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ISSN 16776968
Edição 29
Camillo Martins Vianna
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oi o brado de alerta de Sua Senhoria o Titular da Secretaria Especial do Meio Ambiente, depois de sobrevoar parte do território nacional, incluindo, logicamente, a Amazônia. O Brasil está tocando fogo, foi o angustiante grito de revolta do senhor secretário, experimentado entendedor das coisas relacionadas à destruição da fauna e da flora da Terra da Santa Cruz. Pela parte que nos toca, aqui, no antigo Inferno Verde, e hoje mais acertadamente, casa da Mãe Joana, nada há opor, no que diz respeito à abalizada opinião do responsável pelo pregão catastrofista que, como todos os demais relacionados ao problema, não deverá encontrar nenhuma ressonância nas partes interessadas, coniventes, sem dúvida, nessa esquissitíssima e gigantesca inquisição silvestre, alimentada e abastecida por toda sorte de
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condicionantes de alta periculosidade predatória, que está transformando, a passos largos, a formidável floresta amazônica, num vasto campo de batalha, cujos escombros podem ser observados, com grande facilidade, levando-se em conta a enorme extensão do rastro da destruição. Incapaz de ser defendida ou mesmo de se defender, a Floresta Intérmina dos ufanistas, está sendo violentada com uma impetuosidade que talvez nunca tenha sido vista em canto nenhum do globo terrestre, tal o furor de todo um dispositivo montado para desintegrá-la e abastardála, no mais curtoespaço de tempo possível. A posição apática desinteressada e impotente, dos responsáveis pela sua incineração, não mostra nem um possivel ponto de comparação com a estrutura montada para fazer sumir a cobertura florestal do Império das Amazonas, numa espécie de Delenda Cartago, em chãos do Novo Mundo Tropical. A chama e a fumaça, fazem parte do panorama amazônico, não sendo possível encontrar, em qualque ermo da Hiléia, escaninho onde não exista uma coluna de restos incendiários, em oferenda talvez, a um deus sequioso de novos e mais alentados sacrifícios, abastecida pelo desvario de adoradores do fogo e da incúria, sejam eles míseros párias, sem
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eira nem beira, até super poderosas multinacionais, passando por todo um mostruário de ativos incineradores, estimulados pela pobreza, pela ambição e pela insensatez, não restando dúvida que esta ocorrendo, no Futuro Celeiro do Mundo, uma concentração de piromaníacos, a aceitar a opinião do antigo responsável pelo Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia, situado em Maués, cidade de que apresenta, como todas as demais da região, na época das grandes queimas, um elo de fumaça, estigmatizando todo o processo de integração. Fogueiras de todos os tamanhos, em todos os tamanhos, em todas as localizações e em todos os lugares, dão a lembrança, às vezes, de uma pira fúnebre ou de uma expiação de algum pecado cometido, transformando matéria prima em cinza, dilapidando patrimônio armazenado durante séculos, modificando o processo histórico da integração em nova e obscura Idade Média.
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uito se falou na Amazônia nos governos passados mas nenhum governante teve a ousadia que o Presidente Lula está tendo de apresentar para o debate da sociedade, através de seus representantes no Congresso, uma proposta concreta para o uso e manejo das florestas. O Projeto de Lei que cria o Plano Nacional de Florestas, a primeira iniciativa do governo brasileiro no sentido de se implantar uma política para o desenvolvimento sustentável de nossas florestas já está causando polêmicas por seu pioneirismo. Só para se ter uma idéia, o Brasil teve até agora um orçamento para o setor florestal que é menos da metade do que o governo americano gasta por ano com um só parque, o Parque de Yellowstone, um dos mais antigos e tradicionais parques nacionais dos Estados Unidos. A Guatemala, bem menor e mais pobre que o Brasil, gasta mais com política florestal do que o nosso País. E nós temos a maior floresta tropical do mundo. Incluindo as demais florestas como a Mata Atlântica, o cerrado, o pantanal e as caatingas, além da floresta amazônica, nós temos uma ocupação de solo com florestas em pé de 48,5% do território nacional, sendo que só a Amazônica
representa 70% desse total. O setor florestal gera uma riqueza que corresponde a 4% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional e representa entre 7 e 8% das nossas exportações. A produção florestal só perde para a soja e o agronegócio. Aí se inclui a produção de papel e celulose, carvão, madeira, chapas e compensados, a extração de resinas e óleos e a produção de cosméticos, fármacos e alimentos de origem florestal. É um setor extremamente rentável, como se pode ver, para ficar relegado a um plano secundário como vinha sendo tratado até o governo passado. Isso será corrigido com o Plano Nacional de Florestas que compõe uma série de ações do governo federal para o setor. Ações que já estão sendo tomadas concretamente, a exemplo das ações de fiscalização do Ibama que começou a implantar novas bases de fiscalização, no chamado arco do desmatamento. A primeira delas já tendo sido implantada no município de Itaituba, no Pará. O Plano Nacional de Florestas pretende promover o desenvolvimento sustentável, conciliando o uso e a conservação dos recursos
Desenvolvimento Sustentável para a Amazônia *Paulo Rocha
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o caso dos pequenos produtores. O Plano Nacional de Florestas prevê ainda a concessão de áreas florestais para exploração privada, que vem causando muita polêmica, mas que, na prática significará, ao contrário do que se pensa, um controle maior do Estado sobre a exploração madeireira e a preservação das florestas, principalmente da floresta amazônica. Além disso, serão constituídos o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal, o Serviço Florestal Brasileiro e a Agência de Desenvolvimento Florestal. Neste Mês em que se comemora o Dia da Árvore essa é uma boa notícia para nossas florestas até agora submetidas, com as devidas exceções, à sanha de exploradores inescrupulosos que não se preocupam com o futuro principalmente da Amazônia que é a nossa maior floresta. *Deputado Federal
florestais. O Plano prevê, por exemplo, um aumento da recuperação de áreas degradadas dos atuais 5 mil ha para 95 mil há por ano, até 2007. A previsão para a expansão da base florestal plantada é de 2 milhões de ha até 2007. A expansão da área florestal manejada tem previsão de crescimento de 15 milhões de ha também até 2007. Isso será feito através de políticas públicas para o setor florestal com o objetivo de incentivar o desenvolvimento sustentável, através de crédito, assistência técnica e tecnologia. Por outro lado, serão desenvolvidos também programas voltados para inibir a exploração predatória dos recursos florestais através do incremento da fiscalização mas também da inclusão de novos produtores com uma regulamentação mais facilitada para o setor, principalmente para
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Paraense Pai D’égua
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Paisagens de Landi
+CULTURA +INFORMAÇÃO +ENTRETENIMENTO +ARTE +TURISMO +SAÚDE +CIDADANIA +LAZER +ESPORTE +ECOLOGIA
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Árvores na Amazônia
O que fazer? *Edson Gillet Brasil
onde agregaria maior valor comercial e, sim, para Sampa (São Paulo). As nossas castanheiras são abatidas ilegalmente e contrabandeadas para servir de forma de concreto na construção civil paulistana. Para quê fauna se as árvores estão sendo queimadas e abatidas de forma indiscriminada? Milhares de exemplares da fauna silvestre são traficadas e a maioria morre no percurso. Estima-se que em cada 10 animais silvestres enviados ilegalmente para o exterior oito morrem por maus-tratos pela forma cruel que são transportados e com isso vão para o ralo bilhões de dólares com a biopirataria e agora com a hidropirataria (roubo de água) do rio Amazonas. A nociva Sudam com a sua maléfica política de incentivos fiscais dizimou pela pata do boi milhares de
