agosto 2005
Belém - Pará - Brasil
www.paramais.com.br
ISSN 16776968
Edição 41
DA JUSTIÇA À DEMOCRACIA (JOSÉ SARAMAGO)
PECUÁRIA NA AMAZÔNIA
Associação Brasileira de Agências de Viagens do Amazonas
nestaedição
VIVO Empresas lança VIVO Diagnóstico
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JOSÉ SARAMAGO
A Escrita e alguns advogado
Em uma terra muito distante, existia um poderoso senhor, dono de vastas benesses matérias, tornando suas propriedades quase igualitárias a um tipo de feudo do tipo que vicejavam na Idade Média e no inicio da Renascença. Homem dotado de uma personalidade pétrea, tanto naquilo que fazia, como na inabalável convicção da certeza de suas idéias...
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importante acontecimento histórico porque, ao contrário do que é corrente, a lição moral extraível do episódio não terá de esperar o fim do relato. Estavam os habitantes nas suas casas ou a trabalhar nos cultivos, entregue cada um aos seus afazeres e cuidados, quando de súbito se ouviu soar o sino da igreja...
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O Pai Nosso de Todo Dia
HÉLIO TITAN
Férias Sensacionais, Da Justiça à Democracia pedir toda a com alegria e prazer ...Permito-me nossa atenção para este
Certa manhã, puro sol, Sérgio Valinoto me dizia do “estilo complicado do advogado”. Não de todo advogado, é claro, mas do advogado em si. Ressaltava o amigo, escritor e jornalista, o gosto advocatício pela expressão tortuosa, a frase difícil, o modo de explicar pomposo e empolado...
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ACYR CASTRO
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DC3/Unicon
A Boa Nova da Propaganda na Amazônia A Agência DC3 é, sem dúvida alguma, o fato novo e positivo na publicidade e propaganda no Pará. Fundada em 1995, inicialmente chamada apenas DC3. A agência foi criada pelos profissionais de propaganda Glauco Lima - diretor de criaçãoredator; Haroldo Valente - diretor de criação-arte, e Célio Sales - diretor de administração, finanças e atendimento...
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Fibra alimentar e peso corporal
Como evitar um enfarte
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A Pecuária na Amazônia
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Amazônia. Sub-deuses Silvestres Da Fauna
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Editora Círios S/C Ltda CNPJ: 03.890.275/0001-36 Inscrição (Estadual): 15.220.848-8 Rua Timbiras, 1572A - Batista Campos Fone: (91) 3083-0973 Fax: (91) 3223-0799 ISSN: 1677-6968 CEP: 66033-800 Belém-Pará-Brasil
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PUBLICAÇÃO
JOSÉ FERREIRA NETO
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matérias
Ano 03 Edição 41 agosto de 2005
E Agora, a Taprobana
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Camillo Vianna
Heróis Anônimos
Paulo Rocha
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Faça exercícios regularmente 24 Elizabe Fernandes
Colesterol
O33 CAT
Leguminosas: Alimentos simples e saudáveis
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Agenda Cultural
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DIRETOR e PRODUTOR: Rodrigo Hühn; EDITOR: Ronaldo Gilberto Hühn; COMERCIAL: Alberto Rocha, Augusto Ribeiro, João Modesto Vianna, Rodrigo Silva, Rodrigo Hühn; DISTRIBUIÇÃO: Dirigida, Bancas de Revista; REDAÇÃO: Ronaldo G. Hühn; REVISÃO: Paulo Coimbra da Silva; COLABORADORES: Acyr Castro, Camillo Martins Vianna, Elizabete Fernandes Almeida, Celso Freire, Hélio Rodrigues Titan, José Ferreira Teixeira Neto, José Saramago, Paulo Rocha, Sérgio Martins Pandolfo; FOTOGRAFIAS: Arquivo DC3/Unicon, Carlo Senver, Fernando Araújo, João Vianna, José F. Teixeira Neto, Leni Costa, Mário T. Souza ; DESKTOPING: Mequias Pinheiro; EDITORAÇÃO GRÁFICA: Editora Círios
*Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores
MOTOROLA e anunciam lançamentos de novos aparelhos CDMA
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omemorando o sucesso de mercado no primeiro semestre de 2005, a Motorola reuniu s ema n a p a s s a d a , n o H i l t o n H o t e l , colaboradores e parceiros comerciais da VIVO, e a imprensa, em evento denominado MotoHappy. Durante o encontro, a Motorola anunciou seu portfólio de 11 novos aparelhos que serão lançados agora no segundo semestre de 2005, com tecnologia CDMA. Os primeiros lançamentos acontecerão em setembro. O gerente de contas nacionais da Motorola, Ed Wilson Lameira, falou sobre os novos aparelhos CDMA que serão lançados brevemente, “e sem dúvida serão novo sucesso de mercado, repetindo o desempenho da parceria VIVO/Motorola no primeiro semestre deste ano”. Aparelhos de baixa, média, média-alta e alta gama estarão à venda a partir do próximo mês, “atendendo às expectativas de todo e qualquer cliente”. O diretor territorial da VIVO Norte, Maurício Santos, também presente ao acontecimento, destacou o desempenho da Motorola, como fabricante, e da VIVO como operadora de telefonia celular, que já supera a casa de dois milhões de clientes no Norte, exercendo a
liderança absoluta de mercado. Para Maurício, “a convergência do celular como catalizador de recursos e facilidades é um desafio para quem está no mercado, onde cada vez mais chegam aparelhos com novos serviços e novos recursos que só a avançada tecnologia CDMA da VIVO pode proporcionar”. Entre uma palestra e outra, a atriz Graziella Moretto foi responsável pelos momentos de alegria e descontração dos participantes. Vivendo personagens que fazem parte de seus shows nos eventos da Motorola que estão acontecendo nas principais capitais, a atriz fez com que diversos convidados participassem de brincadeiras que resultaram no sorteio de vários celulares. O encontro, que começou com um wellcome coffee e foi encerrado com um almoço e distribuição de brindes.
Ed Wilson Lameira, gerente de Contas Nacionais da Motorola falou sobre os novos aparelhos com a avançada tecnologia CDMA da VIVO
A atriz Graziella Moretto proferindo sua palestra
Rodrigo Hühn da Pará+, Maurício Santos, diretor territorial da VIVO, Lilian Salgado, gerente comercial da VIVO e Ed Wilson, da Motorola e Francisco Ferreira, gerente de Grandes Contas da VIVO Edição 41 - agosto
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Uma das encenações de Graziella
Os participantes aplaudiram de pé i
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VIVO EMPRESAS LANÇA
VIVO DIAGNÓSTICO Operadora inova mais uma vez e cria serviço inédito voltado para profissionais da área médica
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VIVO, maior operadora de telefonia móvel do hemisfério sul, lançou recentemente, o VIVO Diagnóstico, serviço inédito que possibilita agilidade e mobilidade de diagnósticos médicos por meio de um aparelho celular. O VIVO Diagnóstico permite fotografar imagens médicas (como ressonâncias, radiografias e etc.) com o telefone móvel, enviar as imagens ou resultados de exames para outros médicos emitirem uma segunda opinião, armazenar essas imagens em website com acesso restrito, além da possibilidade de criar grupos de discussão médica em tempo real. "É isso que a VIVO busca: serviços inovadores, com acesso simplificado e intuitivo, que trazem toda agilidade e eficiência da telefonia móvel satisfazendo as necessidades dos segmentos específicos em que nossos clientes atuam"; afirma Fábio Freitas, Gerente da Divisão de Conectividade e Produtividade da VIVO. O VIVO Diagnóstico proporciona a agilidade pré-diagnóstica, reduz custos em emergências médicas, permite o monitoramento eficiente de pacientes à distância, além de criar um novo canal de interação para debates médicos em tempo real. O VIVO Diagnóstico é o mais novo serviço do portfólio de Soluções Corporativas da VIVO e está disponível para todas as praças que possuem cobertura CDMA da VIVO Antes de ser lançado ao mercado o VIVO Diagnóstico passou por um projeto piloto com 20 médicos ortopedistas do Hospital Barra D´or, no Rio de Janeiro. A solução também foi apresentada na última edição da Feira Hospitalar 2005, em São Paulo, e foi finalista na categoria Inovação do Brew Conference em San Diego.
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Tecnologia celular a favor da saúde *Dr. Michel Daud á tempos a tecnologia da informação tem sido responsável por grandes mudanças econômicas e sociais ao redor do mundo. Os avanços tecnológicos apresentam, a cada dia, mais opções de serviços, dos mais simples aos mais sofisticados, que contribuem, principalmente, para agilizar a comunicação, aumentar a segurança da informação e permitir o gerenciamento à distância. O setor de telefonia móvel acompanhou essas mudanças e fez do celular um aparelho multifuncional que vai além da transmissão de voz e que por isso, cresceu cerca de 41,5% no ano passado. Hoje, a tecnologia CDMA tornou possível a transmissão de dados e acesso a serviços multimídia (como fotos, áudio e vídeo pelo celular), numa velocidade que pode ser superior a das redes de terceira geração da Europa. Diversos segmentos da economia vêm aproveitando a onda de novas tecnologias, seja com a finalidade de reduzir custo, ou economizar tempo, ou ganhar mobilidade ou para gerenciar a empresa à distância, ou ainda, tudo isso ao mesmo tempo. No mercado médico e hospitalar não poderia ser diferente. As empresas do setor médico que querem se manter fortes e saudáveis terão de se adaptar às revoluções tecnológicas e acompanhar essas tendências aderindo aos novos serviços. E por que não unir a mobilidade e facilidade da comunicação via celular para auxiliar e suprir os interesses deste mercado? Os serviços tecnológicos oferecidos pelo setor de telefonia móvel podem agregar valor ao segmento médico, agilizando o prédiagnóstico, permitindo auditoria médica via celular em tempo real, auxiliando no envio rápido de s
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mercado, passou por um projeto piloto com 20 médicos ortopedistas do Hospital Barra D´or, no Rio de Janeiro, onde continua sendo utilizado. No norte do país, esse serviço resolveria uma grande quantidade de dificuldades impostas pela enorme distância entre os hospitais da região. Essa distância dificulta a remoção de pacientes para consultas com especialistas; impede que alunos possam conhecer a prática de algumas especificidades médicas; limita o acesso rápido do histórico de pacientes pelos médicos durante emergências médicas; dificulta a realização de auditorias médicas e resulta no constante deslocamento dos médicos dessa região. O diferencial de um serviço como o Vivo Diagnóstico é que pode resolver todos esses problemas, com uma única solução eficiente que permite aos médicos o acesso via celular ou via web, de diagnósticos; gerenciamento de pacientes à distância; auditorias médicas em tempo real, segurança e sigilo no envio e recebimento do conteúdo; administração dos usuários do serviço, dentre outras facilidades. A criação de produtos inovadores focados nas necessidades de determinado segmento corporativo é o grande diferencial das empresas. Esse serviço em especial, é a prova de que o mercado de telefonia móvel pode agregar valores de mobilidade e agilidade da telefonia móvel até mesmo a favor da saúde.
informações dos pacientes em emergências médicas, permitindo o acesso da rede credenciada no celular e até mesmo para criar um novo canal de educação médica continuada. A VIVO, a maior operadora de telefonia móvel do hemisfério sul, percebeu um nicho de mercado no setor e acaba de lançar um serviço voltado a esse segmento: o Vivo Diagnóstico. O serviço foi totalmente pensado para auxiliar esses profissionais, e possibilita agilidade e mobilidade de diagnósticos médicos por meio de um aparelho celular.
