solo estimulando a terra com paisagens sonoras naturais? Que impacto isso pode ter na fauna do solo?”, ele perguntou.

“Há muitas questões importantes para nos manter ocupados”.

(*) Universidade Flinders <<

Desenvolvimento sustentavel

Em parceria com

Representante Autorizado

O sistema é alimentado com resíduos orgânicos

Bactérias decompõem o resíduo orgânico no biodigestor

O biogás é armazenado no reservatório de gás para ser usado em um fogão

O fertilizante líquido pode ser usado em jardins e plantações

O sistema tem capacidade de receber até 12 Litros de resíduos por dia.

O equipamento produz biogás e fertilizante líquido diariamente. Totalmente fechado mantendo pragas afastadas.

O QUE COLOCAR NO SISTEMA

Carne, frutas, verduras, legumes e restos de comida.

OBS: Máximo de duas cascas de cítricos por dia.

O

Em um ano, o sistema deixa de enviar 1 tonelada de resíduos orgânicos para aterros e impede a liberação de 6 toneladas de gases de efeito estufa (GEE) para atmosfera.

QUE NÃO COLOCAR NO SISTEMA

Resíduos de jardinagem, materiais não orgânicos (vidro, papel, plástico, metais). Resíduos de banheiro, produtos químicos em geral.

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