Pará+ 38

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Belém - Pará - Brasil

www.paramais.com.br

ISSN 16776968

Edição 38 - Abril

Perspectivas para o Pará Informação é Poder!

Energético e Afrodisiaco


Associação Brasileira de Agências de Viagens do Amazonas



O petróleo é uma substância oleosa, inflamável, menos densa que a água, com cheiro característico e de cor variando entre o negro e o castanho escuro. Embora objeto de muitas discussões no passado, hoje se tem como certa a sua origem orgânica, sendo uma combinação de moléculas de carbono e hidrogênio...

Do tupi wará ná, o guaraná é uma planta nativa da Amazônia, essencialmente brasileira, que há muitas centenas de anos, foi domesticada e cultivada pelos índios que a usavam para obterem energia, lucidez e destreza mental...

DARIO ACACIO

A Double M é uma das empresas de publicidade mais novas do mercado iníciada em junho de 1999 , por André Moreira, depois ingressaram no “time” Doda, Jansen, Elizio, Milena, Jacqueline e Rosinha...

Em 1917 nascia a fábrica Quilima Machado e CIA, na rua Municipalidade esquina com Travessa Rui Barbosa. Hoje, neste local, funciona a Academia Atlética. Era uma fábrica voltada para a produção de óleo e fabricação de sabão. O trabalho era recolher sementes da própria região para transformálas em óleo...

HÉLIO TITAN

Ano 03

Edição 38

maio de 2005

Petrobras: Perspectivas para o Pará________________ Pág. 18 Paulo Rocha

Breve histórico e descrição botânica do Guaraná_________ Pág. 24

REJANE JATENE

Murilo Arruda

Retrato de Mãe_____________ Pág. 39 Dom Ramom Angel

E por falar em Trabalho_______ Pág. 40

A maioria das pessoas não sabe, exatamente, qual o verdadeiro papel das Academias no contexto literário/ cultural. Muitos acreditam serem elas simples agremiações elitistas, de conformação eminentemente corporativa, ou, ainda, como se diz popularmente, constituindo verdadeiras “igrejinhas” de pseudointelectuais que almejam granjear ou altear “status”...

Acyr Castro

Amazônia. No fundo do poço___ Pág. 46 Camillo Vianna

Agenda Cultural_____________ Pág. 48

Editora Círios S/C Ltda CNPJ: 03.890.275/0001-36 Inscrição (Estadual): 15.220.848-8 Rua Timbiras, 1572A - Batista Campos Fone: (91) 3083-0973 Fax: (91) 3223-0799 ISSN: 1677-6968 CEP: 66033-800 Belém-Pará-Brasil

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Í N D I C E

PUBLICAÇÃO

SÉRGIO PANDOLFO

DIRETOR e PRODUTOR: Rodrigo Hühn; EDITOR: Ronaldo Gilberto Hühn; COMERCIAL: Alberto Rocha, Augusto Ribeiro, João Modesto Vianna, Rodrigo Silva, Rodrigo Hühn; DISTRIBUIÇÃO: Dirigida, Bancas de Revista; REDAÇÃO: Ronaldo G. Hühn; REVISÃO: Paulo Coimbra da Silva; COLABORADORES: Acyr Castro, Camillo Martins Vianna, Celso Freire, Dario Belibaldo Acacio, Dom Ramon Angel Lara, Hélio Rodrigues Titan, Murilo Arruda, Paulo Rocha, Rejane Olga Jatene, Sérgio Martins Pandolfo, ; FOTOGRAFIAS: Alice Souza, Arquivo Double M, Claudio Viana, João Vianna, Mária José Tupinambá, Ray Nonato, Rodrigo Silva, Sérgio Pandolfo; DESKTOPING: Mequias Pinheiro; EDITORAÇÃO GRÁFICA: Editora Círios

*Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores



As

Comunicações

Sociais (INFORMAÇÃO É PODER) *DARIO BELIBALDO ACACIO

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esde o início da humanidade, entre os primitivos já existia a comunicação que possibilitava a vivência das pessoas em grupo, e ao considerar os agrupamentos que formavam na época, pode ser definidos como “sociais”, em razão das pequenas comunidades e aldeias da época...

“Há setecentos anos, Frederico II, imperador do Sacro Império Romano Germânico, efetuou um experimento para determinar que língua as crianças falariam quando crescessem, se jamais tivessem ouvido uma única palavra falada. Deu instruções às amas e mães adotivas para que alimentassem as crianças e lhes dessem banho, mas que sob hipótese nenhuma falassem com elas ou perto delas. O experimento fracassou, porque todas as crianças morreram”. (Horton e Hunt). Este texto demonstra a importância da comunicação, se considera na condição vital para o ser humano, por ser a comunicação responsável pela linguagem utilizada em todas as situações em que há necessidade de contatos entre duas ou mais pessoas. Diante da sociedade mais evoluída, é importante frisar que não basta saber comunicar verbalmente ou por escrito, mas é preciso que o cidadão considere sua presença no globo terrestre, sendo portanto necessário dominar os meios eletrônicos e informatizados do mundo moderno para obter êxito no seu trabalho do dia a dia, pois em qualquer área de serviço os trabalhadores devem estar sempre em interação com as informações do mundo.

Conforme alguns historiadores, a comunicação social entre os humanos estiveram por muito tempo se destacando nos símbolos de desenhos que faziam nas rochas, fogos, fumaça, sons dos tambores e outras formas que eram utilizadas como informação para atingir o maior número de pessoas possíveis. A maneira de interagir das pessoas através da família e nos grupos sociais por meio das conversas, histórias, lendas e os casos era uma forma de comunicação voltada para todo o grupo seja este familiar, religioso, vicinal (vizinhança) além de outros. A comunicação através de linguagem simples e lenta do passado, com o tempo deu lugar a uma comunicação evoluída e rápida, mas que procura atingir a qualquer camada social, mas pode influenciar de forma positiva ou negativa a vida das pessoas mudando hábitos e costumes rapidamente.

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A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO

INVENÇÕES E A COMUNICAÇÃO SOCIAL A comunicação social tem uma importância imensurável, ao considerar seus efeitos na classe trabalhadora em geral, mas também pode ser usada na condição de “controle social”, quando direcionada para influenciar a vida das pessoas de uma forma geral. Com o passar dos anos a sociedade conseguiu progredir e criar a escrita, a imprensa, o telefone, o rádio, televisão, computador e internet. A partir destas invenções a comunicação social tornou muito mais eficiente, pelo fato de permitir que as

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João Paulo II no seu computador pessoal

pessoas possam comunicar entre dois pontos mais distantes do planeta, sem prejuízos de segundos na comunicação, exemplos da televisão, rádio, telefone e internet. É interessante que a população do mundo moderno tem procurado, e, muito se informar através das novas tecnologias, isto é, existe uma popularização de todos os meios de comunicação de massa que beneficiam as pessoas diretamente, pois existe um interesse em possuir a televisão, o computador e a linha telefônica para se

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conectar a internet, assinatura de jornais e revistas. Os efeitos da comunicação social estão nos próprios “meios de comunicação” que são utilizados para auto-divulgação. A forma como o leitor da Pará+ está recebendo estas informações, configuram numa Comunicação Social, em razão de estar sendo divulgada em toda região através dos símbolos escritos que possibilita às pessoas, reflexões, opiniões e críticas a esta e todas as demais matérias aqui publicadas.

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INFORMAÇÃO É PODER Considerando o primitivo que usava alguns símbolos nas rochas, o que contava história, lendas e atualmente a televisão, internet e outros meios de comunicação que influenciam diretamente a vida das pessoas através de programas, lançando modas, e estimulando o consumismo de uma maneira bem ampla. Quando a informação (comunicação social) consegue atingir os objetivos, afirma-se que “informação é poder”. *Professor

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O Petróleo e a Petrobras Novo óleo diesel Os pesquisadores da Petrobrás desenvolveram um novo tipo de óleo diesel - o S500 - menos poluente do que o consumido nas regiões metropolitanas com altos índices de poluição urbana. O produto reduz em 75% as atuais emissões de enxofre no meio ambiente. Segundo o diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto da Costa, a estatal investiu R$ 1,9 bilhão na construção de unidades para a produção de novo diesel em quatro refinarias: no Rio, em São Paulo, em Minas Gerais e no Paraná. Ele informou que a partir de janeiro todo o diesel metropolitano será substituído pelo S 500, cujo custo será, no entanto, 1,9% maior que o do diesel metropolitano. Paulo Roberto disse que o programa de melhoria da qualidade dos combustíveis da Petrobrás continuará a ter investimentos bastante agressivos nos próximos anos. Para reduzir a emissão de enxofre na natureza, a Petrobrás vai investir cerca de R$ 4,3 bilhões até 2009.


A exploração do petróleo

A reconstrução da história geológica de uma área, através da observação de rochas e formações rochosas, determina a probabilidade da ocorrência de rochas reservatório. A utilização de medições gravimétricas, magnéticas e sísmicas, permitem o mapeamento das estruturas rochosas e composições do subsolo. A definição do local com maior probabilidade de um acúmulo de óleo e gás é baseada na sinergia entre a Geologia, a Geofísica e a Geoquímica, destacando-se a área de Geo-Engenharia de Reservatórios.

O transporte do petróleo

Pelo fato dos campos petrolíferos não serem localizados, necessariamente, próximos dos terminais e refinarias de óleo e gás, é necessário o transporte da produção através de embarcações, caminhões, vagões, ou tubulações (oleodutos e gasodutos).

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HISTÓRIA

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História do petróleo no Brasil pode ser dividida em quatro fases distintas:

Primeira: Até 1938, com as explorações sob o regime da livre iniciativa. Neste período, a primeira sondagem profunda foi realizada entre 1892 e 1896, no Município de Bofete, Estado de São Paulo, por Eugênio Ferreira Camargo. Segunda: Nacionalização das riquezas do nosso subsolo, pelo Governo e a criação do Conselho Nacional do Petróleo, em 1938. Terceira: Estabelecimento do monopólio estatal, durante o Governo do Presidente Getúlio Vargas que, a 3 de outubro de 1953, promulgou a Lei 2004, criando a Petrobras. Foi uma fase marcante na história do nosso petróleo, pelo fato da Petrobras ter nascido do debate democrático, atendendo aos anseios do povo brasileiro e defendida por diversos partidos políticos. Quarta: Flexibilização do Monopólio, conforme a Lei 9478, de 6 de agosto.