*Diretor de Saúde e Qualidade de Vida da VIVO
O VIVO Diagnóstico permite fotografar imagens médicas (como ressonâncias, radiografias e etc.) com o telefone móvel, enviar as imagens ou resultados de exames para outros médicos emitirem uma segunda opinião, armazenar essas imagens em website com acesso restrito, além da possibilidade de criar grupos de discussão médica em tempo real. O acesso às informações trocadas é restrito ao grupo de médicos, que possui login e senha para utilização do serviço, o que garante a segurança das informações trocadas via celular. O serviço é totalmente inovador, com acesso simplificado e intuitivo, fácil de ser utilizado por todas as pessoas. O lançamento proporciona a agilidade prédiagnóstica, reduz custos em emergências médicas, permite o monitoramento eficiente de pacientes à distância, além de criar um novo canal de interação para debates médicos em tempo real. A novidade está disponível em toda área de cobertura CDMA da operadora e, antes de ser lançado ao Edição 41 - agosto
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FĂŠrias Sensacion Com alegria
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odos os balneários estavam lotados, a animação era constante e contagiante. Famílias inteiras divertiam-se, o clima favoreceu. Para os mais jovens e os nem tanto, porem participativos, a agitação, a ferveção, a paquera e a curtição eram as palavras de ordem. Nos diversos shows, nos luaus, praias, igarapés e com os bares cheios, ao som da melhor qualidade, os corpos bronzeados ou não, balançavam ao rítimo da gostosa música paraense. E haja preparo físico. A multidão aproveitou ao máximo.
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Foi pura alegria e prazer!
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Da Justiça à Demo
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andava desde há tempos a mudar de lugar os marcos dos extremos das suas terras, metendo-os para dentro da pequena parcela do camponês, mais e mais reduzida a cada avançada. O lesado tinha começado por protestar e reclamar, depois implorou compaixão, e finalmente resolveu queixar-se às autoridades e acolher-se à proteção da justiça. Tudo sem resultado, a espoliação continuou. Então, desesperado, decidiu anunciar urbi et orbi (uma aldeia tem o exato tamanho do mundo para quem sempre nela viveu) a morte da Justiça. Talvez pensasse que o seu gesto de exaltada indignação lograria comover e pôr a tocar todos os sinos do universo, sem diferença de raças, credos e costumes, que todos eles, sem exceção, o acompanhariam no dobre a finados pela morte da Justiça, e não se calariam até que ela fosse ressuscitada. Um clamor tal, voando de casa em casa, de aldeia em aldeia, de cidade em cidade, saltando por cima das fronteiras, lançando pontes sonoras sobre os rios e os mares, por força haveria de acordar o mundo adormecido. Não sei o que sucedeu depois, não sei se o braço popular foi ajudar o camponês a repor os marcos nos seus sítios, ou se os vizinhos, uma vez que a Justiça havia sido declarada defunta, regressaram resignados, de cabeça baixa e alma sucumbida, à triste vida de todos os dias. É bem certo que a História nunca nos conta tudo... Suponho ter sido esta a única vez que, em qualquer parte do mundo, um sino, uma campânula de bronze inerte, depois de tanto haver dobrado pela morte de seres humanos, chorou a morte da Justiça. Nunca mais tornou a ouvir se aquele fúnebre dobre da aldeia de Florença, mas Justiça continuou e continua a morrer todos os dias. Agora mesmo, neste instante em que vos falo, longe ou aqui ao lado, à porta de nossa casa, alguém a está matando. De cada vez que morre, é como
omeçarei por vos contar em brevíssimas palavras um fato notável da vida camponesa ocorrido numa aldeia dos arredores de Florença há mais de quatrocentos anos. Permitome pedir toda a nossa atenção para este importante acontecimento histórico porque, ao contrário do que é corrente, a lição moral extraível do episódio não terá de esperar o fim do relato, saltar-vos-á ao rosto não tarda. Estavam os habitantes nas suas casas ou a trabalhar nos cultivos, entregue cada um aos seus afazeres e cuidados, quando de súbito se ouviu soar o sino da igreja. Naqueles piedosos tempos (estamos a falar de algo sucedido no século XVI) os sinos tocavam várias vezes ao longo do dia, e por esse lado não deveria haver motivo de estranheza, porém aquele sino dobrava melancolicamente a finados, e isso, sim, era surpreendente, uma vez que não constava que alguém da aldeia se encontrasse em vias de morte. Saíram portanto as mulheres à rua, juntaram-se à crianças, deixaram os homens as lavouras e os mesteres, em pouco tempo estavam todos reunidos no adro da igreja à espera de que lhes dissessem a quem deveriam chorar. O sino ainda tocou por alguns minutos mais, finalmente calou-se. Instantes depois, a porta abria-se e um camponês aparecia no limiar. Ora, não sendo este o homem encarregado de tocar habitualmente o sino, compreende-se que os vizinhos lhe tenham perguntado onde se encontrava o sineiro e quem era o morto. O sineiro não está aqui, eu é que toquei o sino, foi a resposta do camponês. Mas então não morreu ninguém?, tornaram os vizinhos, e o camponês respondeu: Ninguém que tivesse nome e figura de gente, toquei a finados pela Justiça porque a Justiça está morta. Que acontecera? Acontecera que o ganancioso senhor do lugar (algum conde ou marquês sem escrúpulos) 12
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ser que a cada ser humano assiste. Mas os sinos, felizmente, não tocavam apenas para planger aqueles que morriam. Tocavam também para assinalar as horas do dia e da noite para chamar à festa ou à devoção dos crentes, e houve um tempo, não tão distante assim, em que o seu toque a rebate era o que convocava o povo para acudir às catástrofes, às cheias e aos incêndios, aos desastres, a qualquer perigo que ameaçasse a comunidade. Hoje, o papel social dos sinos encontra-se limitado ao cumprimento das obrigações rituais e o gesto iluminado do camponês de Florença seja visto como obra desatinada de um louco ou, pior ainda, como simples caso de polícia. Outros e diferentes são os sinos que hoje defendem e afirmam a possibilidade, enfim, da implantação no mundo daquela justiça companheira dos homens, daquela justiça que é condição de felicidade do espírito e até, por mais surpreendente que possa parecer-nos, condição do próprio alimento do corpo. Houvesse essa justiça, e nem um só ser humano mais morreria de fome ou de tantas doenças que são curáveis para uns, mas não para outros. Houvesse essa justiça, e a existência não seria, para mais de metade da humanidade, a condenação terrível que objetivamente tem sido. Esses sinos novos cuja voz se vem espalhando, cada vez mais forte, por todo mundo são os múltiplos movimentos de resistência e ação social que pugnam pelo estabelecimento de uma nova justiça distributiva e comutativa que todos os seres humanos possam chegar a reconhecer como intrinsecamente sua, uma justiça protetora da liberdade e do direito, não de nenhuma das suas negações. Tenho dito que para essa justiça dispomos já de um código de aplicação prática ao alcance de qualquer compreensão, e que esse código se encontra consignado desde há cinqüenta
cracia José Saramago
se afinal nunca tivesse existido para aqueles que nela tinham confiado, para aqueles que dela esperavam o que da Justiça todos tempos o direito de esperar: justiça, simplesmente justiça. Não a que se envolve em túnicas de teatro e nos confunde com flores de vã retórica judicialista, não a que permitiu que lhe vendassem os olhos e viciassem os pesos da balança, não a da espada que sempre corta mais para um lado que para o outro, mas uma justiça pedestre, uma justiça companheira quotidiana dos homens, uma justiça para quem o justo seria o mais exato e rigoroso sinônimo do ético, uma justiça que chegasse a ser tão indispensável à felicidade do espírito como indispensável à vida é o alimento do corpo. Uma justiça exercida pelos tribunais, sem dúvida, sempre que a isso os determinasse a lei, mas também, e, sobretudo, uma justiça que fosse a emanação espontânea da própria sociedade em ação, uma justiça em que se manifestasse, como um iniludível imperativo moral, o respeito pelo direito a
AIR C AR A ÏBES
Brasil
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sociais e políticas específicas do tempo, e segundo a expressão consagrada, um governo do povo, pelo povo e para o povo? Ouço muitas vozes argumentar a pessoas sinceras, de boa fé comprovada, e a outras que essa aparência de denígnidade têm interesse em simular, que sendo embora uma evidência indesmentível o estado de catástrofe em que se encontra a maior parte do planeta, será precisamente no quadro de um sistema democrático geral que mais probabilidade teremos de chegar à consecução plena ou ao menos satisfatória dos direitos humanos. Nada mais certo, sob condição de que fosse efetivamente democrático o sistema de governo e de gestão da sociedade a que atualmente vimos chamando democracia. E não o é. É verdade que podemos votar, é verdade que podemos, por delegação da partícula de soberania que se nos reconhece como cidadãos eleitos e normalmente por via partidária, escolher os nossos representantes no parlamento, é verdade, enfim, que da relevância numérica de tais representações e das combinações políticas que a necessidade de uma maioria vier a impor sempre resultará um governo. Tudo isso é verdade, mas é igualmente verdade que a possibilidade de ação começa e acaba aí. O eleitor poderá tirar do poder um governo que não lhe agrade e por outro no seu lugar, mas o seu voto não teve, não tem, nem nunca terá qualquer efeito visível sobre a única e real força que governa o mundo, e, portanto o seu país e a sua pessoa: refiro-me, obviamente, ao poder econômico, em particular aparte dele, sempre em aumento, gerida pelas empresas multinacionais de acordo com estratégias de domínio que nada têm que ver com aquele bem como a que, por definição, a democracia aspira. Todos sabemos que é assim, e, contudo, por uma espécie de automatismo verbal e mental que não nos
anos na Declaração Universal dos Direitos Humanos, aqueles trinta direitos básicos e essenciais de que hoje só vagamente se fala, quando não sistematicamente se silencia, mais desprezados e conspurcados nestes dias do que o foram, há quatrocentos anos, a propriedade e a liberdade do camponês de Florença. E também tenho dito que a Declaração Universal dos Direitos Humanos, tal qual se encontra redigida, e sem necessidade de lhe alterar sequer uma vírgula, poderia substituir com vantagem, no que respeita a retidão de princípios e clareza de objetivos, os programas de todos os partidos políticos do orbe, nomeadamente os da denominada esquerda, anquilosados em fórmulas caducas, alheios ou impotentes para enfraquecer as realidades brutais do mundo atual, fechando os olhos às já evidentes e temíveis ameaças que o futuro está a preparar contra aquela dignidade racional e sensível que imaginávamos ser a suprema aspiração dos seres humanos. Acrescentarei que as mesmas razões que me levam a referir-me nestes termos aos partidos políticos em geral, a aplico por igual aos sindicatos locais, e, em conseqüência, ao movimento sindical internacional no seu conjunto. De um modo consciente ou inconsciente, o dócil e burocratizado sindicalismo que hoje nos resta é, em grande parte, responsável pelo adormecimento social decorrente do processo de globalização econômica em curso. Não me alegra dize-lo, mas não poderia cala-lo. E, ainda, se me autorizam a acrescentar algo da minha lavra particular às fábulas de La Fontaine, então direi que, se não interviemos a tempo, isto é, já o rato dos direitos humanos acabará por ser implacavelmente devorado pelo gato da globalização econômica. E a democracia, esse milenar invento de uns atenienses ingênuos para quem ela significa, nas circunstancias
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natureza até à consumação dos séculos, esses não se discute. Ora, se não estou em erro, se não sou incapaz de somar dois e dois, então entre outras discussões necessárias ou indispensáveis, é urgente, antes que se nos torne demasiado tarde, promover um debate mundial sobre a democracia e as causas da sua decadência, sobre a intervenção dos cidadãos na vida política e social, sobre as relações entre os Estados e o poder econômico e financeiro mundial sobre aquilo que afirma e aquilo que nega a democracia, sobre o direito a felicidade e a uma existência digna, sobre as misérias e as esperanças da humanidade, ou, falando menos retórica, dos simples seres humanos que a compõem, um por um e todos juntos. Não há pior engano do que o daquele que a si mesmo se engana. E assim é que estamos vivendo. Não tenho mais que dizer. Ou sim, apenas uma palavra para pedir um instante de silencia. O camponês de Florença acaba de subir uma vez mais à torre da igreja, o sino vai tocar. Ouçamo-lo, por favor.
