novembro 2005
Belém Pará - Brasil
www.paramais.com.br
ISSN 16776968
Edição 45
AMAZÔNIA: ESTATÍSTICAS DAS ARÁBIAS SECA
PETROBRAS EM AÇÃO
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Pág. 05
JK Revisitado
A mais difícil operação do Dr. Juscelino
Costa Filho Comunicação
Gaspar Vianna. O Mártir da Medicina
HÉLIO TITAN
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Adeus Florestas públicas
Recém aprovado (01/07/2005) na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 4776/05, que dispõe sobre a "Gestão de Florestas Públicas" no País como um todo, mas com ênfase à Região Amazônica... SÉRGIO PANDOLFO
Seca castiga a Amazônia brasileira
A forte seca que afeta a Amazônia pode ser o aviso que o País e o mundo precisavam para enfrentar de vez as causas que podem condenar a maior floresta tropical do planeta ao desastre: o desmatamento descontrolado e o aquecimento global...
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Pág. 18
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FLÁVIO GARCIA
Pág. 28
Amazônia. Estatísticas das Arábias
Não resta a menor dúvida, que a situação por estas paragens amazônicas de Meu Deus vai de mal a pior, no que diz respeito às desencontradas informações sobre a devastação da região, que varia de acordo com o interesse... Pág. 46 CAMILLO VIANNA
matérias
nestaedição
Feira das Américas e 33ª Feira de Turismo e Congresso da ABAV
PARÁ+ A melhor revista de Belém
Feira paraense de economia solidária 06 Petrobras orienta sobre 08 prevenção da poluição... Rosana Maciel
Forum Mundial de Turismo 12 17 Presente Amoroso
Celeste Proença
Notas para o dia da cultura... 36 Acyr Castro
Cultura e Cidadania
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Paulo Rocha
Editora Círios S/C Ltda CNPJ: 03.890.275/0001-36 Inscrição (Estadual): 15.220.848-8 Rua Timbiras, 1572A - Batista Campos Fone: (91) 3083-0973 Fax: (91) 3223-0799 ISSN: 1677-6968 CEP: 66033-800 Belém-Pará-Brasil
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PUBLICAÇÃO
Código de Defesa ampliou direito dos consumidores 42
DIRETOR e PRODUTOR: Rodrigo Hühn; EDITOR: Ronaldo Gilberto Hühn; COMERCIAL: Alberto Rocha, Augusto Ribeiro, João Modesto Vianna, Rodrigo Silva, Rodrigo Hühn; DISTRIBUIÇÃO: Dirigida, Bancas de Revista; REDAÇÃO: Ronaldo G. Hühn; REVISÃO: Paulo Coimbra da Silva; COLABORADORES: Acyr Castro, Camillo Martins Vianna, Celso Freire, Celeste Proença, Flavio Garcia, Hélio Rodrigues Titan, Paulo Rocha, Ricardo Jordão Magalhães, Rosana Maciel, Sérgio Martins Pandolfo; FOTOGRAFIAS: Benigna Soares, Claudio Marters, Gaby Comunicação, Greenpeace, João Vianna, Pedro Santana, Rozana Maciel; DESKTOPING: Mequias Pinheiro; EDITORAÇÃO GRÁFICA: Editora Círios *Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores
Pará+
A melhor revista de Belém Pelos relevantes serviços de preferência e simpatia pública
Rodrigo Hühn, nosso diretor, recebendo e agradecendo o prêmio Globo
Dr. Eduardo Ribeiro - Ortoclínica do Pará
Profª Ellem - Ideal Jr
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ossa Pará +, a melhor revista do Pará, agora é também, especificamente, a melhor de Belém. Para nossos queridos leitores, anunciantes e colaboradores isso não é nenhuma novidade, haja visto o conceito/resultados e o melhor investimento/benefício da região amazônica. Tudo isso foi aferido pela GLOBO Empresa Brasileira de Pesquisas e Estatísticas em recente enquete popular realizada em nossa cidade, onde o “magnífico trabalho” da revista PARÁ +, foi o enfoque principal para que estivesse em primeiro lugar em todos os quesitos da pesquisa. Detalhe : o segundo lugar ficou muitíssimo distante da Pará+. A entrega do Prêmio GLOBO de Marketing, foi Hilton Hotel, em meio a um sofisticado jantar comemorativo, onde outras empresas também foram contempladas dentro de seus segmentos, como lídimos expoentes de cada especialidade, recebendo um troféu e o Certificado de Consagração Pública. Sensibilizados agradecemos e parabenizamos todos os
O Sr. Acrílico - Sr. Acrílico
Pedro Lima - Labodental
Raimundo Santos da Luz - Tecnocoop
Carlos Navarro - Artmil
Daniel Serique - Parámazonia Turismo
Antonio Jr. - Depil Soft
Manoel Leite - Grupo Ideal
Lindalva Pereira - Panificadora Versailles
O representante do Posto Ícaro
Adolfo Frederico - Parque das Palmeiras
Francisco Batista Neto - Amazon Catfish
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Luís - Státuas Surf Wear
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Ci d a d a n i a +
Feira paraense de economia solidária Projeto social patrocinado pela Petrobras ensina cidadania e profissionalização preservando a cultura da cerâmica ovens aprendizes do oficio de artesão mostraram um pouco sobre seu trabalho na 1ª Feira de Economia Solidária do Pará e 2º Fórum Nacional de Economia Popular e Solidária, semana passada, no Centur. Os adolescentes têm idade média de 17 anos e são integrantes do projeto social “Valorização da Arte Cerâmica”, realizado em Icoaraci pelo Movimento de Vanguarda da Cultura Icoaraciense (MOVA-CI), com o Patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Fome
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Zero. A feira apresentou peças produzidas pelos jovens ao longo dos últimos meses de aprendizado. Os jovens também estiveram presentes tirando dúvidas e explicando as diferentes características das cerâmicas marajoara e icoaraciense. O projeto une preservação cultural, educação profissionalizante e ressocialização. Utilizando a cerâmica como tema central, os instrutores do projeto educam jovens afastados do
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convívio familiar mesclando orientação cidadã com o ensino do oficio de ceramista, que é um dos traços mais fortes da história cultural daquele distrito. Em três aulas por semana, os adolescentes aprendem todas as etapas da produção cerâmica, desde a preparação da argila até o acabamento em pintura. Em paralelo, melhoram seu comportamento social e cidadão com o auxilio dos orientadores. O programa Valorização da Arte Cerâmica é um dos projetos paraenses que recebem o patrocínio da Petrobras, através do Programa Petrobras Fome Zero, que destina recursos para o desenvolvimento de ações socialmente responsáveis a partir de uma seleção pública. O programa consolida a nova visão da
empresa de colocar a sua tecnologia e força de trabalho à disposição do bem-estar da população, com o objetivo de transformar a realidade das comunidades mais pobres do país e permitir que elas possam se inserir com dignidade na sociedade brasileira.
AIR C AR A ÏBES
Brasil
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Ecologia +
Petrobras orienta sobre prevenção da poluição nos rios da Amazônia Rosana Maciel
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mpresários da navegação de toda a Região Norte estarão reunidos em Belém, de 25 a 27 de outubro, para participarem do 1º Workshop de Prevenção da Poluição por Óleo na Amazônia, promovido pela Petrobras. O evento acontecerá no Hotel Sagres, sob coordenação da Transpetro, subsidiária da Petrobras, com o apoio da Capitania dos Portos. Na pauta estão assuntos relacionados à segurança no transporte marítimo na Amazônia, incluindo esclarecimentos sobre a legislação vigente no país, com explicações detalhadas sobre a lei 9.966, popularmente conhecida como “lei do óleo”. O workshop oferecerá, ainda, oito horas de curso sobre respostas rápidas para emergências e abrirá espaço para apresentações das entidades fiscalizadoras da navegação. Segurança já é tema prioritário em todas as ações
Mesa: representantes das entidades que participaram do evento parabenizaram a iniciaiva de realização do workshop
realizadas pela Petrobras, o que permite a excelência alcançada nos mais diversos aspectos. Na Companhia são mantidos treinamentos constantes para as equipes de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS), uma medida que a colocou como referência no tema. Com o workshop que será realizado em Belém, a preocupação da Petrobras é repassar aos armadores da região as diretrizes que regem as próprias atividades, aumentando medidas de segurança e reduzindo possibilidades de acidentes ambientais na Região Amazônica. A coordenação do workshop é feita pela equipe da Transpetro, uma das empresas do sistema Petrobras. Maior armadora da América Latina e principal empresa do setor de logística e transporte do país, a Transpetro conta com uma frota marítima que possui um dos melhores desempenhos ambientais do mundo para atender às atividades de transporte e armazenagem de petróleo e derivados, álcool Francisco Pita - Coordenador de Segurança, Meio Ambiente e Sáude da e gás. Transpetro para a região Norte - falando sobre o compromisso da A empresa opera uma frota de 51 naviosPetrobras ao realizar o evento
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Participantes aprenderam sobre as regras de segurança na navegação com palestras das entidades fiscalizadoras
Armadores prestigiaram evento promovido pela Petrobras
Paulo Moisés Pereira, gerente regional da Centro de Defesa Ambiental do Amazônas, falou sobre a estrutura e as ações do centro, uma unidade preparada para atuar em situações de emergência
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Feira das Américas e 33ª Feira de Turismo e Congresso da ABAV
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g r u p o Tribo dos Kayapós f o i a grande atração do estande da Região N o r t e n a A B AV 2005, onde a Paratur apresentou o aroma, as cores e sabores do Pará ao público da Feira das Américas e 33ª Feira de Turismo Adenauer entregou a camisa do Pará e recebeu medalha de membros da CBF no estande da Varig e Congresso Brasileiro das Agências de Viagens. Piratello, engenheiro agrônomo paranaense que mora A apresentação do Tribo dos Kayapós foi uma no Rio de Janeiro. iniciativa da Diretoria de Marketing da Companhia "Eu tenho motivos para ter assistido a programação Paraense de Turismo e da Vale Verde Turismo. O ontem [quinta] e hoje [sábado], morei em Marabá público se contagiou com os ritmos paraenses. durante muito tempo", explicou. "Sou apaixonado pelo "Contagiante. É um ritmo que nos chama para dançar", Pará, onde vi uma cultura maravilhosa", elogiou. disse o jornalista Ronaldo Marcelo, da TV Alto Litoral, de Cabo Frio (RJ). Além de registrar todas as danças apresentadas pelo grupo - carimbó, lundu, marujada e outras - Ronaldo também caiu na dança. Empresários paraenses de vários municípios foram Outro que não resistiu ao nosso carimbo foi Márcio convidados pelo presidente da Paratur, Adenauer Góes, para participarem do evento, em espaços disponibilizados pelo Estado. É o caso de Irene Belo, proprietária de hotel na praia de Alter-do-Chão, no município de Santarém, pólo turístico do Tapajós, um dos mais procurados pela mídia e por turistas que viajam ao Pará. "É muito importante nossa participação aqui. A presença dos dançarinos também é muito importante, atrai os visitantes", afirmou. Irene também elogiou a iniciativa da Paratur ao fechar parceria com a Seteps Secretaria Executiva de Trabalho e Promoção Social para levar ao espaço Artesanato Brasil para a produção de vários artesãos do Pará. A exposição e venda das cerca de duas mil peças de artesanato na Feira de Turismo das Américas resultou de parceria entre o Ministério do Turismo, Companhia Paraense de Turismo, como interlocutora da parceria, e Tribo dos Kayapós apresentou lundu e Marujada