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RECORDE DE PRODUÇÃO

A Petrobras

Em abril, a produção chegou a 1,704 milhão de barris por dia. O recorde mensal anterior era de fevereiro de 2003, quando a produção alcançou 1,597 milhão de barris por dia. O recorde diário de produção foi no dia 25 de abril, com 1,792 milhão de barris por dia.

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o longo de quatro décadas, tornou-se líder em distribuição de derivados no país, colocando-se entre as vinte maiores empresas petrolíferas na avaliação internacional. Detentora da tecnologia mais avançada do mundo para a produção de petróleo em águas profundas, a Companhia foi premiada, em 1992 e 2001, pela Offshore Technology Conference (OTC) *. Em 1997, o Brasil ingressou no seleto grupo de 16 países que produz mais de 1 milhão de barris de óleo por dia. E nesse mesmo ano foi criada a Lei n º 9.478, que abre as atividades da indústria petrolífera à iniciativa privada. Com a lei, foram criados a Agência Nacional do Petróleo (ANP) (*), encarregada de regular, contratar e fiscalizar as atividades do setor; e o Conselho Nacional de Política Energética, um órgão formulador da política pública de energia. Em sintonia com a mudança do cenário, a Petrobras segue preparada para a livre competição, ampliando novas perspectivas de negócios e tendo maior autonomia empresarial. A explicação para o sucesso da Petrobras está na eficiência de suas unidades espalhadas por todo o Brasil: nas refinarias, áreas de exploração e de produção, dutos, terminais, gerências regionais e na sua grande frota petroleira A Petrobras pode ser considerada hoje a empresa brasileira que mais investe em projetos sociais, culturais, esportivos e ambientais. Milhões de reais são utilizados no patrocínio de projetos idealizados pelas comunidades onde a empresa atua. Só em programas de preservação ambiental e socorro a espécies ameaçadas de extinção foram investidos mais de R$ 67 milhões. Por meio desses projetos, a Petrobras reforça seu compromisso com o

O refino do petróleo

Apesar da separação da água, óleo, gás e sólidos produzidos, ocorrer em estações ou na própria unidade de produção, é necessário o processamento e refino da mistura de hidrocarbonetos proveniente da rocha reservatório, para a obtenção dos componentes que serão utilizados nas mais diversas aplicações (combustíveis, lubrificantes, plásticos, fertilizantes, medicamentos, tintas, tecidos, etc..).

As técnicas mais utilizadas de refino são: I) Destilação, II) Craqueamento térmico, III) Alquilação e IV) Craqueamento catalítico.

A distribuição Os produtos finais das do petróleo estações e refinarias (gás natural, gás residual, GLP, gasolina, nafta, querosene, lubrificantes, resíduos pesados e outros destilados) são comercializados com as distribuidoras, que se incumbirão de oferecê-los, na sua forma original ou aditivada, ao consumidor final.

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Curiosidades Da Arca de Noé às pirâmides do Egito, são muitas as referências à presença do petróleo na vida dos povos da Antigüidade. Sacerdotes hebreus, por exemplo, usavam o petróleo nos sacrifícios, para acender fogueiras nos altares, e as chamas que irrompiam eram consideradas manifestações divinas. Conta a Bíblia que Deus, desgostoso com a raça que criara, ordenou a Noé a construção de uma arca e sua calafetação com betume, antes de inundar o mundo com o dilúvio. E o termo betume representava, possivelmente, resíduo de petróleo obtido na superfície. O mesmo betume serviu como material de construção, seja nas pirâmides do Egito, no Templo desenvolvimento científico, a educação ambiental, a de Salomão ou nos famosos jardins suspensos preservação das espécies da flora e da fauna brasileiras e sua de Nabucodonosor. Milênios antes de Cristo, preocupação com as questões ambientais o petróleo já era um valorizado produto comercial, usado também para embalsamar corpos, iluminar, impermeabilizar moradias e palácios, pavimentar estradas ou consNo Brasil, a exploração de truir embarcações. Para gregos e romanos, petróleo é tarefa muito a principal aplicação era bélica: lanças complexa, não só pela extensão de incendiárias embebidas em betume eram nossa área sedimentar, superior a seis milhões de quilômetros quadrados, como pela natureza das bacias, que possuem um tipo de uma de suas armas mais eficazes. rocha de difícil exploração e com pouco petróleo. No mar, a Ao longo de vários séculos, o petróleo foi recolhido na superfície. A primeira minera- dificuldade se mede pela profundidade da água em que se encontram os maiores reservatórios já localizados, de 200 a 2 mil ção só aconteceu em 1742, na Alsácia metros de lâmina d'água. (limite da França com a Alemanha). O Brasil possui 35 bacias sedimentares principais, que se Em Baku, capital do Azerbaijão, na ex-União distribuem por mais de 6,4 milhões de quilômetros quadrados, Soviética, no início do século XIX, os russos sendo 4,9 milhões de quilômetros quadrados em terra e 1,5 milhão de quilômetros quadrados na plataforma continental, até a lâmina cavaram os primeiros poços com as mãos (pás e enxadas), atingindo profundidades de d'água de 3 mil metros. Destas, 19 são exclusivamente até 30 metros. terrestres, sete são Os métodos eram bastante primitivos, mas exclusivamente mesmo assim a utilização do petróleo amplia- marítimas e as nove va-se. Passou a ser usado como medicamento, restantes são bacias curando cálculos renais, escorbuto, cãibras costeiras, que se estendem de terra para a e gota, além de tônico para o coração e plataforma continental. remédio contra reumatismo.

A exploração no Brasil

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Apesar dessa extensa área sedimentar e do grande número de bacias, 70% delas não registram descobertas de óleo ou gás em quantidades comerciais. Todas as bacias sedimentares brasileiras foram pesquisadas pela Petrobras, com maior ou menor intensidade. Em algumas, houve descobertas logo na fase inicial de exploração, e o número de poços perfurados cresceu rapidamente. Em outras, esse sucesso não ocorreu. Os fatos mais importantes, nessa cruzada em busca do petróleo brasileiro, foram as descobertas, nas bacias terrestres, dos campos do Recôncavo baiano e de Sergipe e Alagoas, na década de 50; da Bacia do Espírito Santo, nos anos 70; e das bacias Potiguar, no Rio Grande do Norte, e do Solimões, no Amazonas, em meados dos anos 80. Até 06/08/1997, quando foi promulgada a Lei nº 9.478/97, denominada a "Nova Lei do Petróleo", a Petrobras era a única empresa responsável pelas atividades de exploração e de produção de petróleo no Brasil, pesquisando, em maior ou

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menor grau de intensidade, todas as bacias sedimentares brasileiras. Após aquela data, a Petrobras passou a pesquisar apenas nas áreas de concessões que lhe foram outorgadas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), assim como nas áreas obtidas nas licitações promovidas pela ANP, concorrendo em pé de igualdade com várias outras empresas de petróleo. No final de 2002, a Petrobras possuía 58 concessões exploratórias, com uma área total de 192 mil quilômetros quadrados. O Brasil está entre os poucos países que dominam todo o ciclo de perfuração submarina em águas profundas e ultraprofundas (maiores que 2 mil metros).

A Petrobras na A exploração de Amazônia petróleo na Amazônia, não está limitada por falta de pesquisa. A Petrobras, vem desenvolvendo internamente projetos sobre as bacias do Solimões e Amazonas, envolvendo modelagem termomecânica, sistemas petrolíferos, diagênese (transformação pela

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qual sedimentos incoerentes se tornam sedimentos consolidados) de reservatórios e imageamento das rochas magmáticas. A UFPA, em parceria com a Petrobras e, em alguns casos, com outras companhias de petróleo, também vem desenvolvendo estudos nesse sentido, visando aumentar o conhecimento sobre essas antigas e vastas áreas sedimentares.

Meio Ambiente- As ações ambientais na AmazEcologia ôniadasãoPetrobras acompanhadas, por meio de convênios, por entidades de pesquisa e preservação do meio ambiente e órgãos governamentais da região, tais como Instituto de Proteção Ambiental da Amazônia (Ipaam), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Universidade Tecnológica do Amazonas (Utam) e prefeituras municipais. As atividades de exploração mineral/petrolífera na Amazônia são feitas atendendo às exigências de uma

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geológico na mina de potássio Taquari-Vassouras, em Sergipe. De 1990 a 1994, trabalhou na Companhia Vale do Rio Doce. Foi eleito "Geólogo do Ano", em 1988, pela Associação dos Geólogos de Sergipe.

O futuro

Como será a Petrobras do futuro? Com base nos planos atuais e sem precisar fazer vagos exercícios de futurologia, já é possível apontar em algumas direções. Uma visão do ano 2010, por exemplo, mostra a Petrobras posicionada como uma empresa de energia, presente nos mercados mundiais, líder da indústria do petróleo na América Latina, com grande ênfase na prestação de serviços e livre para atuar como empresa internacional. Essas linhas de atuação correspondem às diretrizes do Plano Estratégico para o período 2000-2010 A abertura do mercado do petróleo criou novas oportunidades de negócios, e a Petrobras saberá como obter os melhores resultados. Uma companhia internacionalmente ativa e na vanguarda do setor em toda a América Latina, assim será a Petrobras do futuro.

legislação ambiental que permita um desenvolvimento sustentável para a região e o país.