deixa ver a nudez crua dos fatos, continuamos a falar de democracia como se tratasse de algo vivo e atuante, quando dela pouco mais nos resta que um conjunto de formas ritualizadas, os inócuos passes e os gestos de uma espécie de missa laica. E não nos apercebemos, como se para isso não bastasse ter olhos, de que os nossos governos, esses que para o bem ou o mal elegemos e de que somos, portanto os primeiros responsáveis, se vão tornando cada vez mais em meros comissários políticos do poder econômico, com a objetiva missão de produzirem as leis que a esse poder convierem, para depois, envolvidas nos açucares da publicidade oficial e particular interessada, serem introduzidas no mercado social sem sucitar demasiados protestos, salvo as certas conhecidas minorias eternamente descontentes... Que fazer? Da literatura à ecologia, da fuga das galáxias ao efeito estufa, do tratamento do lixo, às congestões do tráfego, tudo se discute neste nosso mundo. Mas o sistema democrático, como se de um lado definitivamente adquirido se tratasse, intocável por
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Agora, a Tapro *Sérgio Martins Pandolfo
ra uma vez mais uma vez, na história de um imenso país da lusamérica! um povo muito bom, que vivia a ser perseguido por outros povos muito maus. Não há negar que o governo brasileiro tem sido de extrema eficácia e retidão na condução dos negócios administrativos, para o que, inclusive, tem se válido, disciplinadamente, da sábia orientação que lhe tem sido fornecida pelo FMI, que inclui: cortes drásticos do Orçamento, não poupando, nem mesmo, a sempre exigente e reclamante área social; venda de praticamente todas as suas estatais, até mesmo aquelas que, conquanto desseivadas seguidamente pela equipe econômica, para cobertura de eventuais “furos” no Caixa governamental, por incostumeira eficiência gerencial conseguiam apresentar lucros, afinal de contas, essa não é a função precípua do governo, isso cabe, especificamente, à iniciativa privada; congelamento, por dez anos consecutivos, dos salários do funcionalismo público, tendo em vista que esses “marajás” vinham ganhando muito sem quase nada fazer, sugando o erário, mamando nas tetas públicas, como é de todos sabido, impedindo o progresso da Nação. Apesar dessas apropriadas e inadiáveis medidas, nosso
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exportadores a “encarar” umas “louras suadas”, a fim de “esfriar a cachimônia”. A Antarctica agradece. E quer dizer desses ardilosos escroques internacionais, manipuladores do dólar, que, à custa de capital especulativo, levam, por dá cá aquela palha, a oscilações voluptuosas de nosso injuriado real? Ainda há pouco, só por que nosso honrado, trabalhador, inquieto viajor e sagaz Presidente da República fez aparar sua outrora desgrenhada barba, esses crápulas logo manobraram, fazendo “despencar” a cotação da valiosa moeda nacional, alegando inconfiabilidade do titular de cargo tão elevado, solapando a economia do País, alegando ter o excompetente líder sindical e atual magistrado-mor desta Nação, mudado seu “perfil social”. Pelo momento, estou deveras preocupado com a seriíssima crise que ora se abate sobre a Taprobana. Nesse país insular, ao sul do continente asiático, uma das etnias minoritárias, a tamil, mediante ações revolucionárias de guerrilhas tenta se independentizar, o que pode, muito bem, vir a ensejar mais um duro golpe nas finanças de nossa querida pátria, quem sabe mais um solerte ataque especulativo ao real, tudo por causa desses insanos separatistas. Que Deus nos ajude! E guarde! Como...!? Não sabe? A Taprobana mais não é que o antigo Ceilão, atual Sri Lanka, aquele paisinho insulado, locado abaixo da extremidade sul da Índia, a que Camões se refere nos versos iniciais do Canto I d'Os Lusíadas: “Por mares nunca de antes navegados/Passaram ainda além da Taprobana”, ó pá!
querido Brasil não vem trilhando a contento sua linha de ascensão desenvolvimentista por culpa exclusiva de outros países que, ao entrarem em crise por absoluta desadministração de seus incapazes dirigentes, dirigentes, arrastam, a reboque, nossa inculpável pátria amada. Assim foi, inicialmente, com os chamados “tigres asiáticos”. Seguiu-se a derrocada do México lembram-se?-, com o conseqüente reflexo na nossa economia, agravado, por cima, com um intolerável e safado “ataque especulativo” ao real, nossa moeda forte. Ultimamente, são esses inconseqüentes e desabridos argentinos, nossos parceiros no Mercosul, que, por desastrada incompetência e improbidade no gerenciamento das finanças da nação, estão nos obrigando, por tabela, a dançar tango em vez de samba, e o perverso “efeito Argentina” mais uma vez compeliu-nos a bater às portas, deste solícito quebrador-de-galhos, o FMI, que, embora com algum amuo nos favoreceu com mais um generoso empréstimo a ser pago em suaves parcelas e a juros baixos, desde que aceitemos fazer mais alguns cortes de gastos públicos, desta feita aparando as enxundiosas massas de salários dos assaz privilegiados aposentados, malta ociosa de madraços, parasitas da Nação, por que nunca nada fizeram, uns vagabundos, no textual e sibilino dizer de nosso esforçado e ínclito expresidente FHC. Mal passado o susto, porém, logo a “guerra das geladeiras”, que ora enfrentamos, ameaça fazer-nos “entrar numa fria” até por que um “pingüino” comanda os “hermanos” compelindo nossos laboriosos e
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O Pai Nosso (Homenagem ao dia dos pais) tempo passa inexorável em nossas existências, um axioma que nada na natureza escapa de sua trajetória, e assim foi no seio dessa família. O belo mancebo, ao completar a maioridade, foi chamado a presença de seu poderoso genitor: “Meu filho! Sabes que és o maior orgulho que Deus me deu; todos os bens que eu possuo, não chegam em valor a amarrar tuas sandálias. Como hoje é um dia especial para mim, que além de ser teu pai, te amo até os confins do horizonte, mandei te chamar para oferecer o meu presente; quero que escolhas, meu filho o que quiserdes de todos os meus bens; eles serão imediatamente de tua propriedade”. O jovem, numa simplicidade radiante, disse: “Meu pai, o senhor sempre foi para mim o pai ideal, sem defeitos, e que qualquer ser humano gostaria de ter”! Nunca me faltou nada sob sua tutela; todos os bens materiais eu sempre tive à “tripa forra”; nunca poderei pagar o que lhe devo, mas como não devemos desdenhar nada na vida que nos é oferecido de coração, eu tenho em mente o meu presente. Pode pedir meu filho, garanto que terás imediatamente! Meu pai, o meu pedido é simples e singelo, além de grande utilidade no futuro. Simplesmente eu quero ganhar do meu querido genitor, uma cuia nova e bonita, para quando o senhor envelhecer, eu mandar servir
m uma terra muito distante, existia um poderoso senhor, dono de vastas benesses matérias, tornando suas propriedades quase igualitárias a um tipo de feudo do tipo que vicejavam na Idade Média e no inicio da Renascença. Homem dotado de uma personalidade pétrea, tanto naquilo que fazia, como na inabalável convicção da certeza de suas idéias. Era enfim, um homem realizado, com uma família coesa em sua tutela, e seus cães de raça a lhe fazerem companhia em sua lareira nas noites de inverno. Resumindo, era um burguês autoritário, onde sua palavra era a verdade derradeira e definitiva. Referido senhor, tinha porem um costume nada recomendável a uma pessoa, digamos, civilizada e cristã. O que seria? Simplesmente, mantinha seu velho genitor nos porões de sua casa, mandando seus servos fornecer ao inditoso ancião, diariamente suas refeições numa cuia fétida, encardida e corroída pelo tempo, num ritual desumano verdadeiramente inacreditável! Esse poderoso senhor, tinha um filho varão, seu orgulho incomensurável. Era Deus no céu e o filho na Terra (único, por sinal). Amigos leitores de PARÀ+, todos sabemos que o
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de Todo Dia. *Hélio Rodrigues Titan
tratamento que nossos idosos, pais ou não, poderão se transformar em um “Reflexo Condicionado”, praticando atos vis, pensando estarmos agindo com amor, ternura, amor filial legitimo e pleno, para os seres que devemos essa existência? A resposta, logicamente pertence a cada um de nós!
A casa dos pais é a escola dos filhos
*Médico e Escritor
Autor desconhecido.
suas refeições em nossos porões, como o senhor faz com meu avô, porém com essa cuia nova, sem odores, exalando somente os deliciosos manjares que eu prometo oferecer ao meu amado pai. O senhor merece! Que tal, amigos leitores? Será que a maneira do jovem mancebo agir, não nos leva a refletir que no cotidiano de nossas vidas, oferecemos aos nossos pais, pela imitação da vida, do ver no cotidiano, o
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A Escrita e
Lembrando Artur Schopenhauer: “... não ler o ruim, porque a vida é curta e o tempo e energia, escassos”
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erta manhã, puro sol, Sérgio Valinoto me dizia do “estilo complicado do advogado”. Não de todo advogado, é claro, mas do advogado em si. Ressaltava o amigo, escritor e jornalista, o gosto advocatício pela expressão tortuosa, a frase difícil, o modo de explicar pomposo e empolado. Querendo ser cristalino, lógico, estival, o chamado bacharel em ciências jurídicas e sociais, na prática funcional da advocacia, termina quase sempre falando ou dizendo de maneira sibilina, obscura, hermética. E, no geral, com uma absorvente tendência para rimar o ilegível com o latinório da mistificação. No geral, naturalmente; e haja a florear o contorno da frase com infinitas citações; e haja Ruy Barbosa; e haja... Um desses inimigos radicais da clareza estilística procurou, um dia, se aprofundar nas especulações filosóficas, e ei-lo a mencionar, sem o haver lido pelo que se sabe, Edmund Husserl. Indicou como de JeanPaul Sartre o que, por direito, pertence a Martin Heidegger. No centro da mixórdia, o vezo do julgamento apressado, a condenação sumária, a sistematização de imprecisões não só linguísticas mas também históricas. Fiz a leitura no Rio de Janeiro, ao tempo em que ocupei a sub-editoria do Caderno B do "Jornal do Brasil", segundando o editor Mário Pontes. Em minhas mãos parte da legislação acumulada em tomos a parecerem mais um labirinto; escrita praticamente impenetrável e de escassa compreensão argumentativa.