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ara os chamados dendroclastas árvores é sinônimo de todo tipo de obstáculo que a mente doentia da fauna humana possa imaginar. Falar em comemoração no Dia da Árvore virou uma grande falácia neste país bonito por natureza. O país que se orgulhava de ser rural até a metade da década 80, se transformou num grande conglomerado urbano nas últimas décadas. Entrou o século 21 como um dos países mais urbanizados do mundo. E com esse urbanismo exagerado às tragédias acontecem sempre tendo como protagonista central à arborização nas grandes cidades. Quando se pensa em construir o primeiro ato é retirar o verde, suprimir qualquer vegetação que possa comprometer o concretismo. As estatísticas falam em 60% da população brasileira a maioria morando de forma desumana na área urbana e outras 40% resistindo em áreas rurais. Aventa-se que a floresta com certeza em pé vale mais. Mas, quanto? Quem pode mensurar a valoração do verde amazônico. Fala-se que à nossa biodiversidade uma das maiores desse planeta vale em torno de alguns trilhões de dólares. Calcula-se em 1.800 dólares o hectare processado da madeira na região amazônica. Agora se descobre que 90% da madeira amazônica não vão para o exterior
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hectares de florestas. Queimadas, agricultura, mineração, extração de madeira e agora a soja vieram no rastro. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) comprova que a área desmatada na Amazônia (i) Legal formada por nove estados amazônicos cresceu entre 2002 e 2003, algo em torno de 2%. A área atingida subiu de 23.266 km2 para 23.750 km, bem menor do que o verificado entre 2001 e 2002, quando a área desmatada cresceu 28%. A Amazônia é uma região que contraditoriamente muitos conhecem e poucos sabem de sua existência e da importância estratégica ao País. A riqueza da sua biodiversidade é sempre decantada em prosa e verso e na essência uma ilustre desconhecida sobre o ponto de vista do conhecimento. O Pará tem 45% do seu território coberto por florestas, cerca de 8% já viraram cinzas, e hoje responde por 40% de todo o desmatamento na Amazônia. Depois do Mato Grosso com 50%, o Pará é um dos estados que mais devasta a sua cobertura vegetal foram: 8.697 km2 (2002) e 7.293 quilômetros quadrados ( 2 0 0 3 ) . Dados do IBAMA/MM A apontam até junho de 2004 uma área já desmatada de 3.919,5 Km2, quase o tamanho da área do Distrito Federal. Um dos maiores desmatamentos já identificados pelos agentes do Ibama, este ano, foi de 6.300 hectares ocorreu próximo ao rio Anfrísio, região do Xingu,
conhecida como Terra do Meio, área com 8,5 milhões de hectares, localizada entre os Rios Xingu e Tapajós e palco de conflitos sociais, fundiários, indígenas e outros matizes da face violenta da Amazônia. A voz do governo federal diz que "As taxas de desmatamento ainda são intoleráveis", mas a sangria continua. A ministra Marina Silva (Meio Ambiente) declarou que o governo conseguiu "estancar" o desmatamento da Amazônia. A criação do Plano Nacional de Ação para a Prevenção, Controle ao Desmatamento tem o objetivo de aumentar a repressão às derrubadas ilegais ou clandestinas. Segundo ela foram criadas 27 delegacias da PF especializadas na área ambiental. Este ano já foram 42 milhões de reais para combater ilícitos ambientais e promover ações de educação de ambiental na Amazônia, envolvendo 14 ministérios. Cerca de 18 milhões desse montante estão contigenciados no Plano de combate ao desmatamento ao Exército, que vai usar 14 aeronaves como apoio logístico às ações do Ibama em parceria com outros ministérios que participam do Plano. Para 2005 a previsão é de 55 milhões de reais já garantidos no orçamento da União com as ações de combate começando no mês de marco. Quem sabe que até o final do governo Lula, possamos saber o que fazer com as árvores na Amazônia. *Jornalista
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Paraense Pai D’’égua Ivetthy de Souza
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oi atleta, manequim e depois se descobriu cantora. Yvetthy de Souza, mocoronga, encantou os italianos quando, esguia, cabeça raspada, entrou no salão e soltou sua voz. Nascida em Santarém, passou sua infância em Belém colecionando medalhas, vencendo provas de atletismo: 100m rasos e salto à distancia. Em S. Paulo passou a ser conhecida como a Deusa de Ébano e agora, na Itália, està impondo sua voz e sua classe.
O inicio da carreira Comecei a cantar em Belém nas rodas de amigos os quais diziam sempre “menina vc tem uma voz linda, diferente, porque não começa a cantar pra valer” e eu sempre achando que eles estavam sendo bacanas comigo. Um dia organizei uma festa no Olimpus e dei uma palinha. Ali, outro amigo ouviu e se entuasiasmou; me arranjou um emprego numa grife em S. Paulo e acabei indo para lá. Frequentando os bares que tinham música ao vivo, acabava sempre no palco, cantando. Dando canja aqui e ali um dia, num destes bares a cantora foi despedida e os músicos me chamaram pra fazer uma entrada de 40 minutos. Preparei um repertório de umas 20 músicas e não parei mais. Desde pequena fazia esporte e nunca tinha me passado pela cabeça de ser cantora, mesmo se cantarolava. Nessas alturas era o caso de me preparar para seguir essa nova carreira. Durante sete anos estudei canto com Magdalena de Paula; tive aulas de teatro da música com Myriam Muniz, de teatro corporal com Meliana de
Santos e Wellington Duarte e de piano com Dani Lasalvia. Rodei bares, participei a projetos do Sesc, apresentei-me no Centro Cultural de S. Paulo, administrei o Centro Musical Santa Cecilia, e por ai vai. Esse desafio teve início em 1990. Acabei indo para o Japão, Emirados Arabes e agora estou aqui na Itália, vivendo do meu canto...
Porque a Europa? Senti que tinha possibilidades de ter o meu espaço no mercado europeu quando recebi o convite da proprietária do Restaurante Cangaceiro. Eu tinha apenas me separado e estava buscando um lugar para ir e esquecer meu exmarido. Na verdade duas foram as propostas: voltar ao Japão ou vir para Itália. Como já conhecia o Japão optei pela Itália pensando já daqui ir pra França, Espanha, Alemanha… Temos sempre a ilusão de que na Europa se pode fazer sucesso com mais facilidade !!! É o sonho de todos.
No Blue Inn Café em exibição
Viver fora do teu Paìs, porém, nao è a melhor coisa do mundo. É necessario muito equilibrio e muita coragem pra suportar, primeiro de tudo a solidao, depois a falta de amigos verdadeiros. É importante que tu tenhas um objetivo, seja ele qual for, senão nao aguentas nem 6 meses. Nada é fácil, mesmo se tive sorte e estou trabalhando bem. Quando se chega sem conhecer ninguém, acabamos ficando dependendo somente de quem nos contratou. Na Itália estou notando que eles preferem a bossa-nova, mas apreciam também a MPB e o jazz. Aqui tem espaço para mim pois a maior parte das bandas que cantam música
Na percursão ela também é craque
brasileira são formadas por italianos. A concorrencia de conterraneos não é grande, ao menos na região EmiliaRomanha, onde me encontro. Como Afro-indígena nascida em Santarém, filha de negros e descendente de índios, sou fruto de várias influências musicais. Tentei demonstrar isso com o CD “De onde vens”, lançado no Japão e que apresentei em Belém em dezembro de 2000. Nele, tive o prazer de ter a participação de Dori Caymmi e Claudete Soares, além de cantar uma música inédita de Djavan. Já o apresentei em diversas cidades italianas e estou satisfeita com o êxito obtido. Acho que a minha estada aqui, pode, além de me fazer crescer, inclusive contribuir para mostrar o que de belo temos em nosso Estado e em todo o Brasil. Estou trabalhando muito com meus músicos, preparando-os para tocar Carimbò. Por enquanto só saiu … lambada.