Áreas de interesse

Na exploração do petróleo o maior interesse é focalizado para as áreas de bacias sedimentares, nomeadamente, a Bacia de Solimões (Amazonas), a Bacia do Amazonas (Pará), a Bacia do Parnaíba (Maranhão) e Bacia de S. Luis (Maranhão), além das espessas camadas de rochas sedimentares existentes no litoral (offshore). Na prospecção mineral as áreas de interesse estão contidas em grandes corpos de rochas cristalinas entrecortadas por um complexo padrão estrutural, localizadas no Escudo Amazônico. A geofísica, por ser um método de investigação indireta, permite a definição de reservatórios petrolíferos/gasíferos no interior das bacias sedimentares, bem como auxilia na definição de macro-estruturas responsáveis pelo jazimento de corpos mineralizados

O Presidente

José Eduardo de Barros Dutra assumiu a presidência da Petrobras em 3 de janeiro de 2003. Natural do Rio de Janeiro, nasceu em 11 de abril de 1957. É geólogo, formado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, em 1979. De 1980 a 1981, trabalhou na Geosol - Geologia Sondagens Ltda. De 1983 a 1990, foi geólogo da Petrobras Mineração Petromisa, realizando o planejamnto Edição 38

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PETROBRÁS Perspectivas

para o Pará *PAULO ROCHA

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Petrobrás, uma das mais sólidas empresas estatais do Brasil que felizmente escapou da sede de privatizações do governo neoliberal passado expande sua influência para todo o país, levando desenvolvimento para as regiões mais remotas. Sua atuação se estende num vasto leque de atividades que vão bem além da produção e distribuição de combustíveis. As atividades da Petrobrás estão inter relacionada com as ações do Ministério das Minas e Energia ao qual está ligada. Recentemente, por exemplo, a ministra das Minas e Energia, Dilma Roussef, anunciou a interligação energética do Estado do Amazonas com o restante do país, através de uma linha de transmissão de 1,4 mil quilômetros de extensão, ligando Tucuruí, no Pará, com Manaus. Enquanto a linha de transmissão trará energia elétrica dos outros estados para o Amazonas, em contrapartida, este fornecerá energia térmica produzida a partir do gás natural, pela Petrobrás, para outras regiões do país numa integração ímpar envolvendo energia limpa. O Pará viveu, no mês passado, um momento histórico: a inauguração pelo Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, da segunda usina de biodiesel do Brasil - a primeira de biodiesel produzido com dendê -

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que já está sendo vendido aos consumidores paraenses. O projeto é de suma importância para o desenvolvimento econômico, social e ambiental do Estado. A usina da empresa Agropalma, a maior produtora de óleo de palma do Brasil, vai produzir 4 milhões de toneladas de biodiesel este ano e 6 milhões em 2006, mas sua capacidade de produção pode chegar a 20 milhões de toneladas por ano. Nos planos da Petrobrás está a produção de 2.300 barris de biodiesel por dia até 2015. É importante destacar também que o projeto já está beneficiando 150 famílias responsáveis pelo plantio e produção de palma que fazem parte do Programa de Agricultura de Dendê, financiado pelo Banco da Amazônia. inserindo-se, assim, na política do Governo Federal de inclusão social e distribuição de renda, que tem como um de seus pilares o Programa Nacional de Agricultura Familiar (PRONAF). Uma outra iniciativa da Petrobrás no Pará, que abre uma perspectiva de desenvolvimento inédita para a população de Outeiro, é o desembarque de petróleo que a Transpetro, a sua empresa transportadora de petróleo, já está fazendo pelo antigo porto da Sotave, hoje rebatizado de Terminal Portuário de Outeiro, sob administração da Companhia das Docas do Pará (CDP), órgão do governo federal. Por outro lado, com

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o início das operações de desembarque de combustível, quando pela primeira vez navios de 45 mil toneladas aportarão em Outeiro, o Pará ganhará mais uma opção para o transporte de combustível já que até agora isso era feito somente através do Maranhão e de Manaus, melhorando a nossa autonomia e diminuindo os riscos de falta de combustível como já aconteceu anteriormente. Uma outra experiência inédita da Petrobrás no Pará, que gostaria de citar, se deu através do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes) que, em parceria com o Grupo de Estudos e Desenvolvimento de Alternativas Energéticas da Universidade Federal do Pará (Gedae), com a Agência Estadual de Regulação e Controle de Serviços Públicos (Arcon), com a Centrais Elétricas do Pará (Celpa) e com a Prefeitura Municipal de Maracanã, desenvolveu um sistema de geração de eletricidade com a utilização de energia solar e eólica para atender à comunidade de São Tomé, beneficiando

Porto da Sotave

cerca de 220 pessoas que moram naquele município paraense. O projeto "Sistema Híbrido EólicoFotovoltaico-Diesel para a Eletrificação da Vila de São Tomé" entrou em funcionamento no dia 05 de setembro de 2003 e segue as diretrizes do Programa Energia para Todos do Ministério das Minas e Energia (MME). Como se vê, só para ficar nesses exemplos do que a Petrobras já está fazendo no Pará, a empresa tem uma grande importância para nossa economia. Não dá para falar aqui de todos os planos da empresa, mas além da área de energia e combustíveis, a Petrobrás também incentiva a nossa cultura, nossas artes e a preservação e recuperação do nosso patrimônio histórico. *Deputado Federal

AV. GENTIL BITENCOURT N° 694, ENTRE RUI BARBOSA E QUINTINO. Edição 38

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Do tupi wará ná, o guaraná é uma planta nativa da Amazônia, essencialmente brasileira, que há muitas centenas de anos, foi domesticada e cultivada pelos índios que a usavam para obterem energia, lucidez e destreza mental.

O Guaraná 20

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á em 1669, o padre Phelipe Betendorf, falava aos seus superiores sobre as potencialidades energéticas do guaraná e de nossa gostosíssima maniçoba.

maioria, uma coloração vermelha e se abrem parcialmente, deixando à mostra as sementes de coloração castanho escuras. O guaraná comercial é produzido apenas das sementes, sendo as outras partes de fruto descartadas.

A PLANTA

AÇÃO TERAPÊUTICA

O guaraná é um cipó lenhoso que, em área de floresta ou capoeira, cresce sobre as árvores atingindo até 10 metros de altura. Porém, quando cultivado em locais abertos, tem porte de arbusto crescendo até 2 a 3 metros de altura. Os frutos quando maduros, apresentam, em sua

Nas sementes do guaraná, encontra-se os seguintes elementos: Cafeína, água, amido, ácido tânico, fibra vegetal, cálcio, ferro, fósforo, potássio, tiamina e vitamina A. Esses componentes dão ao guaraná uma ação incomparável no que diz respeito ao sistema nervoso, beneficia o organismo, repondo as perdas, e

COMPOSIÇÃO QUÍMICA De acordo com a análise feita pelo ITAL Instituto de Tecnologia de Alimentos Campinas SP

Cafeína............................................. 2,97 % Proteína bruta.................................. 12,40 % Açúcares redutores............................. 4,40 % Açúcares totais................................... 6,10 % Amido............................................ 40,00 % Matéria graxa.................................... 2,48 % Tanino............................................ 10,80 % Fibra............................................... 2,87 % Potássio.................................. 609 mg/100g Fósforo.................................... 144 mg/100g Ferro....................................... 6,2 mg/100g Cálcio...................................... 92,3 mg/100g Tiamina.................................... 0,57 mg/100g Vitamina A................................... 375 UI/100g Cinzas................................................. 1.55% Umidade.............................................. 6,82%

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cura disenteria. Tem ação benéfica sobre o estômago e intestino, livrando as toxinas e fermentações. A cafeína, teobromina e teofilina, causam um efeito diurético e estimulante, diminuindo o cansaço. A mais conhecida planta nativa da Amazônia, o guaraná é um poderoso estimulante natural. Sua ação energética não é lenda. Hoje sabe-se que a planta aumenta o entusiasmo, alivia o cansaço físico e mental, combate o estresse, tem ação cardiocirculatória (previne a arteriosclerose e regula o ritmo cardíaco), corrige distúrbios gastrointestinais, tem efeito diurético (elimina impurezas) e ainda é afrodisíaca. O guaraná é fruto de uma trepadeira. Quando cresce no interior das matas, dependendo das condições de luz, pode se associar a grandes árvores e conviver num

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ser encontrado em estado silvestre, especialmente e em grande concentração, na região compreendida pelos rios Madeira, Tapajós, Amazonas e pelas cabeceiras dos rios Marau e Andira. Segundo nos informa Sônia Lorenz, toda essa região coincide com o território tradicional dos indios SateréMaués. E foram eles que inventaram a cultura do guaraná, ou seja, foram eles que transformaram a trepadeira silvestre em planta cultivada, descobrindo as técnicas necessárias para seu beneficiamento Atualmente, alguns estudos realizados junto à Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo apontam para a possibilidade de sua utilização na produção de cosméticos voltados para o tratamento de peles oleosas e de celulites.

A LENDA DO GUARANÁ Um Curumim (criança) da Tribo dos Maué que estava em guerra foi morto pelo espírito mal o Jurupaí que ao se disfarçar de Cobra Cascavel picou o menino e o matou. Toda a tribo entristeceu muito e pediram a Tupã (o pode se associar a grandes árvores e conviver num Deus Supremo) que ressuscitasse o menino. Então intrincado mundo de Aipos, galhos e folhas, chegando Tupã determinou que os olhos do menino fossem a subir bem alto. Por outro lado, quando cresce em retirados e plantados como se fossem sementes de uma local aberto e ensolarado, o guaraná permanece planta, pois ali ele disse que nasceria uma bela planta rasteiro. Tanto num caso como noutro, as folhas que chamou-a de Planta da Vida que traria mais força características da trepadeira do guaraná são para os jovens e mais disposição as idosos. Os Pajés da acentuadamente verdes e seus muitos frutinhos se Tribo fizeram o que foi mandado, durante quatro luas aglomeram em compridos cachos. (quatro meses) os índios guardavam o local e Nativo da floresta amazônica, o guaraná se adaptou e choravam sobre ele. Até que passou a ser cultivado em várias outras regiões do um dia brotou uma planta Brasil. Apesar disso, é ainda na floresta que ele pode que como um menino Energético, o gua- começou a subir em tudo raná é um produto que estava pela sua frente, natural reconstitu- subia em árvores e ia se inte e estimulante, espalhando, até frutificar, é sobretudo reco- frutos negros envoltos numa mendado para con- polpa branca embutida em valescentes, períoduas cápsulas vermelhas dos de pré ou meassemelhando-se muito a nopausa, idosos ou excesso de trabalho.um olho humano.

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Segundo o notável químico Paul Le Cointe, "o guaraná é refrigerante, reconstituinte, técnico calmante para o coração, combate a arteriosclerose; é recomendado contra diarréias e desinteria, contra as nevralgias e as enxaquecas. É um estimulante poderoso e também afrodisíaco. (Amazônia Brasileira - Árvores e Plantas Úteis)”

obter uma massa homogênea. Junte o guaraná à massa. Acrescente em seguida, a farinha com o fermento. Misture bem bata as claras em castelo e junte cuidadosamente à massa. Leve a forno moderado e pré-aquecido numa forma de buraco no meio, untada e polvilhada, durante cerca de 1 hora. Se ainda não estiver pronto, vá testando com um palito: estará pronto quando, ao espetar o palito na massa, este vier limpo.

R E C E I T A Bolo de Guaraná Ingredientes: 1 xícara de margarina; 3 xícaras de açúcar; 6 ovos; 2 xícaras de guaraná; 4 xícaras de farinha; 1 colher chá de fermento em pó Confecção: Bata bem a margarina com o açúcar e as gemas até

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Semente da árvore Paullinia cupana, planta considerada pelos índios como Planta Sagrada. Medicinal e afrodisíaca, o guaraná estimula o sistema nervoso central. É energético, indicado portanto para desportistas e pessoas que tenham atividades física e mental intensa; diminui a sonolência e a fadiga.Usado também para hipotensos e na prevenção da arteriosclerose.