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*Acyr Castro
A multilação do raciocínio co-mum, razoável, perturba no ci-poal das espe-culações abs-tratas e abstrusas de certos profis-sionais da Lei; e se espraia numa fundamentação do que será, no fundo, artificial e artificiosa disposição para ocultação, intencional ou não, do ato de pensar. Um equívoco básico ou descaminhos, semelhante indigência no formalizar o que se pretende acaba mergulhada numa confusão que, caso não seja, deixa a sensação aos leigos de estar diante de uma patologia. A idéia é, mesmo, a de doença mental a fazer naufragar, por inteiro, o intelecto. Ou, conforme o garantiu, em contexto outro, o crítico literário Lukács, de um "assalto à razão". O pior é que, não mais que de repente, brota desse pantanal a vontade, vejam vocês, de poetar, que Deus nos ajude. O que resulta de um "poetar" assim digamos untuoso é o que de mais inatural e piegas possa ocorrer nas circunstâncias; não poucas vezes inundando o ambiente do que soava ao filósofo Benedetto Croce como sendo "frialdade íntima": espécie de "engenhosidade pouco engenhosa" (ainda Croce) a combinar linha após linha, uma palavra atrás da outra, tudo ritmado e rimado, não importa que sem sentido e sem beleza.Isso levaria a um advogado sabedor das leis e da arte da escrita a proceder como o herói de Jorge Luís Borges, o argentino que é para a sua pátria o que é para o Brasil (por que não?) Machado de Assis, que retrucou a um adversário seu que lhe jogara no rosto o conteúdo de um copo de vinho: "isto, senhor, é uma digressão; aguardo o seu argumento".
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Alguns
Advogados
Martin Heidegger, alemão, 1889/1976
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Jean-Paul Sartre, francês, 1905/1980
Edmund Husserl, alemão, 1859/1938
Estas observações que aqui transmito decorrem de toda uma existência dedicada às letras e às palavras. Do mecanismo legal somente deduzo, a partir de Paulo o apóstolo tardio, que descobri que sou pecador quando me vi em face da lei. Aprendi, aqui e ali, que quem escreve mal tende a não ser entendido ou a permanecer secreto; não como o sonhar que a magia de escrever traz a quem cria e a quem lê, sim feito pesadêlo de que custamos a nos livrar. E se eu próprio caí, numa ou em outra ocasião, nesse erro de raiz, que perdoem e esqueçam o erro. Afinal os pesadêlos são o que de mais infernal existe neste "vale de lágrimas". Se os falsos (ou os não-escritores) a cultuar a literatura se restringissem ao seu labor, tudo seria melhor para todos, inclusive para eles, que voltariam a pensar, a falar e a escrever como as pessoas de fora das artes da
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escrita, "o pasto que cresce onde há terra e água" do cantar de Walt Whitman, "ar comum que banha o planeta". Questão de respeitar limites. Sabe-se que há advogados que sabem escrever; médicos igualmente; e engenheiros e por aí. O que falo nem é coisa de literato, que abomino o termo; e quero me referir a que se escreva simples, nítido, em especial os profissionais responsáveis por uma área extremamente importante como essa de advogar. Literatura é outro tipo de caminho, com sua peculiar e enigmática responsabilidade, por entre os escritores e seu genérico os autores; outra história que contarei depois caso me seja possível, e o Ronaldo e o Rodrigo o permitam. Detalhes? Mas Deus não está nos detalhes, além, é evidente, do Roberto Carlos? *Jornalista e Escritor
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pública. Os atuais agentes são contratados por meio de termos de parceria entre uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) e o poder público, por contratos temporários ou por cooperativas. A profissão de Agente Comunitário de Saúde é exercida exclusivamente no âmbito do Sistema Único de Saúde. O Programa de Agentes Comunitários iniciou-se na Paraíba em 1992, patrocinado pelo Ministério da Saúde, hoje eles já são mais de 250 mil em todo o Brasil. Esse imenso contingente de trabalhadores, essenciais para a prevenção de doenças e a melhoria da saúde de nossa população, vive hoje a angústia de serem demitidos ao bel prazer dos administradores municipais e até mesmo de serem usados politicamente por conta de uma situação que já vem se arrastando há anos. A esperança para estes trabalhadores está depositada na aprovação da PEC 07/2003 que prevê contratação de agente de saúde sem concurso e que já está sob análise da Câmara, tendo sido aprovada pela Comissão
s agentes Comunitários de Saúde (ACS) do Estado do Pará realizaram um Encontro Estadual no dia 1º de julho, em Belém, com o objetivo de constituir uma comissão que irá a Brasília, no dia 8 de agosto, junto com representantes dos ACS dos demais estados para pressionar o Congresso a aprovar a Proposta de Emenda Constitucional nº 07/2003, de autoria do deputado Maurício Rands (PT-PE) que permite que eles sejam efetivados como funcionários públicos federais ligados ao Ministério da Saúde. Só no Estado do Pará trabalham cerca de 10 mil ACS e eles têm tido o meu total apoio. Lembro que quando ainda lutavam pelo reconhecimento da profissão apresentei um projeto na Câmara neste sentido, mas a atividade desses companheiros foi reconhecida por meio da Lei 10.507, de 10/07/2003, de iniciativa do Executivo, que criou a profissão do Agente Comunitário de Saúde. Apesar de ser regulamentada por lei, a categoria de agente comunitário de saúde ainda não tem um modelo para a celebração de vínculo com a administração 22
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prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão de livre nomeação e exoneração. Não queremos que isso mude, a lei está correta. Mas é preciso que se considere essa exceção. Neste caso, precisamos adequar o direito à realidade de um programa que já se tornou essencial para a saúde do povo. Através do processo seletivo podemos ter uma relação mais simples entre os agentes comunitários de saúde e a administração pública que possibilitará a viabilização da escolha de pessoas legitimadas e reconhecidas pela comunidade como é da natureza da própria profissão. Neste mês em que o tema está em discussão, gostaria de alertar a sociedade para essa questão dos ACS que já se tornaram fundamentais para a saúde de nossa população e que por isso mesmo são prestigiados pelo governo do presidente Lula. Aproveito a oportunidade para desejar a todos um bom verão, contando sempre com os cuidados dos ACS, onde quer que você esteja e uma feliz comemoração no dia 05/08, o dia nacional da Saúde.
de Constituição Justiça e Cidadania. Pela proposta, do deputado Maurício Rands (PT-PE), que obteve a assinatura de 178 parlamentares, esses profissionais passariam a ser admitidos através de processo seletivo público. A modalidade de processo seletivo permitiria restringir a seleção àquelas pessoas que tenham vínculos residenciais e sociais com a comunidade destinatária das ações de saúde. A própria lei que instituiu essa profissão (10.507/02) já reconhece a necessidade de vínculo do agente com a comunidade. Mas para garantir isso é preciso que mudemos o texto da Constituição que prevê que para a investidura em cargo ou emprego público é preciso a aprovação
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exercícios
regularmente que muitas pessoas pensam, equivocadamente, vir com a idade. Você pode reduzir o risco de morte prematura em quase 50%, se fizer exercícios físicos todos os dias ou quase todos os dias. A atividade física regular reduz o risco de: infarto, derrame, hipertensão, diabetes, osteoporose,
xercício físico é provavelmente a melhor coisa que você pode fazer para envelhecer com saúde. Os benefícios são aparentemente infinitos e podem incluir controle do peso, melhora na circulação do sangue e oxigênio, aumento da massa muscular, bom humor e equilíbrio. Fazer qualquer tipo de exercício é muito importante para manter sua funcionalidade conforme você envelhece. E nunca é tarde para começar. Mesmo em quantidades moderadas, os exercícios podem ajudar a gostar mais da vida e evitar doenças
depressão, ansiedade, osteoartrite, quedas e ossos quebrados e alguns tipos de câncer. Os exercícios também podem levantar o astral e ajudar a lidar com o estresse e dormir melhor. A seguir estão pontos essenciais a serem lembrados sobre
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Athenas Engenharia, entre outros. “Um dos grandes diferenciais da DC3/Unicom é saber atuar com grande desenvoltura tanto para a iniciativa privada como para o setor público. A experiência, a informação, os desafios, a técnica e agilidade de um setor ajudam a trabalhar no outro e vice-versa”, afirmou Célio Sales. A DC3/Unicom também atende o governo do Pará em diversos setores da administração, levando criatividade, eficiência e profissionalismo para a comunicação pública. Além do governo do Pará, a agência trabalha para a Prefeitura de Canaã dos Carajás e atua como voluntária no terceiro setor, como agência do Centro Nova Vida, que recupera dependentes químicos. Mesmo atuando num mercado basicamente varejista, a DC3/Unicom sempre busca resultados mais amplos para comunicação de seus clientes, segundo seus diretores. Sem deixar de atender às exigências prementes de quem precisa ouvir o tilintar das registradoras, a Dc3 faz um trabalho que vai além. É uma comunicação que busca também a construção de imagem, de conceitos fortes, duradouros, porque essa é a grande arte de uma agência de propaganda. Um dos principais diferenciais de mercado da DC3 é a capacidade que a agência tem de ser criativa além das peças de propaganda. A DC3 também oferece idéias de comunicação e marketing, estratégias de promoção, merchandising, vendas e imagem institucional, que geram bons negócios para seus clientes.
