Pará+ 57

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outubro 2006

Belém - Pará - Brasil

www.paramais.com.br

ISSN 16776968

Edição 57

3,00

AVE, Ó SENHOR A DA BERLINDA!




Pág. 05

Mais uma vez, nossa Pará+, foi eleita, após pesquisa e enquête popular, realizada pela Globo Pesquisas e Estatísticas, como a Revista do Ano de 2006.

Fé e emoção em ouro, prata, quartzos, citrinos e fitas. Minérios e sentimentos, elementos tão distintos e histórias de vida, juntam-se para criar as peças da exposição “Jóias de Nazaré 2006”, que estão em exposição, até o dia 29 de outubro, na Casa do Artesão, no Espaço São José Liberto... Pág. 14

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AMAZÔNIA. A SEGUNDA BORDOADA

O 25º ARTE PARÁ

Adrianna Rabelo Alves e Chang Ghi Chai foram as vencedoras do 25º Arte Pará, uma realização da Fundação Romulo Maiorana. Receberam o prêmio de maior destaque no valor R$15 mil reais. Suas obras estão expostas em uma sala do Museu do Estado...

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VIDA E MISSÃO NO CHÃO DA AMAZÔNIA

PRÊMIO GLOBO DE MARKETING

JÓIAS DE NAZARÉ 2006

MUSEU PARAENSE EMÍLIO GOELDI

Entre um sem número de denominações, apelidos, epítetos e tudo o mais que possa conceituar a Região Amazônica e o rio que lhe deu o nome, um deles é O Reino da Symphonia elástica, que cabe muitíssimo bem, por ser conhecida também como Reino da Seringueira e da Árvore que Chora de dona Vicky Baum. Em latim são no mínimo 30, de acordo com o Código Universal do Mestre Linneu.

CAMILLO VIANNA

140 ANOS DE HISTÓRIA

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matérias

edição

DOM ORANI E O CÍRIO 2006

O manto da Virgem

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Efémerides outubrinas especiais

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MORTE E RESSURREIÇÃO DO AUTO DO CÍRIO

O já tradicional “Auto do Círio”, que se realiza desde 1993 pelas ruas da Cidade Velha, este ano não saiu. O motivo foi a não confirmação de patrocínio em tempo hábil para poder preparar um espetáculo com a mesma qualidade e beleza dos anteriores...

Sérgio Pandolfo

Premiação das embarcações da Romaria Fluvial O Pato do Círio Garibaldi Parente

Outubro. O centenário do Poeta Acyr Castro

Virado para a lua

Pág. 30

DULCE ROCQUE

Pág. 37

Ricardo Jordão

Um mundo Binário

Editora Círios SS Ltda CNPJ: 03.890.275/0001-36 Inscrição (Estadual): 15.220.848-8 Rua Timbiras, 1572A - Batista Campos Fone: (91) 3083-0973 Fax: (91) 3223-0799 ISSN: 1677-6968 CEP: 66033-800 Belém-Pará-Brasil www.paramais.com.br revista@paramais.com.br

Í N D I C E

PUBLICAÇÃO

José Vilhena

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DIRETOR e PRODUTOR: Rodrigo Hühn; EDITOR: Ronaldo Gilberto Hühn; COMERCIAL: Alberto Rocha, Augusto Ribeiro, João Modesto Vianna, Rodrigo Silva, Rodrigo Hühn; DISTRIBUIÇÃO: Dirigida, Bancas de Revista; REDAÇÃO: Ronaldo G. Hühn; REVISÃO: Paulo Coimbra da Silva; COLABORADORES: Acyr Castro, Camillo Martins Vianna, Dulce Rosa Rocque, Garibaldi Nicola Parente, José Vilhena, Ricardo Jordão Magalhães, Sérgio Martins Pandolfo; FOTOGRAFIAS: Arquivo MPEG, Arquivo ORM, Carlos Sodré, Erica Nunes, Imagens de Círios, João Vianna, Leonardo C. Nascimento, Salvador Scofano, Walter Soliro; DESKTOPING: Mequias Pinheiro; EDITORAÇÃO GRÁFICA: Editora Círios *Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores

ANATEC ASSOCIAÇÃO DE PUBLICAÇÕES


Dom Orani eo

Círio 2006 O

arcebispo metropolitano de Belém, dom Orani João Tempesta, participou pela segunda vez das festividades do Círio de Nazaré. Ele esteve presente em todos os eventos e romarias da maior festa religiosa do Brasil e muito provalvelmente do mundo católico. Em cada um desses eventos ele tem uma impressão, um pensamento, uma opinião e um sentimento:

Vigília de oração: “É tempo de colocar todas as intenções e acontecimentos do Círio diante do Senhor em oração sabendo que é Ele quem faz as Maravilhas e atua no coração da pessoa humana. É o momento da confiança na "graça" do Senhor”. Translado da imagem de Nossa Senhora para Ananindeua: “Beleza de participação do povo que, mesmo debaixo de chuva, demonstrava a sua vida de oração e a confiança de pedir à Mãe pelas suas intenções...tempo de bênçãos em todo o trajeto. A multidão que se encontrava em todo o trajeto demonstra muito belamente a cultura católica arraigada no coração das pessoas”.

Romaria Rodoviária: “A caminho da baia do Guajará, a imagem de Nossa Senhora de Nazaré passa chamando o povo da região para o encontro com Jesus Cristo e com o seu manto branco chamando todos à Paz”.

Romaria Fluvial: “Durante muitos séculos toda a nossa comunicação era através dos s, da águas. A imagem faz o trajeto dos primeiros fundadores Belém ao vir nas águas para a região da cidade velha e recordar nossas raízes cristãs e católicas”.

rio de as

Romaria dos Motoqueiros:

“Sabendo dos perigos constantes com os motoqueiros em nossas avenidas este é um bom momento de chamar a todos para que ouçam o conselho de Maria e andem nos caminhos de Jesus, fazendo o que Ele nos pede, em especial, de valorizar a vida”.

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Trasladação: “A bela celebração da noite do sábado, a beleza das velas acesas e o contraste entre luz e trevas bem típico da noite, recorda este momento da história... Nós somos chamados a anunciar esperança e vida para todos. A nossa caminhada é compromisso em sermos luz”.

Círio de Nazaré: “A indescritível experiência do Círio não pode ser contada e somente experimentada. O mar de gente que invade Belém, mais do que as águas do inverno, trazidas pelo amor à Mãe de Jesus e nossa mãe,

vem para agradecer, pedir e reavivar sua fé. A corda como que um prolongamento da berlinda faz com que todos se sintam mais perto e aconchegados da Mãe”.

Cicloromaria: “O transporte mais popular entre nós teria que ter também seu momento. Coincidiu com a solenidade de Nossa Senhora Aparecida, o que fez com que pudéssemos refletir, em Maria dos mil nomes, e invocações que pede pelos seus filhos prediletos”.

Romaria da Juventude: ”Embora os jovens já tenham participado na transladação e no Círio, e participado muito bem, eles também têm o seu momento específico na noite da Romaria da Juventude. Eles organizam, cantam, doam o manto, se colocam diante de Deus com o seu jeito de ser jovem e agraciados pelo Senhor fazem desse momento um dos momentos centrais de nossa caminhada”.


Círio das Crianças: “Círio que cresce cada vez mais e com a animação das crianças! É tempo de procurar passar a fé aos seus filhos. E com os sinais ao redor torna-se um pouco mais fácil! É a nossa responsabilidade de indicar aos filhos o caminho de Jesus Cristo às nossas crianças”.

Procissão da Festa:

“Além da missão de Nossa Senhora de Nazaré, na Paróquia Basílica/Santuário, chega o momento dos paroquianos viverem a solenidade. É uma das últimas manifestações e recorda a importância do "ser" Comunidade, Paróquia! É o momento dos paroquianos celebrarem a Eucaristia”.

Recírio: “Toda conclusão nos remete para uma missão. É justamente este o grande momento do Recírio. Não terminamos! Somos enviados por Deus através de Maria para essa presença de paz na sociedade. Ide e evangelizai, continuemos a levar Cristo Vida para todos! A emoção que toma conta das pessoas nos remete à ligação materna e a necessidade de recuperarmos a família!”.

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O manto da

Virgem C

om a presença de autoridades religiosas, diretores da festa e convidados especiais, o novo manto que adornou a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré, nas festividades do Círio deste ano, foi apresentado aos presentes no anexo da Basílica/Santuário. O desenho/criação do manto é da arquiteta Maria Alice Pena, a confecção, é da estilista Paula Novelino. A doação foi do casal Márcio e Indira Vinagre. As cores - pérola, prata, ouro velho e vermelho rubi, predominam. Circundando a barra, rosas, atrás as imagens do Sagrado Coração de Jesus e do Imaculado Coração de Maria no centro de um resplendor em ouro e prata com raios em zircônio. Acima dos corações, um crucifixo, igual ao do fechamento do manto. O manto tem como simbolismo maior a da proteção aos devotos. O manto é também um transmissor e irradiador de fé Dom Orani, lembrou que a história da religião O novo manto

católica faz diversas referências a mantos como símbolos de proteção. “Sabemos que os devotos de Maria não ficam sem

Dom Orani e Dom Zico apresentam o novo manto

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A imagem da Santa, a arquiteta Maria Alice Pena e a estilista Paula Novelino


também, missionários justos, solidários e fraternos” finalizou. Em seguida Dom Orani abençoou todos os presentes com a imagem já com o novo manto. É uma “verdadeira obra de arte sacra”, disse sem modéstia alguma, porém muito emocionada, a estilista Paula Novelino

resposta. A simbologia da proteção fica muito marcada na nossa história”. Disse ainda: “Que o manto da Virgem sirva para os católicos, como uma missão de anunciar a Boa Nova de Jesus”, e mais: “É preciso sermos, além de mensageiros e discípulos de Jesus,

A benção aos presentes

Os doadores do manto

Fone: (91) 3248-5651 EDIÇÃO 57 [OUTUBRO] p a r a m a i s . c o m . b r

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E-mail: serpan@amazon.com.br

Sérgio Pandolfo

Efemérides

Outubrinas Especiais

E

ste mês de outubro é particularmente representativo para este esculápio e aprendiz de poeta, porque nele estão contempladas efemérides para nós de grande significado, quais sejam: o Círio de Nazaré, maior romaria religiosa do mundo e tradicionalmente havido como o Natal dos paraenses, que irmana a rejubila os parauaras, realizado no 2º domingo do

mês e o Dia do Médico, aos 18 de outubro, patronímico de São Lucas, o Evangelhista, dignificante profissão a que nos dedicamos, afincadamente, há mais de quatro décadas, notadamente ao seu braço armado, a Cirurgia. Por tais razões selecionamos, nestas páginas, algumas trovas alusivamente elaboradas para consignar respectivos eventos e, complementarmente, mais umas referentes à arte de poetar. O Autor

Círio é dia de pato, pato de toda sorte, há os que vêm do mato, também os ditos “de corte”.

Belém tem muito pra ver, Ver-o-Peso, Ver-o-Rio, Presépio, que a viu nascer, Onze janelas, o Círio

Pato, partindo, patada, tudo neste dia é pato; turma à mesa empatada, como pouco, não m'empato

Medicina é arte nobre, defende a vida, saúde, e quanto mais se desdobre, mais obriga a que se estude.

Sumano digo pra si pato não seja de fato; do “canard” no tucupi fiquem os ossos no prato

Cirurgia, arte provecta, d'épocas assaz antanhas; da que ora se projeta vão diferenças tamanhas

Milenar, a poesia encanta a todos os povos; de tristeza ou alegria, seduz a velhos e novos.

O bom poeta faz trova, o poetastro se esforça, mas se é o humor posto à prova, já vem o bardo e faz troça.

*Médico e Escritor. SOBRAMES

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VIAGENS E TURISMO

Prepare-se para conhecer os melhores lugares do mundo!