Ivetthy é mais uma paraense que està mostrando o seu valor la fora. Boa sorte! Dulce Rosa de Bacelar Rocque
Ivetthy e Dulce
Ceramica e Ar Denise reproduz em papel milimetrado a posição das urnas funerárias que estão sendo escavadas.
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ossa entrevistada sobre o tema intitulado é Denise Pahl Schaan nascida em 1962, em Porto Alegre, R.G. do Sul. Graduouse em História em 1987 pela UFRGS, e recebeu o título de Mestre em História, Área de Doutorado em AntroEm 1997, Denise Concentração Arqueologia Amazônica, pela (PUC/RS). pologia Social na mudou-se para Belém Sua Dissertação de Mestrado, um estudo detalhado da Universidade de Pittsdo Pará, para realizar coleção de cerâmica Marajoara "Tom Wildi", foi burgh, Estados estudos com as publicada em 1997 pela editora da PUC/RS. Intitulada Unidos. Neste mês, coleções de cerâmica "A Linguagem Iconográfica da Cerâmica Marajoara", Deseni obteve o título Marajoara do Museu a obra aborda os grafismos da cultura Marajoara a de PhD em AntroParaense Emílio partir de uma metodologia estrutural, mostrando pologia Social, Área de Goeldi. Aqui dedicou-se que ícones representando a fauna da Ilha de Concentração Arquetambém a estudar a Marajó eram usados para veicular ologia, com a tese "O ocupação pré-histórica na mensagens sociais sobre Cacicado dos Camutins: região do alto Rio Anajás, mitologia,
centro da Ilha de Marajó. Em seis anos de pesquisas, Denise Schaan descobriu e estudou nove novos sítios arqueológicos da cultura Marajoara, dirigindo dois extensos projetos de pesquisa. Em 1999, Denise Schaan iniciou o curso de
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Emergência e Desenvolvimento de Complexidade Social na Ilha de Marajó, Amazônia Brasileira", financiado pela Fundação Nacional de Ciências dos Estados Unidos (National Science Foundation - NSF) e Earthwatch Institute. Denise integra a Sociedade de Arqueologia Brasileira
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te Marajoara Patrick, um voluntário do Instituto Earthwatch, e Cristiane, bolsista de iniciação científica do CNPq, escavam urna Marajoara no sítio Camutins.
Programa de Estudos de Gênero. Para custear seus estudos nos Estados Unidos, Denise tem recebido bolsas de estudo do CNPq - Conselho Nacional de Pesquisas, e da Fundação Heinz, de Pittsburgh. As pesquisas têm também apoio do
e a Sociedade de Arqueologia Americana. Paralelamente às atividades do Programa de Antropologia Social na Universidade de Pittsburgh, Denise também obteve um certificado de especialista em Estudos Latino-Americanos e cursou matérias do ,
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Denise Schaan dirigiu diversos projetos arqueológicos na Ilha de Marajó. Seus interesses de pesquisa incluem Pré-história Amazônica, Sociedades Complexas, Iconografia, Estudos Cerâmicos e Gênero em Arqueologia
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Museu Paraense Emílio Goeldi. Para Denise Schaan, a cerâmica Marajoara é considerada uma das mais bonitas e sofisticadas das Américas e seus desenhos labirínticos e repetitivos podem ser entendidos como uma linguagem iconográfica, que comunicava sobre a ordem das coisas, das relações entre humanos e animais e sobre papéis sociais, gênero e status. Denise diz que a arte Marajoara é conhecida por sua cerâmica, apesar do fato de que as populações amazônicas devem ter usado outros materiais, tais como madeira, ossos e fibras para
Candace Voda, do Instituto Earthwatch, lava fragmentos de cerâmica para análise
Legenda: Fábio, do Museu Goeldi, restaura peça arqueológica escavada do sítio Camutins.
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expressar suas idéias artisticamente. Estas idéias se tornam visuais através de desenhos geométricos que lembram a fauna local. Animais como serpentes, lagartos, jacarés, escorpiões, e tartarugas são representados através de espirais, triângulos, retângulos, círculos concêntricos e ondas, entre outros signos, utilizando-se de técnicas variadas. O estudo destes ícones e o seu lugar no conjunto da representação permite a identificação dos temas zoomórficos, possivelmente seres sobrenaturais ou mitológicos. Denise Schaan caracteriza esses desenhos como uma linguagem iconográfica. Anna Roosevelt, uma das maiores especialistas mundiais em pré-história amazônica, inclui entre as grandes civilizações do mundo antigo os marajoaras.
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Fragmentos de cerâ mica Marajoara dos Aterros do Pequaquara, Ilha de Marajó.
A Arte Marajoara
imagens freqüentemente concebidos durante transes alucinógenos. Nascia a arte Marajoara O imaginário coletivo tornava-se visual na forma de desenhos que nos lembram labirintos, espirais, triângulos, círculos, retângulos, tridentes e faces. Com temática estreitamente relacionada à fauna local, os desenhos na cerâmica se constituíam em uma linguagem iconográfica, onde seres míticos eram representados de uma maneira lógica,
or volta do ano 400 depois de Cristo, sociedades hierárquicas e regionais emergiram na Ilha de Marajó. Sob o domínio dos caciques, a nova forma de organização social passou a ser legitimada por rituais, durante os quais os pajés faziam a ponte entre o mundo terreno e aquele dos espíritos e dos antepassados. Por essa ponte transitavam símbolos e
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As decoracoes e os significados s motivos decorativos na cerâmica Marajoara são em geral geométricos na forma e parecem abstratos para a maior parte dos observadores. No entanto, eles representam seres mitológicos, espelhados na fauna local. Cobras, jacarés, lagartos, urubus, corujas, tartarugas, macacos e escorpiões são os temas mais comuns, e aparecem em vários tipos de objetos. Os animais são representados tanto em três dimensões, em relevo, como em duas dimensões, como grafismos geométricos. Comparando os dois tipos de representações é possível identificar que os ceramistas tinham a intenção de representar os mesmos seres nos desenhos geométricos. Ainda que não possamos determinar significados específicos para os desenhos, é possível mostrar o que eles representam e comparar com estórias mitológicas amazônicas.
O Material em processo de restauração, Museu Goeldi
coerente e harmoniosa, independente de técnicas, formas e superfícies. A vivência coletiva legitimava uma arte que nascia da necessidade de se visualizar e comunicar emoções, sentimentos, verdades, tradição, posições sociais, história. Como em qualquer sociedade que não conhece a escrita, tal arte teria a função de armazenar e socializar conhecimento. A sociedade Marajoara e sua cultura desapareceram nas primeiras décadas da dominação européia, pois aquelas populações não resistiram às doenças, guerras e missionização. No entanto, deixaram-nos como legado sua cerâmica e os antigos aterros onde moravam, realizavam suas cerimônias e enterravam seus mortos. Graças ao uso da cerâmica nos rituais funerários, sua arte sobreviveu até nossos dias. Não por acaso, sua atualidade se mantém porque veicula uma cosmologia construída sobre um tempo circular, que, assim como seus desenhos, nos ensina que o começo está sempre irremediavelmente ligado ao fim - este sim, nada além de um ponto de partida.