Pará e de qualquer mercado em que tivermos a oportunidade de estar presente". A DC3/Unicom é a mais nova das agências paraenses relacionadas entre as melhores agências do Brasil, segundo o rigoroso ranking da respeitada revista About. Entre os "cases" de destaques estão: o Sistema de Ensino Universo, que está com a DC3/Unicom antes mesmo da escola existir. A agência cuida de todo o planejamento de marketing, ajudando a construir um dos nomes mais fortes do setor de educação na Amazônia. A agência atende a FACEPA - Fábrica de Papel e Celulose da Amazônia, cuidando desde criação de embalagem até comunicação de massa. Ajudando a FACEPA a enfrentar com sucesso potências nacionais e multinacionais do setor. O "case" Extrafarma também é significativo. A DC3/Unicom criou e desenvolve o conceito compromisso de ser extra, diferenciando a rede de farmácias, com ações focadas na satisfação além das expectativas de seus clientes. Para atender a Extrafarma que está presente também no Nordeste, a DC3/Unicom montou uma unidade em Fortaleza-CE. Computer Store é outra história de parceria de sucesso, mostrando que o varejo pode ser feito com inteligência, bom gosto e resultados efetivos de vendas. O cotidiano da DC3/Unicom é feito de muitas parcerias de sucesso para vários clientes, como a Oficina do Corpo, Rodeio Churrascaria, ORM Cabo, 28
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Outdoor “Índio” Governo do Pará
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A Agência DC3 é, sem dúvida alguma, o fato novo e positivo na publicidade e propaganda no Pará. Fundada em 1995, inicialmente chamada apenas DC3. A agência foi criada pelos profissionais de propaganda Glauco Lima - diretor de criação-redator; Haroldo Valente - diretor de criação-arte, e Célio Sales - diretor de administração, finanças e atendimento. A razão do nome tem várias histórias e estórias, acabando por se tornar mais um charme da agência. Para uns seria divisão de criação, departamento criativo, dissidência coletiva (já que os 3 sócios saíram da mesma agência para fundar a DC3); outros remetem ao famoso avião DC3; mas há quem diga que a sigla é mera obra do acaso. Segundo Eduardo Ferreira, que se tornou sócio da empresa em 2002, a DC3 faz parte de uma nova geração de agências, formada por profissionais que possuem formação acadêmica e com prática efetiva da propaganda. “Todos com larga experiência em agências e atendimento de clientes de todos os portes, tanto da iniciativa privada como do setor público”, ressaltou Eduardo. Os sócios da DC3, antes de fundarem a agência, atuaram durante muitos anos em cargos importantes das principais agências de Belém, nos setores de administração, atendimento, direção de criação, direção de arte e redação. A agência surgiu da 26
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necessidade de seus sócios constituírem uma empresa onde colocassem suas visões, filosofias, estilos e experiências, formando uma agência ágil, inovadora, envolvida com seus clientes e preocupada com resultados, originalidade e eficiência. Com a chegada de Eduardo Ferreira, que atualmente é sócio-diretor de planejamento e atendimento, a empresa foi fortalecendo ainda mais o conceito de agência profissional de propaganda. Passou a se chamar DC3/Unicom. “A DC3/Unicom é uma agência formada por pessoas apaixonadas pelo que fazem. Antes de montar a empresa, os sócios trabalharam muitos anos como empregados, estudaram, viveram o negócio publicitário”, afirma Haroldo Valente. O publicitário salienta que isso é mais que paixão, é respeito pela atividade profissional. “Nós somos favoráveis ao surgimento e fortalecimento de boas agências, para que a competição se faça num nível elevado e não em concorrências predatórias, onde todo mundo perde". O outro sócio-criativo, Glauco Lima, afirma que a empresa é uma agência que investe em qualidade para prestar os melhores serviços em todas as áreas para seus clientes. “A maioria de nossos profissionais de criação, mídia, planejamento e produção, tem formação superior em propaganda”, destaca. O diretor de administração, finanças e atendimento, Célio Sales, concorda: “Ser considerada por todos s
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Anúncio “Açaí-múndi” DC3/Unicom
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como a boa nova da propaganda é um estímulo, e ao mesmo tempo um desafio. É muita responsabilidade sermos reconhecidos como a melhor novidade surgida nos últimos 10 anos, por isso vamos lutar todo dia para tentar ser ainda melhor que a DC3/Unicom". O diretor Glauco Lima reforça que, mais importante do que ter idéias, uma agência de propaganda tem que ter ideais. “A DC3/Unicom trabalha orientada pelo objetivo de ser uma agência inventiva, contemporânea, ética, honesta, comprometida com resultados para seus clientes e com o progresso da atividade profissional publicitária”, disse. Glauco conta ainda que talvez esse seja o segredo de terem chegado ao conceito de agência mais criativa do Pará em apenas uma década e uma das marcas fortes da propaganda na região. “Mas ainda temos muitos desafios a vencer e vamos continuar lutando com a mesma garra dos tempos em que éramos apenas uma pequena sala nos altos de um posto de gasolina na Cidade Velha", revelou Glauco Lima. Eduardo complementa afirmando que a DC3 é a agência que sempre sonhou: “Irrequieta, inconformada e tentando sempre se renovar. Mesmo quando está estalando de nova”. Segundo ele, o ambiente é fértil para criar, sonhar, realizar. Lá eles discutem, divergem e convergem. Dos sócios aos colaboradores. “Já andamos bastante, mas queremos andar muito mais. Acredito que há muito por fazer pelas empresas do Edição 41 - agosto
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exercícios físicos a partir da meiaidade. Considere fazer um check-up antes. Converse com seu médico antes de começar um programa pesado de exercícios, especialmente se você tem alguma doença crônica. Comece d e v a g a r. Tente não fazer exercícios demais no começo. Lembre-se sempre de fazer alongamentos. Aproveite o exercício. Escolha algo que você goste de fazer e divirta-se. Varie seu programa de exercícios ou chame um amigo para fazer junto. Faça exercícios fora de casa quando o tempo está agradável. Tente fazer 30 minutos ou mais de exercícios na maioria dos dias. Isso pode ser feito de uma vez ou em partes por exemplo, uma caminhada de 10 minutos pela manhã, 10 minutos de bicicleta à tarde e outros 10 minutos de caminhada após o jantar. Seja criativo. Embora certas condições possam impedir que você faça algumas atividades, quase todas as pessoas podem fazer algum tipo de exercício físico.
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Por exemplo, se você tem artrite, você pode se dar bem com exercícios aquáticos. E as atividades físicas podem incluir muitas tarefas domésticas, como passear com o cachorro, lavar o carro ou varrer o quintal. Converse com seu médico sobre que tipo de exercício é melhor para você. Vá com calma. Se você não consegue nem conversar enquanto faz exercício, provavelmente está se esforçando demais. Você até pode estar respirando forte ou quase sem fôlego, mas deve conseguir manter uma conversa. Saiba quando parar. Pare de fazer exercício e procure ajuda imediata se sentir peso no peito, tiver muita falta de ar, dor no peito, braços ou mandíbulas, tiver palpitações, tontura ou desmaios.
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Outdoor “Capelo” Universo
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Os principais fatores de risco para um enfarte são: Hipertensão Tabagismo Colesterol alto Parentes com histórico de doença cardiovascular Diabete
Como
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conhecimentos médicos podiam identificar a debilidade facial, a debilidade dos braços e problemas da fala, os investigadores convidaram o público em geral a aprender o procedimento e a diagnosticar o enfarte. Esta informação foi apresentada na reunião anual da Associação Americana contra o enfarte, em Fevereiro deste ano. O uso divulgado desta prova poderia produzir o diagnóstico e o tratamento a tempo de um enfarte e prevenir os danos cerebrais.
Procedimento simples para determinar se alguém está sofrendo um enfarte. vezes os sintomas (Quando a vitima deÀs um enfarte são não é você) difíceis de identificar. Infelizmente, a falta de conhecimentos provoca desastres irreversíveis. A vítima de um enfarte pode sofrer danos cerebrais, se as pessoas próximas não reconhecerem os sintomas e não a socorrerem a tempo. Agora os médicos dizem que um simples espectador pode reconhecer um enfarte, fazendo três simples testes à pessoa, um depois do outro: 1- Peça à pessoa que sorria; 2 - Solicite-lhe que levante ambos os braços; 3 - Peça-lhe que repita uma frase simples. Se a pessoa tiver algum problema para realizar qualquer uma destas três tarefas, ligue para as emergências ou para a ambulância imediatamente, e diga-lhes que há uma pessoa sofrendo um enfarte, descrevendo à pessoa que o atender os sintomas que observou. Depois de descobrir que um grupo de voluntários sem
É um
Enfarte????
Digamos que às cinco e meia da tarde, você está indo para casa, sozinho, de carro, depois de um dia pesado no (Quando a vítima sbastante erviço. Não só é você mesmo) p o r q u e t r a b a l h o u bastante, como também porque você teve uma discussão com seu chefe e não houve jeito de fazê-lo entender seu ponto de vista. Você está realmente aborrecido e quanto mais pensa sobre o assunto, mais tenso você fica...
É um
Enfarte????
AV. GENTIL BITENCOURT N° 694, ENTRE RUI BARBOSA E QUINTINO. Edição 41 - agosto
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De repente, você sente uma dor muito forte no peito, que se irradia pelo braço e sobe até o queixo. Você está a uns 8 quilômetros do hospital mais próximo e não tem certeza se vai conseguir chegar lá... Você fez um curso de primeiros socorros, mas não é que o instrutor se esqueceu de explicar o que fazer quando a vítima é você mesmo ?? Como conseguir sobreviver a um a t a q u e cardíaco se estiver sozinho? (é muito freqüente as pessoas passarem por essa situação! ) Sem assistência, a pessoa cujo coração pára de funcionar adequadamente e que começa a sentir que vai desmaiar, tem apenas 10 segundos antes de perder a consciência !
Quando o coração falha
1
O coração é um músculo, o principal do corpo humano. A cada batida, bombeia 85 gramas de sangue oxigenado no interior do organismo o equivalente a 9000 litros por dia. Para funcionar, o coração deve, ele também, ser irrigado por sangue. A irrigação acontece por intermédio das artérias coronárias.
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As artérias coronárias são como dutos por onde circula o sangue oxigenado. Com o tempo, pelas mais diversas causas, placas de gordura grudam-se à parede dos vasos. O cano torna-se, portanto, mais estreito. O sangue passa a fluir com dificuldade. A circulação mais lenta propicia a formação de coágulos mais um fator para o bloqueio coronário.
O que fazer para sobreviver quando estiver sozinho ? Essas vítimas podem ajudar a si mesmas tossindo com força repetidas vezes. Inspire antes de tossir, tussa profunda e prolongadamente, como quando está expelindo catarro de dentro do peito. Repita a seqüência inspirar/tossir a cada dois segundos, até que chegue algum auxílio ou até que o coração volte a funcionar normalmente A inspiração profunda leva oxigênio aos pulmões e a tosse contrai o coração e faz com que o sangue circule. A pressão da contração no coração também o ajuda a retomar o ritmo normal. Desse modo, uma vítima de um ataque cardíaco pode fazer uma ligação telefônica e, entre as inspirações, pedir ajuda. Divulgue estas informações a tantas pessoas quanto possível. Você pode estar salvando muitas vidas !
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Com obstruções acima de 80%, as lesões cardíacas são consideradas críticas. O paciente sofre de falta de ar, dormência em um ou dois braços, dor no queixo ou no estomago e iminência de desmaio.
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A obstrução das artérias coronárias impede a passagem de sangue para o coração. Por falta de oxigênio, o tecido do músculo cardíaco morre. É o infarto. As chances de sobrevivência dependem do local de entupimento e da quantidade de vasos comprometidos. Se o bloqueio ocorre numa das três coronárias principais, o paciente deve ser atendido imediatamente. A maioria das vítimas, nesses casos, morre em menos de uma hora.
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Colesterol
reeducar seus hábitos alimentares. A boa, é que isso não é tão difícil quanto parece para a maioria das pessoas. Antes de mais nada, é preciso entender o que é o colesterol. Podemos dizer, em termos populares que o colesterol é a "gordura" presente no sangue. É muito importante para o funcionamento do organismo. Mas, como as demais coisas no mundo, torna-se nocivo em excesso. Você provavelmente já deve ter ouvido falar de colesterol bom e de ruim. Tratam-se do HDL Artéria com placa e do LDL, respectivamente. Cerca de 70% do colesterol presente em nosso corpo é produzido pelo fígado e encontra-se em sua maioria na bílis. O HDL é de alta densidade enquanto o LDL, possui densidade baixa. É aí que a diferença é crucial: o colesterol bom não é absorvido pelas células, e ainda ajuda a retirar o excesso do mesmo. Já o LDL surte o efeito inverso, sendo extremamente perigoso. Quem quer diminuir o colesterol deve ficar longe de alimentos gordurosos. É bom evitar alimentos como frutos do mar, carnes gordurosas (sobretudo carne vermelha, miúdos e nada de embutidos como mortadela, presunto, salsicha ou similares). Dentre os laticínios, troque o leite e o iogurte integrais por seus correspondentes desnatados. O queijo branco também deve substituir os queijos cremosos e amarelos. Uma grande vilã, que pode aumentar drasticamente os níveis de colesterol é a gema do ovo. Tente reduzir a ingestão da mesma e de alimentos preparados com ela. Em algumas receitas, pode-se substituir a gema por duas claras. Use e abuse das frutas e vegetais. Mas cuidado pois há exceções, como o abacate e o coco.