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Breve Histórico e Descrição Botânica do Guaraná *Murilo Arruda

guaraná pode ser considerado a cultura aceitação na população. É esta variedade o guaraná símbolo do Amazonas e porque não dizer, do verdadeiro, plantado comercialmente e usado na Brasil, tendo um peso econômico, social e fabricação de refrigerantes, energéticos e outros cultural formidável. Por isso, a razão deste produtos alimentícios. texto, como forma de se trazer mais esclarecimentos Quimicamente, o guaraná foi analisado pela primeira sobre a planta do guaraná em si, sua importância, vez em 1826 por Theodor von Martius, que encontrou problemas e possíveis soluções para que seu valor um novo composto, o qual denominou guaranina. No esteja cada vez mais enraizado no orgulho nacional. entanto, em 1840, Berthemot e Dechastelus Cientificamente, o verificaram que a guaranina guaranazeiro foi descrito pela Tem os Andirazes em seus matos uma frutinha a qual secam e era na verdade a cafeína, depois pisam, fazendo delas umas bolas que estimam como primeira vez no início do os brancos o seu ouro. Chama-se guaraná. Desfeitos com uma mesma substância que século XIX por Kunth, após a pedrinha em uma cuia d`aguadão tanta força como bebida f o r n e c e m u i t a s d a s planta ter sido coletada na que indo à caça um dia até outro não sentem fome, além do características do café, sendo que tiram febres, cãibras e dores de cabeça. q u e n o g u a r a n á s u a Venezuela, dando-lhe o nome de Paullinia cupana. No início concentração pode ser até 5 do século XX, verificou-se vezes maior. que na verdade existiam dois A primeira referência tipos de guaraná: Paullinia conhecida do guaraná foi c u p a n a v a r. c u p a n a e feita pelo Padre Phelipe Paullinia cupana var. sorbilis. Betendorf em 1669, que A variedade cupana era relatou: “tem os Andirazes encontrada originalmente no em seus matos uma Alto Rio Negro e Orinoco, nas frutinha a qual secam e fronteiras do Brasil com depois pisam, fazendo delas Colômbia e Equador, e apesar umas bolas que estimam de ser utilizada pelos como os brancos o seu ouro. habitantes dessas regiões, não Chama-se guaraná. é cultivada comercialmente. A Desfeitos com uma variedade s o r b i l i s t e ve pedrinha em uma cuia origem, provavelmente, na d`aguadão tanta força região de Maués, no Estado do como bebida que indo à Amazonas, sendo incorporada caça um dia até outro não aos hábitos alimentares dos sentem fome, além do que colonizadores e viajantes da tiram febres, cãibras e região, a partir dos quais foi dores de cabeça”. Já no ano divulgada para outros locais de 1775, registra-se o que do Brasil, encontrando ampla parece ser a primeira citação

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Uma planta de guaranazeiro produz aproximadamente 38 mil flores por ano, das quais cerca de 6.800 são femininas, e as restantes, 31 mil, masculinas

do uso do guaraná como bebida no exterior, pelo depoimento do ouvidor Francisco Xavier Ribeiro de Sampaio: “os Maués são famosos pela fabricação da célebre bebida guaraná, frigidíssima, que já se usa na Europa, e em que se tem conhecido algumas virtudes de seu uso...”. Outros registros indicam que o guaraná era conhecido na Europa desde 1817, quando Cadet de Gassicourt recebeu amostras do produto enviadas por um oficial da embaixada francesa no Rio de Janeiro. Desde os primeiros relatos da existência do guaraná pelo Padre Betendorf, falava-se em suas propriedades medicinais, algumas quase milagrosas, o que provavelmente ajudou na sua divulgação e uso pelo Brasil. No início do século XX o guaraná era indicado para a clorose (um tipo de anemia feminina), hemorragias no útero, enxaqueca, nevralgia, diarréia, tônico cardíaco, afrodisíaco, arteriosclerose e epilepsia. Partes dessas indicações ainda hoje não possuem embasamento científico, em razão dos poucos trabalhos publicados sobre o assunto. O que se sabe é que o guaraná, entre as plantas cultivadas, é a que apresenta maior quantidade de cafeína, que pode variar de 3,6% a 10%, com média de 5,6% do peso seco das sementes (Tratado de Cooperacion Amazonica,1996; Sacramento & Lopez, 1983). O guaranazeiro pertence a uma família do reino vegetal conhecida como Sapindaceae, na qual já foram identificadas cerca de 1.500 espécies de plantas (Botany, 2002), sendo as mais conhecidas, a lichia (Litchi chinensis), uma fruta de origem chinesa

(considerada por muitos como a fruta mais saborosa do mundo) e o guaraná verdadeiro, cujo nome científico é Paullinia cupana var. sorbilis. O guaranazeiro é uma espécie monóica, isto é, possui flores femininas e masculinas na mesma planta, exigindo que o pólen seja levado da flor masculina para a feminina por abelhas, em especial aquelas sem ferrão, para que ocorra a fecundação, e se forme assim, a semente utilizada na indústria alimentícia. Uma planta de guaranazeiro produz aproximadamente 38 mil flores por ano, das quais cerca de 6.800 são femininas, e as restantes, 31 mil, masculinas (Embrapa, 1988 citando Aguilera, 1984; Schultz & Valois,1974). Por isso é fundamental, para que o número máximo de flores seja fecundado, e conseqüentemente haja produção de sementes, que as matas próximas às plantações sejam conservadas e que ocorra a preservação da fauna de polinizadores, assim como recomenda-se o uso controlado de defensivos, e quando este uso for realmente necessário, que sejam aplicados seguindo as instruções fornecidas por um técnico da área. A temperatura média anual ideal para a cultura deve estar entre 23 e 26C, com temperatura mínima anual superior a 20C. É uma cultura que não tolera solos encharcados e compactados, em razão da fragilidade de seu sistema radicular. . O guaranazeiro, em seu estado natural nas matas, cresce na forma de um cipó grosso, através das árvores, podendo atingir mais de 10 metros de altura, alcançando o extrato superior da floresta, onde existe mais luz, facilitando assim a fotossíntese. No entanto, quando cultivado comercialmente, em campo aberto, tem a forma de um arbusto subereto que geralmente não passa de três metros de altura e dois a três metros de diâmetro de copa. Portanto, percebe-se que o guaraná está presente na alimentação e no folclore brasileiro há mais de 300 anos, demonstrando sua importância para o Brasil. *Murilo Rodrigues de Arruda é Engenheiro Agrônomo, Mestre em Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas da Embrapa Amazônia Ocidental, em Manaus.

E POR FALAR EM GUARANÁ... Brevemente a CERPA colocará à disposição da população os gostosíssimos: Guaraná CERPA, Cola CERPA e a Água Mineral CERPA.


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omo posso venerar o teu dia, minha mãe Amazônica? Tão bela, tão imensa, tão verde, tão lendária, se tudo teu desmorona na devastação abominável das serras, do mercúrio, das queimadas assassinas de gentios de outras plagas a te apunhalar no ventre de tuas vertentes, moradas seculares dos curupiras afoitos, doidos, soturnos habitantes de tuas entranhas? Como posso venerar teu dia, minha mãe Amazônia, verde, úmida, fechada nos mistérios milenares, e moradas da Matinta, do Boto farrista, da Yara encantada, das cobras grandes, do fedorento Mapinguarí, da arrasadora Pororoca, do choro triste do Uirapuru, com suas plumas vermelhas, ainda dolorido da flechada apaixonada da índia donzela, que te amava quando eras um valoroso guerreiro? Como posso louvar teu dia, mãe verdinha, se nem encontro mais teu enfeite predileto, que usavas em tuas madeixas, negras, tão negras onde dormia o Anum? Sim, onde eu vejo a Vitória Régia, vicejando e nascendo em teus mil regaços matinais, boiando no silencio celestial de tua mata outrora virgem? Vocês, amigos parauaras sabem como nasceu este brinco de nossa Mãe Amazonida? Não? Pois bem! Havia à muito tempo, no perder das memórias dos caboclos seculares, uma linda e jovem índia que queria se transformar em uma estrela, mas um velho sábio da sua aldeia, reveloulhe o segredo! A bela jovem, para ser uma estrela fulgurante tem que tocar na lua; e ao cair da noite a esperançosa donzela subia

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MINHA AMA

bem alto, numa pequena montanha. Quando surgiu a lua, triste e bela na mata engalharada, matizada por mil cores da vertente do horizonte e refletida no lago sereno, espelhado ao refletir sua imagem, a bela jovem caiu, desaparecendo nas águas puras, silenciosas da natureza bela. A Lua, com pena, transformou a linda indígena numa flor de beleza incomparável. Assim nasceu a primeira Vitória Régia, amigo leitor, uma flor tão bela como a mais fulgurante estrela do Universo! Como posso homenagear teu dia, mãe nativa, cheia de odores matinais?

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ZÔNIA *HÉLIO RODRIGUES TITAN

Como posso? Onde estão teus pássaros multicoloridos, cantadores do arrebol? E suas moradas, os bambuzais que balançavam como caniços aos ventos vespertinos? Vejam amigos que eram mais de 25 espécies que vicejavam em teu seio materno! Onde eu vejo o Inhambu-guaçu, o Tanguru-pará, o pica-

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pau ferrugem, o Arapaçu de bico torto, o João do Norte, o Choca do Bambu, o Trovoada listrada, o Torom-Torom, o Barraqueiro escuro, o Barraqueiro de topete, a Maria-cabeçuda, o Papa-capim e outros? Como eu posso beijar o teu regaço, minha mãe natureza, se só vejo pó de outras levas a macular teu chão úmido e gostoso, fruto da heresia da devastação? Como posso cantar louvores a esta mata estraçalhada, se não posso dançar no varar da madrugada e conhecer de perto um Boto namorador? Aonde, querida mãezinha, eu posso ouvir o assobio da velha Matinta Pereira? Acho que acabaram também com ela! De que maneira te homenageio, minha mãe, se já não tenho as cachoeiras para derramar o frescor de suas águas no meu corpo amante? Será que foram cobertas pelas represas do “progresso”? Acho que sim. Como posso saborear teus cupuaçus dourados, se até seus caroços furtaram do cerne de teus frutos milenares? Como posso, minha mãe Amazonida, te dar parabéns, se só vejo a cruel planície dourada da soja alienígena? E as rodovias descuidadas e maltratadas a cortar como um bisturi selvagem, tua pele saudável e nativa? E o teus peixes dourados, incomparáveis, dizimados pelo Mercúrio cruel dos miseráveis, numa busca frenética pelo vil metal, agredindo e roubando uma ganga que é tua, presente da natureza plena? Como eu posso? Mas eu posso, porque apesar deste delírio, ainda és minha mãe Amazonida, ainda és minha genitora Parauara! Parabéns pelo dia!