Padrões da Serpente Os Marajoara, assim como muitos outros povos amazônicos, parecem ter acreditado que uma serpente ancestral os protegia. A serpente pode ter sido considerada responsável pela abundância da pesca, a maior fonte de proteína para os povos da Ilha. A serpente mitológica protegeria os peixes e asseguraria sua reprodução Vasilha para inalar anualmente. Para demonstrar alucinógeos sua consideração para com esse
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ser mitológico, representações de serpentes e padrões decorativos de pele da serpente estão presentes em praticamente todos os objetos de cerâmica, seguindo regras de composição rígidas.
bordas ocas, uso de técnicas de modelagem, incisão e excisão), encontrada associada a enterramentos secundários e contextos rituais. Estatueta representando falo
Práticas Funerárias Banco pra os xamãs
Datação Uma série de datações radiocarbônicas permitem situar o período de maior crescimento e expansão da cultura Marajoara entre os séculos V e XIV, colocando-a como a mais antiga fase da tradição polícroma amazônica, um estilo cerâmico caracterizado por uma cerâmica cerimonial altamente elaborada Urna pintada com formas em forma e decoração (pintura femininas para enterrar preta e vermelha sobre branco, mortos ilustres
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Dados obtidos através de escavações arqueológicas indicam que os mortos eram enterrados em diferentes tipos de urnas, antropomórficas ou não, decoradas ou não, de vários tamanhos e formas, atestando tratamento diferenciado, como esperado para sociedades hierárquicas. Alguns “sub-estilos” identificados dentro do estilo característico da cerâmica Marajoara parecem estar
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relacionados a diferentes regiões dentro do domínio da cultura Marajoara, assim como a diferentes períodos cronológicos. Os escavadores notaram que as urnas eram enterradas juntamente com outros objetos cerâmicos, como banquinhos, estatuetas, tangas, pratos, tigelas, vasos, vasilhas em miniatura, e em alguns casos objetos líticos como machados de basalto e adornos diversos. Um padrão repetidamente observado consiste no enterramento de ossos desarticulados, que teriam sido previamente pintados de vermelho, e então colocados dentro da urna de acordo com alguma ordem pré-estabelecida. O crânio teria sido colocado no fundo da urna, justamente sobre uma tanga decorada; os ossos longos, então, teriam sido colocados em seguida, antecedendo os menores. Objetos de cerâmica são comumente encontrados dentro ou ao lado da urna. Alguns parecem ter sido colocados sobre a superfície, uma vez que é provável que as urnas tenham sido enterradas somente até a borda, e então cobertas por uma tampa (geralmente uma tigela decorada invertida), que restava então visível sobre o chão da casa.
Marajoaras, as diferenças em tamanho, proporção e curvatura indicam uma variabilidade que estava relacionada à anatomia feminina. Furos nas extremidades das tangas eram feitos para a introdução de um cordão, com o objetivo de ajustar a peça ao corpo. As tangas Marajoara eram produzidas em dois tipos básicos. O mais comum consistia na aplicação de um engobo vermelho e polimento da superfície, resultando em um vermelho forte e luminoso. O segundo consistia na aplicação de um engobo branco, sobre o qual os desenhos eram pintados, comumente usando tintura vermelha e em alguns casos preta. Pelo fato das tangas pintadas com desenhos serem mais raras e mais impressionantes, poderíamos ser levados a pensar que elas eram destinadas a mulheres mais importantes, ou que eram usadas apenas em ocasiões especiais. Nossa pesquisa sugere, no entanto, que as tangas pintadas eram usadas por meninas e as vermelhas por mulheres adultas.
Tanga, a vestimenta feminina Tangas são peças cerâmicas triangulares e côncavas, semelhantes às tangas feitas de fibras vegetais usadas por índias amazônicas. No entanto, o uso da argila para confecção de tangas é raro. O único caso conhecido é o das tribos Pano do rio Ucayali, onde meninas usavam uma tanga cerâmica de formato oval durante um certo período da puberdade (Relatado por Métraux, Meggers e Evans 1957). Entre as tangas
Escavações de um aterro cemitério da fase marajoara.
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Camutins
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Sítios Arqueológicos
ILHA DO MARAJÓ
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Esta matéria é uma homenagem à nossa Ilha do Marajó, que brevemente deverá ser considerada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). Já está sendo realizado o primeiro Inventário de Referência Cultural (INRC) da Ilha, incluindo manifestações culturais como a dança, a culinária, as festas populares, as formas lingüísticas e os sítios arqueológicos dos índios marajoaras, que habitaram o território da Ilha entre três e quatro mil anos atrás.
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O Queijo Q
uem já teve a sorte de ter degustado e se deliciado com um bom pedaço do Queijo do Marajó, conta maravilhas de seu sabor “A receita marajoara é meio que secreta”, explica inigualável. Verdadeiro acepipe de deuses, Eliana Costa. “Eles passam de pai para filho e neto, e exageram alguns. O certo é que realmente ele é nunca foram feitas análises físico-químicas ou saborosíssimo. recolhidas informações sobre o fabrico por técnicos Porém, o queijo marajoara, apesar de intensamente do Estado”, acrescenta. consumido por fãs incondicionais e fartamente Segundo informações dos produtores, o Marajó têm comentado, não pode ser vendido legalmente em 60 queijarias produzindo cerca de 1000 quilos de nenhum ponto comercial. Isso porque trata-se de um queijo por mês. Estima-se que a produto não registrado e sem rentabilidade da produção chegue padrão definido pela legislação a R$ 400 mil mensais, com geração alimentar. de 480 empregos, entre quem Nem a marca queijo do Marajó trabalha diretamente no fabrico, pode ser usada comercialmente, quem faz a coleta do leite nas porque a patente do nome está fazendas e quem atua na impedida enquanto o produto não comercialização do produto. tiver um padrão reconhecido pelo Apesar da pujança e da fama do Serviço de Inspeção Oficial. queijo, os técnicos da Adepará Apesar do produto da ilha ter A ordenha tradicional... c o n s t a t a r a m q u e e x i s t e m asseguradamente e comprovaproblemas em toda a cadeia damente mais de 200 anos de produtiva. É necessário produzir tradição, ele nunca foi examinado dentro de padrões técnicos por técnicos para uma definição sanitários e de higiene, para que se comercial e legal. Não podendo possa enquadrar o queijo do ser classificado nem como Marajó no Regulamento de requeijão, nem como mussarela”, Identidade e Qualidade dos diz Eliana Costa, gerente de Produtos Lácteos. inspeção de produtos de origem “São várias receitas, vários animal da Adepará. Os produtos processamentos diferentes e o que lácteos citados por Eliana são os ... a moderna estamos fazendo é identificar um que têm as características perfil tecnológico que permita padronizar a percentual de gordura, teor de umidade, presença ou produção”, explica Luiz Pinto de Oliveira, diretor não de conservantes registradas em regulamento geral da Adepará. O trabalho é coordenado por Eliana específico.