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madeira), brinquedos de miriti (de artesãos de Abaetetuba), além de telas em sementes, raízes, galhos e folhas, da artista plástica Gaby Bechara, ligada ao projeto Arte Natureza, que desenvolve junto à Escola de Governo o por meio de oficinas artísticas. "É importante que os estados estão pedindo também cursos de capacitação para o Pará", afirmou Marlene Matos, coordenadora do estande do Pará no espaço Artesanato Brasil, ao vender um colar confeccionado com açaí branco e jarina para a empresária Nelma O jornalista Marcelo Ronaldo caiu na dança com a Tribo dos Kayapós
A performance do "Kayapós" atraiu grande público ao estande do Pará
Seteps, que coordena o Programa de Fortalecimento do Setor Artesanal do Governo do Pará. Na vitrine trabalhos de cinquenta profissionais da Associação dos Artesãos e Expositores do Pará (Artepam), Cooperativa dos Micro-Produtores da Área Metropolitana de Belém (Comip), Conselho Superior de Artesanato do Pará (Cosapa) e da Sociedade dos Amigos de Icoaraci(Soami). Os trabalhos, peças em cerâmica (de Icoaraci), produtos artesanais comercializados na Praça Batista Campos, artesanato do município de Breves (confeccionado com sobras de
O presidente da Paratur, Adenauer Góes, agradeceu ao grupo Tribo dos Kayapós pela excelente performance que contagiou o público da ABAV e falou sobre a importância da cultura como produto turístico
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Galli, gerente de hotel em São Paulo, que aproveitou para fazer encomendas de cupuaçu e de açaí para atender seus clientes. As jóias do Pará também estavam sendo comerci-alizadas no espaço Artesanato do Brasil, na ABAV 2005 e - Feira das Américas e 33º Congresso da Abav. A Associação São José Liberto, que já expôs seus produtos na Vitrine Brasil durante o Salão de Turismo em 2004, participou este ano a convite da Paratur e da Secretaria Executiva de Trabalho e Promoção Social (Seteps), devido ao grande volume de peças em artesanato comercializado na Casa do Artesão, dentro do Espaço São José Liberto. Além das jóias, o São José Liberto também participa do Congresso com material promocional. O São José Liberto estava representado pela coordenadora da Casa do Artesão, Cláudia Pantoja, e pela técnica em vendas Luana Caldas. Rosinha Matheus e presidente da ABAV João Pereira Martins visitam O ministro do Turismo, o estande Roteiros do Brasil do Walfrido dos Mares MTur na 33ª Feira das Américas Guia, anunciou , o no Rio Fotógrafo Ricardo Stuckert P l a n o C o r e s d o
O São José Liberto estava representado pela coordenadora da Casa do Artesão, Cláudia Pantoja, e pela técnica em vendas Luana Caldas.
Brasil. O objetivo é incentivar o turismo interno e dobrar, nos próximos cinco anos, o número de turistas em viagens entre os Estados brasileiros, atualmente estimado em 20 milhões anuais. Considerando-se o gasto médio diário por turista de R$ 70, em viagens de 10 dias, a meta representará um aumento de receita da ordem de R$ 14 bilhões em 2010. “Queremos fazer, nos próximos cinco anos, tudo o que foi feito no turismo nos últimos 50 anos”, assinalou Mares Guia, citando o ex-presidente Juscelino Kubitscheck. Para isso, o Ministério do Turismo vai investir US$ 84 milhões por ano em ações de marketing e promoção que estimulem, principalmente, os brasileiros a visitar o próprio país. A organização do 33º Congresso da Abav contabilizou mais de 20 mil visitantes nos cinco dias de evento. Foram cerca de 700 empresas expositoras e delegações de 33 países. Texto e Fotos: Benigna Soares
Av. João Paulo II, 267 - Marco, Belém-Pará Fones: (91) 3266.5402/3236.0879/3266.0031 12
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Fórum Mundial de Turismo ou Destinations 2005 tância turística. E eventos como este são importantes para o turismo brasileiro. O Rio de Janeiro continua sendo... O Rio de Janeiro, fevereiro, março, e de todos os meses do ano. No fórum foram discutidos, em mais de 40 painéis, projetos de turismo desenvolvidos em todo o mundo. - Em 2004, em Salvador, foram apresentados 50 casos de experiências em 38 países. No Rio, foram 92 casos de 44 países destaca Sérgio Francesco Frangialli Foguel, presidente da Fundação Turismo para Paz e Desenvolvimento Sustentável, organizadora do Destinations, em parceria com o Ministério do Turismo e a ONU. Um dos destaques do fórum foi a assinatura do acordo pela preservação de patrimônios históricos entre a organização italiana Herity e o Instituto de Hospitalidade, com Sérgio Forgel recebe homenagem sede na Bahia.
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2º Encontro Anual do Fórum Mundial de Turismo ou Destinations 2005 reuniu mais de 3 mil pessoas, incluindo representantes de 74 países - 12 a mais que em 2004 - para discutir projetos que promovam condições para a paz e o desenvolvimento sustentável. A aprovação da convenção da Diversidade Cultural pela Unesco, na última semana, foi celebrada como passo importante para o desenvolvimento do turismo em todo o planeta. O Destinations 2006, que fecha os três anos de trabalho do fórum no Brasil, será em Porto Alegre. O secretário-geral da Organização Mundial do Turismo (OMT) - agência das Nações Unidas Francesco Frangialli, participou da cerimônia de abertura no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Ele destacou a importância da cultura para o desenvolvimento do turismo e a força do setor para a geração de empregos e o combate à pobreza. Walfrido dos Mares Guia, ministro do Turismo, comemorou os avanços do setor no Brasil: - Em termos mundiais, o turismo responde por cerca de 10% do PIB e nós, no Brasil, estamos próximos de alcançar os 5%. Mas ainda há muito para crescer. O ministro da Cultura, Gilberto Gil, não conteve os elogios ao Rio: O Ministro do Turismo e - O Rio de Janeiro tem Adenauer Góes da Paratur uma grande impor-
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GASPAR VIANNA O MÁRTIR DA MEDICINA
cientistas que nossa terra cabocla já produziu: O médico Dr. Gaspar Oliveira Vianna. Gaspar Vianna nasceu em Belém do Pará em 1885, filho de Artur Vianna e Leonor Jesus de Oliveira, residente na rua Lauro Sodré esquina da Benjamin Constant, 634, onde depois foi o colégio Dom Bosco, das irmãs Salesianas. Gaspar teve dois irmãos, Rita e Lucília. Gaspar Vianna cresceu feliz e vivaz, e segundo dados fornecidos de sua vida infanto-juvenil, repassada para nós pelo emérito escritor e historiador, Dr. Sérgio Pandolfo, Gaspar era um exímio “empinador de papagaios” e de o saudoso pião de nossos bons tempos de moleques. Fez o curso primário no colégio São José, do cônego Andrade Pinheiro, o secundário no Liceu Paraense, concluindo o curso de Ciências e letras aos 15 anos de idade! Gaspar tinha uma queda pela Agrimensura, mas persuadido pelo irmão Artur, seguiu a carreira da Medicina. Aos 18 anos, já no Rio de Janeiro, em 1903, matriculou-se na Faculdade de Medicina, onde sua inteligência e aplicação ganharam as graças e amizade do afamado professor Chapot Prevost, tornando-se amigos inseparáveis. Gaspar seguiu seu curso com louvor, sendo que em 1907, inscreveu-se em concurso
*Hélio Rodrigues Titan
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migos leitores de PARÀ+. Todos nos sabemos que nossa terra, com muito orgulho já produziu iminentes profissionais em época de antanho, como ainda para nosso conforto cultural, ainda hoje continuamos a gerar profissionais de escol, não só na medicina, como em outras atividades da capacidade humana. Tanto isto é verdade, que até um grande aeronauta, na pessoa de Julio Cezar, que se diga de passagem terrivelmente injustiçado pelas circunstancias da vida. Mas como o conhecimento humano é bastante variável em suas atividades, e não podendo expor aos amigos leitores, todos os nossos conterrâneos que honraram nossa terra, por falta de espaço, e injustiça na citação dos ausentes, vamos tentar abordar um dos maiores
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Gaspar Vianna é considerado:
de ajudante, no setor de laboratório e analises do Hospital do Instituto de Alienados, sob a direção do psiquiatra Juliano Moreira, sendo classificado e primeiro lugar, com louvor. Em 15 de junho de 1909, para seu doutoramento, apresentou a tese “Estrutura de célula de Schwann”, um trabalho de histologia aprovada com distinção e louvor. No mesmo ano, Gaspar Vianna, ingressou na “Fiocruz”, assumindo as pesquisas de anatomia patológica, até então realizadas por Rocha Lima. Gaspar passou a estudar com afinco a Doença de Chagas, quando descobriu uma nova espécie de Leishmania, denominada Leishmania brasilienses, parasito causador da Leishmaniose tegumentar americana, cutâneo mucosa, vulgarmente conhecida como “ulcera de Bauru ou” “ferida brava”. Gaspar Vianna estuda também, a ação do tártaro emético, no tratamento de referida enfermidade, além de seu uso no na terapêutica do granuloma venéreo. Para acervo de nossos leitores, as Leishmanioses são doenças da pele, de caráter inflamatório crônico, das mucosas ou vísceras, transmitidas por insetos hematófagos, denominados flebótomos. Segundo estimativas da OMS, em 1990, os casos comprovados superaram a cifra de 12 millhões de contaminados. A sua maior incidência engloba os
vU m d o s m a i o r e s benfeitores da humanidade, pela descoberta da cura das leishmanioses, com que tem contribuído ainda hoje para a salvação de milhões de vidas em 4 dos 5 continentes; vMártir da Ciência, pois faleceu aos 29 anos de idade, vítima de tuberculose contraída em acidente de trabalho; vPioneiro dos estudos anátomo-patológicos da doença de Chagas, cedo recomendando-se à admiração de cientistas estrangeiros (principalmente argentinos e alemães) que o consideravam, já aos 24 anos de idade, o maior anátomo-patologista da América Latina; vAutor de 22 trabalhos científicos do maior valor, versando sobre temas de Histologia, Histopatologia, Protozoologia, Micologia, Dermatologia ou Terapêutica, publicados ao longo de apenas 5 anos e meio de exercício da Medicina, exercício esse tragicamente interrompido pelo acidente que o vitimou; vGênio em pouca idade, autodidata por excelência;
AV. GENTIL BITENCOURT N° 694, ENTRE RUI BARBOSA E QUINTINO. Edição 45 - novembro
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estados centrais (Goiás, Mato grosso do Sul e minas gerais). A terapêutica de Gaspar Vianna, atravez do Tártaro Emético salvou milhões de vidas na África, Ásia, e até na Europa. A partir dos trabalhos de genial médico conterrâneo, a forma visceral e mortal da enfermidade, passou a ter uma esperança de sobrevivência. Em 1912, Gaspar Vianna, incorporou o tártaro emético ao tratamento, que até então era de natureza empírica. O laboratório Rhodia aperfeiçoou para comercialização, com o nome de Glucantime. O produto era menos tóxico, sendo usado então em