Brasil

Transportes Aéreos

Linhas aéreas



Fotos: Carlos Sodré (CCS)

F

óias de Nazaré

é e emoção em ouro, prata, quartzos, citrinos e fitas. Minérios e sentimentos, elementos tão distintos e histórias de vida, juntam-se para criar as peças da exposição “Jóias de Nazaré 2006”, que estão em exposição, até o dia 29 de outubro, na Casa do Artesão, no Espaço São José Liberto. Integradas a um projeto visual que valoriza o colorido e a magia dos brinquedos de miriti, as jóias - pendentes, anéis, colares, chaveiros, escapulário e braceletes ressaltam o brilho do trabalho desenvolvido por designers, ourives, artesãos, lapidários e produtores ligados ao Pólo Joalheiro do Pará. Promovida pela Associação São José Liberto, em parceria com a Secretaria Executiva de Cultura (Secult), por intermédio do Sistema Integrado de Museus (SIM), a exposição “Jóias de Nazaré 2006” chega a sua quarta edição mostrando ao público jóias criadas por 16 designers, durante uma Oficina de Design ministrada pelos professores José Tadeu Nunes, Rosângela Gouvêa, Erivaldo Júnior e Jaime Lisboa, no período de 7 a 15 de setembro. Também há jóias de designers que não participaram da oficina, mas desenvolveram peças com

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2006”

Beleza, magia e emoção no Pólo Joalheiro Na inauguração o público prestigiou a exposição

As designers Lídia Ibrahim e Clara Amorim diante de uma vitrine da exposição


PINGENTE PINGENTE

‘Nazarézinha’

‘Nazaré Ribeirinha’

PINGENTE

‘Nazaré de Rios’

até o dia 29 de outubro, no horário de funcionamento do São José Liberto. Quem quiser adquirir peças da mostra pode se dirigir às lojas do Pólo Joalheiro. Além do mais, é um programaço. Vá leve seu convidado ciriano e deleite-se com as cores, formatos e criatividade de nossa gente. Uma ótima!

LIBERTO

SÃO JOSÉ

base em suas próprias vivências da Festa de Nazaré, desde lembranças da infância até a emoção que toma conta de todos durante a procissão. Deste exercício de criação, nasceram 43 peças, como “Nazaré Ribeirinha”, um pingente em ouro e caule de pupunheira, do designer e lapidário João Amorim; “Suave Perfume”, anel e pingente de autoria de Camila Honda; “Brincadeiras de Miriti”, de Clara Amorim, e “Mandala de Nazaré”, pingente, brinco e anel, do ourives Argemiro Muñoz. A exposição tem entrada franca e poderá ser visitada

JÓIAS E ARTESANATO

PINGENTE & BRINCO

‘Brincadeira de Miriti’ PINGENTE

‘Fitas de Nazaré’

PINGENTE & CHAVEIRO

‘Lembrança de Nazaré’

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Premiação das

Embarcações

da Romaria Fluvial Adenauer Góes, o presidente da Paratur e os vencedores

1º lugar categoria Embarcações Regionais Bergantim IV

A

Companhia Paraense de Turismo (Paratur), premiou os vencedores do concurso "Ornamentação de Embarcações", realizado durante a 21ª Romaria Fluvial. Cinco jurados avaliam, a partir de critérios como ornamentação, postura da tripulação, obediência ao horário e ao percurso do cortejo, as Embarcações Regionais (casco de madeira e aço) e Outros Tipos de Embarcações (Iate, Veleiro, Lancha, Balsa, Ferry Boat, empurrador, Pesqueiro, etc). Os vencedores deste ano foram, na categoria A

Serra Dourada 2º Lugar Outros tipos de embarcações

Leão do Marajó 3º Lugar

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Visão geral da Romaria Fluvial e suas embarcações ornamentadas

(Embarcações Regionais), os barcos Bergatim IV (1º lugar), Requengos (2º lugar) e Leão do Marajó de Breves (3º lugar). Na categoria B - Outros Tipos de Embarcações, ficou em 1º lugar o barco Jeane Saron XXVIII e em segundo o barco Serra Dourada II. O júri concedeu o 3º lugar à embarcação Águia I. O júri foi formado pelos jornalistas Carmen Silva e Embarcações Regionais Bergantim IV

Ray Cunha, do coreógrafo e ator Maurício Quintairos, do indigianista Robson Silva, e da professora Ana Claudia Santos.

Quase classificada

Foto Salvador Scoffano

A dos CORREIOS estava uma beleza

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por Garibaldi Nicola Parente

O Pato do

Círio D

ona Bucuíca passara o ano todo cuidando de um pato com muito zelo. Fez um pequeno aviário, piso enxuto e coberto, tudo de acordo com as recomendações zootécnicas. Os cuidados higiênicos eram diários, a alimentação nem se fala: sobras de lasanha de Marcico Nuovo, polenta de Treviso, nhoque à boIonhesa, macarronada napolitana regionalizada ao camarão... um pato tratado assim, de alvas penas sempre limpas, e porte elegante, daria pra ser artista de Cinecittá. Sua discrição de cisne fazia a diferença - um Mastroiani belo e delicado. Não só de presteza, a criação revestia-se de muita crença. Uma força espiritual tangia à Virgem de Nazaré no dia do seu monumental Círio. Havia uma promessa a pagar. E o pato? O pato, depois de um leve assado ao forno, terminaria seu cozimento ao caldo de tucupi com bem jambu e temperos diversos. Estaria pronto o almoço, parte Integrante das comemorações desse glorioso dia santificado dos paraenses. Mas, mas que conjunção sorrateira! De vez em quando ela aparece para restringir nossos afetos. Sim! Um ladrão mixuruca, desses que vem não se sabe donde, na noturna antevéspera do Círio veio ganhar o pato. Ladrão sórdido! Ó, meu São Gennaro! Levaram o meu pato da Nossa Senhora! Levaram o meu pato! Chamem a policia! Alô? Nossa viatura está sem combustível. Maledettos! É o que vocês são! Que dia mais egipcíaco para Dona Bucuíca! Um sentimento de pena e de ódio misturados era visível, todavia apaziguado pela pronta intercessão da graça

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divina. Contra os vilões do amor, usava a própria alma para repelir as infâmias ao poder celeste. À tardinha, foi à orla marítima da cidade. Suspeita correta. Barcos, canoas e bajaras aguardavam maré boa de zarpar rumo a Belém. Romeiros, e patos empaneirados, misturavam-se pelos conveses... abrigos da fantasia que ao largo dá largas à imaginação de felicidade terrena e eterna. Dona Bucuíca investigou uma por uma das embarcações. Fazia Indagações, proferia afrontas. Nem indícios do pato. Até que, já no final do cais de arrimo, parou para escutar um poeta que dizia um poema ao rio: “Motivo-me de afeto por ti, Meus devaneios vêm das tuas ondas e as minhas quimeras nascem do fundo, do íntimo do teu infindável leito…” - Ó, più belo, più vero! Nesse mesmo instante, aproxima-se vagarosamente uma canoa toda enfeitada, ornada de bandeirinhas, bandeirolas, flâmulas, pendões... No mastro, encimava-se alegre o estandarte da insígnia religiosa de Santo Antão de Abaeté. O nome em destaque na proa: Deus É. O poeta não se conteve:


“Deus é o rio, Deus é o vento, Deus é a vela, Deus é o navegar. Deus é o saber, Deus é o querer Deus é o sonhar...” A canoa nem encostou, e um tripulante desconhecido, talvez um moço de convés, disse em voz alta: Dona Bucuícal Seu pato viajou no conforto de um ônibus da Empresa Jarumã! Quem és tu? Quem és tu? Dolce Maria! A canoa afastou-se lentamente até sumir na curva do rio. Mio San Gennaro, che cosa strana! Na véspera, arrumou a mala e partiu para a capital. Ainda pôde assistir o Círio fluvial e participar da romaria da transladação da berlinda. Começara a festa, mas havia um vazio. O sorriso largo mantinha as aparências, no seu íntimo lutavam acirradamente o descontentamento de ter perdido o pato e a esperança de ainda encontrá-lo. No grande dia, o burburinho nas ruas já começara. As pessoas caminhavam em direção à praça da Sé. Dona Bucuíca levantou-se, e aquele vazio apertava-lhe o peito. Preparou o desjejum, alimentou-se, arrumou-se e saiu a pé. Foi postar-se à sombra do edifício Manoel Pinto da Silva. Queria ver a passagem da berlinda, um olhar contrito à Santa bastaria para alimentar a sua fé. Naquele túnel de mangueiras à sua frente, os primeiros peregrinos já faziam o Círio. Passos descontraídos, olhares confortáveis, e sob os cânticos sonoros batiam palmas e palmas ressonantes. Sem muita pressa o cortejo ia engrossando e marchava para adiante. Ouve-se o ribombar do foguetório da homenagem dos Estivadores. Pouco depois o séquito estremece e apinha e se aperta. A Companhia Telefônica já distribuíra milhares e milhares de leques para o povo abanar-se, refrescar-se do calor. Neles a propaganda é relevante: “Um milhão de pessoas numa só ligação”. Dona Bucuíca lê a mensagem, e num

lampejo de expressão, solta o verbo: - “Um milhão de poetas… num só navegar". Muitas Barcas dos Milagres já haviam passado. A última vinha à frente da corda, imponente e diferente, porque comprida e de pequena boca, gurupé encimado e retorcido, popa alterosa - mais parecia uma gôndola veneziana balançando naquelas ondas de fervor humano. Que surpresa!! Nela vinha o pato, entre casinhas pequeninas, barquinhas de miriti, bonecas bem vestidas, enorme velas de cera, sacolas de donativos. O pato grasnava de alegria e batia as asas de contentamento. - Mio pato! Mio pato! Mio pato! Esses gritos, abafados pelos cânticos, sumiam no ar entre os papéis picados que caíam do céu. E o povo em profusão vinha impetuoso que nem pororoca, solapando as ribanceiras. Dona Bucuíca foi arrastada de roldão pela Avenida Serzedelo Corrêa, enquanto a “gôndola do pato” seguia pela Avenida Nazaré. O que fazer? Só restava seguir pela Avenida Braz de Aguiar. Por lá com muitas dificuldades e atropelos, chegou à Basílica. Quando a barca aportou, arremeteuse. Mio pato! Esse pato é da Santa! Disse um anjo grande. A Santa não quer pato roubado! Annnn? Mio pato! Estamos vivos não é? Vamos esperar o Círio do ano que vem!

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Prêmio

Globo de Marketing

M

ais uma vez, nossa Pará+, foi eleita, após pesquisa e enquête popular, realizada pela Globo Pesquisas e Estatísticas, como a Revista do Ano de 2006. A pesquisa e levantamento da opinião pública foram realizados para aferir a vontade da opinião popular, sobre quais as Empresas e Profissionais Liberais, que mais se destacaram na sua área de atuação e que contribuíram significativamente para o crescimento e engrandecimento do estado do Pará neste ano. Durante a entrega da premiação, Edílson Wanderley, diretor da Globo Pesquisas e Estatísticas, em sua alocução aos presentes, elogiou a performance da Pará+, confidenciando que os números do nosso primeiro lugar, foram duas vezes e meio maior que a segunda colocada. Durante a solenidade de premiação, a produtora de eventos, Emma Treptow Khayat fazia a entrega dos Troféus e Diplomas aos agraciados. Rodrigo Hühn, nosso diretor, em emocionado discurso, agradeceu a premiação e colocou a Pará+ à disposição de todos. Em seguida foi ovacionado pelos presentes. Rodrigo estava radiante, pois sua empresa, a

Troféus e Diplomas

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Promoação, também estava inclusa entre os premiados. Tanto na área de Brindes como na de Agendas.