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O grande problema e o segredo
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o Marajó Costa, junto com o casal de pesquisadores Maria Tereza Ximenes e Marcos Ximenes Pontes.
Pólos queijeiros
“Além de criar um padrão e permitir o registro, a idéia é fazer com que os queijeiros trabalhem cooperados em pólos, dentro de laticínios construídos de acordo “Nossa ambição é não só registrar comercialmente o com os padrões aceitos pelo mercado”, explica Eliana nome do produto, mas melhorar as condições da Costa. Os técnicos calculam que o investimento inicial produção e promover o cooperativismo entre os para a construção de um laticínio dentro das normas produtores de queijo”, sonha Carlos Augusto Gouvêa, seja de 40 mil reais. produtor de queijo e também técnico da Secretaria de O grupo de trabalho formado por Adepará e Poema vai Agricultura do Pará em Soure. mapear as principais comunidades queijeiras para Como pontapé inicial para concretizar a ambição de criar pelo menos um laticínio em cada região, Carlos Augusto, que é um dos concentrando a produção em poucos queijeiros com espaço cooperativas. “Precisamos retirar os adequado de produção, a Adepará queijeiros de suas cozinhas e garantir criou juntamente com os um local adequado para uma produção professores Marcos e Tereza comercialmente aceitável e com boas Ximenes, da UFPA, o grupo de condições sanitárias”, acrescenta trabalho que envolve especialistas Eliana. em tecnologia alimentar, médicos Vão ser mapeados todos os pontos da veterinários, pecuaristas e os ilha onde a produção é significativa, produtores rurais do Marajó. para que sejam escolhidos locais A primeira etapa das atividades do próximos a estradas para o grupo foi uma visita à comunidade O gostosíssimo queijo do Marajó escoamento do produto e fácil acesso à do Jabuti, no município de rede de energia elétrica. Cachoeira do Arari, para um Vamos torcer para que dentro do diagnóstico da produção dos menor tempo possível a Adepará, a ilhéus. A segunda etapa do estudo UFPA e o Poema possam criar o já começou e conta com uma padrão para que os queijeiros possam tecnóloga em alimentos registrar suas marcas e todos nós contratada pela Adepará para possamos deliciar-nos com o nosso levantar os dados necessários à gostosíssimo e saborosíssimo Queijo definição do padrão. do Marajó.
Registro/Cooperativismo
Serviço: Adepará - (91) 226.4250/226.5513
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A equipe da GALVテグ mata a pau e mostra a cobra
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Propaganda é a nossa cachaça
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relembra o publicitário. Jader Barbalho representava a possibilidade da virada democrática no Pará naqueles dias de luta pela volta do Estado de Direito. Galvão fez a campanha gráfica e de rádio. Um dia, quando os dois almoçavam no restaurante Plataforma, no Leblon, Galvão perguntou se Jader o apoiaria caso tentasse abrir uma agência de propaganda em Belém. Jader respondeu que não só o apoiaria como também precisaria contar com uma agência de sua confiança. Mediante o sinal verde, em janeiro de 1983, Galvão veio a Belém fazer uma sondagem no mercado. Ele conversou com vários amigos que lhes estenderam a mão e voltou para o Rio de Janeiro convencido de que havia na capital paraense espaço suficiente para uma agência com a proposta empresarial, criativa e ética que Galvão tinha em mente. Mas Galvão não decidia sozinho. Em todas as suas
ra novembro de 1982. Nessa época Pedro Galvão era diretor de criação de uma pequena agência no Rio de Janeiro - Paulo Giovanni -, que o contratara um ano e pouco antes tirando-o da J. Walter Thompson. Com a entrada de Pedro Galvão, a empresa passou a se chamar "Giovanni e Associados" e atualmente é uma das 20 maiores do Brasil, com o nome de "Giovanni FCB" (Foot Cone and Belding), um dos grandes grupos mundiais da publicidade. O então governador do estado do Pará, Jader Barbalho, estava no Rio de Janeiro com a família, descansando da campanha que o elegera naquele ano. Em junho, por sugestão de um amigo, ele convidara Galvão para fazer sua campanha política. "Nós já nos conhecíamos desde a época do movimento estudantil", Edição 29
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reflexões estava uma pessoa profundamente presente. Era a esposa Vitória Lúcia Hasselman Galvão de Lima. Minha mulher e minha sócia", como costuma dizer Pedro foi a “pilastra fundamental da agência, com o seu equilíbrio, sua aguda inteligência, sua cultura, seu bom senso e seu bom gosto”, elogia Pedro Galvão. Diante dos planos, Vitória já vinha trabalhando, havia alguns meses, pesando os prós e os contras. mesmo estando tão ligada a sua terra natal, o Rio de Janeiro, não mediu esforços para colocar em prática aquilo que Pedro mais buscava: o sonho de criar e fazer crescer sua própria agência. Decidido, Pedro Galvão retornou de vez para Belém em fevereiro de 1983. Alugou um conjunto de cinco salas pertencentes ao advogado e amigo Irawaldir Rocha. O escritório ficava na travessa Campos Sales, ao lado do jornal "Província do Pará". A partir daí foi estabelecido como data simbólica de fundação da Galvão Propaganda o dia 15 de março, data em que foi publicado
Minha mulher e minha sócia", como costuma dizer Pedro foi a “pilastra fundamental da agência, com o seu equilíbrio, sua aguda inteligência, sua cultura, seu bom senso e seu bom gosto”, elogia Pedro Galvão. Diante dos planos, Vitória já vinha trabalhando, havia alguns meses, pesando os prós e os contras. mesmo estando tão ligada a sua terra natal, o Rio de Janeiro, não mediu esforços para colocar em prática aquilo que Pedro mais buscava: o sonho de criar e fazer crescer sua própria agência. Decidido, Pedro Galvão retornou de vez para Belém em fevereiro de 1983. Alugou um conjunto de cinco salas pertencentes ao advogado e amigo Irawaldir Rocha. O escritório ficava na travessa Campos Sales, ao lado do jornal "Província do Pará". A partir daí foi estabelecido como data simbólica de fundação da Galvão Propaganda o dia 15 de março, data em que foi publicado nos jornais o primeiro anúncio que a empresa criou para o Governo Jader Barbalho. O título era "Todos pelo Pará". Uma estrela
Outras cabeças da “Agência Cabeça”
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azul era o logotipo engastado no logotipo do governo. Atualmente, e há 18 anos, a Galvão Propaganda funciona na travessa Joaquim Nabuco, 143, entre as avenidas Nazaré e Governador José Malcher. "Imagino quão inquietante para as agências de publicidade de Belém não deve ter sido o surgimento da Galvão naquele momento. Algumas devem ter achado um acontecimento positivo para o mercado, outras simplesmente como a entrada de um competidor indesejável" pondera o publicitário, a chegada de sua empresa em Belém. “As duas maiores agências do Pará naquele tempo eram a Mendes e a Mercúrio, ambas atuando em uma área mais institucional, embora com trabalhos significativos também no varejo”, destacou Galvão. Porém, segundo o publicitário, quando aqui se estabeleceu a sua agência, a idéia era trazer uma
proposta totalmente nova, a de ser uma empresa de publicidade voltada para o mercado e nele, para a iniciativa privada, regionalizando o trabalho com transparência e ética, binômios da Galvão. Com o tempo, a Galvão veio ganhando respeitos e clientes, e por conseguinte, os prêmios. Os cases de sucessos são muitos. Mas Galvão não hesitou em citar dois comerciais que ganharam Leões de Bronze no Festival de Cannes, quando o publicitário ainda fazia parte da Mendes Publicidade. O primeiro mostrava Rodolfo Valentino e a Praia, ambos para a Ótica Belém. “Emocionante a história da Praia em Cannes, tal como me foi contada por minha amiga Magy Imobedorf, sócia da Lage Magy em São Paulo”, lembra o publicitário. “Magy estava naquele enorme auditório onde dois mil profissionais de todo o mundo assistiam ao short list do Festival, quando o comercial foi exibido. Conta ela que em 30 segundos a platéia foi das vaias, no começo da pretensa love story do comercial, até o aplauso de pé com a surpresa final. Foi de arrepiar!”, emociona-se Galvão. Mas outros comerciais ajudaram a alavancar o comércio local. O comercial de sucesso do Banco do Pará foi um marco. O anúncio trazia a atriz Natal Silva interpretando uma cabocla. "Foi a primeira vez que usaram expressões caboclas na mídia paraense. O volume das poupanças aumentaram em 500 por cento", lembra Galvão. Mas a Galvão Publicidade tinha que tirar o estereotipo de "agência chapa branca", do governo do Estado. Em resposta fez comerciais premiados como da Ética e a J.Cruz Engenharia. Depois vieram a
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Celpa, Departamento de Estradas e Rodagens, Santa, Casa de Misericórdia, CCA Engenharia, Discol, Brito Veículos e Marcopolo turismo. E ainda mais: Supermercados Líder, Hiléia e Belauto. Com o Líder houve um carinho ainda mais especial. A agência criou frases que marcaram o consumidor como, por exemplo "Você é Líder do Líder". Outro tiro certeiro foi o comercial da Memória Computadores. O publicitário convidou o ator Luis Fernando Guimarães e criou o premiado anuncio. Inovando, o comercial foi dividido em três partes para que o telespectador guardasse na memória o endereço do cliente: Gentil - cinco cinco - quatro. Deu certo. Para as Lojas Visão, lançou o slogan "A gente se vê na Visão", fazendo com que o p ú b l i c o s e identificasse com os produtos do departamento.