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Double M é uma das empresas de publicidade mais novas do mercado. Em junho de 1999, André Moreira deu início à agência Double M, que já nascia promissora. Com o passar dos meses, a equipe foi crescendo e ingressaram no “time” Doda, Jansen, Elizio, Milena, Jacqueline e Rosinha. O publicitário Julio Ribeiro, da Agência Talent, é a fonte inspiradora de André, que tem 35 anos, é engenheiro civil com pósgraduação em Propaganda e Marketing e MBA em Gestão. O pai é o seu guia. “Procuro me espelhar nele. E me baseio também na minha família, que me transmite paz e tranqüilidade”, afirma. André também faz questão de citar outras três pessoas que foram fundamentais para o sucesso da empresa: Roberto de Menezes, que era o gerente comercial da Leal Moreira, Ana Paula Guedes e Juan Diego Corrêa, com sua experiência acumulada em 20 anos trabalhando na empresa Coca-Cola e em um ano na Amazônia celular. Segundo André Leal Moreira, a Double M, na verdade, é uma agência de propaganda que foi pensada mais ou menos durante sete anos. “Quando eu assumi o Departamento de Marketing da Leal Moreira, eu já pensava em ter uma agência de propaganda”, revela. Durante este período, André foi ganhando experiência e conhecimento sobre o negócio da Comunicação. Em São Paulo, o publicitário visitou agências, parceiros e buscou opiniões. A partir daí, a Double M começou a ganhar um desenho. “No início, antes mesmo dela surgir, eu pensava: eu quero que a Double M seja uma empresa legal, que trabalhe com pessoas desprovidas de vícios. Que ela própria forme sua mão de obra”, destaca André. A idéia de André era trabalhar com poucos clientes. Especializar-se em atenção aos clientes e, principalmente, a criatividade, procurando sempre diferenciais reais, idéias novas e soluções que não sejam comuns no mercado. “Eu acho que tudo isso nós 28

Os valores da Double são confiança, parceria, inspiração e trabalho para o milênio. Significa que a Double M irá crescer e terá a vida longa

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conseguimos. Desde o nosso lançamento, que também foi diferenciado. Criamos todo um conceito baseado em imagens e palavras. Os valores da Double são confiança, parceria, inspiração e trabalho para o milênio. Significa que a Double M irá crescer e terá a vida longa”. O marketing da Leal Moreira veio pra dentro da Double M, que funcionava numa sala ao lado. Com uma cabeça inovadora, como ele mesmo diz, André queria mudar o cenário local. Para ele, o mercado virou uma verdadeira guerra. Muitas empresas, pra conquistar mercado, acabaram abaixando o preço do serviço para conseguir anunciantes: “Antigamente, o próprio anunciante respeitava a remuneração da agência e dificilmente ele questionava as comissões e os valores de criação. Hoje em dia não. Muitas empresas usam como arma o preço, e isso realmente é complicado pois pode comprometer a qualidade do serviço e conseqüen-as Edição 38


temente o resultado para o cliente”. André destaca ainda que as idéias inovadoras da Double M esbarram também na cultura do mercado local. “O empresário e o mercado muitas vezes não conseguem entender a importância de ter um trabalho de construção de marca sólido”. A Double M é a primeira agência que vem trabalhando com participação total nos lucros. Toda equipe que produz para o mercado participa. “E isso é algo muito importante, pois estimula as pessoas a colocarem o melhor de si no seu trabalho”, afirmou. Vinte e cinco pessoas têm a missão de atender 16 clientes. A Double M, desde o início, mantém a regra de atender a poucos clientes. “Não é somente com o objetivo de atender melhor, mas porque precisamos de tempo, e criação requer tempo precioso”. Outro detalhe destacado pelo publicitário é que a Double M não se contenta com a primeira idéia. “Buscamos sempre a melhor idéia e não a mais fácil”. Inclusive, já chegaram a recusar clientes: “Acreditamos numa

filosofia. Quando vemos que o cliente não vai nos dar resultado que esperamos, possibilitando que possamos desenvolver um bom trabalho para ele, ou quando não vamos conseguir dar a atenção de que ele precisa, nós preferimos recusar”. Dos 16 clientes, onze são líderes em seus respectivos mercad o s : C O M PA R , Farmácia Artesanal,

...eu quero que a Double M seja uma empresa legal, que trabalhe com pessoas desprovidas de vícios. Que ela própria forme sua mão de obra... André Moreira

EQUIPE DOUBLE M

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Você tem que ser muito bom para gerar resultados para o cliente em um ambiente com falta de verba

Diego Correia - Diretor

Grupo Formosa, Fox Vídeo, Gestor Consultoria, Grupo Okajima, IECA, Imperador da Máquinas, Leal Moreira, ½ Ambiente, Mundial Turismo, Oi, Sky, Sol Informática, Telemar e Velox. Apesar do pouco tempo na “estrada”, a Double M já ganhou prêmios valiosos. Entre eles está a medalha de prata no Central de Outdoor Nacional em uma campanha para a Farmácia Artesanal. Ficaram atrás apenas da Fischer America, uma multinacional da propaganda. André Moreira acha que a propaganda paraense está estacionada. “No aspecto financeiro, anunciantes, agências e fornecedores lutam por melhores resultados num estado de economia predominantemente varejista”, afirmou. “Eu acho que não existem alternativas fáceis. É muito mais prazeroso e fácil você criar quando tem dinheiro. É difícil manter a luz quando não há verba, por isso os clientes devem procurar agências com soluções criativas”, completou. Segundo o publicitário paraense o ideal é saber lidar com a falta de dinheiro. É saber gerar resultados, ser criativo num campo sem verba. “Você tem que ser muito bom para gerar resultados para o cliente em um ambiente com falta de verba. Há clientes que até desistem de fazer propaganda e apostam em outros projetos”, revela. Já a propaganda brasileira, ele considera fantástica, porém careta. “Eu vejo muitas propagandas que são feitas na Europa, por exemplo, e as peças de lá são extremamente ousadas. A legislação européia permite uma ousadia maior. Mas eu acredito que em termos de criação publicitária, ninguém bate o Brasil”, afirmou André. 30

REVISTA LIVING A Double M também edita a Living, uma revista de formato diferenciado encomendada pela construtora Leal Moreira. A publicação é referência no mercado editorial paraense e trouxe novas possibilidades para o segmento. Assuntos como moda, tecnologia, comportamento, música, arquitetura, culinária, design e lazer são expostos em excelente acabamento e qualidade gráfica. O foco, aqui, não está na construtora, mas no conceito de qualidade de vida que ela oferece. O resultado é uma leitura leve e consistente, levando aos clientes da Leal Moreira e cada vez mais ao público em geral entrevistas com personalidades como a estrela Maria Rita, os Schurmann, a top Caroline Ribeiro, a atriz Dira Paes, entre outros, além do perfil dos próprios moradores dos empreendimentos da construtora. Double Digital: É um braço da Double M, em sociedade com o designer Mauro Gondim. “Pra mim ele é um dos profissionais mais capacitados para desenvolvimento de sites em Belém. Ele tem uma experiência muito boa, adquirida numa empresa multinacional e os clientes têm demonstrado satisfação com o design e com a desenvoltura dos sites que ele cria”. A idéia de criar a Double Digital surgiu quando André conheceu Mauro e percebeu que ele era realmente uma pessoa com conhecimento diferenciado em sites. “Aí, resolvemos criar uma sociedade”, diz André. A Double Digital é um lado da empresa que ainda está em crescimento. A empresa funciona totalmente independente da Double M.

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Ana Paula Guedes - Gerente comercial

André Moreira - Diretor

PEÇAS PUBLICITÁRIAS

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FÁBRICA S U m a

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m 1917 nascia a Fábrica Santa Maria, inicialmente registrada com o nome de Quilimam Machado e Cia, e o nome Fantasia Fábrica Santa Maria, localizada na rua Municipalidade esquina com a Travessa Rui Barbosa, onde hoje funciona neste local, o estacionamento de uma Academia de Ginástica de Belém. Inicialmente a industria era voltada para a produção de óleos vegetais das diversas sementes da região como o patauá, o muru-muru, a ucuhuba, a castanha do Pará, a andiroba e etc. além de uma pequena unidade de fabricação de sabão. O trabalho principal era recolher sementes da própria região para extrair os óleos vegetais, no entanto, por se tratar de plantas nativas, muitas delas foram ficando escassas e com isso sem produtividade. Em 1944 o empresário José Pires Rei (Patriarca do Grupo Santa Maria) arrendou a empresa e trocou a sua razão social para Fábrica Santa Maria, Óleos e Sabão Ltda, nome que conserva até a presente data. Começava ai a empresa familiar que se mantém até os dias atuais, onde se encontra hoje na segunda e terceira geração, partindo daí para o fortalecimento de uma industria de produtos de higiene e limpeza, com a fabricação do Sabão Regência, produto que mantém a mesma fórmula, portanto, a mesma qualidade há mais de 60 anos. À segunda geração, hoje na ativa, se encontram, o Sr. José Fragoso Rei, Presidente da Empresa, e os sócios o Sr. José Augusto Monteiro e a Sra. Adelina de Jesus Fragoso Rei Moreira, na terceira geração se encontram os Diretores: Luiz Otavio Rei Monteiro, Ana Margarida Monteiro Bentes de Carvalho, Julio Rei Ribeiro e José Anijar Fragoso Rei. Em 1979, com a necessidade de ampliar a sua área

produtiva, a empresa foi transferida para a sua localização atual, situada à Rodovia Arthur Bernardes em Icoaraci. Mantendo a sua produção de sabão em barra, como o Sabão Regência - o tradicional; os sabões de Coco Lavanil e Clarin; o Sabonil e a família do Sabão Regente, sobressaído o Regente Blue. Todos eles com excelente aceitação no mercado, além de manter a extração de óleo de algumas sementes da região. “Nossa empresa, prima pela qualidade dos produtos, por isso esse sucesso”, destacou a diretora Ana Margarida. Ainda para 2005, a Santa Maria já prepara novidades para o mercado. O Diretor Julio Ribeiro revela que a empresa vai lançar alguns itens da linha líquida de limpeza, entre eles a Água Sanitária e que não tem dúvida de que esses novos produtos vão ter grande aceitação da população, pois serão produtos com a Qualidade Santa Maria. Pelo próprio nome Santa Maria, pode-se notar a influência da Igreja Católica na formação das novas