Os agraciados com o Prêmio Globo de Marketing - Troféu e Diploma - foram: Revista Pará+, PromoAçãoA ç õ e s Promocionais, Paramazonia Hotel, Freqüência Liberal, Dra. Elza Brito, Dr. Armando Costa Rodrigo Hühn recebe o Prêmio Globo F e r r e i r a , Labodental Importadora, Depil Soft, Colégio Ideal, Restaurante Kamikase Sushi, Café Diário, FACI Faculdade Ideal, Paramazonia Viagens e Turismo, Consórcio Remaza Nova Terra, Tv Rauland, Gil Publicidade, Opção Informática, Walter Guimarães, Jefferson Lima, . Dj. Dinho, Sr. Acrílico, Retifica de Motores Cidade Nova, Panificadora e Confeitaria Versailes, Alubox, Dr. Salatiel Barbosa, Escola Profissional Omega, Churrascaria Rodeio, Recapagem Líder, Ideal São Francisco, Ideal Junior, Winner's Curso, Just For Doctors, Treme Terra Tupinambá, Transcobrás, Lojão das Baterias, Belém Brindes, Madri Veículos, Visuarte Shopping Studio, Grama Pedras, Interton Industria e Comércio, Walter Guimarães, Giro na TV, Amazon Moveis e Algazarra Buffet Infantil. Após a entrega da premiação aos profissionais liberais e às empresas houve uma bela festa de congraçamento e um gostoso jantar com sabores regionais, foi oferecido aos presentes. Edílson Wanderley estava feliz e ao final, cumprimentou todos os presentes a essa agradável festa de confraternização, entre os premiados com o Prêmio de Globo Marketing. Edílson Wanderley, diretor da Globo Pesquisas e Estatísticas


Lílian Andrade, Colégio Ideal

Antonio Carlos Trindade, FACI

Tv Rauland

Panificadora e Confeitaria Versailes

Retifica de Motores Cidade Nova

Interton

Winner's Cursos

Restaurante Kamikase Sushi

Giro na TV

Jeffersom Lima

Dj. Dinho

Sr. Acrílico

Depil Soft

Paramazonia Hotel

Rádio Rauland

Paramazonia Viagens e Turismo

Belém Brindes

Consórcio Remaza Nova Terra

Alubox

Escola Profissional Omega

Madri Veículos

Amazon Moveis

Recapagem Líder

Treme Terra Tupinambá

Visuarte Shopping Studio

Dra. Elza Brito

Ideal Junior

Lojão das Baterias

Grama Pedras

Dr. Armando Costa Ferreira EDIÇÃO 57 [OUTUBRO] p a r a m a i s . c o m . b r

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O 25º

Arte Pará A

drianna Rabelo Alves e Chang Ghi Chai foram as vencedoras do 25º Arte Pará, uma realização da Fundação Romulo Maiorana. Receberam o prêmio de maior destaque no valor R$15 mil reais. Suas obras estão expostas em uma sala do Museu do Estado do Pará, onde ocorreu o vernisagem da exposição. O segundo lugar foi conquistado por Elieni Tenório, com a obra '”Sobre a pele'”, que ficou com o prêmio no valor de 10 mil reais. O terceiro lugar foi para as Como sempre o público prestigiou a abertura

A abertura do 25º Arte Pará

fotografias do pernambucano Bruno Vieira de Britto, que ganhou R$5 mil. Também serão distribuídos R$ 10 mil em Prêmios Aquisição, entre sete artistas. Cinqüenta e nove artistas de todo o Brasil foram selecionados entre o total de 538 inscritos, o dobro do registrado no ano anterior. As exposições do Arte Pará estão espalhadas pela cidade no MEP, no Museu de Artes de Belém, no Museu de Arte Sacra e este ano também, no Ver-opeso, Mercado de Carne e no Mercado de Peixe, com obras de intervenção urbana. . As exposições ficam abertas ao público até o dia 30 de novembro.

Salão Para Ronaldo Maiorana, o diretor-editor corporativo das Organizações Romulo Maiorana, que fez a abertura da exposição, o Arte Pará já possui uma forte

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Chang Chai, Jatene, Adrianna Alves e Roberta Maiorana Eliene Tenório, uma das premiadas com Ronaldo Maiorana

Guy Veloso, um dos premiados, recebe seu prêmio

relação com a cultura paraense. “A arte é o sentimento de viver expresso pelo artista. Quando vejo tantas coisas belas e a importância desse projeto, lembro de meu pai, que foi quem idealizou tudo isso”, disse, lembrando que hoje quem coordena a Fundação Romulo Maiorana, responsável pela realização do Arte Pará, é Roberta Maiorana. O curador da exposição, Paulo Herkenhoff. disse estar satisfeito com a qualidade deste ano. “Obras excelentes e que demonstram a importância que o Arte Pará adquire a cada ano”. A partir deste ano as mostras ampliam de maneira significativa o alcance do Arte Pará, se configurando como um “festival de arte, uma constelação de exposições, no sentido de prestar uma homenagem à cidade, e também chamar a atenção para a necessidade de preservação do patrimônio.

entregues ao mercado e às vicissitudes do mercado. Não queremos mudar a vida dos feirantes. Se alguém chegar e colocar um pôster por cima, se alguma coisa for machucada, é parte da vida deles, não queremos instalar uma tensão porque as obras estarão lá. Os artistas não pretendem alterar a vida das pessoas”, explicou.

Conferindo Procuramos ouvir uma série de pessoas entendidas em arte e algumas completamente neófitas, todas sem exceção, aplaudiram a iniciativa de levar e ao mesmo tempo plantar uma semente de arte e beleza estética ao “povão”. Há opiniões inclusive que nos próximos “Arte Pará”, a participação popular irá surpreender. Parabéns geral.

Festival de arte Ao levar as mostras para os espaços públicos, o Arte Pará dá um novo significado a esses espaços, discutindo suas possibilidades de uso, e ao mesmo tempo traz para o campo simbólico a vida cotidiana da cidade. Segundo Paulo Herkenhoff, as obras expostas nos espaços abertos serão entregues aos sistemas que regem esses espaços. “A idéia conversada com os artistas é que os trabalhos que estarão lá serão

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Camillo Vianna

Amazônia

A segunda bordoada

E

ntre um sem número de denominações, apelidos, epítetos e tudo o mais que possa conceituar a Região Amazônica e o rio que lhe deu o nome, um deles é O Reino da Symphonia elástica, que cabe muitíssimo bem, por ser conhecida também como Reino da Seringueira e da Árvore que Chora de dona Vicky Baum. Em latim são no mínimo 30, de acordo com o Código Universal do Mestre Linneu. Quanto à conceituação cientifica Hévea brasiliensis, foi dada para que uma das mais importantes árvores do mundo fosse identificada, com facilidade, não só no seu lugar de origem, mas nas colônias inglesas no Oriente, para onde foi levada por “generosidade do Governo brasileiro e em outros lugares onde foi cultivada. A seringueira e os seringueiros estão ligados à cearencização da Amazônia, verdadeira epopéia, que mereceu apenas modesta referência na História da chamada Terra de Santa Cruz. A formidável saga dos nordestinos que, sem contestação, ajudaram a ocupar o Deserto Verde conquistando extensões de terra com a interferência do Barão do Rio Branco, na confrontação entre o nosso governo, o da Bolívia e do Peru, este com a participação de Euclydes da Cunha, em relação a problema de fronteira com o rio Purus, tal qual a Cabanagem é pouco conhecida pelos brasileiros. Durante a 2º Guerra Mundial, por estarem os seringais de cultivo do Oriente ocupados por tropas japonesas, por imposição dos norteamericanos, nosso país foi guindado à condição de aliado, sendo então criado o Exército da Borracha com a convocação compulsória para a extração da borracha dos seringais nativos abundantes na região. No que pode ser considerada a

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terceira leva dos que vieram do semi-árido, está em andamento o que corresponde ao processo de integração da Amazônia - que está sendo empurrado aos trancos e barrancos, em verdadeiro pandemônio os maranhenses estão superando os cearenses e são trazidos como força braçal, para abrir pastagens, derrubar e queimar florestas ou bateiar nos garimpos, sendo que essas tarefas, em tudo por tudo, apresentam a característica de trabalho escravo, colocando o Pará nas grimpas dessa atividade desumana, graças aos chamados sulistas, que incluem gaúchos, paulistas, catarinenses, mineiros e goianos, desmentindo, formalmente, a história do 13 de maio, da Princesa Izabel. Nessa barafunda de seringais e seringueiros tem muita coisa mal contada, que passa como absoluta verdade, a começar pela assertiva que Wilckham que teria levado 70 mil sementes, embarcadas no porto de Santarém e levadas para o Museu de Kiew. Tal empreitada seria contrabando puro e simples, porém, como se diz por aqui, menas verdade porque, segundo consta, teria havido na saída do navio Amazonas, até banda de música para festejar o acontecimento. O que é certo é que os genocidas e colonialistas ingleses aplicaram nos nativos brasileiros, o golpe do João sem braço e nós levamos na cabeça a primeira bordoada. Daí em


diante, por manobras muito cabreiras, perdemos a hegemonia do mercado gomífero mundial, aí pelos anos de 1912. Com relação aos franceses e holandeses, que possuíam colônias no continente sul os historiadores patrícios que se esforcem para descobrir sua participação nessa rapinagem. A segunda cachuletada aplicada no nosso cocoruto, não tem nada a ver com a empreitada dos gringos, e a responsabilidade exclusiva, cabe ao nossos patrícios brasileiros do sul, do sudeste e mesmo do centrooeste com a levada tranqüila para a Bahia, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, entre outros, da árvore que produz Ouro Branco, com a colaboração ostensiva do Governo Federal. Os seringais formados ou em formação no restante do Brasil, foram estimulados pela verba do Governo Federal, com a participação de pesquisadores das universidades locais. Com relação à Amazônia sempre houve carência de verba e, cientistas de alto nível, da Faculdade de Ciências Agrárias do Pará, atual Universidade Federal Rural da Amazônia, como o Professor Eurico Pinheiro, respeitado e conceituado em todo o mundo, no que diz respeito a Hévea brasiliensis, vem sendo pura e simplesmente deixados de lado. Os americanos estimaram a existência de 4 milhões de seringueiras nativas na Amazônia, porém nem isso estimulou o Governo brasileiro à retomada da hegemonia da produção do látex. O próprio Banco da Borracha, criado durante a grande confrontação mundial, deixou escapar a oportunidade de retomar o lugar de destaque que a Amazônia já ocupou. Singela tentativa foi levada a cabo, aí pelos anos 50, não se sabe pra que, nem porque, que foi a formação de

pequenos seringais de cultivo espalhados pela região, sendo do conhecimento que o tal projeto foi executado ou pelo menos planejado, em duas etapas particularmente, no Estado do Pará onde esses verdadeiros elefantes brancos não serviram para nada. Um deles situado à margem da Belém-Brasília, bem na boca da entrada do antigo Leprosário do Prata, foi transformado em pastagem. Outro, instalado na entrada da mesma rodovia, no município de Santa Maria do Pará, continua sem utilização. Até agora, de nada adiantaram tentativas junto a quatro Presidentes da República, ministros, governadores, deputados federais e estaduais e senadores, objetivando a reativação das atividades relacionadas à seringa e aos seringueiros, o que deixa o País em condição subalterna, com relação a este extraordinário produto da natureza. A Sociedade de Preservação aos Recursos Naturais e Culturais da Amazônia (SOPREN) entidade ambientalista criada em 1968, tem entre seus objetivos principais, recuperar o tempo perdido. Merecem destaque entre suas atividades a realização de Semana Amazônica de Preservação da Seringueira, em Rondônia, com o apoio do então IBDF, reunião nacional sobre A Borracha no Contexto Econômico e Ecológico da Amazônia, além de distribuição de mudas e sementes de seringueira para lavradores e ribeirinhos, assim como palestras, reuniões e debates sobre o assunto. O museu de Kiew A Sopren vem se empenhando para transformar a Seringueira em árvore símbolo da Amazônia para que todos os brasileiros sintam a necessidade de se preservar a floresta e lutar contra a internacionalização dessa verdadeira dádiva de Deus, que deverá ser para sempre, a Amazônia Verde e Amarela.

Seringueira a “Àrvore símbolo da Amazônia”

*SOPREN/SOBRAMES

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MPEG 140 anos

Museu Paraense Emílio Goeldi

140 anos de história

I

magine que você está passeando pelas ruas de Belém. De repente, alguém lhe pergunta “onde fica o Museu?” Quem não é da cidade, provavelmente diria “qual museu?” Mas, para quem mora em Belém, já sabe que se trata do Museu Paraense Emílio Goeldi. O Museu Goeldi, carinhosamente conhecido pelos belenenses como “Museu”, completa 140 anos em 2006. Vamos conhecer um pouco mais da história de um dos locais mais agradáveis da cidade. O começo - A história do Museu Goeldi começa no dia 6 de outubro de 1866. Foi nesse dia que o naturalista mineiro Domingos Soares Ferreira Pena, incentivado pela expedição científica do suíço Louis Agassiz no ano anterior, cria a Associação Philomática, juntamente com outros pesquisadores. O objetivo da Associação na época era estudar o homem indígena amazônico. Ainda assim, outras áreas de conhecimento relacionadas à região também se tornaram objeto de estudo da nova entidade, como a geografia, geologia etc. Isso aconteceu no período da belle èpoque de Belém, quando a riqueza gerada pelo comércio da borracha fez a cidade enriquecer econômica e culturalmente,

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tornando-a conhecida como a “Paris da Amazônia”. Nesse contexto, a Associação tinha total apoio do presidente da província do Pará na época, o General Couto de Magalhães, já que ele era naturalista e etnólogo. Tanto que a primeira reunião da Associação aconteceu no Palácio do Governo. Somente no ano de 1870 é que a Associação Philomática muda seu nome para Museu Paraense de Ethnografia e História Natural. No ano seguinte, o Museu Paraense torna-se oficialmente órgão da província.