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Outro desafio foi lançar o celular pré-pago da Amazônia Celular. A Galvão Publicidade criou então o Diga - o celular de cartãozinho, com o comercial estrelado pelo comediante Tom Cavalcante para a fábrica de biscoitos Hiléia, criou os comerciais onde a atriz Totia Meireles, ensinava receitas para as consumidoras. Resultado: a venda cresceu. Pedro Galvão se emociona ao falar de sua história e agradece a todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para o crescimento e sucesso da empresa: Rosenildo Franco, Vicente Cecim, Carlos Chaves, Haroldo Valente, Emmanuel Nassar, Célio Sales, Osmar Pinheiro de Souza, Sérgio Faria, Oswaldo Mendes, Márcio Nogueira "e outros
amigos que minha memória tenha deixado passar". Por que o agradecimento? E le m es m o res p o n d e: "Porque fizeram e muitas delas continuam a fazer os caminhos da propaganda paraense nesses 20 anos", disse o publicitário em seu livro "Pedro Galvão, nossos primeiros 20 anos".
PRÊMIOS Galvão é a agência mais premiada do Norte nos seus 20 anos de trabalho. É igualmente a mais premiada da região no Prêmio Profissionais do Ano da Rede Globo. Já ganhou o Prêmio Cliente e o Prêmio Voto Popular da revista About. Lâmpadas de Ouro no Festival do Rio. Galos de Gramado. Diversos diplomas de finalista no The New York Festivals, no The London International Advertinsing Award e no The Globals. Foi a agência do Ano e Pedro Galvão duas vezes Publicitário do Ano no Prêmio Colunistas Nor te/Nordeste de 1986, em 1988 e no ano 2000.
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Paisagens de
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udo começou no 2° domingo de Outubro de 2003 quando no dia do Círio de Nazaré em Bolonha, torrão natal de Antônio Guiseppe Landi se realizava uma exposição fotográfica sobre a obra arquitetônica do nosso consagrado arquiteto. Carmelo Mancini que mora em Turim, mas elegeu Bolonha como uma de suas cidades prediletas visitou a mostra fotográfica na sala dos Teatini, na Basílica de S.Bartolomeu e S. Caetano, onde poucos anos antes expusera suas aquarelas. Ficou admirado com o que viu e espantado com o fato do autor de tão rica arquitetura ser quase um desconhecido em sua terra natal. Procurou a organizadora da mostra, Dulce Rosa Roque, que em Bolonha faz o papel ad hoc de embaixadora do Pará. Ele perguntoulhe como poderia ajudar a difundir a obra de Landi na Itália. Dulce indagou-lhe sobre a possibilidade de vir a Belém para pintar a obra de Landi e depois expô-la em Bolonha. Mancini aceitou. Ficou então acertado que por iniciativa da UFPA, do Instituto de Artes do Pará e do Fórum Internacional Landi, Carmelo Mancine viria a Belém para retratar da maneira sugerida as obras de Landi e aproveitando sua estadia, ministrar um curso sobre as técnicas de pintura em aquarela.
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São João Batista
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Mancine dando dicas...
E assim, Mancine, ministrou seu curso de aquarelas, onde além de ele mesmo pintar as obras do genial arquiteto (a missão principal) ensinava a atentos alunos e colegas a sua apurada técnica na bela arte da pintura em aquarela. O início do curso foi no ateliê do IAP e a prática, na rua, Paisagem sobre o Guamá
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Mancine entre Flávio Nassar e Ronaldo Hühn
Os alunos
O início das aulas no IAP
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Catedral Metropolitana
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Na Sant’ Ana
Nas Onze Janelas Sobre a sombra
Na Basílica
onde “a aquarela é luz, é a forma de mostrar os efeitos que a claridade causa”. E assim, debaixo de sol e chuva Mancine e seus alunos percorreram as ruas da Cidade Velha onde a Catedral Metropolitana, a Capela de São João Batista, o Palácio Lauro Sodré, as igrejas de Sant´Anna e Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e a Casa das Onze Janelas foram objetos para que as pessoas pudessem conhecer um pouco melhor as obras do notavél Landi e sua importância para a urbanização de Belém. Carmelo Mancine falou-nos que ensinou e também aprendeu muitas coisas em Belém.Descobriu as las. O
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A Exposição
Mancine com o casal Hühn, Alex Fiuza de Melo, o reitor da UFPA, Geraldo M. Coelho e amigos. Mancine com Alex, o reitor, Flávio Nassar, Ronaldo e Lina Hühn e professoras da UNAMA.
Igreja do Rosário belezas do trabalho de Landi e começou a experimentar algo mais ousado em sua linha de trabalho. “Gosto das cores fortes porque são belas. O importante é que não sejam usadas de forma crua e aqui eu aprendi a colocar um pouco de cores mais fortes na aquarela, até porque o sol é forte e as cores que explodem na arquitetura são mais violentas . Porém esse uso tem que ser feito com cuidado, para não cair em uma pintura infantil. Entendi também que aqui é preciso trabalhar de manhã porque a tarde é curta e chove muito”, disse. Os resultados das pinturas puderam ser vistos na exposição coletiva “Paisagens de Landi: Belém e Bolonha”, do dia 26 de agosto até o dia 06 de setembro, na Galeria Graça Landeira, na Unama (Campus Alcindo Cacela). Flávio Nassar, do Fórum Internacional Landi, disse que o objetivo de lançar um olhar diferenciado para a arquitetura do italiano foi alcançado. A próxima etapa, segundo Nassar, é promover um curso de restauro ministrado por artesãos italianos.