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colesterol é um lipídio fundamental para o bom funcionamento do nosso organismo. Tem funções fisiológicas importantes, está presente na membrana das células, na fabricação dos hormônios, na síntese da vitamina D, é importante para os ossos mas em altos níveis (chamado hipercolesterolemia) é um dos Fatores de Risco para as Doenças Cardiovasculares O colesterol é fundamental para garantir a vida. O corpo precisa dele para produzir hormônios sexuais, bile, vitamina D, membranas celulares e bainhas dos nervos. O fígado produz aproximadamente um grama de colesterol por dia, que é a quantidade suficiente de que o corpo necessita. Muitos fatores como exercícios físicos, predisposição genética, sexo e outros componentes da alimentação influenciam o modo como o corpo humano processa o colesterol. Algumas pessoas podem consumir grandes quantidades e ainda assim conseguem manter os níveis de colesterol no sangue, enquanto outras ingerem muito pouco, mas apresentam alto teor de colesterol no sangue. Para verificar os níveis de colesterol no sangue, o médico primeiramente mede a quantidade total existente em um decilitro de sangue, sendo aceitável qualquer quantidade abaixo de 200 mg. Os órgãos de saúde recomendam mudanças nos hábitos alimentares de pessoas que têm um colesterol total acima de 200 mg. A redução no consumo de gorduras saturadas é o método mais eficaz. Uma dieta que restringe o consumo de gorduras a 20%, ou menos, do total de calorias e que limita as gorduras saturadas a 7%, ou menos, pode baixar o total de colesterol no sangue em cerca de 14%. Seu médico solicitou um exame e você descobriu que seu colesterol está mais alto do que devia? Bem, a notícia ruim é que você vai ter um baita trabalho para
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á 2 tipos de diabetes. A diabete tipo 1, quando o corpo não produz mais insulina. Ocorre mais em crianças e jovens, e representa de 5% a 10% dos casos. A diabete tipo 2, que representa de 90% a 95% dos casos, é uma desordem do metabolismo resultante da inabilidade do corpo em produzir insulina suficiente ou usa-la apropriadamente. Geralmente ocorre após os 35 anos, apesar de pesquisadores afirmarem que na última década a diabetes tipo 2 aumentou perto de 70% entre pessoas próximas aos 30 anos. Genética, obesidade, dieta inapropriada e falta de exercícios podem ser as causas principais para o aumento da diabetes tipo 2. Pessoas com diabetes têm um grande aliado nas leguminosas (feijão, vagem, fava, sementes em forma de feijão, grão de bico, lentilhas, etc...). Considerados vegetais e fontes de proteína, as leguminosas possuem a combinação perfeita de nutrientes que se ajustam adequadamente na dieta do diabético. Leguminosas, junto com outros vegetais e grãos, são achados no maior grupo de alimentos da Diabetes Food Pyramid para diabéticos feita pela American Diabetes Association (ADA). As leguminosas são consideradas componentes benéficos na dieta do diabético porque são ricas em fibras e carboidratos complexos, e gordura e sódio baixos. Uma dieta rica em fibras ajuda a controlar a diabetes e a manter níveis saudáveis de glicose no sangue. E mais, a digestão das leguminosas é mais
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vagarosa que a dos carboidratos simples uma boa maneira de controlar os níveis de glicose no sangue.
Leguminosas são boas também para a boa saúde do coração As leguminosas com baixa gordura, ainda têm fibras solúveis e folato, dois importantes componentes que ajudam a reduzir os ataques do coração. A fibra solúvel se liga com o colesterol e baixa os níveis do mesmo, ajudando assim a prevenir o entupimento das artérias. O folato é uma vitamina B muito importante que protege contra ataques do coração, derruba o aminoácido chamado homocisteína. De acordo com estudos feitos por médicos, alto nível de homocisteína no sangue e inadequado número de folato na dieta pode triplicar o risco de ataque do coração. Outro estudo feito recentemente na Tulane University em New Orleans, descobriu que pessoas que comiam os diversos tipo de leguminosas ao menos 4 vezes por semana, tinham 19% a menos de chances de ataque do coração, do que aquelas que comiam 1 vez por semana. As leguminosas são considerados alimentos versáteis, que podem ser facilmente introduzidos no cardápio.
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privação que resulta de outras dietas. “Chefs” muito criativos da Bean Education and Awareness Network (B.E.A.N) desenvolveram receitas deliciosas (com diversos tipos de leguminosas), que podem fazer parte da dieta
A dieta é considerada um dos fatores mais importantes no controle da diabetes.
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do diabético com muito sucesso.
São baratos, ricos em nutrientes e fáceis de cozinhar. Por ser um vegetal rico em proteínas, a leguminosa pode ser o prato principal, ou pode ser um acompanhamento. Devido à sua digestão lenta, ela é boa no controle do apetite. Comendo leguminosas, você evita a sensação de
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Fibra alimentar
e peso corporal manutenção do peso podem ser atribuídos aos seguintes fatos: -Por serem mais resistentes e fibrosos, seus alimentos fontes aumentam a mastigação; -O aumento da mastigação implica uma maior salivação e uma maior produção de suco gástrico, resultando na expansão do estômago e portanto, aumentando a saciedade; -As fibras diminuem e lentificam a absorção de calorias e nutrientes, acarretando uma menor glicemia pós-prandial e portanto, uma menor descarga de insulina; -Alimentos ricos nesse componente alimentar costumam ter uma densidade energética menor e um maior volume, contribuindo para uma menor ingestão de alimentos; -Além disso, seus alimentos fontes costumam ser menos palatáveis. Para compreendermos o papel fisiológico deste componente dietético, vamos definí-los: Fibras são componentes vegetais resistentes à ação das enzimas digestivas, ou seja, são compostos não digeríveis pelo organismo humano. São comumente classificadas em fibras solúveis e insolúveis. As solúveis (pectinas, mucilagens, gomas, hemiceluloses e psyllium) estão freqüentemente associadas à diminuição dos lipídios séricos, principalmente
á algum tempo, as fibras têm sido relacionadas à prevenção de diabetes, doenças do coração, câncer e, mais recentemente, à diminuição e manutenção do peso. Alguns estudos mostram que indivíduos obesos ingerem menos fibras do que indivíduos magros. Além disso, foi verificado que o ganho de peso está inversamente relacionado com a ingestão rica em fibras; enquanto o consumo de grãos refinados está positivamente relacionado com o ganho de peso. Outros estudos relacionam uma maior perda de peso com um maior consumo de fibras. Desta maneira, é contraditório que as duas dietas de emagrecimento mais populares nos EUA, (Atkins e South Beach), contenham uma quantidade muito pequena deste componente alimentar. Segundo a literatura, seus efeitos positivos na perda e
A sua marca em transportes. 36
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colesterol. Já as insolúveis (celulose, algumas pectinas e hemiceluloses e ligninas), têm um poder laxativo significante, aliviando a constipação. Além disso, elas contêm prebióticos, compostos que promovem a saúde estimulando seletivamente o crescimento e/ou atividade de bactérias benéficas da flora intestinal. Em vista das diferenças entre as quantidades de suas frações nos alimentos e a magnitude de seus efeitos, ou seja, pelo fato de nem toda porção solúvel diminuir o colesterol, a National Academy of Sciences Panel propôs uma nova classificação, sugerindo a substituição dos termos solúveis e insolúveis pelos termos “viscosas” e “fermentativas”. A recomendação atual da DRI (Dietary Reference Intake) leva em consideração a proteção contra doenças coronarianas, aconselhando a ingestão diária de 38g para homens e 25g para mulheres, ambos em idade adulta. Esta diferença ocorre pois a quantidade
QUANTIDADE DE FIBRA (total por 100g) 1,83g 1,25g 1,50g 5,00g 2,86g 2,81g 4,87g 5,60g 9,50g 2,00g 2,25g 2,33g 5,63g 1,46g
ALIMENTOS Agrião cru Alface cru Arroz integral Barra de cereais Brócolis cozido Cenoura crua Ervilha seca cozida Feijão cozido Flocos de aveia Laranja com bagaço Maçã com casca Mamão papaia Pão integral Tomate cru
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de fibra está diretamente ligada à ingestão energética total. Apesar de seus efeitos benéficos, é conhecido que as fibras contêm fitatos, componentes antinutricionais capazes de se complexar com micronutrientes. Mas é relatado que dietas ricas nestre componente fornecem mais vitaminas e minerais, dado que suas fontes principais, tais como frutas, legumes, verduras e cereais integrais, possuem uma maior quantidade destes nutrientes. Desta forma, o consumo regular de quantidades adequadas de fibras contribui para a manutenção da saúde e pode ser uma estratégia auxiliar na prevenção e tratamento da obesidade, que atualmente afeta milhares de pessoas por todo o mundo. A seguir, uma tabela mostra a quantidade de fibra presente em alguns alimentos:
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modelo de ocupação da Amazônia pela pecuária, estabelecida em áreas originalmente de floresta tropical de terra firme, tem sido duramente criticado nas últimas três décadas, sob alegação de ser uma atividade efêmera, migratória, difícil de se sustentar sem subsídios, agressora do ambiente e de reduzido interesse social, por ofertar baixo nível de emprego. Por isso não só deixou de receber apoio como passou a ser discriminada. Surpreendentemente, e apesar de tudo, o setor continuou a apresentar taxas de crescimento expressivas (de até 12% ao ano), na década de 90, contrastando com uma tendência de estabilização nas demais regiões do país. Mais inacreditável ainda é o fenômeno da pecuarização na agricultura familiar, notadamente no sudeste do Pará e na rodovia Transamazônica, onde se pratica uma pecuária mista de carne e leite, com crescimento muito acima da média nacional. Será que, similarmente ao que ocorreu com o mal-davaca-louca, que atacou o rebanho europeu, a Amazônia está sendo assolada pelo mal-do-pecuarista-louco, com a adoção de uma política suicida coletiva? Ou será que as teses lançadas sobre a pecuária na Amazônia
Pecuária n
Amazô Sustentável e produtiva em todos atividade tem enfrentado grande
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*JOSÉ FERREIRA TEIXEIRA NETO não passam de mitos, que vêm caindo sucessivamente, uns após outros, vítimas da verdade inexorável de que a região também tem grande potencial para a produção sustentável de carne e leite a pasto, em condições extremamente competitivas, essenciais para uma economia cada vez mais globalizada? É o que se pretende esclarecer, a seguir, não com sofismas e meias verdades, mas com afirmações embasadas em estatísticas idôneas e resultados de pesquisas incontestáveis.
Sustentabilidade Biológica
Os solos de terra firme da Amazônia são de baixa fertilidade natural, consideravelmente incrementada pela incorporação de nutrientes através das cinzas da biomassa vegetal no processo inicial de formação da pastagem, propiciando alta produção de forragem nos primeiros anos. O declínio da produtividade ocorrido nos anos seguintes está associado à redução da disponibilidade de nutrientes no solo, principalmente o fósforo, e ao manejo inadequado. Entretanto, na maioria dos solos sob pastagem, a disponibilidade de nutrientes ainda é bem superior à encontrada no mesmo solo sob a floresta original. Portanto, pasto degradado não é indicador de solo degradado. O processo de produção de carne a pasto consiste, em uma primeira etapa, da transformação de energia luminosa do sol em química da forragem, efetuada pelas plantas forrageiras. Os insumos principais são o CO2 gás carbônico retirado da atmosfera e da água do solo a custo zero, mais dis-ponível durante o ano nas s
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Sustentabilidade Econômica
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O segundo grande mito, também já sepultado, com reconhecimento inclusive de seus formuladores, é de que a pecuária de corte era uma atividade antieconômica, que só se mantinha à custa de subsídios. A antiga cobiça internacional sobre a Amazônia motivou a decisão geopolítica de ocupar e integrar a Amazônia ao restante do país na década de 60. A pecuária mereceu destaque no processo por utilizar grandes áreas, com investimento relativamente pequeno. Criou-se uma política de incentivos fiscais específica para a Amazônia e iniciou-se a abertura das chamadas rodovias de integração nacional. Os incentivos fiscais, hoje oficialmente extintos, foram suspensos de fato para a expansão da pecuária desde os anos 90, aliada à forte restrição na política creditícia. Apenas 2% das pastagens formadas na Amazônia foram financiadas por incentivos fiscais. Na realidade, o maior estímulo para a implantação da pecuária na Amazônia foi a abertura das rodovias e a alta produtividade inicial das pastagens, fazendo crer ao produtor que havia sido descoberto o paraíso da pecuária. Isso tudo, aliado ao baixo custo da terra que permitia a implantação, na Amazônia, de uma fazenda a partir da venda de outra bem menor nas regiões de origem dos pecuaristas. A pecuária tradicional extensiva empresarial permite
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regiões tropicais úmidas do que nas regiões temperadas. Na segunda etapa, executada pelos ruminantes bovinos, bubalinos, ovinos e caprinos, a f o r r a g e m é transformada em carne e leite, formas mais elaboradas de energia, disponíveis para consumo humano. A pecuária é uma das maiores fontes de proteína nas diversas regiões do país. O Brasil detém o maior rebanho comercial de bovinos do mundo, ainda em fase de expansão, seguido pelos Estados Unidos e Comunidade Européia, em fase de estabilização/declínio. Detém também o melhor rebanho zebu do planeta. Finalmente, além da ausência de zoonoses críticas que limitem a produção animal peste bovina indiana e mal-da-vaca-louca, tem-se tecnologia, de caráter preventivo (vacinas) e curativo (medicamentos) para produzir carne e leite de qualidade. Assim, no complexo solo-planta-animal, além de não haver limitações severas, existem condições de produzir carne a pasto, competitivamente em nível global.