Mas como o Museu Paraense viria se chamar Museu Paraense Emílio Goeldi? A era Goeldi - Após um começo promissor para a ciência na Amazônia, o Museu Paraense já estava oficialmente desativado no final do século XIX, devido um decreto imperial. Entretanto, com a proclamação da república em 1889 e com o interesse do novo regime em desenvolver o estudo científico na região, o Museu Paraense ganhou um novo fôlego. Foi em 1894 que o pesquisador que hoje dá nome ao Museu, o naturalista suíço Emílio Goeldi, assumiu


como diretor, contratado pelo então governador do Pará, Lauro Sodré. Goeldi implanta um zoológico e horto botânico que destacariam espécimes genuinamente regionais. Abrigado inicialmente no prédio onde hoje funciona a Academia Paraense de Letras, o espaço que o Museu Paraense ocupava ainda não era suficiente para as pretensões de um Jardim Botânico. Desse modo, no ano seguinte, Emílio Goeldi solicita ao governador a aquisição de um novo local para a crescente instituição. Lauro Sodré atende ao pedido do pesquisador e adquire a “Rocinha” (também conhecidas como sítio ou chácara) do Coronel Silva Santos, onde o Museu está sediado até hoje. Na época, a Rocinha localizava-se na periferia de Belém. Rocinha (pavilhão de exposições Domingos Hoje, está no centro da Soares Ferreira), prédio símbolo do museu cidade. Em 1897, o espaço do Museu Paraense foi ampliado, com a desapropriação de terrenos do seu entorno (hoje o PZB conta com 5,4 hectares). A partir daí, as obras para implantação do Parque Zoobotânico tem início, com a construção de viveiros, tanques etc. No setor de flora, o botânico Jacques Huber foi o responsável pela aquisição de espécies da flora para a coleção do Parque. A beleza dos ambientes do PZB na época da floração das plantas e a diversidade da flora amazônica podem ser vistas ainda hoje pelo público, graças ao seu trabalho. A população local aderiu à instituição. No início do século XIX, pessoas de diversas classes sociais fazem fila no Museu Paraense para ver diversos espécimes de fauna e flora amazônicas, hábito que permanece até hoje entre os belenenses. Aos poucos, são inauguradas também várias outras atrações como o Aquário, o Lago da Vitória Régia e o viveiro das Aves Brejeiras.

Com atrações inauguradas constantemente, o Museu Paraense atingiu em 1900 a impressionante marca de noventa mil visitantes por mês, superando com folga a média de visitação dos outros dois mais importantes museus brasileiros - o Museu Nacional e o Museu de Zoologia (SP). O número equivalia dizer que 100 % da população da cidade freqüentavam o Museu Goeldi. Uma média impressionante para qualquer parte do mundo - e até hoje o Museu Goeldi se mantém acima dos padrões de visitação. Ainda no período de administração de Emílio Goeldi foram constituídas as quatro áreas de pesquisa do Museu Paraense, que perduram até hoje: Botânica, Zoologia, Ciências Humanas e Ciências da Terra e Ecologia. Na área de Ciências Humanas, o Museu Paraense foi a primeira instituição do país a se preocupar com o estudo da antropologia, voltada principalmente para o homem amazônico. Emílio Goeldi dirigiu o Museu Paraense entre os anos de 1894 a 1907. Peixe-boi Foram treze anos a frente da primeira instituição do país preocupada em estudar a Amazônia. Após deixar a direção do Museu, Emílio Goeldi retornou para a Suíça, onde viria a falecer em 1917, aos 58 anos. O Museu Goeldi hoje - Atualmente, o Museu Emílio Goeldi conta com três “bases físicas”: o Parque Zoobotânico (PZB), o Campus de Pesquisa e a Estação Científica Ferreira Penna (ECFPn). O Parque Zoobotânico é a porta de entrada do MPEG e, sem dúvida, o espaço mais conhecido do Museu. Nele é possível observar a fauna e flora amazônica nos mais diversos ambientes, como a vitória-régia, a onçapintada, o peixe-boi, o macaco-aranha etc., além de exposições ao longo do ano, tudo isso no centro da EDIÇÃO 57 [OUTUBRO] 27

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MPEG

Atividade de educação ambiental - Clube do Pesquisador Mirim

140 anos

cidade. É possível ainda visitar o Aquário (o mais antigo aquário público do Brasil) e o prédio da Rocinha (onde são montadas diversas exposições). Além disso, o PZB é o principal espaço de realização de atividades de educação ambiental para os estudantes de várias escolas de Belém. O campus de pesquisa do Museu Goeldi fica localizado na Avenida Perimetral, próximo ao Núcleo Pedagógico Integrado (NPI/UFPA). Nele estão concentradas as atividades científicas do Museu, onde se realizam pesquisas nas mais diversas áreas de conhecimento. Lá estão as Coordenações de Botânica, Zoologia, Ciências da Terra e Ecologia e Ciências Humanas, além de outros espaços importantes como o Herbário (onde estão armazenadas amostras de plantas da Amazônia), a coleção fotográfica (constituída por 1500 negativos de vidro do século XIX), a Biblioteca do Museu Goeldi e as diversas coleções científicas. A Estação Científica Ferreira Penna é a mais recente base física do Museu Goeldi. Fundada em 1993, está localizada na Floresta Nacional de Caxiuanã, em frente a Ilha do Marajó. A Estação Científica serve como base para pesquisadores brasileiros e estrangeiros interessados em desenvolver estudos sobre a biodiversidade amazônica. Para isso, conta com toda a infra-estrutura necessária: alojamentos, refeitórios,

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laboratórios etc. Além disso a ECFPn funciona como espaço de treinamento para jovens pesquisadores, analistas ambientais, técnicos de pesquisa e agente comunitários etc. Todos os anos, a Estação do Goeldi promove a Gincana de Caxiuanã, que reúne estudantes das diversas escolas que atendem as comunidades ribeirinhas dos municípios próximos à Estação, em atividades esportivas e de educação ambiental. 140 anos de história- Contar o início da ciência nacional na Amazônia, através da vida daquele que hoje dá nome ao Museu Goeldi. Esse é o desafio da exposição Reencontros: Emílio Goeldi e o Museu Paraense, que está aberta à visitação no prédio da Rocinha, no Parque Zoobotânico. A exposição, que inicia o ciclo de comemorações dos 140 anos do Museu Paraense Emílio Goeldi, destaca o

Pau-brasil plantado por Getúlio Vargas - Parque Zoobotânico


período em que o naturalista suíço Emílio Goeldi consolidou um projeto arrojado e contemporâneo de museu nas portas da região amazônica. Reencontros tem previsão para permanecer aberta ao público por, pelo menos, dois anos. Do início ao fim, o visitante se sentirá viajando pela história do então Museu Paraense de Etnographia e História Natural. Logo na entrada da exposição, o público é convidado a conhecer a história do diretor que consolidou o Museu Paraense: Emílio Goeldi. O visitante poderá observar em uma espécie de “linha do tempo” toda a trajetória de Goeldi, desde seu nascimento até sua morte, em 1914. Seguindo adiante, é possível conhecer como o Museu Paraense se tornou a mais produtiva instituição científica nacional de sua época, recebendo reconhecimentos da comunidade científica internacional e prêmios em Londres, Itália e nos Estados Unidos. O sucesso do naturalista se deve a montagem de uma fantástica equipe de pesquisadores, o apoio irrestrito dos governadores do Estado do Pará (Lauro Sodré, Antonio Lemos e Augusto Montenegro), a conquista da elite e do apreço popular com atrações diversificadas do Parque Zoobotânico. Organizar uma das primeiras instituições de pesquisa do Brasil não é tarefa para uma única pessoa. Assim, Reencontros tem uma parte dedicada a outras pessoas que auxiliaram Emílio Goeldi na consolidação do Museu Paraense. Entre eles, estão o botânico Jacques Huber e a ornintóloga Emília Snethlage. Passando por depoimentos de diversas personalidades da época, como Lauro Sodré, Governador do Pará na época, e Franz Steindachner, intendente do Imperial Museu de História Natural de Viena, o visitante chega a parte da exposição dedicada às coleções do Museu Paraense. Será possível observar os primeiros espécimes coletados das coleções botânica e zoológica, alguns coletados pelo próprio Goeldi. Uma atração à parte são os exemplares de duas outras coleções. A etnográfica apresenta objetos rituais e do dia-a-dia de etnias indígenas e quilombolas, algumas já

Urnas funerárias indígenas Exposição Reencontros

Escavação arqueológica em canaã dos carajás, onde o museu desenvolve um projeto de educação patri

extintas na região amazônica. Adiante, a coleção arqueológica traz ao público vestígios dos primeiros habitantes da Amazônia, como as seculares urnas funerárias indígenas.

Parque Zoobotânico do MPEG Funcionamento: de terça a domingo, das 9h às 17h Ingressos: R$3,00 (Parque e Exposição) R$ 2,00 (somente Parque) R$ 1,00 (meia-entrada para estudantes) visite o site do MPEG: www.museu-goeldi.br

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Vida e missão no chão da

Amazônia A

Comissão Regional de Evangelização da Amazônia e agentes multiplicadores da CF, reunidos na sede da CNBB Norte 2, com o objetivo de aprofundar as questões relativas à realidade amazônica, motivada pela Campanha da Fraternidade de 2007, cujo tema é “Fraternidade e Amazônia: vida e missão nesse chão”, manifestam sua posição diante da situação vivida pelo povo amazônico.

Carta aberta à Sociedade A situação atual em que vive a maioria da população pobre é degradante e de verdadeira calamidade pública, com situações humanas e questões sociais preocupantes. Destacam-se aqui as populações indígenas, afros descendentes, ribeirinhas e outras, que constantemente vem sendo ameaçadas em seu espaço e agredidos em suas culturas. Nos centros urbanos, percebe-se o crescimento caótico de problemas sociais típicos de grandes centros como: falta de estruturas e de serviços públicos nas extensas áreas suburbanas, desemprego, degradação dos costumes, desagregação familiar e violência. No campo aumenta a disputa pela posse das terras através de ameaças, intimidação e difamação. Muitas

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vezes a violência física é usada como arma para manter acuados, excluídos e até executar a população e os que defendem os direitos humanos. O modelo de desenvolvimento econômico implementado é inadequado ao meio ambiente, aumentando a devastação das florestas, que ameaça à biodiversidade e o complexo e delicado ecossistema. A região tem sido olhada como fronteira de expansão do agronegócio, que se articula com um modelo que prioriza a extração mineral, a biopirataria e o desmatamento; um olhar predador que vê a Amazônia, apenas como região geradora riqueza.