grande escala no Brasil. Existem alternativas terapêuticas, como a Anfotericina B e a Pentamina. È de se notar aos nossos leitores, que não existe vacina disponível para uso clinica. Em pinceladas sucintas, esse foi o nosso mártir da Medicina Parauara! Mas perguntam nossos leitores; porque? Gaspar de Oliveira Vianna, morreu na flor da idade, pela causa nobre da Medicina, pelo amor à pesquisa, humanidade, como um verdadeiro discípulo de Hipocrates, em 1914 com apenas 29 anos de idade, e apenas seis anos na pratica de sua sublime profissão, em conseqüência de uma contaminação adquirida, durante uma necropsia que realizava em um cadáver tuberculoso. Ao fazer a incisão no tórax do falecido, a caixa torácica estava sob muita pressão, acontecendo o inesperado; o exsudato (secreção contaminada), esguichou nas narinas do Dr. Gaspar, contaminando-o e o levando rapidamente á morte. Em 1953, o casal Leônidas de Mello Deane e Maria Von Paumgartten Deane, descobriram que a raposa era um importante depositário silvestre da enfermidade no continente. Amigos leitores, este episodio, além da extraordinária vida deste herói, felizmente foi reconhecida pelo nosso povo e autoridades, no sentido de hoje termos um hospital do mais alto gabarito, em nossa cidade que é o Hospital das Clinicas “Gaspar Vianna”, conhecido nacionalmente pelo seu excepcional corpo clinico, sua abrangência em quase todos os rincões da Amazônia em quase todas as especialidades como um excelente departamento de Psiquiatria, Ginecologia Obstetrícia, Clinica Médica, Cirurgia e por aí vai, sempre embasados, repito, por profissionais médicos do mais alto quilate. *MÉDICO ESCRITOR COSMOLOGO e-mail: helio.titan@ig.com.br
Rua Boaventura da Silva, 1004 Fone: 3223-6580 / Fax: 3222-4625 nessa@amazon.com.br
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Presente
Amoroso Celeste Proença
espirituais da hora presente. Sinto-me leve como nuvem esgarçada, sabendo que o céu é o meu aliado. Não existe barulho ao meu redor, nem a algazarra me atinge porque é grande o mistério que envolve a paz, especialmente sobre os seres humanos. Nos traços do meu rosto não mais a angústia, a descrença, o desvario, a inquietude covarde dos sentimentos sufocantes. Mas simplesmente a serenidade, a tranqüilidade, a certeza do dia de amanhã, desprendida de tudo aquilo que possa lembrar dos anos que ficaram para trás. Sim, eu guardo a paz no fundo de mim mesma, no alento do / meu coração, nos meus nervos, naquilo que me dá forças para ter algo por que viver, lutando sem alardes, mas pronta para repartir / com o meu semelhante o que tanto me custou a encontrar. Sim, eu agora sou plenamente feliz como jamais o fui em toda a minha vida plena de amor e de dignidade. Que ela seja para mim o meu caminho certo, a minha estrada ensolarada, o por-do-sol amoroso e amigo e que um dia me ampare em seus braços tão ternos para me conduzir ao lugar onde vim.
á muito tempo eu ansiava por alguma coisa que me trouxesse tranqüilidade, algo em que eu pudesse descansar no tempo, o pesado / fardo de viver. E eis que, sem mais esperar, encontro o que há tantos anos almejava: a paz! A grande paz interior, aquela bênção pura e simples do dia que amanhece, do céu lavado, sem nuvens, após a tempestade violenta. Sim, eu a encontrei. E agora que a tenho comigo, jamais deixarei que alguém me tire ou mesmo que, de leve, sofra um arranhão sequer. Quero defendê-la porque ela me é sagrada como um templo de Deus. Quero nela me embrulhar, quietinha e humilde, ouvindo a brisa segredar amor aos galhos mais altos das árvores mais belas: Quero / sonhar de olhos abertos sem me aperceber das horas vazias. Quero / cantar baixinho cantigas de ninar, embalando crianças sem amor. Ah! Como é bom reconciliar-se com o mundo, consigo própria, com a vida que é bela quando a paz desce de mansinho e nos toma nos braços a fim de que sintamos a presença do Onipotente. Eu atravesso essa fase distinta. Calma e silenciosa. Impregnada de todas as forças
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comemorado a 12 de setembro de 2002, tomamos a iniciativa, como presidente da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores SOBRAMES, de exalçar a figura desse que consideramos um dos maiores, se não o maior presidente que esta Nação já teve, em sessões especiais realizadas na Câmara Municipal de Belém, no auditório “Ronaldo Araujo' do Hospital de Clínicas “Gaspar Vianna” e na própria SOBRAMES, quando, após repassar a biografia de nosso homenageado, propusemos que o povo do Pará (em especial o de Belém), por intermédio de seus representantes legais, distinguisse, de alguma forma expressiva, essa eminente e impoluta personalidade de médico e político. Para além disso, fizemos publicar , na edição nº 05 de Pará+, artigo em que, ademais das feições biográficas, ressaltávamos as maiores e mais significativas realizações de seu governo, intitulado “JUSCELINO KUBITSCHEK O médico que integrou a Amazônia ao Brasil”. Muito se tem dito, falado ou escrito, sobre a figura preeminente do Juscelino político, renovador, reformador, transformador, pioneiro, estadista de proa, mas muito pouco, quase nada mesmo dele se fala como
*Sérgio Martins PANDOLFO estes tempos conturbados por que passa a Nação, com denúncias de improbidade administrativa, malversação dos dinheiros públicos, compra de votos, ação ou omissão delituosa de parlamentares (mensalões, mensalinho), CPIs, cooptação de políticos mediante “compensações” partidárias e, acima de tudo, falta de decoro parlamentar e ética na política nacional, viu-se rebrotar com refulgência a figura apostolar do médico e político mineiro Juscelino Kubitschek de Oliveira, hoje apontado e reconhecido quase à unanimidade, como exemplo de homem público operoso, ético, conciliador, democrata por excelência, que revolucionou as normas administrativas até então praticadas e que, como verdadeiro divisor de águas, ensejou a que nosso País tivesse sua história políticoadministrativa e de desenvolvimento bipartida: antes e depois de Juscelino. Por ocasião de seu centenário de nascimento, 18
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lhe cunharam uma quadrinha: “Dois nomes, eu estou certo/Vão pôr este mundo em xeque/No violino, Kubilik/ No bisturi Kubitschek”. Turma que incluía o notável juiz-forano Pedro Nava, “o maior memorialista brasileiro de todos os tempos”, no dizer de Drummond, menestrel de Itabira, também amigo e intelectual, integrante da mesma geração, na mesma BH de Nonô, ainda acanhada e impregnada de forte atmosfera roceira. Formado, manteve-se ligado à Faculdade de Medicina, já então como professor assistente de Clínica Cirúrgica
Turma do 5º ano da Faculdade de Medicina de Belo Horizonte, em 1926
médico e escritor profícuo e prolífico que foi. Por essa razão é que a SOBRAMES, criada logo após o findar da era JK, está empenhada agora, em exaltar estas facetas do grande homem público: do médico competente e literato de méritos incontestáveis. Juscelino nasceu a 12 de setembro de 1902 no primevo Arraial do Tijuco, atual Diamantina, filho de um caixeiro-viajante e de uma professora primária, responsável por sua instrução elementar. Concluídos os estudos secundários no seminário diocesano local, Nonô - terno apelido familiar partiu para Belo Horizonte, a nova capital mineira, planejada e traçada havia somente pouco mais de duas décadas pelo consagrado engenheiro e arquiteto paraense Aarão Reis, sobre os limites topográficos da antiga Curral-d'El-Rei, a fim de realizar sonho que anelava desde menino: ser médico e trabalhar sério para a elevação das condições de vida de seu povo. Em Belo Horizonte, para manter-se, foi praticante de telegrafista, cargo auferido por concurso público, nomeado em 1921. Durante o curso médico, cumprido de 1922 a 1927, desde cedo m o s t r o u excepcional pendor para a cirurgia, logo percebido pela unanimidade Em 1931 é nomeado capitãode seus colegas médico da Força Pública de turma, que até 20
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Turma do Curso de Aperfeiçoamento em Urologia do Prof. Maurice Chevassu no Hospital Cochin, em Paris, 1930
e Física Médica, graças ao excelente conceito que conquistara como discente e passou a clinicar ativamente na capital mineira, trabalhando também na Santa Casa e no Hospital São Lucas. Em 1930, sentindo a necessidade de alicerçar seus conhecimentos, partiu para a Europa, tendo em Paris, meca da medicina, à época, realizado Curso de Especialização no afamado Serviço de Urologia do Prof. Chevassu, e curto estágio no velho Hospital Charité, em Berlim. De volta à metrópole, convolou núpcias com Sara Luiza Gomes de Lemos. Foi admitido como capitão-médico da Força Pública, na qual chegou a tenente-coronel, tendo assumido a chefia do Serviço de Urologia do Hospital Militar. Atuava também como médico da Beneficência da Imprensa Oficial do Estado e em seu consultório particular atendia a crescente clientela privada. No aceso da revolução constitucionalista de 1932 destacou-se, sobremaneira, servindo nos chamados hospitais de sangue. Seduzido pela política, à que nunca se houvera antes inclinado, serviu como Chefe da Casa Civil no governo de Benedito Valadares, inicialmente, galgando, depois, todos os degraus da carreira, assim no âmbito municipal (prefeito de Belo Horizonte) e estadual(Governador de Minas), como federal (duas vezes deputado por Minas e mais tarde senador por Goiás), culminando com a ascensão à Presidência da s
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Belém-Brasília, com 2.200 km, rasgada, em sua maior porção, em área de floresta virgem, obras que muitos criam impossível de realizar, àquela altura, por incipiência da engenharia nacional. Esta obra constitui para nós, paraenses, a verdadeira e definitiva integração da Amazônia ao restante do País, retirando
O presidente Juscelino inspeciona trecho da rodovia Belém-Brasília, em 1958
República, em 1955. O “presidente bossa nova”, como o chamou carinhosamente Juca Chaves empreendeu administração tão marcante e realizadora que transformou a fisionomia e a dinâmica administrativa do Brasil, centrada, máxime, no binômio energia/estradas, sendo suas obras fulcrais, sem ponta de dúvida, a construção da nova capital, Brasília, em pleno cerrado goiano e, concomitantemente, a rodovia
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Com a revolução de 1932 segue para a frente de batalha em Passa Quatro-MG, para atuar como cirurgião
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Parte superior do Memorial JK em Brasília
A Belém-Brasília, foi para nós, paraenses, a obra maior do Dr. Juscelino e a que verazmente integrou a Amazônia ao Brazil
Belém do isolamento a que se achava submetida desde os tempos imperiais, só sendo acessível por transportes marítimo-fluviais, ao início, e depois, também precariamente, por via aérea e se nos afigura como a mais importante realização desse eminente médico e estadista. E nada se vê, por estas plagas, que rememore esse feito auspicioso, que nos redimiu e integrou, que expresse nosso preito de gratidão ao diamantino Nonô, como uma estrada importante, um logradouro público de expressão (praça, rua), um imóvel da administração estadual ou municipal, ou mesmo um memorial à feição do existente em Brasília. Atrevo-me a sugerir: que tal o complexo viário do Entroncamento ? Ou o prolongamento da antiga 1º de Dezembro, atual Av. João Paulo II? Ou ainda quem sabe? uma nova Estação Rodoviária de Belém? Cruel olvido que podemos e devemos reparar. A formação médica, de que nunca abdicou, fé-lo prover a implantação da primeira bomba de cobalto para tratamento do câncer no Brasil. No âmbito literário alcançou a imortalidade com a eleição para a Academia Mineira de Letras, em 1975,
deixando obras de grande expressão como monografias, publicações avulsas, artigos (médicos e literários) em revistas e jornais, despachos administrativos, sendo sua composição de maior realce “Meu Caminho para Brasília” (memórias, 5 volumes). Questões eminentemente políticas obstaram seu ingresso na Academia Brasileira de Letras, em desfavor da literatura pátria. Muito mais teríamos a usufruir desse excepcional brasileiro não fosse a fatalidade de um acidente automobilístico que ceifou sua frutuosa vida, ainda em pleno vigor, em 1976.