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A exposição foi apreciada por milhares de pessoas
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* Helio
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ormei-me em médico em 1963 pela Universidade Federal do Pará, recém formada, sendo praticamente a primeira turma de medicina oriunda da antiga Faculdade de Medicina do Estado do Pará, a mesma que recentemente o obscurantismo quis descaracterizá-la. Lembro-me que foi a turma mais numerosa que nosso ensino médico liberou para a prática da ciência de Hipocrates, Paracelso (Theophrastus Bombastus von Hohenheim), Esculápio (Deus romano da medicina, ou Asclépio, filho de Apolo para os gregos), Galeno( Cláudio), médico grego, e outros no correr da História. Éramos inicialmente 58 alunos aprovados, em 1958, para dar partida ao nosso ideal médico. Não quero neste artigo, espraiar-me nas características do corpo discente de nossa turma, porém nas qualidades morais, culturais, didáticos, humanísticas e paternais dos docentes que nos ministrava a medicina, de uma maneira tão peculiar e humanística, que
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es Titan
Rodrigu
Asclépio
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transformava as horas de ensino em uma dúvida em que admirar mais, a ciência que emanava de seus espíritos privilegiados, ou propriamente as figuras impares de estarmos de frente à criaturas sobrenaturais, No primeiro ano cito Mário Sampaio e Hélio Couto de Oliveira, professores de Histologia e Embriologia. Suas figuras, configuradas em paletós e gravatas davam um tom respeitoso sem na realidade necessitar, pois, suas posturas em sala de aula, traduziam nas suas alocuções científicas um porte britânico em altivez e
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uma genialidade tal, que durante as aulas, abria um parêntese de sua aula, comentava algo completamente diferente, fechando após, em sua mente o parêntese, para continuar exatamente o momento suspenso! Seu perfil empunha respeito, no trajar e no comportamento. Graças à Deus o Gênio ainda vive! Dr. Júlio Nobre Cruz: Nosso mestre de traumatologia e ortopedia. Possuidor de uma personalidade além do admirado. É o tipo do ser humano, impossível de não admirarmos ou amá-lo. Comedido, cientista em sua especialidade, dono de vasta cultura geral, igual a sua caligrafia: Impecável! Suas receitas não precisam de computador, já saem de sua caneta impressa. Dr. Clodoaldo Beckman: Professor de cirurgia. Espírito agitado, sem perder a mansidão dos sábios. Dr. José Silveira Neto; Diretor da Faculdade; homem sisudo temperamento austero. Trazia-nos com sua presença um respeito, sem ansiedade. Integro até à Hipocrates Galeno
comportamento. Dr. Rui Romano Romariz; professor de anatomia humana; víamos nele, o pai que ficou; em seu carinho, sua dedicação, seu conhecimento da matéria, fazendo da cuba inoxidável de peças humanas formalizadas, seu motivo de viver. Dr. José Guilherme Cavaleiro de Macedo. Seu biótipo era de um italiano, meio obeso, quase impassível, dono de uma autoridade de comportamento, doçura no coração, e sapiência em seu espírito; ensinava-nos fisiologia humana. Mestre de alto jaez, amigo do aluno, verdadeiro “cobrador de impostos” do que ele ensinava! Seu andar macio e sua roupa imaculada nos empunha na alma a obrigação de aprender sua matéria, em nosso benefício, e também no temor de não cometermos o sacrilégio de decepcioná-lo! Dr. José Monteiro Leite: Alto, esguio, falar pausada, era nosso professor de anatomia patológica. Dono de
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Antigo prédio da Faculdade de Medicina
medula. Nunca o vi sorrir, mais em compensação criava em nós o sorriso interior de sermos alunos privilegiados por têlo como diretor. Como o tempo é curto citemos outros com as mesmas qualidades variantes citadas anteriormente: Dr. Camillo Martins Vianna, meu amigo inseparável até hoje. Um gigante habitando um corpo físico frágil; Dr.Santa Helena Magno e Silva, Dr. Guaraciaba Quaresma da Gama, Dr. Benedito Klautau, Dr. Antônio Lobão, Dr. Afonso Rodrigues Filho, Dr. Héber Monção, Dr. Abelardo Santos, Dr. Manoel Ayres e outros, pelos quais eu não perdoou a minha memória. A todos os senhores nossos mestres: Obrigado por nos ensinar medicina, somente com seus conhecimentos. Além disso, os senhores nos formaram médicos com seus ensinamentos humanos: Ética, amor ao paciente, desprendimento, analise própria, solidariedade, humanismo, e a capacidade de nunca esquecer a ternura e a cultura dos senhores, nossos lentes!
Paracelso
*Médico, Escritor e cosmólogo.
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Honra ao Mérito Santa Helena Magno e Silva Guaraciaba Quaresma da Gama Benedito Klautau Antônio Lobão Afonso Rodrigues Filho Héber Monção Abelardo Santos Manoel Ayres
Mário Sampaio Hélio Couto de Oliveira Rui Romano Romariz José Guilherme Cavaleiro de Macedo José Monteiro Leite Júlio Nobre Cruz Clodoaldo Beckman José Silveira Neto Camillo Martins Vianna
Uma publicação Editora Círios
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escritor também o cineasta Michelangelo Antonioni em “O Fio Perigoso das Coisas e outras histórias” (1990) explicou: “Quando não sei o que fazer começo a olhar“ . Não sei o que faça hoje, uma dessas manhãs nítidas, claras, primaveris como o pensamento de Cléo Bernardo, o poeta, jornalista (cronista dos mais cristalinos), advogado dos humildes, professor de História e deputado estadual que se foi num 7 de Setembro, corria o ano de 1984 . Falo dele com admiração e amor no livro a ser lançado pelo Prefeito Edmilson Rodrigues, “Cléo Bernardo: A Falta Que Faz”. Um livro de memórias, autobiográfico, em que desenho (ou busco desenhar) o perfil do lengendário líder socialista paraense, uma espécie de pai ideológico que tive. E me ponho a olhar, isto é, a refletir. Como definir a nitidez, a claridade, a primavera da manhã? Deus, que é Deus, lembrava Christian Friedrich Hebbel, “antes da Criação era para si mesmo um segredo: teve que criar para conhecer-se”. Isso é importante porque é em solidão que vivemos, mesmo que cercados de multidões. E viver é estar, permanentemente em trânsito. Passou-se agosto e ninguém se recordou de que, naquela sexta-feira, dia 13, nascera Alfred Hichcock.. Um homem, vindo ao mundo em 1899, na Inglaterra, filho de pais católicos, interessado em assuntar e assustar, contador de casos em imagens cinematográficas que fazem parte do repertório de cultura. E ser católico na Inglaterra da Igreja Anglicana será mais ou menos o ter sido Franz Kafka escrevendo alemão, sendo de origem judaica em plena (e antiga) Tchescolováquia, e rindo para o futuro como se chorasse o presente informado pelo passado. Algo na linha de Falstaff e de todos os palhaços, nobres e desamparados, de William Shakespeare. Vem-me à mente Vladimir Maiakovwaki, poeta de Cléo Bernardo igualmente amou: “Oferecerei a vocês a minh'alma E, ampla e ensangüentada. A levarei como uma bandeira”. Basta citar Maiakovwaki (“o coração náufrago em uma noite de lua”) para que reveja a alegria do confrade Bernadino Santos quando lhe citei aquelas linhas que tanto me alegram por minha vez: “Comigo a anatomia fica louca: Sou todo coração” . E maior satisfação (está em Nicolas Ostrovsky) existe do que, a que nos conduz a lutar pela 44 Pará+
*Acyr Castro
Uma Pátria Para o Amanhã
felicidade do homem? A poesia, como todas as artes, como a literatura, como o cinema, não pode s e r , t ã o somente, um jogo de salão, uma aula de universidade, uma brincadeira de a l i e n a d o s . E l a é u m instrumento, arma de recontrução da sociedade; voltada para tornar o universo um lugar habitado por todos e infinitamente mais civilizado, querendo, como Vladimir, agarrar e sacudir “o pulso selvagem da cidade” . Isto é que possibilita ao ser humano e à sua condição sobre a terra o ser grande e derrotar a mediocridade: vencer as próprias limitações individuais e coletivas, passando por cima das misérias que restringem o existir; indo ao encontro de um destino melhor, mais fraterno, mais livre, mais inteligente para TODOS, sem excluir ninguém, num ímpeto capaz de reunir os ideais que constroem, edificam, ampliam a vida. Cléo Bernardo de Macambira Braga acreditou, sempre, na humanidade e na plenitude humana. Morto num Dia da Pátria, num 07 de setembro, ele que nascera na Praça da Bandeira em Belém, dizia que o Homem precisa brigar para ter asas e não para gerar cicatrizes. Afinal, o que repercurte ao longo das idades é a paixão e não a indiferença que é o nada, o vazio, o vácuo. Repitamos Antinioni: “A mecânica dos fatos Tem a simplicidade De um teorema geométrico”.