1-A promoção real de conhecimentos atualizados e críticos sobre a realidade da Amazônia brasileira, dos seus povos tradicionais e das formações urbanas, no que diz respeito à diversidade de sua história, economia e cultura, superando a desinformação, os preconceitos e as falsas interpretações; 2-O fortalecimento das iniciativas que valorizem o respeito à vida e ao meio ambiente, incentivando projetos de iniciativa popular dos amazônidas. 3-A aplicação da justiça nos casos de assassinatos de lideranças e defensores dos Direitos Humanos. 4-O estímulo à mudança de mentalidade que se expressa num estilo de vida simples e austero, respeitoso do ambiente e do próximo; 5-O apoio, incentivo, participação e controle da sociedade civil, com critérios de gestão sócio-ambiental, na elaboração e implementação das políticas públicas e projetos locais, regionais, nacionais e internacionais, para o desenvolvimento da Amazônia. 6-A formação de uma comissão capaz de supervisionar os grandes projetos e as verbas destinadas para implementação de políticas públicas. 7-A disponibilidade de recursos técnicos e financeiros, às comunidades tradicionais, extrativistas, quilombolas, reforma agrária sustentável, créditos educativos, reflorestamento etc. 8-A apuração e denuncia de situações e ações que agridem a vida, os povos e o ambiente amazônico, como os projetos de dominação políticaeconômica que perpetuam modelos colonialistas;

9-O fortalecimento das Universidades públicas instaladas na Amazônia, garantindo investimento em pesquisa voltada para os povos locais e um novo modelo de desenvolvimento. 10-A Implementação de ações que combatam a apropriação indevida dos conhecimentos tradicionais 11-O fortalecimento da cultura popular regional, incentivando os artistas populares da região. 12-O Investimento A seca "devora" o rio no interior do município de Juruti na educação para o trabalho, integrado às políticas de desenvolvimento regional e sustentável, ampliando as oportunidades de profissionalização para os jovens e trabalhadores da Amazônia. 13-A garantia do controle social sobre as águas da Amazônia, maior reservatório de água doce do planeta. 14-A efetivação de projetos públicos para evitar a poluição e degradação dos rios que recebem dejetos e lixo urbano das cidades em seus cursos, bem como a recuperação das nascentes de rios e lagos. 15-A democratização do uso das terras, combatendo a grilagem, a pecuária e a monocultura extensiva (agronegócio), destinando-as aos povos tradicionais e camponeses para o cultivo de alimentos orgânicos. 16-A Garantia da demarcação de terras indígenas e sua posterior homologação. 17-A defesa e a promoção da economia popular, participativa e solidária, baseada no principio da convivência produtiva com as fontes naturais de folhas flores, frutos e animais das florestas, cerrados e estepes, bem como dos rios e lagos 18-O Investimento real de fontes alternativas de energia, em contraposição à construção de grandes hidrelétricas. Comissão Regional de Evangelização da Amazônia

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Foto: Celivaldo Carneiro

Preocupados com a situação que vive a Amazônia propomos:


Acyr Castro

O Centenário do Poeta lguém pergunta o que dá maior alegria ao homem? A alegria maior para o corpo humano é a da luz do dia, penso assim; e para a mente de todos, pelo menos para mim, é o claro conhecimento das coisas e das pessoas. Tenho profundo aprêço pela palavra; sem ela, acredito, não haveria a vida, que Deus criou falando ou pensando, “faça-se”. A natureza passou a ser através da palavra. Os escritores somos graças à palavra, queiramos ou não queiramos; e da palavra surgiu a escrita que vira literatura quando carregada, em si, de uma certa energia e determinado calor de vivência. “Música das luzes”, na expressão feliz do pioneiro cineasta francês (1889/1981) Abel Gance, precursor da tela tríplice no seu filme de 1926 sobre o Imperador Napoleão Bonaparte, o cinema emprega e verbalização; porém é o cinema a arte das imagens em movimento mas definindo-se em duas estéticas a que acabou em 1930, por aí, cuja especificidade se fixa notadamente no visual e na mímica e na gestualidade dos atores; e a estética de em seguida, a acreditar em especial no som e no enquadramento da “realidade” da visualização dos fenômenos vitais e da récita do elenco. Talvez esteja começando uma nova estética, a da digitalização, porém isso fica para discutirmos mais à frente. Cinema, o mundo, o falado, são artes fílmicas, cumpridas através de fitas. Se me fosse dada a chance de escolher um realizador que simbolizasse uma e outra estética, por natureza cinemáticas, não pensaria duas vezes em indicar como o mais bem sucedido da história: apontaria o inglês (1899/1980) sir Alfred Hitchcock, que iniciou a carreira em 1922 e a encerrou em 1976, artista do olho, dos signos visualizantes e visualizáveis, a formalizar o verso e o reverso do que olhou e nos fez olhar a todos nós objetiva e subjetivamente com uma intensidade única. Há quem haja feito celulóides superiores. Orson Welles (1915/1985) criou algo individualmente maior em “Cidadão Kane” de 1941. A essência da verdade ronda o conjunto de obra de Charles Chaplin (1889/1977) bem melhor. John Ford (1895/1973) foi, quem sabe, mais versátil, menos ambíguo, mais vasto. René Clair (1898/1981) trouxe maior finura, melhor requinte. Todavia nenhum deles, muitíssimo menos os de gora,

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nenhum tão moderno, deu mais profundidade e consistência à cinemagia que Hitchcock, que, no entanto, nunca fez um faroeste (o irlandês Ford é o craque no gênero) nem chega a adquirir no todo ou em parte a musicalidade narrativa seja do igualmente britânico Chaplin seja do francesíssimo Clair. Uma folha de qualidade e de requinte características singular, raríssima; a tornar o autor de “Rebeca” (1940) e “A sombra de uma dúvida” (1943) ou “Janela indiscreta” (1954) e “Festim diabólico” (1948) ou “Pacto sinistro” (1951) e “Os pássaros” (1963) ou “Um corpo que cai” (1958) e “Psicose” (1960) ou “Tortura do silêncio” (1952) e “Frenesi” (1972), caso rigorosamente à parte, acima, sem rivais à vista hoje como ontem. Michelangelo Antonioni, italiano do mundo, explica à sua maneira: “Quando não sei o que fazer, começo a olhar”. Que sina a das palavras! Existem as que matam; ido viajar o cronista e bom papo Luíz Escílio do Carmo Faria, paraense de boa cêpa, os atores (o paulista) Raul Christiano Machado Pinheiro de Amorim Cortez que representou no palco de personagens shakespeareanos a travesti e dama de alta sociedade & o milanês Gianfrancesso (filho do maestro italiano Eduardo de Guarnieri) que foi dramaturgo e poeta de “Eles não usam Black-Tie”, a “Gimba” e “Um grito parado no ar” contra todas as ditaduras incluída a egressa de 1964 & o paraense (o agitador cultural em Cena Aberta) Luis Otávio Barata que tinha texto teatral seu preso na censura desde a última ditadura e que conseguir liberar dos censores graças a muita saliva a quando de estar eu Secretário de Estado da extinta secretária d'Estado de Cultura, desportos e turismo a ditadura ainda de pé em grande pedaço do Brasil mas já morta no Pará devido a uma aliança entre direita & centro & esquerda. E há as palavras resistentes: como as que


pulsam na revista “Cultural” (junho de 2006), nº 1, ano 1, festejando os 106 anos da Academia Paraense de Letras em boa edição de João Carlos Pereira e numa impressão gráfica em preto & branco definitivamente precária. Se o poeta independe do verso, como no Japão e na China, se dispensa métrica e rima desde que o poema se cumpra ritmicamente, pode a poesia invadir área mais perto de sua consciência artística que sempre foi a musical. Digo então, que poucos projetos estéticos são tão poéticos quanto o do DVD de um cantor-ator como Ney Matogrosso. Acontece que quantos os DVDs de música (popular ou erudita) tão poeticamente valioso e belos como o “Ney Matogrosso interpreta Cartola” de Accorde cinema & televisão ? Desde 2002, quando a Universal Music o gravou, ao vivo, em Florianópolis / Santa Catarina, que não, vejo e ouço um ser humano cantar tão lindamente nestes brasis de Elizeth Cardoso, Orlando Silva, Elis Regina, João Gilberto, Silvinha Telles, Silvio Caldas, uma Alcione, Roberto Silva, uma Leila Pinheiro, um Roberto Carlos, uma Maysa, um Caetano Veloso, uma Fafá de Belém, Tito Madi, Mario Reis, de uma Dione Colares, Mário Reis, Maria Bethânia, Walter Bandeira, Gel Costa, Miltinho, Lucinha Bastos, por aí... Uma última indagação a responder: “há condições de se achar de filosofo quem não possui nenhuma doutrina própria quanto mais todo um corpo de doutrina?” Respondo que, pelo qu'eu saiba, nenhuma. No geral, você lembrou bem, este é o ano do Centenário de Mário Quintano. O gaúcho de Alegrete, 1906 / 1994, Mário de Miranda Quintana, poeta, tradutor, cronista, um escritor excepcional. Estreou como sonetista, “Rua dos CataVentos”, em 1940, autor igualmente de “Canções”, “Sapato Florido”, “Espelho Mágico”, O Aprendiz de Feiticeiro”, uma beleza! Genial domador da palavra esse centenário Quintana:

“Eles passarão, Eu passarinho”

Os 100 anos de Mário Quintana

*Jornalista e Escritor

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por Jorge Arbage

“Principe do ABC Paulista” Czar Pedro, o grande

É

Luiz XIV

inquestionável que na literatura hodierna, a ciência política ocupa lugar de destaque só comparável ao que na Idade Média concedeu a teologia, com a diferença que, á época, se escrevia, e publicava, muito menos do que nos dias de hoje. No vértice dos acontecimentos políticos, o homem sempre aparece como o principal interessado na cobiça do poder. Muitas são as obras que tiveram como autores os próprios detentores do poder. Entre outros, citaríamos o czar Pedro o grande, que deixou um testamento; Luiz XIV, deixou Máximas e Intenções; Napoleão, um memorial. Líderes como Fouchê, Talleyrand e Matternich até Churchill, de Gaule e Kruschev, nos legaram suas Memórias. Todo esse rico acervo literário poderia ter como titulo “a habilidade de compreender e conservar o poder”. Também, outros estudos foram escritos por pensadores e observadores na tentativa de encontrar fórmulas mágicas para alcançar a cerne do poder. Maquiavel, por exemplo, tem a fama de ser amoral, imoral e clínico. No entanto ele comete a heresia de pretender desmontar aos nossos olhos o pensamento comum dos políticos, quando costumam, no dizer de Bentham, “pensar uma coisa e afirmar outra e emprestar a seu comportamento egoísta os motivos mais nobres”. Um conselho singular de Maquiavel a seu principio, manda basear-se nas suas decisões e ações unicamente no interesse pessoal e do Estado, sem se preocupar com a justiça e a ética. E mais, na sua concepção, Maquiavel fala de índole do homem sobre a desilusão do governante e do governado, para concluir que “são ingratos, volúveis, covardes, falsos, cobiçosos e são-te inteiramente devotados enquanto gozares de boa fortuna. Oferecerteão seu sangue, suas vidas, suas propriedades quando a tua necessidade dele está distante mas, se ela aproximar-se, voltar-se-á contra ti”. Diderot dizia que Maquiavel ensina ao governante a “arte de ser canalha”. Lição que alguns poucos governantes no território pátrio já aprenderam e puzeram em pratica como tara vindo do berço. Outra recomendação de Maquiavel ao seu príncipe,

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Napoleão

Fouchê

Talleyrand

sugere que “quando ele, o príncipe, conquista um pais acostumado a viver em liberdade, deve destruí-lo, ou correrá o risco de ser por ele destruído”. O que pode servir de pretexto para destruir um pais acostumado a viver em liberdade? Há, sim, muitas coisas, porém a mais utilizada no mundo político, é o apodrecimento literal da ética, da moral, da justiça, da família, da responsabilidade, da fé, do afastamento da doutrina cristão e da negativa de Deus na história da civilização. Faça-se um confronto do que vem ocorrendo atualmente neste país descoberto sob o signo da cruz, tomando por base os últimos quatro anos de governo petista, com o passado não muito recente. Há apenas uma resposta gravada na mente de qualquer cidadão ou cidadã brasileiros: “Nunca tantos, roubaram tanto em tão pouco tempo”! Prova indiscutível de que o Brasil tem a frente do seu destino, não sabemos até quando, um fiel servidor da doutrina de Maquiavel! Alguma coisa, no entanto, é responsável pelas conseqüências desses desatinos que colocaram, e ainda colocam um risco a própria democracia. Em primeiro lugar, chegamos a tal situação, graças a uma oposição que nunca soube e não sabe ser oposição ao governo federal. Explico a razão. Toda a nação recorda, o procedimento do ex-deputado Roberto (PTB-RJ), que teve a coragem de denunciar o ilícito do “mensalão”, dando nome ao chefe da quadrilha, que outro não era, se não, o chefe da casa civil José Dirceu, cujo o gabinete é contíguo ao do Presidente da República no Palácio do Planalto. Quis o parlamento petebista, por medo ou escrúpulo, poupar o chefe da nação, eximindo-o de responsabilidade no feito criminoso. A partir desse instante, era dever imperativo do Congresso Nacional, dada a gravidade da denúncia, criar uma CPI para investiga-la com base “fato determinado”. Concomitantemente, o pedido de “Impeachment” do Presidente da República era indispensável e, mais que isso, obrigatório. Para tanto, o PSDB e o PFL dispunham de número suficiente de deputados e senadores para formalizar os pedidos. Na verdade, tergiversaram no


cumprimento do dever constitucional e moral, ao contrário dos legisladores de 1992 que, por um naco ínfimo de suspeita de corrupção, depuseram o Presidente Fernando Collor de Mello. Churchill