Em 1975, JK inaugura a primeira bomba de cobalto para tratamento de câncer no Brasil
O Médico, escritor, literato, poliglota e imortal da Academia Mineira de Letras em sua opulenta e seleta biblioteca
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*Da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores
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PEDIDOS:
CostaFilho A
Costa Filho Comunicação é Costa Filho considerada uma empresa de pequeno porte. Ela é definida assim pelo seu próprio proprietário, Antônio Maria Costa Filho. Com sua voz grave e inconfundível, o radialista e membro da Academia Paraense de Rádio, lembra do surgimento de sua agência. Era na década de 70, quando ele, com um nome respeitado em todo Pará, resolveu deixar o cargo de diretor da Rádio Liberal e ficar apenas no programa que apresentava. Ele havia assumido a direção da emissora após um pedido pessoal do fundador das ORM, Romulo Maiorana, mas, devido a necessidade de dar um futuro melhor aos seus filhos, que já eram adolescentes, Costa resolveu criar a Costa Filho Publicidade. Como o radialista não conseguia conciliar a direção da rádio, ele resolveu ficar somente com o programa e a agência. O endereço da Costa Filho Comunicação é o mesmo há mais de trinta anos: travessa Francisco Monteiro, número 107, no bairro do Marco. As instalações foram acomodadas em sua residência. Com a agência pronta e com lugar fixo, o desafio era fazer com que seus filhos, cinco homens, gostassem do ramo. Não deu outra. Quatro deles estão seguindo os passos do pai e inclusive, participam no programa que Costa Filho apresenta na Liberal AM, das 6h às 9h. “Meus filhos aprenderam na prática. Eu ensinei tudo a eles. E até hoje eles trabalham comigo. Menos um, que montou uma teleentrega”, disse Costa Filho orgulhoso de José Marcelo, de André Ricardo, de Márcio Augusto e de Marco Antônio. No contato publicitário se destacam Flávia Ribeiro, Márcia, Sandra, Alan e Edna. E não dá pra falar da agência sem falar do programa no rádio. Eles nasceram intimamente ligados. Na emissora Costa conta com o apoio dos seguintes profissionais da comunicação: Lorena Filgueiras, Aniza Oliveira, Pedro Vilena, Juan Nascimento e Adamor Filho.
Costa lembra que os primeiros anúncios eram veiculados em seu próprio programa e na TV. Seus principais clientes eram o Grupo Manoel Messias e Said Xerfan, que iniciava uma cadeia de lojas de tecidos. A agência foi se modernizando e adquirindo novos equipamentos. Um estúdio de gravação foi montado na própria agência. A partir daí, a Costa Filho criava, montava e veiculava os anúncios. Especializou-se em comerciais para rádio. E foi possível também, produzir o próprio programa apresentado na Liberal, em suas instalações. Mas, costa lembra que nem tudo foi fácil. “Naquela época era mais difícil. Os anunciantes não tinham noção do que era anunciar. Depois eles foram se conscientizando que tinham que anunciar, pois viam comerciais do Rio e São Paulo”, destacou o radialista. Para ir até os anunciantes, Costa Filho conta com uma
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mais espaço por serem criativos e que conseguem distrair os ouvintes e telespectadores”, comentou Costa Filho, que costuma sempre dizer que: “Quem não é visto e nem falado... dificilmente será lembrado”. Trav. Francisco Monteiro, 107, Marco costafilhoshow@uol.com.br
equipe de cinco publicitários. Atualmente o leque subiu para mais de 40 pequenos anunciantes e testemunhais ou seja, ele mesmo dá o seu depoimento no rádio sobre o produto que anuncia. “Eu estudo tudo sobre os produtos que eu vou falar para os meus ouvintes”, diz Costa Filho, que está sempre comprando revistas e livros especializados. Entre os seus principais anunciantes no rádio estão: Banco da Amazônia, Governo do Estado, Celpa, CIA Docas do Pará, Belém Importados, São Brás Saúde, Câmara Municipal, Farmácia Big Bem, Novo Parazão, Telefrete, Aguá Rica, Sulpa Mistura. “Eu tenho clientes com mais de dois anos. Tenho a confiança tanto do ouvinte quanto do anunciante. E isso é fundamental”, ensina Costa. A Costa Filho Comunicação ainda não recebeu nenhum prêmio, mas já foi merecedora de diversos “Destaques” no ramo. Ramo, que Costa Filho acha que vem se inovando a cada ano. “A publicidade no Pará vem crescendo. As agências são criativas e hoje em dia as pessoas investem porque está dando certo e acreditam na propaganda”, disse o radialista. Costa também acha que no Brasil a propaganda está se desenvolvendo cada vez mais. “Estamos na era da comunicação e a publicidade vem ganhando cada vez
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ADEUS
FLORESTAS PÚBLICAS?
(Para reflexão em tempos de secas recordes)
*Flávio Garcia conjunto de interesses de tal porte possa ter merecido a aprovação de uma Casa, cuja própria existência tem como princípio a salvaguarda dos interesses da Sociedade e da própria Soberania do Estado brasileiro. Mais comprometedora, ainda, torna-se a iniciativa, qando se sabe que o tal Projeto de Lei foi encaminhado à Câmara Federal pelo Executivo (Presidência da República/ Ministério do Meio Ambiente, imagine!), com a recomendação de Mensagem de Urgência. Daí, a sua aprovação em tempo recorde, como pouco se tem
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ecém aprovado (1º/7/2005) na Câmara dos Deputados, por acordo de lideranças, portanto sem maiores discussões em plenário, o Projeto de Lei 4776/05, que dispõe sobre a "Gestão de Florestas Públicas" no País como um todo, mas com ênfase à Região Amazônica, sem sombra de dúvida, constitui-se em dispositvo de altíssimo interesse aos grandes grupos madeireiros internacionais, e ferindo a dignidade de todos nós brasileiros. Em verdade, não se pode entender como um 28
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A Amazônia "Não querendo me exceder, mas julgando a questão em apreço sob o ângulo do interesse nacional, da não é apenas a maior manutenção da nossa soberania, tendo como fulcro floresta tropical do mundo, a proposição das tais possíveis "concessões florestais", através de leilões (imaginem!), em mas um estoque de áreas de florestas públicas, em prazo biodiversidade sem igual em todo o enormes de exploração madeireira que podem planeta, com várias espécies animais alcançar até 40 anos, com possibilidade, ainda de hipoteca dessas mesmas florestas, e vegetais ainda desconhecidas. para efeito de obtenção de financiamento É também o local escolhido por 20 pelas concessionárias, ou ganhadoras dos leilões, não tenho dúvida, e mesmo me sinto milhões de pessoas para viver. na obrigação de manifestar o entendimento Portanto, qualquer solução para a de que o Projeto de Lei 4776/05, em questão, só pode merecer, de todos nós, a mais A m a z ô n i a p r e c i s a p a s s a r veemente das rejeições". Em acréscimo, e tomando de empréstimo outro necessariamente pela busca por entendimento, não menos contundente, sobre o soluções economicamente e teor do Projeto, agora vindo de um nativo da Amazônia, vivenciado em meio às barrancas do ecologicamente viáveis. Grande Rio e havido, nos dias atuais, como detentor dos conhecimentos mais integrados sobre a Região, economista e professor da Universidade Federal do visto na historia do Parlamento (Câmara Federal), em que pese a crise política que o país vem atravessando e a extrema gravidade da matéria. Dito assim, de frente, parece coisa de ambientalista super radical, que pretende a intocabilidade da Amazônia. Coisa muito própria dos tempos pré-globalizantes, como já se teve ocasião de dizer. Mas não é assim, não. Vejam, por exemplo, o que diz sobre a matéria um dos maiores geógrafos e naturalista do Planeta, o Prof. Aziz Ab Saber, da Universidade de São Paulo (USP) e presidente de Honra da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em recente evento realizado em Brasília.