os sentidos, a resistência
Distribuidor dos papéis:
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medidas de controle para produtos denominados “sensíveis” de interesse do Brasil: cereais, laticínios, tabaco, açúcar, frutas e carnes. Na falta de argumentos procedentes, sobretaxam os produtos brasileiros por haver trabalho infantil e degradação ambiental no Brasil!
Será que a Amazônia está sendo assolada pelo “mal-dopecuarista-louco”, com a adoção de uma política suicida coletiva? Ou será que as teses lançadas sobre a pecuária na Amazônia não passam de mitos?
Sustentabilidade Ecológica A floresta tropical úmida, em clímax, está no ponto de compensação de gás carbônico, ou seja, o CO2 que é retirado da atmosfera de dia pela fotossíntese é devolvido, pela reação inversa da respiração. Dizer que a floresta Amazônica é o pulmão do mundo não procede. Por outro lado, as gramíneas tropicais pertencem a um grupo fisiológico de vegetais que têm capacidade de produção de matéria seca, via fotossíntese, três a cinco vezes maior que o outro grande grupo, onde estão inseridas as espécies florestais. Como estão sob pastejo constante, conseqüentemente se apresentam em crescimento renovado. Assim, sua capacidade de retirar CO2 do ambiente, liberando oxigênio (O2) é bem maior que a das espécies arbóreas. Além do mais, somente 2 a 5% da emissão de CO2 para a atmosfera são debitados à Amazônia. Os demais 95% são lançados pelas chaminés e veículos dos países industrializados. É bom lembrar que o Brasil não se negou a assinar o protocolo de Kyoto sobre redução de emissão de CO2 para a atmosfera.
um ganho de peso vivo da ordem de 150kg/boi/ano, com uma taxa de lotação conservadora da ordem de 0,5 a 1 U.A./ha/ano e uma lucratividade da ordem de R$100,00/ha/ano. Se intensificada, a rentabilidade pode quadruplicar via fertilização das pastagens e manejo rotacionado. Recente estudo sobre o impacto da adoção de tecnologia mostrou uma redução real de R$5,25 ao ano nos preços dos produtos agrícolas para os consumidores. A pesquisa constatou ainda um crescimento geral e do setor agropecuário elevadíssimo. No sudeste paraense, os municípios de Conceição do Araguaia, Redenção e Marabá, onde a pecuária bovina é a maior atividade rural, registraram os maiores ganhos de PIB agrícola do país (13,9 % anuais) de 1975 a 1996, somente superado por Barreiras, na Bahia. Finalmente, a procura por produtos da agricultura orgânica aumentou 48% no primeiro quadrimestre deste ano. Enquanto isso, o boi produzido à base de grãos e hormônios nos EUA vem sendo preterido pela União Européia. Sem deixar de mencionar que, mesmo vendido a US$ 50/arroba, ainda gera prejuízos e montanhas de resíduos poluidores do ambiente. No sul do Pará, o boi vendido a US$16/arroba ainda gera lucro considerável. Na realidade, a agropecuária dos países desenvolvidos, altamente subsidiada, está assustada com o potencial competitivo das economias emergentes e se protege através de cotas tarifárias, barreiras sanitárias e outras
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deve ser vista como cultura perene que realmente é, através da reposição dos nutrientes não cíclicos, exportados do sistema, principalmente via produto. Tem sido significativa a redução do fogo como ferramenta de manejo de pastagem na Amazônia. Hoje ainda são queimados, anualmente, cerca de 1,7 milhão de hectares/ano, principalmente por um contingente de 600 mil agricultores familiares. A tecnologia gerada pela Embrapa não contempla o Historicamente, a pecuária sempre foi, e continua uso do fogo no manejo das pastagens. Inclui a sendo, o agronegócio mais estável da região em adequação da taxa de lotação à capacidade de suporte decorrência de sua base genética repousar da pastagem, evitando os excessos de forragem fibrosa principalmente em duas grandes famílias (gramíneas e de baixa aceitabilidade pelos animais, antes eliminada leguminosas), em vez de ser alicerçada somente em pela queima. A redução/eliminação das plantas uma espécie, como as demais grandes culturas daninhas em pastagens é feita através de controle industriais da Amazônia, que tiveram sérios problemas integrado, com destaque para o cultural, que protege e de doenças (e de mercado). estimula as forrageiras na competição por espaço. A Os erros cometidos no passado, principalmente por tecnologia assegura a longevidade da pastagem, que desconhecimento da região e pelo pioneirismo que vem sendo A agropecuária dos países desenvolvidos, substituído por uma pecuária altamente subsidiada, está assustada com o empresarial, não podem nem ser confundidos com baixo potencial competitivo das economias emergentes e devem potencial da Amazônia para a se protege através de cotas tarifárias, barreiras atividade pecuária. Estima-se que hoje existam 58 sanitárias e outras medidas de controle. milhões de hectares de áreas
Uma publicação Editora Círios
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A pecuária é a atividade econômica mais importante da economia paraense. Cada 1% de crescimento do PIB agropecuário corresponde ao crescimento de outro 1% no PIB não pecuário e 0,65% na arrecadação de impostos municipais.
alteradas na Amazônia, com 24 milhões sob pastagens, das quais 50% em diversos estágios de degradação. Admitindo-se que com a tecnologia hoje existente pode-se triplicar a capacidade de suporte somente com a manutenção/recuperação das áreas já sob pastagem, é possível abrigar, por um longo período de tempo, mais do que o triplo do rebanho de hoje, sem derrubar novas áreas de floresta. Embora se pregue a necessidade de mais leis para proteger a Amazônia, grande parte da região já está protegida sob a forma de parques nacionais e estaduais, estações ecológicas, florestas nacionais, áreas de preservação permanente, reservas extrativistas e indígenas. Atualmente, por medida provisória, o agricultor da Amazônia só pode utilizar 20% de suas terras, devendo o resto ser preservado. Sobram leis que não são e não serão cumpridas, por seu descompasso com a realidade. Faltam leis compatíveis com a dinâmica local. A região bragantina, no nordeste paraense, com a maior densidade populacional da Amazônia, vem sendo severamente impactada pela agricultura migratória de subsistência desde o século XIX, sem que tenham acontecido de fato as previsões apocalípticas da desertificação. Mais ainda, seus solos continuam apresentando boas propriedades físicas, químicas e biológicas, superiores às dos que mantêm a cobertura de mata virgem. Em suma, são perfeitamente agricultáveis.
veterinários; todo o setor de churrascarias, restaurantes e o maior setor de eventos do país exposições e feiras, chegando à música country. A cadeia é quase imensurável e, sem dúvida, a maior do país. Nos municípios do sudeste do Pará, onde se produz hoje mais de 2 milhões de litros leite/dia à base de uma pecuária familiar, que possibilita um padrão de vida condigno aos produtores, a taxa de crescimento da produção leiteira é da ordem de 12 a 15% ao ano. Na Transamazônica, levantamento entre os plantadores de cacau revelou que 100% tinham formado pastagens e 70% já tinham adquirido. A razão dessa opção foi a visualização do boi como uma poupança de liquidez imediata, rentabilidade vantajosa e baixo risco. Enquanto isso, o restante da agricultura familiar migratória de sobrevivência mínima enfrenta grandes obstáculos.
Sustentabilidade Social
A Amazônia não é mais um imenso território praticamente vazio. Hoje vivem na região mais de 20 milhões de brasileiros, 35% no meio rural. O PIB da região cresce mais do que a média nacional e caracteriza-se pela maior taxa de urbanização do país. Existe um crescimento sem precedentes das vilas e cidades, totalizando mais de mil núcleos urbanos distribuídos por toda a região. Afirmar que a pecuária é socialmente desinteressante por oferecer baixo nível de emprego é outra meia verdade. A pecuária da Amazônia emprega diretamente 14% da força de trabalho rural, cerca de 1 milhão de empregos diretos. Contudo, para avaliar a oferta de emprego de um segmento, há que se avaliar toda a cadeia produtiva. A da pecuária envolve desde a frota de caminhões para transporte de animais vivos, caminhões frigoríficos para distribuição da carne, todo o setor frigorífico, setor de embalagens, até os supermercados e açougues. Envolve também toda a indústria de curtumes com ramificação para a calçadista e de coudelaria; a indústria farmacêutica, de saponários, grandes laboratórios para a fabricação de produtos 42
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Pressões de toda parte Diante do exposto, por que razão uma atividade nobre, de produção de proteína de alta qualidade para alimentação humana vem sendo impiedosamente atingida, por meio de supostas verdades, que os fatos e o tempo têm se encarregado de desmascarar? Uma análise mais abrangente mostra que quase toda iniciativa que gere desenvolvimento na Amazônia recebe o mesmo tratamento. Exploração madeireira, construção de estradas (a Perimetral Norte e a Transamazônica não foram concluídas), construção de hidrovias e até mesmo a construção de hidrelétricas, fonte limpa de energia, têm sido vetadas na Amazônia, uma das razões da crise energética que hoje se atravessa. Para entender as origens de tanta pressão, é necessário s
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da restrição a seu desenvolvimento. A preservação do ambiente é, sem dúvida, apenas um pano de fundo para justificar toda essa pressão sobre a região. É preciso deixar bem claro que, ao defender a pecuária, não se deixa de reconhecer a vocação da região para outros cultivos agrícolas, principalmente com plantas perenes. A experiência tem mostrado que a monocultura em larga escala tem enfrentado sérios problemas de pragas e doenças, além dos de mercado. A própria pesquisa redireciona-se hoje para modelar sistemas agrosilvipastoris, ou agropastoris ou silvipastoris, visando melhor política de uso da terra. A integração da pecuária comcultivos de grãos é outra opção que vem sendo adotada. A produção do boi orgânico, à base de pastagens, sem defensivos e aditivos potencialmente nocivos à saúde do consumidor, deve ser uma prioridade do agronegócio brasileiro. Com a tecnologia disponibilizada pela Embrapa Amazônia Oriental e adotada pelos produtores, sobre recuperação e manejo de pastagens, a pecuária na Amazônia passou a ser uma atividade bio-economicamente viável, globalmente competitiva, ecológica e socialmente correta, sem a menor sombra de dúvida. A expansão da pecuária na Amazônia deverá ocorrer primeiramente via aumento da capacidade de suporte da pastagem e em seguida pela recuperação de áreas alteradas, sem necessidade de novas incorporações de segmentos da floresta.