ANTA MARIA n u i n a m e n t e

gerações, participando ativamente no dia a dia de diversas paróquias, mantendo assim a sua fé cristã e os princípios doutrinários da religião Católica. Outro produto lançado há pouco tempo no mercado e que já conquistou seu espaço é o sabonete Carimbó. Com um nome bastante regional, e um preço bem acessível, o produto está tendo ótima receptividade dos consumidores paraenses, principalmente pela sua qualidade, que não fica nada a desejar aos seus concorrentes de outros estados, afirma o Diretor Luiz Otavio. E com este item, a empresa passa para uma nova fase, de industrialização de produtos na linha de cosméticos. Para comprovar a regionalidade do sabonete, o jingle que toca na rádio é cantado por um dos maiores representantes do Carimbó no Pará, o cantor Pinduca, e o comercial de TV, feito por artistas paraenses na qual podemos destacar a atriz Bárbara Gibson, que com apenas 15 anos já participou de diversos filmes nacionais, mostrando mais uma vez a qualidade de nosso Estado. A Fábrica Santa Maria está crescendo cada vez mais e sempre empregou força de trabalho local incentivando o desenvolvimento regional. "Nós sempre vamos valorizar a nossa terra. Por isso, temos boas perspectivas para o futuro, temos orgulho de sermos paraenses, e sempre que podemos, prestigiamos o Pará, pelo passado, pelo presente e pelo futuro, que temos certeza será promissor”. finalizou José Rei, que faz parte da terceira geração do Grupo.

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Julio Ribeiro, Diretor Industrial. Terceira Geração


PRODUTOS

SANTA MARIA Qualidade que vocĂŞ confia.

Nem precisa fazer teste, limpa mesmo.


DIA DAS MÃES

em tempo real o que ocorre com seu pessoal. Mãe moderna, emprego perdido mas crente em sua competência vai à luta. Mãe Antiga, que foi carona, sentava ao lado do motorista, que era machista, Mãe moderna, dá carona, fica durona, dirige, comanda, briga no trânsito, traz e leva as crianças, vai ao trabalho, troca pneu, vive uma nova era e não se desespera. Entende que os filhos aprendem na TV, o pensamento não fica pregado no presente, vai alem, pensa na vida futura. Vive, entende, aprende, repassa, não acha a vida dura, apenas ressente que muitas vezes, aqueles que se fazem presente em sua mente, não reconhecem o quanto a Mãe Moderna necessita de carinho, amor, amizade, e porque não dizer, sinceridade. Porém as Mães Modernas ou Antigas, mantêm em comum um sentimento que é o Amor pelos filhos, pelos quais são capazes de dar a Vida. Cabendo então aos filhos o reconhecimento, e saber que Mãe vale por um milhão, mas a gente só tem uma e é bom cuidar dela, e para isso procuremos observar estas cinco dicas: 1 - Lembre-se que ela é gente. Tem direito a errar e tentar acertar. Da mesma maneira, se você errar, está disposta a perdoá-lo. Basta abrir o jogo, confiar e ser sincero. 2 - Respeite- a. A liberdade entre Mãe e filho, nunca deverá anular o respeito. Mesmo porque quem respeita é respeitado. 3 - Não fique eternamente na defensiva. Você não tem porque provar que é melhor ou pior que sua Mãe. Converse. Afinal, a experiência conta mais que a teoria. 4 - Tire tempo para ela. Não são apenas seus amigos que gostam de companhia. Sua Mãe também. 5 - Cultive sua amizade. Nada pode mudar o fato de ser filho de sua mãe, mas ser ou não seu amigo é escolha sua. Lembre-se que a mãe é a melhor amiga da gente; é aquela que fica com você nos bons e maus momentos. Mãe. Que Deus a proteja sempre, Te ilumine, te de forças para continuar sua batalha.

Rejane Olga Jatene

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proxima-se o “DIA DAS MÃES', isto nos faz refletir sobre a vida moderna fazendo um comparativo entre “Mãe Antiga e Mãe Moderna”. Mãe Antiga, papinha, cozinha, vizinha, filhos, criação, vida pouco vivida, marido chefe, dono do contracheque, mundo visto através de uma pequena janela. Mãe Moderna, papinha prontinha, sem tempo de transformar cenoura, batata, chuchu na mais pura comida (isso traz um enorme sentimento de culpa), não tem vizinha, tanque. Para conseguir tempo para família aquece tudo no micro. Traduz planilhas, dirige reunião, chega em casa cansada, troca fralda, faz baixar a febre, vive uma vida de artista sem platéia. Mãe Antiga, ganhava presente do provedor que nem sempre era presente, e sua ausência causava muita dor. Mãe Moderna dá presente, é presente, pois mesmo distante nunca está ausente já que mesmo no trabalho, não desgruda da garotada e pelo telefone busca saber

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FELIZ DIA DAS MÃES

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Belém Santa Izabel

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uas histórias aparecem nos registros históricos, para explicar a origem do nome do município de Santa Izabel. A primeira é vinculada à devoção e culto a Santa Izabel, a rainha católica de Portugal, que foi canonizada e cuja imagem um imigrante levou para o lugar. A segunda, atribuída às virtudes de uma escrava chamada Isabel que, segundo os relatos orais, teria chegado ao povoado acompanhando um dos imigrantes e que, com a dedicação para com o seu senhor e para com o resto dos habitantes, passou a ser chamada de “santa”. Santa Izabel passou a ser reconhecido como vila em 6 de junho de 1899, mediante a promulgação da lei nº 646. Nessa altura, Santa Izabel contava com uma estação da Estrada de Ferro de Bragança, precisamente no Km 46. Devido ao dinamismo experimentado pela vila, em 30 de dezembro de 1931, ganhou o predicado de Município, e como tal, foi instalado em 2 de janeiro de 1932. Entretanto, nesse mesmo ano, lhe foi retirado o predicado,

No belo igarapé de Caraparu, em dezembro o Círio de Nossa Senhora da Conceição

ficando extinto o Município. Em 8 de dezembro de 1933, segundo a Enciclopédia dos Municípios, mediante a promulgação de Decreto Estadual nº 1110, voltou a ganhar autonomia como Município, registrando-se uma nova instalação, como tal, em 7 de janeiro de 1934. Atualmente, conta com três distritos: Santa Izabel do Pará, que se constitui na

Para Mario Kató, a Saúde, a Cultura e o Saneamento, dentre outros, são importantíssimos para a população de Santa Izabel 36

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Izabel do Pará Cidade dos

arapés sede do Município, Americano e Caraparu. O Município de Santa Izabel do Pará pertence à Região Metropolitana de Belém e Microrregião Castanhal. A cidade é rodeada pelos municípios de Santo Antônio do Tauá, Benevides, Castanhal e Inhangapi. Ao sul fica o Rio Guamá. E é do rio e seus afluentes que o atual prefeito da cidade, Mario Kato, do PMDB, quer fazer de atração turística. O principal rio da cidade, o Caraparu, que já atrai milhares de pessoas, será o ponto forte do projeto de ecoturismo para o município. “Nós vamos investir no ecoturismo porque temos fazendas, Igarapés, trilhas e diversos pontos de banhos que atraem cerca de 3 mil pessoas por semana”, disse o prefeito. Entre os balneários, dois se destacam: A Vila de Caraparu e o Porto de Minas. O prefeito Mario Kato quer atrair as indústrias para a cidade. Já funcionam na área várias fábricas como de sabão, óleo de Dendê, tubos e conexões, biscoitos e uma da empresa Frango Americano. “A nossa cidade está estrategicamente situada nas

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margens da BR 316. A nossa idéia é verticalizar, ou seja, trazer as indústrias para nossa região”, revelou o prefeito. Mario também quer incentivar os agricultores locais. Santa Izabel se destaca na produção da farinha de tapioca. Com cerca de 400 toneladas de féculas por mês, a cidade é a de maior produção em todo estado do Pará. “Por enquanto não temos uma boa estrutura montada. Eu quero estimular e fazer movimentar toda a cadeia produtiva desde o cultivo da mandioca até chegar aos supermercados”, planeja o prefeito. Além da farinha, Santa Izabel também se destaca na produção de corte de frango e ovos. O prefeito esclarece que a produção abocanha cerca de 55% da produção do corte do frango e 80% dos ovos. O incentivo aos hortifrutigranjeiros não foi esquecido pelo prefeito. “Vamos tornar nossa cadeia produtiva grande e tenho um projeto para estimular ainda mais a nossa produção de legumes, frutas e verduras”. A religiosidade também se destaca em Santa Izabel. Os fiéis celebram o Círio de Nossa Senhora da Conceição de Itá, no segundo domingo de maio. O Círio de Santa Izabel acontece no primeiro domingo de julho e o Círio de Nossa Senhora do

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Em Santa Izabel existem cerca de 1.000 igarapés, cada um mais bonito que o outro

Carmo, no dia 26 do mesmo mês. No mês de novembro, comemora-se no Distrito de Americano, o Círio de Nossa Senhora da Conceição. A festividade de caráter mais significativa de Santa Izabel é a Festa das Flores, no fim do mês de maio. No artesanato, destaca-se a produção de entalhes em madeira, sem, no entanto, se constituir um elemento caracterizado do Município. Como o prefeito é oriundo da área da saúde, ele vai dedicar também o seu trabalho ao programa Saúde da Família. “Eu sou dentista e tenho mais três pessoas na família que também são. Então eu sei que população precisa de melhores

atendimentos na saúde”, disse o prefeito revelando que inaugurou recentemente uma unidade médicoodontológica “para melhorar a saúde bucal do povo”. Ainda há mais seis unidades a serem instaladas. O O prefeito com José Pereira Tinôco, o prefeito também pretende investir no secretário de saúde hospital de urgência e emergência. “É para melhorar o nosso atendimento. O povo não tem condições de pagar consultas médicas e cerca de 20% da população está desempregada”, destaca. “Quero trabalhar com dignidade e melhorar a situação do nosso município”, ressaltou o prefeito, que está em sua primeira experiência governamental.