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Toma vulto o ultimato do engenheiro e físico José Walter Bautista Vidal, reconhecido como a maior autoridade em todo o mundo, com respeito a processamento bioenergético, alternativo ao petróleo, que em suas palestras por todo o Brasil não se cansa de afirmar, até aos brados: "Quem analisou o Projeto só pode concluir que por trás, ao lado e à frente dessa proposição, persistem os mesmos interesses que levaram às privatizações anteriores. Puro nojo e canalhice! Todos que elaboraram essa praga deveriam cumprir pena de prisão perpétua, por essa negação de brasilidade!". Marcante e inquestionável, no entanto, o parecer do Instituto de Advogados do Brasil (IAB/RJ), após minuciosa análise de sua Comissão Permanente de Direito Ambiental, ocupando 15 laudas, concluiu: "Tal proposta é inconstitucional, antidemocrática, afronta os princípios federativos, retira o caráter participativo do controle e proteção do meio ambiente, afronta os princípios de controle e transparência dos atos administrativos, agride a ordem econômica e até
REVISTA DENUNCIA DESMATAMENTO Enquanto o Ministério do Meio Ambiente (MMA) divulga, nos últimos meses, que o desmatamento da Amazônia tem mostrado sinais de fraqueza, um estudo publicado recentemente na revista americana Science Magazine (www.sciencemag.org) mostra que árvores são derrubadas silenciosamente em um ritmo duas vezes mais rápido do que se pensava. Pesquisadores americanos e brasileiros apresentam, em um artigo conjunto, um novo método de detecção do corte seletivo, aquele que deixa a floresta careca, mas não pelada, pois visa apenas a espécie de alto valor comercial.
Pará/ UFPA, Aluizio Lins Leal, fica-se amargurado em saber que: "nunca imaginei que a capacidade de desnacionalização das nossas riquezas, desconhecimento das nossas potencialidades, como nação e Estado, e de conluio com os grandes interesses externos, pudessem chegar a tal ponto". Não valessem esses dois exemplos, em meio a dezenas de outros, de possíveis citações, importante o registro, também, do que tem dito o atual presidente do Clube Militar, General Luiz Gonzaga Lessa, ex-comandante Militar da Amazônia, sobre a mesma questão: "como outros brasileiros, estou profundamente indignado com esse tal Projeto de Lei, que pretende ceder, da noite para o dia, e com apoio do próprio Congresso Nacional, mais da metade do nosso território, em nome de um tal manejo florestal sustentado, como se todos nós participássemos desse projeto entreguista".
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NOTA DO MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
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Ministério do Meio Ambiente considera o estudo realizado por pesquisadores estrangeiros e brasileiros publicado na revista Science sobre Corte Seletivo na Amazônia Brasileira uma contribuição importante para a pesquisa ambiental, por avaliar o impacto das atividades antrópicas sobre a floresta amazônica, usando o sensoriamento remoto. Instituições brasileiras, como o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Especais) e o Imazon (Instituto do Meio Ambiente e do Homem da Amazônia), contudo, apontam para possíveis inconsistências no estudo. Por isso, e com o objetivo de aprimorar um debate que leve à técnicas mais apuradas de detecção dos impactos da ação humana na Amazônia, o Ministério do Meio Ambiente decidiu convidar, tanto instituições brasileiras quanto os autores do estudo, para uma reunião de trabalho, a ser acertada na próxima semana. Este Ministério esclarece ainda que o estudo, que avalia a exploração de madeira entre 1999 e 2002, não traz qualquer elemento que permita concluir que o desmatamento na Amazônia seja maior que os números levantados anualmente pelo Inpe. O estudo trata apenas de áreas de corte seletivo que, quando feito de forma predatória, causa sérios impactos à
conservação da floresta e da biodiversidade. A pesquisa não trata de desmatamento, que envolve a retirada de 100% da cobertura florestal, sem possibilidade de recuperação da floresta. Tanto é assim, que a área desmatada da Floresta Amazônica, medida anualmente pelo Inpe, não é questionada pelo estudo. Dados Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), também do Inpe, apontam uma tendência de redução de 40% no desmatamento da Amazônia este ano. Entretanto, tanto o desmatamento como o corte seletivo predatório continuam sendo preocupações extremamente importantes e alvo de amplas ações de prevenção e controle do Governo Federal.
contraria os princípios que devem nortear a elaboração de normas penais". Sem maiores exigências de novas abordagens sobre a imprescindibilidade de rejeição desse projeto de lei, já encaminhado ao Senado, PLC 62/2005, para análise e apreciação final, é quase que inacreditavelmente também acompanhado da tal
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"Urgência Constitucional", onde se espera venha a ser solenemente rejeitado em toda a sua imprensa" do Rio de Janeiro, nos seguintes termos: "Esse projeto não poderia existir, é vergonhoso, repulsivo, traidor, escandaloso, inaceitável e desmoralizante". E, convenhamos, nem poderia ser de outra forma. *Engenheiro agrônomo
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Amazônia Brasileira Desmatamento e mudanças climáticas podem transformar a Bacia Amazônica em um ecossistema muito mais seco, resultando num processo irreversível de perda de biodiversidade.
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forte seca que afeta a Amazônia pode ser o aviso que o País e o mundo precisavam para enfrentar de vez as causas que podem condenar a maior floresta tropical do planeta ao desastre: o desmatamento descontrolado e o aquecimento global. Estaríamos já às portas de um triste futuro ou trata-se de um fenômeno conjuntural? Nos últimos dias, ativistas do Greenpeace visitaram e documentaram algumas das áreas mais afetadas pela seca no estado do Amazonas. A visão é dramática: grandes rios, lagos e várzeas atingiram seu nível mais baixo em muitas décadas e, agora, não passam de pequenos córregos de lama. Lugares onde comunitários costumavam usar barcos e canoas como único meio de transporte, agora podem simplesmente passar andando ou de bicicleta. Grandes barcos estão
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presos no barro seco, que costumava ser o leito dos rios. Milhares de peixes mortos atraem urubus, transformando a paisagem em um grande cemitério a céu aberto. Cidades e comunidades completamente dependentes dos rios estão totalmente isoladas, padecendo com a falta de remédios, combustível, água potável e comida. Para Paulo Artaxo, cientista da USP (Universidade de São Paulo), o desmatamento e as queimadas afetam a formação de nuvens de chuvas, o que diminui a precipitação sobre a Amazônia. Metereologistas do Sipam (Sistema de Proteção da Amazônia) argumentam que as altas temperaturas no Oceano Atlântico, que levaram à formação de fortes furacões como o Katrina e Rita, podem estar mudando a s
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“A destruição da Amazônia diminui a formação de nuvens de chuva, tornando as florestas mais secas. Por sua vez, florestas mais secas são mais suscetíveis às queimadas e aos efeitos do aquecimento global” explica Carlos Rittl, campaigner de Clima do Greenpeace. Ele lembra que o desmatamento e as queimadas na Amazônia são responsáveis por mais de 75% das emissões brasileiras de gases de efeito estufa. “Isso coloca o Brasil entre os quatro maiores emissores do mundo e dá ao Brasil uma enorme responsabilidade na implementação de soluções para o problema.” Nos últimos 35 anos, a Amazônia Brasileira já perdeu quase 17% de sua cobertura florestal devido às atividades humanas, em particular a crescente expansão da agropecuária e exploração ilegal de madeira. “O planeta está enviando sinais claros que não podemos mais evitar. Corremos o risco de perder a maior floresta tropical do mundo e toda uma biodiversidade que sequer foi bem estudada. Para o Greenpeace, o Brasil precisa adotar metas urgentes e concretas de redução do desmatamento e, consequentemente, das emissões de gases do efeito estufa se quiser barrar os efeitos perversos do aquecimento global. O País deve também liderar, na próxima reunião da Convenção da Biodiversidade (CBD), em março de 2006, os esforços de governos de todo o mundo para criar uma rede de áreas protegidas destinadas a preservar a diversidade biológica, as comunidades tradicionais e sua cultura.
circulação do ar sobre a Amazônia, inibindo a formação de chuvas. Estima-se que, em algumas décadas, este efeito perverso do desmatamento pode ser irreversível e a floresta amazônica pode desaparecer. “Se a Amazônia perder mais de 40% da sua cobertura florestal, nós atingiremos um ponto onde será impossível reverter o processo de savanização da maior floresta tropical do mundo”, alerta Carlos Nobre, pesquisador do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e presidente do Programa Internacional Geosfera Biosfera (IGBP). Este processo pode ser acelerado pelo aquecimento global. “O Brasil é um dos países mais vulneráveis às mudanças climáticas por causa de sua enorme biodiversidade”, disse Nobre.
*Greenpeace
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Estatísticas das Arábias
Como ia dizendo, o cidadão acima citado não deixou por menos e nem titubeou, quando afiançou do alto de suas tamancas: “Existem 3 tipos de mentira, a mentira propriamente dita, a mentira deslavada e as estatísticas”. Essa assertiva, verdadeira martelada na cabeça do prego, pode ser encontrada em calhamaço de autoria de Bjorn Lonborgui em O Ambientalista Cético, publicado em 2001, apoiado em mil e novecentas referências bibliográficas de primeira qualidade. Separando o joio do trigo, dá para entender, ou desentender o que se passa por aqui por estas lonjuras, em relação à catastrófica devastação daquela que seria a Floresta Intérmina. Muito recentemente, usando equipamento de alta resolução, pesquisador estrangeiro, em parceria com os nativos, chegou à conclusão que o sumiço da floresta vem sendo muito maior do que se apregoa. Assombrando meio mundo, a mídia levou ao conhecimento a quem interessar possa, no caso a humanidade toda, que no chamado Arco do Desmatamento, entre 2003 e 2004, 26.000km de floresta foram riscados do mapa para a formação de pastagens. O Ministério do Meio Ambiente informou que de agosto de 2004 a agosto de 2005, o desmatamento da Amazônia aponta para uma queda de aproximadamente 50%, dado extremamente discutível, se levarmos em conta a enorme quantidade
*Camillo M. Vianna
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ão resta a menor dúvida, que a situação por estas paragens amazônicas de Meu Deus vai de mal a pior, no que diz respeito às desencontradas informações sobre a devastação da região, que varia de acordo com o interesse e seriedade dos que apresentam. Onde o pessoal não se entende mesmo é no tangente às estatísticas, ou mais precisamente, a quantas anda a predação da hoje questionável Maior Floresta Úmida dos Trópicos. Por essas e outras é que vale à pena levar ao conhecimento dos interessados e ao público em geral, o douto parecer do poderoso Primeiro Ministro, do mais poderoso ainda Império Britânico, na época do saudoso - para eles - tempo do colonialismo armado, onde se dizia que o sol jamais se punha. O tal cidadão que mandava e desmandava, por ser espécie de eminência parda junto à coroa, era Sua Excelência o Premier Benjamim Disraelli, que foi taxativo ao encerrar, definitivamente, perlenga que havia se transformado em bate-boca dos mais acirrados e dizia respeito à conceituação da mentira, antiqüíssima tradição do Homo sapiens desde quando começou a conviver em cavernas, e que tem muito a ver com a atual corrupção. 34
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terra do meio. Os números apresentados são assombrosos, em relação à eliminação da flora e da fauna e no que diz respeito a floresta, excluindo árvores de menos de 10cm de diâmetro, os autores estimam em 1 bilhão e 700 milhões de árvores abatidas. Alfredo Homma, cientista de renome, em palestra realizada no Museu Emílio Goeldi, estimou que 77 milhões de hectares da floresta já foram sacrificadas, o que corresponde aos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Nesse emaranhado de informações é necessário valorizar aquelas fornecidas por pesquisadores de alta seriedade, descartando as que não tem base científica, calculadas de acordo com interesses excusos que frustram a esperança e a expectativa do desenvolvimento harmonioso do Patrimônio Maior de todo o povo brasileiro.