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Dia Mu ndi al do lei municipal 8.305 de abril deste ano institui o dia 26 de agosto como o Dia do Carimbó, esta data foi escolhida como forma de homenagear Augusto Gomes Rodrigues, pois este é o dia do aniversário deste grande cantor e compositor, o maior representante do melhor ritmo genuínamente parauara Mestre Verequete . Assim é que, no último dia 26, na p ro g r a m a ç ã o d a I I I B i e n a l Internacional de Belém, contando com a presença de um grande
o írio que sã Feliz C s lojasw de moda A 4 0 o 20 um Sh cê
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público no recém inaugurado “Memorial dos Povos”, homenagem foi prestada ao Dia do Carimbó, entre os homenageados, além do Mestre Verequete, Nazaré Pereira, Pinduca e outros. Eles receberam comenda ofertada pela Prefeitura, via Fumbel, estendida a dirigentes de grupos folclóricos, todos responsáveis por levar a cultura paraense além das fronteiras brasileiras.
Verequete completando seus 88 anos é homenageado na III Bienal
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ALTAMIRA 19 a 26
revista@paramais.com.br
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ARTE PARÁ 2004de setembro Inscrições até 03 outubro Premiação: 06 de
BARCARENA 24 a 26 XII Festival do Açaí Vila de Marudazinho Fone: (91) 3723-1170 Fax: (91) 3723-1422
XXIV Festival do Abacaxi Centro de Exposições Cultural Fone: (91) 3753-1717 Fax: (91) 3753-1255
BELTERRA 27
SOURE 26 a 03/10
32ª EXPOPARÁ Parque de Exposição “Dr. Irval Lobato” T 91 231-6917- 243-3373 Fax: (91) 231-0339
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VII Feira Pan-Amazônica do Livro Centur Fone: (91) 219-1207
BELÉM 24
Seresta do Carmo Praça do Carmo Fone: (91) 242-1302 Fax: (91) 242-5742
SÃO FRANCISCO DO PARÁ 27
Festival do Tucunaré Comunidade de Pini Rio Tapajós Fone: (93) 558-1177/1178 Fax: (93) 558-1176
25ª Festa da Pimenta Quadra de Esportes Fone: (91) 3774-1224
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XXVIII EXPOFEIRA Exposição Feira Agropecuária Parque de Exposições Municipal Fone: (93) 515-2158 Fax: (93) 515-2158
PRIMAVERA 24 a
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ijão 24º Festival do aFe Vila de Jabaroc 1136 Fone: (91) 481-1136 Fax: (91) 481-
1/10
BELÉM 30 a 0
órico XXI Festival Folcl ico de Nazaré Centro Arquitetôn1122 /1133 223 ) (91 : Fone 74 Fax: (91) 232-04
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O u t u b ro
BARCARENA 02
PORTEL 04 a 05 BELÉM 08
VISEU 07 III Rallye da Alça Ruas e trilhas dos municípios adjacentes da Alça-Viária Fone: (91) 3753-2911 Fax: (91) 3753-1828
Açaí Festival Gospel Anfiteatro Fone: (91) 3784-1163
Dia do Compositor Praça Matriz Fone: (91) 429-1139 Fax: (91) 429-1139
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Círio Rodo-Fluvial de Nossa Saída BR 316/Rod. AugustoSenhora de Nazaré Rua Cristóvão Colombo e Trap Montenegro iche de Icoaraci Fone: (91) 9606-8545 / 222-4570 Fax: (91) 227-0014
BELÉM 09
ci Aniversário de Icoara Praça da Matriz Fone: (91) 227-0214 Fax: (91) 227-0014
PARAGOMINAS 08 a 10
Auto do Círio Ruas da Cidade Velha Fone: (91) 242-5742 9981-3378
FIC - Feira de Integração Cultural Parque de Exposições Amilcar Tocantins Fone: (91) 3729-3314 / 3729-2176 Fax: (91) 3729-3176
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Romaria Fluvial Baia do Guajará 242-1118 Fone: (91) 223-1932 /
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Trasladação de Nossa Senhora de Nazaré Ruas da cidade Fone: (91) 222-4570
Festa da Chiquita ue Praça da República - Bar do Parq Fone: (91) 242-5742
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O u t u b ro SÃO DOMINGOS DO CAPIM 10 a 17
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QUATIPURU 11 a 17 Círio de Nazaré Igreja de São Benedito Praça das Missões Fone: (91) 3822-2115
Círio de Nossa Senhora de Nazaré Principais ruas da cidade Fone: (91) 222-4570
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Semana da Ecologia e Mei Praça Matriz Fone: (91) 483-1121
TRACUATEUA 17 CASTANHAL 17
BOM JESUS DO TOCANTINS 11 a 13 12 PALESTINA DO PARÁ Caminhada de Nossa Senhora Aparecida Saída da Beira do Rio Araguaia e chegada a a Igrejinha N. S. Aparecid Fone: (94) 351-1129
Círio de Nossa Senhora de Nazaré Igreja da Matriz de São José Fone: (91) 3721-7309
PORTO DE MOZ 19 a 27
Festividade de Bom Jesus dos Navegantes Procissão Fluvial no rio Xingu e Arraial na Praça Matriz Fone: (93) 3793-1191 Fax: (93) 3793-1191
50 Pará+
SALINÓPOLIS 22
Aniversário da Cidade Centro Esportivo e Cultural Fone: (91) 423-3964
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Festival do Feijão Caupi Praça Matriz Fone: (91) 485-1172/485-1049 Fax: (91) 485-1049/485-1172
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VI Festival da Mandioca Bairro Alto Fone: (91) 9114-9695 Fax: (91) 3765-1115
Edição 29