Mario Kató: “Quero trabalhar com dignidade e melhorar a situação do nosso município” 38

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Retrato de Mãe

O máximo da ternura O máximo da amizade O embalo dos meus sonhos Tornando-os realidade! Amiga em todas as horas Suporte do meu ser! Transformas as tristezas Em doce amanhecer Amiga muito Querida!

*Dom Ramon Angel Iara

“Uma simples mulher existe que, pela imensidão do seu amor tem um pouco de Deus; e pela constância de sua dedicação, tem um pouco de anjo; que sendo moça, pensa como uma anciã e, sendo velha, age com as forças todas da juventude; quando ignorante, melhor que qualquer sábio desvenda os segredos da vida e, quando sábia, assume a simplicidade das crianças; pobre, sabe enriquecer-se com a felicidade dos que ama e, rica, empobrecer-se para que seu coração não sangre ferido pelos ingratos; entretanto estremece ao choro de uma criancinha e, fraca, entretanto, se alteia com a bravura dos leões; viva, não lhe sabemos dar valor porque à sua sombra todas as dores se apagam e, morta,tudo o que somos e tudo o que temos daríamos para vê-la de novo, e dela receber um aperto de seus braços, uma palavra de seus lábios. Não exijam de mim que diga o nome dessa mulher, se não quiserem que ensope de lágrimas este pergaminho. Quando crescerem seus filhos, leiam para eles esta página: eles lhes cobrirão de beijos a fronte e dirão que um pobre viandante, em troca de suntuosa hospedagem recebida, aqui deixou para todos o retrato de sua própria Mãe...” *Bispo de La Serena - Chile The Madonna of Foligno, óleo sobre tela de RAFAEL - Raffaelo Sanzio ou Santi (Urbino 1483 - Roma 1520) , pintor e arquitecto. Consagrou-se principalmente ao tema da Virgem. Em 1508 o Papa Júlio II encomendou-lhe a decoração das salas dos seus aposentos. A sua arte associa a harmonia e o equilíbrio, com uma amplitude figurativa totalmente nova, que define a Renascença clássica;a isso deve a sua celebridade.

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*ACYR CASTRO

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Trabalho

aio é o mês do trabalhador; abre logo com uma data mais do que significativa, o dia 1º, Dia do Trabalho. Evento esse festejado universalmente, e poucos o merecem tanto. Nenhum povo, nenhuma sociedade, fica fora disso; já que a civilização humana sabe que, sem trabalhar, inexiste quer o homem quer a própria civilização em si. No dia 13 de maio a princesa imperial regente, dona Isabel, era o ano de 1888, firmava a Lei Áurea, emancipando o escravo negro do Brasil. Verdade que uma libertação política, desde que não também econômica, portanto parcial e quase que só teórica. Porém um acontecimento importantíssimo e que trouxe alterações básicas na vida nacional brasileira, favorecendo a causa da justiça e o caso da nacionalidade em formação... Antes de “emergir para o mundo como nação”, escreve Aluysio Mendonça Sampaio em “Brasil Síntese da Evolução Social”, LB/Literatura Brasileira, São Paulo, 2004, o Brasil encarou o trabalho como mão de obra escrava, no processo da colonização portuguesa, a indígena e a seguir, proliferando após a Independência, os negros trazidos d'África. O ensaísta acentua que “as peculiaridades locais ou regionais”, no território brasileiro, “se uniam numa mesma estrutura social feudal-escravagista, constituída com a mesma finalidade colonial de produzir para exportar, e possuíam uma mesma tradição de línguas e história”. O livro de Aluysio Sampaio foi editado primeiro em 1961, embora meditado e escrito na segunda metade dos anos 1940, resultado de demorada e criteriosa pesquisa. Trata-se de obra memorável, preciosa para estudiosos estudantes, a enfrentar de frente a história deste país, acabando por “desvendar as características fundamentais da nossa formação e desenvolvimento,

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Aluysio Mendonça Sampaio

BRASIL. SÍNTESE DA EVOLUÇÃO SOCIAL

E Por Falar em

Aluysio Mendonça Sampaio

BRASIL SÍNTESE DA EVOLUÇÃO SOCIAL

LB Literatura Brasileira

Aluysio Mendonça Sampaio, o autor de “Brasil - Síntese da Evolução Social”, é excelente prosador, poeta qu’escreve com o corpo e a alma. É um excelente trabalhador.

mediante a revelação das contradições internas e externas dos relacionamentos sócio-econômicos”. “Eis porque assinalaram-se as fases”, explica Aluysio, do “evoluir da infraestrutura econômica” pelo qual tem passado o Brasil desde o “achamento” em 1.500, passando pela Colônia, o Império com os dois imperadores, Pedro I com o seu Grito às margens do Ipiranga, Pedro II com a sua utopia de uma Inglaterra em pleno trópico e, entre sonetos, a absoluta

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certeira: “a relembrar a Idade Média, quando se pagava taxa para travessia nos feudos, dissemina-se a cobrança do pedágio nas rodovias”. E a violência inunda o campo, mergulha a cidade no caos, e a Pátria (como na ópera) “que não aborreça”. Excelente prosador, poeta qu'escreve com o corpo e a alma, Aluysio Mendonça Sampaio um excepcional trabalhador. A Revista da Literatura Brasileira (LB) que edita magistralmente em São Paulo ganha, hoje, as linhas de enorme contribuição à cultura brasileira de resistência democrática de repúdio à massificação da burrice, da desinformática e do civismo que situa o Brasil no concerto internacional já no Século Vinte e Um. O trabalho dele, suas estórias, seu entender a História, a sua poesia enobrecem e honram a inteligência e a sensibilidade. Trata-se de um herói brasileiro esse Aluysio Sampaio, da estirpe do Cléo Bernardo, paraense da gema, que biógrafo (“A Falta Que Faz”) com infinita saudade em livro que está na Banca do Alvino aqui em Belém e nas livrarias desta sofrida como poucas cidades deste Pará amado de que é o centro cultural e político. Dois trabalhadores a sonhar com o Reino da Liberdade (contra o liberalismo que hoje é fraude) e a brigar com a força civilizatória da palavra, reinado da Ciência e da Arte.

dependência ao imperialismo inglês. Um livro admirável este de Aluysio Mendonça Sampaio, que discute os problemas do povoamento, o das categorias sociais, o da transformação da colônia em metrópole devido à invasão de Portugal pelas tropas napoleônicas, a integração do Brasil no mundo, as relações de produção e de atividade obreira no campo e nas cidades, a Abolição e a República, indo ao populismo (o getulismo graças à revolução de 1930 e de depois de 1946) com “as premissas de um caminho brasileiro de transformação social”. Após abordar as incertezas dos regimes de Jânio Quadros e João Goulart (num posfácio à edição de 2004 a abranger o sistema implantado na seqüência da queda de Jango) afinal desaguando na ditadura, sempre em crise, do movimento imposto a ferro e fogo em 1964. Não mais a subordinação aos ingleses da época da Monarquia, sim ao capital norte americano a partir já da chegada (tão só um desfile ou uma parada de soldados pelas ruas) da República. De “1964” em diante a submissão à invasão estrangeira escancarouse, tudo se privatizando. A mania de privatizar, uma obsessão, virou herança maldita para o príncipe Dom Fernando Henrique Cardoso e o líder obreiro Luís Inácio da Silva, passando por José Sarney o Venturoso Pai dos cruzados e Dom Fernando Collor de Melo o Atrapalhado e Desnorteado quem sabe o pior governante que estes brasis jamais tiveram, contando com o “achamento” que é bem melhor que Descoberta, enfim os índios chegaram primeiro que os europeus, não é não? O trabalho tem sido peça de base no Brasil, seja de economia formal, seja de economia informal, ao longo dos idos e vividos destes brasis velhos de guerra. No entanto, lembra Aluysio, sem participar dos lucros (somente participa das falências) da iniciativa de construção nacional de uma das sucursais do capitalismo globalizante, gigante pela própria natureza adormecido em berço esplêndido que nem no Hino. A análise dialética usada no “BRASIL Síntese da Evolução Social” é lúcida e perfeita, brilhante e

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*Jornalista e Escritor Acyr Castro na Academia

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“Todos os dias, a criatura humana, mesmo que nem o perceba, está a escrever um fragmento de sua própria história e das razões do seu viver”. L.A.F. Soares, Médico e Escritor SOBRAMES maioria das pessoas não sabe, exatamente, qual o verdadeiro papel das Academias no contexto literário/ cultural. Muitos acreditam serem elas simples agremiações elitistas, de conformação eminentemente corporativa, ou, ainda, como se diz popular-mente, constituindo verdadeiras “igrejinhas” de pseudo-intelectuais que almejam granjear ou altear “status”, o que não corresponde à verdade, por oportuno advirta-se. Mas então, o que são, afinal, as Academias, quais suas finalidades e seus préstimos? As Academias são agremiações de caráter científico, artístico ou literário, podendo ter origem e manutenção institucional ou particular. São instituições ancestrais que se iniciaram ainda na Grécia Antiga, com Platão, nos jardins de Academo (daí academia), nos

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O edifício da Academia Francesa, em Paris

arredores de Atenas e durou do século IV ao I a.C., compreendendo vários

períodos. A Academia Francesa é, sem ponta de dúvida, a mais antiga dessas instituições surgidas na Era Moderna, criada em 1635 por Carta Régia de Luiz XIII, a pedido do ministro plenipotenciário, Cardeal de Richelieu, e se fez paradigmática para todas as demais congêneres que se seguiram no mundo culto de então. Em Portugal, que nos influenciou enquanto durou o processo colonizatório e mesmo durante o período Imperial Sérgio Martins PANDOLFO** brasileiro, pioneiramente deuse a criação da Academia Real de História, por decreto de D. João V, em 8 de dezembro de 1720. Ao lado de

AS ACADEMIAS DE LETRAS ONTEM E HOJE

O “Petit Trianon”, no Rio de Janeiro (hoje inexistente), foi sede da Academia Brasileira de Letras.

Soluções Abrangentes em Informática

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atividade especificamente histórica foi desenvolvida, também, uma atividade científica e, extensivamente, literária, com apreciável acervo de conquistas, contribuições e registros nesses campos. Seguiuse lhe a Academia de Ciências de Lisboa, em 1783, que teve seus estatutos aprovados e sancionados pela rainha D. Maria. Estava dividida em três campos de atividades: as ciências naturais, as ciências exatas e as belas artes. No terreno das belas-letras a ênfase maior foi dada ao estudo da língua e da história portuguesas, bem como incentivo à criação literária. Em nosso País, a primeira instituição de escopo acadêmico, faz-se mister salientar, foi a

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Fundação da Academia Nacional de Medicina. Eminentes médicos brasileiros fundaram, há 176 anos, a Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro, depois Academia Imperial de Medicina (1835), atualmente Academia Nacional de Medicina . Óleo sobre tela de Arlindo Castellane de Carli. Salão Nobre da ANM, Rio de Janeiro.