de fogueiras, a existência de milhares de serrarias clandestinas, a devastação ostensiva da floresta usando todos os meios irregulares possíveis e a estranha seca que vem ocorrendo no Maior Repositório Hídrico do Planeta. O histórico desconhecimento da região, resultou no fracasso de mais de 50 projetos que objetivavam a integração, o desenvolvimento e a conservação do meio ambiente da Grande Ilha Amazônica. O mais recente deles - Gestão de Florestas Públicas - já aprovado no Senado Federal, sem a devida participação da comunidade amazônica e cujo objetivo principal é a privatização da floresta, experiência que não deu certo em outras partes do mundo e sobre a qual não temos nenhuma prática, levam a crer que estaremos à beira do caos no caso de mais um fracasso, levando-se em conta as dificuldades de execução, falta de conhecimento técnico, de pesquisa, de seriedade e os enormes e intransponíveis obstáculos para a fiscalização, prato cheio para a corrupção. Nesse desencontro todo, ressalta-se o trabalho científico apresentado recentemente, por Ima Célia Guimarães Vieira, atual Diretora do Museu Paraense Emílio Goeldi, centro cultural dos mais respeitados do nosso país, em parceria com Peter Mann de Tolledo e José Maria Cardoso da Silva, na revista Dossiê Amazônia Brasil II, intitulado Estudos Av a n ç a d o s 5 4 , estratégia para evitar perda da biodiversidade amazônica, a b r a n g e n d o 26.000km referentes a
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*Sopren / Sobrames
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Notas Para o Dia da Cultura no Dia Cinco *Acyr Castro
Alice Spindola
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uito me fascina e encanta, nas artes e nas letras, o realismo que perdura até mesmo no mito e faz, hoje que nem ontem, a festa da sensibilidade aberta ao inteligente, ao afetivo, ao que sabe. E é o que me perturba particularmente, na totalidade de sua ânsia criadora, na poesia de Bruno de Menezes, na de Abguar Bastos, na de Ruy Barata, na de Mário Faustino, na de Jurandir Bezerra, na de Antonio Tavernard, na de Ismael Nery, na de José Guilherme de Campos Ribeiro, na de Ápio Campos, na de João de Jesus Paes Loureiro... Nada podem os preconceitos da crítica ou pessoais ou ideológicos em face da criação poética, estejamos em face do pós-tudo de Max Martins ou Age de Carvalho ou diante dos sonetos de Alonso Rocha ou da modernidade de Benedicto Monteiro. Não se trata de ecletismo de gosto, mas sim de justeza e de justiça na avaliação da obra criada. Depois do meu ensaio (auto) biográfico “Cléo Bernardo: A Falta Que Faz” ninguém poderá mais, em sã consciência, dotado de certeiro olho clínico, negar as experiências poemáticas de Cléo Bernardo de Macambira Braga; penso assim; foi ele um poeta bissexto, é evidente, porém poeta, irregular, contudo legítimo, criativo, de obra inconclusa e, no entanto clara, nítida, estival.
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Creio que a professora Elanir Pessoa Gomes da Silva realizou em “O Africanismo no “Batuque” de Bruno de Menezes” um estudo brilhante sobre a sêde de transfiguração na estilística com que operou (por força de sua magia sonora e fabular) Bento Bruno de Menezes Costa a sua lapidar e seminal invenção recriadora na origem mesmo do afroparaensismo. Isso repercutiu fundamente em mim ao reler, já na sétima edição, o livro-chave de Bruno agora relançado pela Família Menezes com apoio da UNIMED-Belém. “Batuque” (1931) reflete a negritude da vitalidade paraense, caboclos e mulatos, na pajelança de uma raça não-latina, na certeza de que o corpo, portanto a alma, é o que informa a vida, humanizando o espírito. Platão não falou de que dizer do espírito, da alma, “é construir mitos e legendas”? “Na Essênsia, A Palavra Inteligente”, realça em livro (Goiânia, 2005) Alice Spindola homenageando Ascendino Leite na antevéspera dos 90 anos do poeta que a Paraíba deu ao Brasil. Nesses "momentos inteligente" e "impressões de leitura", a criadora de "Fio do Labirinto" e "A Chave de Vidro" mergulha no universo mental e estético de quem, mais do que um autor literário, é toda uma literatura. De João Pessoa é que, mundo afora, a poesia, as ficções (conforme Jorge Luís Borges), o jornalismo de Ascendino Leite ressoam carregados de verdade, de beleza, de iniludível necessidade de vencer o temporal e o passageiro. Como nos artistas aqui citados, mito; não símbolo: e mito formalizado em palavras antes nunca ouvidas ou não entendidas, quer uma prosa mágica, quer em linhas e sintomas (a ganhar do verso convencional) simbolicamente distendidas por sobre o real, o concreto. s
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troféus e das medalhas que nós próprios nos conferimos, bom lembrar o que sonhamos de bom e o continuamos a sonhar. Em boa hora o Congresso Nacional, ao criar, nos anos 70 do Século Vinte, o Dia Nacional da Cultura e da Ciência, criou também o Dia do Cinema Brasileiro. Forma de exaltar os esforços, que prosseguem, para a formação de uma indústria de filmes no Brasil, à medida em que se festeja o que já foi feito no Ascendino Leite sentido de criar essa indústria. Desde Afonso Segretto com suas filmagens inaugurais em 1898 que os pioneiros se sucedem nas tentativas de compor uma maneira de expressar brasileiramente o nosso país e o nosso povo; de Vittorio Capellaro a Humberto Mauro, da Atlantida Cinematográfica à Vera Cruz, afinal Walter-Hugo Khouri, Nelson Pereira dos Santos e o Cinema Novo. O que não é trama é transa no tecido a se registrar no dia 5 de novembro, Dia do Cinema Brasileiro. Dia de dizer da geração que sistematizou a crítica fílmica no Pará, no final dos anos 1940, geração formada no Colégio Estadual Paes de Carvalho: O Grupo ARTS, o "A" de Acyr Castro, o "R" de Rafael Costa, o "T" de Amilcar Tupiassu e o "S" de Manuel Wilson dos Santos Penna. Somente o cronista e o Pena, que mora nos Estados Unidos, precisamente em Los Angeles, sobrevivemos. O "S" do ARTS esteve conosco num almoço oferecido por Luzia Miranda Álvares e Pedro Veriano, os atuais líderes da Associação Paraense de Críticos Cinematográficos que, em 1962, o dégas aqui mais o Ariosto Pontes (por onde anda?) e os saudosos Edwaldo Martins, Rafael Costa, Alberto Queiroz e Paulo Sérgio Macedo criamos e dirigimos até que, em 1966, a "linha dura" do movimento armado de 1964 me "convidou" a ir (como se dizia então?) "cantar em outra freguezia". Fui, mas, teimoso, voltei em 1978. Falei?
Lembro Dalcidio Jurandir ao relembrar Bruno, Abguar, Benedicto, Ruy, Mário, Bezerra, Zé Guilherme, Ápio, Alonso, Paes Loureiro, Nery, Cléo, Alice, recordando as maravilhas de Ascendino: "A província - e aqui não se entende, apenas, um sentido literário de província, mas a condição econômica - , arriou sobre nós um pêso enorme de tédios, ânsias mórbidas, burocracia, deformações irreparáveis... A cultura virou boemia". A indagação de que viveríamos numa época de parturição histórica, de nascimento de destinos e de vocações, uma fase de transição, continuará valendo como uma só indagação sem esperança de resposta? Nenhum poeta é perfeito; nem Shakespeare nem Dante nem Homero nem Joyce nem Pound nem Camões nem Mallarmé nem Poe nem Lorca nem Maiacovski nem Goethe nem ninguém. Valéry o expressa lucidamente no seu "ser poeta, não; poder ser". Tudo é questão de oportunidade; para tudo há um rítmo; tudo tem a sua hora e vez. Idiotice querer fazer da crítica "uma ciência" (T.S. Eliot), "coisa que ela nunca poderá ser”. Não cabe aos críticos nem o que Eliot chama de "espremer limão" nem aquilo que seria, digamos, o "adoçar o viver" de uns e outros: os limites críticos jamais deixarão de levar em conta o rigor do julgamento, a exatidão no exame, a eficácia no distinguir: acima de critérios, se queira ou não, estará sempre o da honestidade, a complementar os demais. Parece óbvio enfatizar que a inclusão sem análise é tão tola quanto a sumária exclusão. Não deveria haver lugar para index de proibição na área das letras e das artes que não, tão somente, o debate artístico e a literária discussão. E se somos feitos de sonhos, tal o visualizou Shakespeare, à espera do grande sono, por cima dos
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*Jornalista e Escritor
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e CIDADANIA
*Paulo Rocha
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ormada por elementos indígena, europeu e africano a cultura brasileira engloba um setor que representa quase 0,7% do Produto Interno Bruto do país, ocupa 510 mil pessoas e gera 192 empregos diretos e indiretos a cada R$ 1 milhão investido. Este mesmo investimento induz à criação de outros postos de trabalho em atividade de suporte, a exemplo da agropecuária: madeira (cenários), têxteis (figurinos) e refeições. Para o Brasil, cultura também significa renda e cidadania. A cultura tem que ser entendida, portanto, como espaço de realização da cidadania, da superação da exclusão social e como fator econômico, capaz de atrair divisas para o país e, internamente, gerar emprego e renda. Neste sentido, a cultura depende de um decisivo e continuado apoio governamental. Esta é também a regra no resto do mundo, ou, pelo menos, nos países em que a cultura é considerada como um valor a ser preservado e promovido. Hoje, no campo das políticas culturais, o País investe, revitaliza e recupera sítios históricos, bens tombados e
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espaços culturais, ao tempo em que moderniza parques e museus. Mas ainda é preciso investir mais e garantir recursos certos para a cultura. As pessoas de baixa renda ou da periferia ainda são excluídas do processo cultural, quer seja como criadoras quer seja como apreciadoras. Por isso as manifestações culturais não podem ser inteiramente privatizadas. Não se pode admitir que a cultura seja apenas um acessório. Assim, no nosso caso, em particular, o financiamento do Estado tem outra importante função, qual seja a de equalizar o acesso e democratizar os benefícios dos produtos culturais, disseminando-os entre os segmentos excluídos da sociedade. Foi pensando numa maneira de democratizar e garantir recursos para a cultura que, junto com os deputados Gilmar Machado, Zezeu Ribeiro, Fátima Bezerra e outros, apresentei uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê a destinação constitucional de recursos da União, dos Estados e dos Municípios para a valorização da cultura nacional.