De Gaulle

peregrinação terrena, pregando a doutrina do amor e da justiça, sem outro interesse que não seja o anúncio do Reino de Deus; mas com as atitudes de Judas Eucariotes, que se dizia “cuidadoso com os pobres”. Maquiavel

Kruschev

Bentham

Livre da omissão congressual, Lula tratou de abafar, com notável eficiência, os perigos e crises e, o que é curioso mencionar, sem mover uma palha. Nítida estratégia maquiavélica, porque ao adotar tal procedimento, mostrou que chegou ao poder pelo voto popular e com pequena fatia dos votos da classe privilegiada. Astuto é, hábil no artifício da demagogia, sabe melhor que ninguém que o povo tem melhor coração ou mente mais crédula do que os letrados. Sem sombra de dúvida, o estrépito que sabiamente explora, através da mídia e da militância petista, dão-lhe a “poli-position” nas pesquisas eleitoras tanto no primeiro como no segundo turno. Por absurdo que possa parecer, Lula já convenceu a grande maioria da nação que é um exímio protetor dos pobres e oprimidos. E foi além: está convencido de ter muita semelhança com Jesus Cristo! O confronto, é um motivo de grande oportunidade para se relembrar um episódio marcante que ocorreu durante os trabalhos da Assembléia Nacional Constituinte. Um parlamentar do PT propoz perante a Comissão de Sistematização que fosse abolido do Preâmbulo da Constituição Federal o nome de Deus. Lula estava lá. Nada disse, nada fez e votou a favor do insulto a majestade do Criador do Céu e da Terra...! Agora, o confronto em parte tem sentido. Não com Jesus, o Mestre dos Mestres, este sim, autêntico na sua

Explico: Na casa de Lázaro, Maria servia a ceia, quando Marta ungiu os pés de Jesus com uma libra de ungüento de nardo puro, de muito preço, e depois enxugou-os com seus cabelos. Judas protestou dizendo: “Porque não se vendeu este ungüento por trezentos dinheiros e não se deu aos pobres?”. Ora, diz o Evangelista São João, (11,45-53): “ele disse isso não pelo cuidado com os pobres, mas porque era ladrão e tinha a bolsa, e tirava o que ali se lançava”. Lula é autor da frase (300 picaretas) que coincide com os “300 dinheiros”, valor proposto por Judas para venda do ungüento que Marta ungira os pés de Jesus! Judas tinha a bolsa e tirava o que ali se lançava, Lula tem, além da “bolsa família”, a “bolsa mensalão”, a “bolsa dólar na cueca”, a “bolsa dossiê”, a “bolsa “sanguessuga” e tirava delas o proveito de cuidadoso dos pobres com o retorno dos votos”. Finalmente, entre os doze apóstolos de Jesus, houve, apenas, um ladrão. No grupo dos companheiros que cercam Lula no Palácio do Planalto, há, sim, expressiva incoincidência...! É digna de atenção esta máxima de Napoleão I (França), bastante atual para os nossos dias: “Os homens que mudaram o universo não o fizeram atraindo as elites, mas convencendo as massas”. Razão fortíssima para ficarmos de olho vivo no príncipe do ABC paulista!

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por Dulce Rosa Rocque

6 0 0 2 o i r i C o d o t u A do A mãe do morto A encenação da Morte do Auto

Decretada a Morte solene

já tradicional “Auto do Círio”, que se realiza desde 1993 pelas ruas da Cidade Velha, este ano não saiu. O motivo foi a não confirmação de patrocínio em tempo hábil para poder preparar um espetáculo com a mesma qualidade e beleza dos anteriores. Essa noticia não foi bem recebida por todos aqueles cidadãos que participaram das passadas edições. Um grupo de senhoras moradoras da cidade Velha decidiu, então, fazer uma procissão de velas, como ato de protesto. Do lado oposto da cidade, outras pessoas também

O público assiste o documentário Olhares sobre o Círio

decidiam fazer algo. Numa noite em que ensaiavam na Praça do Carmo, por acaso, um grupo encontrou o outro. Essas duas forças se uniram para não deixarem que a homenagem dos artistas à nossa Padroeira, desaparecesse do cenário das atrações da Quadra Nazarena. Em poucos dias foram feitos contatos e várias adesões chegaram para aumentar o numero de artistas (e não) dispostos a participar do ato. Rubão, Caveira e outros se dispuseram a colaborar. Políticos deram uma mãozinha com a

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O Morto

Início do préstito

deram uma mãozinha com a burocracia e comerciantes com velas e outras pequenas coisas n e c e s s á r i a s à manifestação. “A Morte e Ressurreição do Auto do Cirio 2006”, realizou-se como nos anos anteriores, na sexta-feira que precede o Círio, saindo da Praça do Carmo. As janelas do Colégio do Carmo e de todas as casas estavam com bandeiras pretas. A maior parte dos participantes também estavam de luto com roupas pretas e roxas e velas acessas. Cerca de 20.000 pulseiras pretas

Grande público assistiu o início da Morte

O préstito

O velório

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foram distribuídas e colocadas no pulso dos participantes. Grossos rolos de fumaça preta completavam o ambiente e davam o clima fúnebre e triste da morte/enterro da nossa mais famosa Ópera mundana cidadanistíca. Depois da apresentação do documentário da jornalista carioca Luana Lima “Olhares Sobre O Auto”, teve inicio a manifestação com a morte do Auto do Cirio 2006; seguiram depois em procissão até a Igreja da Sé, onde pararam para encenar o segundo ato; outra cena na porta da Igreja de Sto. Alexandre e depois, defronte do Instituto Histórico. No percurso, artistas e público cantavam o “Vós sois o Lírio Mimoso” e recitavam o Funeral do Lavrador. A ressurreição

A comemoração da ressurreição

Quando a procissão de velas O caveira chegou ao lado dos prédios da Prefeitura e do Museu de Arte, aconteceu a Ressurreição do Auto do Círio 2006... Aí começou o carnaval com a Bateria do Xodó da Nega. Uma mobilização popular e espontânea (mesmo sem produção e requinte) fez com que os Artistas Paraenses, em nome da Arte e da Cultura Popular, não deixassem que esse Bem Imaterial da Humanidade atrelado ao Círio de Nazaré, caísse no esquecimento. Como já aconteceu a Ressurreição do Auto do Círio, vamos ficar esperando que em 2007, ele seja encenado com todo seu esplendor. Tantas pessoas envolvidas emocionalmente. Uma paixão, essa, que moveu o artista na sua essência e a CIDADANIA AGRADECE.


por Ricardo Jordão Magalhães ricardom@bizrevolution.com.br

Virado

para a Lua

Q

uerida(o) Amiga(o), Muito provavelmente Você conhece alguém que nasceu "virado para a Lua". Alguém que transforma em ouro tudo que toca, alguém que é bem-sucedido em tudo que faz, alguém que está sempre no lugar certo na hora certa. Eu sou fascinado por pessoas que repetidamente ao longo de suas vidas atingiram grandes resultados em diferentes frentes sem perder a essência de quem realmente são. Para essas pessoas, o sucesso, a riqueza e os resultados não aparecem apenas uma ou duas vezes na vida, mas repetidamente, em todos os momentos de suas vidas, em diferentes campos de atuação. Quando criança na escola, quando adolescente nos esportes, quando adulto no trabalho. Por que isso acontece? Se você não sabe explicar porque isso acontece, eu sei.

Eles TRABALHAM DURO! Eles acordam cedo, abrem o escritório, chegam antes de todas as outras pessoas, nunca reclamam de nada, nunca jogam a culpa de algo em alguém. Eles trabalham duro, por isso, também esperam que todos trabalhem duro, mas esperam muito mais resultado de si mesmo do que dos outros. Eles rejeitam as duas primeiras soluções que vem a sua cabeça quando um problema aparece. Eles continuam procurando e procurando por uma resposta que ninguém tem "tempo" para craniar. Eles são CURIOSOS. Eles estudam MUITO, estão ávidos por REALMENTE aprender coisas novas e desaprender hábitos antigos. Eles fazem perguntas,

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Eu não sou de direita nem de esquerda, eu sou CENTRO, eu sou FOCO. Eu sou fã do Kung Fu, que andava por ai dizendo, "É melhor fazer uma coisa mil vezes do que mil coisas uma vez". questionam autoridade, LÊEM tudo que podem. Eles acreditam que a teoria da escola não é mais importante do que a escola da vida, e nem vice-versa. Eles acreditam SIM, que o verdadeiro aprendizado da vida acontece quando você PRA TICA no seu dia-a-dia a teoria dos livros. Aqueles que nascem "virados para a lua" APLICAM o que aprendem. Eles entendem que aprender para acumular conhecimento não tem valor nenhum. Conhecimento só faz sentido se transformado em ação, criação, construção de novas e melhores maneiras de viver para si e para os outros. Eles conhecem PESSOAS. Eles conhecem muitas pessoas, de diferentes tipos, gostos, locais, culturas e partidos. Eles dão ouvidos a opinião de amigos, chefes, funcionários, colegas, concorrentes, formadores de opinião. Eles não se importam em ter suas idéias escolhidas pela maioria. Na verdade, são pessoas quietas, caladas, por vezes até envergonhadas, mas se importam em ajudar as pessoas e se relacionar com


aqueles que precisam. Eles se auto-ajudam! Auto-ajuda não é coisa de perdedor, é coisa de VENCEDOR. Perdedor é quem não se auto-ajuda. Quem nasceu "virado para a lua" não pára de desenvolver suas habilidades de liderança, gestão de pessoas, percepção da realidade, vontade profunda de melhorar todos os outros aspectos de suas vidas. Quem nasceu "virado para a lua" não tolera falhas, conserta falhas! Eles são DRAMATICAMENTE criativos. São pessoas que se questionam a todo momento. Eles se perguntam: "E por que não?", "Quem disse que não dá para fazer assim?", "O que eu tenho que fazer para ganhar dinheiro com aquilo que eu realmente gosto de fazer?", "Com quem eu devo falar para conseguir os recursos que precisamos para realizar nossos sonhos?". Eles vêem novas combinações, novas possibilidades, novos desafios onde a mediocridade vê problemas e dificuldades. Eles pedem por conselhos, experimentam coisas novas, conversam com especialistas e novatos, sempre procurando por uma maneira DRAMATICAMENTE diferente de fazer as coisas. Quem nasceu "virado para a lua" CRIA, INVENTA, MODIFICA, METE BALA, QUEBRA TUDO! Eles têm auto-confiança e RESPONSABILIDADE. Quem nasceu "virado para a lua" não tá nem aí se vai

levar a culpa por alguma coisa. Eles não perdem tempo reclamando. Eles tomam decisões e andam em frente. Quem nasceu "virado para a lua" toma iniciativa e aceita a responsabilidade pelas decisões que toma. Eles são calmos e não perdem a perspectiva das coisas. Mesmo em momentos de stress e confusão, quem nasceu "virado para a lua" mantem o bom humor e a paciência. Eles compreendem que as coisas levam tempo. Nada é por acaso. Tudo tem a sua hora. Uma coisa leva a outra. Quem nasceu "virado para a lua" raramente entra em pânico ou grita com outras pessoas. Quem nasceu "virado para a lua" raramente toma decisão por impulso. Quem nasceu "virado para a lua" respira antes de falar, pensa antes de falar, questiona a si mesmo se está fazendo as perguntas certas, usa o