registrar pronunciamentos de algumas personalidades internacionais. De Henry Kissinger: “os países industrializados não poderão viver como existiram até hoje se não tiverem a sua disposição os recursos naturais não renováveis do planeta. Terão que montar um sistema de pressões e constrangimentos garantidores da consecução de seus intentos”. De Margaret Thatcher: “se os países subdesenvolvidos não puderem pagar suas dívidas externas, que vendam suas riquezas, suas fábricas, seus territórios”. De John Major: “as campanhas de ecologistas internacionais a que estamos assistindo, sobre a região amazônica, estão deixando a fase da propaganda para dar início a uma fase operativa, que pode definitivamente ensejar intervenções militares diretas sobre a região”. De Madeleine Albright: “quando o meio ambiente está em perigo, não existem fronteiras”. Do general Patrick Hughes EUA: “caso o Brasil resolva fazer uso da Amazônia que ponha em risco o meio ambiente nos Estados Unidos, temos que estar prontos para interromper esse processo imediatamente”. Do Conselho Mundial das Igrejas Cristãs Cimi: “a Amazônia, cuja maior área fica no Brasil, é considerada por nós como um patrimônio da humanidade. A posse dessa imensa região pelos países que hoje a detêm é meramente circunstancial” Ora, adicionando-se que a Amazônia detém enorme reserva de recursos não renováveis, inclusive minerais estratégicos, radioativos, a maior biodiversidade do planeta e 20% da água doce do mundo, isso por si só ajuda a entender a razão de tanta cobiça sobre a região e
*Eng° Agr°., MSc., da Federação da Agricultura do Estado do Pará FAEPA.
Soluções Abrangentes em Informática
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a condição de presidente da Sociedade de Preservação aos Recursos Naturais e Culturais da Amazônia (Sopren), o que lhe valeu o “Diploma de Honra ao Mérito por sua cooperação eficiente à pesquisa científica na Amazônia” conferido pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, em 1978, o autor, em décadas de andanças, naveganças e avoanças em ermos amazônicos amealhou preciosas informações sobre lendas e mitos do amazonário. Algumas delas foram selecionadas e serão apresentadas em seguida. O Singular Império das Amazonas, sob terrível impacto predatório, pode ser considerado verdadeiro Olimpo do Novo Mundo, tal a variedade de deuses e subdeuses silvestres relacionados à fauna e à flora da Grande Floresta Inundada, portentoso repositário de água doce do planeta. Vale a pena destacar exemplares da fauna aquática
mitológica embutidos na cultura hileiana que vêm sobrevivendo a todo tipo de agressão. O mostruário amazônico é de riqueza impressionante e
Pariquis, 1981-b (entre Serzedelo e Padre Eutíquio ) 44
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a n u a F res da www.mec.gov.br/seed/tvescola/cobranorato
*CAMILLO MARTINS VIANNA somente agora começa a ser conhecido, muito superficialmente, ou pela rama, como se costuma dizer. Dentre os duendes mais famosos, encontradiços na Fantasmagórica Região, a Boiuna ou Cobra Grande, com certeza certa é responsável por um sem número de falares, pois esse ofídio mitológico é identificado com extrema facilidade em grandes, médios e pequenos veios d'água, assim como em furos, paranás, lagos e lagoas, onde são moradores únicos ou em parceria. A presença da Cobra Grande está dispersa em praticamente todas as áreas da Amazônia Clássica, ou Ribeirinha, que abrange os Estados do Pará e Amapá na parte oriental e Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima, na parte ocidental. Na região Metropolitana da Cidade de Belém, capital do Estado do Pará, identifica-se a Cobra Grande, cuja morada seria uma espécie de túnel que iria da Igreja da Sé à Igreja do Carmo, templos coloniais situadas no bairro da Cidade Velha. Segundo a lenda, caso a Cobra seja importunada, em sua morada, os dois templos desaparecerão. Ainda às proximidades de Belém, no rio Acará, os interessados poderão encontrar gigantesca Cobra Grande que ameaça destruir a sede do Município, se for importunada. Na Região Bragantina, no Município de Santa Isabel do Pará, zona da desativada Estrada de Ferro BelémBragança, a cobra Jeroméia, moradora do Rio Caraparu, é muito falada e conhecida por ser considerada espécie de Cobra Mãe, não só desse rio, como de outros pontos da Amazônia. No Município de Santo Antônio do Tauá conta-se que em noite escura, Cobra Grande foi responsável pelo engravidamento de cunhantã ribeirinha que, depois de uma razoável espera, deu à luz a Cobra Cantora que Edição 41 - agosto
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passou a morar às proximidades de colônia de pesca e, praticamente todas as noites. Canta, atraindo pescadores que muitas vezes perdem a vida. Com grande repercussão na comunidade do município de Abaetetuba, no Baixo Tocantins paraense, em maio deste ano do nascimento do Nosso Senhor Jesus Cristo, uma criança estava brincando, usando como trampolim o novo trapiche construído à beira do rio Maratauíra, que corta a cidade. Em todo momento, na opinião logo generalizada, a criança foi puxada por Cobra Grande, moradora em uma loca situada à beira d`água e desapareceu. Inegavelmente, esse fato reacendeu a lenda segundo a qual, se a Cobra for mexida, a Igreja Matriz da Padroeira Nossa Senhora da i
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Grande, que ao sair da toca pode afundar pequenas embarcações. No furo do Miguelão, que vai da fazendola Pureza até a boca no encontro com o rio Paracauari, conta-se que em noites chuvosas e escuras os solitários navegantes costumam utilizar na proa das pequenas embarcações, um lampião à querosene. Na subida ou na descida do furo, os navegantes ao se cruzarem, acreditam, tratar-se de Cobra Grande, pois o facho de luz dos lampiões nada mais seriam do que os olhos da bicha. Na magnífica baía de Boim, no Município de Aveiro, perto da comunidade de Brasília Legal, no rio Tapajós, a Cobra Grande, moradora no local, foi denominada de Cobra Norato Solteira, por influência de técnico oriundo de outra região, contratado pela companhia Ford. Industrial do Brasil, que explorava o plantio racional da seringueira, nos anos vinte. No município de Conceição do Araguaia, às margens do rio de mesmo nome, o autor ouviu de contador popular, referências à Cobra Saramanta Cobra de muita agonia habitante desse grande rio amazônico. Por atuar diretamente nas raízes populares, a Sopren, fundada em 1968 desenvolveu o Projeto a Saga da Cobra Grande, que visa a reanimação cultural do amazonário, baseado na chamada Abordagem Cultural de Comunidade de ampla abrangência, que deu como um dos resultados o ressurgimento da festividade do Sairé, em Alter-do-Chão, no rio Tapajós, atualmente das mais importantes representações da cultura regional, além da reativação de outros componentes da nossa tradição em pontos diversificado da Amazônia. O autor abordará, em outra oportunidade, aspectos mitológicos relacionados à flora amazônica.
Conceição, na praça principal, seria destruída. Na ilha da Pacoca, ainda na região das Ilhas do Baixo Tocantins, às proximidades do furo do Maracapucu do Sagrado Coração de Jesus, apresentam-se algumas peculiaridades, quais sejam: se a Cobra Grande da ilha for importunada, a própria cidade de Abaetetuba, também poderá levar sumiço. A ameaça de destruição de cidades ribeirinhas representa uma constante em relação às Cobras Grandes. Nas bandas da Contra-Costa que corresponde à parte oceânica da grande Ilha Marajoara, diz-se que em noites escuras, em rio que deságua no oceano, em alguns momentos se escutam sons semelhantes a batidas de tambor que coincidem com o aparecimento e desaparecimento de fachos luminosos, que seriam, segundo moradores da ilha fluvio-oceânica, nada mais do que a presença de gigantesca Cobra Zolhuda, cujo fechar de pálpebras emite o barulho ouvido e a luminosidade provém do brilho dos seus olhos. No trapiche, agora denominado porto, da cidade de Soure, nessa mesma Grande Ilha, praticamente vizinho da fazenda Meu Sossego, no rio Paracauari, também chamado rio de Soure, aparece na água espécie de redemoinho que seria a entrada do habitáculo de Cobra
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*SOPREN/SOBRAMES
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Relações Humanas / Técnicas de Recrutamento E Seleção SEBRAE Tel: (91) 3181-9000 Fax: (91) 3181-9059
INHANGAPI 13 e 14
VIII Festival do Açaí Espaço Cultural Tel: (91) 3809-1159 / 1161 Fax: (91) 3809-1160
TUCURUI 05 a 07
XV Festival do Tucunaré Escadaria da rua Santo Antônio Tel: (94) 3787-2892/1412 Fax: (94) 3787-9428
BELEM 22 a 02/09
Iniciando um Pequeno Grande Negócio SEBRAE-Municipalidade, 1461 Tel: (91) 3181-9000 Fax: (91) 3181-9059 www.pa.sebrae.com.br
ABAETETUBA 15 a 22
MARABA 1 7 a 1 9
XXVI Semana de Arte e Folclore Praça da Matriz Tel: (91) 3751-2012 Fax: (91) 3751-2012
X Feira do Livro Ginásio Poliesportivo Fl.16 Tel: (94) 322-2315
MELGACO 18 a 22
Festival de Folclore Ginásio de esporte Tel: (91) 3637-1116
SALVATERRA 20
Gincana Ecológia Marajoara Centro da cidade Tel: (91) 3765-1379 96072191
BELEM 19 a 21
OBIDOS 19 a 22
Congresso Norte Nordeste de Reprodução Humana CENTUR Tel: (91) 3230-1622 Fax: (91) 3230-4177
Festival Folclórico Praça do Sesquicentenário Tel: (93) 3547-1766 Fax: (93) 3547-2028
MOCAJUBA 21
BELEM 21
Festival do Folclore Quadra de Esportes Irmã Vieira Tel: (91) 3796-1301 Fax: (91) 3796-1225
Campeonato Norte Nordeste de Fisiculturismo Ginásio da UEPA - Campus III Tel: (91) 232-1122 / 1133 Fax: (91) 232-0474
Uma publicação Editora Círios
IGARAPE-MIRI 22 a 26
Semana do Folclore Estádio Municipal - Centro de Eventos Culturais Tel: (91) 9609-9801 Fax: (91) 3755-1495
ITAITUBA 22
Festival da Canção Barraca de Eventos Culturais Tel: (93) 518-4666 Fax: (93) 518-4666
DOM ELISEU 27 a 04/09
IV EXPOADE - Exposição Agropecuária Parque de Exposição Pedrinho Maranhense Tel: (94) 335-1140
BARCARENA 25 a 27
III Festival do Canto Centro de Exposição Cultural "Maria Siqueira dos Santos Dias" Tel: (91) 3753-1717 Fax: (91) 3753-1717
BUJARU 28
Campeonato de Jet-Sky, Canoagem e Natação Cais de Arrimo Tel: (91) 3746-1377/1231 Fax: (91) 3746-1102
SAO SEBASTIAO DA BOA VISTA 26 a 28
Festival do Açaí Praça da Matriz Tel: (91) 3764-1292 / 1191 / 224-5152
TUCURUI ate 07
EXPOTUC 2005 - IX Exposição Agropecuária, V Feira de Comércio e Industria e XIII Leilão do Sindicato Rural Parque de Exposição Tel: (94) 3787-5916 Fax: (94)3787-5916