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A proposta acrescenta o art. 216-A à Constituição Federal, prevendo que a União aplicará anualmente 2 %, os Estados e o Distrito Federal, 1,5%, e os Municípios, 1 %, da receita resultante de i m p o s t o s , compreendida a proveniente de transferências, na preservação do patrimônio cultural brasileiro e na produção e difusão da cultura nacional. A proposta prevê ainda que, desses recursos, a União destinará 25 % aos Estados e ao Distrito Federal, e 25 % aos Municípios. Os critérios de rateio dos recursos destinados aos Estados, ao Distrito
Federal, e aos Municípios serão definidos em lei complementar. Apesar das imensas dificuldades principalmente em áreas críticas como saúde e educação, não podemos relegar a cultura a um segundo plano. Um povo que não zela pela sua cultura perde sua identidade, o seu caráter de Nação. Nossas conquistas nesse segmento têm que ser preservadas. Precisamos, portanto, de recursos para preservar nosso patrimônio histórico e nossas manifestações culturais que nos tornam um povo peculiar como nenhum outro povo no mundo.
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Uma publicação Editora Círios
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Sevocê quiser que alguém se interesse por você
Seja um
Contador de Histórias *Ricardo Jordão Magalhães
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ão sinta dor pelo passado nem medo pelo futuro. Mantenha a sua mente no Presente. Experimente o dia de hoje, completamente, e no final do dia, quando voltar para casa, e encontrar a pessoa que tanto ama, e essa te perguntar, "Como foi o seu dia?", conte a ela sobre a história que viveu. Porque todo dia, você precisa viver uma história, porque é a história, no final do dia, que vai mantê-lo vivo. Querida(o) Amiga(o), Quatro pneus furados em apenas dois dias me levaram a uma borracharia perto de casa. O Ford EcoEsport, afinal, é realmente um carro que aguenta bem os trancos e barrancos da cidade grande e pequena. Depois de quase dois anos de uso, eu finalmente gastei alguns reais com a manutenção do carro. Os momentos na borracharia me fizeram recordar de um amigo, um velho amigo. Anos atrás, eu tive um amigo que estava em dúvida sobre comprar um carro novo da Ford ou Volkswagen. Depois de visitar concessionárias calibradas de ambas as marcas, ele tomou uma decisão. Ele ligou para o vendedor da concessionária Ford e disse, "Muito Obrigado pela sua ajuda, mas eu escolhi comprar o Volkswagen". Duas semanas depois, enquanto dirigia o seu carro novo, o meu amigo recebeu uma ligação. "Olá, Como Vai? Aqui é o vendedor que te atendeu. Como anda o Volkswagen que você comprou?", "Maravilhoso", 40
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respondeu o meu amigo, "Só tem um probleminha, o cinto de segurança do banco do passageiro está com um algum defeito, ele não quer fechar", "Ok, deixa eu ver o que eu posso fazer para matar esse problema e já retorno a ligação". Momentos depois, o meu amigo recebe uma nova ligação, "Olá, sou eu de novo, se você puder trazer o carro amanhã de manhã até a concessionária, a assistência técnica vai consertar o que tem que ser consertado". "Legal! Eu estarei na concessionária Volkswagen amanhã na primeira hora", disse o meu amigo, "Ops! Senhor, aqui é o vendedor da Ford". No dia seguinte, o meu amigo levou o carro da Volkswagen na concessionária Ford e teve o seu problema resolvido em apenas uma hora. Meses depois, o mesmo amigo, para celebrar 25 anos de casado e a formatura do filho, teve a idéia de comprar um carro novo para a mulher e outro para o filho, adivinha onde ele foi comprar um carro novo para a mulher e para o filho? Pergunta: o que você está fazendo que é EXTRAORDINÁRIO o suficiente para estimular as pessoas a contar histórias sobre você, sobre a sua empresa, sobre o que você faz? Eu não me lembro do preço da diária do hotel em que eu fiquei em Ilha Bela seis meses atrás, mas eu me s
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mundo não vale nada até que você experimente alguma coisa na sua vida. É preferível ser um aplicador de parte da filosofia de Hamlet, do que MAIS UM recitador da poesia de Shakespeare. As Histórias existem porque as pessoas EXPERIMENTAM coisas. Você existe porque você EXPERIMENTA coisas. EXPERIMENTA um novo restaurante. EXPERIMENTA um novo software. EXPERIMENTA uma nova maneira de fazer reunião. EXPERIMENTA uma nova maneira de saudar as pessoas. EXPERIMENTA uma nova cidade. EXPERIMENTA um novo autor que nunca leu. EXPERIMENTA uma nova rádio que nunca escutou. EXPERIMENTA uma nova maneira de vender. EXPERIMENTA conhecer uma nova pessoa. Não é verdade que as melhores histórias que carregamos são as histórias que vivemos nas viagens que realizamos? Se você quiser que eu me interesse por você, conte-me a sua História. Se você quiser que eu me emocione com o Produto da sua empresa, conte-me a história sobre o PORQUE esse é o produto da empresa, e de onde ele surgiu. Se você quiser que eu corra atrás da realização dos Objetivos da empresa, conte-me a história sobre onde podemos chegar depois que conquistarmos esses objetivos. Apenas uma em cada cem mil empresas no Brasil, contam alguma HISTÓRIA VERDADEIRA, RELEVANTE e EMPOLGANTE sobre a própria história em seus web sites. Elas dizem que fazem isso e aquilo, prometem tanto quanto um deputadomensalão, chegam a mostrar resultados, mas não contam como chegaram lá, muito menos como superaram as diversidades que apareceram no caminho. Supere o discurso feito com fatos e frases bem feitas, roubadas de manuais sobre como-fazer. Eu não vou prestar atenção, você não vai conseguir se diferenciar, eu não vou me emocionar. PARE DE SE PREOCUPAR EM SER TEÓRICO e seja um Contador de Histórias. A História da Nota Fiscal da sua empresa é tão emocionante quanto a vida de Albert Einstein. Só você não acha. Conte a sua História. De tudo. Para todo mundo. NADA MENOS QUE ISSO INTERESSA.
lembro muito bem do cheiro do bolo de fubá que eu comi no café-da-manhã, o pôr-do-sol que eu assisti no final do dia, e da casquinha de siri que eu devorei todos os dias. O Ser Humano não guarda fatos. O Ser Humano se emociona com Histórias. No papel, para um leigo como meu, Ford e Volkswagen são idênticas. Ambas faturam bilhões, ambas são focadas em qualidade, ambas estão no país há anos, ambas são confiáveis, ambas são abrasileiradas, ambas têm dezenas de concessionárias e dezenas de funcionários com MBA. Ambas têm produtos parecidos e prometem conquistar o mundo e crescer 20% esse ano. O que vai me fazer escolher entre uma ou outra? A História que eu ouvir a respeito delas. A História que elas contarem sobre si mesmas. Fatos, dados, estatísticas e informação não valem nada se não estiverem amarrrados a uma boa história. Por exemplo, a qual empresa você vai prestar atenção, àquela que fala que foi fundada em 1954, possui hoje 13 fábricas espalhadas pelo mundo, 75 mil funcionários e 26 prêmios internacionais de qualidade, ou, àquela que fala que foi fundada em 1954 por dois jovens imigrantes italianos, que com 100 mil-réis acumulados durante 5 anos de trabalho rural, compraram a primeira máquina de moer, e 45 anos depois, superadas duas crises, uma tentativa de compra da empresa pelo concorrente, e com muito trabalho, inovação, e risco, transformou-se em residência para 75 mil Seres Humanos? Empresas por todo o Brasil, penduram em suas paredes quadros de aço inox carregados com os "Valores" e a "Missão" da empresa, gastam milhares de reais para ensinar "liderança" para os chefes, mas se esquecem do principal: VALORIZAR, CONTAR, e UTILIZAR as HISTÓRIAS DA EMPRESA - e NÃO DE UM GRINGO DA GRINGOLÂNDIA - como FUNDAÇÃO para ensinar os "Valores" e a "Missão" da empresa para quem precisa aprender. Você quer que um funcionário do mundo da produção seja Íntegro? Conte a ele uma história sobre INTEGRIDADE na PRODUÇÃO. Você quer que um funcionário do mundo de vendas seja Inovador? Conte a ele uma história sobre INOVAÇÃO em VENDAS. Você quer que um funcionário do mundo de finanças Pense Grande? Conte a ele uma história sobre PENSAR GRANDE em FINANÇAS. Não importa o quanto você conhece sobre todos os livros de Shakespeare, ou o quanto você sabe de cor todos os salmos da Bíblia. Todo o conhecimento do Edição 45 - novembro
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E-Mail e Messenger: ricardom@bizrevolution.com.br
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Código de Defesa ampliou direitos dos consumidores
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o completar, este mês, 15 anos da edição do Código de Defesa do Consumidor, o Ministério da Justiça lança um sistema que vai permitir que consumidores de todo o país verifiquem, em tempo real, se há consultas sobre determinada empresa nos Procons. O Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec) vai reunir todos os dados referentes aos atendimentos feitos nos Procons. Será possível saber, por exemplo, se determinado produto ou serviço tem sido alvo constante de denúncias por parte de consumidores. As informações disponíveis no sistema vão ainda contribuir na elaboração de ações estratégicas relacionadas à "O Código d e f e s a d o c o n s u m i d o r, estabelece garantias bem como na mínimas para os reavaliação e criação de consumidores” normas ligadas à prestação de serviços, como no caso da telefonia. Com a experiência de quem começou sua carreira há 16 anos atendendo consumidores pelo telefone no Procon-SP, o diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) do Ministério da Justiça, Ricardo Morishita, fala sobre os avanços relativos ao exercício da cidadania e à garantia dos direitos que o Código trouxe ao Brasil. Ele fala também da atuação do DPDC nos casos de maquiagem de produtos e em outras ações em que o Departamento busca garantir o acesso do consumidor a informações mais claras e precisas. "A defesa do consumidor consegue, no dia-a-dia, construir valores importantes para o nosso País: respeito, boa-fé e transparência", diz Morishita. Pará+ - Quais são os avanços mais marcantes nesses
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"O número de denúncias que nós temos recebido sobre maquiagem de produtos tem diminuído, mas as empresas precisam melhorar a maneira como informam o consumidor”
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15 anos desde que o Código foi editado? Ricardo Morishita - O Código representa uma conquista em relação ao exercício de direitos, ao estabelecimento de patamares mínimos de respeito e, sobretudo, uma ferramenta para a resolução dos conflitos. Ele estabelece garantias mínimas para os consumidores. Se você olhar o que acontecia há 15 anos, quando uma pessoa ia a um supermercado, como