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bom senso, os ditados populares, as filosofias de botequim mesmo nas piores crises. Quem nasceu "virado para a lua" vive o momento. não fica lembrando do passado ou sonhando com o futuro. CARPE DIEM!!! O único momento que importa é AGORA. Quem "nasceu virado para a lua", engaveta o seu diploma de engenheiro, e passa o melhor fax do mundo, se "passar fax" é o trabalho que tem que ser feito no momento. Quem nasceu "virado para a lua" olha as pessoas nos olhos, não dá indiretas, confronta a realidade, fala o que pensa doa a quem doer. Quem nasceu "virado para a lua" se diverte com todas as situações porque todas as situações podem ser a última situação. Quem nasceu "virado para a lua" valoriza a refeição que faz, os amigos que tem, o trabalho que entrega, os clientes que serve. Quem nasceu "virado para a lua" não parece que está com pressa mesmo que esteja, não parece que é ansioso mesmo que seja. Eles aproveitam o dia inteiro, 24 horas, todos os minutos. Quem nasceu "virado para a lua" não perde tempo, USA o tempo que tem. Quem nasceu "virado para a lua" procura enxergar longe e não apenas o presente. Quem nasceu "virado para a lua" observa as tendências, anota as mudanças, vê alterações no horizonte. Quem nasceu "virado para a lua" observa a roupa da criançada que anda no shopping, o comportamento dos adolescentes que brincam no parque, os hábitos dos seres humanos que vivem ao seu redor. Tudo é relevante. Tudo sinaliza. Cada pequeno detalhe da vida pode gerar novos negócios, novas idéias, novos produtos e serviços. Novas maneiras de melhorar o mundo. Quem nasceu "virado para a lua" vive no presente, com o coração no futuro! Quem nasceu "virado para a lua" toma decisões fortes e radicais. Quem nasceu "virado para a lua" compreende que as pessoas não mudam hábitos sem passar por um tratamento de choque. Se algo não está funcionando, CORTA rápido, se alguém não está produzindo, troca rápido. Quem nasceu "virado para a lua" pergunta, "Como podemos executar esse projeto com 50% da

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verba?". Quem nasceu "virado para a lua", compreende que REALMENTE tem muito gerente medíocre no mundo, e que a realidade, é que você tem que REALMENTE tocar a sua própria vida, tomar as suas próprias decisões, escrever o planejamento estratégico da sua posição na empresa. Quem "nasceu" virado para a lua, vira o mundo que vive de ponta cabeça, ao invés de viver no mundo da lua. QUEBRA TUDO!!! AGORA, não amanhã.



por José Vilhena

Um mundo

binár10 o mundo dos animais, nós, os racionais, copiamos os irracionais. A natureza nos mostra o instinto do mundo animal onde há os fortes que duelam com os fortes. Mas existe a maioria que é mansa, por isso, esperta para vencer os valentes. Chegam a mudar de cor, de espessura e até transmutar a sua imagem para não serem devorados pelos fortes. Criam cheiros diferentes e até venenos para assegurar sua sobrevivência. Como são as presas mais fáceis, recebem como recompensa a maior procriação para impedir a sua extinção. Há um universo de espécies na fauna, como os cavalos corredores, a preguiça, os que pulam de galho em galho, os que rastejam, os que chupam o sangue, os que precisam estar perto da luz, os que voam, as águias que querem o infinito e as galinhas que ciscam. Neste movimento desigual, mas compartilhado por todos no mesmo espaço, o Planeta Terra, vence o mais forte e a luta continua. O desconforto da massa e da criação de tempos. A Lei de Newton. Só que o homem pensa, logo existe. É ser racional, por isso, absoluto, mas ainda está preso no sim e no não para chegar à “verdade”, de acordo com o seu entendimento sobre a existência. Apenas zero e um, binário. A Teoria da Relatividade. A Lei de Einstein. E cria, mesmo que movido pela manipulação, o molde da massa, especialidade da intelectualidade dos fariseus, que elaboram doutrinas para os homens, por melhor captar o inconsciente coletivo, e os transformam em escravos da existência. E se valorizam no reino dos

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animais racionais. A Lei dos Fortes. “Eu sei que vocês acreditam que entenderam o que vocês pensam que eu disse, mas eu não estou seguro que vocês percebem que aquilo que ouviram não é o que queria dizer”. Quem disse esta frase: Macunaíma? Não, apenas Alan Greenspan, o esperto, que curte a sua aposentadoria porque entendeu que o “mercado” ouve a si próprio. A “verdade” dos valentes. Por isso, não entende Ben Bernanke, o ajuizado, que não está conseguindo manter a ilusão das aparências.


Os grandes jornais sentem saudades do malandro, que Tratado de Proliferação Nuclear sem exigir nada em ria dos otários, dava uma bronquinha de leve: “olha a troca. Mesmo que sua elite saiba, através da história, exuberância irracional”, para tentar trazer os que qualquer alternância de poder sempre terminou em empreendedores à realidade, mas o mundo é guerra, porque assim funciona o mundo dos animais conduzido virtualmente pela “verdade” dos mais racionais. Na política externa, com raras exceções, o fortes. Só que ele dá muitas voltas. Quem imaginaria governo brasileiro sempre defendeu junto à que a Rússia fosse capa da respeitosa revista “The comunidade internacional a independência dos povos e Economist”, bíblia dos capitalistas, com a imagem a democracia; a proscrição das armas químicas, forte de Putin e os dizeres: “Living with a strong biológicas e nucleares; o multilateralismo e a Rússia” (Convivendo com uma Rússia forte). Nem o cooperação entre os povos; a reformulação dos fóruns Papa João Paulo II. Só que os jornalistas internacionais; a regência das idéias dentro The capitalistas britânicos sabem o que é dos princípios do direito internacional e o Economist capital circulante, capital produtivo e uso pacífico da energia nuclear como bem capital político como fonte de poder no econômico. Participa das pesquisas na mundo dos animais racionais. Antártica, mas não tem pretensões Enquanto o ícone dos Estados Unidos é territoriais, ao contrário da Argentina. É dá o uma águia e o da Rússia são duas águias exemplo edificante no campo externo. Mas (bicéfolas), a do Brasil é Macunaíma, o como disse o ator Murilo Rosa, o Brasil tem herói sem caráter, o esperto, defensor do média estima. Ora tem fé, ora tem medo ócio criativo. Estamos mais para Jeca dentro do movimento dialético. Por isso, Tatu, Mazzaropi, Didi Mocó dos Trapalhões que oscila entre a águia e galinha no mundo do sim e do seguem o seu caminho, sendo o país que cresce de não. O mundo binário da opção pelo entendimento. forma permanente, ao ponto de podermos sonhar em Outro dia meu irmão me chamou a atenção sobre uma ser de Primeiro Mundo. Aliás, essa correlação foi feita escola de natação que mudou o seu símbolo. Em vez do por um cartunista que demonstrava que o presidente boto com olhos meigos entrou um tubarão com dentes Lula era apenas o nordestino retirante que vai para a afiados. Nada mais propício no entendimento atual cidade grande conviver sobre a Lei dos Fortes. Nada mais significativo nestes com os fortes. Leva dias em que vivemos. O Líbano, ícone da tolerância daqui, leva dali, a bola religiosa, está sofrendo as conseqüências de ser um chega nos pés, mas não fraco, o boto, sem Forças Armadas de dissuasão, por chuta a gol; na outra sofrer da disputa de interesses estratégicos de Israel e jogada marca gol de dos sírios, os tubarões. Assim como a Palestina, cuja placa e as coisas vão causa de criação de um Estado Nacional não é acontecendo. Muito defendida pelos fortes e vive sendo o pau mandado de parecido com o povo suas cercanias (Jordânia, Síria e Egito). Ao contrário, brasileiro. O patinho feio os árabes utilizam a causa para tentar se livrar de Israel que, apesar de ter todas na região, motivo de desestabilização porque as condições de ser uma consideram o Estado hebreu como defensor dos superpotência devido à interesses estratégicos dos Estados Unidos, devido às s u a d i m e n s ã o imensas reservas de petróleo na região. E a situação continental, assinou o ficou mais drástica porque a Arábia Saudita está se

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aproximando da China, que cresce velozmente, e está quase ali do lado. Os EUA nunca consideraram os árabes “confiáveis”, o que se confirmou após acordo da Arábia Saudita com Pequim. Ou seja, está havendo mudança geopolítica na área do petróleo. Nesta disputa petrolífera na região do Oriente Médio, os árabes não confiam nem em Israel nem nos EUA. Até hoje os norte-americanos bloquearam qualquer pedido à ONU para verificar o poderio bélico de Israel, uma incógnita. Isso significa que no mundo dos animais racionais, nem todo mundo é igual perante a lei. E qualquer variante é aceitável, apesar da grande imprensa chamar essas hipóteses de “teoria conspiratória”. Mesmo que haja a suspeita de que o atentado que matou o primeiro-ministro Rafik Hariri não foi promovido pela oposição libanesa, mas seria um terrorismo de Estado promovido por Israel e os EUA para retirar as tropas sírias do Líbano para atacar o país e mais tarde Damasco e provocar o Irã. Tudo depende da ótica dos fortes. Neste mundo dos animais racionais, o Brasil é o grupo dos trapalhões que acha a mulher bonita “muita areia para o meu caminhão”. Um país inocente que só agora o empresário Antonio Ermírio de Moraes, ainda com suas limitações, começa a pensar pela própria cabeça e descobrir a importância da Petrobrás porque entendeu o movimento geopolítico do petróleo como coerção econômica, mesmo que seja pela masturbação intelectual por temer a Rússia. Em momento algum do seu artigo, publicado no dia 23 de julho na “Folha de S.Paulo”, ele toca no oligopólio das grandes petrolíferas, comandado pelos Estados Unidos, que mantém o preço do petróleo nas alturas. Me lembrei de uma reportagem no jornal “O Globo” na década de 60 que dizia que o uso nuclear pelos Estados Unidos era para o bem da humanidade e o da antiga União Soviética era para o mal. A dialética dos “aliados” e do “eixo”, agora denominado do mal, não analisando outras variantes, a relatividade. Um lado bom, no entanto, ficou em seu artigo. Um integrante da elite brasileira reconheceu a importância, mesmo que não tenha citado, da campanha do “Petróleo é Nosso” e da criação da Petrobrás como o entendimento do povo brasileiro, numa determinada época, sobre a importância da soberania nacional a partir do domínio da tecnologia do petróleo para ter capital circulante e não ficar nas mãos de terceiros. A Petrobrás só foi realidade porque antes o mundo tinha passado pela Segunda Guerra Mundial, alertando os brasileiros que eles deveriam ter estratégia no mundo dos animais racionais, que se

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refletiu no Brasil na criação da Escola Superior de Guerra. Daí a importância da Petrobrás que cuidou de encontrar reservas brasileiras para não ficar refém desta política belicista. Por isso, a Terceira Guerra Mundial, que se aproxima, com suas armas químicas, biológicas e nucleares, será importante para o Brasil assumir a liderança do Século XXI e ser a voz do milênio como veremos mais adiante. Perceberemos que, no mundo dos fortes, os mais fracos têm como premissa a pouca capacidade de formação de capital interno, movimento econômico. Por trás desta discussão há um componente chamado baixo valor agregado dos fracos na Lei dos Fortes. Um dia conversando com um anglo-saxão a respeito da Bolívia, em plena crise com o Brasil, ele disse que “essa gente” é igual a mosquito que fica zoando no ouvido e que a solução é dar um tapa para matá-lo assim como se faz com os insetos que perturbam o sono. Por trás a baixa capacidade de construir uma comunidade, como preconceito dos eternos golpes de Estado na Bolívia. Então, o mundo dos animais racionais está partindo para uma divisão entre capital produtivo e capital improdutivo a partir da formação de capital interno, que antes de tudo se passa pelo capital positivo. O grande desafio do Terceiro Milênio será evitar uma geração de nazistas que está se proliferando em todo mundo. Por isso, o desabafo do presidente George W. Bush ao colega inglês, Tony Blair, retratando os sírios como “essa gente” com quem não se tem diálogo. O mosquito a ser exterminado. Uma das variantes da relatividade, mas que faz sentido para muitas pessoas e que ganha capital político na comunidade internacional. Os exemplos citados são que, enquanto Israel produz riqueza (se não estiver em guerra), os árabes, apesar de ricos, só constroem mesquitas, com divisões internas, e os seus países são repletos de camelôs, cozinhando a céu aberto, sem provocar o efeito da multiplicação do capital. Por esta razão, no Líbano tem grupos que defendem a aproximação com Israel porque “os árabes só sabem produzir pobreza”. A falta de capital interno. O grande desafio do mundo dos animais racionais moderno é a energia (ação), a comunicação (produtividade) e a comunidade (eficiência). Podemos chamar esta santíssima trindade em moeda (valor provocado pela ação), crédito (expansão da comunicação) e Estado Nacional (capital interno). Todo este triângulo tem um objetivo: chegar ao capital produtivo, a multiplicação que leva o homem ao conforto. A trajetória da pedra lascada para se chegar ao paraíso. O neoliberalismo foi a tentativa de se atingir a essa “perfeição” que ora vemos estar cada dia ,