Academia Imperial de Medicina, fundada em 1835, na vigência do Império brasileiro, hoje Academia Nacional de Medicina, por eminentes médicos de então. Vetusta e aclamada instituição científica de discussão, refinamento e excelência médica, com acreditação internacional, não descurava de ser, parelhamente, um foro privilegiado de debates, atualização e imposição beletrista, haja vista que os grandes luminares

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dessa agremiação eram, também, eminentes e consagrados cultores do idioma vernáculo pátrio, escritores aclamados, muitos com livros editados e assídua participação na imprensa da época, sendo que, não raro, vários de seus membros tornaram-se, mais tarde, membros alguns fundadores da Academia Brasileira de Letras. A Academia Brasileira de Letras, criada no Rio de Janeiro por um grupo de literatos capitaneados por Machado de Assis, Joaquim Nabuco e o paraense, de Óbidos, José Veríssimo, teve sua sessão inaugural em 20 de julho de 1897 (já na República, portanto), na sede da Revista Brasileira. Essa publicação literária era dirigida, então, por Veríssimo, já acatado crítico e historiador literário, tendo sido professor da

O Solar do Barão de Guajará, um raro e nobre exemplar da arquitetura colonial luso-brasileira, é o mais antigo prédio civil construído após o Palácio dos Governadores (projeto de Landi), ainda existente em Belém. Abriga o Instituto Histórico e Geográfico do Pará, importante e centenário sodalício de letras paraense, na rua d'Aveiro Cidade Irmã, 62

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O edifício-sede da Academia Paraense de Letras, em Belém

antiga Escola Normal e diretor do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. É a guardiã oficial da Língua Portuguesa no Brasil e o representa nos acordos periódicos de revisão do idioma, Azulejos portugueses emoldurados revestem junto aos países lusófonos; a fachada principal do atribuições idênticas às “Solar do Barão'. O confiadas à Academia de prédio todo passa por Ciências de Lisboa. imperiosas e No Pará a anterioridade oportunas obras de literária foi da Academia restauro. Imóvel Paraense de Letras, instituição tombado pelo Patrimônio Nacional. centenária, fundada em 3 de maio de 1900, em sessão conjunta com outra agremiação de notáveis, o Instituto Histórico e Geográfico do Pará, ambas

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provenientes, orientando-os e defendendo-os. Seguindo o padrão geral dos demais ateneus literários, a APLI compõe-se de 40 Cadeiras, patronímicas de eminentes vultos das letras regionais, muito deles tendo alcançado as culminâncias nacionais, como o antecitado José Veríssimo, Inglês de Souza, Eneida de Moraes, Abguar Bastos, Waldemar Henrique, Peregrino Júnior e outros. Esse silogeu de letras que em pouco mais de uma década de existência tem já um expressivo acervo de bons e assinalados serviços prestados em prol da cultura de nossa terra, objetivando a dar cumprimento aos dispositivos estatutários de incentivo à cultura interiorana está programando uma série de sessões culturais em diversas cidades do interior do Pará, tendo já realizado a primeira delas, no dia nove de abril p.p., com Retrato de Domingos pleno êxito e expressividade, Antônio Raiol, o Barão de Guajará, oferecido em Igarapé-Miri, terra natal pelo Imperial Instituto do atual presidente apliano e Histórico de alguns de seus destacados membros.

Sessão Cultural da Academia Paraense Literária Interiorana APLI, em Igarapé-Miri, Abril/2005

por iniciativa e instâncias de Domingos Antônio Raiol, o Barão de Guajará. A jovem Academia Paraense Literária Interiorana, fundada a 27 de março de 1993 e a que pertencemos, tendo sido empossado a dez de março do ano fluente, tem por escopos maiores a congregação de pessoas com produção literária em todos os seus ramos e, sobretudo, o aperfeiçoamento das letras (diga-se, da Língua Portuguesa), bem como contribuir para o desenvolvimento cultural interiorano, acolhendo em seu q uadro literatos Discurso de posse do Autor residentes em nosso na Academia Paraense hinterland ou de lá Literária Interiorana APLI

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*Excerto do discurso de posse do Autor, da cadeira nº 28 da APLI, pronunciado em 10 de março de 2005, em sessão solene no Salão Nobre da Associação Comercial do Pará.

**Médico e Escritor - SOBRAMES-PA

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negavelmente, nosso país está atravessando fase extremamente difícil como nação livre e soberana. Em relação à Amazônia, longo rosário de desencontros está nos levando a uma situação caótica, cujas perspectivas de solução mostram-se cada vez mais remotas. A própria Carta Magna apresenta avanços e recuos que começam a inquietar a comunidade. A convicção que se tem é que grupos poderosos, representando interesses ostensivamente claros, estão pressionando os nossos dirigentes, no sentindo de obstaculizar o desenvolvimento do povo, e as conquistas de real interesse vêm se desmantelando, configurando privilégios e regalias de minorias pouco interessadas no bem estar e melhores condições de vida do brasileiro, incluindo aí, o processo harmonioso da integração da Amazônia, sonho de todos nós. É possível acreditar que ainda restam esperanças e que nem tudo está perdido. Espécie de luz no fim do túnel não deverá encontrar nova solução armada, muito menos golpista, ou de qualquer outra de origem anti-democrática. Depende sim, com muito mais validade, do uso pleno do nosso

tropicais, que inclui enfermidades conhecidas desde a Idade Média, como: malária, hanseníase, tuberculose e filaríase, assim como as recémchegadas como o HIV, a desnutrição e a violência, esta como condição social grave. A agressão ao meio-ambiente vem alcançando ritmo acelerado a níveis insuportáveis, colocando nosso país nos primeiros lugares, em relação à agressão à natureza. A biopirataria não fica atrás, acrescida de fato novo que é a chamada hidro-pirataria, ou seja, apropriação indevida por super-navios, da água do portentoso Amazonas e do Rio Pará, deixando também, rastro de poluição com a lavagem dos tanques que transportam minérios em grandes quantidades. Estatísticas bastante questionáveis dão conta que 12, 14 ou 17% da Floresta Amazônica já foi transformada em capoeira, sem que tenha surgido, até agora, algum mecanismo de contenção. Esses números deverão ser revistos para mais, tal o volume da agressão. Em nome da ciência, pesquisadores alienígenas coletam o que podem e centenas de falsos cientistas agem livremente na Amazônia. Os tambores de guerra parecem soar no sul e no sudeste do Pará, na confrontação caracterizada por

no fundo do poço *CAMILLO MARTINS VIANNA

direito de cidadania, onde cada pessoa, cada brasileiro, tem direito a representar o papel que lhe cabe na formação da nossa pátria, sem ufanismo ou alheiamento das reais potencialidades de nossa gente. Tudo leva a crer que chegamos ao fundo do poço, não nos restando, portanto, outra alternativa, senão a de procurar sair do buraco a que fomos levados por uma série de razões sobejamente conhecidas. A situação se configura da maior gravidade no setor saúde, onde as sucessivas soluções apresentadas vêm se mostrando ineficazes. Como decorrência desse estado de coisas, estamos identificando, na Amazônia brasileira, a exacerbação das chamadas doenças 46

milícias armadas por fazendeiros e madeireiros e pelo chamados Sem Terra, o que forçou tropas do Exército Nacional, a Polícia Militar do Estado e agentes do IBAMA a se manterem na área. Como resultante desse estado de coisas, está cada vez mais presente a cobiça internacional, sendo da maior importância que se comece a organizar, disciplinadamente, possível reação armada contra os novos colonizadores que usam a força bruta para conseguir seus propósitos. Vale a pena pensar nisso.

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*SOPREN / SOBRAMES Edição 38


Brindes Executivos


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Campeonato Sul-Americano Governo do Pará de Milha de Rua

Percurso de Rua Fone: (91) 3232-1122 / 1133 Fax: (91) 3232-0474

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MUANÁ26a29 XXIV Festival do Camarão Arena do Festcam Fone: (91) 3225-1321 Fax: (91) 3224-5152

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BELÉM22 XXI Grande Prêmio Brasil Caixa de Atletismo Estádio Olímpico do Pará Fone: (91) 3232-1122 Fax: (91) 3232-0474

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ÓBIDOS12

SÃOCAETANODE ODIVELAS01a30 XIX Festa do Boi de Máscara

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Festividade de São João Batista

Frente da Cidade Fone: (93) 3547-1194 Fax: (93) 3547-1194

Praça dos Notáveis Fone: (91) 3781-1240/1296 Fax: (91) 3781-1323

XXVI Festival do Camarão Estádio Municipal-C. de Eventos Culturais Fone: (91) 9609-9801 Fax: (91) 3755-1495

Praça Brasil Fone: (93) 3558-1177 Fax: (93) 3558-1176

Ruas da cidade Fone: (91) 9907-4221

CAMETÁ14a24

IGARAPÉ-MIRI17a19

BELTERRA12 Maratona de Santo Antônio

BELÉM15a19 II Jogos Tradicionais Indigenas do Pará Fone: (91) 3232-1122 Fax: (91) 3232-0474

ABAETETUBA24a30 Concurso de Quadrilhas Tradicionais e Modernas Ginásio Poliesportivo Hildo Carvalho Fone: (91) 3751-2012 Fax: (91) 3751-2012

BRAGANÇA16a19 XVII Festival Junino Praça dos Eventos Fone: (91) 3425-4287 Fax: (91) 3425-4287

MARABÁ24a30 Festejo Junino Praça São Félix de Valois M. Pioneira Fone: (94) 3321-1829 Fax: (94) 3321-1829


JUNHO MAIO

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TUCURUÍ24a26

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Forró dos Idosos

Escadaria da Rua Santo Antônio Fone: (94) 3787-2892/1412 Fax: (91) 3787-9428

MOJU25e26 III Festival Intermunicipal de Danças e Manifestações Juninas Centro Cultural Fone: (91) 3756-1214 Fax: (91) 3756-1214

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PEIXE-BOI28a29 Festival do Camarão Orla Beira-Rio Fone: (91) 3277-0694 9114-4935

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TUCURUÍ30a04/07 BELÉMAté31/06 Exposição: O Homem e a Pedra: A Pré-história na Amazônia

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