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se fazia para verificar se um produto estava ou não com a validade vencida? Era preciso pegar o produto, se fosse um enlatado, e verificar se estava estufado, enferrujado, amassado. Mas e se não fosse um enlatado? Não tinha como. Hoje basta olhar a data de validade. Com cinco anos da edição do Código, em 95, o perfil do consumidor mudou. É um consumidor que já passa a dizer: "eu fui lesado, eu tenho um Código para me defender, eu tenho algum direito e eu quero que ele seja respeitado". A partir de 2000, a gente começa a ver um consumidor que não só conhece os seus direitos, como vai além do direito individual. Ele vai atrás do direito coletivo. Esse foi um processo de consolidação da cidadania e uma das principais virtudes do Código. A defesa
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"O Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor registra todos os atendimentos ao consumidor feitos nos Procons. Ele tira uma fotografia em tempo real do que está acontecendo no País, mostrando, por exemplo, que hoje as principais demandas dos Procons não são produtos, mas serviços”
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do consumidor consegue, no dia-a-dia, construir valores importantes para o nosso País: respeito, boa-fé e transparência. Valores que são importantes para a construção de um País cada vez melhor. Pará+ - O Ministério da Justiça lançou, esta semana, um sistema capaz de mostrar que empresas estão gerando o maior número de consultas nos Procons. Como isso vai funcionar? RM - Ao longo dos anos, as relações de consumo ficaram cada vez mais complexas. Por isso era preciso que os órgãos que exercem a defesa do consumidor tivessem uma ferramenta cada vez mais precisa para trabalhar com as informações do dia-a-dia do consumidor. Foi por isso que instituímos o Sindec (Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor). É um
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entidades civis de defesa do sistema que registra todos os consumidor. Existe uma atendimentos ao consumidor "O Ministério da Justiça série de ações, todas elas feitos nos Procons. Ele tira fez uma pesquisa e com o objetivo de garantir uma fotografia em tempo real informações estratégicas ao do que está acontecendo no constatamos que consumidor, para que ele País, mostrando, por exemplo, que hoje a s p r i n c i p a is pouquíssimos municípios possa se precaver de eventuais problemas. demandas dos Procons não são Lançamos no ano passado produtos, mas serviços. O brasileiros, cerca de 10% um novo site de recall. O Sindec vai reunir informações e s t r a t é g i c a s d o n o s s o apenas, têm Procons. Isso consumidor pode entrar na cotidiano e, a partir destas está longe de ser o ideal. O nossa página na Internet (http://www.mj.gov.br/DPD informações, os órgãos de C) e ver quais veículos defesa do consumidor vão cidadão precisa ser foram objeto de poder adotar medidas de protegido onde ele mora chamamento, informações forma mais estratégica. que antes não estavam Pará+ - Que benefícios estes porque às vezes o disponíveis de forma tão sistema vai trazer diretamente para o consumidor? deslocamento é difícil ou c l a r a . R e c e n t e m e n t e firmamos um acordo com o RM - O consumidor poderá Conselho Nacional de entrar na página na Internet caro para o consumidor” Combate à Pirataria para consultar se aquela instituindo duas frentes de ações. Na primeira, fica empresa tem registrada alguma demanda de instituído um sistema rápido de atendimento nos Procons. A informações sobre produtos piratas informação, nestes casos, é que ofereçam riscos à saúde do poderosíssima. Com ela, o consumidor. O Conselho recebe a consumidor pode tomar a melhor denúncia, valida a informação e decisão de consumo, exercer bem o manda para o DPDC. A partir daí, essa seu direito de escolha. O sistema já informação é distribuída para mais de funciona em 10 estados e no dia 13 mil entidades civis e órgãos de defesa assinamos convênio com mais do consumidor cadastrados no quatro. DPDC. Por outro lado, representantes Pará+ - Que outras ações o DPDC da secretaria-executiva do Conselho tem desenvolvido para fortalecer e passam a participar dos nossos cursos garantir que a defesa do de capacitação, que agora terão um consumidor seja respeitada? capítulo específico sobre a RM - O Sistema Nacional de falsificação de produtos e a saúde e Defesa do Consumidor, segurança do consumidor, para que coordenado pelo DPDC, tem estes técnicos saibam identificar estes trabalhado muito para proteger os produtos pirateados e possam orientar direitos dos consumidores nas melhor o consumidor. várias áreas, seja no âmbito Pará+ - Os casos de maquiagem de produtos têm público, com os Procons, o Ministério Público, as aparecido com bastante freqüência. O DPDC está Defensorias Públicas, seja em âmbito privado, com as
da segredos todos os Aprenda ericana! r Pasta Am Manusea de Açúcar. Curso al, Rendas ais em um Glacê Re m to ui m as estível e r reduzid Foto Com rmas supe . o com tu itamento Dinâmic or aprove elh m u se já para o ranta
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protegido onde ele mora porque às vezes o deslocamento é difícil ou caro para o consumidor. Além disso, no dia-a-dia das cidades do interior, os Procons funcionam como um pronto-socorro da cidadania. Muitas vezes é lá que os cidadãos vão ser orientados, até mesmo quando o problema que ele tem não diz respeito às atribuições de um Procon. Os atendentes sabem dizer que órgão a pessoa deve procurar para resolver determinado problema. Então, neste ano em que o Código faz 15 anos e quando acabamos de ter eleições municipais, é importante que os prefeitos se sensibilizem para a criação de Procons. Sabemos que há municípios pobres, com limitações financeiras, mas sabemos também que é possível fazer consórcios para se criar Procons. Essa é uma das saídas que estamos sugerindo para estes casos.
registrando maior número de irregularidades? Quantos processos foram abertos nos últimos 30 meses? RM - O número de denúncias que nós temos recebido têm diminuído, mas as empresas precisam melhorar a maneira como informam o consumidor. No início, havia uma empresa de sabão em pó que chegou a aumentar o tamanho da caixa e diminuir a quantidade do produto. O aumento da caixa levava o consumidor a pensar que talvez tivesse um aumento na quantidade, quando na verdade ela estava diminuindo. Hoje isso não acontece. Algumas empresas até informam o consumidor que teve a redução, mas não com ostensividade, como prevê o Código. O consumidor precisa ficar procurando essa informação. Temos feito ampla divulgação desses processos de maquiagem e acreditamos que os consumidores vão ficar mais de olho nos seus produtos. Desde 2003, foram concluídos 74 processos de maquiagem de produtos e aplicamos multas que totalizam mais de R$ 25 milhões. Eram casos envolvendo os setores alimentício, de higiene pessoal, limpeza, perfumaria e farmacêutico. Pará+ - O que ainda precisa ser aprimorado na defesa do consumidor? RM - Recentemente, o Ministério da Justiça fez uma pesquisa e constatamos que pouquíssimos municípios brasileiros, cerca de 10% apenas, têm Procons. Isso está longe de ser o ideal. O cidadão precisa ser
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Biomassa
Substituirá Petróleo
economista Ignacy Sachs, coordenador do Centro de Estudos sobre o Brasil Contemporâneo da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais na França, afirmou, recentemente, que "estamos no início da moderna civilização da biomassa". Em palestra no Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP), ele disse que a era do petróleo está no fim. Segundo Sachs, o modelo da energia fóssil terá que ser substituído. "Primeiro, saímos do carvão para o petróleo, e agora vamos para a biomassa que, no fundo, significa energia solar, que é renovável". Ele explicou que, dependendo de como a transição ocorra, o novo modelo energético poderá levar a uma grande transformação econômica e social, resultando em uma civilização sustentável do ponto de vista ambiental e social. O economista disse que a biomassa será o próximo padrão energético por três motivos: - o pico da extração mundial do petróleo; - o custo alto para os Estados Unidos e aliados para controlar as reservas no Oriente Médio, e, - o dilema ambiental, uma vez que o petróleo é o principal responsável pela emissão de gases do efeito estufa. Ele disse ainda,que o Brasil, é o modelo a ser seguido e que álcool, a partir da cana-de-açúcar, está altamente competitivo devido ao preço do barril de petróleo está quase nos U$ 70.
Óleo de palma é o mais indicado para produzir biodiesel Segundo o coordenador do Projeto Biodiesel Brasil, Miguel Dabdoub, que trabalha no Laboratório de Desenvolvimento de Tecnologias Limpas (Ladetel), e desenvolve, em parceria com a indústria automotiva, 46
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Europa, a produção é feita com o álcool metanol, derivado da indústria petroquímica. “Mas no Brasil é possível fazer o combustível a partir do etanol, graças à nossa grande produção de cana”, diz. Segundo Dabdoub, o Brasil tem grande potencial como produtor de biodiesel, graças à grande área de terras agricultáveis. Contudo, ele não acredita que a soja, principal produto agrícola nacional, seja competitiva como matéria-prima para a produção do combustível. “A soja gera uma produção de óleo por hectare que é muito baixa, se comparada com a de outras plantas, como as palmeiras”, explica. Com 5 milhões de hectare de soja, é possível responder por 5% do consumo de diesel do Brasil. Com a mesma área de dendê, responde-se por 100% de consumo”, compara. Atualmente, o diesel é a principal fonte de energia no Brasil. O petróleo responde por 43% da produção de energia do Brasil, sendo seguido pela biomassa, com 27%, e pela energia hidrelétrica, com 14%.
protótipos de caminhões e máquinas agrícolas movidas a biodiesel, afirma que a soja não é a cultura mais indicada para a produção de biodiesel, mas poderá servir como matéria-prima em um primeiro momento. O biodiesel é feito a partir de uma reação química entre um álcool e um óleo vegetal. Dabdoub explica que o produto foi lançado na Europa como forma de subsidiar a produção de canola, e ganhou maior importância por causa do Protocolo de Kioto. Na
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Tv. 9 de Janeiro, 2478 (entre Caripunas e Conceição) Fone: (91) 3081-3936 / 3083-9053 / 8152-1362
BELEM 21 a 25
BELEM 24 a 27
Semana da Arte Escola Trancredo Neves e Presidente Vargas Tel: (91) 3637-1327
Workshop Blog de Conteúdo Literário Auditório do IAP Inscrições gratuitas Tel: (91) 4006-2930/ 4006-2931
PARAFOLIA Aldeia Cabana Tel: (91) 3242-7766
ABAETETUBA 27
SANTAREM 27
MELGACO 20 a 22
AUGUSTO CORREA 28 a 03/12
Círio de N. Sra. da Conceição Principais ruas da cidade Tel: (91) 3751-1779 Fax: (91) 3751-1779
Círio de Nossa Senhora da Conceição Principais ruas da Cidade Tel: (93) 522-2738 Fax: (93) 523-3425
III Amostra de Teatro Paraense Escolas e Audotóris Tel: (91) 3482-1138 Fax: (91) 3482-1215
BELEM 28 a 09/12
BELEM 29
BELEM 29
Tributação na Micro e Pequena Empresa SEBRAE Tel: (91) 3181-9058 Fax: (91) 3181-9059/9060
2 do Livro (3ª Edição) “Motivos Ornamentais da Cerâmica Marajoara” Estação das Docas
Projeto Noites de Ópera “As Grandes Vozes do Século XX” IAP Tel: (91) 4006-2930/ 4006-2931
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Livraria
Associação Brasileira de Agências de Viagens do Amazonas