mais longe. Por isso, os neoliberais desenvolveram a reengenharia e todas as suas ideologias para apresenta-se ao mundo como a única reposta à fatalidade, desqualificando qualquer outro projeto social e político. Porque afirma ser o único a despertar a produtividade humana. Mas se ideologia é idéia, um “sonho”, conseqüentemente atrelado a uma doutrina (a linha reta é o caminho mais curto entre dois pontos), por que está sendo condenada? Porque não é sustentável na realidade, criando grandes bolsões de excluídos, que resistem à norma. E esses oprimidos se multiplicam de forma geométrica, ao ponto de atrair integrantes da classe média e até ricos, insatisfeitos com as “verdades” inconsistentes. Então, já sabemos que haverá um duelo contra o capital “improdutivo”, os excluídos, transformando o mundo num confronto entre nazistas em busca da “perfeição” humana e de outro lado os oprimidos com pedras e fuzis nas mãos. Apenas movimento dialético de dor, sofrimento e morte. Entramos na Era Digital que abreviará tempo e espaço. Nada será como antes. A linguagem zero e um, movimento dos contrários, em alta velocidade, exigirá que o homem chegue à unidade planetária, o único

caminho viável para o ser racional que disputa o mesmo espectro e no qual um oprimido será uma bomba prestes a explodir porque não se sente incluído na doutrina dos homens. Do outro lado estará alguém incluído, transformando os dois em vítimas do sistema. Mas qual o caminho se o homem está atrelado ao medo decorrente dele não saber resolver a demanda da realidade inesperada? A construção de todos, opressores e oprimidos. Como formar capital interno em todos os países a partir da identificação do maior valor agregado das coisas que desencadeia toda a cadeia de produção? Este é o desafio que recebe críticas da elite porque não acredita na libertação humana e sua correlação com o raciocínio da mente humana na velocidade da luz, que fez de Lula a esperança da periferia produtiva. O fim do preconceito. Neste campo, o Brasil tem muito a oferecer porque, apesar de ser o Didi Mocó dos Trapalhões, é um país à frente de seu tempo e produz homens à frente de seu tempo. Quem imaginaria falar em oprimidos com tanta atualidade sem falar no educador Paulo Freire. Hoje ele está muito atual, principalmente porque até nas classes mais abastardas encontramos um oprimido, que sobe o

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morro e canta os hinos funks da rebeldia, acabando com a tese da luta de classes. É uma luta muito maior. A este segmento é classificado de “rebeldes sem causa”, mas há uma causa que a sociedade não sabe responder porque não tem parâmetros para compreender os enormes desafios do Terceiro Milênio. Paulo Freire detestava o intelectual arrogante. Para ele, o intelectual de direita já era por convicção arrogante, mas o de esquerda erra por “deformação”. “Nem a arrogância é sinal da competência, nem a competência é causa de arrogância. Nem nego a competência, por outro lado, de certos arrogantes, mas lamento neles a ausência de simplicidade que, não diminuindo em nada seu saber, os faria gente melhor. Gente mais gente”. Paulo Freire. O simples não se opõe ao concreto e ao complexo. Uma definição do povo brasileiro que odeia a intelectualidade pelo ar de arrogância, que levava a mãe da ministra Marina da Silva a obrigá-la a falar errado para “não ficar besta”. A busca pela linguagem do coração. A teoria do conhecimento de Paulo Freire reconhece que o ato de conhecer e de pensar estão diretamente ligados à relação com o outro. O conhecimento precisa de expressão e de comunicação, afirmava. Ele já intuía que a nova educação passaria ser o planeta porque haveria o entendimento que a Terra se tornaria o endereço comum. O novo paradigma educativo fundase agora na condição planetária da existência humana. Neste ambiente de tubarões e ideologias, o Brasil tem muito a contribuir. Digo mais, a ser a voz do milênio. E ele já está começando a pensar pela própria cabeça. Outro dia li uma reportagem com a família Marinho dizendo que a empresa vai ser familiar e protegendo setores estratégicos, contrariando as normas do neoliberalismo que havia adotado. Na foto, os irmãos abraçados para representar unidade de pensamento, o maior valor agregado. O Roberto Irineu reconhecia na reportagem que o Boni, colocado na geladeira pela ótica neoliberal, apesar de ser um brasileiro à frente de seu tempo, já pensava em programa interativo, como o “Você Decide”, antes de se falar em TV digital. Só não citou que as organizações Globo quitaram a sua dívida externa devido ao baixo valor do dólar, mas reconheceu que o povo brasileiro produz o melhor “Big Brother” do mundo e por aí vai, devido à enorme criatividade. Brasil, o desafio é a nossa energia. Este país de Macunaíma, o esperto, errante como o universo em caos, amante do anarquismo, terá a sua vez até porque o Ocidente começará a ficar preocupado do capital se deslocar para o Oriente com o fortalecimento da China, da Índia e da Rússia. Em algum momento, terá que haver um balanceamento que favorecerá o investimento maciço no Brasil. Será a fome com a vontade de comer e os políticos sabem disso. Os pecadores brasileiros serão exaltados porque

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o Brasil verá que eles só se anteciparam a um mundo movido pelo pecado onde o dinheiro será o diferencial, a periferia não terá valor e onde o direito à vida será assegurado apenas aos fortes. O maior exemplo é Jean Charles de Menezes, vítima das mesmas execuções de outros brasileiros esquecidos. Os pecadores são o chamamento para o entendimento da opressão, a massa, a criação de tempos que oprimia Leonardo da Vinci, entendido apenas 300 anos depois. Um tempo convivendo com outros tempos em busca do fim dos tempos, a unidade. Ganharemos o mundo porque teremos o melhor argumento, a regeneração do pecador, na prática, sem a influência do fariseu, a ideologia, que cria a lei para ser desrespeitada pelos fortes. O pecador que defende a tese do erro para ganhar a vida. A descoberta da massa para entender a beleza ou a dureza da alma que move os cinco sentidos e cria o céu e o inferno, apenas metafísica do ser humano, moldado pelas próprias mãos dos homens. A beleza é o maior valor agregado e é por ela que as águias se movem. A beleza da multiplicação de peixes é o seu maior desafio porque a dos pães promove a distorção e a opressão. O Brasil demonstrará a equação da inclusão social, não feita pelos fariseus, a teoria, mas na prática, a realidade. Vivenciada. Entendi a elite de meu país a partir da desvalorização de sua própria moeda: a realidade do homem. Era muita areia pro caminhão se ainda somos o Didi Mocó, os trapalhões. Mas a própria dinâmica dos fortes levará o povo brasileiro a pensar pela própria cabeça. Como dizia o profeta Raul Seixas: “Todo sonho sonhado por todos vira realidade”. Mas que sonho e que doutrina sem antes não fizermos a pergunta: “Quem somos nós?”. Tema de um filme à frente de seu tempo, mistura de ficção e realidade para nos mostrar que a realidade, da forma como a percebemos, é ilusória, porque nós assim a criamos, mas que podemos mudá-la. A física quântica demonstra que matéria não é sólida como pensamos e sim etéria e mutável e com nossos pensamentos podemos alterá-la. E que podemos ter controle sobre nosso corpo, as doenças e as emoções, pois temos o livre-arbítrio para escolher a realidade em que queremos viver e assim alterar nossas vidas. Um mundo ainda binário, movido pelo sim e pelo não. A incerteza que leva ao medo do desconhecido. Apenas um campo das possibilidades. o autor é Jornalista


NAS BANCAS

As origens do Museu Paraense Emílio Goeldi

BELÉM 20

BELÉM 21 A 31

BELÉM 21

Projeto Somar Quinteto de Metais da FCG, coordenação Salomão Habib, na Capela Combo de Jazz da Graduação em Música da UFPa. e Trio Ternura (clarinete, violão e pandeiro)

VI Serviarte Sala Antonieta Santos Feio Museu de Arte de Belém Tel: (91) 3283-4687 Fax: (91) 3283-4687

Recital de Música Brasileira, Josebíades e Amigos Fones: (91) 3230-4451 / 4452 saojose@agenciapara.com.br

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BELÉM 19

Teatro Infanto-juvenil da Escola de Teatro da UFPA Sarau Literário, homenagem à poeta Yara Cecim Capela São José Liberto Fones: (91) 3230-4451 / 4452

TUCURUÍ 21 A 23

X Festival de Dança de Tucuruí Ginásio Poliesportivo Tel: (94) 3787-2838 Fax: (94) 3787-2838

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BELÉM 22

CÍRIO 2006 Procissão da Festa Praça Santuário 08hs

CÍRIO 2006 Missa Encerramento Praça Santuário 20hs

BELÉM 23

BELÉM 23

BELÉM 23

BELÉM 24 A 29

CÍRIO 2006 Subida da Imagem Basílica Santuário 06hs

CÍRIO 2006 Missa do Recírio Incineração das Súplicas Praça Santuário 06hs30

CÍRIO 2006 Recírio Praça Santuário 07hs30

Festival Internacional de Dança da Amazônia Theatro da Paz Tel: (91) 3223-2779/ 3223-1744

Grupo Parafolclórico Muiraquitã Programa Timbres, com Bererê Project Capela São José Liberto Fones: (91) 3230-4451 / 4452

PAU D'ARCO 22

Feira de Ciências e Artes de Pau D'arco Haras Pau D'arco Tel: (94) 3356-8323 Fax: (94) 3356-8174


AS ILUSTRAÇÕES USADAS NESTAS PÁGINAS SÃO MERAMENTE ILUSTRATIVAS

BELÉM 25

Robenare Marques Piano Jazz Trio, do Núcleo De Arte da UEPA Capela São José Liberto Fones: (91) 3230-4451 / 4452

ALMEIRIM 26 E 27

Carnagambá Praça do Centenário Sebastião Baía Águila Tel: (93) 3737-1263 Fax: (94) 3737-1263

SANTARÉM NOVO 28 E 29

II Festival de Música “Santarém Novo Canta Amazônia” Parque do Caranguejo Tel: (91) 3484-1198 Fax: (91) 3484-1198

RIO DE JANEIRO ATÉ DEZEMBRO

CINECIEN 2006 Festival de Cine e Vídeo Científico do Mercosul Inscrições abertas www.recyt.org

PACAJÁ 25 A 29

BELÉM 26

BELÉM 26

Exposição Agropecuária Parque José Tozetti Tel: (91) 3798-1230 Fax: (91) 3798-1248

Camerata de Violões da EMUFPA Capela São José Liberto Fones: (91) 3230-4451 / 4452 saojose@agenciapara.com.br

Programação do FIDA Festival Internacional de Danças da Amazônia Escola de Danças Clara Pinto Fones: (91) 3230-4451 / 4452

BELÉM 27

MÃE DO RIO 27 A 29

CAMETÁ 27 A 29

Projeto Somar Trio Ternura, coordenação Salomão Habib, Capela São José Liberto Fones: (91) 3230-4451 / 4452

XVII Etapa Nacional do Circuito de Vaquejada Parque de Vaquejada da Fazenda Fortaleza Tel: (94) 3444-1294 Fax: (94) 3444-1295

Festival de Samba de Cacete Comunidade da Mola Tel: (91) 9162-3630/9963-6632

SÃO MIGUEL DO GUAMÁ 28 A 31

ITUPIRANGA 28

BELÉM 25 E 26

II Festival da Cultura Orla de São Miguel do Guamá Tel: (91) 3446.-1822 ramal 37 Fax: (91) 3446-1887

Círio de Nazaré Igreja da Matriz e as Principais Ruas da Cidade Tel: (94) 3333-1140

Círio de N. Sra. das Graças 25 - Trasladação 19HS 26 - Missa Solene 07hs

SÃO PAULO 12 A 14

SÃO PAULO ATÉ 03/11

SÃO PAULO até NOVEMBRO

III Conferência FIPP Ibero Latino Americana de Revistas Grand Hyatt Hotel www.fippsaopaulo06.com.br

VII Prêmio Ambiental von Martius 2006 Inscrições www.premiovonmartius.com.br Tel: (11) 4702-9006 Fax: (11) 4702-9007

III Conferência Ibero-Americana de Revistas Tel: (11) 3030-9392 www.brazil06.com.br



Cerpa. Com você nas festas do Círio 2006


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